aula 09/03/2011. semântica as relações de sentido
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Aula 09/03/2011
Semântica
As relações de sentido
Denotação e Conotação
Denotação: o enunciador utiliza as palavras em sentido literal (ao pé da letra).
Conotação: sentido que não é literal.
As flores lindas da primavera já aparecem.
Mulheres são frágeis flores.
Os cães ferozes latem pouco.
Pobres ladrões, cães da noite perdida e vã.
O seu olhar ilumina toda a esperança eterna.
A luz que ilumina o dia é natural.
Meu coração é uma escola de samba!
O amor, hoje, parece fosco.
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Campo semântico
Palavras podem pertencem ao mesmo campo semântico;
Pode haver mistura dos campos semânticos.
Mistura de campos semânticos
Quando mulher for doença, quero logo uma epidemia.
Filho de rico ganha mesada; de pobre, vassourada.
Rico tem veia poética; pobre tem varizes.
Polissemia
É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.
Ex.: Ele ocupa um alto posto na empresa. Abasteci meu carro no posto da esquina.
Os convites eram de graça.Os fiéis agradecem a graça recebida.
Polissemia
Luísa bate a porta. (fechar)Antônio bate o carro no poste. (trombar)O sino bate três vezes. (soar)O coração bate rápido. (pulsar)
Polissemia no humor
— Por que o português está sempre com o pé esquerdo fedendo?
Porque sua mulher vive dizendo a ele: “Lava o pé direito, gajo!”.
Sinonímia
É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS.
Ex.: cômico - engraçadoalegre - feliz
Antonímia
É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS.
Ex.: Economizar - gastarBem - malBom - ruim
DICAS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente;
DICAS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto mais vezes se for preciso;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
DICAS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
10. Cuidado com os vocábulos: destoa ( = diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;
DICAS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;
12. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
13. Às vezes, a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta;
Narrar é
É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo certas personagens.
Exemplo:
Numa noite chuvosa do mês de Agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua mal-iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.
Descrever é
É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um determinado objecto, pessoa, ambiente ou paisagem.
Exemplo:
A sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.
É o tipo de composição na qual expomos ideias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que as comprovem.
Dissertar é:
Exemplo:
Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional. Argumentam alguns que ele deve ter por objetivo despertar no estudante a capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e relacioná-las com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a compreensão dos problemas sociais e que despertasse no aluno a curiosidade científica seria por demais desejável.
Não há como confundir estes três tipos de redação. Enquanto a descrição aponta os elementos que caracterizam os seres, objetos, ambientes e paisagens, a narração implica uma ideia de ação, movimento empreendido pelos personagens da história. Já a dissertação assume um caráter totalmente diferenciado, na medida em que não fala de pessoas ou fatos específicos, mas analisa certos assuntos que são abordados de modo impessoal.
Tipos de Discurso:
Há três recursos para citar o discurso alheio:
a) Discurso direto:
Parece que a agulha não disse nada: mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar a vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Um apólogo -Machado de Assis
O texto reproduz a fala do alfinete e do professor de melancolia. Em ambos os casos, a reprodução da fala é com as próprias palavras deles, como se o leitor estivesse ouvindo esses personagens literalmente.
Esse tipo de expediente é denominado de discurso direto, cujas marcas típicas são:
vem introduzido por verbo que anuncia a fala do personagem (murmurou, disse). Esses verbos são chamados de verbos de dizer (dizer, responder, retrucar, afirmar, falar);
normalmente, antes da fala do personagem, há dois pontos ou travessão;
os pronomes, o tempo verbal e palavras que dependem de situação são usados literalmente, determinados pelo contexto.
b) Discurso indireto:
D. Paula perguntou-lhe se o escritório era ainda o mesmo, e disse-lhe que descansasse, que não era nada; dali a duas horas tudo estaria acabado.
Nessa passagem o narrador reproduz a fala da personagem literalmente, mas usa suas próprias palavras.
A fala de D. Paula chega ao leitor por via indireta, por isso esse expediente é denominado de discurso indireto, cujas marcas são:
discurso indireto também é introduzido por verbo de dizer;
vem separado da fala do narrador por uma partícula introdutória, normalmente a conjunção que ou se;
os pronomes, o tempo verbal e elementos que dependem de situação são determinados pelo contexto do narrador: o verbo ocorre na 3ª pessoa.
Vejamos um confronto dos discursos direto e indireto:
Discurso direto: D. Paula disse: - Daqui a duas horas tudo estará acabado.
Discurso indireto: D. Paula disse que dali a duas horas tudo estaria acabado.
Na conversão do discurso direto para o indireto, as frases interrogativas, exclamativas e imperativas passam todas para a forma declarativa.
c) Discurso indireto livre:
Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente Sinhá Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo.
Baleia queria dormir. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.
Aqui, quase não conseguimos observar os limites entre
a fala do narrador e a do personagem. Somente observando o tempo verbal e os adjetivos é que supomos tratar-se do discurso do personagem.
Para um esclarecimento melhor, observemos os discursos abaixo:
Discurso direto: Baleia pensava: O mundo ficará todo cheio de preás, gordos, enormes.
Discurso indireto: Baleia pensava que o mundo todo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.
Discurso indireto livre: O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.
Notamos que o discurso indireto livre é um discurso que exclui os verbos de dizer e a partícula introdutória.