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O presente artigo analisa as transformações da economia brasileira nos últimos 25 anos buscando desde o Plano Real a atual conjuntura econômica. Em perspectiva histórica, ele examina o modo de transição da moeda para o Real e os Balanços Econômicos, Inflação, desigualdade social e o crescimento do PIB na época dos governos Collor, FHC, Lula e Dilma.TRANSCRIPT
Uma avaliação da economia Brasileira nos últimos 25 Anos
Autores1: Luann Felipe de Moraes Lobo
Milena Auzier Vilena
Orientador²: Prof. Dr. Dorli João Carlos Marques
RESUMO
O presente artigo analisa as transformações da economia brasileira nos últimos 25
anos buscando desde o Plano Real a atual conjuntura econômica. Em perspectiva histórica, ele
examina o modo de transição da moeda para o Real e os Balanços Econômicos, Inflação,
desigualdade social e o crescimento do PIB na época dos governos Collor, FHC, Lula e
Dilma. O propósito desse estudo é avaliar evolução econômica brasileira e as melhores
políticas econômicas adotadas. Foram feitas pesquisas bibliográficas em livros, artigos e
consultas à internet, análises de gráficos e índices históricos para o embasamento teórico. O
texto termina com uma análise macroeconômica dos últimos 25 anos e os desafios do
Governo Dilma Rousseff face à atual situação da economia do Brasil e uma perspectiva para
os próximos anos.
Palavra-chave: Plano Real, Inflação, PIB (Produto Interno Bruto), Governo Collor;
FHC, Lula; Dilma.
ABSTRACT
This article analyzes the transformation of the Brazilian economy over the past 25
years seeking since the Real Plan the current economic environment. In historical perspective,
it examines the currency transition mode to Real and Economic Balance, Inflation, social
inequality and the growth of GDP at the time of the Collor, FHC, Lula and Dilma. The
purpose of this study is to evaluate Brazil's economic developments and best adopted
economic policies. Literature searches were made in books, articles and Internet queries,
charts, analysis and historical rates for the theoretical basis. The text ends with a
macroeconomic analysis of the last 25 years and the challenges the government Dilma
Rousseff face the current situation of Brazil's economy and an outlook for the coming years.
Keywords: Real Plan, Inflation, GDP (Gross Domestic Product), the Collor
administration; FHC, Lula; Dilma.
1. INTRODUÇÃO 1Email: [email protected] Email: [email protected] ²Email:Dorli…..
2. Uma Abordagem econômica que antecedeu a década de 1990
A produção cafeeira no Brasil iniciou-se em 1840, porém agravou-se na década de 30,
o Brasil era um dos principais exportadores de café quase que responsável por três quartos das
exportações, devido ao seu extenso território e uma grande massa de mão-de-obra, porém, a
produção foi tanta que ocasionou uma superprodução. Ocorreu-se então novos métodos para a
defesa do café, de forma mais simples dentre eles foram: a depreciação da moeda quando
havia quedas dos preços das exportações, e em 1906 com o convênio de Taubaté o governo
então passou a comprar os excedentes de produção que logo depois essa medida começa a
falhar, porque essas compras eram de financiamento externo do governo com a crise as
reservas do exterior começam a diminuir enfraquecendo essa política de defesa.
Com a crise de 1929, o Brasil reduziu suas exportações de café de 28,94 milhões
produzidos para 14,28 milhões. Os preços dos produtos importados subiram 33%, logo houve
uma redução nas importações de 60% essa procura que antes era satisfeita pelos produtos
importados passou a ser encontrada pela oferta interna, implementando assim, a política de
substituição das importações. Segundo Lacerda³:
Ao mesmo tempo, o crescimento econômico da procura por bens de capital e o forte aumento dos preços de importação desses bens, devido á desvalorização cambial, criaram condições propícias à instalação de uma indústria de bens de capital no país (LACERDA, 2010, p. 103).
O Brasil deixou de ser um país de modelo primário-exportador da economia brasileira
para um modelo de desenvolvimento do mercado interno. A partir da década de 1930 o Brasil
adotou uma medida que já vinha sendo adotada por outros países, chamada de substituição de
importações, que visava desenvolver o setor manufatureiro e resolver os problemas de
dependências de capitais externos. Essa nova política permitiu o desenvolvimento e a
industrialização. E alguns anos após essa nova política mostraram falhas. A acomodação das
empresas nacionais seria o principal motivo, pois elas se confiavam no protecionismo, o que
as deixavam livres da concorrência externa.
_______________
³Título do livro: Economia Brasileira.
Houve então uma instabilidade política e econômica e em seguida uma instauração do
regime militar. O Brasil passava assim como outros países na época, por uma ditadura militar.
O principal foco econômico nessa época foi o chamado “milagre econômico” entre os anos
1969 e 1973. Houve uma expansão dos gastos públicos, principalmente em infraestrutura e
em muitos outros investimentos que visavam o crescimento econômico.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nessa época até 1980 foi entre 7% e
13% ao ano. O nível de emprego aumentou, principalmente, pelos investimentos nos setores
de infraestruturas e indústria, nos setores de siderurgia, geração de eletricidade e indústrias
petroquímica. O setor foi puxado, principalmente, pelo crescimento e fortalecimento das
empresas estatais. Porém o Brasil sofreria consequências.
O crescimento econômico do Brasil começou a diminuir a partir de 1974 com a crise
mundial provocada pelo “choque do petróleo”. Os preços dos combustíveis derivados do
petróleo aumentaram bastante, elevando a inflação. A balança comercial brasileira ficou com
um déficit elevado em função da importação do petróleo a preços elevados.
Entretanto a crise já vinha sendo desenhada pelas consequências do “milagre
econômico”. Nesse período a inflação ficou entre 15% e 20% ao ano, resultado do aumento
descontrolado dos gastos públicos e o aumento da dívida externa, pois esse crescimento
econômico foi bancado, principalmente, com empréstimos feitos do exterior, elevando a
dívida de US$ 3,4 bilhões em 1964 a US$ 49 bilhões em 1979.
Apesar de a economia ter crescido consideravelmente, não houve distribuição de renda
e, portanto, aumentou mais ainda a desigualdade social no país, com o aumento da
concentração de renda. Em 1972, os mais ricos, que consistiam em 1% da população
detinham cerca de 39,8% da renda nacional, enquanto, em 1960, essa concentração era de
28,3%. O regime afirmava que era preciso primeiro fazer o bolo crescer para que ele fosse
dividido. Mas essa divisão não foi feita.
Durante o anos 80 continuaram as reduções do PIB, sendo que o crescimento era de
uma média anual de 7,4% na década de 1951-60, de 6,2% na década de 1961-70 e de 8,6% na
década de 1971-80. Mas nos anos 80 o PIB cresceu apenas 1,57%, o que gerou decréscimo na
renda per capita do Brasil, pois a população crescia em torno de 2% ao ano. Além disso, as
taxas internacionais de juros causaram um crescimento da dívida do Brasil com os EUA, além
do aumento do déficit público. A dívida interna seguia o mesmo caminho, aumentando cada
vez mais por causa da política fiscal expansionista do governo. Costuma-se dizer que os anos
80 perdeu toda expansão vivida nos anos anteriores. Essa época é chamada de “A década
perdida”.
3. Uma Análise do Brasil nos anos 1990
A abertura econômica de um país em desenvolvimento deve-se ter uma imensa
responsabilidade devido aos efeitos seguintes que ela pode trazer, no caso existe uma grande
questão para saber que tipo de abertura deve vir primeiro, a abertura de capital ou de bens?
A questão relativa à sequência da liberalização, envolvendo os mercados de
bens e de capitais, é a que apresenta maior polêmica. A maioria dos analistas,
porém, pautando-se pelas experiências de Chile e Argentina na década de 1970,
recomenda, em primeiro lugar, a liberalização do mercado de bens, para, apenas
depois, liberalizar o mercado de capitais, especialmente no que se refere às
restrições sobre o fluxo de capitais externos (LACERDA, 2010, p. 263).
Como observamos o capitulo passado, com o fim da política de substituição de
importação na década de 80, então sua atual forma de eficientizar a economia era a
liberalização, esse modelo tende a ter uma melhor aplicabilidade, como o Brasil estava em
decadência em relação à industrialização a primeira política adotada pelo governo diminuiu a
produção e a competitividade do setor, porém com a abertura econômica tinha-se esperança
de trazer uma retomada do desenvolvimento, e uma melhor qualidade de vida para a
população, essa questão se iniciou juntamente ao governo do Collor.
3.1. Governo Collor
A década de 90 trazia consigo uma herança dos anos 80 de uma economia fortemente
instável, devido aos atrasos tecnológicos e as pequenas taxas de importação que vinham
decaindo cada vez mais, por causa do grande aumento nas alíquotas de importação.
3.2. O plano Collor I e II
Collor entra em cena ao assumir o governo em 1990, com os seus planos de
estabilização. O plano Collor 1, tinhas varias aplicações assim como Antonio Lacerda
descreve.
O Plano Collor I, de março de 1990, combinava confisco dos depósitos à
vista e aplicações financeiras com prefixação da correção dos preços e salários,
câmbio flutuante, tributação ampliada sobre as aplicações financeiras e a chamada
“reforma administrativa”, que implicou o fechamento de inúmeros órgãos públicos e
demissão de grande quantidade de funcionários (LACERDA, 2010, p. 267).
A grande divida interna, obrigou a fazer cortes nos gastos públicos e de um aumento
da receita fiscal, porém essa política não foi duradoura, mas nos primeiro momento o
superávit primário foi e 4,5% do PIB logo depois se reduziram pela metade. Já o segundo
mandato foi rapidamente adotado por causa da aceleração da inflação, as medidas adotadas
foram congelamento de preços e salários, isso tudo causou uma grande recessão no país, isso
explica um PIB negativo de 10%. Esse cenário da má gestão do presidente, junto a
insatisfação da população e as grandes denúncias de corrupção acabou determinado o
impeachment do Collor em outubro de 1992.
Em meados de 1990 a liberalização começou a ganhar credibilidade, instaurou no
Brasil uma nova política industrial, com o seu principal objetivo a competitividade já bem
diferente dos modelos proposto anteriormente como a substituição das importações, foram
criados mecanismo importantes para o desenvolver esse novo modelo o (PCI) Programa de
competitividade Industrial e o (PBQP) Programa Brasileiro de qualidade e produtividade.
Assim as privatizações que ocorreram tinham objetivos bem claros era de retirar o
governo do mercado o Maximo possível, elaboraram o (PND) Programa nacional de
desestatização, como uma das medidas importantes para as reformas econômicas do governo.
3.3. O plano Real
Desenvolvido no início dos anos 1990, no governo de Itamar Franco, pelo seu ministro
da economia Fernando Henrique Cardoso. O plano real tinha etapas a serem cumpridas.
O Programa de Estabilização Econômica,
ou Plano Real, foi concebido e implementado em
três etapas:
a) Estabelecimento do equilíbrio das contas do
governo, objetivando eliminar a principal causa da
inflação.
b) Criação de um padrão estável de valor, a
Unidade Real de Valor (URV).
c) Emissão de uma nova moeda nacional com
poder aquisitivo estável, o real (LACERDA, 2010,
p. 289).
Primeiramente foi implantado o Programa de ação imediata em 14 de junho de 1993,
conhecido como a fase 1 do programa, objetivando a reorganização do setor público, dentre
eles tinha-se algumas metas como o combate á sonegação, um aprimoramento nas relações
dentre os estados e municípios, tornaram os bancos estaduais mais competitivos. A intenção
do governo era aumentar a confiança da população no setor público, aumentando a
credibilidade do governo para que introduzíssemos ao URV uma unidade de conta.
3.4. A URV
Conhecida como uma transição para a nova moeda, a fase 2 da moeda implantado em
27 de maio de 1994. Ela veio justamente para conter a grande desvalorização da moeda
cruzeira. A URV serviria para o comercio determinar seus preços e efetuar contratos e
determinar salários. A fase 3 surgiu com a nova moeda já como REAL, no mês de Julho de
1994.
3.5. Dados sobre esse momento econômico
Nesse período o PIB cresceu 5,67% em 1994, a indústria 7%, a agropecuária 7,6% e o
setor de serviço 4%. Esse aumento nos meses seguintes foi impulsionado principalmente pela
queda da inflação e teve efeitos significativos sobre o poder de comprar da população.
3.6. Desestabilidade do Real.
O plano real foi o melhor já desenvolvido no país, porém suas medidas foram bastante
rígidas, o que transformou todas as estruturas do Brasil na área macroeconômica com o
aumento do coeficiente de importação, entrada de novos concorrentes com os investimentos
diretos, e a privatização também deu um grande impulso para diminuir o déficit do governo,
ocorreu uma serie de mudanças na área microeconômica do país no mundo empresarial, tudo
isso favoreceu o crescimento do PIB para os mais altos níveis após uma década de grandes
taxas de inflação que se manifestou no país.
O maior problema encontrado no plano real, foi que as empresas instaladas não
conseguiram produzir de acordo com o que a demanda queria, logo, ocorreu uma elevação
dos juros e houve uma restrição do crédito, e um dos fatores mais importantes para o
crescimento econômico é a poupança interna que é responsável pelos financiamentos
privados, nessa época era em torno de 16% em relação ao PIB.
Outra grande preocupação que levou o Brasil após a introdução do plano real para
mais uma crise foi o aumento do consumo interno, redução das alíquotas tarifarias e o dólar
barato estimularam o aumento das importações. O Brasil exportou mais do que importou
neste período, os níveis de importação aumentaram de US$ 25,8 bilhões em 1993 para US$
61,5 bilhões em 1997 já as exportações evoluíram de US$ 38,7 bilhões para US$ 53,0 bilhões,
um pequeno crescimento em relação às importações, causando um desequilíbrio na balança
comercial, então, o governo voltou a adotar medidas que aumentasse ainda mais esse
desequilíbrio.
Com o agravamento das contas publicas e o déficit da conta corrente, afastava os
credores intensificando a crise. A crise russa dificultou ainda mais a obtenção de créditos
externos induzindo o Brasil a recorrer ao FMI, que ofereceu recursos de US$41,5 bilhões com
a desvalorização do real, um elevado aumento nas taxas de juros e a escalado do desemprego.
Em troca o FMI colocava uma serie de medidas:
Assim, o início de 1999 foi marcado por um intenso debate sobre a viabilidade de cumprimento das
medidas sugeridas pelo FMI, especialmente no que se referia aos juros, já que seu aumento agravaria a recessão
e diminuiria a receita do governo, afetando-o também nas suas contas pela elevação do custo do financiamento
da dívida pública. [...] Também a implantação do regime de metas inflacionárias a partir de 2000 viria a
representar um avanço na condução da política monetária (LACERDA, 2010, p. 298).
4. Uma Análise do Brasil nos anos 2000
Em 2002, ocorreu uma acirrada disputa no âmbito político, a concorrência da
presidência de um lado José Serra (PSDB) e do outro Luiz Ignácio Lula da Silva (PT). Com a
eleição de um partido de esquerda para a presidência causou uma instabilidade no mercado
financeiro, com impacto também na bolsa de valores, nas taxas de juros e no câmbio. A
principal preocupação era se o atual presidente teria coragem de assumir o contrato que o FMI
propôs para o presidente anterior. Em um documento “Nota sobre o acordo com o FMI” O
Ministro da fazenda Antonio Palocci se comprometia em respeitar os acordos.
Devido essa troca de representantes nada mudaria o tripé, desenvolvido com o
objetivo de ter uma base econômica caracterizada por regime de meta de inflação com o
cambio flutuante e a política de geração de superávit fiscal primário.
4.1. Período do Governo Lula
O período de 2003 a 2008 foi marcado pela volta do crescimento econômico. Neste
período o crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 4,2% a.a., praticamente o
dobro do período anterior. Mas em 2009, em decorrência da crise financeira mundial,
consequência da bolha imobiliária nos EUA, o PIB foi negativo em 0,6%. Nos anos 2004,
2007 e 2010 o crescimento alcançou marcas acima de 5%.
O Investimento/PIB em 2003 era de 16,23% em 2008, antes da crise financeira
mundial, chegou a atingir 20,1%. O crescimento econômico nessa época foi sentido no
mercado de trabalho. Em 2003 a taxa desemprego era de 11,3%. Em 2010 a taxa alcançou a
marca de 6,1%.
Ainda nesse período de recuperação do crescimento, há também uma melhora nos
indicadores de distribuição de renda e de redução da pobreza. O índice de Gini, indicador da
distribuição de renda, foi de 0,59 em 2003 e 0,54 em 2009. Lembrando que em 1981 o índice
de Gini era de 0,58 e em 2001 marcou 0,60.
Vale ressaltar também os efeitos sobre a pobreza. A taxa de extrema pobreza que era
de 11,49% em 2005 diminuiu para 7,28% em 2009, de acordo com cálculo do Instituto de
Pesquisa Econômicas Aplicadas (IPEA). A taxa de pobreza teve uma diminuição mais
significativa, de 30,82% em 2005 para 21,42% em 2009.
Esses avanços se deram principalmente a retomada do crescimento econômico e a
ampliação do mercado formal. A política de transferências de renda tendo como principal
programa o Bolsa Família também tiveram papeis fundamentais. O programa Bolsa Família
beneficiou 12,7 milhões de famílias em 2010 e injetou na economia cerca de R$ 13 bilhões.
Nesse período a taxa de inflação esteve atrelada com a meta determinada pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN). Exceto em 2003 quando o Índice Nacional de Preço ao
Consumidor Amplo (IPCA) registrou inflação de 9,3%. Nos demais, a inflação esteve na meta
ou abaixo.
É notável que durante o governo do Lula, a política econômica manteve a combinação
macroeconômica definida no governo do Fernando Henrique Cardoso, ou seja, manteve o
tripé metas de inflação, regime de câmbio flutuante com intervenção e ajuste fiscal.
Em relação a metas de inflação, o fato a ser reconhecido é que Lula foi capaz de
manter a estabilidade de preços num período de crescimento. E a relação da taxa de juros foi
onde o governo foi mais criticado, pois apesar de todo crescimento econômico, o Brasil ainda
sustentava o primeiro lugar no ranking de juros real no mundo. Logo após a crise financeira
de 2008, as taxas de juros reais caíram significativamente e praticamente todos os países. Em
2002 o Brasil liderava o ranking das taxas de juros reais com 11,1% a.a., em 2010 continuou
liderando com 4,8% a.a., de juros reais.
A descoordenação entre a política monetária e política fiscal é uma das responsáveis
pela manutenção das elevadas taxas de juros reais ao longo do governo Lula. Apesar de ter
tido um cenário favorável em seu governo, após a crise de 2008 sofreu um forte impacto, mas
logo depois a economia voltou a crescer.
4.2 Período do Governo Dilma
No inicio do governo Dilma Rousseff, em 2011 ela manteve um regime políticos
macroeconômicos baseados na meta de inflação e de superávit fiscal primário e na flutuação
da taxa de câmbio suja. Outro acontecimento que deu uma força para o inicio do governo foi a
grande relação entre o ministro da fazenda e o banco central do Brasil que juntos resultaram
em uma grande eficácia.
E no segundo semestre de 2011 à 2012 o governo adotou medidas anticíclicas, logo:
redução na taxa básica de juros, estímulo creditícios e desoneração tributária, com o cenário
na crise do euro, houve desaceleração da inflação, ocorreu uma reforma na política para tentar
diminuir a taxa básica de juros (selic) e as taxas de juros internacionais.
Em 2012, foi marcado pelo aprofundamento da desaceleração da atividade econômica,
com objetivo de estimular a economia, os bancos públicos substituídos pelo privado optaram
por uma forma anticíclica, e tentaram diminuir o efeito negativo sobre a oferta de crédito.
Com o programa de sustentação de investimentos (PSi), suas principais estratégias era
um pacote de compras governamentais e de investimentos públicos que é uma forma mais
acelerada para o estimulo ao crescimento econômico. O combate a inflação, ocorreu um
processo de aceleração inflacionaria em 2012 até o primeiro semestre de 2013, deu início a
uma nova fase de elevação da taxa de juros.
Em 2015, em seu segundo mandato com o seu ministro da fazenda teve como objetivo
estabelecer uma meta de superávit primário, porém também adotou medidas de ajuste fiscal
que modificou alguns recursos trabalhistas e elevação da carga tributária.
Atualmente ocorreu um déficit primário, e o projeto de lei de diretrizes orçamentárias
para 2016 adotada pelo banco central, foi uma projeção para o PIB de 2015 um retração de
0,9% e um crescimento real de 1,3% , 1,9% e 2,4% para os anos de 2016, 2017 e 2018.
5. Análise macroeconômica dos 25 anos do Brasil
Os anos 90 foi o período em que o Brasil passou por grandes mudanças em sua
economia, sendo a maior delas até hoje, o Plano Real, que visava à estabilização da moeda e o
tripé econômico (câmbio flutuante; regime de metas de inflação; responsabilidade fiscal) que
foi implantado com sucesso pelo então ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso e sua
equipe. Em menos de quatro décadas, o Brasil foi de inflação crônica (1965-1974) à inflação
altíssima (1975-1984) à hiperinflação (1985-1994) à estabilização (1995-2004) à atual meta
de inflação de 4,5% ao ano. Com a economia estabilizada, as pessoas puderam investir,
poupar e tomar riscos.
Em 2003 Luís Inácio Lula da Silva é eleito novo presidente do Brasil e o período de
2003 à 2008 foram marcados pela volta do crescimento econômico, devido também aos feitos
do governo anterior e a manutenção do tripé econômico. O governo de Lula deve seu maior
destaque na política voltada para o âmbito social, na diminuição da desigualdade do país e
diminuição da miséria com programas sociais como o Bolsa Família, que foi a junção da
“Bolsa Escola”, “Auxílio Gás”, “Cartão Alimentação” criados ainda no governo do FHC.
Lula expandiu o programa por boa parte do país, atingido mais de 10 milhões de pessoas. E o
que se viu então foi uma diminuição da desigualdade social.
Em 2008 ocorreu a maior crise financeira mundial desde a grande depressão de 1929.
Medidas de caráter anticíclicas foram tomadas, houve desonerações de diversos impostos
como IPI e da folha de pagamentos, que permitiu que o país continuasse a sua trajetória de
crescimento.
Contudo, a retirada dos estímulos foi tardia, e o governo passou a combinar política
monetária e fiscal expansionista, que levaria o Brasil a um crescimento econômico de 7,5%
naquele ano. Porém viria a refletir mais tarde a alta da inflação. A demora da retirada dos
estímulos se deu na visão de conseguir eleger a presidência a até então ministra da Casa Civil
Dilma Roussef.
A herança inflacionária e os custos para elegerem foi uma das grandes causas pelo
crescimento pífio apresentado no governo Dilma. O que fez ser eleita acabou sendo uma má
herança de seu antecessor.
O nível de preço da economia voltou a subir em 2011, atingindo mais de 7%. Mesmo
assim, o banco central inverteu a lógica prevalecente do mercado e trocou a direção das taxas
de juros reduzindo-a de 12,5% a 0,5%. Logo, devido ao crescimento da economia de 7,5% em
2010 seguido pela diminuição da taxa de juros no ano 2011 resultaria em um aumento da
Inflação nos anos seguintes.
Passado as eleições de 2014, com a reeleição da Presidente Dilma, o governo começou
então a adotar políticas fiscais contracionistas para controlar principalmente a Inflação. O que
terá como consequência uma queda do crescimento da economia do país. A previsão do
governo para o orçamento do ano 2016 é de um saldo negativo de mais de 30 milhões de
reais. Segundo o Banco Central a estimativa é que o Índice de preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) feche o ano de 2015 em 9,29%. Para o comportamento do Produto Interno Bruto
(PIB) neste ano a estimativa é de retração de 2,44%. Se confirmado, será o pior resultado em
25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%. E a estimativa do
PIB para 2016 segundo analistas, é de uma contração de 0,5%.
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