as formas de produzir uma leitura eficiente · a leitura para sole (1998), em “estratégias de...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
AS FORMAS DE PRODUZIR UMA LEITURA EFICIENTE
ILMA GARCIA LOPES CAMPOS
ORIENTADORA:
Maria da Conceição Maggioni Poope
PIRES DO RIO – GOIÁS
AGOSTO/2008
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
AS FORMAS DE PRODUZIR UMA LEITURA EFICIENTE
ILMA GARICA LOPES CAMPOS
Trabalho Monográfico apresentado como
requisito parcial para a obtenção do Grau de
Especialista em Psicopedagogia.
PIRES DO RIO – GOIÁS
AGOSTO/2008
Agradeço a Deus, “meu refúgio e fortaleza,
em quem confio e quem me fortalece”. Minha
gratidão a todos meus familiares pelo apoio
incondicional e estímulo que me deram. A
todas as pessoas que colaboraram com a
pesquisa meu muito obrigada..
Dedico este trabalho aos educadores,
verdadeiros profissionais que lutam pela
construção de uma sociedade melhor, que se
doam ao trabalho com amor apesar das
condições adversas que lhe são impostas.
RESUMO
Este trabalho, pretende mostrar como é importante o aluno se
apropriar da leitura de forma agradável e prazeroso. Sem pretender ditar
roteiros, ou receitas para que o aluno seja incentivado a ler, será
oportuno fazer uma reflexão sobre o trabalho docente e refletir sobre a
bagagem teórica – prática de alunos educadores.
O desenvolvimento da leitura nas series iniciais é essencial para que
o aluno se descubra como sujeito no meio em que vive; e através da leitura
abre caminhos para que ele aprenda de forma consistente e consciente os
mecanismos de apropriação do conhecimento. E também os de possibilitar
que os alunos atuem criticamente em seu espaço social.
A leitura traz ao texto conhecimento da vida social, proporcionando
um pensamento mais organizado e maior reflexão critica frente a realidade
vivida. Esta monografia traz o melhor entendimento obre como produzir uma
leitura eficiente, mostrando que esta é um processo de interação entre o
leitor e o texto.
Para tanto é necessário que o professor seja capacitado para que
seu trabalho seja criativo e criterioso na forma como incentivar a leitura na
sala de aula; pois o aprendizado fora dos limites da instituição escolar é
muito mais motivador, pois a linguagem da escola nem sempre é a do aluno.
METODOLOGIA
Foram lidas várias obras de autores como: GARCIA, Edson Gabriel
(1992); MACHADO, Ana Maria (2000); MARTINS, Maria Helena (1994)
ZILBERMAN, Regina (1993).... que puderam nortear a pesquisa e assim,
trazer esclarecimentos sobre as formas de produzir uma leitura eficiente.
Também foi realizada uma pesquisa, usando como instrumento de
coleta de dados, um questionário semi-estruturado, como questões subjetivas,
direcionadas aos professores, coordenadores, e direção da Escola
Munucipalizada Sarah Skaf.
A estrutura desta pesquisa de campo foi realizada com base em
alguns autores que pontuam a importância da leitura e de despertar o interesse
dos alunos pela mesma.
INTRODUÇÃO
Essa pesquisa foi realizada com a finalidade de demonstrar a
importância da leitura para um maior rendimento escolar, na Escola
Municipalizada Sarah Skaf, no município de Pires do Rio.
A leitura é uma das maiores experiências da vida escolar. É uma
vivencia única para todo ser humano, pois ao dominarmos a leitura,
participamos ativamente da vida social.
A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o
momento em que começamos a "compreender" o mundo à nossa volta. No
constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam,
de perceber o mundo sob diversas perspectivas, de relacionar a realidade
fictícia com a que vivemos, no contato com um livro, enfim, em todos estes
casos estamos, de certa forma, lendo - embora, muitas vezes, não nos demos
conta. A atividade de leitura não corresponde a uma simples decodificação de
símbolos, mas significa, de fato, interpretar e compreender o que se lê.
Assim o tema: “ As formas para produzir uma leitura eficiente” nos
causa curiosidade e interesse pelo valor que o mesmo desperta, pois traz
também um desempenho dos alunos e consequentemente, melhor rendimento.
Alem disso, é consenso que atualmente a deficiência na competência da leitura
é cada vez maior, sugerindo a necessidade de buscar melhorias nesta área.
O objetivo deste trabalho, foi entendera importância que a leitura tem
a diagnosticar as dificuldades apresentadas no dia-a-dia escola e como
conseqüência despertar o interesse, através de motivações da leitura.
A psicopedagogia estimula a reflexão, pois entende que a
aprendizagem, realmente acontece quando são diagnosticados fatores que a
atrapalham e que podem ser sanados através de uma leitura eficiente.
A estrutura dessa obra, foi realizada com base em alguns autores
que pontuam sobre a importância de se produzir uma leitura eficiente.
A dinâmica da exposição desse trabalho será feita da seguinte
maneira: No capitulo primeiro, entenderemos melhor o que é leitura e seu
auxilio para o ensino, mostrando de forma clara, conceitos sobre leitura, bem
como a análise da importância que ela tem na vida do aluno.
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No segundo capitulo será abordado a busca de soluções e
estratégias para sanar dificuldades na leitura, trazendo propostas e sugestões
que auxiliem a eficácia da aprendizagem.
E finalmente no terceiro capitulo teremos a analise de teóricos
competentes no assunto e uma pesquisa de campo realizada com os alguns
professores, com intuito de identificar as concepções destes sobre a leitura e
sua eficácia no processo ensino-aprendizagem.
CAPÍTULO I
O que é leitura
Quando se menciona a palavra leitura logo se associa com
decodificação de signos (letras) e somente leitura de livros. É claro que lemos
livres e que para ler decodificamos letras, mas o processo de leitura é muito
mais amplo do que imaginamos.
Paulo Freire (1994) em “A importância do ato de ler”, diz que “A
compreensão crítica do ato de ler não se esgota na decodificação pura da
palavra escrita ou, da linguagem escrita.” (p. 11)
Uma boa leitura requer compreensão por parte de quem lê, caso
contrario esta leitura não terá sentido algum. O leitor passa a ter contato com o
texto, deixa de ser um mero decodificador e assume um papel atuante no
contexto.
Decodificar letras sem saber o que lê não faz sentido sem
compreender sem decodificar é impossível. Ambas são necessárias no ato de
ler.
Martins (1994) m sua obra “O que é leitura”, sintetiza as concepções
vigentes de leitura em duas caracterizações:
1 – Como decodificação mecânica de signos, lingüísticos, por meio de aprendizado estabelecido a partir do condicionamento: estímulo - resposta. 2 – Como processo de compreensão abrangente cuja dinâmica envolve componentes sensoriais emocionais, intelectuais, fisiológicas , neurológicas, tanto quanto neuroculturais, econômicas e políticas (p, 31).
Já foi mencionado que decodificar no processo de leitura, é
importante mas compreender o que lê é mais importante ainda. Alem disso,
uma pessoa que compreende o que lê, praticamente vivencia a história, sente
as emoções e pode até fazer questionamentos sobre a realidade mostrada
através da leitura. Por isto é importante que os professores trabalhem com os
10
alunos, diferentes materiais de leitura: livros infantis, revistas, jornais, gibis,
folhetos, propagandas, etc.
Há também a leitura do mundo, o entendimento do mundo em que
vivemos dos acontecimentos das noticias. É função o educador criar condições
para o aluno realizar, sua própria aprendizagem, respeitando, é claro, seus
interesses, suas fantasias e suas dificuldades, mas não só oferecendo-lhe,
livros e sim dialogando com o aluno sobre o que ele leu, o que compreendeu e
qual sua opinião sobre o assunto.
A leitura para Sole (1998), em “Estratégias de Leitura.” “é um
processo de interação entre o leitor e o texto nesse processo tenta-se
satisfazer os objetivos que guiam sua leitura.” (p22)
Quando lemos estamos colocando em prática os nossos objetivos da
leitura, quando se trata de ensinar as crianças a ler e compreender e que utilize
estratégias para que o texto tenha, significado para o, aluno. E como explica
Barbosa (1994) em seu livro “Alfabetização e Leitura”: “Leitura é uma relação
que se estabelece entre o leitor e o texto escrito, relação na qual, o leitor
através de algumas estratégias básicas, constrói um significado do texto no ato
de ler.” (p 118)
Cattani e Aguiar (1993) também acreditam que a leitura deve ser
pensada num processo total de percepção.
Para elas, ler não é somente decodificar palavras, o leitor deve
descobrir os pormenores, as inferências e as idéias centrais do texto. Quando
um texto é lido o leitor deve ter condições de reconhecer o objetivo que o autor
pretende alcançar, ou seja, ser capaz de atribuir significação ao texto.
A leitura não se restringe somente ao ato de decodificar,
abstrativamente, mas sem estabelecer relações de novidade e conhecimentos
prévios sobre determinado assunto e que criam situações de aprendizagem ou
de assimilação. A leitura permite a comunicação por meio de palavras escritas,
as quais transmitem idéias do autor.
O leitor deve distinguir qual o objetivo do autor ao escrever o texto
lido e fazer relações deste texto com os demais lidos para formular sua opinião
sobre o assunto.
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1.2 – Porque a leitura é importante
Aprender a ler não é somente, mas uma das coisas que a escola
ensina. É uma experiência que servirá para a vida toda.
O ato de ler nem sempre acontece tranqüilamente, sem interrupções.
Ele envolve a ativamente a pessoa e exige seu esforço mental e físico por isso
deve ser uma atividade bem planejada ao dominarmos a leitura temos a
possibilidade de adquirir conhecimentos, participar da vida social, conhecer
melhor o mundo em que vivemos, ser críticos e ter argumentos. O ato de ler
abre novas perspectivas as crianças e seu aprendizado é fundamental para a
integração do individuo no seu contexto socioeconômico e cultural.
Na concepção de Cattani e Aguiar (1993), em “Leitura em Crise na
Escola” “... a vivencia da leitura propicia o desenvolvimento do pensamento
organizado capaz de levar o jovem a uma postura consciente reflexiva e crítica
frente a realidade social em que vive e atua”. (p. 33).
Uma escola que busca incentivar a prática e o hábito da leitura dos
alunos, certamente contará com jovens com visão de mundo, ampla e
consciente com imaginação criativa e com boa produção de texto. A prática de
leitura emancipa, mas somente aquele que lê compreendendo situando no
contexto e atualizando seus valores.
Sole (1998) assinala quanto ao assunto que:
“...compreender e interpretar textos escritos de diversos tipos, com diferentes intenções e objetivos contribui de forma decisiva para a autonomia das pessoas na medida em que a leitura é um instrumento necessário para que manejamos com certas garantias em um sociedade letrada.” (p.18)
A colocação da autora refere-se ma evolução do pensamento
humano através da leitura. A criança descobre o mundo de fantasias dos livros
infantis, onde o emaranhado de palavras e figuras a estimula ler cada vez mais,
o que contribui para o desenvolvimento de suas idéias e a produção de texto
além de melhorar o seu vocabulário e torná-la uma cidadã mais crítica.
A importância da leitura então está acumulo de informações que o
leitor possui e que as utiliza sempre para formar suas opiniões e críticas. O
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leitor se desenvolve a maneira que lê as informações que atua na sociedade e
a modifica.
Silva (1994) considera a leitura como um fator de transformação do
leitor na várias, esferas da vida: “... a leitura da literatura por sua natureza e
pela sua força estética colabora significativamente para com a formação da
pessoa, influindo nas suas formas de pensar e encarar a vida. (p.99)
Garcia (1992) também, concorda com Silva (1994) quando, em seu
livro: “a leitura na escola de primeiro grau diz que a leitura ajuda a escola a se
encontrar e a se situar como alavanca para abertura no caminho do leitor,
exigindo dos órgãos, centrais agilidade na distribuição das verbas,
acrescentado a sua leitura às outras feitas. E se entendermos o domínio da
leitura como um dos instrumentos básicos de atuação individual sobre a
história contemporânea, há de se entender a importância da leitura no
cotidiano.
1.3- Leitura escrita no contexto escolar
Ao estudar o desenvolvimento da linguagem e escrita da criança,
VYGOTSKY (1991), caracteriza essa linguagem como um simbolismo de
segunda ordem.
Isso significa que a linguagem escrita é constituída por um sistema de signos que designam os sons em as palavras da linguagem falada, os quais, por sua vez, são signos das relações e entidades reais (VYGOTSKY, 1991, p.120)
Para VYGOTSKY a relação do individuo com o mundo é mediada
pelos signos e instrumentos. Os instrumentos são ferramentas utilizadas pelo
homem para produzir, modificando o meio. os signos são instrumentos
internos, socialmente construídos, através dos quais o homem modifica o seu
meio e, ao mesmo tempo, modifica-se internamente. Ambos, instrumentos e
signos, exercem uma função mediadora entre o homem e o seu meio social.
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Entre todos os signos utilizados pelo homem, VYGOTSKY destaca a
linguagem como aquele através do qual as funções mentais elementares se
transformam em funções superiores. Mais do que expressão do pensamento,
as palavras são a própria fonte do pensamento, sendo que ;e a partir das
primeiras que o segundo passa existir.
Desse modo, a construção da linguagem escrita pela criança
caracteriza-se por ser um processo que ocorre a partir das interações sociais
vivenciadas pela mesma, que vão dando-lhe não apenas o sentido de sua
própria escrita, como também contribuindo para a formação de sua
subjetividade.
VYGOTSKY (1991), critica o ensino da linguagem escrita como um
processo artificial, imposto às crianças pelo professor, condenando o ensino da
linguagem escrita como uma linguagem morta, estática e defendendo o ensino
da linguagem escrita viva, dinâmica,vinculada às necessidades e interesses
reais da criança.ele defende a importância de que a escrita seja percebida pela
criança como uma necessidade.
Na perspectiva da psicologia sócio-histórica de VYGOTSKY,
compreender a relação de crianças e adolescentes com a leitura e a escrita
representa a compreensão do contexto social e histórico no qual essas
crianças e adolescentes estão inseridos. Compreender como se dão leitura e
escrita na sala de aula significa compreender as relações sociais que
caracterizam esse contexto e como elas contribuem (ou não) para a formação
de leitores e escritores. É necessário considerarmos o aluno real, que habita as
salas de aula da atualidade, buscando compreender suas necessidades reais e
suas capacidades.
Assim como VYGOTSKY, BAKHTIN é o autor que aborda a questão
da linguagem como um fenômeno que só pode ser compreendido a partir do
contexto sócio-histórico no qual ocorre. Rompendo com a lingüística tradicional,
que reduz a linguagem a um sistema abstrato de formas ou enunciação
monódica isolada, BAKHTIN resgata o caráter dialógico da linguagem,
estabelecendo a relação indissociável entre linguagem e vida.
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BARROS (2007), ao citar os estudos de BAKHTIN sobre o texto,
esclarece que dialogismo, tal como concebido por BAKHTIN (relações do
discurso com a enunciação, com o contexto sócio-histórico ou com o “outro”)
define o texto como um “tecido de muitas vozes, ou de muitos textos e
discursos, que se problematizam entre si no interior do texto” (BARROS, 2007,
p. 34)
Essa concepção de BAKHTIN acerca do texto traz uma nova
perspectiva para a leitura, pois confere um estatuto de co-autor do texto lido,
trazendo-lhe um caráter interativo.
Dessa forma, o leitor coloca-se diante do texto como um interlocutor,
e não apenas como receptor passivo do discurso do autor. Ao colocar-se diante
do texto o leitor traz consigo uma experiência pessoal, sua história, sua
ideologia, construídas socialmente em interação como os outros textos e outros
discursos, ao mesmo tempo que as conforta com as experiências do autor.
1.4 – Aprendendo a ler, entendendo o que se lê para tornar-se
cidadão.
Para empreender a divulgação dos fundamentos pelos quais era
sustentada a superioridade do método analítico, OSCAR THOMPSON assinou
um texto, no Anuário de Ensino de 1909-1910, dirigido Secretário do Interior,
sob o título bases Psychologicas do Méthodo Analyico para o Ensino da
Leitura, no qual explicou que:
Quem se propõe a ensinar deve ter presente no decurso de todo o seu trabalho educativo que a ordem psicológica do desenvolvimento de uma matéria não é sempre a ordem lógica(...)
O ato de aprender envolve duas operações do espírito: aquisição assimilação(...)
O método de aquisição é analítico, partindo do todo, do conjunto, para as partes, para os detalhes(...) É geral, é de conjunto a primeira expressão- o espírito não tem consciência dos detalhes em primeiro lugar
15
(Anuário de Ensino, 1909-1910, p.166)
Com seu texto, THOMPSON esclareceu que a ordem psicológica no
ensino da leitura e escrita era a ordem analítica. Reafirmou que a primeira
impressão no ato de aprender era de conjunto, não se tendo consciência dos
detalhes num primeiro momento.
Explicou ainda que, partindo do todo, do conjunto – a sentença –
para as partes, para os detalhes – as palavras, silabas e letras – o método
analítico garantia a aprendizagem da leitura e da escrita através de um
processo compatível com estrutura mental de aquisição de conhecimento.
Ao processo analytico por que se aprende corresponde o méthodo
analytico por que se ensina...
As contribuições da Psicologia foram determinantes na escolha
oficial do método analítico para o ensino da leitura e escrita. Porem, não
foram apenas elas, as responsáveis por essa escolha.
Na edição de junho de 1916, ano XV, n 1, OSCAR LEME BRIZOLLA
assinou o artigo Pedagogia Prática – Pelo ensino. neste, o autor afirma que
o professor esforçado deveria ensinar seus alunos a não rabiscarem, nem
tão pouco sujarem seus cadernos, pois este comportamento retratava falta
de educação e de patriotismo.
Nesse sentido deveria o professor, ensinar seus alunos a escrever
sentenças morais de higiene, condensando princípios de moral e civismo.
O professor esforçado escreverá no quadro-negro para ocasiões oportunas, frases sugestivas, como essas;
Quem raspa o caderno dá mal indícios, da sua educação.
Quem suja seu caderno, dá mal indicio de seu asseio.
O caderno é o espelho em que se reflete a educação do aluno.(BRIZOLLA, 1916,p.24)
A atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação
dos alunos é a escola. O melhor que a escola pode oferecer aos alunos
deve estar voltado para a leitura,se um aluno na o se sair muito bem nessas
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atividades, mas for um bom leitor é sinal que a escola cumpriu em grande
parte sua tarefa.
Pois a leitura é a extensão da escola da vida das pessoas. Grande
parte do que se deve aprender na vida terá de ser conseguido através da
leitura na escola. A leitura é uma herança maior do que qualquer diploma.
A leitura tem lugar cada vez menor no cotidiano das pessoas, em
casa, principalmente, ou fora da escola, é pobre o material escrito com que
os alunos entram em contato.
Por outro lado, o mundo moderno realiza um apelo constante aos
recursos gráficos, seja por meio da escrita ou da imagem. Mesmo antes de
entrar na escola, os alunos têm larga experiência com o mundo letrado, pois
é diário o contato com outdoors, embalagens de produtos industrializados,
revistas, jornais, gibis, e até mesmo a televisão.
É necessário que o professor deixe de valorizar a leitura meramente
formal, que privilegia a correção da pronuncia, o tom de voz, a locução sem
significado, para mostrar aos alunos que ler é procurar o sentido do que se
lê.
Enfim, é por meio da leitura que se tem acesso à cidadania, as
melhores posições no mercado de trabalho, à orientação para um
entendimento mais profundo da vida em sociedade, a construção de uma
personalidade mais crítica e, portanto, mais livre, para que busque a
felicidade pretendida por todos.
Marisa Lajolo afirma a seguinte frase: “lê-se para entender o mundo,
para viver melhor.”
Por todas essas razões, e consciente das dificuldades que a escola
se defronta cotidianamente, é que se percebe a importância de trabalhar
diariamente a leitura a fim de despertar o interesse deles, pois ler é uma
forma de aprender a pensar e também uma maneira prazerosa de
desvendar o mundo e dessa forma, o aluno percebe que a leitura é algo
fundamental e necessário para a vida e para construção de seu
desenvolvimento pleno.
17
1.5- Fases do desenvolvimento infantil
Piaget desenvolve descreve o desenvolvimento humano em períodos
e estágios que caracterizam as diferentes maneiras do individuo interagir com
sua realidade. Os estágios evoluem como um espiral, onde um é seqüência do
outro.
Segundo PIAGET & INHELDER (1982, p. 32)
... o desenvolvimento é um processo que busca atingir
forma de equilíbrio cada vez melhore, ou dito de outra
maneira, é um processo de equilibração sucessiva que
tende a uma forma final, qual seria a aquisição do
pensamento operacional formal.
O equilíbrio é, portanto, dividido por PIAGET em vários períodos:
Período Sensório-Motor (0-24 meses):
Período Pré-Opcional (2-7 anos):
Período das Operações Concretas (7-11,12 anos)
Período das Operações formais (12 anos em diante):
1.6 - Exigências do mundo moderno em relação a leitura
O ensino do mundo moderno em que viver deve dar condições para
que o indivíduo participe da sociedade atue nas decisões e seja um
conhecedor a cerca dos acontecimentos.
Segundo o PCN (1997) de língua portuguesa do ensino fundamental:
“Formar um leitor competente, supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito e identificando implícitos, que estabeleça relações entre o que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos há um texto, que consiga justificar e validar a sua leitura; a partir da localização de elementos discursivos. (p.54, v.02)
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O mundo moderno exige muito das pessoas, que devem procurar
sempre os meios mais fáceis e rápidos para encontrar o conhecimento. Antes o
“conhecimento”, ou a sabedoria estava em livros grossos, os quais as pessoas
liam do começo ao fim e davam muito valor aquele saber.
Hoje os livros também trazem conhecimento, mas existem também
outras fontes de leitura nos podem proporcionar o engrandecimento do nosso
saber como por exemplo: jornais, revistas, etc., que obtenhamos informações
mais rapidamente.
Como tempo passou e tudo muda a forma com que a escola trabalha
a leitura também deve mudar. Afinal é normal e necessário que
acompanhemos a evolução da tecnologia da Educação.
O uso, de fichas literárias através das quais o professor procurava
“sondar” o nível de compreensão do aluno sobre determinadas obras
escolhidas pelo próprio professor com indagações um tanto quanto
“antiquadas”, com “quais os personagens principais?” “quem é o autor da
obra?” ou “qual é o enredo?”, era freqüente nas salas de aula, principalmente
Omo um recurso de ensino da leitura, muito “mecânico”, por sinal. Os alunos,
as vezes, não podiam nem escolher os livros de seu interesse para lerem, o
que já o desmotivada.
As vezes, a escola apresenta propostas excelentes de leitura, mas
com péssimas estratégias, pois impede que o aluno crie, dê opiniões, não se
sinta interessado em desenvolver idéias críticas.
O mundo moderno necessita de leitores capazes, as estratégias
podem e devem ser modificadas a fim de que o ensino de leitura possa ser
repensado e que a escola ofereça condições para que isso aconteça.
Silva (1994) em “Elementos da Pedagogia da Leitura”, complementa: “As técnicas de fichamento não são ruins em si mesmas, pelo contrario, elas podem, ser bem utilizadas, contribuir no processo de recriação e crítica de textos (literários ou não) e dessa forma., aprimorar as habilidades e os conhecimentos do leitor.” (p.61)
O mundo exige uma certa flexibilidade no ato de ler, de acordo com
cada situação social do leitor.
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Existe uma enorme variedade de leitura, cada uma com sua
intenção. O aluno deve ser capaz de diferenciar estas leituras e criar
estratégias eficazes para compreendê-las. A escola, deve proporcionar aos
alunos, o acesso à leituras multiformes, variadas, que estão no dia-a-dia das
pessoas e que lhes chamem a atenção, ofereçam-lhe algo. Mas nem todas as
escolas têm esta noção de instruir os alunos para o mundo moderno, assim
como acerca das transformações pelas quais passa a leitura.
De acordo com Juvêncio (1994):
A escola não tem levado em conta a existência desta escrita diversificada e a evolução das diversas modalidades da leitura. Ao contrario, a escola continua se preocupando exclusivamente com um modelo imutável de leitura, voltada somente à escrita de livros, à escrita de livros à escrita literária. É como se continuássemos vivendo com escrita encerrada nos mosteiros e não presente na rua, nas lojas, em nossa casa. (p. 115)
No mundo moderno em que vivemos há também uma certa
preocupação das escolas com a influência da televisão, no que diz respeito à
substituição dos livros pela linguagem áudio-visual. Isto acontece porque a
escola não inclui ainda os meios tecnológicos do ensino de leitura. A televisão
e outros meios podem contribuir para incentivar interpretações propostas,
assim como também assisti-los ou lê-los.
A maioria dos professores reclamam da forte influência da televisão,
segundo Silva (1994) isso acontece porque as novas tecnologias não foram
colocadas à serviço da escola, ainda como forma de ajuda na busca de
conhecimento.
O aluno não sente prazer na leitura oferecida pela escola, em sua
casa ela chega com mais rapidez pela televisão, rádio, quadrinhos, etc. não
quer dizer que a escola deva deixar de lado a leitura de livros, revistas, textos,
ela deve adequar o ensino de leitura as novas exigências do mundo moderno e
seus meios.
Silva (1994) discute as duas realidades vividas pelos alunos na
atualidade em algumas escolas que ainda não adequaram a sua prática à
modernidade:
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Com isso os educandos se vêem situados em duas realidades dicotomizadas ao ultrapassar os portões da escola – uma, a social mais abrangente, que eles deixam atrás de si e onde existem vários tipos de veículos (TV, radio, quadrinhos, etc) com as suas respectivas linguagens; outra, a educacional onde a transmissão do conhecimento se faz exclusivamente através do livro, da apostila, do quadro-negro e/ou da voz do professor, com preponderância da linguagem verbal (oral e/ou escrita). (p.59)
É claro que também existe uma forte influência de alienação na TV
que prejudica o aluno. A escola, deve trabalhar de forma a conduzir o aluno a
criticar esse lado política da TV, fazendo uma leitura mais profunda atenta, seja
das propagandas ou dos propagandas e como este veículo é inevitável,
procurar utilizá-lo para propósitos diversos na educação.
A maior herança que a escola pode deixar a um aluno é a
capacidade de ler e o gosto da leitura. Se o aluno passar pela escola e
aprender pouco, mas for um bom leitor, ele terá nos livros, revistas e jornais
uma prolongação da escola e poderá se desenvolver muito além do que a
escola esperaria de um aluno ideal.
RODRIGUEZ, afirma:
“Bons alunos hábitos de leitura devem ser formados desde cedo, pois são importantes para o desenvolvimento de relações produtivas com o saber, pois são importantes para o desenvolvimento de relações produtivas com o saber e garantem maior facilidade na aprendizagem. (RODRIGUEZ, 2000: 39)
Se a leitura que a escola ensina não tiver uma função específica para
a vida das pessoas, de nada adiantará colocar as crianças na escola. Se a
escola reduzir as atividades de leitura a simples pretextos para ocupar o tempo
dos alunos, para diagnosticar sua capacidade mental e avaliar seu
desempenho, que sentido para vida real terá a leitura para a maioria dos
alunos oriundos de classes sociais onde o ler são praticamente inexistentes?
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Se a relação do professor com o texto não tiver um significado, de
maneira que ele não for um bom leitor, são grandes as chances que ele seja
um mau professor.
O primeiro requisito para que o contato aluno/texto seja o menos
doloroso possível é que o professor não seja um mau leitor, ou seja, que saiba
ler em público, em voz alta, que já domine a leitura, e que tenha uma certa
desinibição, que goste de ler e pratique a leitura.
Os textos presentes nos livros escolares não costumam ser pretexto
apenas para exercícios de interpretação aumento de vocabulário e fixação da
norma culta. Os professores na maioria das vezes o utilizam (texto) para
motivar a redação.
Segundo RODRIGUEZ,
“Ampliar o vocabulário, conhecer os textos específicos, das matérias em estudo e desenvolver a habilidade para expressar-se de forma oral e escrita contribui decisivamente para melhorar a compreensão e a fixação dos conhecimentos.” (RODRIGUEZ, 2000: 41).
Acredita-se que o aluno que lê um bom texto está automaticamente
apto a produzir um texto igualmente bom para que o texto não seja texto não
seja pretexto é necessário que quando o professor estiver trabalhando leitura
com os alunos desperte neles o sentido crítico, pois a cada novo texto o aluno
pode vivenciar de forma crítica a atitude de sujeito.
No capítulo seguinte, veremos possíveis formas para uma leitura
eficiente.
Capítulo II
Soluções e estratégias para melhorar o ensino da leitura
No capítulo anterior apresentamos o que é leitura, sua importância
na vida do ser humano, as exigências do mundo moderno em relação à leitura
e os principais problemas enfrentados em nossas escolas, no que diz respeito
ao ensino de leitura.
A leitura, as práticas e as competências leitoras têm ocupado espaço
considerável na educação e na mídia brasileira. Em 2003, o Brasil obteve
desempenho insatisfatório em duas grandes pesquisas: uma de âmbito
nacional - Instituto Paulo Montenegro - divulgou que 72% de jovens são
alfabetos funcionais, ou seja, não sabem ler e escrever. Em outra internacional,
o PISA - Programa Internacional para Avaliação de Estudantes, o país ocupou
o 37º. lugar em letramento de leitura. Algumas ações têm tentado mobilizar
escolas, professores, diretores e sociedade para mudar este quadro: PNLD -
Programa Nacional do Trabalho Didático através dos módulos literários, o
PNBE - Programa Nacional Biblioteca na Escola, campanhas como "Tempo de
Leitura" e "Literatura em Minha Casa", entre outras. Estas iniciativas mostram
algo em comum: a utilização de textos literários e a proposta para o uso de
diversos tipos de textos nas ações voltadas para leitura. No entanto, nota-se
que as instituições de ensino encontram dificuldades em fazer uso da literatura
como objeto de leitura.
Entre vários problemas estruturais, ressalta-se aqui a questão da
formação docente como um dos principais entraves a uma prática educativa de
qualidade, especialmente no que se refere ao ensino da leitura. Entende se
que, ainda que todos os quesitos ideais necessários a uma prática de ensino
da leitura fossem efetivados na escola, seria indispensável a presença de
23
professores leitores, que sentissem prazer na leitura, que fossem bem
informados e instrumentalizados para tal prática.
O ensino da leitura e, particularmente, a importância da literatura na
formação pessoal e intelectual do ser humano ainda nas séries iniciais,
encontram pouco espaço nos programas de formação inicial e continuada das
escolas brasileiras.
É preciso que se entenda que para haver o ensino, deve haver
primeiramente uma proposta deste ensino, ou seja, o educador deve ter
consciência do porque da leitura e repassá-la aos seus alunos.
Silva (1994) acredita que a formulação da proposta de leitura
exprime diversas finalidades:
É na explicitação dos propósitos da leitura e na sua transmutação coerente para a prática docente concreta que o educador demonstra a sua opção política, ou seja, os interesses que são atendidos pela utilização de textos durante um curso. (p.91)
Através da proposta de leitura, o professor norteia suas ações para
chegar às suas finalidades. É importante que as escolas procurem formular ou
rever e atualizar as propostas de leitura, porque se trata do primeiro passo para
melhorar o ensino de leitura na escola.
Percebe-se que em algumas escolas há professores que ensinam
leitura, mas não gostam de ler e não têm este hábito. Primeiramente o
professor deve ter consciência da importância de ler diariamente, exercer esta
atividade e, com isto, despertar em seus alunos o mesmo gosto e prazer pela
leitura.
O profissional da educação, o professor, deve ter a leitura como sua
principal ferramenta de trabalho. Machado (2001) critica as escolas que
possuem professores que não têm o hábito de leitura e diz que as salas de
aula brasileiras estão cheias de pessoas que, apesar de não ler, tentam
ensinar. Para despertar o interesse em ler nos alunos, os professores devem
ter a leitura como condição de sobrevivência, e depois oferecer materiais
variados de leitura para os alunos. Ao conquistar a leitura para si mesmo, o
24
professor estará aumentando o seu repertorio de conhecimentos, o que poderá
reverter em incremento do trabalho pedagógico.
A família pode contribuir bastante com o ensino da leitura na escola,
ou seja, através de estímulos de parentes e/ou amigos, a leitura passa a fazer
sentido para as crianças.
A escola deve criar ambientes de discussão, onde fica claro para os
pais, a importância da leitura para a vida. Deve esclarecer também as formas
pelas quais os pais podem estar incentivando seus filhos a lerem e
despertarem o gosto pela leitura.
Silva (1994) em seu livro “Elementos de Pedagogia da Leitura”, uma
forma de participação e contato da família com o ensino da leitura nas escolas,
dizendo que: “(...) é uma estratégia que o professor pode utilizar para incentivar
a família a estar sempre cuidando do hábito de leitura dos filhos.”(p.121)
É necessário informar os pais sobre o valor e a importância da
leitura, a necessidade de compra freqüente de livros para as crianças,
necessidade de horário de leitura em casa, a formação da biblioteca da criança
etc.
A criança descobre a importância da leitura na família, quando
circulam pela casa jornais, folhetos, lista telefônica, anotações de recados,
quando ouve historias lidas pelos pais etc. Com estas leituras a criança
começa a perceber o livro como a possibilidade de trocas interpessoais.
Para garantir o desejo constante de ler dos alunos não se dispõe de
fórmulas, nem para que a leitura seja sempre significativa e prazerosa, mas o
professor deve adotar metodologias que, a partir do conhecimento de cada
aluno e suas dificuldades, garantam o aprendizado dos alunos, atendam às
necessidades e os estimule a terem o hábito de leitura.
O PCN (1997) cita uma estratégia para o professor estar
despertando o desejo de leitura nos alunos: ”Eis a primeira e talvez a mais
importante estratégia didática para a prática de leitura: o trabalho com a
diversidade textual.”(p.55)
O professor pode estar trabalhando com os alunos textos, artigos de
jornal, consultar enciclopédias, peças de teatro para dramatizar , receitas de
bolo, rótulos de remédios e produtos, letras de música etc. Quanto mais
diversificados e significativos, mais estimulantes serão as situações de leitura.
25
Para Juvêncio (1994), o professor deve variar (e muito) os materiais
e as atividades de leitura, mas elas devem sempre colocar as crianças em
situações mais próximas da realidade do ato de ler em busca do sentido dos
textos. (p.140)
Silva (1994) acredita que o professor deve criar em sua sala
ambiente de leitura com uma variedade de materiais, renovando-os
constantemente, mas que esteja no alcance das crianças, pois elas só terão o
hábito de leitura se lerem e sentirem bem quando lerem: “Ninguém gosta de
algo que não teve a chance de experimentar e partilhar.”
Além do livro didático, o aluno deve ter ao seu alcance outros
materiais para que possa preencher seus interesses e satisfazer suas
necessidades e curiosidades. Com a prática da leitura de textos variados o
professor tem condições de conhecer melhor seus alunos, perceber os
assuntos que mais interessam.
Sempre que trabalhar com textos variados é importante o professor
promover a compreensão, a interpretação, levantar questões que desafiam a
inteligência dos alunos, promover o debate. É preciso escolher textos que
causem impacto.
O professor deve ter o cuidado de selecionar, graduar e diversificar o
material de acordo com as características de seus alunos; para que isso se
concretize, deve ser um leitor incansável e manter-se sempre atualizado.
Espera-se que o professor tenha um comprometimento maior na
diversificação destes materiais de leitura e não faça com que a leitura gostosa
de textos infantis de gibis e outros, transformem em leituras insignificantes e
que perderam o valor por ser trabalhada na escola. Muitos professores
contribuem com alguns alunos para o fracasso da leitura, que antes era pouca
e hoje nem existe. O gosto pela leitura se desenvolve desde que os livros são
oferecidos na hora certa e de maneira correta.
Sabemos que não bastam técnicas para fazer o “país do futuro” e
que nem todas as estratégias são válidas para realizar um ensino de leitura de
qualidade. O professor deve analisar a escola onde trabalha, a clientela
atendida e selecionar estratégias que acredita ser proveitosas e que
contribuirão para melhorar o ensino de leitura.
26
As estratégias e técnicas nem sempre dão certo para todas as salas
de aula, não são receitas prontas aos professores, pelo contrário, são idéias
que podem ser modificadas e transformadas para darem certo ao serem
aplicadas nos diversos momentos que só terão razão se amarradas às
finalidades e aos conteúdos de ensino.
O professor deve promover a leitura de várias formas, em voz alta,
em silencio, leitura coletiva ou em pequenos grupos. Se possível apresentar
textos diferentes aos grupos para que sejam discutidos por todos.
No momento da leitura, criar um ambiente de relaxamento e de
descontração. Os alunos podem se sentar no chão em forma de círculo, no
pátio da escola. Depois de várias leituras em voz alta o professor pode solicitar
que os jovens dramatizem histórias que eles mesmos selecionaram ou
escreveram.
O professor pode criar na sala um mural onde serão afixados
recados ou mensagens do dia. Isso atrairá a atenção dos alunos para lerem
todos os dias o cartaz afixado, seja uma música, um recado, uma mensagem
para o aniversariante do dia, uma piada etc.
Programar visitas a biblioteca da escola para que os alunos
procurem livros de seu interesse para lerem ou livros para fazerem pesquisas
de trabalhos repassados pelo professor é uma boa alternativa para lhes
habituarem a procurar, sempre que necessário, pelas bibliotecas.
Os professores não devem “nunca” obrigar o aluno a ler, nem utilizar
a leitura como um castigo. Para despertar o hábito de ler, o aluno deve ter
prazer na leitura que faz.
Considera-se que o gosto pela leitura se constrói através de um
longo processo e que é fundamental para o desenvolvimento de
potencialidades, há a necessidade de se propor atividades diversas e
diferenciadas para a formação do leitor crítico.
De acordo com Zilberman (2003, p.30):"... o uso do trabalho na
escola nasce, pois, de um lado, da relação que se estabelece com seu leitor,
convertendo-o num ser crítico perante sua circunstância..." Muitos estudos e
pesquisas têm evidenciado a importância das atividades literárias diferenciadas
no contexto educacional para o bom desempenho da criança. A utilização da
27
literatura como recurso pedagógico pode ser enriquecida e potencializada pela
qualidade das intervenções do educador.
Assim, o educador preocupado com a formação do gosto pela leitura
deve reservar espaços em que proponha atividades novas sem o compromisso
de impor leituras e avaliar o educando. Trata-se de operacionalizar espaços na
escola e na sala de aula onde a leitura por fruição-prazer possa ser vivenciada
pelas crianças e jovens.
As várias atividades propostas podem ajudar no contexto
educacional, se bem utilizadas a partir de um conto: o pintar; o desenhar no
contexto da história; discutir sobre as partes da história que as crianças mais
gostaram; trocar experiências a partir da história contada; adivinhar o que vai
acontecer e/ou imaginar finais e situações diferentes; colar; usar massa de
modelar; usar bexiga; barbante; construir objetos com sucata; elaborar textos;
encenar uma peça teatral; utilizar papéis diversos; confeccionar novos
materiais; trabalhar em grupo etc, podem contribuir para a formação de um ser
criativo, crítico, imaginativo, companheiro e provavelmente leitor.
Nesse contexto, o professor deve proporcionar várias atividades
inovadoras, procurando conhecer os gostos de seus alunos e a partir daí
escolher um trabalho ou uma história que vá ao encontro das necessidades da
criança, adaptando o seu vocabulário, despertando esse educando para o
gosto, deixando-o se expressar.
Acredita-se assim que a proposta de atividades variadas é de grande
valor para o processo de construção da autonomia e desenvolvimento da
criança em formação.
2.1- O LUGAR DA LITERATURA NA ESCOLA
"É na escola que identificamos e formamos leitores..." Bamberger
(1988). Quando se fala em criança, pode-se perceber que a literatura é
indispensável na escola como meio necessário para que a mesma compreenda
o que acontece ao seu redor e para que seja capaz de interpretar diversas
situações e escolher os caminhos com os quais se identifica.
28
Entende-se que a leitura é um dos caminhos de inserção no mundo
e da satisfação de necessidades do ser humano. No entanto, muitos
professores desconhecem a importância da leitura e da literatura mais
especificamente por ignorar seu valor e/ou por falta de informação.
A prática educativa com a literatura nas séries iniciais do ensino
fundamental quase sempre se resume em textos repetitivos, seguidos por
cópias e exercícios dirigidos e mecânicos, onde o espaço para reflexão e
compreensão sobre si e sobre o mundo raramente encontra lugar. Não
podemos nos referir à leitura como um ato mecânico sem a preocupação de
buscar significados.
Desse modo, é necessário que dentro do ambiente escolar o
professor faça a mediação entre o trabalho e o aluno, para que assim sejam
criadas situações onde o aluno seja capaz de realizar sua própria leitura,
concordando ou discordando e ainda fazendo uma leitura crítica do que lhe foi
apresentado. Daí a importância em se propiciar a leitura e a literatura de modo
a permitir ao aluno criar e recriar o universo de possibilidades que o texto
literário oferece. Pode-se dizer que a escola tem a oportunidade de estimular o
gosto pela leitura se consegue promover de maneira lúdica o encontro da
criança com o trabalho.
A esse respeito Zilberman descreve que:
"... a sala de aula é um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um campo importante para o intercâmbio da cultura literária, não podendo ser ignorada, muito menos desmentida sua utilidade. Por isso, o educador deve adotar uma postura criativa que estimule o desenvolvimento integral da criança." (2003, p. 16)
A literatura tem sua importância no âmbito escolar devido ao
fornecimento de condições que propicia à criança em formação. Essa literatura
é um fenômeno de criatividade, aprendizagem e prazer, que representa o
mundo e a vida através das palavras.
Sabe-se que a literatura é um processo de continuo prazer, que
ajuda na formação de um ser pensante, autônomo, sensível e crítico que, ao
entrar nesse processo prazeroso, se delicia com historias e textos diversos,
29
contribuindo assim para a construção do conhecimento e suscitando o
imaginário.
Hoje se percebe também que quando bem utilizado no ambiente
escolar, o trabalho de literatura pode contribuir ainda para o desenvolvimento
pessoal, intelectual, conduzindo a criança ao mundo da escrita. Dessa forma, a
literatura infantil tem sua importância na escola e torna-se indispensável por
conter todos os aspectos aqui levantados, sendo de grande valor por
proporcionar o desenvolvimento e a aprendizagem da criança em sua
amplitude.
Para uma boa complementação sobre as formas para produzir uma
leitura eficiente fiz uma pesquisa de campo na escola onde trabalho, a fim de
confrontar a teoria com a prática, a qual relatarei no capítulo III.
Capítulo III
ANÁLISE TEORICA DOS AUTORES
Nos capítulos anteriores foram citados vários problemas pelos
estudiosos, os quais perceberemos agora na visão dos professores, para isso
entrevistei colegas de serviço na Escola Municipal Sarah Skaf, objetivando uma
confrontação da prática pedagógica com a análise teórica dos autores
mencionados neste trabalho.
3.1 – A visão do ensino de leitura pelos professores
No questionário aplicado foi perguntado aos professores qual era a
proposta de ensino de leitura fornecida pela Secretaria Municipal de Educação
no levantamento de conteúdos anual, e o resultado foi que poucos dos
professores souberam responder a questão, alguns afirmaram que a Secretaria
pede que a leitura seja trabalhada todos os dias, porém não disseram de que
forma. Uma professora respondeu assim: “Eles pedem que a gente trabalhe
leitura, interpretações e produção de texto, mas nem sempre é trabalhado com
muito tempo, pois temos outros conteúdos programáticos a atingir”.
Nesta resposta ela deixa evidente a dificuldade de se trabalhar a
leitura, que requer tempo e dedicação, e também o descaso para com o ensino
da leitura, que pode ser trabalhada sem um tempo específico para tal, ela faz
parte de toda disciplina.
Segundo Cagliari (1999):
(...) Na prática ao longo do ano escolar, dá-se muito mais ênfase à escrita do que à leitura. Exige-se muito mais do aluno com relação a leitura. Isso deve-se ao fato de a escola saber avaliar mais facilmente os acertos e erros de escrita e não saber muito bem o que o aluno faz quando lê, sobretudo quando lê em silêncio. (p.167)
31
Esta citação confirma a fala da professora. Realmente a escola exige
mais o ensino da escrita, porque é mais fácil cobrá-la em provas. E mesmo
aqueles professores que têm consciência da importância do ensino da leitura
não podem ministrá-la com o tempo necessário, pois é mais exigido da
Secretaria de Educação que se cumpra outros conteúdos. Nota-se que a
secretaria de educação não está preparando seus professores para o trabalho
de leitura com os alunos, simplesmente é colocado no currículo mais não
norteia os educadores. Esta pergunta foi levantada porque as escolas
municipais têm autonomia parcial para fazerem o levantamento anual dos
conteúdos que deve ser repassado para a secretaria para ser aprovado antes
de ser executado. As escolas ainda são muito dependentes da secretaria no
que se refere à tomada de decisões, nos recursos financeiros e na aplicação
de cursos para aperfeiçoamento dos profissionais talvez por esse motivo a
qualidade do ensino fica comprometida.
A segunda pergunta feita foi: No planejamento das aulas existe uma
preocupação com o ensino da leitura e de que forma acontece este ensino?
Todos os professores responderam que existe uma preocupação em trabalhar
a leitura no planejamento e que são várias as formas: através de projetos,
provas, contextualização, produção de textos e cantinho da leitura.
Mas não vamos nos esquecer da explanação da professora que
revelou que o tempo dedicado à atividade de leitura é mínimo. Há uma
incoerência nesta resposta com a anterior, se planejam, na prática não
executam. Isso revela o despreparo do professor para com a leitura, que pode
ser contemplada em todos os momentos da aula, ela não exige um espaço
específico para ser trabalhada, pelo contrário, contempla-se a leitura em todos
os instantes da vida escolar e pessoal, ela está completamente embutida em
nossa essência; só deve ser desenvolvida e praticada.
Não é necessário um projeto específico para desenvolver a leitura,
pelo contrario, todo e qualquer projeto para ser bem executado alcançando os
objetivos estabelecidos necessita, sobretudo de uma boa leitura. Todos os
participantes devem desempenhar papel de bons leitores para realmente se
inteirarem com qualquer projeto que esteja sendo desenvolvido. O que está
faltando nessa escola é entender que leitura não está descentralizado dos
conteúdos, ela está embutida em cada um deles.
32
Na terceira pergunta foi abordada a questão dos PCN´s, e ficou
assim elaborada: A escola segue a proposta dos PCN´s ? Como é feito esse
trabalho? Nas respostas poucos professores souberam colocar qual era a
proposta dos PCN´s em relação à leitura, somente repetiram as formas com as
quais trabalham a leitura em sala. Uma professora afirma que raramente os
segue e que a escola se preocupa mais com o cumprimento dos conteúdos.
Nota-se a falta de entrosamento dos professores com a direção e coordenação
no que diz respeito às novas exigências da educação, constantes nos PCN´s.
A proposta dos PCN´s (1997) é a seguinte:
Trabalhar com diversidade de textos e combinações entre eles significa trabalhar com a diversidade de objetivos e modalidades que caracterizam a leitura, ou seja, os diferentes “para quês”, resolver um problemas prático, informar-se, divertir-se, estudar, escrever ou revisar o próprio texto, e com diferentes formas de leitura em função de diferentes objetivos e gêneros: ler buscando as informações relevantes ou o significado implícito nas entrelinhas ou dados para a solução de um problema. (p.54, v.02)
Nota-se que os professores não têm claro para si qual é a proposta
dos PCN`s, conforme a citação a cima mostra; não é algo isolado ou
impossível de acontecer, pois nada mais é a combinação da diversidade textual
a fim de informar, divertir, resolver problemas e compreender as entrelinhas, o
que a aplicação dos conteúdos não impede que aconteça.
Outra pergunta feita foi: Você acha importante ensinar a leitura
utilizando várias técnicas? Quais você utiliza? Todos afirmaram que é
importante usar técnicas no ensino da leitura. Contudo nem todos citaram as
que usam em sala de aula. As mais citadas foram: dramatização, júri do livro,
textoteca, painel de leitura, leitura em grupo e jograis.
Garcia (1992) cita a importância de utilizar técnicas no ensino da
leitura, mas também o erro de alguns educadores em acharem que a prática da
leitura é apenas uma questão de técnica e atividades.
33
Uma coisa é criar, descobrir e sugerir técnicas para estimular a leitura, sem perceber às vezes, incoerências entre estas técnicas, outra é desenvolver a capacidade do gosto pela leitura. (p.50)
Não basta utilizar técnicas, o principal é desperta o gosto pela leitura
sem que os alunos percebam que estão lendo por uma simples obrigação, mas
que leiam com prazer, esse deve ser o principal objetivo ao se utilizar uma
técnica de leitura.
Também foi perguntado: Quais os objetivos que você pretende atingir
com os alunos no ensino da leitura? Cinco professores responderam que os
alunos sejam capazes de interpretar o texto lido. Três mencionaram a melhoria
da produção dos textos, e que seja criado o hábito e prazer pela leitura: “Que
eles tenham prazer em ler, participar e interpretar, e hábito de leitura pois o
gosto pela leitura melhora a produção textual”. E dois afirmaram que além de
criar o hábito de ler que os alunos sejam capazes formular suas próprias
opiniões a partir de um texto lido.
É muito importante que os professores não só tenham essa visão,
mas também criem estratégias para alcançá-las. Cabe à escola, em meio a
tantas mudanças tecnológicas e sócias, estimular a leitura, melhorar as
estratégias, principalmente de compreensão (um dos principais problemas de
aprendizagem) e trabalhar textos variados. O que falta aos professores é a
estratégia para alcançar esses objetivos.
E por fim a última pergunta foi: Como a escola incentiva o hábito da
leitura nos alunos? Os professores foram unânimes em responderem que essa
motivação acontece através de projetos, do cantinho de leitura, leitura de textos
diversificados e dramatização. Porém, nessa pesquisa de campo, o que foi
notado através da observação é que os professores não trabalham com
incentivo à leitura, acontecem aulas mecânicas e não desperta o interesse dos
alunos. O próprio professor não é um bom leitor, prova disso é o não
conhecimento da proposta do PCN. É um circulo vicioso, o professor não se
interessa em buscar e inovar e a escola em contra partida não dá incentivo
para que esse professor inove sua prática e não disponibiliza cursos de
aperfeiçoamento.
34
Para Machado (2001) em entrevista à Revista Nova Escola, a escola
deve criar em seu espaço um ambiente para o leitor, e como não somos uma
sociedade leitora, a escola não pode esperar que o estímulo venha de casa.
Para despertar o interesse pela leitura nas crianças é necessário que o
professor desperte a curiosidade delas e também dê exemplos; é fundamental
que primeiramente o adulto mostre para a criança o seu interesse pela leitura.
Segundo Emília Ferrero (2001), também em entrevista à Revista
Nova Escola, “ o aluno que tiver a chance de ouvir o professor lendo em voz
alta presenciará um ato quase mágico”.
O professor precisa ler em voz alta sempre. Um texto bem lido e com
convencimento emociona e desperta o gosto pela leitura. Uma história nova
sempre aguça nossa curiosidade, principalmente se não tivermos o hábito de
ler.
Cagliari (1999) diz:
A leitura é uma fonte de prazer, de satisfação pessoal, de conquista, que serve de grande estímulo e motivação. Mas se frustrarmos as crianças não lhes dando esta chance ou, pior ainda, se substituirmos esta leitura gostosa por textos mal escritos, enfadonhos, estranhos, o que vamos esperar delas depois? Que graça tem a escola? Para que serve ler e escrever? (p.169)
A leitura, portanto, além do processo ensino-aprendizagem,
desenvolve o raciocínio e o hábito de analisar, tornando o aluno um cidadão
crítico e pensante.
A escola torna-se fator fundamental na aquisição do hábito da leitura
e formação do leitor, pois mesmo com suas limitações, ela é o espaço
destinado ao aprendizado da leitura. Tradicionalmente, na instituição escolar,
lê-se para aprender a ler, enquanto que no cotidiano a leitura é regida por
outros objetivos. Essas leituras, guiadas por diferentes objetivos, produzem
efeitos diferentes, que modificam a ação do leitor diante do texto.
Torna-se imprescindível, como se vê criar no ambiente pedagógico
um clima favorável à leitura, marcado por interações abertas e democráticas.
Interações que vão permitir muitas leituras de um mesmo texto, por sujeitos
que têm histórias, competências, interesses, valores e crenças diferentes. A
35
diversidade ainda deve ser o eixo dos propósitos da leitura, determinando
diferentes tipos de relação com o texto.
É o que sugerem Bordini e Aguiar (1993). As autoras propõem uma
seqüência para a didática da leitura, a qual pode ser bastante produtiva:
diagnóstico de necessidades e expectativas do aluno; atendimento das necessidades e expectativas; ruptura e quebra das expectativas; questionamento; alargamento da vivência cultural e da visão de mundo. Com base nessa seqüência, seria possível, por exemplo, ler um texto-clichê, questioná-lo e confrontá-lo com o texto literário, singular por definição. Teríamos aí o atendimento dos interesses e necessidades do aluno, mas também, e, sobretudo, a possibilidade de criar novas necessidades culturais e estéticas, aprendidas na escola. (p. 43)
Dessa forma a escola, estaria de fato usando seu espaço para a
efetivação da aprendizagem, fazendo de seus alunos sujeitos ativos do
processo ensino aprendizagem. Eles estariam interagindo de forma integral
com o conhecimento e formulando seus próprios conceitos.
CONCLUSÃO
O propósito deste trabalho encontra-se no interesse de analisar e
compreender o processo de produzir uma leitura eficiente.
O estudo pautou-se na procura de identificação dos principais
processos de leitura, tendo por base a literatura sobre esta modalidade
educativa e sua história.
A partir da realização deste trabalho, conclui-se que o ser humano
não é determinado exclusivamente por características genéticas, pois se assim
fosse não haveria necessidade de instituições escolares, nem de educadores.
A escola e o educador trabalham com a aprendizagem do aluno, num
processo que não acaba nunca. O ensinar se define em função do aprender.
Mas para que a aprendizagem realmente aconteça precisa ser significativa
para o aluno, envolvendo-o como pessoa. É justamente nesta diversidade de
aprender o seu significado próprio que se dá sentido ao ensino da leitura e sua
devida importância.
A escola torna-se fator fundamental na aquisição do hábito da leitura
e formação do leitor, pois mesmo com suas limitações, ela é o espaço
destinado ao aprendizado da leitura. Tradicionalmente, na instituição escolar,
lê-se para aprender a ler, enquanto que no cotidiano a leitura é regida por
outros objetivos. Essas leituras, guiadas por diferentes objetivos, produzem
efeitos diferentes, que modificam a ação do leitor diante do texto.
O ato de ler pode fornecer ao leitor o acesso à informações, à
ampliação do vocabulário, o desenvolvimento da criticidade e o interesse na
busca pelo conhecimento sobre assuntos variados que, além de instigar o leitor
a pensar criticamente diversas questões, pode impulsionar suas relações
sociais. Para a criança, o processo de aprendizagem da leitura e da escrita
precisa ter significado, para que ela.
É necessário considerar que os alunos são cidadãos que utilizam a
leitura em sua prática social e ao utilizá-la percebem a relevância deste
aprendizado para o cidadão conviver em uma sociedade que a utiliza
cotidianamente. Esta atividade, portanto, não pode ser vista simplesmente
37
como um mecanismo de leitura, que visa decifrar a palavra, sem que seu
significado esteja presente, deixando de lado a verdadeira função da leitura
que é de proporcionar uma aprendizagem que desenvolve habilidades de
reflexão, expande conhecimentos e permite agir na sociedade de uma maneira
intensa e direta.
O professor deve proporcionar várias atividades inovadoras,
procurando conhecer os gostos de seus alunos e a partir daí escolher um
trabalho ou uma história que vá ao encontro das necessidades da criança,
adaptando o seu vocabulário, despertando esse educando para o gosto,
deixando-o se expressar. A partir da utilização de varias técnicas de leitura o
educador pode levar seu aluno a gostar de ler. Para isso ele deve conhecer
sua turma, saber seus gostos para assim usar meios para que ele se envolva
com a leitura. Sem se esquecer que as técnicas devem ser apenas meios que
proporcionem uma boa leitura e essa leitura pode ser realizada a todo
momento, sem que seja necessário um espaço especifico na aula para que ela
aconteça.
Com os dados coletados no questionário da pesquisa de campo com
professores da Escola Sarah Skaf constata-se o despreparo do professor para
com o ensino da leitura e o descaso da Secretaria Municipal de Educação para
com o problema. É evidente o desconhecimento dos PCNs, a falta de
interpretação do que realmente é a leitura de mundo e como tornar o ato de ler
em uma postura crítica. De posse desses requisitos todo professor está
capacitado para realizar momentos de aprendizagem através da leitura.
Os dados oferecidos nesta monografia, bem como as pesquisas
feitas com os professores, dão margem para se entender melhor como produzir
uma leitura eficiente com o objetivo de produzir um ensino com qualidade.
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39
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ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11. ed. São Paulo:
Global, 2003.
ANEXOS
Anexo I
QUESTIONÁRIO
1 – Qual a proposta a Secretaria Municipal de Educação oferece ao ensino de
leitura?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2 – No planejamento das aulas existe preocupação com a leitura?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3 – A escola segue a proposta dos PCN´s? Como é feito esse trabalho?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4 – Você acha importante ensinar a leitura utilizando várias técnicas? Qual
técnica você utiliza?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5 – Quais objetivos você pretende atingir com os alunos no ensino da leitura?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6 – Como a escola incentiva o hábito da leitura nos alunos?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
41
Anexo II
1 – Qual a proposta a Secretaria Municipal de Educação oferece ao ensino de
leitura?
2 – A escola segue a proposta dos PCN´s? Como é feito esse trabalho?
3 – Quais objetivos você pretende atingir com os alunos no ensino da leitura?
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