as peculiaridades das atividades de suprimento nas operaÇÕes em Áreas edificadas

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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO NO NÍVEL LATO SENSU DE APERFEIÇOAMENTO EM OPERAÇÕES MILITARES Cap Int FABIO COSTA SILVA AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS Rio de Janeiro 2010

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Page 1: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO NO NÍVEL LATO SENSU DE

APERFEIÇOAMENTO EM OPERAÇÕES MILITARES

Cap Int FABIO COSTA SILVA

AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

Rio de Janeiro 2010

Page 2: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

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Cap Int FABIO COSTA SILVA

AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Aperfeiçoamento em Conhecimentos Militares.

Orientador: Cap Int Paulo Vladimir Sousa da Silva

Rio de Janeiro 2010

Page 3: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

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Cap Int FABIO COSTA SILVA AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES

EM ÁREAS EDIFICADAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Aperfeiçoamento em Conhecimentos Militares.

Aprovado em: ______/__________________/______

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO

______________________________________________ ADRIANO MARTINS SOUZA – Cap Int – Presidente Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército

__________________________________________________ PAULO VLADIMIR SOUSA DA SILVA – Cap Int – Membro

Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército

______________________________________________ MAURO PEREIRA DE MATTOS – Cap Int – Membro

Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército

Page 4: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

3

Ao meu Deus, por me conduzir pelo Caminho da Verdade e por me ajudar a percorrê-lo, por tão quão impossível o seja.

Page 5: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

4

AGRADECIMENTOS

Ao meu Orientador Cap Int Paulo Vladimir Sousa da Silva meus sinceros

agradecimentos pela orientação firme e objetiva na realização deste trabalho.

Aos meus pais Ozório Silva Filho e Maria Gerviz Costa, pelo amor com que

me conceberam e educaram, pelas inúmeras horas que velaram meu sono, e pelas

palavras de incentivo a cada tropeço de minha jornada, minha eterna gratidão.

Às minhas amigas Heloísa Helena, Maria Lúcia, Rosane, Sara e Edna, que

me deram todo o apoio, compreensão e distração nos momentos precisos e na

confecção desta obra.

À todos aqueles que direta ou indiretamente colaboraram para este projeto

fosse concluído.

Page 6: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

5

É o soldado, não o jornalista, que nos deu a liberdade de imprensa. É o soldado, não o poeta, que nos deu a liberdade de expressão. É o soldado, não o organizador do campus, que nos dá a liberdade de manifestação. É o soldado, que saúda a bandeira, que atua sob a bandeira, e cujo caixão está envolto pela bandeira, que permite que o manifestante queime a bandeira. (Sargento Dennis Edward O`Brien, U.S. Marine Corps)

Page 7: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 8

1.1 OBJETIVO............................................................................................. 11

2 METODOLOGIA.................................................................................... 12

3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.................... 14

3.1 OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS.............................................. 14

3.1.1 Os três blocos de guerra..................................................................... 15

3.1.2 A missão das tropas empregadas...................................................... 15

3.1.3 Vias de acesso..................................................................................... 16

3.1.4 Outros fatores a considerar................................................................ 17

3.2 AS PECULIARIDADES NAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS

OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS ............................................. 18

3.2.1 A área de operações............................................................................ 19

3.2.2 Recursos............................................................................................... 20

3.2.3 Formas de apoio e processos empregados...................................... 21

3.2.4 Classe de suprimentos........................................................................ 24

3.2.5 Material salvado e material capturado............................................... 29

3.2.5.1 Material salvado..................................................................................... 29

3.2.5.2 Material capturado................................................................................. 30

3.3 O APOIO DO BATALHÃO LOGÍSTICO................................................. 31

4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................... 35

REFERÊNCIAS..................................................................................... 37

Page 8: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

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AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

Fabio Costa Silva Resumo: Este estudo procura analisar as peculiaridades das atividades de suprimento nas operações em áreas edificadas. Sua finalidade é verificar as peculiaridades das atividades de suprimento nas operações em áreas edificadas, frente às demandas geradas pela introdução dos novos conceitos ligados ao chamado “combate moderno”. Após a 2ª Grande Guerra, o combate tornou-se complexo e multidimensional, graças à tecnologia aplicada ao equipamento e armamento, que aliada às evoluções da Arte da Guerra, influenciou de sobre maneira nos conflitos mais recentes ocorridos no mundo. O combate moderno, que está intimamente ligado ao combate em áreas urbanas, necessita de apoio logístico, como qualquer outro tipo de combate. E dentre o apoio logístico, destaca-se nesse trabalho as atividades de suprimento, componente da estrutura logística do Exército Brasileiro. O suprimento nas suas diversas classes está intimamente ligado ao poder de combate de uma tropa, daí a importância de processos que possibilitem a entrega do suprimento à frente do campo de batalha de forma eficiente e eficaz. No decorrer do trabalho foram apresentados conceitos teóricos, referentes às operações em áreas urbanas, aos processos de distribuição de suprimentos e novos conceitos aplicados à função logística suprimento. Na conclusão, os conceitos aplicados no decorrer do trabalho são confirmados, dando ênfase à capacidade de apoiar em suprimento a tropa sob as condições impostas pelo combate em áreas edificadas.

PALAVRAS-CHAVE: operações em áreas urbanas, combate urbano, atividades de suprimento, apoio logístico, processos especiais de suprimento, material salvado e material capturado.

Abstract: This study aims to analyze the peculiarities of the activities of supply operations in the built environment. Its purpose is to examine the peculiarities of the activities of supply operations in the built environment, for meeting the demands generated by the introduction of new concepts related to the "modern combat". After the 2nd World War, the fight has become complex and multidimensional, with technology applied to equipament and weapons, which allied to developments in the art of war, influenced on how the latest developments in the conflicts in the world. The modern combat, which is closely related to combat in urban areas, need logistical support, like any other type of combat. And among the logistical support, stands out in this work the activities of supply, logistics component of the Brazilian Army. The supply in their various classes is closely linked to the combat power of a band, hence the importance of processes that enable the delivery of supplies to the front of the battlefield in an efficient and effective. During this work were presented theoretical concepts relating to operations in urban areas, the procedures for distribution of supplies and new concepts applied to supply logistic function. In conclusion, the concepts applied in this work are confirmed, emphasizing the ability to support in supplying the troops under the conditions imposed by the fighting in built up areas. KEYWORDS: operations in urban areas, urban combat, supply activities, logistical support, supply of special procedures, rescued material and the captured material.

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1 INTRODUÇÃO

Este estudo tem por finalidade principal demonstrar as peculiaridades da

atividade de suprimento nas operações em áreas edificadas. O tema que será

desenvolvido trata da necessidade do apoio do Batalhão Logístico, na atividade de

suprimento, em operações, de combate, em áreas edificadas, às unidades apoiadas.

E será essa atividade em que vamos concentrar nosso estudo.

As áreas edificadas são acidentes capitais e objetivos importantes sobre os

quais, de um modo geral, são conhecidas informações detalhadas. É um terreno

complexo, onde as construções feitas pelo homem afetam taticamente e

estrategicamente o comandante de uma tropa ou fração empregada. Grandes áreas

urbanas representam poder e riqueza de um país, através de suas indústrias, meios

de transporte, instituições econômicas e políticas e centros culturais. Podem ser

compreendidas como cidades, cidadelas e vilas, ou qualquer aglomeração ou centro

populacional de caráter edificado1.

Subtendem-se por áreas edificadas ou áreas urbanas estruturas resistentes

de alvenaria ou de concreto armado e aço, que podem ser modificadas para fins de

propiciar defesa ou dificultar um ataque. Essas áreas consistem, principalmente, de

localidades contendo construções reunidas em quarteirões e bairros residenciais ou

de áreas constituídas de grandes complexos ou parques industriais (fábricas,

armazéns, depósitos e galpões), com o mínimo de disponibilidade de rodovias,

ferrovias, aquavias e porventura dutovias e aerovias necessárias ao escoamento de

seus produtos manufaturados e insumos (matéria-prima), seus meios de transporte,

portos e aeroportos e outras instalações que podem ser aproveitadas em benefício

do sistema de apoio logístico1.

Estas áreas proporcionam cobertas e abrigos para as tropas e para as armas

e podem apresentar grandes dificuldades para o ataque devido à sua

susceptibilidade à neutralização ou à destruição pelos fogos. A sua captura ou

ainda, a não-captura desses centros urbanos, pode trazer a tropa defensora ou

atacante vantagens psicológicas decisivas que determinam o fracasso ou o sucesso

de um conflito, como ocorreu em Stalingrado (1942-1943), na Rússia, durante a

Segunda Guerra Mundial (1941-1945). Vilas e cidades pequenas são ocupadas

devido à proximidade de vias de acesso (eixo principal de suprimento) e linhas de

comunicação2.

Page 10: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

9

Áreas edificadas ou áreas urbanas e suas populações têm crescido

significativamente durante os dois últimos séculos, desde o advento da primeira

revolução industrial até os dias atuais. Estima-se que, em 2010, 75% da população

mundial vive em áreas urbana. A taxa de urbanização no ano de 2000, no Brasil, foi

de 81,25%3. O combate em áreas edificadas não é um evento militar moderno; ele

junta-se ao homem desde a antiguidade e nos diversos casos de cercos e sítios a

cidades, castelos e fortalezas que aconteceram desde os tempos mais remotos. E

isso exerce uma enorme influência nas operações militares e em especial ao apoio

logístico que dá o suporte necessário a esses combates.

Nos anos de ocorrência da Guerra Fria (1945-1991), a Organização do

Tratado do Atlântico Norte (OTAN), capitaneada pelos Estados Unidos da América,

já demonstrava uma grande preocupação com a urbanização crescente do

continente europeu, teatro de operações principal daquele conflito, como fica

exposto o problema abaixo, pela transcrição de um artigo do exemplar de outubro de

1977 da revista Militay Review:

Os piores problemas surgem quando se imagina que um país por inteiro poderá tornar-se urbanizado de tal forma que as cidades se constituam nas principais características do terreno (cerca de 70% da população da Alemanha Oriental vive atualmente nas áreas urbanas), porque não é somente o número dos que moram em grandes subúrbios contínuos que torna as áreas urbanas importantes, mas sim o somatório de fatores entre os quais figuram a distribuição física das pequenas vilas, a localização das áreas construídas em relação às florestas e rios e o potencial para a utilização de terreno urbano como parte de um planejamento militar

4.

Esta apreensão se confirmou com o passar do tempo, já que houve um

aumento bastante considerável na quantidade de combates que ocorreram em áreas

edificadas e muito bem urbanizadas, tais como os na cidade de Beirute (1982-2000),

no Líbano e na cidade de Grozny (1994-1996 e 1999-?), na Chechênia. A Primeira

Guerra do Golfo (1990-1991) e a Segunda Guerra do Golfo (2003-?) tiveram

combates regulares que foram travados, em sua maior parte, em cidades ou áreas

urbanas4, fazendo aumentar a importância do estudo sobre operações em áreas

edificadas no interior do Teatro de Operações Terrestres e suas vertentes, no qual

forças militares nos mais diferentes níveis estão atuando.

No Brasil, atualmente, a doutrina militar terrestre, no que diz ao emprego de

tropas ou ao combate em áreas edificadas, tem evoluído de acordo com a

participação de tropas do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil (Corpo de

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10

Fuzileiros Navais – CFN) em missões de paz no exterior (operações de manutenção

da paz), todas sob a égide da Organização das Nações Unidas (ONU), tais como a

UNAVEM I (Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola), em Angola

(1989-1997) e mais recentemente a MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a

Estabilização no Haiti), no Haiti (2004-?), que exigem um treinamento específico

neste tipo de ambiente operacional4.

Mesmo com todas essas experiências em missões de paz, as obras

doutrinárias do Exército Brasileiro que trata de combate e operações em áreas

edificadas assim como o apoio logístico à essas operações devem ser atualizadas e

aprimoradas, principalmente quando o enfoque é o apoio logístico e nesse assunto

cabe destacar especificamente as peculiaridades das atividades de suprimento nas

operações em áreas edificadas.

O combate urbano não pode ser evitado nos cenários mundiais atuais; deve

ser estudado como uma inovação na doutrina militar, assim como suas atualizações

e modificações sobre o equipamento, armamento, viaturas, materiais diversos e

gêneros alimentícios empregados nesse tipo de operação. Não pode ser tratado

como um simples assunto, pois essa forma de combate vem se tornando cada vez

mais comum. E dessa maneira, aliada ao combate, vem a logística militar, na qual

será tratada em especial as atividades executadas pela função logística de

suprimento em áreas edificadas ou áreas urbanas.

Para esse estudo, o autor buscou a experiência de Exércitos estrangeiros e

em campanhas militares de referência ao assunto, servindo com base os combates

nas áreas urbanas de Beirute (1982), Grozny (1994) e nas Guerras I e II do Golfo

(1991 e 2003), e também aqueles que poderão vir ao caso e trazer conhecimento,

em particular sobre as peculiaridades das atividades de suprimento nas operações

em áreas edificadas. Além disso, manuais do Exército Brasileiro, monografias

nacionais e estrangeiras; artigos em revistas especializadas nos assuntos, livros,

simpósios e seminários dentre outros que permitiram uma análise bastante

abrangente e detalhada do assunto.

Mas em que medida as atividades de suprimento nas operações em áreas

edificadas, realizadas pelos batalhões logísticos em apoio às unidades, poderão ser

mais eficientes, aumentando o poder de combate?

Algumas questões de estudo foram formuladas no entorno desse

questionamento:

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11

a) Quais as características das áreas edificadas?

b) Como são as operações em áreas edificadas?

c) Quais são os conceitos envolvidos nessas operações?

d) Qual a missão das tropas empregadas?

e) Como são as vias de acesso?

f) Que outros fatores a considerar?

g) Como é atividade de suprimento nas operações em áreas edificadas?

h) Como é a área edificada e os recursos que nela se encontram?

i) Quais são as formas de apoio e os processos empregados ?

j) Quais as classes de suprimento utilizadas?

k) O que fazer com o material salvado e capturado?

l) Como será o apoio do batalhão logístico aos elementos apoiados?

Desta forma, o presente trabalho visa justificar uma contribuição para diminuir

a defasagem nas possíveis demandas existentes, no que se refere às peculiaridades

das atividades de suprimento nas operações em áreas edificadas ou urbanas,

buscando responder ao questionamento sobre as singularidades desse tipo de

atividade logística, com base nos ensinamentos em operações, exercícios e

treinamentos já realizados nos Teatros de Operações Terrestres de todo o globo

terrestre.

O estudo em questão pretende contribuir de forma a ampliar o conhecimento

sobre as atividades de suprimento nas operações em áreas edificadas, alertando os

escalões superiores sobre esta forma peculiar de apoio logístico, em virtude da

modernização dos combates e diante da imprevisibilidade da ação inimiga.

Espera-se que mesmo a resposta parcial a estas questões torne possível

solucionar o problema de estudo e atingir os objetivos de pesquisa, conforme a

seguir formulados.

Page 13: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

12

1.1 OBJETIVO

O presente estudo visa verificar as peculiaridades das atividades de

suprimento nas operações em áreas edificadas.

A fim de viabilizar a consecução do objetivo geral de estudo, foram

formulados objetivos específicos, de forma a encadear logicamente o raciocínio

descritivo apresentado neste assunto.

a. Entendimento das operações em áreas edificadas, de forma a conhecer as

ações que nelas são empreendidas, as suas características, os conceitos que

envolvem essas operações.

b. Descrever as atividades de suprimento nas diversas classes de suprimento

em apoio às ações, assim como o apoio do batalhão logístico aos elementos

subordinados.

c. Formular idéias e conceitos para melhor atender as necessidades de

suprimento das operações em áreas edificadas, em prol da tropa e da missão à ela

atribuída. E também sobre o emprego do material salvado e capturado.

d. Formular idéias e conceitos sobre as formas de apoio e os processos

empregados nas operações em áreas edificadas.

e. Concluir sobre as peculiaridades das atividades de suprimento nas diversas

classes em operações nas áreas edificadas, assim como suas vias de acesso, seus

recursos.

2 METODOLOGIA

O presente trabalho constitui-se de por ser uma pesquisa básica, que visa

acumular conhecimento e informações que podem eventualmente levar a resultados

acadêmicos ou aplicados importantes. Busca ter como objetivo a atualização de

conhecimentos para a tomada de uma nova posição, direcionados à solução de

problemas relacionados às atividades de suprimento nas operações nas áreas

edificadas, usando para isto, o método indutivo, criando leis a partir da observação

de fatos, mediante a generalização do comportamento observado, realizando, na

verdade, uma espécie de generalização, sem que através da lógica possa conseguir

uma demonstração do conjunto de conclusões.

Page 14: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

13

O estudo foi desenvolvido com base na pesquisa bibliográfica e documental,

compreendendo a seguinte técnica:

- pesquisa qualitativa, sucedendo os seguintes passos: levantamento da

bibliografia e de documentos pertinentes ao assunto explorado; seleção da

bibliografia disponibilizada e documentos; e análise crítica do conhecimento

apurado, tabulação das informações obtidas e consolidação das questões de

estudo.

O delineamento de pesquisas contemplou as fases de levantamento e

seleção da bibliografia, coleta de dados, crítica dos dados, leitura analítica e

fichamento e listagem das fontes, argumentação e discussão de resultados.

A coleta de material foi realizada por meio de consultas à biblioteca da Escola

de Comando e Estado-Maior do Exército, da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

e da Escola de Guerra Naval. Foram consultados noticiários, jornais e revistas e a

rede mundial de computadores, a internet.

Utilizou-se a leitura de caráter exploratório e seleção do material a ser

pesquisado, colaborando para o pleito de síntese e análise dos resultados obtidos

de vários estudos, com o intuito de dar substância a um estudo atualizado e de fácil

entendimento.

Fontes de busca – realizar-se-á uma exaustiva pesquisa bibliográfica

eletrônica, utilizando como fontes de busca:

- Livros e monografias da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e da

Biblioteca da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército; e

- Monografias do Sistema de Monografias e Teses do Exército Brasileiro.

Estratégia de busca para as bases de dados eletrônicas – serão utilizados

os seguintes termos descritores: "operações em áreas urbanas, combate urbano,

atividades de suprimento, apoio logístico, processos especiais de suprimento,

material salvado e material capturado”, respeitando as peculiaridades de cada base

de dado.

Após a pesquisa eletrônica, as referências bibliográficas dos estudos

considerados relevantes serão revisadas, no sentido de encontrar artigos não

localizados na referida pesquisa.

Critérios de inclusão:

- Estudos qualitativos publicados em português e inglês.

- Estudos publicados de 1970 a 2010.

Page 15: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

14

- Estudos quantitativos e qualitativos que descrevem a experiência no apoio

logístico, em especial as atividades de suprimento, nas operações em áreas

edificadas.

Critérios de exclusão:

- Estudos cujo foco central seja outros atividades que não se referem em seu

fundamento à atividade de suprimento.

- Estudos que utilizam outro tipo de área que não seja a área edificada.

3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A seguir, serão abordadas as principais concepções relativas às operações

em áreas edificadas, e em particular as peculiaridades nas atividades de suprimento

nas operações em áreas edificadas.

3.1 OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

Os combates em áreas edificadas e/ou áreas urbanas são caracterizados

pelas ações aproximadas, no caso, o predomínio do combate aproximado, pelos

limitados e reduzidos campos de tiro, pela limitada observação causada pelos

edifícios e escombros, pela canalização do movimento de veículos, em sua grande

maioria feito pelas ruas longitudinais, pela dificuldade de controle e coordenação das

tropas, dificuldade de localização do inimigo, tendo em vista a pequena visibilidade e

a ampliação e reflexão de som nas áreas edificadas, dificuldade de comunicações,

dificuldade de apoio cerrado de artilharia e apoio aéreo, pois a margem de

segurança para as tropas é muito pequena, plenitude dos obstáculos artificiais,

freqüência das ações noturnas devido à dificuldade de atravessar áreas à luz do dia

e por fim, o emprego freqüente do tiro à queima roupa5.

A realização de fogos de tiro tenso nessas áreas fica condicionada ao

judicioso posicionamento do armamento, de porte ou portátil, nos acessos da

localidade, tendo em vista obter o máximo de profundidade e um melhor

aproveitamento do fogo. Em caso de grandes cidades, o porte das edificações

dificulta as condições para a execução de tiros curvos, porém as pequenas cidades

e vilarejos lhe conferem razoáveis condições para a execução desses tiros. Os

Page 16: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

15

casarios de maior porte devem ser utilizados não só como base de fogos, como

também postos de observação6.

As operações urbanas se distinguem, primordialmente, pelo emprego de

sistemas de armas relativamente simples e ao uso de carros de combate. As

ameaças e os combates podem ocorrer em três dimensões, quais sejam:

subterrâneo, superfície e acima da superfície, considerando os edifícios e o próprio

espaço aéreo. As forças atuais são delineadas para o combate em terreno aberto,

portanto, há a necessidade de se atuar em terreno misto, o que exige da tropa uma

adaptação de equipamentos e de estrutura para atender a esta forma de combate2.

Devido à complexidade dessas operações, os combatentes podem estar

envolvidos em operações de caráter humanitário, em operações de manutenção e

imposição da paz e em combate contra o inimigo em um mesmo dia – the three

block war (os três blocos de guerra) – em cerca de três quadras de uma cidade, tudo

constituído, na verdade, uma única operação2.

3.1.1 Os três blocos de guerra

Segundo o U.S. Marine General Charles Krulak, os três blocos de guerra é

um conceito descrito no final de 1990 para ilustrar o espectro de desafios complexos

e que podem vir a ser confrontados por soldados no campo de batalha moderno.

Para Krulak, os soldados podem ser necessários na condução uma ação militar de

larga escala, complexa, de manutenção da paz e operações de ajuda humanitária no

espaço contíguo de três quarteirões da cidade7.

A idéia básica e sucinta deste conceito é que as Forças Armadas nos dias de

hoje, devem ser adestradas para operar em todas essas três condições ao mesmo

tempo, de forma harmônica, para que nenhum escalão interfira na zona de ação do

outro. Ele ressalta também que os níveis de liderança devem ser altos, quanto mais

baixo for o escalão, para que as ações tenham sucesso2.

Page 17: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

16

3.1.2 A missão das tropas empregadas

As tropas de infantaria a pé são as mais aptas ao combate no interior da

localidade em uma fase posterior, pois estas, quando reduzidas a escombros,

mantém suas características defensivas e restringem o emprego de forças

motorizadas, mecanizadas ou blindadas. No início das operações, pode se fazer uso

de uma Força-Tarefa (FT), composta basicamente por fuzileiros blindados e carros

de combate, podendo realizar um ataque a uma área edificada seja como força de

isolamento ou como força de investimento6.

A missão dos fuzileiros é desobstruir as ruas, vasculhar instalações e proteger

os carros de combate quanto à sua vulnerabilidade. Já os carros de combate

neutralizam alvos identificados positivamente ou aqueles solicitados pelos fuzileiros

e são utilizados como escudos pelos infantes. Normalmente, estes vão à frente e ao

lado dos blindados, para que possam, ao mesmo, tempo vasculhar instalações

suspeitas de abrigarem armas anti-carro e que podem ser áreas de homizio, retirar

obstáculos nos itinerários de progressão dos carros de combates e protegê-los dos

“golpes de mão”, tais como emboscadas para as viaturas. No caso dos carros de

combate irem à frente dos fuzileiros será somente para a eliminação de uma posição

com poder de fogo maior que o da força amiga, tendo como exemplo a eliminação

de uma posição de metralhadora que esteja realizando tiros ao longo de uma rua

(“corredor de matar”)6.

Essas ações influem diretamente no apoio logístico, pois a não-observância

dessas condicionantes propicia um aumento da sobrecarga das atividades logísticas,

em especial a atividade de suprimento, pois o consumo de suprimento Cl III, V(Mun),

VIII e XIX aumenta devido ao crescimento do número de feridos, da maior utilização

de munição nos pequenos combates e da quantidade de viaturas em deslocamento

e que sofrem avarias, sendo postas em manutenção6.

Page 18: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

17

3.1.3 Vias de acesso

As áreas edificadas, pela sua riqueza em cobertas e abrigos e também pela

proximidade das posições de bloqueio, provavelmente serão utilizadas para a

dispersão dos elementos de comando, apoio e reserva. Em uma região de pouco

casario, suas vias de acesso permitem o deslocamento de tropas de infantaria e

cavalaria em muito boas condições, o que pode acarretar, no aspecto logístico, um

maior consumo de combustível pelas viaturas6.

Pode haver também o emprego de força aeromóvel em áreas com vias de

acesso interditadas. Caso isso ocorra, também deve ser planejado o uso de algumas

medidas de coordenação, tais como o apoio em suprimentos Cl III e Cl XIX e

materiais na construção de local de aterrissagem (Loc Ater) e zona de pouso de

helicópteros (ZPH)6.

Em ações de isolamento, as vias de acesso têm que ser levantadas, tais

como aquelas que conduzem aos acidentes capitais, saídas das áreas edificadas

para evitar a chegada de reforços ou suprimento para o inimigo e destruir elementos

que tentem se evadir da mesma. Durante a progressão no interior da localidade

podem ser previstos tiros sobre cruzamentos de ruas ou edifícios destacados,

acarretando um considerável aumento no emprego das armas de tiro de coletivo,

elevando o consumo de suprimento Cl V(Mun)6.

3.1.4 Outros fatores a considerar

Nos centros urbanos ou no interior de uma localidade, a direção do vento é

totalmente nula, face à influência exercida pelas construções existentes. Em vista

disso, a velocidade do vento possibilita o emprego de granadas fumígenas. Há de se

levar em consideração a ocorrência de “correntes de vento esporádicas” no interior

da área urbana, o que pode causar surpresas indesejáveis no decorrer dos embates,

com o uso daquele suprimento.

Nas operações em áreas edificadas, os fogos indiretos podem ser

empregados contribuindo para a conquista dos objetivos propostos pelo comando do

escalão superior. Tendo em vista o poder de destruição do apoio de fogo, evita-se

causar grandes danos à população e às edificações6.

Page 19: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

18

Servem como alvos edificações que se destacam na localidade e que

dominem as mesmas, vias de acesso e tropas que permitam o reforço do inimigo.

Tal imposição, quanto ao uso desses fogos, irá acarretar em queda no consumo de

munição das peças de artilharia, com vistas à minimização de danos colaterais, tais

como a criação de escombros indesejáveis e uma posição hostil da população

contrária à força que utiliza aquele fogo de artilharia6.

A presença de população civil dentro da área edificada irá requerer um

aumento nas medidas de segurança. Com isso, o desdobramento do batalhão

logístico em uma área próxima à população irá acarretar o aumento dessas

medidas, pois há maior vulnerabilidade do batalhão a ações isoladas de elementos

irregulares filtrados, como sabotadores, terroristas, guerrilheiros e também haverá

dificuldade do comando e controle, que é extremamente necessário ao eficiente

funcionamento do apoio logístico à tropa apoiada, devido à complexidade e a

compartimentação da área edificada6.

Essa dificuldade de comando e controle é facilitada pela dispersão das

instalações de apoio logístico, tendo em vista serem alvos de suma importância para

o inimigo. Essa dispersão visa reduzir as vulnerabilidades em face da detecção e

ataques inimigos. Porém, essa dificuldade será atenuada com o aumento nas

medidas de segurança e pela cobertura e camuflagem proporcionada pela área

edificada6.

3.2 AS PECULIARIDADES NAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS

OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

A função logística de suprimento refere-se ao conjunto de atividades que trata

da previsão e provisão do material de todas as classes, necessário as organizações

militares e as forças apoiadas. Tem como atividades o levantamento das

necessidades, a obtenção e a distribuição8. Uma característica relevante dessa

função é a dupla atividade de consumidor-fornecedor, pois da mesma forma que

obtém o suprimento dos escalões superiores, os distribui aos escalões inferiores,

parte de sua cadeia de suprimento.

No desempenho da atividade logística em questão, é mister a observância

dos princípios e normas que a rege, tais como9:

Page 20: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

19

a) utilização de itens, artigos ou materiais somente para o fim a que se

destinam e sem excesso. Evitar a obtenção e o armazenamento de itens que não

serão utilizados em operações de combate em áreas edificadas, de modo a liberar

espaços em seus armazéns e canalizar todos os recursos disponíveis para obtenção

de meios àquelas operações;

b) realização da manutenção do suprimento no momento e local oportuno, de

forma a alocar seus meios e pessoal em prol da missão principal;

c) utilização do suprimento na qualidade e quantidade necessárias e

suficientes para obter o resultado desejado. Qualidade para que o suprimento não

coloque em risco a operação, que tem como característica principal a dificuldade de

penetração imposta ao inimigo, no caso de operação ofensiva e também pelo

inimigo, no caso de operação defensiva. Quantidade para que não sobrecarreguem

seus meios e pessoal, evitando o desperdício ou perda de suprimentos;

d) aproveitamento do material capturado ou salvado e dos recursos locais,

criando um sistema de forma que uma comissão verifique a viabilidade desses

recursos e materiais no mais curto prazo para uso em operação;

e) posicionamento do suprimento em posições pré-estabelecidas, na forma de

cachet, realizando a camuflagem dos mesmos e a sua correta localização em carta,

garantindo a sustentação das tropas nas ações iniciais ou em ações de

aprofundamento;

f) estudo minucioso do levantamento de necessidades pelos escalões

apoiados (grande unidade, unidade e subunidade), de forma que possuam uma

relativa autonomia, para que possam responder, com eficácia e eficiência, a

possíveis interrupções de apoio;

g) uso de processos especiais de distribuição de suprimento nas áreas

edificadas, de modo que não comprometam o sigilo e a localização dos escalões e

frações apoiados e também a captura desses suprimentos por elementos da força

inimiga; e

h) uso de instalações da área ocupada, obedecendo a manobra e tática da

operação considerada.

Page 21: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

20

3.2.1 A área de operações

O apoio logístico às operações em áreas urbanas ou edificadas não sofrem

grandes alterações no que concerne às funções logísticas. Não há significante

mudança na doutrina ou organização do apoio logístico. No entanto, as

características do terreno e a natureza do combate em ambiente urbano irão

influenciar em como o apoio logístico será prestado6.

A área de operações será um grande óbice ao suprimento da tropa apoiada.

O seu terreno compartimentado, complexo, devido à grande quantidade de

construções que nela se encontram traz dificuldades ao apoio das frações que ali se

desdobram. Prejudica o deslocamento da tropa e principalmente as atividades de

remuniciamento, executado pela fração orgânica do batalhão que tem o comando

das operações daquela área6.

Tendo em vista essa complexidade, o número de edificações e obstáculos

artificiais causados pela imensa quantidade de escombros e ruínas que dessa

operação se origina, há risco de emboscadas a serem realizadas pela força inimiga.

Insurgentes, rebeldes, terroristas, sabotadores e até mesmo uma força regular

podem vir a trazer problemas no fluxo logístico, principalmente a atividade de

suprimento, através de ações que visam interromper a linha de suprimento das

frações apoiadas6.

De forma a diminuir o risco dessas ações e do prejuízo às atividades de

suprimento, faz-se mister, pela infantaria, a limpeza das áreas sob a sua

responsabilidade. Essa “limpeza” consiste em uma incursão quarteirão por

quarteirão, casario por casario, sobrado por sobrado por patrulhas especializadas,

eliminando qualquer ameaça ao fluxo de suprimento e também às tropas

combatentes6.

3.2.2 Recursos

As áreas edificadas e/ou urbanas, mesmo os vilarejos, as cidadelas e os

pequenos centros populacionais, possuem, geralmente, uma rede de recursos locais

que irá providenciar produtos e serviços que podem ser úteis para o apoio logístico.

A maior parte da rede de rodovias, estradas, vias férreas, campos de pouso, portos,

oleodutos e instalações de armazenagem e suprimento podem estar disponíveis

Page 22: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

21

para auxiliar o movimento da tropa, servir como depósitos de suprimento e

equipamentos para a área de operações6.

Para a obtenção dos recursos existentes, deve ser identificada a fonte e tomada a medida para tal ato. A obtenção desses recursos materiais e animais, em especial nessas áreas, será realizada por intermédio dos seguintes métodos: a) doação - É a concessão, de forma gratuita, de materiais, animais ou serviços; b) compra - É a aquisição de bens, cedidos voluntariamente pelo proprietário mediante pagamento de importância ajustada, à vista ou a prazo; c) contratação de serviço - É a formalização da prestação de um determinado serviço, a ser pago em dinheiro; d) confisco - É a apropriação sumária e de forma controlada, em caráter punitivo, de materiais, animais ou serviços, sem o devido pagamento, para utilização militar. Geralmente ocorre em terras ocupadas; e) contribuição - É um tributo, periódico ou eventual, voluntário ou compulsório, visando a um determinado fim militar, podendo ou não comportar ressarcimento posterior; f) requisição - É a imposição do fornecimento de materiais, animais ou serviços, mediante ordem escrita e assinada por autoridade competente, sendo o pagamento, normalmente, realizado posteriormente; g) empréstimo - É a aquisição de bens cedidos, voluntariamente, pelo proprietário, sem ônus para o utilizador, que deverão ser restituídos ao mesmo após cessadas as necessidades de sua utilização, no mínimo, no estado em que se encontravam ao serem emprestados

9.

As vias de acesso que levam a localidade, que podem vir a tornar-se EPS

(Estrada Principal de Suprimento), deverão estar sob os cuidados da Engenharia,

tendo em vista que sua manutenção é vital para a condução das operações, pois a

falta de revestimento asfáltico, crateras, campos minados por minas anti-carro

poderão obstruir o apoio prestado, tanto pelo batalhão logístico, tanto pela área de

trens de estacionamento das unidades apoiadas.

3.2.3 Formas de apoio e processos empregados

Para diminuir o fluxo logístico, na tentativa de evitar ao máximo um possível

engajamento com tropas inimigas ou componentes de forças irregulares, em ações

de emboscada, é extremamente necessário o uso do apoio cerrado do batalhão

logístico, observada a distância de segurança. O apoio cerrado será o mais eficiente

possível quanto melhor estiver a estrada, associada à natureza do solo e às

condições climáticas6.

Para flexibilizar o apoio logístico, principalmente a atividade de suprimento

nas áreas edificadas, podem ser utilizados os processos especiais de suprimentos.

Page 23: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

22

Esses processos consistem no comboio especial de suprimento, posto de

suprimento móvel, reserva móvel e o suprimento por via aérea ou lançamento aéreo,

utilizados na zona de combate. Esses processos devem ser empregados em vista da

preservação da capacidade de transporte (mobilidade) das peças de manobra

empregadas9.

O comboio especial é um comboio organizado para distribuir suprimento em

determinada área, proposta pela unidade a ser apoiada. É empregado quando a

unidade não está na direção geral das operações e realiza uma operação de

pequena profundidade e, provavelmente, de pequena duração. Convém lembrar que

a unidade que apóia é quem fornece os elementos de segurança necessários ao

deslocamento do comboio. Pode ser utilizado para todas as classes de suprimento,

principalmente para as classes I, III e V(Mun)9.

Nas operações em áreas edificadas, é o tipo de processo a ser mais utilizado

pelas atividades de suprimento, tendo em vista as características dessas operações;

às vezes uma tropa pode estar sendo engajada em um combate mais acirrado em

uma determinada área do que outra, precisando de mais suprimento enquanto a que

está estática, sem combater, não tem necessidade de ser suprida.

O posto de suprimento móvel consiste em um posto de suprimento montado

em viaturas, que se desloca por lanços, acompanhando a unidade apoiada e

ocupando locais por esta propostos. É empregado quando há possibilidade de

interrupção das vias de acesso, em operações de grande profundidade e grande

duração. A segurança do posto de suprimento móvel é responsabilidade da unidade

que apóia. Pode ser utilizado para todas as classes de suprimento, principalmente

para as classes I, III e V. Nas operações em áreas edificadas, é um processo muito

utilizado9.

O posto de suprimento móvel é colocado numa posição a mais cerrada

possível, de forma a estar mais centralizado na zona de combate das unidades

apoiadas, com a finalidade de que consiga atender a todas as solicitações de apoio

em um menor número de tempo.

A reserva móvel é o processo em que a organização militar apoiada recebe

um determinado número de viaturas com suprimento. É empregado nas operações

profundas em que não há segurança nas vias de acesso. A segurança da reserva

móvel é responsabilidade da unidade apoiada. Constitui-se em uma forma de cerrar

o apoio de suprimento para a unidade solicitante. É utilizado para as classes I, III e

Page 24: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

23

V(Mun), especialmente para as duas últimas, que são os suprimentos mais

solicitados nas operações de combate em áreas edificadas9.

Dentro de um combate localizado, nas áreas urbanas, a reserva móvel pode

vir a se tornar um alvo compensador à tropa inimiga. Para isto, a segurança deve ser

redobrada, pois pode ser alvo de ações de elementos de forças especiais ou por

guerrilheiros e terroristas.

O suprimento por via aérea ou lançamento aéreo é o processo em que se

utiliza o transporte aéreo para a realização do suprimento, através do lançamento de

cargas pré-configuradas em áreas selecionadas pela unidade apoiada. Neste tipo de

operações, em áreas edificadas, é indicado, principalmente, nas seguintes

situações: transposição de obstáculos de vulto, operações profundas que exijam

deslocamentos longos e rápidos, inexistência de uma rede de estradas adequadas

para suportar a tonelagem necessária ou que não estão em condições de

trafegabilidade, interdição ou redução da capacidade de tráfego das estradas,

isolamento de tropas amigas, principalmente por ação do inimigo, e urgência na

realização do suprimento9.

Este processo de suprimento necessita de um judicioso estudo de situação,

principalmente no aspecto segurança. O vetor aéreo, principalmente o helicóptero e

aeronaves de baixa performance, é bastante vulnerável às ações do inimigo e um

alvo que quando derrubado, pode aumenta o moral das tropas inimigas, tornando o

combate bem mais engajado6.

O combate em área urbana é um combate de curta duração e realizado, em

sua totalidade, em operações de pequena profundidade. O processo de suprimento

mais indicado para esse tipo de operação é o comboio especial de suprimento. As

unidades estarão dispersas, atuando com seus pelotões e as pequenas frações em

áreas destacadas do terreno, de dimensões não tão consideráveis quanto o de um

combate convencional.

Este é processo especial de suprimento mais indicado às atividades de

suprimento nas operações em áreas edificadas tendo em vista as suas

características peculiares que se adaptam perfeitamente ao combate nessas

mesmas áreas. As viaturas não ficarão expostas ao inimigo, pois recebem os

elementos necessários à sua segurança dos seus deslocamentos da própria

unidade e nem farão grandes lanços, devido a pequena profundidade das

operações.

Page 25: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

24

Dessa forma, as áreas de trens de estacionamentos estarão recebendo

suprimento em um intervalo menor de tempo, não havendo prejuízos à quantidade e

à qualidade do material recebido, favorecendo as ações de combate empreendidas

pelos batalhões ou regimentos, assim como suas companhias de fuzileiros ou

esquadrões.

3.2.4 Classe de suprimentos

Os materiais a serem utilizados nas atividades de suprimento nas operações

em áreas edificadas são os mesmos utilizados nas operações de outras naturezas.

É dada uma maior ênfase em combustíveis e lubrificantes, munição, gêneros

alimentícios, material de construção e material de saúde.

a)Classe I – Artigos de Subsistência

O suprimento classe I apresentará problemas quanto a estocagem, no tocante

a higidez e conservação dos gêneros alimentícios. Tendo em vista a precariedade

das instalações utilizadas, causadas pela natureza da operação, a falta das

condições mínimas de higiene torna-se um fator de risco na armazenagem.

Alimentos perecíveis de natureza granular viram focos de ratos, insetos (pragas) e

fungos. Os cuidados de higiene devem ser redobrados nessas condições. A

estocagem da carne tornar-se-á prejudicada se não houver a refrigeração e

armazenagem adequada, tendo em vista a falta de eletricidade, temporária ou

permanente, característica dos combates em áreas urbanas. O uso de geradores

movidos a óleo diesel será de vital importância na conservação desses gêneros

alimentícios. O uso de rações alimentares liofilizadas pela tropa deverá ser

observado na falta das condições ideais de armazenagem e quando a situação

tática exigir. As rações operacionais a serem utilizadas serão a R-1A (ração normal

tipo A), a ser consumida quando a situação tática permitir e a R-2A (ração individual

de combate), consumida em combate, quando a situação tática não permitir o uso da

ração R-1A8. É importante frisar que antes das unidades iniciarem seus

deslocamentos para entrar em combate devem estar com suas reservas orgânicas

(RO) em seu nível máximo, ficando em condições de atuarem caso o fluxo na

atividade de suprimento for interrompido.

Page 26: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

25

b) Classe II – Material de Intendência

O suprimento classe II caracteriza-se pelo seu grande volume de estocagem.

Deverá haver um estudo nos pedidos desse material, de forma a diminuir a sua

quantidade e o seu conseqüente volume de estocagem, com objetivo de se utilizar

pequenos armazéns ou instalações de menor vulto, tirando o das vistas e fogos do

inimigo.

c) Classe III – Combustíveis e Lubrificantes

Atentar para o nível de suprimento em estoque, de forma que o baixo nível do

suprimento estocado não prejudique as operações em curso. Cabe ressaltar que o

acúmulo em demasia pode se tornar um alvo compensador para a artilharia ou fogo

aéreo inimigo, aumentado pelo potencial poder inflamável e destrutivo do

suprimento. Para isto, o nível de segurança é de três quartos da capacidade, tanto

dos veículos quanto dos reservatórios ou postos de distribuição do combustível9.

Deverá haver um máximo aproveitamento dos espaços utilizados, a fim de se

estocar até o nível de segurança permitido. As unidades apoiadas deverão iniciar

suas operações com suas dotações orgânicas em seu nível máximo e eventuais

reabastecimentos ou ressuprimentos poderão ser realizados nas pausas do combate

ou em final de missão. A quantidade desse suprimento a ser consumida dependerá

basicamente da realização de reconhecimentos e a execução de deslocamentos,

feitos durante o dia ou a noite, de acordo com a visibilidade do terreno e quando a

situação tática exigir. O posto de distribuição de suprimento de Cl III para a Aviação

será instalado nas proximidades dos aeródromos e locais de aterrissagem6.

d) Classe IV – Material de Construção

O uso de materiais de construção aumenta nesse tipo de operação, tendo em

vista a construção de barricadas e obstáculos artificiais pela engenharia, de

instalações subterrâneas, e preparo de zonas e pistas de aterrissagem, entre outros.

Há um alto consumo nas operações defensivas, devendo haver um grande estoque

desse tipo de suprimento, que se seguem agora: cercas de arame, concertinas,

estacas, sacos de areia e material para construção de campos de minas são os mais

Page 27: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

26

utilizados pela tropa em combate6. Há também o uso de concertinas tríplices e

explosivos tais como C-4 e TNT, bastante utilizados na remoção de obstáculos e

também na construção de abatizes de pequenos vultos nas ruas. Cabe lembrar o

judicioso emprego desse material, pois nem todas as ações serão prioritárias para a

engenharia, devendo-se atentar quanto ao uso do material a ser adotado pela força

empenhada. Isso permite a não-sobrecarga de atividade de suprimento e nem o

excesso de material nas reservas de material da unidade ou fração. Deverá ser

utilizado ao máximo os recursos locais.

e) Classe V – Munição

A quantidade de munição a ser conduzida pelos homens ou nos meios de

transporte é fixada pelo comandante da organização militar considerada, de acordo

com a situação. O suprimento de munição será feito de acordo com a dotação

orgânica de cada unidade, podendo ser alterado em função da missão atribuída, ou

seja, a quantidade e o tipo de suprimento de munição, a ser suprida a fração para o

assalto ou ataque, varia em cada tipo de operação6. Um estudo de situação do

inimigo, feito pelo estado-maior da unidade que apóia junto com a unidade apoiada

será imprescindível para viabilizar e planejar esse apoio. O nível de suprimento em

estoque de suprimento Cl V(Mun) deve estar de acordo com as necessidades

diárias.

Com a grande dificuldade do emprego de armamento de tiro tenso em

localidades (causado pelos edifícios e pela quantidade de escombros) e a

possibilidade de instalação de armas de tiro curvo a retaguarda da posição, deverá

ser feito um minucioso planejamento na aquisição e distribuição desses tipos de

munição, tendo em vista a medida do consumo da mesma. Essa classe apresenta

uma estimativa de consumo quatro vezes maior, sendo usado, para tal o processo

de suprimento reserva móvel6. Há um consumo adicional de minas em operações

defensivas e explosivos em operações ofensivas.

A munição a ser utilizada pela artilharia no apoio de fogo será determinada

pelo tipo de material de construção da edificação, o dano esperado pelo comando da

operação, pela utilização dos destroços e escombros como abrigo por parte do

inimigo, a localização do alvo é um fator muito importante, a atitude da população

Page 28: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

27

local. Tendo em vista o objetivo de forçar o inimigo a desabrigar-se, poderá ser

planejado o emprego de munição química6.

f) Classe VI – Material de Engenharia e Cartografia

Os equipamentos de engenharia são de grande vulto; necessitam de

armazéns grandes e espaçosos, de forma a facilitar a sua estocagem, e distribuição,

principalmente nas operações defensivas, onde é largamente utilizado. Com isso,

suas posições podem ser denunciadas e virar alvo do inimigo. O seu uso pelas

tropas de engenheiros facilita a construção de obstáculos artificiais, aliado à

utilização de suprimento Cl IV. Há o uso intenso de equipamentos de detecção de

minas (detector e bastões), equipamento de sapador, moto-serras, viaturas

blindadas de combate de engenharia, uso de minas anti-carro e anti-pessoal e

explosivos. Pode ser utilizado também redes de camuflagem e outros materiais

semelhantes que podem produzir o mesmo efeito desejado.

g) Classe VII – Material de Comunicações, Eletrônica e Informática

O material de comunicações, eletrônica e informática deve ser armazenado

em locais protegidos das variações climáticas, intempéries e umidade, que podem

causar danos aos aparelhos e torná-los indisponíveis, ocorrendo em prejuízo às

operações6. Deve ser escolhido um local seco e arejado para a sua estocagem. Por

se tratar de ser um material de alto custo, faz-se extremamente necessário um

rigoroso controle dos estoques e da distribuição aos elementos apoiados.

h) Classe VIII – Material de Saúde

Suprimento de suma importância para a preservação do potencial humano e a

influência que a sua existência exerce sobre o moral da tropa. Deve ser realizado um

grande esforço para que os suprimentos de classe VIII estejam sempre disponíveis,

em qualidades e quantidades adequadas, nos locais e oportunidades onde forem

necessários10. O seu acondicionamento deve ser feitos em locais próprios, secos e

arejados ou em locais refrigerados, no caso de vacinas, para permitir a sua

conservação. A fração que irá desembocar o assalto deverá transportar suprimento

Page 29: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

28

suficiente para durar até a ocasião do ressuprimento ou junção, ou então até os

intervalos do combate. Será distribuído aproveitando-se dos meios empregados na

mobilização do circuito de ambulâncias ativado pela companhia logística de saúde

do batalhão logístico, que também se destinam à atividade de evacuação de

feridos6. Deverá utilizar o recurso local existente, na medida do possível, de forma

racional.

i) Classe IX – Material Naval, de Motomecanização e Aviação

Poderá ser distribuído aproveitando-se os meios empregados nas seções

leves de manutenção do batalhão logístico que estarão em apoio direto ou reforço

às peças de manobra empregadas neste tipo de operação8. Para otimizar a

atividade de suprimento desta classe, deverá ser prevista a estocagem de itens de

alta mortalidade junto à essas frações, na forma de pacotes de peças de reposição.

Deve-se ter suprimento suficiente para ser aplicado nos meios para se atingir pelo

menos 80% de disponibilidade de viaturas para o início das operações e também

deverá ter suprimento para atender a manutenção de emergência a ser realizada,

nesse tipo de combate, nos postos de manutenção de emergência, abreviando os

encargos de atividades da área de trens de estacionamento que sofrem com as

dificuldades de manutenção e evacuação, fator típico nos combates em áreas

edificadas6.

No que se refere ao suprimento de Aviação, este será apoiado pelo batalhão

de manutenção de aviação do exército, conforme prevê a doutrina militar terrestre do

Exército Brasileiro. Porém, nos suprimentos comuns, a atividade será exercida pelo

batalhão logístico6.

Os suprimentos dessa classe devem ser estocados de forma mínima em

quantidade para que não ocorra problemas em sua reposição, não ocasionando

prejuízos a operação, agilizando assim o fornecimento desses artigos. Cabe lembrar

que o suprimento deve estar adequado ao emprego dos meios necessários às

operações em áreas edificadas. É caracterizado pelo grande número em estoque e

pela dificuldade de controle.

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29

j) Classe X e outras classes – Materiais não incluídos nas demais classes

Deve se atentar para o consumo somente de água potável distribuída pelos

postos de suprimento de água, através de viaturas-cisternas ou camburões de água,

afim de se evitar doenças e outros problemas à tropa. Caso haja insuficiência de

fontes de água para o suprimento da tropa, deve se limitar o consumo pelos

homens8. Uma opção também é colher o suprimento junto à estação de tratamento

de água da área edificada onde ocorre a operação, mas deve ser redobrada a

segurança quanto ao uso dessa água, para que não haja envenenamento da tropa

causado por sabotadores6. Outras classes serão fornecidas mediante pedido

realizado pela tropa apoiada.

3.2.5 Material salvado e material capturado

3.2.5.1 Material Salvado

Material salvado é todo o material utilizado pelas forças amigas ou aliadas ou

pela nossa própria força, encontrado em situação de abandono na área de

operações ou no próprio teatro de operações terrestre, podendo ser reutilizado para

a sua finalidade de forma racional ou sendo aproveitado como sucata, sendo fonte

de peças recondicionadas e postas novamente na cadeia de suprimento. Compõe-

se em uma fonte adicional de obtenção de suprimento, sendo submetido, quando

necessário, à prévia reparação ou recuperação.

As atividades inerentes ao processo de reintrodução do material salvado ao

apoio logístico, que é a coleta, a evacuação, a classificação, a recuperação e

classificação são de responsabilidade e executadas pelo batalhão logístico ou o

escalão superior logístico que atua na área onde foi encontrado o material. É

importante ressaltar que a coleta desse material pode resultar em uma considerável

economia de meios.

A coleta desse tipo de material deve ser feita com a máxima segurança e com

meticulosidade. Uma das características principais desse tipo de combate, em áreas

edificadas ou urbanas, é a ação de sabotadores e terroristas. O material pode estar

armadilhado com explosivos ou então envenenado com algum tipo de substância

letal. Faz-se extremamente necessário o desenvolvimento de um grupo de

Page 31: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

30

especialistas no resgate de material nessas condições pois a coleta realizada por

elementos não-especializados pode trazer risco ao restante da tropa.

Nas operações em áreas edificadas, o combate muitas vezes é aproximado,

sendo os dois lados separados apenas por metros, o que torna difícil o resgate

desse material. Na impossibilidade do resgate, para que ele não caia em mãos

inimigas, comprometendo assim toda a operação, não há outra opção senão a

destruição total do material, principalmente armas e munições, de forma que não

poderá ser utilizado pela força adversa contra a própria força.

Para isto, a localização do material deve ser rápida e o seu resgate deve ser

imediato, tudo de acordo com as normas em vigor, constituindo, assim, uma medida

muito importante para a preservação dos recursos necessários às forças militares.

3.2.5.2 Material Capturado

Material capturado é todo o tipo de suprimento utilizado pelas forças inimigas

que forem apropriadas ou capturadas pelas forças amigas que se encontre na área

de operações ou no próprio teatro de operações. Tendo em vista a rapidez das

ações nas operações em áreas edificadas e a proximidade cerrada dos oponentes,

faz-se mister a apreensão do material e a análise imediata, pois o artigo pode

colocar toda a operação das forças amigas em xeque, caso seja de alto poder

destrutivo.

Para isto, as unidades de combate devem ser convenientemente instruídas e

estimuladas para realizar a procura, a pronta comunicação e, quando autorizada, a

utilização conveniente do material capturado. Assim, como na coleta de material

salvado, é necessária a criação de uma equipe especializada na coleta do material

capturada, de forma a neutralizar qualquer efeito nocivo causado por esse material

apreendido8.

Uma característica do material encontrado na área de combate é quanto o

seu estado de conservação. Tendo em vista a efemeridade que as ações de ataque

a localidade impõe ao combate, é extremamente comum encontrar material em

perfeitas condições de uso. Isso ocorre por causa da fraca resistência imposta ou ao

alto poder de fogo da tropa atacante, e então a força vê-se obrigada a sair

rapidamente de sua posição, abandonando o material e até mesmo elementos

feridos, necessitantes de evacuação médica.

Page 32: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

31

3.3 O APOIO DO BATALHÃO LOGÍSTICO

O batalhão logístico que está enquadrado em um brigada que está atuando

em operações em áreas edificadas apoiará suas unidades de forma a mais cerrada

possível, respeitando os limites de segurança. As suas companhias logísticas, em

especial a companhia logística de suprimento, suprirão os elementos componentes

dessa brigada nas mais diferentes classes de suprimento, conduzindo-os até as

áreas de trens das unidades11.

Deverão respeitar os limites de segurança e estar suprindo sempre em

comboio, pois estas áreas são propícias à ataques terroristas, emboscadas,

estradas com minas anti-carro entre outros óbices.

O apoio prestado pelo batalhão logístico às unidades em 1º escalão deve ser

planejado e executado de forma a otimizar o máximo possível este apoio à essas

peças de manobra, tendo em vista os obstáculos que a área edificada impõe ao

combate. Convém lembrar que, para não comprometer a segurança operacional,

devem ser executados em sua maioria à noite, ou então logo após um ataque10.

Para isto, as atividades de logística, em especial as de suprimento,

executadas por àqueles elementos devem ser desenvolvidas pela Companhia de

Comando e Apoio orgânica das unidades, em prol e direção aos elementos de 1º

escalão, de modo a liberar os comandantes de subunidade para as atividades de

combate, sobrecarregando-os o mínimo possível com preocupações logísticas e

evitando que as subunidades desloquem-se para a área de trens de combate ou

estacionamento em busca de apoio logístico11.

O chefe da 4º Seção deve atuar de modo a colocar o suprimento no momento

e no local certo que se fizerem necessários para apoiar as atividades de combate

das subunidades. Deve ser locado em uma área segura, fora do fogo inimigo e de

ações de sabotagem, característico dessas áreas. Assim sendo os encargos

logísticos de suprimento serão minimizados nas companhias, tanto quanto possível,

e colocados sob a responsabilidade e controle da unidade. Feito tudo isto, enfim, os

elementos em 1º escalão das unidades estarão voltados para o combate nas suas

zonas de ação e no acompanhamento da situação tática, ficando aliviados desses

encargos11.

Os encargos dos comandantes de companhia, que são os responsáveis pelo

apoio logístico no âmbito de suas respectivas subunidades, são os de solicitar,

Page 33: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

32

controlar e coordenar a distribuição de suprimento planejada pelo estado-maior. O

apoio prestado aos elementos sob o controle operacional, em apoio ou em reforço

ou em integração está também sob responsabilidade da unidade em questão, sendo

coordenado pelo chefe da 4ª seção11.

O comandante da área de trens é o comandante da companhia de comando e

apoio e também é o adjunto da 4ª seção na execução da manobra logística. Nessa

manobra, o pelotão de suprimento é o principal órgão do apoio da unidade. Ele

executa, no âmbito unidade, as atividades de suprimento das classes I, II, IV,

V(Mun), VI, VII e X. Normalmente ele instala e opera um posto de suprimento classe

I e um posto de suprimento classe V(Mun), que é o posto de remuniciamento, na

área de trens de estacionamento, podendo desdobrar um posto avançado na área

de trens de combate11.

O planejamento do apoio da atividade de suprimento na manobra logística,

em áreas de combate, deve-se ater, fundamentalmente, na característica das áreas

edificadas. Como são terrenos compartimentados, ora por escombros, ora por

edificações, e de difícil acesso, este planejamento, assim como a localização das

áreas de trens, deve ser muito bem detalhado e executado, e feito também de forma

coordenada com o planejamento tático da unidade.

A manutenção de reservas de suprimento em todos os escalões e frações

deve ser observada em operações de combate em áreas edificadas, tendo em vista

a necessidade do apoio ser contínuo, conforme a situação tática. Esse apoio pode

ser interrompido, por meio de emboscadas aos elementos ou por outro tipo de

ataque característico de tropas que atuam nessas áreas, fazendo-se extremamente

necessário o uso dessas reservas11.

O escalão superior deve enfatizar a armazenagem suficiente de suprimentos,

particularmente água, ração, combustível e munição, para garantir a sustentação

das operações de combate, durante o tempo que for necessário10. Caso haja

impossibilidade de uso dessas reservas, deve-se utilizar imediatamente quaisquer

meios disponíveis.

O combate em área edificada é de grande complexidade. As técnicas de ação

utilizadas para o apoio são, em suma, de mesmo caráter que as utilizadas para o

combate. É de fundamental importância que cada elemento que apóia e que é

apoiado saiba o que deverá fazer no cumprimento da missão. Dessa mesma forma,

cabe aos planejadores determinar o que será necessário para a operação, tais como

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33

que atividade de suprimento será utilizada, o quanto de suprimento será utilizado,

assim como a prioridade do apoio por atividade e subunidade11.

As atividades de suprimento nas operações em áreas edificadas são bastante

prejudicadas pelas vias de acesso, tendo em vista os obstáculos que se encontram

nessas vias. Para viabilizar essas atividades, os elementos apoiados deverão saber

onde estão os recursos de suprimento e as instalações logísticas do escalão que os

apóia, assim como a melhor estrada ou eixo. A disposição das estradas torna-se

mais importante do que sua quantidade ou qualidade11.

Sobre as áreas de trens das subunidades, estas deveram estar bem

desdobradas no terreno. Para isso, deve-se levar em consideração a situação tática,

o terreno, os meios disponíveis, as condições meteorológicas, considerações de

tempo e espaço e a manobra logística planejada por sua unidade11.

Eles são instalados e operados pela companhia de comando e apoio da

unidade orgânica e o seu comandante, em conjunto com o chefe da 4º seção, deve

fazer um minucioso estudo sobre os aspectos anteriormente mencionados para o

desdobramento das instalações na área de trens de estacionamento. No que tange

às atividades de suprimento, serão desdobradas na área edificada de trens de

estacionamento, o trem de munição, operado pelo grupo de suprimento classe V, do

pelotão de suprimento, o trem de combustível, operado pelo grupo de suprimento do

pelotão de manutenção e transporte e o trem de cozinha, operado pela seção de

apoio direto de suprimento classe I, do pelotão de suprimento11.

São os trens de estacionamento que irão fornecer o apoio logístico aos

elementos em combate (subunidades e elementos em reforço) nas áreas edificadas.

Aos elementos empregados à frente, nas zonas de combate, são operados os trens

de combate, organizados para prestar o apoio imediato à essas frações de 1º

escalão. Cabe aos trens de combate serem locados em locais de modo a prestar

apoio oportuno e adequado em suprimentos11.

O fator mais importante na locação desses meios seria o favorecimento do

esforço da ação tática, face ao ataque principal. O combate em área edificada é feito

por seções e muito compartimentado, e os elementos estarão entrincheirados em

sua posição, tornando o combate mais difícil e aumentando o consumo dos

suprimentos, em especial munição, consideravelmente11.

A área de trens de combate também deve estar posicionada de forma que

não interfira com a manobra, impedindo ou dificultando os deslocamentos dos

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elementos. Outro ponto a ser observado são as distâncias de segurança. O

responsável pela locação deve estar atento ao alcance das armas de tiro curvo e

tenso11.

As atividades de suprimento do batalhão logístico em apoio às operações em

áreas edificadas pouco diferirão em relação às operações em outras áreas. O limite

de segurança será o fator primordial na escolha da área de apoio logístico, assim

como a da área de trens de estacionamento das unidades. A segurança das áreas

de comboio será realizada de acordo com esse limite.

O apoio logístico só será bem sucedido se houver a entrega do suprimento,

na quantidade solicitada, às unidades apoiadas, pois essa é sua principal missão, a

sua razão de existir. A segurança deve ser realizada no seu máximo nível, para que

não ocorra a ruptura nas linhas de suprimento ou eixos. As áreas edificadas são

propícias à ataques terroristas, à ação de guerrilheiros e sabotagens e, caso essas

ações tenham sucesso, toda a ação das unidades em 1º escalão pode ser

penalizada.

Uma das formas das unidades se precaverem da real possibilidade de

interrupção do fluxo de suprimento é a manutenção de reservas eventuais de

suprimento. Essa reserva deve ser planejada pelo chefe da 4ª seção, no

tocante ao tipo de suprimento e a quantidade a ser estocada e comunicada

sobre as suas possibilidades aos escalões superiores e ao batalhão logístico.

Cabe ressaltar que o chefe da 4ª seção deve realizar um minucioso estudo

sobre a viabilidade dessas reservas.

As áreas de trens de estacionamento devem ser locadas em uma área

que melhor atenda ao fluxo logístico, proporcionando, assim, um melhor

suporte às operações das suas unidades, sempre respeitando os limites de

segurança.

Page 36: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

35

4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Os cenários mundiais atuais têm trazido novas concepções para execução

das operações militares pós-Guerra Fria. Os conflitos têm mostrado grande

volatilidade, tendo como exemplo os combates em áreas edificadas, o que obriga a

um aprimoramento constante dos conceitos e princípios do sistema logístico de

apoio a essas operações.

A complexidade dos conflitos, tais como a Guerra da Chechênia, travada em

sua totalidade em áreas urbanas, aliada a evolução tecnológica dos equipamentos

militares faz com que esse tipo de combate tenha um fluxo logístico eficaz,

permitindo à Força terrestre cumprir em boas condições sua atividade operacional, e

que seja, antes de tudo, coerente com os recursos orçamentários disponíveis.

Aliado ao surgimento desse tipo de combate vem o adestramento, que muito

melhora o apoio logístico às operações em áreas edificadas. Em um Exército como o

nosso, faz se mister o adestramento das tropas de apoio em suporte às ações de

combate em áreas urbanas, tendo em vista a falta do equipamento necessário para

o logístico.

A atividade de suprimento, braço forte do apoio logístico, tem que

acompanhar essa evolução no combate. O suprimento, em suas diversas classes, é

o combustível do soldado. Sem o suprimento necessário ele não combate de forma

adequada, de forma eficaz. O soldado, assim como seu equipamento, evolui de

acordo com as inovações que surgem nos diferentes teatros de operações.

Tendo em vista o teatro de operações que está compreendido em uma área

edificada, a atividade de suprimento tem que estar apta ao uso das táticas de

combate aplicadas à este teatro. O batalhão logístico que apóia as unidades tem

que estar adestrado às operações que utilizam essa zona de ação, assim como o

suprimento tem que estar adequado à essa zona.

Esse trabalho não teve pretensão de esgotar o assunto, mas aumentar o

interesse sobre o mesmo, pesquisar fontes de consulta que permitam o

aprofundamento da discussão a respeito do tema e, por fim, contribuir para a

melhoria da doutrina do Exército Brasileiro. Então, para isso, sugere-se aprofundar o

estudo a respeito da influência da operação em áreas edificadas sobre a atividade

de suprimento.

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Portanto, deve se aprimorar a doutrina militar terrestre no que tange a esse

tipo de operação, melhorando os mecanismos de gestão, não apenas por meio dos

processos tradicionais, mas principalmente pelo apoio de rotinas e procedimentos

que facilitem os processos logísticos, em especial as atividades de suprimento,

relativos ao apoio logístico nas operações em áreas edificadas.

Page 38: AS PECULIARIDADES DAS ATIVIDADES DE SUPRIMENTO NAS OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

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