aula 06- processo administrativo
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Direito Administrativo p/ Agente Administrativo - PRF. Teoria e exerccios comentados
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AULA 06: Processo Administrativo Federal
SUMRIO
1) INTRODUO AULA 06 2
2) ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 2
2.1. NOO 2
2.2. PROCESSO E PROCEDIMENTO 3
2.3. PRINCPIOS 4
3) PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL - LEI N 9.784/1999 (LPA) 12
3.1. DIREITOS E DEVERES 15
3.2. COMPETNCIA 17
3.3. IMPEDIMENTO E SUSPEIO 20
3.4. DAS INTIMAES 22
3.5. INSTRUO E DECISO 24
3.6. DESISTNCIA E EXTINO 28
3.7. RECURSO 29
3.8. REVISO 35
3.9. ANULAO E CONVALIDAO DE ATOS ADMINISTRATIVOS 37
4) RESUMO 40
5) QUESTES 48
6) REFERNCIAS 53
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1) Introduo aula 06
Bem vindos nossa aula 06 de direito administrativo para o
concurso de Agente Administrativo da PRF!
Se voc chegou at esta aula porque voc est focado e
determinado. Isso quer dizer que voc vai passar no concurso ou, no
mnimo, que voc est no caminho certo para ser aprovado nos
prximos certames!
Nesta aula 06, abordaremos a matria 3.2 Processo
administrativo: conceito, princpios, fases e modalidades. 10 Lei n
9.784/1999: processo administrativo no mbito da administrao
pblica federal..
Vamos com tudo!
2) Aspectos gerais do processo
administrativo
2.1. Noo
O processo administrativo um instrumento a disposio do
administrado e da Administrao para que esta emita uma deciso no
sentido de revogar, anular ou manter atos administrativos referentes a
relaes jurdicas em que estejam envolvidos. No processo
administrativo, o interessado e a Administrao apresentam
requerimentos, defesas, manifestaes, provas, pareceres, recursos e
decises que culminam na palavra final da Administrao sobre
determinado tema.
A essa palavra final d-se o nome de objeto do processo.
A expresso processo administrativo em sentido amplo abrange
qualquer procedimento da Administrao desencadeado por alguma das
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diversas hipteses de reclamaes, impugnaes e peties em geral,
visando provocar a apreciao de questes de interesse dos
administrados pela prpria Administrao.
2.2. Processo e Procedimento
O processo existe como algo fundamental e indispensvel para a
funo administrativa. As manifestaes da Administrao Pblica ficam
documentadas em um processo, seja para se manifestar quanto uma
obra ou sobre um documento.
O procedimento refere-se s formalidades que devero ser
adotadas para a prtica de determinados atos administrativos, o
procedimento se desenvolve dentro no processo administrativo.
Em algumas situaes a lei no estabelece qual procedimento
dever ser adotado, quando isso ocorrer o Administrador estar livre
para escolher aquele mais adequado para atingir o interesse pblico.
Os processos de soluo de conflitos integram, pelo menos, 3
fases, vejamos a classificao feita por Di Pietro:
Instaurao: Que poder ser de ofcio ou a pedido do
interessado. Na instaurao, os requisitos que devero ser observados
devero ser indicados, alm de possibilitar a elaborao de formulrios
para assuntos do mesmo efeito. E ainda havendo mais de um
interessado, possvel que um s requerimento seja formulado, salvo
preceito legal ao contrrio. Esta fase estabelecida nos artigos 5 ao 8
da Lei 9.784/99.
Instruo: A atividade ser realizada de ofcio ou mediante
impulso do rgo responsvel pelo processo, o direito dos interessados
de propor atuaes probatrias no poder ser prejudicado (art. 29);
So inadmissveis no processo administrativo as provas obtidas por
meios ilcitos. (art.30); Cabe ao interessado a prova dos fatos que
tenha alegado, sem prejuzo do dever atribudo ao rgo competente
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para a instruo e do disposto no art. 37, alm de prever a
possibilidade de o interessado requerer diligencias e percias, bem como
aduzir alegaes quanto a matria objeto do processo (art.38); as
provas propostas pelo interessado somente podero ser recusadas,
mediante deciso fundamentada, as provas propostas pelos
interessados quando sejam ilcitas, impertinentes, desnecessrias ou
protelatrias. (art. 38 2), estabelece prazo de 15 dias para a
elaborao de parecer, salvo norma especial ou comprovada
necessidade de maior prazo (art. 42); Em caso de risco iminente, a
Administrao Pblica poder motivadamente adotar providncias
acauteladoras sem a prvia manifestao do interessado. (art. 45).
Deciso: A Administrao tem o dever de decidir (art.48),
possuindo o prazo de 30 dias para decidir, exceto prorrogao por igual
perodo quando expressamente motivada, conforme artigo 49.
2.3. Princpios
Sem demora ou embromation, vamos j para os princpios do
processo administrativo um dos pontos mais importantes desta aula.
O art. 2 da Lei n 9.784/99, a lei que regula o processo
administrativo no mbito da Administrao Pblica federal, menciona
quais so os princpios norteadores, no s dos processos
administrativos, mas de toda atividade da Administrao Pblica.
Confira a redao do dispositivo:
Veja que o princpio da impessoalidade e da publicidade, apesar
de estarem no LIMPE do art. 37 da Constituio, no esto nesse
dispositivo legal. Isso, por bvio, NO quer dizer que esses dois
Art. 2o A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico
e eficincia.
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princpios no so aplicveis aos processos administrativos. Pelo
contrrio! Os princpios do LIMPE so aplicveis a toda e qualquer
atividade da Administrao Pblica, especialmente nos processos
administrativos.
Alm disso, esse rol do art. 2 no exaustivo, repare bem que a
expresso dentre outros denota um contedo exemplificativo.
Partindo desse dispositivo, e com base na doutrina de Marcelo de
Melo Castro (Srie Advocacia Pblica, Ed. Mtodo), possvel identificar
os seguintes princpios norteadores dos recursos e processos
administrativos:
a) Devido processo legal
Num Estado de Direito, a Administrao Pblica se submete
norma que o prprio Estado criou. E o devido processo legal um
princpio constitucional que tem por destinatrio o Estado.
Veja o que nos diz o art. 5, LVI, da C.F.:
Isso quer dizer que, tambm no processo administrativo, as
normas previamente estabelecidas devem ser observadas pelas partes,
especialmente a parte que goza do princpio da supremacia do interesse
pblico sobre o privado, ou seja a Administrao Pblica.
Desse modo, o princpio do devido processo legal no outra
coisa seno a obrigatoriedade que o Estado tem de adotar os
procedimentos previamente estabelecidos.
Veja como a Sexta Turma do STJ se manifestou, recentemente,
sobre esse tema, conforme noticiado no informativo n 490:
Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a
inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:
(...) LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal..
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A Turma reconheceu a violao dos princpios constitucionais do
devido processo legal e da ampla defesa e anulou a exonerao ad
nutum dos recorrentes, que ingressaram na Administrao Pblica
estadual, no perodo de 1990 a 2001, por meio de contratos celetistas e
temporrios, contudo foram enquadrados em cargos de provimento
efetivo da Cmara Municipal por meio de portarias. Com efeito, revela-
se nula a dispensa dos recorrentes enquadrados por fora de ato
unilateral que, em afronta segurana jurdica, desconstituiu situao
com aparncia de legalidade sem que fosse instaurado o devido
processo legal. (RMS 26.261-AP)
b) Oficialidade
De acordo com esse princpio, o processo administrativo pode ser
iniciado sem qualquer provocao do particular. O Estado pode
inaugurar um processo administrativo de ofcio.
Decorre desse princpio, tambm, a faculdade que o Estado tem
de produzir provas num processo sem que a parte interessada tenha
formulado requerimento nesse sentido. Basta que o Estado queira
esclarecer determinado fato que ele pode produzir a prova
(testemunhal, pericial ou documental) tambm de ofcio.
Esse princpio no aplicado da mesma forma no processo civil.
L o processo no se inicia sem a provocao de um interessado. O Juiz
no pode abrir um processo para investigar determinado crime, por
exemplo, ele deve ser provocado por algum para que possa julgar.
c) Contraditrio e ampla defesa
comum a todos os tipos de processos, judiciais e
administrativos, estando expresso no art. 5, LV, da Constituio
Federal. decorrncia do princpio do devido processo legal, previsto no
inciso LIV do mesmo dispositivo constitucional.
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S haver contraditrio e ampla defesa quando houver litgio.
Vejamos o dispositivo correspondente a esse princpio na Lei 9.784/99,
art. 2, nico:
Se esse princpio no for observado, ocorre o cerceamento de
defesa. Esse cerceamento, em qualquer fase do processo, acarreta a
nulidade do processo relativamente a todos os atos subseqentes que
decorrerem do ato viciado. Se no for possvel salvar nenhum ato,
todo o processo ser nulo.
Mais um exemplo de como o STJ aplicou o princpio
(Informativo/STJ n 490):
A Turma deu provimento ao recurso sob o fundamento de que o
procedimento administrativo realizado por Tribunal de Contas estadual
que importe em anulao ou revogao de ato administrativo cuja
formalizao haja repercutido no mbito dos interesses individuais deve
assegurar aos interessados o exerccio da ampla defesa luz das
clusulas ptreas constitucionais do contraditrio e do devido processo
legal. Precedente citado: RMS 21.929-SP, DJe 26/2/2009. (RMS
27.233-SP).
d) Publicidade
Por ser pblica a atividade da Administrao, os processos que ela
desenvolve devem estar abertos ao acesso dos interessados. Esse
direito alcana qualquer pessoa que seja titular de interesse direta ou
indiretamente atingido por ato constante do processo ou que atue na
defesa do interesse coletivo ou geral.
O direito de acesso s pode ser restringido por razes de
segurana da sociedade e do Estado ou quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem.
X - garantia dos direitos comunicao, apresentao de alegaes finais, produo de provas e interposio de recursos, nos processos de que
possam resultar sanes e nas situaes de litgio;
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O art. 2, nico, inciso V, da Lei n 9.784/99, confirma esse
princpio, ressalvando as hipteses de sigilo previstas na Constituio
Federal, os atos administrativos devem ser divulgados.
ATENO NO SE ESQUEA!!!
Hipteses em que possvel restringir a publicidade do processo
administrativo:
Segurana da sociedade e do Estado;
Defesa da intimidade;
Interesse social.
e) Informalismo
Os atos a serem praticados no processo, principalmente os atos a
cargo do particular, no exigem formalidades especiais, bastando que
sejam estas suficientes para assegurar a certeza jurdica e segurana
processual.
Esse princpio deve ser entendido favoravelmente ao particular,
inclusive porque este no necessita de advogado para represent-lo no
processo, podendo atuar pessoalmente.
At mesmo nos processos administrativos disciplinares a presena
do advogado no obrigatria, conforme a redao da Smula
Vinculante n 5 do STF:
Entretanto, caso exista exigncia legal expressa quanto
forma de determinado ato, esta dever ser cumprida, sob pena de
nulidade do ato praticado em desacordo com a formalidade legal.
Em suma, s se a lei estabelecer sero exigidas formas
determinadas para os atos processuais.
A falta de defesa tcnica por advogado no processo administrativo
disciplinar no ofende a Constituio.
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1. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) A ausncia de
defesa tcnica oferecida por advogado no processo administrativo
disciplinar ofende a Constituio Federal, o que determina a nulidade de
todo o processo.
Nos processos administrativos disciplinares a presena do
advogado no obrigatria, conforme a redao da Smula Vinculante
n 5 do STF:
Gabarito: Errado.
f) Verdade material
No processo administrativo, importa conhecer o fato efetivamente
ocorrido, saber como se deu o fato no mundo real, independente da
fase em que se encontra o processo (desde que at o julgamento final).
tambm por isso (e pelo princpio da oficialidade) que a
Administrao pode buscar as provas independentemente da vontade
do interessado.
g) Gratuidade
Sendo a Administrao Pblica uma das partes do processo
administrativo, no se justifica a mesma onerosidade que existe no
processo judicial.
Assim, a Administrao no pode exigir o pagamento de custas ou
depsito de valores nem para inaugurar o processo administrativo nem
A falta de defesa tcnica por advogado no processo administrativo
disciplinar no ofende a Constituio.
Questo de concurso
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para apreciar o recurso. Isso o que determina a Smula Vinculante n
21 do STF:
2. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial)
inconstitucional a exigncia de depsito prvio de dinheiro ou bens para
a admissibilidade do primeiro recurso administrativo interposto pelo
particular em face de determinado ato administrativo, ilegitimidade que
no se estende aos demais recursos cabveis.
Como vimos, a Administrao no pode exigir o pagamento de
custas ou depsito de valores nem para inaugurar o processo
administrativo nem para apreciar o recurso. O problema da questo
est na afirmao de que a ilegitimidade no se estende aos demais
recursos cabveis.
Gabarito: Errado.
h) Motivao
A Administrao Pblica dever expor os fundamentos normativos
e fticos da sua deciso. o que nos diz o art. 2 da Lei 9.784/99:
Se verificada a redao da Lei n 9.784/99 isoladamente, a
motivao no dever ser feita em todos os atos administrativos. Essa
lei exige a motivao nos seguintes casos:
Pargrafo nico. Nos processos administrativos sero observados, entre
outros, os critrios de: VII - indicao dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a
deciso;
inconstitucional a exigncia de depsito ou arrolamento prvios de
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Questo de concurso
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Apresentados os princpios, vamos treinar um pouco para voc
testar os seus conhecimentos.
3. (CESPE - 2011 - IFB - Professor Direito) Com base na Lei
n. 9.784/1999, que regulamenta o processo administrativo: Entre os
princpios expressamente consignados na lei em questo, inclui-se o
relativo impessoalidade.
Ao falar dos princpios comentei que o princpio da impessoalidade
e da publicidade, apesar de estarem no LIMPE do art. 37 da
Constituio, no esto nesse dispositivo legal. Os princpios do LIMPE
so aplicveis a toda e qualquer atividade da Administrao Pblica,
especialmente nos processos administrativos. Porm a questo pediu os
princpios expressamente consignados em lei, que so:
Gabarito: Errado.
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio; V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofcio; VII - deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais;
VIII - importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo.
Questes de concurso
Art. 2o A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse
pblico e eficincia.
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4. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Os
princpios da razoabilidade e da proporcionalidade, embora no estejam
mencionados no texto constitucional, esto previstos, de forma
expressa, na lei que rege o processo administrativo federal.
Leia novamente o artigo para que voc no erre essa questo na
prova!
Como vimos questo est correta!
3) Processo Administrativo Federal - Lei n
9.784/1999 (LPA)
Agora entraremos nos dispositivos da Lei n 9.784/99. Se voc
estava meio sonolento at esse momento da aula, ACORDE! SANGUE
NOS OLHOS, pois a partir daqui que o bicho pega!
No pela dificuldade em entender os dispositivos da lei, mas
porque a sua banca gosta de transcrever dispositivos legais na prova!
Como vimos, essa uma lei federal aplicvel administrao
pblica federal, direta e indireta, inclusive aos rgos dos Poderes
Legislativos e Judicirio da Unio.
Os estados-membros, municpios ou Distrito Federal no so
obrigados a adotar tais normas, mas muitos deles a aplicam ou a
adotam como legislao subsidiria (na falta de dispositivos especficos
nas leis locais, essa lei federal aplicada).
Como vimos acima, o art. 2 da Lei n 9.784/99 exemplifica
alguns princpios adotados pela Administrao Pblica. Alm disso, o
Art. 2o A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse
pblico e eficincia.
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pargrafo nico desse mesmo dispositivo serve para nos dar o norte,
para apresentar quais valores e normas gerais sero adotas no processo
administrativo.
Para que voc fique por dentro, transcrevemos quais so os
critrios gerais da Lei n 9.784/99:
Pargrafo nico. Nos processos administrativos sero observados, entre outros, os critrios de:
I - atuao conforme a lei e o Direito; II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renncia total ou parcial
de poderes ou competncias, salvo autorizao em lei; III - objetividade no atendimento do interesse pblico, vedada a promoo pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuao segundo padres ticos de probidade, decoro e boa-f; V - divulgao oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipteses de
sigilo previstas na Constituio; VI - adequao entre meios e fins, vedada a imposio de obrigaes, restries e sanes em medida superior quelas estritamente necessrias ao
atendimento do interesse pblico; VII - indicao dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a
deciso; VIII observncia das formalidades essenciais garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoo de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurana e respeito aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos comunicao, apresentao de alegaes finais, produo de provas e interposio de recursos, nos processos de que
possam resultar sanes e nas situaes de litgio; XI - proibio de cobrana de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulso, de ofcio, do processo administrativo, sem prejuzo da atuao dos interessados;
XIII - interpretao da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim pblico a que se dirige, vedada aplicao retroativa de nova interpretao.
Se voc est pensando que esse artigo no cai em concurso, no
se engane! Olhe para essas questes:
Questes de concurso
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5. (CESPE - 2012 - STJ - Tcnico Judicirio) A Lei n.
9.784/1999 no se aplica aos rgos dos Poderes Judicirio e
Legislativo, ainda que no desempenho de funes de natureza
administrativa.
Como vimos, essa uma lei federal aplicvel administrao
pblica federal, direta e indireta, inclusive aos rgos dos Poderes
Legislativos e Judicirio da Unio.
Gabarito: Errado.
6. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judicirio) Os preceitos
dessa lei aplicam-se administrao pblica direta e indireta no mbito
do Poder Executivo federal, mas no alcanam os Poderes Legislativo e
Judicirio da Unio, que dispem de autonomia para editar atos acerca
de sua organizao e funcionamento quando no desempenho de funo
administrativa.
Mais uma vez, essa lei uma lei federal aplicvel administrao
pblica federal, direta e indireta, inclusive aos rgos dos Poderes
Legislativos e Judicirio da Unio.
Gabarito: Errado.
7. (CESPE - 2011 - CNPQ - Analista em Cincia e Tecnologia
Jnior) Nos processos administrativos, nova interpretao dada pela
administrao pblica sobre determinada matria deve ser aplicada
retroativamente.
Um dos critrios observados no processo administrativo o de
que a interpretao da norma administrativa da forma que melhor
garanta o atendimento do fim pblico a que se dirige, vedada aplicao
retroativa de nova interpretao (inciso XIII, acima transcrito).
Gabarito: Errado
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8. (CESPE - 2012 - STJ - Tcnico Judicirio) No processo
administrativo, a norma administrativa deve ser interpretada de forma
a garantir o atendimento do fim pblico a que se destine, vedada a
aplicao retroativa de nova interpretao.
Simplesmente repetio da questo anterior! A interpretao da
norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do
fim pblico a que se dirige, vedada aplicao retroativa de nova
interpretao (inciso XIII, acima transcrito).
Gabarito: Certo.
9. (CESPE - 2012 - STJ - Todos os Cargos) Considerando-se
que o processo administrativo gera nus para a administrao pblica,
a regra a cobrana de despesas processuais, as quais somente
podero ser afastadas nos casos expressamente previstos em lei.
Como vimos na lei:
Gabarito: Errado.
3.1. Direitos e Deveres
De forma exemplificativa, a Lei n 9.784/99 assim informa os
direitos dos administrados:
Pargrafo nico. Nos processos administrativos sero observados, entre outros, os critrios de:
XI - proibio de cobrana de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
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Nesse sentido, as autoridades e os servidores devem ser
respeitados, mas estes tambm devem respeitar os administrados. E
mais, devero facilitar o exerccio de seus direitos e o cumprimento de
suas obrigaes.
O inciso II decorre, diretamente, do devido processo legal e do
princpio da publicidade ao afirmar que o interessado deve ter cincia do
processo, vista dos autos, conhecer as decises e obter cpia dos autos.
O inciso III, por sua vez, decorre do devido processo legal e do
contraditrio e da ampla defesa, pois garante a participao efetiva do
interessado no processo, que poder apresentar alegaes e produzir
provas. Por outro lado, esse dispositivo impe um dever ao julgador: o
de apreciar os elementos trazidos aos autos pelo interessado.
O inciso IV, por fim, ressalta o princpio do informalismo ao
colocar como faculdade a presena do advogado.
Lembre-se da Smula Vinculante 5, que afasta a obrigatoriedade
do advogado no PAD processo administrativo disciplinar.
Mas o administrado no goza s de direitos perante um processo
administrativo. Ele tem alguns deveres. Os deveres elencados na Lei
n 9.784/99 so os seguintes:
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administrao, sem
prejuzo de outros que lhe sejam assegurados: I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que devero
facilitar o exerccio de seus direitos e o cumprimento de suas obrigaes; II - ter cincia da tramitao dos processos administrativos em que tenha a condio de interessado, ter vista dos autos, obter cpias de documentos neles
contidos e conhecer as decises proferidas; III - formular alegaes e apresentar documentos antes da deciso, os quais
sero objeto de considerao pelo rgo competente; IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatria a representao, por fora de lei.
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3.2. Competncia
J comeamos esse tpico pedindo a sua ATENO!!!
Competncia irrenuncivel o que diz o art. 11 da Lei n
9.784/99, vejamos:
Lendo esse dispositivo, devemos ter extremo cuidado para no
confundirmos dois conceitos: delegao de atribuio e renncia de
competncia.
A competncia do agente pblico definida por lei. A cada cargo
ocupado corresponde uma competncia, um complexo de atribuies
que devem ser desempenhadas pelo agente.
Se a competncia definida por lei, no pode o agente renunci-
la, pois somente a lei poderia tirar o que ela mesma deu.
Por outro lado, o instituto da delegao de atribuio
plenamente reconhecido, aceito e at mesmo incentivado pela lei.
Decorre do poder hierrquico e do princpio da eficincia, pois quanto
mais prximo do fato estiver um agente e quanto mais especializado ele
for, melhor ser o desempenho de sua atribuio.
ASSIM, MUITO CUIDADO:
Renncia de competncia VEDADA
Art. 4o So deveres do administrado perante a Administrao, sem prejuzo de
outros previstos em ato normativo: I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-f; III - no agir de modo temerrio; IV - prestar as informaes que lhe forem solicitadas e colaborar para o
esclarecimento dos fatos.
Art. 11. A competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos
administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao e avocao legalmente admitidos.
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Delegao de atribuio AUTORIZADA
Para que isso fique claro, lei atentamente o seguinte dispositivo
da Lei n 9.784/99:
Lembramos que a delegao serve como instrumento de
descentralizao administrativa, com o objetivo de assegurar maior
rapidez e objetividade s decises.
Mas todas as atribuies podem ser delegadas, professor?
NO, MEUS CAROS!
Nem tudo poder ser objeto de delegao, saiba que no art. 13 da
LEI N 9.784/99 o legislador determinou que NO poder ser objeto de
delegao:
a) a edio de atos de carter normativo;
b) a deciso de recursos administrativos;
c) as matrias de competncia exclusiva do rgo ou
autoridade.
importante salientar que tanto a delegao como a revogao
do ato devero ser publicados por meio oficial. Veja os detalhes
impostos pela Lei 9784, art.14:
1o O ato de delegao especificar as matrias e poderes transferidos, os limites da atuao do delegado, a durao e os objetivos da delegao e o
recurso cabvel, podendo conter ressalva de exerccio da atribuio delegada. 2o O ato de delegao revogvel a qualquer tempo pela autoridade
delegante. 3o As decises adotadas por delegao devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-o editadas pelo delegado.
Art. 12. Um rgo administrativo e seu titular podero, se no houver impedimento legal, delegar parte da sua competncia a outros rgos ou titulares, ainda que estes no lhe sejam hierarquicamente subordinados,
quando for conveniente, em razo de circunstncias de ndole tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial.
Pargrafo nico. O disposto no caput deste artigo aplica-se delegao de competncia dos rgos colegiados aos respectivos presidentes.
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Podemos concluir que a delegao no um ato que pode ser
deliberado de qualquer forma. Ela acompanha uma srie de detalhes
como as matrias e poderes transferidos, os limites, a durao e os
objetivos. A delegao no algo ad eternum, alm de possuir um
tempo de durao, ainda poder ser revogada a qualquer tempo.
Repare que o delegado se responsabiliza pelos seus atos.
A lei permite, em carter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocao temporria de competncia
atribuda a rgo hierarquicamente inferior.
Voc se lembra o que a avocao?
A avocao ocorre quando o superior hierrquico busca para si
prprio a atribuio que era de um subordinado.
A avocao pode ocorrer de duas formas:
a) Quando, de modo temporrio, o superior hierrquico chama
para si uma competncia que a lei confere a um rgo ou agente
subordinado;
b) Quando o superior, que havia delegado determinada
competncia temporariamente, a chama para si de novo, sem que seja
extinta a delegao.
c) Veja que, na primeira, a avocao de uma competncia
atribuda por lei e, na segunda, de uma competncia que havia sido
delegada pelo superior.
No podemos encerrar este tpico sem responder seguinte
pergunta: perante qual autoridade deve ser instaurado o processo
administrativo?
O art. 17 da Lei determina que, inexistindo competncia legal
especfica, o processo administrativo dever ser iniciado perante a
autoridade de menor grau hierrquico para decidir.
Sem mais delongas, vamos questo.
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10. (CESPE - 2008 - SEMAD-ARACAJU - Procurador Municipal)A
deciso de recursos administrativos no pode ser objeto de delegao.
Como vimos NO poder ser objeto de delegao:
a) a edio de atos de carter normativo;
b) a deciso de recursos administrativos;
c) as matrias de competncia exclusiva do rgo ou
autoridade.
Gabarito: correto.
3.3. Impedimento e suspeio
No processo administrativo as causas de impedimento (art. 18) e
suspeio (art.20) da Lei 9.784/1999 visam a preservao da
imparcialidade do agente pblico no processo administrativo.
O legislador considera impedido de atuar no processo
administrativo (= praticar qualquer ato no processo) o servidor ou
autoridade que:
a) tenha interesse direto ou indireto na matria;
b) tenha participado ou venha a participar como perito,
testemunha ou representante, ou se tais situaes ocorrem quanto ao
cnjuge, companheiro ou parente e afins at o terceiro grau;
c) esteja litigando judicial ou administrativamente com o
interessado ou respectivo cnjuge ou companheiro.
Considerando as hipteses descritas acima conclumos h
influncia direta dos princpios da impessoalidade e da moralidade na
norma.
No concernente a suspeio, dispe a lei:
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Veja que a suspeio, na Lei n 9.784/99, relaciona-se com a
amizade ou a inimizade, e alcana at os parentes de terceiro grau.
No impedimento, por sua vez, os critrios so o interesse na
matria (o servidor que tenha uma demanda parecida junto a
Administrao no pode atuar no processo administrativo), a
participao no mesmo processo administrativo (incluem-se os parentes
at terceiro grau) ou o litgio com o interessado (ou com seu cnjuge ou
companheiro).
11. (CESPE - 2012 - STJ - Todos os Cargos) Estar impedido de
atuar no processo administrativo o servidor que estiver litigando
administrativamente com o interessado, hiptese em que a
comunicao do fato dever ser dirigida autoridade competente, sob
pena de configurar-se a prtica de falta grave, para fins disciplinares.
O legislador considera impedido de atuar no processo
administrativo o servidor ou autoridade que tenha interesse direto ou
indireto na matria. Ademais, sobre a penalidade, a lei nos fala:
Gabarito: Certo.
Art. 20. Pode ser argida a suspeio de autoridade ou servidor que tenha amizade ntima ou inimizade notria com algum dos interessados ou com os
respectivos cnjuges, companheiros, parentes e afins at o terceiro grau.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato autoridade competente, abstendo-se de atuar. Pargrafo nico. A omisso do dever de comunicar o impedimento
constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
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3.4. Das intimaes
Intimar dar conhecimento ao interessado de algum ato
praticado no processo, seja para cincia de alguma deciso ou para
efetivar ou acompanhar diligncias.
Quando for necessrio o comparecimento do interessado em
algum ato, a Administrao, por meio do rgo em que tramita o
processo administrativo, dever intim-lo com antecedncia mnima
de trs dias teis quanto data de comparecimento.
Quanto forma, a intimao poder ser realizada de quatro
meios, nos termos do art. 26, 3 e 4, da Lei n 9.784/99:
a) Pessoal: provada pela cincia no processo, anotada por
ocasio do comparecimento repartio do interessado, ou se for o
caso, de quem o possa representa;
b) Por via postal, com aviso de recebimento, ou telegrama;
c) Por outros meios, desde que assegurem a certeza da
cincia do interessado;
d) Por publicao oficial: quando se tratar de interessado
indeterminado, desconhecido ou com domiclio incerto:
IMPORTANTE!
Alm do prazo de antecedncia de 3 (trs) dias teis, a lei prev
algumas formalidades para a intimao. Dentre elas, destacamos:
identificao do intimado; finalidade da intimao; data, hora e local em
que deve comparecer; informao da continuidade do processo
independentemente do seu comparecimento; etc.
Se a intimao for realizada sem a observncia de alguma
prescrio legal, ela ser considerada nula. Entretanto, meus
amigos, ABRAM O OLHO: O comparecimento do administrado
supre a irregularidade da notificao.
E se o interessado no atender intimao, professor?
ATENO TAMBM PARA ESSE PONTO!
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Veremos abaixo que o processo poder ser arquivado,
dependendo da situao. Mas o que voc deve aprender agora que,
diferentemente do que ocorre em um processo civil, no processo
administrativo o desatendimento da intimao NO IMPORTA EM
RECONHECIMENTO da verdade dos fatos NEM A RENNCIA a
direito pelo administrado.
Observe o que diz o art. 27 da Lei 9.784/99:
12. (CESPE - 2012 - Cmara dos Deputados - Analista) Em um
processo administrativo, a administrao pblica deixou de intimar
Lucas, a parte interessada, para tomar cincia de sano que lhe foi
imposta; contudo, Lucas apresentou-se nos autos de forma espontnea.
Nessa situao, configurou-se hiptese de nulidade, por ofensa ao
princpio da ampla defesa e do contraditrio, visto que o
comparecimento de Lucas no supre a falta cometida pela
administrao.
Tratei sobre esse tema na aula, mas trouxe o artigo para te dar
ainda mais segurana:
Gabarito: Errado.
Art. 27. O desatendimento da intimao no importa o reconhecimento da
verdade dos fatos, nem a renncia a direito pelo administrado.
Art. 26. O rgo competente perante o qual tramita o processo administrativo determinar a intimao do interessado para cincia de deciso ou a efetivao de diligncias.
5o As intimaes sero nulas quando feitas sem observncia das prescries legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta
ou irregularidade.
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3.5. Instruo e deciso
Nessa fase, poder ocorrer a oitiva de testemunhas, audincia
pblica para debates sobre a deciso da matria, solicitao de emisso
de pareceres, realizao de percias etc.
Como vimos acima, em ateno ao princpio da oficialidade, no
momento da instruo, a Administrao agir de ofcio, para melhor
esclarecer as questes e fundamentar corretamente a tomada de
deciso.
Mas no s a Administrao quem deve se mexer. O interessado
pode produzir as suas provas ou requerer que a Administrao
apresente documentos, realize percia etc. Isso porque, se o interessado
no conseguir comprovar o fato que constitui o seu direito, o processo
ter deciso desfavorvel.
A Administrao s poder indeferir os pedidos de prova do
interessado se entender que a prova requerida ilcita, impertinente,
desnecessria ou protelatria (=com o fim exclusivo de atrasar o
processo).
Se os elementos que constituem o direito do interessado
estiverem na posse da Administrao, esta dever providenciar a
obteno desses documentos.
Leia com ateno os dispositivos da Lei n 9.784/99 mais
importantes sobre esse assunto:
Art. 29. As atividades de instruo destinadas a averiguar e comprovar os
dados necessrios tomada de deciso realizam-se de ofcio ou mediante impulso do rgo responsvel pelo processo, sem prejuzo do direito dos
interessados de propor atuaes probatrias. 1o O rgo competente para a instruo far constar dos autos os dados
necessrios deciso do processo. 2o Os atos de instruo que exijam a atuao dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.
Art. 30. So inadmissveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilcitos.
(...) Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuzo do dever atribudo ao rgo competente para a instruo e do
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disposto no art. 37 desta Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados esto registrados em documentos existentes na prpria Administrao responsvel pelo
processo ou em outro rgo administrativo, o rgo competente para a instruo prover, de ofcio, obteno dos documentos ou das respectivas
cpias. Art. 38. O interessado poder, na fase instrutria e antes da tomada da deciso, juntar documentos e pareceres, requerer diligncias e percias, bem
como aduzir alegaes referentes matria objeto do processo. 1o Os elementos probatrios devero ser considerados na motivao do
relatrio e da deciso. 2o Somente podero ser recusadas, mediante deciso fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilcitas, impertinentes,
desnecessrias ou protelatrias. Art. 39. Quando for necessria a prestao de informaes ou a apresentao
de provas pelos interessados ou terceiros, sero expedidas intimaes para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condies de atendimento. Pargrafo nico. No sendo atendida a intimao, poder o rgo
competente, se entender relevante a matria, suprir de ofcio a omisso, no se eximindo de proferir a deciso.
Art. 40. Quando dados, atuaes ou documentos solicitados ao interessado forem necessrios apreciao de pedido formulado, o no atendimento no prazo fixado pela Administrao para a respectiva apresentao implicar
arquivamento do processo. Art. 41. Os interessados sero intimados de prova ou diligncia ordenada,
com antecedncia mnima de trs dias teis, mencionando-se data, hora e local de realizao.
13. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judicirio) Em um processo
administrativo, cabe ao interessado fornecer a prova dos fatos que
tenha alegado; por essa razo, mesmo que o interessado declare que
os dados alegados estejam em poder da prpria administrao, o rgo
no poder obter esses documentos de ofcio, visto que cabe ao
interessado providenciar a sua respectiva juntada.
Eu avisei que os dispositivos acima eram importantes!
Quando o interessado declarar que fatos e dados esto
registrados em documentos existentes na prpria Administrao
responsvel pelo processo ou em outro rgo administrativo, o rgo
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competente para a instruo prover, de ofcio, obteno dos
documentos ou das respectivas cpias, art. 37.
Gabarito: Errado.
Veja que, em ateno ao princpio do contraditrio e da ampla
defesa, os interessados sero intimados da realizao do ato que
produzir a prova com antecedncia mnima de trs dias teis.
Observe, tambm, que se necessria a prestao de informaes
de terceiros ou do prprio interessado, a Administrao deve expedir
intimaes para esse fim. Se a informao no for prestada pelo
interessado no prazo fixado, o processo ser arquivado. Se no for
prestada por terceiro, a Administrao no pode se eximir de julgar. Ela
deve suprir, de um jeito ou de outro, essa informao com outros
elementos de prova.
Nessa mesma fase de instruo, quando for necessria a emisso
de um parecer, este dever ser emitido no prazo mximo de 15
dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.
H casos previstos em lei que esse parecer obrigatrio e
vinculante. Nesses casos, quem deu causa ao atraso ser
responsabilizado e o processo no ir seguir at que o parecer chegue
aos autos.
Em outros casos, o parecer obrigatrio e no vinculante.
Nesses casos, o processo no espera pela demora. Ele seguir seu
curso e ser decidido com a sua dispensa.
E o que acontecer com o servidor relapso, que no formulou o
parecer no prazo?
Ele ser responsabilizado disciplinarmente pelo atraso.
Veja o que diz o art. 42 da Lei n 9.784/99:
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Encerrada a instruo, o interessado poder se manifestar em
razes finais em at 10 dias. Veja o dispositivo:
E depois das alegaes finais, professor, o que acontece?
Se o rgo que for responsvel pela instruo do processo no for
o mesmo responsvel pela deciso, o primeiro dever formular
relatrio, com a indicao dos seguintes elementos:
o pedido inicial;
o contedo das fases do procedimento;
proposta de deciso, objetivamente justificada.
Em seguida, o rgo responsvel pela instruo encaminhar o
processo autoridade competente para decidir.
A deciso dever ser proferida no prazo de 30 dias. Esse prazo
pode ser prorrogado por mais 30 dias, se justificado. Confira a redao
dos arts. 48 e 49 da Lei n 9.784/99:
Art. 44. Encerrada a instruo, o interessado ter o direito de manifestar-se
no prazo mximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
Art. 48. A Administrao tem o dever de explicitamente emitir deciso nos processos
administrativos e sobre solicitaes ou reclamaes, em matria de sua competncia.
Art. 49. Concluda a instruo de processo administrativo, a Administrao tem o prazo
de at trinta dias para decidir, salvo prorrogao por igual perodo expressamente
motivada.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um rgo consultivo, o
parecer dever ser emitido no prazo mximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.
1o Se um parecer obrigatrio e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo no ter seguimento at a respectiva apresentao, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
2o Se um parecer obrigatrio e no vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poder ter prosseguimento e ser decidido com sua
dispensa, sem prejuzo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
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14. (CESPE -2008 - SEMAD-ARACAJU - Procurador Municipal)
Concluda a instruo de processo administrativo, a administrao tem
at 30 dias para decidir, salvo prorrogao por igual perodo
expressamente motivada.
Opa! No tem nem como errar! Acabamos de transcrever
dispositivo!
Gabarito: correto!
3.6. Desistncia e extino
O interessado poder desistir ou renunciar os direitos disponveis.
Ele pode desistir total ou parcialmente do pedido formulado.
Porm, sendo a matria de interesse pblico, a desistncia no
poder impedir o caminhar do processo, pois prevalece o princpio da
supremacia do interesse pblico.
Havendo mais de um interessado, a desistncia ou renuncia
formulada por um deles no atinge os demais (art. 51 1).
Alm das hipteses de renncia ou desistncia, o processo
administrativo ter deciso anormal (= sem anlise do mrito do pedido
do interessado) se o rgo competente verificar que restou exaurida a
finalidade do processo ou que o objeto da deciso se tornou impossvel,
intil ou prejudicado por fato superveniente. Nesses casos, haver a
extino prematura do processo.
Nesse sentido, confira a redao dos seguintes dispositivos:
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3.7. Recurso
Como bem informa o art. 56 da Lei n 9.784/99, das decises
administrativas cabe recurso, em face de razes de legalidade e de
mrito.
O recurso ser dirigido autoridade que proferiu a deciso, a
qual, se no a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhar
autoridade superior.
Alguns doutrinadores, como Carvalho Filho e Marcelo de Melo,
classificam o recurso hierrquico como prprio e imprprio. Vejamos o
quadro comparativo:
RECURSO HIERRQUICO
PRPRIO
RECURSO HIERRQUICO
IMPRPRIO 1. Tramita na via interna de um
rgo. 1. A autoridade que analisar o
recurso est em outro rgo e no no que proferiu a deciso.
2. Independe de previso legal. 2. Depende de expressa previso legal.
A Lei n 9.784/99, ao afirmar que o recurso ser encaminhado
autoridade superior, trata do recurso hierrquico prprio. O recurso
hierrquico imprprio decorre, normalmente, do instituto da superviso
ministerial, em que a administrao direta fiscaliza os atos das
entidades da administrao indireta.
Art. 51. O interessado poder, mediante manifestao escrita, desistir total ou
parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponveis.
1o Havendo vrios interessados, a desistncia ou renncia atinge somente quem a
tenha formulado.
2o A desistncia ou renncia do interessado, conforme o caso, no prejudica o
prosseguimento do processo, se a Administrao considerar que o interesse pblico
assim o exige.
Art. 52. O rgo competente poder declarar extinto o processo quando exaurida
sua finalidade ou o objeto da deciso se tornar impossvel, intil ou prejudicado por
fato superveniente.
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Voltando para a anlise dos dispositivos da Lei n 9.784/99,
observamos que o recurso administrativo interpe-se por meio de
requerimento no qual o recorrente dever expor os fundamentos do
pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar
convenientes (art. 60).
Ao observamos o artigo 57, veremos que o direito de recorrer
encontra-se limitado a trs instncias administrativas.
Voc deve se lembrar, quanto aos recursos, que a Smula
vinculante n21 veda a exigncia de depsito ou arrolamento de
dinheiro ou bens como condio de admissibilidade de recurso
administrativo.
IMPORTANTE saber, ainda, que o prazo para a interposio de
recurso administrativo de 10 dias, contados a partir da cincia ou
divulgao oficial da deciso recorrida.
E, interposto o recurso, o rgo que o recebe deve intimar os
demais interessados para que, no prazo de cinco dias teis,
apresentem alegaes.
Ressalta-se que a Lei n 9.784/99, em seu artigo 61, informa que
o recurso em processo administrativo no tem efeito suspensivo, salvo
disposio legal em contrrio.
O que isso, professor, efeito suspensivo?
Efeito suspensivo o instituto que suspende a eficcia da deciso
proferida. Por exemplo: a administrao decide que o ato administrativo
que determinou a interdio de um restaurante legal. O dono do
restaurante recorre dessa deciso. Nesse perodo compreendido entre a
deciso e o julgamento do recurso interposto pelo restaurante, a
deciso ser executada e o restaurante dever fechar e permanecer
fechado at que venha deciso em sentido contrrio. A simples
interposio do recurso no faz com que a deciso da Administrao de
fechar o estabelecimento seja suspensa.
Mesmo, professor! E isso ocorre em todos os casos?
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No, meus caros, o efeito suspensivo poder excepcionalmente
ser concedido pela autoridade competente (= a que proferiu a deciso
que est sendo objeto de recurso) ou pela imediatamente superior, de
ofcio ou a pedido, se houver justo receio de prejuzo de difcil ou
incerta reparao decorrente da execuo da deciso recorrida. Mas
ateno! A autoridade competente que falamos, a que proferiu a
deciso.
Assim, temos:
Ainda com relao aos recursos, IMPORTANTSSIMO voc saber
que, no processo administrativo, aquele que recorre pode sair com a
situao pior do que tinha quando interps o recurso!
Isso porque, vigora no processo administrativo o princpio do
reformatio in pejus.
H, ainda, outros dispositivos legais relativos aos recursos no
processo administrativo que merecem ser lidos com ateno:
O recurso administrativo, em regra, no tem efeito
suspensivo. Poder ser concedido efeito
suspensivo se, no caso, houver justo receio de prejuzo de difcil ou incerta reparao.
Art. 63. O recurso no ser conhecido quando interposto:
I - fora do prazo;
II - perante rgo incompetente;
III - por quem no seja legitimado;
IV - aps exaurida a esfera administrativa.
1o Na hiptese do inciso II, ser indicada ao recorrente a autoridade competente,
sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
2o O no conhecimento do recurso no impede a Administrao de rever de ofcio
o ato ilegal, desde que no ocorrida precluso administrativa.
Art. 64. O rgo competente para decidir o recurso poder confirmar, modificar,
anular ou revogar, total ou parcialmente, a deciso recorrida, se a matria for de
sua competncia.
Pargrafo nico. Se da aplicao do disposto neste artigo puder decorrer gravame
situao do recorrente, este dever ser cientificado para que formule suas
alegaes antes da deciso.
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Se voc leu com ateno o art. 63, 2, percebeu que ele decorre
do poder de autotutela da Administrao.
Por fim, com relao aos recursos administrativos, no podemos
deixar de mencionar a importante alterao que a Lei n 11.417/06
promoveu na Lei n 9.784/99.
Falamos aqui nesta aula de duas smulas vinculantes. Essas
smulas so comandos do Supremo Tribunal Federal que, nos termos
do art. 103-A da Constituio, vinculam as decises do Poder Judicirio
e da administrao pblica direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal.
Mas, o que acontece se a Administrao, em um processo
administrativo, decidir de forma a violar uma smula vinculante?
Foi justamente isso que passou a Lei n 9.784/99 a prever, depois
da edio da Lei n 11.417/06.
O interessado dever impugnar a deciso por meio de recurso
administrativo, afirmando que a mesma contraria enunciado da smula
vinculante.
A autoridade prolatora da deciso impugnada, se no a
reconsiderar, dever explicitar, antes de encaminhar o recurso
autoridade superior, as razes da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
smula, conforme o caso (art. 56, 3, da Lei n 9.784/99).
Recebido o recurso pela autoridade superior, ela deve decidir o
mesmo, explicitando as razes da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
smula, conforme o caso. (art. 64-A).
Se a deciso for contrria ao interessado, afastando a aplicao
da smula vinculante, o mesmo poder pedir, diretamente ao Supremo
Tribunal Federal, que seja observada a smula vinculante, por meio de
um instrumento processual chamado reclamao.
Se o STF entender que, realmente, foi violada smula vinculante,
o tribunal dar cincia autoridade que proferiu a deciso
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administrativa e ao superior que julgou o recurso, determinando que,
nas futuras decises administrativas em casos semelhantes, seja
adotado o comando da smula vinculante, sob pena de
responsabilizao pessoal nas esferas cvel, administrativa e penal da
autoridade administrativa (art. 64-B).
15. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista Processual)
Considerando-se que ao superior hierrquico permitido rever os atos
de seus subordinados, admite-se, no processo administrativo, a
alegao em instncia superior de fato no arguido no incio do
processo, bem como o reexame de matria ftica e a produo de
novas provas.
Nessa questo o examinador cobrou vrios pontos da lei. Vamos
rev-los?
Primeiramente indiscutvel a afirmao de que o superior
hierrquico pode rever os atos de seus subordinados.
E como havamos comentado recurso administrativo interpe-se
por meio de requerimento no qual o recorrente dever expor os
fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos
que julgar convenientes (art. 60).
Gabarito: Certo.
16. (CESPE - 2011 - STM - Tcnico Judicirio) O prazo para a
interposio de recurso administrativo , em regra, de dez dias,
contados a partir da cincia ou da divulgao oficial da deciso recorrida
e quando a lei no fixar prazo diferente.
Lembra que eu avisei que IMPORTANTE saber, que o prazo para
a interposio de recurso administrativo de 10 dias, contados a partir
Questes de concurso
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da cincia ou divulgao oficial da deciso recorrida. Pois , olha a
questo a!!!
Gabarito: Correto.
17. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Os
recursos administrativos, meios colocados disposio do administrado
para o reexame do ato pela administrao pblica, s sero dotados de
efeito suspensivo quando a lei expressamente o estabelecer.
Concordo com voc que cobrar a exceo sacanagem! Mas por
outro lado voc est frente de muita gente que no tem conhecimento
da exceo que tratamos em nossa aula!
Lembre-se: o efeito suspensivo poder excepcionalmente ser
concedido pela autoridade competente (= a que proferiu a deciso que
est sendo objeto de recurso) ou pela imediatamente superior, de ofcio
ou a pedido, se houver justo receio de prejuzo de difcil ou incerta
reparao decorrente da execuo da deciso recorrida. Mas ateno!
A autoridade competente que falamos, a que proferiu a deciso.
Gabarito: errado.
18. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio) A deciso de
recursos administrativos no mbito do processo administrativo na
administrao pblica federal no pode ser objeto de delegao.
Nem tudo poder ser objeto de delegao, saiba que no art. 13 da
Lei n 9.784/99 o legislador determinou que NO poder ser objeto de
delegao:
a) a edio de atos de carter normativo;
b) a deciso de recursos administrativos;
c) as matrias de competncia exclusiva do rgo ou
autoridade.
Gabarito: Certo.
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3.8. Reviso
A Lei N 9.784/99 prev a possibilidade de reviso da deciso em
processo administrativo, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio,
quando da deciso resultar em sanes.
Entretanto, MUITO CUIDADO! A reviso s possvel se surgirem
fatos novos ou circunstncias suscetveis de justificar a inadequao da
sano aplicada.
Olho aberto! Se no recurso administrativo a situao do
recorrente pode piorar, AQUI ISSO NO OCORRE.
AQUI NO PODE HAVER A REFORMA PARA PIOR OU A
REFORMATIO IN PEJUS.
Confira a redao do art. 65 da multicitada lei:
19. (CESPE - 2011 - EBC - Analista - Advocacia) Um
empregado pblico submetido a procedimento administrativo disciplinar
do qual resultou punio interps recurso administrativo dirigido ao
superior hierrquico do agente pblico que lhe aplicara a sano. Nessa
situao, o servidor deve estar ciente de que a administrao, ao
conhecer do recurso interposto, poder aplicar, no exerccio da
autotutela, sano mais grave , assim como deve estar ciente de
que no incide na esfera administrativa, por este fundamento, a
vedao do reformatio in pejus.
Questes de
concurso
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanes podero ser
revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando surgirem fatos novos ou circunstncias relevantes suscetveis de justificar a inadequao da
sano aplicada. Pargrafo nico. Da reviso do processo no poder resultar agravamento da sano.
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O CESPE cobrou justamente o que acabamos de destacar. Por se
tratar de um recurso administrativo PODE HAVER A REFORMA PARA
PIOR OU A REFORMATIO IN PEJUS.
Gabarito: correta.
20. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista Processual) Com
fundamento no princpio da oficialidade, nos processos administrativos
dos quais resulte a aplicao de sanes ao administrado, quando
surgirem fatos novos ou circunstncias relevantes capazes de justificar
a inadequao da sano aplicada, ser admitida a reviso de ofcio,
hiptese em que poder haver o agravamento da sano imposta.
Veja que aqui trata-se de reviso. Na reviso no poder ser a
pena agravada. Conforme nos diz o artigo:
Gabarito: Errado.
21. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judicirio) Os processos
administrativos de que resultem sanes podem ser revistos a qualquer
tempo, a pedido ou de ofcio; dessa reviso pode resultar o
agravamento da sano, diferentemente do que ocorre na esfera
judicial.
No esqueam!!!
Gabarito: Errado.
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanes podero ser
revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando surgirem fatos novos ou circunstncias relevantes suscetveis de justificar a inadequao da sano aplicada.
Pargrafo nico. Da reviso do processo no poder resultar agravamento da sano.
Art. 65.Pargrafo nico. Da reviso do processo no poder resultar agravamento da sano.
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22. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscpico) Os processos
administrativos de que resultem sanes podero ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando surgirem fatos novos ou
circunstncias relevantes suscetveis de justificar a inadequao da
sano aplicada, sendo certo que da reviso do processo poder
resultar agravamento da sano.
Moleza! Vimos no artigo 65, pargrafo nico, que da reviso do
processo no poder resultar agravamento da sano.
Lembre-se NO PODE HAVER A REFORMA PARA PIOR OU A
REFORMATIO IN PEJUS NA REVISO (no recurso pode!).
Gabarito: Errado.
23. (CESPE - 2011 - CNPQ - Analista em Cincia e Tecnologia
Jnior) Em concordncia com o princpio da vedao da reformaticio in
pejus, a deciso proferida por autoridade competente, em sede de
recurso administrativo hierrquico, no pode prejudicar a situao do
recorrente.
Olha o peguinha!!! No recurso, como vimos, a situao do
recorrente pode piorar. na reviso que o reformatio in pejus no pode
ser aplicado.
Gabarito: Errado.
3.9. Anulao e convalidao de atos
administrativos
Voc que j estudou nossa aula de atos administrativos est
craque nessa matria!
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Aqui nos limitaremos a apresentar os dispositivos da Lei n
9.784/99 relativos a essa matria, pois todo o regime da teoria das
nulidades j foi estudado neste curso.
Vimos, por exemplo, que a Administrao deve anular seus
prprios atos, quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los
por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.
Esse postulado corresponde redao do art. 53 da Lei ora
analisada.
Lembre-se que na revogao no h vcio no ato administrativo,
apenas uma deciso discricionria da Administrao que entende no
ser mais o ato conveniente ou oportuno.
Lembre-se, tambm, que a anulao opera efeitos retroativos e
para o futuro (ex tunc) e que a revogao opera efeitos apenas para o
futuro (ex nunc).
J mencionamos tambm que o direito da Administrao de
anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para
os destinatrios decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada m-f (art. 54).
Isso quer dizer que, se um ato administrativo beneficiou um
sujeito, esse ato s poder ser anulado se no ultrapassados 5 anos de
sua edio. Essa regra s no valer se o tal sujeito agiu de m-f.
Voc deve saber, tambm, que se o ato administrativo gerou
efeitos patrimoniais contnuos, o prazo de decadncia dever ser
contado da percepo do primeiro pagamento.
Estudamos tambm o instituto da convalidao. Se o ato puder
ser convalidado, ou seja, se ele tiver vcios sanveis, esse ato ser
anulvel. Se ele no puder ser convalidado (=seus vcios no forem
sanveis), o ato ser nulo.
A convalidao opera efeitos retroativos.
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Os atos com defeitos sanveis s podero ser convalidados se
essa convalidao no acarretar leso ao interesse pblico nem prejuzo
a terceiros (art. 55 da lei).
24. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscpico) Em deciso
na qual se evidencie no acarretarem leso ao interesse pblico nem
prejuzo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanveis
podero ser convalidados pela prpria administrao.
Acabamos de estudar que os atos com defeitos sanveis s
podero ser convalidados se essa convalidao no acarretar leso ao
interesse pblico nem prejuzo a terceiros (art. 55 da lei).
Gabarito: Correto.
25. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Consoante
o princpio da autotutela, consagrado na Lei n. 9.784/1999, a
administrao deve anular seus prprios atos de contedo decisrio,
quando eivados de vcio de legalidade.
Sabemos que a Administrao deve anular seus prprios atos,
quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los por motivo de
convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Veja
que no existe a restrio de atos de contedo decisrio.
Gabarito: errado.
26. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscpico) Apenas
pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos ter prioridade na
tramitao, em qualquer rgo ou instncia, dos procedimentos
administrativos em que figure como parte ou interessado.
Para responder a essa questo, leia o dispositivo abaixo:
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Veja que no s os maiores de 60 anos, mas todos os demais
casos citados acima tero prioridade.
Gabarito: errado.
27. (CESPE- STJ- 2012 Tcnico Judicirio) A administrao
pode anular seus prprios atos por motivo de convenincia ou
oportunidade.
Vimos que a Administrao deve anular seus prprios atos,
quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los por motivo de
convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Gabarito: Errado.
isso a, pessoal! Hoje ficamos por aqui!
4) Resumo
As manifestaes da Administrao Pblica ficam documentadas
em um processo, seja para se manifestar quanto uma obra ou sobre um
documento.
Art. 69-A. Tero prioridade na tramitao, em qualquer rgo ou instncia, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou
interessado: I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; II - pessoa portadora de deficincia, fsica ou mental;
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose mltipla, neoplasia maligna, hansenase, paralisia irreversvel e incapacitante, cardiopatia
grave, doena de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avanados da doena de Paget (ostete deformante), contaminao por radiao, sndrome de imunodeficincia
adquirida, ou outra doena grave, com base em concluso da medicina especializada, mesmo que a doena tenha sido contrada aps o incio do
processo.
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O procedimento refere-se s formalidades que devero ser
adotada para a prtica de determinados atos administrativos, o
procedimento se desenvolve dentro no processo administrativo.
O art. 2 da Lei n 9.784/99, a lei que regula o processo
administrativo no mbito da Administrao Pblica federal, menciona
quais so os princpios norteadores, no s dos processos
administrativos, mas de toda atividade da Administrao Pblica.
Confira a redao do dispositivo:
Partindo desse dispositivo, e com base na doutrina de Marcelo de
Melo Castro (Srie Advocacia Pblica, Ed. Mtodo), possvel identificar
os seguintes princpios norteadores dos recursos e processos
administrativos:
a) Devido processo legal
O princpio do devido processo legal no outra coisa seno a
obrigatoriedade que o Estado tem de adotar os procedimentos
previamente estabelecidos.
b) Oficialidade
De acordo com esse princpio, o processo administrativo pode ser
iniciado sem qualquer provocao do particular. O Estado pode
inaugurar um processo administrativo de ofcio e produzir provas num
processo sem que a parte interessada tenha formulado requerimento
nesse sentido.
c) Contraditrio e ampla defesa
comum a todos os tipos de processos, judiciais e
administrativos, estando expresso no art. 5, LV, da Constituio
Art. 2o A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da
legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico
e eficincia.
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Federal. Vejamos o dispositivo correspondente a esse princpio na Lei
9.784/99, art. 2, nico:
Se esse princpio no for observado, ocorre o cerceamento de
defesa. Esse cerceamento, em qualquer fase do processo, acarreta a
nulidade do processo relativamente a todos os atos subseqentes que
decorrerem do ato viciado. Se no for possvel salvar nenhum ato,
todo o processo ser nulo.
d) Publicidade
Por ser pblica a atividade da Administrao, os processos que ela
desenvolve devem estar abertos ao acesso dos interessados.
ATENO NO SE ESQUEA!!!
Hipteses em que possvel restringir a publicidade do processo
administrativo:
Segurana da sociedade e do Estado;
Defesa da intimidade;
Interesse social.
e) Informalismo
Os atos a serem praticados no processo, principalmente os atos a
cargo do particular, no exigem formalidades especiais.
A presena do advogado no obrigatria nos processos
administrativos, conforme a redao da Smula Vinculante n 5 do STF:
f) Verdade material
X - garantia dos direitos comunicao, apresentao de alegaes finais, produo de provas e interposio de recursos, nos processos de que possam resultar sanes e nas situaes de litgio;
A falta de defesa tcnica por advogado no processo administrativo
disciplinar no ofende a Constituio.
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No processo administrativo, importa conhecer o fato efetivamente
ocorrido, saber como se deu o fato no mundo real, independente da
fase em que se encontra o processo (desde que at o julgamento final).
g) Gratuidade
A Administrao no pode exigir o pagamento de custas ou
depsito de valores nem para inaugurar o processo administrativo nem
para apreciar o recurso. Isso o que determina a Smula Vinculante n
21 do STF:
h) Motivao
A Administrao Pblica dever expor os fundamentos normativos
e fticos da sua deciso. o que nos diz o pargrafo nico do art. 2 da
Lei 9.784/99:
Vimos ao longo da aula que a competncia irrenuncivel
o que diz o art. 11 da Lei n 9.784/99, vejamos:
Por outro lado, o instituto da delegao de atribuio
plenamente reconhecido, aceito e at mesmo incentivado pela lei.
Pargrafo nico. Nos processos administrativos sero observados, entre
outros, os critrios de: VII - indicao dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a
deciso;
inconstitucional a exigncia de depsito ou arrolamento prvios de
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Art. 11. A competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao
e avocao legalmente admitidos.
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Decorre do poder hierrquico e do princpio da eficincia, pois quanto
mais prximo do fato estiver um agente e quanto mais especializado ele
for, melhor ser o desempenho de sua atribuio.
ASSIM, MUITO CUIDADO:
Renncia de competncia VEDADA
Delegao de atribuio AUTORIZADA
Nem tudo poder ser objeto de delegao, saiba que no art. 13 da
Lei n 9.784/99 o legislador determinou que NO poder ser objeto de
delegao:
a) a edio de atos de carter normativo;
b) a deciso de recursos administrativos;
c) as matrias de competncia exclusiva do rgo ou
autoridade.
Lembre-se que a lei permite, em carter excepcional e por
motivos relevantes devidamente justificados, a avocao temporria de
competncia atribuda a rgo hierarquicamente inferior.
Com relao aos impedimentos e suspeies, observamos que o
legislador considera impedido de atuar no processo administrativo (=
praticar qualquer ato no processo) o servidor ou autoridade que:
a) tenha interesse direto ou indireto na matria;
b) tenha participado ou venha a participar como perito,
testemunha ou representante, ou se tais situaes ocorrem quanto ao
cnjuge, companheiro ou parente e afins at o terceiro grau;
c) esteja litigando judicial ou administrativamente com o
interessado ou respectivo cnjuge ou companheiro.
No concernente a suspeio, dispe a lei:
Art. 20. Pode ser argida a suspeio de autoridade ou servidor que tenha amizade ntima ou inimizade notria com algum dos interessados ou com os
respectivos cnjuges, companheiros, parentes e afins at o terceiro grau.
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Passando para o resumo das intimaes, vimos que, quando for
necessrio o comparecimento do interessado em algum ato, a
Administrao, por meio do rgo em que tramita o processo
administrativo, dever intim-lo com antecedncia mnima de trs dias
teis quanto data de comparecimento.
Se a intimao for realizada sem a observncia de alguma
prescrio legal, ela ser considerada nula. Entretanto, meus
amigos, ABRAM O OLHO: O comparecimento do administrado
supre a irregularidade da notificao.
E se o interessado no atender intimao o processo poder ser
arquivado, dependendo da situao. Mas o desatendimento da
intimao NO IMPORTA EM RECONHECIMENTO da verdade dos
fatos NEM A RENNCIA a direito pelo administrado.
Com relao instruo, como vimos acima, em ateno ao
princpio da oficialidade, no momento da instruo, a Administrao
agir de ofcio, para melhor esclarecer as questes e fundamentar
corretamente a tomada de deciso.
Mas no s a Administrao quem deve se mexer. O interessado
pode produzir as suas provas ou requerer que a Administrao
apresente documentos, realize percia etc. Isso porque, se o interessado
no conseguir comprovar o fato que constitui o seu direito, o processo
ter deciso desfavorvel.
A Administrao s poder indeferir os pedidos de prova do
interessado se entender que a prova requerida ilcita, impertinente,
desnecessria ou protelatria (=com o fim exclusivo de atrasar o
processo).
Nessa mesma fase de instruo, quando for necessria a emisso
de um parecer, este dever ser emitido no prazo mximo de 15
dias, sal