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UNIVERSIDADE COMUNITRIA DA REGIO DE CHAPEC
UNOCHAPEC
REA DE CINCIAS DA SADE
CURSO DE EDUCAO FSICA
Bruna Favaretto Finger
O MINI-TNIS COMO UMA METODOLOGIA PARA O ENSINO DO TNIS DE
CAMPO NA EDUCAO FSICA ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL
Chapec - SC, 2010
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ii
BRUNA FAVARETTO FINGER
O MINI-TNIS COMO UMA METODOLOGIA PARA O ENSINO DO TNIS DE
CAMPO NA EDUCAO FSICA ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL
Monografia apresentada UNOCHAPEC,
como requisito parcial para obteno do grau de
graduado em Educao Fsica.
Orientador (a): Prof. Msc. Lilian Beatriz Schwinn Rodrigues
Chapec - SC dez. 2010
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iii
BRUNA FAVARETTO FINGER
O MINI-TNIS COMO UMA METODOLOGIA PARA O ENSINO DO TNIS DE
CAMPO NA EDUCAO FSICA ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL
Essa monografia foi julgada adequada
obteno do ttulo de graduada em Educao
Fsica e aprovado em sua forma final pelo Curso
de Educao Fsica, da UNOCHAPEC.
Chapec, 07 dezembro de 2010
.
____________________________________
Prof. e orientadora Lilian Beatriz Schwinn Rodrigues, Msc.
Universidade Comunitria Regional de Chapec
_____________________________________
Prof. Altamir Trevisan Dutra, Msc.
Universidade Comunitria Regional de Chapec
____________________________________
Prof. Carla dos Reis Rezer, Msc.
Universidade Comunitria Regional de Chapec
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iv
Dedico este trabalho aquelas pessoas que fazem
meu corao sorrir, para a pessoa que eu
esperava que me chutasse quando ca, e que foi
uma das primeiras que me ajudou a levantar,
para as pessoas que fazem a diferena em minha
vida, para as pessoas que quando olho para trs,
sinto muitas saudades, para as pessoas que me
deram fora quando eu no estava muito
animada, para as pessoas que amei, para as
pessoas que abracei, para as pessoas que
encontro apenas em meus sonhos e para as
pessoas que encontro todos os dias e no tenho a
chance de dizer tudo o que sinto olhando nos
olhos.
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v
AGRADECIMENTOS
Durante toda esta caminhada vrias pessoas colaboraram e me ensinaram muitas
coisas, sem elas esse sonho jamais se tornaria realidade. Afinal, atrs desta monografia tem-
se uma histria de dificuldades e conquistas nas quais os coadjuvantes tem um papel
fundamental. Agora quero revelar meus sinceros agradecimentos aqueles que de alguma
forma contriburam para este momento.
Antes de tudo, quero agradecer a Deus que nos momentos difceis ouviu as
minhas oraes e me conduziu ao melhor caminho. Neste momento de alegria, no qual
celebro o final de uma longa etapa, aproveito para prestar uma justa e sincera homenagem.
Me pode ser que a minha vida no seja como tu sonhaste. Pode ser que voc no
tenha sido a me que pretendia ser, e eu, a filha que gostaria de ter. Hoje tudo isso no
importa, pois juntas estamos realizando mais um sonho, com a certeza de que nada disso
existiria se um dia voc no estivesse confiado na minha vida, muitas e muitas vezes
trabalhando dobrado, renunciando seus sonhos a favor dos meus. Neste momento to
especial, procuro entre palavras aquela que melhor exprime esta emoo, e s encontro uma:
Obrigado. Obrigado a voc que me acompanhou com carinho e estmulo, procurando
amenizar a minha ansiedade em cada telefonema ou rosto desanimado, me mantendo firme
diante dos obstculos.
Um dia aprendemos a valorizar quem realmente faz a diferena em nossa vida, e
passamos a ver que existem muitas pessoas verdadeiramente especiais, que nunca nos
deixaram ou deixariam em momento algum. Por isso quero agradecer em especial, ao meu
namorado querido, companheiro, que alm de compreender a minha ausncia, esteve sempre
disposio nas horas difceis, consolando, incentivando e dando-me foras para prosseguir.
Saiba que te amo muito.
Agradeo a professora e amiga Luciane Lara Acco por ter acreditado no meu
potencial e por estar ao meu lado durante toda esta caminhada. As suas orientaes,
recomendaes e a cordialidade com que sempre me recebeu foram elementos essenciais para
que este trabalho fosse realizado.
A minha orientadora Lilian Beatriz Schwinn Rodrigues por ter acreditado neste
estudo, pelas suas orientaes e tambm pela dedicao que teve com este trabalho, o meu
muito obrigado.
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vi
O que sabemos uma gota. O que ignoramos um oceano.
Isaac Newton
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vii
RESUMO
Este estudo atravs de uma pesquisa exploratria do tipo bibliogrfica tem como objetivo
apresentar e descrever o mini-tnis como uma metodologia adequada para trabalhar o tnis
de campo na Educao Fsica escolar no ensino fundamental. Por intermdio de materiais e
mtodos alternativos, objetivou ainda salientar a importncia da iniciao do tnis de campo
nas aulas de Educao Fsica utilizando o mtodo do mini-tnis para a contribuio no
desenvolvimento integral do adolescente. O mini-tnis um mtodo simples de aprender a
jogar tnis, podendo ser realizado em qualquer superfcie plana com dimenses reduzidas,
raquete com dimetro menor, e se possvel bolas de espuma ou soft. No havendo
disponibilidade desses tipos de bolas, possvel que bolas velhas sejam utilizadas, pois dessa
forma, ficam mais lentas facilitando a execuo e manuseio bola-raquete. uma das formas
mais fceis de ensinar os adolescentes de 5 a 8 srie. As regras so simples utilizando-se de
uma tcnica bsica e fcil para adequar a faixa etria dos alunos. O principal diferencial a
criatividade de como trabalhar com pouco material e espao. Seu ensino est direcionado
para atividades que privilegiem situaes de jogos com cooperao e oposio. Conclui-se
que o mini-tnis pode ser uma forma adequada para o ensino e a aprendizagem do tnis nas
escolas, sendo que os materiais e as instalaes necessrias esto no alcance dos professores.
Palavras-chave: Mini-tnis. Escola. Educao Fsica.
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viii
LISTA DE ILUSTRAES
Figura 1 - Eastern de direita....................................................................................................22
Figura 2 - Eastern de esquerda................................................................................................23
Figura 3 - Continental.............................................................................................................24
Figura 4 - As fases do desenvolvimento motor......................................................................33
Figura 5 - Balancear e quicar a bola com ajuda da raquete....................................................55
Figura 6 - Equilbrio bola sobre raquete.................................................................................55
Figura 7 - Equilbrio bola sobre raquete.................................................................................56
Figura 8 - Brincadeira de pique pega......................................................................................56
Figura 9 - Troca de bolas........................................................................................................57
Figura 10 - Troca de bolas......................................................................................................57
Figura 11 - Troca de bolas ao alvo.........................................................................................58
Figura 12 - Troca de bolas ao alvo.........................................................................................58
Figura 13 - Troca de bolas ao alvo.........................................................................................59
Figura 14 - Rebater a bola.......................................................................................................59
Figura 15 - Diviso da mini quadra verticalmente.................................................................60
Figura 16 - Demarcao do jogo de dois toques.....................................................................60
Figura 17 - Diviso da mini quadra em quadrantes................................................................61
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ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Principais referncias que contriburam para esta pesquisa..................................15
Tabela 2 - Solues aos possveis problemas que apresentam os iniciantes..........................42
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LISTA DE SIGLAS
AC - Analise de Contedo
CBD - Confederao Brasileira de Desporto
CBT - Confederao Brasileira de Tnis
EUA - Estados Unidos da Amrica
FFT - Federao Francesa de Tnis
FIT - Federao Internacional de Tnis
FPT - Federao Paulista de Tnis
IRSA - Associao Nacional de Esportes de Raquete
NETEC - Ncleo de Estudos em Tnis de Campo
NTRP - Programa Nacional de Classificao de Tnis
SED - Secretaria de Estado da Educao
SNC - Sistema Nervoso Central
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
UNOCHAPEC - Universidade Comunitria Regional de Chapec
USPTA - Associao de Tnis Profissional dos Estados Unidos
USTA - Associao de Tnis dos Estados Unidos
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xi
SUMRIO
1 INTRODUO...................................................................................................................12
1.1 APRESENTAO DO TEMA...............................................................................12
1.2 OBJETIVO GERAL................................................................................................13
1.3 OBJETIVOS ESPECFICOS..................................................................................14
2 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS.....................................................................15
2.1 CLASSIFICAO DO TIPO DE ESTUDO..........................................................15
2.2 AMOSTRA E INSTRUMENTO.............................................................................15
2.3 PROCEDIMENTOS................................................................................................16
2.4 ANLISE DOS DADOS.........................................................................................17
3 TNIS DE CAMPO.............................................................................................................18
3.1 HISTRICO DO TNIS DE CAMPO...................................................................18
3.2 O JOGO DO TNIS DE CAMPO...........................................................................20
3.3 MOVIMENTOS DE JOGO.....................................................................................21
3.3.1 Descrio dos principais fundamentos do tnis de campo.......................22
3.4 CARACTERSTICAS DOS JOGOS DE INICIAO..........................................26
4 CONTRIBUIES DO TNIS PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DO
ADOLESCENTE...................................................................................................................28
4.1 CLASSIFICAO DAS FAIXAS ETRIAS DO DESENVOLVIMENTO
MOTOR...................................................................................................................................30
4.2 CLASSIFICAO DAS HABILIDADES MOTORAS.........................................31
4.3 FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR.......................................................32
4.4 HABILIDADES MOTORAS ESPECIALIZADAS................................................34
5 EDUCAO FSICA ESCOLAR......................................................................................36
5.1 ESPORTE NA ESCOLA..........................................................................................37
5.2 A IMPORTNCIA DO TNIS NAS AULAS DE EDUCAO FSICA............39
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xii
6 MINI-TNIS.......................................................................................................................41
6.1 MINI-TNIS COMO CONTEDO NA EDUCAO FSICA ESCOLAR.........41
6.2 MTODOS DE ENSINO........................................................................................44
6.3 VANTAGENS E BENEFCIOS DO MINI-TNIS................................................46
6.4 OBJETIVOS DO MINI-TNIS...............................................................................47
7 SUGESTES PARA TRABALHAR O MINI-TNIS NA ESCOLA............................49
7.1 ASPECTOS FUNDAMENTAIS PARA UMA AULA DE TNIS DE
CAMPO...................................................................................................................................49
7.2 ASPECTOS METODOLGICOS A SEREM LEVADOS EM CONTA PELO
PROFESSOR...........................................................................................................................50
7.3 RESPONSABILIDADE E CARACTERSTICAS DO PROFESSOR...................52
7.4 SUGESTES DE MATERIAS ALTERNATIVOS................................................53
7.5 SUGESTES DE ATIVIDADES PARA INICIAO DO TNIS NA
ESCOLA..................................................................................................................................54
8 CONCLUSO.....................................................................................................................62
REFERNCIAS.....................................................................................................................64
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1 INTRODUO
1.1 APRESENTAO DO TEMA
O tnis considerado pela maioria das pessoas como um esporte elitizado, porm,
muitos desconhecem que este praticado por mais de oito milhes de pessoas em mais de
duzentos pases (CRESPO, 1999). um esporte que pode ser jogado por pessoas de
diferentes caractersticas e idades, trazendo benefcios sade, alem de ser muito divertido
para os iniciantes se for jogado em dimenses menores do que as estabelecidas pela
Confederao Brasileira de Tnis (CBT). As adaptaes ao tnis podem ser consideradas e
aproveitadas pelos professores de Educao Fsica no contexto escolar, utilizando como
mtodo educativo o mini-tnis.
Atualmente comum os professores de Educao Fsica catalogarem o tnis
como um esporte individualista, tecnicamente difcil, caro e pouco atraente aos alunos. O
mini-tnis um dos mtodos mais fceis de ensinar os adolescentes na escola, pois, uma
forma divertida e ativa que utiliza superfcies de jogo e materiais em situaes reduzidas
quanto a peso, altura e dimenso. As regras so simples utilizando-se de uma tcnica bsica e
fcil para adequar faixa etria do aluno, com isso, no necessrio trabalh-lo em quadra e
com materiais oficiais.
O tnis no mbito escolar deve sempre buscar o ldico e o desenvolvimento geral
do aluno deixando de lado o esprito agonstico do desporto, prevalecendo assim os aspectos
de cooperao e socializao caractersticos do ensino fundamental. Ele propicia ao aluno o
desenvolvimento de algumas potencialidades como concentrao e cooperao, que so
importantes para o seu desenvolvimento geral e que tambm so necessrias para a
aprendizagem em outras disciplinas.
Considerando os estgios realizados e outras atividades de aprendizagem durante
a minha formao foi possvel detectar que o tnis no est presente na escola como um
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contedo da Educao Fsica escolar. Este fato talvez ocorra porque tambm foi possvel
identificar que as escolas, principalmente as pertencentes s redes municipais e estaduais,
nem sempre possuem espaos adequados para a prtica da Educao Fsica que, muitas
vezes, so pequenos e irregulares limitando a prtica de muitas atividades entre elas, o tnis.
Da mesma forma, os materiais tambm muitas vezes so insuficientes quando no
inadequados.
Est realidade chamou minha ateno, pois, como praticante do tnis desde minha
infncia penso ser possvel a prtica do mesmo no contexto escolar, apesar dos espaos e
materiais nem sempre facilitarem sua aprendizagem. Assim, surge o interesse em investigar o
seguinte problema: possvel inserir o tnis de campo na escola utilizando como mtodo
educativo o mini-tnis?
A inteno de introduzir o tnis nas escolas com que os alunos pratiquem o
esporte com a devida tcnica, tendo por base um conceito simples: o de facilitar o acesso ao
esporte, principalmente a essa modalidade esportiva que para muitos pouco difundida. Pela
ascenso de diversos competidores brasileiros, essa modalidade vem sendo colocada cada
vez mais em evidncia no pas. Para essa modalidade esportiva continuar em ascenso, visa o
presente estudo divulgar as formas de trabalho para uma boa assimilao das diversas
tcnicas e tticas que regido por esta modalidade, bem como algumas formas de iniciao a
essa prtica esportiva na escola em aulas de Educao Fsica no ensino fundamental.
No primeiro momento a pesquisa apresenta a histria do tnis de campo bem
como os seus principais fundamentos. No segundo momento descreve as caractersticas do
desenvolvimento fsico, psquico e motor dos adolescentes de 11 a 14 anos e evidncia a
importncia da iniciao do tnis de campo na escola e suas contribuies para o
desenvolvimento integral do adolescente. E num terceiro momento, descreve o mtodo do
mini-tnis para iniciao e assimilao das diversas habilidades desenvolvidas pela sua
prtica, salientando as possveis alternativas para trabalhar o mini-tnis atravs dos materiais
alternativos, compreendendo o papel do professor no ensino do tnis de campo no contexto
escolar.
1.2 OBJETIVO GERAL
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Apresentar e descrever o mini-tnis como uma metodologia adequada para
trabalhar o tnis de campo na Educao Fsica escolar no ensino fundamental.
1.3 OBJETIVOS ESPECFICOS
Descrever a importncia da iniciao do tnis de campo na escola, bem como suas
contribuies para o desenvolvimento integral do adolescente.
Caracterizar o desenvolvimento fsico, psquico e motor dos adolescentes de 11 a
14 anos.
Descrever o mtodo do mini-tnis para iniciao e assimilao das diversas
habilidades, tanto motoras como intelectuais, desenvolvidas pela prtica do tnis.
Evidenciar as possveis alternativas para trabalhar o mini-tnis na escola em aulas
de Educao Fsica atravs dos materiais alternativos.
Compreender o papel do professor no ensino do tnis de campo no contexto
escolar.
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15
2 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
2.1 CLASSIFICAO DO TIPO DE ESTUDO
A classificao apresentada neste estudo leva em conta dois critrios diferentes: o
nvel e os procedimentos utilizados na coleta de dados. Esta pesquisa exploratria do tipo
bibliogrfica, por proporcionar conhecimento sobre o sujeito do estudo (tnis de campo) e
sua influncia sobre uma varivel (mini-tnis) (HERDT; LEONEL, 2005).
Segundo Herdt e Leonel (2005) a pesquisa bibliogrfica se desenvolve tentando
explicar um problema a partir das teorias publicadas em diversos tipos de fontes: livros,
artigos, manuais, enciclopdias anais, meios eletrnicos, etc.
2.2 AMOSTRA E INSTRUMENTO
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi a anlise documental, neste
sentido, a pesquisa tem como objetivo apresentar e descrever o mini-tnis a ser inserido no
currculo escolar, como uma metodologia adequada para o ensino, aprendizagem e prtica do
tnis de campo. Alm dos autores utilizados para caracterizar os temas Educao Fsica
escolar e desenvolvimento humano apresentados nas referncias deste trabalho, a amostra
para a apresentao da proposta teve como principais referncias, conforme a tabela 1:
Tabela 1 - Principais referncias que contriburam para esta pesquisa.
Autor Ttulo Tipo de obra Ano
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16
BOMPA, T. O. Treinando atletas de desporto
coletivo
Livro 2005
CAYER, L. Pedagogia da ao no ensino do
jogo de tnis
Artigo 1990
CRESPO, M. Ejercicios para mejorar tu tenis,
nvel avanzado
Livro 1993
CRESPO, M. Metodologa de la enseanza del
tenis
Livro 1999.
CRESPO, M. Mini-tenis: Un medio para el
aprendizaje del tenis
Livro 1996
CRESPO, M. Juegos para iniciantes Livro 1994
CRESPO, M., et
al.
La tcnica del tenis, em: Tnis I,
C.O.E.
Artigo 1992
GALLIETTE, R. Tnis Metodologia de ensino. Livro 1996
MURRAY, J. Tenis inteligente: cmo jugar y
ganar el partido mental
Livro 2002
PINTO, J;
CUNHA, F.
O tnis como alternativa no
currculo escolar para crianas entre
8 e 12 anos
Artigo 1998
SALUM, C. El tenis en la escuela Livro 1987
ZLESAK, F Concepto de aprendizaje progresivo
en el tenis
Livro 1989
2.3 PROCEDIMENTOS
O trabalho dividiu-se nas seguintes etapas: escolha do tema; delimitao do tema
e formulao do problema; elaborao do plano de desenvolvimento da pesquisa;
identificao, localizao das fontes e obteno do material; leitura do material; tomada de
apontamentos e redao do trabalho (HERDT; LEONEL, 2005).
A seleo do referencial terico foi realizada a partir da temtica central mini-
tnis, tendo como tema secundrio o tnis de campo. Para tal, realizei uma busca no meu
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17
acervo particular sobre tnis, obras, artigos e peridicos presentes na biblioteca, assim como,
artigos disponveis na internet. A seleo dos mesmos ocorreu a partir da presena no ttulo
das palavras: tnis, mini-tnis, Educao Fsica e aprendizagem do tnis, sendo que os
selecionados foram lidos e destacados os pontos importantes para a organizao do trabalho.
2.4 ANLISE DOS DADOS
A anlise dos dados objetiva segundo Gil (1994, p. 166) organizar e sumariar os
dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para
investigao. Ainda Gil afirma que a investigao tem como objetivo a procura do sentido
mais amplo das respostas, o que feito mediante sua ligao a outros conhecimentos
anteriores obtidos.
Neste sentido, a organizao dos dados levantados teve como eixo norteador a
tcnica de Anlise de Contedo (AC) (BARDIN, 2002). Para a autora a AC [...] um
conjunto de tcnicas de anlise das comunicaes que utiliza procedimentos sistemticos e
objetivos de descrio do contedo das mensagens. A AC dividida em trs fases: a
descrio ou preparao do material, a inferncia ou deduo e a interpretao.
Para a preparao do material foi utilizado livros, artigos e peridicos que
tivessem como temtica central o tnis de campo, a Educao Fsica escolar e o mini-tnis. A
inferncia ou deduo permitiu que os contedos recolhidos se constitussem em dados de
anlises reflexivas. Por fim, a interpretao que foi a fase mais duradoura onde explorou-se o
material, e fez-se uma analise quanto a homogeneidade, pertinncia, objetividade, fidelidade e
produtividade das referncias. A proposta para uma metodologia do mini-tnis teve como
princpio a complexidade, ou seja, atividades de iniciao que implicam o reconhecimento
dos materiais e espaos; os fundamentos propriamente ditos e formas de jogar.
-
18
3 TNIS DE CAMPO
3.1 HISTRICO DO TNIS DE CAMPO
A origem do tnis de campo est remonta desde o Imprio Romano. A Esccia se
considerava o primeiro pas que jogou tnis, mas na realidade o esporte surgiu do jogo do
balo (harpastum) praticado pelos romanos, que o levaram para todas as regies do mundo.
O Harpastum foi adaptado no Pas Basco e recebeu o nome de jeu de paume, porque a bola
era batida com a palma da mo contra um muro, mais ou menos o que ocorre hoje com a
Pelota Basca (VAZ, 1977).
O major ingls Walter Clopton Wingfield, em servio na ndia, a pedido das
senhoras inglesas, estudou os jogos precursores do tnis, introduziu alteraes em suas regras
e padronizou as medidas da quadra em 1873. Props nome ao novo jogo de sphairistike, que
em grego significa jogo de bola, onde eram realizadas as partidas no gramado de uma
manso. Consultando Sturm (1982, p.24), encontra-se uma interessante passagem:
Normalmente, usava-se, para o jogo de palmada bolas feitas de pano de linho enrolado, misturado com couro e forrada tambm de couro. Enquanto essas bolas
tinham uma certa elasticidade no piso de madeira, ou de pedra (tal como as de
mistura de madeira com cortia, que mais tarde apareceram), na relva j isso no
sucedia. Assim se compreende que o interesse por esse tipo de desporto s pudesse
ter viabilidade em meados do sculo XIX, com o aparecimento de bolas de
borracha.
As raquetes no eram empregadas, os jogadores usavam as mos nuas e depois
optaram por usar luvas. No sculo XIV, j havia jogadores que usavam um utenslio de
madeira em forma de p, conhecido como battoir que mais tarde recebeu um cabo e tambm
as cordas tranadas. O jogo era praticado dividindo-se em duas quadras, a vanguarda e a
retaguarda, distinguindo-se a primeira por um losango marcado no centro onde est o lugar
-
19
em que se deve efetuar o saque (CBT, 2008a). Sturm (1982, p.23), escreveu uma passagem
sobre o aparecimento das raquetes:
Originalmente usava-se como raquete um instrumento curvo de madeira com pega
curta. Mas j no sculo XVI, utilizava-se uma moldura de madeira unidas por fitas
de couro ou de tripa. Essas supostas raquetes eram fabricadas em madeira de
freixo, ou de tlia, de tal maneira entrelaada que ficava uma face spera e outra
lisa.
O tnis de campo tem uma necessidade numrica para a formao de um time
reduzida a no mximo de quatro pessoas. Os imigrantes necessitavam de um nmero maior
de pessoas para jogar futebol e outros esportes, convidando assim os nativos brasileiros para
completar o time, enquanto que para o jogo de tnis, apenas um pequeno grupo j era
suficiente (DUMAZEDIER, 1980). Com o desenvolvimento da sociedade e seus diversos
interesses, pode-se visualizar o esporte, atravs de duas categorias de praticantes hoje
reconhecidas: o consumidor de esporte de lazer e o trabalhador, ou seja, o esporte
profissional.
Em plena Guerra dos Cem Anos, o rei Carlos V condenou o jeu de paume,
declarando que todo jogo que no contribua para o ofcio das armas ser eliminado. Com a
Revoluo Francsa e as Guerras Napolenicas, o esporte praticamente desapareceu junto
com a destruio das quadras. O jogo de tnis tem sua identidade com peculiaridades
prprias, ganhando elementos relativos aos seus praticantes (CBT, 2008a). Desde a chegada,
dos primeiros imigrantes no Brasil, elementos antropolgicos de uma cultura de movimentos
corporais j apareceram como componentes importantes no universo especfico desta prtica
(DALIO, 2004).
A Copa Davis que um dos torneios mais importantes do mundo do tnis surgiu,
como um duelo entre britnicos e norte-americanos, em 1899. Primeiro, o torneio se limitava
ao confronto entre EUA e Inglaterra. Em 1906, belgas e franceses entraram na disputa. O
nmero de participantes, a partir da, cresceu tanto que, em 1923, os organizadores
precisaram dividir os jogadores em zonas (VAZ, 1977).
No Brasil, as primeiras quadras foram construdas em 1892, no So Paulo Athletic
Club, fundado pelos ingleses. Mas o esporte no pas s era praticado como lazer e convvio
social. O primeiro torneio s foi acontecer em 1904, um interclubes entre o So Paulo, o
Tennis Club de Santos e o Paulistano. Em 1924, foi fundada a Federao Paulista de Tnis
(FPT), tendo na dcada de 30 um nmero recorde de 30 filiados. At o ano de 1955, o tnis
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20
era membro junto com mais outros esportes da Confederao Brasileira de Desporto (CBD),
posteriormente o tnis passou a ser cargo da CBT criada no governo de Juscelino Kubitschek
(CBT, 2008b).
O tnis de campo foi protagonista no Brasil junto com o futebol e outros esportes,
porm, estes tiveram muitas diferenas nas formas como se desenvolveram. Alguns
descaminhos fizeram com que o jogo de tnis fosse menos difundido que os demais esportes
(vlei, futebol, basquete), um dos fatores pelos materiais serem caros para a prtica da
modalidade. Hoje o tnis de campo jogado por mais de oito milhes de pessoas em mais de
duzentos pases, sendo considerado uma atividade saudvel que traz benefcios para todas as
idades (DUMAZEDIER, 1980).
3.2 O JOGO DO TNIS DE CAMPO
Aps a fase inicial de aprendizado do jogo de tnis, com a combinao das
habilidades bsicas, comea-se a ensinar o domnio do jogo que seriam as habilidades
especficas: saque (servio), direito na base (forehand), revs da base (backhand), voleio
direito (voleio de forehand), voleio revs (voleio de backhand) e cortada (smash). No ensino
de qualquer modalidade esportiva necessrio que se leve em conta os procedimentos
seqenciais para seu aprendizado e os movimentos naturais, como habilidades bsicas
necessrias para que seja adquirida uma tcnica futura mais avanada (STUCHI, 2006).
Na fase inicial de aprendizado, o aluno est se acostumando com a conveno do
espao da quadra, regras oficiais de jogo, e pontuaes. Outra grande influncia a
caracterstica do lugar: um retngulo de no mnimo 18X36m onde est centralizada a quadra
com 23,77X10,97m, dividida ao meio por uma rede com altura de 107cm nas extremidades,
0,91m no centro, contendo reas de saque e corredores de duplas (STUCHI, 2006).
As raquetes tm um formato padro variando entre 63 a 68 cm de comprimento e
pesando entre 280 a 350 gramas. A bola um importante item como componente do jogo,
onde incorporada pelas sofisticadas batidas de mltiplas formas de contatos. Ela sofre
muitos efeitos dos movimentos da raquete, e suas formas de vo e de quicar no solo um
motivo que leva ao jogador a ter grande ateno (GARCA; FUERTES, 1996).
-
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3.3 MOVIMENTOS DE JOGO
Os movimentos recebem a denominao padro dentro de trs principais situaes
de jogo (STUCCHI, 2004):
Situao de saque: no incio de cada ponto, individual ou em dupla, pode-se usar
o primeiro ou segundo saque. Esses dois movimentos tm diferenas significativas, pois o
primeiro saque mais agressivo e, conseqentemente, h mais chances de erros; j o segundo
saque de segurana onde a porcentagem de erro diminui significativamente.
Situao de jogo base com direita e revs: inclui bolas curtas, devolues de
saque, passada lateral, lob e golpe de aproximao da rede.
Situao de jogo de rede com voleio de direita e revs: Inclui voleio baixo
(defensivo), voleio alto (ofensivo), jogo alto acima da cabea (cortadas), smash e jogo de
duplas com trocas de voleios.
Esses movimentos devem acontecer de maneira natural durante o jogo, orientados
por princpios fsicos de acordo com o primeiro vo, que seria antes da primeira quicada ao
solo, e do segundo vo aps quicar ao solo. Todos os movimentos de rebatidas com membros
superiores descrevem movimentos circulares, como os de arremessos, uns mais amplos,
outros mais curtos.
Alguns movimentos circulares so feitos acelerando a cabea da raquete de baixo
para cima e outros de cima para baixo. Os iniciantes cruzam o movimento pela frente do
corpo com diferentes intensidades, arremessando-o pelos lados do corpo e sobre a cabea, a
fim de rebater a bola mais curta ou mais longa com determinado efeito. Cada movimento
durante o jogo de tnis tem suas caractersticas prprias. Todos parecem subordinados a trs
aplicaes seqenciais segundo Stucchi (2004):
A- Antecipao: o impulso que busca foras dentro de uma movimentao
equilibrada para a rebatida.
B- Contato: encontro da raquete com a bola.
C- Terminao: extenso do movimento como conseqncia da fora aplicada e
do produto da rebatida escolhida para aquele momento de jogo.
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importante que o aluno tenha um rendimento pessoal dos gestos esportivos do
tnis de campo. O modelo dos fundamentos bsicos do tnis dever ser apresentado, porm
este procedimento deve ser seguido de maneira individual. Em seguida cada aluno adquire
seu estilo pessoal na forma de jogar. Alguns itens so comuns em todas as pessoas como:
distncia percorrida, peso da raquete, velocidade de bola, irregularidade do piso, condies
climticas, utilizao das alavancas de seguimento corporal e formas de fazer contato com a
bola (efeitos) (CAYER, 1990).
3.3.1 Descrio dos principais fundamentos do tnis de campo
O primeiro passo para adquirir bons golpes aprender as empunhaduras corretas, pois
nenhuma empunhadura serve para todos os golpes. A empunhadura para o movimento de drive de
direita a eastern de direita (figura 1) que a primeira empunhadura a ser ensinada. A raquete
com a mo esquerda (se o aluno dor destro), com o cabo apontado para o corpo do aluno; colocar a
palma da mo de encontro ao lado plano, oposto ao que golpear a bola (lado direito do cabo, em
relao ao aluno), de maneira que o cabo e seu brao formem uma linha reta. Feche os dedos
firmemente ao redor do cabo. A face da raquete que bater a bola, e a palma da mo, est num
mesmo plano e no existe uma linha quebrada em seu punho, ele est completamente reto (SISTO,
s.d.).
Figura 1 Eastern de direita
Fonte: SISTO, s.d. Fundamentos de todos os golpes: empunhaduras. Disponvel em:
http://www.tenisdecampo.com/site/ftg/empunhaduras.php. Acesso em: 29 junho. 2008.
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O drive de esquerda deve ser segurado a raquete como descrito acima no golpe de
drive de direita. A empunhadura eastern de esquerda (figura 2), o aluno deve mover a mo
para trs, at que a palma da mo fique na face plana superior do cabo e com o brao
formando quase uma linha reta com ele. Feche os dedos firmemente ao seu redor, com o
polegar diagonalmente atrs, e no paralelo do cabo. Para golpear a bola, o aluno usar as
cordas oposta usada na direita. No drive de esquerda com duas mos o aluno deve colocar a
palma de sua mo esquerda no lado plano oposto a da mo direita e fechando os dedos
firmemente ao redor do cabo (SISTO, s.d.).
Figura 2 Eastern de esquerda
Fonte: SISTO, s.d. Fundamentos de todos os golpes: empunhaduras. Disponvel em:
http://www.tenisdecampo.com/site/ftg/empunhaduras.php. Acesso em: 29 junho. 2008.
A empunhadura continental (figura 3) tambm conhecida como universal, e
usada no slice, no voleio, no smash, no lob e na deixada, bem como nos trs tipos de saque:
slice, chapado e american twist. Nunca deve ser usada nos drives, particularmente no de
direita, onde no d firmeza. Para esta empunhadura o aluno deve mover a mo um oitavo de
crculo para trs, at que a palma da mo esteja exatamente no meio entre as posies de
direita e esquerda. Feche os dedos firmemente, deixando o polegar em posio diagonal
natural e quebre o punho de modo a formar um ngulo do brao com o cabo da raquete, que
far com que a cabea da raquete fique mais alta. As duas empunhaduras que devem ser
ensinadas ao aluno a eastern de direita e esquerda e a empunhadura continental,
posteriormente ele sentir a necessidade ou no de mudar de empunhadura conforme a sua
adaptao ao golpe (SISTO, s.d.).
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Figura 3 Continental
Fonte: SISTO, s.d. Fundamentos de todos os golpes: empunhaduras. Disponvel em:
http://www.tenisdecampo.com/site/ftg/empunhaduras.php. Acesso em: 29 junho. 2008.
Os movimentos de direita (forehand) e de esquerda (backhand) so os mais
importantes no jogo de tnis. Eles so usados, provavelmente, duas vezes mais do que todos
os outros golpes combinados, por isso deve-se ensin-los na escola. O drive (forehand) o
nico golpe no jogo de tnis que igualmente importante, tanto no ataque como na defesa.
Pode ser usado para fazer pontos com o uso da potncia e colocao, ao mesmo tempo em
que usado para conservar a bola em jogo, quando se est sendo atacado pelo adversrio. o
golpe que tem a maior gama de potncia e angulao (TILDEN, 1979).
Segundo Crespo (1996), o movimento de backhand muito semelhante ao de
forehand, porm este pode ser executado com uma ou duas mos. Estes tm trs fases de
movimento: incio, desenvolvimento e terminao. O drive e o forehand devem ter uma
preparao antecipada (fase inicial) e uma boa colocao dos ps, o que conserva seu corpo
de lado para a rede, afastado da trajetria da bola, e o peso do corpo em condies de mover-
se para frente, com o golpe.
No importa a altura nem o impacto da bola, a cabea da raquete deve ser levada
abaixo da linha de sua trajetria. No momento do impacto, a face da raquete deve atingir a
superfcie central da bola, com um movimento ligeiramente ascendente e definitivamente
para frente, que se continua at o fim da extenso do brao (desenvolvimento do
movimento). O simples fato de haver golpeado com a face plana da raquete em direo
ligeiramente ascendente e ter continuado o movimento at o fim, dar bola o efeito de
topspin (quando o movimento realizado de baixo para cima da bola).
Todos os movimentos de forehand e de backhand devem ser golpeados na altura
da cintura, salvo se o quique da bola for alto, desta forma o aluno deve avanar e golpe-la na
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subida. Porm mais fcil ensinar ao aluno primeiramente deixar a bola descer, e recuar se
necessrio. Se o quique da bola for to baixo que no possa atingir a altura da cintura, este
deve flexionar as pernas, para poder golpe-la corretamente (CRESPO, 1996, 1999).
O aluno deve manter uma empunhadura no ngulo de aproximadamente 90 no
golpe de forehand e backhand, entre o seu antebrao e o cabo da raquete, e efetuar o
movimento de cima para baixo, este efeito dado o nome de slice (cortada). A terminao
desses movimentos sempre em lado oposto a mo que est executando o movimento. A
parte posterior do cabo da raquete deve apontar para o cu, e a raquete deve ficar retilnea a
cabea (TILDEN, 1979).
O saque o golpe mais importante do jogo, pois aquele que inicia o ponto. Ele
envolve duas habilidades bsicas em sua execuo: o arremesso por cima da cabea (que d
origem ao movimento do brao dominante que segura a raquete) e o lanamento da bola para
cima. Para treinar o movimento do brao dominante, o professor pode utilizar uma meia de
cano mais longo com duas a trs bolas de tnis dentro dela. Segure-a pelas pontas dos dedos
e execute o movimento de saque. Se o movimento estiver certo, as bolas que esto no meio
no iro bater no aluno. Esse movimento vai soltar o brao do aluno, que como conseqncia
ir realizar uma boa execuo quando a raquete for introduzida no movimento. Em seguida,
o movimento completo, pode ser executado com bola e raquete (CRESPO, 1996, 1999).
Crespo (1996, 1999), salienta ao aluno que este no dever mexer o p da frente
para alcanar um lanamento incorreto. Sacar em quatro fases tambm uma boa atividade
para se aprender este fundamento. Coloque quatro bolas no cho da quadra, perto da rede, na
linha de saque, entre as linhas de saque e fundo, e na linha de fundo. O aluno dever ir at a
bola prxima rede, e sacar por cima dela. Caso tenha sido bem sucedido, e o seu p da
frente no se mexeu, este poder ir sucessivamente para a segunda, terceira e quarta bola.
O voleio e o smash representam no tnis o mximo em ataque. A mecnica do
voleio bloqueado idntica na direita e na esquerda, somente com os ps ao contrrio e uma
preparao curta. A empunhadura a continental (martelo), o jogo de ps se houver tempo
para execut-lo, o mesmo usado no jogo de fundo. Muitas vezes, uma bola vem to
subitamente, que no h tempo de trocar os ps. O aluno deve levantar a cabea da raquete
acima do punho, bloqueando assim a bola (CRESPO, 1996, 1999).
A cabea da raquete deve ser movimentada para frente em direo trajetria da
bola golpeando-a com o punho firme, com o movimento descendente (de cima para baixo),
imprimindo o efeito backspin, diretamente em direo ao lugar onde deseja que ela v, e,
acima de tudo, no se deve acompanh-la com a raquete. O voleio vai ganhar potncia da
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fora da bola do adversrio, acrescido da solidez do seu bloqueio e da firmeza do seu punho.
Quanto mais baixa a bola estiver, mais se deve flexionar as pernas, pois em todos os voleios,
a cabea da raquete, no momento do impacto com a bola, deve estar acima do punho
(TILDEN, 1979).
O voleio de deixada batido da mesma maneira que o bloqueado, exceto que o
punho afrouxado ligeiramente e um pequeno backspin d o efeito na bola. A cabea da
raquete se movimenta para baixo e sob a bola. O smash um golpe que utiliza a fora bruta e
a potncia. Deve-se ter os olhos atentos na bola, virar-se de lado para ela conservando um p
pelo menos no cho at atingi-la e golpeando-a chapado fazendo a terminao abaixo das
axilas. Smash, em teoria, sempre um golpe de ataque e deve ser executado com grande
deciso. Somente se a bola for muito alta e muito funda que se tenha que pular para alcan-
la, que pode ser jogado defensivamente (TILDEN, 1979).
3.4 CARACTERSTICAS DOS JOGOS DE INICIAO
O mais importante de uma aula primeiramente adapt-la a idade do aluno, ao
mesmo tempo em que o enfoque no seja voltado para a competio, fazendo com que a aula
se torne divertida. Segundo Cruz (2003), o professor no deve insistir demais em um mesmo
jogo e no o prolongar, pois o aluno fica saturado e comea a dispersar fugindo dos objetivos
propostos. Jogos tradicionais podem ser resgatados e at mesmo adaptados para o tnis.
Rodrigues (1993) explica que nas aulas de Educao Fsica devemos utilizar
exerccios sempre do mais simples para o mais complexo, pois desta forma se constitui um
meio de educar e aperfeioar o aluno. Ainda destaca a educao pelo movimento ou
psicomotricidade, permitindo que o aluno conhea o prprio corpo, ajuste e aperfeioe os
esquemas motores e enriquea seu acervo de movimentos. Portanto a cada exerccio pode-se
fazer inmeras variaes, onde cada uma delas dever ser dificultada conforme o avano do
aluno. Para Negrine (1986), educar o fsico melhorar o tnus muscular ou a resistncia
aerbica e anaerbica de uma pessoa.
Bloom (1985) ressalta que com o tempo os jovens aprendem a valorizar a sua rea
e se vem como especiais e diferentes, ou ainda como melhores que os outros adolescentes
de sua idade. Essa sensao especial para o jovem e causa um estmulo para a persistncia
no curso do desenvolvimento, especialmente nos primeiros anos da aprendizagem.
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Posteriormente, quando o adolescente comea a instruo formal, a valorizao pelas pessoas
da sociedade fundamental.
Se a disputa for com eliminao, o professor deve promover uma rpida
reintegrao, isso segundo a metodologia de ensino de Galliette (1996). Em todas as turmas
vamos observar alunos com melhor desempenho no esporte e outros que no se identificam.
O mais provvel que esses que no se identifiquem sejam exclusos da aula pelos colegas.
Se o professor promover uma rpida reintegrao ou outra atividade para os eliminados eles
iro sentir-se teis, e com certeza estaro na prxima aula com disposio.
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4 CONTRIBUIES DO TNIS PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DO
ADOLESCENTE
O conceito de aprendizagem progressiva proposta por Zlesak (1989) para o
aprendizado e desenvolvimento da tcnica desportiva do tenista, contempla a sua interveno
ativa tanto no planejamento quanto na ao prevista para as atividades realizadas na quadra
de tnis. Nesta perspectiva, o conhecimento produzido na relao do indivduo com o meio
e, por conseguinte, na relao do pensamento com todos os fatores implcitos e decorrentes
da atividade com a qual interage.
O aluno precisa conhecer seu corpo, suas extenses, seu equilbrio, seu potencial
de movimento e aprender a trabalhar com ele. As habilidades de recepo sem a bola so
fundamentais para assimilao do esporte. Segundo Grangeiro (1996), exerccios de recepo
com companheiro, objetivados competio, desenvolvem a aprendizagem e a motivao.
Nessa fase recomenda-se que as aulas sejam em grupos para evitar cansao e desmotivao
onde o trabalho seja baseado na ludicidade e criatividade. Avaliar e organizar adequadamente
a disposio dos alunos em uma aula, sabendo aproveitar bem os espaos e materiais
disponveis para garantir uma aula agradvel.
Vaz (1977) entende que o aluno precisa conhecer o material que ser utilizado
para a prtica da modalidade. No caso do tnis de campo, o aluno deve se acostumar com a
raquete, que passar a ser uma extenso de seu brao. Os exerccios de controle de bola
podem ser individuais ou em grupos procurando sempre inseri-los do modo mais simples at
o mais complexo, criando dificuldades e facilitando-as.
Mesquita (1986) afirmou que muito mais que aperfeioamento tcnico de
movimento, deve ser oferecido ao aluno a vivncia de mltiplos esportes para que ele escolha
qual melhor se adapte, tendo a sua prpria autonomia pessoal. A iniciao do jogo de tnis
deve passar pela aprendizagem das tcnicas fundamentais, porm no deve ser puramente
tcnica, mas deve conter elementos que facilitaro a compreenso e realizao das tarefas na
busca de um melhor desempenho.
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prprio de qualquer jogo estabelecer regras que permitem a todos atingirem
seus objetivos igualmente. O professor como mediador deve colocar em discusso e
questionar os reais motivos das mesmas na ludicidade da ao, evitando a excessiva
preocupao com o resultado. Nesse mesmo sentido Dalio (1996, 2004) enfatiza que a
prtica esportiva nas aulas de Educao Fsica tem que ultrapassar regras, tticas, tcnicas
devendo ser contextualizada na realidade sociocultural de onde se encontra.
O jogar tnis exige uma concentrao e ateno que pode tornar um bom
pressuposto para as atividades tericas relacionadas com as disciplinas escolares. No tnis, o
aspecto da concentrao fundamental para a prtica do mesmo, sendo assim, o componente
ateno primordial para que se desenvolvam os aspectos inerentes ao mesmo (TOROK;
BUENO, 1983, apud CUNHA; PINTO, 1998, p. 29). Tilden (1979) enfoca tambm a
concentrao, que com a prtica do tnis tende a se tornar um hbito, sendo de grande valor
para os afazeres do dia-a-dia do aluno, os quais requerem ateno e concentrao. Com a
concentrao e ateno bem desenvolvidas, o aluno ter maiores possibilidades de sucesso
em atividades em que esses requisitos sejam necessrios.
Para Siqueira (1991, apud CUNHA; PINTO, 1998, p. 29), o tnis um jogo que
envolve movimentos fsicos de outros esportes tais como: correr, saltar e arremessar, e usa
atributos bsicos de rapidez, destreza e resistncia. Para controlar isso preciso a
coordenao motora que, segundo Budinger (1982), corresponde aos movimentos correlatos
do tnis como: lanar, pegar, balancear e quicar. Siqueira (1991) constata ainda que o tnis
tem o aporte de desenvolver trs pontos de coordenao:
A- desenvolvimento da coordenao grossa;
B- desenvolvimento da coordenao fina;
C- estabilizao da coordenao fina.
Portanto so inmeras as habilidades fsicas trabalhadas pelo tnis de campo. Mas
para que possamos incluir este esporte na escola preciso conhecer a faixa etria dos alunos
que ser trabalhado e tambm suas limitaes fsicas. Desta forma o professor trabalhar as
habilidades motoras de acordo com o nvel de aptido dos jovens procurando utilizar
atividades sempre do mais simples para o mais complexo a fim de obter uma evoluo
gradativa respeitando o desenvolvimento motor da turma.
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4.1 CLASSIFICAO DAS FAIXAS ETRIAS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR
O campo do desenvolvimento humano o estudo cientfico de como as pessoas
mudam, e como ficam iguais da concepo at a morte. As mudanas so mais presentes na
infncia, porm duram ao longo da vida. Existem dois tipos de mudanas no
desenvolvimento: quantitativa e qualitativa. A mudana quantitativa uma mudana em
nmero ou quantidade, como aumento de peso e altura. E a mudana qualitativa uma
mudana na estrutura ou organizao, por exemplo, a fala. Rpidas mudanas no
desenvolvimento ocorrem durante os primeiros vinte e quatro meses aps o nascimento e
influenciam por toda a vida. As mudanas evolutivas que ocorrem durante esse perodo so
resultados do desenvolvimento neurolgico, o qual sofre influncia de fatores genticos e
ambientais (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005).
Cada criana apresenta seu padro caracterstico de desenvolvimento, que dado
atravs da influncia sofrida em seu meio. Durante os primeiros anos de vida o progresso de
desenvolvimento costuma obedecer a uma seqncia ordenada, porm algumas crianas
podem apresentar caractersticas mais ou menos desenvolvidas devido a cada uma apresentar
uma considervel variabilidade individual (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005).
O nvel de desenvolvimento motor pode ser classificado de diferentes maneiras, a
mais freqente a classificao pela idade cronolgica. A idade cronolgica a idade do
indivduo em meses e/ou ano. Desta forma conhecendo apenas a data de nascimento de
algum, pode-se facilmente calcular sua idade cronolgica. A idade cronolgica fornece uma
estimativa aproximada do nvel de desenvolvimento do indivduo, onde a idade e o
desenvolvimento esto relacionados, porm um no depende do outro (GALLAHUE;
OZMUN, 2003, 2005).
A idade biolgica varivel, corresponde aproximadamente com idade
cronolgica que pode ser determinada a partir da: idade morfolgica, idade ssea, idade
dental, idade sexual. A idade morfolgica fornece a altura e o peso atingido pelo indivduo
segundo os padres normais de desenvolvimento oferecidos pelo Centro Nacional de
Estatsticas da Sade (2000 apud GALLAHUE; OZMUN, 2005 p. 12). A idade ssea pode
ser determinada por radiografias dos ossos carpais da mo e do pulso. Em caso de
crescimentos retardados ou acelerados a idade ssea utilizada para pesquisa laboratorial.
A idade dental no um meio muito utilizado para determinar a idade biolgica,
porm, com o desenvolvimento dos dentes, desde a apario das pontas at o fechamento das
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razes fornece uma mensurao da idade pela calcificao. E por fim a idade sexual sendo o
ltimo mtodo para determinar a idade biolgica. As caractersticas sexuais primrias e
secundrias so um meio preciso de avaliar a maturao sexual, entretanto com as influncias
culturais e sociais na avaliao da idade biolgica, este mtodo no muito utilizado
(GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005).
4.2 CLASSIFICAO DAS HABILIDADES MOTORAS
Existem vrias maneiras de se classificar as habilidades motoras, entre elas a mais
usada a taxionomia unidimensional, que um meio abrangente de classificao. H quatro
formas de classificao de habilidades motoras: muscular, temporal, ambiental e funcional.
Os aspectos musculares de movimento so classificados em movimentos rudimentares e
movimentos refinados. Os movimentos rudimentares envolvem grandes msculos do corpo,
por exemplo, o movimento de backhand ou forehand realizado no tnis de campo. Um
movimento refinado envolve as realizaes de movimentos precisos como o saque no tnis
de campo. (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005).
Os aspectos temporais de movimentos podem ser classificados como: discreto,
seriado e contnuo. O movimento discreto tem incio, meio e fim bem definidos como o
saque no tnis de campo. No tnis de campo todos os movimentos so classificados como
discretos. Movimento seriado envolve um nico movimento realizado vrias vezes em rpida
seqncia e o movimento contnuo um exerccio cujo movimento repetido por um
determinado tempo (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005).
Os aspectos ambientais dividem-se em uma tarefa aberta, que realizado num
ambiente onde as condies esto em constantes mudanas e o indivduo necessita fazer
ajustes ou alteraes no movimento de acordo com a situao. A maioria das atividades em
grupos ou em duplas envolvem habilidades abertas, dependendo do feedback externo e
interno para a execuo correta (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005).
Um exemplo de tarefa aberta o jogo de tnis onde os praticantes devem realizar
ajustes em funo do tempo, quadra, ambiente, materiais e outros. A tarefa fechada
realizada em um ambiente estvel e previsvel, onde o indivduo determina quando deve
iniciar o movimento. Habilidades fechadas tm como caracterstica rigidez de desempenho
(GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005).
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4.3 FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR
As alteraes no comportamento motor so perceptveis por todos ns bebs,
crianas, adolescentes e adultos que estamos envolvidos em um processo de
desenvolvimento no qual o mundo est constantemente mudando de acordo com as nossas
prprias necessidades. Os prprios fatores individuais dos indivduos (biologia), do ambiente
(experincia) e da tarefa (fsico/mecnicos), contribuem para que seja observado o
comportamento motor, e o desenvolvimento motor (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005).
Os movimentos observados so classificados em trs categorias: movimentos
estabilizadores, manipulativos e locomotores. O movimento estabilizador qualquer
movimento que utilize equilbrio, que seja no-locomotor e no-manipulativo, como por
exemplo, no momento do saque no tnis. Os movimentos locomotores esto diretamente
relacionados s mudanas na localizao do corpo, como caminhar, correr e pular na quadra
durante o jogo de tnis. Por fim os movimentos manipulativos que tem como caractersticas a
manipulao motora rudimentar e a refinada. A manipulao motora rudimentar aplica foras
a determinado objeto ou recebe fora dele, por exemplo, o movimento de forehand e
backhand. A manipulao motora refinada envolve o uso dos msculos da mo e do punho,
como no simples ato de segurar a raquete (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005).
As seguintes fases do desenvolvimento motor e os estgios de desenvolvimento
que compem a cada um esto presentes na ampulheta criada por Gallahue e Ozmun (2003,
2005), uma inveno heurstica til para conceituar e explicar o processo de
desenvolvimento. Aproximadamente dos 11 aos 14 anos onde o estgio de aplicao,
mudanas so notadas no comportamento dos adolescentes. H uma sofisticao cognitiva e
decorrente da experincia, o adolescente pode se tornar capaz de vrios fatores relacionados
ao ambiente, indivduo e a tarefa. Nesta fase comea-se a tomar decises prprias e fazer as
atividades as quais se identifica mais. O professor prope atividades com objetivo de refinar
as habilidades mais complexas utilizando-as nos jogos desportivos. Na seqncia a
ampulheta do desenvolvimento motor elaborados por Gallahue e Ozmun, (2003, 2005):
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Figura 4 As fases do desenvolvimento motor
Fonte: Gallahue e Ozmun (2005, p. 57).
O estgio de utilizao permanente envolve indivduos dos 14 anos em diante,
sendo este, o auge do processo de desenvolvimento motor. O repertrio de movimentos
adquiridos pelo indivduo utilizado por toda a vida. O que pode influenciar neste estgio :
dinheiro, equipamento, instalaes disponveis, limitaes fsicas e outros. A participao do
indivduo depender da motivao, das oportunidades, das condies fsicas e do talento. O
objetivo para os professores desenvolver as habilidades motoras para que os indivduos
sejam mais felizes e saudveis capacitando-os para determinadas situaes na vida cotidiana
(GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005).
Os professores devem ter cuidado, pois muitas vezes confundem as crianas com
adultos. As crianas no so um adulto em miniatura, portanto, determinadas atividades
devem ser adaptveis a diferentes idades. Com a aquisio progressiva das habilidades
motoras de forma apropriada, ocorre um desenvolvimento total em crianas, jovens e adultos.
interessante que o adolescente tenha a liberdade de experimentar duas ou mais reas para
poder escolher a que mais gosta e a que melhor se identifica. Portanto, primordial que se
oportunize aos adolescentes nesta faixa etria um acervo maior de atividades pr-desportivas
durante as aulas de Educao Fsica, para que eles possam alm de desenvolver seus padres
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motores, escolher em qual esporte se especializar, incluindo desta forma o mini-tnis como
sugesto no currculo da Educao Fsica para o ensino do tnis de campo (GALLAHUE;
OZMUN, 2003, 2005).
4.4 HABILIDADES MOTORAS ESPECIALIZADAS
As habilidades motoras especializadas so padres maduros de desenvolvimento
que foram refinados e combinados para formar habilidades esportivas e outras habilidades
motoras especficas e complexas (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005). Muitos adolescentes
tm suas habilidades motoras atrasadas em funo de limitadas prticas, ensino deficiente ou
ausncia de encorajamento. Crianas mais velhas, adolescentes e adultos devem ser capazes
de realizar movimentos fundamentais no estgio maduro.
Caso o indivduo no consiga efetuar a tarefa neste estgio ter conseqncias
diretas nas habilidades especficas na fase motora especializada. Mesmo que uma pessoa
esteja apta cognitivamente e afetivamente para avanar para a fase das habilidades motoras
especializadas, a progresso depende do resultado obtido na fase anterior. De acordo com
Gallahue e Ozmun (2005, p. 61) o progresso ao longo da fase de habilidades motoras
especializadas depende do desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais maduras.
Quando a criana atinge o estgio maduro, poucas alteraes ocorrem at que ela
esteja na fase motora especializada. O padro bsico permanece inalterado, o que varia a
preciso, exatido e controle nos movimentos. A melhora no desempenho observada ano a
ano quanto mais o adolescente aprimora a fora, resistncia, tempo de reao, velocidade de
movimento, coordenao e assim por diante (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005). Na fase
especializada, existem trs estgios que dependem de fatores neuromusculares, cognitivos e
afetivos do prprio indivduo.
Para que as habilidades sejam desenvolvidas, depende de uma combinao de
condies prprias da tarefa, do indivduo e do ambiente. necessrio reconhecer as
condies que possam limitar ou aumentar o desenvolvimento para que o ensino seja bem
sucedido. Quando as condies so identificadas para cada indivduo, o ensino se resume em
diminuir os obstculos (condies limitantes) e maximizar os suportes (condies
facilitadoras) (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 2005).
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Conforme a ampulheta de Gallahue e Ozmun (2003, 2005), a fase motora
especializada composta por trs estgios; no estgio de transio ocorre um aumento de
interesse na prtica desportiva e nos padres de desempenho. Os adolescentes comparam
suas habilidades motoras uns com os outros. Este o estgio onde o adolescente experimenta
diferentes esportes no se sentindo limitado por fatores fisiolgicos, anatmicos ou
ambientais. No estgio de aplicao o adolescente torna-se mais consciente de seus recursos
fsicos, e de suas limitaes escolhendo o esporte o qual tem mais habilidades.
Os indivduos selecionam as atividades atlticas a praticar de acordo com suas
habilidades no estgio de utilizao permanente. H uma maior especializao no
refinamento de habilidades que so escolhidas atravs de interesse pessoais, habilidades,
ambio, disponibilidade e experincias passadas. Muitos indivduos no aprimoram suas
habilidades motoras especializadas na seqncia proposta por Gallahue e Ozmun (2003,
2005).
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5 EDUCAO FSICA ESCOLAR
Para Betti e Zuliani (2002, p. 73) a Educao fsica uma expresso que surge no
sculo XVIII, em obras de filsofos preocupados cofm a educao. A formao da criana e do
jovem passa a ser concebida como uma educao integral-corpo, mente e esprito, como
desenvolvimento pleno da personalidade. A Educao Fsica sofre com a viso fragmentada de
homem, de corpo e mente e no decorrer dos anos no Brasil sofreu modificaes que
acompanharam tambm o pensamento poltico-econmico da poca. Ainda Betti e Zuliani (2002,
p. 74) expem que a Educao Fsica, junto com a Educao Artstica e a Educao Moral e
Cvica, so um incomodo para a escola, no fazem parte dos conhecimentos essenciais e so
postas de lado, isoladas dos currculos.
No ensino fundamental a Educao Fsica tem um papel importante quando o
assunto incluso. Nas aulas podemos observar os grupinhos formados, ou por aptido, ou
por afinidades, personalidade, ou condio social. O mais comum encontrarmos na sala de
aula alunos aptos e inaptos atividade fsica. Normalmente aqueles que no desenvolvem as
destrezas para o esporte so excludos durante a aula e at discriminados pela turma. A
Educao Fsica, por intermdio de sua pratica pedaggica, pode reforar essa formao de
grupos distintos, bem como, romper com esse processo que muitas vezes imposto pela
prpria educao vinda da famlia ou pela sociedade. Esta incluso deve ter a participao de
todos e deve ser refletida para que esses grupos tenham as mesmas oportunidades.
Portanto, se entende que uma disciplina pode gerar uma mudana de
comportamento primeiramente local, durante a aula de Educao Fsica, posteriormente, na
sala de aula, escola, casa, bairro at alcanar a sociedade. Por este motivo ainda se tem a
esperana de que atravs da educao o mundo possa ser mudado e reorganizado, deixando de
lado suas divises, excluses, seus desrespeitos, suas guerras.
Na sala de aula os professores encontram uma rica diversidade cultural. Cabe a eles
fazer com que os alunos tenham experincias variadas, se respeitem e no esqueam suas
origens. O princpio da diversidade aplica-se na construo dos processos de ensino e
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aprendizagem e orienta a escolha de objetivos e contedos, visando ampliar as relaes entre
os conhecimentos da cultura corporal de movimento e os sujeitos da aprendizagem.
Busca-se legitimar as diversas possibilidades de aprendizagem que se estabelecem
com a considerao das dimenses afetivas, cognitivas, motoras e socioculturais dos alunos.
(PCN, 1997). As escolhas dos contedos que os alunos precisam conhecer devem incidir
segundo Betti e Zuliani (2002, p. 77) sobre a totalidade da cultura corporal de movimento,
incluindo jogos, esporte, atividades rtmicas/expressivas, dana, lutas/artes marciais,
ginsticas e prticas de aptido fsica, com suas variaes e combinaes. Nas categorias de
contedos o tnis de campo mostra que possvel trabalhar seus ensinamentos na escola
utilizando as trs dimenses que a Educao Fsica tem enquanto contedos:
Neste sentido importante lembrar as diferentes dimenses dos contedos, ou
sejam no somente enfatizar a prtica, mas tambm, os contedos conceituais e aqueles
voltados s formas de ser estar na prtica. Os contedos conceituais prezam pela
aprendizagem do contexto histrico-cultural, transformaes ocorridas com o tnis no
decorrer dos tempos, suas origens e o seu valor no contexto escolar (BARROSO e DARIDO,
2006). Os atitudinais esto ligados a valores, propiciam a interveno dos professores na re-
significao do papel do tnis no contexto educacional, refletindo sobre as diferenas de
atitudes, de corporeidade, dando valor s relaes humanas, respeitando os companheiros,
dilogos para resoluo de problemas, valorizando a solidariedade e justia. J os
procedimentais esto ligados ao fazer, com aprendizagem de novas provas, de jogos que
possibilitem o fazer com descontrao e prazer.
5.1 ESPORTE NA ESCOLA
O esporte tratado pelos autores Barroso e Darido (2006), Renn et al., s.d., e
Stucchi (2004), como um fenmeno scio-cultural, sendo considerado um patrimnio da
humanidade. Historicamente foram criadas diversas modalidades esportivas, que sofreram
modificaes at atingirmos o momento atual. O esporte proporciona grande impacto no
desenvolvimento social e da sade da populao, pois esta atividade pode contribuir para a
superao de problemas sociais e econmicos dos mesmos (RENN et al., s.d.).
O esporte um contedo que est inserido no planejamento da Educao Fsica,
por ser uma atividade com nfase no desenvolvimento de valncias fsicas de grande
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importncia para os alunos, tais como: fora, agilidade, coordenao fina e grossa e noo
espao temporal, e tambm, pelo aspecto da competio (RENN et al., s.d.). O esporte
desenvolve valores tais como o respeito aos adversrios, o jogo limpo (fair play), esprito de
equipe e o respeito s regras (POZZOBON e ASQUITH, 2001, apud, MANGRICH e
STINGHEN, 2009). Alm destes aspectos, os alunos esto frente a situaes de tomada de
decises como a escolha de companheiros, que estratgias utilizar para a resoluo dos
problemas inerentes prtica, entre outros.
O esporte compreende diferentes modalidades, cuja oferta e procura varia em
funo das condies climticas, dos hbitos, costumes e tradies de cada povo. Algumas
modalidades esportivas, no entanto, tm preferncia universal. Entre essas modalidades, est o
futebol, o basquetebol, o voleibol, e o handebol. Renn et al., s.d., destacam a importncia do
esporte na sociedade sendo demonstrada de diversas formas, como, por exemplo, a
preocupao dos governos em tornar o esporte obrigatrio. No mbito social, o esporte tem
funo pedaggica no processo de formao do indivduo, ressaltando a disciplina, o respeito
hierarquia e s regras do jogo, a solidariedade, o esprito de equipe e outros fatores do
desenvolvimento humano.
As aulas de educao fsica tm como objetivo oportunizar os alunos a diferentes
prticas corporais que esto ligadas as manifestaes culturais da comunidade onde a escola
est inserida. Esta disciplina composta pelos contedos da cultura corporal, que conforme
Chiminazzo (2008), compreende principalmente: jogos, lutas, esportes, dana e ginstica,
atividades privilegiadas na escola at porque so sugeridas pelos PCNs Parmetros
Curriculares Nacionais nas especificaes para a Educao Fsica escolar (BRASIL, 1997).
A situao do esporte na escola nem sempre considerada adequada. Muitas
escolas no apresentam as condies estruturais ideais, como a falta de materiais esportivos,
os espaos so inadequados, os professores no tm um bom salrio o que gera pouca
atualizao dos mesmos em cursos e especializaes. Dentre as possibilidades de mudana no
esporte escolar apontadas por Renn et al., s.d., esto valorizao da atividade curricular da
Educao Fsica e massificar o desporto. Estabelecer diretrizes e aes para que as escolas e
as universidades sejam importantes formadoras de atletas. Criar condies e exigir
investimentos em espao, equipamentos e materiais necessrios, bem como, incentivar a
realizao de jogos colegiais e universitrios em todos os estados. Recuperar as instalaes
esportivas das escolas e universidades.
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5.2 A IMPORTNCIA DO TNIS NAS AULAS DE EDUCAO FSICA
O tnis de campo segundo Crespo (1999), jogado por 8 milhes de pessoas
desmistificando a falsa idia de que ele um esporte minoritrio. o primeiro esporte com
raquete onde pode se ensinar at vinte e quatro pessoas na mesma quadra podendo ser
apreendido em apenas uma hora. Ao contrrio do que a maioria pensa, para se jogar tnis
precisa de uma raquete e uma bola para cada dois ou trs alunos. O tnis pode ser jogado nas
escolas, em academias, em universidades, instalaes municipais e privadas. Na escola o
tnis deve ser ensinado atravs de muitas atividades em duplas, em trios e em grupos, com
pouca tcnica. Os jogos devem ser adaptados aos alunos sendo divertidos para que estes
sejam motivados prtica do esporte.
O tnis no mbito escolar deve sempre buscar o ldico e o desenvolvimento geral
do aluno e deixar de lado o esprito agonstico do desporto, tornando-se um meio e no um
fim em si mesmo. Devem prevalecer os aspectos de cooperao e socializao caractersticos
do ensino fundamental. As escolas, principalmente municipais e estaduais, nem sempre so
dotadas de grandes espaos para as aulas de Educao Fsica e, quando existem, so
pequenos e irregulares, no sendo especficos a todas as atividades, porm o improviso e a
criatividade fazem parte do dia-a-dia do professor nestes ambientes (CRESPO, 1996, 1999).
O tnis na escola pode ser incorporado como um projeto scio-educativo de
cunho esportivo para atendimento a crianas e adolescentes, na prpria escola. Compreende
curso de iniciao e aperfeioamento do tnis no perodo escolar ou extra-escolar,
oportunizando a prtica de um esporte considerado de elite que contribui com o
desenvolvimento pessoal e social do aluno, atravs do esporte, lazer e recreao.
Comprovando a importncia no tnis nas escolas, foi implantado nas escolas da
rede pblica do estado de Santa Catarina o Projeto Tnis Jnior. O referido projeto uma
parceria entre a Secretaria de Estado da Educao (SED) e o Ncleo de Estudos em Tnis de
Campo (NETEC) da UFSC. O projeto j est implantado em 116 municpios catarinenses. O
objetivo do convnio realizado com a UFSC fazer com que as escolas se apropriem da
cultura do tnis, desta forma democratizando esta modalidade para todas as camadas da
populao. Alm disso, prope desenvolver nos alunos habilidades fsicas, psicomotoras e
sociais, atravs de uma aula de Educao Fsica mais interessante (WOLFF; AGUIAR, s.d.).
A SED promove curso de capacitao para os professores de Educao Fsica que
ministraro as aulas de tnis. A metodologia do projeto permite a realizao de aulas com at
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40 alunos simultaneamente (WOLFF; AGUIAR, s.d.). Foi desenvolvido pelo Ncleo de
Estudos em Tnis de Campo da Universidade Federal de Santa Catarina (NETEC-UFSC), em
parceria com a Empresa Guarani Indstria e Comrcio, um material especial para a iniciao
do tnis pelas escolas. Para a implantao do Projeto a empresa fornece o material didtico-
pedaggico e os cursos de capacitao. Atravs de um curso de 16 (dezesseis) horas/aula os
professores recebem instrues, metodologias e tcnicas para a aplicao prtica do mini-
tnis. O mtodo de ensino focado no processo de ensino-aprendizagem, utilizando-se
preferencialmente os jogos de cooperao (SANTOS, s.d.)
Estes materiais foram adequados para utilizao da metodologia do mini-tnis
desenvolvida pela Federao Internacional de Tnis. O material do curso contm uma
apostila e um DVD com instrues tcnicas e metodolgicas, alm de outros recursos
tecnolgicos que serviro de suporte e consulta permanente aos educadores. So distribudos
kits contendo raquetes, redes, suportes de sustentao, bolinhas e sacolas. Segundo Ribeiro
(2008 apud, WOLFF; AGUIAR, s.d.), estamos entregando estes kits e j h mais escolas
solicitando, pois um projeto que est dando certo em todas as escolas onde foi implantado.
O Projeto Tnis Jnior est alcanando excelentes resultados. Os estudantes que apresentam
bom desempenho nesse esporte so convidados pelas entidades afins para desenvolver suas
aptides tensticas (SANTOS, s.d.)
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6 MINI-TNIS
6.1 MINI-TNIS COMO CONTEDO NA EDUCAO FSICA ESCOLAR
A escola precisa proporcionar aos alunos diferentes conte contedos a fim de
motiv-los para a prtica esportiva. Com esse intuito vem a idia de implantar o mini-tnis
nas aulas de Educao Fsica escolar. Esta modalidade j esta sendo includa nos contedos da
escola, porem poucos so os professores capacitados a trabalhar com este contedo.
Ferraz e Knijnik (2007) enfatizam que o tnis no mais um esporte de elite, sendo
praticado hoje em toda parte, seja em quadras oficias ou atravs da adaptao dos espaos
disponveis, Entendem que para isso, necessria a elaborao de projetos e qualificao de
professores atravs de cursos que englobem a parte tcnica e ttica desta modalidade, bem
como apresentar o mtodo de mini-tnis como um meio simples de trabalhar este esporte na
escola.
No sentido de popularizar o tnis nas escolas, a International Tennis Federation
(ITF, 2008) prope a implantao de uma forma atenuada denominada mini-tnis. Por
intermdio deste mtodo o professor consegue construir um processo simplificado do ensino
do tnis de campo que poder ser aplicado na escola com alunos de diferentes faixas etrias
No incio do aprendizado do tnis de campo o iniciante enfrenta alguns problemas.
Quanto mais tarde se iniciar a prtica do tnis, maiores so as dificuldades de aprendizado. Os
professores devem criar situaes para que os alunos se adaptem a vrios aspectos a fim de
que o aprendizado seja mais efetivo e motivante. Todas as adaptaes seguem uma linha de
atuao comum. Primeiramente adaptao dos principais elementos do tnis (quadra, raquete,
rede e bola), e depois adaptao ao mtodo de ensino utilizado. O mini-tnis um mtodo de
se aprender a jogar tnis, onde as regras so similares adequadas tanto para os iniciantes
jovens como para os adultos (CRESPO, 1994, 1996).
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Segundo Crespo (1994, 1996), o tnis um esporte muito divertido para os
iniciantes se for jogado em dimenses menores do que as estabelecidas pela CBT. Pode-se
considerar que todas as adaptaes feitas seguindo as normas do mini-tnis solucionam
muitos problemas aos alunos que so iniciantes no tnis. Estas adaptaes podem ser
consideradas e aproveitadas pelos professores de Educao Fsica no contexto escolar,
utilizando como mtodo educativo o mini-tnis.
No entanto, as adaptaes e progresses que podem ser realizadas no mbito
escolar so limitadas se comparadas com o que se pode desfrutar em academias de tnis,
devido s condies da escola (espao, instalaes, nmeros de alunos, tempo). Neste sentido
os iniciantes em mbito escolar enfrentam alguns problemas para a prtica do tnis, pois as
condies na maioria das vezes no so adequadas. Segue na tabela 2, as solues aos
possveis problemas que apresentam os iniciantes:
Tabela 2 - Solues aos possveis problemas que apresentam os iniciantes.
PROBLEMA DISTNCIA DO
CORPO-BOLA
VELOCIDADE
E REBATIDA
NA BOLA
FORA DO GOLPE
E TAMANHO DA
QUADRA
SOLUO Utilizar raquetes
mais curtas.
Tocar as boas por
outras mais lentas.
Reduzir as dimenses
da quadra e da rede.
PROGRESSES 1. Com uma mo.
2. Rebater com uma
raquete de madeira
ou plstico.
3. Utilizar raquete de
Tnis na seguinte
progresso: mini,
baby-tnis Junior e
normal.
1. Utilizar bolas
de plstico.
2. Utilizar bola de
tnis dentro de
uma bolsa de
plstico pequena.
3. Bolas de
espumas ou soft.
4. Bolas murchas.
5. Bola normal.
1. Jogar sem rede e sem
linhas.
2. Com linha e com rede.
3. Quadra e rede nas
dimenses do mini tnis.
4. Utilizar metade da quadra.
5. Quadra normal.
Tabela 2 Fonte: El tnis en la escuela: Problemas em su tratamiento, posibles adaptaciones y propuesta de
actividades y organizacin a travs del mini-tnis. ed. 5 p.14.
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Hoje em dia comum ver professores de Educao Fsica catalogar o tnis como
um esporte individualista, tecnicamente difcil, caro e pouco atraente aos alunos. A
dificuldade de controlar 20 a 35 alunos, o espao, material so alguns dos motivos pelos
quais os professores no trabalham em sua maioria o tnis nas escolas. Segundo Salum
(1987), os professores de Educao Fsica possuem conhecimentos acadmicos suficientes
que os permite difundir o tnis de campo na escola na verso mini-tnis. Crespo (1994, 1996,
1999) afirma que os professores licenciados em Educao Fsica, devido aos seus
conhecimentos gerais, so capazes de ensinar o mini-tnis nas escolas. O complemento
tcnico especfico da modalidade e os conceitos concretos do tnis podem ser encontrados
em livros, artigos, revista, cursos e vdeos.
O mini-tnis uma maneira divertida e ativa de aprender a prtica do tnis.
Zlesak (1989) relata que a prtica do mini-tnis pode ser feita em uma superfcie de jogo
plana com dimenses reduzidas, raquete com dimetro menor, e se possvel bolas de
espumas ou soft. No havendo disponibilidade desses tipos de bolas, possvel que bolas
velhas sejam utilizadas, pois desta forma, ficam mais lentas facilitando a execuo e
manuseio bola-raquete.
um dos mtodos mais eficientes de ensinar os adolescentes na escola. Zlesak
(1989) descreve o mini-tnis como um modo de ensinar a jogar tnis de forma divertida e
ativa, utilizando superfcies de jogo e materiais em situaes reduzidas quanto a peso, altura
e dimenso. As regras so simples utilizando-se de uma tcnica bsica e fcil para adequar a
faixa etria dos alunos, com isso, no necessrio trabalh-lo em quadra oficial de tnis.
O mini-tnis pode ser trabalhado em qualquer superfcie plana, como o ptio da
escola, ou uma quadra poliesportiva. O principal diferencial a criatividade de como
trabalhar com pouco material e espao. Deixando registrado que o mini-tnis serve tambm
para jovens e adultos. Seu ensino est direcionado para a tarefa privilegiando o mtodo de
ensino global e os exerccios abertos, atravs de situaes de jogo com cooperao e
oposio (CRESPO, 1999).
O mini-tnis uma adaptao do tnis formal, jogado num campo reduzido, com
dimenses semelhantes s de um campo de badmington. Pode ser jogado com qualquer
raquete, porm esta deve ser compatvel s caractersticas morfolgicas do aluno. Alm de
ser um exerccio recreativo divertido, o mini-tnis apresenta-se como uma frmula natural e
apelativa, facilitadora do processo ensino aprendizagem deste desporto. Os principais gestos
tcnicos utilizados no tnis podem ser adaptados e introduzidos ao mini-tnis. Na realidade o
mini-tnis o meio ideal para a aprendizagem de todo o tipo de destreza. As tcnicas
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aprendidas nas quadras de mini-tnis com facilidade podem ser transferidas ao tnis formal
(CRESPO, 1993, 1994, 1999).
O treino tcnico-ttico deve reduzir-se ao mximo aos exerccios especficos
relacionados com o desenvolvimento da tcnica para desenvolver os pressupostos tcnicos
essenciais (rotao do tronco, ponto de impacto, equilbrio, jogo de ps bsico), como
conseqncia os alunos tero sucesso nas tarefas propostas. O mtodo global deve ser
utilizado para aprendizagem da tcnica. Devem ser introduzidos todos os gestos tcnicos
bsicos (servio, direita, esquerda, voleio e smash), atravs de exerccios abertos que
obriguem os alunos a tomar decises (SCHNBORN, 1999).
Gradualmente as cinco situaes de jogo do tnis: servio, resposta ao servio,
dois jogadores ao fundo, jogador ao fundo e adversrio na rede e jogador na rede e adversrio
ao fundo, devem ser ensinadas junto com as noes de jogo neutro, ataque, defesa e contra-
ataque. Os espaos vazios devem ser explorados, desta forma o campo ficar dominado
lateralmente e em profundidade, para isso necessrio desenvolver o controle da distncia,
direo, altura, e velocidade da bola (SCHNBORN, 1999).
Essa modalidade representa uma atividade complementar dentro da iniciao
esportiva, sendo importante a participao tambm em outros esportes. Certas noes
tcnicas e tticas so introduzidas de forma gradual e oportuna. Os exerccios especficos
para coordenao so realizados em forma de brincadeiras, utilizando todos os tipos de
recursos disponveis (SCHNBORN, 1999).
6.2 MTODOS DE ENSINO
Para Crespo (1999), 83% da aprendizagem do tnis de campo, se obtm atravs
de demonstraes, 11% por explicaes, e apenas 6% pela execuo do movimento. Para o
ensinamento do tnis de campo existem vrios mtodos. O tipo de mtodo a ser utilizado
depender da idade dos alunos, fase de desenvolvimento que se encontram, tipo de aula,
instalaes, materiais disponveis e nvel de compreenso intelectual. Na iniciao da
modalidade, o importante desenvolver diferentes habilidades como progresso esttica
(com lanamento) e progresso dinmica (intercmbio de golpes).
Durante os ltimos anos a metodologia de ensino do tnis de campo sofreu uma
grande evoluo, aparecendo novas propostas diferentes do mtodo tradicional de ensino do
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esporte (CRESPO, 1999). As novas iniciativas partem tanto do campo universitrio, como
das academias especializadas (DUGAL, 1991; FFT, 2000). Os estudos realizados tm
demonstrado que com a aplicao do mtodo tradicional de ensino, os alunos dominam a
tcnica durante os exerccios e treinamentos, porm em partidas oficiais no sabem em que
momento utilizar a tcnica. Isso ocorre provavelmente porque durante o treinamento no so
feitas anlises de situaes de jogo avaliando desta forma o uso ttico e a tcnica aprendida
(MESQUITA, 1972).
Para o processo de aprendizagem do tnis de campo, as habilidades bsicas,
associadas aos materiais, correspondem a uma fase importante no processo de
desenvolvimento motor como item fundamental de domnio dos movimentos com
os materiais necessrios para o jogo, para que no causem desequilbrios corporais
prejudiciais (TANI, 1988, p.65)
Bunker e Thorpe (1982) descrevem que o enfoque de ensinar est baseado na
compreenso do jogo. Esses autores sugerem que a compreenso e o conhecimento dos
fundamentos do jogo e a ttica devem ser ensinadas antes do domnio das habilidades
motrizes (tcnicas) em todos os esportes. As estratgicas para ensinar podem ser variadas:
por exemplo, situaes de jogo (servio, jogo de fundo, subida a rede), simplificar o esporte
atravs do mini-tnis, modificando as condies (altura da rede, bola macia, dimenses de
quadra) e ensinar padres tticos para que os alunos se acostumem a tomar as melhores
decises durante a partida.
Bunker e Thorpe (1982) afirmam que toda aula deve ter incio, meio e fim. O
incio da aula deve ser usado para desenvolver uma atividade de descontrao e feedback
sobre o que foi visto na aula anterior, para ento, apresentar o que vai ser realizado. ainda
de fundamental importncia um trabalho de aquecimento inicial para diminuir o risco de
leso de alguma articulao ou msculo. O perodo intermedirio da aula deve ser dirigido ao
aprendizado, onde um dos elementos da metodologia de ensino trabalhado especificamente.
J na parte final ser importante proporcionar outro momento de descontrao, onde estar
presente o fator psicolgico de motivao e despertar o desejo do aluno de retornar na
prxima aula. Ele deve sair da aula feliz, sentido que se esforou muito e foi produtiva.
interessante ter ainda uma conversa final para apontar o que foi trabalhado em aula.
importante a realizao de golpes sem bola em todas as progresses.
Evidentemente que o aluno que no saiba executar o golpe sem bola tambm no saber
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efetu-lo com bola. Se o aluno realizar o fundamento corretamente sem bola podemos
afirmar que, o mesmo tem uma idia precisa de como rebat-la. Com esse mtodo o aluno
tem condies de exercitar seus golpes e corrigi-los sem a ajuda de um treinador. No se
pode esquecer que o ensino do tnis deve ser voltado para as condies psico-motrizes dos
alunos, tentando desenvolver ao mximo a coordenao motora e a habilidade dos mesmos, a
fim de torn-los aptos a adquirirem os fundamentos tcnicos e ainda, serem capazes de
realiz-los com eficincia (TOOK; BUENO, 1983).
No processo especfico de aprendizagem e desenvolvimento da tcnica
desportiva, ressalta-se a importncia de compreender a necessidade da execuo de vrias
repeties dos gestos motores (TUBINO, 1992). O professor prope inicialmente os
exerccios indicando a forma correta de realiz-los, explicando a sua natureza, a compreenso
dos resultados e a relao da quantidade de repeties com os objetivos da qualidade. O
elemento de repetio e alternncia segundo Huizinga (1988) representa em certa quantidade
de exerccios similares para cumprir um mesmo objetivo, a regularidade dos golpes
altamente complexos.
Os exerccios iniciais so praticados sem necessidade de rede, podendo assim, ser
realizado em qualquer espao plano. O domnio da tcnica do aluno depende,
essencialmente, de um trabalho de mltiplas repeties dos gestos motores (GALLWEY,
1996; SCHNBORN, 1999; GREEN, 1976). Aps o aluno atingir um nvel satisfatrio de
controle da bola na horizontal, introduz-se a rede. Os alunos podem exercitar a troca de bolas
em duplas ou com o professor. Nesse momento as exigncias tcnicas comeam a ser
introduzidas gradualmente. A noo de execuo completa de movimento da posio lateral
deve ser introduzida em aula, pois interessante trabalhar lateralidade do aluno como, por
exemplo, corrida em direo bola.
De acordo com Schonborn (1999), os alunos devem aprender as aes tcnico-
desportivas no contexto de elaborao de uma jogada ou de combinaes