aula 1 - o lugar da literatura no jornalismo cultural (1)
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Jornalismo Cultural
O lugar da literatura contemporânea
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Desafios
• Diminuição dos suplementos literários
• Poucas revistas dedicadas integralmente à
literatura
• A literatura disputa espaço com outras artes
nos cadernos de cultura
•
A literatura brasileira disputa espaço com aliteratura estrangeira
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Desvantagem
• Vivemos a era da imagem => a literaturarepresenta um atrativo menor para as novasgerações.
• Frente aos shows, filmes blockbusters ecelebridades, a literatura atrai menos.
• A própria produção do Jornalismo Cultural é
mais complexa no caso da literatura. O jornalista leva dias para ler e analisar um livro,ao contrário de um filme ou álbum.
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Encruzilhada
• O jornalista cultural se encontra em uma
encruzilhada:
Ou se submete aos releases da editoras e
produz ‘notas’ sobre todos os
lançamentos.
Ou constrói um filtro jornalístico:
seleciona alguns títulos e produz análises
mais detalhadas.
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Um pouco de história
Século XIX
• A literatura ocupava um espaço nobre nos
jornais.
Não havia cinema, nem discos
O espaço era disputado com o teatro
• Os jornais publicavam folhetins e críticas
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Colaboradores ilustres
• 1852: Manuel Antonio de Almeida publica Memóriasde um Sargento de Milícias no suplemento dominicaldo Correio Mercantil
• 1856: José de Alencar (27) é demitido do Correio
Mercantil e compra o Diário do Rio de Janeiro. Publicaseu primeiro romance, Cinco Minutos. No anoseguinte, publica O Guarani . Grande repercussão.
• 1858: Aos 19 anos, Machado de Assis publica Opassado, o presente e o futuro da literatura, no jornal AMarmota
• 1860: Machado publicará artigos sobre literatura noDiário do Rio de Janeiro até 1870. Depois em outrosveículos.
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Século XX• 1905: João do Rio realiza a enquete
Momento Literário com escritores da época.• Surgem as revistas ilustradas com espaço
para o debate e a divulgação literária.
Ilustração Brasileira (1901)
Fon-Fon (1907)
Careta (1908) Revista do Brasil (1916)
•O maior salário na imprensa do
Rio de Janeiro era do escritor
Benjamin Costallat.
•Lima Barreto publicava sua obra
primeiro na imprensa.
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Modernismo
• Os líderes da Semana de Arte
Moderna tiveram grande espaço
na imprensa da época.
• 1923: Criada a revisa Klaxon.
• 1934: é fundada a Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da
recém criada Universidade de
São Paulo. Futuro celeiro de
críticos.
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Anos 1940
• Surgimento de umageração de críticos
mais qualificados:
Sérgio Milliet
Otto Maria Carpeaux
Antonio Cândido
Sérgio Buarque de
Holanda
Tristão de Athayde
• Revista Clima (1941-
1944) - fundada por
estudantes da USP.Equipe fundadora da Revista Clima: na frente (da esq. Para dir.):
Alfredo Mesquita, Antonio Cândido e Lourival Gomes Machado.
Atrás: Antonio Branco Levèvre, Décio de Almeida Prado, Paulo Emílio
Salles Gomes e Roberto Pinto de Souza.
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Anos 1950
• 1956: Criado o Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo.
Idealizado por Antonio Cândido.
• 1956: Criado o Suplemento Dominical do
Jornal do Brasil. Nasce como suplemento feminino,
mas vai dando espaço cada vez maiorpara a literatura.
Conduzido por Ferreira Gullar,
Haroldo de Campos, Decio Pignatari. Design arrojado de Amílcar de
Castro.
• 1958: Nasce o caderno Ilustrada na Folhada Manhã.
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Ditadura Militar
• O cerceamento político e intelectual afeta
tanto a produção literária, quanto a crítica.
• A crítica se fecha na universidade
(autoconfinamento).
• A crítica de rodapé (resenhas) volta a crescer.
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Anos 1980 e 1990
• Diminuição expressiva do espaço da literatura nos jornais.
• A imprensa se rende à lógica do mercado:
Best sellers (Harry Potter,
Livros de não ficção: autoajuda, espíritas, .
Estrangeiros de renome (Umberto Eco, PatrickSüskind, Gabriel García Márquez, José
Saramago) Celebridades do mundo literário (Marcelo
Rubens Paiva, Paulo Coelho, Jô Soares).
• Implantação de mega livrarias: Saraiva, Livraria Cultura,
Nobel, Fnac.
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Anos 2000 e a internet• Com a implantação da internet comercial, há uma diminuição
da relevância do crítico => todos são críticos.
• Desaparece a necessidade de intermediários entre o escritor e
o leitor (editor, distribuidor, crítico).
• Excesso de informação: blogues, sites, portais.
Revista Bravo (1998-2013)
Revista EntreLivros (2005-2007)
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Dilemas
• Dicotomia:
Cobertura jornalística acrítica que reforçao mercado.
Crítica erudita e inacessível ao grandepúblico.
• O jornalismo cultural fica atrelado às efemérides(centenários, aniversários) e aos nomes datradição.
• As grande editoras pautam e se impõem ao jornalismo.
• Por outro lado: aumento das feiras e prêmios
literários.
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Qual o papel do jornalista cultural?
“Diante desse excesso de informação, o públicoacaba ‘travado’, sem saber por onde começar
a ler ou que consumir ”.
Franthiesco Ballerini