atuaÇÃo do enfermeiro na estratÉgia de saÚde da … · tolerância, apoio, força, incentivo,...

32
ANA CÁCIA ARCANJO ROCHA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, para a obtenção do Certificado de Especialista. Orientadora: Prof a . Dr a Eulita Maria Barcelos TEÓFILO OTONI /MG 2011

Upload: vodat

Post on 01-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • ANA CCIA ARCANJO ROCHA

    ATUAO DO ENFERMEIRO NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA NA PREVENO DO CNCER DO COLO DO TERO

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Especializao em Ateno Bsica em Sade da Famlia, Universidade Federal de Minas Gerais, para a obteno do Certificado de Especialista. Orientadora: Profa. Dra Eulita Maria Barcelos

    TEFILO OTONI /MG

    2011

  • ANA CCIA ARCANJO ROCHA

    ATUAO DO ENFERMEIRO NA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA NA PREVENO DO CNCER DO COLO DO TERO

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Especializao em Ateno Bsica em Sade da Famlia, Universidade Federal de Minas Gerais, para a obteno do Certificado de Especialista. Orientadora: Profa. Dra Eulita Maria Barcelos

    Banca Examinadora

    Profa. Dra Eulita Maria Barcelos - orientadora Profa. Dra Maria Rizoneide Negreiros de Arajo - UFMG

    Aprovado em Belo Horizonte ____/____/____

  • Dedico este trabalho, Deus , ao Maclio, Ana Clara, minha famlia, aos amigos, colegas de trabalho e orientadora pelo apoio, fora, incentivo, companheirismo e amizade.

  • Agradeo a Deus por me amparar nos momentos difceis, me dar fora interior para superar as dificuldades, mostrar os caminhos nas horas incertas e me suprir em todas as minhas necessidades.

    A orientadora Eulita, por todo empenho, sabedoria, compreenso e, acima de tudo, exigncia, e enfim, pela amizade.

    Ao Maclio, companheiro de todas as horas, por compreender meus momentos de ausncia, impulsionou-me para frente para a realizao de meus sonhos. Um amor construdo.

    A minha filha Ana Clara tesouro: com apenas 4 anos, soube tolerar as minhas ausncias transformando cada momento presente inesquecvel, possibilitando-me, sempre, vislumbrar um novo amanh.

    Aos meus pais, Maria e Geraldo, mesmo que sem entender a necessidade de ausentar-me tanto, permitiram-me trilhar o caminho da vida: amor incondicional.

    Aos meus irmos: Marilene, Amarilda, Luiza, Milton, Gonzaga, Romilton, Jorge, Leonardo, Gabriel, aos quais amo muito, pelo carinho, pacincia e incentivo.

    Aos meus queridos sobrinhos: Renata, Rodrigo, Caroline, Gabriela, Mariane, Bruno, Dante, Mari, Raissa, Lorena, Jeampierre, Nathaniel, Emanuel, Hortncia, Romiltinho, Isac, Kika, Gabriele, Hercules, Pablo e Joo Manoel pelo incentivo e carinho a todo o momento.

    A todos da minha segunda famlia, em especial minha sogra Ngime e concunhada Marluce, pelo carinho e incentivo.

    Aos meus amigos, colegas de Trabalho do Ambulatrio Municipal de Itambacuri pela tolerncia, apoio, fora, incentivo, companheirismo e amizade.

    A minha secretria Adriana, com seu carinho e dedicao para com minha filha, possibilitou-me ausentar nos momentos necessrios.

    A todos os colegas e professores da Especializao em Sade da Famlia pelo convvio e aprendizado.

  • Todo o futuro da nossa espcie, todo o governo das sociedades, toda a prosperidade moral e material das naes dependem da cincia, como a vida do homem depende do ar. Ora, a cincia toda observao, toda exatido, toda verificao experimental. Perceber os fenmenos, discernir as relaes, comparar as analogias e as dessemelhanas, classificar as realidades, e induzir as leis, eis a cincia; eis, portanto, o alvo que a educao deve ter em mira. Despertar na inteligncia nascente as faculdades cujo concurso se requer nesses processos de descobrir e assimilar a verdade.

    Rui Barbosa

  • RESUMO

    O controle do cncer em nosso pas representa um dos grandes desafios que a sade pblica enfrenta, pois o cncer do colo do tero o segundo tipo de cncer mais comum entre as mulheres. A elevada incidncia e os altos ndices de mortalidade por esse agravo justificam a implantao de estratgias para controle efetivo dessa doena que abrangem a promoo sade por meio da preveno e deteco precoce, tratamento e cuidados paliativos, quando necessrios. Sabe-se que a principal forma de preveno se d por meio do exame de Papanicolaou. Assim, este estudo teve como objetivo analisar a atuao do enfermeiro na preveno do cncer do colo do tero junto s equipes de sade da famlia, a partir de uma reviso de literatura. Foi realizada uma reviso narrativa da literatura nacional cuja trajetria metodolgica percorrida apoiou-se nas leituras exploratrias e seletivas de publicaes cientficas encontradas nos bancos de dados LILACS (Literatura Latino-Americana em Cincias de Sade), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) e SCIELO (Scientific Eletronic Library On-line) sobre a atuao do enfermeiro na preveno do cncer do colo de tero na Estratgia da Sade da Famlia. Os estudos mostram que as atividades realizadas pelo enfermeiro na estratgia sade da famlia so prioritariamente, a preveno do cncer do colo do tero, a assistncia ao pr-natal de baixo risco, o planejamento familiar e educao em sade. ressaltada a importncia de aes educativas e de divulgao da oferta das aes pelo servio de sade para a populao feminina e sobre a necessidade de realizar o exame de preveno do cncer do colo do tero. Para diminuir a mortalidade das mulheres acometidas e melhorar a cobertura dos exames necessrio um rastreamento das mulheres que nunca fizeram o exame de preventivo ou que o realizam com baixa freqncia. Consequentemente, o papel do enfermeiro de suma importncia na educao e orientao junto populao feminina, esclarecendo possveis dvidas e incentivando a realizao peridica do exame, contribuindo assim para a reduo da incidncia do cncer do colo do tero.

    Palavras chaves: Papanicolau, exame preventivo, Cncer do colo do tero.

  • ABSTRACT

    The cancer control in our country represents one of the greatest challenges facing public health, because cancer of the cervix is the second most common cancer among women. The high incidence and high mortality rates due to these conditions warrant the implementation of strategies for effective control of this disease which include the promotion of health through prevention and early detection, treatment and palliative care when needed. It is known that the main form of prevention is through the Pap smear. This study aimed to verify what has been the contribution of the nurse working in the family health strategy to deal with this problem, through a literature review. We conducted a narrative review of national literature whose methodological path traveled has relied on exploratory and selective readings of scientific publications found in the databases LILACS (Latin American Health Sciences), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem Online line) and SCIELO (Scientific Electronic Library Online) on the performance of nurses in preventing cervical cancer in the Family Health Strategy. Studies show that activities performed by nurses in family health strategy are priority, the prevention of cancer of the cervix, the prenatal care of low risk, family planning and health education. We emphasize the importance of educational and dissemination of the offer of shares by the health service for the female population and the need for a preventive examination for cancer of the cervix. To reduce mortality from breast cancer patients and improve the coverage of screening tests is necessary for women who never did take preventive or who perform infrequently. Consequently, the role of nurses is of paramount importance in education and guidance by the female population, accounting for possible questions and encouraging the periodical testing, thereby contributing to reducing the incidence of cancer of the cervix. Keywords: Papanicolau, pap smear, cervical cancer.

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ................................................................................................................... 10 2 OBJETIVO ......................................................................................................................... .13 3 ABORDAGEM METODOLGICA............................................................................... 14 3.1 Populao e amostra............................................................................................................14 3.2.Analise dos dados............................................................................................................... 15

    4 REVISO DA LITERATURA ..........................................................................................16 4.1 Cncer de Colo do tero................................................................................................... 16 4.2 Vrus Papiloma Humano (HPV).........................................................................................17 4.3 Educao em Sade na Estratgia de Sade da Famlia...................................................19 4.4 Assistncia de Enfermagem................................................................................................24

    5 CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................29

    REFERNCIAS................................................................................................................... 31

  • 10

    1 INTRODUO

    O controle do cncer em nosso pas representa um dos grandes desafios para a sade pblica.

    O cncer de colo do tero o segundo tipo de cncer mais comum entre as mulheres.

    (BRASIL, 2009).

    O Instituto Nacional do Cncer divulgou que a mortalidade por cncer de colo de tero em

    1999 atingiu a terceira colocao no Brasil, com o ndice de 7,39 % das mortes; enquanto que

    no perodo de 1979 a 1999, essas taxas eram de 3,44 para 4,67 bitos por 100 mil mulheres, o

    que significa que houve uma variao significativa de 35,7 % no perodo. No ano de 2008 a

    estimativa foi de 13,48 por 100 mil casos novos para o cncer de tero. Em 2010, so

    esperados 18.430, com um risco estimado de 18 casos a cada 100 mil mulheres (BRASIL,

    2009).

    Estima-se uma reduo de at 80% na mortalidade por esse tipo de cncer por meio do

    rastreamento de mulheres na faixa etria de 25 a 65 anos com o teste de Papanicolaou e

    tratamento das leses precursoras com alto potencial de malignidade ou carcinoma "in situ".

    Para tanto necessrio garantir a organizao, a integralidade e a qualidade do programa de

    rastreamento, bem como do tratamento das pacientes (BRASIL, 2009).

    A principal medida de controle realizada para deteco precoce da doena se d por meio de

    um exame simples, porm de fundamental importncia que o citopatolgico de colo do tero

    (ou Papanicolaou). Esse exame indica a presena de leses neoplsicas ou pr-neoplsicas,

    sendo possvel assim interromper a evoluo dessas leses (SO PAULO, 2004).

    Estudos mostram que as mulheres mesmo conhecendo a importncia da preveno geralmente

    procuram fazer o exame preventivo somente na presena de algum sintoma. A maioria delas

    sente constrangimento em realiz-lo, por medo, vergonha em expor o corpo, no apresentando

    nenhum conhecimento sobre o corpo ou sexualidade, desconhecem sobre o exame e

    mencionam no ter recebido esclarecimentos sobre a realizao do referido exame (DUAVY

    et al. ,2007).

  • 11

    As mais altas taxas de incidncia do cncer do colo do tero so observadas em pases pouco

    desenvolvidos, indicando uma forte associao deste tipo de cncer com as condies de vida

    precria, com os baixos ndices de desenvolvimento humano, com a ausncia ou fragilidade

    das estratgias de educao comunitria (promoo e preveno em sade) e com a

    dificuldade de acesso a servios pblicos de sade para o diagnstico precoce e o tratamento

    das leses precursoras (BRASIL, 2006).

    Dentre todos os tipos, o cncer do colo do tero o que apresenta um dos mais altos

    potenciais de preveno e cura, chegando perto de 100%, quando diagnosticado

    precocemente. Seu pico de incidncia situa-se entre 40 e 60 anos de idade e apenas uma

    pequena porcentagem ocorre abaixo dos 30 anos. Existe no Brasil, o Programa Viva Mulher,

    que desenvolve aes de deteco precoce, por meio do exame Papanicolaou, exames de

    confirmao diagnstica e tratamento, com o objetivo de impedir o avano da doena. O

    programa prioriza as mulheres na faixa etria de 25 a 59 anos de idade (BRASIL, 2009).

    De acordo com os dados apresentados pelo Instituto Nacional do Cncer (INCA), o percentual

    de exames de papanicolau tem aumentado, ainda que de forma insatisfatria, uma vez que no

    refletiu na diminuio da mortalidade por cncer de colo de tero, caracterizando diagnstico

    tardio da doena. O diagnstico tardio pode estar relacionado com a dificuldade de acesso aos

    servios e programas de sade, com a baixa capacitao dos recursos humanos envolvidos na

    ateno ontolgica (principalmente em municpios de pequeno e mdio porte), com a

    capacidade do sistema pblico de sade para absorver a demanda, com as dificuldades dos

    gestores municipais e estaduais em definir e estabelecer um fluxo assistencial, orientado por

    critrios de hierarquizao dos diferentes nveis de ateno, que permite o manejo e o

    encaminhamento adequado de casos suspeitos para investigao em outros nveis do sistema

    (BRASIL, 2006).

    Para diminuir o diagnstico tardio do cncer do colo uterino necessria uma reestruturao

    no sistema pblico de sade do Municpio e a efetivao da preveno por meio do exame

    Papanicolaou. Dentre outras aes preventivas, a preveno primria, ou seja, educao em

    sade sobre o uso de preservativos durante a relao sexual, uma vez que a prtica de sexo

    seguro uma das formas de evitar o contgio com o HPV (vrus do papiloma humano), vrus

    esse que tem um papel importante para o desenvolvimento do cncer e de suas leses

    precursoras (BRASIL, 2006).

  • 12

    Na minha vivncia tenho percebido que ateno sade da mulher em algumas regies

    continua ainda centralizada na figura do mdico. Com a implantao da Estratgia Sade da

    Famlia (ESF) as aes vm sendo progressivamente compartilhadas com os profissionais que

    compem as equipes. Hoje na maioria das equipes de sade da famlia quem realiza o

    preventivo de cncer de colo uterino so as enfermeiras. Quando tem um resultado no

    esperado, faz-se o encaminhamento ao mdico.

    O que me motivou a falar sobre o tema foi o fato de estar inserida em Estratgia de Sade da

    Famlia desde a minha formao, de fevereiro de 2001 a dezembro de 2008. Durante este

    perodo, realizei inmeros exames preventivos e exame clnico das mamas e tambm grupos

    operativos onde eram abordados os temas relativos sade da mulher dando-lhes

    oportunidade de exporem as suas dvidas e preocupaes e prestando os esclarecimentos

    necessrios medida que as dvidas eram verbalizadas.

    A angstia fez parte do meu cotidiano sempre que eu analisava as anotaes e detectava que

    as mulheres que realizavam o exame anualmente eram as mesmas, outras realizavam uma

    nica vez e no retornavam, e outras mulheres nunca realizavam mesmo sendo orientadas da

    importncia da preveno.

    Mesmo realizando grupos operativos, e cobrando dos Agentes Comunitrios de Sade (ACS)

    a busca ativa dessas pacientes, no se conseguia uma satisfao no servio, e a cobertura era

    razoveis do exame preventivo.

    Tendo a oportunidade neste momento de buscar na reviso de literatura, a atuao do

    enfermeiro na preveno do cncer de colo de tero nas Unidades Bsicas de Sade para

    subsidiar a minha prtica na tentativa de aumentar o nvel de adeso das mulheres ao exame.

  • 13

    2 OBJETIVO

    Analisar a atuao do enfermeiro na preveno do cncer do colo do tero junto s equipes de

    sade da famlia, a partir de uma reviso de literatura.

  • 14

    3 ABORDAGEM METODOLGICA

    Neste estudo trabalhou-se com a reviso bibliogrfica utilizando-se como mtodo a reviso

    narrativa que uma dos tipos de reviso de literatura, pela possibilidade de acesso

    experincias de autores que j pesquisaram sobre o assunto.

    A pesquisa bibliogrfica procura explicar e discutir um tema com base em referncias tericas

    publicadas em livros, revistas, peridicos e outros. Busca tambm, conhecer e analisar

    contedos cientficos sobre determinado tema, coloca o pesquisador em contato direto com

    tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, sendo uma ao sobre

    material j produzido (MARTINS, 2001; GIL, 2004; MARCONI; LAKATOS, 2007).

    Os trabalhos de reviso so definidos por Noronha e Ferreira (2000, p.191) como

    Estudos que analisam a produo bibliogrfica em determinada rea temtica, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma viso geral ou um relatrio do estado-da arte sobre um tpico especfico, evidenciando novas idias, mtodos, subtemas que tm recebido maior ou menor nfase na literatura selecionada.

    Desta forma segundo os autores, a pesquisa bibliogrfica no apenas uma mera repetio do

    que j foi dito ou escrito sobre determinado assunto, mas sim, proporciona o exame de um

    tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a concluses inovadoras. A reviso literria

    descrita por Gil (2004) como sendo uma ao sobre material j produzido, ou seja, artigos,

    livros, dissertaes e teses. Possibilita ao pesquisador sumarizar as pesquisas j concludas e

    obter suas concluses a partir de um tema de interesse.

    3.1 Populao e amostra

    Este trabalho foi realizado mediante levantamento bibliogrfico de textos, livros, peridicos,

    cartilhas que atenderam o objetivo do estudo e busca digital no banco de dado LILACS

    (Literatura Latino-Americana em Cincias de Sade).

    Foram definidos os seguintes descritores para a busca dos artigos nos bancos de dados:

    Papanicolaou, exame preventivo, cncer do colo do tero.

  • 15

    A seleo foi realizada a partir de leitura criteriosa daqueles artigos que atendiam os critrios

    de incluso definidos neste estudo que foram os artigos cientficos obtidos na integra e no

    idioma portugus.

    3.2 Anlise dos dados

    Inicialmente foi realizada a leitura crtica dos textos e artigos selecionados para o estudo dado

    a sua pertinncia com o objetivo proposto. Em seguida foram compiladas as principais

    informaes, depois foi realizada uma anlise descritiva das mesmas.

  • 16

    4 REVISO DA LITERATURA

    Com o objetivo de esquematizar a apresentao da reviso da literatura, destacou-se

    especificamente o cncer de colo do tero, visto que a literatura define que o cncer o nome

    dado a um conjunto de mais de 100 doenas que tm em comum o crescimento desordenado

    de clulas, que invadem tecidos e rgos, que podem espalhar-se para outras regies do corpo

    (BRASIL, 2010).

    Foi abordado tambm o Vrus Papiloma Humano (HPV) porque os vrus de alto risco tm

    maior probabilidade de provocar leses persistentes e estar associados a leses pr-

    cancerosas. A reviso da literatura se deu a partir da definio de eixos temticos, a saber:

    4.1 Cncer de Colo do tero

    No Brasil ao contrrio do que ocorre nos pases mais desenvolvidos, as taxas de mortalidade

    por cncer do colo do tero continuam aumentando, em 1979, a taxa era de 3,44/100.000,

    enquanto que em 1999 a taxa subiu para 4,67/100.000, correspondendo a uma variao

    percentual relativa de 35,7% (BRASIL, 2010).

    As estimativas, para o ano de 2010, no Brasil, sero vlidas tambm para o ano 2011, ou seja,

    so esperados 18.430 casos, com um risco estimado de 18 casos a cada 100 mil mulheres. Os

    tipos mais incidentes, exceo do cncer de pele do tipo no melanoma, sero os cnceres

    de mama e do colo do tero, acompanhando o mesmo perfil da magnitude observada para a

    Amrica Latina. (BRASIL, 2009).

    Segundo Almeida et al. (2005) o cncer uma das doenas que mais causam temor na

    sociedade, por ter se tornado um estigma de incurvel, de causa de mortalidade, de

    sofrimento e de dor para o paciente. De origem latina, a palavra cncer (cancer) significa

    caranguejo deve ter sido empregada em analogia ao modo de crescimento infiltrante, que

    pode ser comparado s pernas do crustceo, que as introduz na areia ou lama para se fixar e

    dificultar sua remoo.

    O cncer do colo do tero uma doena de crescimento lento e silencioso. A deteco

    precoce do cncer do colo do tero ou de leses precursoras plenamente justificvel, pois

  • 17

    estimase a reduo em 80% da mortalidade se realizado rastreamento de mulheres na faixa

    etria de 25 a 65 anos com o exame de Papanicolaou e tratamento das leses precursoras com

    alto potencial de malignidade ou carcinoma "in situ(BRASIL, 2010).

    A efetividade do exame preventivo de Papanicolaou e a longa fase detectvel pr-clnica do

    cncer do colo do tero fazem com que o diagnstico precoce, por meio deste exame, seja a

    melhor estratgia para a sua preveno.

    4.2 Vrus Papiloma Humano (HPV)

    Os HPV so vrus da famlia Papilomaviridae, capazes de provocar leses de pele ou mucosa.

    Na maior parte dos casos, as leses tm crescimento limitado e habitualmente regridem

    espontaneamente. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. Eles so classificados em de

    baixo risco de cncer e de alto risco de cncer. Somente os de alto risco esto relacionados a

    tumores malignos (BRASIL, 2010).

    Os vrus de alto risco, com maior probabilidade de provocar leses persistentes e estar

    associados a leses pr-cancerosas so os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros. J os HPV de

    tipo 6 e 11, encontrados na maioria dos condilomas genitais e papilomas larngeos, parecem

    no oferecer nenhum risco de progresso para malignidade, apesar de serem encontrados em

    pequena proporo em tumores malignos (BRASIL, 2010).

    Cerca de 95% dos casos de cncer de colo do tero so relacionados com o HPV, mas a

    doena poder se desenvolver ou no, dependendo no s do tipo de HPV, mas tambm de

    outros fatores relacionados com o hospedeiro, como o estado imunolgico, tabagismo,

    multiplicidade de parceiros sexuais, iniciao sexual precoce e uso de contraceptivo oral

    (BRASIL, 2006).

    Como mtodo preventivo recentemente foi liberada uma vacina para o HPV, mas que ainda

    no est disponibilizada na rede pblica encontrado nos laboratrios particulares por um

    preo, que no acessvel para a maioria da populao. Entretanto est em estudo no

    Ministrio da Sade o seu fornecimento pelo Sistema nico de Sade (SUS). importante

    http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=327#comosao

  • 18

    enfatizar que esta vacina no protege contra todos os subtipos do HPV. Sendo assim, o exame

    preventivo deve continuar a ser feito mesmo em mulheres vacinadas (BRASIL, 2010).

    A vacina tem o objetivo de prevenir a infeco por HPV e, dessa forma, reduzir o nmero de

    pacientes que venham a desenvolver cncer do colo do tero. Apesar das grandes expectativas

    e resultados promissores nos estudos clnicos, ainda no h evidncia suficiente da eficcia da

    vacina contra o cncer do colo do tero (BRASIL, 2010).

    Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos mais presentes no cncer de colo do tero

    (HPV-16 e HPV-18). Mas o real impacto da vacinao s poder ser observado aps dcadas.

    H duas vacinas comercializadas no Brasil. Uma delas quadrivalente, ou seja, previne contra

    os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos casos de cncer de colo do tero e contra os tipos 6 e

    11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra especfica para os subtipos 16

    e 18 (BRASIL, 2010).

    O objetivo da vacina no substituir o exame de Papanicolaou e sim favorecer para um

    enfrentamento da situao. Os resultados da vacina s sero notados aps alguns anos de

    utilizao. O exame de Papanicolaou deve ser uma prtica constante oferecida s mulheres. A

    periodicidade preconizada para a realizao deste exame , inicialmente, uma vez por ano. No

    caso de dois exames normais seguidos (com intervalo de um ano entre eles), e sua alterao o

    exame dever ser feito a cada trs anos. Em caso de exames com resultados alterados a

    mulher deve seguir as orientaes fornecidas pelo mdico que a acompanha (BRASIL 2000).

    A fim de garantir a eficcia do resultado do exame preventivo, a mulher deve evitar relaes

    sexuais, uso de duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas

    anteriores ao exame. Alm disto, o exame no deve ser feito no perodo menstrual, pois a

    presena de sangue pode alterar o resultado.

  • 19

    4.3 Educao em Sade na Estratgia de Sade da Famlia

    A educao em sade deve ser entendida como um componente e um recurso a ser utilizado

    como estratgia no mbito da promoo da sade para melhoria da qualidade de vida.

    (BRASIL, 1993).

    A definio da melhoria da qualidade de vida ganhou mais visibilidade aps a carta de Ottawa

    1986, resultante de um conjunto de fatores, dentre eles os sociais, econmicos, polticos,

    culturais, ambientais, comportamentais e tambm biolgicos (BRASIL, 1993).

    Desde a dcada de 1970, a educao em sade tem sido repensada no sentido de distanciar-se

    das aes impositivas, caractersticas do discurso higienista (ALVES, 2005), mas, na

    realidade, as atividades de educao em sade ainda so desenvolvidas de forma coercitiva e

    normativa (GAZZINELLI, 2005).

    Para Queiroz; Jorge (2006) o modelo de educao tradicional centrado no saber profissional

    revela o distanciamento, dos servios de sade que no atende s reais necessidades dos

    usurios e dificulta as possibilidades de acesso e vnculo aos servios de sade, sem

    participao ativa da populao.

    Para o mesmo autor, o mundo atual sofre transformaes rpidas e isso requer uma formao

    tanto individual quanto coletiva coerente com a realidade. Fica, portanto, a educao

    incumbida de transmitir fatos reais e coerentes com a evoluo dos mesmos, norteando os

    indivduos em suas aes.

    A educao, diante de sua responsabilidade, deve organizar-se de tal forma que cada

    indivduo utilize dos 04 pilares da educao, aprendizagem fundamental que lhes daro

    suporte por toda a vida. Os pilares do conhecimento so: aprender a conhecer, aprender a

    fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. (DELORS, 1996).

    Aprender a conhecer nada mais do que adquirir os meios instrumentais do conhecimento,

    incorporando a cultura geral e ampla existente no contexto e por meio de mtodos simples

    buscar apreender o significado dos fatos para que possa servir de suporte para toda a vida;

  • 20

    Aprender a fazer significa colocar em prtica o que aprendeu agir coerentemente com o meio,

    aquisio de competncias, tanto profissionais quanto pessoais a fim de que se possa utilizar

    na prtica seus conhecimentos, prontos para possveis mudanas futuras no mbito

    profissional, social;

    Aprender a viver juntos, ou seja, compartilhar com outros em todos os mbitos da atividade

    humana. Compreender as diferenas unindo idias, somando esforos, respeitando a

    dignidade e individualidade de cada um;

    Aprender a ser pressupe o poder que cada um possui em construir a sua individualidade, para

    agir de forma autnoma e com discernimento, sem deixar de lado as idias dos outros, mas

    com responsabilidade pessoal mediante suas aes.

    Assim se forma um conjunto de aes educativas, dividido didaticamente a educao, mas

    que constitui um todo integrado. H uma complementaridade de idias com o objetivo de

    transformar o indivduo em um ser capaz de enfrentar as intempries do dia a dia.

    Notadamente vivel a utilizao dos quatro pilares da educao para a formao de um ser

    capaz de compreender o mundo, o outro e o seu eu (DELORS, 1996).

    A educao deve acontecer de tal forma que contribua para a evoluo da humanidade,

    orientando, solidificando conhecimentos, acompanhando a evoluo do mundo

    (VASCONCELLOS, 1999).

    Diante da estagnao da educao em uma fase da vida, dos acontecimentos, o aluno/paciente

    no consegue acompanhar e aproveitar o mximo dos fatos favorveis a ele. Nesta situao os

    mtodos de ensino devem ser melhorados, tendo em vista a importncia do seu papel social

    para com a sociedade e para o alcance de seus objetivos.

    Diante da necessidade da educao em favorecer ao aluno/paciente, a capacidade de se tornar

    um cidado crtico, capaz de identificar os problemas sociais e assim contribuir para a

    resoluo dos mesmos, a metodologia da problematizao traz em si o caminho a ser

    percorrido, onde atravs dela o indivduo capaz de enfrentar os problemas e as mais

    inesperadas situaes do dia a dia. (DELORS, 1996).

  • 21

    Segundo o mesmo autor, o que dificulta a implementao desta pedagogia a falta de

    conhecimento da forma de sua utilizao, ou mesmo resistncia de muitos

    educadores/profissionais em romper com a metodologia tradicional.

    A metodologia tradicional est baseada na transmisso do conhecimento, onde o indivduo

    recebe prontas as informaes passadas pelo educador, torna-se incapaz de question-lo, pois

    passa a ser um indivduo passivo, e que no traz consigo nenhuma informao, ou

    conhecimento anterior (VASCONCELLOS, 1999).

    A estratgia de PSF apresenta-se como o eixo norteador dos servios de ateno bsica e

    possui como objeto de trabalho a famlia com todas as caractersticas loco regionais que ela

    possui (BRASIL, 1996). Traz em si a oportunidade de se trabalhar com a metodologia

    problematizadora, uma vez que possibilita conhecer o individuo como um todo, inserido em

    seu ncleo familiar.

    necessrio buscar o conhecimento prvio, no considerando o individuo como uma pgina

    em branco, ele est inserido em uma comunidade, em uma famlia, culturalmente

    influenciado; traz consigo conceitos pr-formados que precisaro da habilidade profissional

    para ser trabalhados, no sob imposio, usando desta forma a problematizao na introduo

    de novos conhecimentos.

    O Programa de Sade da Famlia (PSF) surgiu no incio da dcada de 1990, para organizar a

    Ateno Bsica e melhorar a qualidade do mesma. A partir da Norma Operacional Bsica-

    NOB- de 1996, este passou a ser considerada estratgia reestruturante de todo o sistema de

    sade, expandindo-se no pas. O PSF tem como desafios no s ampliar o acesso s aes de

    sade, mas dar forma concreta a uma interpretao ampla de sade e s idias de integralidade

    da ateno, promoo da sade, enfoque familiar, desenvolvimento de co-responsabilidades,

    humanizao da assistncia, e formao de vnculo entre profissionais e populao

    territorializada (SOUZA, 2000).

    A Estratgia de Sade da Famlia prope uma nova dinmica para a estruturao dos servios

    de sade, bem como para a sua relao com a comunidade e entre os diversos nveis de

    complexidade assistencial. Assumindo assim o compromisso de prestar assistncia universal,

    integral, equnime, contnua e, acima de tudo, resolutiva populao, na unidade de sade e

  • 22

    no domiclio, sempre de acordo com as suas reais necessidades, identificando os fatores de

    risco aos quais ela est exposta e neles intervindo de forma apropriada (SOUZA, 2000).

    O PSF vem para romper com o modelo assistencial clnico, centrado na consulta mdica, na

    supervalorizao da rede hospitalar, na cultura da medicalizao, na pr-consulta e na ps-

    consulta e, sobretudo na falta de compromisso e de humanizao nas aes de promoo,

    preveno, recuperao e reabilitao da sade dos indivduos em determinada rea de

    abrangncia (ANTUNES et al., 2000).

    O PSF torna-se assim uma nova proposta de assistncia sade no setor primrio. Segundo

    Starfield (2002) a Ateno Primria Sade APS deve ser orientada pelos seguintes

    princpios: primeiro contato; longitudinalidade; integralidade; coordenao; abordagem

    familiar; enfoque comunitrio. Para Millman (1993) a APS deve ser a porta de entrada, ou

    seja, o ponto de entrada de fcil acesso ao usurio para o sistema de servios de sade. O

    acesso foi definido como o uso oportuno de servios de sade, visando o alcance de melhores

    resultados possvel em sade (MINAS GERAIS, 2008).

    O princpio do primeiro contato visa facilitar o acesso, possibilitando que os cidados

    cheguem aos servios, ou seja, o elemento estrutural necessrio para a primeira ateno.

    Portanto, o local de atendimento deve ser facilmente acessvel e disponvel para no afetar e

    complicar um diagnstico, e o manejo do problema de sade (DONABEDIAN, 1973).

    A aceitabilidade est relacionada satisfao dos usurios quanto localizao e a aparncia

    do servio, a aceitao dos usurios quanto ao tipo de atendimento prestado e, tambm, a

    aceitao dos usurios quanto aos profissionais responsveis pelo atendimento (MINAS

    GERAIS, 2008).

    O acesso ateno importante na reduo da morbidade e mortalidade. Evidncias

    demonstram que o primeiro contato, pelos profissionais da APS, leva a uma ateno mais

    apropriada e melhor resultados de sade e custos totais mais baixos (MINAS GERAIS, 2008).

    O princpio da longitudinalidade deriva da palavra longitudinal e definida como lidar com

    o crescimento e as mudanas de indivduos nos grupos no decorrer de um perodo de anos

    (STARFIELD, 2002).

  • 23

    De acordo a mesma autora, uma relao pessoal de longa durao entre profissionais de

    sade e usurios em suas unidades de sade, independente do problema de sade ou at

    mesmo da existncia de algum problema.

    O princpio da integralidade exige que a APS reconhea as necessidades de sade da

    populao e os recursos para abord-las. A APS deve prestar, diretamente, todos os servios

    para as necessidades comuns e agir como um agente para a prestao de servios para as

    necessidades que devem ser atendidas em outros pontos de ateno. A integralidade da

    ateno um mecanismo importante porque assegura que os servios sejam ajustados s

    necessidades de sade da populao (STARFIED, 2002).

    Coordenao um princpio definido como estado de estar em harmonia numa ao ou

    esforo comum um desafio para os profissionais e equipes de sade da APS, pois nem

    sempre tm acesso s informaes dos atendimentos de usurios realizados em outros pontos

    de ateno e, portanto, h dificuldade de viabilizar a continuidade do cuidado ( STARFIELD,

    2002.p.365).

    A essncia da coordenao a disponibilidade de informao a respeito dos problemas de

    sade e dos servios prestados. Os pronturios clnicos eletrnicos e os sistemas

    informatizados podem contribuir para a coordenao da ateno, quando possibilitam o

    compartilhamento de informaes referentes ao atendimento dos usurios nos diversos pontos

    de ateno, entre os profissionais da APS e especialistas (MINAS GERAIS, 2009).

    O princpio da abordagem familiar requer aquele olhar da equipe de sade sobre os problemas

    de sade dos membros da famlia. A centralizao na famlia requer mudana na prtica das

    equipes de sade, atravs da abordagem familiar, intervenes personalizadas ao longo do

    tempo, a partir da compreenso da estrutura familiar (MINAS GERAIS, 2009).

    Sendo assim a abordagem mulher deve ser feita considerando o ncleo familiar em que est

    inserida. Pelosso et al. (2008) afirmam que as medidas educativas tornam-se de extrema

    importncia , sendo a preveno entendida como condio multifacetada, com influncia

  • 24

    scio-econmica, polticos e culturais, como responsabilidade da sociedade a sada para a

    reduo dos casos de cncer de colo de tero .

    Segundo o mesmo autor, um nmero considerado de mulheres torna-se vulnervel, por

    apresentarem sentimentos de medo, vergonha. H que se aprender uma nova forma de

    vivenciar estas questes, cabendo muitas vezes ao profissional de sade, quebrar tabus, e agir

    como um facilitador do acesso ao conhecimento a essa populao.

    4.4 Assistncia de Enfermagem

    O cncer de colo uma doena com alto potencial de cura desde que diagnosticado

    precocemente. A prtica de sexo seguro, realizado atravs de uso de preservativo, pode ser

    considerado como forma primria de preveno, neste sentido cabe ao enfermeiro enfatizar e

    conscientizar na educao para sade da cliente e seus eventuais parceiros, a importncia do

    uso de preservativos e explicar que imprescindvel fazer o exame preventivo anualmente

    pois a principal forma de deteco precoce se d por meio do exame citolgico do colo do

    tero (FIGUEREDO, 2001).

    A Sistematizao de Assistncia de Enfermagem possibilita a assistncia mulher de forma

    integral, com oportunidade na educao e orientao junto populao feminina,

    esclarecendo dvidas e incentivo a realizao peridica do exame, contribuindo assim para

    uma reduo no nmero de casos (TANNURE, 2008).

    De acordo Tannure ( 2008) algumas aes so necessrias para sistematizao da assistncia,

    como:

    A Capacitao dos Agentes Comunitrias de Sade (ACS) da Estratgia Sade da

    Famlia sobre a necessidade do acompanhamento ativo das mulheres.

    A realizao do levantamento das mulheres da faixa etria preconizada, com a

    participao dos ACS utilizando do mtodo de arquivo rotativo com monitoramento

    mensal.

    A realizao de busca ativa das mulheres na faixa etria preconizada, nas micro-reas,

    atravs de visita domiciliar agendada pelo Agente Comunitrio de Sade;

  • 25

    Levantamento sobre os fatores que podero estar levando as mulheres a no realizarem

    o exame Papanicolaou.

    Estudos realizados pelo Ministrio da Sade vm demonstrar que a maior parte dos exames

    preventivos do colo do tero, realizada em mulheres com menos de 35 anos, ocorrendo

    assim uma subutilizao da rede, uma vez que, no esto sendo atingidas as mulheres na faixa

    etria de maior risco. A identificao das mulheres na faixa etria de maior risco,

    especialmente aquelas que nunca realizaram exame na vida, o objetivo da captao ativa. As

    estratgias de captao devem respeitar as peculiaridades regionais envolvendo lideranas

    comunitrias, profissionais de sade, movimentos de mulheres, meios de comunicao entre

    outros (BRASIL, 2006).

    Ferreira (2009) realizou um estudo em um Centro de Sade Escola - Botucatu (SP), para

    analisar os motivos que influenciaram um grupo de 20 mulheres com vida sexual ativa a

    nunca terem realizado o exame Papanicolau. Os motivos que levaram essas mulheres a nunca

    ter realizado o exame foram: desconhecimento sobre o cncer de colo uterino, da tcnica de

    coleta, da importncia do exame preventivo, sentimento de medo na realizao do exame,

    medo de se deparar com resultado positivo para cncer, sentimentos de vergonha e

    constrangimento, dificuldades para a realizao do exame , dificuldades de acesso ao servio

    e necessidade de modelo de comportamentos adequados preveno de sade.

    Martins et al. (2009) realizou tambm um estudo para identificar os fatores associados ao

    rastreamento inadequado do cncer cervical, em duas cidades brasileiras (Fortaleza e Rio de

    Janeiro). Identificaram que as maiores razes de prevalncia para a no realizao do exame

    pelas mulheres foram: mulheres com baixa escolaridade, de menor renda per capita, com

    maiores faixas etrias e solteiras.

    Estes estudos vieram reforar a importncia do enfermeiro conhecer os motivos da no adeso

    das mulheres ao exame preventivo, pois a partir dos resultados, do contexto real, ele apropria

    do conhecimento para planejar estratgias para atender as mulheres em sua individualidade,

    atravs da consulta de enfermagem e visita domiciliar ou coletivamente atravs de grupos

    operativos. Existe uma real necessidade de interveno. As aes educativas so os

    instrumentos de trabalho do enfermeiro de fundamental importncia para facilitar o

  • 26

    diagnstico precoce e tambm o acesso aos servios para garantir os mtodos de diagnstico e

    tratamento adequados.

    A motivao das mulheres para a realizao do exame ginecolgico segundo Rodrigues et al.

    (2001), de fundamental importncia porque apesar da compreenso da importncia da

    realizao do exame, as mulheres expressam sentimento de medo, vergonha e nervosismo

    durante a realizao do exame. As autoras ressaltaram que as mulheres necessitam de uma

    assistncia mais voltada para os aspectos educativos, com vistas a adotar comportamentos

    favorveis s medidas de promoo e do autocuidado.

    Algumas aes so importantes, no que tange a preveno do cncer do colo: a realizao de

    agendamento das mulheres para atendimento na Unidade Bsica de Sade para o rastreamento

    do cncer de colo de tero, assim como o estabelecimento de que todas as mulheres

    agendadas sejam acolhidas pela enfermeira, onde passar pela consulta de enfermagem com

    realizao do Exame Clnico das Mamas e a coleta de material para exames citopatolgicos

    cervico-vaginal e microflora.

    Para Ministrio da Sade (BRASIL, 2006), as aes de preveno, oferta de servios para

    deteco em estgios iniciais da doena e para o tratamento e reabilitao das mulheres, so

    estratgias utilizadas com os objetivos de reduzir a ocorrncia (incidncia e a mortalidade) do

    cncer do colo do tero, e as repercusses fsicas, psquicas e sociais causadas por esse tipo de

    cncer.

    Ainda esclarece que desde 1988, o exame citopatolgico deve ser realizado em mulheres de

    25 a 59 anos de idade, com vida sexual ativa, uma vez por ano e, aps dois exames anuais

    consecutivos negativos, a cada trs anos. Enfatizando que a efetividade do diagnstico

    precoce associado ao tratamento em seus estdios iniciais tem resultado em uma reduo das

    taxas de incidncia de cncer invasor que pode chegar a 90%.

    Essa recomendao apoia-se na observao da histria natural do cncer do colo do tero, que permite a deteco precoce de leses pr-malignas ou malignas e o seu tratamento oportuno, graas lenta progresso que apresenta para doena mais grave (BRASIL, 2006, p.58).

  • 27

    Estudos mostram que as principais atividades realizadas pelos enfermeiros so: preveno do

    cncer de colo do tero, assistncia ao pr-natal de baixo risco, planejamento familiar e

    educao em sade. Em relao preveno do cncer de colo do tero, podemos analisar que

    ela a principal atividade executada, o que demonstra preocupao por parte dos enfermeiros

    com esse tipo de cncer, j que uma neoplasia comum em mulheres (PRIMO et al.,2008).

    Segundo os mesmos autores a educao em sade figura como uma prtica prevista para

    todos os profissionais que compem a equipe de sade da famlia para a preveno em sade.

    No entanto, analisando o significado da preveno do cncer de colo de tero, ficou evidente

    que as mulheres, em idade em realizar o exame tm pouca clareza do seu significado, pois

    para ela somente o exame de papanicolaou foi visto como mtodo preventivo. Ficando claro

    que os profissionais inclusive os enfermeiros, no esto adotando estratgias que possibilitam

    repassar informaes de preveno primria em relao ao cncer cervical (THUM et al.,

    2009).

    No que se refere ao saber sobre a realizao da citologia onctica, apesar da existncia de

    programas e campanhas peridicas para a realizao do exame considervel o nmero de

    mulheres que desconhecem o exame e/ ou a realizao deste. Estudo evidenciou a

    importncia da realizao da citologia onctica tanto para a deteco de doenas, dentre elas o

    cncer, quanto uma medida de preveno (BRITO et al., 2007).

    Portanto, os profissionais de sade que realizam a citologia onctica, ao atenderem as

    mulheres, deveriam ir ao encontro do que elas pensam e esperam da realizao desse exame,

    buscando alcanar medidas preventivas, baseadas no desenvolvimento de uma conscincia

    crtica, com vistas a mudanas no quadro epidemiolgico de morbimortalidade feminina.

    (BRITO et al., 2007).

    Conforme o autor acima citado, estudo possibilitou enfermagem o poder de vislumbrar

    ampla atuao na rea de preveno do cncer de colo, a partir do desenvolvimento de aes

    que levem em considerao as necessidades das mulheres, criando condies para que estas

    possam repensar os significados que atribuem ao seu corpo e aos seus direitos e deveres com

    relao a sua sade.

  • 28

    Sendo assim Brito et al. (2007) infere que a citologia onctica para preveno do cncer de

    colo de tero e de outras patologias deve ser valorizada pelos profissionais de sade,

    priorizando aes que levem em considerao as necessidades das mulheres, considerando-as

    ativas e responsveis pelo cuidado com sua sade, com vistas ao desenvolvimento de uma

    conscincia crtica a respeito da relevncia de se realizar efetivamente a preveno.

    Pode se dizer que o enfermeiro o profissional que coordena e gerencia todo o processo de

    assistncia a ser desenvolvido em relao usuria. As especificidades, necessidades, altas e

    recuperao, constituem a principal razo da assistncia de enfermagem, a qual deve,

    portanto, ser realizada eficientemente, com comprometimento de quem a desenvolve,

    garantindo qualidade do cuidado prestado e, principalmente, a satisfao do paciente e seus

    familiares (BARBOSA, et al., 2008). O enfermeiro bem capacitado torna-se um profissional

    mpar para atuar em equipe multiprofissional no desenvolvimento de aes de planejamento,

    execuo, assessoria, avaliao, controle e superviso de programas de preveno do cncer

    de colo de tero.

  • 29

    5 CONSIDERAES FINAIS

    Os elevados ndices de incidncia e mortalidade por cncer do colo do tero no Brasil

    justificam a elaborao e implementao de aes efetivas relacionadas ao controle do cncer

    do colo do tero, que incluam aes de promoo sade, preveno e deteco precoce,

    tratamento e de cuidados paliativos, quando esses se fizerem necessrios.

    Neste sentido imprescindvel a humanizao por parte dos mdicos e enfermeiros para criar

    uma empatia e assim compartilhar dos sentimentos e sensaes das mulheres durante o exame

    Papanicolaou sem, contudo, deixar de utilizar o aparato tecnolgico necessrio realizao do

    exame, mas possibilitar um momento mais acolhedor e menos constrangedor para as

    mulheres.

    Outro aspecto importante e fruto deste trabalho foram a constatao da importncia da

    capacitao de todos os profissionais da equipe de sade para aproveitar as oportunidades

    quando da vinda das mulheres UBS, para inform-las da importncia da realizao do

    exame preventivo do cncer de colo do tero.

    Os estudos mostraram que para diminuir a mortalidade das mulheres e melhorar a cobertura

    dos exames necessrio que o enfermeiro com a colaborao dos ACS realize um

    rastreamento das mulheres que nunca fizeram o exame de preventivo ou que o realizam com

    baixa freqncia, para diagnosticar a ausncia das mesmas aos exames, pois o conhecimento

    dos fatores da no adeso vai contribuir para direcionar a criao de estratgias de

    enfrentamento da questo, direcionando para a elaborao de um plano de ao.

    Ressaltam ainda a importncia de aes educativas, cabe ao enfermeiro enfatizar e

    conscientizar a cliente e seus eventuais parceiros, a importncia do uso de preservativos e

    explicar que imprescindvel fazer o exame preventivo anualmente, pois a principal forma

    deteco precoce se d por meio do exame citolgico do colo do tero e tambm a divulgao

    para a populao sobre a necessidade de realizar o exame de preveno do cncer.

    Algumas aes realizadas pelo enfermeiro so importantes para o controle da doena, como o

    encaminhamento de mulheres portadoras de leses cervicais pr-invasoras para o tratamento,

  • 30

    a frequncia das campanhas de coleta do exame cito patolgico e o incentivo s mulheres para

    a consulta ginecolgica de rotina.

    Alm disso, fica cada vez mais evidente a importncia do enfermeiro na preveno do cncer

    de colo de tero, atuando no s tecnicamente, mas como facilitador do acesso da populao

    aos servios de preveno, com nfase igualitria as outras aes como, por exemplo, as

    educativas. A prtica educativa como atuao da enfermagem uma estratgia efetiva na

    preveno do cncer apontado por vrios autores.

    O enfermeiro na Estratgia da Sade da Famlia deve sistematizar a assistncia de

    enfermagem traando algumas aes incluindo a capacitao dos ACS sobre a necessidade do

    acompanhamento ativo das mulheres, realizao do levantamento das mulheres da faixa etria

    preconizada, com a participao dos ACS, atravs de visita domiciliar, Levantamento sobre os

    fatores que podero estar levando as mulheres a no realizarem o exame Papanicolaou.

    A enfermagem tem um papel imprescindvel na preveno do cncer de colo de tero,

    identificando as populaes de alto risco, desenvolvendo aes de planejamento, controle e

    superviso de programas de educao e preveno, e assim contribuindo para um diagnstico

    precoce da doena.

    Fica evidente a importncia do atendimento da enfermagem s mulheres, buscando encoraj-

    las a realizarem com freqncia o exame preventivo, orientando-as sobre os fatores de risco,

    ressaltando as vantagens da deteco precoce da doena, esclarecendo possveis dvidas sobre

    o exame de Papanicolaou, visando assim, romper certa dificuldade que ainda existe por

    parte de algumas mulheres.

    Espera-se que com a elaborao e implantao um plano de ao possa solucionar os ns

    crticos, ou seja, os fatores dificultadores realizao do exame, o cumprimento de metas na

    UBS quanto realizao do exame de Papanicolaou nas mulheres na faixa de 25 a 59 anos.

  • 31

    REFERNCIAS ALMEIDA, V.L. et al. Cncer e agentes antineoplsicos ciclo-celular especficos que interagem com o DNA: uma introduo. Revista Qumica Nova, v.28, n.1, p.118-129, 2005 ALVES V.S.A.Um modelo de educao em sade para o Programa Sade da Famlia:pela integralidade da ateno e reorientao do modelo assistencial. Interface Comunic Sade Educ.v.9, n.16, p.39-52. 2005 ANTUNES, M. J. M.; Egry, E. Y. O programa de sade da famlia e a reconstruo da ateno bsica no SUS: a contribuio da enfermagem brasileira. Revista Brasileira de Enfermagem, Braslia, v. 54, n. 1, p. 98-107. jan./mar. 2000. BARBOSA, L. R: MELO, M. R. A. da C. Relaes entre qualidade da assistncia de enfermagem: reviso integrativa da literatura. Rev. bras. enferm. [online]. v.61, n.3, p. 366-370.2008. BRASIL. Instituto Nacional do Cncer. Estimativa da Incidncia de Cncer para 2008 no Brasil e nas cinco regies. Minas Gerais; 2009. Disponvel em: http://www.inca.gov.br/estimativa_view.asp?ID=5 Brasil. Ministrio da Sade. Instituto Nacional de Cncer. Estimativa 2010: incidncia de cncer no Brasil / Instituto Nacional de Cncer. Rio de Janeiro: INCA, 2009.98 p BRASIL. Ministrio da Sade. Sade da famlia: uma estratgia de organizao dos servios de sade. Braslia, 1996. BRASIL. Ministrio da Sade. Estruturao das Atividades de Educao em Sade no mbito do SUS; Braslia: FUNASA; 1993. BRASIL. Ministrio da Sade. Instituto Nacional de Cncer. Estimativa 2010: incidncia de cncer no Brasil Rio de Janeiro, 2009, p. 98. BRASIL. Ministrio da Sade Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica. Controle dos cnceres do colo do tero e da mama: normas e manuais tcnicos. Caderno de Ateno Bsica n. 13. Braslia: 2006. BRITO, C. M. S. de; NERY, I. S. e TORRES, L. C. Sentimentos e expectativas das mulheres acerca da Citologia Onctica. Rev. bras. enferm.., v.60, n.4, p. 387-390. 2007 0034-7167. DELORS, Jaques. Educao um tesouro a descobrir . Os quatro pilares da Educao. Lisboa. Ed. ASA, 1996. DONABEDIAN, A. Aspects of medical care administration: specifying requiremnts for health care. Cambridge, MA: Harvard University Pess,1973.

    http://www.inca.gov.br/estimativa_view.asp?ID=5

  • 32

    DUAVY, L. M ; BATISTA, F. L.R; BESSA, M. S; SANTOS , J. B. F.dos. A percepo da mulher sobre o exame preventivo do cncer crvico-uterino: estudo de caso. Cinc. sade coletiva [online]. v.12, n.3, p. 733-742. 2007

    FERREIRA, Maria de Lourdes da Silva Marques. Motivos que influenciam a no-realizao do exame de papanicolaou segundo a percepo de mulheres. Esc. Anna Nery [online]. 2009, vol.13, n.2, pp. 378-384. ISSN 1414-8145.

    FIGUEIREDO N. M. A. Ensinando a cuidar de clientes em situaes clnicas e cirurgias. 6. ed. So Caetano do sul, SP: Difuso, 2001. GAZZINELLI MF, Gazzinelli A, Reis DC, Penna CMM. Educao em Sade: conhecimentos, representaes sociais e experincias da doena. Cad Sade Pblica 2005; 21(1):200-06.

    GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. So Paulo: atlas, 2004.

    MARCONI, M.A. & LAKATOS, E.M. Tcnicas de pesquisa: planejamento e execuo de pesquisas, amostragens e tcnicas de pesquisas, elaborao, anlise e interpretao de dados. 6 ed, So Paulo: Atlas, 2007. MARTINS, G.A. & PINTO, R.L. Manual para elaborao de trabalhos acadmicos. So Paulo: Atlas, 2001. MARTINS, L. F. L.; VALENTE, J. G; THULER, L. C. S.. Fatores associados ao rastreamento inadequado do cncer cervical em duas capitais brasileiras. Rev. Sade Pblica, v.43.n.2.p.318-325.2009 Disponvel em: Acesso em: 11 mai. 2010.

    MILLMAN, M. Acess to health care in America. Washington, DC: National Academy press, 1993.

    MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Sade de Minas Gerais. Escola de Sade Pblica do Estado de Minas Gerais. Implantao do Plano Diretor da Ateno Primria Sade. Oficina II Anlise da Ateno Primria Sade. Belo Horizonte: ESPMG, 2008.

    MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Sade de Minas Gerais. Escola de Sade Pblica do Estado de Minas Gerais. Implantao do Plano Diretor da Ateno Primria Sade. Oficina VI Abordagem Familiar. Belo Horizonte: ESPMG, 2009. NORONHA, Daisy Pires; FERREIRA, Sueli Mara S. P. Revises de literatura. In: CAMPELLO, Bernadete Santos; CONDN, Beatriz Valadares; KREMER, Jeannette Marguerite (orgs.) Fontes de informao para pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte: UFMG, 2000. PRIMO, C.C; BOM, Maraza; SILVA, Pablo Cordeiro da. Atuao do Enfermeiro no atendimento mulher no Programa Sade da Famlia . Rev. enferm. UERJ;v.16, p. 76-82, jan.-mar. 2008.

    http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Rev.%20enferm.%20UERJ

  • 33

    PELLOSO, S.; CARVALHO, M.; HIGARASHI, I. Conhecimento das mulheres sobre o cncer crvico-uterino - DOI: 10.4025/actascihealthsci.v26i2.1582. Acta Scientiarum. Health Science, Brasil, 26 mar. 2008. Disponvel em: . Acesso em: 10 nov. 2010.

    QUEIROZ M.V, Jorge, MS. Estratgias de educao em sade e a qualidade do cuidar e ensinar em pediatria: a interao, o vnculo e a confiana no discurso dos profissionais. Interface - Comunic Sade Educ.v. 10, n.19. p.117-30. 2006

    RODRIGUES, D. P; FERNANDES, A.F.C; SILVA,R.M. da. Percepo de algumas mulheres sobre o exame papanicolaou. Esc. Anna Nery Rev. Enferm. v.5, n.1. p. 113-118. Abril. 2001 Disponveis em: Acesso em: 07 nov. 2009.

    SO PAULO. Secretaria de Sade. Coleta do Papanicolaou e ensino do autoexame da mama. 2. ed. So Paulo: Secretaria de Sade, 2004. SOUZA, M. F. A enfermagem reconstruindo sua prtica: mais que uma conquista no PSF. Revista Brasileira de Enfermagem, Braslia, v. 53, n. especial, p. 25-30. dez. 2000.

    STARFIELD, B. Ateno Primria: equilbrio entre necessidade de sade, servios e tecnologia. Braslia: UNESCO, Ministrio da Sade, 2002. 726 p.

    TANNURE C M, Gonalves P M A SAE - Sistematizao e Assistncia de Enfermagem. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2008. THUM, M.; HECK, R.; SOARES, M.; DEPRA, A. Cncer de colo uterino: percepo das mulheres sobre preveno - DOI: 10.4025/cienccuidsaude.v7i4.6659. Cincia, Cuidado e Sade,Brasil,7mar.2009.Disponvelem:http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/6659/3917>. Acesso em: 10 nov. 2010. VASCONCELLOS M. M. M. Aspectos Pedaggicos e filosficos da metodologia da problematizao. In: Berbel. N.A.N. Metodologia da problematizao: fundamentos e aplicaes . Londrina: UEL. p.29-42.1999.

    http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/view/1582/935http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/6659/3917http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/6659/3917

    TCC-Ana_CaciaCorrigido_por_Maria_Rizoneide e revisado por AC 11.05.2011.pdfEstudos que analisam a produo bibliogrfica em determinada rea temtica, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma viso geral ou um relatrio do estado-da arte sobre um tpico especfico, evidenciando novas idias, mtodos, subtemas que tm r...VASCONCELLOS M. M. M. Aspectos Pedaggicos e filosficos da metodologia da problematizao. In: Berbel. N.A.N. Metodologia da problematizao: fundamentos e aplicaes . Londrina: UEL. p.29-42.1999.