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 ESPIRITUALIDADE CRISTÃ NA RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS.  Aluno: Flavio Andrade da Silv a*. Orientador: Prof. Dr. Antônio Maspoli de Araújo Gomes. RESUMO  A busca pela felicidade faz cada vez mais pessoas procurarem pelas drogas, sejam lícitas ou ilícitas, visando obter uma solução para seus problemas. Mas esta não é a única finalidade. Outras pessoas também objetivam ser anestesiadas, isto é, não sentirem dor ou frustações. Destaque-se que o ser humano, desde a antiguidade, vem se utilizando destas drogas, de modo a não enfrentar as dificuldades ou a realidade. O homem, vazio de Deus, busca incansavelmente preencher essa lacuna, e acredita mesmo que, de forma ilusória, poderá encontrar nas drogas uma satisfação. Não é de hoje que os seres humanos têm problemas com dependência química. Desde a origem da primeira substância psicoativa, os indivíduos costumam exagerar e cometer abuso no uso.  Assim, em ocorrendo o vício e a dependência, segue um quadro de vastador onde se procura resposta na droga ou conforto, até chegar ao verdadeiro abismo. PALAVRAS-CHAVE: Drogas, vício, religião.  ______________ ___________ * Graduando em Teologia pela CEFT   UPMSP.

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Artigo drogas e espiritualidade

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ESPIRITUALIDADE CRISTÃ NA RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES

QUÍMICOS. 

 Aluno: Flavio Andrade da Silva*.

Orientador: Prof. Dr. Antônio Maspoli de Araújo Gomes.

RESUMO

 A busca pela felicidade faz cada vez mais pessoas procurarem pelas drogas, sejam

lícitas ou ilícitas, visando obter uma solução para seus problemas. Mas esta não é aúnica finalidade. Outras pessoas também objetivam ser anestesiadas, isto é, não

sentirem dor ou frustações. Destaque-se que o ser humano, desde a antiguidade,

vem se utilizando destas drogas, de modo a não enfrentar as dificuldades ou a

realidade.

O homem, vazio de Deus, busca incansavelmente preencher essa lacuna, e acredita

mesmo que, de forma ilusória, poderá encontrar nas drogas uma satisfação.

Não é de hoje que os seres humanos têm problemas com dependência química.

Desde a origem da primeira substância psicoativa, os indivíduos costumam exagerar

e cometer abuso no uso.

 Assim, em ocorrendo o vício e a dependência, segue um quadro devastador onde se

procura resposta na droga ou conforto, até chegar ao verdadeiro abismo.

PALAVRAS-CHAVE: Drogas, vício, religião.

 _______________________________________

* Graduando em Teologia pela CEFT – UPMSP.

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ABSTRACT: The pursuit of happiness makes more and more people seek by drugs,

whether legal or illegal, to obtain a solution to their problems. But this is not the only

purpose. Other people also aim to be anesthetized, i. e not feel pain or frustration. It

is noteworthy that the human being, since ancient times, has been using these drugs,

so as not to face the difficulties or reality.

The man, void of God, search tirelessly fill this gap, and really believe that in an

illusory way can find a satisfaction in drugs.

Not today that human beings have problems with chemical addiction. From the

beginning of the first psychoactive substance, individuals tend to overdo it and

committing abuse in use.

So, in occurring addiction and dependence, follows a devastating scene where

demand response in the drug or comfort, until reach at the true abyss.

KEYWORDS: Drugs, addiction, religion.

INTRODUÇÃO

O homem inicia uma rotina que logo se torna hábito, esse considerado vício.

Entretanto, ao observar o que lemos e ouvimos, nos leva a pensar o problema de

forma genética, social e fisiológica, porque o homem está no centro absoluto, e em

muitas vezes essas buscas pelos seus próprios prazeres deixam sequelas, e essas

são tratadas de forma única e exclusiva no ambiente médico, através de terapias e

tratamentos à base de medicamentos. A crença em Deus fica em segundo plano.

O presente artigo tem por objetivo demonstrar que existe a possibilidade de

tratamento contra o vício das drogas por uma perspectiva bíblica, isto é, a

eliminação ou o controle dos vícios, em face da fé em Deus. Tal circunstancia

demonstram uma nova concepção ou uma nova perspectiva no relacionamento com

Deus visando obter a cura.

Desta forma, o vício passa de dominação do homem, para o entendimento vertical,

ou seja, do homem para com Deus, assim, poderá ser refletida e abordada as

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questões sobre o vício não somente quimicamente e terá a condição de obter novas

possibilidades no tratamento e cura.

Existe uma cultura secular no tratamento que a questão do vício tem sua causa final

no corpo, essa corrente tem prevalecido. Entretanto, o referido artigo vem jogar luz,para o tratamento e cura do vício, a partir da compreensão bíblica, em harmonia com

o entendimento (Welch,2014) “Pensar biblicamente sobre estes problemas difíceis

exigirá muito mais do que redefinição de termos ou considerar Cristo a autoridade

máxima. Na verdade, tudo precisa ser avaliado a partir das Escrituras.” 

MÉTODO

Presente artigo foi realizado a partir de uma análise dedutiva, buscando inferir de

fatos bibliográficos e comparativos, tais investigações foram de caráter teórico e de

pesquisa bibliográfica de obras publicadas, registros e outros documentos.

O problema da dependência sempre esteve presente na humanidade, ocorre que a

partir de certa época, precisamente da modernidade e do surgimento das escolas

psicológicas e sociológicas, houve um esvaziamento da presença de Deus dasEscrituras na busca por respostas, este rompimento.

No decorrer dessa trajetória o homem idolatra o que provoca uma desordem de

adoração, esse vai à tentativa de um preenchimento da sua vida, porém todos os

benefícios dos vícios são passageiros fazendo do homem que hora encontrava

prazer e felicidade, agora se torne um ser amargurado.

 A plena satisfação só é encontrada em Deus e na sua Palavra, no qual Deus é o

bem maior, único a dar a felicidade plena.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

DROGAS E VÍCIOS NA PERSPECTIVA BIOLÓGICA E SOCIAL.

Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida no

organismo modifica suas funções. Antigamente, a droga se conceituava como toda

substância que modificava o comportamento do ser humano. Todavia, tal regra

comportava exceção. Exemplo deste fato seriam os alimentos que são substancias

necessárias a saúde, segundo a (OMS apud leite, 1999). Fiore, por sua vez, ao

analisar a questão, aprofunda a controvérsia sobre a possibilidade de admitir como

droga as substancias necessária a manutenção da saúde normal. (Forma de pensar

na questão das drogas, segundo (Fiore,2004) termo denominado ou empregado

como droga é muito amplo, conforme a OMS (Organização Mundial de Saúde),maior referência internacional nos estudos científicos com relação em medicina e

saúde pública.

Segundo alguns autores, pela perspectiva biológica, o vício e a dependência

química, possibilita um olhar mais específico, ou seja, desde o contexto histórico até

a estrutura genética e psicológica. A utilização das drogas remete ao nascimento da

civilização, até onde a história e a ciência conseguem chegar, e de acordo com

(Fiore, 2004):

O consumo sistemático de substâncias psicoativas  –  aquelas que dealguma forma agem no sistema nervoso, na consciência ou na psiquehumana  –  esteve presente na história humana desde o momento em quepodemos alcançá-la. Uma bibliografia diversificada enumera as diversasmaneiras como essas substâncias foram colhidas, produzidas, usadas erepresentadas por diferentes sociedades ao longo do tempo. No entanto, ainstituição do uso de algumas substâncias, então chamadas genericamentede “drogas”, como uma questão social é historicamente recente, tendo seu  início na passagem do século XIX para o século XX.

Segundo Oliveira, a dependência química seria alteração cognitiva ecomportamental, em razão do uso contínuo de substancial psicoativa, com evidentesprejuízos fisiológicos e psicológicos:

 A dependência de substâncias se caracteriza pela presença de um conjuntode sintomas nas áreas cognitivas, comportamentais e fisiológicas, ondeapesar de o indivíduo apresentar prejuízo funcional nestas áreas, continuacom a utilização da substância (DSM-IVTR, 2003). O indivíduo que recebe odiagnóstico de dependente químico deve apresentar prejuízo funcional noque diz respeito a uma tríade referente às drogas, que inclui:

1) a dependência psicológica ou fissura e o frequente comportamentocompulsivo de buscar a droga,

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2) a dependência fisiológica, onde se caracterizam os sintomas físicoscaracterísticos de cada substância e os sintomas de abstinência quando oindivíduo interromper o uso da droga,3) a tolerância, que se define pela necessidade de ingerir cada vez mais asubstância para a obtenção do mesmo efeito (JAEGER; SCHREINER,apud  OLIVEIRA, 2003).

De acordo com (DSM-IV-TR,2003), a dependência química constitui-se por:

Um padrão mal adaptativo de uso de substâncias, levando acomprometimento ou sofrimento clinicamente significativo, manifestado portrês (ou mais) dos seguintes critérios em qualquer momento no mesmoperíodo de 12 anos;(1) Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:(a) necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância,para obter a intoxicação ou efeito desejado;(b) acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma

quantidade de substância;(2) Abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos:(a) síndrome de abstinência característica da substância;(b) a mesma substância (ou uma substância estreitamente relacionada) éconsumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência;(3) A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades oupor um período mais longo do que o pretendido;(4) Existe um desejo persistente ou esforço mal-sucedido no sentido dereduzir ou controlar o uso da substância;(5) Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção dasubstância, na utilização da substância ou recuperação de seus efeitos;(6) Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas sãoabandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância;(7) O uso da substância continua apesar da consciência de ter um problemafísico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ouexacerbado pela substância.

 Ainda na mesma linha de pensamento e de acordo com (Fiore,2004):

Pela definição farmacológica clássica, os quatro termos grifados poderiamser definidos como “drogas”, embora, nesse caso, apenas um termoapareça tipificado como tal. Mas não é para a imprecisão conceitual (oufactual) da revista que se pretende chamar a atenção, e sim para difícilrelação entre a conceituação ampliada do termo e o seu sentido restrito doponto de vista farmacológico e/ou medicinal. Grosso modo, o conjunto de

significados cotidianos que podem ser apreendidos no linguajar comum e namídia tem o seguinte formato: Drogas = cocaína, maconha, crack, etc(substâncias psicoativas ilícitas); Álcool e tabaco = bebidas e cigarro(substâncias psicoativas lícitas); Remédios = medicamentos (substâncias dequalquer tipo receitadas ou não por um médico com algum efeito esperadosobre o corpo).

Por outro lado, existe a questão biológica, que para muitos autores contribui de

forma significativa para levar o indivíduo à dependência:

 A dependência, do ponto de vista da genética, traz luz à medicina, como umadoença complexa, associando o problema a um conjunto de fatores que estão

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conectados de acordo com (Fiore,2004) Outras doenças como diabetes e a pressão

arterial, nas quais o “efeito genético é proveniente de vários genes atuando em

conjunto para a produção de uma situação de vulnerabilidade que, em conjunto com

a ação ambiental, produzem o fenótipo final”.  A dependência é considerada uma

doença de cunho genético, dependência pode estar associada a outros transtornos

mentais, que poderiam, inclusive, estar relacionados também a vulnerabilidades

genéticas. Os receptores dopaminérgicos, ou seja, envolve todo o sistema de

recompensa cerebral, principalmente o DRD2, tem recebido a maior atenção desses

estudos, acarretando “padrões afetivos e neuropsicológicos vulneráveis ao

surgimento do transtorno (dependência)”. As conclusões mais gerais dessas

pesquisas apontam para a existência de uma maior vulnerabilidade genética para a

dependência em determinados indivíduos, mas, no entanto, permanece a dificuldade

de dissocia-la de outros fatores ambientais, sociais e culturais.

Entretanto, segundo (Carneiro,2002) tornar-se-á consensual após o século XX,

quando o modelo orgânico da doença for superado por um modelo psicológico. Isso

ocorre com William Collis, a partir de 1919:

Recusou o modelo orgânico e passou a defender a noção de “doença da  

vontade”. O alcoolismo provoca doenças orgânicas, mas não é uma doençaorgânica, portanto Collis propôs “adição” para a doença da vontade. Otermo adição (addiction, em inglês) deriva da palavra latina que designava,na Roma antiga, o cidadão livre que fora reduzido à escravidão por dívidasnão pagas. Nesse mesmo período, o advento da medicina psicológicaocorria devido ao tratamento da neurose de guerra, durante e depois daPrimeira Guerra Mundial. Não apenas a psicanálise como outras correntes,como o comportamentalismo (behaviorismo) ampliava sua influência.

Freud foi pioneiro na associação e identificação das drogas como prazer e

anestésico das dores, na busca pela felicidade:

Freud foi um dos primeiros a teorizar sobre o papel das drogas na economiada libido, identificando-as como o mais eficaz mecanismo de obtenção doprazer e de afastamento da dor. “O serviço prestado pelos veículosintoxicantes na luta pela felicidade e no afastamento da desgraça é tãoaltamente apreciado como um benefício, que tanto indivíduos quanto povoslhes concederam um lugar permanente na economia de sua libido” Desde os primórdios da elaboração da teoria da libido que Freud buscouintegrá-la aos fundamentos das ciências naturais de sua época, considerandoa libido como uma forma de energia que se submeteria às leis datermodinâmica e que possuiria um substrato bioquímico. A chamada“hipótese substancialista da libido” admitia a existência suposta de uma“toxina sexual”. (S. Freud, O mal-estar na civilização, 1978).

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 Fica evidente que existe uma relação direta entre a recompensa e o prazer que a

droga produz naqueles que consomem, entretanto devemos frisar que alterações ao

longo do processo de consumo alterar de forma drástica a situação do individuo. 

DROGAS E VÍCIOS NA PERSPECTIVA SOCIAL

O surgimento do conceito político que conecta Estado e Medicina é basicamente

uma questão de poder (Burke 1987 apud, Carneiro, 2002), levando a discursão para

a esfera onde quem determina os significados simbólicos do drogado é aquele que

detém o poder, como nos “totens”, escreveu (Berridge,1994.). Afirma Carneiro

(2002.) Demonização do “drogado” e a criação de um simbolismo para o conceito

“droga” alcança na época contemporânea um auge inédito. Um fantasma ronda o 

mundo, o fantasma da droga, alçado à condição de pior dos flagelos da

humanidade.

 Assim “as drogas tornam se problemas sociais”,  conforme (Lenoir,1996)   A

instrumentalização para a  participam da formação da visão corrente do mundo

social, quer se trate dos organismos e regulamentações que visam encontrar uma

solução para tais problemas, ou das categorias de percepção e pensamento que

lhes correspondem.

Enfatizado (Berridge,1994) Como novidade no século XIX não são os conceitos de

vício, dependência ou embriaguez, que já estavam estabelecidos, mas a “conjunção

de forças políticas, culturais e sociais que deu hegemonia a esses conceitos”.  De

acordo com (Carneiro,2002) de acordo com Foucault criou uma nova percepção

deste dispositivo, para referir-se à organização social do sexo instituída pelos

poderes, utilizando o conceito e analisando a partir dos efeitos produzidos pelas

drogas, como arsenais de substâncias produtoras de prazeres e sensações

específicas, também foram submetidas historicamente a um dispositivo de

normatização. Duas são as principais intervenções do biopoder: sobre os corpos e o

regime químico das mentes, o controle do sexo e o controle farmacoquímico.

 Assistimos ao nascimento de um novo racismo que, além de biológico, assume

contornos biopolíticos, na estigmatização demonizante dos consumidores de drogas

do final do século XX e inícios do XXI.

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O VÍCIO E PECADO NA PESPECTIVA TEOLÓGICA

O vício, quando definido de forma exclusiva de doença, relatado apenas como um

fator genético, histórico e social, acaba deixando de lado, ou a margem, o problema

na sua forma real, proporcionando uma desilusão ao doente e trazendo umadesesperança àquele que o enfrenta. Isso acaba por dar uma importância ou força

maior ao vício, produzindo um desequilíbrio entre o indivíduo e o seu problema,

como resultado acaba ficando fragilizado:

Uma das fontes de legitimidade da medicina enquanto um discursoautorizado a se posicionar sobre o uso de “drogas” é a associação dessaação com a ideia de doença ou patologia. Embora essa associação tenhasido um dos principais pilares da instituição do uso de “drogas” enquanto  uma questão social, não se deve simplesmente tomá-la como o produto, ouaté como uma prova, da medicalização da questão. Isso porque no interiorda medicina essa associação é problemática, não havendo um consensosobre a ideia, por um lado, de que qualquer uso de “drogas” é umcomportamento patológico em si ou, por outro, se apenas o caso doindivíduo que ser torna dependente possa ser entendido como patológico.No universo pesquisado, foi praticamente consensual a primeira assertiva,ou seja, nem todo usuário de “drogas” pode ser considerado um doente.(FIORE, 2004)

Mais que uma nova definição, uma nova abordagem, a partir das Escrituras, no

sentido de demonstrar que existe, além dos tratamentos convencionais, uma

maneira de tratar e o conduzir a cura, o primeiro passo é a identificação ou relação

do vício como pecado, Obviamente, quando os reformadores se referiram aos ídolos

não estavam apenas falando sobre as imagens de escultura, mas sobre qualquer ser

ou coisa que colocamos no lugar de Deus para no final satisfazer e adorar, ou

desorientação a quem ou aquilo que adora:

`A medida que construímos nosso sistema teológico para a compreensão dovício, percebemos que a doutrina do pecado é fundamental, é um ponto

inevitável para começar a entender o vício. (WELCH, 2009).

Quando retirada a responsabilidade da pessoa sobre o seu comportamento e suas

escolhas, produzimos lacunas, onde o indivíduo sai da condição de autor para ser

torna vítima. A droga então tem o domínio e o controle, e tudo pode ser levado em

consideração para avaliar o que leva as pessoas ao vício. Entretanto, segundo

Welch, a falta de responsabilização pode reprimir a discussão, no caso específico a

droga agora é autora da história da vida. E a condição ou formação do indivíduo

será a grande culpada pelo ingresso ao vício das drogas:

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 A menção de pecado tende a polarizar a conversa imediatamente. Em umacultura em que a autoestima e uma visão elevada do valor pessoal sãoconsideradas psicologicamente essenciais, falar sobre pecado parece serum ataque ao bem-estar mental. (WELCH, 2009)

Mudar o foco exige além de uma questão de nomenclatura, mas, uma forma radical

e profunda, e esse problema é o pecado, optamos pelo pecado de forma consciente,

uma escolha, ou seja, a atitude do individuo de colocar a sua adoração não em Deus

e sim onde seu coração pecaminoso quer, o desdobramento é complicado e por

vezes doloroso, de algumas doses já não é a pessoa que controla a situação e sim

a substância, sai de cena o autocontrole e entra a dependência:

Mesmo com todo esse sofrimento associado à embriaguez, as pessoasbebem porque em algum nível o beber faz algo por elas. A embriaguezdelas é proposital. É possível que a embriaguez proporcione as pessoasuma breve oportunidade ser aquilo que gostariam. (WELCH, Edward T,Vícios: Um Banquete no Túmulo, São Bernardo do Campo, 2009, p.48) 

 A Escritura trata a questão do vício, e o motivo da preocupação com o assunto, está

ligado ao pecado, ou seja, a condição que leva a pessoa a pecar contra a Deus.

Podemos citar, Provérbios 23.29-35:

Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas?Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem osolhos vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho, para os queandam buscando vinho misturado. Não olhes para o vinho quando semostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Nofim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá. Os teus olhosolharão para as mulheres estranhas, e o teu coração falará perversidades. Eserás como o que se deita no meio do mar, e como o que jaz no topo domastro. E dirás: Espancaram-me e não me doeu; bateram-me e nem senti;quando despertarei? aí então beberei outra vez.

Outras passagens agora no Novo Testamento que reforçam a ideia que a Bíblia trata

a questão do vício são as seguintes:

  1 Co 5.11

Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-seirmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ouroubador; com o tal nem ainda comais.

  1 Co 6.9,10

Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis:nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados,nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados,nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.

  Gl 5.19,21

Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério,

fornicação, impureza, lascívia,Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias,emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios,bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos

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declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas nãoherdarão o reino de Deus.

Logo, a bíblia discorre sobre o vício, não somente sobre isso, mas é na palavra que

se deve buscar as respostas para os problemas enfrentados pela humanidade,mesmos os considerados mais atuais, se a Bíblia é a Palavra de Deus, então ela

tem autoridade para conduzir qualquer tipo de situação, talvez como uma

nomenclatura diferente, o que não impede de fazer uma relação com o que está

escrito e a situação. Uma vez que a Bíblia é a regra de fé do cristão, é nela que o

crente/fiel busca as respostas ou sendo a Bíblia considerada a palavra de Deus para

o cristão, essa autoridade consequentemente leva a buscar respostas ou a

correlação para os problemas sofridos.

Uma maneira clara de observar o desenvolvimento do vício é que o início e de forma

inocente termina em um pecado que leva ao endurecimento do coração, a pessoa é

levada a um estado de descrença, essa atitude impede de enxergar o verdadeiro

problema, quando realizado e reiterado resulta na escravidão e suas consequências

são trágicas e dolorosas, levando as pessoas a se entregarem aos seus próprios

desejos, mesmo que esses nunca estejam satisfeitos:

(...) Era impedido, não por grilhões alheios, mas por minha própria vontadeférrea. O inimigo dominava-me o querer e forjava uma cadeia que memantinha preso. Da vontade pervertida nasce a paixão; seguindo a paixão,adquire-se o hábito, e não resistindo ao hábito, cria  –se a necessidade.Com essa espécie de anéis entrelaçados (por isso falei de cadeia),mantinha-me ligado à dura escravidão”. Agostinho, confissões, livro VIII. 

Escravidão que não se restringe ao corpo e o físico, indo mais além, provocando

assim a contaminação do coração, isso leva ao descontrole. O coração infectado

gera a escravidão, desregramento, e a corrupção da alma, e suas consequências

são; tornar a pessoa indômita e resoluta:

Vício é a escravidão a uma substância, atividade ou estado mental quecontrola e torna-se o centro da vida, que se opõem à verdade de tal maneiraque até mesmo as más consequências não trazem arrependimento,conduzindo a um distanciamento cada vez maior de Deus. (WELCH,2009,p.59)

O poder do pecado que escraviza e controla, acaba tendo a finalidade de enganar,

não só uma questão de desobediência e sim de subversão contra Deus, como um

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feitor feroz, que torna a pessoa inoperante. Conforme João 8.34: “Respondeu-lhes

Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é

servo do pecado”.

O pecado impede que o viciado de realizar escolhas saudáveis e produtivas,segundo o apostolo Paulo relata em Rm 7.15,17:

Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o queaborreço isso faço.E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que éboa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado quehabita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, nãohabita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigorealizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não queroesse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecadoque habita em mim.

No início a intenção de usar drogas pode ser a necessidade de aceitação por parte

de um grupo, depois passar a funcionar como anestésico para amenizar a dor,

passando para punição de alguém ou de si mesmo, criando assim, diversos motivos

para afirmar a inevitabilidade do uso, quão grandemente o objeto, ou seja, a droga

está associada à pessoa, isso gera uma identificação com a própria vida.

Pessoas mantêm-se na escuridão e na ingenuidade com relação a seu coração,

muitas das vezes sendo engado por ele, como a Bíblia afirma “enganoso é ocoração humano”, compreender o mal que habita nas pessoas pode parecer

humilhante e um tanto complicado e complexo, entretanto, se faz necessário se

realmente a pessoa quer lutar e vencer seus vícios:

 A lei do pecado não trabalha em nós do lado de fora. Nós a carregamosdentro. Não se trata de uma lei escrita, que simplesmente nos dirigir pordecreto. Ela é inata  –  trabalhando, compelindo e incitando-nos, dasprofundezas do nosso coração. ( kris,2014).

Resistir ao vício que remete ao pecado é uma tarefa bastante árdua, parece ser

mais fácil se entregar ao pecado do que resistir e lutar contra ele, conforme (Kris

2014) cita “optar pela dolorosa obra de tomar a sua cruz e nela pregar sua carne”. 

O coração humano nascente onde surgem as ações externas, logo a corrupção do

coração leva a pessoa ao pecado da idolatria, então podemos entender que o vício

na verdade é uma desordem na adoração, em que se busca respostas não em

Deus, mas nos ídolos (drogas licitas e ilícitas), para entender essa desordem, é

preciso uma investigação a parte da idolatria do coração humano.

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Todos estão contaminados pela queda, em sua totalidade, depravação total do ser

humano, a condição pecaminosa do coração e da carne, levam as pessoas aos

vícios, com seus desejos ímpios e que levam a escravidão:

No vício, há mais que o uso regular de drogas ou de álcool. Nas etapasiniciais desse estágio, o uso de drogas pode se controlado por fatores taiscomo o preço e a desaprovação social ou familiar. Mais tarde, presumindodisponibilidade e interesse, o uso aumenta muito. Talvez o que já foi umevento causal e social passe a ser uma experiência mais consistente(WELCH, 2009, p.103).

E comum que o viciado acredita que tudo está sob controle, porém, as atitudes

demonstram o contrário, uma vez que, que o individuo se submete a realizar aquilo

que a idolatria exige, ou seja, agora a droga assume a condição de autor da história

e conduz a pessoa pelas mãos:

Talvez até mais assustador seja o fato de que o comportamento viciadoimpede que os usuários de substancias aprendam a viver. Ao invés deaprenderem a lidar com os conflitos nos relacionamentos ou no trabalho, osviciados voltam-se para seu ídolo em busca de soluções temporárias. Ecada uso de substâncias, eles perdem um pouco de habilidade para viver.Eles ignoram as oportunidades de crescer em sabedoria. Não é de admirarque se pareçam cada vez mais com crianças tolas. (WELCH, 2009, p.109-110).

No final o viciado transformar-se idólatra desprezável, oferecendo seu corpo paraescravidão, imundície e perversidade, perdendo todo o sentido de viver uma vida

digna e aceitável, não só na questão social, mas também aos olhos de Deus, pois,

seu maior amor agora é seu vício, que é o seu objeto de idolatria, ou seja, as

drogas. Assim ofertam a própria vida, em busca de prazer e satisfação, entretanto o

preço é a escravidão. Conforme 2 Pedro 2: 19,20: 

Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção.Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo. Porquantose, depois de terem escapado das corrupções do mundo, peloconhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vezenvolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que oprimeiro.

 A insensatez conduz a vida do viciado, levando o a perder a percepção da realidade,

das consequências e males causados pelas drogas, mesmo diante deste quadro o

individuo acreditam que eles não têm problema algum.

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ESPIRITUALIDADE CRISTÃ NO TRATAMENTO

Doenças emocionais e o estrese podem acabam tendo reflexos na saúde física, é na

religião que se pode encontrar um modo de enfrentar o problema (KOENIG, 2012).

De acordo com a pesquisa do New England Journal of Medicine

 Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, muitos norte-americanos sentiram –se aflitos e apreensivos. Como enfrentaram isso? Deacordo com o estudo publicado durante a semana seguinte aos ataques,90% deles se voltaram para a religião em busca de conforto e suporte. Emalgumas áreas dos Estados Unidos, quase metade dos pacienteshospitalizados indicam que suas crenças e práticas religiosas são a formamais importante de lidar com a doença e com as mudanças na vidacausadas pela doença.

 Além de oferecer suporte para as pessoas a religião, também é um modificador de

comportamento, mudanças de hábitos, produz no individuo a necessidade de pensar

antes de tomar decisão, seja ela qual for e independente da área, essas são

decisões que nos confrontam todos os dias, escolhas e que as crenças religiosas

podem influenciar (KOENIG, 2012).

Pessoas sem religião ou sem uma realidade religiosa que não são submetidas às

crenças de uma religião tem a possibilidade de desenvolver hábitos de consumos de

drogas sejam licitas ou ilícitas, podendo desenvolver um consumo compulsivo

(KOENIG, 2012).

Especialistas na questão da dependência química enfatizam a função que a

espiritualidade pode exercer na recuperação ou na prevenção (KOENIG, 2012), pois

o envolvimento de comunidades da fé age como facilitador na mudança de

comportamento.

Pensando a partir da experiência religiosa para o tratamento, observa se a relaçãopessoal com o sagrado, onde sua manifestação é um “mistério tremendo e

fascinante”. Mistério algo impressionante e incompreensivo ao intelecto humano,

totalmente outro, uma potência estranha, que se impõe de forma absoluta e

fascinante (OTTO, 2005.).

 Ainda de acordo com Silva (2014.):

 A experiência religiosa é, ao mesmo tempo, individual e comunitária. É

individual porque o homem religioso a experimenta na sua particularidade eé comunitária porque esse mesmo homem não a contém e, por isso,comunica-se com outros sobre ela. Nesse processo, a experiência religiosa

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manifesta-se por meios de linguagens próprias, que se apresentam emforma de fenômenos.

Compreender vai além de uma simples aceitação, é reconhecer que o contato com o

Sagrado e o Divino pode estabelecer uma mudança de comportamento e assimproduzir um milagre, segundo Otto:

 A distinção que muitas vezes se faz entre racionalismo e religião, de que aprimeira sereia a negação do milagre, é evidentemente errônea, ou pelomenos muito superficial. “Pois mais “racional” não pode ser a teoria correntede que milagre seria a ocasional quebra do encadeamento natural decausas, provocada por um ente que estabeleceu ele próprio esseencadeamento, devendo, portanto, ser ele o senhor do mesmo (OTTO,2011).

Reafirmando a importância da religião no tratamento e prevenção, temos a pesquisarealizada por Moreira, Lotufo, Neto e Koenig:

 Ao longo do século XX, mais de 850 artigos foram publicados associando areligiosidade e a saúde, sendo que a ampla maioria 80 % dos estudos de boaqualidade encontrou associação positiva entre maiores níveis deenvolvimento religioso e bem-estar psicológico, menos depressão, menospensamentos e comportamentos suicidas, menor uso e abuso de álcool/droga

Matthes e Clark (1998) se referem à cura de dependentes como a conquista da

verdadeira liberdade, ou seja, existe uma alternativa para permanecer livre da

dependência esse é a prática de uma vida espiritual, não significa que esses

indivíduos nunca teriam dificuldades ou momentos de quedas, mas em que um

processo constante retroalimentação e apoio espiritual poderiam fazê-los

permanecer livre das drogas:

 Assim como ocorre com o álcool, o envolvimento religioso apresenta umacorrelação inversa ao uso de drogas ilícitas [...], de 52 estudos conduzidosantes de 2000, 48 relataram relações inversas significativas entre atividadereligiosa e uso de drogas, Medicina, Religião e saúde (KOENIG; HAROLD

2012).

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CONCLUSÃO

Como a espiritualidade cristã pode contribuir como um fator preponderante na

recuperação de dependentes químicos? De acordo com (Lewis, 2005) se existe nas

pessoas um desejo que nenhuma experiência deste mundo pode satisfazer, a

explicação mais provável é a de que “fomos criados para outro mundo.”. 

 A ferramenta utilizada é a prática de orações diárias, quando aparece desejo

incontrolável de consumir a droga. O incentivo a essa prática como uma alternativa

no controle da recaída e aconselham que seus membros façam oração, existe o

método cotidiano que é estabelecido, ou seja, culto 3 vezes por dia e momentos de

oração e meditação na Palavra, uma medida que busca amenizar a possível

vontade e queda, ore no mínimo: ao acordar, pedindo proteção para o dia e antes de

se deitar, agradecendo a proteção recebida. Para todas elas, a prece, ou oração,

seria a forma de contato direto com Deus, como um diálogo entre pai e filho. Em

relação ao tratamento da dependência, a oração é considerada a substituta da

terapia farmacológica e teria função ansiolítica semelhante a um fármaco para esse

fim (SANCHEZ; NAPPO, 2008).

 A espiritualidade cristã, ou seja, ter fé e utilizar como ferramenta a oração é o que

fortalece a vida espiritual, sendo de vital importância no tratamento e manutenção de

dependente químico. A fé promove a qualidade de vida, proporcionando ao individuo

uma melhora na sua condição de vida. A adoção de referenciais da religião faz com

que o fiel confie na proteção de Deus, o que seria a retroalimentação acerca das

coisas espirituais, assim respeita as normas e valores impostos pela religião,

melhorando a qualidade de vida dos adeptos. Esse comportamento levaria ao

afastamento natural das drogas, à falta de interesse impulsionada pelo medo ou

apenas pela conscientização da degradação moral associada ao abuso destas

substâncias (Sanchez, Zila van der Meer; Nappo, Solange Aparecida, 2008).

O enfrentamento das dificuldades, a partir da perspectiva espiritual apoiado na fé,

acaba proporcionando afastamento natural de atitudes contrárias a moral difundida

pela religião. Além disso, o fato de se contar com a ajuda irrestrita de Deus gera um

amparo constante, esse amparo também observado na comunhão com os demais

adeptos a religião, trazendo conforto e bem-estar.

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