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Curso Preparatório para o Exame de Suficiência CFC 2017.1 | Momento de Estudar
Aula 05 Contabilidade Geral – Patrimônio e Variações Patrimoniais
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CONTABILIDADE GERAL
Aula 05 – Patrimônio e Variações Patrimoniais
Vamos a nossa primeira aula de Contabilidade Geral. Contabilidade Geral tem o
maior percentual de questões no Exame e é uma disciplina que precisamos dar muita
atenção a todos os detalhes desde o início do conteúdo, pois uma dúvida pequena do
início pode gerar inúmeros erros durante a evolução das nossas atividades. Por isso
envie suas dúvidas assim que elas surgirem, não vamos deixar nada passar para que
você tenha uma boa base.
Conceituação
A Contabilidade é uma ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de
controle e de registro dos atos e fatos de uma administração econômica. Esse é o
conceito formal de contabilidade que foi divulgado no 1º Congresso Brasileiro de
Contabilidade em 1924 e que vem sendo utilizado desde então.
A Contabilidade “é uma ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de
controle e de registro dos atos e fatos de uma administração econômica”.
A Contabilidade tem como objeto o Patrimônio das entidades. As entidades são
também chamadas de aziendas e podem ser divididas em:
Aziendas econômicas: São empresas que objetivam o lucro.
Aziendas econômico-sociais: São organizações que destinam a sobra do lucro
para objetivos sociais, como por exemplo, condomínios e associações que
utilizam a sobra do lucro para benefício não lucrativo que envolva seus usuários
como o cultivo de árvores ou a limpeza ou reforma.
Aziendas sociais: Não possui objetivo lucrativo como a União, Estados e
Municípios.
Ou seja, por entidade ou aziendas entende-se como o patrimônio que é gerido
com o objetivo lucrativo ou não.
O Patrimônio, objeto da Contabilidade, é formado pelo conjunto de bens,
direitos e obrigações de uma entidade. Vamos aos principais conceitos introdutórios da
Contabilidade Geral:
Bens: É tudo aquilo que têm utilidade para as entidades e podem ser avaliadas
economicamente. Exemplo: veículos, terrenos, dinheiro, mercadorias, móveis e
utensílios, marcas, patentes, softwares, etc.
Direitos: São valores que a empresa tem a receber de terceiros. Exemplo:
adiantamento a fornecedores, adiantamento a empregados, dividendos a receber, juros
a receber, aluguéis a receber, clientes, etc.
Obrigações: São todos os valores que a empresa tem a pagar para terceiros. Exemplo:
duplicatas a pagar, adiantamento de clientes, salários a pagar, impostos a recolher,
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financiamentos, etc.
A partir desse momento chamaremos o conjunto de bens e direitos de ATIVO. E
as obrigações de PASSIVO.
ATIVO
PASSIVO
ATIVO
É o conjunto de bens e direitos formando um recurso controlado pela entidade
como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios
econômicos para a entidade.
Conforme vimos em Teoria da Contabilidade esse conceito está expresso na
Estrutura Conceitual CPC 00, conforme itens abaixo também retirados do
pronunciamento:
4.8. O benefício econômico futuro incorporado a um ativo é o seu potencial em
contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa
para a entidade. Tal potencial pode ser produtivo, quando o recurso for parte
integrante das atividades operacionais da entidade. Pode também ter a forma de
conversibilidade em caixa ou equivalentes de caixa ou pode ainda ser capaz de reduzir
as saídas de caixa, como no caso de processo industrial alternativo que reduza os
custos de produção.
4.10. Os benefícios econômicos futuros incorporados a um ativo podem fluir para a
entidade de diversas maneiras. Por exemplo, o ativo pode ser:
(a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de bens ou na
prestação de serviços a serem vendidos pela entidade;
(b) trocado por outros ativos;
(c) usado para liquidar um passivo; ou
(d) distribuído aos proprietários da entidade.
Resultado de eventos passados
Ativo
Futuros benefícios econômicos
Bens
Direitos
Obrigações
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Destacamos que a substância física não é essencial para a existência de um ativo.
Como exemplo de ativo em uma empresa, podemos destacar as máquinas e
equipamentos industriais (que possuem substância física) e as patentes e direitos
autorais (que não possuem substância física).
Para o reconhecimento do ativo, além de ser o bem resultado de eventos
passados, é importante ficar atento à possibilidade de benefícios econômicos futuros
para que o bem possa proporcionar a entidade, se o item conseguir atingir essa definição
poderá ser mensurado como ativo. Caso o bem não proporcione benefícios econômicos
futuros o mesmo deve ser mensurado como despesa conforme veremos mais adiante.
4.44. Um ativo deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que
benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou
valor puder ser mensurado com confiabilidade.
4.45. Um ativo não deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando os gastos
incorridos não proporcionarem a expectativa provável de geração de benefícios
econômicos para a entidade além do período contábil corrente. Ao invés disso, tal
transação deve ser reconhecida como despesa na demonstração do resultado.
Esse tratamento não implica dizer que a intenção da administração ao incorrer nos
gastos não tenha sido a de gerar benefícios econômicos futuros para a entidade ou que
a administração tenha sido mal conduzida. A única implicação é que o grau de certeza
quanto à geração de benefícios econômicos para a entidade, além do período contábil
corrente, é insuficiente para garantir o reconhecimento do ativo.
São exemplos de Ativo: veículos, terrenos, dinheiro, mercadorias, móveis e
utensílios, marcas, patentes, softwares, adiantamento a fornecedores, adiantamento a
empregados, dividendos a receber, juros a receber, aluguéis a receber, clientes, etc.
PASSIVO
É uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja
liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar
benefícios econômicos.
Também vimos em Teoria da Contabilidade o conceito de passivo que está
expresso na Estrutura Conceitual CPC 00, conforme itens abaixo também retirados do
pronunciamento:
4.15. Uma característica essencial para a existência de passivo é que a entidade tenha
uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou de
desempenhar uma dada tarefa de certa maneira. As obrigações podem ser legalmente
exigíveis em consequência de contrato ou de exigências estatutárias. Esse é
normalmente o caso, por exemplo, das contas a pagar por bens e serviços recebidos.
Entretanto, obrigações surgem também de práticas usuais do negócio, de usos e
costumes e do desejo de manter boas relações comerciais ou agir de maneira
equitativa. Desse modo, se, por exemplo, a entidade que decida, por questão de
política mercadológica ou de imagem, retificar defeitos em seus produtos, mesmo
quando tais defeitos tenham se tornado conhecidos depois da expiração do período da
garantia, as importâncias que espera gastar com os produtos já vendidos constituem
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passivos.
4.17. A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização, pela
entidade, de recursos incorporados de benefícios econômicos a fim de satisfazer o
direito da outra parte. A extinção de uma obrigação presente pode ocorrer de diversas
maneiras, por exemplo, por meio de:
a) pagamento em caixa;
b) transferência de outros ativos;
c) prestação de serviços;
d) substituição da obrigação por outra; ou
e) conversão da obrigação em item do patrimônio líquido.
Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como pela renúncia do
credor ou pela perda dos seus direitos creditícios.
4.46. Um passivo deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for provável
que uma saída de recursos detentores de benefícios econômicos seja exigida em
liquidação de obrigação presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará puder ser
mensurado com confiabilidade. O reconhecimento dos passivos exige o
reconhecimento dos correspondentes ativos ou despesas.
Obrigação da entidade
Passivo Resultado de eventos passados
Liquidação resulta na saída de recursos
A obrigação presente é a característica essencial para que o item possa ser
considerado como Passivo. Dessa forma podemos considerar como exemplo de passivo
a obrigação com a folha de pagamento ou a obrigação de pagamento com fornecedores.
Ambos os exemplos são fatos derivados de eventos passados, ou seja, o serviço já foi
prestado pelos funcionários para que a obrigação de pagar a folha de pagamento
surgisse e os fornecedores já fizeram a entrega de mercadorias ou matérias primas ou
então a prestação de serviços para que a obrigação de pagar os fornecedores surgisse
também nesse momento. Para que a obrigação seja liquidada os recursos serão retirados
da entidade.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
É o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus
passivos. Ou seja, o Patrimônio Líquido só pode ser estimado após a entidade retirar de
seus bens todos os valores de terceiros como as obrigações. Dessa forma o valor
residual considerado como patrimônio líquido é o valor que representa o capital próprio
da entidade empregado nas atividades empresariais pelos sócios e os resultados
auferidos com a exploração dos negócios pela empresa (lucros ou prejuízos).
Mais uma vez vimos em Teoria da Contabilidade o conceito de Patrimônio
Líquido que está expresso na Estrutura Conceitual CPC 00, conforme itens abaixo
também retirados do pronunciamento:
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CPC00: 4.20. Embora o patrimônio líquido seja definido como algo residual, ele pode
ter subclassificações no balanço patrimonial. Por exemplo, na sociedade por ações,
recursos aportados pelos sócios, reservas resultantes de retenções de lucros e reservas
representando ajustes para manutenção do capital podem ser demonstrados
separadamente. Tais classificações podem ser relevantes para a tomada de decisão
dos usuários das demonstrações contábeis quando indicarem restrições legais ou de
outra natureza sobre a capacidade que a entidade tem de distribuir ou aplicar de outra
forma os seus recursos patrimoniais. Podem também refletir o fato de que
determinadas partes com direitos de propriedade sobre a entidade têm direitos
diferentes com relação ao recebimento de dividendos ou ao reembolso de capital.
4.21. A constituição de reservas é, por vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para dar
à entidade e seus credores uma margem maior de proteção contra os efeitos de
prejuízos. Outras reservas podem ser constituídas em atendimento a leis que concedem
isenções ou reduções nos impostos a pagar quando são feitas transferências para tais
reservas. A existência e o tamanho de tais reservas legais, estatutárias e fiscais
representam informações que podem ser importantes para a tomada de decisão dos
usuários. As transferências para tais reservas são apropriações de lucros acumulados,
portanto, não constituem despesas.
4.22. O montante pelo qual o patrimônio líquido é apresentado no balanço patrimonial
depende da mensuração dos ativos e passivos. Normalmente, o valor do patrimônio
líquido somente por coincidência corresponde ao valor de mercado agregado das
ações da entidade ou da soma que poderia ser obtida pela venda dos seus ativos
líquidos numa base de item-por-item, ou da entidade como um todo, tomando por base
a premissa da continuidade.
Resumindo os conceitos:
Ativo (bens + direitos)
É um bem ou recurso controlado pela entidade como
resultado de eventos passados e do qual se espera que
fluam futuros benefícios econômicos para a entidade.
Passivo (obrigações)
É uma obrigação presente da entidade, derivada de
eventos passados, cuja liquidação se espera que
resulte na saída de recursos da entidade capazes de
gerar benefícios econômicos.
Patrimônio Líquido
(bens + direitos – obrigações)
É o valor residual nos ativos da entidade depois de
deduzidos todos os seus passivos. É o conjunto de
bens, direitos e obrigações de uma entidade.
O Ativo (Bens + Direitos) representam a aplicação de recursos na entidade,
enquanto o Passivo e o Patrimônio Líquido representam a origem de recursos conforme
representado na representação gráfica do patrimônio.
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ATIVO
PASSIVO
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
Representação Gráfica do Patrimônio
Uma das Demonstrações Contábeis mais importantes e mais pedidas no nosso
Exame é o Balanço Patrimonial e nele o Patrimônio Líquido é representado da seguinte
forma:
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO LADO ESQUERDO LADO DIREITO
Bens + Direitos Obrigações Capital de Terceiros
Patrimônio Líquido Capital Próprio Capital Aplicado
Total = Bens + Direitos Total = Obrigações + Patrimônio Líquido
Aplicação de Recursos Origem de Recursos
Como podemos observar na figura acima o lado esquerdo representa o Ativo da
entidade enquanto o lado direito representa o Passivo e Patrimônio Líquido. O
Conjunto de Bens e Direitos formam o Ativo também chamado de Capital Aplicado e
representam a Aplicação de Recursos. As obrigações são conhecidas como Capital de
Terceiros e o Patrimônio Líquido é o Capital Próprio aplicado na entidade e ambos
(obrigações e patrimônio líquido) representam a Origem de Recursos.
Ativo Capital Aplicado
Passivo Capital de Terceiros
Patrimônio Líquido Capital Próprio
Bens
Direitos
Obrigações
Aplicação de Recursos
Origem de Recursos
Bens + Direitos – Obrigações
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Aspecto qualitativo e quantitativo do patrimônio
O Patrimônio enquanto conjunto de bens, direitos e obrigações levam em
consideração os aspectos qualitativos e quantitativos para sua mensuração. Os aspectos
qualitativos se referem ao dar nome aos elementos patrimoniais (bens, direitos e
obrigações). Os aspectos quantitativos se referem a atribuir valores é a qualidade de
especificar quantidade para cada conta.
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Caixa ................................. 100,00 Fornecedores ................................. 100,00
Aspecto qualitativo Aspecto quantitativo Aspecto qualitativo Aspecto quantitativo
Dentro do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido existem diversas contas
conforme vamos ver dentro do nosso plano de contas. Cada conta apresenta o aspecto
qualitativo que é o nome da conta e possui também o aspecto quantitativo que é a
quantidade em valor expresso de cada conta. No exemplo acima a conta Caixa (aspecto
qualitativo) apresenta o valor de 100,00 (aspecto quantitativo) e na conta Fornecedores
(aspecto qualitativo) apresenta o valor de R$ 100,00 (aspecto quantitativo).
Equação Fundamental da Contabilidade
A equação fundamental da contabilidade reflete a definição de Patrimônio
Líquido conforme vimos no CPC 00 “Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos
da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos”. E é dessa forma que chegamos
à situação da entidade.
O balanço patrimonial é uma demonstração contábil que representa uma
“fotografia” daquele momento da entidade e para se chegar à situação líquida da
entidade precisamos retirar dos bens e direitos todas as obrigações e o patrimônio
líquido dessa entidade.
Equação Fundamental da Contabilidade → Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
A situação líquida representa o quanto os sócios empregam de patrimônio à
sociedade, com recursos próprios e existem quatro formas em que a Situação Líquida
pode se apresentar:
1. Ativo maior que o Passivo: O ativo é maior do que o passivo exigível por terceiros
(obrigações).
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Bens................................ 1.000,00 Obrigações ................................... 500,00
Direitos............................1.000,00 Situação Líquida.................................???
Total................................2.000,00 Total...............................................2.000,00
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Utilizando a equação fundamental da contabilidade encontramos uma situação
líquida de 1.500,00. Vejamos como chegamos a esse valor:
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
Patrimônio Líquido = Situação Líquida¹
Situação Líquida = Ativo – Passivo²
Situação Líquida = 2.000,00 – 500,00³
Situação Líquida = 1.500,00
1. Considerando que a Situação Líquida é representada pelo Patrimônio Líquido,
substituímos na fórmula fundamental da contabilidade;
2. Passamos o Passivo subtraindo do Ativo e com isso temos a fórmula da Situação
Líquida.
3. Substituímos os termos pelos valores apresentados no Balanço Patrimonial do
exemplo dado e chegamos à conclusão que o valor da Situação Líquida do
exemplo é 1.500,00 e nesse caso o Ativo é maior que o Passivo.
Ativo > Passivo exigível → Situação líquida > 0
2. Ativo menor que o Passivo: O ativo é menor do que o passivo exigível por terceiros
(obrigações).
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Bens................................ 1.000,00 Obrigações ................................... 2.500,00
Direitos............................1.000,00 Situação Líquida.................................???
Total................................2.000,00 Total...............................................2.000,00
Mais uma vez utilizando a equação fundamental da contabilidade encontramos
uma situação líquida de -500,00. Nesse caso obtivemos um situação líquida negativa
que pode ser representada por um prejuízo assumido pela entidade.
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
Patrimônio Líquido = Situação Líquida
Situação Líquida = Ativo – Passivo
Situação Líquida = 2.000,00 – 2.500,00
Situação Líquida = -500,00
No caso apresentado a situação líquida negativa representa um passivo a
descoberto. Ou seja, o valor do ativo não será suficiente para cobrir as obrigações e
possíveis prejuízos apresentados pela entidade.
Ativo < Passivo exigível → Patrimônio Líquido < 0
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3. Ativo igual ao Passivo: O ativo é igual ao passivo exigível.
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Bens................................ 1.000,00 Obrigações ................................... 2.000,00
Direitos............................1.000,00 Situação Líquida.................................???
Total................................2.000,00 Total...............................................2.000,00
Aplicando a equação fundamental da contabilidade encontraremos uma situação
líquida nula.
Situação Líquida = Ativo – Passivo
Situação Líquida = 2.000,00 – 2.000,00
Situação Líquida = 0,00
Nesse caso dizemos que o total dos bens e direitos é igual aos valores das
obrigações dos proprietários e a entidade não possui origem de recursos.
Ativo = Passivo exigível
4. Ativo igual à Situação Líquida: O ativo é igual à situação líquida.
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Bens................................ 1.000,00 Obrigações ................................... ????
Direitos............................1.000,00 Situação Líquida...........................2.000,00
Total................................2.000,00 Total...............................................2.000,00
Esse último caso é típico de uma constituição da sociedade em que os sócios
empregaram um capital para integralização formando a origem dos recursos. Pode ser
também o caso da entidade que somente trabalha com recursos próprios e não utiliza
capital de terceiros.
Formação, Subscrição e Integralização de Capital
O Capital Social corresponde ao montante subscrito pela entidade, de acordo
com o artigo 5º da Lei nº 6.404/76 ele deve ser fixado no estatuto da entidade em moeda
nacional. Caso a entidade possua uma parcela ainda não realizada (Capital a Realizar/a
Integralizar) o valor deve ser também descrito no Capital de forma dedutiva. Portanto a
formação do capital é a formação da sociedade e a separação do capital que os sócios se
dispõem a empregar na entidade. A subscrição é o registro no estatuto da entidade da
entrega feita pelos sócios. E a integralização é a entrega, propriamente dita, dos bens
prometidos pelos sócios à sociedade. Vejamos no balanço patrimonial como essas
situações são apresentadas:
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Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Direitos PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social..........................100.000,00
(-) Capital a Realizar..............(100.000,00)
Total...............................................0,00 Total...................................................0,00
O Capital a Integralizar corresponde à parcela subscrita no estatuto do Capital
ainda não paga (não integralizada) pelos sócios. Podemos citar o exemplo de dois sócios
que resolveram constituir uma empresa. Cada sócio se compromete a entregar para
constituição da entidade o valor de R$ 150.000,00. O sócio A entrega o valor em
dinheiro e o sócio B entrega por sua vez o valor de R$ 100.000,00 também em dinheiro
e deixa a realizar o valor de R$ 50.000,00 como promessa de entrega futura ao capital
da entidade. No estatuto dessa entidade será integralizado um capital de R$ 300.000,00
e nesse momento o balanço da entidade será apresentado como consta abaixo:
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Bens ...................................R$ 250.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social..........................300.000,00
(-) Capital a Realizar...............(50.000,00)
Total....................................R$ 250.000,00 Total....................................R$ 250.000,00
Variações Patrimoniais
O Patrimônio das entidades sofre constantes modificações no decorrer das
operações das atividades. Esses acontecimentos podem ser divididos em Atos contábeis
e Fatos contábeis.
Os atos contábeis são acontecimentos que ocorrem na entidade e não provocam
alterações do patrimônio.
Os fatos contábeis provocam alteração do patrimônio da entidade no aspecto
qualitativo e/ou quantitativo. Exemplo: emissão de cheques, depósitos bancários,
compra de veículos, compra de materiais, pagamento de obrigações, recebimentos de
direitos, etc.
Os fatos por sua vez podem ser permutativos, modificativos ou mistos ou
compostos. Vamos diferenciar cada conceito:
Fatos Permutativos: são fatos que alteram o patrimônio da entidade sem
alterar o seu patrimônio líquido. Exemplo: compra de mercadorias à vista,
compra de mercadorias a prazo, recebimento de valor pela quitação de uma
duplicata, aumento do capital social com lucros acumulados.
Fatos Modificativos: são fatos que alteram o patrimônio da entidade e o
patrimônio líquido, aumentando (fato modificativo aumentativo), ou
diminuindo (fato modificativo diminutivo) a riqueza própria do patrimônio.
Exemplo de fato modificativo aumentativo: qualquer tipo de receita quando
lançada ao Resultado como aumento do Capital Social. Exemplo de fato
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modificativo diminutivo: qualquer tipo de despesa quando lançada ao
Resultado como distribuição de lucros ou dividendos.
Fatos Mistos ou Compostos: aqueles que combinam fatos contábeis
permutativos e modificativos. Podem ser aumentativos ou diminutos,
conforme alterem para maior ou menor o patrimônio líquido. Exemplo de
misto aumentativo: venda de mercadorias com lucro, recebimento de uma
duplicata com jutos. Exemplo de misto diminutivo: venda de mercadorias
com prejuízo, pagamento de uma duplicata com juros.
Apuração do Resultado
O Resultado é formado pelos elementos das receitas e despesas que são
definidos como segue conforme o CPC 00:
(a) receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil,
sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos,
que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a
contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais;
(b) despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período
contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de
passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam
relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais.
Receitas: Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período
contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de
passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam
relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais;
4.29. A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas quanto ganhos.
A receita surge no curso das atividades usuais da entidade e é designada por uma
variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, royalties,
aluguéis.
4.30. Ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e
podem ou não surgir no curso das atividades usuais da entidade, representando
aumentos nos benefícios econômicos e, como tais, não diferem, em natureza, das
receitas. Consequentemente, não são considerados como elemento separado nesta
Estrutura Conceitual.
O reconhecimento de uma receita deve acontecer quando a atividade resultar em
aumento do patrimônio ou dos benefícios econômicos futuros da entidade. Essas
receitas são os ganhos que surgem para a entidade através da atividade desempenhada
pela mesma. Como exemplo de receitas podemos citar as vendas, juros e dividendos.
4.47. A receita deve ser reconhecida na demonstração do resultado quando resultar
em aumento nos benefícios econômicos futuros relacionado com aumento de ativo ou
com diminuição de passivo, e puder ser mensurado com confiabilidade. Isso significa,
na prática, que o reconhecimento da receita ocorre simultaneamente com o
reconhecimento do aumento nos ativos ou da diminuição nos passivos (por exemplo, o
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aumento líquido nos ativos originado da venda de bens e serviços ou o decréscimo do
passivo originado do perdão de dívida a ser paga).
Despesas: Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o
período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção
de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam
relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais.
4.33. A definição de despesas abrange tanto as perdas quanto as despesas
propriamente ditas que surgem no curso das atividades usuais da entidade. As
despesas que surgem no curso das atividades usuais da entidade incluem, por exemplo,
o custo das vendas, salários e depreciação. Geralmente, tomam a forma de desembolso
ou redução de ativos como caixa e equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado.
4.34. Perdas representam outros itens que se enquadram na definição de despesas e
podem ou não surgir no curso das atividades usuais da entidade, representando
decréscimos nos benefícios econômicos e, como tais, não diferem, em natureza, das
demais despesas. Consequentemente, não são consideradas como elemento separado
nesta Estrutura Conceitual.
4.35. Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e
inundações, assim como as que decorrem da venda de ativos não circulantes. A
definição de despesas também inclui as perdas não realizadas. Por exemplo, as que
surgem dos efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de moeda estrangeira com relação
aos empréstimos da entidade a pagar em tal moeda. Quando as perdas são
reconhecidas na demonstração do resultado, elas são geralmente demonstradas
separadamente, pois sua divulgação é útil para fins de tomada de decisões
econômicas. As perdas são, em regra, reportadas líquidas das respectivas receitas.
O reconhecimento de uma despesa deve acontecer quando a atividade resultar
em diminuição do patrimônio ou dos benefícios econômicos futuros da entidade. Essas
despesas podem ser perdas que surgem para a entidade através da atividade
desempenhada pela mesma. Como exemplo de despesas podemos citar o custo com
vendas, salários e depreciação. As perdas podem resultar de situações inesperadas como
incêndios, tempestades, inundações ou roubo que podem surgir na entidade. Elas devem
ser mensuradas como despesa e em muitos casos registradas como subconta dentro das
despesas e nomeadas como perdas para controle interno.
4.49. As despesas devem ser reconhecidas na demonstração do resultado quando
resultarem em decréscimo nos benefícios econômicos futuros, relacionado com o
decréscimo de um ativo ou o aumento de um passivo, e puder ser mensurado com
confiabilidade. Isso significa, na prática, que o reconhecimento da despesa ocorre
simultaneamente com o reconhecimento de aumento nos passivos ou de diminuição nos
ativos (por exemplo, a alocação por competência de obrigações trabalhistas ou da
depreciação de equipamento).
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Portanto a apuração do resultado consiste em subtrair das receitas todas as
despesas. O resultado pode ser positivo ou negativo.
Resultado = Receitas – Despesas
Resultado = Lucro → Despesas < Receitas
= Prejuízos → Despesas > Receitas
= Nulo → Despesas = Receitas
Vamos agora ver como esse conteúdo se aplica nas questões do CFC.
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QUESTÕES COMENTADAS
01. (CFC/2016.2/Q39/Bacharel) De acordo com a NBC TG ESTRUTURA
CONCEITUAL – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E
DIVULGAÇÃO DO RELATÓRIO CONTÁBIL-FINANCEIRO, no que se refere ao
reconhecimento dos elementos das Demonstrações Contábeis, é CORRETO afirmar
que:
a) um ativo deve ser reconhecido no Balanço Patrimonial quando os gastos incorridos
não proporcionarem a expectativa provável de geração de benefícios econômicos
futuros.
b) um passivo deve ser reconhecido no Balanço Patrimonial quando for remota a
possibilidade de uma saída de recursos para sua quitação e seu valor não puder ser
estimado com confiabilidade.
c) uma despesa corresponde a um decréscimo nos benefícios econômicos durante o
período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção
de passivos que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam
relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais.
d) uma receita deve ser reconhecida quando resultar em diminuição nos benefícios
econômicos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do
aumento de passivos que resultam em diminuição do patrimônio líquido, e que não
estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais.
Comentário: Vamos comentar cada uma das alternativas utilizando os conceitos da
Teria da Contabilidade:
a) um ativo deve ser reconhecido no Balanço Patrimonial quando os gastos incorridos
não proporcionarem a expectativa provável de geração de benefícios econômicos
futuros. Incorreto, Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de
eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a
entidade.
b) um passivo deve ser reconhecido no Balanço Patrimonial quando for remota a
possibilidade de uma saída de recursos para sua quitação e seu valor não puder ser
estimado com confiabilidade. Incorreto, Passivo é uma obrigação presente da entidade,
derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos
da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
c) uma despesa corresponde a um decréscimo nos benefícios econômicos durante o
período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou
assunção de passivos que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não
estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais.
Correto, essa alternativa traz o conceito de despesa de acordo com o CPC 00.
d) uma receita deve ser reconhecida quando resultar em diminuição nos benefícios
econômicos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do
aumento de passivos que resultam em diminuição do patrimônio líquido, e que não
estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais.
Incorreto, Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil,
sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos,
que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a
contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais.
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Gabarito: C.
02. (CFC/2016.1/Q36/Bacharel) De acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual –
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro,
no que se refere à posição patrimonial e financeira, assinale a opção INCORRETA.
a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do
qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade.
b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja
liquidação se espera que resulte na saída de recursos da própria entidade capazes de
gerar benefícios econômicos.
c) Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos
todos os seus passivos.
d) Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil que
resultam em diminuições do Patrimônio Líquido e que estão relacionados com a
contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais.
Comentário: O CPC 00 que trata da Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação
de Relatório Contábil-Financeiro traz os conceitos de Ativo, Passivo e Patrimônio
Líquido no item 4.4, veja como ele é apresentado:
Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial e
financeira são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Estes são definidos como
segue:
(a) ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e
do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade; (alternativa
A da questão)
(b) passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja
liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar
benefícios econômicos; (alternativa B da questão)
(c) patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos
todos os seus passivos. (alternativa C da questão)
Portanto as alternativas A, B e C foram copiadas do CPC 00, vamos agora à alternativa
D.
d) Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil que
resultam em diminuições do Patrimônio Líquido e que estão relacionados com a
contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais.
De acordo com o conceito de Receitas também descrito no CPC 00 item 4.25, podemos
encontrar dois erros na alternativa D: Primeiro que o aumento nos benefícios
econômicos durante o período contábil resultam em aumentos do patrimônio líquido e
não diminuição como a alternativa afirmou e segundo que os aumentos dos benefícios
econômicos não estão relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos
patrimoniais contrariando a alternativa que afirma que os benefícios econômicos estão
relacionados. Portanto Gabarito D.
03. (CFC/2015.2/Q36/Bacharel) De acordo com a definição de Ativo, constante na
NBC TG Estrutura Conceitual, julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos
(F) e, em seguida, assinale a opção CORRETA.
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I. Um bem do imobilizado que não tenha mais condição de ser usado e nenhum
interesse do mercado por sua aquisição, sob qualquer forma, deve ser mantido no Ativo
até que seja descartado fisicamente.
II. Bens sob arrendamento financeiro não devem ser reconhecidos nas demonstrações do
arrendatário, mas nas demonstrações do arrendador, devido ao fato de não haver
ocorrido a transferência legal do bem, sendo facultado ao arrendatário apenas o seu uso
e, não, a possibilidade de vendê-lo até que se obtenha a propriedade.
III. A alteração no uso de um ativo pode provocar alteração na sua capacidade de
geração de fluxos de caixa futuros. Esse fato, todavia, não deve ensejar revisão de seu
valor recuperável, uma vez que não lhe foi provocado nenhum dano, e os ativos são
mensurados com base no custo histórico.
IV. Considerando-se que um dos principais recursos capazes de gerar benefícios
econômicos futuros são os conhecimentos das pessoas e anda que, atualmente, há
possibilidade de se reconhecerem ativos intangíveis. Se uma determinada empresa tiver
desenvolvido uma equipe com forte capacidade de sinergia com o mercado, que lhe
permita gerar diferencial competitivo, deve reconhecer esse item em seu ativo, já que é
resultado de eventos passados.
A sequência CORRETA é:
a) F, F, F, F.
b) F, V, F, V.
c) V, F, V, F.
d) V, V, V, V
Comentário: A questão está baseada na definição de ativo, vamos a definição
apresentada no CPC 00: ““ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado
de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a
entidade”. Vamos então analisar as opções:
I. Um bem do imobilizado que não tenha mais condição de ser usado e nenhum
interesse do mercado por sua aquisição, sob qualquer forma, deve ser mantido no Ativo
até que seja descartado fisicamente: FALSO, para que um recurso seja considerado
como Ativo ele deve proporcionar benefícios econômicos para a entidade. Se o bem não
possui mais condições de ser usado ele não pode ser considerado como ativo.
II. Bens sob arrendamento financeiro não devem ser reconhecidos nas demonstrações do
arrendatário, mas nas demonstrações do arrendador, devido ao fato de não haver
ocorrido a transferência legal do bem, sendo facultado ao arrendatário apenas o seu uso
e, não, a possibilidade de vendê-lo até que se obtenha a propriedade: FALSO, o
arrendatário deve sim demonstrar em suas demonstrações contábeis o bem que está em
uso por sua empresa. O bem arrendado é classificado como ativo se atingir as
exigências para definição de ativo, ou seja, é resultado de evento passado, possibilita
que futuros benefícios econômicos possam surgir e que esse bem seja controlado pela
entidade (controlado e não propriedade).
III. A alteração no uso de um ativo pode provocar alteração na sua capacidade de
geração de fluxos de caixa futuros. Esse fato, todavia, não deve ensejar revisão de seu
valor recuperável, uma vez que não lhe foi provocado nenhum dano, e os ativos são
mensurados com base no custo histórico: FALSO, se a capacidade de geração de fluxos
de caixa futuros sofreram alterações uma nova revisão do valor recuperável do ativo
deve ser realizada e o ativo deve ser mesurado com base no valor presente onde os
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ativos são mantidos descontados dos fluxos futuros de entradas líquidas de caixa que se
espera que seja gerado pelo item no curso normal das operações.
IV. Considerando-se que um dos principais recursos capazes de gerar benefícios
econômicos futuros são os conhecimentos das pessoas e ainda que, atualmente, há
possibilidade de se reconhecerem ativos intangíveis. Se uma determinada empresa tiver
desenvolvido uma equipe com forte capacidade de sinergia com o mercado, que lhe
permita gerar diferencial competitivo, deve reconhecer esse item em seu ativo, já que é
resultado de eventos passados: FALSO, até o momento o conhecimento adquirido ainda
não pode ser mesurado e avaliado como ativo pela contabilidade.
Portanto todas as alternativas estão falsas. Gabarito A.
04. (CFC/2014.1/Q34/Bacharel) De acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual,
quando os gastos incorridos não proporcionam a expectativa provável de geração de
benefícios econômicos para a entidade além do período contábil corrente, o item será
reconhecido como:
a) Ativo.
b) Despesa.
c) Intangível.
d) Passivo.
Comentário: A questão trouxe a literalidade do CPC no Item 4.45 “Um ativo não deve
ser reconhecido no balanço patrimonial quando os gastos incorridos não
proporcionarem a expectativa provável de geração de benefícios econômicos para a
entidade além do período contábil corrente. Ao invés disso, tal transação deve ser
reconhecida como despesa na demonstração do resultado”. Gabarito: B.
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LISTA DE QUESTÕES
01. (CFC/2016.2/Q39/Bacharel) De acordo com a NBC TG ESTRUTURA
CONCEITUAL – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E
DIVULGAÇÃO DO RELATÓRIO CONTÁBIL-FINANCEIRO, no que se refere ao
reconhecimento dos elementos das Demonstrações Contábeis, é CORRETO afirmar
que:
a) um ativo deve ser reconhecido no Balanço Patrimonial quando os gastos incorridos
não proporcionarem a expectativa provável de geração de benefícios econômicos
futuros.
b) um passivo deve ser reconhecido no Balanço Patrimonial quando for remota a
possibilidade de uma saída de recursos para sua quitação e seu valor não puder ser
estimado com confiabilidade.
c) uma despesa corresponde a um decréscimo nos benefícios econômicos durante o
período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção
de passivos que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam
relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais.
d) uma receita deve ser reconhecida quando resultar em diminuição nos benefícios
econômicos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do
aumento de passivos que resultam em diminuição do patrimônio líquido, e que não
estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais.
02. (CFC/2016.1/Q36/Bacharel) De acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual –
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro,
no que se refere à posição patrimonial e financeira, assinale a opção INCORRETA.
a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do
qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade.
b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja
liquidação se espera que resulte na saída de recursos da própria entidade capazes de
gerar benefícios econômicos.
c) Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos
todos os seus passivos.
d) Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil que
resultam em diminuições do Patrimônio Líquido e que estão relacionados com a
contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais.
03. (CFC/2015.2/Q36/Bacharel) De acordo com a definição de Ativo, constante na
NBC TG Estrutura Conceitual, julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos
(F) e, em seguida, assinale a opção CORRETA.
I. Um bem do imobilizado que não tenha mais condição de ser usado e nenhum
interesse do mercado por sua aquisição, sob qualquer forma, deve ser mantido no Ativo
até que seja descartado fisicamente.
II. Bens sob arrendamento financeiro não devem ser reconhecidos nas demonstrações do
arrendatário, mas nas demonstrações do arrendador, devido ao fato de não haver
ocorrido a transferência legal do bem, sendo facultado ao arrendatário apenas o seu uso
e, não, a possibilidade de vendê-lo até que se obtenha a propriedade.
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III. A alteração no uso de um ativo pode provocar alteração na sua capacidade de
geração de fluxos de caixa futuros. Esse fato, todavia, não deve ensejar revisão de seu
valor recuperável, uma vez que não lhe foi provocado nenhum dano, e os ativos são
mensurados com base no custo histórico.
IV. Considerando-se que um dos principais recursos capazes de gerar benefícios
econômicos futuros são os conhecimentos das pessoas e anda que, atualmente, há
possibilidade de se reconhecerem ativos intangíveis. Se uma determinada empresa tiver
desenvolvido uma equipe com forte capacidade de sinergia com o mercado, que lhe
permita gerar diferencial competitivo, deve reconhecer esse item em seu ativo, já que é
resultado de eventos passados.
A sequência CORRETA é:
a) F, F, F, F.
b) F, V, F, V.
c) V, F, V, F.
d) V, V, V, V
04. (CFC/2014.1/Q34/Bacharel) De acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual,
quando os gastos incorridos não proporcionam a expectativa provável de geração de
benefícios econômicos para a entidade além do período contábil corrente, o item será
reconhecido como:
a) Ativo.
b) Despesa.
c) Intangível.
d) Passivo.
GABARITO:
01. C 02. D 03. A 04. B
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Bibliografia
ADRIANO, Sergio. Contabilidade Geral 3D. São Paulo: Método, 2012.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamentos. Disponível
em: http://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios Fundamentais de
Contabilidade. Resolução 750/93. Disponível em:
http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1993/000750
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de
Contabilidade. Disponível em: http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-
contabilidade/
IUDÍCIBUS, Sergio et al. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010.
IUDÍCIBUS, Sergio. Organizador. Contabilidade Introdutória. 10 ed. São Paulo: Atlas,
2008.
PREVITS, R.; MERINO, A. The history of accounting in the United States. New York:
Roman Littlefield, 1998.
MARTINS, Eliseu; LOPES, Alexsandro, B. Teoria da Contabilidade. Uma nova
abordagem. São Paulo: Atlas, 2007.