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Artigo Técnico
Codificação Eletrônica – Sistema de Segurança e Controle para substituição de componentes
eletrônicos de máquinas e equipamentos eletromecânicos. Estudo de caso para aplicação em
elevadores.
Porto Alegre, Agosto de 2013.
@2013 ABEMEC-RS: É autorizada reprodução parcial ou integral deste artigo técnico, desde que
citada a fonte. Publicação em versão eletrônica disponível no site: www.abemec-rs.org.br
ABEMEC-RS – A Associação Brasileira de
Engenheiros Mecânicos Seção RS é uma sociedade civil
sem fins lucrativos, que tem em seus objetivos congregar
os profissionais engenheiros mecânicos e industriais e
suas modalidades na área da mecânica, afim de
promover o desenvolvimento tecnológico e cientifico, a
defesa e a representação dos interesses profissionais dos
mesmos. Tem atuado no campo social, econômico e
político na busca dos direitos e deveres da classe que
representa. A ABEMEC foi fundada em 1983, tendo
funcionado ininterruptamente desde aquela época.
Entidade de classe profissional com representatividade
no CREA-RS, filiada a FENEMI – Federação Nacional
dos Engenheiros Mecânicos e Industriais, com
representatividade no CONFEA – Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia.
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Neste artigo técnico apresentaremos uma solução técnica para melhorar a segurança e
confiabilidade na troca de componentes (peças) de máquinas, problema enfrentado pelos responsáveis
e proprietários dos equipamentos, os quais não possuem garantia quanto à procedência das peças
substituídas e se estas são “realmente novas” e não recondicionadas. Faremos a análise de uma boa
prática adotada na indústria de elevadores, o controle e a segurança da troca de componentes
eletrônicos através de um sistema de codificação desses componentes. Para elaboração do artigo foram
realizadas inspeções em elevadores instalados, com simulação da substituição de componentes, assim
como acompanhamos a execução das atividades de manutenção.
Qualificação Técnica: Para a realização dos trabalhos de engenharia inerentes a
elevadores e equipamentos de transporte vertical, tais como projeto, laudos e inspeções, a
responsabilidade técnica, coordenação e direção dos trabalhos deve ser executada por profissional
ENGENHEIRO DA ÁREA MECÂNICA, legalmente habilitado nos termos da legislação federal
vigente, conforme Decisão Normativa número 36 do CONFEA.
Eng. Luciano Grando – CREA/RS 88.407 - Engenheiro mecânico formado em 1995 pela
UFRGS - Universidade Federal do RS. Diretor técnico da empresa Grando Engenharia, especializada
em transporte vertical. Presidente da ABEMEC-RS – Associação Brasileira de Engenheiros
Mecânicos. Conselheiro do CREA-RS – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
do RS entre os anos de 2007 a 2012. Membro da Comissão de Estudos de Elevadores Elétricos da
ABNT. Consultor, palestrante e conferencista especializado em transporte vertical.
Eng. Paulo Deni Farias – CREA-RS 11635 - Engenheiro Mecânico e de Segurança do
Trabalho formado em 1976 pela PUCRS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Diretor da Empresa Safe Engenharia, cujo objeto é prestar consultoria nas áreas da Mecânica e da
Segurança do Trabalho. Vice-presidente do CREA-RS, Vice-presidente da ABEMEC-RS.
Coordenador da Bancada Patronal da CNTT NR-12, representando a CNI. Diretor Técnico da ANEST
- Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho. Conselheiro da SERGS - Sociedade
de Engenharia do Rio Grande do Sul. Consultor de Empresas, palestrante e conferencista especializado
em Segurança do Trabalho.
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Artigo Técnico
Codificação Eletrônica – Sistema de Segurança e Controle para substituição de componentes
eletrônicos de máquinas e equipamentos eletromecânicos
Como controlar e verificar a efetiva substituição de peças durante a manutenção, sendo esta
atividade muitas vezes terceirizada?
Como garantir o emprego de peças novas e com procedência do fornecedor?
Como evitar a utilização de peças furtadas ou desviadas de outros equipamentos?
Essas dúvidas são comuns para os responsáveis pela manutenção de máquinas e equipamentos
eletromecânicos, tais como máquinas industriais, veículos automotores, máquinas operatrizes,
caldeiras, compressores, elevadores de canteiro de obra, elevadores em geral, escadas rolantes,
máquinas utilizadas na construção civil e outros. Neste artigo técnico abordaremos uma boa prática
empregada na indústria de elevadores que pode minimizar estes problemas.
A manutenção de equipamentos eletromecânicos muitas vezes não é executada pelo
proprietário do equipamento, que contrata uma empresa especializada para sua execução, pois não é
sua atividade principal e desta forma tem-se a terceirização dos serviços. Esta é uma prática comum no
segmento de elevadores, há centenas de empresas que prestam serviços de manutenção de elevadores e
escadas rolantes, que juntamente com a prestação dos serviços fornecem as peças e componentes que
necessitam substituição, ou seja, também fornecem peças de reposição.
As empresas especializadas em manutenção de elevadores prestam serviços para clientes tais
como: condomínios residenciais e comerciais, indústrias, shopping center e todo tipo de edificação que
possua elevadores ou escadas rolantes.
Os elevadores instalados nos edifícios possuem uma “marca”, que identifica a sua procedência
de fabricação. No Brasil temos instalados equipamentos das principais empresas fabricantes mundiais.
As empresas fabricantes de elevadores também atuam no mercado de serviços de manutenção,
garantindo a continuidade do fornecimento dos produtos aos seus clientes, assim como fornecem as
peças de reposição originais para os equipamentos de sua fabricação (sua marca).
Temos no mercado duas formas de atuação em serviços de manutenção de elevadores:
realizados diretamente pelas empresas fabricantes dos equipamentos ou por empresas homologadas
por essas, e serviços realizados por empresas não credenciadas (não autorizadas) pela empresa
fabricante. Similar ao mercado de automóveis, no qual temos a prestação de serviços de manutenção
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pelas concessionárias, credenciadas pelo fabricante, assim como por empresas de serviços de
manutenção não credenciadas pelas montadoras.
Em relação aos elevadores, frequentemente há a necessidade de substituição de peças, quer seja
por desgaste natural, danificação ou obsolescência, principalmente módulos eletrônicos que podem ser
danificados por oscilações do sistema elétrico (variações no fornecimento de energia elétrica). A
identificação e correção do problema é realizada pela empresa responsável pela manutenção do
equipamento, na maioria das vezes sem acompanhamento do proprietário, pois trata-se de serviços de
correção que necessitam imediata reparação para restabelecer o funcionamento. Quando ocorre a
substituição de peças o proprietário dos elevadores ou escadas rolantes não dispõe de informações e de
garantias quanto à procedência dessas peças, podendo inclusive serem utilizadas, indevidamente, peças
“recondicionadas” ou mesmo “peças não originais”. , sem o consentimento ou conhecimento do
proprietário.
Destacamos que peças “sem procedência” podem ter sido furtadas de outras instalações de
elevadores ou mesmo similares das originais, também chamadas de peças “piratas” por não atenderem
ao projeto original do equipamento. A utilização de peças sem procedência pode representar grave
risco à segurança dos usuários, pois peças “recondicionadas”, ou “não originais”, podem alterar o
funcionamento e características de projeto dos elevadores ou escadas rolantes, principalmente quando
se trata de peças eletrônicas (módulos eletrônicos), responsáveis pela lógica de funcionamento e de
segurança do equipamento. A alteração das características de projeto pode acarretar risco de segurança
aos usuários, pois pode alterar as rotinas de segurança e de funcionamento dos elevadores e escadas
rolantes.
Outro problema inerente à utilização de peças “sem procedência” é que poderemos estar
incentivando o comércio ilegal, principalmente o comércio de componentes furtados, o que prejudica a
sociedade e o mercado destes equipamentos.
Para evitar a utilização de peças “sem procedência”, que podem ter sido recondicionadas,
furtadas ou com projeto alterado, empresas fabricantes de elevadores utilizam uma codificação
eletrônica nos principais módulos eletrônicos, que consiste de um código de identificação individual
para cada instalação, ou seja, cada elevador possui um “código” que identifica os módulos eletrônicos
pertencentes a esse equipamento específico, impedindo a utilização de componentes sem procedência.
Este sistema de codificação realiza a “verificação eletrônica” do módulo eletrônico quando for
realizada a substituição desse componente, identificando o código do módulo eletrônico a ser
instalado, no caso de um código incorreto ou falta de código o comando não permite a sua utilização.
O sistema de identificação dos componentes somente executa a rotina de verificação quando for
realizada a substituição de um módulo eletrônico, ou seja, a verificação da codificação não é utilizada
durante o funcionamento normal ou mesmo durante a realização das manutenções, sendo uma
verificação que ocorre somente quando for substituído um componente eletrônico.
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Na foto a seguir ilustramos o Painel de Comando de um elevador, identificando os principais
módulos eletrônicos que possuem código de identificação.
Foto 01 – Painel de Comando (quadro de comando – cérebro do elevador)
Os elevadores mais modernos do fabricante ThyssenKrupp possuem um software denominado
Supervisor Eletrônico, de comunicação serial (não paralela), que tem por finalidade garantir a
compatibilidade das peças e comandos eletrônicos e certificar a segurança dos equipamentos. Este
sistema de codificação somente atua quando há a substituição de um módulo eletrônico, exigindo a
introdução da codificação do componente para permitir sua operação. (ficou meio confuso)
Módulo
eletrônico
de controle
Principal
Módulo
eletrônico de
controle de
velocidade
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Como pode ser realizada a codificação dos módulos eletrônicos?
Em elevadores, a codificação de um módulo eletrônico pode ser realizada de duas formas:
a) Módulo Eletrônico Codificado na Indústria: Neste caso o componente eletrônico já é
enviado do almoxarifado da empresa contendo o “código” do equipamento em que o
mesmo será instalado, desta forma a peça somente poderá ser utilizada no elevador para a
qual foi destinada e codificada, pois cada elevador possui um código eletrônico específico.
Para realizar a substituição do módulo eletrônico o técnico utiliza uma ferramenta de
comunicação, chamada “teclado - TLS”, que permite digitar o código da peça e validar sua
utilização no elevador.
b) Módulo Eletrônico Codificado diretamente na obra: O componente é codificado pelo
técnico da empresa quando da sua instalação no elevador, ou seja, a peça somente poderá
ser utilizada após ser codificada no local e para aquele equipamento específico. Neste caso
a codificação é realizada através de um dispositivo denominado “codificador”, que irá
inserir o código do elevador no módulo eletrônico a ser substituído, a seguir o
procedimento é igual ao descrito no item anterior (item a), utilizando a ferramenta “teclado
- TLS” para programar e ajustar o equipamento.
Nas fotos a seguir ilustramos e descrevemos as ferramentas: “teclado - TLS” e
“codificador” utilizados pelo fabricante de elevadores ThyssenKrupp.
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Ferramenta Teclado – TLS
Foto 02 - Ferramenta Teclado - TLS.
A ferramenta “teclado - TLS” é similar aos equipamentos de leitura e diagnóstico utilizados
pela indústria automobilística, que requer este tipo de ferramenta para que seja realizada a verificação
e leitura das falhas e problemas constatados nos equipamentos eletrônicos e ajustes dos parâmetros de
funcionamento dos veículos, como por exemplo relacionados com a queima de combustível. Na
indústria automobilística este tipo de ferramenta é utilizada pelas concessionárias e também por
empresas não autorizadas (oficinas não credenciadas pelas montadoras).
A ferramenta “teclado - TLS” não é objeto de nossa análise, apenas foi necessário explicarmos
sucintamente sua utilização e funcionamento para não confundir com a ferramenta “codificador”, que
será abordada adiante. Importante ressaltar que a ferramenta “teclado - TLS” é utilizada para execução
das manutenções dos elevadores, no diagnóstico, ajuste de parâmetros programáveis, e também para
inserir a codificação nos módulos eletrônicos.
A ferramenta “teclado – TLS” não pode ser confundida com a ferramenta “codificador”, essa
segunda que não é utilizada para execução das manutenções, conforme detalharemos a seguir.
Na foto ao lado a Ferramenta chamada
de “Teclado - TLS” utilizada pelo fabricante
ThyssenKrupp, trata-se de um dispositivo de
comunicação utilizado para acessar os dados de
ajuste e programação dos elevadores.
Esta ferramenta é utilizada para realizar
a leitura dos dados de falhas e ajustes de um
elevador, portanto uma ferramenta de trabalho
dos técnicos de manutenção.
Esta ferramenta é disponibilizada no
mercado pelos fabricantes de elevadores, cada
qual possui um modelo específico que é
comercializado, similar as ferramentas de
diagnóstico utilizadas na indústria
automobilística.
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Ferramenta “codificador”
Foto 03 - Ferramenta Codificador
Diferente da ferramenta Teclado TLS, a qual é necessária para execução da manutenção dos
elevadores, a ferramenta Codificador não é necessária para as atividades de manutenção dos
componentes, sendo empregada somente nos casos de substituição de módulos eletrônicos e com a
finalidade de permitir a rastreabilidade do componente e identificar qual o técnico executou sua
substituição e em qual data.
A ferramenta “codificador” não é necessária para executar a substituição dos componentes
eletrônicos, pois temos três formas de executar a codificação dos componentes a serem substituídos
(novos componentes eletrônicos a serem instalados no elevador), conforme descrito a seguir:
Na foto ao lado a Ferramenta chamada de
“codificador”, identificada pelas letras VLD.
Trata-se de um dispositivo de codificação
utilizado para inserir o código do elevador no
componente eletrônico.
Esta ferramenta executa a “codificação” dos
módulos eletrônicos, permitindo a
compatibilização de um novo módulo
eletrônico com os módulos eletrônicos já
existentes no elevador, desta forma garante a
procedência do componente e sua segurança
no atendimento aos requisitos de projeto.
A ferramenta codificador (VLD) possui um
código que também possibilita identificar
qual foi o “técnico” que realizou a
codificação do módulo eletrônico a ser
substituído, permitindo a rastreabilidade e
segurança das informações.
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Formas de Codificar os Módulos Eletrônicos a serem Substituídos
I. Módulo eletrônico codificado na indústria: Neste caso o módulo é enviado para a obra já
codificado, portanto somente poderá ser instalado no elevador especificado, garantindo desta
forma a procedência do componente e sua compatibilidade de projeto com o elevador. A
codificação é realizada por um técnico na indústria ou no almoxarifado do fabricante,
permitindo também a rastreabilidade e identificação do técnico que executou a codificação e a
procedência do componente codificado.
II. Módulo eletrônico codificado na obra (no local de instalação através da ferramenta
Teclado TLS): Neste caso através da “digitação manual” do código do componente, com a
utilização da ferramenta “teclado -TLS”. O código do componente é enviado pelo fabricante
juntamente com o componente, através de uma carta contendo o código escrito, sendo que o
componente somente poderá ser instalado naquele elevador referente ao código informado,
garantindo a procedência do componente e evitando desvios ou utilização indevida em outros
elevadores.
III. Módulo eletrônico codificado na obra (no local de instalação através da ferramenta
Codificador): Procedimento realizado através do uso da ferramenta codificador, utilizado
somente pelos técnicos das empresas fabricantes, os quais possuem uma ferramenta
“codificador” controlada e identificada para cada técnico, sendo possível identificar e rastrear
futuramente quem executou a codificação do componente e qual a procedência do componente,
no caso de falhas ou utilização indevida de componentes.
Observa-se que em qualquer uma das três formas de codificação descritas anteriormente podemos
realizar a substituição de componentes eletrônicos dos elevadores, permitindo a identificação e
rastreabilidade do módulo eletrônico, garantindo a procedência e compatibilidade do módulo
eletrônico com as características de projeto daquele elevador, uma garantia para o proprietário ou
síndico do edifício quanto a manutenção da integridade e segurança do equipamento. No item III, o
qual é o processo utilizado pelo próprio fabricante do elevador, temos inclusive a identificação do
responsável que executou a codificação,
Portanto, temos três formas possíveis para efetuar a codificação dos módulos eletrônicos,
permitindo a sua substituição no elevador, sendo o uso da ferramenta “validador” uma dessas três
formas possíveis (alternativa III), portanto não temos a obrigatoriedade de utilização da ferramenta
Codificador.
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A utilização de módulos eletrônicos “codificados” impede a realização da manutenção dos
elevadores?
Esta é uma dúvida comum dos proprietários dos equipamentos, devido principalmente as
informações equivocadas ou incompletas divulgadas no mercado. Primeiramente temos que diferenciar
as atividades de MANUTENÇÃO executadas nos elevadores, que pode ser entendida como
MANUTENÇÃO PREVENTIVA e MANUTENÇÃO CORRETIVA.
As atividades de MANUTENÇÃO PREVENTIVA dos elevadores compreendem:
a) Limpeza
b) Lubrificação
c) Ajustes de componentes mecânicos
d) Identificação da necessidade de substituição de componentes mecânicos ou eletrônicos
e) Ajustes e parametrização de componentes eletrônicos
As atividades de manutenção preventiva são aquelas executadas mensalmente pelo técnico da
empresa, também chamada de manutenção mensal, objetivam manter o funcionamento contínuo dos
equipamentos e identificar preventivamente a necessidade de substituição ou reparação de
componentes. A execução das atividades de Manutenção Preventiva nos elevadores não necessita do
emprego da ferramenta “codificador”, até porque nestas atividades não é executada a substituição de
componentes eletrônicos.
A substituição de componentes mecânicos e de módulos eletrônicos é uma atividade
CORRETIVA, portanto chamada de MANUTENÇÃO CORRETIVA, podendo ser identificada sua
necessidade previamente, durante a manutenção preventiva, ou ser identificada a necessidade de
reparação quando do atendimento de um chamado, no caso do elevador parar e o proprietário solicitar
atendimento da empresa de manutenção.
As atividades de MANUTENÇÃO CORRETIVA dos elevadores compreendem:
f) Reparação ou substituição de componentes elétricos e componentes mecânicos
g) Substituição de componentes eletrônicos
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A substituição ou reparação de componentes elétricos e componentes mecânicos não utiliza peças
codificadas, até porque a tecnologia de codificação somente é possível em módulos eletrônicos, desta
forma o emprego de módulos eletrônicos codificados não interfere na substituição ou reparação de
componentes mecânicos e elétricos. Portanto, os componentes normalmente substituídos por desgaste
não possuem interferência com o sistema de codificação, tais como lâmpadas, sensores, fiações, cabos
de manobra, cabos de aço, polias, motores, portas, painéis, trincos de portas, corrediças, alarme, luz de
emergência, ventilador e todos os demais componentes mecânicos e eletromecânicos do elevador.
A codificação eletrônica somente possui aplicação quando for necessário realizar à substituição de
um componente eletrônico previamente codificado, tais como os módulos eletrônicos do painel de
comando mostrados na foto 01. Neste caso o sistema não impede a troca da peça, mas sim impede o
funcionamento do elevador quando constatar que a peça utilizada não possui a correta identificação
daquele elevador, ou seja, somente quando o módulo eletrônico a ser substituído não contiver o código
do elevador em questão o sistema inibirá a sua utilização, sem qualquer danificação nos componentes,
trata-se apenas de uma rotina de software que não permite a ligação do elevador.
No software SUPERVISOR ELETRÔNICO utilizado pela empresa ThyssenKrupp, apenas uma
pequena parcela (menos de 15%) das peças dos elevadores são verificadas pelo sistema de controle,
especificamente os módulos eletrônicos com comunicação serial 1 (não paralela).
1: Comunicação serial é o processo de enviar dados um bit de cada vez, seqüencialmente, num canal de comunicação ou
barramento. É utilizada na transmissão de dados mais simples, por meio de apenas um canal de comunicação, com menor
velocidade de transmissão. A comunicação serial é usada em toda comunicação de longo alcance e na maioria das redes de
computadores, onde o custo de cabos e as dificuldades de sincronização tornam a comunicação paralela impraticável. Na
comunicação paralela, todos os bits de cada símbolo são enviados juntos. A transmissão de dados é mais custosa e
complexa, com maior velocidade de transmissão.
Quando um módulo eletrônico for substituído, a rotina de programação do software de controle irá
verificar sua codificação, caso rejeitada ou inexistente o programa evitará a partida do elevador por
questões de segurança, pois o sistema não identifica a procedência do componente e consequentemente
não possui garantias de sua compatibilidade e características de projeto. Ressaltamos que o emprego
de peças sem procedência pode representar um GRAVE RISCO DE SEGURANÇA, pois os
componentes podem ter suas características de projeto alteradas ou mesmo não serem compatíveis com
o modelo do elevador em questão ou incompatíveis pela potência e dimensionamento, principalmente
quando tivermos módulos eletrônicos “recondicionados” ou utilizados de outros elevadores que não
possuem o mesmo modelo e potência do elevador em questão.
Portanto, o sistema de codificação NÃO IMPEDE A REALIZAÇÃO DAS MANUTENÇÕES,
mas sim IMPEDE A UTILIZAÇAO DE MÓDULOS ELETRÔNICOS SEM CODIFICAÇÃO E SEM
IDENTIFICAÇÃO. Este sistema é uma “garantia” ao proprietário do equipamento quanto à utilização
de peças com procedência, compatíveis e adequadas com o seu elevador, garantindo a integridade dos
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sistemas e rotinas de segurança do equipamento, pois terá a garantia de que o módulo eletrônico
substituído possui projeto e dimensionamento compatível com o modelo e potência de seu elevador,
mantendo a integridade, segurança e funcionamento conforme as características originais.
O sistema de codificação dos módulos eletrônicos pode ser burlado ou desabilitado?
Sim, no caso de uma “adulteração” do equipamento original. Por tratar-se de uma rotina interna
do SOFTWARE de controle do elevador, temos a possibilidade da troca deste software, com a
utilização de software “pirata” e não autorizado pelos fabricantes. No caso do sistema ser “burlado” ou
“desativado”, não irá impedir a utilização de peças sem procedências, roubadas ou recondicionadas.
Utilizando um software pirata (não autorizado) não há garantias quanto à integridade do
funcionamento e o atendimento aos requisitos do projeto original e das normas técnicas brasileiras, o
que pode representar um grave risco de segurança para os usuários e técnicos de manutenção. Nestes
casos a responsabilidade é da empresa que fornecer o referido software alternativo, pois modifica as
características originais do equipamento.
Outra possibilidade é desabilitar a rotina de verificação da “codificação”, a qual pode ser
modificada pelo fabricante do elevador, neste caso suprimindo a verificação do código dos
componentes da rotina do SOFTWARE DE CONTROLE ou mesmo fornecendo ao proprietário o
CÓDIGO para codificação das peças. Desta forma estaremos suprimindo um sistema que confere
garantias ao proprietário do elevador quanto à utilização de peças originais, compatíveis e com
procedência, portanto não é recomendável desabilitar esse sistema.
O sistema de codificação dos módulos eletrônicos impede o uso de peças roubadas?
Sim, a rotina interna do SOFTWARE de controle do elevador impede o funcionamento do
quando não identificar o a compatibilidade do código do módulo eletrônico com o código do software
de controle. Esta rotina é realizada quando ocorrer a de substituição de um módulo eletrônico, o
software apenas irá indicar que não existe compatibilidade e não permite o funcionamento, não irá
danificar componentes ou mesmo bloquear definitivamente o equipamento. No caso de retornar a peça
original ao elevador, ou utilizar um módulo eletrônico corretamente codificado, o sistema habilitará a
partida e operação normal do elevador.
Portanto, o sistema impede a utilização de peças roubadas, piratas, recondicionadas e todo tipo
de componente diferente do projeto original, sem com isto causar qualquer dano ao equipamento ou ao
módulo eletrônico que foi instalado. O sistema somente irá realizar a verificação quando ocorrer à
substituição de um módulo eletrônico codificado, não atuando durante o funcionamento normal ou
mesmo durante a manutenção preventiva ou substituição de outros componentes.
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CONCLUSÃO
Para elaborarmos este artigo técnico realizamos inspeções e testes em elevadores fabricados e
instalados pela empresa ThyssenKrupp, sendo acompanhados pelos engenheiros da empresa. Nas
inspeções realizadas constatamos in loco a forma de funcionamento e operacionalização deste sistema
de segurança, podendo constatar as formas de codificação dos componentes.
Foi possível comprovarmos que o sistema de codificação permite identificar e habilitar a
substituição dos principais módulos eletrônicos nos elevadores, entretanto este sistema não impede a
realização da manutenção e identificação dos componentes com defeito e que necessitem substituição,
pois o sistema de codificação atua somente quando ocorrer a efetiva “substituição de determinados
módulos eletrônicos”.
Esta solução técnica adotada pela indústria de elevadores, para melhorar a segurança e
confiabilidade na troca de componentes (peças), mostrou-se uma boa prática que poderá ser aplicada
em outros tipos de equipamentos que possuem módulos eletrônicos de comando, tais como máquinas
operatrizes, guindastes, máquinas utilizadas na construção civil e demais máquinas que necessitem
garantir a segurança devido à estreita interação com os usuários.
A solução adotada pela ThyssenKrupp poderá ser uma solução técnica a ser empregada em
outras indústrias de equipamentos, pois permite melhorar o nível de controle e gerenciamento do
proprietário, visto que normalmente as manutenções de equipamentos em geral são realizadas por
empresas subcontratadas, principalmente as manutenções de máquinas e equipamentos de elevação
utilizados na construção civil.
A utilização de peças “piratas”, sem procedência, ou “recondicionadas, é um problema
enfrentado pelos responsáveis e proprietários dos equipamentos, os quais não possuem garantia quanto
à confiabilidade e compatibilidade das peças substituídas com o modelo e potência dos equipamentos,
e se estas são “realmente novas”, pois podem ser recondicionadas. O sistema de codificação eletrônica
adotado pela indústria de elevadores garante aos proprietários dos equipamentos que os módulos
eletrônicos substituídos sejam peças identificadas e codificadas, garantindo desta forma a procedência
e compatibilidade com o modelo do elevador.
Ressaltamos que o sistema pode ser “desabilitado”, no caso do proprietário solicitar e
responsabilizar-se, pois a desativação do sistema irá suprimir a “verificação” do código eletrônico do
componente a ser substituído, que pode representar risco, pois estaremos suprimindo um sistema que
confere garantias ao proprietário quanto à utilização de peças originais, compatíveis e com
procedência.
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Conforme destacamos anteriormente, o sistema de codificação também impede a utilização de
peças “roubadas”, “recondicionadas” ou com projeto alternativo (diferente do original), garantindo
desta forma a utilização de peças compatíveis e adequadas com as características originais do projeto
do equipamento. Este sistema também pode colaborar para redução do roubo de peças e componentes,
pois reduziria o mercado para este tipo de produto.
O sistema de codificação eletrônica de peças, objeto deste artigo, atende e não conflita com os
requisitos de projeto e segurança previstos nas normas técnicas, especialmente as normas ABNT NM-
207 e ABNT NBR 5410.
Toda tecnologia voltada para melhoria da segurança sempre é bem vinda, mesmo que cause
certas dificuldades relacionadas com o aumento do tempo empregado para substituir os componentes,
visto ser necessário executar um procedimento para substituição dos módulos eletrônicos. Por outro
lado teremos, além da melhoria da segurança, um melhor nível de controle e gerenciamento pelo
proprietário, assim com a possibilidade de rastreabilidade dos componentes e identificação das
responsabilidades. Em nossa opinião este é um avanço tecnológico possível para outras indústrias de
máquinas e equipamentos, principalmente equipamentos de segurança e de elevação utilizados na
construção civil.
Referências bibliográficas, normas técnicas e legislação
ABNT NBR NM-207 – Elevadores Elétricos de Passageiros – Requisitos de Segurança para
construção e Instalação
ABNT NBR 7192 – Elevadores Elétricos de Passageiros – Projeto, fabricação e instalação.
ABNT NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão
Lei Federal 5.194
Legislação do CONFEA – Decisão Normativa 36
ThyssenKrupp Elevadores – Manuais de Manutenção, demonstrações e informações.