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113 estudos, Goiânia, v. 38, n. 01/03, p. 113-132, jan./mar. 2011. N o Estado de Goiás,o histórico e a evolução das Instituições de Ensino Superior tiveram suas especificidades.O primeiro curso de caráter superior foi implantado em 1903, com uma diferença de cerca de 95 anos do primeiro curso superior no Brasil. Pinheiro (2009) aponta que nesse período foi instalada a Academia de Direito localizada na Cidade de Goiás, até então capital do Estado. No entanto, devido a conflitos entre as oligarquias locais, essa instituição foi fechada em 1909. E, devido ao surgimento de MARCELO TEIXEIRA SFREDO, KÁTIA BARBOSA MACÊDO E DO TRABALHO ARTIGOS DE CONCLUSÃO EM PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL NA PUC GOIÁS* Resumo: o artigo visou apresentar um histórico das produções de artigos de conclusão de curso de psicologia na área de psicologia organizacional e do trabalho dentro da PUC Goiás. Percebeu-se que essa é uma área que apre- senta um decréscimo em número de artigos e apresenta uma linha temática limitada, contendo-se em análises e medidas individuais e comportamento organizacional. . Palavras-chave: Psicologia organizacional e do traba- lho. Produção científica. Trabalhos de conclusão de curso.

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N o Estado de Goiás,o histórico e a evolução das Instituições de Ensino Superior tiveram suas especificidades.O primeiro curso de caráter superior

foi implantado em 1903, com uma diferença de cerca de 95 anos do primeiro curso superior no Brasil. Pinheiro (2009) aponta que nesse período foi instalada a Academia de Direito localizada na Cidade de Goiás, até então capital do Estado. No entanto, devido a conflitos entre as oligarquias locais, essa instituição foi fechada em 1909. E, devido ao surgimento de

MARCELO TEIXEIRA SFREDO, KÁTIA BARBOSA MACÊDO

E DO TRABALHO

ARTIGOS DE CONCLUSÃOEM PSICOLOGIAORGANIZACIONAL

NA PUC GOIÁS*

Resumo: o artigo visou apresentar um histórico das produções de artigos de conclusão de curso de psicologia na área de psicologia organizacional e do trabalho dentro da PUC Goiás. Percebeu-se que essa é uma área que apre-senta um decréscimo em número de artigos e apresenta uma linha temática limitada, contendo-se em análises e medidas individuais e comportamento organizacional.

.Palavras-chave: Psicologia organizacional e do traba-

lho. Produção científica. Trabalhos de conclusão de curso.

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outras instituições congêneres, sua existência não se tornou tão expressiva nesse momento.

Com a estimulação para o maior desenvolvimento do centro do Brasil proveniente do Governo Federal na década de 1930, a capital goiana surgiu como um ponto de referência no centro--oeste. Com a construção da cidade de Goiânia e a transferência da capital no final dessa década, houve, segundo a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Goiás (2009), uma expansão da educação superior mediante a adequação e reestruturação das escolas de ensino superior existentes: Escola de Direito de Goyaz, Escola de Pharmácia e Escola de Odontologia.

Palacín e Moraes (2001) afirmam quea partir da década de 1940, o Estado de Goiás apresentou um crescimento súbito, es-timulado pelo apoio da União, por meio da campanha “Marcha para o Oeste”, somado à construção da cidade de Goiânia, o desbravamento do mato grosso goiano e, por fim, a construção de Brasília na década seguinte.

Palacín e Moraes (2001, p. 113) escrevem a respeito das mo-dificações decorridas em outros setores devido aos fatos acima, afirmam:

A população se multiplica; as vias de comunicação realizam a integraçãodo estado com o resto do país e dentro do próprio estado; assiste–se a uma impressionante explosão urbana, com o desenvolvimento concomitante de todo tipo de serviços (a educação especialmente).

No ano de 1948, a igreja católica realizou em Goiânia um Congresso Eucarístico Nacional, contando com a presença de autoridades eclesiásticas e representações políticas civis. Nesse encontro deliberou–se sobre a criação de umaFaculdade de Fi-losofia, Ciências e Letras. Mas seu ponto inicial deu–se a partir da resolução de fundar umaUniversidade Católica, (José, 2010).

Para Borges (2008), na década de 1950 houve, mesmo em nível nacional, uma expansão significativa do ensino superior. Isso se deve, entre outros motivos, ao Decreto–Lei nº 8.457, de 26 de dezembro de 1945, no qual se tornou viável a criação de faculda-des com cursos de baixo custo de investimentos estruturais,e isso também repercutiu na estrutura educacional do Estado de Goiás.

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Cordeiro (2010) afirma que o modelo seguido pelas institui-ções de ensino superior no Brasil tem seu berço nas faculdades. Assim, as universidades se caracterizam pelo conjunto de núcleos de conhecimentos diversos.

Acompanhando essa perspectiva, a Universidadede Goiás foi reconhecida pelo Decreto presidencial nº 47.042, de 17 de outubro de 1959, estruturada com um núcleo de sete institutos: a Faculdade de Filosofia, de Ciências e Letras (1948); Faculdade de Ciências Econômicas (1951), Faculdade de Farmácia e Odontologia (1945), Faculdade de Direito (1959), Escola de Enfermagem (1941), Belas Artes e Arquitetura (1952), e de Serviço Social (1957). E, após a Reforma Universitária de 1968, tal instituição passou a denominar--se Universidade Católica de Goiás (BORGES, 2008).

Ainda em 1961 foi criado, dentro dessa instituição, o Gabi-nete de Orientação Psicológica (GOP) vinculado à Faculdade de Educação, coordenado por Pe. Victoriano Baquero Miguel, onde era realizada orientação vocacional e profissional para os alunos da UCG e para comunidade em geral. E foi a partir desse gabinete que houve a idealização do curso de Psicologia, que viria a ser concretizado apenas em 1973, com a abertura do primeiro vesti-bular nessa área (MOURA, 2003), sendo instituído um curso com grandes influências humanistas, correspondendo às concepções da instituição eclesiástica onde foi criada.

Para buscar o reconhecimento do curso junto ao Ministério da Educação, foi fundamental a estruturação de um espaço no qual houvesse a realização de práticas supervisionadas dessa área. Em 1977, com a aproximação da conclusão do curso, foi criado o Centro de Orientação Psicológica (COP) que ofereciapossibilidades de atuação na área clínica, com crianças ou adultos, compreendendo atividades psicoterapêuticas e psicodiagnósticas; atuar com orien-tação vocacional e seleção de pessoal. Eram oferecidos ainda, a partir de convênios com organizações privadas e públicas, a atuação de práticas supervisionadas em campos externos.

Já no segundo semestre de 1978, houve uma reestruturação no sentido de adequar a novos modelos clínicos, passando a ser chamado de COPC, Centro de Orientação Psicológica e Clínica, mantendo essa estrutura até 1985, quando se ampliou, adotando um conceito de clínica escola. Esse conceito se tornou concreto em 1992, com a efetivação do Centro de Estudo, Pesquisas e Práticas Psicológicas (CEPSI).

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Esse centro de estudos encontra-se hoje dentro do Departa-mento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, vinculando-se à Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) e à Co-ordenação Geral de Estágio e Extensão (ETG). Ocupa o segundo andar do antigo Colégio Palmaresque foi adquirido no segundo semestre de 1993.

O CEPSI é responsável pela coordenação de estágios obriga-tórios e não-obrigatórios. Os mesmos ainda podem ser divididos em internos, os quais ocorrem nesse mesmo local, ou externos ligados a várias outras instituições vinculadas à Universidade.

Até o primeiro semestre de 2006 os estágios curriculares obri-gatórios eram divididos em duas etapas diferenciadas. A primeira era o Estágio I, no qual era realizada uma revisão bibliográfica de um tema de interesse do aluno, levantado juntamente a sua atuação ao longo do semestre em seu campo de estágio. E em seguida, no Estágio II, ocorria a compilação dasinformações relativas à experiência vivida no estágio, juntamente com o levantamento feito anteriormente, no formato de artigo científico, e por fim, a apresentação do mesmo para uma banca examinadora. Essa é etapa um dos pré-requisitos para a certificação de conclusão do curso (CEPSI, 2006).

No segundo semestre desse mesmo ano, adotou-se um novo modelo curricular que trouxe diferenças em seu modelo de estágio.

Assim, no 5º período, há o Estágio Básico I que atua na área da Psicologia Escolar e Educacional. No 6º período, o Estágio Básico Supervisionado II – Análise do Comportamento. Já no semestre seguinte são apresentados dois estágios simultaneamente: Estágio Básico Supervisionado III em Psicologia Social e Estágio Básico Supervisionado IV - Psicologia das Organizações e do Trabalho. E no 8º semestre são oferecidos: o Estágio Básico Supervisionado V com a opção em se escolher entre Psicodiagnóstico Adulto ou Psicodiagnóstico Infantil; o Estágio Básico Supervisionado VI de Psicologia Hospitalar e da Saúde; E. Básico Supervisionado VII em Psicologia Clínica Comportamental/Cognitivo, em Psi-cologia Clínica Gestalt, em Psicologia Clínica Psicodrama ou em Psicologia Clínica Psicanálise.

Já no semestreseguinte, apresenta-se o Estágio I eno que corresponde ao 10º semestre, o Estágio II, os quais correspondem aos do modelo anterior, CEPSI (2010).

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO Essa área da psicologia apresenta suas origens vinculadas à

própria história da psicologia, apesar de ser uma história recente, os fenômenos que envolvem o complexo contexto do trabalho foi um tema que despertou interesse. Já nosprimórdios da história brasileira encontramos, por exemplo, registros das preocupações de uma elite dominante em relação com a “preguiça” da popu-lação indígena-escrava, que não produzia de forma adequada (ZANELLI, 2002).

Muitas questões foram levantadas e discutidas, tangenciando de uma forma ou outra o mundo do trabalho. No entanto, somente a partir do início do processo de industrialização, nas primeiras décadas do século XIX, a forma de se abordar tais fenômenos foi estruturada de maneira um pouco mais concreta, perseguindo uma lógica racionalcientífica. Com a modificação da estrutura econômica brasileira, de um regime estritamente agro-exportador para a abertura de um processo de investimento industrial houve a necessidade da aquisição de uma mão-de-obra mais especializada, adequada às novas atividades que eram exigidas pelos novos meios de produção (ZANELLI, 2004).

Dessa forma, as atividades atribuídas aos psicólogos começa-ram a ganhar espaço e reconhecimento dentro das organizações. Os testes psicotécnicos começaram a ser inseridos como instru-mentos para o processo de escolha de candidatos. Rapidamente tais testes foram utilizados por uma grande diversidade de setores.

Durante as primeiras décadas do século XIX a difusão do trabalho da psicologia junto às organizações promoveu a credi-bilidade, não somente dos testes psicológicos (psicotécnicos) ou a prática da área, mas sim a psicologia em si, com as suas mais diversas áreas, ou possibilidades de atuação.Silva (2004)apresen-tam da mesma maneira que outras áreas das ciências, a psicologia aplicada ao ambiente de trabalho, ganhou grande impulso no período das duas grandes guerras mundiais. Ela começou a obter seu reconhecimento no ano de 1924.

Com o final da Segunda Guerra Mundial, houve um novo impulso de desenvolvimento industrial, bem como a entrada de empresas multinacionais no território brasileiro. Somado a isso houve a regulamentação dos direitos trabalhistas. A soma desses

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fatores resultaram em um novo desafio para as organizações. Já não bastaria apenas localizar pessoas com maiores possibilidades de desenvolver bons resultados em alocações específicas, seria necessário também o treinamento e a qualificação das mesmas, ainda houve a preocupação com novas formas mais eficientes e científicas de como realizar a gestão nestas organizações. A psico-logia passou a configurar dentre as disciplinas que embasavam uma série de práticas de administração, fornecendo apoio e legitimidade.

A partir dos anos 1950, a denominação de Psicologia Or-ganizacional começoua ser utilizada, a junção dos saberes da sociologia e a antropologia com o da psicologia, influenciaram o crescimento da psicologia social. Em 1962, quando a psicologia foi reconhecida como uma disciplina independente, sua prática, no contexto do trabalho, já estava consolidada.

Em meados do século XX, as atividades do profissional de psicologia organizacional no Brasil, estiveram voltadas para o re-crutamento, seleção, treinamento, análise ocupacional e avaliação de desempenho. A partir da importação de tecnologia, houve uma reconfiguração nos procedimentos de gestão, disseminação de informações e das relações de trabalho, como um todo.

Na década de 1980, um estudo realizado pelo Conselho Fe-deral de Psicologia (CFP) sobre a atuação do psicólogoapontou dificuldades e sinais de transformação que acenavam para novas práticas dentro dessa subárea.

Os resultados apontavam para uma concentração de ati-vidades ligadas à atuação para o recrutamento e seleção, trei-namento e avaliação do desempenho. Paralelamente notam-se práticas diferenciadas, entre elas: o planejamento e execução de projetos, diagnósticos situacionais, assessoria e consultoria, que ampliavam o nível de envolvimento diante das organizações (BASTOS, 1988).

Ainda nesse estudo forneceu-se um dado que aponta para uma diminuição gradual de atividades técnicas (recrutamento, seleção, treinamento e etc.) e aumento de atividades administrativas, de planejamento, consultoria, organização, supervisão e assessoria em relação ao tempo de atuação desse profissional. A crítica a esse modelo clássico de atuação, juntamente com as transformações no mundo do trabalho, consolidaram novas linhas de atuação. Durante os anos 1990, com o crescente avanço da globalização, aumentou-

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-se a competitividade, exigindo novas formas de organização do trabalho (ZANELLI, 2002).

Perante o que foi apresentado, esse trabalho busca realizar uma investigação referente à produção dos alunos de psicologia da PUC de Goiás, abarcando aquilo que foi produzido no Está-gio II, entre os anos de 1987 até o primeiro semestre de 2010 de maneira quantitativa. E em seguida realizar um levantamento, de maneira focal, das temáticas abordadas nos trabalhos de conclusão de curso da área da psicologia organizacional e do trabalho do mesmo período citado acima.

Considerando que o tema apresenta relevância para o cenário nacional, o presente estudo buscou realizar um levantamento do que foi produzido na Pontifícia Universidade Católica de Goiás, nessa área de conhecimento.

Após o levantamento dos dados, ainda é proposta analisá--los, tendo em vista os estudos realizados pelo CFP em 1988 e a reedição da pesquisa, de maneira ampliada, publicada em 2010. O objetivo é verificar a produção da psicologia organizacional e do trabalho na PUC Goiás.

MÉTODO

O presente trabalho buscou realizar um levantamento e cate-gorização dos trabalhos de conclusão de cursoda área de psicologia organizacional e do trabalhodo curso de psicologia na PUC Goiás. Visou-se contextualizar essa área em comparação com as demais, através de porcentagem. Teve-se acesso aos artigos referentes aos anos de 1987 até o primeiro semestre do ano de 2010.

Tal levantamento foi realizadopor meio de análise documental, partindo das produções que estão arquivadas no CEPSI. Ainda há um arquivo digital, por meio de CD’s, desde 2004. Esse tipo de arquivamento substituiu o anterior desde 2005.

Também foram realizadas pesquisas em documentos per-tencentes ao departamento de psicologia da PUC Goiás, os quais forneceram informações sobre as últimas três matrizes curriculares que compuseram o curso.

Após o levantamento de todas as produções foi realizada uma categorização dos artigos da área da psicologia organizacional e do tra-balho, tendo como base a análise categorial temática de Bardin (1977).

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Tal ordenação tomará como base os critérios estabelecidos a partir das áreas de abrangência do II Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (2006). Divide-se assim em três grandes grupos: • Formação e política: Formação em psicologia organizacional e

do trabalho; Política, produção e divulgação de conhecimento em PO&T; Políticas públicas de trabalho e emprego.

• Organizações: Avaliação e medidas nos níveis do indivíduo, programas e organizações; Comportamento do consumidor; Comportamento organizacional; Diversidade nas organizações e responsabilidade social; Gestão de pessoas nas organizações.

• Trabalho: Ergonomia; Qualidade de vida no trabalho; Trabalho e saúde; Trabalho, família e outras esferas de vida; Trabalho, identidade e subjetivação; Trabalho, violência e exclusão.

RESULTADOS

Para apresentar os resultados, utilizou-se a estatística descriti-va simples. Os resultados são apresentados em gráficos e tabelas, contendo a representação em porcentagem dos resultados e ainda os números absolutos encontrados.

A Figura 1 apresenta o conjunto total de trabalhos de conclusão de curso no período de 1987 ao primeiro semestre de 2010. Tais produções estão classificadas dentro de suas respectivas áreas.

Figura 1: Porcentagem das produções de conclusão de curso em cada área no período de 1987 ao primeiro semestre de 2010

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A área clínica apresenta um nível de maior concentração das produções, contando com um total de 57,6% das mesmas. É seguida pela área de psicologia oraganizacional e do trabalho a qual conta com 14,7% dos trabalhos. Logo em seguida há a psicologia hospitalar e da saúde, com 10,6%; a psicologia co-munitária com 5,8%; a psicologia escolar com 5,8%, psicologia jurídica apresenta um índice de 1,8%; em pesquisa em psicologia há 1,5%; neuropsicologia conta com 1,2%; orientação vocacional e profissional com 0,8%; e por último a psicologia do esporte e psicologia do trânsito representam, respectivamente, 0,1% das produções.

Tais áreas de produção não apresentam homogeneidade entre si, no que se refere ao começo das realizações dos artigos em cada campo específico.

A área de orientação vocacional já apresenta um histórico bem diferenciado em relação ao anterior. Entre o início das produções até o ano de 1990 apresentou uma média de produções de 11,2%, suspendendo suas produções até o ano de 1998; em 1999 repre-sentou 2,6% das produçõe. Nos dois anos seguintes apresentou índices de 1,6% e 0,3% respectivamente. Não houve registros de novas produções até 2005, quando teve uma importância de 1,3% e depois, em 2007, 0,7%, sem mais registro de produções nos anos que se seguem.

Esse campo de conhecimento, mesmo estando presente desde a fundação do curso de psicologia na PUC Goiás, não se apresenta como um campo de grande interesse ou de escolha dos alunos, fato esse confirmado nos anos seguintes onde essa disciplina apresenta índices baixos ou até mesmos nulos, como nos anos de 1991 a 1998, de 2002 a 2004, 2006, e entre 2008 até o primeiro semestre de 2010.

A partir do ano de 1992 houve uma diversificação maior das áreas, foram instituidas novas áreas de produções dentro das disciplinas de Psicologia da Saúde e Hospitalar, Psicologia da Educação e Psicologia Organizacional e do Trabalho. Tais áreas apresentaram continuidade em suas produções, exceto a área de educação que em 1996 não apresentou nenhuma produção.

No ano de 1993 duas novas áreas apresentaram produ-ções: Psicologia Comunitária e Psicologia Jurídica. A primeira manteve-se com produções contínuas até o primeiro semestre de

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2010, representando uma média de produtividade relativa de 6%, partindo-se do momento de sua primeira produção. Enquanto a segunda apresentou trabalhos de maneira mais esparsa: em 2000, com um índice de 0,5% do que foi produzido nesse ano, em 2003 com 1,2% e em 2004 com 0,8%.

Em 1994 somaram-se a essa gama de áreas a de Neuropsicolo-gia a qual apresentou naquele ano um índice de 7,1%. Há registros ainda nessa área, em 1997 com 3,2% e em 1998 com 0,9%.

A área de pesquisa em Psicologia apresentou produções a partir do ano de 1996 e manteve-se relativamente constante, exceto pelos anos de 1998,1999 e 2001 quando não apresentou nenhuma produção. Sua média relativa dentro das produções foi de 2,5%.

Somente em 2002 a psicologia do esporte apresentou sua primeira produção,o que se seguiu até 2004 com uma média de produção relativa de 0,3%.

A Figura 2 apresenta uma perspectiva em porcentagem das produções da área de Psicologia Organizacional e do Trabalho, realizadas em cada ano a partir de 1987.

Figura 2: Porcentagem das produções de Psicologia Organizacional e do Trabalho no período entre 1987 ao primeiro semestre de 2010

Mesmo havendo um crescimento absoluto das produções da área de Psicologia Organizacional e do Trabalho, percebe-se, salvo algumas oscilações, um sentido decrescente das mesmas ao observar os valores relativos, partindo de 1996 até 2010.

Em 1995 obteve-se o maior índice relativo de produção nessa área, com 42,3% e o menor em 2003 com 6,4%. O valor médio,

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relativo aos anos de produção dessa área representam 14,3% do que foi produzido nesse mesmo período. E, apesar de uma queda significativa em suas produções produções, ela representa a segunda maior área de interesse.

A partir do levantamento do conjunto de produções entre o ano de 1992 ao primeiro semestre de 2010 da área de psicologia organizacional e do trabalho, realizou-se um enquadre dentro de três categorias; Tal classificação se deu a partir do modelo proposto durante o II Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho.Dessa forma, encontrou-se índices claros de uma predileção, ao longo desse período, de produções com um enfo-que dentro de contextos estritamente organizacionais. A categoria “Organizações” abrange 74.7% de todas as produções dentro da área organizacional, enquanto o conjunto “Trabalho” representa 21,6%, com uma evolução ascendente ao longo desse período. As demais produções se encontram no grupo “Formação e Política” e são realizadas de maneira espaçada e sem um grande volume, representando 3,7%.

As Figuras 3, 4 e 5 demonstram respectivamente a distri-buição dos artigos de POT dentro dos subtemas das categorias apresentadas acima.

Figura 3: Distribuição das produções da área de POT dentro da categoria Trabalho na PUC GO entre 1992 e 2010

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Figura 4: Distribuição das produções da área de POT dentro da categoria Formação e Política na PUCGO entre 1992 e 2010

Figura 5: Distribuição das produções da área de POT dentro da categoria Organizações na PUC GO entre 1992 e 2010

A Figura 3 que representa as temáticas da categoria Formação e Política apresenta um nível de produção espaçada e sem um grande volume. É possível afirmar que a há um desinteresse dentro da perspectiva de análises referentes ao processo formativo dos profissionais da área, bem como às políticas que direcionam ou tangenciam os fenômenos desse contexto.

Apesar de Bastos et al. (2010) salientarem que a área de docência venha ganhando espaço, os dados apontam para um desinteresse crônico pela investigação acadêmica da formação nessa área.

Na Figura 4 encontra-se a distribuição dos artigos na categoria Organizações. Nota-se uma grande concentração na temáticaAva-

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liação e medidas nos níveis do indivíduo, programas e organizações, concentrando 61,1% das produções nessa categoria, seguido por 29,4% na categoria Comportamento Organizacional.Nota-se ainda uma queda das produções nessa categoria iniciando em 2005.

E na Figura 5 apresenta a categoria Trabalho que, apesar de não possuir um elevado número de produções, revela dados referentes à diversificação temática nessa área. Mesmo não apre-sentado uma produção constante, é a segunda área temática com maior volume. Em 2003 houve uma elevação nas produções nessa categoria, principalmente nas temáticas de Qualidade de vida no trabalho, Trabalho e saúde e Trabalho, identidade e subjetivação.

Ainda nesse grupo temático é fundamental ressaltar a ausência de produções em “Ergonomia”, uma das temáticas que remontam aos primórdios da própria psicologia organizacional.

Ao se comparar as temáticas, extrapolando as limitações das categorias, tem-se que 45,6% da produção na área de POT está concentrado na temática “Avaliação e medidas nos níveis do in-divíduo, programas e organizações” a qual se restringe a análises de micro estruturas dentro do contexto organizacional.

Nas três últimas grades curriculares do curso de Psicologia é possível notar algumas informações relevantes a esse trabalho. Partindo da primeira grade que vigorou até o segundo semestre de 1998, nota-se uma divisão das cargas horárias necessárias para a formação do profissional de psicologia enquanto Licenciado: 216 créditos, o que representaria 3240 horas; Bacharel: 228 créditos ou 3420 horas; e Psicólogo com 316 créditos ou 4740 horas.

Havia quatro disciplinas relacionadas diretamente com a área específica da Psicologia Organizacional e do Trabalho: Psicologia da Indústria, matéria obrigatória que, seguindo-se a grade normal, era oferecida no sexto período e composta por seis créditos: Intro-dução à Vida Industrial Brasileira com quatro créditos, Psicologia das Organizações com dois créditos e Treinamento de Pessoal com seis. Todas as três eram matérias opcionais, representando um total de 18 créditos, ou 270 horas.

No primeiro semestre de 1999 passou a vigorar uma nova grade curricular. Nela estavam divididas as quantidades de horas e créditos necessários para a titulação em: Bacharelado com 190 créditos, o que corresponde a 2850 horas; Licenciatura com 204 créditos ou então 3060; e Psicólogo com 276 créditos ou 4140 horas.

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Apesar da diminuição total de créditos necessários para formação, a área em questão não sofreu nenhuma redução nesse sentido. Mantendo-se com 18 créditos, houve um acréscimo de número de matérias, as quais passaram a ser: Fundamentos Sociais da Psicologia do Trabalho, oferecida como matéria obrigatória, no sétimo período e com dois créditos; Psicologia do Trabalho, também obrigatória, apresentada no oitavo período composta por seis créditos. As demais: Seleção de Pessoal, com quatro crédi-tos; Psicologia das Organizações com quatro e Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal também com quatro créditos, foram oferecidas como disciplinas optativas.

Além das matérias teóricas oferecidas, foram adicionados mais 40 créditos referentes aos estágios práticos,vinte créditos para o estágio I e vinte para o II.

A última grade entrou em vigor no segundo semestre de 2006 e apresentou algumas diferenças em relação aos anteriores: Em primeiro lugar, não foi apresentada uma divisão entre as categorias de formação (Licenciatura, Bacharelado e Psicólogo).

Houve uma nova divisão a qual se refere a duas possibilidades de ênfase na formação, uma que abordava mais processos psicos-sociais e a outra que enfocava processos clínicos de avaliação, clínicos e de saúde. A escolha dessa ênfase ocorre no nono período.

Dentro da primeira ênfase existem três subênfases: Psicologia Escolar; Psicologia Social e Psicologia das Organizações e do Trabalho. E na segunda, existem cinco subênfases: Psicologia Hospitalar e da Saúde; Psicologia Clínica Opção: Comportamen-tal; Psicologia Clínica Opção: Gestalt; Psicologia Clínica Opção: Psicodrama; e Psicologia Clínica Opção: Psicanálise.

Ambas apresentavam número de créditos equivalentes a 262 créditos ou 3930 horas, que ainda são somados às horas das Ati-vidades Complementares as quais devem prestar um total mínimo de 130 horas, deste modo, obtendo uma quantia total necessária de 4060 horas ou, aproximadamente, 271 créditos.

Nessa grade há um total de sete disciplinas, sendo duas de núcleo comum, ou seja, independente da escolha pela ênfase essas matérias apresentam caráter obrigatório: Psicologia das Organiza-ções e do Trabalho composta de seis créditos; e o Estágio Básico Supervisionado IV - Psicologia das Organizações e do Trabalho com quatro créditos.

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Tais matérias são oferecidas, respectivamente, no sexto e sétimo período.

Há ainda mais cinco disciplinas dentro da subênfase específica da área (Psicologia das Organizações e do Trabalho): Análise e Diagnóstico Organizacional; Seleção de Pessoal; Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas; Tópicos Especiais em Psicologia das Organizações e do Trabalho; Psicologia do Consumidor. Cada uma delas compostas por quatro créditos.

E, ao final, mais os dois Estágios Específicos Supervisionados o I e o II, com 16 créditos cada,totalizando, por fim, 62 créditos ou 930 horas.

Na Figura 6 são apresentados os dados referentes à quantidade de horas totais do curso, ao longo dessas três grades e mostra, de maneira paralela, a quantidade de horas previstas para área da Psicologia das Organizações e do Trabalho.

Figura 6: Número total de horas e número de horas referentes à área de Psicologia Organizacional e do Trabalho em cada uma das gradesNota: a grade inicial que se encerra no segundo semestre de 1998 está representada como 1, a que inicia em 1999, como 2 e a grade que começa em 2006 como 3.

Dessa forma, percebe-se uma substancial perda de horas totais, exatamente 680 horas entre a primeira e a última grade apresentada, e, por outro lado, um aumento de horas dedicadas à área.

Inicialmente, esse conjunto de disciplinas representava 5,7% do total de horas da grade. Na grade seguinte houve um aumento significativo para 21,0% e em sua última versão apresenta 22,9% das horas totais.

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DISCUSSÃO

Nos anos iniciais que essa pesquisa se propôs estudar foram encontradas duas áreas de produção: a área clínica e a área de orientação vocacional. A primeira apresentou, desde 1987, índíces elevados em sua produção, com seu menor índice em 1995, com 33% do que foi produzido naquele ano.

Nota-se assim, a prevalência da área clínica nas produções de artigos de final do curso. Essa tendência também foi encontrada no levantamento realizado por Bastos et al. (2010), ao realizarem um levantamento demonstrando que a área clínica é ocupada por 53% dos psicólogos atuantes.

Tal dado reafirma uma tendência apontada anteriormente também por Bastos (1988), na pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Psicologia na qual relata que a área clínica absorvia 43,4% dos psicólogos que estavam atuando.

Há aqui uma convergência dos dados da PUC Goiás, com o que foi encontrado nas pesquisas realizadas em conjunto com o CFP, de 1988 e 2010. Tanto na formação, quanto na atuação profissional nota-se a psicologia como uma área, predominantemente clínica.

Por outro lado, é uma área de conhecimnto em plena expan-são. Ao longo da história da psicologia nessa instituição há, por diversas vezes o surgimento, o desaparecimento e o ressurgimento de trabalhos de conclusão de curso em determinadas subáreas.

Tais variações também são constatadas ao se comparar com as perspectivas em níveis nacionais nos estudos realizados pelo CFP. Carvalho (1988:p.235) ressalta “há sinais, embora ainda numericamente inexpressivos, de uma tendência à diversificação da atuação”, traçando em seguida alguns campos que despontavam como tendências de novas possibilidades de atuação ou elaboração de conhecimento.

No entanto, Bastos et al. (2010), ao apresentarem dados mais recentes da mesma pesquisa, demonstram que algumas das possibilidades de atuação apontadas por Carvalho em 1988, não se concretizaram efetivamente ao longo das duas décadas que separam tais estudos.

E ainda, para Bastos, Gondim e Borges-Andrade (2010) apontam novas áreas de conhecimento, até então não discutidas em estudos anteriores, como a psicologia Jurídica.

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Apesar de tais dados, a psicologia organizacional e do tra-balho, tanto na perspectiva de tal instituição, quanto em aspectos nacionais, manteve-se, apesar de uma grande distância, como a segunda área de maior interesse.

É necessário, no entanto, fazer um adendo. Tomando-se como base a classificação realizada referente aos trabalhos de conclusão de curso nessa subárea, notam-se poucas variações temáticas.

Há uma concentração que se destaca na categoria “Organiza-ções” a qual apresenta uma perspectiva de medidas e avaliações individuais e de comportamento organizacional.

Apesar de um acentuado aumento de horas entre a primeira matriz curricular analisada e as posteriores, nota-se que não houve uma ampliação significativa das temáticas apresentadas, ou ao menos não trouxe interesse de produção nos trabalhos de conclusão de curso nesse sentido.

Além desses fatos, há um cenário paralelo e contraditório. Por um lado tem-se um acréscimo nas horas totais da área de Psicologia Organizacional e do Trabalho e por outro há uma diminuição das produções de trabalhos de final de curso nessa área.

Os trabalhos de conclusão de curso que geraram os dados para o presente trabalho, no entanto, referem-se somente até a grade curricular de 1999 a 2006,uma vez que os primeiros artigos concretizados dentro dessa grade acontecerão apenas em 2011.

O objetivo de se analisar as produções de artigos de conclusão de curso em POT, dentro da PUCGO, realizando uma comparação com a realidade da área, foi alcançado satisfatoriamente, forne-cendo uma forma de se ter acesso de qual o contexto essa área se estruturou dentro dessa instituição e como ela se encontra.

Acredita-se que o método utilizado, dentro das possibilidades concretas encontradas, foi adequado para ter-se contato como o objeto do estudo, muito embora estruturas e políticas específicas empregadas pelo CEPSI tenham dificultado e até mesmo impos-sibilitado o acesso ao material de maneira integral.

Em tal centro de estudos encontram-se armazenadas as produ-ções realizadas pelos alunos a partir de 1987; produções anteriores não foram localizadas, com precárias condições de estocagem, conservação e identificação.

Além desse fato, e partindo-se de relatos oferecidos por ex-alunos, é possível levantar a hipótese de extravio de artigos.

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Dessa forma os dados recolhidos nesse trabalho não seriam uma representação integral do que foi produzido, mas sim, uma apre-sentação de todo o material arquivado.

A partir de 2004, houve a iniciativa de digitalizar tais pro-duções, salvas em CD’s. Porém, tal ação acarretou uma série de complicações. É politica do CEPSI não permitir a retirada de tal material de suas instalações, no entanto, nesse local, não há a disponibilização de computadores para os alunos, restringindo assim o acesso dos artigos apenas aos alunos que tem possiblidade de possuírem e levarem notebooks às instalações desse centro de estudos.

Ainda nessa nova forma de armazenamento, nota-se um número elevado de trabalhos arquivados em CD’s de maneira in-completa, com erros, impedindo a visualização e até mesmo vazios.

Para futuros estudos percebe-se a relevância de uma contex-tualização com o microssistema da POT dentro da PUCGoiás, realizando uma remontagem histórica do contexto de tais produções ou tendências temáticas, partindo-se de entrevistas com o corpo docente presente ao longo do período histórico analisado.E tam-bém, uma categorização envolvendo as demais áreas, para que se tenha um apanhado da construção da psicologia, como um todo, nessa instituição.

Ao fim desse trabalho percebe-se que tal levantamento apre-senta dados relevantes, não só para um departamento, ou uma instituição, mas como uma importante peça da história da atuação da construção da psicologia no estado e no país.

Dessa forma, nota-se a importância mais abrangente, abor-dando com mais proximidade as diversas subáreas de produção de conhecimento, para que se construa uma perspectiva mais precisa dessa história.

ARTICLES ON COMPLETION OF WORK AND ORGANIZATIONAL PSYCHOLOGY AT THE CATHOLIC UNIVERSITY GOIÁS

Abstract: the article aimed to present a history of the production of psychology degree completion articles in the field of work and organizational psychology within PUC Goiás. It was noticed that the number of articles on this field is decreasing and it presents a

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limited thematic line, restraining itself to individual analysis and measures and organizational behavior.

Keywords: Work and organizational psychology. Scientific pro-duction. Degree completion essay.

Referências

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* Recebido em: 11.01.2011. Aprovado em: 22.01.2011.

MARCELO TEIXEIRA SFREDOPontifícia Universidade Católica de Goiás.

KÁTIA BARBOSA MACÊDOPontifícia Universidade Católica de Goiás.