as cinco viagens

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AS CINCO VIAGENS Tal como foi necessário ao Aprendiz maçom discernir entre o vício e a virtude e, para isso teve que caminhar das trevas em direcção à Luz, também o Companheiro maçom tem que empreender cinco viagens de progresso, para no fim destas se encontrar apto a utilizar com eficácia as ferramentas do seu grau. Por outro lado, tal como o Aprendiz maçom, também o Companheiro maçom deve proceder do mundo concreto, ou do domínio da realidade objectiva (o Ocidente), ao mundo abstracto ou transcendente (o Oriente), o mundo dos Princípios e das Causas, atravessando para isso a região obscura da dúvida e do erro (o Norte), para voltar pela região iluminada pelos conhecimentos adquiridos (o Sul), constituindo cada viagem uma nova e diferente etapa de progresso e de realização. Nas cinco viagens que o novo Companheiro terá que fazer para atingir a plenitude dos conhecimentos do seu grau, realsa-se que nas primeiras quatro viagens, nas de número par (2 e 4) o iniciado leva consigo instrumentos passivos, enquanto que nas de número impar (1 e 3), o iniciado leva consigo instrumentos activos. A PRIMEIRA VIAGEM Na primeira viagem, o neófito leva consigo as duas ferramentas com que realizou o seu trabalho de Aprendiz, e com as quais o profissional que trabalha a pedra bruta a desbasta: o malhete e o cinzel. Com o malhete e a acção exercida pela força da gravidade, o Obreiro produz um efeito preciso e determinado na matéria, que na realidade é a desagregação da parte que excede a forma que se deseja, menos resistente que a massa metálica do malhete. Por consequência deste efeito de força e de precisão, o malhete, ou o malho, representa o Poder potencialmente destrutivo, se não for utilizado com extremo cuidado e muita inteligência. No campo da simbologia, comparativamente, se não houver controlo inteligente sobre o lado energético da natureza humana, este pode desenvolver-se de maneira exagerada e indevida, comprometendo seriamente a Obra de Construção Individual, ao mesmo tempo que se transforma num potencial perigo para a estabilidade do edifício social. Em comparação com o malhete, ou malho, a massa metálica do cinzel é limitada; porém, dada a sua têmpera, perfil e agudez de forma, faz com que quando cravado na matéria bruta, a corte, em vez de a quebrar em pedaços, como o faria por si só o malho. Todavia, apesar das suas qualidades intrinsecas, o cinzel sem a força do malho, ou malhete, seria ineficiente e incapaz de produzir por si só o resultado esperado. Pelo que na esfera intelectual, comparativamente, este instrumento comporta-se similarmente à natureza humana, que continuamente elabora planos e projectos, porém, se não tiver a energia intelectual indispensavel e a força de vontade do crer para a concretização da obra, nunca conseguirá pôr em prática os planos delineados na prancha de traçar, condenando-se à inércia. 1

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As Cinco Viagens

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AS CINCO VIAGENS

Tal como foi necessário ao Aprendiz maçom discernir entre o vício e a virtude e, para isso teve que caminhar das trevas em direcção à Luz, também o Companheiro maçom tem que empreender cinco viagens de progresso, para no fim destas se encontrar apto a utilizar com eficácia as ferramentas do seu grau. Por outro lado, tal como o Aprendiz maçom, também o Companheiro maçom deve proceder do mundo concreto, ou do domínio da realidade objectiva (o Ocidente), ao mundo abstracto ou transcendente (o Oriente), o mundo dos Princípios e das Causas, atravessando para isso a região obscura da dúvida e do erro (o Norte), para voltar pela região iluminada pelos conhecimentos adquiridos (o Sul), constituindo cada viagem uma nova e diferente etapa de progresso e de realização. Nas cinco viagens que o novo Companheiro terá que fazer para atingir a plenitude dos conhecimentos do seu grau, realsa-se que nas primeiras quatro viagens, nas de número par (2 e 4) o iniciado leva consigo instrumentos passivos, enquanto que nas de número impar (1 e 3), o iniciado leva consigo instrumentos activos.

A PRIMEIRA VIAGEM

Na primeira viagem, o neófito leva consigo as duas ferramentas com que realizou o seu trabalho de Aprendiz, e com as quais o profissional que trabalha a pedra bruta a desbasta: o malhete e o cinzel. Com o malhete e a acção exercida pela força da gravidade, o Obreiro produz um efeito preciso e determinado na matéria, que na realidade é a desagregação da parte que excede a forma que se deseja, menos resistente que a massa metálica do malhete. Por consequência deste efeito de força e de precisão, o malhete, ou o malho, representa o Poder potencialmente destrutivo, se não for utilizado com extremo cuidado e muita inteligência. No campo da simbologia, comparativamente, se não houver controlo inteligente sobre o lado energético da natureza humana, este pode desenvolver-se de maneira exagerada e indevida, comprometendo seriamente a Obra de Construção Individual, ao mesmo tempo que se transforma num potencial perigo para a estabilidade do edifício social.

Em comparação com o malhete, ou malho, a massa metálica do cinzel é limitada; porém, dada a sua têmpera, perfil e agudez de forma, faz com que quando cravado na matéria bruta, a corte, em vez de a quebrar em pedaços, como o faria por si só o malho. Todavia, apesar das suas qualidades intrinsecas, o cinzel sem a força do malho, ou malhete, seria ineficiente e incapaz de produzir por si só o resultado esperado. Pelo que na esfera intelectual, comparativamente, este instrumento comporta-se similarmente à natureza humana, que continuamente elabora planos e projectos, porém, se não tiver a energia intelectual indispensavel e a força de vontade do crer para a concretização da obra, nunca conseguirá pôr em prática os planos delineados na prancha de traçar, condenando-se à inércia.

Em suma, na primeira viagem o Companheiro maçom aprendeu que com o uso combinado das duas ferramentas, ou seja, com o uso harmónico da vontade impulsiva e da determinação inteligente, aplicadas no carácter, ou seja, na pedra bruta da personalidade profana, obterá uma pedra lavrada, apta a ser integrada na alvenaria do seu Templo Interno. Pelo que a capacidade do uso harmónico, reflectido e discernido, faz com que estas duas faculdades gémeas, conduzam o Companheiro maçom ao Poder da sua vontade.

A SEGUNDA VIAGEM

Os instrumentos que o novo Companheiro maçom transporta para a sua segunda viagem, são de uma natureza inteiramente diferente dos com que executou o seu trabalho de Aprendiz.

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Pois, se as duas primeiras ferramentas eram pesadas e destinavam-se a um trabalho material, já a régua e o compasso, instrumentos destinados à segunda viagem, são leves e de precisão, que para além de se destinarem a verificar e a dirigir o trabalho executado com as anteriores ferramentas, têm ainda o objectivo puramente intelectual. Na medida que a régua e o compasso não são simplesmente dois instrumentos de medida, são mais do que isso, dado que são instrumentos criativos e cognitivos, pois através deles, podemos construir quase todas as figuras geométricas, começando pelas duas figuras geométricas elementares, que são a linha recta e o círculo. Aliás, figuras de grande significado construtivo para o maçom, uma vez que no domínio da moral e da intelectualidade, a linha recta, que é traçada com o auxilio da régua, significa para este a direcção rectilínea de todos os seus esforços e actividades, na qual se inspira em todos os seus propósitos e aspirações, dado que é dever de todo e qualquer maçom, nunca se desviar em seu progresso ns senda da exactidão e da inflexão da linha recta, pela qual constantemente se orienta na procura sistemática do caminho mais justo e mais sábio, aquele que lhe permite ser fiel aos Princípios a que se propôs seguir e, que na tábua de traçar são representados por pontos, onde com o auxilio da régua se traça a linha recta do caminho a prosseguir.

Quanto ao círculo, este mostra-nos e define-nos o alcance do raio das nossas actuais possibilidades, ou seja, mostra-nos o nosso campo de acção, dentro do qual devemos actuar, sempre orientados sabiamente pela linha recta, que passa constantemente pelo seu centro. Assim, com estes dois instrumentos, o Companheiro maçom aprende a uniformizar constantemente a sua conduta, sempre pautada pelo padrão mais nobre e mais elevado, dentro das possibilidades que são apresentadas no seu raio de acção. Por outras palavras, a união do círculo com a recta, representa a harmonia e o equilíbrio que devemos aprender a ter, para que de entre as infinitas possibilidades do nosso ser e a realidade das condições finitas na qual nos encontramos, alcancemos a perfeita e progressiva manifestação do Ideal material.

A TERCEIRA VIAGEM

Na terceira viagem, o Companheiro maçom conserva a régua na sua mão esquerda e, substitui o compasso pela alavanca, o quinto instrumento da sua caminhada de afirmação para o grau de Companheiro maçom, o qual podemos caracterizá-lo como sendo análogo ao compasso, uma vez que este novo instrumento também baseia a sua acção sobre dois pontos, onde sobre os quais aplica a potência e a resistência, com o auxilio de um terceiro ponto que lhe serve de ponto de apoio. Pelo que em comparação com o instrumento precedente, a alavanca tem uma função eminentemente activa, já que com seu auxilio, podemos mover e levantar objectos mais pesados. Pelo que simbolicamente a alavanca representa para o maçom, o desenvolvimento da sua inteligência e da sua compreensão, a qual regula e domina em qualquer momento a inércia da matéria e a gravidade dos instintos humanos, levantando-os e movendo-os se for preciso, para que ocupem o lugar que lhes está destinado na Construção do seu Templo Interno.

Por outro lado, para que a realização da movimentação de materiais pesados seja possivel, são necessárias duas mãos para que o esforço seja mais efectivo, pelo que estas representam para o maçom as duas faculdades (activa e passiva) da vontade e do pensamento humano.

Num ponto de vista maçónico mais genérico, podemos considerar a alavanca, como o símbolo da Inteligência humana, cujo ponto de apoio natural é o corpo físico, sobre o qual actua, na medida eficiente do seu desenvolvimento, para que este produza todas as acções necessária à Vida, sendo a Força do querer, a potência que sobre esta é aplicada e, a Vontade, a expressão do potencial espiritual do Ser, manancial imanente de toda actividade, cuja natureza particular

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a inteligência determina e domina.

Em face desta analogia, o pensamento sem a vontade, e a vontade sem o pensamento seriam igualmente incapazes de gerar a Força Infinita da Fé, que para ser efectiva deve ser iluminada por um Ideal, e dirigida pelo motivo mais elevado, mais nobre e mais desinteressado, que a cada um seja dado alcançar.

Em suma, o Companheiro maçom nunca deve separar-se da régua com que entrou pela primeira vez na segunda Câmara, uma vez que esta simboliza a direção do seu caminho, sem a qual nunca poderia fazer uma obra definida e efectivamente construtora. Simbolicamente, sem este instrumento, a nossa vida tornar-se-ia num caos (como seria um Universo sem Leis). Quanto ao novo instrumento, a alavanca, o Companheiro maçom aplica-o nos seus esforços, por meio do qual realiza o que de outra maneira lhe seria impossível realizar, dado que a alavanca permite multiplicar as suas forças em proporção directa com as suas necessidades.

A QUARTA VIAGEM

Na quarta Viagem, o iniciado continua a segurar na régua com a sua mão esquerda, acompanhada desta vez com o esquadro, que é o sexto e último instrumento da sua caminhada para a afirmação do grau de Companheiro maçom, cujo o uso correcto e eficiente deve aprender, para poder continuar a caminhar em direcção ao Magistério da sua própria arte.

Assim, através da união coordenada da régua com o esquadro, o Companheiro maçom passou a ter a capacidade para dar um passo em direcção a um objectivo definido. Pelo que a régua com a acção do esquadro representa a necessária rectificação de todos os seus propósitos e determinações, segundo o critério e Ideal que o inspira e, de acordo com as acções a que se proponha efectivar.

Particularmente, o esquadro unido com a régua, ensina ao maçom, que o fim nunca justifica os meios, só se pode obter um resultado satisfatório, quando os que se empenham estejam em harmonia com a finalidade, que unidos se propõem a alcançar. Pelo que por exemplo, é um erro crermos que podemos obter a paz por meio da guerra, dado que a guerra se apoia em pensamentos de ódio, inimizade e violência, enquanto que para alcançarmos a paz, necessitamos sobre tudo de amizade, simpatia, compreensão e cooperação.

A QUINTA VIAGEM

Na quinta viagem, o Companheiro maçom procura o Génio Individual, no qual se reflecte a verdadeira capacidade do artista. Pelo que é uma caminhada diferente das precedentes, começando, por não ser necessário o auxilio de qualquer instrumento para a efectivar, como ainda caminha numa direcção oposta áquela que seguiu até agora: para trás e sob a ameaça de uma espada posta sobre o seu peito.

O que leva a interrogar-mo-nos: o que significa esta troca completa de direcção e de actividade? Por que razão abandonou o Companheiro a régua simbólica com a qual fez a sua entrada na segunda Câmara? Na verdade, esta caminhada simboliza uma nova etapa de progresso, que se cumpre de uma maneira misteriosa, em total oposição às Leis e às regras que foram seguidas até aqui. Todavia, a maneira misteriosa como se cumpre esta última viagem, tem muitos sentidos e encerra uma profunda doutrina, intimamente relacionada com o número cinco, o que a torna muito peculiar no grau de Companheiro. Pois, o facto desta

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viagem se fazer sem nenhum instrumento, já por si só a torna misteriosa e inigmática. Nas quatro viagens precedentes, o Companheiro maçom aprendeu o manejo eficaz dos seis instrumentos fundamentais da construção, a saber, o malhete ou malho, o cinzel, a régua, o compasso, a alavanca, e o esquadro que correspondem às seis principais faculdades, pelo que agora o Companheiro maçom tem que procurar a sua sétima faculdade central, que corresponde à letra G (a sétima letra do alfabeto latino), cujo o perfeito conhecimento desta o conduzirá ao Magistério da sua arte. Por outras palavras, esta nova faculdade representa o novo campo de estudo e de actividade que se abre ao artista experimentado no uso dos diferentes instrumentos, para expressar uma fase superior das suas habilidades, e ao iniciado, uma vez que já dominou a sua natureza inferior e se adestrou no uso de suas diferentes faculdades, com a aquisição de novos poderes multiplicará os seus talentos.

Portanto, esta última viagem representa um novo género de trabalho, em que o Companheiro maçom deve aprimorar-se, e para o qual todos os instrumentos que foram empregues até agora, ainda mesmo que a régua, são supérfluos, dado que se trata de uma actividade puramente espiritual, onde somente a meditação conduz à contemplação da Realidade. Por outro lado, o abandono da régua representa o estado de completa liberdade que se consegue ao dominarmos os sentidos e as paixões inferiores, pois abre-se para o individuo a percepção daquela Luz Interior (simbolizada na Estrela Flamejante) que habita no coração onde todos os actos e pensamentos são filtrados, pelo que toda a regra externa se torna inutil perante a voz surda, que se faz ouvir dentro do nosso próprio coração.

Em face deste simbolismo, depois do Companheiro maçom ter realizado as quatro primeiras viagens, segundo o movimento aparente do sol, realiza a última viagem inversamente, segundo o movimento real da Terra, ingressando definitivamente no campo da realidade, deixando assim de ser escravo da aparência externa.

Assim, depois do iniciado ter completado a quinta viagem, passou a estar apto a utilizar os instrumentos de construção para lavrar a pedra necessária ao seu Templo Interno, não necessariamente a pedra cúbica, ou seja a individualidade desenvolvida em todas as suas faces, visto que uma pedra deste género constitui a exceção, e seria por isso condenada ao isolamento por não poder aproveitar-se na união com as demais. O que o propósito construtor da Maçonaria necessita, é de uma pedra em perfeita esquadria, desde que tenha a proporção e o paralelismo, entre os seus diferentes lados, respectivamente verticais e horizontais, para que possam utilmente aproveitar-se e ser colocada no lugar que lhe corresponde, com a ajuda do nível e do prumo. Todavia, os maçons não devem procurar a uniformidade absoluta das idéias e convicções, pela qual se converteriam noutros tantos ladrilhos, que se bem que sejam úteis na construção, e se utilizam nas construções correntes, já o não seriam de grande utilidade para um edifício grandioso e imponente, como é aquele que nos propomos simbolicamente levantar, com os nossos esforços unidos, para a Glória do Grande Arquitecto do Universo cuja perfeição e beleza, dependem igualmente da inteligente variedade dos materiais que se empregam, assim como da sábia coordenação e combinação dos mesmos, que de acordo com um Plano Magistral, haverá lugar para pedras nas formas e dimensões mais complexas e variadas.

Por conseguinte, devemos desenvolver e trabalhar a pedra da nossa personalidade na forma que melhor se adapte e segundo a sua particular natureza, para ocupar o lugar mais apropriado no Edifício da Humanidade e da Criação, e expressando nela, como melhor podemos, aquela parte que nos é dado fazer patente do Génio Sublime do Artífice, do qual somos outras tantas manifestações.

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Três Novos Simbolos Maçónicos

Meu querido Irmão, hoje tiveste o conhecimento de mais três novos símbolos maçónicos, são eles: a Estrela Flamejante, a letra “G”, e a Pedra Cúbica.

Quanto à Estrela Flamejante, também conhecida como pentagrama, posso informar-te: que os primeiros maçons aceites, de todo o século XVII e de metade do século XVIII, assim como os antigos maçons operativos, não conheciam o pentagrama como símbolo maçónico, já que os símbolos maçónicos tradicionais são representados por objectos ligados à arte da construção e, utilizados na Maçonaria Operativa, donde a Maçonaria especulativa deriva. Aliás, a Estrela Flamejante não é um puro símbolo maçónico, dado que tem a sua origem na magia e, desde os mais remotos tempos a ela está ligado. Só em meados do século XVIII, na França, a Estrela Flamejante foi introduzida na Maçonaria, pelo barão de Tschoudy, segundo alguns textos maçónicos, também conhecido por ter estado ligado ao ocultismo. E, por este facto, o cuidado especial que se deve ter na sua colocação, uma vez que sendo a Maçonaria uma Arte Real e uma obra de luz, a Estrela Flamejante, em forma Pentagonal, logicamente, tem a sua única ponta voltada para cima, onde nela se inscreve a figura humana, cujo significado representa os atributos da alta espiritualidade humana. Por outro lado, a posição invertida, inscrevem-se nas suas cinco pontas, um homem de cabeça para baixo, ou a cabeça de um bode, cuja representação, em ambos os casos, são os atributos da animalidade e da materialidade.

A Estrela Pentagonal, também designada por Pentalfa, palavra formada por penta (cinco) e alfa, a primeira letra do alfabeto grego e letra inicial dos vocábulos gregos utilizado para designar: ver, ouvir, meditar, bem agir e calar (ATREO, AISTO, ADALESQUE, AGATOPOEIRO, ABAQUIDZI) e, cujo símbolo é a Estrela Flamejante, que representa as cinco virtudes que devem ornar o Companheiro Maçom, o qual deve ser amável, benéfico, incorruptível, casto e severo (AGANETOS, AGELASOS, AGATHOERGOS, ADIAFITHORTOS, AGNOS). Aliás, qualidades que faz com que a Estrela Flamejante seja também o simbolo da chama interior que habita no coração do maçom, a voz interior que lhe filtra todas as acções e pensamentos e que por consequência desta acção os transforma em deuses em potência e em acção.

Quanto à letra “G”, sabemos que surgiu no alfabeto latino na segunda metade do século V e, na sua origem, é visivelmente uma simples modificação do “C”, que no latim, podemos encontrar empregue indiferentemente, como em Caius ou Gaius, Cnoeus ou Gnoeus, significando assim para a antiga Roma, o mesmo valor fonético do C. Quanto ao significado da letra “G” para a Maçonaria, tem sido um tema muito discutido, já que alguns autores maçónicos são unânimes em afirmar que a letra “G” é um enigma maçónico, que admite diversas interpretações e comentários, alguns deles fantasiosos, mas que na verdade este simbolo constitui um verdadeiro mistério que nem os mais cultos e sábios Maçons conseguem decifrá-lo. Todavia, vou tentar desvendar qual é o seu provável significado para os Maçons: ora sabemos que a letra G, é a sétima letra do alfabeto latino, posição que por si só lhe confere vários significados. Contudo, em termos puramente maçónicos, por ser a inicial das seguintes palavras, cujo significado é considerado de grande importância para os Maçons, a letra “G” passou a ser um dos seus principais simbolos:

Gravitação: Que é a força primordial que rege o movimento e o equilíbrio da matéria;

Geometria ou a Quinta Ciência: Que é o fundamento da ciência positiva e, que simboliza a ciência dos cálculos, aplicada à extensão, à divisão de terras;

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Geração: que simboliza a vida, por perpetuar a série dos seres. Deste modo significa a Força Criadora que se encontra no centro de todo ser e de todas as coisas;

Génio: que é a inteligência humana a brilhar com o seu mais vivo fulgor;Gnose: que é o mais amplo conhecimento da moral, o impulso que leva o homem a aprender sempre mais e, que é o principal factor do progresso;

Glória: a Deus;

Grandeza: do homem, a maior e mais perfeita Obra da Criação;

Gomel: Uma palavra hebraica que exprime os deveres do homem para com Deus e para com os seus semelhantes.

Muitas outras palavras iniciadas por “G” poderiam ser encontradas.

Por outro lado, no centro da Estrela Flamejante, podemos ver a letra “G”, e neste caso em particular, o melhor significado para a letra “G” seria a “Gnose”, ou seja, o CONHECIMENTO, porque God, Gud, Geração, Gravitação, Geometria, Génio, Glória, Grandeza, etc.., começam realmente por G, mas apenas em certas línguas, pois em muitas outras poderá não corresponder ao mesmo significado que se atribui, como é por exemplo o caso: do “G” ser em países anglo-saxões a primeira letra do nome de Deus como: Gott, na Alemanha; God, na Inglaterra e Holanda; Gud, nos países escandinavos e Gad na Síria e na Pérsia ser Goda e, em Portugal, como nos países latinos Deus, começa pela letra “D”. Já os gnósticos (conhecedores ou clarividentes) possuidores da Gnose ou verdadeira ciência têm a mesma inicial em qualquer parte do mundo.

Todavia, apesar desta universalidade, por ser Maçom e português a letra “G” que é colocada no centro da Estrela Flamejante, tem o significado de GLÓRIA, GRANDEZA e GEOMETRIA, Glória, para Deus; Grandeza, para o Venerável e Geometria para os outros irmãos.

Quanto à Pedra Cúbica, esta simboliza a obra prima final que todo o Maçom deve procurar realizar. Ao contrário da Pedra Bruta, esta simboliza a perfeição, dado ser a pedra cujo Compasso e Esquadro demostraram estar perfeitamente talhada, quer em linhas, como em ângulos rectos, conforme as exigências construtivas do nosso Templo Interno, o qual exige que tenham superfícies polidas e arestas bem definidas.

Na verdade, uma pedra assim lavrada, representa o homem instruido e perfeito, que após ter desbastado os seus próprios defeitos, corrigido os seus desvios, dominou as paixões e abandonou os maus preconceitos tornando-se no homem perfeito, modelo da humanidade.

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A SEGUNDA VIAGEM: AS CINCO ORDENS DA ARQUITETURA

A segunda viagem é dedicada à arte da ARQUITETURA, base simbólica da Maçonaria pois, além de considerar a arte de construir, como princípio operativo, considera um conjunto arquitetônico a formação da personalidade humana, incluindo o seu caráter, aspecto moral, intelectual e, essencialmente, o espiritual.

Qualquer “obra” ou “construção” maçônica deve orientar-se pelas regras Arquitetônicas e, sobretudo, suas obras devem ser bem projetadas, fortes, perfeitas no terreno das Colunas, três ordens, originais ou primitivas e que foram batizadas com o nome dos locais gregos de origem:Dóricas, Jônicas e coríntias.

Posteriormente, na Itália, os Pedreiros Livres da Idade Media inventaram duas ordens secundárias: Toscana e compósita.

A Arquitetura moderna aumentou em mais sete ordens, as terciárias: Ática, ou quadrada: Salomônica; Gótica; Rostrada; Abalaustrada; Embebida; e Solta ou Isolada.

A decoração dos Templos Maçônicos emprega quase que exclusivamente as cinco primeiras ordens de Colunas.

Cada degrau que sobe o Companheiro encontra-se adornado com uma das cinco Colunas, nos degraus estão escritas as iniciais e denominações, a saber: D: Dórica, “Debex”, Que significa União.J: Jônica, “Jophi”, Que significa Beleza.C: Coríntia, “Cheved”, Que significa Grandeza.T: Toscana, “Thokath”, Que significa Força.C: Compósita, “Chilliah”, Que significa Perfeição.

As Colunas também representam os cinco ramos ou temas de estudo a que se dedica o Companheiro: Inteligência, Retidão, Valor, Prudência e Filantropia. Inteligência, faculdade inata do homem, que o faz discernir, entender, aprender, perceber, compreender, descobrir, etc....

Retidão, aplica-se ao homem reto e justo, aquele que conhece os seus deveres e obrigações, que trabalha com conhecimento exato e justificando seus atos através dos seus mais puros raciocínios.

Valor, é qualidade moral, que eleva o homem e o impele às obras arriscadas sem temer os perigos, usando porém de prudência para não cair em sacrifício extremo.Prudência, uma das quatro virtudes cardeais e que consiste na arte de saber distinguir as boas das más ações, aplicando conscientemente a temperança, a cordialidade e critério; a sensatez, o juízo moderado e a tolerância.

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Filantropia, acentuado amor à humanidade, o desejo de executar boas obras sem esperar qualquer recompensa; Socorrendo o necessitado com verdadeira Caridade, sem humilhação e sobretudo em vanglória.

Portanto, como vimos, a Maçonaria tem as suas bases para os seus ensinamentos simbólicos, na Arquitetura material, moral, física, social, intelectual e espiritual.

Como Material, usa a gama infinita dos símbolos fornecidos pela Geometria, Aritmética e Trigonometria.

Como Moral, uma técnica de Vida, para uma formação perfeita da personalidade como indivíduo e como chefe de família.

Como Física, a estrutura do corpo humano, na aparência de um indivíduo equilibrado em temperança e educador, “mens sana in corpore sano”.

Como intelectual, a investigação sobra tudo, mormente a Natureza e o próprio Universo.

Como Social, o interesse na construção da Sociedade, da qual é membro.Como Espiritual, a aproximação ao seu Criador, o seu Grande Arquiteto, a sua espiritualização.

A arquitetura fornece a linguagem maçônica e a instrução simbólica, pois dentro dos seus emblemas, símbolos e alegorias, o Companheiro encontrará os “meios” para a sua evolução, ou seja, a possibilidade de transpor, em sua jornada, o caminho que o conduzirá ao mestrado.

1a. VIAGEM2a. VIAGEM 3a. VIAGEM4a. VIAGEM5a. VIAGEM

BIBLIOGRAFIA:CAMINO, Rizzardo – Simbolismo do Segundo GrauBOTELHO, Heitor – O companheiro Maçom – O Vigilante e seu Pupilo.FONSECA, Gilson – Trabalho de Exaltação.AFONSO, B. Germano – Arqueoastronomia Brasileira.Ir Jerônimo F. de Lucena

Marcadores: Trabalho no Grau de Companheiro

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A TERCEIRA VIAGEM: ARTES LIBERAIS

A terceira viagem é dedicada às Artes Liberais, concebidas, na época do surgimento do Rito Escocês Antigo e Aceito, a saber: A Gramática, a Retórica, a Lógica, a Música e Astronomia.

Evidentemente, hoje teríamos uma gama bem diferente a considerar, pois a evolução da tecnologia ensejou o surgimento de novas profissões, jamais imaginadas na época em que surgiu o rito.

Seguindo, porém, a tradição, e para enfatizar o instrumento que o candidato recebe ao encetar a sua terceira Viagem, a Alavanca, nos restringiremos às Artes Liberais antigas.

A Alavanca que materialmente é utilizada para erguer pesos, simboliza a força da Inteligência, subjugada pela Vontade do Homem; o símbolo do imenso poder adquirido pela aplicação das fórmulas e princípios das Ciências; o poder e a força física individual que o homem, sozinho, não poderia conseguir.

GRAMÁTICA

A arte de falar e escrever corretamente; no mundo moderno, quando há necessidade, para a sobrevivência, de emprestar vital importância à comunicação, o homem necessita saber esgrimir com facilidade a palavra e a pena.

Se o Aprendiz passa seu período em silêncio, ouvindo a palavra dos Mestres, estes, evidentemente, devem existir em número suficiente para a formação dos Companheiros; por sua vez, o Companheiro, “ensaia” os primeiros passos nesta Terceira Viagem, para iniciar o seu “vôo” em direção à Comunicação; estará experimentando, no uso e na prática, as regras que lhe foram ensinadas.

RETÓRICA

É arte paralela à Gramática, pois é um conjunto de regras da Oratória, para conseguir que o discurso seja persuasivo, eloqüente, elegante e comunicativo.

A Maçonaria tem peculiar interesse, não no gênio, mas naquele que necessita de cuidados e auxílios para o seu desenvolvimento e evolução. Dentro das lojas, que são “oficinas” de retórica, todos, indistintamente, sendo humildes, aprendem a falar em publico e expressar-se com acerto.

Hoje, são tantos os bons oradores, que não se destacam, apenas alguns, pois o saber falar convincentemente tornou se uma arte mais do que necessária neste mundo onde a comunicação é fator vital.

LÓGICA

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O raciocínio tem ligações íntimas com a meditação; no entanto, a solução ou o resultado deverá ter base na Lógica, que os antigos maçons consideravam Arte e hoje é exclusivamente ciência. A lógica sustenta as leis da filosofia e ensina o Companheiro a ser reto, justo, leal, compreensivo e tolerante.

É a lógica, que juntamente com a gramática e a retórica, dão uma formação e um sentido natural à personalidade do Companheiro. Essa vivência ou ensaio da vida encontra algo maior que a própria lógica, que o próprio raciocínio: O Grande Arquiteto do Universo. Na terceira viagem, o Companheiro tem nas mãos a régua de 24 polegadas e a Alavanca; já sabemos o significado destes dois instrumentos simbólicos; a Régua é o traçado para um caminho reto e sem empecilhos, porque a alavanca os remove, afastando-os e não destruindo, porém não mais constitui empecilho para a jornada.

MÚSICA

A música tem a sua definição convencional, por exemplo: “A Arte de produzir e de combinar os sons de um modo tão agradável ao ouvido, que as suas modulações comovam a alma”.

O valor do som não está na melodia nem no ritmo. O valor do som é o reflexo que ele produz. Nas lojas maçônicas atuais, a Música é apresentada por meio de CDs ou fitas, sendo selecionada com total preferência para as peças tradicionais clássicas. Não há uma prévia programação; não faz parte da “plataforma” de um Venerável Mestre, quando inicia seu mandato.

Fica à mercê, quase sempre de modo improvisado, de dois fatores: os CDs ou fitas existentes e o gosto do Mestre de Harmonia.

Raríssimas lojas conservam o órgão e se, algumas, ainda, o possuem, lhes falta o organista.

O som dentro de uma loja, entregue sob a responsabilidade do “Mestre de Harmonia”, não significa parcela muito importante, mas o “som”, enquanto se forma a “Cadeia de União”, adquire importância relevante, total e indispensável.

O venerável Mestre deve conscientizar os Membros do Quadro sobre o efeito do “som” na meditação.

É a música de Rick Wakeman, um jovem inglês, filho do conhecido pianista inglês Cyril Wakeman, e que tomou em suas mãos temas como Viagem ao Centro da Terra, o Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda, as Esposas do Henrique VII, e muitas outras e lhes deu um movimento musical de tal monta, que revolucionou tudo e encantou a todos. Há muito de maçônico na obra de Rick Wakeman, não por ele, jovem demais, mas quiçá por seu pai.

É esta a arte que se espera refloresça para o deleite da humanidade e que se espera que a

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Maçonaria, mormente os Companheiros, lhe dêem maior atenção.

ASTRONOMIA

As lojas possuem entre os seus símbolos muitos astros: O sol, várias estrelas, enfim, a própria Abóbada Celeste, sem contudo deter-se no estudo desta ciência. O Rito Escocês Antigo e Aceito não se preocupa com dois aspectos: os Mares e Oceanos, e o Espaço.

Entre os antigos sábios e astrônomos, encontramos excelsos maçons; as suas descobertas foram fruto de observação, usando instrumentos primários. Hoje, evidentemente, na era espacial, a Astronomia assume foros de ciência especializada.

Não confundamos Astronomia com Astrologia; a primeira, uma ciência; a segunda, quiçá, apenas uma arte.

Estudar os astros para observar o destino de uma pessoa, organizando um “horóscopo”, tem sido prática antiqüíssima, onde não se consegue vislumbrar a fronteira entre a realidade e a mistificação. Esta “arte” astrológica tem penetrado nos Templos maçônicos causando certas confusões, por isto a advertência para que não haja confusão alguma entre Astrologia e Astronomia.

A evolução tecnológica da era espacial, porém, não conseguiu penetrar nas lojas Maçônicas; estas “estacionaram” nos conceitos da Astronomia dos séculos passados, usando-os simplesmente como referências para explicar o significado de certos símbolos.

Há, portanto, muito, ainda, para estudar, analisar, e pôr em prática; o trabalho do Companheiro apresenta-se árduo, sempre mais, a cada ano que passa; se isto assim permanecer, o futuro Companheiro do terceiro milênio ainda “balbuciará” definições primárias.

“Constelação de Ofiúco” = 13° signo do horóscopo, sendo que o horóscopo tradicional idealizado a 134 aC pelo astrônomo Grego Hiparcos, está totalmente fora do calendário real....e a maioria estão com defasagens em função de que o eixo de rotação terrestre fechar o ciclo a cada 26.000anos. Ofiúco é para os nascidos (29/11 à 16/12) entre escorpião e o sagitário. 1a. VIAGEM2a. VIAGEM3a. VIAGEM 4a. VIAGEM5a. VIAGEM

BIBLIOGRAFIA:CAMINO, Rizzardo – Simbolismo do Segundo Grau

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BOTELHO, Heitor – O companheiro Maçom – O Vigilante e seu Pupilo.FONSECA, Gilson – Trabalho de Exaltação.AFONSO, B. Germano – Arqueoastronomia Brasileira.Ir Jerônimo F. de Lucena

A QUARTA VIAGEM

É essencialmente filosófica e em homenagem a todos os filósofos, destaca a figura de quatro filósofos antigos: Sólon, Sócrates, Licurgo e Pitágoras.

Por fim, encerra o pensamento com momentos de meditação em torno da sigla INRI.

SÓLON

Um dos primeiros legislador de Atenas considerado um dos sete sábios da Grécia.Nasceu em Salamina em 640 e morreu em 558 a.C. Elevou o espírito nacional dos atenienses; diminuiu os impostos dos cidadãos pobres e restabeleceu a harmonia da cidade, dando-lhe uma constituição mais democrática. Dividiu os cidadãos em classes, fundadas não no nascimento, mas na fortuna e concedeu a todos uma parte no governo da cidade.

Poeta emérito, cuja obra perdeu-se, conservando-se apenas fragmentos de sua poesia, duma grande beleza. O seu nome passou a ser sinônimo de sábio e legislador.

SÓCRATES

Nasceu Sócrates em 470 a.C., em Atenas, filho de Sofrônico, um escultor, e de Fenáreta.

Ingressou na política, tornando-se funcionário público e magistrado, mantendo-se porém rígido em seu modo de pensar;

O seu modo rígido de vida criou-lhe inimizades e descontentamento geral, hostilidade popular. Foi condenado à pena capital; deram-lhe de beber cicuta, uma infusão de ervas venenosas. A característica de sua filosofia é a introspecção e exprime-se no célebre lema:”conhece-te a ti mesmo”, isto é , “torna-te consciente de tua ignorância”.,como sendo o ápice da sabedoria, que é o desejo da ciência mediante a virtude. Toda filosofia de Sócrates volta-se para o mundo humano, espiritual, com finalidades práticas e morais.

Virtude é inteligência, razão, ciência, não sentimento, rotina, costume, tradição, lei positiva, opinião comum.

Nas lições maçônicas, os conceitos socráticos são repetidos ainda hoje, pois o itinerário

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traçado por Sócrates, é diuturnamente percorrido pelos maçons que não esgotaram a ciência da moral.

A filosofia socrática constitui uma das pedras angulares do grande Edifício da filosofia maçônica.

LICURGO

Filho de Eunomo, rei de Esparta, nasceu no ano de 898 a.C. e foi legislador da Lacedemônia. Morto seu irmão Polidecto, no ano 868 a.C. foi proclamado rei por faltar descendência a Polidecto, eis que se ignorava se a rainha viúva estaria ou não grávida.

A primeira proclamação de Licurgo foi que se a rainha desse luz a um sucessor da coroa de seu irmão, ele seria o primeiro a reconhecê-lo, jurando que então reinaria apenas como tutor do futuro príncipe. A rainha, contudo, propôs a Licurgo que se casaria com ele e evitaria o nascimento do filho, proposta que Licurgo repeliu e, quando nasceu o herdeiro, o tomou nos braços e apresentou ao povo e aos magistrados dizendo: “Este é o rei que nos nasceu.”

Licurgo não só foi o excelso legislador, como também filósofo profundo e ilustrado reformador, pois sua legislação era um sistema perfeito de moral e política.

Este sábio legislador foi o primeiro que conheceu a força e a fraqueza do homem e soube conciliar a lei com os deveres e necessidades do cidadão.

Licurgo é evocado nesta quarta viagem, justamente, como grande legislador, numa demonstração que a Maçonaria encontra um dos seus motivos de existir, no aperfeiçoamento das leis, sejam as de sua própria Instituição, sejam de todos os países onde exerce a sua benéfica influência.

Licurgo preconizou e pôs em prática a sua moral filosófica de que os interesses dos cidadãos se encontram, sempre confundidos com o interesse do Estado, pois este não é apenas uma administração, mas sim, a chefia da grande família. O Companheiro, desde cedo, deve preocupar-se com o aperfeiçoamento das leis e fazê-las respeitada.

Licurgo conseguiu o respeito à sua legislação através de juramentos solenes; os iniciados dentro da Maçonaria juram solenemente respeitar as leis do país onde vivem.

PITÁGORAS

Pitágoras, fundador da Escola Pitagórica, nasceu em Samos pelos anos 571 a.C.Pitágoras aspirava fazer com que a educação ética da escola se ampliasse e se tornasse reforma política.

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Os ensinamentos de Pitágoras abrangiam a filosofia das escolas por onde passara: a elevação, o espírito místico e simbólico dos orientais, o caráter, ao mesmo tempo belo e positivo que distinguia os gregos. Apesar da escassez dos meios de observação, os pitagóricos fizeram notáveis descobrimentos no terreno da Astronomia; para exemplificar, bastaria citar a descoberta que Pitágoras fez a respeito do duplo movimento da Terra, doutrina a que deu publicidade e entregou ao seu discípulo Filolau.

Os discípulos de Pitágoras não se dedicavam somente à Astronomia e Matemática; aplicavam-se ao estudo da organização social e política. Deve-se a Pitágoras a origem do vocábulo “Filosofia”.

Os gregos chamavam à sabedoria de “Sofia” e aos seu sábios de “sofos”. Pitágoras achou muito elevado denominar-se de “Sofos”, e preferiu ser chamado de “amante da sabedoria”;

Pitágoras foi o Mestre-Maçom por excelência, a base filosófica do Rito Escocês Antigo e aceito, o fundamento inalterável de todo conhecimento atual, por maior que tenha sido, neste campo, a evolução.

Na matemática e Geometria, ciências e artes existentes em todos os símbolos maçônicos, a presença de Pitágoras é a Constante daqueles que se dedicam à meditação e que colocam a razão na posição elevada, dentro do complexo que se chama mente do homem.

I.N.R.I.

São as iniciais misteriosas que encerram o “segredo” da palavra sagrada dos Cavaleiros Rosa Cruzes, palavra que não se pronuncia; serve para inquirir, através de um questionário, o verdadeiro Rosa Cruz que, assim, sabe encontrar por duas vezes a palavra sagrada que solicita. Estas quatro letras, em língua hebraica, são as iniciais do nome dos quatro elementos primitivos conhecidos na antiga física. Há confusões em torno da inscrição I.N.R.I., atribuída exclusivamente à frase resumida colocada no cimo da Cruz onde Jesus foi sacrificado.

Estas quatro letras eram conhecidas pelos antigos filósofos que tinham arrancado da Natureza os seus segredos, dizendo que a Natureza se renova em seu próprio seio.

Esta doutrina de renovação tem sido, sempre, a doutrina maçônica. Os antigos Rosa Cruzes formavam os seguintes aforismos:

Igne natura regenerando integrat

Igne natura renovatur integra

Igne nitrum rorsis invenitur.

Outros as interpretam considerando-se com iniciais da palavra hebraica dos quatro elementos da antiga física:

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Iammin (água) - Nour (fogo) – Roauhh (ar) – Iabeschech (terra).

Os modernos Rosa Cruzes as dão como iniciais das palavras: Índia, Natureza, Regeneração, Ignorância. E também: “”indefeso nuso repellamus ignorantiam”.

A definição mais vulgarizada a respeito das iniciais I.N.R.I. é a de que são as iniciais da sentença escrita em latim, colocada sobre a Cruz onde morreu Jesus:”Jesus Nazarenus Rex Judeorum”. A seita ou escola do “Rosicrucianos” fazia uso das iniciais para expressar um dos segredos da alquimia:”O fogo renova completamente a Natureza”. Também adotaram as iniciais para expressar seus três elementos principais, que eram o sal, o enxofre e o mercúrio. 1a. VIAGEM2a. VIAGEM3a. VIAGEM4a. VIAGEM 5a. VIAGEM

BIBLIOGRAFIA:CAMINO, Rizzardo – Simbolismo do Segundo GrauBOTELHO, Heitor – O companheiro Maçom – O Vigilante e seu Pupilo.FONSECA, Gilson – Trabalho de Exaltação.AFONSO, B. Germano – Arqueoastronomia Brasileira.

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A QUINTA VIAGEM

De tudo o que foi dito sobre a quinta e última viagem, pinça-se um aspecto relevante, o que diz respeito à liberdade. A Liberdade tanto pode ser um elemento da própria natureza, como condição intrínseca do homem, ou um estado emocional.

Ele tem tido os seus momentos de evolução e os seus conceitos ampliam-se alteram se ou modificam-se.

O conceito de Liberdade de mil anos atrás, evidentemente, não era o mesmo de hoje.

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Liberdade, conceituada quanto à livre locomoção, pertence ao campo político e social.

As Constituições dos países destacam a importância desta Liberdade. A Maçonaria tem lutado para manter esta Liberdade no Mundo, e isto vem comprovado na fase histórica da Maçonaria.

A luta pela Liberdade é um sentimento inato no homem e não dependerá da Maçonaria mantê-la, inspirá-la ou cultivá-la. Liberdade para todas as raças é um ideal maçônico vivo nos países onde surge a necessidade de luta, para banir a errada concepção de que um homem difere dos demais, por ter cor em sua pele. Liberdade como estado emocional é a que apresenta maior interesse de estudo e que a na Quinta Viagem sobressai.

A partir de Sócrates com a sua máxima:”Conhece-te a ti mesmo”, a liberdade necessitou de novo conceito. Diz Sócrates que o homem deve conhecer, ou melhor, reconhecer a própria ignorância. É neste sentido o pensamento Socrático, porém, isto também não é tudo, pois o homem sensato de hoje tem consciência de sua ignorância, mormente face à evolução tecnológica e do pensamento humano. Disse um grande escritor moderno que “A liberdade é a faculdade humana para conduzir o pensamento e a ação para um determinado sentido, com o menor número de obstáculos”.

Liberdade, na quinta viagem, tem o significado de Libertação.

Há leis estabelecidas, nos três Universos: no Universo Cosmológico; no Universo de dentro do homem; No Universo espiritual de Deus.

Estas leis foram estabelecidas pelo construtor dos Universos, o Grande Arquiteto, Deus para a Maçonaria. O que o Grande Arquiteto estabeleceu foi definitivo, permanente e perfeito, pois Ele é Justiça e Perfeição, o dualismo, sempre repetido e aceito, em todas as reuniões maçônicas.

A Liberdade filosófica deve ser conduzida neste sentido, isto é, libertar o homem de sua ignorância, a respeito da real concepção do termo Liberdade. Este vôo de liberdade em direção à Liberdade no “seio” de Deus é a verdade maçônica.

O mestre Nazareno já dizia: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.”

O “Conhece-te a ti mesmo”, de Sócrates, nada mais é do que a descoberta, dentro da mente do homem, de que ainda é escravo de suas paixões, emoções, e ignorância e que precisa ser libertado e que esta libertação não depende de mais ninguém, a não ser de si próprio.

Porém, como o estudante necessita de um Mestre, de uma escola e de meios outros para aprender, o homem em busca de libertação necessita, também, destas condições.

Como isto constitui um trabalho, somente em uma Oficina ele encontrará as condições de que precisa; esta Oficina será uma Oficina Maçônica. O trabalho dentro de uma Oficina é de

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investigação; inicialmente, o pensamento é conduzido pela mão de um Mestre; parecerá que cada um absorve a concepção filosófica do Mestre; isto, apenas no início, pois o alimento recebido fará o organismo crescer até o momento propício à autocrítica e auto-análise.

Entra sempre, obviamente, a presença de Deus, que inspira, dá abertura, alimenta a tolerância e penetra na razão do Companheiro que, aparentemente por si mesmo, evolui, mas que na realidade, cresce mercê o auxilio amoroso de seu “Pai”, o Grande Arquiteto do Universo.

O Grau 2, o Companheiro, pertence ao grupo “iniciático” do Rito. No 1º Grau, o Aprendiz tem diante de si um panorama geral sobre a Maçonaria e se detém no estudo exterior dos símbolos. Será como Companheiro que o maçom, buscará, na filosofia, afirmar-se no propósito de atingir o mestrado.

Muitos maçons inexperientes criticam do porque a Maçonaria, ainda e sempre, estuda os conceitos dos sábios antigos e pouco significado dá aos filósofos modernos e atuais.

A explicação é primária; as linhas mestras na Filosofia Maçônica são imutáveis, porque esteadas nas leis da Natureza; e foram os sábios antigos que nos revelaram o significado destas leis e sobretudo sobre os conceitos filosóficos de Justiça, Liberdade e Fraternidade.

Nada há a acrescentar aos conceitos antigos, pois o pensamento atual nada mais é que adaptação, ao mundo de hoje, dos conceitos de ontem. Em verdade, temos certas facetas curiosas, como o que nos traz a Parapsicologia.

Mas isto constitui uma especialização sobre o conceito da mente humana; é uma ampliação ousada, ainda no campo experimental; uma espécie de “parapsicologia operativa”, em termos maçônicos. Isto não impede e não tem impedido que nas Lojas maçônicas também haja excursão no campo da Filosofia, da Psicologia, da Lógica, da Parapsicologia e demais ciências correlatas.

Porém, devemos nos render a uma realidade, para sermos honestos e justos; a tendência ao estudo da parte do maçom latino-americano é modesta.

No Brasil, a luta para que cada Loja possua a sua biblioteca para propiciar aos seus membros facilidades de estudo, tem sido inglória; os próprios autores de literatura maçônica são escassos; estamos na dependência dos autores estrangeiros, e com poucas possibilidades de termos obras traduzidas.

O objetivo primordial do Companheiro é o estudo da Ciência; Ciência diz respeito ao estudo de todos os ramos do conhecimento humano, sem segredos, com abertura e disposição humilde de aprender. Seria ridículo pretendermos que a Maçonaria atual distribuísse conhecimentos científicos aos seus Membros, face à existência de Escolas e Universidades e, número suficiente para que todos encontrem o que aspiram ou necessitam. Também as livrarias estão superlotadas com livros de todos os gostos e matizes, técnicos e práticos.

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Por isto, a Maçonaria, hoje, dedica-se ao estudo de apenas “alguns aspectos” científicos, sobre assuntos que interessam à formação social, moral e espiritual do homem.

O coroamento deste estudo, portanto, é a libertação da mente humana, em busca do seu “eterno Refúgio”, o Grande Arquiteto do Universo. 1a. VIAGEM2a. VIAGEM3a. VIAGEM4a. VIAGEM5a. VIAGEM BIBLIOGRAFIA:CAMINO, Rizzardo – Simbolismo do Segundo GrauBOTELHO, Heitor – O companheiro Maçom – O Vigilante e seu Pupilo.FONSECA, Gilson – Trabalho de Exaltação.AFONSO, B. Germano – Arqueoastronomia Brasileira.Ir Jerônimo F. de Lucena

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A Letra “ G “ 3

No centro da estrela flamejante está colocada a letra “ G “. Essa letra é incontestavelmente um enigma maçônico, e sobre ela paira um mistério que provocou um numero infinito de interpretações e comentários, às vezes judiciosos, mas muitas vezes também muitos fantasiosos.

A letra “ G “ , em sua grafia atual. É de origem recente. Primitivamente, o G tinha o mesmo valor fonético do C; é assim que, no latim, encontramos indiferentemente as formas Caius ou Gaius, Cnoeus ou Gnoeus, etc. Quando o C se tornou quase que absolutamente um homófono do K, fez-se sentir a necessidade de representar o som G por uma outra letra. Foi na segunda metade do século V de Roma que se inventou essa letra que, visivelmente, é uma simples modificação do C.

Para J. M. Ragon, a letra G, quinta consoante do alfabeto, é a inicial da quinta ciência: a Geometria. É nela e nas matemáticas que vamos buscar o brilho dessa verdade luminosa que deve espalhar-se sobre todas as operações do espírito. Entre diversos povos do Norte, é a inicial do G.´.A.´.D.´.U.´.. Essa letra tomou o lugar do Iod Hebraico, inicial de Ihoah (Jehovah),

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de que se serviam, por abreviação, os Hebreus.

Reconhecemos ainda o trigrama Iod entre os povos do Norte, nos nomes que eles dão a Deus: o sírio diz Gad; o sueco, Gud; o alemão, Gott; o inglês, God; o persa, Goda, derivado do prenome absoluto que significa Ele-mesmo. De Gott, os alemães fizeram o adjetivo gut, bom ou bem e gotz, ídolo. Os gnósticos (conhecedores ou clarividentes) possuidores da Gnose, ou verdadeira ciência, têm a mesma inicial.

Oswald Wirth observa: Não se fala da Estrela Flamejante ou da letra G em nenhum ritual anterior a 1737, época aproximada na qual esse emblema foi adotado pelas Lojas Francesas, apaixonadíssimas pela filosofia hermética. Além do mais, os Maçons do século XVIII professaram imediatamente uma espécie de culto pela letra G, e ainda, segundo os termos dos mais antigos catecismos franceses, eles declaravam se terem feito receber como Companheiros pela letra G. Quanto ao significado dessa letra, seria preciso buscá-lo nas palavras: Glória, Grandeza, Geometria (Glória para Deus, Grandeza para o Mestre da Loja, Geometria para os IIr.´.).

Wirth diz ainda, que a lera G é a terceira dos alfabetos mais antigos; primitivamente, ela teve a forma de um esquadro. Em sua forma latina, ela acrescenta ao esquadro uma circunferência aberta. O ideograma alquímico do Sal transforma-se em G, quando desenhado por um único traço, sem que suas extremidades se toquem; mas, unindo o circulo ao esquadro, a forma usual da letra G conseguiu acabar de seduzir os criadores do simbolismo moderno. Lembremo-nos de que, para Wirth o Sal significa a “Sabedoria que concebe” e notemos que essa interpretação ideográfica é destituída de qualquer fundamentoExistem ainda outros estudiosos maçons como por exemplo Ribaucourt que acham que a letra G da Estrela Flamejante nada mais é do que o Gamma maiúsculo que tem a forma de um esquadro. Ele escreve: “Essa letra perpetuou-se nos primeiros séculos da era vulgar entre as sociedades simbólicas, que seria inútil enumerar; enfim, foram nossos ancestrais, os franco-maçons de profissão, construtores de igrejas, mais preocupados com a forma do que com o fundo, que adaptaram o seu símbolo, o esquadro, a seus mistérios, e substituíram o símbolo geométrico do esquadro pelo símbolo antigo da letra Gamma. A forma era a mesma, mas o símbolo mudava de significado. Por isso, os franco-maçons que os substituíram sentiram a necessidade de restabelecer a letra Gamma, tomando porém como símbolo a letra G, a quinta consoante do nosso alfabeto. Esse “ G ” foi, portanto, o equivalente do Gamma grego. As duas letras G e Gamma, tinham aliás a mesma consonância.

Para os anglo-saxões, muito deístas, a letra G não pode ser outra senão a inicial de God, Deus.

A letra G, diz René Guénon, que concorda com Ragon, deveria ser, na realidade, um Iod hebraido, pelo qual ela foi trocada, na Inglaterra, como conseqüência de uma assimilação fonética de Iod com God, o que, aliás, não lhe muda o sentido.

Temos ainda outras relações ou coincidências a respeito da letra G; no terreno eclesiástico, é a sétima das letras denominadas de “dominicais”, e marca o domingo no calendário nos anos em que este dia da semana cai no dia 7 de janeiro. Nos idiomas hebraico e grego representa o

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número três.

Sabemos também que historicamente por ocasião da Grande Convenção realizada na Inglaterra em 1721, pelos Altos Corpos da Franca, Suíça e Alemanha, concordou-se, pela primeira vez, em colocar a letra “G” dentro do Compasso e Esquadro entrelaçados, para estabelecer o emblema universal da Maçonaria e que hoje denominamos de “ Escudo Maçônico ”.

Nos rituais modernos temos cinco significações para a letra G: Gravitação – Geometria – Geração – Gênio – Gnose, mas, mesmo assim, ainda temos muitos estudiosos maçônicos e profanos tanto da antiguidade como da atualidade que associam algumas palavras iniciadas com G à nossa letra G e esta é uma novela que provavelmente perdurará por muitos anos e uma coisa é certa; se os antigos iniciados pretendiam transmitir-nos um segredo, temos de convir que se trata de um segredo muito bem escondido.

Para um Comp.´. M.´. a letra G constitui, simbolicamente, o principio de seus estudos, que devem se iniciar, sob os auspícios do G.´.A.´.D.´.U.´. ou Grande Geômetra. Bibliografia: - Simbolismo do Segundo Grau de Rizzardo da Camino- A simbólica Maçônica de Jules Boucher- Breviário Maçônico de Rizzardo da Camino- Grau do Companheiro e seus Mistérios de Jorge Adoum Luiz Alberto Beraldi - C.´.M.´.Or.´.de São Paulo 22 de dezembro de 2005 . E.´.V.´.

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A LETRA “G” 2

Entre as explicações, que têm deleitado grande parcela do povo maçônico, pelo seu teor exótico e, até mesmo, extravagante, temos: 1) A letra “G”, que corresponde a GIMEL (camelo), terceira letra do alfabeto hebraico, que representa um “princípio de coagulação e condensação”, simbolizando, então, o Criador

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incriado. Esse “princípio de condensação e coagulação” não é explicado. Deve ser mais hermético, oculto, do que o próprio símbolo, porque não tem explicação. 2) A letra “G” teria derivado, por algumas modificações, da serpente que morde a própria cauda, e que é símbolo da eternidade, pela impossibilidade de se autodevorar totalmente. 3) As escolas pitagóricas teriam, provavelmente, colocado, no centro do Pentagrama, estrela de cinco pontas, que o símbolo, distintivo dessas escolas, um esquadro de ramos desiguais, já que eram dedicadas à Matemática; os visitantes dessas escolas teriam, provavelmente, já que Pitágoras era grego, confundido esse esquadro com a letra gama, do alfabeto grego; como gama corresponde ao “G”, essa seria a explicação para a letra “G”, no centro do Pentagrama. A teoria é fraca, e até pueril, por dois motivos: primeiro porque tem muitos “teriam”, “seria” e “provavelmente”, demonstrando fragilidade; e segundo porque a letra “G”, na Maçonaria, é um símbolo mais antigo do que a Estrela Pentagonal, pois, essa foi introduzida, entre os símbolos maçônicos, na segunda metade do século XVIII, enquanto a letra “G” já era citada em publicações do começo daquele século. Na realidade, primordialmente, a letra “G” significa, simplesmente, GEOMETRIA, também, chamada a quinta ciência. Posteriormente, a Maçonaria Britânica, por influência da Igreja Anglicana, introduziu um segundo significado para a letra: “GOD” (“DEUS”), o que acontece em apenas alguns idiomas, como o alemão (GOTT) e línguas nórdicas (GUD, GUTT). Apesar de tantos outros significados, como por exemplo, os da página 89 do nosso ritual, GEOMETRIA, GERAÇÃO, GRAVIDADE, GÊNIO e GNOSE, encontramos alguns outros, como, GRÁMATICA, GLÓRIA, GIMEL e GRANDEZA. Alguns autores não considerarem a letra “G”, um símbolo UNIVERSAL MAÇÔNICO, ou melhor, consideram-na apenas um sinônimo de Geometria. O MAÇOM CONSTRUTOR adota no caso da Estrela Pentagonal / Flamejante, ou da Hexagonal (Blasing Star) do rito York, o significado primordial da letra “G”, como sendo GEOMETRIA, conforme os antigos Rituais da Ordem: - “Por que vos fizeste receber como Companheiro Maçom?- Pela letra “G”.- “O que significa essa letra?- Geometria, ou quinta ciência”. O fato é que na Geometria, parte Matemática que estuda as propriedades relativas a pontos, retas, planos e superfícies, arte atribuída aos egípcios e aos caldeus, encontramos os fundamentos básicos da Maçonaria e da VIDA, tais como, o trabalho de estudos do gênio matemático grego, Euclides, que escreveu “ELEMENTOS DE GEOMETRIA”, em 13 livros, considerado como o mias notável evento sobe organização e exposição metódica da Matemática, desenvolvido e apoiado em grupo de definições, quase todas resultantes de observações experimentais, e em dez proposições primárias, chamadas de noções comuns (ou AXIOMAS) e postulados, a saber:

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AXIOMAS:A1 - Duas coisas iguais a uma terceira são iguais entre si - Como a fraternidade Maçônica;A2 - Somando-se a mesma quantidade a valores iguais obtêm-se resultados iguais - Como a Igualdade Maçônica;A3 - Subtraindo-se a mesma quantidade de valores iguais obtêm-se resultados iguais - Como a Liberdade na Maçonaria.A4 - Coisas que coincidem uma com a outra são iguais - Como o objetivo comum na Maçonaria.A5 - O todo é maior que a parte - Como a Maçonaria. POSTULADOS:P1 - É possível traçar uma reta ligando dois pontos - Como a retidão da Régua de 24 Polegadas.P2 - É sempre possível prolongar um segmento finito de reta indefinidamente - Como a proposição do P1 e do Esquadro.P3 - É sempre possível descrever um círculo, dado um ponto qualquer para centro e um segmento finito como raio - Como as dimensões do Compasso.P4 - Todos os ângulos retos são iguais - Como nas utilizações do Esquadro, Nível e do Prumo.P5 - Se uma reta intercepta duas outras retas de tal modo que a soma dos dois ângulos internos do mesmo lado seja menor que dois ângulos retos, então essas duas retas, se prolongadas indefinidamente, interceptar-se-ão do lado da primeira reta em que se acham os ângulos mencionados - O TRIÂNGULO. Com um conceito de axiomas e os conceitos primitivos ou fundamentais, estrutura-se uma geometria seguindo-se o raciocínio lógico, reunindo-se dois ou mais juízos para se obter um novo juízo. Os princípios fundamentais a que deve sujeitar-se o raciocínio lógico são os seguintes: I) Princípio de identidade, pelo qual todo conceito é igual a si mesmo.II) Princípio de contradição, pelo qual é impossível que algo seja e não seja verdadeiro ao mesmo tempo e sob a mesma condição.III) Princípio de exclusão de terceiro, segundo o qual se dois juízos estão em oposição contraditória, um deles e verdadeiro.IV) Princípio da razão suficiente, todo juízo deve ter uma causa, uma razão suficiente. Na Geometria empregam-se dois tipos de raciocínio: o dedutivo e o indutivo. O raciocínio é dedutivo quando as premissas são universais ou gerais e as conclusões, particulares. O raciocínio é indutivo quando as conclusões são descobertas para figuras particulares e depois estendidas às demais; passa-se do particular para o geral. As proposições secundárias ou TEOREMAS da Geometria constam de duas partes fundamentais: a HIPÓTESE e a TESE. A primeira é o que se supõe verdadeiro na proposição e a segunda é o que se deseja concluir ou provar através da demonstração. Há certas proposições da Geometria chamadas PROBLEMAS, que apresentam características

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especiais. PROBLEMA é uma proposição na qual é solicitada a determinação ou a construção de elementos de uma figura, conhecidas certas relações entre seus elementos. UM PROBLEMA GEOMÉTRICO PODE SER DETERMINADO, INDETERMINADO OU IMPOSSÍVEL, conforme seja finito, infinito ou nulo o número de suas soluções, respectivamente. Caros IIr.˙., é impressionante a semelhança construtiva entre a QUINTA CIÊNCIA / GEOMETRIA, a MAÇONARIA e a VIDA, motivo pelo qual, o trabalho se alongou um pouco mais, dada a importância que vislumbrei entre elas. T.˙. F.˙. A.˙. Ir.˙. C.˙. M.˙. Hugo Tadeu Ghiraldini - CIM 212.551 Bibliografia:1) Liturgia e Ritualística do Grau de Companheiro Maçom - José Castellani;2) Caderno de Estudos Maçônicos - Companheiro Maçom - Assis Carvalho;3) Mitos*Deuses*Mistérios - Maçonaria - W. Kirk Macnulty;4) BARSA - Encyclopaedia Britannica do Brasil.

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A LETRA “G”

A LETRA "G" está escrita dentro da Estrela Flamejante. Mas, aqui cabe uma pergunta: Deve ser a letra "G" do alfabeto latino que ocupa este posto? A mente humana é muito fértil. Todos os dicionários e manuais dão interpretações muito formosas sobre esta letra "G" ou este sinal hieroglífico dentro da Estrela Flamejante.

Da letra "G" tiraram: GERAÇÃO, GEOMETRIA, GÊNIO, GNOSE, GRAVITAÇÃO, GRAÇA, GOZO e, não sabemos porque, se esqueceram de citar centenas de outros nomes e adjetivos grandiosos, que começam com a letra "G".

Na obra "A MAGIA DO VERBO OU O PODER DAS LETRAS", consta que a terceira letra do alfabeto primitivo é o "G", que expressa, hieroglificamente, a garganta, a mão semifechada, como prestes a colher algo.

A Garganta é o lugar onde se forma e se corporifica o VERBO ou a PALAVRA, nela concebida por meio da MENTE.

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É o verbo que se faz CARNE, é o mistério da Geração, em virtude da qual o Espírito se une à carne, e mediante a qual o Divino se transforma em Humano.

É, enfim, o filho, a humanidade, o Cosmos.

"G" significa o organismo em função. Representa o dinamismo vivente.

Vocalizar a letra "G", promete a criação de idéias, produção de riquezas, abundância, e triunfos sobre os obstáculos.

A letra "A" é o princípio Ativo (Pai); "B" é o Passivo (mãe);

"G" é o princípio chamado Neutro (filho), o Princípio falado.

O "G" é a letra sagrada da Maçonaria Iniciática, aquela que até o momento não pôde ter seus simbolismos e significados emblemáticos descobertos.

Em resumo: "G", na Estrela Flamejante, significa o VERBO CRIADOR e o FOGO CRIADOR.

É o símbolo do envolvimento material das formas espirituais.

Repetimos, que as letras representam, cada uma delas, um número, embora o alfabeto latino se tenha afastado dessa regra ao ordenar suas letras de uma diferente da primitiva.

A letra “G”, quinta consoante do alfabeto, é a inicial da quinta coência: a Geometria. È nela e nas matemáticas que vamos buscar o brilho dessa verdade luminosa que deve espalhar-se sobre todas as operações do espírito.

Entre os diversos povos do norte é a inicial do nome do Grande Arquiteto do Universo. Para muitos, é a Grandeza do Mestre; para outros, a Glória de Deus, a Geometria Universal, a Geração, a Gravitação e para os Maçons, a Gnose. E o que é, afinal, a Gnose?

A Gnose é uma ciência acima das crenças vulgares, uma filosofia suprema, abrangendo todos os conhecimentos sagrados - que só podem ser conhecidos pela Iniciação - transmitindo-se na tradição oral. O fundo de gnosticismo era a explicação do mal pela coexistência de dois princípios opostos.

Representa o dinamismo vivo interpretado pelo "G".

Representa, em nossos sentidos, o tato, a ciência da Psicometria, a conjunção das forças que tendem para um mesmo fim.

É a matriz universal no ato de dar à luz.

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No Plano Espiritual, é o conhecimento do Oculto e do Manifesto, o que está Presente e vinculado ao Passado ou ao Porvir, é o poder de Expressão.

Em Deus é o equilíbrio do Pai, o filho: com Deus o Espírito Santo ou Pai e Mãe com filho.

No Plano Mental é a TRINDADE, que representa o Espiritual, o Mental e o Físico.

No Plano Material é a manifestação, a geração dos desejos, idéias e atos, que expressam o gozo do exercício de nossos atributos.

Promete ideação, produção, riquezas e abundância de bens materiais, assim como triunfo sobre os obstáculos.

Em Magia esta letra explica que "o Absoluto revela-se pelo Verbo e que esse Verbo tem um sentido idêntico a si mesmo na sua inteligência". O aspirante deve afirmar o que é verdade e querer o que é justo para ter o poder e o direito de criar por meio da palavra.

Evocar um espírito com o Verbo significa penetrar no pensamento dominante desse espírito, o que explica a razão de haver necessidade de elevação moral pela atividade e pela retidão, a fim de trazer esse espírito a nós para servir-nos.

Não se fala da Estrela Flamejante ou da letra “G” em nenhum ritual anterior a 1737, época aproximada na qual esse emblema foi adotado pelas Lojas Francesas, apaixonadíssimas pela Filosofia hermética. Alem do mais, os Maçons do século XVIII ( 18 ) professaram imediatamente uma espécie de culto pela letra “G”, segundo os termos dos mais antigos catecismos franceses, eles declaravam-se terem feito receber como Companheiro.

Quanto ao significado dessa letra, seria preciso buscá-lo nas palavras : Glória, Grandeza, Geometria ( Glória para Deus, Grandeza para o Mestre da Loja, Geometria para os Irmãos ).

Ao companheiro unicamente o compete saber que, segundo o seu uso reto ou distorcido, esta Força conduz ao homem a liberação do Espírito ou a Escravidão da Matéria, ao domínio nele da Realidade ou da Ilusão. Medite pois, sobre seu profundo sentido, reconhecendo no mesmo um Principio Divino que, ainda pervertido pela ignorância, tem o Poder de enobrecer ao homem e impulsioná-lo sempre mais acima, sobre a simbólica escada do sonho de Jacob, que une a Terra da materialidade e da ilusão com o Céu da realidade espiritual.

Agradeço ao G.´.A.´.D.´.U.´. por Ter me mostrado este brilhante caminho.São Paulo 10 de Julho de 2003 E.´. V.´.

IR.´. COMP.´. MAÇOM: REINALDO VITELLI MACEDO

Biografia: Livro A simbólica Maçônica – de Jules Boucher

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Pesquisas na Internet; Trabalhos por Jellis Fernando de Carvalho

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A ESTRELA FLAMEJANTE

O homem vivo é formado de CINCO elementos, AR, ÁGUA, TERRA, FOGO e pela QUINTA ESSÊNCIA, (ÉTER / ALMA / ESPÍRITO, “SOPRO DA VIDA”), e a sua representação simbólica, na Filosofia Maçônica, é o Pentagrama ou Estrela Flamejante, o símbolo do Companheiro Maçom. Atribuíam os egípcios ao número cinco certos atributos misteriosos. Deodoro da Sicília afirmava que o número cinco devia representar o mundo porque cinco eram os elementos que encontravam na formação do universo: terra, água, ar, fogo e éter. Ela indica que o Companheiro atingiu, em seus estudos, o conhecimento do Plano Astral ou Espiritual. Para alcançar este Plano teve ele de empreender CINCO viagens e agora consegue apreciar a “Verdadeira Luz”, a “Luz Espiritual” e com ela pode perceber novos horizontes de generosos sentimentos que devem ser exaltados e, por isto, despreza o egoísmo como um sentimento abominável A Estrela Flamejante, ainda que não seja tão brilhante quanto o Sol, é a principal Luz de uma Loja. Sua Luz é suave e sem irradiações resplandecentes. Por isto mesmo, não ofusca os olhos do Companheiro que pode trabalhar tranqüilo na conquista do novo Plano Espiritual. Ela representa a virtude da Caridade, pois, espalhando Luz (ensino) e calor (conforto) nos ensina a praticar o BEM em todos os lugares a que esta Caridade pode alcançar. O simbolismo da Estrela Flamejante, que é a representação do homem, tem importância capital na posição em que a Estrela está disposta. Assim, quando colocada com uma ponta para cima, representa o homem espiritualizado. Nesta posição, as duas pontas inferiores da Estrela representam as pernas afastadas do homem; as duas pontas laterais representam seus braços abertos e a ponta superior representa a cabeça. Os quatro membros do homem estão assim simbolizados e, também, a cabeça que os governa como centro das faculdades intelectuais que é sede da inteligência, atributo espiritual, e que domina o quaternário de elementos materiais. Colocadas entre as figuras do Sol e da Lua, significa que a inteligência e a compreensão, por elas indicadas, procedem da Razão e da Imaginação. Representando o homem, considerado como uma miniatura do mundo, ela corresponde ao Microcosmo. Símbolo do Companheiro Maçom, ela, com sua ponta voltada para o alto, lembra-o ereto, de cabeça erguida para o céu de onde lhe vem a Verdadeira Luz que, encontrará nele vibrações adequadas, preparadas por estudos e meditações apropriadas, oferece-lhe faculdades especiais, armando-o de novos sentimentos que em contato com as vibrações sutis de um novo mundo espiritual, dantes inteiramente desconhecido para ele, o

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fazem sentir um novo ser perfeitamente integrado na harmonia do Macrocosmo. A Estrela Flamejante “é o emblema do gênio que eleva as grandes causas. É a imagem do fogo sagrado que abrasa a alma de todo homem que, resolutamente, sem vaidade, sem baixa ambição, vota a sua vida à glória e à felicidade da Humanidade”! Seu simbolismo iniciático se refere ao homem evoluído, possuidor de poderes psíquicos, coroado de brilhante inteligência e cujos trabalhos estão voltados para a especulação de campos superiores. É por isto que ela se mostra como uma Estrela Flamejante. O pentagrama simples (não flamejante) é, também, uma representação do homem, mas de um homem não iniciado que não pode retirar do reservatório eterno aquelas forças novas que o auxiliem em sua elevação para as esferas mais altas da espiritualidade! Colocada com a ponta voltada para baixo, a significação simbólica da estrela é completamente diferente. Começa por não ser flamejante, pois não distribui luz e nem dispensa dotes de inteligência. A sua ponta voltada para baixo representa os órgãos sexuais do homem, o que vale dizer que se trata de um homem inteiramente materializado, com predominância do sexo. Voltado para as preocupações do mundo da matéria esquece-se do mundo do Espírito. É um ente atrasado, facilmente corruptível, egoísta, incapaz de praticar ações nobres. Vimos, então, que o homem é formado de CINCO componentes, sendo quatro elementos inertes e um Espírito que vivifica todo o conjunto. Este QUINTO elemento espiritual, que vivifica o homem é a representação do poder Criador nos mundos divino, intelectual e material. O corpo físico do homem colhe informações do mundo exterior onde ele vive através de CINCO sentidos que exercem, cada um deles, influência sobre pontos essenciais para o conhecimento do Espírito. Assim, o tato influi nas relações do corpo físico; o paladar liga-se aos instintos; o olfato relaciona-se com o corpo dos desejos; a audição afeta o corpo mental e a visão estimula a vontade. Estes CINCO SENTIDOS interligam-se às CINCO FUNÇÕES da vida vegetativa, ou sejam: respiração, digestão, circulação, excreção e reprodução. O verdadeiro Elevado acha-se em íntima comunhão com as luzes superiores e eternas, pode penetrar, espiritualmente, em outros mundos e possuir, assim, os dons da clarividência. Ao companheiro compete este serviço. Entregar-se ao estudo de todos os mistérios do grau. Diligenciar, através da meditação, para que compreenda o simbolismo da Filosofia Maçônica a fim de que não seja um simples “freqüentador de Loja”. Ir.˙. C.˙. M.˙. Hugo Tadeu Ghiraldini - CIM 212.551 Bibliografia: A VERDADE Ano XXXIV - nº 336,1) Liturgia e Ritualística do Grau de Companheiro Maçom - José Castellani;

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2) Caderno de Estudos Maçônicos - Companheiro Maçom - Assis Carvalho;3) Mitos*Deuses*Mistérios - Maçonaria - W. Kirk Macnulty.4) Ritual do Grau de Companheiro - J.-M. Ragon;5) O Simbolismo dos Números na Maçonaria - Boanerges B. Castro;6) Numerologia - Rosabis Camaysar.

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A ESTRELA FLAMEJANTE 2

A Estrela Flamejante poderá ser de cinco pontas, pentagonal, ou de seis pontas, hexagonal.

A estrela-símbolo tem sua origem entre os sumerianos - na antiga Mesopotâmia - onde três estrelas, dispostas em triângulo, representavam a trindade divina: Shamash, Sin e Ichtar (Sol, Lua e Vênus). Entre os antigos hebreus, toda estrela pressupõe um anjo guardião; e segundo a concepção chinesa, cada ser humano possui uma estrela no céu.

a Estrela de Cinco Pontas, o tríplice triângulo cruzado é, originalmente, um símbolo da magia, o qual sempre aparece, em seus diversos ritos. Comum a todas as civilizações tradicionais, o desenho de uma estrela de cinco pontas - estrela dos magos - ou pentagrama, é a matriz do homem cósmico, o esquema simbólico do homem nas medidas do universo, braços e pernas esticados, do microcosmo humano. É a estrela flamejante dos herméticos, cujas cinco pontas correspondem à cabeça e aos quatro membros do Homem.

O nome Estrela Flamejante, foi dado, à Estrela de Cinco Pontas, pelo teólogo, médico e alquimista alemão Enrique Cornélio Agrippa de Neteshein, nacido em Colônia, no final do século XV e que também se dedicava à magia, à alquimia e à cabala.Em maçonaria, a Estrela Flamejante só foi introduzida na metade do século XVIII, na França - consta que a iniciativa do barão de Tshoudy - sendo um símbolo totalmente desconhecido das organizações medievais de ofício e dos primeiros maçons aceitos. Esclareça-se que, no Craft inglês, a Estrela Flamejante (Blazing Star) é a de seis pontas.

Em Loja, a Estrela Flamejante fica colocada ao Sul, pendente do teto, ou nele pintada - também pode ser colocada na parede Sul - ocupando posição intermediária entre o Sol no Oriente, e a Luz, no Ocidente, como representação do planeta Vênus. Há, também, uma explicação mística, para essa posição: O Segundo Vigilante da Loja, que fica na Coluna do Sul - a da Beleza - ou do Meio-Dia, é na, correspondência das Dignidades e Oficiais da Loja com os deuses do panteão greco-romano, assimilado a Afrodite (Vênus romana), deusa da beleza, do

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amor e do casamento. Para o Rito Moderno, a Estrela é a estrela Polar, guia dos navegantes, simbolizada como guia dos Companheiros maçons.

A Estrela de Seis Pontas, ou Hexagonal, ou Hexagrama, é a Estrela Flamejante (Blazing Star) do rito inglês, estando presente no Painel Alegórico do grau Companheiro Maçom, embora algumas instruções do rito façam diferença entre a estrela flamejante (pentagonal) e o hexagrama.

Composto por dois triângulos eqüiláteros superpostos, um de ápice superior e um de ápice inferior, o hexagrama é um símbolo universal. Algumas instruções do rito inglês, altamente místicas afirmam: Cinco nasceu de quatro; Seis é formado pelo ambiente sintético, emanado de Cinco. a Estrela Flamejante corresponde ao microcosmo humano, ou seja, o homem, considerado como um mundo em miniatura, enquanto os dois triângulos entrelaçados designam a estrela do macrocosmo, ou seja, do mundo, em toda a sua infinita extensão.

Ir.´. José Angelo Camargo Figueiredo

ARLS Confrades da Galiléia 3164Or.'. São Paulo/SP

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A Estrela Flamejante ou Pentagrama

Desde os primórdios da humanidade, o ser humano sempre se sentiu envolto por forças superiores e trocas energéticas que nem sempre soube identificar. Sujeito a perigos e riscos, teve a necessidade de captar forças benéficas para se proteger de seus inimigos e das vibrações maléficas. Foi em busca de imagens, objetos, e criou símbolos para poder entrar em sintonia com energias superiores e ir ao encontro de alguma forma de proteção.

Dentre estes inúmeros símbolos criados pelo homem, se destaca o pentagrama, que evoca uma simbologia múltipla, sempre fundamentada no número 5, que exprime a união dos desiguais. As cinco pontas do pentagrama põem em acordo, numa união fecunda, o 3, que significa o principio masculino, e o 2, que corresponde ao princípio feminino. Ele simboliza, então, o andrógino.

O pentagrama sempre esteve associado com o mistério e a magia. Ele é a forma mais simples de estrela, que deve ser traçada com uma única linha, sendo conseqüentemente chamado de

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"Laço Infinito".

ORIGENS, RITOS E CRENÇAS:

Um de seus mais antigos usos se encontra na Mesopotâmia, onde a figura do pentagrama aparecia em inscrições reais e simbolizava o poder imperial que se estendia "aos quatro cantos do mundo". Entre os Hebreus, o símbolo foi designado como a Verdade, para os cinco livros do Pentateuco (os cinco livros do Velho Testamento, atribuídos a Moisés). Às vezes é incorretamente chamado de "Selo de Salomão", sendo, entretanto, usado em paralelo com o Hexagrama.

Na Grécia Antiga, era conhecido como Pentalpha, geometricamente composto de cinco letras “As”. Pitágoras, filósofo e matemático grego, grande místico e moralista, iniciado nos grandes mistérios, percorreu o mundo nas suas viagens e, em decorrência, se encontram possíveis explicações para a presença do pentagrama, no Egito, na Caldéia e nas terras ao redor da Índia. A geometria do pentagrama e suas associações metafísicas foram exploradas pelos pitagóricos, que o consideravam um emblema de perfeição. A geometria do pentagrama ficou conhecida como "A Proporção Dourada", que ao longo da arte pós-helênica, pôde ser observada nos projetos de alguns templos.

Para os agnósticos, era o pentagrama a "Estrela Ardente" e, como a Lua crescente, um símbolo relacionado à magia e aos mistérios do céu noturno. Para os druidas, era um símbolo divino e, no Egito, era o símbolo do útero da terra, guardando uma relação simbólica com o conceito da forma da pirâmide.

Os primeiros cristãos relacionavam o pentagrama às cinco chagas de Cristo e, desde então, até os tempos medievais, era um símbolo cristão. Antes da Inquisição não havia nenhuma associação maligna ao pentagrama; pelo contrário, era a representação da verdade implícita, do misticismo religioso e do trabalho do Criador.O imperador Constantino I, depois de ganhar a ajuda da Igreja Cristã na posse militar e religiosa do Império Romano em 312 d.C., usou o pentagrama junto com o símbolo de chi-rho (uma forma simbólica da cruz), como seu selo e amuleto. Tanto na celebração anual da Epifania, que comemora a visita dos três Reis Magos ao menino Jesus, assim como também a missão da Igreja de levar a verdade aos gentios, tiveram como símbolo o pentagrama, embora em tempos mais recentes este símbolo tenha sido mudado, como reação ao uso neo-pagão do pentagrama.

Em tempos medievais, o "Laço Infinito" era o símbolo da verdade e da proteção contra demônios. Era usado como um amuleto de proteção pessoal e guardião de portas e janelas.

Os Templários, uma ordem militar de monges formada durante as Cruzadas, ganharam grande riqueza e proeminência através das doações de todos aqueles que se juntavam à ordem, e amealhou também grandes tesouros trazidos da Terra Santa. Na localização do centro da "Ordem dos Templários", ao redor de Rennes du Chatres, na França, é notável observar um pentagrama natural, quase perfeito, formado pelas montanhas que medem vários quilômetros

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ao redor do centro. Há grande evidência da criação de outros alinhamentos geométricos exatos de Pentagramas como também de um Hexagrama, centrados nesse pentagrama natural, na localização de numerosas capelas e santuários nessa área.

Está claro, no que sobrou das construções dos Templários, que os arquitetos e pedreiros associados à poderosa ordem conheciam muito bem a geometria do pentagrama e a "Proporção Dourada", incorporando aquele misticismo aos seus projetos.

Entretanto, a "Ordem dos Templários" foi inteiramente dizimada, vítima da avareza da Igreja e de Luiz IX, religioso fanático da França, em 1.303. Se iniciaram os tempos negros da Inquisição, das torturas e falsos-testemunhos, de purgar e queimar, esparramando-se como a repetição em câmara-lenta da peste negra, por toda a Europa.

Durante o longo período da Inquisição, havia a promulgação de muitas mentiras e acusações em decorrência dos "interesses" da ortodoxia e eliminação de heresias. A Igreja mergulhou por um longo período no mesmo diabolismo ao qual buscou se opor. O pentagrama foi visto, então, como simbolizando a cabeça de um bode ou o diabo, na forma de Baphomet, e era Baphomet quem a Inquisição acusou os Templários de adorar.

Durante a purgação das bruxas, outro deus cornudo, Pan, chegou a ser comparado com o diabo (um conceito cristão) e o pentagrama - popular símbolo de segurança - pela primeira vez na história, foi associado ao mal e chamado "Pé da Bruxa". As velhas religiões e seus símbolos caíram na clandestinidade por medo da perseguição da Igreja e lá ficaram definhando gradualmente, durante séculos.

As proporções geométricas de um pentagrama simétrico são aquelas da "Proporção Dourada". A Proporção Dourada é amada pelos artistas desde os tempos da Renascença e também é encontrado na arte pós-Helênica e nos projetos de templos geomânticos, sendo aquelas proporções do retângulo consideradas as mais prazerosas aos olhos. A divisão da distância entre duas pontas de um pentagrama pelo seu perímetro, a divisão da altura da linha horizontal até a base de um pentagrama pela linha horizontal e a divisão da parte central de uma linha de um pentagrama pela parte externa da linha também estão em proporção dourada. Sobre a Estrela ainda se pode dizer que representa os 5 elementos, 4 materiais (terra, ar, fogo e água) e um elemento quintessencial o éter. Estes podem ser dispostos em volta dos pontos do pentagrama. A palavra quintessência deriva desse quinto elemento, o éter e é a essência de tudo, em se tratando do Homem é o Espírito, o sopro divino. Traçando um caminho em volta do pentagrama, os elementos são colocados em ordem de densidade: espírito ou éter, fogo, ar, água e terra. Terra e fogo são basais, fixos; ar e água são livres, flutuando. Uma única ponta acima significa o espírito dominando a matéria (mente dominando os membros); é um símbolo de retidão. A atribuição desses pontos é usada em rituais, descritas com o movimento das mãos. São usadas diferentes formas de pentagrama

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para invocar ou banir cada elemental, de acordo com a natureza do ritual. Outra maneira de ver esse caminho é a jornada espiritual do homem através da evolução, A Centelha de vida descida de Deus; A Divina fonte de vida até a simples forma embrionária (terra), elevando-se para flutuar no nosso plano de existência (água e ar), então novamente descendo ao fogo da purificação depois novamente subindo como uma centelha divina para encontrar novamente sua fonte espiritual.

Agora, maçonicamente o pentagrama é a Estrela flamejante, a qual tem um simbolismo rico e muito importante para o desenvolvimento do Maçom. Para os Maçons ela é o emblema do Gênio, que eleva a alma a grandes coisas; ela é iluminada, porque um ilustre iniciado, Pitágoras, recomendou que não se falasse de coisas divinas sem uma tocha acesa. Como anteriormente dito, a Estrela com uma única ponta para cima, é considerada ativa e benéfica e o homem pode ser inscrito dentro dela com a cabeça e os quatro membros preenchendo cada uma de suas extremidades. A estrela invertida, com duas pontas para cima, é considerada passiva e maléfica e alguns ocultistas, que sofrem de demonismo, inscreveram dentro dela uma cabeça de bode, emblema dos instintos e da animalidade. Mas, na Maçonaria, o Pentagrama tem um significado completamente diferente: ele é o cânone do Numero de Ouro. O Numero de Ouro ou Proporção Dourada é uma relação particular tal que a parte menor esteja em relação à maior assim como a maior em relação ao todo. Diz-se também que o “Brilho” da Estrela Flamejante não esta na representação das chamas que a rodeiam. Esse “Brilho” está nela própria, como conseqüência de sua universalidade. Por outro lado, ao representarem a Estrela sem os traços do Pentagrama, fizeram desaparecer ao mesmo tempo a continuidade de seu traçado recruzado e seu valor esotérico. Pode-se até dizer, sem exagero, que quanto mais ela brilhava, mais perdia seu brilho real, e quando atribuíram os cinco sentidos as suas cinco pontas, a infeliz estrela não teve mais sentido nenhum. Existem ainda algumas outras definições maçônicas a respeito da Estrela Flamejante: - “A Estrela Flamejante é o centro de onde parte a verdadeira Luz”“A Estrela Flamejante representa a luz, iluminando o discípulo dos Mestres, o operário capaz de servi-los utilmente; ela é, portanto, o signo da Inteligência e da Ciência” “A Estrela Flamejante é o emblema de um pensamento livre, do fogo sagrado do gênio, que eleva o homem às grandes coisas”

Existe ainda, no centro da Estrela Flamejante, inscrita a letra “G”. Essa letra é incontestavelmente um enigma maçônico, e sobre qual paira um grande mistério que provocou um número infinito de interpretações e comentários, às vezes judiciosos, mas muitas vezes também muitos fantasiosos.

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A letra G, em sua grafia atual é de origem recente. Primitivamente, o G tinha o mesmo valor fonético do C; é assim que, no latim, encontramos indiferentemente as formas Caius ou Gaius, Cnoeus ou Gnoeus, etc. Quando o C se tornou quase que absolutamente um homófono do K, fez-se sentir a necessidade de representar o som G por uma nova letra. Foi na segunda metade do século V de Roma que se inventou essa letra que, visivelmente, é uma simples modificação do C. Entre diversos povos do Norte, G é a inicial do G.´.A.´.D.´.U.´. como o sírio Gad, o sueco Gud, o alemão Gott, o inglês God, o persa Goda, etc. É ainda a letra G, a quinta consoante do alfabeto e a inicial da quinta ciência: a Geometria. É nela e nas matemáticas que vamos buscar o brilho dessa verdade luminosa que deve espalhar-se sobre todas as operações do espírito. Luiz Alberto Beraldi - C.´.M.´.Or.´.de São Paulo 22 de dezembro de 2005 . E.´.V.´.

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A ALAVANCA

É um dos instrumentos do Companheiro, alusiva à Perseverança e Força Moral. Segundo Mme. A. Gedalge, "Simboliza a força irresistível da vontade, secunda pela inteligência e pela bondade... Mas a régua deve sempre acompanhar a alavanca, pois toda ação, não submissa ao dever, à equidade, seria prejudicial".

a Alavanca é formada essencialmente pela linha reta, assim como a Régua, sendo que a Régua esta ligada ao Espírito e a Alavanca à Matéria.

Ela está ligada ao Conhecimento, que só se torna "iniciático" quando aquele que o possui é, ele próprio, iniciável, isto é capaz de "compreender".

a Alavanca tranforma-se então na Força fecunda ... Essa força só deve exteriorizar quando controlada pela Régua, o Nível e a Perpendicular.

Na mesma obra encontramos um quadro sinótico das viagens e ali se verifica que a Alavanca somente é levada na terceira viagem da Elevação nos ritos Escocês e Francês. No rito dos Direitos Humanos (Maçonaria Mista ou Feminina) a alavanca não aparece em nenhuma viagem.

Em outro sinótico à Alavanca é atribuido o significado de Poder da Vontade.

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Lembramos que existem três modalidades de alavanca, de acordo com a posiçao do Ponto de Apoio, considerando-se: a Força, a Resistência e o Ponto de Apoio.

De forma figurativa, vamos representar a Força como sendo o Maçom, que possui o Poder da Vontade. O Ponto de Apoio como sendo a sua tese, o seu ponto de vista ou ainda o argumento que sustenta a sua posição em relação a determinado fato ou ato.E a resist6encia seria então a vontade contrária, o obstáculo, a barreira, ou o adversário ou contrário.

Ir.´. Sidnei Rodrigues de Lima

ARLS Confrades da Galiléia 3164Or.'. São Paulo/SP

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A CERIMÔNIA, AS VIAGENS E OS TEMAS DE ESTUDO

A cerimônia de Elev.´. serve para marcar o inicio de uma nova fase no desenvolvimento do Apr.´. que através de um aumento simbólico de salário recebe agora a recompensa pela sua dedicação, pelo seu estudo, pela assiduidade e principalmente pelo cumprimento do juramento firmado no inicio de sua jornada, demonstrando pela retidão de suas atitudes e pelo espírito fraterno que teve em sua jornada, pela prática que, nos momentos precisos demonstrou ter absorvido todas as instruções recebidas, pela evolução, ainda que não plena e completa, que demonstrou nos seus três primeiros anos de aprendizado, demonstrando, ainda que sutil, uma evidência de seu progresso e seu esforço.

Ainda sem o devido prepara, segue auxiliado ainda pela mão segura do Mest. Ao caminho de nova jornada, preparando-se para receber maiores luzes. O inicio deste caminho é marcado pelas cinco viagens e seus respectivos segredos que agora tento descobrir e estender.

Cada viagem tem seus ensinamentos e também seus instrumentos simbólicos:

MALHO – Simboliza a força que age sobre a direção do espírito, de sabedoria e da ciência. E a vontade de trabalhar, de polir trabalhar, de polir o espírito, de aperfeiçoar a sabedoria e descobrir a ciência.

CINZEL – Simboliza a moral. Ninguém consegue polir uma pedra somente com o malho, quem direciona o trabalho à perfeição é o cinzel. É ele que embeleza, aperfeiçoa. É o nosso livre arbítrio moldado pelo nosso caracter.

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RÉGUA – Simboliza a consciência, lembra a retidão de nossos atos,o caminho reto que deveremos seguir para conseguir um ideal, é a nossa consciência tranqüila do futuro.

COMPASSO – Simboliza o espírito, a razão, o circulo traçado limita o nosso raio de ação fazendo respeitar a individualidade, o direito, a vontade, enfim o nosso semelhante. De maneira antagônica poder também nos lembrar nos lembrar de que o raio é infinito e infinita deve ser a nossa solidariedade. Um compasso pode descrever uma infinidade de círculos em torno de um ponto. Por isso ele se assemelha ao espírito, ou a mente humana.

ALAVANCA – Simboliza nossa fé, o poder que sustenta o fraco e faz tremer o mau, também representa a força divina que fortalece o nosso espírito e combate a inércia de ociosidade. É o poder de força moral que combate os impuros, traidores e corruptos. É a própria pró-atividade que o Comp.´. deve sempre manter. A alavanca deve unir pensamento a ação.

ESQUADRO – Simboliza o equilíbrio, a ação do homem sobre a matéria, seu corpo; é domínio sobre as vontades. Representa a união da horizontal e vertical, o perfeito uso do Prumo na retidão do juramento e do Nível na defesa da igualdade.Devemos notar que pela quantidade de instrumentos apresentados, grandes devem ser os trabalhos dos CComp.´. e muito devem eles trabalhar.

São cinco os principais temas de estudo do Comp.´.: Inteligência, Retitude, Valor, Prudência e Filantropia.

Uma ferramenta pôr si só não representa nada, é necessário que haja uma ferramenta, o trabalho e principalmente o trabalhador. De nada adianta ao Mac.´. o simples aperfeiçoamento, simplesmente fazer, sem objetivo concreto e aprendizado. O grande segredo está em se ter consciência daquilo que se faz faze-lo corretamente, com determinação, com critério, saber a hora e o momento certo. Nossos atos devem ser guiados pelo coração, pela intuição e principalmente pela razão. A razão pode ser fortalecida com o estudo e com a experiência.

A “grande arte” está em saber fazer, ter vontade e iniciativa, ter a certeza que nunca sabemos tudo e que sempre poderemos aprender mais. As ferramentas estão na nossa frente para continuarmos a desbastar a nossa P.´. B.´. e na medida do possível “poli-la”. Não basta polir a ped.´., saber onde utiliza-la, é que, deva ser o grande segredo. Ir.´. Sidnei Rodrigues de Lima

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A DISCRIÇÃO

A.´.G.´.D.´.G.´.A.´.D.´.U.´.À.´.R.´.L.´.S Pedreiros de Machado nº 27Or.´. de Machadinho do Oeste – RO.Pr.´. de Arq.´. A DISCRIÇÃO

“Toda conduta deve Ter a retidão de um fio de prumo..” Palavras do escriba Egípcio Ptah-hotep.

Irmãos, a três mil e trezentos anos passados, Ani, escriba do templo de Karnak no Vale do Reis, escreveu a seu afilhado espiritual:

“Não entres em casa de outrem, antes que ele permita e te acolha.

Que teu olho aí não seja curioso,

E que saibas manter o silêncio.

E não tagareles, a este respeito, com alguém mais que aí não tenha estado presente.

Seria uma falta grave se o que contasse viesse a ser ouvido.”

A Maçonaria, por sua definição é uma associação de homens livres e de bons costumes, que em Loj.´. deveriam dedicar-se ao aperfeiçoamento moral e social através de estudos filosóficos. Assim, os que dela participam nunca deveriam esquecer os juramentos feitos durante a iniciação.

Irmãos, aqui entramos como P.´.B.´. na esperança que nossas arestas sejam aparadas para que um dia possamos chegar ao estado de P.´. C.´.aspiração maior de todo homem que deseja sair do estado de ignorância e ver a Luz, pois como disse o sábio Ankh-sheshonq “É preferível uma serpente em casa que vê-la freqüentada por um imbecil”.

Sim, como mariposas, buscamos continuamente a Luz; mas árdua é a tarefa pois que nossas humanas razões tendem sobrepor-se a vontade do espírito, por isto devemos lutar todos os dias contra as trevas do intelecto para que não estejamos sujeitos ao mesmo julgamento que Ptah-hotep fez do Ignorante: “Quanto ao ignorante, não lhe dês ouvidos, Ele não realizará coisa alguma... Ele é um morto vivendo dia a dia.”

Caros Irmãos, em nossa iniciação, após bebermos do conteúdo da Taça Sagrada, fizemos dois juramentos que deveriam ser lidos todos os dias para lembrar-nos dos sérios compromissos que assumimos ao adentramos ao recinto sagrado do Templo.

Juramentos que fizemos perante o G.´.A.´.D.´.U.´., da Ordem e dos Irmãos, pois se não o

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respeitarmos em todos os dias, estaremos em falta com o criador, com a ordem e com os irmãos que a compõe, portanto, a essência dos juramentos deveria estar impregnadas em nosso coração e estarmos atentos ao que disse o evangelista Mateus: “Não juraras em hipótese alguma, mas aos antigos foi dito, se jurares que o teu juramento seja cumprido, e não fiques em falta com o senhor teu Deus”

Após bebermos da taça que continha do doce e do amargo, nós de livre e espontânea vontade, perante todos os irmãos prometemos e juramos :

“Juro e prometo guardar o mais profundo silêncio sobre todas as provas a que for exposta a minha coragem. Se eu for perjuro e trair os meus deveres (...) consinto que a doçura desta bebida se transforme em amargor, e o seu efeito salutar seja para mim como um sutil veneno”.

“Tudo isso eu prometo cumprir(...), e se violar esta promessa (...)seja-me Arr .´. e L.´.e meu P.´. C.´. e meu C.´. Ent.´. em lugar Ignorado onde fique em perpétuo esquecimento.”

Caríssimos Irmãos, será que alguma vez nos demos conta da profundidade do juramento que fizemos no Altar deste Sagrado Templo? Não ! na grande parte das vezes este juramento passa totalmente despercebido, e isto pode nos causar grandes atribulações, pois como disse o sábio Ankh-sheshonq: “ Não manejes uma lança se não és capaz de ver o alvo a atingir.”

Certamente o juramento por todos foi lido, mas não assimilado ou compreendido na sua essência e profundidade pois que do Aug.´. e Resp.´. T.´. JAMAIS, em nenhuma hipótese poderia ser comentado a Prof.´. assuntos que aqui se tratam entre Col.´., pois que tal atitude além de denegrir a imagem da Maç.´.é motivo de vergonha e tristeza para os Irmãos que se vêem no centro de chacotas feitas por profanos que não conhecem a beleza de nossos mistérios e, alimentados por comentários desafortunados fazem um exercício especulativo que certamente nenhum beneficio trará a Instituição e muito menos aos Irmãos que aqui vieram em busca da evolução como seres humanos. Pois como disse o sábio Merikarê “ Não abras tua intimidade diante de qualquer um: É assim que desaparecerá todo o respeito de que gozas. Um tagarela é um perturbador para a cidade.”

Irmãos, a indiscrição com o que se passa no recinto sagrado do Templo deveria ser motivo de vergonha para quem à comete; como é triste, presenciar a conversa entre profanos a tagarelarem sobre o acontecimentos que se passaram entre CC.´., e que deveriam ser do conhecimento único e exclusivo dos irmãos que do fato discutido tiveram participação. Como é verdadeira a afirmação de Ani: “A língua de um homem pode destrui-lo”.

Como uma Loj.´.poderá formar lideres e homens de bens que estarão aptos a discutirem todos os assuntos da sociedade se não puderem Ter confiança absoluta em seus membros participantes? Como discutir os problemas da sociedade que envolvendo pessoas possam gerar atritos? Quem se levantará para defender e apontar os problemas sociais a que estamos expostos, se não tivermos a mais absoluta confiança que o assunto tratado permaneça entre CC.´. e que deles o mundo P.´.jamais venha a saber nem uma vírgula sequer?.

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Não irmãos, não conseguiremos Ter esta confiança, enquanto não tivermos plena consciência de nossos atos, e da maneira que os mesmos podem afetar-nos e aos outros, portanto, se somos homens de bens e de bons costumes que aqui nos reunimos para buscar o aperfeiçoamento, devemos pensar sobre o assunto, para que conversas sobre o que foi tratado entre CC.´. jamais se ouça no mundo P.´., pois ai sim estaremos aptos exercer o nosso papel de construtores sociais com todo o nosso potencial mantendo-nos firmemente à regra, como disse o sábio Ptah-hotep conselheiro do faraó: “Atém-se firmemente à Regra, Não a transgridas nunca”.

Sim, porque a indiscrição é uma transgressão à regra, e não pode ser aceita e nem tolerada, sob risco de afetar toda a estrutura social da instituição.

Durante a iniciação é foi dito que somos P.´.B.´., portanto seres ainda imperfeitos que necessitávamos de instruções e ajuda para podermos evoluir e progredir na Arte Real e chegarmos ao estado de P.´.P.´., portanto sendo ainda uma P.´.B.´., mas com o firme propósito de chegar ao estado de P.´.C.´., julguei oportuno dizer algumas palavras com o propósito de dar uma pequena contribuição para melhorar o nosso caminho, visto que a Vida é um eterno aprendizado e não devemos desperdiçar uma única oportunidade que a divindade nos proporciona para evoluirmos em direção a verdadeira Luz.

Rogo as divindades, que não seja eu como o hipócrita a que se referiu Jesus: que vê um cisco no olho do Ir.´. e não consegue ver uma Trave em seu próprio. Porque se soubermos aproveitar as lições que a vida nos dá, certamente sairemos mais fortalecidos em nossas convicções filosóficas; vejo como um alerta das divindade para os nossos erros, que sendo apontados possibilita a cada II.´. em suas meditações tirar as lições que melhor lhe aprouver, e que o erro cometido por um Ir.´. não sirva de motivo para julga-lo e condena-lo a danação em praça pública, mas que sirva de exemplo a todos, para que não o cometamos, e se o cometermos, estarmos conscientes de nossos atos e em hipótese alguma alegar-mos inocência e desconhecimento como atenuantes no dia do nosso julgamento.

“Sabe ser crítico em relação a ti mesmo, evitando que algum outro tenha que te criticar”. Hor-dejedef.

Que o G.´.A.´.D.´.U.´. digne-se a olhar por nós e permitir que possamos seguir firmes em direção à V.´.Luz.Ir.´. Amauri Valle

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AS FERRAMENTAS DO GRAU DE COMPANHEIRO

AS FERRAMENTAS DO GRAU DE COMPANHEIRONAS VIAGENS DA ELEVAÇÃO

Introdução

O Aprendiz, ao completar seus três anos de trabalho, é de se supor que tenha aprendido o significado da posição vertical ou perpendicular, ou seja, a reta que ascende para o reino dos céus, e portanto aproxima-se daquele ser humano hígido, de pé e ativo.A perpendicular tem sua representação no prumo, que é a jóia do segundo vigilante e é a medida de retidão. Estar a prumo significa estar de forma correta e precisa em qualquer posição na vida, quer familiar, quer profissional ou ainda fraternal.Nessas condições, o Aprendiz deverá passar ao nível, se comprovadamente tais propósitos foram cumpridos, ou seja, se ele se considera um, homem hígido, de pé e ativo. Pois o nível, simbolicamente, nos ensina que devemos pautar nossa vida dentro do equilíbrio, a fim de que nossas ações se ajustem à perfeição do desejo, dando o equilíbrio necessário para que nossa obra seja permanente e estável, na medida justa e satisfatória. Assim, o nível e o prumo formam o dualismo perfeito e conduzem à sabedoria.No ritual de elevação, o candidato é informado pelo Venerável que irá passar do número três ao número cinco e, para tal, deverá realizar cinco viagens.

Desenvolvimento

Síntese da Cerimônia de Elevação:

1 - O Exp.:, chegando à porta do templo e conduzindo o candidato, bate à porta como no 1º grau. O Cobr.: Int.: comunica ao Ven.: e este manda verificar quem bate. Por sua vez, o Cobr.: Int.: informa que é o Exp.: conduzindo umAp.: que deseja passar da Perpendicular ao Nível.À ordem do Ven:., o candidato entra como Apr.:, coloca-se entre colunas, à direita do Exp.:, faz a saudação àsLuzes e permanece à ordem e com a régua ( não graduada) na mão esquerda (apoiada no ombro esquerdo que é o símbolo da Lei da Ordem e da Inteligência, que deve nortear as atividades dos Maçons e os estudos do Companheiro. Ressalte-se que a Sessão foi aberta ritualisticamente.

2 - A seguir, o Ven.: explica, ao candidato, que ele irá passar do número TRÊS ao número CINCO e que deverá realizar cinco viagens, em alusão aos cinco anos de trabalhos e de estudos, que era, primitivamente, a exigência para que os obreiros aspirassem à ascensão dentro da Ordem. Hoje não se trata de uma graça especial o fato de serdes elevado após um estágio simbólico, o que contudo não é feito indistintamente.Por isso, aquele que é privilegiado, deve tornar-se digno de tal graça, trabalhando com todo zelo.

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O próprio Ven.: ou o Orad.: explica, a seguir, o significado da Régua de 24 polegadas que o candidato leva no ombro. - Todos os sinais maçônicos devem ser feitos com a mão e jamais com instrumento de trabalho como: malhetes, bastões, espadas, sacolas.

A RÉGUA DAS 24 POLEGADAS.

A polegada é uma medida antiga que se afastou do sistema métrico francês; contudo, ainda é usada, posto que esporadicamente, é utilizada por nós brasileiros.A Maçonaria a adota porque simboliza o dia com as suas 24 horas.Assim, a régua maçônica mede 0,66 (sessenta e seis centímetros - a polegada é a 12ª parte do pé, ou, 0,0275).O tamanho da régua já sugere que é um instrumento destinado à construção.Filosoficamente, o maçom deve pautar a sua vida dentro de uma determinada medida, ou seja, deve programá-la corretamente e não se afastar dela.

3- A Primeira viagem; antes, a uma ordem do Ven.:, o Exp.: substitui, na mão esquerda do Aprendiz, a Régua peloMaço e pelo Cinzel.Depois disso ele toma a mão direita do candidato, do Norte e do Sul, mas só no espaço entre as Colunas do Norte para o Sul, passando-se, depois, entre colunas e à ordem, sem fazer qualquer sinal, a não ser inclinar ligeiramente a cabeça em sinal de respeito ao Venerável. É comunicado que foi concluída a primeira viagem.O Ven.: então fala sobre o significado dessa viagem e sobre o Simbolismo do Maço e do Cinzel - É mister que ressaltar que todos os Irmãos, ao adentrarem o templo, durante a sessão, devem fazê-lo com as devidas formalidades, ou seja: deverá entrar com a marcha do grauSignificado dessa viagem - palavras do Ven.: - Meu Ir.: , esta primeira viagem simboliza o período de um ano, que o Comp.: deve empregar em aperfeiçoar-se na prática de cortar e lavrar a P.: B.: que aprendeu a desbastar, quando Apr.:, com o maço e o Cinzel. Por muito perfeito que seja o Apr.: lembrai-vos que sozinho não pode terminar a sua obra, visto como os molhes (paredão, que se constrói nos portos de mar em forma de cais, para protege-lo da violência das águas; quebra-mar) de pedras do Templo que se eleva a Glória do Gr.: Arq.: do Univ.: exigem, um duro e penoso trabalho no Maço, e da firme e aplicada direção do Cinzel, não se desviando do que pelos Mestres lhe foi traçado (pequena pausa).Dai-me o Sin.: de Apr.:

Simbolismo do Maço e Cinzel

Maço - O maço é uma espécie de martelo, de maiores proporções, servindo para construir ou para destruir.Maçonicamente, o maço é a ampliação do malhete, instrumento empunhado pelo Venerável Mestre e pelos Vigilante, representando a força e vigorO maço sugere duas situações, uma ativa, outra passiva; a ativa é quando bate, e passiva

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quando o objeto batido sofre o choque.O que nos lembra o maço, senão que o usamos na iniciação apenas uma vez, dando três pancadas na pedra bruta?Podemos tirar uma boa lição desse instrumento tão contundente, usando-o em nós mesmos para retirar as arestas de nossa pedra bruta, objetivado o auto aprimoramento.A maçonaria é uma escola, mas há viabilidade de uma auto-educação, pois, ao invés de esperarmos que alguém nos bata para aparar nossas arestas, podemos fazer isso nós mesmos, em uma atitude mais suave e precisa.Reconhecer os próprios erros já é uma prática de desbastamento do espirito, ainda embrutecido da inteligência humana.

Cinzel - Instrumento do grau de Aprendiz, que, com o malho, serve para desbastar simbolicamente a pedra bruta, esta um emblema da personalidade não educada e polida. Representa o intelecto.

4 - A Segunda Viagem - Inicia-se pela substituição do Maço e o Cinzel, pelo Compasse e pela Régua de 24Polegadas. O trajeto é o mesmo da primeira, terminando entre colunas, ficando, o candidato, à direita do Exp.:. Depois da comunicação do término da viagem, o Vem.: explica o significado dela e o do Compasso e da Régua de 24 polegadas - Arrastar os pés no chão, para as delegações de Lojas.

Significado dessa viagem - palavras do Ven.: - Meu Ir.:, esta Segunda viagem nada mais é do que o símbolodo segundo ano, no qual o Apr.: deve adquirir os elementos práticos da Maçonaria, isto é, a arte de traçar linhas sobre materiais desbastados e aplainados, o que só se consegue com a Régua e o Compasso. (pequena pausa)Vem.: - Meu Ir.: , daí o sinal do Toq.: de Apr.: ao Ir.: 2º Vig.:.

Simbolismo do CompassoO Compasso Filosoficamente, o homem constrói a si próprio, e para que resulte um templo apropriado a glorificar ogrande arquiteto do universo torna-se indispensável saber usar cada um dos principais instrumentos da construção.Dos alicerces ao teto, todos eles são indispensáveis, e quando surgir em nosso caminho algo com aparência de incontornável, lançamos mão da alavanca. Removido o obstáculo, teremos uma edificação gloriosa que nos honrará.O compasso mede os mínimos valores até completar ao circunferência e o círculo onde fixamos uma das hastes do compasso e, girando sobre nós próprios, executaremos com facilidade o projeto perfeito.O entrelaçamento do compasso com o esquadro será o distintivo permanente da maçonaria. Nossa vida é uma prancheta onde grafamos os projetos que, estudados, calculados os seus valores resultará no caminho completo para a construção de nosso ideal.

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5 - A Terceira viagem; para isso, é substituído, na mão esquerda do candidato, o Compasso pela Alavanca,continuando a Régua de 24 polegadas. A viagem é igual às anteriores e, no final o Vem.: dá as explicações sobre ela e sobre a Alavanca. - Trata-se do terceiro ano de estudos. A alavanca é o símbolo da Força , servindo para erguer os mais pesadas fardos; moralmente, ela representa a firmeza de caráter, a coragem indomável do homem independente e o poder do amor à Liberdade.

Significado dessa viagem - palavras do Ven.: - Meu Ir.: , esta terceira viagem simboliza o terceiro ano, no qual seconfia ao Apr.: a direção, transporte, colocação dos materiais trabalhados, o que se alcança com a Régua e a Alavanca.

A Alavanca, em lugar do Compasso, é o emblema do poder que, junto às nossas forças individuais, multiplica a potência do esforço e possibilita o desempenho de grandes tarefas.

Simbolismo da AlavancaA Alavanca - Trata-se de um instrumento utilizado que representa simbolicamente a força. Seu formato, de per si,sugere essa referida força; basta-lhe um ponto de apoio para erguer um peso enorme sob a simples pressão muscular de um braço.Arquimedes dizia: " Dai-me um ponto de apoio que erguerei o mundo" , manifestação filosófica no sentido de valorizar o " ponto de apoio" .Em nossa vida quando no deparamos com algum obstáculo a ser removido e que exp0ressa um esforço impossível, o maçom deve evocar a alavanca e buscar esse "ponto de apoio".Às vezes , a solução está perto de nós e não visualizamos porque nossa atenção está voltada para o grande obstáculo.A lição da alavanca é que não há peso que não possa ser removido e, assim, os obstáculos serão removidos, embora ultrapassados , pois a alavanca apenas suspende e, desequilibrando o peso, faz com que este se mova.Existindo o problema, ao lado estará a solução, basta encontrá-la, o que não é tarefa ingente.O) "!ponto de apoio" é quem suporta todo o peso do obstáculo e, assim, revela-se a parte mais importante.Numa fraternidade, cada irmão constitui um "ponto de apoio", que unidos representa a alavanca, devemos aprender a usar esse poder que só a maçonaria propicia.

6 - A Quarta Viagem - Inicia-se com a substituição da alavanca pelo Esquadro, continuando a Régua de 24 Polegadas.O trajeto é o mesmo das viagens anteriores e , no final da viagem., o Vem.: dá a explicação sobre os símbolos. - Esta viagem representa o estudo da Natureza, cujo conhecimento nos leva construção do edifício na direção de seu todo, simboliza ainda . S Explicação do Vem.: ao Candidato:- Meu Ir. , nos tempos primitivos da nossa Ordem era mister que o Apr.: trabalhasse, sem interrupção durante cinco anos, para ser Elevado à Comp.: . Não quero, com isso, dizer que seja uma graça especial o fato de serdes Elevado hoje, após um estágio simbólico, o que ,

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contudo , não é feito indistintamente.] dizendo pelas ciências.

Significado dessa viagem - palavras do Ven.: - Esta quarta viagem, meu Ir.:, simboliza o quarto ano de um Apr.:, noqual ele deve ocupar-se, principalmente, na construção do edifício, na direção de seu todo, verificando a colocação dos materiais reunidos dando continuidade da obra do Grande Arquiteto do Universo . Esse conhecimento nos traduz que com a aplicação do zelo e da inteligência mostrado no trabalho constante, comedido e aprimorado pode nos permitir orientar nossos IIr.: menos instruídos.:- Meu Ir. , nos tempos primitivos da nossa Ordem era mister que o Apr.: trabalhasse, sem interrupção durante cinco anos, para ser Elevado à Comp.: . Não quero, com isso, dizer que seja uma graça especial o fato de serdes Elevado hoje, após um estágio simbólico, o que , contudo , não é feito indistintamente.

Simbolismo do EsquadroO Esquadro - Somente quem souber esquadrejar poderá transformar a pedra bruta em pedra angular e devidamentedesbastada, visando - num trabalho - poli-la e burila-la parta ser transformada em pedra de adorno na construção.O Esquadro que forma um ângulo reto nos ensina a retidão de nossas ações; o maçom em sua linguagem simbólica diz que pauta a sua vida "dentro do esquadro"Tudo está na dependência da retidão , tanto na horizontalidade como na verticalidade.Seguindo-se as hastes do esquadro, teremos dois caminhos que vão se afastando, quando mais distantes seguirem; isso nos ensinará que se nossa vida se pautada de forma correta, encontraremos o caminha da verticalidade espiritual e o da horizontalidade material..Esse instrumento é imprescindível na construção; caso não for usado, teremos uma obra torcida, sem equilíbrio e pronta para ruir.

7 - A Quinta Viagem - O Exp.: retira o Esquadro e a Régua da mão do candidato, pois, nesta viagem, ele nada leva. OExp.:, então encosta a ponta de uma espada sobre o peto ( lado esquerdo, região cordial) do Aprendiz, que com o polegar e o indicador da mão direita, segurará a ponta da arma, fixando-as. E assim é feita a circulação. - A Quinta viagem significa que, tendo, o candidato terminado a sua aprendizagem material, representada pelas quatro viagens, em que ele conduziu instrumento de trabalho, ele pode aspirar a alguma coisa além do que pode ser percebido no plano físico do Aprendiz. Ou seja, ele está pronto para a transição do plano físico ao plano espiritual, ou plano cósmico.

Significado dessa viagem - palavras do Ven.: - Terminada, o Vem.: transmitirá o seu significado.Esta quinta viagem mostra que o Apr.: suficientemente instruído nas práticas manuais, deve, durante o quinto e último ano, aplicar-se ao estudo teórico. Meu Ir.:, não basta estar no caminho da Virtude, para nela nos conservamos; parta chegarmos

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a Perfeição, são necessários muitos esforços. Segui, pois o objetivo traçado e tornai-vos digno de conhecer os altos trabalhos maçônicos.

8 - Considerações finais

Observando-se o painel do grau de companheiro vê-se as 09 seguintes ferramentas::

Alavanca, Cinzel; Compasso, Esquadro, Maço, Nível, Prumo, Régua, e a Trolha

O que tem haver 6 destas 9 ferramentas quanto ao desejo do candidato passar da Perpendicular ao nível ?A perpendicular representa o ser humano hígido, de pé e ativo, é a reta que ascende para o reino dos céus; é a escada de Jacó que na sua verticalidade rompe as nuvens do firmamento. Observa-se ainda outros dísticos, porem não é o caso a ser discutido no momento.Assim das ferramentas enumeradas, apenas :O maço, o cinzel, o compasso, a régua, a alavanca e o esquadro serão utilizados na cerimonia de elevação., Embora, use-se também a espada na 5ª viagem, esta não é ferramenta do grau de companheiro, mas representa a proteção do sigilo que o agora companheiro deverá conservar consigo, ou partilhar com irmãos do mesmo grau ou superior.

Concluindo, de todo os conhecimentos transmitidos, entedemos, que não basta estar-mos no caminho da virtude, e nela nos conservar-mos,; para chegarmos à perfeição, são necessários ainda muitos esforços. estudo e pesquisas.

A atuação do maçom não se restringe a loja, pois é seu dever é exercer a verdadeira postura maçônica no mundo profano, agindo com tolerância, prudência e respeito pelo ser humano.

Bibliografia:

Ritual - Rito Escocês Antigo e Aceito - 2º Grau - Companheiro - Grande Oriente do Brasil - 2001

CAMINO, R - Breviário Maçônico - Para o dia-a-dia do Maçom - Madras Editora Ltda. São Paulo,1999.

CASTEZLLANI, J. Liturgia e Ritualística do Grau de Companheiro Maçom ( em todos os Ritos)A Gazeta Maçônica. S Significado dessa viagem - palavras do Ven.: - Paulo ,1987.

FIGUEREDO, J.G. - Dicionário de Maçonaria - Seus mistério, Seus ritos, Sua filosofia , Sua história. EditoraPensamento Ltda, São Paulo, 1996-97-98.

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O PAINEL SIMBÓLICO DO GRAU DE COMP.`.

“Daí não sabemos o porquê de se colocar Três Painéis num Ritual do Rito

Escocês, do Segundo Grau, se não se ensina nada sobre eles – com a

agravante ainda maior, quase não se faz Sessões no Grau de

Companheiro”.

Assis Carvalho (04/10/1934 – 03/11/2002)

I. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A ausência de um Painel entapetado no centro do piso mosaico torna incompleta

uma L.'. M.`.. A sua presença é indispensável durante a realização da Reunião. Não

é para menos, porquanto o Painel representa um estandarte, ou insígnia, no qual os

símbolos apropriados ao respectivo Grau estão gravados para serem estimados,

compreendidos e respeitados. É, pois, ritual inevitável estendê-lo no início da

sessão e enrolá-lo no final dos trabalhos.

Esta preocupação provém dos idos tempos da Mac.`.. A bem da verdade, quiça

nesta época, a representatividade do Painel fosse ainda mais significativa, pois os

primitivos maçons desenhavam os símbolos do Painel no chão, vivificando-os a

cada início do encontro e ocultando-os, para sua preservação, ao final. Isto porque,

nesta ocasião, inexistiam os Templos M.`., assim 1º Experto era obrigado a riscar no

centro dos Varandões dos canteiros de obras, a giz ou a carvão, o desenho das

ferramentas dos MM.'. Operativos e das Colunas e Pórtico encontrados nas ruínas

do Templo do Rei Salomão. Paulatinamente, estes Símbolos foram sendo

desenhados, pintados ou bordados permanentemente em um pedaço de pano, lona

e tapetes que receberam o nome de Painel.

Há 262 anos, de acordo com fontes históricas confiáveis, pôde-se, pela primeira

vez, ver impresso nos livros do Abade Gabriel Luiz Calabre Perau (1700-1767) o

mais antigo Painel Maçônico. Este guardava características peculiares, porquanto

reunia símbolos e ferramentas tanto de Aprendiz, como de Companheiro. Por este

motivo, era identificado como Painel Misto (Aprendiz-Companheiro) ou conjugado,

tal como publicado no Livro de Revelações (Exposures): primeiro, com o título de

“Les Secretes des Francs-Maçons” (Os Segredos dos Franco Maçons, 1742 - 1a.

Edição, Amsterdã) e, em 1745, numa 2a Edição do mesmo livro, com o título de

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“L’Ordre des Francs-Maçons Trahi” (A Ordem dos Franco Maçons Traída). Este

Painel já contava com a presença de: Est.'. Flam.'., Letra “G”, Trolha, Globo, Pedra

de Afiar, Luminárias (Sol e Lua) e as Letras J e B.

É certo que o Grau de Comp.`. conta com o maior número de Painéis, comparado

com os demais Graus. Apenas a título de exemplo, além do Simbólico do 2o Grau

que é objeto deste trabalho, podemos mencionar ainda outros dois: Painel de Harris

(Alegórico), no qual observa-se a Fonte de Água Corrente e a Espiga, as Duas CCol.'.

Vestibulares, a Escada em Caracol e a Câmara do Meio; e Painel da Loja de Com.'.,

no qual estão representadas as Sete Artes, as Ciências Liberais e as Cinco Nobres

Ordens de Arquitetura.

No entanto, optamos por elaborar um estudo comparativo entre o Painel Conjugado

e o Simbólico do Grau de Comp.`. atualmente praticado em nossa Ordem.

Objetivamos com isto confrontar o passado com o presente, na tentativa de

produzir efeitos instrutivos relevantes com elevado conteúdo explicativo. 

III. ANÁLISE COMPARATIVA

Assim, comparando os Painéis Misto e Simbólico do 2º. Grau, é possível traçar o

seguinte quadro:

No Painel Simbólico, consta uma orla denteada que contorna todo o retângulo que o

constitui, presente também no Painel Conjugado. Esta orla simboliza a união

fraterna que deve existir entre os homens. No ponto médio de cada uma de suas

faces, encontramos as marcas dos quatro pontos cardeais. Em suas junções,

também observamos uma Trolha – vista no interior tanto do Painel Misto, como do

Painel Simbólico; porém, neste na Col.'. do N.'. e naquele na Col.'. do S.'.,

simbolizando a indulgência e o perdão;

Na parte superior do retângulo que compõe ambos os Paineis, há representação de

uma corda com três (ao invés de cinco) nós, terminada por uma borla. Somente na

Maç.'. Especulativa é que apresenta significado, como, por exemplo, os “três laços

de amor” ou a imagem da união fraterna entre IIr.'.;

As Sete estrelas, que representam as sete Ciências Liberais, são representadas

apenas no Painel Simbólico;

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Ainda na parte superior e à direita do Painel Simbólico, há o desenho da Prancheta

de traçar ou Prancheta da L.'., que constitui uma das três jóias fixas da L.'. de M.`..

Diferentemente, no Painel Conjugado, não a observamos representada da mesma

maneira que a anterior, isto é, pelas cruzes quadruplas e de Santo André;

As duas luminárias (Sol e Lua) estão representadas de forma semelhante nos dois

Painéis. Ou seja, o Sol à esquerda e Lua à direta (como no R.'. E.'. A.'. A.'.).

Entretanto, pode haver Painel que os representem posicionados de forma diferente.

Isto quer dizer que há Painéis diferentes para Ritos distintos;

No Painel Misto, o Esquadro está presente na parte inferior do retângulo e o

Compasso na parte superior; portanto, não sobrepostos. No Painel atual do grau de

companheiro e no nosso rito os vemos entrelaçados com a haste esquerda livre

direcionada à Col.'. do S.'.. Outra diferença é a presença, no Conjugado, da letra “G”

em destaque, no centro do retângulo e distanciada da Est.'. Flam.'.; ao passo que,

hoje, em nosso Ritual, estão representadas formando um único conjunto;

Do lado direito, na parte superior, média e inferior do retângulo que compõe o

Painel Misto observamos três janelas: uma entre o Comp.'. e a Est.'., outra abaixo

do Pórtico e acima do Esq.'. Ambas alinhadas medial e longitudinalmente. A terceira

janela é observada na Col.'. do S.'. (no seu ponto médio). De forma um pouco

diferente, no Painel Simbólico, uma das três janelas se encontra na parte superior

do retângulo, alinhada com a Col.'. do S.'.. As duas outra são vistas, uma na parte

média desta Col.'. e outra na parte inferior do retângulo. Simbolicamente temos qu

a luz forte qu vem do o Oc.'.(acima do quinto degrau). De forma pouco diferente, no

Painel Simbólico, a terceira janela está no início da Col.'. do S.'.. Simbolicamente

temos que a Luz forte que vem do Or.'. é fraca na Col.'. do S.'. e escassa no Oc.'.,

mas ausente a luminosidade solar na Col.'. do N.'., onde estão os AApr.'.;

Ainda na Col.'. do S.'. do Painel Simbólico vemos uma espada simbolizando a 5a

viagem. Ferramenta não encontrada no Painel Conjugado. Observa-se, ainda neste

último, superior e inferiormente, três tocheiros ou candelabros: dois na parte

inferior direita e esquerda do retângulo e um terceiro em sua parte superior direita;

Inferiormente, delimitando o Pórtico do T.'. no Painel Misto, encontramos duas

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CCol.'. com as letras “J” e “B” externamente ao lado. No Painel Simbólico, ao

contrário, estas letras se encontram grafadas nas CCol.'. e de forma invertida, isto

é, “B” à esquerda e “J” à direita;

Em ambos os Painéis vê-se o Pórtico do T.`. ao fundo e entre as CCol.'.. Entretanto,

no Painel Misto, esta representação se dá de forma um pouco diferente, ou seja, em

uma linha central do retângulo inferiormente à letra “G”, centralizada e abaixo de

um triângulo suspenso por quatro CCol.'. Curiosamente, aqui também se encontra a

representação de três portas: uma logo acima dos sete degraus, outra no ponto

médio da borda lateral do retângulo e ainda uma no ponto médio da linha superior

desse retângulo à frente do trono do V.'. M.'. ;

Na extremidade inferior do retângulo, vemos a representação sobre o chão da L.'.,

reproduzida pelo Pav.'. Mos.'., ao lado de cada uma das CCol.'., da P.'.B.'. e da

P.'.C.'.. Estas P.`. são observadas no Painel Conjugado alinhadas na Col.'. do N.'.,

sendo que a P.'.B.'. está superior e a P.'.C.'. inferior;

O Maço (Malho) e o Cinzel (Escopro) são representados em uma peça única quando

se observa o Painel Misto, posicionados inferiormente junto e medialmente à Col.'.

do N.'. Diferentemente, no Painel Simbólico, os vemos como peças individuais, mas

postados entre si de forma cruzada, e posicionados inferior e lateralmente à Col.'.

do N.'.;

O Nível e o Prumo encontram-se representados, respectivamente, nas CCol.'. do N.'.

e do S.'. do Painel Misto. Já, no Painel Simbólico, os vemos no centro do Painel, mas

com a mesma correspondência; ou seja, Nível à direita e Prumo à esquerda.

Em ambos os Painéis, o chão da L.'. está representado por um Pav.'. Mos.'. em

diagonal;

Uma Alavanca entrecruzada com uma Régua é representada na Col.'. do N.'.. Não

sendo observada, assim como a Régua, no Painel Conjugado;

No Painel Misto, podemos ver a representação de uma Esfera medialmente alinhada

com outros símbolos. Entretanto, no Painel Simbólico, encontramos duas Esferas

posicionadas no topo de cada uma das CCol.'. “J” e “B”: uma, representando a Terra

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(Col.'. “B”) e a outra representando o Céu (Col.'. “J”).

Na parte inferior de ambos os Painéis estão representados os degraus: cinco no

Painel Simbólico e sete no Painel Misto.

III. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Eis essencialmente as comparações possíveis de se formular entre o Painel Misto e

o Simbólico, dos quais nota-se pontos de contato e diferenças. Procuramos esta

linha de pesquisa, pois sabíamos que surtiriam efeitos pretendidos; e, de fato,

surtiram. A contribuição proporcionada por este trabalho comparativo à nossa

cultura maçônica foi significativa, já que alcançamos algumas conclusões de suma

relevância. Sem esgotar todas, três nos parece importantes para, por ora, nos

atermos.

A primeira delas nos ensina a evolução dos símbolos sem desconciliar-se com a

tradição. Do Painel Misto ao Simbólico, nota-se claramente o enriquecimento

simbólico, tanto assim é que houve a desvinculação dos Graus. Os AAp.`. e os

CComp.`. conquistaram seu próprio Painel; por conseguinte, os respectivos

símbolos tornaram-se mais ricos e detalhados, sem, contudo, perder a essência da

tradição simbólica destes Graus.

Notamos ainda o poder de criação do homem para ampliar as representatividades

do Painel. No Misto, inexistem, por exemplo, as sete estrelas. No entanto, quão os

M.`. se desenvolvem no estudo deste símbolo? É imensurável; e hoje, no Painel

Simbólico, temos à disposição o poder desta imensidão de significados. Por meio

destes símbolos, podemos estudar a representação das Ciências Liberais, com toda

sua extensão de valores.

Este ensinamento nos leva a outro, tão ou mais relevante: “Símbolo estático é

símbolo superado na Maçonaria” (Trolha, 2002, p.45). De fato, a simbologia é rica

em significados, e são estes que, a nosso ver, influem diretamente na necessária

vivacidade dos símbolos, propulsando a evolução, com o cuidado - a se ter sempre -

de não romper com as tradições.

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Page 50: As Cinco Viagens

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

ASLAN, Nicola. Grande Dicionário de Maçonaria e Simbologia. Londrina/PR, Ed. A

Trolha, 1996, 4v.

BELTRÃO, Carlos Alberto Baleeiro. As Abreviaturas na Maçonaria. São Paulo: Madras

Editora, 1999.

CARVALHO, Assis. Companheiro Maçom, 2a ed., Londrina/PR, Ed. A Trolha, 1996.

CARVALHO, Assis. Símbolos Maçônicos e Suas Origens. Londrina/PR, Ed. A Trolha,

1996.

CARVALHO, Assis. Instruções para Loja de Companheiro: REAA. 4a ed., Londrina/PR,

Ed. A Trolha, 2002.

CASTELLANI, José e RODRIGUES, Raimundo. Cartilha do Companheiro, 2a ed.,

Londrina/PR, Ed. A Trolha, 2002.

GRANDE ORIENTE do BRASIL Ritual – 2o Grau – Companheiro. Brasília, DF, 2001.

A EXALTAÇÃO AO TRABALHO NO GRAU DE COMPANHEIRO

Permitam-me, meus Irmãos, apoderar-me de um dos mais belos trechos da Oração aos Moços, de Rui Barbosa: “Oração e trabalho são os recursos mais poderosos na criação moral do homem. A oração é o íntimo subliminar-se da alma pelo contato com Deus. O trabalho é o inteirar, o desenvolver, o apurar das energias do corpo e do espírito, mediante a ação contínua de cada um sobre si mesmo e sobre o mundo onde labutamos. … O Criador começa e a criatura acaba a criação de si própria. Quem quer, pois, que trabalhe, está em oração ao Senhor.” (trecho da Obra de Rui Barbosa extraído do artigo do Ir:. Raimundo Rodrigues – Cartilha do Companheiro – Ed. A Trolha – 1a. Edição – 1998 – págs. 105 e seguintes)

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Page 51: As Cinco Viagens

O Grau de Companheiro, ensina-nos o Rito Escocês Antigo e Aceito, é o Grau dedicado à exaltação do Trabalho. De pouca relevância o tipo de trabalho, ministra também lições nesse sentido, o Ritual. Imprescindível, entretanto, nos dias tumultuados de nossa atualidade, quando valores invertidos atropelam sem ressentimentos a Ética, que o trabalho seja prestado com respaldo nos melhores princípios da dignidade, que o ato de trabalhar seja praticado com a alegria do crescimento espiritual, pois o homem, na sua capacidade de errar e transgredir, esmera-se em arquitetar formas nada saudáveis e recomendáveis de “trabalhos” distantes de qualidades sublimes, exercidos unicamente com o intuito de provocar um enriquecimento rápido e sem causa, com a meta apenas de acumular a matéria.

O Companheiro exalta o trabalho, impõe ação aos instrumentos colocados à sua disposição, como o maço e o cinzel, a régua, o compasso e o esquadro, o prumo e o nível, a alavanca, aprendendo a manejá-los com habilidade e dedicação incontidas, buscando a abundância de espigas de trigo; transformando em Pedra Cúbica a Pedra Bruta que já desbastara; escalando a escada do aprimoramento espiritual; lançando-se às profundezas dos mistérios de sua existência; conhecendo o significado da letra “G”, vendo e sentindo a Estrela Flamejante.

Não encarar como um castigo, o trabalho, é um sábio ensinamento e um grande e bom desafio. O preceito bíblico da transformação do suor e da força do trabalho em alimento, com uma carga evidente de suplício, teve lá sua razão de ser. O G:.A:.D:.U:., em momento de justa fúria, lançou sobre o homem a pecha que o haveria de seguir pelas suas trilhas terrenas. E realmente, por séculos, trabalhar era próprio de alguém inferior, era próprio de escravos condenados a suprir com seu suor e esforço o alimento de seus senhores, na turva visão do trabalho como desonra e estigma social. O Ir:. Raimundo Rodrigues, em um excelente artigo publicado na Cartilha do Companheiro – 1a. Edição da Ed. A Trolha, lembra-nos que - o “ora et labora” era um incentivo que se dava aos religiosos para que pudessem evitar e, até mesmo, vencer as tentações e que essa forma de entender o trabalho passou a se modificar com o advento do humanismo e mais ainda com a chegada do Renascentismo.

Mas a mesma sabedoria do Grande Arquiteto teve o condão de mudar conceitos, mesmo que tão arraigados; teve a sabedoria de incutir em filósofos a essência magnífica do trabalho e daí nasceram apologias e exaltações ao ato de trabalhar, desmistificou-se a supremacia do conhecimento sobre a ação e descobriu-se que o homem, se podia pensar, conhecer, melhor estaria se colocasse em prática seus pensamentos e conhecimentos.

É pela ação do trabalho que obras maravilhosas acontecem. É pelo trabalho que a inércia desaparece, o Universo se transforma e que tudo está em constante e perene movimento, ainda nas palavras do Irmão Raimundo Rodrigues.

O Maçom é um trabalhador por excelência. Por perfeita e justa razão, recebe ele o apelido de Obreiro e o seu local de trabalho, Oficina. Mais ainda junto aos Companheiros, essa qualidade de trabalhador se enaltece, passando a ser a essência filosófica do Grau. Deixando de usar apenas a força mais bruta, arduamente aplicada no aprendizado do alto da Coluna do Norte, e imprimindo mais a inteligência, o Companheiro estará mais livre em seus passos para buscar seus caminhos. Nas etapas de sua jornada, trabalhando com afinco e sempre em conjunto com

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Page 52: As Cinco Viagens

seus Irmãos, na mais pura essência da fraternidade, certamente terá confrontos com dificuldades e obstáculos para vencer os degraus da escada que o levará às portas da Câmara do Meio. Mas o empenho na construção do Templo, com o uso adequado das ferramentas do Grau e a aplicação de princípios teóricos e filosóficos que passará a dominar com mais propriedade, servirá para aprender e compreender os sentidos dos emblemas, das alegorias e dos símbolos que a Maçonaria lhe proporciona e para entender o que é realmente necessário para alcançar o Grau de Mestre.

O Grau de Companheiro possui uma característica bastante forte de participação, de ação e criação em grupo, possibilitando o exercício da fraternidade com plenitude e ampliando a visão espiritual sobre a vida material. Usando a trolha, símbolo da indulgência, o Companheiro unirá as pedras cúbicas pela argamassa da irmandade, lançando o reboco e corrigindo as arestas, reconhecendo, acima de tudo, na lição de Assis Carvalho, “as qualidades de cada Irmão, perdoando-lhe os defeitos reparáveis”. (Cartilha do Companheiro – 1a. Edição – Editora A Trolha – páginas 145 e seguintes).

O trabalho, nas anotações feitas pelo Ir:. Raimundo Rodrigues em sua obra já mencionada, evoca a essência da Maçonaria e faz parte de sua filosofia e de sua história e alguns aspectos servem sobremaneira como evidências a esse respeito, tais como:

Na Maçonaria operativa, o trabalho dos construtores tinha uma alta qualidade e era bastante criativo, como provam as estupendas construções, muitas ainda de pé e deslumbrando a quem as visita;Passando a ser especulativa em 1.717, a Maçonaria adquire um caráter filosófico, espiritual e social;Os locais dos Maçons, como Obreiros, passam a ser conhecidos como Templos ou Oficinas;A vestimenta do Maçom é o avental, símbolo grandioso do trabalho;As atividades em Loja passam a denominar-se Trabalho, tendo este a qualidade de Justo e Perfeito, quando transcorre em obediência aos ditames da lei maçônica; quando é praticado em ambiente de harmonia; com respeito aos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade e quando recebe as bençãos do Grande Arquiteto do Universo.

E se o trabalho é uma característica primordial da Maçonaria, mais ainda o é no Grau de Companheiro, que a ele se dedica, como se dedica às ciências, à filosofia e às artes, ouvindo sempre, falando quando necessário e trabalhando bem e muito, dentro dos melhores princípios maçônicos.

Trabalhar, principalmente para o Companheiro, é dedicar-se à construção do seu Templo Interior, em um processo contínuo, no qual o sentido de “vencer as paixões e submeter as nossas vontades” mais se acentua e se faz presente. Pouco a pouco, com a pertinácia do trabalho e o uso adequado das ferramentas, e sobretudo irmanado, o Companheiro se entrega à construção do edifício, dentro de si, mas com o objetivo de projetar-se para fora, para a sociedade, em um processo sociológico que pretende exteriorizar e transmitir para outros indivíduos as conquistas espirituais que constituem a argamassa e os demais materiais utilizados na ação de construir.

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Page 53: As Cinco Viagens

E seu templo social será erguido, sempre em vertical, como quem tem o pé no chão e a cabeça, o espírito, perto do Grande Arquiteto. E nessa obra, serão observados os ensinamentos da Maçonaria, com o edifício amparado em pedras cúbicas cinzeladas para suportar uma sólida estrutura; com cálculos feitos no projeto com o melhor uso da geometria e das demais ciências; apoiados no melhor manuseio do compasso, do esquadro e da régua. E na construção, parede por parede, que a trolha tenha bom uso no aparo das arestas e com o poder de indulgência que lhe caracteriza; que o nível seja usado de bom grado para assegurar a horizontalidade e a igualdade das superfícies, onde os Irmãos estarão no mesmo patamar; que o prumo tenha a manipulação adequada, demonstrando a retidão da construção, visível na perfeita verticalidade das paredes. E, quando os obstáculos se impuserem, ou mesmo quando um esforço maior for exigido para a execução da tarefa de construção, que a alavanca seja usada na melhor acepção de Arquimedes, para facilitar a transposição de dificuldades e contribuir para a consecução dos trabalhos.

A alegria e o pensamento positivo devem acompanhar o Companheiro na construção do Templo e, maior será essa alegria, quando houver a descoberta que a construção é, na verdade, um processo de transformação, no qual, a cada pedra assentada, as virtudes vão substituindo os vícios; o espírito vai tomando o lugar da matéria; a fraternidade, pois o trabalho não deve ser apenas solitário, vai se sobrepondo ao individualismo e à vaidade.

E assim é o trabalho maçônico, o trabalho exaltado no Grau de Companheiro. De tal sorte que, se praticado com perseverança e entusiasmo, sepultará intolerâncias, ressentimentos, mágoas e medos, bem como outros sentimentos que não são e não devem ser próprios das virtudes perseguidas pelo Maçom e, em contraponto, ressaltará virtudes fortemente necessárias ao aprimoramento da humanidade, papel fundamental do verdadeiro Maçom.

Bibliografia consultada:

Ritual do 2º Grau – Companheiro – Rito Escocês Antigo e AceitoBíblia SagradaCadernos de Bolso A Trolha – Instruções para Loja de CompanheiroCadernos de Pesquisas Maçônicas – nº 14 – Ed. A TrolhaCadernos de Estudos Maçônicos – nº 17 – Ed. A TrolhaCartilha do Companheiro – Ed. A TrolhaGrau dos Companheiros e seus Mistérios – Jorge Adoum – Ed. PensamentoJornal A Gazeta Maçônica – julho/agosto de 2003 pág. 3

A ESTRELA FLAMÍGERA

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Page 54: As Cinco Viagens

Inicialmente, alguns esclarecimentos acerca do tema:

ESTRELA FLAMÍGERA é também conhecida por ESTRELA FLAMEJANTE ou ESTRELA

FLAMANTE.

Não se deve confundir a ESTRELA FLAMÍGERA (pentagrama) com o SELO DE

SALOMÃO (hexagrama). Este último é formado por dois triângulos de lados iguais

(eqüiláteros) opostos pela base e entrelaçados, enquanto que o primeiro tem a

forma de estrela de cinco pontas.

Tampouco se deve confundi-la com o DELTA LUMINOSO. Este se situa atrás e acima

da cadeira do Venerável. Esta última distinção é necessária porque alguns rituais

colocam a ESTRELA FLAMÍGERA no interior do DELTA LUMINOSO.

Por detrás da Estrela Flamígera irradiam chamas, que não se deve confundir com

raios.

O termo flamejante vem do fogo. Reconhecido pelos antigos como um dos quatro

elementos do mundo, o fogo é um principio ativo, transmutador e transformador.

A LETRA G, que é encontrada no centro da Estrela Flamígera, não é abordada neste

trabalho, pois é incontestavelmente um enigma maçônico, cujos mistérios que

pairam sobre ela e as infinitas interpretações e significados que lhes são atribuídos

pelas diversas correntes, a faz por merecer profundo estudo à parte.

A ORIGEM DA ESTRELA FLAMÍGERA

Se pedirmos para uma criança, em fase inicial de aprendizado, desenhar a figura de

uma estrela, ela certamente irá desenhar uma estrela de 5 pontas, e a ela irá

atribuir o significado de apenas algo que brilha no céu.

Entretanto, o símbolo estrela de 5 pontas é encontrado desde as milenares culturas

Egípcia, Hebraica, Greco-Romana, Romano-Cristão, Chinesa, assim como nos

estudos da Cabala, da Numerologia e do Tarô, nos estudos de Pitágoras, sendo-lhe

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Page 55: As Cinco Viagens

atribuído os mais diversos significados.

E tendo uma estrutura simbólica e ritualística, a Maçonaria reconhece heranças

procedentes dessas diversas tradições e culturas, com as quais teve contato

durante a sua existência, sobretudo no que se refere aos símbolos cosmogônicos

relacionados com a construção.

Por se tratar da mais antiga, a Tradição Egípcia merece destaque especial dos

escritores maçônicos, pois o antigo Egito foi um dos centros sagrados de onde

surgiu grande parte do saber que contribuiu para dar forma, com sua influência

sobre os filósofos gregos, à concepção do mundo.

Segundo os autores maçônicos, a herança egípcia foi transmitida à Maçonaria

através, fundamentalmente, da Alquimia e do Pitagorismo.

Os pitagóricos usavam a Estrela Flamígera para representar a SABEDORIA e o

CONHECIMENTO.

Theobaldo Varoli Filho afirma que, como símbolo maçônico, a Estrela Flamígera é

rigorosamente de origem pitagórica, sendo que seus sentidos mágico, alquímico e

cabalístico, assim como o seu aspecto flamejante, foi imaginado ou copiado por

Cornélio Agrippa de Nettesheim (1486-1533), jurista, médico, teólogo e professor,

amante da Magia e da Cabala.

UM POUCO SOBRE PITÁGORAS

Dada a acolhida pelos autores quanto a Estrela Flamígera ser de origem pitagórica,

algumas breves informações sobre Pitágoras:

Pitágoras viveu cinco séculos antes de Cristo, na Grécia, onde foi filósofo, geômetra

e moralista. Seu nome figura com excepcional destaque na história da matemática.

Permaneceu por alguns anos no Egito e lá, ainda jovem, freqüentou os templos e

ouviu os Sacerdotes. Com os Sacerdotes, iniciou-se no estudo das ciências ocultas,

aprendeu as regras do cálculo e chegou a conhecer recursos e artifícios da magia

egípcia.

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Page 56: As Cinco Viagens

Ao regressar à Grécia, trazia Pitágoras a fama de ser um sábio, dotado de estranho

poder, capaz de revelar aos homens todas as faces da vida e os segredos

inatingíveis das coisas.

Ensinava aos seus fiéis discípulos que os números governavam o mundo e que, por

isso, todos os fenômenos que ocorriam na terra, no ar, no fogo ou na água podiam

ser expressos, avaliados e previstos por meio de números.

Para ele, o número não era considerado como uma qualidade abstrata, mas como a

virtude intrínseca ética de um Supremo, o Deus, a origem da harmonia universal.

ALGUNS SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS À ESTRELA FLAMÍGERA

Segundo Lavagnini:

Lavagnini escreve que a estrela de cinco pontas simboliza a imagem de um homem,

com as pernas e os braços abertos, em correspondência com as quatro pontas

laterais, sendo a cabeça correspondente à ponta superior, representando o

equilíbrio ativo e a sua capacidade de expressão. Desta forma, simboliza que o

homem se acha no centro da vida e, com a sua atividade, irradia de si mesmo a sua

própria luz interior, exatamente como se acha a estrela no espaço.

Segundo Varoli:

Varoli atribuiu às cinco pontas da Estrela os cinco sentidos que estabelecem a

comunicação da Alma com o Mundo Material (tato, audição, vista, olfato e gosto),

dos quais, para os maçons, três servem à comunicação fraternal, pois é pelo tato

que se conhecem os toques; pela audição se percebem as palavras e as baterias;

pela vista que se notam os sinais.

Segundo Castellani e Rodrigues:

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Page 57: As Cinco Viagens

Dentre os diversos significados pesquisados, este grupo, particularmente, elegeu

como mais profundo e reflexivo aquele atribuído pelos autores José Castellani e

Raimundo Rodrigues, o qual assim resumimos:

A Estrela Flamejante representa o HOMEM IDEAL, que deve ser a grande aspiração

do Campanheiro-Maçon. A Estrela Flamejante é LUZ e luz é o grande símbolo da

Verdade e do Saber.

O Sol, a Lua e a Estrela Flamejante têm uma significação bem diferente daquela

que lhes é atribuída no mundo profano. As luzes que cultuamos na Maçonaria nos

proporcionam uma outra visão, muito mais abrangente e de muito maior valor para

a nossa vida, pois elas iluminam a estrada de nossa existência, no campo mental e

espiritual.

A Estrela Flamejante serve de alerta ao Companheiro-Maçom sobre a sua

responsabilidade de auto-melhoramento, não se deixando dominar por paixão

alguma, evitando todo e qualquer excesso.

Logo, é preciso que procure distinguir sempre as diferenças que existem entre

paixão, emoção e sentimento. A paixão é inadmissível no Maçon; é perigosa e deve

ser afastada sempre porque é irracional e conduz perigosamente ao fanatismo.

Isto significa que tudo se resume numa única palavra – virtude. Virtude é a

disposição íntima pela qual a alma se põe em harmonia consigo mesmo. A prática

da virtude consiste na anulação das paixões e na superação do próprio Ego.

Quando a Maçonaria quer que a Pedra Bruta se transforme em Pedra Cúbica, ela

está lembrando ao Iniciado que ele deve manter uma luta progressiva e sem

tréguas pelo domínio de si mesmo, colocando próprio ego sobre o mais absoluto

controle.

Leibniz, filósofo que viveu no século XVIII, já dizia: “Só Deus é perfeitamente livre;

as criaturas o serão, mais ou menos, na medida que se coloquem acima das

paixões”.

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Page 58: As Cinco Viagens

Bibliografia:

Cartilha do Companheiro 

José Castellani e Raimundo Rodrigues 

Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda. 

A Simbólica Maçônica 

Jules Boucher 

Editora Pensamento .

Curso de Maçonaria Simbólica 

Theobaldo Varoli Filho 

Editora A Gazeta Maçônica 

Simbolismo do Segundo Grau 

Rizzardo da Camino

Editora Madras

O Companheirismo Maçonico

Rizzardo de Camino

Editora Madras

2ª Edição

O Companheiro Maçom

Heitor Botelho

Editora “A TROLHA” Ltda.

P O S T A D O P O R   C I D A D E M A Ç O N I C A   À S   0 3 : 1 7  

2 C O M E N T Á R I O S :

xavier disse...

depois de dois anos estudando discubrir varios segredos masonicos pois

agora vou usar ameu favor benefico pois sou homen do bem e adimiro

voçeis mais manterei segredo 

pois asociedade e ipocrita nao intenderia averdadeira sabedoria 

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Page 59: As Cinco Viagens

agradeço pelo comentario

xavier 9924-2100

sou pedreiro e sei lidar com compaso e esquadro

19 DE FEVEREIRO DE 2012 07:21

InformaNegocios.com disse...

A ESTRELA FLAMÍGERA, não pode e nem é a mesma coisa de FLAMEJANTE

OU FLAMANTE. A Estrela Flamejante pode ser tanto de 05 quanto de 06

pontas. Altere. Leia esta explicação melhor aqui: 

http://www.fraternidadeserrana.com.br/As%20cinco%20faces%20da

%20Estrela%20Flam%EDgera.htm

AS CINCO FACES DA ESTRELA FLAMÍGERA

Dentre as diversas peculiaridades do grau de companheiro, uma que possui grande valor esotérico e desperta interesse na descoberta de seus mistérios é a Estrela Flamígera, até porque simboliza do Grau 2. Abordando matéria extraída da REVISTA TROLHA, de autoria do Ir.'. Dario Aparecido da Costa, encontramos a descrição das diferenças entre a Estrela Flamígera e a de Cinco Pontas, que não podem ser confundidas.

A Estrela de Cinco Pontas:

O Grau de Companheiro Maçom, não é simplesmente um Grau intermediário, como querem muitos autores maçons. Este Grau tem o seu fundamento no trabalho e sua liturgia assenta-se em vários instrumentos e símbolos, sendo a Estrela de Cinco Pontas um deles, cuja natureza pedagógica passaremos a abordar: A estrela, por ser um corpo celeste com luz própria, sempre foi a “quintessência” do mistério. Hoje, já temos uma visão mais palpável sobre a vida das estrelas, assim como dos demais astros, colhidas através da astronomia e de outras ciências, onde obtivemos conhecimento aprofundado sobre as suas possíveis origens e funções.

Pelo seu mistério, a estrela constitui-se num dos principais Símbolos do 2º Grau, ornamentado as Lojas, fixando-se como símbolo maior do Companheiro, apesar das muitas variações ritualísticas.

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Page 60: As Cinco Viagens

O “Pentalpha” é uma figura geométrica construída pêlos pitagóricos, que tomaram por base um triângulo e assim, unindo cinco dessas figuras sobre o pentágono, formaram a estrela de cinco pontas. Os pitagóricos consideraram a figura geométrica alcançada como o “emblema” da perfeição e do supremo saber. Como símbolo maçônico representa a “Fraternidade Maçônica”, que por sua vez almeja a “Paz Mundial, o que redundaria, em essência, no cultivo efetivo do “Amor”.

Exemplo da construção da estrela de cinco pontas pelos filósofos seguidores de Pitágoras:

A Estrela de Cinco Pontas, como emblema maçônico, tem origem no “Pentalpha de Pitágoras”, palavra derivada do grego: “Penta” = “cinco” e “alpha” = “A”, ou seja, a primeira letra do alfabeto grego, que cada triângulo representa, sendo posta em cada uma das faces do pentágono.

Vale ressaltar que a base triangular é largamente usada pela Maçonaria em todas as sua decorações, pelo seu alto significado simbólico, seja no formato dos tronos, dos papéis, dos estandartes, jóias, ornamentos e utensílios.

A Estrela de Cinco Pontas pode também ser chamada de “Pentagrama”, “Pentalpha” e “Estrela Quinária”, mas jamais poderá ser confundida com “Estrela Flamígera” e muito menos com o “Selo de Salomão”. A Estrela Flamígera expele chama e faíscas, enquanto o “Selo de Salomão” é formado por dois triângulos entrelaçados, formando seis pontas.

Ex: “Selo de Salomão”, ou “Estrela de Davi”

A Estrela Flamejante:

A Estrela Flamejante pode ser tanto de cinco, quanto de seis pontas.

Também conhecido como Flamante, ou rutilante, pode ser, em Maçonaria, Pentagonal ou Hexagonal. A Pentagonal, ou Pentagrama, ou pentalfa, ou Estrela de Cinco Pontas está presente na maior parte dos ritos (A de Seis Pontas, está presente no Rito de York).

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Page 61: As Cinco Viagens

Ela é, também, um dos símbolos da magia e já foi usada como tal em ritos místicos, hoje quase abandonados. Na magia, de acordo com a sua orientação, ela pode acompanhar as operações de magia branca ou de magia negra: orientada com a ponta isolada para cima, ela significa teurgia (o bem) e conclama as influências celestiais que, por seu poder mágico, virão em apoio do invocador. Com a ponta isolada voltada para baixo, ela significa goécia (o mal) e, de acordo com as intenções do mago, atrai maléficas influências astrais.

A finalidade principal da Estrela Pentagonal é, portanto, testemunhar a obra que está sendo feita: se for uma obra de Luz, a ponta única estará voltada para cima; se for uma ação das trevas, a posição estará invertida. Como símbolo mágico e necessário em todos os trabalhos de magia, a estrela deverá, obrigatoriamente, ser composta por todos os metais e, na sua consagração, devem entrar todos os elementos.

O ocultista Eliphas Levi define bem o significado da estrela flamejante: “é o signo da onipotência e da autocracia intelectual. O signo do Verbo feito carne e, segundo a direção de seus raios, este signo absoluto em magia representa o bem ou o mal, a ordem ou a desordem, o cordeiro bendito de Ormuz e de São João ou o bode de Mendés; é a iniciação ou a profanação, a vitória ou a morte, a luz ou a sombra. Elevado no ar, com duas pontas para cima, representa satã ou o bode da missa negra; com apenas um dos raios para cima, é o Salvador. O pentagrama é a figura do corpo humano, com quatro membros e uma única ponta, que deve representar a cabeça. Uma figura humana de cabeça para baixo representa, naturalmente, o demônio, ou melhor, a subversão intelectual, a desordem e a loucura”.

Quem deu o nome de Estrela Flamejante ao pentagrama foi o teólogo e médico Enrique Cornélio Agrippa de Netesheim, que também se dedicava à magia, à alquimia e à filosofia cabalística e que era natural da cidade de Colônia, Alemanha, nascido no final do século XV. Na maçonaria, entretanto, a Estrela Flamejante só foi introduzida nos meados do século XVIII, na França, pelo barão de Tschoudy, criador do Rito Adonhiramita.

CONCLUSÃO

A estrela de cinco pontas, pelo seu significado geométrico e filosófico simboliza o grau de companheiro e possui uma conotação mais voltada para a implementação do conhecimento

A estrela flamejante, por simbolizar o poder do fogo simboliza a magia, negra ou branca, podendo invocar o bem (se tiver sua ponta para cima) ou o mal (se a ponta estiver direcionada para baixo). Era o símbolo dos alquimistas e ainda hoje é utilizada nos rituais de bruxaria e esoterismo.

Resta-nos compreender que, à parte dos diversos significados que a estrela possui na maçonaria, o leque de sua abrangência é bastante extenso, não sendo possível expor aqui tudo o que o conhecimento humano já produziu a seu respeito.

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Mas o que deve ficar em nossas mentes é que as diversas interpretações não devem servir em toda a sua plenitude para a escala evolutiva maçônica. Cada um de nós deve tirar proveito daquele significado de maior relevância para sua evolução espiritual, não havendo como, nem porquê, absorver toda a gama simbólica nela presente.

Ir.: Omero Souza BarbosaSão Joaquim(SC), Agosto/2005

“A Estrela Flamejante”

Apresentação:

O Aprendiz crê sem mudar de plano. Ele passa dos trabalhos materiais aos

trabalhos concernentes as forças astrais. Aprende a manejar os instrumentos que

permitem transformar a matéria sob o efeito das forças físicas manejadas pela

inteligência. Aprende também que alem das forças físicas existem forças de ordem

mais elevada, figuradas pelo resplendor da estrela. O Aprendiz se toma, assim,

Companheiro, sendo então instruído nos elementos da história da tradição.

O Companheiro, à maneira dos antigos ofícios mecânicos, acha-se já

suficientemente instruído para poder acompanhar o Mestre na maioria dos

trabalhos.

O que ele ainda não fez, foi uma obra própria, inventiva, que lhe garantisse a

mestria e a faculdade de ensinar outrem. "Acompanha", por isso, o Mestre. No

simbolismo maçônico, representa o homem na sua juventude espiritual, robusto e

capaz de iniciativas, mas ainda tímido na sua execução e pouco consciente das

virtualidades que possui. Como se costuma dizer, "passa do fio de prumo ao nível",

isto é, torna-se capaz de começar a relacionar os elementos do conhecimento com

o cosmos em que se insere. Por isso, também, conhece a letra "G" e a Estrela

Flamejante.

A Estrela Pentagonal, também é chamada de Pentalfa, palavra formada por penta

(cinco) e alfa, a primeira letra do alfabeto grego e letra inicial dos vocábulos gregos

utilizado para designar: ver, ouvir, meditar, bem agir e calar

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Page 63: As Cinco Viagens

A Estrela Flamejante

A Estrela Flamejante poderá ser de cinco pontas, pentagonal, ou de seis pontas,

hexagonal.

A estrela-símbolo tem sua origem na antiga Mesopotâmia onde três estrelas,

dispostas em triângulo, representavam a trindade divina: Shamash, Sin e Ichtar

(respectivamente: Sol, Lua e Vênus). Entre os antigos hebreus, toda estrela

pressupõe um anjo guardião; e, segundo os chineses, cada ser humano possui uma

estrela no céu.

A Estrela de Cinco Pontas - Pentagonal

A Estrela de Cinco Pontas, o tríplice triângulo cruzado é, originariamente, um

símbolo da magia, o qual sempre aparece, em seus diversos ritos. Comum a todas

as civilizações tradicionais, o desenho de uma estrela de cinco pontas - estrela dos

magos - ou pentagrama, é a matriz do homem cósmico, o esquema simbólico do

homem nas medidas do universo, braços e pernas esticados, do microcosmo

humano. É a estrela flamejante dos herméticos, cujas cinco pontas correspondem á

cabeça e aos quatro membros do Homem. E, como os membros executam o que a

cabeça comanda, a estrela pentagonal é também o símbolo da vontade soberana à

qual nada poderia resistir, de poder inquebrantável, desinteressado e judicioso.

Este é um conceito que procura refletir, em termos de estado de consciência, um

equilíbrio ativo e a capacidade de compreensão, que deve possuir cada ser

humano, para transformar a si mesmo num centro irradiante de vida, como uma

estrela no firmamento.

De acordo com a colocação de suas pontas, na magia, ela significa uma operação

de magia branca, ou teurgia - com uma ponta isolada, voltada para cima e duas

para baixo - ou de magia negra, goécia, nigromancia, ou feitiçaria - com inversão,

em relação à posição anterior. No primeiro caso, ela atrai as influências celestiais,

que, por seu poder mágico, virão em apoio ao mago. No segundo caso, atrai as

influências astrais maléficas.

No caso da magia, a missão principal do uso do pentagrama é testemunhar a obra

que se está fazendo: sendo uma obra de luz, a ponta única da estrela estará

voltada para cima; se for uma ação das trevas, a posição estará invertida.

Para os ocultistas, todos os mistérios da magia e da alquimia ocultam, todos os

símbolos da gnose e todas as chaves cabalísticas da profecia resumem-se no

pentagrama, que Paracelso - cujo verdadeiro nome era Aurelius Teophrastus

Bombastus von Hohenhein - alquimista do século XVI, proclamava como o maior e o

mais poderoso de todos os signos.

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O nome de Estrela Flamejante foi dado, à Estrela de Cinco Pontas, pelo teólogo,

médico e alquimista alemão, Enrique Cornélio Agrippa de Neteshein, nascido em

Colônia, no final do século XV e que também se dedicava à magia, à alquimia e à

cabala.

Em maçonaria, a Estrela Flamejante só foi introduzida na metade do século XVIII, na

França - consta que a iniciativa foi do barão de Tshoudy - sendo um símbolo

totalmente desconhecido das organizações medievais de ofício e dos primeiros

maçons aceitos.

No âmbito maçônico ela tem sido mais associada às escolas pitagóricas. Mas

convém lembrar que Pitágoras também era dedicado à magia, não sendo estranha,

portanto, a adoção da estrela pentagonal como símbolo distintivo de sua

comunidade. Com a sua ponta única voltada para cima, nela se inscreve a figura de

um homem - daí ser chamada de estrela hominal - como símbolo das qualidades

espirituais humanas; em posição invertida, com a ponta isolada voltada para baixo,

nela se inscreve a figura de um homem, com a cabeça para baixo, ou a de uma

cabeça de bode, representando, em ambos os casos, os atributos da materialidade

e da animalidade.

Encontrada entre o esquadro, que serve para medir a terra, e o compasso, que

serve para medir o céu, a estrela simboliza o homem regenerado, o Companheiro,

em sua integridade.

Em Loja, a Estrela Flamejante fica colocada ao Sul, pendente do teto, ou nele

pintada - também pode ser colocada na parede Sul - ocupando posição

intermediária entre o Sol, no Oriente, e a Lua, no Ocidente, como representação do

planeta Vênus.

Há, também, uma explicação mística, para essa posição: o 2º Vigilante da Loja, que

fica na Coluna do Sul - a da Beleza - ou do Meio-Dia, é, na correspondência das

Dignidades e Oficiais da Loja com os deuses do panteão greco-romano, assimilado a

Afrodite (Vênus romana), deusa da beleza, do amor e do casamento. Para o Rito

Moderno, a Estrela é a estrela Polar, guia dos navegantes, simbolizada como guia

dos Companheiros Maçons.

A Estrela de Seis Pontas - Hexagonal

A Estrela de Seis Pontas, ou Hexagonal, ou Hexagrama, é a Estrela Flamejante

(Blazing Star) do rito inglês, estando presente no Painel Alegórico do grau de

Companheiro Maçom, embora algumas instruções do rito façam diferença entre a

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estrela flamejante (pentagonal) e o hexagrama.

Composto por dois triângulos eqüiláteros superpostos, um de ápice superior e um

de ápice inferior, o hexagrama é um símbolo universal. Para os hindus, ele

representava a energia primordial, fonte de toda a criação, exprimindo a

penetração do yoni pelo lingam, ou união dos princípios feminino e masculino. Yoni

é uma palavra sânscrita, que designa o símbolo do órgão sexual feminino, no

hinduísmo; é representado, geralmente, por um triângulo invertido, com uma

pequena depressão na superfície, a qual permite a inserção do lingam. Yoni

simboliza, também, o princípio feminino, ou o aspecto passivo da natureza. Lingam

também é um termo sânscrito e não é apenas o sinônimo do falo, mas, sim, a

representação da integração entre os dois sexos, simbolizando o poder generativo

do universo.

Todavia, desde a mais remota Antiguidade, a estrela hexagonal era o símbolo do

matrimônio perfeito, porque as duas naturezas - os dois triângulos - a masculina e a

feminina, interpenetram-se e se harmonizam, para formar uma figura inteiramente

nova (a estrela). Todavia, apesar da perfeita interação, ambos os princípios

originais conservam a sua individualidade. Como no matrimônio, ou conúbio: um

macho e uma fêmea, que se juntam, para criar uma nova figura (uma nova vida),

sem que cada um deles perca a sua individualidade.

Algumas instruções do rito inglês, altamente místicas, afirmam: Cinco nasceu de

quatro; Seis é formado pelo ambiente sintético, emanado de Cinco. A atmosfera

psíquica, que envolve nossa personalidade, compõe-se, sob o ponto de vista

hermético, da água vaporizada pelo fogo, ou de água ígnea, ou seja, do fluido vital ,

carregado de energias ativas. Essa união do Fogo e da Água é representada,

graficamente, pela figura muito conhecida do Signo de Salomão. Dos dois triângulos

entrelaçados, um é masculino-ativo e o outro é feminino-passivo. O primeiro

simboliza a energia individual, o ardor que emana da própria personalidade; o

segundo, representado por um triângulo invertido, em forma de taça, destina-se a

receber o orvalho depositado pela umidade, através do espaço. A Estrela

Flamejante corresponde ao microcosmo humano, ou seja, ao homem, considerado

como um mundo em miniatura, enquanto os dois triângulos entrelaçados designam

a estrela do macrocosmo, ou seja, do mundo, em toda a sua infinita extensão.

Conclusão:

Tem-se afirmado que a Estrela Flamejante traduz a luz interna do C.·. M:. ou que

representa o próprio homem Maçom dotado da luz divina que lhe foi transmitida. A

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estrela de cinco pontas é então a força que impulsiona o companheiro em direção

das suas metas e da sentido as suas realizações, o numero cinco a qual a estrela

faz alusão se funde na alma do companheiro que uma vez elevado a um patamar

mais alto pode vislumbrar as luzes desta estrela e pode-se então guiar por esta luz

pra que a sua caminhada que já é longe das trevas do mundo profano possa se

refinar e dar sentido a sua obra interior, absorvendo a luz desta estrela que

representa o corpo humano e utilizando a quintessência o companheiro desperta

para as luzes do saber e da compreensão da humanidade e do sentido oculto do

saber e do realizar.

BIBLIOGRAFIA:

ASLAN, Nicola. "Estudos Maçônicos sobre Simbolismo" - Editora Aurora - Rio de

Janeiro - 4a Edição.

ASLAN, Nicola. "Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia" – 1ª

Edição - Rio de Janeiro - Editora Artenova - 1976.

BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçonica. 10ª Edição, São Paulo, Editora Pensamento;

CASTELLANI, José; RODRIGUES, Raimundo. “Cartilha do Grau de Companheiro” –

Editora A Trolha Ltda. – São Paulo – 1998.

As cinco viagens 

Um dia entramos no Templo e, para aumento de salário, fizemos, ao contrário das três viagens da Iniciação, cinco viagens. Não mais de olhos vendados, cegos, porém de olhos abertos tivemos firmeza nos passos. Mesmo assim fomos conduzidos por mãos de Mestres.

Foi uma passagem deveras importante. Dentro da Loja base pisávamos o degrau intermediário entre o Um e o Três. Pouco nós sabíamos do Um ainda. Ao todo víamos a Pedra ainda bruta, e as mãos, tanto calejadas, estariam prontas para começar o polir a tal Pedra?

Olhos atentos de Mestres nos olhavam fixos e crentes. Mentes de graus ainda mais superiores acreditavam que sim.

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E tiveram dessa forma, o início de nossas Viagens, para recordar que o MOVIMENTO é a vida e que na Terra e no Espaço tudo se move, tudo trabalha, tudo caminha, tudo evolui. Desde o mais ínfimo ser ao mais dotado, desde a poeira cósmica, às massas galácticas, tudo caminha para a evolução. Ficar parado é ver o mundo, a vida, o sonho, a própria morte passar...

Dessa forma como outrora Archimedes que sonhava mover o Mundo com uma simples Alavanca, aqui também a segurávamos na ânsia de mover nossos próprios passos, na ânsia incoercível de abraçar a Luz.

Dentro da Evolução do Grau de Aprendiz para Companheiro, a Alavanca foi trocada pelo Maço e o Cinzel.

Assim fizemos nossa PRIMEIRA VIAGEM e paramos em frente à Coluna da Ordem Coríntia de Arquitetura. A terceira e a mais rica das Ordens ornada de folhas de acanto, simboliza a BELEZA.

Agora a BELEZA tomava forma. Como Aprendizes, sentados na Coluna Norte, do Segundo Vigilante, ele sempre dizia que estávamos na Coluna da Beleza. Agora ela tomava forma.

Porém esta Primeira Viagem representaram três simbólicos anos de Silêncio, onde tivemos os ouvidos aguçados para aprender, apreender os ensinamentos primários que nos foram passados. Aprendemos a desbastar a Pedra Bruta, mas ela ainda está ali no canto a mostrar suas imperfeições.

Teremos nós capacidade para, com o uso do Maço e do Cinzel darmos-lhe Polimento? Forma? Elegância? Será que nossa Pedra Corporal irá se ajustar às outras tão polidas que formam esse Templo?

O Tempo dirá...

Antes do início da Segunda Viagem, vendo ainda a Pedra Bruta palidamente polida, e o Maço e o Cinzel foram trocados por um Compasso e uma Régua.

E fizemos a Segunda Viagem, parando em frente à Coluna Dórica de Arquitetura, caracterizada pela Sobriedade.

É a mais antiga das ordens gregas e simboliza a Força

Que força?

A força física? Mental?

Pronto. Agora nossa Pedra ainda toda imperfeita já necessita Ciência para ser colocada justa e perfeita na parede.

Não, não na parede. Ela destoaria muito das outras. Que sirva de base, pois o alicerce não vai ser mostrado. Será depois coberto pela terra.

Como semente, que nossa Pedra cresça em Conhecimento, Justiça, Retidão, Clareza, Pertinência. Que nossas linhas materiais sejam desbastadas, esquadrejadas, e que nós, em nossas mentes, estejamos prontos para tal Obra.

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Estamos deixando nossa Infância. Embora quadrúpedes, sabemos já andar sobre dois pé

Sabemos raciocinar. Aziaga contingência.Isso é mais do que ser Cristo e ser Moisés.Porque é ser animal, é ter consciência!

Mas a fagulha do Fósforo e do Enxofre já pode nos iluminar. Dessa forma vemos os princípios e as técnicas das Ciências.

Mas ainda somos fracos em tais ensaios. Porém, com a sabedoria do Venerabilíssimo Mestre, com os olhos da Beleza e da Força dos Segundo e Primeiro Vigilantes, haveremos, sim, de nos encaixar justos e perfeitos no canto do alicerce de nosso Templo Interior!

Assim alcançaremos em conhecimentos a Retidão Moral e a Sabedoria de onde emanam o Amor e a Fé.

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Assim findamos a nossa Segunda Viagem e paramos de súbito para, ansiosos, pormos os pés na Terceira Viagem.

Antes, porém, substituem de nossas mãos o Compasso pela Alavanca e conservamos a Régua.

Penso aqui comigo: Archimedes estava certo. Sempre esteve certo em seu princípio. Para quê traçar círculos se com a Alavanca posso mover os mundos?

– Dê-me a Lua de apoio e colocarei a Terra para fora da Via-Láctea! Dizia Archimedes!

         Mas fazemos a Terceira Viagem e paramos em frente à Coluna da Ordem Jônica de Arquitetura, caracterizada, sobretudo, por um Capitel ornado por Duas Volutas Laterais Originária da Assíria, que simboliza a Sabedoria!

Assim simbolicamente avançamos em nosso Terceiro Ano de estudos, trabalhando com a Régua e com a Alavanca.

         Novamente me vem à lembrança Archimedes e com a Alavanca nas mãos, tendo firmeza na alma e a coragem inquebrantável do Homem independente, posso, pois, levantar os mais pesados fardos usando a ínfima força.

Sim, porque a Força usada em demasia traz efeitos funestos em todos os sentidos. Portanto acompanhado da Régua, que é o símbolo do Julgamento reto e representa e Firmeza, a Coragem, o Respeito Pessoal, a Confiança própria, que são os atributos que nós, Pedreiros Livres, devemos conquistar em nosso terceiro ano de aprendizado.

De tal forma temos a Alavanca para os impulsionar e a Régua a nos domar.

O ÂNIMO REFREADOA PASSO CONTIDOA CORAGEM DOMINADAO ANSEIO DOMADO.

Dessa forma já podemos refrear os passos mais apressados que vêm atrás de nós em ímpetos de Aprendizes. Mas somos também barrados por mãos de Mestres experientes que nos domam e nos refreiam!

Eu nem havia sentido que o Esquadro se encontrava em minha cintura. Quem o havia posto nesse lugar?

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Mas tiram-me o Sonho de Archimedes, representado pela Alavanca e na minha mão esquerda colocam a Régua e o Esquadro, e paramos na Quarta viagem em frente à Coluna que representa a Ordem Compósita de Arquitetura, na qual entram elementos das ordens Jônica e Corintia.

         Agora a Beleza está adquirindo Sabedoria. Interessante demais. Será que na próxima viagem além da Beleza e da Sabedoria, ainda será juntada a Força? (aqui tento adivinhar...) Esperemos. Nada de adiantar os passos, querer ver além da esquina. Dobrar os olhos. Melhor seguir em retidão.

Mas olhando bem minha pedra até que poderia já sair do alicerce e mostrar que também tem Beleza, que ela pode, sim, ornar uma parede interior que seja, desse imenso Templo chamado Humanidade.

Mas preciso utilizar o Esquadro para angular meus sonhos, domar meus anseios, minha Ira e minha Lira.

Num cantinho fosco, tosco e oculto, mas à flor da terra, já posso deixar ser vista a alma da minha pedra (ainda bruta).

Mas que a conduta seja irrepreensível, que a retidão de nossas ações e a equidade estejam sempre de alerta para tratar de nossos semelhantes e com nossos semelhantes.

Assim na Humildade nos exaltamos como dizia o Divino Mestre:

Exaltado serão aqueles que se humilham, porém, humilhados serão aqueles que se exaltam. Não sejamos nós, os fariseus no Templo.

Por ordem do Venerabilíssimo Mestre entregamos ao Segundo experto o Esquadro e a Régua e junto ao Mui:. Dig:. M:. de CCer:. fazemos nossa quinta  e última Viagem e paramos em frente à Coluna que representa a Ordem Toscana de Arquitetura. Da mesma forma que a Compósita, é de origem romana. É a mais simples das Cinco Colunas aqui representadas.

E eu pensei que tudo fosse unir e eu fosse ter além da Sabedoria de Salomão, a Força de Hércules ou Sansão e a Beleza de Narciso...

Pura ilusão...

Mas é de origem grega e tem características específicas.

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É uma ordem arquitetônica, é criação de Arte e Inteligência, marca uma Civilização e um Estágio de Cultura.

Seu valor vem da originalidade da concepção, do traçado das  linhas, da proporção dos Volumes, da Harmonia do Conjunto.

É o Ideal de uma Beleza, ou um Ideal de Beleza e funcionalidade.

         É a pura evolução, são os estágios da Inteligência, distingue-se pelos capitéis, sustenta todo o Edifício mental que as coroa. Demonstra constante evolução até o limite que se não pode superar sem destruirmos as Leis ou as Regras da Harmonia e da Beleza.

Isso é mais do que pensei quando do termino da quarta Viagem. É a Suprema Evolução, é a Argamassa da Vida, o Amálgama da Eternidade e da própria marcha do Homem sobre a Terra.

Elevação

Toma a Régua, o Compasso, o Esquadro, o Prumo e o NívelPara em ânsias fazer suas Cinco Viagens.E ao término encontrar sublimes personagens,No delírio maior do sonho mais incrível!

Se unem Força e Beleza e de modo sensível,Eis a Sabedoria em lúcidas miragens.Na mente a ideia ferve, embaralham-se imagens,E o olhar além penetra a Vida indescritível.

A rutilante Estrela envolta em luzes brilha!Na marcha do futuro o pensamento trilha,E, Aprendizes, os pés, aos passos dão suporte.

Glória! Luz! Apogeu! Aceleram-se os passos,Surgem novos sinais, novos tipos de abraços,E agora o Companheiro é um Aprendiz mais forte!

Temos confiança de que um dia, quem sabe, possamos fazer parte de uma parede maior de nosso próprio Templo.

Basta, pois, pisarmos mais firmes e mais confiantes com nossos eternos passos de aprendiz cada vez que adentrarmos num Templo Maçônico!

 Ir.'. Esio Pezz ato, batizado Castro Alves

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