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ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS NO TRAÇADO SIMULTÂNEO DO PSICODIAGNóSTICO MIOCINÉTICO (P: M. K. ) VIDALINA RAMOS DE BÁRTOLI e NEWTON FERREIRA JOSETTI (Primeira parte) 1) - CONSIDERAÇõES PRE- LIMINARES Para a realização desta pesqui- sa foi tomado, como instrumento de trabalho, o Psicodiagnóstico Miocinético (PMK), do Professor Dr. Emílio Mira y López. Sua técnica de aplicação deter- mina, atualmente, que o traçado dos cinetogramas incluídos no ca- derno do teste se realize fazendo o "Propositus" executá-los, em ordem previamente estabelecida, com a mão direita ou com a mão esquerda, exceção feita ao deno- minado ziguezague, cujo traçado é executado simultâneamente. 2) - OBJETIVO DA PES- QUISA: Geral: - Trata-se de descobrir quais são as alterações quantitati- vas e qualitativas que se introdu- zem quando; mantidas equivalen- tes as condições de aplicação, o in- divíduo realiza simultâneamente, o traçado dos cinetogramas, que constituem o teste, exclusive o do ziguezague, que em sua forma normal é executado com as mãos trabalhando conjuntamente. Parcial: - Nesta fase da pes- quisa, caberá aos alunos situar o problema em relação aos seguintes aspectos: a) quais as diferenças quantita- tivas existentes entre os tra- çados isolado e simultâneo; b) quais as variações da inter- dependência motriz entre o movimento isolado e o con- jugado; c) qual o valor de constância ex- pressiva de uma mesma ati- tude psicomotriz. 3) - MATERIAL DE OBSER- VAÇÃO: Consistiu na obtenção de cin- qüenta (50) Psicodiagnósticos, aplicados nas duas diferentes con- dições: a) segundo a técnica usual; e b) efetuando simultâneamente o traçado. Para maior simplicidade e re- sumo, os Psicodiagnósticos aplica- dos dentro da técnica corrente fo- ram classificados como: FORMA - A, e os aplicados nas condições da experiência: FORMA - B.

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Page 1: Artigo PMK

ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS NO TRAÇADO SIMULTÂNEO DO PSICODIAGNóSTICO

MIOCINÉTICO (P: M. K. )

VIDALINA RAMOS DE BÁRTOLI e NEWTON FERREIRA JOSETTI

(Primeira parte)

1) - CONSIDERAÇõES PRE­LIMINARES

Para a realização desta pesqui­sa foi tomado, como instrumento de trabalho, o Psicodiagnóstico Miocinético (PMK), do Professor Dr. Emílio Mira y López.

Sua técnica de aplicação deter­mina, atualmente, que o traçado dos cinetogramas incluídos no ca­derno do teste se realize fazendo o "Propositus" executá-los, em ordem previamente estabelecida, com a mão direita ou com a mão esquerda, exceção feita ao deno­minado ziguezague, cujo traçado é executado simultâneamente.

2) - OBJETIVO DA PES­QUISA:

Geral: - Trata-se de descobrir quais são as alterações quantitati­vas e qualitativas que se introdu­zem quando; mantidas equivalen­tes as condições de aplicação, o in­divíduo realiza simultâneamente, o traçado dos cinetogramas, que constituem o teste, exclusive o do ziguezague, que em sua forma normal já é executado com as mãos trabalhando conjuntamente.

Parcial: - Nesta fase da pes­quisa, caberá aos alunos situar o problema em relação aos seguintes aspectos:

a) quais as diferenças quantita­tivas existentes entre os tra­çados isolado e simultâneo;

b) quais as variações da inter­dependência motriz entre o movimento isolado e o con­jugado;

c) qual o valor de constância ex­pressiva de uma mesma ati­tude psicomotriz.

3) - MATERIAL DE OBSER­VAÇÃO:

Consistiu na obtenção de cin­qüenta (50) Psicodiagnósticos, aplicados nas duas diferentes con­dições:

a) segundo a técnica usual; e b) efetuando simultâneamente o

traçado.

Para maior simplicidade e re­sumo, os Psicodiagnósticos aplica­dos dentro da técnica corrente fo­ram classificados como: FORMA - A, e os aplicados nas condições da experiência: FORMA - B.

Page 2: Artigo PMK

34 ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOTÉCNICA

Do caderno padrão do P. M. K., por indicação de seu autor, foram selec~onados, para a pesquisa, os segumtes cinetogramas:

a) lineogramas ; b) UU verticais e sagitais; c) Paralelas egocífugas e ego­

cípetas; d) Ziguezague (como contra­

-prova) .

4) - SELEÇÃO DO ELEMEN­TO HUMANO:

O elemento humano utilizado consistiu em adultos, entre 20 e 50 anos de idade, que voluntària­mente se prestaram à experiên­cia, sendo 25 do sexo masculino e 25 do feminino, todos ocupados em atividades burocráticas, admi­nistrativas ou de administração geral e possuidores de nível cul­tural correspondente a curso se­cundário completo ou curso su­perior.

Na sua quase totalidade, os "Propositus" pertencem ao De­partamento de Administração e ao Gabinete de S. Excia. o Sr. Mi­nistro da Agricultura.

5) - ELIMINAÇÃO DE IN­FLUÊNCIAS "PARASI­TAS": -

Sem embargo da extrema sim­plicidade de que se reveste a apli­cação do Psicodiagnóstico Mioci­nético (PMK), nem por isso fo­ram deixadas à margem as pre­cauções relacionadas com as in­fluências "parasitas", quer de ca­ráter externo, quer, até onde pos­sível controlá-las, as de cunho in­terno.

Assim é que, para aplicação do PMK foi escolhido um salão iso-

lado, de 3, 50m x 2, 50m, arej ado e claro, isento de ruídos e trepida­ções, fechado, em que os "Propo­situs" ficavam com as costas vol­tadas para a porta de entrada, e, em regra geral, em companhia só do aplicador, com quem palestra­vam durante o tempo julgado ne­cessário para a mútua adaptação. Somente depois de estar o apli­cador razoàvelmente seguro de que o "Propositus" já houvera eli­minado o choque causado pelo pri­meiro contacto pessoal e com a prova a ser realizada, era inicia­do o traçado dos cinetogramas.

Também os aplicadores, subme­teram-se, previamente, ao treina­mento, executando êles próprios os traçados nas duas condições da experiência, a fim de verificar as dificuldades práticas que se lhes antepunham, especialmente no tra­çado simultâneo, para o qual não havia normas estabelecidas. Es­sas dificuldades foram apresenta­das ao autor do PMK, e, solucio­nadas segundo os critérios que in­dicou, como se exporá mais adiante.

Como precauções para eliminar as influências "parasitas" de ca­ráter interno, foram tomadas, além de outras, mais as seguintes:

a) procurar que os intervalos en­tre a realização dos dois ti­pos de traçados (forma A e forma B) fôssem sempre de 15 a 30 minutos;

b) procurar que a aplicação das duas formas fôsse feita nas condições mais eqüivalentes possíveis, sem que entre elas medeassem fatôres de per­turbação, tais como alimenta­ção, mudança do estado de ânimo, fadiga, pressa, etc.;

Page 3: Artigo PMK

T ratamentoEstatístico e EJerp.ent~s Típicos'

(Segunda Parte)

1) - TABULAÇÃO DOS DA­DOS:-

Dado o volume do material re­colhido e a carência de tempo, não serão apresentados, no momento, os valôres originais sôbre os quais se apoiam esta pesquisa.

No entanto, pela importância de que se poderão revestir as medidas representativas e índices calcula­dos, esclarecem os alunos que os cálculos foram realizados sôbre valôres absolutos não agrupados, e as discrepâncias, estabelecidas em relação à média respectiva.

Para o traçado das curvai'> que serviram de base às conclusões, foi adotado o intervalo de classe de 5 unidades (5mm), que, de um modo geral, corresponde a um quarto d.!) valor dos desvios-pa­drão obtidos na quase totalidade das medidas tomadas no P. M. K. Procuraram com isso, os subscri­tores, evitar os efeitos muitas vê­zes desnorteadores, das curvas apresentadas com intervalos mais ou menos arbitrários. e, bem as­sim, obter material razoàvelmcnte comparável, dentro do procegso de tetronagem atualmente em uso no L S. O. P.

Sabem, todavia, os aluno", que o processo de comparação utiliza­do deixa ainda a desejar, porque entre cada dois traçados núo foi efetuada a homogeneidade mate-

mática que seria recomendada para uma comparação totalmente válida. Somente com um pouco mais de tempo, poderão os valô­res absolutos encontrados ser transformados em escores-stan­dard (standard-scores), em que, eliminada a variabilidade de cada medida, os novos valôres perten­cem a uma escala comum. A com· paração entre os valôres com di· ferentes índices de dispersão po­derá responder por quaisquer con­clusões que, psicologicamente, se­jam disparatadas.

Por isso, os subscritores dêste trabalho, esperam que as suas afirmações sejam tomadas como primeira aproximação às questões focalizadas e se reservam o direi­to de prosseguir suas experiências, aumentando a amostra e obtendo .. novas conclusões com dados homo­gêneos. Esclarecem, ainda mais, os alunos, que não foi inicialmente efetuada a transformação dos valo­res absolutos em escores-standard porque a grande maioria dos re­sultados obtidos, particularmente, na diferença entre as médias de cada cinetograma, nas duas con­dições da experiência, não era sig­nificativa, salvo uma ou outra ex­ceção, o que lhes permitia atribuir tais diferenças ao fator acaso, e, portanto, justificar a redução do trabalho de preparação dos dados

Page 4: Artigo PMK

38 ARQUIVOS BRASILEffiOS DE PSICOTÉCNICA

a serem utilizados, pois a questão tempo era particularmente in­cisiva.

2) - TRABALHO ESTAT1S­TICO: -

O volumoso trabalho executado consistiu no cálculo dos seguintes elementos:

1)

2)

tendência, central - Média aritmética (M) ; variabüidade: - Desvio pa­drão (SD) ;

3) correlação: - coeficiente li­near de Pearson (r) - coeficiente não-linear de

Blakeman (eta); 4) significância e validade: êrro

padrão de pequena amostra (E) ; - êrro provável (EP).

5) razão crítica: - três (3) vêzes o valor do êrro padrão, correspondendo a uma pro­babilidade de 99,74%

3) - ELEMENTOS TíPICOS:-

Page 5: Artigo PMK

ALTERAÇÕES NO TRAÇADO DO P.M.K. 39

CINETOGRAMA

ldneogranla ...........

U Vertical.. ..........

(TÔnus Psiconlotriz) ...

CINETOGRAMA

ldneograma ...........

(lntratensão) ..........

PLANO VERTICAL

(Desvio Primário)

MÃO ESQUERDA

Forma A I Forma B

Média I SD I Média I SD

- 3 19,8 O 13,8

- 4 23,5 +3 16,5 ------------

- 4 18,8 + 1 12,9

PLANO HORIZONTAL

(Desvio Primário)

MÃO ESQUERDA

Forma A I Forma B -

Média I SD I Média I SD

O 15,5 +7 12,4

------------O 15,5 + 7 12,4

MÃO DIREITA

Forma A I Forma B

Média I SD I Média I SD

- 7 14,6 - 5 16,2

- 7 18,1 - 3 15,6 ------------

7 12,6 - 4 13,8

MÃO DIREITA

Forma A I Forma B

Média I SD I Média I SD

+ 1 17,4 +8 14,5

------------+ 1 17,4 + 8 14,5

Page 6: Artigo PMK

40 ARQUIVOS, BRASILEIROS. DE PSlOOTÉCNICA

CINETOGRAMA . . ' _ .

i L neograma .... , ...... U Sagital ...... "."" Paralelas", "." , , , , , '

(Agressividade),., , . ' , .

CINETOGRAMA , .. .. -

Lineograma: T. Linear médio ... ,.

Paralela.~ (Egocífugas)

T. Linear Máximo T. Linear Mínimo.

(Egocípetas) T. Linear Máximo T. Linear mínimo,

(Tónus·Vital;; ~, , , .', , ,':'

PLANO SAGITAL

(Desvio Primário)

MÃO ESQUERDA

Forma A Forma.B

MÃO DIREITA

Forma A Forma B I. - .. . -.- - ,- f - - -_ . . ---

Média I SD f Média I SD 'Média f

+ 16 12,3 + 17 11,3 + 20 + 21 22,2 + 31 14,9 + 25 - 1 28,0 - 4 29,9 - 11

+ 12 13,1 + 15 13,3 --1---- +11

PLANO SÁGITO-HORIZONTAL (*)

(TaIUanho Linear)

SD f r.Iédia I 14,9 + 15 16,4 + 26 31,0 - 8

-------14,1 +11

MÃO ESQUERDA MÃO DIREITA

SD

'11,7 17,4 28,1

----12,6

Forma A 'J F9nnaB Forma A I Forma B .. -

Média I SD I Média f SD Média I SD I Média I SD

41 7,7 41 8,0 40 7,6 42 7,1

57 13,3 51 10,9 53 12,2 53 9,5 38 7,9 35 7,6 37 7,4 39 7,0

55 11,0 53 8,5 51 9,5 52 8,4 38 7,5 38 8,7 38 7,8 40 8,3

---------,--- ------=-'-45 ---. -46 . ' 4-3 ,,-#

(*) - Foi incluído neste plano, em virtude da atitude motriz a que corresponde, o Ta­manho Linear Médio dos Lineogramas.

Page 7: Artigo PMK

- -_. 0.-

CINETOGRAMA'

Lineogramas o ........ , U Vertical. o ....... , .. U Sagital., o ....... , ..

(Emotividade) ........

'-.,-

. DESVIO SECUND.\RIO (Todos os planos)

;

MAo ESQUERDA o, '0 • . -" ."- +- .'--'-

Forma A I

Forma B

Média I SD I Méma I SD

10 6,9 9 6,3 20 16,7 16 13,4 20 14,9 11 8,4

-----------6,0-1 17 9,5 12

MÃO DIREITA . .- o o 00 .- .

Forma A I Forma B

Mémal SD I Média I SD

10 5,3 9 5,0 19 13,4 15 12,1 16 14,6 13 7,9

--15-1-8~ -----.-,

12 &,9

COERÊNCIA INTRAPSÍQUICA

I Méma I SD

Traçado com as mãos isoladas - FORMA A .. o ... , . , . , . , ...... , . , , 41 19,7 Traçado com as mãos simultâneas - FORMA ·B ................ , .. . 33 13,8

CINETOGRAMA

(Egocífugas) Dif. de ToLo ... , ....

(Egocípetas) Dif. de T,Lo. o .. , ...

MÉDIAS ...... , ..

(Egocífugas) . Desvio Axial (*)

(Egocipetas) .... o ...... .-

MÉDIAS .........

O:u,TRAS MEDIDAS

(Paralelas'

MÃO ESQUERDA

Forma A I

Forma B

Méma r SD I Méma I SD

I 19 8,8 16 6,9

18 6,8 15 4,7 --- -------

18 16

'.

13° 10,9 13° 8,2

11° 7,5 10° 7,1 o~

12° 11°

MÃO DIREITA

Forma A I

Forma B

Mémal SD I Méma I SD ,

16 8,4 14 5,9

14 5,2 14 7,3 ' ----------~

15 14 . 2Qo 13,1 17° 11,2

~-4~~ 11,1

16° 15° ,

(*) - Os valores tabulados são angulares e os desvios-padrão dados em função, também, angular.

Page 8: Artigo PMK

42 ARQUIVOS BRASILEmOS DE PSICOTÉCNICA

P.M.K.

(Conjunto de 16 medidas)

MÃO ESQUERDA MÃO DIREITA

CINETOGRAMA Forma A I Forma B

Média I SD I Média I Lineogramas

Vertical -DP - 3 19,8 O Horizontal -DP O 15,5 + 7 Sagital -DP + 16 12,3 + 17

---------Média ............ + 4 + 8

Vertical -DS 11 8,6 11 Horizontal -DS 7 6,1 7 Sagital -DS 11 6,6 9

---------Média .......... " 10 9

---------T. Linear médio ..... 41 7,7 41

UU Vertical -DP - 4 23,5 + 3

Sagital -DP + 21 22,2 + 31 ---------

Média ............ + 8 + 17 ---------

Vertical -DS 20 16,7 16 Sagital -DS 20 14,9 11

---------Média ............ 20 8

Paralelas D. Primário -DP - 1 28,0 - 4

Egoc'lfugas T. Linear máximo ... 57 13,3 51 T. Linear mínimo ... 38 7,9 35

Egocípelas T. Linear máximo .. 55 11,0 53 T. Linear míinrno ... 38 7,5 38

---------Média ............ 37 35

---------TOTAL (PMK) ....... 328 82,4 328 TOTAL M~DIO ...... 21 21

OBS.: - DP, significa desvio primário; DS, significa desvio secundário. T, significa tamanho ou comprimento.

SD

13,8 12,4 11,3

---

9,2 4,9 7,1

---

---8,0

16,5 14,9

---

---13,4 8,4

---

29,9

10,9 7,6

8,5 8,7

------

66,9

Forma A I Forma B

Média I SD I Média I SD

- 7 14,6 - 5 16,2 + 1 17,4 + 8 14,5 +20 14,9 + 15 11,7 ------------

+ 5 + 6

13 11,6 10 10,7 8 6,6 7 4,8

10 10,8 10 8,5 ------------

10 9 ------------

40 7,6 42 7,1

- 7 18,1 - 3 15,6 + 28 16,4 + 26 17,4 ------------

+ 9 + 6 ------------

19 13,4 15 12,1 16 14,6 13 7,9

------------18 14

- 11 31,0 - 8 28,1

53 12,2 53 9,5 37 7,4 39 7,0

51 9,5 52 8,4 38 7,8 40 8,3

-------------34 35

------------301 88,1 311 79,3

19 19

Page 9: Artigo PMK

Análise dos Traçados e Conclusões

(Terceira parte)

Nesta parte, a orientação segui­da pelos alunos é a mesma que já se veio delineando nos anteriores capítulos. Procederemos à análise de cada cinetograma ou medida, nos três aspectos que constituem o objetivo da presente pesquisa, pa­ra depois chegarmos à atitude mo­triz correspondente . Nesta será efetuada a síntese parcial.

O conjunto das sínteses par­ciais, depois de devidamente con­siderados os dados homogêneos e heterogêneos, constituirá a con­clusão geral.

Advertem os alunos, desde já, que não lhes foi suficiente o tem­po de que dispunham, para exami­nar detalhadamente a atitude de­nominada TONUS VITAL, razão pela qual não figura nêste tra­balho.

PLANO VERTICAL

A) - Lineograma Vertical:

Ao ser efetuado o traçado si­multâneo, apresentam-se nêste ci­neto grama as seguintes

1) - Diferenças no traçado:

a) os desvios primários tendem a aproximar-se do ponto mé­dio da linha modêlo, quer na

mão esquerda, quer na di­reita;

b) há ligeira elevação do tônus psicomotriz ;

c) mantém-se, no entanto, entre os dois modos de traçar, a mesma diferença' representa­tiva da desiguladade das ten­sões musculares;

d) as mãos esquerdas asseme­lham-se mais (r= + 0,54), que as mãos direitas ...... . (r= + 0,49);

e) a dispersão da mão esquerda é menor que a da sua homólo­ga separada (SD14XSD20), e a direita, ligeiramente maior que a respectiva homó­loga (SD 16 X SD 15) ;

f) o desvio secundário não é afetado pelo movimento si­multâneo;

g) as curvas obtidas com o mo­vimento simultâneo são mais regulares que as do traçado isolado.

2) Interdependência motriz:

A indução motriz, obtida, por maior rapidez, pela correlação li­near de Pearson (coeficiente r), esclarece que há, significativa­mente, certa interdependência li­near entre a mão esquerda e a di-

Page 10: Artigo PMK

44 ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOTÉCNICA

reita isoladas, no tocante ao des­vio primário (r= + 0,28) .

No traçado simultâneo, o coefi­ciente r eleva-se a + 0,61, o que nos permite inferir, estatistica­mente, que há mais acentuada se­melhança entre o traçado das duas mãos simultâneas, que entre cada uma delas e a respectiv·a homóloga separada.

Parece-nos, portanto, que há ne­cessidade de investigar um pouco mais para saber se, na execução do traçado simllltâneo, as tensões musculares reveladas pelo traçado isolado não se encontram equili­bradamente 'distribuídas pelas duas mãos conjugadas.

No desvio secundário, a inter­dependência passa de +0,12 pa­ra + 0,29, .sofrendo um aumento de 142%, sem conseguir, todavia, significação . estatística insofis­mável.

B) - U Vertical:

No traçado simultâneo apresen­tam-se as seguintes

1) - Diferenças no traçado:

a)

b)

c)

d)

os desvios Primários tendem, também,.a aproximar-se mais do ponto médio .do modêlo impresso, que no 1l10vimento isolado; ". há, ainda, ligeira' el~vação do tônus psicomotriz; . não se mantém, entre os dois modos de traçar, a mesma di­ferença repres~Q.tativa da de­sigualdade das tensões mus­culares: acentua-se adiferen­ça entre as tensões reveladas pelas mãos esquerda e direi­ta separadas; continuam ás mãos' esquerdas assemelhando-se 'mais ..... .

(+ 0,54) que as direitas (r= + 0,35);

e) a dispersão das mãos simul­tâneas é menor que a de suas homólogas esquerda ...... . (SD 16 X SD 23) e direita (SD 16 X SD 18) separadas;

Como já foi indicado em outro trabalho sôbreo P. M. K., relati­vamente a normais, índios e homi­cidas, pelo Prof. Alfredo de Olivei­ra Pereira, a atitude psicomotriz fica mais bem caracterizada pela média geral ponderada das medi­das de mesmo sentido psic.ológico. E, de fato, a atitude aqui examina­da, sem embargo da amostra re­duzida, indica que os valores da média geral caracterizam· muito melhor o fenômeno estudado, que as medidas isoladas dos cineto­gramas.

Analiticamente, são as seguin­tes as:

1) - Diferenças no traçado:

a) os desvios primários simul­tâneos afastam-se menos, em valor absoluto, do ponto mé­. dio dos modelos, que os iso­.lados;

b) o tônus psicomotriz apresen­ta-se ligeiramente mais ele­

. vado no traçado simultâneo que no movimento isolado;

c) no traçado simultâneo, sem embargo do aumento da in­terdependência m o triz, de +0,26 para + 0,58, acentua .. -se a diferença entre as ten­sões musculares das mã6s es­querdae dil:'eitá, muito embo­ra nã<Y' se altere' a relação de predominância da primeira sôbre a segunda;

d)'as mãos 'esquerdas asseme­lham-se mais (r '= + 0,56),

. que as direitas (r = + 0,38) ;

Page 11: Artigo PMK

ALTERAÇÕES NO TRAÇADO DO P.M.K. 45

e) a dispersão da mão esquerda simultânea é menor que a da sua homóloga separada .... (SD 13 X SD 19), e a da di­reita levemente maior que a da respectiva homóloga ..... (SD 14 X SD 13) ; reproduz­-se, portanto, o fato verifica­do no lineograma vertical;

f) os desvios secundários não parecem sofrer sensível alte­ração com a execução do tra­çado simultâneo no plano ver­tical;

g) as curvas do movimento si­multâneo são mais regulares e indicam que neutralizam, até certo ponto, a influência de elementos perturbadores. Isso é particularmente visível nas curvas das mãos direi­tas; nas das esquerdas, que se enviesam para a direita, com­prova-se a existência de um fator preponderante, sem ex­cluir, todavia, a presença de outros, responsáveis pela dis­persão observada;

h) as diferenças entre as médias das mãos esquerdas e das mãos direitas não são signifi­cativas, podendo ser atribuí­das ao acaso.

2) - Interdependência motriz:

A interdependência entre a ati­tude motriz revelada pelas mãos separadas (r= + 0,42), e pelas si­multâneas (r= + 0,63, nos per­mite, estatisticamente, induzir que há mais semelhança entre os tra­çados das mãos conjugadas, que entre cada uma delas e a respecti­va homóloga separada.

Repete-se, portanto, o fenô­meno surgido no desvio primário do Lineograma Vertical, o que vem reforçar a hipótese da neces-

si da de de verificar se as tensões musculares reveladas pelo traçado isolado não se encontram equili­bradamente distribuídas p e I a s duas mãos quando trabalham con­jugadas.

3) Conclusão geral:

A atitude psicomotriz revelada pelo traçado separado, apresenta­-se, de modo geral, constante tam­bém no movimento simultâneo, sendo que êste possui característi­co de maior uniformidade no es­tudo do respectivo sentido psico­lógico.

Parece confirmada, ainda, a ne­cessidade de prosseguir a análise de cada um dos cinetogramas que, nesta pesquisa, caracterizam a tensão psicomotriz.

PLANO HORIZONTAL

A) - Lineograma Horizontal

Ao passar do movimento sepa­rado para o simultâneo, sucede nêste Cinetograma que: surgem as seguintes:

1) - Diferenças no traçado:

a) os desvios primários tendem lt. afastar-se do ponto médio da linha modêlo, no sentido po­sitivo, tanto na mão esquerda, quanto na direita;

b) há aumento sensível, toas constante, para cada mãú, do valor da extrotensão;

c) mantém-se, no entanto, entre os dois modos de traçar, a mesma diferença representa­tiva da desigualdade das ten­sões musculares;

d) contràriamente ao mais co­mum, as mãos direitas asse­melham-se mais (r= +0,38),

Page 12: Artigo PMK

46 ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOTÉCNICA

que as esquerdas (r= +0,24), sendo que o valor da correla­ção entre as últimas não é significativo;

e) a dispersão das mãos simul­tâneas é menor que a de suas homólogas esquerda ...... . (SD 12 X SD 16) e direita (SD 15 X SD 17) separadas;

f) o desvio secundário simultâ­neo é igual em ambas as mãos, ao valor da mão es­querda isolada, havendo, pois, ligeira diminuição em relação à mão direita separada;

g) as curvas obtidas com o mo­vimento simultâneo são me­nos regulares que as do movi­mento isolado, acusando, ain­da, presença de fator ou fa­tôres de perturbação;

h) as diferenças entre as médias das mãos esquerdas, e das mãos direitas, não são signi­ficativas, podendo ser atribuí­das ao acaso.

2) - Interdependência motriz:

Nêste cinetograma a interde­pendência motriz existente en­tre as mãos separadas e as si­multâneas, apresenta o aspecto notório de anulação prática da indução no movimento conjuga­do (r= +0,31 X r= + 0,04). Se o primeiro coeficiente de correlação possuía algum valor significativo de interdependên­cia, já o segundo, das mãos si­multâneas, não tem expressão numa amostra de 50 casos, como a que possuímos.

Muito embora não possamos afirmar que a anulação da in­dução motriz seja o fator de perturbação observado no tra­çado do cinetograma e na res­pectiva curva dos valores simul-

tâneos, nem por isso poderemos negar que é, pelo menos, um dos elementos dessa perturbação. Parece explicar-se, ainda, o de­créscimo da interdependência pelo fato de, no traçado dêste li­neograma, trabalhar o "Propo­situs" com movimento de sen­tido não paralelo, tal como ocor­re no traçado do ziguezague usual.

Para podermos concluir se a anulação da interdependência é conseqüência da forma de exe­cutar o traçado nêste lineogra­ma, cremos necessário correla­cionar os dados aqui obtidos com os dos tamanhos máximo e mínimo das paralelas, nos seus dois sentidos, e, bem assim, com os tamanhos eqüivalentes do ziguezague.

Dos coeficientes obtidos, po­demos induzir que as mãos di­reitas - fato único - tendem a assemelhar-se mais ....... . (r = + 0,38) do que as mãos isoladas (1'= + 0,31), simultâ­neas (r = +0,04) e esquerdas (r= +0,26) entre si.

No desvio secundário, a inter­dependência sobe de + 0,11 para + 0,19, sem conseguir, to­davia, tornar-se significativa.

ATITUDE PSICOMOTRIZ

(Introtensão e Extrotensão)

Nesta pesquisa, a atitude psico­motriz de Introtensão e Extroten­são está representada, unicamen­te, pelo lineograma horizontal.

Revelou-se impraticável, dentro dos conhecimentos estatísticos dos subscritores da presente, tomar em consideração nesta atitude os dados relativos aos desvios axiais

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ALTERAÇÕES NO TRAÇADO DO P .M.K. 47

das paralelas egocífugas e egocí­petas, indicados como de mesmo eentido psicológico, pelos seguin­tes mótivos: a) - os desvios axiais foram tomados e trabalha­dos, desde o início, em medida an­guiar; a sua transformação em unidades lineares, nem sempre corresponde ao valor que se obte­ria determinando, trigonometrica­mente, a extensão do lado oposto ao valor angular do desvio axial; b) - sendo a intro e a extroten­são dadas em função dos senti­dos em que se afasta o "Proposi­tus" do ponto médio do cinetogra­ma modêlo, haveria necessidade de utilizar, também, valores algé­bricos de afastamento em relação a um ponto central, que, no caso, deveria ser a média dos desvios axiais; isso, em última análise, re­dundaria em tomar isoladamente os dados dos lineogramas horizon­tais, pois os desvios em relação à média, na soma algébrica, se anu­lariam; c) - não dispondo os alu­nos de tempo para poderem ins­truir-se na técnica estatística que contornasse a dificuldade apresen­tada, e, bem assim, não lhes sen­do possível, no momento, refazer a mensuração dos desvios axiais em todo o material recolhido, de­cidiram tomar, provisoriamente, o lineograma horizontal como re­present~tivo da atitude pscomotriz da Introtensão e da Extrotensão.

Conseqüentemente as observa­ções feitas anteriormente expres­sam, ao mesmo tempo, a presente atitude psicomotriz.

3) - Conclusão geral: A atitude psicomotriz reve­

lada no traçado separado so­mente se apresenta, razoàvel­mente, constante em relação à mão direita.

Verifica-se, ainda, que o movi­mento isolado é preferível ao traçado conjugado.

Observa-se, também, que há necessidade de buscar a expli­cação da eliminação da interde.­pendência motriz no traçado si~ multâneo.

PLANO SAGITAL

A) - Lineograma Sagital:

O movimento simultâneo permi~ te que se indiquem as seguintes

1) - Diferenças no traçado: a) os desvios primários tendem

a estabilizar-se ao redor de um afastamento positivo de 16mm;

b) há leve aumento da agressi­vidade constitucional, e ra­zoàvelmente abaixamento da reacional (+20 X +15) ;

c) não se mantém, entre os dois modos de traçar, a mesma di­ferença representativa da de­sigualdade das tensões mus­culares: inverte-se a ordem de predominância das tensões observadas no movimento se­parado;

d) as mãos esquerdas asseme­lham-se mais (r= + 0,40), que as direitas (r= +0,33) ;

e) a dispersão das mãos simul­tâneas é menor que a de suas homólogas esquerda ...... . (SD 11 X SD 12) e direita (SD 12 X SD 15) separadas.

E', também, particularmente significativa a concentração observada na mão direita do movimento simultâneo;

f) o desvio secundário da mão esquerda simultânea sofre re­lativo decréscimo, ao passo

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48 ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOTÉCNICA

que o da direita permanece estável;

g) as curvas do movimento si­multâneo são mais regulares que as do traçado isolado. As mãos separadas revelam indí­cios de presença de elementos perturbadores.

2) - Interdependência motriz:

No desvio primário das mãos isoladas, a interdependência mo­triz apresenta a correlação de + 0,38, que no movimento si­multâneo se eleva a + 0,62. Sur­ge, portanto, novamente, o fe­nômeno assinalado DO Lineogra­ma Vertical e reproduzido na respectiva atitude psicomotriz, em que as mãos conjugadas as­semelham-se mais do que cada uma delas às respectivas homó­logas isoladas.

No desvio secundário, a in­terdependência revela-se ne­gativa, passando de - 0,04, no movimento isolado, para -0,12, no simultâneo, sem que êsses valores, estatisticamente, te­nham significância.

B) - U Sagital:

Ao ser efetuado o movimento si­multâneo, apresentam-se as se­guintes:

1) - Diferenças no traçadio:

a) os desvios primários tendem a afastar-se ainda mais do promédio do modêlo impresso que no movimento isolado;

b) há significativo aumento da agressividade constitucional e leve, da reacional;

e) mantém-se, quase, entre os dois modos de traçar, a mes­ma diferença representativa da desigualdade das tensões

musculares, com a particula­ridade de que há inversão da ordem de predominância d" uma sôbre a outra mão, do mesmo modo que sucedeu no lineograma sagital;

d) as mãos esquerdas, no entan­to, assemelham-se mais .... (r=0,48) do que as direitas (r= + 0,38);

e) a dispersão das mãos simul­tâneas é menor em relação à esquerda isolada (SD 15 X X SD 22), e levemente maior em comparação com a direi­ta separada (SD 17XSD 16). Êste fato não se harmoniza nem com o sucedido ao U Vertical, nem com o verifica­do no Lineograma Sagital;

f) o desvio secundário sofre de­créscimo significativo na mão esquerda, e, ligeiro, na mão direita simultâneas;

g) nenhuma das duas curvas, quer no movimento isolado, quer no simultâneo, quer, ainda, nas relativas às mãos esquerdas ou direitas, mani­festam regularidade. Apre­sentam tôdas elas indícios de elementos perturbadores, sen­do de observar que êsses ele­mentos alteram menos os tra­çados das mãos esquerdas que os das direitas;

h) comprova-se, ainda, que a di­ferença entre as médias dos desvios primários das mãos esquerdas, separada e simul­tânea, é significativa.

2) - Interdependência motriz:

A interdependência entre os desvios primários das mãos iso­ladas é expressa pela correlação + 0,33, bastante inferior à do mesmo cinetograma em plano

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ALTERAÇÕES NO TRAÇADO DO P.M.K. 49

Vertical (r= + 0,57); a das mãos simultâneas apresenta, no entanto, o elevado coefiCiente de +0, 76, que não se confirma na representação gráfica, necessi, tando, ao ver dos alunos, ser analisada em têrmos de co-va­riação, ainda que a diferença entre a média da mão esquerda separada e a da mão direita si­multânea, seja, também, signi­ficativa e pareça confirmar a validade da correlação encon-trada. .

O desvio secundário sofre ra­zoável alteração, conseguindo valor significativo de interde­pendência no traçado entre as mãos simultâneas (r= + 0,39).

C) - Para;lelas (DP):

Ao ser executado. o movimento si~ultâneo, surgem nesta medida, as seguip.t~s:

1) - Diferenças:

b)

c)

d)

e)

os desvios primários tendem a tornar..,se mais, acentuada-mente' negativos; .' . há razoável diminulçãÇ> da agressividade, já de si negati­va, quer no aspecto constitu­cional, quer no caracteroló­gico; mantém-se, quase, entre os dois modos de. 'traçar, a mes­ma diferença representativa da desigualdade das tensões musculares; não há inversão; as mãos esquerdas continuam assemelhando-se mais ..... . (r= +0,36) que as direitas (r= + 0,23, não significati-vo); . a dispersão do movimento iso­lado e do simultâneo é de tal magnitude que invalida a sig­nificação desta medida;

f) as. curvas de ambos os tipos de traçado revelam .que esta medida não possui a necessá­ria homogeneidade para po­der receber tratamento con­junto, no mesmo pé de igual­dade, com os dois cinetogra­mas anteriores~ de mesmo sentido psicológico;

2) - Interdependência motriz:

A interdepend&ncia entre os desvios primários das mãos iso­ladas não possui, estatistica-ménte, significância : ....... . (r= + 0,12), ao passo que entre as mãos em movimento simul­tâneo surge, do mesmo modo que verificado nos UU Sagitais, a elevada correlação de +0,76, que não encontra confirmação na representação gráfica.

Somente depois de examina­da a co-variação poderemos dar consideração plena, à' correlação obtida.

O . fato básico que determina o aparecimento dêssevalor tão imprevistamente alto poderá es­tar dentro da linha de .racio­cínio que já focalizamos, qual seja a .possibilidade, a ser ain­da pesquisada, de,que as tensões musculares reveladas no traça­do isolado estejam equilibrada­mente distribuídas pelas duas mãos quando executam o movi­mento simultâneo.

ATITUDE PSICOMOTRIZ

(Agressividade)

Nesta pesquisa, a síntese" dos ci­netogramas: Lineograma Sagital, U Sagital e o desvio primário (DP) das Paralelàs, constitui a atitude psicomotriz denominada Agressividade.

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50 . - ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOTÉCNICA

Agregando os valores dos des­vios primários de cada um dos ci­neto gramas, sem levar em conta a homogeneização que seria aqui mais recomendada ainda, e consi­derando, também, o fato, que as dispersões obtidas são, sensivel­mente, as mais elevadas de tôdas as encontradas nesta pesquisa, reafirmam os subscritores que as conclusões expostas a seguir de­vem ser tomadas com certa reser­va, em tudo aquilo que não en­contrar confirmação no estudo analítico de cada um dos cineto­gramas examinados.

Ao passar do movimento isola­do para o simultâneo, apresentam­-se nesta atitude as seguintes:

1) - DiferenÇ(UJ no traçado:

a) unicamente o desvio primário constitucional eleva-se razoà­velmente, permanecendo está­vel o da mão direita, que iguala o da sua homóloga se­parada (+l1mm);

b) quer no movimento isolado, quer no simultâneo, a agres­sividade "reacional é sempre menor que a constitucional, fato que já se podia esperar em se tratando de adultos normais, como é o caso desta pesquisa;

c) não aparece na atitude a in­versão das tensões muscula­res observada, de modo uni­forme, no lineograma e no U sagitais, fato êsse devido à in­trodução dos valores negati­vos modificadores, do desvio primário das paralelas;

d) as dispersões nos dois movi­mentos, e nas duas mãos, são, pràticamente, iguais (SD13) ;

e) as mãos esquerdas asseme­lham-se mais (r= + 0,52) que as direitas (r= + 0,40) ;

f) as curvas do movimento iso­lado são mais regulares, ain­da que não deixem de apre­sentar ligeiros indícios da presença de elementos leve­mente perturbadores. No traçado simultâneo surgem fortes perturbações, parti­cularmente na mão esquerda, não tendo sido aos alunos pos­sível encontrar, estatistica­mente, sua explicação.

A aparente bi-modalidade da curva da mão esquerda conjugada dá a entender que podem existir dois grupos, dentro da amostra, que ten­dam a caracterizar-se. um dêles, por sua base agressiva, e o outro, por diminuição de­la, em relação à média de todo o conjunto pesquisado. So­mente uma análise mais deli­cada poderá esclarecer se se trata do fato de a amostra ser constituída por 25 mulheres e 25 homens.

g) a diferença entre as médias das mãos esquerdas, e das mãos direitas, não é signifi­cativa, sem embargo de ter sido encontrada significância entre as médias das mãos es­querdas dos UU Sagitais.

2) Interdependência motriz:

A interdependência entre as mãos isoladas não se revela sig­nificativa (r= +0,24), ao pas­so que no movimento simultâ­neo, como se poderia esperar, essa correlação é da ordem de + 0,72, o que vem repetir, de

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ALTERAÇÕES NO TRAÇADO DO P.M.K. 51

certo modo, o mesmo fato apon­tado em anteriores cinetogra­mas e, também, no TôNUS PSI­COMOTRIZ, isto é, que as mãos simultâneas, estatisticamente, tendem a assemelhar-se mais do que cada uma delas com a sua homóloga separada.

3) - Conclusão geral:

Pode-se aceitar, em princípio, a conclusão de que a agressivi­dade revelada no traçado isola­do mantém-se, ligeiramente au­mentada no aspecto constitucio­nal, ao ser executado o movi­mento simultâneo. Quantitati­vamente, a agressividade está mais próxima dos valores obti­dos no Lineograma Sagital, que em outro qualquer dos examina­dos.

Convém referir, todavia, que a variabilidade observada nos desvios primários da atitude é muito elevada, sendo porém es­tabilizada pelos desvios negati­vos das paralelas, os quais eli­minam, ainda, a inversão da predominância das tensões mus­culares que surge ao ser efetua­do o movimento conjugado do Lineograma e do U Sagitais.

Confirma-se, também, a ne­cessidade de prosseguir a análi­se de cada um dos cinetogramas sagitais e de buscar uma outra medida estabilizadora que pos­sa substituir o desvio primário atual das Paralelas e que apre­sente valores menos discordan­tes dos obtidos nos cinetogramas de mesmo sentido psicológico.

O traçado separado é, no con­junto desta atitude psicomotriz, preferível ao movimento simul­tâneo.

ATITUDE PSICOMOTRIZ

(Emotividade)

N esta pesquisa, a emotividade está representada pelo agregado dos desvios secundários dos lineo­gramas em todos os seus planos, isto é, pelo denominado desvio se­cundário médio, e pelos dos UU nos planos Vertical e Sagital.

Analiticamente, já vimos o que sucede, em seu próprio lugar, ao desvio secundário de cada cineto­grama. Aqui nos limitaremos ao exame conjunto da atitude.

No traçado isolado, nota-se li­geira predominância da mão es­querda sôbre a direita, o que já se podia esperar num grupo de adultos normais; no simultâneo, as médias são, relativamente, mais baixas e iguais nas duas mãos. Essa igualdade seria, po­rém, desfeita no sentido da pre­dominância muito ligeira da mão esquerda sôbre a direita, desde que não fôsse adotado o critério de arredondamento dos valores; os desvios padrões obtidos, nêste ca­so, qualificam perfeitamente o fato.

Parece-nos importante referir que o desvio secundário médio dos lineogramas, quer no movimento isolado, quer no simultâneo, é igual dentro de cada tipo de tra­çado, sendo o separado 1mm maior que o conjugado. Conseqüentemen­te, a conclusão final da atitude é determinada pelos valores mais dispersivos dos UU Vertical e Sa­gital.

O exame das curvas das mãos homólogas mostra que não há grande oscilação de valores, tanto na forma simultânea de traçar. como na isolada, senão que no mo-

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52 ARQUIVOS B.RASILE~ROS DE PSICOTÉCNICA

vimento conjugado ainda, se veri­fica maior concentração.

Assinale-se que a diferença en­tre as médias das mãos esquerdas, é significativa, o que; em conjun­to com a redução das médias ob­servadas no traçado simultâneo, nos dá a possibilidade de induzir que a emotividade se apresenta mais .equilibrada nessa forma de traçar, além de sugerir que o con­junto expressivo simultâneo pode não ser da mesma natureza que o isolado.

2) Interdependência motriz:

A observação da variabilidade relativa dos desvios secundários si­multâneos nbs diferentes cineto­gramas e planos deixa: entrever que também êles possuem, entre si, maior semelhança do qUe a oh: tida entre as duas mãos e suas respectivas homólogas separadas.

, .

3) - Conclusão geral:

Com base nos coeficientes ob­tidos, pode-se inferirque,està­tlsticamente, à emotividade é a única das atitudes estudadas; que no movimento simultâneo se apresenta manifestamente, diminuída, p r e dominando ,. o equilíbrio entre as mãos conju­gadas sôbre as, desigualdades indicadas pelo movimento iso­lado.

unicamente as mãos direitas podem considerar-se, razbàvel­mente, constantes.

Acrescente-se que é esta ati­tude a que apresenta menor va­riabilidade em seu conjunto ex­pressivo, tanto no movimento isolado, quanto no simultâneo.

o MOVIMENTO SIMULTÂNEO NOS TRÊS PLANOS FUNDA­

MENTAIS DO P. M. K.

Conj untam ente examinado, o movimento simultâneo oferece va­lores sempre um pouco mais ele­vados, nos três planos fundamen­tais do PMK, que o traçado isola­do, exceto no tocante ao desvio se­cundário.

E', quase, geral a, predominân­ciá da mão esquerda, separada ou simultânea, sôbre a direita. uni­camentea atitude relativa ao TôNUS VITAL parece discordar dessa orientação. '

As mais acentuadas alterações observadas com a. introdução do moyimento. simultâneo são as cor­respondentes ao plano Sagital, e, em ordem decrescente, ao plano Horizontal e ao Vertical.

N os dois planos em que o tra­çado simultâneo é executado em sentido paralelo, e, bem assim, na atitude da' Emotividade, sucede que a correlaçãO obtida entre as duas mãos conjugadas é mais ele­vada que a conseguida entre qual­quer uma das mãos conjuntas e as suas homólogas· separadas, o que vem reafirmar a necessidade de ser explicada a causa dês se fenô­meno, para podermos estabelecer uma linha de raciocínio que justi­fique o seu não aparecimento no lineograma horizontal, onde o "Propositus" executa os traçados em direções não paralelas, mas sim opostas, e, bem assim, que nos permita esclarecer a sua reprodu­ção em' outros cinetogramas, como, por exemplo, nos tamanhos lineares máximo e mínimo, espe­cialmente, das paralelas egocí­petas.

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ALTERAÇÕES NO TRAÇADO DO P.M.K. 53

2) - Interdependência 'motriz:

Deixando de lado a divisão dos desvios em primário e secundário, mas examinando, em conjunto, a repercussão do traçado simultâneo em cada um dos planos fundamen­tais do P. M. K., verifica-se que, dentre os aspétos examinados nes­ta pesquisa, o plano vertical apre­senta a mais alta correlação mé­dia, com um coeficiente tota.l de + 0,44, seguido, em ordem decres­cente, do sagital, com + 0,24, e do horizontal, com + 0,12.

No plano sagital, o abaixamento da interdependência motriz deve ser atribuída aos desvios secundá­rios, e, bem assim, aos desvios que aqui - sem muita razão -foram incluídos; no horizontal, a diminuição da desproporção entre o movimento isolado e o simultâ­neo, tem que ser atribuída, tam­bém, ao desvio secundário, que serve de estabilizador.

Dentre as medidas tomadas no P. M. K., o desvio primário é o que apresenta, nos planos fundamen­tais, a mais elevada interdepen­dência média, com um coeficiente de + 0,56, no movimento simultâ­neo, seguido do axial, nas parale­las, com + 0,16 e do desviD secun­dário, com + 0,10.

SíNTESE DAS ATITUDES PSICOMOTRIZES ...

Resumidamente, somente duas das atitudes motrizes estudadas: TôNUS PICOMOTRIZ e AGRES­SIVIDADE se conservam, razoà­velmente, . constantés na passagem do movimento isolado para o si­multâneo.

A INTRATENSÃO e a EMO­TIVIDADE sofrem alteração mar­cada; em todo o caso, as mãos di-

reitas apresentam semelhança, es­tatisticamente, aceitável.

Como conseqüência geral, pare­ce indicada a necessidade de pros­seguir a análise dos cinetogramas que as constituem, para encontrar a explicação de certos fenômenos observados. Até que isso seja fei­to, não poderemos sugerir quais as formas preferíveis de executar os traçados dos diferentes cineto­gramas, para que o conjuntos dos movimentos expressivos reuna as condições de maior homogeneida­de entre as suas várias partes.

Desde j á se assinala, toda via, que o desvio primário das parale­las, não reune condições para ser tomado no mesmo pé de igualda­de com os outros cinetogramas que constituem a AGRESSIVIDADE.

RESULTADOS DO MOVIMEN­TO SIMULTANEO SôBRE 16

MEDIDAS DO P. M. K.

A fim de que as conseqüencias gerais do movimento simultâneo pudessem ficar mais bem retrata­das no estudo conjunto das 16 me­didas consideradas, e que constam da tabela dos elementos típicos, os alunas julgaram conveniente, em lugar de trabalhar coma média do total des::;as 18 medidas, utilizar os valores totais. . 'Doutra parte, foram eliminadas do estudo conjunto certas medi­das, tais como, a desviação axial das paralelas, cuja medição foi feita em graus, e, bem assim, as diferenças de tamanho linear das mesmas paralelas, por indicarem a amplitude da desigualdade entre o tamanho linear máximo e o mí­nimo, sem, todavia, levar em con­sideração o valor absoluto dêsses tamanhos lineares.

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64 ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOTÉCNICA

1) Diferenças no traçado:

a) verifica-se, curiosamente, que as médias do P. M. K., quer no movimento isolado, quer no simultâneo; quer a razão de semelhança entre as mãos esquerdas, quer entre as di-

reitas, tôdas elas possuem, duas a duas, valores iguais. Assim é que as médias são expressas por um valor posi­tivo médio de 21 milímetros, para as mãos esquerdas, e de 19mm, para as direitas; na ponderação total, comprova-

RM.K. - D/STIUf3u/çio DOS VAL O~[S E/1 16 !1E O/f)AS DA HÃO ESÇ)UEI<OA

7

5

4

3

1

490 450

-se, no entanto, que a mão di­reita simultânea é levemente maior que a respectiva homó­loga separada, e, bem assim, que essa predominância se torna mais acentuada, ainda, no movimento isolado, quan­do se consideram as duas mãos respectivas;

, 1',."ç.rlo 3imv{t;/1.~O (i"".rt,do)

177t

3!1o 410 510

110

b) a dispersão do movimento si­multâneo é, como já se podia esperar, menor que a do se­parado. As mãos esquerdas flutuam menos que as di­reitas;

c) no entanto, as mãos esquer­das e direitas apresentam, en­tre si, o mesmo valor de se-

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ALTERAÇÕES NO TRAÇADO DO P.M.K.

melhança (r= + 0,68), sig­nificando, portanto que, no conj unto, os dois modos de traçar retratam, sensivelmen­te, a mesma coisa;

d) as curvas dos dois movimen­tos, pràticamente, se equiva­lem, apresentando, todavia, tendências relativamente dis­tintas.

Surgiu, porém, na reprt:­sentação gráfica dos valores das mãos direitas e das es­querdas um fato que, até o momento, não conseguiram os alunos explicar completamen­te, de um ponto de vista esta­tístico. Êsse fato está apre­sentado no gráfico anexo, em que se verifica a quase super-

PI1.I<.- D/STn/Bulçio f)OS VALOf)ES E/'1 16 fV/ED/D4S 04 11./0 DII)ElTA

1

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I

130 110 110 450 ~'jO no 11. 4to ,,~ 'riO

(~ "50 'o tO no 550 2.90 2.50 110 1t. 110

(VdtoJ>('.s em. 7P"l.w~t;OJ)

posição das curvas, desde que se efetue a inversão dos va­lores de uma das duas mãos homólogas tomando por eixo de rotação a linha definida, aproximadamente, pelo valor médio das médias de cada mão homóloga. A grande se­melhança observada, parece desencorajar a hipótese de

simples coincidência, ainda mais se fôr levado em consi­deração o fato de que idênti­cas inversões se apresenta­ram, também, em vários cine­togramas e em algumas de suas atitudes psicomotrizes.

Na sua forma normal de representação, a aparente bi­-modalidade da mão direita

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56 ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOTÉCNICA

simultânea, explica-se, esta­tisticamente, pelas concentra­ções altas dos valores do li­neograma sagital, reforçadas pelas medidas relativas à emotividade.

2) - Interdependência motriz:

No conjunto das 16 medidas reunidas, a interdependência entre as mãos isoladas é expressa pela correlação de + 0,38, ao passo que entre as simultâneas êsse valor as­cende a + 0,71, o que, pràtica­mente, nos coloca na mesma linha de raciocínio já focalizada, isto é, c:.'1e as mãos simultâneas apresen­tam entre si maior semelhança, do que cada uma delas e suas homó­logas separadas.

Dada a freqüência do fenômeno aqui, também, reproduz~do, pod~­mos inferir que no mOVImento SI­multâneo há uma tendência para exprimir mais equilibradamente pelas duas mãos as tensões mus­culares reveladas no traçado iso­lado.

No entanto, para podermos di­zer até que ponto essa interde­pendência se ajusta ao valor ex­presso pelo coeficiente obtido, e, mais ainda, para indicar qual a relaçãuque existe entre as medi:.­das isoladas e simultâneas, crêem os alunos que se torna necessário analisar a co-variação dos dois movimentos, e, também, êxaminar agregadamente.a atuação dos v~­lores quantitativos isolados e SI­multâneos, somando asdesviações das mãos esquerda e direita, den­tro de cada dois cinetogramas de mesmo sentido psicológiCo e de mesmo tipo de traçado.

* * * São êsses os resultados prelimi­

nares a que puderam chegar os

alunos, dentro do prazo que lhes foi marcado para a conclusão de sua pesquisa.

Desde já, não podem deixar de agradecer, ainda que indiscrimi­nadamente, aos conselhos, suges­tões, ajudas e auxílios recebidos de várias pessoas e de outras tan­tas Instituições, sem a colabora­ção das quais êste trabalho teria sido, pràticamente, impossível de realizar.

Todavia. vêem-se, também, os dois alunos subscritores da pre­sente pesquisa, na obrigação de es­clarecer que nenhuma das pessoas consultadas em mais de uma opor­tunidade, sôbre os assuntos que pareceram merecer esclarecimen­tos, nem mesmo o Professor Dr. Emílio Mira y López, que propôs o tema a ser investigado e forne­ceu aos alunos a orientação de que necessitaram em várias circuns­tâncias, nenhuma dessas pessoas tem qualquer responsabilidade, ou reforçam com o pêso de sua auto­ridade especializada, as conclusões e inferências que aqui são apre­sentadas, as quais em tôda a sua extensão, e com todos os equívo­cos que possam conter, são, uni­camenteatribuíveis, aos subscri­tores, que, ainda, se reservam o di­réito de prosseguir na sua inves­tigação, corrigindo, modificando e até negando afirmações aqui apre­sentadas em caráter preliminar.

RÉSUMÉ

L'investigation ci-dessous, en­treprise par deux éleves du Cour.s de Formation de Psychotechm­ciens du L S. O. P.; a pour but découvrir les altérations quantita­tives et qualitatives qui apparais­sent si on demande aux sujets de

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ALTERAÇÕES NO TRAÇADO DO P.M.K. 57

faire le tracé des cinetogrammes 2) La main gauche est pres­du P.M.K. avec les deux màins si- que toujours plus dominante que

ultanément (ce qui est déjà fait, la main droite, dans les deux ty-n aIlement, dans le tracé des pes de mouvement, exception faite zig-za du tonus vital;

Les autettts ont obtenu 50 Psy- . 3) Les altérations plus signi-chodiagnostiques. dont l'applica- ficatives produites par le mouve­tion fut réalisée p~ierement se- ment simultané sont les altéra-I I '" 1 '" tions du plan sagittal; on e procct:s norma~s un . intervalle de 15 a 30 minutes,~. 4- 4~ Quand le m?uvement sImul,;, le tracé simultané des cineto- ~e est effectue paraIlelement, grammes. Les deux applications e~ ~~f:!n ce, qU~ regarde l'émo­furent réalisées dans les condi- tIVlté, la ~r~latlOn obtenue en­tions les plus semblables possible. tre les deux malDS,travaillant en:­Les auteurs ont choisi les cineto- semble est plus élév'" qu'entre grammes suivants pour leu r in- quelqu'une d'elles et la mêm . vestigation: lineogrammes, Uu travaillant isolement. ~ verticaux et sagittaux, paraIleles 5) Seulement le Tonus Psy- ~ egocifuges et egocipetes, et les chomoteur et I' Agressivité restent zig-zag comme contre-preuve. Les plus ou moins constant quand on sujets étaient 25 adultes du sexe passe du mouvement isolé au mQu­féminin et 25 du ·sexe masculin, vement simultané; tandis que l'!n-de 20 a 50 ans, occupant des po- trotension et l'Emotivité s'altérent sitions bureaucratiques et admi- visiblement, principalement dans nistratives, et ayant un niveau la ma in gauche. culturel correspondant au cours sécondaire ou supérieur. Une fois les épreuves corrigées, les auteurs les ont soumis au traitement 'sta­tistique, calculant: une mesure de tendance centrale (moyenne arith­métique), une mesure de varia­bilité (écart-type), la correlation linéare et non-linéare, et les épreu­ves de significance (érreur pro­bable et érreur type) .

Les observations faites sur les cinetogrammes tracés dans les trois plans fondamentaux du P. M. K. (vertical, sagittal et ho­rizontal) ont permis aux auteurs d'arriver à les conclusions lIui­vantes:

1) Le mouvement simultané donne toujours de valeurs plus élé­vées que le tracé isolé, exception faite de la déviation sécondaire;

)

SUMMARY

The' purpose oi. this researeh. done by two former pupils ot 1. S. O. P.'s Psychotecnical cour­se, is to study the quantitative changes brought about by, alI other conditions being similar, the simultaneous tracing of the tests's cinetograms, with the exception of the zig-zags which normally are already traced by .both hands at the same time.

The authors obtained 50 psy­chodiagnostics, administered un­der two dtlferent conditions eaeh, i. e., by normal and by simulta­neous tracing. They choose the following cinetograms for their research: lineograms, vertical and sagital Uus, egocifugal and egoci­petal parallel lines, and the zig-

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58 ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOTÉCNICA

-zags to function as controlo Of the 50 testees, 25 were male and 25 female; alI white-colIar wor­kers (including some with high administrative jobs) ; whose ages ranged from 20 to 50, and who had at least a complete high­-school course or its equivalent.

The tests were administered un­der conditions as similar as pos­sible. The normal procedure was employed in the first place, and, after a lapse of 15 to ~C minutes, the subjects wer~ asked to repeat the tests with simultaneous trac­ing of the cinetograms.

lIaving obtained the scores in the usual manner, the authors subjected them to statistical treatment, calculating: a measure of central tendency (arithmetic mean) , a measure of variability (standard deviation), linear and non-linear correlations of scores, and the measure's reliability (probable and standard error).

Summing their observations re­garding the tracings of each ci­netogram the three fundamental planes of the P. M. K. (vertical, horizontal and sagital) the au-

thors reached the folIowing con­clusions:

1) The values obtained by tbe simultaneous tracing of the cine­tograms are always a little higher than those derived from normal procedure (excepting the secon­dary deviatioJl) .

2) Beth types of tracing show 2.n almost general dominance of the left hand (excepting vital to­nus attitudes).

3) The most significant chan­ges due to simultaneous tracing ocurr in the sagital plane.

4) When the simultaneous tracing is parallel, and also in emotion attitudes, the correlation between both hands working to­gether is higher than between each of them and the same hand working independently.

5) Only two attitudes remain fairly consistent when simulta­neous tracing is introduced -Psychomotor tonus aIld Agressi­vity -; the others - Intraten­sion and Emotivity - suffer ra­dical changes, particularly in the left hand.