artigo rafaela

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A ocupação das UPPs nas Comunidades Cariocas. A mídia em torno das UPPs* Resumo: Este artigo busca analisar as abordagens da mídia a respeito da implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em favelas do Rio de Janeiro. Com base na análise do programa "Balanço Geral", apresentado por Wagner Montes na Rede Record, buscaremos refletir sobre os posicionamentos presentes em seus discursos diante da atuação dos policiais nas comunidades cariocas. Analisaremos também, de que forma o programa de TV, ao dar espaço para a voz dos moradores das comunidades, constrói um discurso específico a respeito das UPPs, com base na espetacularização da realidade desses indivíduos, tendo como objetivo, promover cada vez mais o sensacionalismo em torno da violência na cidade. A questão central, portanto é, compreender de que forma a mídia pode contribuir para a construção de uma realidade sobre a violência, a qual muitas vezes rotulando as comunidades e seus moradores em torno de estereótipos. Introdução Este artigo tem como proposta refletir sobre a forma como a mídia nos apresenta a ocupação das UPPs nas favelas localizadas no Rio de Janeiro, tendo como objeto de estudo o programa Balanço Geral, apresentado por Wagner Montes. Utilizando uma linguagem informal, cheia de gírias, além de brincadeiras com os repórteres, e da interação com o público, Wagner Montes consegue capturar uma audiência relevante ao apresentar as informações com base na linguagem do entretenimento. A questão central deste artigo é compreender de que forma essas estratégias de interação e de entretenimento junto ao público podem contribuir para a espetacularização da violência, dando a entender que ela é algo banal e não um fenômeno complexo de qualquer grande cidade. Inspirado numa experiência bem-sucedida na área de Segurança, o programa do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que deu origem às UPPs, começou a funcionar em 2008, quando foi instalada a primeira Unidade de Polícia Pacificadora, no Morro Santa Marta, no bairro de Botafogo, na Zona Sul. Desde então, 34 UPPs já estão implantadas e, até 2014, a previsão é de que sejam mais de 40. Em junho de 2013, a Polícia Pacificadora

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Page 1: Artigo rafaela

A ocupação das UPPs nas Comunidades Cariocas.

A mídia em torno das UPPs*

Resumo: Este artigo busca analisar as abordagens da mídia a respeito da implantação de

Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em favelas do Rio de Janeiro. Com base na

análise do programa "Balanço Geral", apresentado por Wagner Montes na Rede Record,

buscaremos refletir sobre os posicionamentos presentes em seus discursos diante da atuação

dos policiais nas comunidades cariocas. Analisaremos também, de que forma o programa

de TV, ao dar espaço para a voz dos moradores das comunidades, constrói um discurso

específico a respeito das UPPs, com base na espetacularização da realidade desses

indivíduos, tendo como objetivo, promover cada vez mais o sensacionalismo em torno da

violência na cidade. A questão central, portanto é, compreender de que forma a mídia

pode contribuir para a construção de uma realidade sobre a violência, a qual muitas vezes

rotulando as comunidades e seus moradores em torno de estereótipos.

Introdução

Este artigo tem como proposta refletir sobre a forma como a mídia nos apresenta a

ocupação das UPPs nas favelas localizadas no Rio de Janeiro, tendo como objeto de estudo

o programa Balanço Geral, apresentado por Wagner Montes. Utilizando uma linguagem

informal, cheia de gírias, além de brincadeiras com os repórteres, e da interação com o

público, Wagner Montes consegue capturar uma audiência relevante ao apresentar as

informações com base na linguagem do entretenimento. A questão central deste artigo é

compreender de que forma essas estratégias de interação e de entretenimento junto ao

público podem contribuir para a espetacularização da violência, dando a entender que ela é

algo banal e não um fenômeno complexo de qualquer grande cidade.

Inspirado numa experiência bem-sucedida na área de Segurança, o programa do

Governo do Estado do Rio de Janeiro, que deu origem às UPPs, começou a funcionar em

2008, quando foi instalada a primeira Unidade de Polícia Pacificadora, no Morro Santa

Marta, no bairro de Botafogo, na Zona Sul. Desde então, 34 UPPs já estão implantadas e,

até 2014, a previsão é de que sejam mais de 40. Em junho de 2013, a Polícia Pacificadora

Page 2: Artigo rafaela

contava com um efetivo de 8.592 policiais.

As UPPs em operação abrangem 233 comunidades e beneficiam mais de 1,5 milhão

de pessoas das áreas pacificadas. Nas comunidades onde as UPPs funcionam há mais

tempo, o sentimento generalizado entre os moradores é de que a vida melhorou muito. O

trabalho das UPPs gera reconhecimento da comunidade, que confia mais e colabora,

denunciando criminosos e esconderijos de armas e drogas. O policial, por sua vez, já

percebe a melhoria de sua própria imagem e encontra maior receptividade por parte da

comunidade onde atua.

A mídia vem com a função de informar os principais marcos dessas ocupações,

mostrando os acontecimentos de forma clara e objetiva. Podemos encontrar através das

mídias a divulgação quase diária de notícias sobre as melhorias nas condições de vida da

população e no entorno das comunidades nas quais as UPPs foram implantadas. Isso nos

leva a um questionamento a respeito da validade das notícias divulgadas pela imprensa. A

busca da confirmação, para as notícias divulgadas, deve ser feita através da verificação,

junto ao grupo populacional cujo território recebeu o impacto da intervenção do Estado.

Mesmo com a melhoria da pacificação o surgimento de dúvidas, como: Como é a feita a

comunicação comunitária e a tradicional? E quais suas diferenças?

A grande mídia tradicional, em sua abordagem sobre o tema, transmite a ideia de

que a população das favelas aprova as UPPs, na maioria das vezes, vem mostrando que não

é bem assim: a desaprovação das UPPs pelos moradores das favelas é grande. A grande

maioria das vezes, não dá voz aos moradores das favelas “pacificadas”, que precisam ser

ouvidos sobre o que pensam acerca da ocupação de suas comunidades pelas UPPs. Por

meio de matérias publicadas no site comunitário ANF, Agência de Notícias das Favelas,

escritas por habitantes de favelas e por outros colaboradores que atuam diretamente nesses

locais, pode-se ter uma ideia mais clara, sob a ótica de quem está vivendo diretamente a

presença e a repressão policial, do que está acontecendo no Rio de Janeiro. Como exemplo

de desaparovação, para Martins, Morador.

"Primeiro gostaria de dizer que as UPPs estão fadadas ao fracasso. Após ouvir

algumas teorias, que respeito muito, sobre as UPPs estarem sendo implementadas num

“cinturão” privilegiado, visando a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, apesar de terem

uma certa razão, acho sinceramente que o buraco é muito mais embaixo do que parece".

Page 3: Artigo rafaela

A prática da mídia comunitária, vista como uma alternativa de sociabilidade dos

grupos minoritários encontra nos meios digitais e na Internet uma alternativa simples,

relativamente barata e que não exige experiência elevada. As Mídias Tradicionais são os

meios de comunicação clássicos, como: televisão, revista, jornal, rádio, cinema, etc...

A mídia quando se apropriar, divulgar, espetacularizar,

sensacionalizar ou banalizar os atos de violência está atribuindo-lhes um

sentido que, ao circularem socialmente, induzem práticas referidas à

violência. Se a violência é uma linguagem formal de comunicar algo, a

mídia ao reportar os atos de violência surge como ação amplificadora

desta linguagem primeira, a da violência. (RONDELLI, 1998, P.98)

O interesse desse artigo, portanto, é refletir sobre todas essas informações referentes à

ocupação da UPPs que nos foram passadas sob o ponto de vista midiático. Nossa hipótese é

a de que a mídia vem transmitindo a informação de que invasão das UPPs foi muito

importante para retirada da criminalidade graça à elaboração, organização e o trabalho de

inteligência do programa de pacificação

1 - UPPs e suas formas de comunicação midiática.

Desde o final de 2008, algumas áreas da cidade do Rio de Janeiro, nas quais as

autoridades públicas não controlava a ação de criminosos ostensivamente armados, em

especial os traficantes de drogas, vêm sendo ocupadas em caráter permanente pelas

chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

A pacificação do Rio de Janeiro é um programa elaborado pela Secretaria de Estado

de Segurança que visa recuperar territórios ocupados há décadas das por traficantes e

milicianos. Através das Unidades de Polícia Pacificadora, o programa tenta promover a

aproximação entre a polícia e a população. A pacificação tenta resolver o problema em três

frentes: “retomando" os territórios, expulsando os grupos criminosos e integrando as

comunidades à cidade.

Page 4: Artigo rafaela

(Lima; Misse; Miranda,200, pág.44) O fato de a Segurança pública ser a única área de

atuação do Estado sobre a qual há algum consenso quanto à legitimidade do monopólio, já

que é uma atividade voltada para garantir a ordem, também contribuiu para a perpetuação

desse modelo.

Os projetos de implantação das Unidades seguiram basicamente sempre o mesmo

roteiro. A ocupação nas comunidades foram via meios de comunicação, para “espantar”

marginais e evitar confrontos que pudesse por em risco à população.

A comunicação comunitária é a falta de sustentabilidade, a falta de equipamento, o

que resulta na falta de uma equipe fixa e na ausência daquele meio, que deveria estar mais

presente na favela não ter tanta atuação, já que os seus colaboradores, na maioria das vezes,

são voluntários e dedicam apenas algumas horas semanais. A democratização da

comunicação debate a linha editorial de uma mídia comunitária, criminalização da pobreza,

da cultura, das rádios comunitárias, os reais interesses das mídias comerciais, como se faz

publicidade comunitária, UPP e favelas, dentre diversos outros temas que é de interesse dos

comunicadores comunitários, populares e alternativos.

A comunicação comunitária tem um grande papel dentro dos espaços populares, ela

é trabalho de base. Essa comunicação que não mobiliza não pode ser considerada

comunicação comunitária. Ela tem o papel de valorizar a cultura, a identidade, a fala, a

favela, os espaços populares, algo que mídia alguma faz ou irá fazer.

Podemos ter como um grande exemplo dessa comunicação comunitária um jovem,

que postava no seu Twitter pessoal, em tempo real o que estava acontecendo no dia-a-dia

sobre a ocupação da UPP. Rêne não imaginava que ia causar tanta repercussão, mas achava

que twittando de dentro da comunidade, mostrava uma visão que ninguém tinha ou pudesse

imaginar. Às vezes, ele dava algumas informações dadas na TV, como as áreas que os

helicópteros estavam sobrevoando na comunidade.

A forma de comunicação tradicional é bem diferenciada, pois ela não tem o mesmo

foco e objetivo da comunitária. Ela trabalha mostrando apenas as maiores repercussões e

temas de interesse deles próprio, não há um "interesse", um propósito de passar o que

realmente é a realidade daqueles moradores e tudo que acontece com eles, o fato de serem

moradores não pode ser diferenciado, suas opiniões, seus valores e seus direitos tem que ser

o mesmo de uma cobertura de matéria sobre outro e qualquer reportagem, assunto e

Page 5: Artigo rafaela

localidade.

Fonte: LINHA DO TEMPO: O crescimento do Voz da Comunidade na internet

Essas comunicações visam o mesmo objetivo apresentar o que de fato acontecem e

vem acontecendo na comunidade, junto às melhorias das UPPs, mas a linguagem se

multiplica em diferentes formas e são essas formas que fazem o ponto de vista de

moradores e não moradores terem um certo tipo de preconceito. Essa mídia precisa se

adaptar a realidade, mostrar mais a transparência deixar de ser factual e passar a conviver e

mostrar, que a ocupação da UPP não foi apenas implantada como modo de retirada da

criminalidade.

Page 6: Artigo rafaela

Fonte: IMPRENSA RJ: Subsecretaria de Comunicação Social.

2- Mídia e violência - Apelo, Mídia, Espetáculo e Televisão.

As mídias não perdoam e são completamente implacáveis com qualquer tipo de

violência. A mídia tende a usar a violência como carro-chefe para a venda e audiência de

seus jornais. Na informação existe uma linha que separa o fato e o sensacionalismo. Muitos

meios de comunicação, com destaque para a televisão, mostram notícias sobre violência

como forma de ganhar dinheiro, ou seja, utiliza de alguma forma um fato, para escandalizar

e ganhar audiência no mercado midiático. E é por causa das grandes competições entre as

emissoras de TV que a qualidade da informação tem ficado com níveis cada vez mais

baixos. Muitas vezes, o foco muda para o escândalo que a mídia encontra e vai além do

necessário.

Existe no jornalismo algumas espertezas que caracterizam uma boa notícia, como o

inédito, o interesse e o apelo. Só que podemos notar que as notícias sobre violência tem se

transformado em um espetáculo lucrativo para os meios de comunicação, que acabam no

contexto geral se tornando um grande exagero, mostrando informações desnecessárias e

importunas.

Entendemos o grande objetivo que o jornalismo tende a passar em suas

informações, que o papel dos repórteres é mostrar a verdade com clareza dos fatos, mas

vim a transformar a violência como espetáculo como se vê nos meios de comunicação é

está contribuindo para um processo de barbarização. Uma mídia de responsabilidade e

preocupada com seu público busca em primeiro lugar apurar os fatos evitando expor

pessoas em situações humilhantes. Mas infelizmente a mídia só se preocupa com ela

mesma, visando o aumento de audiências e fazer desse SHOWJORNALISMO dar lucro.

Segundo Arbex Jr, o telenoticiário interfere nos acontecimentos com o intuito de alcançar

objetivos políticos ou econômicos. A televisão (...) não é mera “observadora” ou “repórter”:

tem o poder de interferir nos acontecimentos. O telenoticiário diário adquiriu o estatuto de

uma peça política, cuja lógica é determinada pelas relações de cada veículo da mídia com o

sistema político, financeiro e econômico do país ou região em que se encontra (ARBEX JR

,2001: 98).

Page 7: Artigo rafaela

O jornalismo tradicional perdeu de vez aquela função de causar o impacto no

público, e cada vez mais está se aproximando dessa linguagem midiática do espetáculo para

manter seus leitores fixos. A pressão comercial é muito grande, e conceito de vendas é

imenso, a busca por uma linguagem que é mais familiar, que tem mais apelo popular como

a linguagem da teledramaturgia acaba sendo a saída para o jornalismo.

A mídia, precisa apenas ter mais pretensão, pretensão essa que seria mais que sua

obrigação, fazer bem o jornalismo. Quando se relaciona a violência, a informação tem que

ser clara e verdadeira, e o superficial e a omissão tem que ficar de lado. Hoje vemos na

televisão que a mídia não preza mais pela qualidade da informação e sim pelo crescimento

de Ibope.

"A imprensa precisa compreender que não vamos, de uma hora pra outra, com uma

varinha de condão, mudar o histórico da nossa organização, que por muito tempo foi parte

do aparelho repressor do Estado. A relação entre a Polícia Militar e a Mídia ainda é de amor

e ódio. Quando temos sucesso, queremos que a imprensa cubra as nossas atividades;

quando não sabemos dar a resposta adequada a um problema, gostaríamos que ela ficasse

afastada". [Coronel A. Severero, Ex comandante da PM de Minas]

(RAMOS; PAIVA,2007, P 47)

Page 8: Artigo rafaela

Fonte: Provos.Brasil http://twitpic.com/photos/CarlosLatuff

Os meios de comunicação sabem muito bem como oferecer de maneira fácil, o aumento de

audiência. O Telespectador se alimenta de uma fantasia cotidiana, criam um complexo pela

indústria midiática. As notícias absorvem o grande aumento da violência dando a eles mais

motivos de repercutirem toda essa informação. Podemos ter como exemplo, a maneira que

as pessoas se prendem A população não se sente mais segura em nenhum lugar, não se

pode mais falar de lugares seguros, porém as pessoas acreditam que através da "mídia"

ficam mais por dentro de lugares mais violentos. Como por exemplo, quando a UPP entra

em uma comunidade, a população sabe que em torno daquela comunidade a probabilidade

de algo mais violento é maior e assim, conseguem evitar.

3 - Análise do Programa Balanço Geral - Wagner Montes

Primeiramente, vamos conhecer um pouco quem é Wagner Montes, esse

apresentador que utiliza o bordão "Escracha" em seu programa. Nascido e criado em Duque

de Caxias, o apresentador hoje se tornou Deputado Estadual e também um grande ícone da

televisão brasileira. Umas das suas maiores características é sua solidariedade, agarra e

amor por seu trabalho. Seu programa Balanço Geral - RJ, exibido na Record é o programa

de maior índice quando o assunto é justiça.

Diante das características do telejornal popular, vale destacar a autodefinição que o

programa Balanço Geral, da Rede Record faz.

O Balanço Geral busca trazer ao telespectador carioca, informações do dia a dia da

cidade. Esse programa reflete as reportagens sobre variados assuntos, problemas

comunitários, segurança pública, violência em geral, comportamento social, lazer e cultura.

O programa traz uma relação descontraída do apresentador com brincadeiras e comentários

inusitados, mas nunca saindo do foco principal, que são as informações dos grandes

acontecimentos.

E quando se fala de grandes acontecimentos o Balanço Geral sabe abordar muito

bem. Quando o assunto se volta para a violência Wagner Montes mostra que com isso não

se brinca. Com as ocupações das UPPs nas comunidades do Rio de Janeiro o apresentador

não se privou em soltar o verbo e falar sobre suas opiniões em defesa da "Poliçada" como

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ele mesmo faz questão de chamar a polícia do Rio. Ele acredita muito no trabalho que a

polícia vem fazendo, e apoia os projetos instaurados pela UPP em que se pode vê

melhorias, passando para os moradores confiança e credibilidade. Sempre buscando o

programa em passar todas as informações diárias de tudo que acontecia em tempo real.

Wagner Montes não tem medo de encarar os fatos e meter as caras, ele defende o certo,

escracha o errado, independente de quem seja.

Com uma visão de sempre pensar no próximo o programa dar espaço para

moradores das comunidades estarem expressando suas opiniões, a equipe de repórteres

destinada vai até esses moradores, buscando saber o que realmente acontece dentro da

comunidade e assim é possível conhecer de perto a realidade de quem lá vive. Com a

instalação das UPPs, esses moradores dão a cara a tapa e não se preocupam mais com a

questão de aparecerem na mídia, o medo que antigamente eles tinham, de sua imagem vim

a público, hoje é motivo de orgulho para eles.

"Defendo o bom policial, meto o pau no mau policial, e quando escracho o mau policial estou defendendo o

bom policial. Uma corporação de 38 mil homens, se 7.600 tiverem desvio de conduta são 20%. É justo que

80% que têm mulher, filho, mãe, serem achincalhados por causa de 20%? Não é justo. Existem maus

médicos, advogados, jornalistas, existem maus profissionais em todas as profissões. O que não podemos fazer

é generalizar. Temos que extirpar as células ruins. Os bons policiais continuam gostando de mim, pode ter

certeza disso"

[Vagner Montes - Entrevista ao Jornal O Extra - 13/10/2010]

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Fonte: Brava Gente, brasileira: henriquebaes.blogspot.com

Conclusão

Com este trabalho podemos concluir que a maneira que a ocupação das UPPs,

foram apresentadas pela mídia, foi de um grande marco para sociedade. A pacificação se

mostrou presente em todos os noticiários, da forma mais simples para forma espetacular. A

comunicação voltada para esse tipo de notícia se mostrou tentadora, com as comunicações

utilizadas podemos observar o quanto a forma da linguagem faz toda diferença. E dentro

desses parâmetros vemos o quanto à comunicação é essencial, e é essa comunicação que

gera forças para uma grande evolução midiática. Com a ocupação das UPPs nas

comunidades do Rio de Janeiro, a verdadeira mídia deixou sempre presente, os fatos.

Uma das principais redes midiáticas atualmente ainda é a Televisão e dentro de sua

Page 11: Artigo rafaela

programação existe uma mediadora de novos conceitos. A forma que a falsa a mídia vem

trazendo as informações mostra o quanto à qualidade de uma informação não se faz tão

presente, e que a obtenção de lucros se torna grandiosa.

O verdadeiro jornalismo torna-se esquecido para aqueles que só visam à forma de

transmitir informações através de uma linguagem apelativa e espetacular. A violência deixa

de ser tratada como violência, e vira atração para ganho de audiência.

Mas, podemos observar que ainda existem aqueles que trazem as informações com

total credibilidade sem tornar um acontecimento e um show midiático.

Dessa forma, percebemos que com a ocupação das UPPs nas comunidades cariocas

a forma de transmissão se une, em apenas um objetivo, trazer informações com uma

comunicação clara e direta. Isso Significa que a sociedade, necessita de pessoas que se

preocupam o tempo todo com elas.

O Programa Balanço Geral, vem mostrar isso, a verdadeira cara das comunidades,

sem esconder nada, sempre se preocupando com a condição de vida das pessoas sem

preconceitos. O Programa entende, o que se passa diarimente nas comunidades e é com

esse entendimento que o Balanço Geral proporciona, ao seu público fiel a realidade do

Rio de Janeiro.

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