aspectos filosóficos e jurídicos da regulação e licenciamento do turismo de natureza no brasil...
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Do 3º Congresso de Natureza, Turismo e Sustentabilidade, realizado pela Fundação Neotrópica do Brasil em Bonito - Mato Grosso do Sul. Site: http://www.conatus.org.brTRANSCRIPT
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Fundação Neotrópica do Brasil
III Congresso de Natureza, Turismo e Sustentabilidade - CONATUS
Marcelo Buzaglo DantasAdvogado. Membro das Comissões de Direito Ambiental da OAB/RJ e da
OAB/PR. Ex-Presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB/SC. Mestre e Doutor em Direitos Difusos e Coletivos pela PUC-SP. Professor de Direito Ambiental da UNIVALI e da Escola do Ministério Público de SC, além dos
Cursos de Especialização em Direito Ambiental da PUC/SP, PUC/RJ, UNISINOS, UNIVALI e CESUSC. Coordenador dos Cursos de Especialização em Licenciamento Ambiental e em Direito e Gestão Ambiental do CESUSC.
Coordenador dos livros Aspectos Processuais do Direito Ambiental e O Direito Ambiental na Atualidade, organizador de Legislação Brasileira de
Direito Ambiental e autor de Tutela de Urgência nas Lides Ambientais, Ação Civil Pública e Meio Ambiente e Direito Ambiental Simplificado.
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Aspectos filosóficos e jurídicos da regulação e
licenciamento do turismo de natureza no Brasil
Bonito/MS, 03 de julho de 2013.Bonito/MS, 03 de julho de 2013.
MARCELO BUZAGLO DANTASMARCELO BUZAGLO DANTAS
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Um caso paradigmático: Ilha de Páscoa (Isla de Pascua, Easter Island, Rapa Nui)
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Leandro Schuenk procura pertences da família, no mesmo local onde enterrou os corpos dos pais. Nova Friburgo, 16/01/2011. Foto: José Patrício/AE
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Cabral diz que destinará R$ 30 milhões para Saúde na Região Serrana. Teresópolis, 16/01/2011. Foto: Fernando Gabeira/AE
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Segundo especialistas, a prevenção de enchentes deve ser como a de erupções vulcânicas e as de terremotos. Nova Friburgo, 16/01/2011. Foto: José Patrício/AE
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Carros foram arrastados mais uma vez com a chuva de sábado em Nova Friburgo. 15/01/2011. Foto: José Patrício/AE
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No bairro Campo do Coelho, em Nova Friburgo, sobreviventes tentam salvar alguns de seus pertences sob terra. 16/01/2011. Foto: José Patrício/AE
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Distrito de Vieira, em Teresópolis, foi um dos locais mais castigados pela chuva. 13/01/2011. Foto: Wilton Júnior/AE
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Angra dos Reis: mais uma tragédia ambiental Fonte: http://blogs.estadao.com.br/olhar-sobre-o-mundo/catastrofe-no-rio-de-janeiro/
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11) ) IntroduçãoIntrodução
a difícil conciliação entre o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e o desenvolvimento econômico e tecnológico;
conflito de princípios constitucionais: CF/88: arts. 225 e 170, VI;
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações”.
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“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:(...) VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação” (Redação dada pela EC n. 42/03).
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princípio do desenvolvimento sustentável:
“aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas” (Relatório Brundtland, Our common future, Notre avenir à tous);
Lei n. 6.938/81, art. 4o, I;
“A Política Nacional do Meio Ambiente visará:I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico”;
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““Em outras palavras, se a proteção do meio Em outras palavras, se a proteção do meio ambiente ganhou foros de consciência ambiente ganhou foros de consciência
mundial, questões como o emprego, o nível mundial, questões como o emprego, o nível de atividade econômica e a produção da de atividade econômica e a produção da
riqueza também não devem ser desprezadas riqueza também não devem ser desprezadas como vilõescomo vilões” (Daniel Roberto Fink) ” (Daniel Roberto Fink)
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2) Lic2) Licenciamento Ambientalenciamento Ambiental
Conceito: - “o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental;
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“O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo cuja finalidade primordial é a de estabelecer controle prévio sobre as atividades utilizadoras de recursos ambientais, de forma que sejam evitados os danos ambientais. Não é, entretanto, uma característica do licenciamento ambiental fazer com que o nível de emissão de substâncias estranhas ao ambiente seja igual a zero” (Paulo de Bessa Antunes).
Objetivo: compatibilizar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental;
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“Como ação típica e indelegável do Poder Executivo, o licenciamento constitui importante instrumento de gestão do ambiente, na medida em que, por meio dele, a Administração Pública busca exercer o necessário controle sobre as atividades humanas que interferem nas condições ambientais, de forma a compatibilizar o desenvolvimento econômico com a preservação do equilíbrio ecológico. Isto é, como prática do poder de polícia administrativa, não deve ser considerado como obstáculo teimoso ao desenvolvimento, porque este também é um ditame natural e anterior a qualquer legislação. Daí sua qualificação como ‘instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente’” (Édis Milaré).
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“Assim, seu escopo maior é conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente, ambos de vital importância para a vida da população. Esse procedimento, portanto, não é um impedimento ao direito constitucional de liberdade empresarial e à propriedade privada, mas, sim, um limitador e condicionador, a fim de que se impeça que o exercício ilimitado de um direito atinja outros também muito importantes” (Daniel Roberto Fink).
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Fundamento Jurídico:
- CF/88, art. 225, §1o, IV;
- Lei n. 6.938/81, arts. 9o, III e IV e 10, caput e parágrafos;
- Decreto n. 99.274/90, arts. 17, §s e ss.;
- Resoluções CONAMA ns. 1/86, 6/86, 9/87 e 237/97;
- Lei n. 9.605/98;
- legislação estadual e municipal;
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Atividades Sujeitas ao licenciamento ambiental: art. 2o, da Resolução CONAMA n. 1/86; art. 2o, §1o e Anexo I, da Resolução CONAMA n. 237/97; rol não taxativo;
Fases: art. 10, deste último diploma;
Princípio da Publicidade:
- CF/88, art. 37;
- Lei n. 6.938/81, art. 10, §1o;
- Decreto n. 99.274/90, art. 17, §4o;
- Resolução CONAMA n. 6/86;
- Lei n. 10.650/03, art. 4o, I;
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3) 3) Licença AmbientalLicença Ambiental conceito: art. 1o, II, da Resolução CONAMA n. 237/97;
espécies: (idem, art. 8o)
- Licença Prévia;
- Licença de Instalação;
- Licença de Operação;
prazos de análise: art. 14, caput e parágrafos, da Resolução CONAMA n. 237/97; Dec. 99.274/90;
* direito constitucional à “razoável duração do processo”, válido tanto para o judicial quanto para o administrativo (art. 5º, LXXVIII, da CF, com a redação da EC 45/04);
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características:
- desdobramento em três espécies;
- exigência de prévia avaliação de impactos ambientais (EIA/RIMA) e urbanísticos (EIV): art. 225, §1º, IV, da CF/88 e Lei n. 10.257/01, arts. 4º, VI e 36 a 38);
- estabilidade temporal (durante o prazo de validade);
- presunção de legitimidade;
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4) 4) CompetênciaCompetência
“... a experiência mostra que todos querem licenciar determinados empreendimentos. Outros, ninguém se habilita. Politicamente, por vezes, uma atividade é interessante. Outras representam um ônus sem retorno” (Hamilton Alonso Júnior);
CF/88, art. 23, VI e VII: competência comum à União, Estados, DF e Municípios; caso do Rodoanel Mário Covas;
Lei n. 6.938/81, art. 10;
Resolução CONAMA n. 237/97;
Lei Complementar n. 140/11.
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5) 5) DesfazimentoDesfazimento
“Na verdade, o licenciamento ambiental foi concebido e deve ser entendido como se fosse um compromisso estabelecido entre o empreendedor e o Poder Público. De um lado, o empresário se compromete a implantar e operar a atividade segundo as condicionantes constantes dos alvarás de licença recebidos e, de outro lado, o Poder Público lhe garante que durante o prazo de vigência da licença, obedecidas suas condicionantes, em circunstâncias normais, nada mais lhe será exigido a título de proteção ambiental” (Antônio Inagê Assis de Oliveira);
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art. 19, da Resolução CONAMA n. 237/97:
-modificação: alteração das condicionantes e das medidas de controle e adequação, de modo a minimizar os riscos ambientais;
- suspensão: suspensão dos efeitos até que a obra ou atividade esteja adequada às condicionantes ambientais exigidas; cabível nas hipóteses dos incisos I e II, do art. 19;
- cancelamento: retirada do mundo jurídico por uma das razões indicadas nos três incisos do art. 19;
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formas de cancelamento e seus efeitos:
- anulação: em caso de ilegalidade, pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário; não há direito à indenização;
- revogação: por interesse público superveniente; somente pela Administração Pública, já que é vedado ao Poder Judiciário ingressar no exame de mérito do ato administrativo; gera direito à indenização;
- cassação: descumprimento dos preceitos constantes da licença; AP ou PJ, sem qualquer direito de indenização;
a questão do direito adquirido;
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“...essas pedras que achamos tão incômodas ao caminhar, são de grande utilidade, pois contribuem para o frescor e a umidade do solo, e suplementam em parte a escassez da sombra salutar das árvores, que os habitantes foram tão imprudentes em abater,
em tempos, sem dúvida, muito remotos, em consequência de que o país deles fica plenamente
exposto aos raios do sol e é destituído de nascentes e riachos (...).
Monsieur de Langue e eu não tivemos dúvida de que esse povo deve o infortúnio de sua situação à
imprudência de seus ancestrais” (La Pérouse).