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ENCONTRO PARANAENSE DE ECONOMIA
ATIVIDADE DE EXTRAÇÃO VEGETAL E SILVICULTURA
PARANAENSE E SITUAÇÃO ECONÔMICA
Irene Domenes Zapparoli
Docente do Programa de Pós – Graduação em Economia Regional, concentração em Economia Regional, da Universidade Estadual de Londrina, coordenadora do Curso de Especialização em Economia do Meio Ambiente
– UEL, e-mail: [email protected]
Eliane Araujo Robusti
Mestranda em Bioenergia – UEL, Especialista em Especialização em Economia do Meio Ambiente – UEL, e-mail: [email protected]
Área: 2. Desenvolvimento econômico e meio ambiente no Paraná
Resumo: O presente trabalho visa identificar a relação entre eficiência econômica e preservação ambiental por meio de práticas de extração vegetal madeira e silvicultura aliadas ao manejo florestal
sustentável no Paraná, Brasil. O método de abordagem e de procedimento empregado para a realização
da referida pesquisa foi o indutivo e o observacional respectivamente, classificando-a assim como
aplicada, qualitativa, exploratória, descritiva, bibliográfica, documental. Além da revisão bibliográfica, foi utilizado o programa GEADA 1.0.1, para obtenção de mapas expressados nas figuras do trabalho.
Para esses resultados foi adotada uma univariável de valor de produção para extração vegetal –
madeira e silvicultura de 2012, informados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados mostram que existe um potencial econômico para essa prática no Estado, principalmente
para regiões onde o setor já se encontra consolidado. O manejo florestal é visto como uma
possibilidade de manter o que ainda resta de florestas e reflorestar novas áreas e, assim, gerar recursos
através de práticas lucrativas, com obtenção de multiprodutos e aceitação comercial, principalmente quando envolve corporações de base florestal.
Palavras-chave: Extração Vegetal; Silvicultura; Manejo Florestal, Paraná, GeoDa.
Abstract: This study aims to identify the relationship between economic efficiency and environmental
preservation through practical extraction plant timber and allied to sustainable forest management in Paraná, Brazil forestry. The method of approach and procedure employed for the realization of that
research was inductive and observational respectively, classifying it as applied, qualitative,
exploratory, descriptive and bibliographic, documental. Besides the review, the GeoDa 1.0.1 software
was used to obtain maps expressed in figures work. For these results used was a univariate value of production for plant extraction - timber and forestry, 2012, informed by the Brazilian Institute of
Geography and Statistics (IBGE). The results show that there is an economic potential for this practice
in the state, especially for regions where the sector is already consolidated. Forest management is seen as a chance to keep what remains of forests and reforest new areas, it generates resources through a
lucrative practice that generates and has multiproduct commercial acceptance, especially when it
involves forest-based corporations.
Key-words: Plant extraction; forestry; Forestry, Paraná, GeoDa.
1. Introdução
As florestas brasileiras durante décadas não receberam a atenção merecida, mas nos últimos
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anos, com o alarde de aquecimento global e a necessidade de seqüestro de carbono, o cenário começa
a mudar. Conservação da biodiversidade e preservação de nascentes também contribuem como
argumentos positivos no sentido da conservação florestal e estimulo a reflorestamentos.
Conforme referencia (2013), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná
(SEAB), segundo estimativas do Serviço Florestal Brasileiro a cobertura florestal no Brasil até 2012
era de 463 milhões de hectares, dos quais, 456,1 milhões de hectares são de florestas nativas, o que
representa 53,6 % da área nacional e aproximadamente 7,2 milhões de hectares de florestas plantadas
que são equivalentes a 0,8 % do território brasileiro.
Quando se trata do estado do Paraná, apresenta-se um bom retorno para as práticas ligadas a
atividade florestal, com números expressivos para determinadas regiões. Segundo SEAD/DERAL
(2013), o setor florestal ocupou cerca de 7% do solo paranaense, com uma renda de representatividade
de 6,5% da receita total do estado, com 1,5 milhão de hectares, sendo 60% de pinus e 40% de
eucalipto para 2012.
O objetivo desse trabalho visa levantar a situação da extração vegetal madeireira e das
práticas de silvicultura no estado do Paraná através de valores de produção analisando a situação
econômica e buscando justificativas ambientais que favoreçam a atividade florestal da região.
O presente artigo está subdividido em quatro partes, além da introdução. Na primeira parte
apresenta-se o referencial teórico da atividade florestal, enfatizando os aspectos econômico, social e
ambiental. A segunda parte, por sua vez, apresenta a metodologia, na terceira parte apresenta-se a
análise de resultados. E, por fim, após a discussão de resultados, apresentam-se as principais
conclusões.
2. Revisão da Literatura
No meio florestal, alguns termos precisam ser diferenciados, pois são usados na tentativa de
contenção do desequilíbrio ambiental. Entre eles, o florestamento é a criação de uma floresta artificial,
com o plantio em local despido de árvores e por espécies que melhor se adaptam as condições da
região, sem a reconstituição integral do local e pode ter como conseqüência, alterações ecológicas. Já a
reposição florestal ou reflorestamento é a ferramenta usada para restaurar áreas desmatadas, porém o
plantio é feito com espécies nativas ou exóticas.
A Portaria 29/96 do IBAMA disciplina a reposição florestal obrigatória no País, à
qual estão sujeitas as pessoas físicas ou jurídicas que explorem, utilizem,
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transformem ou consumam matéria-prima florestal (art. 1.º, caput). Essa reposição
deve ser efetuada através do plantio de espécies florestais compatíveis com a atividade envolvida – preferencialmente nativas -, de forma a assegurar uma
produção no mínimo equivalente á demanda anual dessa atividade. Estão isentas,
pórem, da reposição florestal obrigatória os referidos entes quando a matéria-prima
seja proveniente, por exemplo, de área submetida a manejo florestal sustentável,
após a devida comprovação junto à autoridade competente (art. 7.º, I e § 1.º).
(CARVALHO, 1999, p. 74)
Os dois sistemas são validos dependendo do resultado que se busca obter e área disponível,
no florestamento, se consegue um aumento de área destinada a florestas podendo essa ser explorada
economicamente ou apenas preservada. Já o reflorestamento busca uma recomposição da área
alterada, onde se restaura o que foi desmatado de forma predatória ou ainda recompõe o que foi
explorado em uma produção com fins financeiros.
No código florestal brasileiro que tem como objetivo a proteção florestal define no glossário
do código florestal os seguintes termos:
Áreas de Preservação Permanente (APPs): Constituídas por florestas e demais
formas de vegetação natural situadas ao longo de rios, cursos d’água, lagoas, lagos,
reservatórios naturais ou artificiais, nascentes e restingas, entre outras. Essas áreas
têm a função ambiental de preservar recursos hídricos, paisagens, estabilidade
geológica, biodiversidade e fluxo gênico (transferência de genes de uma população
para outra) de fauna e flora além de proteger o solo e assegurar o bem estar das
populações humanas que vivem no local. As APPs ocupam mais de 20% do
território brasileiro e foram estabelecidas pelo atual Código Florestal (Lei 4.771/65).
(PONTUAL, Agência do Senado, 2013)
Reserva Legal (RL): Área localizada no interior da propriedade ou posse rural,
excetuada a de preservação permanente necessária ao uso sustentável dos recursos
naturais, onde não é permitido o desmatamento (corte raso), mas é permitido o uso
com manejo sustentável, que garanta a perenidade dos recursos ambientais e dos
processos ecológicos. É destinada também à conservação e reabilitação dos
processos ecológicos, da biodiversidade e ao abrigo e proteção da fauna e da flora
nativas. O tamanho da reserva varia de acordo com a região e o bioma: 80% em
áreas de florestas da Amazônia Legal; 35% no Cerrado; 20% em campos gerais; e
20% em todos os biomas das demais regiões do país. (PONTUAL, Agência do
Senado, 2013)
Normalmente as áreas de florestamento no Brasil são compostas por duas espécies
dominantes, sendo essas Pinus e Eucalyptus. E a aceitação comercial para essa madeira é satisfatória.
Segundo dados do relatório de 2013 da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas
(ABRAF), referente ao consumo de madeira em tora dos plantios florestais envolvendo pinus,
eucalipto e outras espécies, em 2012 o valor foi de 182,4 milhões de metros cúbicos (m³), mostrando
um crescimento de 7,2% em relação a 2011.
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Quanto ao manejo do eucalipto, observa-se que muitas empresas do setor florestal
desenvolvem plantações em forma de mosaico: mantêm talhões e remanescentes distribuídos na paisagem e ou mantêm talhões em diferentes idades, favorecendo a
sobrevivência de espécies da flora e fauna de hábitos florestais e campestres em suas
propriedades. Em algumas fazendas são encontrados plantios compostos por talhões
de diferentes espécies arbóreas, que também podem beneficiar diferentes espécies,
as quais seriam atraídas conforme características intrínsecas a árvore cultivada.
Ainda, se observa a tendência no aumento do número de espécies da fauna quando o
sub-bosque que regenera sob o plantio não é manejado. Dentro deste contexto,
protocolos para o manejo diferenciado devem ser adaptados e desenvolvidos,
buscando-se conciliar a produção florestal com a conservação da biodiversidade.
(GABRIEL et al., 2013).
O Ministério do Meio Ambiente (2014), define manejo florestal sustentável como a
administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-
se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos
não-madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços florestais.
Conforme Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF, 2013), sobre
a produção, o Pinus tem uma produção possível de mais de 30m³/ha/ano e o Eucalyptus representa
mais de 60m³/ha/ano. Para que esses resultados sejam atingidos a qualidade de solo e sementes são
indispensável aliada a avançados padrões de manejo. Pinus e Eucalyptus em termos de área plantada
somam 6.664.812 ha, com 76,6% de Eucalyptus e 23,4% de plantios de Pinus.
No manejo florestal, o objetivo do empreendimento determina os regimes a serem
adotados. A obtenção de diversos produtos (toras) ao longo da vida de um
povoamento florestal depende da série de operações realizadas na floresta como, por
exemplo: escolha da espécie/procedência para o local; espaçamento inicial;
tratamento silvicultural (seleção de mudas, plantio, adubação,manutenção, etc);
desbastes; podas. Dois povoamentos florestais plantados com mesmo conteúdo
genético, mesmo espaçamento, mesmo tratamento silvicultural, podem ter seu
padrão produtivo, qualitativo e consequentemente valor totalmente diferenciados,
dependendo da pratica de poda e desbaste que venham a sofrer. Disso resulta a
consideração que a menção do valor do incremento médio anual, muito utilizado
para comparações de produtividades, deve sempre estar acompanhada do regime de manejo aplicado. (SCOLFORO, et al, 1997, p. 177)
A atividade de silvicultura pode ser trabalhada de forma a cumprir com normas de manejo e
atender de forma produtiva indústrias de base florestal, oferecendo vários produtos da mesma espécie
ou de espécies distintas.
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As espécies florestais do gênero Eucalyptus são as mais importantes para a indústria
de base florestal, por serem utilizadas pelos principais segmentos industriais, inclusive em substituição a outras espécies florestais como pinus. O setor de
celulose e papel busca cada vez mais utilizar os componentes das madeiras de
eucalipto na sua totalidade para geração de novos produtos de maior valor agregado,
dentro do conceito de biorrefinarias. (LONGUE JÚNIOR; COLODETTE, 2013).
O Anuário da ABRAF de 2013 também calcula uma estimativa de produção sustentada para
o ano de 2012, por região, conforme figura 1, com destaques para a região Sudeste e Sul do Brasil.
Figura 1 - Estimativa de produção sustentada dos plantios de Eucalyptus, Pinus e Teca por região, Brasil, 2012.
Fonte: ABRAF, 2013.
Um bom indicador de desempenho econômico do setor de florestas plantadas é o
Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF), calculado apartir da multiplicação de preço dos produtos
florestais pela quantidade produzida. Utilizando a pesquisa da ABRAF, o VBPF estimado para
florestas plantadas em 2012 correspondeu a 56,3 bilhões de Reais, 4,6% maior que 2011.
Tabela 1 - Estimativa do valor bruto da produção florestal, segundo os principais segmentos associados ao setor de florestas plantadas, 2011-2012
Segmento Valor Bruto da Produção Florestal (BRL Bilhões)
2011 & 2012 %
Celulose e Papel 30,8 57,3 30,2 53,7
Painéis Madeira Industrializada 5,3 9,9 6,5 11,6
Siderurgia a Carvão Vegetal 2,2 4,1 2,3 4,1
Madeira Mecanicamente Processada 5,2 9,6 5,8 10,3
Móveis 10,3 19,1 11,4 20,3
Total 53,8 100 56,3 100
Fonte: BRASIL, ABRAF, 2013.
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Para a região do Paraná, a influência de indústrias de papel e celulose são consideraveis pois
elevam a produção de madeira e consequentemente a área destinada da florestas plantadas. “Levando-
se em conta que o comércio de madeira em tora é mais ativo para a indústria do processamento
mecânico, já que as grandes empresas de celulose e siderúrgicas são menos dependentes de madeira do
mercado, o Paraná acaba se tornado uma referência para estudos que busquem entender o comércio
desse produto”. (ALMEIDA et al, 2012).
Para produtos de extração vegetal referente a madeira, General Carneiro é o município que
apresentou o maior valor de produção, com R$ 13.562.000,00, tendo uma população estimada para
2013 de 14.039 pessoas, com área de unidade territorial (Km²) de 1.071,183 e um PIB (Produto
Interno Bruto) a preços correntes de 2011 de R$ 295.370.000,00. (IBGE, 2014).
Para produtos da atividade de silvicultura, Telêmaco Borba é o município que apresentou o
maior valor de produção, com R$ 327.152.000,00, tendo uma população estimada para 2013 de 74.270
pessoas, com área de unidade territorial (Km²) de 1.382,860 e um PIB a preços correntes de 2011 de
R$ 1.544.904.000,00. (IBGE, 2014).
Já para os produtos da atividade de silvicultura referente á madeira em tora destinada
exclusivamente para a indústria de papel e celulose, Telêmaco Borba ainda é o município que
apresentou o maior valor de produção, com R$ 111.714.000,00. (IBGE, 2014).
3. Procedimentos metodológicos
Para fins de delineamento metodológico, este artigo foi desenvolvido com base em
argumentações teóricas realizadas por meio do levantamento bibliográfico e documental. A pesquisa
bibliográfica compreende a consulta a livros, artigos e sites, além de dados coletados de órgãos
governamentais, bem como análise e interpretação das informações obtidas de forma exploratória-
descritiva, além de manipulação de dados utilizando o programa Geoda 1.0.1 para construir
mapeamentos de variáveis em base cartografica, através de métodos geoespaciais de análise.
4. Resultados e discussão
Através de informações coletadas no banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), direcionado a área de cidades no estado do Paraná, foi possível obter o histórico
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dos 399 municípios, um a um, referente extração vegetal e silvicultura, sendo as informações mais
recentes apresentadas na data da pesquisa, relatadas do ano de 2012, através de download em arquivo
.CSV para Excel. Depois dos unir as tabelas dos municípios e usando a ferramenta de filtro foi
possível trabalhar os dados. Para fins da pesquisa em questão foram dividas as informações em
categorias como extração vegetal madeira, silvicultura e silvicultura destinada exclusivamente para
indústria de papel e celulose.
Para essa classificação, cabe dizer que na categoria de extração vegetal foram excluídos os
resultados relacionados com produtos alimentícios e agrupados produtos da extração vegetal referente
a madeira como carvão vegetal, lenha, madeira em tora e ainda para o Pinheiro Brasileiro Nativo,
madeira em tora, árvores abatidas e nó-de-pinho. Essa atitude foi para facilitar a manipulação
númerica e por entender que os dados referem-se a mesma categoria, porém as tabelas serão
apresentadas na integra nos anexos do trabalho.
Para a categoria de silvicultura, foram agrupados produtos como carvão vegetal, lenha,
madeira em tora, resina e eucalipto folha. Devido a representatidade do setor de papel e celulose no
estado, dentro da categoria de silvicultura, foi criada uma subdivisão para analisar madeira em tora
destinada especificamente para papel e celulose gerando uma tabela em separado.
Os dados coletados referem se a valores de produção, cabe dizer que por opção do IBGE,
para os municípios que não atingiram a unidade de medida adotada, em mil reais, por arredondamento,
atribuiu se zero ao valor de produção.
Após análise dos dados, algumas cidades paranaenses se destacam na produção. Para
produtos de extração vegetal referente a madeira, General Carneiro é o município que apresentou o
maior valor de produção, com R$ 13.562.000,00, seguido de Cruz Machado, Prudentopólis e
Guarapuava.
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Tabela 2- Valor de Produção de extração vegetal – Madeira, Paraná, 2012
Município Valor Pop. Est. 2013
General Carneiro R$ 13.562.000,00 14.039
Cruz Machado R$ 5.801.000,00 18.702
Prudentópolis R$ 4.911.000,00 50.983
Guarapuava R$ 4.550.000,00 175.779
Almirante Tamandaré R$ 4.259.000,00 110.256
Coronel Domingos Soares R$ 3.832.000,00 7.525
Cândido de Abreu R$ 3.745.000,00 16.633
Bituruna R$ 3.695.000,00 16.416
Campo Magro R$ 2.465.000,00 26.755
Wenceslau Braz R$ 2.366.000,00 19.838
Total R$ 49.186.000,00 456.926
Fonte: IBGE (2014), Conforme adaptações do autor.
Conforme produtos da atividade de silvicultura, Telêmaco Borba é o município que
apresentou o maior valor de produção, com R$ 327.152.000,00, seguido de General Carneiro, Cerro
Azul e Tibagi.
Tabela 3 - Valor de Produção de Silvicultura – Madeira, Paraná, 2012
Município Valor Pop. Est. 2013
Telêmaco Borba R$ 327.152.000,00 74.270
General Carneiro R$ 271.320.000,00 14.039
Cerro Azul R$ 123.958.000,00 17.619
Tibagi R$ 114.878.000,00 20.184
Cruz Machado R$ 92.095.000,00 18.702
Adrianópolis R$ 91.789.000,00 6.416
Ortigueira R$ 89.273.000,00 23.646
Salto do Itararé R$ 88.000.000,00 5.246
Sengés R$ 82.391.000,00 19.154
Lapa R$ 72.450.000,00 47.023
Total R$ 1.353.306.000,00 246.299
Fonte: IBGE (2014), Conforme adaptações do autor.
Já para os produtos da atividade de silvicultura referente á madeira em tora destinada
exclusivamente para a indústria de papel e celulose, Telêmaco Borba ainda é o município que
apresentou o maior valor de produção, com R$ 111.714.000,00, ou seja, do valor de R$
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327.152.000,00 da produção de silvicultura, R$ 111.714.000,00 é de responsabilidade do setor de
papel e celulose do estado, isso representa cerca de 34,15% do valor de produção total. (IBGE, 2014).
Tabela 4 - Valor de Produção de Silvicultura – Madeira em tora para Papel e Celulose, Paraná, 2012
Município Valor Pop. Est. 2013
Telêmaco Borba R$ 111.714.000,00 74.270
Tibagi R$ 81.396.000,00 20.184
General Carneiro R$ 71.355.000,00 14.039
Imbaú R$ 37.322.000,00 12.087
Ortigueira R$ 30.385.000,00 23.646
Reserva R$ 25.163.000,00 26.268
Curiúva R$ 24.601.000,00 14.620
Jaguariaíva R$ 22.809.000,00 34.096
Sengés R$ 18.810.000,00 19.154
Lapa R$ 18.000.000,00 47.023
Total R$ 441.555.000,00 285.387
Fonte: IBGE (2014), Conforme adaptações do autor.
Para se ter uma visão regional do estado relacionado a produção madeireira, foi utilizado o
programa GEODA 1.0.1 que serve para construir mapeamentos de variáveis usando mapas mundiais
ou regionais em base cartografica “shape-file” com vários tipos de plotagem, através de métodos
geoespaciais de análise. É importante observar que na importação da base cartografica, o município de
Alto Paraíso aparece como Vila Alta, sua antiga denominação, mas isso não interfere na plotagem dos
dados. Para esse trabalho foi aplicado uma univáriavel em valores de produção referente a 2012 de
extração vegetal e silvicultura obtida do banco de dados do IBGE, e através do mapa do Paraná foram
obtidos os seguintes resultados:
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Figura 2 – Cartograma do Valor de Produção da Extração Vegetal referente a madeira, Paraná, 2012
A produção normal encontra se na cor verde, os círculos vermelhos são para produção com
altos valores e os círculos brancos é onde não foi localizado produção alguma, ou seja, apresenta
valores iguais a zero. O azul da legenda seria para baixos valores e preto para valores negativos, que
em ambos os casos, não existe.
Figura 3 – Cartograma do Valor de Produção da Extração Vegetal referente a madeira em %, Paraná, 2012
Conforme a figura 3 pode se localizar os quatro municípios mais representativos (General
Carneiro, Cruz Machado, Prudentópolis e Guarapuava), seguidos dos trinta e seis municípios com
relativa representatividade.
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Figura 4 – Cartograma do Valor de Produção da Silvicultura, Paraná, 2012
Para a produção silvicultural, pode se observar que são poucos os municípios que
apresentam produção igual a zero.
Figura 5 – Cartograma do Valor de Produção da Silvicultura em %, Paraná, 2012
Os quatro municípios mais representativos para o valor de produção silvicultural são
Telêmaco Borba, General Carneiro, Cerro Azul e Tibagi.
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Figura 6 – Cartograma do Valor de Produção da Silvicultura - Madeira em tora para Papel e Celulose, Paraná,
2012
Se tratando de produção destinada a papel e celulose a região geográfica centro
oriental/sudeste paranaense fica claramente evidenciada através da figura 5.
Figura 7 – Cartograma do Valor de Produção da Silvicultura em % - Madeira em tora para Papel e Celulose,
Paraná, 2012
É interessante observar que os três dos quatro municípios que se destacam na produção de
silvicultura (Telêmaco Borba, General Carneiro, Cerro Azul e Tibagi) se repetem na produção quando
se trata de silvicultura específica para papel e celulose (Telêmaco Borba, Tibagi, General Carneiro e
Imbaú) mostrando sua representatividade no segmento de silvicultura.
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5. Considerações finais
Dentro de um manejo, a exploração florestal pode gerar recursos referente a comercialização
de produtos florestais madeireiros e não madeireiros. O Brasil já tem resultados satisfatórios na
exportação desses produtos e os números podem melhorar com as práticas adequadas.
O Paraná se apresenta como destaque na atividade florestal, com extensas áreas de
florestamento e reflorestamento, mas ainda existe campo para crescimento explorando novas áreas e
tornando a produção voltada a multiprodutos, que atendam a indústria de base florestal e outras áreas
como o comércio de créditos de carbono, ou mesmo a bioenergia com mercado em ascensão.
Algumas regiões do estado se mostram consolidadas na atividade de silvicultura e quando
envolve a indústria de papel e celulose se apresenta ainda mais eficiente e concentrada, devido a
facilidade de transporte e baixo custo, e nessa área os interesses se mostram específicos em atender a
demanda do setor de papel e celulose, também forte economicamente na região.
É a união de argumentos como a necessidade da preservação florestal, a prova de eficiência
no manejo sustentável e dados econômicos favoráveis da prática de extração vegetal e silvicultura que
vão transformar as paisagens e aumentar a cada ano o índice de florestas paranaenses.
6. Referências
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