atos administrativos

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1 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURIDICAS CURSO DE DIREITO CAIO MARCELO HERMIDA DIAS GREICIANE DOS SANTOS E SILVA ATOS ADMINISTRATIVOS FORMA DE OPERACIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO

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1UNIVERSIDADE PAULISTA UNIPINSTITUTO DE CINCIAS JURIDICAS CURSO DE DIREITOCAIO MARCELO HERMIDA DIAS GREICIANE DOS SANTOS E SILVAATOS ADMINISTRATIVOSFORMA DE OPERACIONALIZAO DO SERVIO PBLICOMANAUS - AM2012 CAIO MARCELO HERMIDA DIAS GREICIANE DOS SANTOS E SILVAATOS ADMINISTRATIVOSFORMA DE OPERACIONALIZAO DO SERVIO PBLICOMANAUS - AM201Projetodepesquisaapresentado UNIPUniversidadePaulista,para obtenodanotadeNP2paraa disciplinademetodologiadotrabalo cienti!icoministradopelopro!" #laviano $onalves %opes de &ou'a() RESUMOO presente trabalho tem por objetivo analisar as diversas concepes referente aosatos administrativos e a forma de operacionalizao do servio pblico, comdestaque para os agentes competentes, os efeitos, a possibilidade de convalidao,a anlise do defeito no ato discricionrio, e o prazo para anulao do ato defeituoso.aleressaltar queparaaconsecuodestefim, impe!seinicialmentecriar umarcabouo te"rico, os atributos dos atos administrativos, e os atos da administraoos v#cios e tamb$mas esp$cies de e%tino desses atos. &empor objetivo'classificar os atos administrativos e descrever os elementos e atributos desse ato(discutir sobre a teoria das nulidades dos atos administrativos, analisando cada umdos seus defeitos( estudar a e%tino dos atos administrativos, conceituando todasasformasdee%tino, comdestaqueparaainvalidao( descrever osagentescompetentes para a invalidao do ato administrativo, e delimitar a campo deabrang)ncia da aplicao dos atos administrativo.P!"!#$!%-C&!#'( *to administrativo + nulidade ! compet)ncia + finalidade + forma +motivo ! objeto*SUM)RIO,ntroduo.................................................................................................................. --C!*+,-". IA,.% A/0121%,$!,1#.% .iferenas /ntre 0atos.............................................................................................. -1*tos 2ur#dicos............................................................................................................ -1*tos *dministrativos.................................................................................................. -3C!*1,-". IIC.23'1,.% /' A,.% A/0121%,$!,1#.%4egime 2ur#dico de .ireito 5blico......................................................................... -67ujeitos da 8anifestao de ontade..................................................................... -9C!*1,-". IIIR'4-1%1,.% /' V!"1/!/' /. A,. A/0121%,$!,1#. :ompet)ncia........................................................................................................... -;:aracter#sticas da :ompet)ncia............................................................................. 1- I(,rrenunciabilidade................................................................................ 1-II( ,nderrogabilidade................................................................................. 1-,,,. ,mprorrogabilidade .............................................................................. 1-I+( ,ntransferibilidade................................................................................. 11+( ,mprescritibilidade................................................................................ 11+I( 0inalidade............................................................................................. 11+II( 0orma................................................................................................... 11+III( 8otivo................................................................................................... 1ecessidade da 8otivao................................................................................ 1;C!*1,-". IV-A,$15-,.% /.% A,.% A/0121%,$!,1#.%,mperatividade ou :oercibilidade.................................................................... 315resuno de ?egitimidade............................................................................. 33*uto!/%ecutoriedade....................................................................................... 3@&ipicidade........................................................................................................ 36C!*1,-". VC"!%%1613!78'% /. A,. A/0121%,$!,1#.*tos vinculados............................................................................................... 3=*tos discricionrios......................................................................................... 3=C!*1,-". VIA,.% A/0121%,$!,1#.% '0 E%*931'*tos >ormativos....................................................................................................... @1.ecretos................................................................................................................... @14egimentos.............................................................................................................. @34esolues.............................................................................................................. @3.eliberao.............................................................................................................. @3*tos Ordinat"rios..................................................................................................... @@*tos >egociais ou de :onsentimento /statal.......................................................... @. Orequerimento, as provas, os testes, cada ato dedeclarao do resultado, a homologao, so os diversos atos do procedimento, queculmina com a e%pedio da :>G. /sse conjunto de atos, que reunidos formam umprocedimento, corresponde justamente Lforma emsentido amploda :arteira>acional de Gabilitao.O motivo $ a causa imediata do ato administrativo. K quase sempre, emquestes de concurso, descrito como a situao de fato e de direito que determinaou autoriza a prtica do ato, ou, de forma mais rebuscada, o pressuposto ftico ejur#dico Eou normativoF que enseja a prtica do ato.O que essa enunciao pretende descrever $ que os atos administrativosso praticados quando ocorre a coincid)ncia, ou subsuno, entre uma situao defato Eocorrida no mundo naturalF e uma hip"tese legal. 5or e%emplo, a lei diz que oservidor quetenhafilhotemdireitoalicena!paternidadepor cincodias. 7eumservidorfazumrequerimentoperantea *dministraoprovandoonascimentodeseu filho Epressuposto fticoF, a *dministrao, verificando que a situao ftica seCencai%aD EsubsunoF na hip"tese descrita na norma legal, pratica o ato.>o nosso e%emplo, como temos um ato vinculado, a lei determina que, Lvista daquele fato, seja obrigatoriamente praticado aquele ato Econcesso da licena!paternidade por cinco diasF.NuandosetratadeumatodiscricionrioEpor e%emplo, licenaparacapacitaoF, alei autorizaaprticadoato, Lvistadedeterminadofato. >essescasos, constatadoofato, a *dministraopode, ouno, praticaroato, oupodeescolher seu objeto, conforme crit$rios de oportunidade e conveni)ncia e sempre noslimites da lei.>o podemos confundir motivo com motivao. 8otivao $ a declarao escrita do motivo que determinou a prtica doato. K obrigat"ria em todos os atos vinculados, e sua e%ig)ncia $ regra geralnosatosdiscricionrios. *motivaofazpartedaformadoato. 7eoatodevesermotivado para ser vlido, e a motivao no $ feita, o ato $ nulo por v#cio de formaEv#cio insanvelF.22O fundamento da e%ig)ncia de motivao $ o princ#pio da transpar)nciada *dministrao 5blica Eque deriva, como vimos, do princ#pio da publicidadeF. .eforma mais ampla, a cidadania fundamenta a e%ig)ncia de motivao, uma vez queesta$essencial paraassegurar oefetivocontroleda*dministrao, inclusiveocontrole popular.* motivao deve ser pr$via ou contemporMnea L e%pedio do ato. ejameste trecho da obra de :elso *ntJnio B. de 8ello'Os atos administrativos praticados sem a tempestiva e suficientemotivaosoileg#timoseinvalidveispelo5oder 2udiciriotodavezquesuafundamentaotardia, apresentadaapenasdepoisdeimpugnadosemju#zo, nopossa oferecer segurana e certeza de que os motivos aduzidos efetivamentee%istiam ou foram aqueles que embasaram a provid)ncia contestada.Os atos mais frequentemente apontados pela doutrina como e%emplo deatos que no precisam ser motivados so a nomeao para cargos em comisso e ae%onerao dos ocupantes desses cargos Echamadas nomeao e e%onerao CadnutumDF. *verdade $ que como a motivao $ umverdadeiro princ#pio, alise%presso no caput do art. 1Q da ?ei ;.9=@O-;;;, $ dif#cil conseguir e%emplos de atosque no precisem ser motivados.* mesma ?ei ;.9=@O-;;; traz uma lista, em seu art. essas hip"teses,e%isteumanormaqueprev)' presenteofatoC%D deve!sepraticar oatoCHD. **dministrao, diante do fato CzD, pratica o ato CHD. * diferena dessa situao para aanterior $ que na anterior no havia fato nenhum, ao passo que falamos em motivoileg#timo quando e%iste um fato, mas ele no se enquadra corretamente na normaque determina ou autoriza a prtica do ato.2*MOTIVO E MOTIVAO DO ATO ADMINISTRATIVO>este sentido, faz!se necessrio mencionar que o motivo caracteriza!secomo as razes de fato e de direito que autorizam a prtica de um ato administrativo,sendo e%terno a ele, o antecedendo e estando necessariamente presente em todoseles.:ontudo, cumpre esclarecer que motivo no se confunde com motivao.*motivaofeitapelaautoridadeadministrativaafigura!secomoumae%posio dos motivos, a justificao do porqu) daquele ato, $ umrequisitoformal#stico do ato administrativo. >o esteio das diferenas estabelecidas entre motivo e motivao, surge ateoria dos motivos determinantes, segundo a teoria o motivo $ umrequisitonecessrio L prtica de um ato, que fica RumbilicalmenteR ligado a ele, de modo quese for provado que o motivo $ falso ou ine%istente, $ pass#velde anular o ato, ouseja, os motivos se integram L validade do ato..estaforma, umavezenunciadososmotivospeloseuagente, mesmoquea leino tenhaestipuladoanecessidadedeenunci!los,oatosomentetervalidade se os motivos efetivamente ocorreram e justificam o ato. 2- DA NECESSIDADE DA MOTIVAOG variados posicionamentos a respeito do assunto, como' o de alargar ae%tenso de incid)ncia da necessidade de motivao dos atos administrativos( o daobrigatoriedade de motivao apenas quando a lei impor( o da motivao ser sempreobrigat"ria( e, o da necessidade de motivao depender da natureza do ato, e%igindoou no a lei.:om o escopo de sanar a discusso acerca do tema, $ criada a ?ei nQ ;9=@ de -;;;, estabelecendo em seu artigo o que tange ao ato vinculado, a lei j pr$!definiu qual a nica2.possibilidadedeatuaodoadministrador diantedocasoconcreto. *ssim, naship"teses no esculpidas na lei, em no havendo motivao, mas sendo poss#vel seidentificar qual o motivo, no h que se falar emv#cio, no havendo efetivanecessidade de motivao./ntretanto, no que concerne aos atos discricionrios, entende!se pela suanecessria motivao, independente de designados ou no na lei( caso nomotivado, estar eivado de v#cio, pendendo L conseqSente invalidao..efende!se tal posicionamento pois, no ato discricionrio o administradorpossui uma margem de liberdade de atuao e, como no se encontra na qualidadede detentor da coisa pblica, mas de mero gestor dos anseios da coletividade, devee%plicaoLpopulaocomoumtodo, fazendovaler oprinc#piodapublicidadesempre que houver qualquer margem de liberdade na tomada de decises. *final, ofato de vivermos em um /stado .emocrtico de .ireito confere ao cidado o direitode saber os fundamentos que justificam o ato tomado pelo administrador.4essalta!seaindaque, setodasasdecisesdo5oder2udicirio, bemcomo as decises administrativas dos &ribunais, devemnecessariamente serfundamentadas( h de ser motivado tamb$m o ato administrativo, principalmente odiscricionrio.*demais, destaca!se que a motivao deve ser sempre anterior ouconcomitante a e%ecuo do ato, caso contrrio, abrir!se!ia margempara a*dministrao, ap"s a prtica do ato imotivado e diante da conseqSentepossibilidade de sua invalidao, inventar algumfalso motivo para justific!lo,alegando que este foi considerado no momento de sua prtica..iantedoe%posto, defende!seanecessriamotivaodetodooatodiscricionrio, de modo a fazer valer os princ#pios e valores basilares da :onstituioptria, como a democracia, a moralidade, a probidade administrativa e a publicidade,entre outros.OObjeto&amb$mdenominadopor algunsautoresdecontedo. Kaalterao no mundo jur#dico que o ato administrativo se prope a processar. 7ignificacomo informa o pr"prio termo, o objetivo imediato da vontade e%teriorizada pelo ato,2/a proposta, enfim, do agente que manifestou a vontade com vistas a determinadoalvo.5ode o objeto do ato administrativo consistir na aquisio, no resguardo,na transfer)ncia, na modificao, na e%tino ou na declarao de direitos, conformeo fim a que a vontade se preordenar. 5or e%emplo' uma licena para construo tempor objeto permitir que o interessado possa edificar de forma leg#tima( o objeto deuma multa $ punir o transgressor de norma administrativa( na nomeao, o objeto $admitir o indiv#duo no servio pblico etc.5araqueoatoadministrativosejavlido, seuobjetodeveserl#cito.*licitude$, pois, orequisitofundamental devalidadedoobjeto, e%ig#vel, como$natural, tamb$m para o ato jur#dico. O novo :"digo :ivil foi mais preciso no que tocaa tais requisitos de validade, e%igindo que, al$m de l#cito e poss#vel, o objeto deveser tamb$m determinado ou determinvel Eart.-A@, ,,F.>os atos vinculados, a um motivo corresponde um nico objeto( verificadoo motivo, a prtica do ato Ecom aquele contedo estabelecido na leiF $ obrigat"ria.>osatosdiscricionrios, hliberdadedevaloraodomotivoe, comoresultado, escolha do objeto, dentre os poss#veis, autorizados na lei( o ato s" serpraticado se e quando a *dministrao consider!lo oportuno e conveniente, e com ocontedoEobjetoF escolhido pela *dministrao, nos limites da lei.K tradicional a seguinte regra estabelecida pela doutrina'>os atos vinculados temos motivo e objeto vinculados(>os atos discricionrios temos motivo e objeto discricionrios.20CAPITULO IVATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOSI0*'$!,1#1/!/' .- C.'$3151"1/!/'Os atos administrativos socogentes,obrigando a todosque seencontremem seuc#rculodeincid)ncia, aindaquecontrarieinteressesprivados,porquanto o seu nico alvo $ o atendimento do interesse coletivo. K certo que emdeterminados atos administrativos de consentimentoEpermisses e autorizaesF oseucunhocoercitivonoserevelacristalino, umavezqueaoladodointeressecoletivo h tamb$m o interesse privado, por$m, ainda nestes casos a imperatividadese manifestano que diz respeito L obrigao do beneficirio de se conduzire%atamente dentro dos limites que lhe foram traados. @4igorosamente, imperatividade traduz a possibilidade que tem a*dministrao de criar obrigaes ou impor restries, unilateralmente, aosadministrados. * imperatividade decorre do denominado poder e%troverso do /stado.K um *tributo que no est presente em todos os atos administrativos. 5ore%emplo, no so imperativos atos que reconheamou confiramdireitos aoparticular, ou declarem situaes pree%istentes, entre outros Epermisses eautorizaesF..a mesma forma que ocorre relativamente L presuno de legitimidade Eeemdecorr)ncia delaF, os atos caracterizados pela imperatividade podemserimediatamente impostos aos particulares a partir de sua edio, mesmo que estejamsendo questionados administrativa ou judicialmente quanto L sua validade, salvo nahip"tese de impugnao ou recurso administrativo com efeito suspensivo, ou decisojudicial que suste ou impea a aplicao do ato.:om efeito, absurdo seria que a *dministrao ficasse, a cada passo desua atividade, L merc) do interesse individual, permitindo que o interesse coletivopudesse estar aelesubordinado. Oprinc#pio da supremaciado interesse pblico,* Idem, ibidem, p( 112( Cf. =os> 9retella =?nior, op. cit., pp( /2@/-(21como j tivemos oportunidade de e%aminar, justifica a coercibilidade dos atosadministrativos.P$'%-271,101/!/'&rata!se de presuno relatividadeque o atoadministrativonasceu emconformidade com as devidas normas legais, tal presuno iuris tantum pode ceder Lprova de que o atono se conformou Ls regras legais. O Jnus da provade provarque o ato$ ileg#timo $ do administradoque pode inclusive opor resist)ncia ao seucumprimento mediante deduo de pleito no 2udicirio. O judicirio poder rever oatoadministrativoErespeitado o seu m$ritoF e a interpretao dada pelaadministrao, at$ porque apresuno de legitimidade no $ instrumento debloqueio da atuao jurisdicional. ohauto!e%ecutoriedadesemleiqueapreveja, emesmoassim aauto!e%ecutoriedades"dever ser aplicada quando no e%istir outra alternativa menos lesiva. E3@F2os$ dos 7antos :arvalho 0ilhocita como e%emplo do e%erc#cio da auto!e%ecutoriedade, adestruio de bens imprprios para o consumo pblico, ademolio de obra que apresenta risco iminente de desabamento. *vigente:onstituio traa limites L e%ecutoriedade em seu art. o importao nmero de pessoas queparticiparamdoato, oqueimporta$avontadeunitriaquee%pressamparadarorigem ao ato colimado pela *dministrao. bF ato comple%o' $ o que se forma pelaconjugaodevontadesdemaisdeum"rgoadministrativo. Oessencial $oconcurso de vontades de "rgos diferentes para a formao de umato nico. cF atocomposto' $oqueresultadavontadedeum"rgoEnicaF, mas dependedeverificao por parte de outro, para se tornar e%eqS#vel, v.g., autorizaoEprincipalFque depende de vistoEcomplementarF. 4atificao.R.e relevo, tamb$m, $ fazer a distino entre procedimento administrativoeatocomple%o. aF procedimentoadministrativo' praticam!se diversos atosintermedirios para se chegar ao ato final e principal. bF ato comple%o' integrao devontades para se chegar a um s" ato.9:om efeito, foroso concluir que o procedimento administrativopode serimpugnvel em cada uma das suas fases, v.g., licitao( j o ato comple%o, apenasquando se aperfeioa.5ois bem, fi%ado estes conceitos, vejamos quais as consequ)nciasimpostas aos atos administrativos editados em desconformidade com as regras queo informam./8eirelles, GelH ?opes( .ireito *dministrativo Brasileiro, 8alheiros, 1@V /dio)**tos vinculados e atos discricionriosC*tos vinculados so os que a *dministrao pratica sem margem algumade liberdade de deciso, pois a lei previamente determinou o nico comportamentoposs#vel a ser obrigatoriamente adotado sempre que configurada a situao objetivadescrita na lei./m resumo, temos um ato vinculado quando a lei faz corresponder a ummotivo objetivamente determinado uma nica e obrigat"ria atuao administrativa.*tos discricionrios' so aqueles que a *dministrao pode praticar comcerta liberdade de escolha, nos termos e limites da lei, quanto ao seu contedo, seumodo de realizao, sua oportunidade e sua conveni)ncia administrativa.* definio acima $ a tradicional. 7" reconhece a e%ist)ncia dediscricionariedade quando a lei e%plicitamente a confere.* doutrina mais moderna, que tem aparecido em concursos, reconhece ae%ist)ncia de discricionariedade nesses casos e, tamb$m, quando a lei usa conceitosjur#dicos indeterminados.5ortanto, segundo essa corrente de nossa doutrina, a discricionariedadee%isteNuandoalei e%pressamentedL*dministraoliberdadeparaatuardentro de limites bem definidos Equanto a essa situao no e%iste diverg)ncia entreos autoresF( Nuando a lei utiliza conceitos jur#dicos indeterminadosW e, no casoconcreto, a *dministrao depara!se com situaes em que no e%iste possibilidadededeterminar, comcerteza, aocorr)nciaounodoenquadramentodofatonocontedo da norma( nessas situaes, a *dministrao, dentre as possibilidades deatuao juridicamente leg#timas, determinar a mais oportuna e conveniente, tendoem vista o interesse pblico.&odos os conceitos indeterminados Etais como, Cboa!f$D, CdecoroD, CbonscostumesD, Cmanifestaes de apreoD, Cmoralidade pblicaDF t)mumazona decerteza, um ncleo em que no h margem para dvida sobre o enquadramento ouno de uma situao em seu contedo.)-NuandoumcasoconcretoescapaLzonadecertezadeumconceitojur#dico indeterminado, a *dministrao tem discricionariedade para decidir acerca deseu enquadramento ou no na rea de penumbra, no denominado halo deindeterminaodoconceito. >essescasos, caberL*dministraodeterminar aatuao que mais bemse conforme ao interesse pblico, no sendo poss#velestabelecer uma nica atuao leg#tima.:omo vemos, no $ correto dizer que sempre ocorre a discricionariedadeadministrativanoMmbitodosdenominadosconceitosjur#dicosindeterminados. >aCzona de certezaDdo conceitono h discricionariedade.7" hdiscricionariedadequando a situao concreta enquadra!se na zona de indeterminao.*tos gerais e atos individuais *tos administrativos gerais tamb$mdenominados denormativos. 7oaqueles que regulam uma quantidade indeterminada de pessoas que se encontramnamesmasituaojur#dica. /stesatosdependemdepublicaoparaproduzirefeitos e%ternos./%emplo' os regulamentos, as instrues normativas etc.*s :aracter#sticas dos atos ,mpossibilidadedeimpugnaojudicial diretamentepela pessoalesada,salvo por ilegalidade ou inconstitucionalidade(5reval)ncia sobre o ato administrativo individual(4evogabilidade incondicionada(,mpossibilidade de impugnao por meio de recursos administrativos.*tos administrativos individuais tamb$m denominados especiais, possuemdestinatriosdeterminadosoudeterminveis, constituindooudeclarandosituaojur#dica particular. 7o tamb$m chamados atos concretos, ou de efeitos concretos./%' decreto e%propriat"rio, decreto de nomeao.7e houver um s" destinatrio diz!se ato singular( se houver mais de um,ser um ato plrimo.*dmitemimpugnaopormeioderecursosadministrativosoudeaojudicial, como mandado de segurana, ao popular, aes ordinrias etc. *revogao de um ato individual somente $ poss#vel se este no houver gerado direito).adquirido para seu destinatrio E7mula @93 do 7&0F. >os demais casos, podem sermodificados ou revogados, bastando indenizar o prejudicado, se for o caso.*tosimples, comple%oecomposto*tosimples$oquedecorredeumanicamanifestao de vontade de um nico "rgo, unipessoalEato simples singularF oucolegiado Eato simples colegiadoF. *to comple%o' $ o que necessita, para suaformao, da manifestao de vontade de dois ou mais diferentes "rgos.*to composto' $ aquele cujo contedo resulta da manifestao de um s""rgo, mas a produo de seus efeitos depende de um outro ato que o aprove. *funodessesegundoato$meramenteinstrumental, eseuefeito$justamentetornar eficaz o ato principal.7egundo a 5rofessora 8aria 7Hlvia .i 5ietro, esse outro ato + aprovao,autorizao, ratificao, vistoouhomologao+podeser posterior oupr$vioaoprincipal.,mportante enfatizar que, enquanto no ato comple%o temos um nico ato,integrado por manifestaes homog)neas de vontades de "rgos diversos, sem quese possa falar em principal e secundrio,noatocomposto e%istem dois atos, umprincipal e outro acess"rio. /sse segundo ato, o ato acess"rio ou instrumental, tempor contedo to!somente a aprovao do ato principal, visando a dar!lhe eficcia, atorn!lo e%eqS#vel.*to vlido, nulo, ine%istente, anulvel ato vlido $ aquele que prov$m de autoridadecompetente e est conforme todas as e%ig)ncias legais para a sua regular produode efeitos Eo que no significa que j seja e%equ#vel, eficazF.*tonulo' $aquele quenasce comv#cio insanvel, normalmente resultantedaaus)nciaoudedefeitosubstancial emseuselementosconstitutivos. >opodeproduzirefeitosEpor$mproduzat$ asuainvalidaoFeadeclaraodenulidadeopera e% tunc, ressalvados, entretanto, os efeitos j produzidos emrelao aterceiros de boa!f$.*to ine%istente' $ aquele que possuiapenas apar)ncia de manifestaode vontade da *dministrao 5blica, mas, em verdade, no se origina de um agenteda *dministrao 5blica, mas de algu$m que se passa por talcondio, como ousurpador defuno. 5ara:elso*. B. de8ello, os atos cujosobjetos sejam)/juridicamente imposs#veis, como a ordem para a prtica de um crime, Euma ordem dochefe de pol#cia para torturar presosF seriam tamb$m e%emplo de atos ine%istentes.5ara a doutrina, a conseqS)ncia jur#dica da invalidao e ine%ist)ncia so iguais, noe%istindo interesse prtico nessa situao.*toanulvel segundo:elso*. B. de8ellosoosatospass#veisdeconvalidao Ecaso de v#cio de compet)ncia, no e%clusiva, em razo do sujeito e dev#cio de forma, quando no essencial L validade do atoF.*toperfeitoevlidoquandojseesgotaramtodasasfasesnecessriasasuaproduo. 7euprocessodeformaoest conclu#do. 7endoassim, $poss#velconcluir queaperfeionoafastaposs#veis v#cios doatoadministrativo, seusentido $ o de consumao, concluso. *to vlido' quando foi produzido em absoluta conformidade com o sistemanormativo, como ordenamento jur#dico. 7egundo a doutrina a alidade $ aadequao do ato Ls e%ig)ncias normativas, seja com a lei ou com outro ato de graumais elevado( se contrrio, o caso $ de invalidao.O ato que est sujeito a termo ou condio para produzir seus efeitos $ oCato pendenteD. 5oderia ter sido chamado de ato ineficaz. *to pendente ou ineficaz $o que est perfeito, ou seja, conclu#do, mas ainda no pode produzir efeitos, porquedepende de autorizao, aprovao ou homologao a serem manifestadas por umaautoridadecontroladora, ouhumtermoinicial aindanoatingido, ouhumacondio suspensiva ainda no implementada.O ato que no pode produzir seus efeitos porque no concluiu seu ciclo deformaoD $ o ato imperfeito. * rigor, a definio de ato imperfeito $ mais simples.Basta enunciar que $ o ato incompleto, o ato que no completou todas etapas de suaformao. K l"gico que o ato imperfeito Cno pode produzir seus efeitosD, mas issono $ a definio de imperfeito, $ conseqS)ncia da imperfeio.Oato que est de conformidade coma leiD $ o ato vlido. 8aiscorretamente, o ato vlido est em conformidade com o ordenamento jur#dico, com alei e os princ#pios, com a lei e o .ireito.O ato que j e%auriu seus efeitos $ o ato consumado.)0CAPITULO - VIATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPDCIE5odemos agrupar os atos administrativos em < cinco tipos como queremGelH ?opes 8eirelles, seguido por .iogo de 0igueiredo 8oreira >eto. =*tos >ormativos+ 7o aqueles que cont$mumcomando geral do/%ecutivo visando o cumprimento EaplicaoF de uma lei. 5odem apresentar!se comacaracter#sticadegeneralidadeeabstraoEdecretogeral queregulamentaumaleiF, ou individualidade e concreo Edecreto de nomeao de um servidorF. Os atosnormativos podem ser'4egulamentos+ GelH ?opes 8eirellese .iogo 0igueiredoclassificam osregulamentos como esp$cie autJnoma dentro do tipo normativo, entretanto, 2os$ dos7antos :arvalho 0ilho entende que os regulamentos, muito embora citados pelo art.=@, , da :0, no constituem esp$cie autJnoma, mas sim um ap)ndice de decreto,tanto que o pr"prio GelH ?opes 8eirelles apesar de classific!lo em separado assimafirma' ROs regulamentos so atos administrativos postos em vigncia por decreto,para especificar os mandamentos da lei ou prover situa!es ainda no disciplinadaspor lei.R; ?ogo, verifica!se que GelH ?opes 8eirelles defende a tese de que e%iste oregulamento autJnomo juntamente com o regulamento de e%ecuo. O primeiro seriadestinadoaproversituaesnocontempladasemlei, por$m, atendo!sesempreaos limites da compet)ncia do /%ecutivo Ereserva do /%ecutivoF no podendo invadirassim a compet)ncia de lei Ereserva de leiF. * partir da /menda 31OA- que modificoua redao do art. =@, , da :0, acorrenteque defende ae%ist)ncia dosregulamentos autJnomosganhou nova fora, pugnando pela id$ia de que osregulamentosautJnomosestoinseridosnocampodacompet)nciaconstitucionalconferidadiretamentepela:0aoe%ecutivo, chamandotal fenJmenodereservaadministrativa..ecretos + 7o atos que prov)m da manifestao de vontade dos :hefesdo /%ecutivo, o que os torna resultante de compet)ncia administrativa espec#fica. *0 Op. cit., p( ..(1 :lmiro do 9outo e &ilva, op. cit., p( *0()1:0 trata deles no art. =@, ,, como forma do 5residente da 4epblica d curso Lfiele%ecuodalei. 5odemsemanifestarnaformadedecretosgerais, comcarternormativoabstrato, oucomodecretosindividuais, comdestinatriosespec#ficoseindividualizados.-AGelH?opes8eirellesfalaem decretosautJnomosedecretosregulamentar ou de e%ecuo, e representa um importante pensamento dentro destacorrente doutrinria. --4egimentos + 7o atos de atuao interna da administrao destinados areger o funcionamento de "rgos colegiados e de corporaes legislativas, como atoregulamentar interno, o regimento s" se dirige aos que devem e%ecutar o servio ourealizar a atividade funcional regimentada,sem obrigar os particulares em geral. *srelaesentre o5oder 5blico e os cidadosrefogemao Mmbito regimental,devendo constar de lei ou de decreto regulamentar. -14esolues+7oatosnormativosgeraisouindividuais, emanadosdeautoridades de elevado escalo administrativo. /%' 8inistros e 7ecretrios de /stadoou 8unic#pio, art. =9 e incisos da :0. :onstituem mat$ria das resolues todas asque se inseremnacompet)nciaespec#fica dos agentes ou pessoas jur#dicasresponsveis por sua e%pedio.-3 >o se confundem com resoluo legislativaEart.eto, sotodosaqueles em a *dministrao se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir umaopiniosobredeterminado assunto, constantesderegistros,processose arquivospblicos, sendosempre, por isso, vinculados quantoaomotivoeaocontedoEobjetoF. 16:ertidessoatosquereproduzemregistrosdasreparties, contendouma afirmao quanto L e%ist)ncia e ao contedo de atos administrativos praticados.K mera trasladaopara o documento fornecido ao interessado do que consta deseus arquivos. 5odem ser de inteiro teor ou resumidas. * :0 em seu art. bastante problemBtica(21 Am seu E9onceitos =urFdicos IndeterminadosE, in: %e#ista rimestral de Direito P&'lico, N" 1*N111., p( 0*()2 :lmiro do 9outo e &ilva, op. cit., p( -1(**8ulta$ uma imposiopecuniriapor descumprimento de preceitoadministrativo,geralmente,$ denatureza objetiva, independente da ocorr)ncia dedolo ou culpa.,nterdio de atividades *topelo qual a *dministrao veda a prtica deatividades sujeitas ao seu controle ou que incidam sobre seus bens. 0unda!se naleie no poder de pol#cia administrativa, e pressupe a e%ist)ncia de um pr$vio e devidoprocesso administrativo E*rt. outro dizer, significa a perdade efeitos jur#dicos em virtude de norma jur#dica superveniente contrria Lquela querespaldava a prtica do ato./%'permisso de uso de bem pblico,supervenientemente, 'editada lei que probeousoprivativodoreferido bem porparticulares, o ato anterior %permisso de uso& de nature0a prec(ria, sofrecaducidade, e#tinguindo/se. @-CAPITULO - VIIIINSTITUTO DA CONVALIDAO NO ATO ADMINSITRATIVO)1 :!onso Dodrigues OueirK, op. cit., p( -0(*2Cf. +ladimir da Doca #rana, E9onsideraPes sobre o 9ontrole da 5oralidade dos :tos :dministrativosE, in: %e#ista da E()APE, +ol( ), N" 0, pp( *)*@*)/*1 Para uma de!esa da admissibilidade do controle judicial de m>rito, ver nosso In#alidao $udicial da Discricionariedade Administrati#a, Deci!e, 1110, pp( 1*1@1-)(-2O ensaio transcrito a seguir mostra!nos,nvalidade ou anulaoaimportMncia da convalidao no ato administrativo tendo por escopo uma anlise doartigo:*>/4, \eida. D! C.2#!"1/!7&,, &hem#stocles Brando. R.o 5oder .iscricionrioR. >nE R'#1%,! /' D1$'1,. A/0121%,$!,1#.. 7eleo Gist"rica' @3-!@,O4, 2os$. O GD'%#1. /' P./'$G 2! A/0121%,$!7,O4., &$rcio 7ampaio. I2,$./-7nE O D1$'1,. P.%,. ' . D1$'1,. P$'%%-*.%,.. 7o 5aulo' 8alheiros, -;;6' -@A!-66.?/*?, ictor >unes. R5oder .iscricionrio e *o *rbitrria da *dministraoR. >nE P$.5"'0!% /' D1$'1,. P@5"13.. 4io de 2aneiro' 0orense, -;6A' 19=!1;@.8*T,8,?,*>O, :arlos. H'$0'2;-,13! ' A*"13!7n' R'#1%,! /' D1$'1,. A/0121%,$!,1#.C >Q 6' @-!9=.7/*B4* 0*PI>./7, 8iguel. O C.2,$."' /.% A,.% A/0121%,$!,1#.% *'". P./'$ J-/131F$1.. 6 ed. 7o 5aulo' 7araiva, -;[email protected]:onceito de 8$rito no .ireito *dministrativoR. >n' R'#1%,! /' D1$'1,. A/0121%,$!,1#.. 7eleo Gist"rica' -=;!1A3.7,?*, *lmiro do :outo e R5oder .iscricionrio no .ireito *dministrativo BrasileiroR. >n' R'#1%,! /' D1$'1,. A/0121%,$!,1#.. >Q -9;' nE T'0!% /' D1$'1,. P@5"13. JE%,-/.% ' P!$'3'$'%KC -Q ol. 4io de 2aneiro' 4enovar, -;;9' 3;!9A.R.esvio de 5oder em 8at$ria *dministrativaR. >nE T'0!% /' D1$'1,. P@5"13. JE%,-/.% ' P!$'3'$'%KC -Q ol. 4io de 2aneiro' 4enovar, -;;9' 9-!-nE T'0!% /' D1$'1,. P@5"13. JE%,-/.% ' P!$'3'$'%KC -Qol. 4io de 2aneiro' 4enovar, -;;9' 1;9!3A9.]*>:*>/4, \eida. D! C.2#!"1/!7