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III JORNADA Científica e Tecnológica do OESTE BAIANO Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 19 a 22 de outubro de 2010, Barreiras - Bahia
ISOLANDO O FATOR SOLO EM ÁREAS DEGRADADAS SUSCEPTÍVEIS AO
PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO NO ESTADO DO CEARÁ: UMA BREVE
DISCUSSÃO.
Suedio Alves Meira Graduando em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA - ICAD)
Ricardo Reis AlvesProfessor Assistente do Colegiado de Geografia da UFBA – ICAD
1 – INTRUDUÇÃO
O solo desde que o homem tornou-se sedentário, aproximadamente 10000 anos
atrás, passou a ser visto como fonte de renda, já que sobre ele passou a ser desenvolvida
a agricultura (Lepsch, 2002). No mesmo período, é certo afirmar que surge a idéia de
território (mesmo que sem essa nomenclatura) já que o homem passa a exercer relações
de poder sobre o espaço e principalmente sobre aqueles que apresentam aptidões para
agricultura (grande fertilidade).
A essência não se perdeu o solo continua a ser fonte de poder e de renda
no campo e na cidade, mesmo que em um grau menor diante períodos passados.
As técnicas evoluíram e a agricultura moderna não está tão preocupada com a
fertilidade do solo (composição química), mas sim com a estruturação física do solo, já
que a primeira pode facilmente ser corrigido. Solos profundos, bem estruturados,
em relevo plano, localizado em climas amenos são alvos das atividades
agropastoris, porém esse solo “ideal” é raro de ser achado ou apresenta preços
exorbitantes, assim as atividades são espraiadas sobre solos “geneticamente” frágeis.
A necessidade por solo atualmente é mais alta do que em qualquer período
da historia, já que a população mundial (crescente) necessita de alimentos, porém a
relação homem e solo também nunca teve tão fragilizada. Centenas de processos
diferentes de degradação ambientais se desenvolvem e ocasionam uma enorme perda
de solo a cada ano. Em sua maioria tais processos são fruto da atual super-
exploração do solo por atividades econômicas com a mineração, agricultura e
pecuária, ou refletem uma má utilização do solo no decorrer da historia, resultante
do pouco conhecimento cientifico sobre o mesmo. O uso não sustentável do solo
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resulta em diversos processos de degradação.
Dentre os processos de degradação ambiental desenvolvidos no solo o de
desertificação tem destaque, pois reflete também sobre o clima, vegetação e fatores
sociais das áreas que atinge. O Brasil por apresentar uma grande área com climas semi-
áridos ou sub-úmidos propícios aos processos de desertificação, encontra-se como área
de risco. Registros de Desertificação já têm sido documentados no país, em especial na
região Nordeste.
Sendo assim, o presente artigo tem como objetivo principal isolar o fator solo
no que tange ao processo de degradação ambiental existente no Estado do Ceará, o
qual é caracterizado pela Desertificação. Ao realizar tais procedimentos procura-se
analisar quais são os tipos de solos predominantes nas áreas com
susceptibilidade à Desertificação, assim como inferir se esses tipos de solos
apresentam em suas características “genéticas” fragilidades diante os processos
erosivos.
Para a obtenção de resultados foi necessário, em um primeiro
momento, levantamento de referencial teórico relativo à gênese do processo de
desertificação, assim como esse processo de degradação ambiental se desenvolve no
Estado do Ceará, e posteriormente sobre as características gerais (gênese,
composição, fragilidades) de alguns tipos de solos encontrados nas áreas de análises.
A área de análise é compreendida pelo Estado do Ceará, que segundo
estudo apresenta 17% atingido pela desertificação (FILHO, 2009), sendo que
foram selecionadas três cidades em diferentes porções do estado que sofrem com
processos de degradação ambiental, duas com áreas susceptíveis ao processo de
desertificação e uma com grande quantidade de áreas degradadas (Fig. 1).
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Fig. 1: Mapa de Áreas Degradadas Suscetíveis aos Processos de Desertificação (FUMCEME,
1990). Os círculos vermelhos representam as cidades que serão analisadas no presente artigo
(Independência, Morada Nova, e Irauçuba).
Fonte: FUNCEME, 1990. Adaptado: Suedio Meira.
As duas cidades com áreas susceptíveis aos processos de desertificação, e alvos
do presente artigo, são as cidades de Independência, na porção Oeste do Estado, e
Morada Nova na porção Leste do Estado (Fig.1). A cidade que apresenta grande parte
do seu território com áreas degradadas é compreendida por Irauçuba, que esta localizada
na porção noroeste do Estado do Ceará (Fig. 1).
2 – DESERTIFICAÇÃO: BREVE DISCUSSÃO TEÓRICA
A discussão em torno do processo de desertificação passou a ser
amplamente difundida nos âmbitos da mídia e das ciências a partir da
Conferência das Nações Unidas sobre MeioAmbiente, realizado em
Estocolmo no ano de 1972 (SUERTEGARAY, 2006). Fatos como a intensa
degradação ambiental na região do Sahel na África, também impulsionou os estudos
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no que diz respeito a desertificação.
O processo de desertificação, em sua definição mais simples, é definido como o
fenômeno capaz de destruir o potencial produtivo das áreas em que ocorre (FILHO,
2009). O fenômeno da desertificação atinge os fatores econômicos, sociais e ambientais
dos lugares atingidos. Segundo Antonio Nóbrega Filho:
Do ponto de vista ambiental, a degradação pode ser pelos sinais dedestruição da biodiversidade, na diminuição de disponibilidade de recursos hídricos e na perda de nutrientes do solo. Todos esses fatores reduzem o potencial agrícola da terra, acarretando perda da capacidade produtiva da população que mora nas áreas atingidas pela desertificação. Issoprovoca o fenômeno das migrações, desestruturação familiar e impactam negativamente nas zonas urbanas, caracterizando-se por alta vulnerabilidade e baixíssima qualidade de vida. (2009, p.19-20)
Muitos consideram a ação antrópica a causa do processo de
desertificação, porém deve-se ter cautela ao fazer essas relações, já que a ação
humana aparece como um dos fatores na constituição do processo, não como único.
Embora o homem seja o principal instrumento de desertificação, oprocesso não deve ser encarado exclusivamente pelo lado humano. A desertificação resulta da interação entre o homem e um ambiente difícil sujeito a mudança. Ocorre quando o homem penetra em certos ambientes e neles actua – frequentemente sem que a tal o obriguem necessidades da sua própria sobrevivência – sem a compreensão correcta das sensibilidades e limitações ambientais. (HARE, 2002 p.42-43).
A desertificação ocorre em ambientes onde fatores climáticos, pedológicos,
vegetacional são geneticamente frágeis (fortemente instável). Sendo assim,
tais ambientes devem ser ocupados pelo homem de maneira cautelosa e de
forma sustentável, já que o processo de desertificação tem a capacidade de auto-
alimentar-se (HARE, 2002).
Quando deixados entregues a si próprios, os ecossistemas da terra seca, perturbados pela maneira de usar a terra ou apertados pela seca, retornam usualmente aquilo que eram. (...) Onde quer que a pressão do uso da terra persista, através das sucessivas secas, estes mesmos ecossistemas revelam-se frágeis, e torna-se possível que se desencadeiam processos através dos quais a desertificação auto- acelere. (HARE, 2002 p. 31-32)
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O Nordeste Brasileiro foi a primeira zona de colonização européia, porém
a capitânia do Ceará foi tardiamente ocupado, isso devido a dificuldade
climática apresentada pela região (FILHO, 2009). A severidade do clima nordestino
faz com que o ambiente tenda a instabilidade, os usos predatórios dos recursos
ambientais propiciam uma serie de degradações de cunho ecológico, ambiental e
social, onde se destaca o processo de desertificação (FILHO, 2009).
3 – MÉTODOS E MATERIAIS
A realização do presente artigo foi constituída de três fases distintas. A
primeira fase foi compreendida pelo levantamento de referencial teórico sobre
desertificação, assim como a existência desse processo no Estado do Ceará.
A segunda fase é composta por atividades práticas onde foram utilizados mapas
de solo do Estado do Ceará na escala de 1:600.000, disponível no site
<http://www.uep.cnps.embrapa.br/solos/index.php ?link=ce>. O presente mapa de
solo faz parte de um levantamento exploratório realizado em 1978, sobre a
coordenação de Alexandre Hugo Cesar Barros. O site disponibiliza o mapa de
solo por limites municipais.
O segundo mapa utilizado no presente artigo diz respeito ao mapa de
Áreas Degradadas Susceptíveis aos Processos de Desertificação do Estado do
Ceará, confeccionado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (FUNCEME) (1990). O presente mapa foi realizado tendo como base
imagens dosatélite LANDAST 5, em uma escala de 1:250.000, e está
disponível no site <http://www2.ipece.ce.gov.br/atlas/capitulo1/12/128x.htm>.
A metodologia adotada foi a de sobrepor os mapas de solos das cidades
de Independência, Morada Nova e Irauçuba (EMBRAPA) com o mapa de Áreas
de Degradação Ambiental Susceptíveis aos Processos de Desertificação (FUNCEME),
para assim termos as áreas de degradação em cada município e que tipos de
solos são encontrados em tais porções.
Nesse primeiro momento não foi utilizado técnicas de geoprocessamento,
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porém posteriormente serão adotadas técnicas dessa área do conhecimento, sendo
assim os mapas gerados apresentam características bem gerais e um layout
característicos do disponibilizado no site de mapas de solo do Nordeste. Os mapas
apresentam pontos que registram as áreas atingidas pelos processos de degradação
ambiental.
Uma terceira fase é marcada pelo levantamento de referencial teórico sobre a
gênese, composição e fragilidade dos tipos de solo encontrados após a sobreposição dos
mapas.
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao ser realizada a sobreposição de mapas foi possível encontrar quais os tipos
de solos que estão nas áreas com degradação ambiental. Primeiramente serão
levantados os tipos de solos por cada município analisado.
O município de Independência, que segundo o IBGE em 2007 contava com uma
população de 25.413 pessoas, apresenta boa parte do seu grande território (3.219 km2)
em processo de degradação ambiental com susceptibilidade à desertificação. Em
Independência (Fig. 2) nas zonas de degradação foram encontrados,
segundo classificação da EMBRAPA, os solos PL 6 (Planossolos), PE 37/PE 38
(Latossolo Vermelho Amarelo Eutrófico), NC 1 (Bruno Não Cálcico/Luvissolos) e
Red 11/ RE 24 (Regossolos/Neossolos Litólicos) (Fig.2)
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Fig. 2: Mapa de solos da cidade de Independência, localizada na porção Oeste do Ceará (Fig.1), na escalade 1:600.000 (EMBRAPA). Os pontos em amarelo representam áreas susceptíveis aos processos deDesertificação e mostram os tipos de solos sobre qual são desenvolvidos tais processos. Fonte: EMBRAPA, 2009. Adaptação: Suedio Meira, 2009.
Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006), os
Planossolos (PL 6) são o tipo de solo que:
Compreende a solos minerais imperfeitamente ou mal drenados, com horizonte superficial ou subsuperficial eluvial, de textura mais leve que contrasta abruptamente com o horizonte B ou com transição abrupta conjugada com acentuada diferença de textura A para o horizonte B imediatamente subjacente, adensado, geralmente de acentuada concentração de argila, permeabilidade lenta ou muito lenta, constituindo, por vezes, um horizonte pã, responsável pela formação do lençol d’água sobreposto (suspenso), de existência periódica e presença variável durante o ano. (p. 87)
A característica marcante dos planossolos é a diferenciação bem acentuada,
no âmbito granulométrico, entre os horizontes A ou E e o B (EMBRAPA, 2006).
Tal característica pode ser considerada uma fragilidade, principalmente em áreas
onde o clima é sazonal (como o caso do Estado do Ceará) e as chuvas se
concentram em poucos meses do ano. A descontinuidade granulométrica (presença
abrupta de argila) no perfil do solo pode ocasionar grande escoamento superficial e
subsuperficial, levando a grande perda de solo, quando os índices pluviométricos
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estiverem elevados. Um fator que atenua o processo anteriormente citado é o fato
do presente tipo de solo esta predominantemente em relevos planos (EMBRAPA,
2006)
Os Latossolos são “solos constituídos por material mineral, apresentando
horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro
de 200 cm da superfície do dolo ou dentro de 300 cm, se horizonte A apresenta mais de
150cm de espessura” (EMBRAPA, 2006, p. 161). Os Latossolos Vermelho-
Amarelo Eutrófico apresentam cores vermelho-amereladas ou amarelo-avermelhadas,
sendo que podem ser subdivididos em Eutrófico Cambissólicos ou Argissólicos
(EMBRAPA, 2006).
Os latossolos são solos bastante estruturados e não apresentam tendência
a processos de degradação, a não ser devido a seu mau uso ou a procedência de
seu material de origem (como nos casos dos latossolos que sofrem processos de
arenização nas regiões sul, sudeste e centro-oeste brasileiro, que apresentam como
origem os materiais de formações areníticas, areias inconsolidadas).
Os solos Brunos não-cálcico são denominados na nova classificação brasileira
de solos como luvissolos, sendo que foi dividido em Crômicos (presentes no Nordeste
Brasileiro) e Hipocrômicos (LEPSCH, 2002). Segundo Lepsch os luvissolos podem ser
descritos como:
Solos moderadamente rasos (50 cm a 1m de profundidade), típicos de regiões de transição entre florestas temperadas e pradarias, que apresentam horizonte superficial de coloração bruna (marrom), não muito escura. Apresentam um horizonte B de acúmulo de argilas de alta atividade (ou elevados valores de capacidade de troca), predominantemente do tipo 2:1, ricas em cátions básicos: valores de cálcio, magnésio e potássio trocáveis são elevados. O horizonte A e normalmente pouco espesso.
Sendo assim, os luvissolos apresentam fragilidades semelhantes às
encontradas nos planossolos por apresentar grande quantidade de argila no horizonte
B, o que não permite um grande índice de infiltração da água no perfil do solo. O fato
do solo não ser bastante profundo e ter o horizonte A pouco espesso agrava no
que diz respeito a degradação ambiental como desertificação, onde o clima (variação
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de chuva) é um fator de suma importância.
Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (2006) os neossolos
litolicos são definidos como:
Solos com horizonte A ou hístico, assentes diretamente sobre a rocha ou sobre um horizonte C ou Cr ou sobre material 90% (por volume) ou mais de sua massa constituída por fragmentos de rocha diâmetro maior que 2mm (cascalhos, calhaus e matacões), que apresentam um contato lítico típico ou fragmentário dentro de 50cm da superfície do solo. Admite um horizonte B em início de formação, cuja espessura não satisfaz a qualquer tipo de horizonte B diagnóstico.
Os neossolos litolicos são solos jovens, ainda em face inicial de formação,
que geralmente estão sobre áreas de relevo movimentado, nos quais a
velocidade de formação do solo é menor ou igual à velocidade da erosão
(LEPSCH, 2002). Por não apresentar horizonte B e ter um horizonte A pouco
desenvolvido (raso), os neossolos litólicos são extremamente frágeis quando mal
manejados ou expostos, já que se perdido a porção do horizonte A perde-se toda a
capacidade/fertilidade do solo.
O município de Irauçuba apresenta, segundo o mapa desenvolvido pela
FUNCEME (1990), áreas com grande índice de degradação ambiental, sendo assim
o único dos três municípios analisados a não ser classificado no estudo desenvolvido
pela Fundação como “susceptível a Desertificação”. Porém, pressupõe que tal
degradação já tenha evoluído, tanto que o município disponibiliza na internet uma
folha educativa intitulada “Irauçuba ameaçada pela Desertificação” (2009), através
do site <jornalescolar.org.br/portal/images/images/PDF/folhairaucuba.pdf>, onde são
exposto as características gerais do município, características do processo de
Desertificação, a ação antrópica como meio de aceleração do processo, assim
como as fragilidades do ambiente local. Outro estudo coloca a cidade de Irauçuba
como a cidade mais atingida pelo processo de desertificação no estado do Ceará
com quase 50% do seu território sendo atingido (FILHO, 2009).
Sendo assim, após a sobreposição de mapas foram encontrados os seguintes
solos nas zonas de degradação ambiental do município de Irauçuba (Fig. 3): NC 15
(Bruno Não-Cálcico), RE 26 (Neossolos Litólicos) e PL 6 (Planossolos). Os três tipos
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de solos encontrados em Irauçuba já foram anteriormente descritos.
Fig. 3: Mapa de solos da cidade de Irauçuba, localizado na porção noroeste do Ceará (Fig. 1), na escala de1:600.000 (EMBRAPA). Os pontos em amarelo representam áreas de intensa degradação ambiental e mostram os tipos de solos sobre qual são desenvolvidos tais processos. Nota-se que os pontos estão localizados nas porções oeste e norte do município.Fonte: EMBRAPA, 2009. Adaptação: Suedio Meira, 2009.
O município de Morada Nova (Fig. 4), que segundo o IBGE
apresenta população de 61.751 habitantes (2007) e ocupa uma área de 2.779
km2. Após a sobreposição foram encontrados os seguintes tipos de solos: RE 20
(Neossolo Litólico),
PV 3 (Latossolo Vermelho-Amarelo) e PL 6 (Planossolo). Os Neossolos Litólicos
e Planossolos já foram anteriormente descritos, cabe nesse momento a analise
do Latossolo Vermelho-Amarelo
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Fig. 4: Mapa de solos da cidade de Morada Nova, localizado na porção Leste do Ceará (Fig. 1), na escalade 1:600.000 (EMBRAPA). Os pontos em amarelo representam áreas susceptíveis aos processos deDesertificação e mostram os tipos de solos sobre qual são desenvolvidos tais processos. Nota-se que os pontos estão localizados na porção sul do município.Fonte: EMBRAPA, 2009. Adaptação: Meira, 2009.
Os latossolos, como citado anteriormente, são solos bem estruturados
e profundos e representam o tipo de solo mais abundante no Brasil. O
Latossolo Vermelho-Amarelo apresenta cores vermelho-amareladas e amarelo-
avermelhadas, sendo subdivido em muitas outras classes (EMBRAPA, 2006).
5 - CONCLUSÃO
Após todas as explanações foi possível ver que existem dois tipos de solos
que estão presente nas três áreas com degradação ambiental susceptível ao
processo de degradação, sendo eles o Planossolo e o Neossolo Litolico. Esses
solos apresentam grande fragilidade em sua estrutura, como explicado anteriormente,
e merecem bastante atenção e estudo para se tornar palco de ocupação. Outro tipo
de solo encontrado em duas cidades (Independência e Irauçuba) e que igualmente
merece atenção, são os Luvissolos.
Sendo assim, pode-se dizer que o fator solo é de grande importância quando
se trata do processo de desertificação, já que foi encontrado um padrão nos
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municípios estudados. Ter conhecimento de que tipo de solo é susceptível ao
processo é de suma importância nas medidas de planejamento territorial e de
conservação, dessa forma alcançando de forma sustentável a utilização esse
precioso bem que tanto vem sendo devastado.
6 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FILHO, A. N. (org). Desertificação: Causas, Efeitos e Perspectivas de Controle.
Fortaleza: Editora INESP, 2009.
LEPSCH, I. F.. Formação e Conservação dos solos. São Paulo: Oficina de
Textos, 2002.
HARE, F. K. (org.). Desertificação: Causas e Consequências. Tradução de
Henrique de Barros e Ário Lobo de Azevedo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1992.
Mapas de solos do Nordeste (EMBRAPA). Disponível em:
<http://www.uep.cnps.embrapa.br/solos/index.php ?link=ce>, acesso em 10/09.
Mapa de degradação Ambiental em áreas susceptíveis aos processos de
desertificação (FUNCEME). Disponível em:
<http://www2.ipece.ce.gov.br/atlas/capitulo1/12/128x.htm>, acesso em 10/09.
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. [Editores técnicos, Humberto
Golçalves dos Santos... et al.] – 2ª Ed. – Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos. 2006.
SUERTEGARAY, D. M. A. Desertificação: Recuperação e desenvolvimento
sustentável. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S.B. (org). Geomorfologia e
Meio Ambiente. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.