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Auditoria – Teoria e Exercícios para ICMS-RJ Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 1 Introdução ........................................................................................ 01 Relatório de auditoria .......................................................................... 02 Normas das transações e eventos subsequentes.................................... 24 Questões comentadas.......................................................................... 31 Questões sem comentários................................................................... 49 Bibliografia ........................................................................................ 57 Introdução Prezado Aluno, Bem vindo à quinta aula do Curso de Teoria e Exercícios para o ICMS-RJ. Seguindo o cronograma inicialmente proposto, veremos hoje os seguintes assuntos: Relatório de auditoria; e Normas das transações e eventos subsequentes. Como de costume, colocaremos as questões discutidas durante a aula no final do arquivo, caso você queira tentar resolver as questões antes de ver os comentários. Não esqueça, participe do Fórum de dúvidas, que é um dos diferenciais do Ponto. Lá você poderá tirar suas dúvidas, auxiliar outras pessoas e nos ajudar no aprimoramento dos nossos cursos.

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Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 1

Introdução ........................................................................................ 01 Relatório de auditoria .......................................................................... 02 Normas das transações e eventos subsequentes.................................... 24 Questões comentadas.......................................................................... 31 Questões sem comentários................................................................... 49 Bibliografia ........................................................................................ 57

Introdução

Prezado Aluno, Bem vindo à quinta aula do Curso de Teoria e Exercícios para o ICMS-RJ. Seguindo o cronograma inicialmente proposto, veremos hoje os seguintes assuntos:

• Relatório de auditoria; e • Normas das transações e eventos subsequentes.

Como de costume, colocaremos as questões discutidas durante a aula no final do arquivo, caso você queira tentar resolver as questões antes de ver os comentários. Não esqueça, participe do Fórum de dúvidas, que é um dos diferenciais do Ponto. Lá você poderá tirar suas dúvidas, auxiliar outras pessoas e nos ajudar no aprimoramento dos nossos cursos.

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Relatório de auditoria

Passemos agora para um dos tópicos mais cobrados em provas de concurso – opinião ou parecer de auditoria. Portanto, pedimos que preste bastante atenção em tudo que falarmos sobre formação da opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis e sua expressão por meio de relatório de auditoria.

Atenção: as normas revogadas tratavam da emissão dessa opinião por intermédio de um parecer de auditoria.

O termo “parecer” era utilizado basicamente para diferenciar o produto final do trabalho do auditor independente dos relatórios emitidos por outros profissionais. Era uma forma de distinção, que com as novas normas não é mais usada. No entanto, fique atento, só mudou o nome do instrumento, de “parecer” para “relatório”, os objetivos continuam os mesmos.

Cuidado! Apesar de não mais constar nas novas normas de auditoria, a utilização do termo parecer não é incorreta.

O auditor com base na avaliação de suas conclusões fundamentadas nas evidências de auditoria obtidas durante seu trabalho deve formar uma opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis, essa opinião, com a respectiva fundamentação, deve ser expressa claramente por meio do relatório de auditoria. Então, o relatório de auditoria é o produto final da auditoria que deve conter a expressão da opinião do auditor, sobre se as demonstrações contábeis (que inclui as respectivas notas explicativas) são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Desta forma, de acordo com a opinião do auditor, o relatório dirá se as demonstrações contábeis auditadas encontram-se apresentadas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as práticas contábeis brasileiras, que compreendem a legislação societária brasileira, as Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, os pronunciamentos, as interpretações e as orientações emitidos pelo CPC1 e homologados pelos órgãos reguladores, e práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, que atendam as normas emitidas pelo CFC e, por conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais.

1 Comitê d e Pronunciamento Contábeis

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Enfim, o relatório deverá dizer se as demonstrações financeiras tomadas em conjunto representam efetivamente a situação patrimonial, financeira e o resultado da empresa auditada. As normas de auditoria também destacam que o relatório não pode ter data anterior à data em que o auditor independente obteve evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis. Ora, se o relatório é o produto final do trabalho do auditor, somente poderá ser emitido após ser obtida toda evidência que embasa suas conclusões e opinião sobre as demonstrações contábeis. Não faz sentido pensar de outra forma...

Dessa firma, o auditor deve incluir as evidências de que:

* todas as demonstrações que compõem as demonstrações contábeis, incluindo as respectivas notas explicativas, foram elaboradas; e * as pessoas com autoridade reconhecida afirmam que assumem a responsabilidade sobre essas demonstrações contábeis.

A emissão do relatório deve refletir o entendimento do auditor acerca dos dados em exame, de uma forma clara e objetiva, que proporcione, aos interessados, uma noção exata dos trabalhos que realizou e de suas conclusões. Caso o auditor esteja satisfeito quanto à apresentação das demonstrações contábeis, e julgue que estão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, deverá emitir uma opinião não modificada, sem ressalvas (=antigo parecer padrão, sem ressalvas ou limpo).

De outro lado, o auditor deve modificar sua opinião, ou seja, emitir uma opinião diferente da sem ressalva, quando:

* concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes; ou * não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes.

Se, as demonstrações contábeis, apesar de elaboradas de acordo com a legislação específica aplicável, não estiverem claras o suficiente, o auditor deve discutir o assunto com a administração e, dependendo dos requisitos da

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estrutura de relatório financeiro aplicável e como o assunto é resolvido, deve determinar se é necessário modificar a opinião no seu relatório de auditoria.

De acordo com a situação o auditor poderá emitir uma opinião sem ressalvas ou uma opinião com ressalva ou uma opinião adversa ou, ainda, se abster de opinar. Veremos detalhadamente cada um delas logo mais adiante, por ora, basta conhecermos uma breve definição:

Tipos de opinião Situação em que emitida

Opinião sem ressalva

É emitida quando as demonstrações contábeis, no julgamento do auditor, estão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

Opinião com ressalva

É emitida quando o auditor:

• tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou

• não consegue obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua opinião, mas ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados.

Opinião adversa

O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis.

Abstenção de opinião

O auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas.

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A NBC TA 705 traz o quadro abaixo que resume a opinião do auditor sobre a natureza do assunto que gerou a modificação, e a disseminação de forma generalizada dos seus efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis:

Julgamento do auditor sobre a disseminação de forma generalizada

dos efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis

Natureza do assunto que gerou a

modificação

Relevante mas não generalizado

Relevante e generalizado

As demonstrações contábeis

apresentam distorções relevantes

Opinião com ressalva

Opinião adversa

Impossibilidade de obter evidência

de auditoria apropriada e suficiente

Opinião com ressalva

Abstenção de opinião

A quem se destina o relatório de auditoria? O relatório do auditor independente é normalmente endereçado às pessoas para quem o relatório de auditoria é elaborado, frequentemente para os acionistas ou para os responsáveis pela governança da entidade, cujas demonstrações contábeis estão sendo auditadas. Quem assina o Relatório? No que se refere às assinaturas que constam no relatório, há dois casos de interesse de acordo com quem executa a auditoria: um auditor independente pessoa física ou uma empresa de auditoria.

Auditor Independente Empresa de Auditoria

Pelo contador responsável pelos trabalhos e deve conter seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade.

Pelo contador responsável pelos trabalhos com o respectivo registro no Conselho

Regional de Contabilidade; e, pelo responsável pela empresa de auditoria, contendo o nome e o número de registro cadastral da empresa no

Conselho Regional de Contabilidade.

Como é a estrutura de um relatório? Título � deve ser identificado claramente que se trata de um relatório de auditoria independente.

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Destinatário � deve ser devidamente endereçado aos interessados, conforme exigido pelas circunstâncias do trabalho.

Parágrafo introdutório � nele deve ser identificada a entidade cujas demonstrações contábeis foram auditadas; afirmado que as demonstrações contábeis foram auditadas; identificado o título de cada demonstração que compõe as demonstrações contábeis; fazer referência ao resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas; e especificado a data ou o período de cada demonstração que compõe as demonstrações contábeis. Seção sobre a responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis ��� Essa seção do relatório do auditor independente descreve a responsabilidade dos responsáveis na organização pela elaboração das demonstrações contábeis. A descrição deve incluir uma explicação de que a administração é responsável pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável e pelos controles internos necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis que não apresentem distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro.

Seção sobre a responsabilidade do auditor e extensão da auditoria ��� O relatório do auditor independente deve especificar que a responsabilidade do auditor é expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na auditoria. O relatório do auditor independente deve especificar que a auditoria foi conduzida em conformidade com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. O relatório do auditor independente deve explicar, também, que essas normas requerem que o auditor cumpra as exigências éticas, planeje e realize a auditoria para obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis não apresentem distorção relevante.

Examinamos as demonstrações contábeis da Companhia ABC, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X1 e as respectivas demonstrações do resultado, das

mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas..

A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles

internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro.

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Nessa seção, deve ainda ser descrita a execução da auditoria especificando que:

• envolve a execução de procedimentos para obtenção de evidência de auditoria a respeito dos valores e divulgações nas demonstrações contábeis;

• os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causadas por fraude ou erro;

• a auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis, tomadas em conjunto.

O relatório do auditor independente deve especificar se o auditor acredita que a evidência de auditoria obtida pelo auditor é suficiente e apropriada para fundamentar a sua opinião. Seção com a Opinião do Auditor � expressa a opinião sobre as demonstrações contábeis. Outras responsabilidades relativas à emissão do relatório de auditoria Se for requerido ao auditor tratar no seu relatório de auditoria de outras responsabilidades, legais, regulatórias etc., em relação às demonstrações contábeis, complementares à sua responsabilidade, elas devem ser tratadas

Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as

demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante.

Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção

relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e

adequada apresentação das demonstrações contábeis da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de

expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das

demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Entidade ABC em 31 de

dezembro de 20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

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em uma seção separada com o subtítulo “Relatório do auditor independente sobre outros requisitos legais e regulatórios”, ou outro título apropriado e, nesse caso, o parágrafo introdutório, as seções sobre as responsabilidades do auditor e da administração e a opinião do auditor devem ser incluídos no subtítulo “Relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis”. A seção do relatório sobre outros requisitos legais e regulatórios deve ser apresentada após a seção que cobre as demonstrações contábeis. Por fim, no final do documento devem ser apostos o local, a data e as assinaturas: Veja o esquema de um relatório padrão (sem ressalvas), de acordo com as novas normas de auditoria: Relatório com Opinião de Modificada Já sabemos, também, que a decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriada depende de dois fatores:

Título Destinatário

Parágrafo Introdutório

Seção sobre a responsabilidade da administração

Seção sobre a responsabilidade do auditor e a extensão da auditoria

Seção sobre a opinião do auditor

Local, data e assinaturas

Local e Data Nome do auditor-responsável técnico Contador nº de registro no CRC Nome da empresa de auditoria � (se for o caso) Nº de registro cadastral no CRC

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Da natureza do assunto que deu origem à modificação, ou seja, se as demonstrações contábeis apresentam distorção relevante ou, no caso de

impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente,

podem apresentar distorção relevante.

Da opinião do auditor sobre a disseminação dos efeitos ou possíveis

efeitos do assunto sobre as demonstrações contábeis.

Assim, relembrando, o auditor deve expressar claramente uma opinião modificada de forma apropriada sobre as demonstrações contábeis, quando:

• conclui, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis como um todo apresentam distorções relevantes; ou

• não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir que as demonstrações contábeis como um todo não apresentam distorções relevantes.

Um caso particular é o da limitação ao alcance da auditoria, nesse caso:

• o auditor deve solicitar que a administração retire a limitação;

• se a administração se recusar a retirar essa limitação, o auditor deve comunicar o assunto aos responsáveis pela governança (a menos que todos aqueles responsáveis pela governança estejam envolvidos na administração da entidade);

• determinar se é possível executar procedimentos alternativos para obter

evidência de auditoria apropriada e suficiente;

• se o auditor não conseguir obter evidência apropriada e suficiente de auditoria:

o o auditor deve emitir opinião modificada: � Se os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se

houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados: opinião com ressalva.

� Se os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizados: abstenção de opinião.

o ou renunciar ao trabalho de auditoria, quando praticável e possível

de acordo com as leis ou regulamentos aplicáveis, nesse caso,

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deve, antes da renúncia, comunicar aos responsáveis pela governança quaisquer assuntos relativos a distorções identificadas durante a auditoria que dariam origem a uma opinião modificada.

Como é a estrutura de um relatório com opinião modificada? Deve ser acrescentado ao modelo padrão um parágrafo contendo a descrição do assunto que deu origem à modificação, seja relacionada a valores específicos, seja relacionada com as divulgações nas notas explicativas. O auditor deve colocar esse parágrafo imediatamente antes do parágrafo da opinião, utilizando o título “Base para opinião com ressalva,” “Base para opinião adversa” ou “Base para abstenção de opinião”, conforme apropriado. Se houver uma distorção relevante das demonstrações contábeis, relacionada com a não divulgação de informações que devem ser divulgadas, o auditor deve:

(a) discutir a não divulgação com os responsáveis pela governança;

(b) descrever a natureza da informação omitida no parágrafo contendo a base para a modificação; e

(c) a menos que proibido por lei ou regulamento, incluir as divulgações omitidas, desde que praticável e que o auditor tenha obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre a informação omitida.

Atenção: Mesmo que o auditor tenha emitido uma opinião adversa ou se abstenha de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, ele deve descrever no parágrafo contendo a base para a modificação as razões

Título Destinatário

Parágrafo Introdutório

Seção sobre a responsabilidade da administração

Seção sobre a responsabilidade do auditor e a extensão da auditoria

Base para opinião modificada

Seção sobre a opinião do auditor

Local, data e assinaturas

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para quaisquer outros assuntos dos quais ele está ciente que teriam requerido uma modificação da opinião, assim como os respectivos efeitos. Opinião com ressalva Quando o auditor expressa uma opinião com ressalva devido a uma distorção relevante nas demonstrações contábeis, ele deve especificar no parágrafo da opinião que, em sua opinião, exceto pelos efeitos do(s) assunto (s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para opinião com ressalva, as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes. Quando a modificação é decorrente da impossibilidade de obter evidência apropriada e suficiente de auditoria, o auditor deve usar a correspondente frase “exceto pelos possíveis efeitos do(s) assunto(s) ...” para a opinião modificada. Opinião adversa Quando o auditor expressa uma opinião adversa, ele deve especificar no parágrafo da opinião que devido à relevância do(s) assunto (s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para opinião adversa as demonstrações contábeis não estão apresentadas adequadamente. Abstenção de opinião Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião devido à impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, ele deve especificar no parágrafo da opinião que:

(a) devido à relevância do(s) assunto(s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para abstenção de opinião, o auditor não conseguiu obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar sua opinião de auditoria; e, consequentemente,

(b) o auditor não expressa opinião sobre as demonstrações contábeis.

Descrição da responsabilidade do auditor quando expressa uma opinião com ressalva ou adversa Quando o auditor expressa uma opinião com ressalva ou adversa, ele deve alterar a descrição de sua responsabilidade para especificar que ele acredita que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar sua opinião modificada. Descrição da responsabilidade do auditor quando se abstém de expressar uma opinião

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Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião ele deve alterar o parágrafo introdutório para especificar que foi contratado para examinar as demonstrações contábeis, porém não conseguiu obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar uma opinião de auditoria. Comunicação com os responsáveis pela governança Quando o auditor prevê modificar a opinião no seu relatório, ele deve comunicar aos responsáveis pela governança as circunstâncias que levaram à modificação prevista e o texto proposto da modificação. Parágrafos de ênfase no relatório do auditor independente O parágrafo de ênfase serve para o auditor chamar a atenção para um assunto apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, segundo seu julgamento, é fundamental para o entendimento pelos usuários das demonstrações contábeis. O parágrafo de ênfase só poderá ser incluído no relatório se o auditor tenha obtido evidência de auditoria suficiente e apropriada de que não houve distorção relevante do assunto nas demonstrações contábeis. Pois, se houvesse, seria o caso de ressalva, não de ênfase. Tal parágrafo deve referir-se apenas a informações apresentadas ou divulgadas nas demonstrações contábeis. Isso ocorre, pois o uso generalizado de parágrafos de ênfase diminui a eficácia da comunicação de tais assuntos pelo auditor. Além disso, incluir mais informações no parágrafo de ênfase do que aquelas que foram apresentadas ou divulgadas nas demonstrações contábeis pode sugerir que o assunto não foi apropriadamente apresentado ou divulgado, o que demandaria a emissão de opinião modificada.

Quando o auditor incluir um parágrafo de ênfase no relatório deve:

1º incluí-lo imediatamente após o parágrafo de opinião no relatório do auditor;

2º usar o título “Ênfase” ou outro título apropriado;

3º incluir no parágrafo uma referência clara ao assunto enfatizado e à nota explicativa que descreva de forma completa o assunto nas

demonstrações contábeis; e

4º indicar que a opinião do auditor não se modifica no que diz respeito ao assunto enfatizado.

Preste atenção ao item 4: a opinião do auditor não se modifica no que diz respeito ao assunto enfatizado.

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São exemplos de circunstâncias em que o auditor pode considerar necessário incluir um parágrafo de ênfase:

• Existência de incerteza relativa ao desfecho futuro de litígio excepcional ou ação regulatória.

• Existência de incerteza significativa com relação a estimativas contábeis.

• Aplicação antecipada (quando permitido) de nova norma contábil (por exemplo, nova prática contábil introduzida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC)) com efeito disseminado de forma generalizada nas demonstrações contábeis, antes da sua data de vigência.

• Grande catástrofe que tenha tido, ou continue a ter, efeito significativo sobre a posição patrimonial e financeira da entidade.

• Chamar atenção para a divulgação de informações suplementares sobre até que ponto as demonstrações contábeis estão de acordo com outra estrutura (por exemplo, demonstrações contábeis elaboradas de acordo com a estrutura nacional que também descrevem até que ponto elas estão de acordo com as normas internacionais de contabilidade).

• Quando forem apresentados valores correspondentes, para descrever as circunstâncias de distorções que não foram alteradas no período anterior e não foi reemitido o relatório do auditor independente, mas os valores correspondentes foram adequadamente retificados ou foram feitas divulgações apropriadas nas demonstrações contábeis do período corrente, e mencionar, quando relevante, que as divulgações que descrevem totalmente o assunto podem ser encontradas nas demonstrações contábeis.

São exemplos de situações que exigem a inclusão do parágrafo de ênfase:

• Para chamar a atenção dos usuários para as divulgações adicionais: nos casos em que a estrutura do relatório financeiro prevista em lei ou regulamento específico não é aceitável, a administração deve fazer divulgações adicionais nas demonstrações contábeis necessárias para evitar que as demonstrações contábeis sejam enganosas.

• No caso de eventos subsequentes2: o auditor independente deve incluir

no seu relatório, novo ou reemitido, parágrafo de ênfase com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente.

2 Falaremos sobre eventos subsequentes e suas implicações a seguir.

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• No caso de dúvida quanto à continuidade operacional da entidade: se for

feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis, o auditor deve expressar uma opinião sem ressalvas e incluir um parágrafo de ênfase em seu relatório destacando a existência de incerteza significativa e chamando a atenção para as respectivas notas explicativas às demonstrações contábeis.

• No caso da elaboração de demonstrações contábeis para propósitos especiais: para alertar os usuários desse relatório de que as demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com uma estrutura de relatório financeiro para propósitos especiais e que, consequentemente, as demonstrações contábeis podem não ser adequadas para outro fim.

• Para alertar os usuários que as diferenças remanescentes pontuais entre as práticas contábeis adotadas no Brasil e as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) se restringem à avaliação dos investimentos em controladas, coligadas e empreendimentos controlados em conjunto pelo método de equivalência patrimonial e à manutenção do diferido nas demonstrações contábeis individuais.

Parágrafos de outros assuntos no relatório do auditor independente Se o auditor considera necessário comunicar outro assunto, não apresentado nem divulgado nas demonstrações contábeis, e que de acordo com seu julgamento é relevante para o entendimento, pelos usuários, da auditoria, da responsabilidade do auditor ou do relatório de auditoria, e não for proibido por lei ou regulamento, ele deve fazê-lo em um parágrafo no relatório de auditoria, com o título “Outros assuntos” ou outro título apropriado. Alguns exemplos dessas situações incluem:

• Demonstrações contábeis do período anterior auditadas por auditor independente antecessor;

• Demonstrações contábeis do período anterior não auditadas; e

• Opinião sobre demonstrações contábeis que cobre também o período anterior (demonstrações contábeis comparativas) em discordância com a opinião expressa anteriormente.

O auditor deve incluir esse parágrafo imediatamente após o parágrafo de opinião e de qualquer parágrafo de ênfase, ou em outra parte do relatório, se o conteúdo do parágrafo de outros assuntos for relevante para a seção Outras Responsabilidades de Relatório. Situações Específicas Relacionadas ao Relatório de Auditoria

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Vamos aproveitar a oportunidade para falar um pouquinho sobre algumas situações específicas envolvendo a emissão de um relatório de auditoria. O auditor na emissão de sua opinião pode enfrentar diversas situações específicas, por exemplo, pode ter que se pronunciar sobre demonstrações contábeis comparativas; se deparar com uma primeira auditoria da entidade; ter que utilizar o parecer de outros auditores; não poder utilizar o trabalho de outros auditores etc. Nesses casos, como veremos a seguir, é muito importante destacar a divisão das responsabilidades. Assim, de uma forma geral, em todos os casos em que o nome do auditor esteja associado às demonstrações, o relatório deve conter indicação clara da natureza do trabalho do auditor e do grau de responsabilidade que ele está assumindo. Da mesma forma, sempre que o nome do auditor estiver associado com demonstrações ou informações contábeis que ele não auditou, estas devem ser claramente identificadas como “não auditadas”, em cada folha do conjunto. Bom, vamos falar agora brevemente sobre as situações específicas mais comuns e as atitudes que o auditor deve/pode tomar: 1) Primeira auditoria de uma entidade (Trabalho de auditoria inicial) Trabalho de auditoria inicial é aquele em que as demonstrações contábeis do período anterior ao que está sendo auditado:

• não foram auditadas; ou

• foram auditadas por auditor independente antecessor. Nesses casos, o auditor deve expressar a opinião com ressalva ou abstenção de opinião sobre as demonstrações contábeis, conforme apropriado se:

• não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente com relação aos saldos iniciais;

• concluir, por meio de evidências, que os saldos iniciais contêm distorção que afeta de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente e, se o efeito da distorção não é devidamente registrado ou adequadamente apresentado ou divulgado;

• verificar que as políticas contábeis do período corrente não estão aplicadas de maneira uniforme em relação aos saldos iniciais de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável; ou uma mudança nas políticas

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contábeis não está devidamente registrada, adequadamente apresentada ou divulgada, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

Agora, no caso das demonstrações anteriores terem sido auditadas por auditor antecessor, e se sua opinião for modificada, e os motivos dessa modificação continuam relevantes e significativos para as demonstrações contábeis do período corrente, o relatório do auditor atual sobre as demonstrações contábeis do período corrente deve, também, incluir modificação, conforme apropriado. 2) Informações comparativas Informações comparativas são os valores e as divulgações incluídas nas demonstrações contábeis referentes a um ou mais períodos anteriores ao que está sendo auditado. Existem duas abordagens para a utilização de informações comparativas:

• Valores correspondentes � são parte integrante das demonstrações contábeis do período corrente e devem ser lidas somente em relação aos valores e outras divulgações relacionados ao período corrente. • Demonstrações contábeis comparativas � estão incluídas somente para fins de comparação com as demonstrações contábeis do período corrente, mas, se auditadas, são mencionadas na opinião do auditor.

Vamos analisar as possíveis situações em cada uma dessas abordagens. i) Valores correspondentes: Vamos ver os efeitos dos “valores correspondentes” no relatório do auditor independente do período corrente: O relatório do auditor independente (mesmo que o atual) no período anterior

incluiu uma opinião com ressalva, adversa ou abstenção de opinião e o assunto que gerou a modificação não está resolvido, portanto, causando

efeitos nas demonstrações atuais.

Nesse caso, o auditor deve incluir modificação em sua opinião, conforme apropriado, sobre as demonstrações contábeis do período corrente. No parágrafo sobre a base para a modificação no relatório do auditor independente deve ser:

(a) mencionado os valores do período corrente e os valores correspondentes na descrição do assunto que gerou a modificação, se relevantes; ou

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(b) em outros casos, explicado que a opinião da auditoria contém

modificação em decorrência dos efeitos ou possíveis efeitos do assunto não resolvido sobre a comparabilidade dos valores do período corrente e dos valores correspondentes.

O auditor obtém evidência de auditoria de que existe distorção relevante nas

demonstrações contábeis do período anterior sobre as quais emitiu anteriormente uma opinião sem modificação e os valores correspondentes

não foram adequadamente ajustados ou não foram feitas divulgações apropriadas.

Nesse caso, o auditor deve expressar uma opinião com ressalva ou uma opinião adversa no seu relatório sobre as demonstrações contábeis do período corrente sobre o efeito na comparação dos valores correntes com relação aos valores correspondentes nelas incluídos.

As demonstrações contábeis do período anterior contendo distorção não foram alteradas e não foi reemitido o relatório do auditor independente, mas os valores correspondentes foram adequadamente retificados ou foram feitas divulgações apropriadas nas demonstrações contábeis do período corrente.

Nesse caso, o relatório atual pode incluir um parágrafo de ênfase descrevendo as circunstâncias e mencionando, quando relevante, que as divulgações que descrevem totalmente o assunto podem ser encontradas nas demonstrações contábeis.

As demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por auditor independente antecessor.

Se o auditor atual não está proibido por lei ou regulamento de mencionar o relatório do auditor independente antecessor sobre os valores correspondentes e decide fazer isso, ele deve especificar em um parágrafo de “Outros Assuntos” no seu relatório de auditoria independente:

� que as demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por um auditor independente antecessor;

� o tipo de opinião expressa pelo auditor independente antecessor e, se essa opinião conteve modificação, as razões para a modificação; e

� a data desse relatório.

As demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas.

Nesse caso, o auditor deve especificar em um parágrafo de “Outros Assuntos” no relatório que os valores correspondentes não foram auditados.

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Essa declaração, contudo, não isenta o auditor do requisito de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se os saldos iniciais contêm distorções que afetam de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente. ii) Demonstrações contábeis comparativas: Inicialmente, deve-se destacar que quando são apresentadas demonstrações contábeis comparativas, a opinião do auditor deve referir-se a cada período para o qual as demonstrações contábeis são apresentadas.

A opinião atual (do mesmo auditor) sobre as demonstrações do período anterior é diferente da opinião expressa anteriormente.

Nesse caso, o auditor, ao emitir relatório sobre demonstrações contábeis cobrindo, também o período anterior, em conexão com a auditoria do período corrente, deve divulgar as razões substanciais para a opinião diferente em um parágrafo de Outros Assuntos.

As demonstrações contábeis do período anterior foram auditadas por um auditor independente antecessor.

A menos que o relatório desse auditor independente antecessor sobre as demonstrações contábeis do período anterior seja reemitido com as demonstrações contábeis atuais, além de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis do período corrente, o auditor deve especificar em um parágrafo de Outros Assuntos: (a) que as demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por auditor independente antecessor; (b) o tipo de opinião expressa pelo auditor independente antecessor e, se a opinião conteve modificação, as razões para a modificação; e (c) a data desse relatório.

O auditor (atual) conclui que existe distorção relevante que afeta as demonstrações contábeis do período anterior sobre as quais o auditor

independente antecessor emitiu anteriormente relatório sem modificação. Se o auditor atual não concorda com a opinião do auditor antecedente, ele deve comunicar a distorção para o nível apropriado da administração e aos responsáveis pela governança, e solicitar que o auditor independente antecessor seja informado.

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Nesse caso, se as demonstrações contábeis do período anterior forem alteradas, e o auditor independente antecessor concordar em emitir novo relatório sobre as demonstrações contábeis alteradas do período anterior, o auditor (atual) deve emitir relatório somente sobre o período corrente. Contudo, pode ocorrer de o auditor independente antecessor não ter condição ou não querer reemitir o relatório de auditoria independente sobre as demonstrações contábeis do período anterior. Nesse caso, cabe a inclusão de parágrafo de outros Assuntos no relatório do auditor independente (atual) indicando que o auditor independente antecessor emitiu relatório sobre as demonstrações contábeis do período anterior antes da alteração.

As demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas.

Nesse caso, o auditor deve especificar em um parágrafo de Outros Assuntos que as demonstrações contábeis comparativas não foram auditadas. Da mesma forma que no caso de valores correspondentes, essa declaração não isenta o auditor do requisito de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se os saldos iniciais contêm distorções que afetam de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente. 3) Reflexos quando houver aceitação do trabalho de outros auditores Ainda falando de responsabilidade, deve-se destacar as situações em que um auditor emite uma opinião utilizando-se de relatórios de outros auditores. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando as demonstrações contábeis de entidades controladas e/ou coligadas, correspondentes a investimentos relevantes, foram auditadas por outro auditor, que tenha emitido relatório com opinião sem ressalva sobre elas. Importante ��� Quando o auditor aceita o relatório de outros auditores ele deve destacar no seu relatório a divisão de responsabilidades.

A referência ao relatório dos outros auditores, mesmo sem a indicação do conteúdo de sua opinião, significa que:

(a) o relatórios dos outros auditores não teve ressalvas ou teve ressalvas que não afetam a posição patrimonial e financeira e os resultados da investidora; e

(b) não há nenhuma restrição aos seus trabalhos e conclusões.

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Quando, todavia, o outro auditor emitiu opinião modificada, o auditor deve analisar se o motivo é de tal relevância que afete a sua própria opinião, em relação às demonstrações contábeis da investidora. Atenção ��� Quando os efeitos não forem relevantes, não é necessário mencioná-los no relatório do auditor da investidora.

4) Reflexo quando o auditor não puder utilizar o trabalho dos outros

auditores Quando o auditor concluir, baseado nos procedimentos recomendados, que o trabalho dos outros auditores não pode ser utilizado e que não tem condições de aplicar procedimentos adicionais suficientes com relação às demonstrações contábeis da controlada e/ou coligada, ou ao item sobre o qual os outros auditores emitiram opinião, ele deve emitir opinião com ressalva ou se abster de opinar. 5) Efeitos das não conformidades na opinião do auditor

Situação Efeito na opinião A não conformidade tem efeito relevante nas demonstrações contábeis, e esse efeito não foi

adequadamente refletido.

Opinião com ressalva ou

adversa.

O auditor for impedido de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para avaliar se a não conformidade, que pode ser

relevante para as demonstrações contábeis, ocorreu ou se é provável

que tenha ocorrido.

Abstenção ou opinião com ressalva, com base na limitação no alcance da

auditoria.

Agora, se o auditor não consegue determinar se a não conformidade ocorreu por causa de limitações impostas pelas circunstâncias ao invés de pela administração ou pelos responsáveis pela governança, ele deverá avaliar o efeito em sua opinião, ou seja, verificar se os efeitos são relevantes e generalizados. 6) Demonstrações contábeis condensadas Demonstrações contábeis condensadas são informações contábeis históricas derivadas de demonstrações contábeis (completas), porém menos detalhadas do que essas últimas, mas que fornecem representação estruturada consistente com aquela fornecida pelas demonstrações completas da entidade.

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Nesse sentido, primeiramente deve-se destacar que o auditor só deve aceitar emitir opinião sobre demonstrações condensadas quando houver auditado as informações completas. Assim, o auditor deverá observar alguns detalhes na emissão de seu relatório.

Adequação das demonstrações condensadas

Opinião nas demonstrações

completas O auditor deve:

As demonstrações contábeis condensadas são consistentes, em todos os aspectos

relevantes, ou são um resumo adequado das

demonstrações contábeis auditadas, de acordo com os critérios aplicados.

Opinião com ressalva,

parágrafo de ênfase ou

parágrafo de outros

assuntos.

Afirmar que o relatório sobre as demonstrações completas contém opinião com ressalva, parágrafo de ênfase ou parágrafo de outros assuntos; e descrever: (i) a base para a opinião com ressalva; (ii) a referida opinião com ressalva ou o parágrafo de ênfase, assim como o parágrafo de outros assuntos; e (iii) o respectivo efeito desses assuntos sobre as demonstrações contábeis, se houver.

Opinião adversa ou abstenção de

opinião.

Afirmar que o relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis auditadas contém opinião adversa ou abstenção de opinião; e descrever: (i) a base para a opinião adversa ou para a abstenção de opinião; e (ii) afirmar que, em decorrência da opinião adversa ou abstenção de opinião, é inapropriado expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis condensadas.

As demonstrações contábeis condensadas não são consistentes ou não são um resumo

adequado das demonstrações contábeis auditadas, de acordo com os critérios aplicados, e a

administração não concorda em fazer as

modificações necessárias.

Expressar uma opinião adversa sobre as demonstrações contábeis condensadas.

7) Continuidade Operacional Se existe incerteza significativa quanto à continuidade operacional e:

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� a entidade utilizou apropriadamente o pressuposto de continuidade operacional; mas

� a entidade não fez divulgação adequada nas demonstrações contábeis. O auditor deve expressar uma opinião com ressalva ou adversa, conforme apropriado. O auditor deve declarar no seu relatório de auditoria independente que há uma incerteza significativa que pode levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional da entidade. Contudo, se as demonstrações contábeis foram elaboradas no pressuposto de continuidade operacional, mas no julgamento do auditor, a utilização desse pressuposto pela administração nas demonstrações contábeis é inapropriada, ele deve expressar opinião adversa. Resumindo o assunto:

8) Outras informações Outras informações são informações financeiras e não financeiras (outras que não as demonstrações contábeis auditadas e o respectivo relatório do auditor independente) que estão incluídas, por lei, regulamento ou costume, em um documento que contenha também as demonstrações contábeis auditadas e o respectivo relatório do auditor independente. O auditor deve ler as outras informações para identificar inconsistências relevantes, se houver, com as demonstrações contábeis auditadas. Se, ao ler as outras informações, o auditor identificar uma inconsistência relevante, ele deve determinar se as demonstrações contábeis auditadas ou as

Pressuposto de continuidade operacional

Utilizadoapropriadamente

Divulgaçãoadequada

Opinião sem ressalva

Divulgaçãoinadequada

Opinião com ressalva ou adversa

Utilizado de forma inapropriada

Opinião adversa

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outras informações precisam ser retificadas. Ou seja, deve verificar se a inconsistência encontrada nas outras informações de alguma forma tem relação com o conteúdo das demonstrações contábeis auditadas e, portanto, precisa alguma correção, seja nas outras informações, seja nas demonstrações. Se for necessário retificar as demonstrações contábeis auditadas e a administração se recusar, o auditor deve modificar a opinião em seu relatório, de forma apropriada. Se for necessário retificar as outras informações e a administração se recusar a fazê-lo, o auditor deve comunicar esse assunto aos responsáveis pela governança; e (a) incluir no relatório do auditor independente um parágrafo de outros assuntos descrevendo a inconsistência relevante; ou (b) reter o seu relatório; ou (c) quando legalmente permitido, o auditor deve se retirar do trabalho. 9) Demonstração de Valor Adicionado: É importante destacar que a demonstração do valor adicionado (DVA) é obrigatória, segundo a legislação societária brasileira, somente para as companhias abertas, enquanto que de acordo com as IFRSs, por não ser uma demonstração obrigatória no conjunto de demonstrações contábeis, deve ser considerada uma informação suplementar. Para simplificar, de acordo com a Resolução CFC nº 1.320/2011, a redação e o entendimento do relatório do auditor independente, a DVA deve ser tratada em parágrafo de outros assuntos, após o parágrafo da opinião.

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Normas das transações e eventos subsequentes

A investigação dos eventos ou transações subsequentes à data do levantamento do balanço, os quais por sua relevância possam afetar substancialmente a situação patrimonial e/ou financeira da empresa, e a sua consequente revelação, é atividade típica da auditoria externa independente, demonstrando, de forma prática e objetiva, uma das finalidades maiores desta atividade profissional. A escrituração contábil chega até o encerramento do balanço e demonstra a situação patrimonial, financeira e de resultados daquela data. Mas isso já é com algum atraso, pois entre a data do encerramento do exercício e o momento em que as demonstrações contábeis são divulgadas, decorrem muitos dias, às vezes até meses. Nesse meio tempo, pela ocorrência de fatos imprevistos, a situação pode ter-se modificado sensivelmente, tendo deteriorado ou melhorado muito.

A auditoria investiga essas eventuais ocorrências, procura manter-se atualizada, avalia seus efeitos e, se estes forem de natureza tal que devam ser conhecidos, pela influencia que possam ter sobre a situação da empresa auditada, revela-os e, sempre que possível, quantifica-os. Suponhamos uma empresa próspera, que tenha levantado seu balanço no fim do seu exercício social, revelando situação satisfatória, mas que, quinze dias depois de ter concluído o balanço sofre uma perda irreparável, pela inesperada falência de seu principal cliente, devedor de quantia muito significativa em relação ao Patrimônio Líquido da empresa. Além do prejuízo monetário, com influencia na situação econômica, financeira e de resultados, há o desaparecimento do cliente, consumidor de quantidade apreciável da produção, forçando a empresa, no mínimo, a mudar a sua

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política de vendas, ou sujeitar-se a reduzir suas atividades, ou tomar qualquer outra atitude que pode, ou não, superar o ocorrido. Assim, enquanto as demonstrações contábeis do exercício revelam situação satisfatória, a realidade, naquele momento, já e bem outra. O auditor externo, tomando conhecimento do evento subsequente depois de avaliá-lo friamente, deve revelá-lo, dizendo dos efeitos que produzirá sobre as demonstrações contábeis já encerradas e das perspectivas futuras de resultado. Mas não são apenas os maus eventos que devem ser revelados. Também os bons. A solução feliz de um processo vultoso, que estava registrado como contingências; a aquisição de uma fábrica concorrente, com perspectivas de grande aumento das vendas; o fechamento de um negócio excepcional, garantindo a produção e os lucros por muito tempo; tudo isso pode ser revelado. Entretanto, a preocupação maior do auditor é sempre com os eventos que possam trazer consequências prejudiciais. Dentro do princípio do conservadorismo, é preferível esperar que os bons eventos aconteçam, evitando o comprometimento com possibilidades que possam não se concretizar. O assunto, eventos subsequentes, é disciplinado pelas novas normas, na NBC TA 560, que estabelece procedimentos e critérios a serem adotados pelo auditor em relação aos eventos ocorridos entre a data do balanço e a data do relatório de auditoria, bem como, a fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório que possam demandar ajustes nas Demonstrações Contábeis ou a divulgação de informações nas notas explicativas. Como vimos acima, o auditor deve considerar como parte normal da auditoria o período entre a data do término do exercício social e a data da emissão do respectivo relatório (=período subsequente).

Atenção ��� A data do Relatório do Auditor Independente informa ao leitor que o auditor considerou o efeito dos eventos e transações que ocorreram até aquela data (daqueles que, com o devido cuidado, tomou conhecimento, evidentemente).

O auditor deve considerar três situações de eventos subsequentes:

• Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente;

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• Eventos que chegaram ao conhecimento do auditor independente

após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis; e

• Eventos que chegaram ao conhecimento do auditor independente

após a divulgação das demonstrações contábeis. Vamos entender cada um deles... Nesse caso, o auditor deve executar procedimentos de auditoria desenhados para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente de que todos os eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do seu relatório que precisam ser ajustados ou divulgados nas demonstrações contábeis foram identificados. Esses procedimentos devem cobrir desde a data das demonstrações até a data do relatório, ou o mais próximo possível desta, a natureza e extensão dos procedimentos vão depender da avaliação do risco pelo auditor. Entre outros, devem ser realizados os seguintes procedimentos: � obtenção de entendimento dos procedimentos estabelecidos pela

administração para assegurar que os eventos subsequentes são identificados;

� indagação à administração e, quando apropriado, aos responsáveis

pela governança sobre a ocorrência de eventos subsequentes que poderiam afetar as demonstrações contábeis;

� leitura das atas, se houver, das reuniões dos proprietários (dos acionistas em sociedade anônima), da administração e dos responsáveis pela governança da entidade, realizadas após a data das demonstrações contábeis, e indagação sobre assuntos discutidos nas reuniões para as quais as atas ainda não estão disponíveis; e

Data encerramento do

exercício social Relatório do auditor

Evento Subsequente

Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente

linha do tempo

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� leitura das últimas demonstrações contábeis intermediárias da entidade, se houver.

Além desses procedimentos de auditoria, o auditor pode realizar procedimentos adicionais, tais como:

� ler os últimos orçamentos disponíveis, previsões de fluxos de caixa e outros relatórios da administração relacionados de períodos posteriores à data das demonstrações contábeis;

� indagar, ou estender as indagações anteriores verbais ou por escrito, aos consultores jurídicos sobre litígios e reclamações; ou

� considerar a necessidade de representações formais que cubram determinados eventos subsequentes para corroborar outra evidência de auditoria e assim obter evidência de auditoria apropriada e suficiente.

Se forem identificados eventos que requerem ajuste ou divulgação nas demonstrações, o auditor deve avaliar se esses eventos estão refletidos de maneira apropriada nas demonstrações de acordo com a estrutura conceitual aplicável (=observa as NBC’s, os princípios, a legislação específica etc.). Além disso, o auditor deve solicitar à administração e, quando apropriado, aos responsáveis pela governança, representação formal (=declaração, carta da administração) de que todos os eventos que requerem ajuste ou divulgação nas demonstrações foram ajustados ou divulgados. . Atenção ��� O auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação às demonstrações contábeis após a data do seu relatório. Entretanto, se, após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis, o auditor tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia ter levado o auditor a alterar seu relatório, ele deve:

Divulgação das demonstrações

contábeis Relatório do auditor

Evento Subsequente

Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das

demonstrações contábeis

linha do tempo

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� discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os

responsáveis pela governança;

� determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo;

• indagar como a administração pretende tratar o assunto nas

demonstrações contábeis. Caso seja necessário e a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente deve:

(a) aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias da alteração;

(b) estender os procedimentos de auditoria até a data do novo relatório do auditor independente; e

(c) fornecer novo relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis alteradas. O novo relatório do auditor independente não deve ter data anterior à data de aprovação das demonstrações contábeis alteradas.

Pode haver casos em que a legislação não proíba a administração de restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes que causaram essa alteração. Nesses casos, o auditor pode limitar os procedimentos de auditoria aos eventos subsequentes que provocaram essa alteração. Assim, deve alterar o relatório para incluir data adicional restrita a essa alteração que indique que os procedimentos do auditor independente sobre os eventos subsequentes estão restritos unicamente às alterações das demonstrações contábeis descritas na respectiva nota explicativa. Pode haver casos, ainda, que não haja exigência da legislação ou, regulamentação para que a administração reapresente demonstrações contábeis e, portanto, o auditor não precisa fornecer novo relatório de auditoria ou alterar o relatório. Entretanto, nas circunstâncias em que o auditor considerar necessário, se a administração não alterar as demonstrações contábeis:

(a) se o relatório do auditor independente ainda não tiver sido fornecido à entidade, o auditor independente deve modificá-lo, e depois fornecê-lo; ou

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(b) se o relatório do auditor independente já tiver sido fornecido à entidade, o auditor independente deve notificar a administração e os responsáveis pela governança, para que não divulguem as demonstrações contábeis para terceiros antes de serem feitas as alterações necessárias.

Se mesmo assim, as demonstrações contábeis forem divulgadas posteriormente sem as modificações necessárias, o auditor independente deve tomar medidas para procurar evitar o uso por terceiros daquele relatório de auditoria. Atenção ��� Após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação às demonstrações contábeis. Entretanto, se, após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor independente tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório do auditor independente, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório, o auditor independente deve:

(a) discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança;

(b) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo;

(c) indagar como a administração pretende tratar do assunto nas demonstrações contábeis.

Caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente deve:

(a) aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias das alterações;

Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a divulgação das demonstrações contábeis

Divulgação das demonstrações

contábeis

Evento Subsequente

linha do tempo

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(b) revisar as providências tomadas pela administração para garantir que todos os que receberam as demonstrações contábeis juntamente com o respectivo relatório do auditor independente sejam informados da situação;

(c) exceto nas circunstâncias em que a legislação não proíbe a administração de restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes que causaram essa alteração:

(i) estender os procedimentos de auditoria até a data do novo relatório do auditor independente e datar o novo relatório com data posterior à data de aprovação das demonstrações contábeis reapresentadas; e

(ii) fornecer novo relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis reapresentadas;

(d) no caso em que a legislação não proíbe a administração de restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes que causaram essa alteração, alterar o relatório do auditor independente.

O auditor independente deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, Parágrafo de Ênfase com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente. Caso a administração não tome as providências necessárias para garantir que todos os que receberam as demonstrações contábeis emitidas anteriormente sejam informados da situação e não altere as demonstrações contábeis nas circunstâncias em que o auditor considere necessário, ele deve notificar a administração e os responsáveis pela governança, de que procurará evitar o uso por terceiros daquele relatório no futuro. Se, apesar dessa notificação, a administração ou os responsáveis pela governança não tomarem as referidas providências necessárias, o auditor independente deve tomar as medidas apropriadas para tentar evitar o uso por terceiros daquele relatório de auditoria.

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Questões Comentadas

01. (ESAF/AFRFB/2012) Não é uma condição de exigência para que o auditor independente inclua um parágrafo de ênfase em seu relatório. a) A incerteza com relação à continuidade operacional da empresa auditada. b) A auditoria realizada para propósitos especiais. c) As contingências relevantes e de grande monta, decorrentes de processos trabalhistas provisionadas e em discussão. d) As diferenças entre práticas contábeis adotadas no Brasil e as IFRS. e) A elaboração da Demonstração do Valor Adicionado. Resolução: Vamos analisar cada um dos itens: Item A: O caso de dúvida quanto à continuidade operacional da entidade

demanda a inclusão de parágrafo de ênfase no relatório. Item B: O caso da elaboração de demonstrações contábeis para propósitos especiais também demanda a inclusão de parágrafo de ênfase no relatório. Item C: O caso da existência de incerteza relativa ao desfecho futuro de litígio excepcional ou ação regulatória pode demandar a inclusão de parágrafo ênfase. Caso existam contingências de grande monta, estas podem afetar inclusive a continuidade operacional da entidade e, nesse caso, demandariam a inclusão de parágrafo de ênfase. Item D: Esse é outro caso que demanda à inclusão de parágrafo de ênfase: alertar os usuários sobre as diferenças remanescentes pontuais entre as práticas contábeis adotadas no Brasil e as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS). Item E: Esse não é caso para inclusão de parágrafo de ênfase, é sim para inclusão de parágrafo de outros assuntos, necessário para simplificar a redação e o entendimento do relatório do auditor independente. Gabarito: E

02. (ESAF/AFRFB/2012) O auditor externo da empresa Mutação S.A., para o exercício de 2011, identificou, nas demonstrações contábeis de 2010, divergências que o levam a formar opinião diferente da expressa pelo auditor anterior. Nesse caso, deve o auditor externo

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a) eximir-se de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis do ano de 2010, expressando opinião somente sobre a demonstração contábil de 2011. b) divulgar, em um parágrafo de outros assuntos no relatório de auditoria, as razões substanciais para a opinião diferente. c) exigir da empresa a republicação das demonstrações contábeis de 2010, com o relatório de auditoria retificado. d) emitir obrigatoriamente um relatório de auditoria, com opinião modificada, abstendo-se de opinar sobre as demonstrações contábeis de 2010. e) comunicar aos órgãos de supervisão o fato, ressalvando o relatório de auditoria dos anos de 2011 e 2010. Resolução: Vimos que as normas de auditoria determinam que uma das situações previstas para utilização de parágrafo de Outros Assuntos é quando as demonstrações contábeis do período anterior tiverem sido auditadas por auditor independente antecessor. Além disso, o auditor, ao emitir relatório sobre demonstrações contábeis cobrindo, também o período anterior, em conexão com a auditoria do período corrente, para o qual ele havia emitido opinião diferente, deve divulgar as razões substanciais para essa mudança em um parágrafo de Outros Assuntos. Apesar de as normas não trazerem expressamente a mesma previsão no caso da opinião sobre o período anterior ter sido emitida por outro auditor, o instrumento adequado para o auditor atual alertar os usuários sobre a situação mencionada é a inclusão de parágrafo de outros assuntos. Dessa forma, a única opção que está de acordo com as normas de auditoria é a B. Gabarito: B

03. (FCC/ISS SP/2012) A empresa brasileira Torucha S.A. elaborou as demonstrações contábeis de 2011, consolidadas e individuais, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil para avaliação dos investimentos em controladas, coligadas, usando o método de equivalência patrimonial. Dessa forma, o auditor ao emitir seu relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis deve (A) emitir um relatório de auditoria, com limitação de escopo, uma vez que as práticas contábeis adotadas no Brasil divergem dos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS. (B) emitir um parecer adverso, ressalvando que as demonstrações contábeis não atendem às normas internacionais de contabilidade: IFRS, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

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(C) elaborar parágrafo de ênfase, evidenciando que as demonstrações financeiras individuais foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, ressalvando que neste aspecto não atendem às normas internacionais de contabilidade: IFRS. (D) emitir parecer sem ressalva, uma vez que as demonstrações foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil; como essas práticas refletem os pronunciamentos do CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis, estão em conformidade com as normas internacionais de contabilidade: IFRS. (E) abster-se de opinar em seu relatório de auditoria, uma vez que as práticas adotadas no Brasil divergem dos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS. Resolução: Para resolver essa questão, inicialmente é preciso saber que realmente existe uma divergência entre as normas brasileiras e internacionais de contabilidade, com relação à consolidação de entidades controladas. Enquanto as normas brasileiras preveem que a consolidação seja feito pelo método da equivalência patrimonial, as IFRSs demandam que seja feito por consolidação de balanços. Nesse sentido, as Normas Brasileiras de Auditoria determinam que o auditor alerte os usuários, por meio de parágrafo de ênfase, sobre as diferenças remanescentes pontuais entre as práticas contábeis adotadas no Brasil e as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) que se restringem à:

• avaliação dos investimentos em controladas, coligadas e empreendimentos controlados em conjunto pelo método de equivalência patrimonial; e

• manutenção do diferido nas demonstrações contábeis individuais. Gabarito: C

04. (FCC/ISS SP/2012) A empresa exportatudo S.A. tem em suas operações instrumentos financeiros derivativos de hedge de moeda para cobertura de sua exposição cambial. Apesar de enquadrar-se na condição para contabilização pelo método de hedge accounting não o aplica. Dessa forma, deve o auditor externo (A) ressalvar e enfatizar, no relatório de auditoria, os efeitos que o referido procedimento causa às demonstrações financeiras auditadas. (B) verificar se o procedimento está divulgado em nota explicativa e emitir relatório de auditoria sem ressalva, uma vez que esse procedimento é opcional. (C) avaliar o impacto e verificar se o procedimento afeta representativamente o resultado, ressalvando o relatório de auditoria.

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(D) emitir relatório de auditoria, condicionando sua avaliação aos reflexos que o referido procedimento causaria às demonstrações contábeis. (E) abster-se de emitir opinião em virtude da relevância que o procedimento causa nas demonstrações contábeis das empresas de forma geral. Resolução: Mais uma questão que mistura conhecimentos de contabilidade e auditoria. A chave para responder a questão é saber se a empresa adotou um posicionamento incorreto (se for incorreto, qual a extensão do problema) e seu impacto na opinião do auditor. Bom… a questão já nos dá uma dica ao afirmar que apesar de a empresa enquadrar-se na condição para utilizar a contabilização pelo método de hedge accounting, ela não aplica esse método, dando a entender que é algo opcional. De fato, de acordo com o Pronunciamento CPC-14: Para entidades que realizam operações com derivativos (e alguns instrumentos financeiros não derivativos – instrumento de hedge para proteger o risco de variação cambial.) com o objetivo de hedge em relação a um risco específico determinado e documentado, há a possibilidade de aplicação da metodologia denominada contabilidade de operações de hedge (hedge accounting). Dado que se trata de uma aplicação opcional, não há nenhuma incorreção no procedimento adotado pela empresa, assim, o parecer do auditor será sem ressalva. Gabarito: B

05. (FCC/MPE PE - Analista Ministerial – Ciências Contábeis/2012) De acordo com a NBC TA 705, se houver impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente e o auditor julgar que o possível efeito desse fato sobre as demonstrações contábeis for relevante e generalizado, ele deve emitir um relatório (nova denominação do antigo parecer de auditoria): (A) sem ressalva. (B) com abstenção de opinião. (C) com ressalva. (D) adverso. (E) limpo. Resolução: Para responder essa questão temos que lembrar o quadro apresentado na NBC TA 705:

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Julgamento do auditor sobre a disseminação de forma

generalizada dos efeitos ou possíveis efeitos sobre as

demonstrações contábeis

Natureza do assunto que gerou a

modificação Relevante mas não

generalizado Relevante e generalizado

As demonstrações contábeis

apresentam distorções relevantes Opinião com ressalva Opinião adversa

Impossibilidade de obter

evidência de auditoria

apropriada e suficiente

Opinião com ressalva Abstenção de opinião

Gabarito: B

06. (FCC/TRT 6R - Analista Judiciário – Contabilidade/2012) Quando um objetivo em uma norma NBC TA relevante não puder ser cumprido e referido fato impedir que o auditor cumpra com os objetivos gerais de auditoria e faça com que o auditor modifique sua opinião ou renuncie ao trabalho, tal fato ensejará a emissão de relatório (A) adverso ou com ressalva. (B) com abstenção de opinião ou sem ressalvas. (C) com negativa de opinião ou com limitação de escopo. (D) sem ressalva ou adverso. (E) sem ressalvas ou com ênfases. Resolução: O enunciado está falando, em outras palavras, sobre distorções relevantes nas demonstrações contábeis, dessa forma, novamente, para responder essa questão, temos que lembrar o quadro apresentado na NBC TA 705:

Julgamento do auditor sobre a disseminação de forma

generalizada dos efeitos ou possíveis efeitos sobre as

demonstrações contábeis

Natureza do assunto que gerou a

modificação Relevante mas não

generalizado Relevante e generalizado

As demonstrações contábeis

apresentam distorções relevantes Opinião com ressalva Opinião adversa

Impossibilidade de obter

evidência de auditoria

apropriada e suficiente

Opinião com ressalva Abstenção de opinião

Gabarito: A

07. (FCC/Nova Caixa – Contador/2011) Quando ocorrer incerteza quanto a fato relevante, cujo desfecho poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, mas que foi mencionado nas notas explicativas às demonstrações contábeis, o auditor deve

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(A) emitir parecer adverso. (B) adicionar parágrafo de ênfase em seu parecer sem ressalva. (C) emitir parecer com abstenção de opinião. (D) não emitir o parecer até ter maiores informações sobre o assunto. (E) emitir parecer com ressalva. Resolução: O enunciado trata de dúvida quanto à continuidade operacional da entidade, nesse caso, se for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis, o auditor deve expressar uma opinião sem ressalvas e incluir um parágrafo de ênfase em seu relatório destacando a existência de incerteza significativa e chamando a atenção para as respectivas notas explicativas às demonstrações contábeis. Gabarito: B

08. (FCC/TRT 4R – Analista Judiciário – Especialidade Contabilidade/2011) O processo de auditoria e a emissão de relatório de auditoria sem ressalva (A) não isenta o administrador e os agentes de governança das responsabilidades legais e normativas. (B) divide a responsabilidade pelas demonstrações contábeis com os administradores e transfere a responsabilidade e eventuais fraudes não constatadas, para a firma de auditoria. (C) exime da responsabilidade os administradores e a diretoria executiva da empresa, dividindo as responsabilidades com os agentes de governança. (D) não elimina a possibilidade de erros materiais e de distorções relevantes nas demonstrações contábeis. (E) elimina a responsabilidade dos agentes de governança das responsabilidades legais e normativas. Resolução: A emissão de relatório de auditoria sem ressalvas significa que o auditor está satisfeito quanto à apresentação das demonstrações contábeis, e julga que elas estão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Mas, a emissão desse tipo de relatório não elimina a responsabilidade do administrador e dos agentes de governança quanto aos cumprimentos das obrigações legais e normativas, não transfere qualquer tipo de responsabilidade quanto à elaboração das demonstrações contábeis e tampouco elimina a possibilidade de erros materiais ou distorções relevantes.

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Gabarito: A

09. (FCC/TCE PR – Analista de Controle Área Contábil/2011) Quando as demonstrações financeiras representam adequadamente a posição patrimonial e financeira, o auditor emite um parecer (A) conclusivo. (B) sem especificações. (C) extroverso. (D) finalístico. (E) sem ressalva. Resolução: Quando o auditor está satisfeito quanto à apresentação das demonstrações contábeis, e julga que elas estão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, representando adequadamente a posição patrimonial e financeira, deve emitir relatório de auditoria sem ressalvas. Gabarito: E

Com referência a papeis de trabalho e relatórios de auditoria, julgue os itens a seguir. 10. (Cespe/MPE PI – Controle Interno/2012) Caso parte das demonstrações contábeis da entidade auditada esteja sob a forma de demonstrações condensadas, o auditor deve abster-se de emitir opinião em seu parecer, dada a impossibilidade de comprovação suficiente para fundamentá-la. Resolução: O auditor pode emitir opinião sobre demonstrações condensadas quando houver auditado as informações completas. Gabarito: errado

Com referência a papeis de trabalho e relatórios de auditoria, julgue os itens a seguir. 11. (Cespe/MPE PI – Controle Interno/2012) Considere que um auditor encarregado de realizar auditoria em determinada instituição inclua em seu relatório o parágrafo de ênfase, por meio do qual ele expresse incertezas em relação a um fato relevante, cujo desfecho possa afetar significativamente a posição patrimonial dessa instituição. Nesse caso, a inclusão desse parágrafo de ênfase é motivo para que o relatório seja denominado parecer adverso.

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Resolução: A opinião do auditor não se modifica devido à inclusão de parágrafo de ênfase. Gabarito: errado

12. (Cespe/ANALISTA EBC – Contabilidade/2011) Caso o auditor tenha dúvida a respeito de um ou mais elementos específicos e relevantes das demonstrações contábeis, ainda que não sejam fundamentais para a sua compreensão, ele deve emitir parecer com ressalva. Resolução: Na impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre elementos relevantes para as demonstrações contábeis, cujo efeito não seja generalizado, o auditor deve emitir opinião sem ressalva, veja que se houvesse generalização o auditor deveria abster-se de opinar. Gabarito: correto

Com referência às evidências, à comunicação e ao monitoramento dos resultados do trabalho de auditoria, julgue os itens que se seguem. 13. (Cespe/TCU – Auditoria Governamental/2011) Se o auditor, no decorrer de seus exames, tiver constatado que o descumprimento a determinado princípio contábil provocou efeitos relevantes no patrimônio ou nos resultados da entidade, e se a entidade auditada tiver reconhecido e divulgado o fato em nota explicativa, o auditor estará dispensado de mencionar o referido fato em seu parecer, que poderá ser emitido sem ressalva. Resolução: Se os efeitos foram relevantes no patrimônio ou nos resultados da entidade, no mínimo, dependendo da generalização, o auditor deverá emitir parecer com ressalva. Gabarito: errado

O trabalho de auditoria deve ser consubstanciado na elaboração dos respectivos relatórios. Julgue os itens a seguir, relacionados a esse assunto. 14. (Cespe/TCU – Orientação: Auditoria de Obras Públicas/2011) É condição necessária e suficiente para a emissão de um parecer de auditoria sem ressalvas que as demonstrações contábeis sejam preparadas de acordo

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com os princípios fundamentais da contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. Resolução: Para a emissão de parecer sem ressalvas é necessário que as demonstrações contábeis sejam preparadas de acordo com os princípios fundamentais da contabilidade e com as Normas Brasileiras de Contabilidade, contudo, isso não é condição suficiente. Gabarito: errado

15. (FCC – MPE/PE – Analista Ministerial. – Ciências Contábeis– 2006) – Adaptada - Em relação à discriminação e ao conteúdo dos elementos básicos do relatório do auditor independente, é INCORRETO afirmar: (A) O título “Parecer dos Auditores Independentes” era usado, antes do advento das novas normas de auditoria, para evitar que não seja confundido com os pareceres ou relatórios emitidos por outros órgãos. (B) O relatório deve ser endereçado aos acionistas, à administração da entidade cujas demonstrações estejam sendo auditadas e, em outras circunstâncias, deverá ser dirigido ao público em geral. (C) Na data do relatório, o dia deve ser o mais próximo possível ao de conclusão dos trabalhos na entidade auditada. (D) O relatório dos auditores independentes deve ser assinado pelo contador responsável pelos trabalhos e conter seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade. (E) O relatório dos auditores independentes deve incluir uma Seção sobre a responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis. Resolução: Observe que o enunciado pede a opção incorreta.

(A) O título “Parecer dos Auditores Independentes” era usado, antes do advento das novas normas de auditoria, para evitar que não seja confundido com os pareceres ou relatórios emitidos por outros órgãos.

Vimos que a NBC T 11 fazia essa distinção, com a convergência às normas internacionais, o instrumento pelo meio do qual o auditor expressa sua opinião passou a se denominar simplesmente “relatório de auditoria independente”.

(B) O relatório deve ser endereçado aos acionistas, à administração da entidade cujas demonstrações estejam sendo auditadas e, em outras circunstâncias, deverá ser dirigido ao público em geral.

O relatório normalmente é destinado aos acionistas ou para os responsáveis pela governança da entidade, cujas demonstrações contábeis estão sendo

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auditadas. Essa questão está errada ao afirmar que o relatório é dirigido ao público em geral.

(C) Na data do relatório, o dia deve ser o mais próximo possível ao de conclusão dos trabalhos na entidade auditada.

O relatório não pode ter data anterior à data em que o auditor independente obteve evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis, ou seja, à data da conclusão dos trabalhos na entidade auditada.

(D) O relatório dos auditores independentes deve ser assinado pelo contador responsável pelos trabalhos e conter seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade.

O relatório sempre deve ser assinado pelo auditor independente responsável (bacharel em contabilidade com registro no CRC).

(E) O relatório dos auditores independentes deve incluir uma Seção sobre a responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis.

A estrutura do relatório deve conter uma seção específica na qual deve ficar claro a responsabilidade da administração pelas demonstrações contábeis. Gabarito: B

16. (FCC – INFRAERO – Analista Superior II– Auditor– 2009) – Adaptada - Quando houver limitação na extensão do trabalho do auditor, seja ela imposta pela administração da entidade ou circunstancial, o profissional pode ser obrigado a emitir uma opinião (A) com ressalva ou abstenção de opinião, dependendo da extensão da limitação. (B) adversa, qualquer que seja a extensão da limitação. (C) sem ressalva, mas com um parágrafo intermediário indicando como a limitação pode ter distorcido as demonstrações contábeis da entidade auditada. (D) sem ressalva, desde que baseada nas informações do auditor interno, que lhe afirma que a limitação não terá efeito relevante nas demonstrações contábeis. (E) com abstenção de opinião, mesmo que a limitação tenha ocorrido em item das demonstrações contábeis de pouca relevância. Resolução:

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Veja que quando o auditor estiver impossibilitado de obter evidências de auditoria apropriada e suficiente, dependendo da generalização, ele deverá emitir ou uma opinião com ressalva ou abster-se de opinar. Gabarito: A

17. (FCC/APOFP – Sefaz SP/2010) Em uma auditoria em que não foi possível obter comprovação suficiente para fundamentar uma opinião, devido às limitações no escopo dos exames realizados, o auditor (A) não deve emitir qualquer parecer. (B) deve emitir um parecer adverso. (C) deve emitir um parecer com negativa de opinião. (D) deve emitir um parecer com ressalvas. (E) deve emitir um parecer sem ressalvas. Resolução: Vimos que, na impossibilidade de obtenção de evidências de auditoria apropriada e suficiente, o auditor deve:

• emitir uma opinião com ressalva, caso o efeito seja relevante mas não generalizado; ou

• abster-se de opinar, caso o efeito seja relevante e generalizado.

O enunciado da questão afirma que as limitações de escopo não permitiram a formação de uma opinião sobre as demonstrações contábeis, portanto, entende-se que estamos diante de um efeito generalizado. Gabarito: C

18. (ESAF/Analista Técnico: Controle e Fiscalização – SUSEP/2010) O auditor externo, ao avaliar as demonstrações contábeis da empresa Evolution S.A., identificou que a empresa está discutindo a similaridade de seus produtos com produtos de concorrentes que possuem isenção de tributação. A empresa não vem recolhendo o referido tributo há mais de 5 anos e o valor relativo a essa contingência é significativo. Caso a decisão vier a ser contrária à empresa, a mesma entrará em processo de descontinuidade. A decisão deve ter seu mérito julgado em quatro anos. Dessa forma deve o auditor emitir parecer: (A) negativa de opinião, por não poder firmar opinião sobre as demonstrações contábeis. (B) com ressalva, evidenciando o fato como restritivo às demonstrações contábeis. (C) adverso, por não permitir avaliar as demonstrações contábeis.

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(D) sem ressalva, visto que há incerteza no desdobramento da causa. (E) sem ressalva, com introdução de parágrafo de ênfase fazendo referência à nota explicativa que deve descrever detalhadamente o evento. Resolução: Vimos que uma das situações que exige a inclusão do parágrafo de ênfase é o caso de dúvida quanto à continuidade operacional da entidade. Se for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis, o auditor deve expressar uma opinião sem ressalvas e incluir um parágrafo de ênfase em seu relatório destacando a existência de incerteza significativa e chamando a atenção para as respectivas notas explicativas às demonstrações contábeis. Como o auditor identificou essa situação a partir da avaliação das demonstrações contábeis, presume-se que ela está adequadamente divulgada. Gabarito: E

19. (ESAF/AFRFB/2009) - adaptada - Na emissão de opinião com abstenção de opinião para as demonstrações contábeis de uma entidade, pode-se afirmar que: (A) elimina a responsabilidade do auditor de emitir qualquer opinião devendo este comunicar à administração da empresa da suspensão dos trabalhos. (B) não suprime a responsabilidade do auditor de mencionar, no relatório, qualquer desvio, independente da relevância ou materialidade, que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. (C) exclui a responsabilidade do auditor de se manifestar sob qualquer aspecto das demonstrações. (D) não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no relatório, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. (E) extingue a responsabilidade do auditor de mencionar, no relatório, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. Resolução: Segundo o item 27 da NBC TA 706, quando o auditor se abstém de expressar uma opinião devido à impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, ele deve alterar a descrição da sua responsabilidade e a descrição do alcance da auditoria para especificar somente o seguinte: “Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na condução da auditoria de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Em decorrência do(s) assunto (s)

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descrito(s) no parágrafo sobre a base para abstenção de opinião, não conseguimos obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar uma opinião de auditoria.” Além disso, quando o auditor prevê modificar a opinião no seu relatório, ele deve comunicar aos responsáveis pela governança as circunstâncias que levaram à modificação prevista e o texto proposto da modificação. Ou seja, o auditor deve mencionar no relatório os motivos que o levaram a se abster de opinar. Gabarito: D

20. (ESAF/AFRFB/2009) - adaptada - A empresa de Transportes S.A. é uma empresa que tem seus registros contábeis e procedimentos estabelecidos por agência de fiscalização. A agência estabeleceu procedimento para registro das concessões que diverge significativamente, do procedimento estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilidade. Nessa situação, deve o auditor emitir opinião: (A) sem abstenção de opinião. (B) adverso. (C) com ressalva. (D) sem ressalva, mas evidenciando em nota explicativa a divergência. (E) com abstenção de opinião. Resolução: A opinião do auditor pode ser modificada, ou seja, o relatório será diferente do “limpo”, de três maneiras: opinião com ressalva, opinião adversa e abstenção de opinião. A decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriado depende da:

(a) natureza do assunto que deu origem à modificação, ou seja, se as demonstrações contábeis apresentam distorção relevante ou, no caso de impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, podem apresentar distorção relevante; e,

(b) opinião do auditor sobre a disseminação dos efeitos ou possíveis efeitos do assunto sobre as demonstrações contábeis.

Assim, a opinião com ressalva ocorre quando o auditor tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis.

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A opinião adversa deve ser expressa quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, o auditor conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis. Por sua vez, a abstenção de opinião ocorre quando o auditor não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas. Portanto, no caso em questão, não se trata de distorção não detectada, assim, podemos descartar a abstenção de opinião, e como a distorção é relevante, no entanto, não é generalizada, uma vez que é específica no procedimento para registro das concessões, a opinião deverá ser com ressalva. Gabarito: C

21. (CESPE/Auditor – Unipampa/2009) Se houver uma inadequação relevante em relação a passivos não registrados ou outras contingências, é obrigatória a emissão de parecer com ressalvas. Resolução: Note que não sabemos se as inadequações identificadas pelo auditor comprometem parte (parecer com ressalvas) ou o todo (parecer adverso) das demonstrações contábeis. Não podemos afirmar que o fato narrado gera obrigatoriamente um parecer com ressalvas, pois existe a possibilidade de um parecer adverso, caso as distorções sejam generalizadas. Gabarito: errado

22. (FGV/Sefaz – RJ – Analista de Controle Interno/2011) O período compreendido entre o término do exercício social e a emissão do parecer é denominado período subsequente, e o auditor deve considerá-lo parte normal da auditoria. Isso ocorre porque, dependendo da natureza e da materialidade dos eventos, ajustes contábeis nas demonstrações contábeis podem ser requeridos. Como exemplo disso, é possível citar perdas significativas em contas a receber e sentenças judiciais. Especificamente em relação aos eventos e transações ocorridos após a divulgação das demonstrações contábeis, é correto afirmar que (A) o auditor não tem responsabilidade e deve fazer indagações sobre as demonstrações contábeis.

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(B) o parecer a ser emitido deverá obrigatoriamente estar enquadrado na modalidade “com ressalvas”. (C) o auditor ficará impedido de emitir um parecer “sem ressalvas”. (D) ao tomar conhecimento, após a divulgação das demonstrações contábeis, de fato anterior à data de seu parecer que, se fosse conhecido, poderia tê-lo levado a emitir documento com conteúdo diverso do que foi, deverá decidir se as demonstrações contábeis precisarão de revisão. (E) quando a administração alterar significativamente as demonstrações contábeis divulgadas, o auditor não deverá ignorar essas alterações, mesmo já tendo emitido seu parecer sobre elas. Resolução: Item A: Errado, pois se o auditor independente tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório do auditor independente, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório, ele deve indagar como a administração pretende tratar do assunto nas demonstrações contábeis. Itens B e C: Ambos errados. Caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente deve fornecer novo relatório nos casos em que a legislação proíbe a administração de restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes que causaram essa alteração; no caso da legislação permitir, deverá alterar o relatório já emitido. A modalidade do relatório dependerá dos efeitos dos eventos subsequentes nas demonstrações. Lembre-se que o auditor independente deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, Parágrafo de Ênfase com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente. Item D: Errado. Nesse caso, o auditor deve discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança, determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas em função do evento (e não revisadas conforme afirma o item, veja que a modificação restringe-se aos efeitos do evento subsequente em questão) e, em caso afirmativo, indagar como a administração pretende tratar do assunto nas demonstrações contábeis.

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Item E: Correto. Caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente não pode ignorar essas alterações, ele deve aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias das alterações; revisar as providências tomadas pela administração para garantir que todos os que receberam as demonstrações contábeis juntamente com o respectivo relatório do auditor independente sejam informados da situação; emitir novo relatório ou alterar o relatório já emitido, conforme o caso. Gabarito: E

23. (FCC – SEFIN/ JABOATÃO DOS GUARARAPES – Auditor Tributário – 2006) – adaptada - NÃO se caracterizam como eventos subsequentes, aqueles ocorridos (A) entre a data do término do exercício social e a data da emissão do relatório. (B) após o término do trabalho de campo, com a emissão do relatório, e a data da divulgação das demonstrações contábeis. (C) durante o exercício social, mas contabilizados após o término do exercício social, como ajuste das demonstrações contábeis. (D) após a publicação das demonstrações contábeis pela empresa auditada. (E) após a emissão do relatório pela firma de auditoria, antes da publicação das demonstrações contábeis. Resolução: Vamos analisar cada alternativa: Letra A: Vimos que essa é a primeira situação a ser observado pelo auditor como evento subsequente. Letra B: Essa é a segunda situação. Letra C: Os eventos ocorridos durante o exercício social não são considerados eventos subsequentes, mesmo que contabilizados fora de época. Letra D: Na realidade, essa assertiva foi considerada correta, mas não está bem precisa. Deve ser considerado evento subsequente os fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a divulgação das demonstrações contábeis que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório do auditor independente, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório. Letra E: Da mesma forma que o item anterior, o enunciado não está preciso, são considerados eventos subsequentes os fatos conhecidos, após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis

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que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório. Gabarito: D

24. (ESAF/APOFP – Sefaz-SP/2009) - As seguintes opções constituem exemplos de transações e eventos subsequentes, exceto: (A) perda em contas a receber decorrente de falência do devedor. (B) alteração do controle societário. (C) aporte de recursos, inclusive como aumento de capital. (D) variação sazonal dos custos com insumos. (E) destruição de estoques em decorrência de sinistro. Resolução: Eventos subsequentes são acontecimentos que ocorrem entre a data de encerramento das demonstrações contábeis e a do relatório de auditoria e que afetam significativamente a posição patrimonial, financeira e o resultado das operações da empresa. Em outras palavras, são eventos inesperados, casos fortuitos que afetam as demonstrações relativas ao exercício que já se encerrou. As assertivas A, B, C e E são exemplos desses eventos. A assertiva D, por sua vez, não o é. Ora, a variação sazonal dos custos com insumos é algo esperado, corriqueiro, previsível pela entidade e pelo mercado. Dessa forma, não pode ser considerado um evento subsequente. Gabarito: D

25. (ESAF/AFRFB/2009) - adaptada - A empresa Grandes Negócios S.A. adquiriu a principal concorrente, após o encerramento do balanço e a emissão do relatório pelos auditores. No entanto, a empresa ainda não havia publicado suas demonstrações com o relatório. Nessa situação, a firma de auditoria deve: (A) manter o relatório com data anterior ao evento, dando encerramento aos trabalhos. (B) obrigatoriamente, rever o relatório considerando o fato relevante. (C) estabelecer que a empresa inclua o evento relevante nas notas explicativas. (D) refazer o relatório considerando as novas informações, determinando nova data para publicação das demonstrações contábeis. (E) discutir o assunto com a administração, decidir se as demonstrações devem ser ajustadas, e indagar como a administração pretende tratar o assunto nas demonstrações contábeis.

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Resolução: Se, após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis, o auditor tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia ter levado o auditor a alterar seu relatório, ele deve:

(a) discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança; (b) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo; e, (c) indagar como a administração pretende tratar o assunto nas demonstrações contábeis.

Gabarito E

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Questões sem comentários

01. (ESAF/AFRFB/2012) Não é uma condição de exigência para que o auditor independente inclua um parágrafo de ênfase em seu relatório. a) A incerteza com relação à continuidade operacional da empresa auditada. b) A auditoria realizada para propósitos especiais. c) As contingências relevantes e de grande monta, decorrentes de processos trabalhistas provisionadas e em discussão. d) As diferenças entre práticas contábeis adotadas no Brasil e as IFRS. e) A elaboração da Demonstração do Valor Adicionado.

02. (ESAF/AFRFB/2012) O auditor externo da empresa Mutação S.A., para o exercício de 2011, identificou, nas demonstrações contábeis de 2010, divergências que o levam a formar opinião diferente da expressa pelo auditor anterior. Nesse caso, deve o auditor externo a) eximir-se de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis do ano de 2010, expressando opinião somente sobre a demonstração contábil de 2011. b) divulgar, em um parágrafo de outros assuntos no relatório de auditoria, as razões substanciais para a opinião diferente. c) exigir da empresa a republicação das demonstrações contábeis de 2010, com o relatório de auditoria retificado. d) emitir obrigatoriamente um relatório de auditoria, com opinião modificada, abstendo-se de opinar sobre as demonstrações contábeis de 2010. e) comunicar aos órgãos de supervisão o fato, ressalvando o relatório de auditoria dos anos de 2011 e 2010.

03. (FCC/ISS SP/2012) A empresa brasileira Torucha S.A. elaborou as demonstrações contábeis de 2011, consolidadas e individuais, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil para avaliação dos investimentos em controladas, coligadas, usando o método de equivalência patrimonial. Dessa forma, o auditor ao emitir seu relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis deve (A) emitir um relatório de auditoria, com limitação de escopo, uma vez que as práticas contábeis adotadas no Brasil divergem dos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS. (B) emitir um parecer adverso, ressalvando que as demonstrações contábeis não atendem às normas internacionais de contabilidade: IFRS, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. (C) elaborar parágrafo de ênfase, evidenciando que as demonstrações financeiras individuais foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, ressalvando que neste aspecto não atendem às normas internacionais de contabilidade: IFRS.

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(D) emitir parecer sem ressalva, uma vez que as demonstrações foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil; como essas práticas refletem os pronunciamentos do CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis, estão em conformidade com as normas internacionais de contabilidade: IFRS. (E) abster-se de opinar em seu relatório de auditoria, uma vez que as práticas adotadas no Brasil divergem dos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS.

04. (FCC/ISS SP/2012) A empresa exportatudo S.A. tem em suas operações instrumentos financeiros derivativos de hedge de moeda para cobertura de sua exposição cambial. Apesar de enquadrar-se na condição para contabilização pelo método de hedge accounting não o aplica. Dessa forma, deve o auditor externo (A) ressalvar e enfatizar, no relatório de auditoria, os efeitos que o referido procedimento causa às demonstrações financeiras auditadas. (B) verificar se o procedimento está divulgado em nota explicativa e emitir relatório de auditoria sem ressalva, uma vez que esse procedimento é opcional. (C) avaliar o impacto e verificar se o procedimento afeta representativamente o resultado, ressalvando o relatório de auditoria. (D) emitir relatório de auditoria, condicionando sua avaliação aos reflexos que o referido procedimento causaria às demonstrações contábeis. (E) abster-se de emitir opinião em virtude da relevância que o procedimento causa nas demonstrações contábeis das empresas de forma geral.

05. (FCC/MPE PE - Analista Ministerial – Ciências Contábeis/2012) De acordo com a NBC TA 705, se houver impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente e o auditor julgar que o possível efeito desse fato sobre as demonstrações contábeis for relevante e generalizado, ele deve emitir um relatório (nova denominação do antigo parecer de auditoria): (A) sem ressalva. (B) com abstenção de opinião. (C) com ressalva. (D) adverso. (E) limpo.

06. (FCC/TRT 6R - Analista Judiciário – Contabilidade/2012) Quando um objetivo em uma norma NBC TA relevante não puder ser cumprido e referido fato impedir que o auditor cumpra com os objetivos gerais de auditoria e faça com que o auditor modifique sua opinião ou renuncie ao trabalho, tal fato ensejará a emissão de relatório (A) adverso ou com ressalva. (B) com abstenção de opinião ou sem ressalvas.

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(C) com negativa de opinião ou com limitação de escopo. (D) sem ressalva ou adverso. (E) sem ressalvas ou com ênfases.

07. (FCC/Nova Caixa – Contador/2011) Quando ocorrer incerteza quanto a fato relevante, cujo desfecho poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, mas que foi mencionado nas notas explicativas às demonstrações contábeis, o auditor deve (A) emitir parecer adverso. (B) adicionar parágrafo de ênfase em seu parecer sem ressalva. (C) emitir parecer com abstenção de opinião. (D) não emitir o parecer até ter maiores informações sobre o assunto. (E) emitir parecer com ressalva.

08. (FCC/TRT 4R – Analista Judiciário – Especialidade Contabilidade/2011) O processo de auditoria e a emissão de relatório de auditoria sem ressalva (A) não isenta o administrador e os agentes de governança das responsabilidades legais e normativas. (B) divide a responsabilidade pelas demonstrações contábeis com os administradores e transfere a responsabilidade e eventuais fraudes não constatadas, para a firma de auditoria. (C) exime da responsabilidade os administradores e a diretoria executiva da empresa, dividindo as responsabilidades com os agentes de governança. (D) não elimina a possibilidade de erros materiais e de distorções relevantes nas demonstrações contábeis. (E) elimina a responsabilidade dos agentes de governança das responsabilidades legais e normativas.

09. (FCC/TCE PR – Analista de Controle Área Contábil/2011) Quando as demonstrações financeiras representam adequadamente a posição patrimonial e financeira, o auditor emite um parecer (A) conclusivo. (B) sem especificações. (C) extroverso. (D) finalístico. (E) sem ressalva.

Com referência a papeis de trabalho e relatórios de auditoria, julgue os itens a seguir. 10. (Cespe/MPE PI – Controle Interno/2012) Caso parte das demonstrações contábeis da entidade auditada esteja sob a forma de demonstrações condensadas, o auditor deve abster-se de emitir opinião em

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seu parecer, dada a impossibilidade de comprovação suficiente para fundamentá-la.

Com referência a papeis de trabalho e relatórios de auditoria, julgue os itens a seguir. 11. (Cespe/MPE PI – Controle Interno/2012) Considere que um auditor encarregado de realizar auditoria em determinada instituição inclua em seu relatório o parágrafo de ênfase, por meio do qual ele expresse incertezas em relação a um fato relevante, cujo desfecho possa afetar significativamente a posição patrimonial dessa instituição. Nesse caso, a inclusão desse parágrafo de ênfase é motivo para que o relatório seja denominado parecer adverso.

12. (Cespe/ANALISTA EBC – Contabilidade/2011) Caso o auditor tenha dúvida a respeito de um ou mais elementos específicos e relevantes das demonstrações contábeis, ainda que não sejam fundamentais para a sua compreensão, ele deve emitir parecer com ressalva.

Com referência às evidências, à comunicação e ao monitoramento dos resultados do trabalho de auditoria, julgue os itens que se seguem. 13. (Cespe/TCU – Auditoria Governamental/2011) Se o auditor, no decorrer de seus exames, tiver constatado que o descumprimento a determinado princípio contábil provocou efeitos relevantes no patrimônio ou nos resultados da entidade, e se a entidade auditada tiver reconhecido e divulgado o fato em nota explicativa, o auditor estará dispensado de mencionar o referido fato em seu parecer, que poderá ser emitido sem ressalva.

O trabalho de auditoria deve ser consubstanciado na elaboração dos respectivos relatórios. Julgue os itens a seguir, relacionados a esse assunto. 14. (Cespe/TCU – Orientação: Auditoria de Obras Públicas/2011) É condição necessária e suficiente para a emissão de um parecer de auditoria sem ressalvas que as demonstrações contábeis sejam preparadas de acordo com os princípios fundamentais da contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.

15. (FCC – MPE/PE – Analista Ministerial. – Ciências Contábeis– 2006) – Adaptada - Em relação à discriminação e ao conteúdo dos elementos básicos do relatório do auditor independente, é INCORRETO afirmar: (A) O título “Parecer dos Auditores Independentes” era usado, antes do advento das novas normas de auditoria, para evitar que não seja confundido com os pareceres ou relatórios emitidos por outros órgãos.

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(B) O relatório deve ser endereçado aos acionistas, à administração da entidade cujas demonstrações estejam sendo auditadas e, em outras circunstâncias, deverá ser dirigido ao público em geral. (C) Na data do relatório, o dia deve ser o mais próximo possível ao de conclusão dos trabalhos na entidade auditada. (D) O relatório dos auditores independentes deve ser assinado pelo contador responsável pelos trabalhos e conter seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade. (E) O relatório dos auditores independentes deve incluir uma Seção sobre a responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis.

16. (FCC – INFRAERO – Analista Superior II– Auditor– 2009) – Adaptada - Quando houver limitação na extensão do trabalho do auditor, seja ela imposta pela administração da entidade ou circunstancial, o profissional pode ser obrigado a emitir uma opinião (A) com ressalva ou abstenção de opinião, dependendo da extensão da limitação. (B) adversa, qualquer que seja a extensão da limitação. (C) sem ressalva, mas com um parágrafo intermediário indicando como a limitação pode ter distorcido as demonstrações contábeis da entidade auditada. (D) sem ressalva, desde que baseada nas informações do auditor interno, que lhe afirma que a limitação não terá efeito relevante nas demonstrações contábeis. (E) com abstenção de opinião, mesmo que a limitação tenha ocorrido em item das demonstrações contábeis de pouca relevância.

17. (FCC/APOFP – Sefaz SP/2010) Em uma auditoria em que não foi possível obter comprovação suficiente para fundamentar uma opinião, devido às limitações no escopo dos exames realizados, o auditor (A) não deve emitir qualquer parecer. (B) deve emitir um parecer adverso. (C) deve emitir um parecer com negativa de opinião. (D) deve emitir um parecer com ressalvas. (E) deve emitir um parecer sem ressalvas.

18. (ESAF/Analista Técnico: Controle e Fiscalização – SUSEP/2010) O auditor externo, ao avaliar as demonstrações contábeis da empresa Evolution S.A., identificou que a empresa está discutindo a similaridade de seus produtos com produtos de concorrentes que possuem isenção de tributação. A empresa não vem recolhendo o referido tributo há mais de 5 anos e o valor relativo a essa contingência é significativo. Caso a decisão vier a ser contrária à empresa, a mesma entrará em processo de descontinuidade. A decisão deve ter seu mérito julgado em quatro anos. Dessa forma deve o auditor emitir parecer:

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(A) negativa de opinião, por não poder firmar opinião sobre as demonstrações contábeis. (B) com ressalva, evidenciando o fato como restritivo às demonstrações contábeis. (C) adverso, por não permitir avaliar as demonstrações contábeis. (D) sem ressalva, visto que há incerteza no desdobramento da causa. (E) sem ressalva, com introdução de parágrafo de ênfase fazendo referência à nota explicativa que deve descrever detalhadamente o evento.

19. (ESAF/AFRFB/2009) - adaptada - Na emissão de opinião com abstenção de opinião para as demonstrações contábeis de uma entidade, pode-se afirmar que: (A) elimina a responsabilidade do auditor de emitir qualquer opinião devendo este comunicar à administração da empresa da suspensão dos trabalhos. (B) não suprime a responsabilidade do auditor de mencionar, no relatório, qualquer desvio, independente da relevância ou materialidade, que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. (C) exclui a responsabilidade do auditor de se manifestar sob qualquer aspecto das demonstrações. (D) não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no relatório, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. (E) extingue a responsabilidade do auditor de mencionar, no relatório, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações.

20. (ESAF/AFRFB/2009) - adaptada - A empresa de Transportes S.A. é uma empresa que tem seus registros contábeis e procedimentos estabelecidos por agência de fiscalização. A agência estabeleceu procedimento para registro das concessões que diverge significativamente, do procedimento estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilidade. Nessa situação, deve o auditor emitir opinião: (A) sem abstenção de opinião. (B) adverso. (C) com ressalva. (D) sem ressalva, mas evidenciando em nota explicativa a divergência. (E) com abstenção de opinião.

21. (CESPE/Auditor – Unipampa/2009) Se houver uma inadequação relevante em relação a passivos não registrados ou outras contingências, é obrigatória a emissão de parecer com ressalvas.

22. (FGV/Sefaz – RJ – Analista de Controle Interno/2011) O período compreendido entre o término do exercício social e a emissão do parecer é denominado período subsequente, e o auditor deve considerá-lo parte normal

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da auditoria. Isso ocorre porque, dependendo da natureza e da materialidade dos eventos, ajustes contábeis nas demonstrações contábeis podem ser requeridos. Como exemplo disso, é possível citar perdas significativas em contas a receber e sentenças judiciais. Especificamente em relação aos eventos e transações ocorridos após a divulgação das demonstrações contábeis, é correto afirmar que (A) o auditor não tem responsabilidade e deve fazer indagações sobre as demonstrações contábeis. (B) o parecer a ser emitido deverá obrigatoriamente estar enquadrado na modalidade “com ressalvas”. (C) o auditor ficará impedido de emitir um parecer “sem ressalvas”. (D) ao tomar conhecimento, após a divulgação das demonstrações contábeis, de fato anterior à data de seu parecer que, se fosse conhecido, poderia tê-lo levado a emitir documento com conteúdo diverso do que foi, deverá decidir se as demonstrações contábeis precisarão de revisão. (E) quando a administração alterar significativamente as demonstrações contábeis divulgadas, o auditor não deverá ignorar essas alterações, mesmo já tendo emitido seu parecer sobre elas.

23. (FCC – SEFIN/ JABOATÃO DOS GUARARAPES – Auditor Tributário – 2006) – adaptada - NÃO se caracterizam como eventos subsequentes, aqueles ocorridos (A) entre a data do término do exercício social e a data da emissão do relatório. (B) após o término do trabalho de campo, com a emissão do relatório, e a data da divulgação das demonstrações contábeis. (C) durante o exercício social, mas contabilizados após o término do exercício social, como ajuste das demonstrações contábeis. (D) após a publicação das demonstrações contábeis pela empresa auditada. (E) após a emissão do relatório pela firma de auditoria, antes da publicação das demonstrações contábeis.

24. (ESAF/APOFP – Sefaz-SP/2009) - As seguintes opções constituem exemplos de transações e eventos subsequentes, exceto: (A) perda em contas a receber decorrente de falência do devedor. (B) alteração do controle societário. (C) aporte de recursos, inclusive como aumento de capital. (D) variação sazonal dos custos com insumos. (E) destruição de estoques em decorrência de sinistro.

25. (ESAF/AFRFB/2009) - adaptada - A empresa Grandes Negócios S.A. adquiriu a principal concorrente, após o encerramento do balanço e a emissão do relatório pelos auditores. No entanto, a empresa ainda não havia publicado

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suas demonstrações com o relatório. Nessa situação, a firma de auditoria deve: (A) manter o relatório com data anterior ao evento, dando encerramento aos trabalhos. (B) obrigatoriamente, rever o relatório considerando o fato relevante. (C) estabelecer que a empresa inclua o evento relevante nas notas explicativas. (D) refazer o relatório considerando as novas informações, determinando nova data para publicação das demonstrações contábeis. (E) discutir o assunto com a administração, decidir se as demonstrações devem ser ajustadas, e indagar como a administração pretende tratar o assunto nas demonstrações contábeis.

GABARITOS:

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

E B C B B A B A E Errado

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Errado Certo Errado Errado B A C E D C

21 22 23 24 25

Errado E D D E

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Bibliografia

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