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Artigo escrito para a especialização de Desenvolvimento de Sistemas Baseado na Plataforma J2EE.TRANSCRIPT
Especialização em Sistemas Web com Ênfase na Tecnologia JavaArtigo de Final de Curso
SunSpot: Programando Sensores Inteligentes em Java
Gerson Vieira Albuquerque Neto1
1Fundação Edson Queiroz – Universidade de Fortaleza (UNIFOR) CEP 60.811-905 – Fortaleza – Ce – Brasil
Resumo. Na última década, grande avanço tecnológico nas áreas de sensores, circuitos integrados e comunicação sem fio, levou à criação de redes de sensores sem fio. Este tipo de rede pode ser aplicada para monitoramento, rastreamento, coordenação e processamento em diferentes contextos. Pode-se interconectar, por exemplo, sensores para fazer o monitoramento e o controle das condições ambientais numa floresta, num oceano ou planeta. A interconexão de sensores através de redes sem fio, com a finalidade de executar uma tarefa de sensoriamento maior, irá revolucionar a coleta e o processamento de informações. Neste contexto, a Sun lançou o SunSpot, uma tecnologia inovadora na área de dispositivos de sensores. Neste artigo, investigamos e discutimos as inovações trazidas pela tecnologia SunSpot. Diversos testes foram feitos utilizando IDE’s de desenvolvimento, com exemplos de utilização básica dos sensores. Os testes, em sua maioria, foram bem sucedidos, mesmo com a limitação de se poder utilizar apenas emuladores. O SunSpot, por estar em fase experimental, ainda não possui um suporte adequado, apesar de ser escrito em Java. Espera-se que, em um futuro breve, os projetos baseados em SunSpot se tornem realidade, trazendo mais facilidade à vida das pessoas.
Palavras-chave: SunSpot, Sun, Sensores, Redes de Sensores sem Fio, RSSF,
INTRODUÇÃO
O avanço ocorrido na área de microprocessadores, micro sistemas eletromecânicos
(MEMS – Micro Electro-Mecanical Systems), a melhoria dos materiais de
sensoriamento e a comunicação sem fio tem estimulado o desenvolvimento e o uso de
“sensores inteligentes” em áreas ligadas a processos físicos, químicos, biológicos,
dentre outros. É usual ter em um único chip vários sensores que são controlados pela
lógica do circuito integrado com uma interface de comunicação sem fio. Normalmente,
o termo “sensor inteligente” é aplicado ao chip que contém um ou mais sensores com
capacidade de processamento de sinais e comunicação de dados. A tendência é produzir
esses sensores em larga escala, barateando o seu custo, e investir ainda mais no
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desenvolvimento tecnológico desses dispositivos levando a novas melhorias e
capacidades. [8]
A interconexão de sensores através de redes sem fio com a finalidade de
executar uma tarefa de sensoriamento maior, deu origem a uma nova área da
computação: as redes de sensores sem fio. Uma RSSF é uma rede sem fio com
dispositivos autônomos espalhados em ambientes diferentes que usam sensores para
coletar ou detectar, cooperativamente, dados ou modificações no ambiente, como
temperatura, som, vibração, pressão, dentre outros. Tais dispositivos normalmente
possuem arquitetura simples e altamente especializada, podendo ser utilizados em
diferentes áreas, como a médica, a ambiental, a industrial, ou qualquer outra que
necessite de mobilidade e coleta de dados em tempo real. A RSSF possui características
como a de poder possuir uma grande quantidade de nós espalhados geograficamente, a
de poder modificar a posição desses nós sem modificar a função do dispositivo e a de
poder ser composta por sensores de arquiteturas simples, propensos a falhas, com
restrições de energia, memória e capacidade de processamento. [8]
Neste contexto, diversas aplicações têm sido desenvolvidas utilizando um ou
mais tipos de nodos sensores. As RSSFs podem ser homogêneas ou heterogêneas em
relação ao tipo, à dimensão e à funcionalidade dos nodos sensores. As aplicações de
monitoração de segurança, por exemplo, podem utilizar sensores de imagem e acústicos,
embutidos no mesmo nodo sensor ou em nodos diferentes.
A seguir, são relacionados alguns setores onde já existem exemplos práticos de
aplicações de RSSFs: [8]
Produção industrial. Monitoramento em indústrias petroquímicas, fábricas, refinarias e
siderúrgicas de parâmetros, como fluxo, pressão, temperatura e nível, identificando
problemas como vazamento e aquecimento.
Distribuição de energia, gás e água. Monitoramento de linhas de distribuição de
energia e sistemas de distribuição de gás e água; de parâmetros, como fluxo, pressão,
temperatura e nível.
Áreas industriais. Monitoramento de dados em áreas de difícil acesso ou perigosas.
Extração de petróleo e gás. Na indústria de petróleo e gás, principalmente em
plataformas em alto-mar, o monitoramento da extração de petróleo e gás é crítico.
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Indústria de aviação. Na indústria de aviação, cada vez mais é utilizada a tecnologia de
fly-by-wire, em que transdutores (sensores e atuadores) são largamente utilizados. O
problema é a quantidade de cabos necessários a essa interconexão. Nesse caso, sensores
sem fio estão começando a serem utilizados.
Vislumbrando o crescimento da adoção de RSSF, a Sun começou a investir nesta
promissora tecnologia. Inicialmente, a Sun utilizou sensores de aproximação em um
projeto interno, em que um aparelho, instalado em uma porta detecta a presença de
outro, equipado em um chaveiro carregado por uma pessoa. Ao ser detectado pela porta,
a certa distância, o aparelho faz a autenticação automática da chave de segurança
configurada no chaveiro, autorizando a entrada do portador. Contudo, a Sun observou
que era necessária a simplificação do processo de desenvolvimento de software, uma
vez que a programação de baixo nível introduzia uma elevada complexidade. A partir
dessas experiências, os engenheiros da Sun iniciaram estudos para o desenvolvimento
de uma plataforma que utilizasse como linguagem o Java para a programação dos
sensores.
Entre 2003 e 2004, a Sun iniciou um projeto com RSSF que utilizava a linguagem
Java para a programação dos dispositivos sensores. A utilização da linguagem Java
trazia simplicidade, reuso através do uso de APIs e produtividade, através da utilização
de IDEs. Nascia assim o projeto SunSpot. O SunSpot é um dispositivo composto por
uma placa de processamento, uma placa de sensores e uma bateria de 3.7v recarregável,
que pode ser programado através da linguagem Java. Com este dispositivo, é possível
programar desde o simples piscar de um Led até o movimento de um braço mecânico.
Através do projeto SunSpot, a Sun fornece aos programadores uma plataforma Java que
permite o desenvolvimento de aplicações inovadoras, voltadas para redes de sensores
sem fio.
SunSpotA Sun prevê de forma consistente que um dia a Internet irá ligar mais do que
computadores, irá estender-se praticamente a qualquer objeto programável. Esta visão
de uma “Internet das coisas” inclui carros, bicicletas, frigoríficos, astronautas,
brinquedos e mesmo árvores – reunindo e fornecendo diversos dados para dispositivos
diferentes. E essa “Internet das coisas” irá gerar uma grande quantidade de dados para
processar, administrar e armazenar. [7]
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O SunSpot possui propósito educacional e experimental, atraindo assim milhares
de desenvolvedores dispostos a gastar parte do seu tempo livre fazendo experimentos
just for fun (de brincadeira), os quais posteriormente podem vir a se tornar aplicações de
grande sucesso, e até mesmo render alguns milhões de dólares. Essa é a aposta da Sun:
popularizar seus softwares, e agora hardware, para continuar influente no mercado de
dispositivos portáteis e comunicação sem fio. Atualmente, a Sun detém o
impressionante número de 95% de presença nos celulares fabricados no mundo. A
tecnologia Java está presente em mais de seis bilhões de aparelhos, sendo mais de um
bilhão desses, aparelhos celulares.
A tecnologia SunSpot, do inglês Sun Small Programmable Object Technology,
surge como a aposta da Sun para assegurar a presença da tecnologia Java na próxima
geração de gadgets (pequenos aparelhos mecânicos ou eletrônicos). O SunSpot é um
pequeno aparelho do tipo mote, isto é, um dispositivo de comunicação eletrônico
projetado para ser do tamanho de uma partícula de poeira. O dispositivo completo,
inteiramente montado, cabe na palma da mão, o que pode ser considerado mágico,
levando em conta as funções que podem ser programadas e executadas neste
dispositivo. Este equipamento baseia-se na máquina virtual Java JME, ou Java Micro
Edition, e mais especificamente, possui um hardware bem diversificado com as
seguintes especificações:
Figura1. Arquitetura do SunSpot.
Processamento Núcleo
ARM modelo 920T de 32 bits, a 180 MHz, com 512 K de RAM e 4 M de memória flash;
interface de rádio IEEE 802.15.4, a 2.4 GHz, com antena integrada;
interface USB.
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O SunSpot é um dispositivo composto por uma placa de processamento, uma placa de sensores e uma bateria de 3.7v recarregável.
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Placa de Sensor
medidor de aceleração (ou acelerômetro) de 3 eixos, 2G/6G;
sensor de temperatura;
sensor de luz;
8 LEDs tri-colores;
6 entradas analógicas;
2 sensores de movimento;
5 pinos para I/O de propósito geral;
4 pinos de saída de alta corrente.
Bateria
bateria recarregável de lítio-ion de 3.7 V e 750 mAh;
modo de inatividade profundo a 48 uA;
gerenciamento automático de bateria provido pelo software.
O dispositivo possui como interface de comunicação sem fio o padrão 802.15.4 do
IEEE, sobre a qual, em geral, se implementa o ZigBee. O ZigBee é um padrão de
transmissão de dados sem fio para a automação de tarefas domésticas que utiliza
equipamentos de baixo consumo de energia na troca de dados. Contudo, diferentemente
de outros sistemas de mote disponíveis, o ZigBee utiliza mecanismos de conexão e
desconexão de um dispositivo em uma rede, registra em uma tabela os dispositivos
vizinhos, fornecendo identificação e manutenção do encaminhamento. A rede ZigBee
especifica como um dispositivo deve se comportar em um dado ambiente.
Desta forma é possível estabelecer redes em malha, conhecidas como redes Mesh.
Estas redes são capazes de encaminhar, através de múltiplos saltos, mensagens ao seu
destino. Redes Mesh utilizam protocolo de roteamento que fazem várias varreduras das
possíveis rotas, considerando a mais rápida e com menos perda de pacotes. Esse tipo de
rede traz muitas vantagens, tais como custos baixos, simplicidade para o usuário, e
robustez, pois ela se adapta às condições da rede, sem intervenção humana.
Essa tecnologia foi elaborada com o intuito de conectar pequenos dispositivos com
a função específica de coletar dados utilizando sinais de radiofreqüência. Utiliza uma
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tecnologia semelhante às redes Wi-Fi (Redes sem fio) ou Bluetooth (Tecnologia de
conexão sem fio para pequenos ambientes). Uma característica importante é o menor
consumo de energia, e a agilidade na comunicação entre os dispositivos, fazendo com
que a comunicação entre duas unidades ou mais alcance mais fácil o destino final.
Em janeiro de 2008, a Sun disponibilizou os códigos-fonte relacionados ao
SunSpot, tanto hardware como software. O projeto eBones (https://spots-
ebones.dev.java.net) é uma coleção de informações para o desenvolvimento de placas
que funcionam com o sensor sem fio do SunSpot, chamado eSpot. Assim, em março do
mesmo ano, como resultado dessa ação, a Sun disponibilizou quatro novas placas de
expansão que podem substituir a placa de sensores que já vem incluída no kit da Sun (a
eDemoBoard), o que irá certamente ampliar a gama de opções de usabilidade para os
SunSpots e mostrar a força de uma plataforma livre, que conta com a enorme
contribuição dos seus desenvolvedores ao redor do mundo. Abaixo, segue uma breve
descrição das novas placas desenvolvidas com a liberação dos circuitos fontes:[3]
eFlash: Modelo utilizado principalmente para coleta
de dados, com dois slots para memória flash MiniSD.
Cada slot possui uma conexão diferente, o de cima
utiliza a interface ARM9's 4bit high speed SD/MMC
enquanto o de baixo utiliza o conector padrão SPI.[5]
eSerial: Modelo utilizado para conexão serial RS232. A conexão
é feita através de um cabo para o DB9 ou DB25. Contém circuito
comutador no nível RS232 e leds. [5]
eProto: Modelo utilizado para testes para prototipação de
interface de hardware no SunSPOT. Contém decoder de
endereço SPI, entrada conversora de 3V a 5V DC/DC e mais
uma grande quantidade de entradas para prototipação. As
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entradas próximas aos conectores são ligadas ao conector interno da placa e ao seletor
de chip SPI. [5]
eProtoMega: Igual ao eProto com um processador Atmega88.
[5]
Além dessas placas, existe a eUSBHost que é uma placa que terá um conector host
(vertical ou horizontal) USB Tipo A. Contudo, esta placa ainda está em fase de projeto.
[5]
Com relação à segurança, já estão disponíveis implementações altamente
otimizadas utilizando algoritmos RSA e Criptografia de Curvas Elíticas ou ECC que é
uma implementação de segurança desenvolvida pela Sun exatamente para ambientes
onde é utilizada tecnologia sem fio.
SoftwareA execução dos programas no SunSpot acontece através de uma pequena VM escrita
em Java que roda sem sistema operacional, ou seja, roda no próprio dispositivo, como
se tivesse sido “escrita” diretamente no hardware do dispositivo (“Java on the bare
metal”). Essa pequena máquina virtual do tipo JME chamada Squawk é capaz de
executar simultaneamente diferentes aplicações em uma única VM e de migrar entre os
dispositivos.
Ferramentas de desenvolvimentoAs ferramentas de desenvolvimento mais famosas (Eclipse e Netbeans) possuem
plugins que oferecem suporte ao desenvolvimento de softwares para o SunSpot.
No NetBeans, o gerenciamento e o deploy dos aplicativos são feitos de uma
maneira bastante fácil, já que o NetBeans oferece a opção de fazer o build e, logo em
seguida, realizar o deploy no dispositivo SunSpot, de forma automática.
O projeto do plugin para o NetBeans é liderado pelo brasileiro Thiago Galbiatti
Vespa e visa tornar as tarefas de desenvolvimento no Squawk mais fáceis no NetBeans.
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Para o Eclipse, existe o desenvolvimento de plugins, os quais não possuem ainda a
mesma eficiência do desenvolvido para o NetBeans, que conta diretamente com o
suporte da Sun.
Disponibilidade
O primeiro lote de kits de desenvolvimento, ainda em produção limitada, para SunSpot
foi distribuído em 2 de abril de 2007, depois de meses de atraso de manufatura. Este kit
introdutório inclui:
duas placas demo de sensores Sun SPOT;
uma estação base Sun SPOT;
as ferramentas de desenvolvimento de software;
um cabo USB.
O software é compatível com Windows XP, Mac OS X 10.4 e com as
distribuições mais comuns do Linux. [1]
Mesmo com a grande dimensão da comunidade brasileira de desenvolvedores
Java, em que estão os melhores JUG’s do mundo, considerados pela própria Sun, ainda
não existe previsão de venda desses kits para o Brasil. Até o momento da entrega desse
artigo, existem milhares de desenvolvedores ansiosos para conhecer essas ferramentas, e
certamente cheios de idéias para o desenvolvimento de novas aplicações.
SquawkO Squawk é a VM utilizada para a compilação e a execução dos programas nos
dispositivos SunSpot, isto é, totalmente focada para pequenos dispositivos, compatível
com JavaTM CLDC. Ela roda diretamente do processador (“bare on metal”) e, na sua
maior parte, é escrita em Java. Atua no nível de J2ME, necessita de 80KB de RAM e
pode ser executada diretamente da memória Flash. Suas bibliotecas usam 270KB da
memória, o que inclui a maior parte dos componentes Java da VM. [3]
Essa VM é capaz de executar diferentes programas simultaneamente, além de ser
capaz de migrar uma aplicação em curso para outro dispositivo. Um exemplo
interessante dessa habilidade de migrar aplicações em curso é que se a carga de bateria
de um dispositivo estiver terminando, ele pode verificar se há outro dispositivo na
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proximidade com mais energia, podendo transferir dessa forma seu programa em curso
antes da bateria terminar de vez. [3]
No seu desenvolvimento, notou-se que durante a compilação das classes, o CLDC
preverifier poderia fazer mudanças mais consideráveis para diminuir o tamanho dos
arquivos compilados, o que se torna bastante atrativo, levando em conta a limitação de
espaço existente nesses pequenos dispositivos.
A VM Squawk tem como triunfo a melhoria que proporciona à vida dos
desenvolvedores, pois, antes, para programar um pequeno dispositivo, era necessário
um bom conhecimento de uma linguagem de baixo nível, como C ou Assembler, em
que o usuário tem uma preocupação maior com diversos fatores, como a coleta de lixo
ou a liberação de memória, feita de forma manual. Já com a API Java isso é feito
automaticamente na execução e interrupção do programa. O projeto Squawk visa à
popularização do desenvolvimento de aplicações embarcadas. Com a utilização de Java
como linguagem de programação para esses pequenos dispositivos, é cada vez maior o
número de desenvolvedores que se interessam em criar programas de grande utilidade.
ExemplosProcurando por fóruns e blogs, encontra-se uma grande quantidade de projetos que
poderão ser úteis, ou que simplesmente servirão para o aprendizado da tecnologia. Já
que a Sun ainda não disponibiliza a venda dos kits para vários países e o preço também
não é muito acessível, foi desenvolvido o projeto Solarium. Esse projeto está incluído
no SunSpot Manager Tool que faz a simulação dos pequenos aparelhos, dando ao
usuário controle das funcionalidades, como luminosidade do ambiente, movimentação
do pequeno aparelho simulando o acelerômetro nos eixos x, y e z, e outros movimentos
ou mudanças no ambiente que o aparelho de SunSpot detecta.
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Figura2. Solarium – simulando um SPOT. O controle ao lado do SPOT faz a simulação de modificações de luz e temperatura do ambiente, do acelerômetro, e até de conexão nos pinos digitais.
Nesse simulador, é possível fazer testes, como o programa abaixo, que é um
“Hello World” para a funcionalidade dos Led’s, que inicia o aparelho especificando a
placa que está sendo usada e faz literalmente um teste no primeiro led.
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Figura3. Código de Exemplo – Programa que faz com que o led pisque no SunSpot, desenvolvido no NetBeans 6.0.
Outro exemplo, esse sendo mais famoso, é o Bouncing, que simula uma bola que
cai de uma ponta para outra do SunSpot, de acordo com a movimentação que o usuário
faz e que é detectada pelo Acelerômetro 3-D. A bola cai de um lado para o outro,
batendo nas paredes e quicando, como uma bola real faria. O mais interessante disso é a
comunicação que é demonstrada quando dois SunSpots estão rodando esse mesmo
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programa. Ao apertar o Switch 2, o SunSpot 1 inicia uma procura no seu raio de alcance
por outro SunSpot. Localizando o SunSpot 2, ele inicia a comunicação e abre a porta,
para que, ao inclinar o SunSpot 1, o usuário faça com que a bola virtual se movimente
até “cair” no SunSpot 2 e, assim, ficam até que a porta seja fechada.
SunSpot no BrasilNo Brasil, são desenvolvidos vários projetos, mesmo a Sun ainda não disponibilizando a
venda dos kits para o nosso país. Por meio de “doações”, pessoas ou, preferencialmente
instituições recebem kits para o desenvolvimento de projetos. Para isso enviam seus
projetos, informando o nome, o objetivo, como pretende disponibilizar o código para a
comunidade, com qual freqüência pretende atualizar seu projeto, em quanto tempo deve
ser desenvolvido e quantos SunSpots serão necessários para o desenvolvimento do seu
projeto. Nisso, a Sun ganha com o crescente número de programadores de plantão ou
por esporte, que aprendem e inovam na criatividade.
Mesmo com essa “dificuldade” para conseguir os kits, alguns bons projetos estão
sendo desenvolvidos, levados em parte pela paixão dos usuários por Java. Na UFRS,
existe um projeto com um tema que, embora não seja novidade, é um sonho antigo dos
desenvolvedores de pequenos dispositivos, a Casa Inteligente. O TIE-SS Project
(Towards Intelligent Environments using SunSpot) utiliza-se das funcionalidades
existentes no SunSpot, mais especificamente na placa eDemoBoard para o controle de
temperatura e luminosidade, levando em conta a presença ou não de pessoas no
ambiente, onde a ausência significa que não será necessária refrigeração ou iluminação.
Se a sala é utilizada, por exemplo, como local para leitura deverá possuir uma melhor
luminosidade, mas em locais onde não seja necessária tanta luz, pode ser utilizado outro
tipo de iluminação, proporcionando assim uma maior economia de energia. Além disso,
existe o desenvolvimento de uma interface para o usuário, por meio de seu PDA ou
celular, ter o poder para controlar e configurar os dispositivos presentes na casa,
podendo inicializar determinados dispositivos para refrigerar um quarto, ou até para
esquentar o café a ser degustado com os pães que estão dentro da torradeira, todos
conectados a um sistema único de controle residencial.
Dentro do mesmo sistema, temos a capacidade da interface se adequar à
capacidade do dispositivo que está acessando o sistema e também de detectar e avisar o
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mau funcionamento de algum dos dispositivos, para que seja tomada a devida
providência, transferindo a funcionalidade de um SunSpot para outro ou para que seja
feita a substituição do dispositivo parado. Além disso, alerta o usuário para a
manutenção do aparelho que não funciona naquele momento.
Existem também alguns projetos sendo desenvolvidos no CEFET da Paraíba, que
tem como visão central o Projeto For-All. [2] Esse projeto se baseia também na idéia de
Ambientes Inteligentes, mas envolve uma maior gama de especialidades, como
segurança, manutenção de equipamentos, acesso a prédios públicos, monitoramento de
propriedades agrícolas, e faz com que o próprio sistema possa tomar decisões rápidas
baseadas na situação do momento, sem a intervenção humana. A facilidade de
programação, a arquitetura única, o baixo consumo de energia e a maior segurança
foram alguns dos motivos para a utilização do SunSpot no projeto.
SunSpot no MundoDiversos projetos já são liderados pelo mundo, envolvendo faculdades e pessoas que,
por hobbie, compram os kits e testam até onde vai sua capacidade e criatividade. No
fórum do SunSpotWorld, são encontrados os mais variados projetos, de controle de
jogos para computador a balões que coletam informações do ar. [1]
Muitas vezes, por existir em vários países um acesso mais fácil a diversas
tecnologias, os testes feitos vão além dos próprios kits, e as pessoas conseguem fazer
testes com pequenos robôs, sensores de movimentos e outros tipos de sensores, que
possuem preço bastante acessível.
CONCLUSÃO
O SunSpot é considerado, atualmente, uma tecnologia com potencial para revolucionar
e popularizar as redes sensores sem fios. Para os consumidores, esta tecnologia trará
produtos que automatizarão seu dia-a-dia, como a Casa Inteligente, e melhorias na
segurança e no rastreamento de objetos, dentre outros. Para os desenvolvedores, a
tecnologia SunSpot traz facilidades para a manipulação dos dispositivos de hardware.
Não será necessário, por exemplo, utilizar linguagens de baixo nível, que são
complicadas e de difícil manutenção, quando comparadas com o Java. Será possível
reusar código através das APIs Java, bem como ganhar produtividade através da
utilização de IDEs e ferramentas de desenvolvimento rápido.
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Especialização em Sistemas Web com Ênfase na Tecnologia JavaArtigo de Final de Curso
REFERÊNCIAS
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[2] BRITO, Alisson Vasconcelos de; GUEDES, Rharon Maia; CARDOSO, Daniel Fernandes Vilar; SILVA, Pollyane Carvalho da; LEITE, Juliana Maia. Projeto For-All – “Computação para Todos, em Todos os Lugares”. Disponível em: <http://sunspotpb.googlegroups.com/web/RelatorioPIBICT_ProjetoForAll_v3.pdf?gda=vnZqv1UAAAAXqu2GsgzdAEWhOe6mLauaq3XbxtWzP48V9lYrGwymTGG1qiJ7UbTIup-M2XPURDQGi3SxF5kHO8O409_oIe7QEhDeoetJpvn2389q8c01g91jEYAHrRhWHavkwpBIm1g>, acessado em 28/06/2008.
[3] A tecnologia Java dá um salto enorme no mundo dos micro dispositivos. <http://br.sun.com/emrkt/innercircle/newsletter/0508/feature-tech.html>, acessado em 23/06/2008.
[4] CIFUENTES, Cristina; WHITE, Derek; ARSENEAU, Eric. Squawk: a Java™ VM for Wireless Sensor and Actuator Devices. Disponível em: <http://developers.sun.com/learning/javaoneonline/2006/coolstuff/TS-1598.pdf>, acessado em 23/06/2008.
[5] MEIKE, Roger. New Sun SPOT Hardware Open Source. Disponível em: <http://blogs.sun.com/roger/entry/new_sun_spot_hardware_open>, acessado em 12/06/2008.
[6] OLIVEIRA, Aristóteles Fernandes Bandeira; FRANÇA, Tiago Cruz de, BRITO, Alisson V. Realidade Virtual – SunSpot. Disponível em: <http://sunspotpb.googlegroups.com/web/artigo_RealidadeVirtual_SunSPOT%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.pdf>, acessado em 28/06/2008.
[7] No interior dos laboratórios da Sun: Explorar o futuro da computação. Disponível em: <http://www.sun.com/emrkt/innercircle/newsletter/portugal/1206portugal_feature.html>, acessado em 20/07/2008.
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[8] LOUREIRO, Antonio A.F.; NOGUEIRA, José Marcos S.; RUIZ, Linnyer Beatrys; FREITAS MINI, Raquel Aparecida de; NAKAMURA, Eduardo Freire; FIGUEIREDO, Carlos Maurício Seródio; Redes de Sensores Sem Fio. Disponível em: <http://homepages.dcc.ufmg.br/~loureiro/cm/docs/sbrc03.pdf>, acessado em 28/07/2008.
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