arte como experiência

Arte como Experiência

Introdução e Prefácio

Luz Marina, 22/11/15,

Dewey é direto, lúdico eloquente em sua escrita, embora tenha se expressado em sua própria língua, não o foi compreendido. Foi acusado de ser difuso e repetitivo.


Kaplan se refere à má compreensão que teve o pragmatismo no EUA, confundido com oportunismo, busca de sucesso material. O pragmatismo de Dewey é na verdade um movimento filosófico de renovação que nasce dos processos de interação entre o organismo e o meio. Considera-lo como pragmatismo vulgar é impróprio.


Um dos recursos linguísticos utilizados frequentemente por Dewey é a etimologia, como um recurso expositivo. O que responde pela inteligibilidade de seus textos é o estilo de pensamento e não o da linguagem


Nesta concepção a arte é considerada não lucrativa e pouco prática.


Ao explicar sua concepção de pragmatismo Dewey recorre aos dualismos que permeiam a filosofia. Platão: razão e emoçãoDescartes: corpo e menteLooke: qualidades primárias e secundárias.Outros dualismos: analítico e sintéticoDedução e indução na lógicaSubjetivo e objetivoRacional e empírico na epistemologia.Fato e valorDever e desejo na éticaFé e razão na religiãoQuantidade e qualidadeTeoria e experimento na filosofia da ciência.Os dualismos foram a base para o pragmatismo de Dewey. Os dualismos filosóficos são os reflexos dos dualismos culturais.


O pragmatismo na visão de Dewey é igualmente uma filosofia do pensamento e do sentimento


Traz subjetividade a respeito do próprio conceito de filosofia, dizendo que a filosofia é um produto do estilo cognitivo individual. Uma das características importantes do estilo cognitivo são os chamados números mágicos:1 monistas2 dualistas3 trinitários4 quadrados 5 pluralistas (mais de 4)pluralistas radicais (infinito)Kaplan afirma que Dewey parece ser o número 2 e 1.


Para Dewey a distinção entre belas-artes e artes úteis são baseadas na aceitação de condições sociais.Sai um pouco da filosofia e aborda a psicologia freudiana. Entra no dualismo corpo e mente, alma e matéria, espírito e carne, numa abordagem mais sociológica do que psicológica.


O que transforma uma díade em dualismo é a consideração sobre os dois componentes que se dividem e se opõem pela sua própria natureza. Dewey resolve os dualismos por interpretar as diferenças consideradas substantivas e interligadas como funcionais e contextuais. As díades estão diretamente ligadas à filosofia de Dewey.


. RELAÇÃO PROFESSOR ARTISTA x ARTISTA PROFESSOR x INVESTIGADOR – tripé que sustenta a arte/educação praticada no Ciranda da Arte.Quando o pensador transforma suas ideias em significados coletivos dos objetos dá-se o momento estético.Relacionar, também, com o texto Ideia e Técnica de Dewey; ambas andam juntas, são imbricadas. Para se expressar uma ideia é necessário uma técnica. A própria ideia gera um movimento e a busca da melhor técnica que dê conta de expressá-la. Repudia a concepção da arte que está além das possibilidades, desvinculada dos objetos e da experiência concreta. Fala da importância de restabelecer continuidades, de evitar as rupturas.


Para Dewey tanto a criação artística quanto o pensamento são estéticos. Um absurdo pensar que o artista não pensa e o intelectual não faz outra coisa senão pensar.Relacionar ao texto Um Ensaio em Antropologia da Experiência de Victor Turner – a diferença entre o esteta e o intelectual.


Vê continuidade entre duplos: natureza e sociedade; arte e ciência.Reconhecimento que a arte é produto da interação contínua e cumulativa do “eu orgânico” com o mundo. Esta abordagem é o alicerce da teoria estética de Dewey.Para Dewey é importante recuperar a continuidade da experiências estética com os processos normais da vida. Relacionar com Paulo Freire sobre a importância de valorizar as leituras e conhecimento de mundo.Relação com o tema ética, equidade e sustentabilidade do ser humano, desenvolvido como eixo temático das escolas estaduais de tempo integral em 2015.A maneira ética de estar no mundo exige de nós o respeito recíproco. Este posicionamento inclui a relação humanidade e natureza que jamais se separa. Nesta posição acionamos diferentes maneiras de “estar sendo” no mundo.



O ponto de partida da filosofia de Dewey: a experiência é a arte em estado germinal.A experiência estética conduz à própria experiência.


A experiência deve seguir um movimento para ser completa: início, desenvolvimento e conclusão. Resulta da interação entre uma criatura viva e algum aspecto do mundo em que ela vive”. Evidencia-se nesta estrutura, o que a torna estética. Sem a qualidade estética é incompleta. Para Dewey nem toda experiência é uma realização. Quando isso ocorre efetiva-se o que ele chama de “uma experiência”. Ela é completa, o que a torna “uma experiência singular”.Para Dewey, a experiência é objetiva, evocada e perpassa por uma transação entre organismo e meio.Quanto à experiência estética, Dewey chama de experiência artística.


Relacionar com Turner, nunca, por exemplo, qualquer apresentação artística, até mesmo o filme nunca é a mesma performance, pois difere o público, o espaço físico, os contextos, desde os estados psicológicos e emocionais dos receptores.A experiência estética para Dewey é ativa e dinâmica, um fluxo padronizado de energia, isto é, viva.


Díade da filosofia e Dewey: produto artístico x obra de arte. Interesse e Dewey pela distinção entre “produto artístico” e “obra de arte”. Relacionar com as PERFORMANCES CULTURAIS – cada qual em uma experiência. Cada apresentação artística é única, é uma nova experiência.


Definição de Dewey sobre arte:Para ele, os termos que define a arte são: a “rotina em um extremo e o impulso caprichoso no outro”.


Para Dewey, assim como para Aristóteles, a energia é considerada biológica, na perspectiva naturalista.Na convicção de Dewey, a mente é considerada expectadora interessada nos acontecimentos, estando, sobretudo, envolvida neles.


Reforça a relação da experiência, experiência estética e a importância da continuidade.


Volta a falar da experiência singular.Traz o trecho de um poema O VALE DO MEDO, para falar sobre a forma como os personagens assustam quando ocorre a quebra de um vidro e em seguida aparecem canos de espingarda nas janelas. Ao descrever a cena surge uma surpresa e isso reflete em seus expectadores e nos personagens e a experiência estética que ela promove. “Nos sentimos realizados, apesar de surpresos”.


Pensando na relação com os estudantes em suas performances, esta experiência estética pode auxilia-los na compreensão de seus contextos e de si mesmos.


Dewey define a forma na arte como operação das forças que podem levar a realização integral da experiência.


Refletir sobre a concepção de “arte popular” nos dias atuais.


As diferentes concepções e percepções de acordo com o contexto e as experiências dos sujeitos. Relacionar com o ensino/aprendizagem.


Para Dewey deve haver coerência entre as partes da arte, ou seja, substancia e forma devem estar interlaçadas. Isto segundo Aristóteles seria a verossimilhança da arte. A separação entre substancia e forma caracteriza uma arte não autêntica, na concepção deweyana .

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Para Dewey o contexto tem suma importância para a experiência estética.Ele assevera que nenhuma experiência ocorre de forma rápida. Toda experiência ocorre de forma contínua baseada nos processos de experimentação: etapas


Comentário da pág.34Relacionar experiência estética ao ensino prazerosoQuando o ensino é prazeroso por si só, ele leva os estudantes a vivenciarem experiências estéticas,contextualizadas e sensíveis.


São as várias experiências integradas que possibilitam uma experiência estética singular e única ao indivíduo.Na visão de Dewey, a filosofia é desapaixonada, mas a emoção permeia toda experiência estética, tenho coo suporte o processo de continuidade.


Segundo Dewey, todas as emoções são características de representações/dramas. Na arte a emoção é uma característica padronizada na experiência estética.Fase afetiva: experiência estética


Dewey esclarece que expressão estética não se trata de mero processo de descarga de emoções pessoais. Para ele a própria palavra arte pode estar associada a formas de “indulgência afetiva”.


Segundo Dewey, uma luta constante da arte é torna-la viva e prenhe de sentidos e possibilidades.


As experiências, as idiossincrasias e as subjetividades dos artistas são moldadas e representadas nos seus temas, conteúdos ou produtos artísticos.Todos os materiais expressivos são carregados de significação e simbologia e prenhes de sentidos e possibilidades.


Para Dewey, a arte não conduz à experiência, ela é a própria.


Dewey apresenta a distinção entre ‘imaginativo’ e ‘imaginário’, baseada em Coleridge.Imaginário: arbitrário, excêntricoImaginativo: duradouramente familiar com respeito à natureza das coisas.


Processos de criação a partir de algo ou objeto experienciado


É importante ressaltar que o arte-educador deve atuar no sentido de orientar as percepções dos estudantes, e não influenciar/interpretar por eles.


O professor/arte, arte-educador te papel fundamental no processo de compreensão/experiência estética de seus estudantes. Neste sentido, o arte-educador auxilia o estudante a reeducar suas percepções em relação à arte.


Relacionar com os contextos, situações social, cultural e histórica em que o artista ou autor estava/está inserido contribui para compreensão e interpretação mais adequada da obra de arte.


Função moral da arte consiste em eliminar o preconceito, reconhecer as pluralidades e ampliar os olhares.


Dewey acredita que a arte é capaz de refletir emoções e ideias como também excelentes auxiliares para criar uma coletividade unificada.


Dewey afirma que toda arte é um processo diferente de viver, atuar e se reconhecer no mundo. Em fases distintas da história da humanidade, a arte teve várias manifestações, representações e funções.


Dewey traz outras abordagens sobre arte, concluindo que a arte nos ensina que a vida pode ser bela.



Nota-se que as concepções pragmatistas deweyanas são atuais, aqui no Brasil, e ainda lutam para superar a visão de que a disciplina de Arte é usada nas escolas, como entretenimento e descanso dos estudantes, sem finalidades pedagógicas, objetivos, metodologias, conhecimento e preparo adequado ao ensino eficaz desta importante área do conhecimento. Relacionar com a formação específica da área de arte e o ensino polivalente.

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