arte saúde pública vovó do cinema poder do batom número de mulheres de negócios cresce na...

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Jornal Regional de Barretos www.redebrasilatual.com.br BARRETOS nº 7 Novembro de 2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA A história de Maria, a jovem que faz milagres desde 1942 Pág. 6 DEVOçãO SANTINHA DO IBITU Elas já representam quase metade do empresariado da cidade Pág. 3 PODER DO BATOM AS EMPRESÁRIAS Fórum Regional vai defender o avanço na luta pela humanização Pág. 2 SAúDE PúBLICA EM DEFESA DO SUS Atriz Alexandra Sanches, que morou em Barretos, emplaca seu quarto filme ARTE VOVó DO CINEMA IMPOSTO Os ricos reclamam muito e são os que mais sonegam os tributos Pág. 4-5 PAGAR MAIS E CHORAR MENOS

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Jornal Regional de Barretos

www.redebrasilatual.com.br barretos

nº 7 Novembro de 2011

DistribuiçãoGratuita

A história de Maria, a jovem que faz milagres desde 1942

Pág. 6

devoção

santinha do ibitu

Elas já representam quase metade do empresariado da cidade

Pág. 3

PodeR do BAToM

as empresárias

Fórum Regional vai defender o avanço na luta pela humanização

Pág. 2

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em defesa do sus

Atriz Alexandra Sanches, que morou em Barretos, emplaca seu quarto filme

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vovó do cineMA

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Os ricos reclamam muitoe são os que mais sonegam os tributos

Pág. 4-5

PAgAR MAis e choRAR Menos

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expediente rede brasil atual – barretoseditora Gráfica atitude Ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Leonardo Brito (estagiário) e Aquino José revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3241-0008 tiragem: 6 mil exemplares distribuição Gratuita

Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões [email protected]

joRnAl on-line

ediToRiAl

Uma coisa corriqueira no Brasil, que se repete de alto a baixo, sempre alteada pela velha mídia: o brasileiro paga imposto demais! Uma reportagem desconstrói essa verdade imposta pelo PIG – o Partido da Imprensa Golpista. Porque ao alardeá-la, o PIG só quer fazer eco de seus desejos. A manchete da matéria sintetiza o fato: Os milionários têm de pagar mais (imposto) e chorar menos. Leia a matéria e mande-nos suas impressões. Ela é importante para se desfazer a velha ideia de que de tanto se repetir uma inverdade, ela floresce como verdade. Os ricos reclamam muito e são os que mais sonegam os tributos. Porque muitos desses privilegiados vivem às escuras e fazem da escuridão sua luz.

Felizmente, uma luz brilhante dos curtas-metragens brasilei-ros continua acesa. Alexandra Sanches, a Alexandrina, emplacou o seu quarto filme e continua desempenhando um belo papel. Em Aurora, de Roney Freitas, ela mostra que está no ápice da car-reira, aos 82 anos. Alexandrina viveu sua juventude em Barretos. Ela veio para cá em 1943, um ano depois da morte de Maria Apa-recida Conceição que, aos 16 anos, foi assassinada pelo padrasto porque se recusou a manter relações sexuais com o criminoso. Sepultada no Cemitério Municipal, seu túmulo é o mais visitado da cidade. Devotos dizem que Santinha do Ibitu, como ficou co-nhecida Maria Aparecida, continua fazendo milagres.

É isso. Boa leitura!

sAúde PúBlicA

Fórum Regional pela qualidadeMovimento defende luta para combater privatização

Um Sistema Unificado de Saúde público, estatal e de qualidade é o principal foco de luta do Fórum Regional do setor, fundado dia 5 de novem-bro, na sede do Sindicato dos Previdenciários, em Barretos. Paulo Spina, representante do Fórum Popular do Estado de São Paulo, coordenou o en-contro e explicou os objetivos do movimento. Ele defendeu o avanço na luta pela humaniza-ção da saúde e enfatizou a ne-cessidade de combater todas as formas de privatização na área.

sindicAlisMo

vem aí o 1º Prêmio cUTDemocracia e Liberdade Sempre é o tema central

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Até 30 de novembro, está aberta a votação para o 1º Prê-mio CUT Democracia e Liber-dade Sempre 2011, no site da entidade sindicalista – <www.

cut.org.br>. O prêmio vai ho-menagear pessoas e entidades que lutaram pela redemocrati-zação do Brasil durante a dita-dura militar e as que lutam para

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aperfeiçoar o regime demo-crático brasileiro, defenden-do o exercício da liberdade. Em 1º de dezembro, a Cen-tral Única dos Trabalhadores (CUT) anuncia os vencedores no site. A entrega do troféu, criado pelo artista plástico Elifas Andreato – o mesmo que criou o prêmio Vladimir Herzog –, será dia 13 de de-zembro, no Teatro da Univer-sidade Católica, em São Pau-lo. Para o presidente da CUT, Artur Henrique, 44 anos, o prêmio “é um resgate da his-tória e valorização dos mi-litantes que reivindicaram a democracia e a liberdade de expressão no país”.

Para o diretor do Sindicato dos Previdenciários, Claudio Machado, a proposta do Fó-rum Regional é reunir-se com regularidade e convocar mais pessoas para debater pro-

blemas locais relacionados à saúde. Um novo encontro está marcado para 10 de de-zembro, às 14 horas, na sub-sede local do Sindicato dos Previdenciários.

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PodeR do BAToM

número de mulheres de negócios cresce na cidadeSegundo a Associação Comercial e Industrial de Barretos, elas já são 30% do empresariado

De acordo com a As-sociação Comercial e In-dustrial de Barretos, as mulheres constituem 30% dos 6.000 empresários do município. Na entidade, 240 empresárias compõem o quadro associativo, infor-mou o secretário executivo José Carlos Firmino. Ele destacou a importância da participação feminina nas empresas da cidade. Elas atuam no setor industrial, no comércio e na prestação de serviços.

“Na empresa é neces-

sário descentralizar, formar e acreditar na equipe de cola-boradores” – diz a empresária do ramo de farmácia de mani-pulação Liliamaura Lima, de São José do Rio Preto, que fez palestra para empreendedo-ras barretenses, a convite do Sebrae-Barretos, em parceria com a Associação Comercial e Industrial local. A farma-cêutica é vencedora estadual e vice-campeã nacional da edi-ção 2007 do Prêmio Mulher de Negócios do Sebrae. Ela defendeu a valorização dos trabalhadores e da empresa.

“O empreendedor tem de acreditar no seu negó-cio, fazer planejamento e traçar metas para evoluir e modernizar o empreen-dimento” – destaca Lilia-maura Lima. Ela aponta a necessidade de “reinven-tar” o negócio diariamente e ser criativo o tempo todo, pois isso é uma exigência da concorrência. “Inovar para liderar é fundamen-tal” – frisa. E complemen-ta: “O empreendedor não pode ter a atitude de per-dedor”.liliamaura fez palestra para mulheres de negócios na cidade

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“casa de Marias” atende mulheres exploradascidAdAniA

Pastoral da Mulher Marginalizada abre nova frente de luta contra a prostituição na cidade

casa de apoio da Pastoral localizada no bairro Marília

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Por meio de campanhas e doações da comunidade, a Pastoral da Mulher Mar-ginalizada de Barretos vai construir na Avenida Goiás, em Santa Terezinha, a “Casa de Marias”, que terá cozinha semi-industrial para atender as assistidas e uma capela de-dicada a São Gaspar Bertoni, fundador da Congregação dos Padres Estigmatinos, paróquia que desenvolve as ações. O terreno foi doado pela Cúria Diocesana. A casa de apoio funciona na Rua 42, no bair-ro Marília – um casal mora lá e encaminha as emergências. Em Barretos, a Pastoral rea-liza abordagens em casas de prostituição, às terças-feiras, sempre com o consentimento

ta a procura e a oferta pelo co-mércio do sexo” – diz.

A Pastoral não tira ninguém da prostituição. “Damos apoio e testemunho cristão. Se algu-ma mulher quiser mudar de vida, depende da sua vontade” – frisa Nivalda. Considerada uma Pastoral “difícil”, a equi-

pe barretense é formada por seis agentes. Para integrar o grupo é necessário participar de capacitação e ter um perfil que atenda as propostas de tra-balho. Os voluntários da insti-tuição também ajudam as pros-titutas no encaminhamento na prestação de serviços da saúde.

Uma Pastoral socialA Pastoral da Mulher

Marginalizada atua no Bra-sil todo, orienta-se pelas di-retrizes do Setor de Pastoral Social da Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBB) e se relaciona com a Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, Jus-

tiça e Paz. Seu objetivo é apoiar as prostitutas a exer-cerem a cidadania, fortale-cendo a autoestima e am-pliando questões sociais, como gênero, saúde e tra-balho. As atividades são de auto-organização e de forta-lecimento de suas lutas.

do proprietário. O trabalho é para as mulheres, embora haja alguns homens prostituídos. Segundo a coordenadora Ni-valda Duarte Menezes, é di-

fícil dizer quantas são explo-radas sexualmente na cidade, tendo em vista a rotatividade, que é grande. “Nos eventos, como a Festa do Peão, aumen-

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Famílias que ganham até dois salários mínimos gastam 49% da

renda com impostos

Famílias com renda acima de 30 salários mínimos usam 26% da renda para pagar tributos

Fonte: Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

iMPosTo

os milionários têm de pagar mais e chorar menosA carga tributária pesa mais para os brasileiros de baixa renda do que no bolso dos ricos – que são os que mais reclamam. Reduzir os impostos sobre o consumo, criar alíquotas mais justas e progressivas e taxar grandes fortunas é a reforma tributária necessária Por Vitor Nuzzi

O consultor Amir Khair, mestre em Finanças Públicas pela Fundação Getúlio Var-gas (FGV), lembra em artigo que o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) está previsto na Constituição de 1988, mas depende de lei complementar nunca aprovada. “O IGF po-deria ser cobrado de forma progressiva, arbitrando-se um nível mínimo de isen-ção” – sugere. “O imposto sobre o patrimônio é cobrado com sucesso há vários anos

Os milionários também terão de ajudar no combate à crise mundial. Uma das bíblias do mercado, a revista The Economist, já detectou esse movimento de caça aos ricos. O bilionário Warren Buffett, patrimônio estimado em US$ 50 bilhões, declarou que os ricos deveriam pagar mais impostos, afirmando que, proporcionalmente à sua renda, seu secretário recolhe mais tributos. A declaração de Buffett ecoou mundo afora. Países europeus aumenta-ram o imposto para pessoas de maior renda, com o obje-tivo de reduzir seus déficits.

O número de milionários brasileiros – que têm mais de US$ 1 milhão na conta – cresceu 6% em 2010 e atingiu 155 mil pessoas, conforme o Merrill Lynch Global Wealth Management e a consultoria Capgemini. Assim, o Brasil se-guiu em 11º lugar na lista mundial, liderada pelos Estados Unidos, com seus 3,1 milhões de milionários, 8% a mais que em 2009. A crise não impediu que o número de endi-nheirados no mundo aumentasse. Ele chegou a 11 milhões no ano passado, 8% a mais que em 2009 – crescimento me-nor que no ano anterior, 17%.

caça aos endinheirados

Brasil tem 155 mil ricos

imposto sobre fortunas À beira de um ataque de nervosNos países europeus e

nos EUA os ricos são cha-mados a colaborar por causa da situação fiscal dos gover-nos. Na Espanha, o imposto sobre patrimônios acima de € 1 milhão atingirá 150 mil pessoas e arrecadará mais de € 1 bilhão por ano. Na Fran-ça, o governo anunciou um imposto de 3% sobre a renda de quem recebe mais de € 500 mil por ano. Iniciativa seme-lhante terá Barack Obama para reduzir o déficit fiscal norte-americano, com uma

proposta de imposto voltado a quem ganha mais de US$ 1 milhão por ano – teria o nome de Buffett rule (regra Buffett),

Para o presidente da Central Única dos Tra-balhadores, CUT, Artur Henrique, chegou a hora de uma discussão séria so-bre justiça tributária. “Há uma parcela de multimi-lionários que poderiam pagar mais sobre a sua renda” – disse ele à Rádio Brasil Atual. Segundo ele, a discussão sobre a Emen-da Constitucional 29 (os gastos de Estados e muni-cípios com saúde) e a ne-cessidade de ampliar ver-bas para a saúde pública é a chance de rediscutir a re-forma tributária, incluindo o conceito de progressi-vidade – quem tem mais renda paga mais; quem tem menos paga menos.

Reforma já

na França, Espanha, Grécia, Suíça e Noruega. Não deu certo em alguns países – Áus-tria, Dinamarca, Alemanha, Finlândia e Luxemburgo –, mas pode dar certo no Brasil. Só saberemos testando.” Na Câmara, um projeto do depu-tado Dr. Aluízio (PV-RJ) cria a Contribuição Social das Grandes Fortunas (CSGF), com cobrança sobre patrimô-nio acima de R$ 5,52 milhões e destinação exclusivamente para a saúde.

em referência ao milionário. “Não é luta de classes. É ma-temática.” – diz Obama.

Para Artur Henrique, iniciati-vas como a de Warren Buffett sig-nificam que “eles sabem ser mais vantajoso ter uma parcela um pouco menor numa sociedade de economia mais dinâmica e com melhores condições de vida”.

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10% mais pobres usam 33% da renda

para pagar impostos

10% mais ricos usam

23% da renda

Quem pode pagar, dribla com facilidade os impostosPara o presidente do Instituto

de Pesquisa Econômica Aplica-da (Ipea), Marcio Pochmann, a arrecadação tributária concen-tra-se nos pobres. “Os ricos de-monstram capacidade de driblar os tributos” – diz ele. Em relação ao Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), a estimativa do Ipea é de que R$ 1 a cada R$ 3 deixa de ser arrecadado por meio de abatimentos na declaração anual dos segmentos que podem gastar com educação, saúde e previdência privadas.

Segundo Pochmann, poderia haver mais alíquotas do Imposto de Renda, desde que atingissem outras faixas de renda. Hoje, existem quatro: 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%. E começam a tributar o assalariado a partir de R$ 1.566,61 – valor abaixo da remuneração média do mercado formal de trabalho.

A recomendação do Con-selho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) – órgão da Presidência da República formado por re-

País ainda está muito longe da justiça fiscalEstudo da Associação

Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra que as pessoas com R$ 1 bi-lhão em aplicações, ou 63 mil cidadãos de alta renda, fecharam 2010 com R$ 371 bilhões investidos em bancos.

O presidente do Institu-to Justiça Fiscal, Dão Real Pereira dos Santos, lembra que o sistema tributário au-menta o fosso entre ricos e pobres. “Ele trata de forma anti-isonômica as rendas em função de sua origem. Isen-ta, por exemplo, o Imposto de Renda na distribuição de lucros aos sócios e acionis-tas das empresas, ou sujeita a alíquotas mais brandas os rendimentos de aplicações financeiras” – afirma.

A arrecadação tributária no Brasil, que em 2010 re-presentou 33,56% do PIB, é concentrada no consumo. Assim, um cidadão com renda mensal de um salário mínimo, embora não tenha Imposto de Renda desconta-

presentantes da sociedade – é ampliar o número de alíquo-tas, “para evitar distorções para faixas de renda mais bai-xas”. Ele também sugere que se torne progressivo o IPTU, imposto cobrado pelas pre-feituras. “As favelas pagam, proporcionalmente, mais do que as mansões” – afirma. Ele defende medidas como IPVA maior para veículos como lan-chas, iates, jatinhos. “Quem critica é quem menos paga” – diz Pochmann.

do no holerite, sofre no preço do pãozinho e do leite a mes-ma tributação que o bilionário Eike Batista.

Relatório de 2010 do CDES já afirmava que, em relação aos tributos, “o Brasil caminha no sentido contrário

ao da justiça fiscal”. A injus-tiça se materializa ao desres-peitar o princípio da equidade. “Com o elevado peso dos tri-butos sobre bens e serviços na arrecadação, pessoas que ga-nhavam até dois salários míni-mos em 2004 gastavam 48,8%

de sua renda no pagamento de impostos e as famílias com renda superior a 30 sa-lários mínimos, 26,3%.”

Para facilitar a tramita-ção no Congresso, o governo tende a apresentar a reforma tributária “fatiada”, dividida em quatro etapas. Um dos itens é a desoneração da fo-lha de pagamentos, que pre-ocupa os trabalhadores pelos possíveis efeitos negativos à Previdência. “Considera-mos que para alguns setores isso vai ser muito importan-te. Para outros setores, pode não ser essa a forma melhor de desoneração” – afirmou a presidenta Dilma Rousseff, em discurso no final de se-tembro.

Outros itens a serem dis-cutidos incluem mudanças no ICMS. Um primeiro pas-so foi dado com a aprovação do projeto de ampliação do Supersimples. Mas, em qual-quer mudança, toda reforma precisa incluir um conceito simples, mas nem sempre lembrado, de justiça social. imposto onera indistintamente todas as classes no Brasil

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devoção

Túmulo de santinha do ibitu atrai muitos romeirosMaria Aparecida Conceição, morta a facadas em março de 1942, protege e faz milagres

Tumulo da santinha no cemitério Municipal

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Durante todo ano – mas principalmente na Quaresma e no Finados –, o túmulo mais visitado no Cemitério Munici-pal de Barretos é o da quadra 1 Adulto, sepultura perpé-tua 741, onde estão os restos mortais de Maria Aparecida Conceição. Aos 16 anos, ela foi morta a facadas, em Ibitu, pelo padrasto, Antônio Pires Cordeiro, de 32 anos. Com o tempo, cresceu a fama de san-tidade da adolescente, embora suas virtudes não sejam reco-nhecidas pela Igreja Católica. Os devotos vão ao local em busca de proteção, milagres e graças. Queimam velas, depo-sitam flores, terços, quadros, fotos, orações e bilhetinhos com pedidos de curas e agra-decimentos.

O crime hediondo, segun-do a imprensa da época, cho-cou a cidade. O fato ocorreu no início da noite, numa plan-tação de arroz, perto do córre-go do Gaiola, no então distrito de Itambé. A adolescente se recusava a manter relações se-xuais com o padrasto que, por isso, a matou. A irmã, Isaura Santana, de 13 anos, que a acompanhava até a vila, refu-giou-se num brejo e se atolou nas taboas. Depois do crime, Antônio se entregou. Tinha a roupa manchada de sangue.

O subdelegado Eduardo Borsato foi ao local do crime e encontrou muita gente cercan-do o corpo da moça, que tinha a faca cravada no peito. Deses-perada, a mãe da jovem, Jose-fa da Conceição, gritava: “O

teiro talentoso. Antônio recu-sou convites do ex-patrão para voltar a Barretos quando saís-se da prisão. Nunca se soube o destino que ele tomou. A mãe e a irmã da vítima também se mudaram de Itambé e não de-ram mais notícias.

Populares construíram uma capelinha no lugar onde Ma-ria Aparecida foi assassinada. A igrejinha fica na Fazenda Santa Luiza. Moradores do Ibitu afirmam que muita gen-te visita o lugar onde o corpo de “Santinha” foi encontrado. “Quando o sol forte castiga a roça e a comida vai se per-dendo, o povo faz caminhada de penitência pedindo a inter-cessão dela. E a chuva vem” – conta dona Luiza Gonçalves, antiga moradora do distrito.

assassino é o Antônio!...” O homem foi preso. Antônio era amásio de dona Josefa e tra-balhava para José Neves Pai-xão, cuja família lhe dedicava

estima. Em outubro de 1942, o juiz Washington de Barros Monteiro mandou o preso para a Casa de Detenção, em São Paulo, onde virou um carpin-

PinTURA

o artista e seus gizes coloridosDaltônico, Luiz Augusto Nogueira pinta belas paisagens nórdicas e imagens do Canadá

O industrial mecânico Luiz Augusto Nogueira, 55 anos, faz uma confusão danada com as cores. Entretanto, ganha re-conhecimento em virtude de sua arte de pintar paisagens usando giz escolar. O barre-tense demora em média quatro horas para fazer um desenho em lousa, utilizando técnica e sensibilidade.

Desde a infância, Luiz Augusto gosta de pintar com lápis preto. Mas a pedido de amigos, há seis anos, começou a desenhar em lousa no Centro

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Espírita Amor, Fé e Caridade. As pessoas gostaram de seu trabalho. Então, ele aprimorou a técnica, auxiliado pela espo-sa Sandra Costa, que lhe dá as dicas das cores do giz. Ele confessa ser “meio daltônico”. “Não é mediunidade. É jeito mesmo” – ressalta.

O artista frisa que não cria a obra, apenas reproduz ima-gens bonitas que encontra na internet. Gosta de paisagens nórdicas e de cenas da Aus-trália e Canadá. A lisa textu-ra da lousa é a principal difi-

culdade que encontra para realizar seu trabalho. Mas já encontrou um caminho alternativo. Descobriu uma “tinta especial” que passa no Duratex e que facilita a aderência do giz.

Luiz Augusto não vende seus quadros. Apenas presen-teia amigos e familiares. Diz que pretende intensificar a produção para ter seu próprio acervo e cedê-lo a exposi-ções. Revela que já fez umas 30 ou 40 obras, mas boa parte acabou se apagando.

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cineMA

Atriz de 82 anos, que morou em Barretos, volta à telaAlexandra Sanches, a Alexandrina, atua em Aurora, um curta-metragem de Roney Freitas

Alexandra Sanches é o nome artístico de Alexandri-na, 82 anos, que está gravando seu quarto filme curta-metra-gem. Ela nasceu em Luz, em Minas Gerais, e se mudou para Barretos em 1943, onde viveu boa parte de sua vida. Morou na Vila Rios e em frente ao prédio do INSS, na Avenida 17. Ainda hoje sua irmã, Odó-rica Leite, reside na cidade e a maioria dos familiares mora no bairro Pedro Cavalini. Ela, em 1980, foi para Ribeirão Preto e, depois, para Cam-pinas. Alexandrina é casada, tem uma filha e três netos.

Bordadeira, aspirante a pianista, artesã de argila, amante das artes, em 1983, na Unicamp, fez um curso de extensão universitária em teatro, com o professor Adil-som Barros e o ator Paulo Betti. Em 1996, foi aluna de Antunes Filho no Centro de Pesquisas Teatrais. De 2004 a 2008 foi ouvinte em cursos

no Instituto de Arte na mesma universidade.

No teatro, atuou em inúme-ras montagens, como O Ca-peta de Caruaru, com direção de Adilson Barros; Calabar, dirigido por Tom Crivelaro; e Quando Tudo Acontece na Segunda-Feira, entre outras pe-ças. Ao se envolver no meio ar-tístico, Alexandra Sanches fez inúmeros contatos, que lhe ren-deram alguns filmes. Em Anões do Jardim, ela interpreta Catari-na, uma mulher que acredita em

Um filme tocanteO curta-metragem Au-

rora, de Roney Freitas, tem 20 minutos de duração e custou R$ 98 mil. Foi reali-zado pela Prefeitura de São Paulo e contou com o apoio do Governo do Estado, por meio do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, e patro-cínio da empresa Slotter. Foi rodado em São Paulo e em Caucaia do Alto, subdistrito de Cotia (SP). O curta im-pressiona pelas belas ima-gens, onde se aproveita – e muito – a luz natural. Au-rora é uma mãe idosa que revê, depois de um período, o filho sexagenário. Passa-se, então, da desconfiança e tristeza do abandono para momentos de muita ternura.

Aurora foi exibido na 5ª Mostra CineBH 2011; no 34º Festival Guarnicê de Ci-

nema, em São Luís do Ma-ranhão; no Festival Interna-tional Signes de Nuit, em Paris, França; no 22º Festi-val Internacional de Curtas-metragens de São Paulo e estreou mundialmente em Los Angeles, EUA, no 15th Los Angeles Latino Inter-national Film Festival. Até o ano que vem está inscri-to em vários festivais. Não há previsão de exibição em Barretos, informa o diretor Roney Freitas.

Academia de Letras e Artes de Barretos desenvolve consciência do valor dos grandes autores

liTeRATURA

Maratona de declamação de Poesias foi um sucesso

Para desenvolver nos alunos a valorização dos grandes escritores brasilei-ros, a ALAB – Academia de Letras e Artes de Barretos – promoveu a XIII Maratona de Declamação de Poesias. Participaram do evento es-tudantes das escolas públi-cas municipais e estaduais, em três categorias. Foram

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analisados a escolha da poe-sia, a postura, a memorização, a declamação, a entonação da voz e o gestual.

José Stéfano, de 7 anos, da Escola Municipal Dr. João Ferreira Lopes, da Vila Rios, venceu na categoria do 1º ao 5º ano do ensino fundamen-tal, interpretando a poesia O Buraco do Tatu, de Sergio

Catarelli. Thainá Morais, da Escola Municipal São Fran-cisco, ganhou na categoria do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, declamando Nem Tudo é Fácil, de Cecília Meireles. E Danilo Ferreira Peixoto, da Escola Estadual Mário Vieira Marcondes, o Estadão, ficou em 1º lugar na categoria ensino médio, in-

terpretando Adiamento, de Fernando Pessoa. A esco-la Dr. João Ferreira Lopes também faturou o prêmio de melhor torcida.

A presidente da ALAB, Marlene Rocha, ficou satis-feita com a participação das escolas da cidade, com o ní-vel das poesias e das apre-sentações dos alunos.

anões. Em Tiro Livre Direto, vive Idalina, uma senhora que faz tricô enquanto acompanha o neto em partidas de futebol. Em Os Desalmados, ela é Assunta, senhora religiosa que descobre uma santa em casa.

Alexandra Sanches sente--se realizada como pessoa e atriz. É muito incentivada pelos familiares e amigos. E revela um sonho: “quero gra-var um longa-metragem para melhor mostrar minhas habi-lidades”.

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FoTo sínTese – igRejA sAnTo AnTônio

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Respostas

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horizontal – 1. Veloz; coloração 2. Magnetismo; Chego ao porto 3. Símbolo químico do sódio; Sigla da Agricultural Land Reserve; Sigla Essencial Oil 4. Gás ligeiramente azulado 5. Prenome de Coralina, poetisa goiana; Sigla da British Petroleum; Convergência Socialista 6. Que se crava de modo profundo (plural) 7. Anfíbio anuro; Parte inferior da planta; Preposição a mais artigo o;8. Capital da Noruega; Conselho Regional de Psicologia 9. Parte inferior pendente de certas peças do vestuário; Ruim 10. Cidade de Pernambuco; Logradouro 11. Prep. (lat. in) Introduz objeto indireto; Morte

vertical – 1. Mamífero de grande porte, pele grossa e cabeça grande, com um ou dois chifres na testa, patas com cascos e três dedos cada, encontrado na Ásia e África 2. Mulheres guerreiras da Antiguidade; Sigla de um Estado do Norte brasileiro 3. Utensílio usado em trabalhos agrícolas; Obrigações Reajustáveis do Tesouro; Lloyd Aereo Boliviano 4. Que pode viver fora do ar5. Salvador, pintor espanhol; Símbolo de rádio; Associação Riograndense de Bibliotecários6. A maior desonra, ignomínia; Gemido triste e doloroso 7. Situação de concórdia e tranquilidade 8. Expressão chula que significa coito; Que custa alto preço 9. Personagem da mitologia grega; Passar pelo coador 10. Sigla de Rondônia; Dirigir o sopro

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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Palavras cruzadas

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