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CURSO ON-LINE NOES DE ECONOMIA DO SETOR PBLICO E DA REGULAO AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO - TCU
EXERCCIOS COMENTADOS PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula Demonstrativa
Ol!
Apresento a vocs o curso de noes de economia do setor pblico e
da regulao exerccios voltado exclusivamente preparao para a prova
de Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da Unio.
Bem, previamente apresentao do curso, julgo oportuno realizar a
minha apresentao a voc. Sou analista do BACEN. Leciono em cursos
preparatrios para concursos desde 2005, j tendo dado aulas em diversos
cursos preparatrios presenciais e, em especial, no Ponto dos Concursos.
Dentre alguns cursos j oferecidos, destaco os de Economia, Finanas Pblicas
e matrias afins, para concursos como Consultor do Senado Federal, Banco
Central, Receita Federal, Auditor Fiscal das Receitas Estaduais (Rio e So
Paulo), alm de mais alguns outros.
Bem, agora falando do curso, destaco que muito embora o curso seja
denominado noes de economia do setor pblico e da regulao em
exerccios, ressalto a todos que abordarei, a partir das questes propostas, e
baseadas em provas anteriores, a teoria e, algumas vezes, a legislao, que
fundamenta a cobrana das questes em prova. Como exemplo, basta voc
verificar as questes disponibilizadas nesta aula demonstrativa.
O contedo programtico de noes de economia do setor pblico e da
regulao cobra, na sua essncia, toda a macroeconomia e microeconomia
regularmente exigida em concursos, mas, entretanto, travestida com o nome
de setor pblico e regulao. Por este aspecto, ao estruturar o curso,
acabarei por abordar diversos aspectos intrnsecos aos pontos descritos no
edital.
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Com relao ao cronograma e a distribuio do contedo programtico,
informo que as aulas sero disponibilizadas uma vez por semana, seguindo o
seguinte cronograma abaixo:
Aula e Data Contedo programtico
Aula Demonstrativa Noes bsicas do balano de
pagamentos.
Aula 1 dia 19 de agosto de
2013
1 Introduo: o sistema de contas
nacionais e as identidades
macroeconmicas bsicas. 1.1 Produto
agregado e os problemas de
mensurao. Noes bsicas do
balano de pagamentos.
Aula 2 dia 26 de agosto de
2013
1.2 Produto nominal x produto real. 1.3
Contas do sistema monetrio.
Aula 3 dia 2 de setembro de
2013
2 O modelo keynesiano bsico: o
multiplicador e o papel dos gastos do
governo.
Aula 4 dia 09 de setembro
de 2013
3 O modelo IS/LM: impactos das
polticas monetria e fiscal.
Aula 5 dia 16 de setembro
de 2013
3.1 Polticas macroeconmicas em
diferentes regimes cambiais. 3.2 A
avaliao do gasto pblico. 3.3 O
financiamento do setor pblico no
Brasil.
Aula 6 dia 23 de setembro
de 2013
4 Teoria econmica de indstrias
reguladas.
Aula 7 dia 30 de setembro
de 2013
5 Estrutura de mercado, concorrncia
perfeita e monopolstica, oligoplio,
monoplio. 7 Regulao e formao de
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preos para estruturas de mercado de
concorrncia imperfeita.
Aula 8 dia 07 de outubro de
2013
6 Falhas de mercado, externalidades,
bens pblicos, assimetria de
informao (seleo adversa e perigo
moral).
Aula 9 dia 09 de outubro de
2013
3.4 Conceitos de regulao,
desregulao e re-regulao. 8
Conceitos bsicos sobre regimes
tarifrios. 9 Tarifao por custo de
servio. 10 Tarifao por preo teto. 11
Regulao por incentivos. 12 Regulao
para competio.
Uma vez apresentado o calendrio das aulas com os respectivos
assuntos a serem tratados em cada uma delas, gostaria de inform-los que
poderei fazer pequenas alteraes, caso necessrio, nos contedos de cada
aula, buscando torn-las as mais didticas possveis. No menos importante,
por se tratar de um curso com foco em exerccios, destaco a voc que
adicionarei questes cobradas por outras bancas, de forma a ampliar o escopo
de cobertura dos temas cobrados no contedo programtico do concurso.
Passo ento anlise de algumas questes relativas ao balano de
pagamentos.
Bem vindos ao curso! Estou disposio de vocs.
Um grande abrao,
Mariotti
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1. Noes bsicas do Balano de Pagamentos
1 (Dilplomacia/Ins. Rio Branco CESPE/2009) Considerando a
contabilidade do balano de pagamentos do Brasil e das contas
nacionais, julgue (C ou E) os itens seguintes.
Os juros registrados na conta de renda de transaes correntes superavaliam
os encargos da dvida externa brasileira, porque incorporam todos os gastos
relacionados ao pagamento desses juros.
Um dficit de 100 dlares na conta de transaes correntes implica,
necessariamente, a perda do mesmo valor nas reservas internacionais.
Remessas de mquinas e equipamentos de uma companhia estrangeira para
sua filial no Brasil no precisam ser registradas no balano de pagamentos,
visto que tal operao no envolve entrada ou sada de divisas.
Fao primeiramente uma extensa abordagem sobre o balano de
pagamentos, ok?
Considera-se que o comrcio internacional (o comrcio entre os pases)
benfico economia do nosso pas, pois este traz vantagens decorrentes da
diviso do trabalho (bens e servios disponveis) e da especializao (cada pas
se especializa nos bens e servios em que possui vantagem comparativa). O
chamado princpio das vantagens comparativas, estudado na parte da
economia chamada de internacional, baseia-se no fato de que se cada pas
deve produzir e vender os produtos com os quais possui maior vocao,
produzindo a um menor custo, e assim ensejando um acmulo de divisas
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(dinheiro) suficientes para adquirir os bens e servios para os quais tem menor
vantagem comparativa1.
Observao: O Brasil, por exemplo, possui vantagens comparativas na
extrao (produo) de minrio de ferro e de soja, produtos considerados
commodities, que so aqueles produtos que tm o seu preo negociado no
mbito do mercado internacional, ou seja, a definio do seu valor
decorrente das relaes entre a oferta e a procura pelo em mbito global.
Estrutura do Balano de Pagamentos
O Balano de pagamentos um registro estatstico-contbil de todas as
transaes econmicas realizadas entre os residentes do pas com os
residentes dos demais pases no mundo, tambm chamados de no residentes
da economia. De outra forma, pode-se dizer que esto registrados no Balano
de Pagamentos todas as exportaes e importaes de mercadorias e servios,
os fretes de mercadorias, os seguros destas, os emprstimos recebidos e feitos
no exterior por empresas e pelo governo nacional, bem como uma srie de
outros bens, servios e rendas. Diz-se assim que o Balano de Pagamentos
registra todas as transaes com mercadorias, servios e capitais entre a
economia nacional e o resto do mundo.
A estrutura do Balano de Pagamentos se divide em duas grandes partes, os
chamados Balano de Transaes Correntes e o Balano Financeiro e de
Capital. Na maior parte dos concursos as questes versam sobre as
transaes correntes que, conforme verificaremos mais adiante, so
1 Podemos dizer que o Brasil possui vantagem comparativa em relao aos Estados Unidos na produo de produtos agropecurios.
No caso dos EUA, estes possuem vantagem comparativa na produo de softwares e hardwares. O resultado mais lgico seria a
exportao por parte do Brasil de produtos agropecurios para o EUA e a importao de produtos associados tecnologia da
informao.
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responsveis pelo que chamamos de poupana externa ou despoupana
externa.
Vejamos a seguir a estrutura simplificada do Balano de Pagamentos:
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A. Balano Comercial (Mercadorias)
. Importaes (dbito) (FOB - free on board)
. Exportaes (crdito) (FOB - free on board) 1 J1~7:4 . ~ . ' ? . ~a .as . ~ . .
B. Balano de Servios e Rendas
(Resultado Lquido)
Servios . Viagens Internacionais (Turismo) . Transportes (Fretes) . Seguros . Servios Diversos . Servios Governamentais (Embaixadas) . Royalties.
Rendas (dos fatores de produo) . Salrios . Lucros, Dividendos e bonificaes (aes) . Juros (ttulos da dvida)
C. Transferncias Correntes (unilaterais)
. Bens doados
. Moeda (dinheiro doado) Obs.: Excluem-se as transferncias relativas ao patrimnio de migrantes internacionais. (diplomatas)
D.
Balano de Transaes Correntes ou Saldo em Conta Corrente (Resultado Lquido de A+B+C)
Dficit ou Supervit
E.
Conta de Capital
. Mutao de Patrimnio de Migrantes Internacionais (diplomatas) . Aquisio/cesso de bens no financeiros no produzidos, tais como cesso de marcas e patentes
Conta Financeira Capitais Autnomos
. Investimento Brasileiro Direto (no exterior)
. Investimento Estrangeiro Direto
. Reinvestimentos (Multinacionais)
. Emprstimos e financiamentos
. Amortizaes
. Investimento em Portflio (aes e outros)
. Derivativos Financeiros
. Emprstimos de Regularizao (FMI, BIRD)
F. Erros e Omisses
G. Saldo do Balano de Pagamentos Resultado Lquido de D + E + F
H. Variao das Reservas Internacionais Variao das Reservas = Saldo do Bal. de Pgtos.
G + H = 0
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Balano Comercial
O Balano Comercial registra as entradas (importaes) e sadas
(exportaes) de mercadorias sob o conceito FOB (free on board), isto ,
incluindo as despesas at o embarque no navio transportador, seja no pas,
seja no exterior. As despesas com seguros e fretes das mercadorias
exportadas e importadas fazem parte do conceito CIF (cost, insurance and
freight), sendo registradas em contas prprias do Balano de Servios. As
entradas de recursos provenientes das exportaes so registradas com sinal
positivo enquanto as importaes so registradas com sinal negativo.
Toda vez que o volume financeiro das exportaes for maior que o das
importaes, ocorre um Supervit no Balano Comercial. Diferentemente,
quando as importaes forem maiores que as exportaes gera-se um Dficit
no Balano Comercial.
Balano de Servios e Rendas
O segundo componente do Balano de Pagamentos o Balano de Servios
e Rendas. So classificados como Servios no fatores quando fizerem
referncia aos bens no tangveis, tais como viagens internacionais,
transportes e seguros, sendo estes ainda classificados como no-remuneraes
dos fatores de produo. As Rendas, diferentemente dos servios no fatores,
so remuneraes dos fatores de produo (juros, lucros e dividendos), tanto
que esta parte do balano tambm chamada de balano de servios
fatores. Ocorrer um Supervit no Balano de Servios e Rendas quando o
volume financeiro de entrada de recursos for maior que o de sada. Caso
contrrio, teremos um Dficit no Balano de Servios e Rendas.
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Transferncias Correntes ou Unilaterais
As Transferncias Correntes ou Unilaterais representam as doaes e as
remessas de migrantes. Conforme o prprio nome diz, as transaes so
unilaterais, ou seja, sem uma contrapartida em bens, servios ou rendas.
No existe a entrada efetiva de recursos. Como estamos falando de um
balano, que tambm estruturado pelo mtodo das partidas dobradas,
para todo crdito ou dbito sempre haver um registro contrrio em
alguma outra rubrica, diferenciando-se em qual ser em funo de se
tratar de doaes de bens (alimentos, veculos), que tm contrapartida na
conta de importaes, ou de doaes em espcie (dinheiro), contabilizadas
no balano de capitais (conta financeira), conforme veremos mais frente.
O Saldo das Transaes Correntes
O saldo ou resultado do BP em Transaes Correntes igual soma dos saldos
do Balano Comercial, do Balano de Servios e Rendas e das Transferncias
Unilaterais. Se o resultado for positivo, isto , se as vendas de mercadorias, de
servios e rendas, e as transferncias unilaterais superarem as respectivas
compras, ou seja, sada de recursos, teremos o que chamamos de Supervit
do Balano de Pagamentos em Transaes Correntes. De forma inversa,
se as aquisies de mercadorias, de servios e rendas e de transferncias
unilaterais superarem as vendas, teremos o chamado Dficit do Balano de
Pagamentos em Transaes Correntes.
As contas de Capital e Financeira
A outra parte componente do Balano de Pagamentos representada pela
Conta Capital e Financeira. Nas suas rubricas incluem-se todos os registros de
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movimentao financeira de ativos e passivos. Trata-se assim dos principais2
dos emprstimos e financiamentos, dos investimentos produtivos e
especulativos (portflio), das amortizaes de emprstimos e financiamentos,
das operaes com derivativos financeiros (opes, futuros), bem como os
reinvestimentos de lucros obtidos por empresas estrangeiras instaladas no
pas.
Destaque: Em adio ao acima narrado, bem como de forma a no repetir
literalmente a descrio dos itens componentes do Balano de Pagamentos,
reproduzo o link de acesso s informaes do Balano de Pagamentos no
Brasil, disponvel no stio do BACEN:
http://www.bcb.gov.br/pec/sdds/port/balpagam_p.htm
O registro contbil das entradas de recursos nas Contas de Capital e Financeira
tambm feito com sinal positivo, assim como nas contas das transaes
correntes. Existe, no entanto, uma importante diferena: estes registros
representam o aumento dos passivos com o exterior, uma vez que a realizao
de investimentos no pas por estrangeiros constitui uma confisso de dvida,
direta ou indireta, alm de poder estar suscetvel retirada pelos investidores
quando assim entenderem (aplicaes em portflio). Da mesma forma, caso
ocorram sadas de recursos, ser reduzido o passivo do pas com o exterior,
destacando-se logicamente que esta reduo tende a promover uma piora no
resultado da Conta Financeira e de Capital.
O resultado da Conta Financeira e de Capital poder ser deficitrio ou
superavitrio, em funo do total de recursos externos que entrarem ou
sarem do pas. Esse resultado apurado mensalmente, sendo sujeito a
variaes ao longo do ano.
2 Toda dvida contrada composta do principal, que nada mais do que o dinheiro tomado emprestado, e dos juros a serem pagos
em decorrncia do dinheiro tomado emprestado.
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Erros ou omisses
Erros ou omisses a rubrica utilizada para fechar o Balano de
Pagamentos, uma vez que existem pequenas diferenas entre os saldos
constatados nas contas supramencionadas. Considerando a existncia de
entradas e sadas de produtos na economia que no so contabilizados,
resultado de contrabandos e descaminhos, alm da existncia de discrepncias
temporais em termos das estatsticas de dados, o objetivo da rubrica a de
zerar as diferenas constatadas.
O resultado (saldo) do Balano de Pagamentos
O saldo total do Balano de Pagamentos representado pelo
batimento do saldo em Transaes Correntes adicionado do saldo da
Conta Capital e Financeira. Se o resultado for positivo temos um Supervit
no Balano de Pagamentos, tambm chamado de excesso de entrada de
divisas estrangeiras. Caso o resultado seja negativo temos um Dficit no
Balano, representando um excesso de sada de moeda estrangeira. Na
ocorrncia de um supervit do BP conclui-se que existir um aumento das
Reservas Internacionais do pas, uma vez que mais entrou moeda estrangeira
do que saiu. No caso contrrio, ocorrer uma diminuio das Reservas
Internacionais.
Importante considerar que todo pas apresenta naturalmente dvidas com o
exterior. Trata-se da conhecida dvida externa. Em situaes em que ocorram
supervits no balano de pagamentos, que acaba por aumentar o nvel de
reservas internacionais em moeda estrangeira do pas, diz-se que este mesmo
pas reduziu o seu endividamento externo lquido, que nada mais do que a
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diferena entre o total de dvida que o pas possui com o exterior3 e o total de
reservas internacionais que este mesmo pas possui. As dvidas constituem
passivos enquanto as reservas internacionais constituem ativos para com o
exterior.
Os antigos Capitais Compensatrios
Conforme dissemos, caso o BP seja superavitrio ocorrer uma variao
positiva no volume de reservas internacionais em moeda estrangeira. J se o
resultado for deficitrio, ocorrer uma variao negativa no volume de
reservas internacionais do pas, uma vez que as contas (dvidas) com o
exterior necessitam ser pagas. O fundo responsvel por este pagamento
representado pelo total de aplicaes em moeda estrangeira em posse da
Unio, administradas pelo Banco Central do Brasil. Caso o estoque de reservas
no seja suficiente para fazer frente ao dficit do balano de pagamentos o
Brasil ter que lanar mo dos chamados Emprstimos de Regularizao,
tal como o recebido pelo Brasil para fazer frente crise internacional ocorrida em
1999.
Destaca-se que, segundo a nova metodologia de apurao do BP, os
emprstimos de regularizao (FMI) so registrados na Conta Financeira,
mesmo sendo utilizados apenas para fechamento do resultado negativo do
prprio BP.
A interpretao acima narrada parte do pressuposto de que o Balano de
Pagamentos, assim como um balano de empresa, deve fechar. Ainda
novamente, se o resultado do Balano de Pagamentos for deficitrio, e no
3 Destaca-se que a dvida do pas que mencionamos no se refere to somente dvida pblica externa, mas tambm a toda dvida
privada contrada por empresas e por pessoas fsicas com pessoas e empresas estrangeiras.
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existir saldo suficiente de Reservas Internacionais, a necessidade de
emprstimos ser positiva.
Dessa maneira podemos repetir que um Supervit no BP indica uma variao
positiva das Reservas Internacionais (sobra de dinheiro proveniente de
supervits do balano). Vale reforar novamente que os emprstimos de
regularizao referem-se s linhas de recursos especiais de organismos
internacionais utilizados para financiar o Dficit do BP, tais como os emprsti-
mos do FMI, do Banco de Compensaes Internacionais, etc. A variao das
Reservas Internacionais representa o movimento lquido de entrada e sada de
divisas, como Dlares, Euros, Pesos e Ouro Monetrio.
Outro ponto importante de ser considerado refere-se ao denominado Passivo
Externo. Conforme foi verificado, na ocorrncia de um dficit nas transaes
correntes, deve existir um conseqente supervit da Conta de Capital e
Financeira com o objetivo de fechamento do BP sem a necessidade de serem
utilizadas as Reservas Internacionais.
Como esse fechamento em equilbrio se d apenas em teoria, comum a
variao das Reservas. Ocorre que, em condies em que as Transaes
Correntes apresentem resultado deficitrio, haver a necessidade natural da
ocorrncia de resultado superavitrio da Conta Capital e Financeira. Esta conta
demonstra a variao do Passivo Externo do pas, sendo que caso esta
necessite ser superavitria, ocorrer por conseqncia uma variao positiva
do Passivo Externo. Adicionalmente, destaca-se que este Passivo Externo pode
ser mensurado de forma bruta ou lquida. Ser Passivo (ou Endividamento)
Externo Bruto quando no forem abatidas do seu resultado o Saldo de
Reservas Internacionais do pas. Diferentemente, ser considerado Passivo
Externo Lquido quando forem abatidas do saldo do passivo as Reservas
Internacionais.
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Por fim, importante considerar que este Passivo Externo Bruto poder
se transformar em Ativo Externo Lquido, desde que o saldo de Reservas
Internacionais seja maior do que o prprio Passivo Externo Bruto.
Box referente s regras de contabilizao do Balano de Pagamentos:
Quanto s regras de contabilizao do Balano de Pagamentos, destaca-se que para as
transaes correntes, quando as movimentaes se constiturem em despesas a serem pagas ao
exterior, estas sero debitadas, sendo creditadas quando se referirem a receitas obtidas em
transaes realizadas com o exterior.
Contabilizao das Transaes Correntes
Despesas pagas Contas debitadas
Receitas recebidas Contas creditadas
No caso das transaes realizadas na Conta Financeira e de Capital, quando estas se
constiturem em emprstimos ou investimentos realizados para/no exterior, bem como pela
amortizao de emprstimos e retorno de investimentos, respectivamente contrados e recebidos
anteriormente, seu registro se dar por meio de dbitos nas contas (rubricas) especficas. O
registro se dar por meio de crditos nas respectivas contas quando ocorrerem a contratao de
emprstimos do exterior e o recebimento de investimentos, assim como o retorno de emprstimos
e investimentos anteriormente realizados para/no exterior.
Contabilizao da Conta Financeira e de Capitais
Invest. no Exterior./Emprestimos Contas debitadas
Feitos no Exterior / Amort. Emprst.
Contratao de Emprstimos/ Contas creditadas
Recebimento de Investimentos
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Definio de Renda Liquida Enviada ao Exterior RLEE
Ao conceituarmos o Balano de Pagamentos, verificamos que estes recursos se
subdividem em:
Rendas dos Fatores de Produo (salrios, lucros, dividendos e
juros), que recebem este nome por remunerarem os fatores de
produo empregados no processo produtivo. (Relembre-se que os
lucros so a prpria renda da atividade produtiva, os juros so a
remunerao ou renda do capital empregado).
A Renda Liquida Enviada ao Exterior - RLEE exatamente o resultado
proveniente do total das rendas enviadas ao exterior menos o total das rendas
recebidas do exterior.
RLEE = Renda Enviada ao Exterior Renda Recebida do Exterior
Denomina-se RLEE por um simples fato: Como a quantidade de empresas
estrangeiras instaladas no Brasil muito superior o nmero de empresas
brasileiras instaladas no exterior, o total de Renda Enviada maior que o de
Renda Recebida.
Destaque: Entenda bem esse conceito, pois ele ser bastante necessrio no
estudo das contas nacionais.
O Resultado das Transaes Correntes como (Des) Poupana
Externa
A ocorrncia de Dficit ou Supervit no Balano de Pagamentos em Transaes
Correntes tem resultados diretos sobre a Identidade Macroeconmica j
estudada. Considerando que o saldo das Transaes Correntes responsvel
pela medio das transaes com o exterior, caso ocorra dficit, ou seja, o
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pas mais compre do que venda bens, servios e rendas do exterior, ocorrer
um aumento da Poupana Externa, tambm entendida como um Supervit
do Setor Externo. Diferentemente, caso o pas mais venda bens e servios do
que compre, teremos um Dficit do Setor Externo, tambm chamado de
Despoupana Externa.
Pode-se traduzir o resultado da poupana ou despoupana externa por meio
das equaes abaixo, em que X representa o somatrio, em dinheiro, de
bens (exportaes) e servios no fatores; RRE so as rendas recebidas do
exterior e TUrec as transferncias unilaterais de entrada. De forma contrria,
M representa o total de bens e servios no fatores; REE so as rendas
enviadas ao exterior e TUenv as transferncias unilaterais enviadas ao
exterior. Dessa forma temos:
Se (X + RRE + TUrec M REE - TUenv) > 0, teremos
Supervit com o exterior, tambm chamado de Despoupana
Externa ou mesmo de Supervit em Transaes Correntes; e
Se (X + RRE + TUrec M REE - TUenv) < 0, teremos Dficit
com o exterior, chamada de Poupana Externa ou mesmo Dficit
em Transaes Correntes.
Vale mencionar que em questes de concursos o examinador utiliza o conceito
da poupana externa e suas derivaes em diversas formas. Vejamos algumas
caractersticas:
Quando o examinador falar em Exportaes de bens e
servios no fatores, ele est fazendo a soma de
todas as Exportaes de bens e de servios no fatores
de produo, ou seja, servios que no sejam rendas
provenientes dos fatores de produo. Na verdade o
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examinador est apartando as Rendas Recebidas do
Exterior, que representam a remunerao dos fatores
de produo presentes no exterior;
Quando o examinador falar de Importaes de bens e
servios no fatores ele est fazendo a soma de todas
as Importaes de bens e de servios no fatores, ou
seja, de servios que tambm no sejam rendas
provenientes dos fatores de produo. Na verdade, o
examinador est apartando as Rendas Enviadas ao
Exterior.
Mas qual era mesmo a questo a ser analisada? Voltemos a ela:
1 (Dilplomacia/Ins. Rio Branco CESPE/2009) Considerando a
contabilidade do balano de pagamentos do Brasil e das contas
nacionais, julgue (C ou E) os itens seguintes.
Os juros registrados na conta de renda de transaes correntes superavaliam
os encargos da dvida externa brasileira, porque incorporam todos os gastos
relacionados ao pagamento desses juros.
Comentrios:
Os encargos da dvida externa (juros) devem, oficialmente, serem todos
registrados no balano de rendas das transaes correntes. Assim sendo, no
h que se falar em superavaliao nem to quanto subestimao, mas sim a
contabilizao correta dos juros pagos aos credores no exterior em decorrncia
da dvida externa brasileira. Destaca-se que estes pagamentos so sujeitos,
obrigatoriamente, ao registro de um contrato de cmbio via Sistema de
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Informaes do Banco Central - SISBACEN , de tal forma que a estatstica da
conta de rendas refletida perfeitamente.
Pode-se ento concluir que esta assertiva ERRADA
ERRADO
Um dficit de 100 dlares na conta de transaes correntes implica,
necessariamente, a perda do mesmo valor nas reservas internacionais.
Comentrios:
Tradicionalmente o saldo das reservas internacionais derivado dos supervits
registrados no balano de pagamentos. Na medida em que ocorra dficit no
BP, neste apurado o resultado das transaes correntes mais a conta
financeira e de capital, ocorrer a necessidade de se utilizar parte do saldo de
reservas internacionais para cobertura do dficit. Ressalta-se, de todo modo,
que no se pode afirmar que a gerao de um dficit de 100 dlares nas
transaes correntes consistir obrigatoriamente na reduo da reservas
internacionais (perda de reservas), uma vez que o resultado da conta
financeira e de capital poder ser superavitrio, em montante maior do que o
dficit das transaes correntes. Neste caso, ao invs de ocorrer uma perda de
reservas, ocorrer um acmulo de reservas internacionais.
Temos, mais uma vez, uma assertiva ERRADA
ERRADO
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Remessas de mquinas e equipamentos de uma companhia estrangeira para
sua filial no Brasil no precisam ser registradas no balano de pagamentos,
visto que tal operao no envolve entrada ou sada de divisas.
Comentrios:
A remessa de mquinas e equipamentos do exterior para o Brasil est sujeita
sim ao registro no balano de pagamentos. Este registro feito conjuntamente
em duas rubricas do BP. O primeiro registro refere-se conta de investimento
estrangeiro direto IED, sendo o investimento, em termos monetrios, feitos
pelo valor pelo qual a mquina internalizada no pas. Adicionalmente, como a
mquina est entrando no pas, natural o registro de uma importao. Os
valores referentes ao IED e importao so os mesmos, de tal forma que no
gera diferena positiva ou negativa no BP. Muito embora no envolva entrada
ou sada de divisas, envolve sim um registro.
Por fim, mais uma questo ERRADA.
ERRADO
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Questes Propostas:
1 (Dilplomacia/Ins. Rio Branco CESPE/2009) Considerando a
contabilidade do balano de pagamentos do Brasil e das contas
nacionais, julgue (C ou E) os itens seguintes.
Os juros registrados na conta de renda de transaes correntes superavaliam
os encargos da dvida externa brasileira, porque incorporam todos os gastos
relacionados ao pagamento desses juros.
Um dficit de 100 dlares na conta de transaes correntes implica,
necessariamente, a perda do mesmo valor nas reservas internacionais.
Remessas de mquinas e equipamentos de uma companhia estrangeira para
sua filial no Brasil no precisam ser registradas no balano de pagamentos,
visto que tal operao no envolve entrada ou sada de divisas.
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Gabarito:
1 E,E,E.