atuaÇÃo do enfermeiro na estratÉgia de saÚde da … · tolerância, apoio, força, incentivo,...
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ANA CCIA ARCANJO ROCHA
ATUAO DO ENFERMEIRO NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA NA PREVENO DO CNCER DO COLO DO TERO
Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Especializao em Ateno Bsica em Sade da Famlia, Universidade Federal de Minas Gerais, para a obteno do Certificado de Especialista. Orientadora: Profa. Dra Eulita Maria Barcelos
TEFILO OTONI /MG
2011
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ANA CCIA ARCANJO ROCHA
ATUAO DO ENFERMEIRO NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA NA PREVENO DO CNCER DO COLO DO TERO
Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Especializao em Ateno Bsica em Sade da Famlia, Universidade Federal de Minas Gerais, para a obteno do Certificado de Especialista. Orientadora: Profa. Dra Eulita Maria Barcelos
Banca Examinadora
Profa. Dra Eulita Maria Barcelos - orientadora Profa. Dra Maria Rizoneide Negreiros de Arajo - UFMG
Aprovado em Belo Horizonte ____/____/____
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Dedico este trabalho, Deus , ao Maclio, Ana Clara, minha famlia, aos amigos, colegas de trabalho e orientadora pelo apoio, fora, incentivo, companheirismo e amizade.
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Agradeo a Deus por me amparar nos momentos difceis, me dar fora interior para superar as dificuldades, mostrar os caminhos nas horas incertas e me suprir em todas as minhas necessidades.
A orientadora Eulita, por todo empenho, sabedoria, compreenso e, acima de tudo, exigncia, e enfim, pela amizade.
Ao Maclio, companheiro de todas as horas, por compreender meus momentos de ausncia, impulsionou-me para frente para a realizao de meus sonhos. Um amor construdo.
A minha filha Ana Clara tesouro: com apenas 4 anos, soube tolerar as minhas ausncias transformando cada momento presente inesquecvel, possibilitando-me, sempre, vislumbrar um novo amanh.
Aos meus pais, Maria e Geraldo, mesmo que sem entender a necessidade de ausentar-me tanto, permitiram-me trilhar o caminho da vida: amor incondicional.
Aos meus irmos: Marilene, Amarilda, Luiza, Milton, Gonzaga, Romilton, Jorge, Leonardo, Gabriel, aos quais amo muito, pelo carinho, pacincia e incentivo.
Aos meus queridos sobrinhos: Renata, Rodrigo, Caroline, Gabriela, Mariane, Bruno, Dante, Mari, Raissa, Lorena, Jeampierre, Nathaniel, Emanuel, Hortncia, Romiltinho, Isac, Kika, Gabriele, Hercules, Pablo e Joo Manoel pelo incentivo e carinho a todo o momento.
A todos da minha segunda famlia, em especial minha sogra Ngime e concunhada Marluce, pelo carinho e incentivo.
Aos meus amigos, colegas de Trabalho do Ambulatrio Municipal de Itambacuri pela tolerncia, apoio, fora, incentivo, companheirismo e amizade.
A minha secretria Adriana, com seu carinho e dedicao para com minha filha, possibilitou-me ausentar nos momentos necessrios.
A todos os colegas e professores da Especializao em Sade da Famlia pelo convvio e aprendizado.
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Todo o futuro da nossa espcie, todo o governo das sociedades, toda a prosperidade moral e material das naes dependem da cincia, como a vida do homem depende do ar. Ora, a cincia toda observao, toda exatido, toda verificao experimental. Perceber os fenmenos, discernir as relaes, comparar as analogias e as dessemelhanas, classificar as realidades, e induzir as leis, eis a cincia; eis, portanto, o alvo que a educao deve ter em mira. Despertar na inteligncia nascente as faculdades cujo concurso se requer nesses processos de descobrir e assimilar a verdade.
Rui Barbosa
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RESUMO
O controle do cncer em nosso pas representa um dos grandes desafios que a sade pblica enfrenta, pois o cncer do colo do tero o segundo tipo de cncer mais comum entre as mulheres. A elevada incidncia e os altos ndices de mortalidade por esse agravo justificam a implantao de estratgias para controle efetivo dessa doena que abrangem a promoo sade por meio da preveno e deteco precoce, tratamento e cuidados paliativos, quando necessrios. Sabe-se que a principal forma de preveno se d por meio do exame de Papanicolaou. Assim, este estudo teve como objetivo analisar a atuao do enfermeiro na preveno do cncer do colo do tero junto s equipes de sade da famlia, a partir de uma reviso de literatura. Foi realizada uma reviso narrativa da literatura nacional cuja trajetria metodolgica percorrida apoiou-se nas leituras exploratrias e seletivas de publicaes cientficas encontradas nos bancos de dados LILACS (Literatura Latino-Americana em Cincias de Sade), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) e SCIELO (Scientific Eletronic Library On-line) sobre a atuao do enfermeiro na preveno do cncer do colo de tero na Estratgia da Sade da Famlia. Os estudos mostram que as atividades realizadas pelo enfermeiro na estratgia sade da famlia so prioritariamente, a preveno do cncer do colo do tero, a assistncia ao pr-natal de baixo risco, o planejamento familiar e educao em sade. ressaltada a importncia de aes educativas e de divulgao da oferta das aes pelo servio de sade para a populao feminina e sobre a necessidade de realizar o exame de preveno do cncer do colo do tero. Para diminuir a mortalidade das mulheres acometidas e melhorar a cobertura dos exames necessrio um rastreamento das mulheres que nunca fizeram o exame de preventivo ou que o realizam com baixa freqncia. Consequentemente, o papel do enfermeiro de suma importncia na educao e orientao junto populao feminina, esclarecendo possveis dvidas e incentivando a realizao peridica do exame, contribuindo assim para a reduo da incidncia do cncer do colo do tero.
Palavras chaves: Papanicolau, exame preventivo, Cncer do colo do tero.
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ABSTRACT
The cancer control in our country represents one of the greatest challenges facing public health, because cancer of the cervix is the second most common cancer among women. The high incidence and high mortality rates due to these conditions warrant the implementation of strategies for effective control of this disease which include the promotion of health through prevention and early detection, treatment and palliative care when needed. It is known that the main form of prevention is through the Pap smear. This study aimed to verify what has been the contribution of the nurse working in the family health strategy to deal with this problem, through a literature review. We conducted a narrative review of national literature whose methodological path traveled has relied on exploratory and selective readings of scientific publications found in the databases LILACS (Latin American Health Sciences), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem Online line) and SCIELO (Scientific Electronic Library Online) on the performance of nurses in preventing cervical cancer in the Family Health Strategy. Studies show that activities performed by nurses in family health strategy are priority, the prevention of cancer of the cervix, the prenatal care of low risk, family planning and health education. We emphasize the importance of educational and dissemination of the offer of shares by the health service for the female population and the need for a preventive examination for cancer of the cervix. To reduce mortality from breast cancer patients and improve the coverage of screening tests is necessary for women who never did take preventive or who perform infrequently. Consequently, the role of nurses is of paramount importance in education and guidance by the female population, accounting for possible questions and encouraging the periodical testing, thereby contributing to reducing the incidence of cancer of the cervix. Keywords: Papanicolau, pap smear, cervical cancer.
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SUMRIO
1 INTRODUO ................................................................................................................... 10 2 OBJETIVO ......................................................................................................................... .13 3 ABORDAGEM METODOLGICA............................................................................... 14 3.1 Populao e amostra............................................................................................................14 3.2.Analise dos dados............................................................................................................... 15
4 REVISO DA LITERATURA ..........................................................................................16 4.1 Cncer de Colo do tero................................................................................................... 16 4.2 Vrus Papiloma Humano (HPV).........................................................................................17 4.3 Educao em Sade na Estratgia de Sade da Famlia...................................................19 4.4 Assistncia de Enfermagem................................................................................................24
5 CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................29
REFERNCIAS................................................................................................................... 31
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1 INTRODUO
O controle do cncer em nosso pas representa um dos grandes desafios para a sade pblica.
O cncer de colo do tero o segundo tipo de cncer mais comum entre as mulheres.
(BRASIL, 2009).
O Instituto Nacional do Cncer divulgou que a mortalidade por cncer de colo de tero em
1999 atingiu a terceira colocao no Brasil, com o ndice de 7,39 % das mortes; enquanto que
no perodo de 1979 a 1999, essas taxas eram de 3,44 para 4,67 bitos por 100 mil mulheres, o
que significa que houve uma variao significativa de 35,7 % no perodo. No ano de 2008 a
estimativa foi de 13,48 por 100 mil casos novos para o cncer de tero. Em 2010, so
esperados 18.430, com um risco estimado de 18 casos a cada 100 mil mulheres (BRASIL,
2009).
Estima-se uma reduo de at 80% na mortalidade por esse tipo de cncer por meio do
rastreamento de mulheres na faixa etria de 25 a 65 anos com o teste de Papanicolaou e
tratamento das leses precursoras com alto potencial de malignidade ou carcinoma "in situ".
Para tanto necessrio garantir a organizao, a integralidade e a qualidade do programa de
rastreamento, bem como do tratamento das pacientes (BRASIL, 2009).
A principal medida de controle realizada para deteco precoce da doena se d por meio de
um exame simples, porm de fundamental importncia que o citopatolgico de colo do tero
(ou Papanicolaou). Esse exame indica a presena de leses neoplsicas ou pr-neoplsicas,
sendo possvel assim interromper a evoluo dessas leses (SO PAULO, 2004).
Estudos mostram que as mulheres mesmo conhecendo a importncia da preveno geralmente
procuram fazer o exame preventivo somente na presena de algum sintoma. A maioria delas
sente constrangimento em realiz-lo, por medo, vergonha em expor o corpo, no apresentando
nenhum conhecimento sobre o corpo ou sexualidade, desconhecem sobre o exame e
mencionam no ter recebido esclarecimentos sobre a realizao do referido exame (DUAVY
et al. ,2007).
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As mais altas taxas de incidncia do cncer do colo do tero so observadas em pases pouco
desenvolvidos, indicando uma forte associao deste tipo de cncer com as condies de vida
precria, com os baixos ndices de desenvolvimento humano, com a ausncia ou fragilidade
das estratgias de educao comunitria (promoo e preveno em sade) e com a
dificuldade de acesso a servios pblicos de sade para o diagnstico precoce e o tratamento
das leses precursoras (BRASIL, 2006).
Dentre todos os tipos, o cncer do colo do tero o que apresenta um dos mais altos
potenciais de preveno e cura, chegando perto de 100%, quando diagnosticado
precocemente. Seu pico de incidncia situa-se entre 40 e 60 anos de idade e apenas uma
pequena porcentagem ocorre abaixo dos 30 anos. Existe no Brasil, o Programa Viva Mulher,
que desenvolve aes de deteco precoce, por meio do exame Papanicolaou, exames de
confirmao diagnstica e tratamento, com o objetivo de impedir o avano da doena. O
programa prioriza as mulheres na faixa etria de 25 a 59 anos de idade (BRASIL, 2009).
De acordo com os dados apresentados pelo Instituto Nacional do Cncer (INCA), o percentual
de exames de papanicolau tem aumentado, ainda que de forma insatisfatria, uma vez que no
refletiu na diminuio da mortalidade por cncer de colo de tero, caracterizando diagnstico
tardio da doena. O diagnstico tardio pode estar relacionado com a dificuldade de acesso aos
servios e programas de sade, com a baixa capacitao dos recursos humanos envolvidos na
ateno ontolgica (principalmente em municpios de pequeno e mdio porte), com a
capacidade do sistema pblico de sade para absorver a demanda, com as dificuldades dos
gestores municipais e estaduais em definir e estabelecer um fluxo assistencial, orientado por
critrios de hierarquizao dos diferentes nveis de ateno, que permite o manejo e o
encaminhamento adequado de casos suspeitos para investigao em outros nveis do sistema
(BRASIL, 2006).
Para diminuir o diagnstico tardio do cncer do colo uterino necessria uma reestruturao
no sistema pblico de sade do Municpio e a efetivao da preveno por meio do exame
Papanicolaou. Dentre outras aes preventivas, a preveno primria, ou seja, educao em
sade sobre o uso de preservativos durante a relao sexual, uma vez que a prtica de sexo
seguro uma das formas de evitar o contgio com o HPV (vrus do papiloma humano), vrus
esse que tem um papel importante para o desenvolvimento do cncer e de suas leses
precursoras (BRASIL, 2006).
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Na minha vivncia tenho percebido que ateno sade da mulher em algumas regies
continua ainda centralizada na figura do mdico. Com a implantao da Estratgia Sade da
Famlia (ESF) as aes vm sendo progressivamente compartilhadas com os profissionais que
compem as equipes. Hoje na maioria das equipes de sade da famlia quem realiza o
preventivo de cncer de colo uterino so as enfermeiras. Quando tem um resultado no
esperado, faz-se o encaminhamento ao mdico.
O que me motivou a falar sobre o tema foi o fato de estar inserida em Estratgia de Sade da
Famlia desde a minha formao, de fevereiro de 2001 a dezembro de 2008. Durante este
perodo, realizei inmeros exames preventivos e exame clnico das mamas e tambm grupos
operativos onde eram abordados os temas relativos sade da mulher dando-lhes
oportunidade de exporem as suas dvidas e preocupaes e prestando os esclarecimentos
necessrios medida que as dvidas eram verbalizadas.
A angstia fez parte do meu cotidiano sempre que eu analisava as anotaes e detectava que
as mulheres que realizavam o exame anualmente eram as mesmas, outras realizavam uma
nica vez e no retornavam, e outras mulheres nunca realizavam mesmo sendo orientadas da
importncia da preveno.
Mesmo realizando grupos operativos, e cobrando dos Agentes Comunitrios de Sade (ACS)
a busca ativa dessas pacientes, no se conseguia uma satisfao no servio, e a cobertura era
razoveis do exame preventivo.
Tendo a oportunidade neste momento de buscar na reviso de literatura, a atuao do
enfermeiro na preveno do cncer de colo de tero nas Unidades Bsicas de Sade para
subsidiar a minha prtica na tentativa de aumentar o nvel de adeso das mulheres ao exame.
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2 OBJETIVO
Analisar a atuao do enfermeiro na preveno do cncer do colo do tero junto s equipes de
sade da famlia, a partir de uma reviso de literatura.
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3 ABORDAGEM METODOLGICA
Neste estudo trabalhou-se com a reviso bibliogrfica utilizando-se como mtodo a reviso
narrativa que uma dos tipos de reviso de literatura, pela possibilidade de acesso
experincias de autores que j pesquisaram sobre o assunto.
A pesquisa bibliogrfica procura explicar e discutir um tema com base em referncias tericas
publicadas em livros, revistas, peridicos e outros. Busca tambm, conhecer e analisar
contedos cientficos sobre determinado tema, coloca o pesquisador em contato direto com
tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, sendo uma ao sobre
material j produzido (MARTINS, 2001; GIL, 2004; MARCONI; LAKATOS, 2007).
Os trabalhos de reviso so definidos por Noronha e Ferreira (2000, p.191) como
Estudos que analisam a produo bibliogrfica em determinada rea temtica, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma viso geral ou um relatrio do estado-da arte sobre um tpico especfico, evidenciando novas idias, mtodos, subtemas que tm recebido maior ou menor nfase na literatura selecionada.
Desta forma segundo os autores, a pesquisa bibliogrfica no apenas uma mera repetio do
que j foi dito ou escrito sobre determinado assunto, mas sim, proporciona o exame de um
tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a concluses inovadoras. A reviso literria
descrita por Gil (2004) como sendo uma ao sobre material j produzido, ou seja, artigos,
livros, dissertaes e teses. Possibilita ao pesquisador sumarizar as pesquisas j concludas e
obter suas concluses a partir de um tema de interesse.
3.1 Populao e amostra
Este trabalho foi realizado mediante levantamento bibliogrfico de textos, livros, peridicos,
cartilhas que atenderam o objetivo do estudo e busca digital no banco de dado LILACS
(Literatura Latino-Americana em Cincias de Sade).
Foram definidos os seguintes descritores para a busca dos artigos nos bancos de dados:
Papanicolaou, exame preventivo, cncer do colo do tero.
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A seleo foi realizada a partir de leitura criteriosa daqueles artigos que atendiam os critrios
de incluso definidos neste estudo que foram os artigos cientficos obtidos na integra e no
idioma portugus.
3.2 Anlise dos dados
Inicialmente foi realizada a leitura crtica dos textos e artigos selecionados para o estudo dado
a sua pertinncia com o objetivo proposto. Em seguida foram compiladas as principais
informaes, depois foi realizada uma anlise descritiva das mesmas.
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4 REVISO DA LITERATURA
Com o objetivo de esquematizar a apresentao da reviso da literatura, destacou-se
especificamente o cncer de colo do tero, visto que a literatura define que o cncer o nome
dado a um conjunto de mais de 100 doenas que tm em comum o crescimento desordenado
de clulas, que invadem tecidos e rgos, que podem espalhar-se para outras regies do corpo
(BRASIL, 2010).
Foi abordado tambm o Vrus Papiloma Humano (HPV) porque os vrus de alto risco tm
maior probabilidade de provocar leses persistentes e estar associados a leses pr-
cancerosas. A reviso da literatura se deu a partir da definio de eixos temticos, a saber:
4.1 Cncer de Colo do tero
No Brasil ao contrrio do que ocorre nos pases mais desenvolvidos, as taxas de mortalidade
por cncer do colo do tero continuam aumentando, em 1979, a taxa era de 3,44/100.000,
enquanto que em 1999 a taxa subiu para 4,67/100.000, correspondendo a uma variao
percentual relativa de 35,7% (BRASIL, 2010).
As estimativas, para o ano de 2010, no Brasil, sero vlidas tambm para o ano 2011, ou seja,
so esperados 18.430 casos, com um risco estimado de 18 casos a cada 100 mil mulheres. Os
tipos mais incidentes, exceo do cncer de pele do tipo no melanoma, sero os cnceres
de mama e do colo do tero, acompanhando o mesmo perfil da magnitude observada para a
Amrica Latina. (BRASIL, 2009).
Segundo Almeida et al. (2005) o cncer uma das doenas que mais causam temor na
sociedade, por ter se tornado um estigma de incurvel, de causa de mortalidade, de
sofrimento e de dor para o paciente. De origem latina, a palavra cncer (cancer) significa
caranguejo deve ter sido empregada em analogia ao modo de crescimento infiltrante, que
pode ser comparado s pernas do crustceo, que as introduz na areia ou lama para se fixar e
dificultar sua remoo.
O cncer do colo do tero uma doena de crescimento lento e silencioso. A deteco
precoce do cncer do colo do tero ou de leses precursoras plenamente justificvel, pois
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estimase a reduo em 80% da mortalidade se realizado rastreamento de mulheres na faixa
etria de 25 a 65 anos com o exame de Papanicolaou e tratamento das leses precursoras com
alto potencial de malignidade ou carcinoma "in situ(BRASIL, 2010).
A efetividade do exame preventivo de Papanicolaou e a longa fase detectvel pr-clnica do
cncer do colo do tero fazem com que o diagnstico precoce, por meio deste exame, seja a
melhor estratgia para a sua preveno.
4.2 Vrus Papiloma Humano (HPV)
Os HPV so vrus da famlia Papilomaviridae, capazes de provocar leses de pele ou mucosa.
Na maior parte dos casos, as leses tm crescimento limitado e habitualmente regridem
espontaneamente. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. Eles so classificados em de
baixo risco de cncer e de alto risco de cncer. Somente os de alto risco esto relacionados a
tumores malignos (BRASIL, 2010).
Os vrus de alto risco, com maior probabilidade de provocar leses persistentes e estar
associados a leses pr-cancerosas so os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros. J os HPV de
tipo 6 e 11, encontrados na maioria dos condilomas genitais e papilomas larngeos, parecem
no oferecer nenhum risco de progresso para malignidade, apesar de serem encontrados em
pequena proporo em tumores malignos (BRASIL, 2010).
Cerca de 95% dos casos de cncer de colo do tero so relacionados com o HPV, mas a
doena poder se desenvolver ou no, dependendo no s do tipo de HPV, mas tambm de
outros fatores relacionados com o hospedeiro, como o estado imunolgico, tabagismo,
multiplicidade de parceiros sexuais, iniciao sexual precoce e uso de contraceptivo oral
(BRASIL, 2006).
Como mtodo preventivo recentemente foi liberada uma vacina para o HPV, mas que ainda
no est disponibilizada na rede pblica encontrado nos laboratrios particulares por um
preo, que no acessvel para a maioria da populao. Entretanto est em estudo no
Ministrio da Sade o seu fornecimento pelo Sistema nico de Sade (SUS). importante
http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=327#comosao
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enfatizar que esta vacina no protege contra todos os subtipos do HPV. Sendo assim, o exame
preventivo deve continuar a ser feito mesmo em mulheres vacinadas (BRASIL, 2010).
A vacina tem o objetivo de prevenir a infeco por HPV e, dessa forma, reduzir o nmero de
pacientes que venham a desenvolver cncer do colo do tero. Apesar das grandes expectativas
e resultados promissores nos estudos clnicos, ainda no h evidncia suficiente da eficcia da
vacina contra o cncer do colo do tero (BRASIL, 2010).
Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos mais presentes no cncer de colo do tero
(HPV-16 e HPV-18). Mas o real impacto da vacinao s poder ser observado aps dcadas.
H duas vacinas comercializadas no Brasil. Uma delas quadrivalente, ou seja, previne contra
os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos casos de cncer de colo do tero e contra os tipos 6 e
11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra especfica para os subtipos 16
e 18 (BRASIL, 2010).
O objetivo da vacina no substituir o exame de Papanicolaou e sim favorecer para um
enfrentamento da situao. Os resultados da vacina s sero notados aps alguns anos de
utilizao. O exame de Papanicolaou deve ser uma prtica constante oferecida s mulheres. A
periodicidade preconizada para a realizao deste exame , inicialmente, uma vez por ano. No
caso de dois exames normais seguidos (com intervalo de um ano entre eles), e sua alterao o
exame dever ser feito a cada trs anos. Em caso de exames com resultados alterados a
mulher deve seguir as orientaes fornecidas pelo mdico que a acompanha (BRASIL 2000).
A fim de garantir a eficcia do resultado do exame preventivo, a mulher deve evitar relaes
sexuais, uso de duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas
anteriores ao exame. Alm disto, o exame no deve ser feito no perodo menstrual, pois a
presena de sangue pode alterar o resultado.
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4.3 Educao em Sade na Estratgia de Sade da Famlia
A educao em sade deve ser entendida como um componente e um recurso a ser utilizado
como estratgia no mbito da promoo da sade para melhoria da qualidade de vida.
(BRASIL, 1993).
A definio da melhoria da qualidade de vida ganhou mais visibilidade aps a carta de Ottawa
1986, resultante de um conjunto de fatores, dentre eles os sociais, econmicos, polticos,
culturais, ambientais, comportamentais e tambm biolgicos (BRASIL, 1993).
Desde a dcada de 1970, a educao em sade tem sido repensada no sentido de distanciar-se
das aes impositivas, caractersticas do discurso higienista (ALVES, 2005), mas, na
realidade, as atividades de educao em sade ainda so desenvolvidas de forma coercitiva e
normativa (GAZZINELLI, 2005).
Para Queiroz; Jorge (2006) o modelo de educao tradicional centrado no saber profissional
revela o distanciamento, dos servios de sade que no atende s reais necessidades dos
usurios e dificulta as possibilidades de acesso e vnculo aos servios de sade, sem
participao ativa da populao.
Para o mesmo autor, o mundo atual sofre transformaes rpidas e isso requer uma formao
tanto individual quanto coletiva coerente com a realidade. Fica, portanto, a educao
incumbida de transmitir fatos reais e coerentes com a evoluo dos mesmos, norteando os
indivduos em suas aes.
A educao, diante de sua responsabilidade, deve organizar-se de tal forma que cada
indivduo utilize dos 04 pilares da educao, aprendizagem fundamental que lhes daro
suporte por toda a vida. Os pilares do conhecimento so: aprender a conhecer, aprender a
fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. (DELORS, 1996).
Aprender a conhecer nada mais do que adquirir os meios instrumentais do conhecimento,
incorporando a cultura geral e ampla existente no contexto e por meio de mtodos simples
buscar apreender o significado dos fatos para que possa servir de suporte para toda a vida;
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Aprender a fazer significa colocar em prtica o que aprendeu agir coerentemente com o meio,
aquisio de competncias, tanto profissionais quanto pessoais a fim de que se possa utilizar
na prtica seus conhecimentos, prontos para possveis mudanas futuras no mbito
profissional, social;
Aprender a viver juntos, ou seja, compartilhar com outros em todos os mbitos da atividade
humana. Compreender as diferenas unindo idias, somando esforos, respeitando a
dignidade e individualidade de cada um;
Aprender a ser pressupe o poder que cada um possui em construir a sua individualidade, para
agir de forma autnoma e com discernimento, sem deixar de lado as idias dos outros, mas
com responsabilidade pessoal mediante suas aes.
Assim se forma um conjunto de aes educativas, dividido didaticamente a educao, mas
que constitui um todo integrado. H uma complementaridade de idias com o objetivo de
transformar o indivduo em um ser capaz de enfrentar as intempries do dia a dia.
Notadamente vivel a utilizao dos quatro pilares da educao para a formao de um ser
capaz de compreender o mundo, o outro e o seu eu (DELORS, 1996).
A educao deve acontecer de tal forma que contribua para a evoluo da humanidade,
orientando, solidificando conhecimentos, acompanhando a evoluo do mundo
(VASCONCELLOS, 1999).
Diante da estagnao da educao em uma fase da vida, dos acontecimentos, o aluno/paciente
no consegue acompanhar e aproveitar o mximo dos fatos favorveis a ele. Nesta situao os
mtodos de ensino devem ser melhorados, tendo em vista a importncia do seu papel social
para com a sociedade e para o alcance de seus objetivos.
Diante da necessidade da educao em favorecer ao aluno/paciente, a capacidade de se tornar
um cidado crtico, capaz de identificar os problemas sociais e assim contribuir para a
resoluo dos mesmos, a metodologia da problematizao traz em si o caminho a ser
percorrido, onde atravs dela o indivduo capaz de enfrentar os problemas e as mais
inesperadas situaes do dia a dia. (DELORS, 1996).
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Segundo o mesmo autor, o que dificulta a implementao desta pedagogia a falta de
conhecimento da forma de sua utilizao, ou mesmo resistncia de muitos
educadores/profissionais em romper com a metodologia tradicional.
A metodologia tradicional est baseada na transmisso do conhecimento, onde o indivduo
recebe prontas as informaes passadas pelo educador, torna-se incapaz de question-lo, pois
passa a ser um indivduo passivo, e que no traz consigo nenhuma informao, ou
conhecimento anterior (VASCONCELLOS, 1999).
A estratgia de PSF apresenta-se como o eixo norteador dos servios de ateno bsica e
possui como objeto de trabalho a famlia com todas as caractersticas loco regionais que ela
possui (BRASIL, 1996). Traz em si a oportunidade de se trabalhar com a metodologia
problematizadora, uma vez que possibilita conhecer o individuo como um todo, inserido em
seu ncleo familiar.
necessrio buscar o conhecimento prvio, no considerando o individuo como uma pgina
em branco, ele est inserido em uma comunidade, em uma famlia, culturalmente
influenciado; traz consigo conceitos pr-formados que precisaro da habilidade profissional
para ser trabalhados, no sob imposio, usando desta forma a problematizao na introduo
de novos conhecimentos.
O Programa de Sade da Famlia (PSF) surgiu no incio da dcada de 1990, para organizar a
Ateno Bsica e melhorar a qualidade do mesma. A partir da Norma Operacional Bsica-
NOB- de 1996, este passou a ser considerada estratgia reestruturante de todo o sistema de
sade, expandindo-se no pas. O PSF tem como desafios no s ampliar o acesso s aes de
sade, mas dar forma concreta a uma interpretao ampla de sade e s idias de integralidade
da ateno, promoo da sade, enfoque familiar, desenvolvimento de co-responsabilidades,
humanizao da assistncia, e formao de vnculo entre profissionais e populao
territorializada (SOUZA, 2000).
A Estratgia de Sade da Famlia prope uma nova dinmica para a estruturao dos servios
de sade, bem como para a sua relao com a comunidade e entre os diversos nveis de
complexidade assistencial. Assumindo assim o compromisso de prestar assistncia universal,
integral, equnime, contnua e, acima de tudo, resolutiva populao, na unidade de sade e
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no domiclio, sempre de acordo com as suas reais necessidades, identificando os fatores de
risco aos quais ela est exposta e neles intervindo de forma apropriada (SOUZA, 2000).
O PSF vem para romper com o modelo assistencial clnico, centrado na consulta mdica, na
supervalorizao da rede hospitalar, na cultura da medicalizao, na pr-consulta e na ps-
consulta e, sobretudo na falta de compromisso e de humanizao nas aes de promoo,
preveno, recuperao e reabilitao da sade dos indivduos em determinada rea de
abrangncia (ANTUNES et al., 2000).
O PSF torna-se assim uma nova proposta de assistncia sade no setor primrio. Segundo
Starfield (2002) a Ateno Primria Sade APS deve ser orientada pelos seguintes
princpios: primeiro contato; longitudinalidade; integralidade; coordenao; abordagem
familiar; enfoque comunitrio. Para Millman (1993) a APS deve ser a porta de entrada, ou
seja, o ponto de entrada de fcil acesso ao usurio para o sistema de servios de sade. O
acesso foi definido como o uso oportuno de servios de sade, visando o alcance de melhores
resultados possvel em sade (MINAS GERAIS, 2008).
O princpio do primeiro contato visa facilitar o acesso, possibilitando que os cidados
cheguem aos servios, ou seja, o elemento estrutural necessrio para a primeira ateno.
Portanto, o local de atendimento deve ser facilmente acessvel e disponvel para no afetar e
complicar um diagnstico, e o manejo do problema de sade (DONABEDIAN, 1973).
A aceitabilidade est relacionada satisfao dos usurios quanto localizao e a aparncia
do servio, a aceitao dos usurios quanto ao tipo de atendimento prestado e, tambm, a
aceitao dos usurios quanto aos profissionais responsveis pelo atendimento (MINAS
GERAIS, 2008).
O acesso ateno importante na reduo da morbidade e mortalidade. Evidncias
demonstram que o primeiro contato, pelos profissionais da APS, leva a uma ateno mais
apropriada e melhor resultados de sade e custos totais mais baixos (MINAS GERAIS, 2008).
O princpio da longitudinalidade deriva da palavra longitudinal e definida como lidar com
o crescimento e as mudanas de indivduos nos grupos no decorrer de um perodo de anos
(STARFIELD, 2002).
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De acordo a mesma autora, uma relao pessoal de longa durao entre profissionais de
sade e usurios em suas unidades de sade, independente do problema de sade ou at
mesmo da existncia de algum problema.
O princpio da integralidade exige que a APS reconhea as necessidades de sade da
populao e os recursos para abord-las. A APS deve prestar, diretamente, todos os servios
para as necessidades comuns e agir como um agente para a prestao de servios para as
necessidades que devem ser atendidas em outros pontos de ateno. A integralidade da
ateno um mecanismo importante porque assegura que os servios sejam ajustados s
necessidades de sade da populao (STARFIED, 2002).
Coordenao um princpio definido como estado de estar em harmonia numa ao ou
esforo comum um desafio para os profissionais e equipes de sade da APS, pois nem
sempre tm acesso s informaes dos atendimentos de usurios realizados em outros pontos
de ateno e, portanto, h dificuldade de viabilizar a continuidade do cuidado ( STARFIELD,
2002.p.365).
A essncia da coordenao a disponibilidade de informao a respeito dos problemas de
sade e dos servios prestados. Os pronturios clnicos eletrnicos e os sistemas
informatizados podem contribuir para a coordenao da ateno, quando possibilitam o
compartilhamento de informaes referentes ao atendimento dos usurios nos diversos pontos
de ateno, entre os profissionais da APS e especialistas (MINAS GERAIS, 2009).
O princpio da abordagem familiar requer aquele olhar da equipe de sade sobre os problemas
de sade dos membros da famlia. A centralizao na famlia requer mudana na prtica das
equipes de sade, atravs da abordagem familiar, intervenes personalizadas ao longo do
tempo, a partir da compreenso da estrutura familiar (MINAS GERAIS, 2009).
Sendo assim a abordagem mulher deve ser feita considerando o ncleo familiar em que est
inserida. Pelosso et al. (2008) afirmam que as medidas educativas tornam-se de extrema
importncia , sendo a preveno entendida como condio multifacetada, com influncia
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scio-econmica, polticos e culturais, como responsabilidade da sociedade a sada para a
reduo dos casos de cncer de colo de tero .
Segundo o mesmo autor, um nmero considerado de mulheres torna-se vulnervel, por
apresentarem sentimentos de medo, vergonha. H que se aprender uma nova forma de
vivenciar estas questes, cabendo muitas vezes ao profissional de sade, quebrar tabus, e agir
como um facilitador do acesso ao conhecimento a essa populao.
4.4 Assistncia de Enfermagem
O cncer de colo uma doena com alto potencial de cura desde que diagnosticado
precocemente. A prtica de sexo seguro, realizado atravs de uso de preservativo, pode ser
considerado como forma primria de preveno, neste sentido cabe ao enfermeiro enfatizar e
conscientizar na educao para sade da cliente e seus eventuais parceiros, a importncia do
uso de preservativos e explicar que imprescindvel fazer o exame preventivo anualmente
pois a principal forma de deteco precoce se d por meio do exame citolgico do colo do
tero (FIGUEREDO, 2001).
A Sistematizao de Assistncia de Enfermagem possibilita a assistncia mulher de forma
integral, com oportunidade na educao e orientao junto populao feminina,
esclarecendo dvidas e incentivo a realizao peridica do exame, contribuindo assim para
uma reduo no nmero de casos (TANNURE, 2008).
De acordo Tannure ( 2008) algumas aes so necessrias para sistematizao da assistncia,
como:
A Capacitao dos Agentes Comunitrias de Sade (ACS) da Estratgia Sade da
Famlia sobre a necessidade do acompanhamento ativo das mulheres.
A realizao do levantamento das mulheres da faixa etria preconizada, com a
participao dos ACS utilizando do mtodo de arquivo rotativo com monitoramento
mensal.
A realizao de busca ativa das mulheres na faixa etria preconizada, nas micro-reas,
atravs de visita domiciliar agendada pelo Agente Comunitrio de Sade;
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Levantamento sobre os fatores que podero estar levando as mulheres a no realizarem
o exame Papanicolaou.
Estudos realizados pelo Ministrio da Sade vm demonstrar que a maior parte dos exames
preventivos do colo do tero, realizada em mulheres com menos de 35 anos, ocorrendo
assim uma subutilizao da rede, uma vez que, no esto sendo atingidas as mulheres na faixa
etria de maior risco. A identificao das mulheres na faixa etria de maior risco,
especialmente aquelas que nunca realizaram exame na vida, o objetivo da captao ativa. As
estratgias de captao devem respeitar as peculiaridades regionais envolvendo lideranas
comunitrias, profissionais de sade, movimentos de mulheres, meios de comunicao entre
outros (BRASIL, 2006).
Ferreira (2009) realizou um estudo em um Centro de Sade Escola - Botucatu (SP), para
analisar os motivos que influenciaram um grupo de 20 mulheres com vida sexual ativa a
nunca terem realizado o exame Papanicolau. Os motivos que levaram essas mulheres a nunca
ter realizado o exame foram: desconhecimento sobre o cncer de colo uterino, da tcnica de
coleta, da importncia do exame preventivo, sentimento de medo na realizao do exame,
medo de se deparar com resultado positivo para cncer, sentimentos de vergonha e
constrangimento, dificuldades para a realizao do exame , dificuldades de acesso ao servio
e necessidade de modelo de comportamentos adequados preveno de sade.
Martins et al. (2009) realizou tambm um estudo para identificar os fatores associados ao
rastreamento inadequado do cncer cervical, em duas cidades brasileiras (Fortaleza e Rio de
Janeiro). Identificaram que as maiores razes de prevalncia para a no realizao do exame
pelas mulheres foram: mulheres com baixa escolaridade, de menor renda per capita, com
maiores faixas etrias e solteiras.
Estes estudos vieram reforar a importncia do enfermeiro conhecer os motivos da no adeso
das mulheres ao exame preventivo, pois a partir dos resultados, do contexto real, ele apropria
do conhecimento para planejar estratgias para atender as mulheres em sua individualidade,
atravs da consulta de enfermagem e visita domiciliar ou coletivamente atravs de grupos
operativos. Existe uma real necessidade de interveno. As aes educativas so os
instrumentos de trabalho do enfermeiro de fundamental importncia para facilitar o
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diagnstico precoce e tambm o acesso aos servios para garantir os mtodos de diagnstico e
tratamento adequados.
A motivao das mulheres para a realizao do exame ginecolgico segundo Rodrigues et al.
(2001), de fundamental importncia porque apesar da compreenso da importncia da
realizao do exame, as mulheres expressam sentimento de medo, vergonha e nervosismo
durante a realizao do exame. As autoras ressaltaram que as mulheres necessitam de uma
assistncia mais voltada para os aspectos educativos, com vistas a adotar comportamentos
favorveis s medidas de promoo e do autocuidado.
Algumas aes so importantes, no que tange a preveno do cncer do colo: a realizao de
agendamento das mulheres para atendimento na Unidade Bsica de Sade para o rastreamento
do cncer de colo de tero, assim como o estabelecimento de que todas as mulheres
agendadas sejam acolhidas pela enfermeira, onde passar pela consulta de enfermagem com
realizao do Exame Clnico das Mamas e a coleta de material para exames citopatolgicos
cervico-vaginal e microflora.
Para Ministrio da Sade (BRASIL, 2006), as aes de preveno, oferta de servios para
deteco em estgios iniciais da doena e para o tratamento e reabilitao das mulheres, so
estratgias utilizadas com os objetivos de reduzir a ocorrncia (incidncia e a mortalidade) do
cncer do colo do tero, e as repercusses fsicas, psquicas e sociais causadas por esse tipo de
cncer.
Ainda esclarece que desde 1988, o exame citopatolgico deve ser realizado em mulheres de
25 a 59 anos de idade, com vida sexual ativa, uma vez por ano e, aps dois exames anuais
consecutivos negativos, a cada trs anos. Enfatizando que a efetividade do diagnstico
precoce associado ao tratamento em seus estdios iniciais tem resultado em uma reduo das
taxas de incidncia de cncer invasor que pode chegar a 90%.
Essa recomendao apoia-se na observao da histria natural do cncer do colo do tero, que permite a deteco precoce de leses pr-malignas ou malignas e o seu tratamento oportuno, graas lenta progresso que apresenta para doena mais grave (BRASIL, 2006, p.58).
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Estudos mostram que as principais atividades realizadas pelos enfermeiros so: preveno do
cncer de colo do tero, assistncia ao pr-natal de baixo risco, planejamento familiar e
educao em sade. Em relao preveno do cncer de colo do tero, podemos analisar que
ela a principal atividade executada, o que demonstra preocupao por parte dos enfermeiros
com esse tipo de cncer, j que uma neoplasia comum em mulheres (PRIMO et al.,2008).
Segundo os mesmos autores a educao em sade figura como uma prtica prevista para
todos os profissionais que compem a equipe de sade da famlia para a preveno em sade.
No entanto, analisando o significado da preveno do cncer de colo de tero, ficou evidente
que as mulheres, em idade em realizar o exame tm pouca clareza do seu significado, pois
para ela somente o exame de papanicolaou foi visto como mtodo preventivo. Ficando claro
que os profissionais inclusive os enfermeiros, no esto adotando estratgias que possibilitam
repassar informaes de preveno primria em relao ao cncer cervical (THUM et al.,
2009).
No que se refere ao saber sobre a realizao da citologia onctica, apesar da existncia de
programas e campanhas peridicas para a realizao do exame considervel o nmero de
mulheres que desconhecem o exame e/ ou a realizao deste. Estudo evidenciou a
importncia da realizao da citologia onctica tanto para a deteco de doenas, dentre elas o
cncer, quanto uma medida de preveno (BRITO et al., 2007).
Portanto, os profissionais de sade que realizam a citologia onctica, ao atenderem as
mulheres, deveriam ir ao encontro do que elas pensam e esperam da realizao desse exame,
buscando alcanar medidas preventivas, baseadas no desenvolvimento de uma conscincia
crtica, com vistas a mudanas no quadro epidemiolgico de morbimortalidade feminina.
(BRITO et al., 2007).
Conforme o autor acima citado, estudo possibilitou enfermagem o poder de vislumbrar
ampla atuao na rea de preveno do cncer de colo, a partir do desenvolvimento de aes
que levem em considerao as necessidades das mulheres, criando condies para que estas
possam repensar os significados que atribuem ao seu corpo e aos seus direitos e deveres com
relao a sua sade.
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Sendo assim Brito et al. (2007) infere que a citologia onctica para preveno do cncer de
colo de tero e de outras patologias deve ser valorizada pelos profissionais de sade,
priorizando aes que levem em considerao as necessidades das mulheres, considerando-as
ativas e responsveis pelo cuidado com sua sade, com vistas ao desenvolvimento de uma
conscincia crtica a respeito da relevncia de se realizar efetivamente a preveno.
Pode se dizer que o enfermeiro o profissional que coordena e gerencia todo o processo de
assistncia a ser desenvolvido em relao usuria. As especificidades, necessidades, altas e
recuperao, constituem a principal razo da assistncia de enfermagem, a qual deve,
portanto, ser realizada eficientemente, com comprometimento de quem a desenvolve,
garantindo qualidade do cuidado prestado e, principalmente, a satisfao do paciente e seus
familiares (BARBOSA, et al., 2008). O enfermeiro bem capacitado torna-se um profissional
mpar para atuar em equipe multiprofissional no desenvolvimento de aes de planejamento,
execuo, assessoria, avaliao, controle e superviso de programas de preveno do cncer
de colo de tero.
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5 CONSIDERAES FINAIS
Os elevados ndices de incidncia e mortalidade por cncer do colo do tero no Brasil
justificam a elaborao e implementao de aes efetivas relacionadas ao controle do cncer
do colo do tero, que incluam aes de promoo sade, preveno e deteco precoce,
tratamento e de cuidados paliativos, quando esses se fizerem necessrios.
Neste sentido imprescindvel a humanizao por parte dos mdicos e enfermeiros para criar
uma empatia e assim compartilhar dos sentimentos e sensaes das mulheres durante o exame
Papanicolaou sem, contudo, deixar de utilizar o aparato tecnolgico necessrio realizao do
exame, mas possibilitar um momento mais acolhedor e menos constrangedor para as
mulheres.
Outro aspecto importante e fruto deste trabalho foram a constatao da importncia da
capacitao de todos os profissionais da equipe de sade para aproveitar as oportunidades
quando da vinda das mulheres UBS, para inform-las da importncia da realizao do
exame preventivo do cncer de colo do tero.
Os estudos mostraram que para diminuir a mortalidade das mulheres e melhorar a cobertura
dos exames necessrio que o enfermeiro com a colaborao dos ACS realize um
rastreamento das mulheres que nunca fizeram o exame de preventivo ou que o realizam com
baixa freqncia, para diagnosticar a ausncia das mesmas aos exames, pois o conhecimento
dos fatores da no adeso vai contribuir para direcionar a criao de estratgias de
enfrentamento da questo, direcionando para a elaborao de um plano de ao.
Ressaltam ainda a importncia de aes educativas, cabe ao enfermeiro enfatizar e
conscientizar a cliente e seus eventuais parceiros, a importncia do uso de preservativos e
explicar que imprescindvel fazer o exame preventivo anualmente, pois a principal forma
deteco precoce se d por meio do exame citolgico do colo do tero e tambm a divulgao
para a populao sobre a necessidade de realizar o exame de preveno do cncer.
Algumas aes realizadas pelo enfermeiro so importantes para o controle da doena, como o
encaminhamento de mulheres portadoras de leses cervicais pr-invasoras para o tratamento,
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a frequncia das campanhas de coleta do exame cito patolgico e o incentivo s mulheres para
a consulta ginecolgica de rotina.
Alm disso, fica cada vez mais evidente a importncia do enfermeiro na preveno do cncer
de colo de tero, atuando no s tecnicamente, mas como facilitador do acesso da populao
aos servios de preveno, com nfase igualitria as outras aes como, por exemplo, as
educativas. A prtica educativa como atuao da enfermagem uma estratgia efetiva na
preveno do cncer apontado por vrios autores.
O enfermeiro na Estratgia da Sade da Famlia deve sistematizar a assistncia de
enfermagem traando algumas aes incluindo a capacitao dos ACS sobre a necessidade do
acompanhamento ativo das mulheres, realizao do levantamento das mulheres da faixa etria
preconizada, com a participao dos ACS, atravs de visita domiciliar, Levantamento sobre os
fatores que podero estar levando as mulheres a no realizarem o exame Papanicolaou.
A enfermagem tem um papel imprescindvel na preveno do cncer de colo de tero,
identificando as populaes de alto risco, desenvolvendo aes de planejamento, controle e
superviso de programas de educao e preveno, e assim contribuindo para um diagnstico
precoce da doena.
Fica evidente a importncia do atendimento da enfermagem s mulheres, buscando encoraj-
las a realizarem com freqncia o exame preventivo, orientando-as sobre os fatores de risco,
ressaltando as vantagens da deteco precoce da doena, esclarecendo possveis dvidas sobre
o exame de Papanicolaou, visando assim, romper certa dificuldade que ainda existe por
parte de algumas mulheres.
Espera-se que com a elaborao e implantao um plano de ao possa solucionar os ns
crticos, ou seja, os fatores dificultadores realizao do exame, o cumprimento de metas na
UBS quanto realizao do exame de Papanicolaou nas mulheres na faixa de 25 a 59 anos.
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