art.sy #5 | maio 2013
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bento galado | biana costa | danny fariadavid bastos | david mota | diego medeirosgabriela nunes | helder ferreira | isa mestre joana bernardo | leonor barahonamafalda neves | marta cascalheira | milita dorénuno mendes | raquel mouro | tiago rocha
Art.sy #05
maio 2013
gabriela nunes | natureza
4/5
A natureza a fazer das suas,
com as flores a enfeitar as ruas
em forma de coração
a sair de dentro da floreira
ali mesmo à nossa beira.
Enquanto alguém espera
a natureza opera
e de que maneira.
Não há nada como ela
com sua força invencível
tem tanto de bela
como de temível.
Mãe natureza
é tanta a tua beleza
que não se pode descrever.
biana costa | kangaroo
6/76/7
8/9
danny faria | ininterrupção
10/1110/11
helder ferreira | coisas que o vento leva
12/13
Quando apostas tudo o que tens na pessoa que pensas que tens
O mundo cai desmoronado pela dor que agora tens
Tudo aquilo que deste por alguém de quem gostavas
Desaparece sem se despedir e as tuas mãos ficam marcadas
Para sempre, pois um dia tudo será diferente
Aquilo com que sonhavas era puro inconsciente
O olhar que te observava era o que te amava por dentro
Mas nada previa que seria o azar a levá-lo com o vento.
As mãos que te tocavam eram as que te serviam de sustento
Quando mais ninguém te apoiava ou se mostrava atento
Era ela quem sorria, era ela quem ria
Companhia perfeita pra completar o dia-a-dia.
O seu olhar penetrante, preso na estante da tua face
Fixava-te na sua imagem pensasses no que pensasses
O tema de conversa variava e não se esgotava
O mundo á volta desaparecia pois mais nada importava.
A culpa não é de ninguém, ninguém podia prever
Pois só vale a pena amar se outro alguém corresponder
E se nada acontecer não esmoreças em vão
Pois não há nada que apague o que sentiu o coração.
Saudades da simpatia que te provocava apatia
Quando os cabelos dançavam e brilhavam por magia
A pulsação acelerava e a tua cara corava
Tavas louco e apaixonado, não te saía uma palavra.
Eu sei que a dor não pára, dia e noite vai corroendo
Por trás dum sorriso rasgado há um interior que está sofrendo
Mas não desistas agora, não largues esta oportunidade
Sem antes teres a certeza se ela te ama de verdade.
milita doré | paisagem exterior
14/15
milita doré | paisagem interior
16/17
18/1918/19
diego medeiros | sem título
20/21
22/23
leonor barahona | tempestade
24/25
26/27
28/29
30/31
david mota | sparkles of life
34/35
32/33
isa mestre | ad eternum
34/35
Queria que este poema fosse para ti.
Mesmo que não o ouvisses,
Mesmo que não pudesses lê-lo,
Mesmo que a escuridão e o medo te fizessem esquecer quem sou.
[Queria que este poema fosse para ti.]
Mesmo que as palavras estivessem gastas e que os gestos se cansassem de sorrir,
Mesmo que fizesse frio e a solidão te gelasse os sentidos.
[Queria que este poema fosse para ti.]
Mesmo que eu já não estivesse.
Mesmo que te escrevesse de qualquer outro lugar. Mesmo que te sorrisse. Mesmo
que te amasse sem nunca te ter podido amar.
38/39
36/37
nuno mendes | sem título
38/39
joana bernardo | sem título
42/43
40/41
joana bernardo | sem título
42/43
joana bernardo | sem título
44/4544/45
bento galado | red dead sun
46/4746/47
isa mestre | micro-narrativa
48/49
Um dia simplesmente cansou-se de fingir. não bateu com a porta, não disse
tudo o que sempre planeara dizer. olhou-o apenas e teve a certeza de que era
a última vez. então sentiu-se livre. não dele, mas da parte dela que nunca lhe
pertencera.
A distância dos que nos são próximos causa-nos tanta estranheza como a
proximidade dos que nos são distantes.
O Pedro resolveu suicidar-se enfiando a cabeço no forno. As altas temperaturas
não o mataram mas foram capazes de unir o seu rosto à pizza que ali se encontrava
a aquecer.
50/5150/51
O Pedro resolveu suicidar-se enfiando a cabeço no forno. As altas temperaturas
não o mataram mas foram capazes de unir o seu rosto à pizza que ali se encontrava
a aquecer.
52/53
Cansado de viver o Roberto ingeriu uma embalagem de veneno para ratos...o
resultado não foi o esperado.....
54/5554/55
mafalda neves | o circo dos quase suicidados
Após descobrir que o seu filho era homossexual o Senhor António dirigiu-se á
ponte mais próxima da sua casa e atirou-se….mas nem tudo correu como previa.
Há coisa de 1 ano que o Senhor António sobrevive graças aos pássaros que
consegue apanhar em pleno voo….
56/5756/57
marta cascalheira | a utopia dos sonhos
Sonhar é bom. Aliás, é ótimo. Todos nós temos o direito, e também o dever, de
sonhar. Quando falo em sonhos, não falo daqueles que temos quando dormimos,
falo sim, daqueles que são mais conscientes e moldáveis: aqueles que temos
de olhos bem abertos, enquanto estamos, por exemplo, a apreciar uma bela
paisagem. Há quem lhes chame «ambições», mas eu prefiro a palavra sonho,
porque, embora seja mais utópica, é mais florida; mais encantadora.
Quando somos mais novos, os nossos sonhos são simples e inocentes. Sonhamos
em ter o brinquedo que aparece no anúncio da televisão, em ter uma profissão
honrosa quando formos mais velhos ou, até mesmo, em fazer uma viagem à
DisneyLand Paris.
À medida que vamos crescendo, tudo se complica. Aos treze ou catorze anos,
temos uma fase pseudo-rebelde, isto é, sonhamos em ser estrelas de rock ou
de cinema. Queremos é ser populares; aos dezasseis, pensamos que já somos
maturos e que a fase da inocência já passou, mas é mentira. Somos inocentes e
ainda não sabemos nada da vida, por isso, é que sonhamos, e até acreditamos,
que aos vinte seis teremos um bom emprego, uma grande casa, um carro topo de
gama…ah, sem esquecer que estaremos casados e felizes com o nosso primeiro
amor e teremos uma catrefada de filhos.
Quando chegamos aos vinte percebemos que isso não vai acontecer e o
nosso único sonho é acabar a licenciatura e arranjar um emprego. A partir dos
trinta tudo muda, tornamo-nos saudosistas; pensamos em tudo aquilo que nos
escapou, por entre os dedos, enquanto sonhávamos com um futuro mirabolante;
pensamos em como tudo seria diferente caso tivéssemos lutado por aquilo que
realmente queríamos. O único sonho que temos é ganhar o euromilhões ou não
ter um emprego precário.
Aos quarenta deixamos de ser «egoístas» e o nosso grande sonho é, apenas,
ver os nossos filhos realizarem os seus próprios sonhos. A partir dos cinquenta,
vivemos um dia de cada vez e a palavra sonho quase que desaparece do nosso
vocabulário, transformando-se num único e simples desejo: queremos acordar
no outro dia de manhã e saber que todos aqueles que amamos ainda estão
fisicamente connosco.
Sim, sonhar é bom, mas precisamos muito mais que isso…precisamos de lutar! Só
assim, conseguiremos realizar os nossos sonhos e, se o fizermos, aos cinquenta,
oitenta ou cem anos, olharemos para trás e saberemos que fizemos tudo certo,
pois arriscamos e, mesmo errando muitas vezes, nunca desistimos. Aí sim, os
nossos sonhos deixam de ser uma utopia e passam a ser uma realidade.
58/59
david bastos | sem título
60/61
62/63
raquel mouro | sem título
64/65
tiago rocha | fernando e coltrane tomam café
66/67
Gabriela NunesPágs. 5
Joana BernardoPágs. 40 à 45
Helder FerreiraPágs. 13
David BastosPágs. 61
Biana CostaPágs. 7
Bento GaladoPágs. 46 e 47
Diego MedeirosPágs. 18 à 21
Raquel MouroPágs. 62 à 65
Danny FariaPágs. 8 à 11
Mafalda NevesPágs. 50 à 57
Leonor BarahonaPágs. 22/25
Tiago RochaPágs. 67
Isa MestrePágs. 35 à 49
Milita DoréPágs. 14 à 17
Marta CascalheiraPágs. 59
David MotaPágs. 26 à 33
Nuno MendesPágs. 36 à 39
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Edição #05
EditorJorge Mestre Simão
PaginaçãoJorge Mestre Simão
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