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ATUAÇÃO DO CNPq DURANTE O REGIME MILITAR: NOVAS BASES PARA A
AFIRMAÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA NACIONAL
Marcelo Luiz Mendes da Fonseca
Universidade Cândido Mendes – UCAM/RJ - Mestrado em Economia Empresarial
e-mail: [email protected]
Área Temática: História Econômica.
Resumo: A partir da Segunda Guerra Mundial, os avanços da tecnologia bélica (farmacêutica, aérea e
principalmente a energia nuclear) despertam os países para a importância da pesquisa científica. Diversas nações
montam estruturas de fomento à pesquisa, como no caso brasileiro. O Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico é o sucessor do antigo Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), do qual conserva a
sigla. O CNPq desenvolve desde os anos 50 ações para a formação de recursos humanos para o desenvolvimento
das atividades de pesquisa e sua história está diretamente ligada ao desenvolvimento científico e tecnológico do
Brasil contemporâneo. O órgão promove ciência, tecnologia e inovação e tem apoiado, ao longo dos anos, a
formação de milhares de pesquisadores, cientistas e técnicos. O artigo tem como objetivo investigar a atuação do
CNPq no período 1964-1975, quando se observa uma crescente ênfase, por meio do discurso do governo, no
problema da ciência e da tecnologia como elementos fundamentais para o projeto desenvolvimentista nacional.
O trabalho abordará a vontade política do governo federal durante o regime militar de reduzir a dependência
tecnológica exterior.
PALAVRAS-CHAVES: Políticas Públicas - Financiamento a C&T – História Econômica.
1. INTRODUÇÃO
No período que vai do final dos anos 40 aos anos 60, o Brasil criou sua base
institucional para o desenvolvimento científico e tecnológico. Foi criada a Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em 1948, que “representa a consolidação da
percepção quanto à necessidade de se afirmar a identidade do cientista, baseada na sua
neutralidade relativamente ao mundo dos interesses e na objetividade do conhecimento que
produz” (BURGOS, 1999, p. 32). Também foram criados, nesse período, o Centro Brasileiro
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de Pesquisas Físicas (CBPF), a Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior
(CAPES) e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Conselho Nacional de Pesquisas
(CNPq) que foram marcos de institucionalização da política científica e tecnológica no Brasil.
O período é caracterizado pelos esforços na formação de recursos humanos em
pesquisa básica e pesquisa aplicada. Foram criados mecanismos de fomento e reestruturação
das universidades públicas e institutos de pesquisa. Não havia ainda um esforço articulado e
com metas claras para ligar o desenvolvimento científico e tecnológico ao desenvolvimento
sócio-econômico.
Com o Regime Militar de 1964, o laço existente entre nacionalismo e ciência e
tecnologia se reflete de forma mais marcante sobre o Estado, que passa a desenvolver mais
intensamente políticas públicas voltadas para o seu desenvolvimento. O que parece orientar a
ação dos militares nesta área é uma influente ideologia, baseada na doutrina de segurança
nacional. A questão da autonomia tecnológica assume importância estratégica no
desenvolvimento econômico do Brasil, a partir da implantação de um parque industrial de
base tecnológica nacional.
O CNPq ganha destaque neste novo quadro político. Em oito de dezembro de 1964, a
sua Lei de criação é alterada pela Lei nº. 4.533/641, que retirava a atribuição da política de
energia atômica, a qual passava para a Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEN). O
artigo 3º da Lei atribui ao CNPq a tarefa de: “formular a política cientifica e tecnológica
nacional e executá-la, mediante planejamento com programas a curto e longo prazo,
periodicamente revistos”. O governo militar incentiva a formação de profissionais
especializados para a indústria e o fortalecimento do aparato técnico-científico ao projeto-
maior do regime: transformar o Brasil em grande potência mundial. A sua área de
competência passa a abranger o papel de formulador da política científico-tecnológica
nacional e de atuar, juntamente com o Ministério e outros órgãos do governo, na a resolução
de problemas relacionados com a ciência e tecnologia.
Dessa forma, o Conselho teve ampliado a sua área de competência: além de formular e
programar a política científica nacional do país, passa a ter a responsabilidade de coordenar a
busca de solução para vários problemas relacionados à ciência e suas aplicações. O CNPq já
contava com a assessoria da Academia Brasileira de Ciências (ABC), que se transformou no
1 BRASIL. Leis, Decretos. Altera a Lei 1.310 de 15 de janeiro de 1951, que criou o Conselho Nacional de
Pesquisas e dá outras providências. Publicado em 15/12/1964 no Diário Oficial da União.
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seu órgão consultivo. Paralelamente, a referida lei desvinculava definitivamente o órgão das
tarefas de execução de pesquisas no campo da energia atômica.
O CNPq passou por uma reestruturação da organização interna. Conforme o novo
Regimento Interno, publicado no Diário Oficial da União de 01 de fevereiro de 1966, a
estrutura geral passa a ser a seguinte:
I) Presidência (um presidente, um vice-presidente e um gabinete);
II) Conselho Deliberativo;
III) Procuradoria;
IV) Departamento Técnico-Científico;
V) Departamento Administrativo;
VI) órgão subordinados.
O CNPq permaneceu subordinado diretamente à Presidência da República e apesar da
Capital Federal estar localizada, desde 1960, em Brasília, o Conselho manteve sua sede no
Estado da Guanabara.
Para executar a nova política de C&T, fazia-se necessário a criação de instrumentos de
longo prazo para resolver o problema do êxodo de cientistas brasileiros e criar mecanismos
para promover a articulação entre ciência, tecnologia e setor produtivo. Para explorar o papel
do CNPq nesse período, este artigo abordará, na seção dois, as mudanças institucionais e
políticas pelas quais passou a área de C&T nos anos 1960/1970. Abordará também, na
segunda seção, o motivo do insucesso de tais políticas para o desenvolvimento tecnológico do
setor produtivo nacional.
A seção três investigará de forma detalhada o aprofundamento institucional e
funcional do CNPq, a partir de um levantamento das modificações ocorridas na estrutura
interna do órgão, entre 1964 e 1974, isto é, desde a alteração da sua lei de criação até a
passagem para o regime de Fundação.
Por fim, investigará, na seção quatro, como se desenvolveu Plano Qüinqüenal
do CNPq, e levantará detalhadamente as bases de uma programação para o desenvolvimento
científico e tecnológico do Brasil. As principais conclusões serão apresentadas na seção cinco.
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2. PANORAMA BRASILEIRO DO APOIO GOVERNAMENTAL ÀS ATIVIDADES
DE C&T
A mudança política ocorrida em 1964 garante uma crescente ênfase, por meio dos
discursos oficiais, na questão da ciência e tecnologia como elementos fundamentais para o
projeto desenvolvimentista do regime militar. Ainda que essa ênfase não se traduzisse a curto
prazo em ações coordenadas na área de C&T, cabe destacar a criação, nesse mesmo ano, do
Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico no Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (BNDE). Trata-se de uma experiência ainda isolada, na política econômica então
desenvolvida pelo governo militar (CARVALHO, 1979, p.10).
Após alguns anos do novo regime dominados pela política liberal de abertura
comercial, a força da nova ideologia começa a se destacar. A primeira evidência foi dada em
1968 quando foi criado o Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED), cujas propostas
iniciais eram: fortalecimento dos mecanismos financeiros de amparo ao desenvolvimento da
C&T implementadas pelo CNPq e BNDE e a criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (FNDCT). Era a primeira vez que a C&T ganhava o status de
prioridade de governo. Ocorreu importante reforço às atividades de pesquisa, principalmente
devido a criação do FNDCT, o que nas décadas seguintes, permitiu suporte para ação mais
efetiva na área de C&T. Observa-se que o Plano de Metas (1957-60), embora elaborado
apenas cerca de 10 anos antes do PED, não dava importância ao problema da C&T e,
consequentemente, ao problema da autonomia científica e tecnológica. De modo geral, os
problemas enfrentados pelo Plano de Metas podem ser resumidos pela seguinte passagem:
No contexto econômico, os analistas da época defendiam que o país vinha passando, desde a
década de 1930, por um processo de substituição de importações não-planejado, e essa
característica seria a causa dos constantes desequilíbrios no balanço de pagamentos. O Plano de
Metas pretendia corrigir essa falha. O Plano objetivava também a superação dos obstáculos
estruturais e os investimentos deveriam ser implementados em perfeita harmonia nos diversos
setores da economia. O crescimento econômico ocorreria em cadeia. A meta de mecanização da
agricultura, por exemplo, indicava a necessidade de fabricação de tratores e caminhões, prevista na
meta da indústria automobilística (FONSECA, 2011, p. 10).
O destaque conferido à C&T pelo PED explica-se, em parte, pela crescente
importância atribuída, pelos militares, ao problema da autonomia tecnológica. Os militares
passaram a ver a C&T não apenas como um meio de modernização da força militar, mas
como um elemento decisivo para a realização de um projeto maior: a construção da grande
potência. O PED possuía também os seguintes objetivos básicos: aumento da taxa de
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investimento por meio do fortalecimento das empresas privadas; combate à inflação;
consolidação da infraestrutura sob responsabilidade do Governo; ampliação do mercado
interno; e, minidesvalorização cambial. Pretendia-se criar condições para a retomada do
processo de crescimento mediante aumento da taxa global de poupança e de investimentos
público e privado e pela manutenção de alto nível de consumo privado e da demanda global.
A Reforma Universitária de 1968 foi decisiva para a execução da política científica e
tecnológica do PED e, mais tarde, do II PND. A Reforma criou condições propícias2 para que
determinadas instituições passassem a articular atividades de ensino e pesquisa, que ate então,
salvo raras exceções, estavam relativamente desconectadas. Essa nova estrutura viabiliza
também, a implantação de um sistema de pós-graduação nas universidades a partir de 1970.
Para atender a esse dispositivo, criou-se uma política nacional de pós-graduação, expressa nos
planos nacionais de pós-graduação e conduzidas pelo CNPq e CAPES, às quais caberiam a
responsabilidade sobre a distribuição das bolsas.
A implantação do sistema de pós-graduação propicia uma profunda alteração da vida
intelectual brasileira. A expansão dos cursos de pós-graduação se dá de forma exponencial,
permitindo a formação em massa de novos mestres e doutores. Destaca-se que entre 1969 e
1980, o número de cursos de pós-graduação passa de 228 para 992 e o número de estudantes
aumenta de 1.372 para 38.609 (OLIVEIRA, 1985, p. 37).
O objetivo da implantação da C&T no sistema universitário era criar uma nova
dinâmica de modernização no setor industrial que fosse capaz de fortalecer processos
endógenos de inovação. Entretanto, essa tentativa de modernizar a industrial nacional falhou,
pois o complexo industrial montado pelo governo militar para estimular a relação entre C&T
e setor produtivo não produz o efeito desejado. A C&T fica confinada, em sua maior parcela,
dentro das universidades, com pequena interação com o setor produtivo e a sociedade em
geral (BURGOS, 1999, p. 38).
Uma das possíveis razões para isso é que, ao longo dos anos 70, a economia estava
atravessando a última fase do ciclo de substituição de importações, com a instalação dos
complexos químicos e metal-mecânicos, fortemente baseados em tecnologia importada.
Hermann (2005) destaca que:
(...) O crescimento das exportações foi liderado pelos bens manufaturados (+639%) e, quanto à
composição das receitas, pelo aumento do quantum (volume físico) (+109%), embora a contribuição
os preços em dólares das mercadorias exportadas pelo Brasil tenha sido significativa (+77%). A
2 A Reforma Universitária de 1968 adota o sistema norte-americano de pós-graduação, com a organização das
universidades em institutos e departamento, e com cursos sob sistema de créditos (BURGOS, 1999, p. 37).
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expansão das importações teve um perfil semelhante, com maior crescimento dos volumes (+177%)
que dos preços (+54%). A elevada sensibilidade do quantum de importações ao crescimento do PIB
nesse período refletiu, essencialmente, o estágio de desenvolvimento industrial da economia
brasileira à época: fase a dependência externa do país com relação a bens de capital e insumos
(especialmente petróleo e derivados), o crescimento do setor de bens de consumo duráveis
pressionou as importações desses itens (HERMANN, 2005, p. 72)..
O I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND) reforça as intenções do PED, que o
antecedeu, e acrescenta a tendência de aceleração do crescimento econômico e orientação de
transferência de tecnologia para o país.
Os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND’s) resultaram nos Planos Básicos de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PBDCT’s I, II e III). Os PBDCT’s receberam
apoio financeiro do Fundo de Desenvolvimento Tecnológico (FUNTEC) do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico, substituído posteriormente pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), gerido pela FINEP. O sistema regido
pelo PBDCT é integrado por todas as instituições de pesquisas científicas e tecnológicas,
usuárias de recursos governamentais.
No ano de 1972 é constituído o Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (SNDCT), que previa a constituição de estruturas setoriais e, posteriormente,
expandiu-se para estruturas estaduais. O CNPq passa a ser reconhecido como o órgão central
do sistema, ficando, em conjunto com o Ministério do Planejamento, encarregado das
seguintes tarefas: realizar estudos relativos à formulação da política nacional de
desenvolvimento científico; e incentivar, por meio de cooperação, a realização de pesquisas
por sociedades de economia mista e empresas do setor privado, bem como sua articulação
com órgãos de pesquisa governamentais.
Ao CNPq competia também acompanhar a execução dos programas, atividades ou
projetos de pesquisas decorrentes dos Planos de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
coletar, analisar, armazenar e difundir dados de interesse para a ciência e tecnologia; cooperar
financeiramente com a pesquisa, dentro do seu orçamento; e avaliar periodicamente, os
resultados obtidos através das políticas da área de C&T, e sua orientação aos objetivos do
governo. Pode ser observada, também neste período, a ampliação do leque de funções do
CNPq, tendo como consequência uma grande reorganização interna do órgão. Outro fato
marcante é a progressiva expansão da sua máquina burocrática para exercer tais funções
(ALBAGLI, 1986, p. 18).
O I Plano Nacional de Desenvolvimento (1972-1974) já fazia referências à
necessidade do fortalecimento e da modernização da estrutura do CNPq. Com a criação da
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Secretaria de Planejamento (SEPLAN), em maio de 1974, esta absorveu as atribuições do
antigo Ministério do Planejamento e Coordenação Geral, e o CNPq passou para sua esfera de
competência.
O I PBDCT (1973-74) estava aliado aos objetivos nacionais do I PND, de tornar a
economia brasileira dinâmica e moderna, que permitiria ao país enfrentar a competição
econômica e tecnológica. O I PBDCT já apresentava alguma preocupação com os problemas
regionais, ao criar o Programa de Pesquisa do Trópico Úmido, cujo objetivo era pesquisar as
condições de adaptação do ser humano às peculiaridades da região amazônica e preservação
do equilíbrio ecológico (CNPq, 1973, p. 99).
3. O APROFUNDAMENTO INSTITUCIONAL DO CNPq
A lei de criação do CNPq estabelecia como suas finalidades, a promoção e o estimulo
ao desenvolvimento da investigação científica e tecnológica, por meio da concessão de
recursos para a pesquisa, formação de pesquisadores e técnicos, cooperação com as
universidades brasileiras e intercâmbio com instituições estrangeiras.
Desde sua origem, as funções do CNPq tinham sido vinculadas à questão da segurança
nacional, sobretudo pelas atribuições relativas à política nuclear. Esta vinculação permanece
explícita através do art. 3º, item l da sua Lei de reestruturação, conforme transcrito abaixo:
“Colaborar, especialmente com o Conselho de Segurança Nacional e o Estado Maior das Forças
Armadas, na formulação do conceito estratégico nacional, nos aspectos que dependam da ciência e
da tecnologia3”.
A Lei de reestruturação do CNPq ressalta ainda no seu artigo 5º que:
“Ficarão sob o controle do CNPq ou quando necessário, do Estado Maior das Forças Armadas ou
de outro órgão que for designado pelo Presidente da República (grifo nosso), as atividades
relacionadas às pesquisas de interesse militar4.”
O grifo no artigo 5º aponta a mesma situação encontrada na lei de criação do órgão
(Lei 1.310/51), com relação ao controle da política nuclear. De acordo com Brunetti:
(...) o CNPq exerce, mas, ao mesmo tempo, não exerce de fato o controle das pesquisas de C&T na área
militar. No caso da energia atômica, foram vistas as dificuldades enfrentadas, os recursos utilizados com
respaldo na ressalva feita pela Lei, culminando com a criação do Conselho Nacional de Energia Nuclear –
3 BRASIL. Leis, Decretos. Lei 4.533 de 08 de dezembro de 1964. op.cit., art. 3º, item 1.
4 Id. ibid
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CNEN, no presente caso, pesquisas militares, o CNPq não chegou a exercer tal controle ficando essa
atividade a cargo de outros órgãos (BRUNETTI, 1981, p. 34).
Administrativamente, o CNPq permanece vinculado diretamente a Presidência da
República. O Conselho Deliberativo continua sendo o órgão soberano de planejamento e
orientação do CNPq, sofrendo apenas algumas alterações em sua composição: o número de
representantes dos ministérios passa de cinco para sete e o representante do órgão industrial
passa a ser o mesmo do BNDE.
Em 1966 foram criados dois novos setores na antiga divisão técnico-científica, então
transformada em Departamento: o Setor de Ciências Sociais e o de veterinária. É nesse
momento que o CNPq institucionaliza o apoio às ciências sociais, embora antes disso tivesse
concedido pequenas dotações a essa área (ALBAGLI, 1986).
QUADRO I
Número de bolsas distribuídas pelo CNPq para o país e o exterior (1964-1972)
ÁREA DE CONHECIMENTO
Anos
Agronomia
Ciências
medicas e
biológicas
Química
Astronomia
e Física Matemática
Tecnologia Ciências
sociais
veterinária
1964 83 217 212 74 30 52 - -
1965 189 307 125 76 45 48 - -
1966 189 396 134 120 62 86 14 41
1967 235 458 178 131 80 109 8 46
1968 238 416 189 139 120 188 31 54
1969 302 581 209 198 159 289 76 94
1970 361 758 244 250 259 343 110 142
1971 533 843 309 303 331 523 163 193
1972 782 781 252 289 351 507 161 296
Total 2.912 4.757 1.761 1.580 1.437 2.145 563 866
Fonte: Relatório de atividades do CNPq (1964-1972). Arquivo CNPq/Acervo MAST.
Observa-se no Quadro I, que os pesquisadores da área de ciências sociais são
beneficiados com as primeiras bolsas de estudo a partir de 1966, e que, ao longo do período
recebem sempre as porcentagens mais baixas de bolsas.
Como consequência da política de prioridades já comentada anteriormente, observa-se
uma acentuada concentração das bolsas em dois setores, biologia e agronomia, que, no
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período examinado, tem em conjunto uma participação superior a 40 % das bolsas
distribuídas pelo CNPq. O Quadro I demonstra, também, a orientação do órgão no sentido em
que o financiamento de estudos e pesquisas tecnológicas não constituía área de atuação
prioritária. O número de bolsas recebidas no período, pelo setor de tecnologia (incluído as
ciências de engenharia), corresponde apenas a terceira prioridade do Conselho relativa à
concessão de bolsas.
No que se refere à concessão de bolsas para o exterior (Quadro II), nota-se que, apesar
de mostrar crescimento em termos absolutos, sua participação no total de bolsas apresenta
oscilações significativas de ano para ano, e seu comportamento, ao longo do período, indica
claramente uma tendência relativa decrescente. A partir de 1969, e possivelmente em função
do maior estímulo, e conseqüente expansão dos programas de pós-graduação no país para o
qual concorreram as iniciativas do CNPq, a proporção de bolsas decai consideravelmente.
Assim, se em 1964, 10,1% das bolsas destinavam-se à realização de estudos no estrangeiro,
oito anos depois este percentual corresponde a 4,1% das mesmas.
Quadro II
Bolsas no exterior concedidas pelo CNPq (1968-1972)
Anos Número de bolsas
Percentual sobre total de
bolsas oferecidas em cada ano
(%) 1964 61 10,1
1965 76 8,9
1966 77 6,6
1967 95 6,8
1968 110 7,0
1969 154 7,2
1970 153 5,7
1971 140 4,1
1972 152 4,1
Fonte: Relatórios de atividades do CNPq (1964-72). Arquivo CNPq/Acervo MAST.
Com relação ao orçamento, observa-se uma relativa melhora a partir de 1964, quando,
conforme relatório do CNPq, “O órgão cumpre os compromissos financeiros assumidos em
anos anteriores e considera a quase totalidade dos pedidos de auxílio a ele dirigidos pelos
pesquisadores nacionais.” (CNPq, 1969, p. 12).
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3.1 PLANO QUINQUENAL DO CNPq
Quando da elaboração do Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED), o CNPq
participou como coordenador de um grupo de trabalho que tinha a finalidade de elaborar
sugestões de políticas e programas de ação em ciência e tecnologia, que seriam incorporadas
ao Programa.
Com base no PED e em estudos realizados por membros da comunidade científica, o
CNPq elaborou um Plano Quinquenal (1968-72). O Plano tinha como objetivo a formulação
de projetos de investigação considerados importantes para o desenvolvimento do país,
principalmente nos setores de agricultura, astronomia, biologia, ciências sociais, física,
geologia, matemática, química e tecnologia. Havia também um item específico para o estudo
da Região Amazônica que demonstra a preocupação da agência na época com as questões
ambientais.
De acordo com as diretrizes do Plano Quinquenal:
A ciência e a tecnologia não têm preferidos e o gigantesco poder da tecnologia moderna é
acessível a qualquer país, desde que seus governantes efetivamente se dediquem a promover o
desenvolvimento científico, assistindo convenientemente seus tributários: ensino de ciência mais
prolongado e de alta qualidade, maior proporção de cientistas no corpo docente, laboratórios
adequados aos diferentes setores da investigação, pós-graduação em padrão internacional,
formação de técnicos, intercâmbio de cientistas, moderno serviço de documentação e informação e
condições salariais condignas à grandeza da missão que desempenha o pesquisador na sociedade
moderna5.
A perspectiva que regeu a elaboração do Plano Quinqüenal foi a de construir um
instrumento de formulação de políticas públicas científica e tecnológica de base nacional.
Esse plano também tinha como objetivo fornecer um retrato da situação da pesquisa
científica e tecnológica no Brasil. O Plano Quinquenal revelava esta preocupação ao assinalar
que:
O desenvolvimento da pesquisa científica nacional necessita da fixação de medidas básicas que se
identifiquem como essenciais ao estabelecimento de uma sistemática e se consubstanciem em planos
setoriais, em projetos de trabalho que assegurem sua perfeita coordenação e facilitem a avaliação
dos resultados alcançados e, sempre que oportuno, o reajustamento de planos e projetos ao longo do
plano qüinqüenal6.
5 Conselho Nacional de Pesquisas – Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Plano Qüinqüenal - 1968-1972).
IBGE, Serviço Gráfico, p.9 6 Relatório de atividades do CNPq, 1969. (Arquivo CNPq/Acervo MAST)
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Dentre os objetivos de curto prazo estabelecidos pelo plano, destacavam-se os
seguintes:
1 – Equipamento ou reequipamento de dois ou três melhores centros de pesquisa em cada setor
de atividade científica, de modo a assegurar sua plena participação na execução de projetos de
pesquisa e na formação de novos pesquisadores;
2 – Ampliação do efetivo de cientistas, tecnólogos e professores de ciências, através de cursos
de pós-graduação de alto nível, no país ou no exterior;
3 – Incentivo à criação de centros de pesquisa em domínios ainda pouco explorados e que se
enquadrem nas áreas prioritárias;
4 – O incentivo à elevação do padrão de ensino de ciências, nos meios universitários, através
de:
Ampla divulgação do que melhor se realiza nos países mais adiantados;
Intercâmbio de mestres, e;
Estágio de alunos em centros e institutos de pesquisa e em laboratórios industriais;
5 – Elevação do conhecimento científico e tecnológico,por meio de intenso programa de bolsas
de estudo no exterior com vistas à pós-graduação e ao aperfeiçoamento de pessoal nas diversas
áreas da ciência e da tecnologia, obedecidas as prioridades estabelecidas nos programas
nacionais;
6 – Estímulo à publicação de livros de ciências e tecnologia, especialmente de nível
universitário, em idioma nacional e a preços mínimos, bem como à importação de livros e
periódicos técnicos que não tenham similares em idioma nacional;
7 – A execução de uma política nacional destinada à modernização das bibliotecas, a
divulgação dos resultados científicos e tecnológicos e ao registro de patentes (ALBAGLI,
1986, p. 12-13).
Ao que parece, o Plano Quinquenal foi voltado para a construção e organização das
condições para a produção científica no país. Outra característica do plano foi a vinculação de
alguns programas de promoção científica e de pesquisas a determinadas prioridades fixadas
em nível nacional, tais como a produção de alimentos e a exploração nacional dos recursos
naturais da Região Amazônica.
Em vista da diversidade, a execução de todos os programas exigiria grandes quantias
de recursos financeiros. O plano previa várias fontes de recursos para a execução dos
programas e projetos, a saber:
1 – Recursos orçamentários do CNPq;
2 – Suplementação para pesquisa científica e tecnológica, a ser considerada no orçamento
plurianual do Ministério do Planejamento;
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3 – Percentual a ser estabelecido pelas universidades e destinado à Comissão de Pesquisa
Universitária em concordância com as prioridades estabelecidas no presente Plano Quinquenal;
4 – Cobrança, a preço justo, do serviço prestado pelos Institutos Tecnológicos, cuja quantia
arrecadada seria usado na melhoria de equipamentos e atualização das bibliotecas (ALBAGLI,
1986, p. 15).
Os fatores principais do Plano Quinquenal, ensino e pesquisa, refletem a preocupação
com a política educacional do período. Deve ser destacada, também, a instituição dos Centros
de Excelência. Em ambos os casos, o CNPq teve atribuições, seja como executor, seja com
colaborador.
Criados pelo Decreto 63.343/68 de 01.10.68, os Centros Regionais de Pós-Graduação
tinham como objetivo fixar os cientistas brasileiros no país. Caberia ao CNPq a tarefa de
determinar instituições aptas à criação dos centros, que vieram a ser chamados de “Centros de
Excelência”. Para cumprir a nova tarefa, o CNPq instituiu uma Comissão de Pós-Graduação
que, em 1969, indicou 47 centros de excelência. Esta atividade permaneceu por alguns anos
sendo posteriormente eliminada.
Mantendo suas características de apoio à pesquisa e à formação de recursos humanos,
o CNPq distribuiu conforme o Quadro III, suas dotações para bolsas e auxílios, nos anos de
1969-72.
Quadro III
Distribuição percentual de recursos para auxílios e bolsas concedidas pelo CNPq por
áreas de conhecimento.
Áreas
1969 1970 1971 1972
Agricultura 6,8 7,3 10,2 18,5
Biologia e C. Médicas 22,3 26,0 23,4 25,0
Ciências Sociais 2,0 2,3 3,7 2,9
Física e Astronomia 22,5 19,9 19,5 4,3
Ciência daTerra 9,6 10,4 9,4 8,5
Matemática 4,4 4,6 6,7 5,7
Química 11,1 10,4 9,1 8,0
Veterinária 2,5 2,6 1,8 4,8
Tecnologia 18,8 16,4 16,2 12,4
Total 100 100 100 100
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Fonte: Relatório de atividades do CNPq, 1969-72. Arquivo CNPq/Acervo MAST.
Podemos observar por este Quadro uma situação diferente daquele apresentado para a
década de 50 aonde:
Desde o início, o auxílio à pesquisa e a concessão de bolsas revelaram-se como as atividades
principais do Conselho, as quais se asseguravam a maior parcela de recursos. Tais recursos
distribuíam-se em função dos sete setores do conhecimento (mais o setor técnico) então
reconhecidos pelo órgão. (...). Para o período de 1951-56, observa-se a importância das dotações
concedidas às ciências biológicas. Esse fato explica-se provavelmente por ser esta uma das áreas
científicas de maior relevância até então. Destaca-se também a pesquisa física e química. Deve-
se dar especial atenção para o considerável decréscimo dos recursos destinados à física em 1956
(coincidentemente, neste ano é destituída a Comissão de Energia Atômica, criada pelo CNPq por
proposta do Almirante Álvaro Alberto), assim como para o constante decréscimo das dotações à
agronomia, que se recupera em 1955 (FONSECA, 2011, p. 8).
Destaca-se a crescente participação da agricultura e alguma distribuição entre os
demais setores. Neste período podemos notar quatro áreas que merecem destaque no CNPq:
biologia, agricultura, física, astronomia e tecnologia.
Observamos, também, que a área de tecnologia vem merecendo mais atenção no
período pós-68. “Os assuntos de C&T passaram a ser vistos como um campo específico de
intervenção do Estado e imputando a tecnologia como fator essencial de crescimento
econômico” (BRUNETTI, 1981, p. 12).
O Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (SNDCT), criado
em 1972, fica encarregado de:
1 – Em conjunto com o Ministério do Planejamento:
Realizar estudos relativos à formulação da política nacional de
desenvolvimento científico;
Incentivar, através de cooperação, a realização de pesquisas por sociedades de
economia mista e empresas do setor privado, bem como sua articulação com
órgãos de pesquisa governamentais.
2 – Em caráter privativo:
Acompanhar a execução dos programas, atividades ou projetos de pesquisas
decorrentes dos Planos de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
Coletar, analisar, armazenar e difundir dados de interesse para a ciência e
tecnologia;
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Cooperar financeiramente a pesquisa, dentro do seu orçamento de aplicações;
Avaliar periodicamente, os resultados obtidos através das políticas da área de
C&T, e sua orientação aos objetivos do governo.
Pode ser observada neste período a ampliação do leque de funções do CNPq, tendo
como consequência uma grande reorganização interna do órgão. Outro fato marcante é a
progressiva expansão da sua máquina burocrática para exercer tais funções.
A instituição do SNDCT representa um marco na história do CNPq. O sistema foi
reconhecido como um “instrumento de previsão, orientação e coordenação”, com a finalidade
de garantir “a atuação integrada do sistema nacional” (art. 4º, do Decreto 70.553 de 17.05.72),
da mesma forma que sua elaboração foi colocada sob responsabilidade do Ministério do
Planejamento, em articulação com o CNPq.
Ao mesmo tempo, o artigo 5º desse Decreto reconheceu o CNPq como “órgão central
do sistema”. Além de serem mantidas as atribuições descritas na Lei 4.533, de 08.12.64, e de
reforçar algumas dessas atribuições (trabalhos de documentação e informação e assistir
financeiramente à pesquisa), merece destaque, no Decreto nº. 70.553, a tarefa de, sempre em
conjunto com o Ministério do Planejamento, avaliar periodicamente a realização do programa
de C&T e também:
Realizar estudos relativos à formulação da Política Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, compreendendo a definição de objetivos, princípios, diretrizes gerais, critérios e
prioridades tendo em vista a contribuição da ciência e tecnologia para o desenvolvimento
econômico e social do país7.
A coordenação do SNDCT deveria ser feita por meio de seu Conselho Científico e
Tecnológico, a partir de uma ação interativa com os demais integrantes do sistema.
Entretanto, segundo Albagli (1988):
Havia uma grande disparidade entre o desenho formal do SNDCT e a sua operacionalidade real,
devido ao fato de que a articulação interinstitucional não ultrapassava o plano normativo. Os
dispositivos dos vários decretos organizando o sistema não definem de forma clara o teor da
função de coordenação atribuída ao CNPq nem tampouco a relação entre o órgão diretamente
vinculado ao SNDCT e os órgão setoriais pertencentes ao sistema. (ALBAGLI, 1986, p. 37).
Ao que parece faltava força política do próprio CNPq dentro do aparato estatal como
órgão articulador do SNDCT. Consequência disto era o fato de que grande parte do orçamento
7 BRASIL. Leis, Decretos. Lei 70.553/72 de 17 de maio de 1972, art.5º,parágrafo I alínea “a”.
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nacional para C&T era destinado via órgãos subordinados aos diversos Ministérios, tais como
empresas estatais e fundações.
Embora em outras ocasiões já tivesse sido colocada a possibilidade de uma
coordenação das atividades de ciência e tecnologia, é nesse momento que a idéia toma força.
A partir daí o CNPq sofre grandes reformulações que vão culminar com a reforma de 1974. O
Conselho Nacional de Pesquisas passa a ser chamado de Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, deixando de ser uma autarquia e passando a
condição de fundação. A sede do CNPq foi transferida do Rio de Janeiro para Brasília, aonde
permanece até os dias atuais. O Conselho Deliberativo foi extinto, e em seu lugar foi criado o
Conselho Científico e Tecnológico (CCT), um órgão consultivo de alto nível, associado à
Presidência do CNPq.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O atual sistema de apoio à pesquisa científica e tecnológica foi moldado ao longo da
década de 70 com a criação do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (Decreto nº. 70.553
de 17/05/1972). A principal agência governamental da época era a Secretaria de Ciência e
Tecnologia, subordinada diretamente à Presidência da República e a qual se vinculava o
CNPq. Nesse período, o Conselho foi transferido da Presidência da República para o
Ministério do Planejamento, com a finalidade de aumentar sua atuação na área de tecnologia,
nos programas de intercâmbio internacional e informação científica.
O papel do CNPq, nesta época, é ampliado, seja como principal responsável pela
distribuição das bolsas de pesquisa dos programas de pós-graduação no país, seja como
formulador e executor da política cientifica e tecnológica nacional. A sua atuação no
aprofundamento institucional e aperfeiçoamento de seus mecanismos funcionais fornece
apoio inicialmente decisivo para a consolidação do projeto desenvolvimentista nacional.
Da observação dos quadros relativos ao acompanhamento da ação de fomento do
CNPq, constata-se que a distribuição de bolsas é extremamente irregular nesse período.
Apesar de detectar-se uma tendência ao crescimento a longo prazo, as distorções apresentadas
refletem-se não só no número de bolsas anuais, mas também na distribuição das dotações
segundo os setores do conhecimento. Os dados levantados evidenciam claramente a existência
de uma política de prioridade na concessão de bolsas, privilegiando as ciências médicas e
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biológicas e agronomia. A pesquisa tecnológica é apenas a terceira prioridade do órgão
relativa à concessão de bolsas.
Se não houve sucesso na articulação entre universidade, ciência, tecnologia e setor
produtivo, não foi tanto por falta de vontade política, mas pela incapacidade de reverter a
lógica de desenvolvimento do complexo industrial instalado no país. As empresas
multinacionais estavam presentes nos setores mais dinâmicos da economia, pois eram estes
que, ao se desenvolverem mais rapidamente, tinham mais necessidade de conquistar novos
mercados para manter seu ritmo de acumulação de capital. Assim, trouxeram para o Brasil as
tecnologias desenvolvidas em suas matrizes prontas ou quase prontas para uso, necessitando
de apenas algumas adaptações.
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5. Fontes:
5.1. Arquivo
Arquivo CNPq (acervo Museu de Astronomia e Ciências Afins/MCTI)
5.2. Obras citadas e consultadas
ALBAGLI, Sarita. Marcos institucionais do Conselho Nacional de Pesquisas. Rio de Janeiro:
Perspicillum ( Museu de Astronomia e Ciências Afins), 1 (Maio): 1-166, 1986.
____________ Ciência e estado no Brasil moderno: um estudo sobre o CNPq. Rio de
Janeiro: COPPE/UFRJ, 1988. [mimeo].
AZEVEDO, Thales. A evasão de talentos: desafio das desigualdades. Rio de Janeiro: Editora.
Paz e Terra, 1968.
BRUNETTI, José. CNPq: Um enteado da política oficial., Brasília, CNPq, 1981
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discussão, n. 115).
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5.3. Sites Consultados:
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Centro de Pesquisa e Documentação da História Contemporânea do Brasil. Disponível em:
<http://www.cpdoc.fgv.br>. Acesso em: 10 jan. 2011.