arte e a condiÇÃo de urbanidade - ufrgs.br · baseada em uma abordagem fenomenológica ou...

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Sessão temática Cidade - 162 ARTE E A CONDIÇÃO DE URBANIDADE Cássia Correa Pereira 1 Orientador (a): Natalia Naoumova 2 RESUMO: Este artigo trás um estudo sobre o tema “arte no espaço público”. O tema deste artigo está presente na dissertação que está em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo - PROGRAU, na Universidade Federal de Pelotas, UFPEL na linha de Percepção e Avaliação do Ambiente pelo Usuário. O objetivo da pesquisa é verificar de que forma a intervenção urbana, artística e cultural, temporária ou permanente, pode contribuir, em maior ou menor grau, para a vitalidade urbana e a história da cidade. PALAVRAS-CHAVES: espaço público; Artes Visuais; amabilidade; hospitalidade; INTRODUÇÃO A cidade contemporânea, constrói-se através de lugares diversos, cujo caráter é determinado tanto pela qualidade físico-espacial quanto pela experiência subjetiva que ele proporciona. De maneira geral, os espaços definem-se como lugares por meio da singularidade da experiência humana no ambiente físico. Ora os lugares são versões dos processos de reprodução do capital ao redor do mundo, ora são associados a uma análise fenomenológica e humanista, o lugar como lócus da reprodução da vida cotidiana (SERPA, in CARLOS; SOUZA; SPOZITO, 2013, pág.97). Neste artigo, os lugares são espaços que têm capacidade de simbolização e possuem a sua própria identidade, são os espaços públicos urbanos, definidos por uma história social, cultural e política. 1 Mestranda, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo-PROGRAU/UFPEL. [email protected] 2 Prof.ª , Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo-PROGRAU/UFPEL. [email protected]

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Sessão temática Cidade - 162

ARTE E A CONDIÇÃO DE URBANIDADE

Cássia Correa Pereira1

Orientador (a): Natalia Naoumova2

RESUMO: Este artigo trás um estudo sobre o tema “arte no espaço público”. O tema

deste artigo está presente na dissertação que está em desenvolvimento no Programa de

Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo - PROGRAU, na Universidade Federal de

Pelotas, UFPEL na linha de Percepção e Avaliação do Ambiente pelo Usuário. O

objetivo da pesquisa é verificar de que forma a intervenção urbana, artística e cultural,

temporária ou permanente, pode contribuir, em maior ou menor grau, para a vitalidade

urbana e a história da cidade.

PALAVRAS-CHAVES: espaço público; Artes Visuais; amabilidade; hospitalidade;

INTRODUÇÃO

A cidade contemporânea, constrói-se através de lugares diversos, cujo caráter é

determinado tanto pela qualidade físico-espacial quanto pela experiência subjetiva que

ele proporciona. De maneira geral, os espaços definem-se como lugares por meio da

singularidade da experiência humana no ambiente físico. Ora os lugares são versões dos

processos de reprodução do capital ao redor do mundo, ora são associados a uma análise

fenomenológica e humanista, o lugar como lócus da reprodução da vida cotidiana

(SERPA, in CARLOS; SOUZA; SPOZITO, 2013, pág.97). Neste artigo, os lugares são

espaços que têm capacidade de simbolização e possuem a sua própria identidade, são os

espaços públicos urbanos, definidos por uma história social, cultural e política.

1 Mestranda, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo-PROGRAU/UFPEL. [email protected] 2 Prof.ª , Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo-PROGRAU/UFPEL. [email protected]

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Definidos, enquanto combinação de espaço construído e espaço vivido, os lugares que

adquirem sentidos e imprimem significado àqueles que o habitam.

Os problemas urbanos, por exemplo, o individualismo e a antissociabilidade,

estão cada vez mais presentes nas cidades, e é o resultado de uma combinação negativa

do crescimento descontrolado das cidades e a falta de sensibilidade no ordenamento dos

espaços. O espaço público urbano, por exemplo, de países emergentes, é marcado por

imposições da inciativa privada, com uma lógica puramente comercial, que faz com que

em muitos casos, o espaço público perca seu propósito como lugar de encontro, e de

experiência humana de integração e de relacionamento social.

Por esta razão, ao longo das décadas, surgem diversos estudos que priorização o

lugar como um lugar histórico, relacional e identitário. A fim de descobrir e reativar o

espaço aquele que não se pode definir de tal modo e que deve ser encarado como um

não lugar. No entanto, deve levar em conta que o lugar, como veremos a seguir, “nunca

é completamente apagado”, ou de situação irreversível, a ponto de desaparecer da

cidade, e da mesma forma, que “o lugar nunca se realiza totalmente” (AUGÉ, 1994,

pág. 74). Cada lugar “é à sua maneira, o mundo”, visto que, “o mundo se encontra em

toda a parte” (CARLOS, 1996, pág. 36).

Jane Jacobs (1916-2006), na década de 60, trás diversos argumento, sobre um

urbanismo contemporâneo, marcado pela crítica ao idealismo do urbanismo modernista.

Trás para o debate sobre os lugares, e especialmente o espaço público, muitos aspectos

importantes, sobre a condição de urbanidade como: a vitalidade, atratividade e a

importância da mistura de tipos arquitetônicos e humanos na vida urbana. Ao contrário

dos ideiais modernistas, Jacobs (2000) defende a diversidade na apropriação da cidade:

os tipos sociais e os tipos de usos do espaço público. Salientando a necessidade de

corrigir a perda gradual desta diversidade/urbanidade dos espaços públicos urbanos. A

urbanidade que é por um lado, um conjunto de características e qualidades dos lugares

e, por outro, a presença e a apropriação das pessoas.3

3 Para mais ver “Urbanidades” de Douglas Aguiar & Vinicius Netto (Org.). Rio de Janeiro: Folio Digital.

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Este debate, é destaque neste artigo, a partir do momento, que entendemos que a

arte para o espaço público, pode vir a ser tratada, por nós pesquisadores e artistas, como

uma resposta ao desurbanismo. Cidades cada vez as cidades são projetadas menos para

as pessoas, por exemplo, e a arte por consequência, é cada vez mais voltado para os

problemas sociais, para a valorização dos espaços públicos e para o desaparecimento,

como veremos adiante, dos espaços ociosos na cidade. As artes aplicadas no espaço

público, como o graffite, as festas na cidade, as instalaçõe temporárias, o cinema, o

teatro, o design, podem ser uma alternativa, no lugar de intervenções marcadas pelo

erro.

“As cidades são um imenso laboratório de tentativa e erro, fracasso e sucesso, em

termos de construção e desenho urbano” (JACOBS, 2009, pág. 5).

1. A intervenção urbana: 1960-2014

A intervenção urbana, que veremos neste artigo, é uma ação de cunho socia e

político, de transformação social. É o tipo de apropriação e manifestação que se

confunde com a vida cotidiana, e que marca, temporariamente ou permanentemente, a

vida das pessoas. Ela, neste caso, é uma amplitude do campo criativo das Artes Visuais

e uma crítica à Arquitetura e Urbanismo hostil. Uma vez que desconstrói com o modelo

clássico de projeto da cidade do futuro, baseado em um desenho futurista, e passa a

rever as formas de se fazer o espaço público urbano na escala humana.

Veremos que, a intervenção urbana, é uma subcategoria da Arte Pública, que

sofreu profundas modificações, ao longo das décadas. E que por esta razão, não se trata

mais de uma obra como monumento comemorativo, ou decorativo de praças públicas.

Trata-se em muitos casos de uma proposta de cunho político e social.

Historicamente há diversas formas de intervir na cidade. Por definição, o conceito

de intervenção com origem no vocábulo latim interventĭo, é a ação e o efeito de intervir.

E é nas Artes Visuais que a intervenção urbana ganha um escopo critico e criativo.

Consiste basicamente em uma interação com um objeto previamente existente, que visa

colocar em questão as percepções sobre ele, nasceu de novas propostas.

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As propostas de intervenção urbana surgem em meados da década de 1960 e

1970, e surgiram junto das grandes mudanças nas Artes Visuais e na Arquitetura e

Urbanismo. Com novos termos, por exemplo, in situ ou site especific4 utilizado por

Daniel Buren (1938) e contextos, por exemplo, a Land art de Robert Smithson (1938-

1973) (Spiral Jetty, 1970; Rozel Point, GreatSalt Lake, Utah).

Na atualidade, a intervenção urbana é uma prática artística que ganha força com o

descontentamento dos usuários do espaço público urbano, artistas, arquitetos e

urbanismo, designer, e ativistas urbanos, sobre as condições da cidade. E este

descontentamento, gera novas possibilidades de usos.

Neste artigo, veremos alguns exemplos de intervenções urbanas, que tem como

proposta, a qualificação do lugar, e o objetivo de transformar a cidade, mesmo que

temporariamente, em uma cidade mais atrativa. Tratam-se de obras, por vezes,

instalações urbanas, que transformam o espaço público, proporcionando em parte, o que

é necessário para a vitalidade urbana de Jacobs (2000): a diversidade de usos, em locais

específicos da cidade.

“1- Estimular a diversidade de usos e de usuários para a vitalidade social e

como alicerce da força econômica. 2- Interpenetração de vizinhanças, cujos

usuários e proprietários possam dar uma contribuição para a segurança. 3-

Evitar fronteiras desertas e ajudar a promover a identificação das pessoas

com os distritos extensos. 4- Estimular forças econômicas construtivas e

projetos pessoais, em meio à diversidade em uma área mais ampla da cidade”

(JACOBS, pág. 454/455)

1.1. Movimentos e artistas

A cidade que é o lócus da vida cotidiana, e sinônimo de vida coletiva, tem escrito

na sua história o desenvolvimento de experiências artísticas e de processos culturais e

4 in situ ou site-specific: Uma obra in situ está cirscunscrita a um determinado local mediante ao material a qual é

feita e as condições de sua existência física. Baseada em uma abordagem fenomenológica ou experiencial do sítio, o

site-specific foca especialmente os atributos físicos e materiais de uma localização particular (KWON, 2002).

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políticos. Nas Artes Visuais, é importante citar, as experiências do Grupo Fluxus5 ou

Movimento Fluxus, por toda Europa e EUA, e do Movimento Situacionista6 de Guy

Debord (1931-1994). Ambos foram cruciais para o rompimento das Artes Visuais, com

a História da Arte Moderna. E foram também os primeiros passos da experiência

urbana. No Brasil, nós temos as experiências dos artistas Lygia Clarck (1920-1988),

Lygia Pape (1927 – 2004) e Hélio Oiticica (1937 – 1980).

1.1. 1. As experiências de Hélio Oitica

A obra em destaque de Hélio Oitica, é na verdade um projeto, trata-se do projeto

ambiental formado a partir da vivência e do contato do artista com uma comunidade do

Rio de Janeiro. A intervenção “Penetrável Tropicália” (1966) inspirada na Favela da

Mangueira, localizada na Zona Norte do Rio.

A proposta do artista do projeto ambiental de Oiticica era proporcionar aos

visitantes, memórias da comunidade. Fazendo com que diversas pessoas revivessem os

5 O Grupo Fluxos, ou Movimento Fluxus traduz um fazer artístico e cultural que se manifestou nas mais diversas

formas de arte: música, dança, teatro, artes visuais, poesia, vídeo, fotografia, performance e happenings. Uma das

fontes do movimento foi o dadaísmo, e os ready-mades de Marcel Duchamp (1887-1968).

6 O Movimento Situacionista foi uma crítica social, cultural e política que reuniu poetas, arquitetos, cineastas, artistas

plásticos e outros profissionais interessados em construir situações de vida cotidiana, cada um explorando o seu

potencial de modo a romper com a alienação da cidade moderna. Com práticas como a "deriva", a "psicogeografia" e

o "desvio" perambulações ao acaso pela cidade com base na experiência vivida. (GUY DEBORD, 1957)

Figura 1 Penetrável Tropicália de Hélio Oiticica, exposição Museu é o mundo, em Berlim, 2014.

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aspectos culturais da Mangueira. Nos penetráveis há uma extensão de elementos do

cotidiano urbano, da Mangueira, que surtem percepções diferentes durante os percursos

dentro da instalação. O projeto ambiental espelha não só as características de uma

determinada zona urbana, mas também amplia a dimensão existencial da obra de arte.

A intervenção, neste caso, está na participação do público é a interferência do

público no ambiente criado. É uma analogia, ao que veriamos posteriormente, Oitica

recria um espaço cultural e diversificado e instala na sua obra a intervenção ambiental.

A obra é uma a instalação diferente de qualquer outra já existente. Oiticica

abandonou a pintura, a tela e a moldura, e buscou as problemáticas sociais, a memória

coletiva, e a interação do público. E sobretudo a experiência sensorial e a percepção

ambiental. A obra permitia a experiência das pessoas, o que se pressupôs a concepção

do artista. Esta obra, foi realizada no período neoconcreto7 (1959), que é conhecido pela

ousadia nas experiências artísticas. Período em que há uma forte caracterização da

cultural brasileira, momento em que os artistas criam sua própria identidade cultural,

criada fora dos circuitos e da crítica institucional.

O Neoconcreto [...]

“em suas duas vertentes básicas, tinham um projeto comum: reorganizar os

postulados construtivos dentro do ambiente cultural brasileiro. O projeto era

renovar a vanguarda construtiva. Uma exposição neoconcreta aparecia, então,

como o ponto mais avançado e “livre” da pesquisa de arte no País. (...) Os

agentes neoconcretos prescreviam, assim, o terreno de sua prática e se

dispunham a analisar os seus elementos de modo autônomo: a arte não podia

ser instrumentalizada, e sim compreendida como atividade cultural

globalizante, que envolvesse o conjunto da relação do homem com seu

ambiente.” (BRITO, 2006, pág. 79)

7 A ruptura neoconcreta na arte brasileira data de março de 1959, com a publicação do Manifesto Neoconcreto pelo

grupo “Neoconcreto”, e deve ser compreendida a partir do movimento concreto no país no início da década de 1950.

Os artistas do grupo “Frente”, no Rio de Janeiro, e do grupo “Ruptura”, em São Paulo. Tributária das correntes

abstracionistas modernas das primeiras décadas do século XX - com raízes em experiências como as da Bauhaus, dos

grupo De Stijl [O Estilo] e Cercle et Carré, além do suprematismo e construtivismo soviéticos -, a arte concreta ganha

terreno no país em consonância com as formulações de Max Bill, principal responsável pela entrada desse ideário

plástico na América Latina, logo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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Diante disto, diversos artistas, inspirados na teoria fenomenológica de Merleau-

Ponty (1908-1961), experimentam procedimentos e metodologias, que permitem a

analise e a experiência fenomenológica. No campo fenomenológico, o lugar é entendido

como um fenômeno da experiência humana (SERPA, in SPOZITO, 2013, pág.97).

“O sujeito da sensação não é nem um pensador que nota uma

qualidade, nem um meio inerte que seria afetado e modificado por ela;

é uma potência que co-nasce com um certo meio de existência e se

sincroniza com ele” (MERLEAU-PONTY, 1994, pág. 285)

É neste ponto, que devemos lembrar, que não são só os artistas, formados em

Artes Visuais, ou especializados de alguma forma no campo das artes, que realizam os

projetos de intervenção humana. Mas sim, todo sujeito que nele desperta, a necessidade

de buscar algo novo, e que neste momento, está diante do processo artístico. A arte,

neste caso, é uma espécie de estratégia de transformação e tática de uso do espaço, visto

que, em Hélio Oiticica (1967), no manifesto “Esquema Geral da Nova Objetividade” 8,

a negação do quadro de cavalete, é uma necessidade involta do processo criativo do

artista. E um despertar para a “desmusealização” da obra de arte. Conforme Miwon

Kwon (2002)

“é a busca de um engajamento maior com o mundo externo e a vida cotidiana

– uma crítica da cultura que inclui os espaços não especializados, instituições

não especializadas e questões não especializadas em arte (em realidade

borrando a divisão entre arte e não-arte), preocupada em integrar a arte mais

diretamente no âmbito social.” (KWON, 2002, pág. 24)

8 Texo publicado na exposição Nova Objetividade Brasileira, em 1967, no MAM-Rio. Trecho: “Há atualmente no

Brasil a necessidade da tomada de posição em relação a problemas políticos, sociais e Éticos, necessidade essa que se

acen tua a cada dia e pede uma formulação urgente, sendo o ponto crucial da própria abordagem dos problemas no

campo criativo: artes ditas plásticas, literaturas, etc. Nessa linha evolutiva da qual surgiu, ou melhor, que eclodiu no

objeto, na participação do espectador, etc, o chamado grupo “realista” segundo Schembeng (no Rio), no campo plás

tico (incluindo aí as experiências de Escosteguy), conseguiu a pri meira síntese de idéias nesse sentido aqui

verificadas. Aí, a primeira obra plástica propriamente dita com caráter participante no sentido político, foi a de

Escosteguy em 1963, que, surpreendido por gestões políticas de vulto na época, criou uma espécie de relevo para ser

apre endido menos pela visão e mais pelo tato (aliás, chamava-se Pintura Tátil, e teria sido então a primeira obra

nesse sentido aqui — mensagem politico-social em que o espectador teria que usar as mãos como um cego para

desvendá-la).”

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Pois de que “adiantaria possuir a obra uma "unidade" se essa unidade fosse largada à

mercê de um local onde não só não coubesse como idéia, assim como não houvesse a

possibilidade de sua plena vivência e compreensão?” (OITICICA, 1986, pág. 43)

1.2. A história da intervenção urbana na Arquitetura e Urbanismo

Do outro lado, surge a intervenção urbana, de essência artística, realizada por

arquitetos e urbanistas, também na década de 1960 e 1970. Tratam-se de experiências

urbanas, por exmeplo, as experiências de corte do arquiteto Gordon Matta-Clark (1943-

1978). Matta-Clark fez da própria arquitetura uma obra de ruputra, uma intervenção

urbana. Ele interviu nas construções suburbanas de cidades como Nova York e propôs

uma nova perspectiva sobre a arquitetura. Na obra, Conical Intersect (1975) (figura 2)

o artista, utiliza a arquitetura como material do processo artístico. Ele se apropria de um

prédio prestes a ser demolido em Paris e nele faz buracos criando uma vista para a

cidade.

Figura 2. Conical Intersect, de Matta-Clark, Paris, 1975.

Neste caso, por se tratar de uma interferência em prédios em fase de demolição, as

obras eram temporárias. O que sobrevivia delas, eram os registros realizados pelo

artista. A intervenção na arquitetura foi um processo subjetivo, necessário, na medida

em que a construção abandonada, era transformada temporariamente em uma obra de

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arte9. Matta-Clark libertava o espaço do caráter do abandono, e agregava à sua

existência uma nova possibilidade de uso.

“O trabalho com edificações abandonadas começou com a minha

preocupação com a vida da cidade, da qual um importante efeito colateral é a

metabolização de prédios antigos. Aqui, tal como em muitos centros urbanos,

a disponibilidade de edifícios negligenciados e desocupados foi um crucial

lembrete textural da atual falácia da renovação por meio da modernização. A

onipresença do vazio, de moradias abandonadas e de demolições iminentes

me proporcionou a liberdade de experimentar com as múltiplas alternativas

para a vida das pessoas em uma caixa e também com as atitudes corriqueiras

em relação às necessidades de cercamento.” (apud CUEVAS; RANGEL,

2010, pág. 24) 10

Tais espaços assumiram diversas características no conjunto de sua obra: o espaço

que se parte ao meio, o espaço esquecido, o espaço do movimento, espaços que foram e

que ficaram na história da cidade. A intervenção, nestes casos, é uma forma de pensar a

desconstrução dos espaços e é uma tentativa de chamar a atenção para espaços em

situação de descaso e abandono, "deve ser entendido como uma recusa a deixar o objeto

ser considerado desperdício, algo que não pode ser aproveitado por seu valor de uso, e

não como a destruição de um objeto" (O’NEILL, 2008, pág 97).

2. Tipos de intervenção urbana:

Agora veremos, as intervenções urbanas, instalações temporárias, e intervenções

permanentes, in situ e site specific, projetadas como possibilidades de qualificação do

espaço urbano, em grande parte, atreladas as necessidades dos usuários, como críticas

ou como solução para os seus problemas.

9 Artistas como Michael Asher, Daniel Buren, Marcel Broodthaers, dentre outros, contestaram a ‘inocência’ do

espaço, ou seja, a sua ênfase nos aspectos físicos e espaciais, incorporando ao site aspectos relativos à sua

estrutura cultural definida pelas instituições de arte. Daniel Buren acreditava que qualquer trabalho, independente do

local em que está exposto, é contaminado pelo lugar, portanto, de acordo com o artista, se ele não enfrenta e

considera tal influência converte a obra num modelo autorreferente. Para Buren, a arte é, antes de tudo, política,

existindo a partir da consideração dos seus limites formais e culturais. (CARTAXO, 2006, p. 85)

10 Entrevista com Gordon Matta-Clark por Donald Wall, para a Arts Magazine 1975, in CUEVAS, Tatiana;

RANGEl, Gabriela (orgs.). gordon Matta-Clark: desfazer o espaço. Catálogo. são Paulo: Museu de arte Moderna,

2010, p. 168.

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2.1. Intervenção “Stairway Cinema” coletivo OH.NO.SUMO.

A imagem abaixo, corresponde a intervenção “Stairway Cinema” (Figura 2),

realizada na cidade de Auckland, Nova Zelândia. A intervenção tinha o intuito de

transformar a realidade da rua em questão através de uma instalação temporária. A

intervenção faz parte dos projetos do coletivo OH.NO.SUMO.

O coletivo trabalha com uns instrumentos e conceitos das Artes Visuais,

Arquitetura e Urbanismo, Designer e da Cultura urbana. Ele desenvolveu a intervenção

“Stairway Cinema” no ano de 2012, que trata-se de uma instalação de madeira coberta

por um tecido colorido a prova d’água com interior decorado com almofadas.

O segredo da instalação está no videoprojetor instalado no interior da residência

que abriga a intervenção. A instalação é um ambiente projetado por um grupo de

pessoas, que viu neste lugar, uma potencialidade de tranformação. E quis beneficiar

através do projeto as pessoas que passam e que permanecem ali, antes sem nenhuma

distração. O projeto, é de certa maneira, uma provocação para a arquitetura ociosa da

cidade de Auckland. A intervenção ocupou um lugar, que era simplesmente, um vazio,

assim como outros locais despercebidos nas cidades. Espaços que as pessoas

desconhecem, e que poderiam ser áreas atrativas, dedicadas ao convívio social e o

entretenimento. Stairway Cinema era parte de St Paul St Gallery’s Curatorial Season

Figura 3. Stairway Cinema, de OH.NO.SO.MO, Auckland, Nova Zelândia, 2012.

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2012. Uma série de exposições de artistas e coletivos, convidados para analisar e criar

novas abordagens relativas ao projeto urbano.

2.2. Piscina no Minhocão

A intervenção “Piscina” (Figura 2), é um projeto da Arquiteta Luana Geiger,

formada em arquitetura pela USP, e especialista em Mídias Interativas pelo SENAC. A

arquiteta, inspirada nas iniciativas do artista Hélio Oiticica (Ver página 4) e da arquiteta

ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914), projetou uma piscina para a via expressa Elevado

Presidente Costa e Silva de São Paulo, conhecida por Minhocão. A psicina é um espaço

comunitário, que prevê o lazer e o envolvimento social. Renovando o uso do espaço e

apostando na interação da comunidade local.

A piscina é uma grande intervenção urbana, para qual foi arrecadado dinheiro com

doações pela internet e o apoio da Prefeitura de São Paulo. Tudo para que o espaço

ocioso, do Minhocão. Um espaço pouco atrativo, no calor de São Paulo, fosse um

convidativo, e atrativo.

O Minhocão foi construído com o intuito de desafogar o trânsito das vias que não

poderiam ser alargadas para ampliar a capacidade do trânsito na região. No entanto, o

elevado gerou inúmeros problemas estruturais para o bairro, para os quais existem

poucas soluções, como garante os responsáveis pelo projeto de extinção do Elevado,

discutido no ano início de 2014, e que ainda não há previsão para ser executado.

Figura 4. Piscina, de Luana Geiger, São Paulo, Brasil, 2014.

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O maior problema do espaço, está relacionado à vida dos moradores. A

convivência com acidentes, a poluição sonora e visual além da insegurança provacada

pelos vazios urbanos existentes no local provocados pela instalação do Elevado. Por

estas razões, o Minhocão é considerado um lugar indesejado e ocioso. Por esta razão,

foi o espaço escolhido por Luana Geiger, para criar sua intervenção. E também por

outros artistas e interessados em reviver o espaço com intervenções que ainda são

visíveis no Elevado, como as intervenções do projeto "Elevado à Arte" criado

pela Funarte, em 1998, entidade ligada ao Ministério da Cultura, pinturas murais de

vários artistas plásticos, nas laterais do interior do Minhocão.

2.3. REVIVART

REVIVART é um projeto de revitalização urbana através das Artes Visuais. O

objetivo do projeto além da revitalização de uma zona urbana é a valorização das

iniciativas culturais e artísticas independentes e o apoio na divulgação dos trabalhos dos

artistas locais.

O projeto foi idealizado pelo artista Subtu, e executado ao longo do ano de 2014,

em São Paulo. Vencedor do edital do “Programa VAI” com a proposta de revitalizar os

prédios do Conjunto Residencial Parque do Gato. O resultado do projeto (figura 3) são

desenhos feitos em grande escala, que se encaixam no contexto da comunidade. Os

artistas que participaram do projeto, foram selecionados através de um edital interno,

que contou com a avaliação dos moradores.

Figura 5. Projeto REVIVART, Murais produzidos por Subtu e Fel, visíveis da Marginal Tietê.

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O projeto coloca em evidência os prédios, transformando e valorizando o local de

moradia da comunidade. O Conjunto Residencial Parque do Gato, fez parte das

políticas habitacionais da Prefeitura Municipal de São Paulo em 2004. Foi construído no

local onde havia a Favela do Gato. São 480 apartamentos em 9 blocos prediais que

apesar de estar localizado na região central de São Paulo, encontra-se com sérios

problemas sociais e de infraestrutura urbana.

Com isto, passamos a entender a intervenção urbana como uma possibilidade de

mudança da cidade, de revitalização e vitalidade. Uma alternativa, que pode solucionar

problemas específicos do espaço urbano. Tornar o espaço vivido mais dinâmico e

atrativo. O espaço que não é mais, “aquele uniforme (...)” (SARAMAGO, 2008, p: 63).

“é aquele desprovido do tempo, da heterogeneidade das paisagens do mundo,

das diferentes direções, o invisível e intangível, ainda que facilmente

objetivado pelas ciências exatas. Como contraponto a este espaço-objeto, há

o espaço interior da consciência de um sujeito, que se coloca "diante" do

mundo, estabelecendo um esquema interior-exterior tão avesso à unidade

inseparável entre Dasein e mundo, por exemplo; unidade que sempre

permaneceu inalterada para Heidegger, ainda que formulada de diferentes

modos. Nos lugares do mundo há espaços, mas jamais o espaço.”

(SARAMAGO, 2008, p: 66).

3.1. A hospitalidade e a amabilidade

Em espaços, onde reside principalmente a hospitalidade11

e a amabilidade12

. A

hospitalidade e a amabilidade, segundo Fuão (1997) e Fontes (2013) são indispensáveis,

na vida urbana, porque “a hospitalidade, assim como a interioridade é construída por

uma relação de afeto muitas vezes construída por aquele que chega para o outro, de fora

para dentro” (FUÃO, 1997, pág. 14). E a amabilidade “é ação ou qualidade de amável, o

ato ou estado de comportamento que pressupõe a generosidade, o afeto ou a cortesia”

(FONTES, 2013, pág.14). Ora a hospitalidade e a amabilidade, falam em parte, do que é

essencial para os espaços públicos: o afeto. Ora podemos concluir, que uma

11 Ver a “Interioridade da arquitetura” de Fernando de Freitas Fuão. PROARQ 14, pág. 99. Fernando Fuão, Doutor

pela Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona/Universitat Politécnica de Catalunya, Barcelona. 12Ver “Intervenções temporárias, marcas permanentes. Apropriações, arte e festa na cidade contemporânea” de

Adriana Sansão Fontes. FAPERJ, pág. 14. Adriana Fontes, Doutora em Urbanismo pelo PROURB-FAU/UFRJ.

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possibilidade, de produzir afeto e subjetividade na cidade, é através da arte. Do seu

compromisso, como estratégia de mudança.

“Hoje em dia, uma reflexão sobre a hospitalidade pressupõe, entre outras

coisas, a possibilidade de uma delimitação rigorosa das soleiras ou fronteiras:

entre o familiar e o não-familiar, entre o estrangeiro e o não-estrangeiro, entre

o dentro e o fora, entre o publico e o privado. As possibilidades tecnológicas

ameaçam a interioridade do 'em casa' e a interioridade humana, são sentidas

como ameaças que pesam sobre o território "próprio do próprio", no mais

profundo do profundo, ainda que seja `na pele', parodiando Paul Valeri.

Agora é a rua dentro de casa, e a cidade esvaziada de qualquer sentido porque

já é um fantasma'', um espectro negro de violência que surge por todos os

lados, sufocando o sentido da beleza pública, da felicidade. Da `felizcidade'.”

(FUÃO, 1997, pág. 103)

A amabilidade, como um atributo de um espaço amável13

é o sentido de

“felizcidade”. Conforme Fontes (2014) “Assim como Bachelard descarta os espaços da

hostilidade, concentrando-se em verificar como o espaço expressa um sentimento, neste

caso um sentimento feliz, também me interessam os espaços ‘positivos’ capazes de

manifestar a amabilidade.”

“Os espaços amáveis que ocuparão estas páginas são os lugares onde a

amabilidade se manifesta, e para que isso aconteça, são necessários alguns

atributos específicos que, comunicativos e atraentes, os tornam ‘apropriáveis’

pelas intervenções: elas só se desencadearão caso exista no espaço algum

componente de atração. Determinadas características físicas podem resultar

tanto em um espaço hostil quanto em um espaço potencialmente atraente. A

qualidade urbana se cria, portanto, através da união dos atributos do lugar.”

(FONTES, 2014, pág. 71)

4. Conclusão

Entendemos através deste estudo, que podemos contribuir para a cidade dos

desejos com uma análise sobre as intervenções urbanas, artisticas e culturais. Estas que

podem modificar os usos e a percepção do usuário sobre o espaço público. Por isto,

13

Ibid, pág. 14.

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seguimos, com a pesquisa que busca construir um pensamento sobre o arte para o

espaço público, suas contruibuições para a disciplina do urbanismo contempoâneo e

principalmente suas alianças com a história da cidade. Mediante o descobrimento de

ações que despertam o interesse das pessoas pelo lugar, que não é só um local físico no

território, com significado localizacional, ou um dado, ele é um espaço vivido com

qualidades específicas: a qualidade sensitiva do espaço, que neste caso, refere-se ao que

cada um vê, ouve, ou cheira.

Devemos citar, antes do término deste artigo, a ideia do Genius Loci, de Christian

Norberg-Schulz (1926-2000), teórico norueguês, que basea-se sobretudo no ensaio de

Martin Heidegger (1989-1976): “Construir, habitar, pensar”. Esta ideia surge na

metodologia de pesquisa, e é uma forma de nos fazer ser capaz de revelar os

significados do ambiente mediante a criação de lugares específicos na cidade. Construir,

habitar e pensar a cidade dos desejos, a partir das manifestações culturais e artísticas,

pode ser um diferencial. Uma lógica que temo intuito de contribuir para novos hábitos

urbanos de uma cidade que é “um fenômeno que se revela pela percepção de emoções e

sentimentos dados pelo viver urbano” (PESAVENTO, 2007, pág. 14). A cidade que é

(...) sobretudo, a dimensão da sensibilidade que cabe recuperar para os efeitos

da emergência de uma história cultural urbana: trata-se de buscar essa cidade

que é fruto do pensamento, como uma cidade sensível e uma cidade pensada,

urbes que são capazes de se apresentarem mais ‘reais’ à percepção de seus

habitantes e passantes do que o tal referente urbano na sua materialidade e

em seu tecido social concreto” (PESAVENTO, 2007, pág. 14).

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