aula 1 - trombose
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Aula de Anat. Patológica, ministrada pela professora Ana Paula no dia 25/02/2010.TRANSCRIPT
TROMBOSE
Ana Paula Fernandes Barbosa
TROMBOSE: Definição
• Processo de formação do trombo dentro dos vasos ou no coração no indivíduo vivo, resultante da ativação do sistema normal da coagulação.
FATORES PREDISPONENTES: Tríade de Virchow
• Lesão Endotelial
• Alteração do Fluxo Sanguíneo
• Alteração da coagulação sanguínea
LESÃO ENDOTELIAL
Placas ateroescleróticas ulceradasTraumas ou inflamações vascularesLesão endocárdica pós-infarto do miocárdio
Perda do revestimento endotelial
Exposição da matriz extracelularsubendotelial
Adesão plaquetária
Liberação da trombina e ativadores do fibrinogênio
Favorecimento a formação do trombo
vWF= Fator de Von WillebrandADP= Difosfato de AdenosinaTXA2 =Tromboxano AT-PA= Ativador do plasminogênio tipo tecidual
TURBULÊNCIA DO FLUXO SANGUÍNEO
Promoção de lesão endotelial e/ou
Indução de estase local
Rompimento da configuração laminardo fluxo sanguíneo
Paquetas passam a circular perifericamente na coluna de sangue fazendo contato direto
com o endotélio
Redução capacidade de diluição dos fatores coagulantes ativados pelo fluxo
sanguíneo
Redução do fluxo de inibidores do fator de coagulação
Favorecimento a formação do trombo
HIPERCOAGULABILIDADE
• Resulta da alteração das vias de coagulação
– Causas Primárias (genéticas)• Mutações no gene do fator V e no gene da protrombina
– Causas Secundárias (adquiridas)• Uso de contraceptivos orais, câncer avançado, tabagismo, obesidade
e idade avançada pelo favorecimento do aumento da agregação plaquetária.
TROMBOS: Morfologia • Formados em qualquer local do sistema cardiovascular
(câmaras cardíacas, cúspides valvares, artérias, veias e capilares)
• Forma e tamanho variáveis• Sempre aderidos ao local onde se formaram • Divididos em cabeça corpo e cauda • Geralmente são secos, opacos e friáveis• Componentes: plaquetas, fibrina,hemácias e leucócitos
Atrio direito trombosado
Art, carótida interna trombosada
Vegetações na valvula mitral
Parede do vaso
trombo
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO AO GRAU DE OBSTRUÇÃO
•Oclusivos
•Não oclusivos (murais ou parietais : aorta e câmaras cardíacas)
QUANTO A EVOLUÇÃO
•Recentes
•Tardios
•Sépticos
•Assépticos (mais comuns)
hemácias
fibrina plaquetas
leucócitos
hemácias
leucócitosNeoformação conjuntiva e vascular
TROMBOSE ARTERIAL E/OU CARDÍACA• Formados em área com lesão endotelial (placa ateroesclerótica,
bifurcação de vaso) ou sobre lesão endocárdica
• Trombos Brancos: constituídos predominantemente por fibrina e plaquetas
• Trombos Mistos: mais freqüentes, contendo componentes do trombo branco e hemácias
• Trombos Hialinos: ocorrem na microcirculação e são constituídos essencialmente por fibrina
• Crescem em direção retrógrada do ponto de ligação com o vaso (ao contrario do sentido ao coração).
• Laminações ou Linhas de Zahn : camadas claras (plaquetas e fibrina) alternadas com zonas mais escuras (hemácias)
trombo com laminaçõesTrombos intracavitários
TROMBOSE ARTERIAL
• Em geral são trombos oclusivos
• Acometem por ordem de frequência as coronárias, artérias cerebrais e femorais
• Formados em geral sobre placa ateroesclerótica
• Possuem cor branco acinzentada pela presença de plaquetas, fibrina, eritrócitos e leucócitos degenerados
• São friáveis e fortemente aderidos a parede do vaso
Art.coronária direita trombosada
Artéria ilíaca tombosada
Placas de aterosclerose
Arteria basilar trombosada
Infarto recente
Infarto tardio
Art.mesentérica trombosada
TROMBOSE VENOSA (FLEBOTROMBOSE)
• Em geral são trombos oclusivos com a criação de um molde ao longo do trajeto do vaso
• Acometem em 90% as veias dos membros inferiores
• Em geral possuem cor vermelha-azulada pela grande quantidade de eritrócitos e tem consistência elástica
• Ocorrem principalmente em locais de estase e se estendem na direção do fluxo sanguíneo
• Fracamente aderidos a parede vascular: grande predisposição à fragmentação (embolização)
Veia ilíaca trombosada
Ponte safena trombosada
TROMBOS VENOSOS E COÁGULOS: Diagnóstico Diferencial Macroscópico
Trombo venoso
• Mais firmes
• Ponto de ligação com a parede do vaso
• Superfície de corte com bandas irregulares de fibrina
Coágulos
• Gelationosos
• Pouco aderidos à parede vascular
• Superfície de corte avermelhada com áreas amareladas
DESTINO DOS TROMBOS
• Propagação ou crescimento
• Dissolução ou lise
• Organização e recanalização
• Embolização
PROPAGAÇÃO OU CRESCIMENTO
• Ocorre quando a coagulação predomina sobre a trombólise
• Aumento gradativo do tamanho pelo acúmulo progressivo de plaquetas e fibrina
• Pode levar à oclusão vascular: principal conseqüência dos trombos
DISSOLUÇÃO OU LISE
• Remoção parcial ou total com restabelecimento do fluxo sanguíneo
• Ocorre quando o sistema fibrinolítico é muito ativo
• Trombos recentes, pobres em fibrina, sofrem lise mais facilmente
ORGANIZAÇÃO E RECANALIZAÇÃO• Ocorre quando há equilíbrio entre a coagulação e a fibrinólise
• Etapas1- Reendotelização da superfície: 48 horas após a formação do trombo
2- Necrose central por ser uma estrutura avascular
3- Fagocitose dos restos de fibrina e hemácias com proliferação simultânea de fibroblastos e células endoteliais
4- Transformação do trombo em uma massa de tecido conjuntivo vascularizado
5- Incorporação à parede do vaso ou do coração ou sofrer recanalização através da perfuração pelos vasos neoformados
6- Eventualmente sofre calcificação ou colonização por microrganismos
recancalização
recanalização
EMBOLIZAÇÃO
• Pela composição friável pode se destacar ou fragmentar e viajar para outros locais do sistema circulatório causando EMBOLIA, que é a complicação mais grave da trombose
artéria poplítea embolizada
Êmbolo a cavaleiro
Necrose isquêmica
ÁREA DE INFARTO
TECIDO CONJUNTIVO VASCULARIZADO
ALVÉOLOS PRESERVADOS
1 2 3
Embolo veia mesentérica
TROMBOSE VENOSA Condições Clínicas
MEMBROS INFERIORES
• Veias Superficiais (safena)– Varizes
• Veias Profundas (poplítea, femoral e ilíaca) – Insuficiência cardíaca, traumas, cirurgias e queimaduras,
estados puerperais e pós-parto, câncer avançado e imobilização ao leito
TROMBOSE VENOSA: Evolução
MEMBROS INFERIORES
• Veias Superficiais – Congestão local, tumefação, dor e sensibilidade ao longo
da veia– Raramente embolizam
• Veias Profundas– Assintomáticos em 50% dos pacientes – Tornam-se sintomáticos quando embolizam
TROMBOSE ARTERIAL E CARDÍACA: Condições Clínicas
• Arterioesclerose pela alteração do fluxo vascular e perda da integridade endotelial
• Aneurismas pela alteração do fluxo vascular
• Infarto do miocárdio pela lesão endocárdica
• Doença cardíaca reumática pela formação de trombos murais atriais e estenose da valva mitral.
• Fibrilação atrial pela associação com estase
TROMBOSE ARTERIAL: Evolução
• EMBOLIZAÇÃO: cérebro, rins, pâncreas,etc.