aula 2 e 3

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Pratica de Direito Civil - OAB Segunda Fase

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    CURSO DE PRTICA CVEL Prtica Cvel

    Sabrina Dourado

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    AULAS DO CURSO DE PRTICA

    CVEL- SABRINA DOURADO

    RESPOSTAS DO RU AULA 2 DO CURSO NOES INCIAIS O art. 297 do CPC estabelece as trs principais modalidades de respostas do ru:

    CONTESTAO (detalhada nos arts. 300 a 303)

    EXCEO (detalhada nos arts. 304 a 314)

    RECONVENO (detalhada nos arts. 315 a 318)

    CONTESTAO A contestao encontra-se detalhada nos arts. 300 a 303 do CPC. Ela uma pea fundamental. A sua no apresentao ou apresentao intempestiva, importar na decretao da REVELIA. Segundo o art. 297, no procedimento ordinrio o ru tem um prazo de 15 dias para oferecer, se quiser contestao, exceo e reconveno. O procedimento ordinrio o nico totalmente detalhado no CPC. Quanto aos demais procedimentos, o cdigo apresenta somente as suas especificidades, como por exemplo:

    Art. 275 Especificidades sobre a petio inicial no procedimento sumrio.

    Art. 278 Especificidades sobre a resposta no procedimento sumrio.

    O procedimento ordinrio, por sua vez, encontra-se totalmente detalhado, a partir do art. 282. O art. 297, inserido no ttulo relativo ao procedimento ordinrio, trata das respostas do ru. 15.3.5 PRINCPIOS DA CONTESTAO A contestao um NUS, ou seja, o ru contesta se quiser; no entanto, no contestando, ser considerado REVEL (art. 319). A contestao no uma obrigao, um dever. Tampouco uma faculdade. Ela , na verdade, um nus, pois caso o ru deixe de contestar, ocorrer a REVELIA e, possivelmente (conforme o caso), ele sofrer os efeitos decorrentes da revelia (presuno da veracidade dos fatos alegados pelo autor na petio inicial). Mas, no entanto, em alguns casos, h revelia sem efeitos. PRINCPIO DA CONCENTRAO OU DA EVENTUALIDADE DA DEFESA (art. 300). A pea processual da contestao deve conter TODAS as defesas possveis e imaginrias, pois no haver outra oportunidade para contestar. Esta uma oportunidade nica e, por isso, ela deve ser aproveitada. PRECLUI PARA O RU A OPORTUNIDADE DE FAZER NOVAS DEFESAS EM OUTRO MOMENTO DO PROCESSO. O ru deve concentrar todas as suas defesas no momento em que redige a sua contestao, sob pena de precluir para ele a oportunidade de fazer novas defesas. Observao: se o ru realizar uma defesa e o prazo ainda no tiver terminado, ele poder contestar novamente. Se o ru s tem este momento para apresentar todas as suas defesas, nesta

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    pea processual, significa dizer que ele pode fazer defesas contraditrias. Portanto, na pea processual da contestao, da boa tcnica que se coloque defesas contraditrias, pois este um momento nico para se defender. Caso o ru apresente apenas uma defesa e o juiz no a aceite, ele no poder fazer outras; dever, portanto, colocar todas as defesas naquela mesma pea processual. Exemplo: o ru, na contestao, argumenta que o contrato sequer chegou a ser celebrado (a primeira teste de defesa a inexistncia da relao jurdica contratual) e, alm disso, acrescentar, por exemplo: "mas, entretanto, na eventualidade de Vossa Excelncia entender que o contrato existe, entendo que os juros so exorbitantes", fazendo meno ao princpio da Eventualidade da Defesa. A pea processual da contestao admite, pelo Princpio da Eventualidade da Defesa, defesas contraditrias. Este, como todos os princpios, tambm tem excees. Verificando-se a incompetncia absoluta, o advogado competente ir argui-la na prpria contestao, em PRELIMINAR DE CONTESTAO (art. 301, II). A incompetncia absoluta, pelo art. 313, matria de ordem pblica, ou seja, pode ser arguida em qualquer momento ou grau de jurisdio. Se o ru esquecer de arguir em preliminar de contestao a incompetncia absoluta, ele poder, ainda que num momento posterior, atravessar uma petio argindo-a. A incompetncia absoluta poder at mesmo ser arguida em ao rescisria, para desconstituir a coisa julgada (art. 485, II). Verificando-se a incompetncia absoluta, o advogado competente ir argi-la na prpria contestao, em PRELIMINAR DE CONTESTAO (art. 301, II). A incompetncia absoluta, pelo art. 313,

    matria de ordem pblica, ou seja, pode ser argida em qualquer momento ou grau de jurisdio. Se o ru esquecer de argir em preliminar de contestao a incompetncia absoluta, ele poder, ainda que num momento posterior, atravessar uma petio argindo-a. A incompetncia absoluta poder at mesmo ser argida em ao rescisria, para desconstituir a coisa julgada (art. 485, II). A exceo do Princpio da Concentrao ou da Eventualidade da Defesa est no art. 303 do CPC. Este artigo apresenta hipteses em que o ru pode fazer novas alegaes depois da contestao:

    INCISO I - Matria ligada a direito superveniente. Barbosa Moreira d um exemplo que envolve prestaes peridicas (prestaes que vo vencendo no decorrer do processo). Nestes casos, o ru poder alegar em peties avulsas, em momento posterior ao da contestao. Alguns autores entendem que este o caso legislao superveniente (por exemplo, o novo Cdigo Civil), quando ento surgiriam novos direitos, no vislumbrados no momento da elaborao da contestao.

    INCISO II Toda matria que o juiz pode conhecer de ofcio matria de ordem pblica (como, por exemplo, a nulidade do negcio jurdico contrato realizado com agente incapaz, ou cujo objeto ilcito, etc.). E tudo o que o juiz pode conhecer de ofcio, a parte tambm pode peticionar, caso ele no o faa, a qualquer momento do processo e em qualquer grau de jurisdio. A incompetncia absoluta outro exemplo de matria de ordem pblica.

    INCISO III A terceira hiptese quase uma repetio da segunda.

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    Trata-se da condies da ao e dos pressupostos processuais, que so matrias que podem ser verificadas em qualquer momento do processo.

    No difcil um advogado pegar um processo j com a contestao, porm fraca, e aproveitar-se para colocar novas defesas. Ele consegue o aditamento da contestao, que normalmente no pode acontecer, encaixando alguma matria do art. 303 (principalmente condies da ao e pressupostos processuais). Com isto, e se o autor nada reclamar, ser possvel dar mais substncia a uma defesa anterior que tenha sido fraca, sem ferir o Princpio da Concentrao ou da Eventualidade da Defesa. Mas sendo o autor atento, ele poder pedir o desentranhamento desta petio com base no Princpio da Concentrao ou da Eventualidade da Defesa. PRINCPIO DO NUS DA DEFESA ESPECIFICADA (art. 302). Se o autor, na sua petio inicial, alega, por exemplo, 5 fatos, o ru, ao contestar, obrigado, pelo Princpio do nus da Defesa Especificada, a contestar cada um dos 5 fatos alegados pelo autor. Ele dever impugnar deforma especfica os 5 fatos que o autor alegou. Se o ru esquecer de impugnar um dos fatos, este, para o juiz, considerado verdadeiro (preveno de veracidade). Trata-se de uma espcie de revelia parcial. Este fato no contestado torna-se um fato INCONTROVERSO, ou seja, ele no sofreu contestao (controvrsia) no se discutiu sobre ele, todos o aceitaram. E os fatos incontroversos so precisam ser provados (no h necessidade de movimentao de prova no que diz respeito a fatos que no foram controvertidos, ou seja, no sofreram impugnao). O Princpio do nus da Defesa Especificada est descrito no art. 302 do

    CPC (at a expresso "salvo"), e este mesmo dispositivo j traz as suas excees (a partir da expresso "salvo"):

    Art. 302. Cabe tambm ao ru manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petio inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos no impugnados, salvo: I - se no for admissvel, a seu respeito, a confisso; II - se a petio inicial no estiver acompanhada do instrumento pblico que a lei considerar da substncia do ato; III - se estiverem em contradio com a defesa, considerada em seu conjunto. Pargrafo nico. Esta regra, quanto ao nus da impugnao especificada dos fatos, no se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao rgo do Ministrio Pblico.

    As excees ao Princpio do nus da Defesa Especificada esto nos incisos e no pargrafo nico do art. 302:

    INCISO I Os direitos que no admitem confisso so os DIREITOS INDISPONVEIS (no se

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    pode confessar uma coisa da qual no se dispe). Exemplos: direitos de famlia, direitos polticos, direitos difusos (ambiental, por exemplo), etc. Se, por exemplo, numa separao litigiosa, o autor diz que o ru lhe agredia, no lhe dava dinheiro e no era fiel, e o ru deixa de contestar o fato de que no era fiel, isto no lhe causar problemas. No haver, sobre este fato, presuno de veracidade, pois estamos diante de um direito indisponvel (direito de famlia). Ele no sofrer as consequncias do Princpio do nus da Defesa Especificada. Tudo ter que ser provado pelo autor.

    INCISO II Numa questo envolvendo, por exemplo, a propriedade de um imvel, o autor no anexa na petio inicial, o registro do mesmo (escritura pblica). No adiantar ele declarar ser proprietrio, nem uma numerosa quantidade de testemunhas, etc. Se ele no possuir o documento que a legislao civil determina para provar este fato, ainda que o ru no conteste nada, o autor ter que provar.

    INCISO III uma questo de lgica da contestao. Se o ru est sendo acusado de ter causado um acidente e danificado o carro do autor e, na sua contestao, afirma que estava, na poca do acidente, em outro pas, ainda que ele no tenha argido especificamente que no causou o acidente, por uma questo de coerncia, o juiz considera que o fato foi contestado.

    PARGRAFO NICO Fala de pessoas que no precisam, ao contestar, obedecer ao Princpio do nus da Defesa Especificada: o Ministrio Pblico, o curador especial (no Rio de Janeiro, a

    Defensoria Pblica art. 9, II) e o advogado dativo (advogado comum chamado pela justia para cumprir um favor pblico munus pblico - em locais onde no h defensoria). Eles podero contestar atravs da chamada NEGAO GERAL, sem se aprofundar em cada um dos fatos do processo.

    A CAPACIDADE PROCESSUAL, j estudada, encontra-se descrita do art. 7 ao 13. Este um pressuposto processual de validade. O curador especial, tambm j estudado em nossa obra, est definido no art. 9, dentro do captulo da capacidade processual: Art. 9 O juiz dar curador especial: I - ao incapaz, se no tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele; (quando o menor no tiver representantes legais ou quiser litigar contra eles) II - ao ru preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa. (passado o prazo da contestao sem que a mesma tenha sido apresentada, o juiz vai aos autos e verifica que o ru foi citado por edital ou por hora certa citaes fictas para que no se fira os princpios do contraditrio e da igualdade, o legislador criou a figura do curador especial, que ser nomeado pelo juiz no Rio de Janeiro, o defensor pblico; ser aberto prazo para o defensor pblico oferecer a contestao; esta contestao no poder, obviamente, estar sujeita ao nus da defesa especificada, pois o defensor no tem o conhecimento real dos fatos ele ir verificar o que lgico, e far as defesas relativas ao direito, sem realizar uma defesa especificada) Pargrafo nico. Nas comarcas onde houver representante judicial de incapazes ou de ausentes, a este competir a funo de curador especial.

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    Observao: Os fatos incontroversos so impedem a deciso do juiz, conforme o art. 131 ele decidir como quiser, devendo apenas fundamentar. E h uma srie de argumentaes para atacar a sentena, caso o juiz no decida com justia ou com tcnica. O processo se extingue com a sentena. Os artigos relativos extino do processo so o 267 (sentena processual ou terminativa sem julgamento do mrito) e o 269 (sentena de mrito ou definitiva com julgamento do mrito). Qualquer contedo decisrio do juiz que se enquadre num dos incisos do art. 267 correspondero sentena processual ou terminativa; caso se encaixe num dos incisos do art. 269, correspondero sentena de mrito ou definitiva. E de toda sentena cabe APELAO (art. 513), que o recurso correto para se combater uma sentena. Os EMBARGOS DE DECLARAO cabem sempre (apesar do art. 535, I, falar apenas em sentena ou acrdo, cabe tambm interposio de embargos de declarao contra deciso interlocutria com a concordncia de toda a doutrina). A sentena de mrito ou definitiva, apesar de ter este nome, pode sofrer recurso. TIPOS DE DEFESAS Existem dois tipos de defesas possveis numa contestao: DEFESAS DE NATUREZA PROCESSUAL O art. 301 corresponde s DEFESAS DE NATUREZA PROCESSUAL ou PRELIMINARES DE CONTESTAO, ou ainda OBJEES. Quando o ru elabora a pea processual da contestao, antes de discutir qualquer questo de mrito (conflito de interesses), ele ir atacar a ao ou o processo (preliminar = antes do mrito).

    Estas defesas visam atacar o DIREITO DE AO ou o PROCESSO. Podero ser arguidos:

    A falta de condies da ao A falta de pressupostos processuais

    de existncia ou de validade A presena de pressupostos

    processuais negativos

    As preliminares de contestao so:

    INCISO X Ataca a falta de uma das condies da ao, o direito de ao do autor (declarando que o autor carecedor de ao). Este fato arguido em preliminar de contestao, com base no art. 301, X, do CPC. As condies da ao so a LEGITIMIDADE DAS PARTES, o INTERESSE PROCESSUAL e a POSSIBILIDADE JURDICA DO PEDIDO.

    DEMAIS INCISOS Dizem respeito aos pressupostos processuais. Atacam o processo.

    O juiz, ao receber a petio inicial, dificilmente ter como identificar a presena de pressupostos processuais negativos. Portanto, quem notoriamente dever apontar esta situao o ru, em preliminar de contestao.

    INCISO I Inexistncia ou nulidade da citao falta de um pressuposto processual de existncia e de validade.

    INCISO II Incompetncia absoluta falta de um pressuposto processual de validade. Se o erro do autor relativo competncia funcional ou competncia em razo da matria, o ru dever argir este defeito em preliminar de contestao. A incompetncia absoluta, no entanto, poder ser verificada de ofcio pelo juiz ou alegada por qualquer das partes, em

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    qualquer momento ou grau de jurisdio (art. 113). Mas se o ru no arguir desde logo a incompetncia absoluta, ele responder integralmente pelas custas (1 do art. 113). O ru, portanto, dever arguir logo que citado; como ele citado para responder, e a resposta mais bvia a contestao, bom que ele faa esta defesa logo em preliminar de contestao, sob pena arcar com o pagamento integral das custas. O advogado que assim proceder poder tambm ser processado pelo seu cliente, pelo erro de defesa.

    INCISO III Inpcia da petio inicial falta de um pressuposto processual de validade. O art. 295 descreve as situaes em que a petio inicial poder ser indeferida, e o seu pargrafo nico descreve as situaes em que a petio inicial considerada inepta isto ocorre quando lhe falta pedido ou causa de pedir; quando a narrao dos fatos no decorrer logicamente a concluso (pedido); quando o pedido for juridicamente impossvel; e quando contiver pedidos incompatveis.

    INCISO IV perempo O art. 268, pargrafo nico, descreve o fenmeno da perempo, que o fato do autor ter dado razo extino do processo, por negligncia, por trs vezes. Esta uma situao difcil de ser verificada na prtica. a presena de um pressuposto processual negativo.

    INCISO V litispendncia (art. 301, 1, 2 e 3) presena de um pressuposto processual negativo.

    INCISO VI coisa julgada (art. 301, 1, 2 e 3) presena de um pressuposto processual negativo.

    INCISO VII conexo Segundo o art 103, so conexas duas ou mais

    aes que tiverem o mesmo objeto (pedido) ou a mesma causa de pedir; e estas aes devero ser julgadas em conjunto, de acordo com o art. 105. Deve-se observar, ento, as duas regras de preveno para saber qual juzo ir atrair a ao conexa, que esto nos arts. 106 e 219 se os juzos tiverem a mesma competncia territorial, aquele que despachou em primeiro lugar (qualquer despacho para emendar a petio inicial, para mandar citar, etc.) ir atrair e, tendo competncias territoriais diferentes, a citao vlida tornar prevento o juzo.

    INCISO VIII incapacidade da parte, defeito de representao ou falta de autorizao a falta de um pressuposto processual de validade. As partes devem ter capacidade para os atos do processo (art. 7 ao 13), assim como as pessoas devem ter capacidade para os atos da vida civil (assinar um contrato, etc.). Mas algumas pessoas no tm plena capacidade s vezes so absolutamente incapazes ou relativamente incapazes. A incapacidade absoluta pode ser suprida pelo instituto da representao, e a incapacidade relativa pode ser suprida pelo instituto da assistncia. A falta de autorizao ocorre, por exemplo, quando a parte casada e prope ao real imobiliria (por exemplo, uma ao reivindicatria de bem imvel), h necessidade de pedir o consentimento do outro cnjuge; se este no quiser dar o consentimento, este pode ser obtido atravs de autorizao judicial (art. 11), pedida atravs do procedimento especial de jurisdio voluntria (arts. 1103 e seguintes), pois mera

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    autorizao, mero requerimento, uma atividade administrativa.

    INCISO IX conveno de arbitragem A conveno de arbitragem um pressuposto processual negativo. A lei 9307/96 descreve a arbitragem, que uma forma alternativa de soluo dos conflitos de interesses. Pessoas capazes, diante de direitos disponveis, podero colocar uma clusula no seu contrato (semelhante do foro de eleio), estabelecendo que se houver algum desentendimento relacionado ao contrato, ao invs de recorrer ao Poder Judicirio, as partes resolvero o conflito atravs de rbitros escolhidos por ambas as partes.

    INCISO XI falta de cauo ou de outra prestao, que a lei exige como preliminar.

    Toda esta matria pode ser verificada de ofcio pelo juiz, exceto a conveno de arbitragem (art. 301, 4), pois as condies da ao e os pressupostos processuais so matria de ordem pblica que pode ser verificada pelo juiz de ofcio, em qualquer momento e em qualquer grau de jurisdio. Se uma das partes, ainda que havendo clusula de conveno de arbitragem, prope a ao, e a outra nada reclama, entende-se que esta parte aceitou a novao do contrato no que diz respeito a esta clusula. Por este motivo, o juiz no interfere e deixa que as partes resolvam entre si. A falta de um dos pressupostos processuais de existncia e de validade poder acarretar a extino do processo sem julgamento do mrito, por fora do art. 267, IV: Art. 267. Extingue-se o processo, sem julgamento do mrito: (...)

    IV - quando se verificar a ausncia de pressupostos de constituio e de desenvolvimento vlido e regular do processo; Se aparecerem no processo algum dos pressupostos processuais negativos, haver extino do processo pelo art. 267, V (no caso da perempo, litispendncia ou coisa julgada) ou pelo art. 267, VII (no caso de arbitragem convencionada pelas partes): Art. 267. Extingue-se o processo, sem julgamento do mrito: (...) V - quando o juiz acolher a alegao de perempo, litispendncia ou de coisa julgada; (...) VII - pela conveno de arbitragem; DEFESAS DE MRITO Defesas de mrito sempre devem existir na contestao, ao contrrio das defesas processuais, que so opcionais, e podero ser argidas posteriormente. As defesas de mrito, por sua vez, no podero ser feitas em outro momento do processo. Caso no sejam feitas, deixaro o ru praticamente numa situao de revelia. A defesa de mrito normalmente fundamentada com artigos do direito material (Cdigo Civil, Cdigo Comercial, Cdigo Tributrio, etc.). As defesas de mrito dividem-se em: DEFESA DIRETA DE MRITO Ocorre quando o ru simplesmente nega os fatos alegados pelo autor (exemplo: o ru diz que no chegou a celebrar o contrato e, portanto, ele no existe). Poder o ru tambm, em defesa direta, no negar o fato alegado pelo autor, e d

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    interpretao jurdica diversa da apontada na petio inicial (exemplo: o ru entende que o contrato existe, mas que a clusula "x" abusiva, ou seja, no tem o alcance que o autor alega). O ru, neste caso, no est trazendo nada de novo ao processo a discusso muito mais doutrinria do que ftica. O alcance, a restrio ou no do alcance de uma clusula contratual, etc., so exemplos de defesa direta. DEFESA INDIRETA DE MRITO Ocorre quando o ru, confessando os fatos alegados pelo autor, lhe ope outros que so impeditivos (exemplo: incapacidade do agente), modificativos (exemplo: alterao contratual) ou extintivos (pagamento) do direito do autor. Se o autor prope uma ao cobrando uma determinada dvida, e o ru, em contestao, entende que a dvida existe (confessa a existncia da dvida) mas declara que j a pagou, sendo o pagamento uma forma de extino das obrigaes, ele estar confessando a alegao do autor, mas opondo a esta alegao um fato que extingue o prprio direito do autor. O art. 333, II, determina que o nus da prova incide ao ru, quanto a fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Portanto, se o ru, na defesa indireta de mrito, alega fato que impede, modifica ou extingue o direito do autor, ele ter o nus de provar este fato. Outro exemplo uma ao de cobrana de dvida na qual o ru, em sua defesa, entende que a dvida existe, mas declara que ele tambm tem um crdito contra o autor, e ele quer compensar esta dvida (a compensao tambm uma forma de extino das obrigaes). Bastar o ru provar este crdito que ele diz ter contra o autor para efetuar a compensao. Estas defesas indiretas de mrito so chamadas por alguns autores de EXCEES MATERIAIS OU

    SUBSTANCIAIS. Exceo, no processo civil, significa defesa (vem das exceptios do Processo Civil romano). Mas estas so defesas que sero buscadas no direito material (Direito Civil, Direito Comercial, Direito Tributrio, etc.). Elas tm natureza material ou substancial. Ateno: So exemplos de excees materiais ou substanciais:

    Exceo de pagamento Exceo de prescrio Exceo de compensao Exceo de contrato mal cumprido Exceo de contrato no cumprido Exceo de reteno Etc.

    Observao: Existem dois tipos de capacidade: a capacidade para os atos da vida civil (exemplos: assinar um contrato, realizar uma compra e venda, etc.), ou seja, para atos de direito material, e a capacidade para os atos do processo (capacidade processual para fazer uma petio inicial, para contestar, para pedir uma prova, para recorrer, para pedir a citao, etc.), ou seja, para atos do processo. O art. 273 do CPC trata da TUTELA ANTECIPADA. Existem vrios requisitos para que seja concedida a tutela antecipada: requisitos de ordem processual e requisitos materiais. Dentre eles, o inciso II fala do ABUSO DE DIREITO DE DEFESA DO RU. A DEFESA INDIRETA DE MRITO pode abrir possibilidade para o abuso do direito de defesa do ru, em termos prticos. Exemplo: o autor prope uma ao para a cobrana de uma determinada dvida; o ru confessa que a dvida existe, mas que j a pagou; se ele alega um fato extintivo, ele tem que provar; porm, ele junta o recibo de uma dvida diversa da que est sendo cobrada; ele

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    est agindo com abuso de direito de defesa; o ru confessou os fatos alegados pelo autor (portanto, quanto existncia da dvida, no h dvida para o juiz); quanto outra parte, que extinguiria a dvida (o pagamento, a prescrio, a compensao, etc.) foi alegada mas no foi devidamente provada; parece ter sido uma maneira de ganhar tempo, e no efetivamente mostrar uma defesa legtima dentro do processo. CONTESTAO

    A) Definio: a principal pea de defesa do ru contra o autor. A contestao encontra-se detalhada nos arts. 300 a 303 do CPC. Segundo o art. 297, no procedimento ordinrio o ru tem um prazo de 15 dias para oferecer, se quiser contestao, exceo e reconveno. O procedimento ordinrio o nico totalmente detalhado no CPC. Quanto aos demais procedimentos, o cdigo apresenta somente as suas especificidades, como por exemplo:

    B) Fundamentao legal: artigos 300 a 303

    do CPC.

    Art. 278 Especificidades sobre a resposta no procedimento sumrio.

    A elaborao da pea compreende os

    seguintes passos:

    1 passo: Endereamento;

    Ser sempre perante o juzo pelo qual

    corre o processo.

    EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA 1

    VARA CVEL DA COMARCA DE ... ( Local

    indicado no enunciado da pea)

    2 passo: Qualificao das partes

    Segue a mesma ritualstica que a inicial,

    entretanto, pode se considerar o j

    devidamente qualificado.

    Processo n...

    FULANO, j devidamente qualificado nos

    autos do processo em epgrafe, vem, por

    meio de seu advogado abaixo assinado,

    constitudo atravs do instrumento

    procuratrio em anexo, com endereo

    profissional (endereo completo), onde

    receber intimaes de estilo, apresentar

    CONTESTAO, com fulcro no art. 300 do

    CPC, contra BELTRANO, j tambm

    qualificado, pelos fatos e fundamentos que

    passa a expor:

    3 passo: Resumo dos fatos

    Breve resumo da petio inicial.

    Ex: O contestante se envolveu num

    acidente de trnsito, vindo a ser abalroado

    por um transporte autnomo de

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    passageiros conhecido por lotao,

    dirigido pelo Sr. FULANO DE TAL, que

    vinha com velocidade acima da permitida

    onde ocorreu o acidente.

    Devido coliso, CICLANO acabou por

    abalroar no automvel do Sr.BELTRANO,

    autor da demanda, configurando-se o

    conhecido engavetamento. Por equvoco,

    o autor responsabilizou o ora requerente,

    pelos danos causados ao seu veculo de

    forma descabida, uma vez que CICLANO

    sempre observou as leis de trnsitos e seu

    automvel estava em perfeitas condies.

    Na oportunidade, tambm seguia a risca

    todas as precaues, bem como as regras

    de trnsito vigentes.

    4 passo: Das preliminares

    As preliminares da contestao esto

    arroladas no artigo 301 do CPC. Elas so

    elementares. Elas podem ser dilatrias ou

    peremptrias.

    Dilatria a defesa que retarda o

    andamento da marcha processual, no tem

    fora para extingui-la. Ex: INC.

    ABSOLUTA.

    A defesa peremptria fulminante. Arguida

    e aceita extinguir o processo SEM

    julgamento do mrito (art. 267). Ex:

    Litispendncia, Coisa Julgada, carncia de

    ao.

    Ateno: ser fundamental consultar o

    artigo 301 do CPC.

    Preliminarmente, cumpre ressaltar que o

    ru parte ilegtima para figurar no feito

    nos termos do art. 301, X, do CPC. Isso

    porque, conforme se verifica no contrato

    trazido ao processo, o ru no figura como

    locatrio, mas, sim, terceira pessoa.

    5 passo: Prejudiciais de mrito

    Decadncia e prescrio so matrias que

    extinguem o processo COM resoluo do

    mrito. Vide art. 269, CPC.

    Vale destacar que a pretenso, em tela, j

    est prescrita, tendo em vista que a lei

    civil...

    Assim sendo, requer a extino do

    processo com resoluo do mrito, com

    base no artigo 269 do CPC.

    6 passo: Fundamentos

    A matria de mrito deve ser trabalhada aqui. Eis a grande finalidade da pea contestatria. O examinando dever basear-se em jurisprudncia e legislao a fim de impugnar as alegaes dos autos.

    EX: H ausncia do dever de indenizar em

    relao ao contestante, pois no houve

    sequer culpa deste, que observa

    atentamente as leis de trnsito e na

    oportunidade do ocorrido encontrava-se

    com seu veculo em perfeitas condies,

    no incorrendo em qualquer imprudncia

    ou impercia em relao ao acidente,

    desconstitudo de ato ilcito seu

    envolvimento com o fato, conforme art. 186

    e 927 do CC/02, estando desobrigado

    indenizao pleiteada na pea vestibular.

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    7 passo: Requerimentos/pedidos

    O pedido da contestao se limita a pedir

    que o juiz acolha as preliminares arguidas

    e, no mrito, que seja o pedido julgado

    improcedente. Deve o ru, ainda, requerer

    a produo de provas e as custas e

    honorrios para que sejam arcados pelo

    autor.

    Ex: Ante todo o exposto, requer que aceite

    a ilegitimidade da parte e que, por

    conseguinte se extinga o processo sem

    resoluo do mrito, com base no art. 267

    do CPC.

    Caso V. Excelncia assim no entenda, o

    que no se espera, requer ento que se

    julgue improcedente o pleito indenizatrio

    requerido pelo Sr. Jlio, uma vez que no

    h nexo de causalidade e

    consequentemente inexiste o dever de

    reparao.

    Atesta provar o alegado por meio de prova

    documental, depoimento pessoal das

    partes, prova testemunhal e todos os

    demais meios de prova em direito

    admitidos.

    Requer, ainda, a condenao o autor no

    pagamento de custas e honorrios

    advocatcios sucumbenciais, nos moldes

    do art. 20 do CPC.

    Ateno: no h valor da causa

    8 Passo: Encerramento

    Pede-se o deferimento daquilo que fora

    postulado, seguindo-se do local, data e

    advogado. Por exemplo:

    Termos em que pede deferimento.

    Local, data,

    Advogado

    REQUISITOS ESPECFICOS PARA A RECONVENO Existem dois requisitos especficos para a propositura da ao reconvencional (para que o ru possa reconvir), previstos no art. 315 do CPC:

    1. Ser a reconveno conexa com a ao originria. Trata-se de uma conexo normal, conforme prev o art. 103.

    Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais aes, quando Ihes for comum o objeto (pedido) ou a causa de pedir. Segundo este dispositivo, as aes so conexas quando tiverem o mesmo objeto (pedido) ou a mesma causa de pedir. Exemplo: Maria prope ao de separao cuja causa de pedir o adultrio de Joo. Joo, alm de se defender, prope ao de separao em face de Maria, cuja causa de pedir tambm o adultrio (de Maria). Em ambos os casos h um pedido desconstitutivo da relao conjugal. H, portanto, conexo pelo pedido. As causas de pedir (fundamentos) so diferentes em um caso o adultrio de Joo e, no outro, o adultrio de Maria. Neste caso, se Joo apenas contestasse, eles continuariam casados. Ele, portanto, alm de contestar, entra com reconveno (prope tambm uma ao de separao).

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    2. Ser a reconveno conexa com a defesa que o ru apresentou em sua contestao (conexa com os fundamentos de defesa que o ru usou ao elaborar sua contestao). Neste caso, no se trata de uma conexo normal, mas sim de uma ampliao do sentido da conexo. Por isso alguns autores afirmam que a reconveno amplia a incidncia do conceito de conexo.

    RECONVENO

    A) Definio: a pretenso formulada pelo ru contra o autor, dentro do mesmo processo, desde que haja compatibilidade de procedimento e conexidade.

    A reconveno dever ser apresentada simultaneamente com a contestao (sob pena de precluso consumativa) e em peas autnomas.

    Vale lembrar: No exame ser exigida a construo de uma s pea.

    B) Fundamentao legal: artigos 315-318

    do CPC.

    Ateno: no ser cabvel a reconveno nos procedimentos sumrio e sumarssimo. Neles o ru se valer do pedido contraposto, o qual ser inserido no bojo da contestao.

    A elaborao da pea compreende os

    seguintes passos:

    Cuidado: por ser uma pea autnoma, oferecida separadamente da contestao, os requisitos so os mesmos do art. 282, CPC. 1 passo: Endereamento; Tem por finalidade a identificao do juzo competente. Ser feita ao juiz da causa. Excelentssimo Senhor Doutor Juiz de

    Direito da 2 Vara Cvel da Comarca de

    Santos- So Paulo

    2 passo: Qualificao das partes

    As partes sero tratadas de reconvinte e reconvindo.

    RECONVINTE, nacionalidade, estado civil, profisso, residente e domiciliado na Rua..., n..., bairro..., cidade..., estado..., CEP...,vem, por seu advogado infra-assinado, conforme instrumento procuratrio em anexo, com endereo profissional (endereo completo), no qual receber as intimaes que se fizerem necessrias, apresentar RECONVENO com base nos arts. 315 e 282 do CPC e demais dispositivos de lei aplicveis matria, em desfavor do RECONVINDO, nacionalidade, estado civil, profisso, residente e domiciliado na Rua..., n..., bairro..., cidade..., estado..., CEP..., pelos fatos e fundamentos a seguir delineados:

    3 passo: Resumo dos fatos

    Resumo da inicial proposta pelo autor, com a narrativa, por parte do reconvinte, do ocorrido, de modo a levar ao conhecimento

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    do juiz da causa as informaes que no foram prestadas na exordial.

    4 passo: Dos fundamentos jurdicos

    Demonstrar conexo, justificando o cabimento da reconveno. Indicao dos artigos da lei material e processual que incidem sobre a hiptese ftica apresentada pela banca.

    5 passo: Pedidos

    O examinando requerer a procedncia do pleito reconvencional e, por conseguinte, o julgamento procedente da reconveno.

    No se esquecer de pedir a inverso do nus da sucumbncia.

    Requer, ainda, a condenao o reconvindo

    no pagamento de custas e honorrios

    advocatcios sucumbenciais, nos moldes

    do art. 20 do CPC.

    6 passo: Requerimento de intimao do autor, ora reconvindo.

    De acordo com o disposto no art. 316 do CPC, ser o reconvindo INTIMADO para, querendo, apresentar contestao, em 15 dias, sob pena de revelia.

    7 passo: Indicao dos meios de prova

    Atesta provar o alegado por meio de prova

    documental, depoimento pessoal das

    partes, prova testemunhal e todos os

    demais meios de prova em direito

    admitidos.

    8 passo: valor da causa

    Valor pleiteado. Segue-se a regra geral.

    D-se causa o valor de...

    9 passo: Encerramento

    Pede-se o deferimento daquilo que fora

    postulado, seguindo-se do local, data e

    advogado. Por exemplo:

    Termos em que pede deferimento.

    Local, data,

    Advogado

    EXCEES As excees vm do Direito Processual Civil romano (exceptios = defesas). Esto previstas nos artigos 304 e seguintes do CPC, e so defesas de natureza processual. Existem dois tipos de excees:

    1. EXCEO DE INCOMPETNCIA (arts. 112, 114 e 307 a 311)

    As excees de incompetncia visam afastar o JUZO RELATIVAMENTE INCOMPETENTE. O art. 111 do CPC distingue a incompetncia relativa e a incompetncia absoluta:

    A incompetncia em razo da HIERARQUIA e da MATRIA inderrogvel por vontade das partes, ou seja, ABSOLUTA. A incompetncia absoluta atacvel atravs da prpria PRELIMINAR DE

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    CONTESTAO. A INCOMPETNCIA ABSOLUTA, segundo o art. 113 do CPC, deve ser declarada de ofcio e pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdio. De acordo com o 1 deste artigo, se a INCOMPETNCIA ABSOLUTA no for deduzida na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos (no caso do ru, a PRELIMINAR DE CONTESTAO), a parte responder integralmente pelas custas. O art. 301, II, determina que a incompetncia absoluta deve ser argida em preliminar de contestao (o art. 301 trata das chamadas PRELIMINARES DE CONTESTAO ou DEFESAS DE NATUREZA PROCESSUAL, ou ainda OBJEES).

    A incompetncia em razo do VALOR DA CAUSA e do TERRITRIO RELATIVA e, se causada pelo autor, pode ser atacada pelo ru atravs de uma pea processual chamada EXCEO DE INCOMPETNCIA.

    Se, por exemplo, uma ao de separao proposta em juzo cvel, este juzo, em razo da matria, absolutamente incompetente. Porm, no caber exceo de incompetncia, pois a incompetncia no relativa, mas sim absoluta. S se vai propor exceo de incompetncia quando houver erro pelo autor na escolha da competncia territorial (arts. 94 e seguintes). Exemplo: O ru domiciliado em Petrpolis e o autor prope a ao no municpio do Rio de Janeiro. O ru, no prazo que tem para a sua defesa (art. 297), pode entrar com a exceo de incompetncia (que uma pea processual separada) com o objetivo de litigar em Petrpolis, e no no Rio de Janeiro, pois l se situa o seu domiclio e, portanto, o

    local mais favorvel para ele (regra geral prevista no art. 94). Se o juiz entender que o ru tem razo, os autos sero transferidos para Petrpolis. A regra geral do art. 94 (foro do domiclio do ru) possui algumas excees:

    CDC, art. 101, I O Cdigo de Defesa do Consumidor no privilegia o ru, mas sim o autor (que o consumidor). A competncia nas relaes de consumo, em regra, do domiclio do autor.

    Juizados Especiais A regra litigar perto do domiclio do autor para facilitar o aceso justia.

    CPC, art. 100 Este dispositivo trata das regras de privilgio. Exemplos: aquele que vai pedir alimentos poder faz-lo no seu prprio domiclio; no caso de um acidente de trnsito, a vtima poder propor a ao no seu prprio domiclio (regra do pargrafo nico); etc. As regras do art. 100 modificam as regras gerais do art. 94 (so regras de competncia territorial especial).

    Normalmente as excees de incompetncia reclamam justamente o erro na escolha do local onde o autor quer litigar. O prazo para a interposio da exceo de incompetncia o prazo do art. 297 (15 dias). o mesmo prazo que o ru tem para se defender (para contestar). Caso o ru no entregue a sua exceo de incompetncia no prazo da resposta, vai ocorrer o fenmeno do art. 114 PRORROGAO DA COMPETNCIA. O ru poder, no prazo que ele tem para responder, nada falar (no interpor a pea da exceo de incompetncia). Ocorrer ento o fenmeno da PRORROGAO DA COMPETNCIA, ou seja, aquele juzo que era relativamente incompetente ter a

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    sua competncia aumentada, estendida, prorrogada, tornando-se, ento, totalmente competente para julgar aquela causa. As regras de competncia territorial podem ser acordadas entre as partes (por exemplo, em clusula contratual onde as partes elegem o local onde dirimir os seus conflitos de interesse). Por isso, no cabe ao juiz verificar de ofcio erros no que diz respeito competncia territorial.. A exceo de incompetncia uma pea processual apenas e somente do ru. Art. 304. lcito a qualquer das partes arguir, por meio de exceo, a incompetncia (art. 112), o impedimento (art. 134) ou a suspeio (art. 135). O art. 304 do CPC possui uma incorreo, pois s lcito que qualquer das partes oferecer exceo de impedimento e de suspeio; a exceo de incompetncia uma pea do ru. Art. 305. Este direito pode ser exercido em qualquer tempo, ou grau de jurisdio, cabendo parte oferecer exceo, no prazo de 15 (quinze) dias, contado do fato que ocasionou a incompetncia, o impedimento ou a suspeio. O art. 305 do CPC tambm possui uma incorreo, pois a exceo de incompetncia tem que ser entregue no prazo que o ru tem para responder (para contestar), e no no prazo de 15 dias a contar do fato que ocasionou a incompetncia. Art. 306. Recebida a exceo, o processo ficar suspenso (art. 265, III), at que seja definitivamente julgada. De acordo com o art. 306, a exceo de incompetncia, de impedimento ou de suspeio suspendem (param) o processo durante o tempo necessrio para julgar a exceo de incompetncia. Com isto, o ru

    acaba ganhando mais prazo para contestar. Art. 307. O excipiente (aquele que oferece a exceo, ou seja, o ru) argir a incompetncia (relativa art. 111, 2 parte) em petio (prazo do art. 297) fundamentada e devidamente instruda, indicando o juzo para o qual declina. Art. 308. Conclusos os autos, o juiz mandar processar a exceo, ouvindo o excepto (autor) dentro em 10 (dez) dias e decidindo em igual prazo. Art. 309. Havendo necessidade de prova testemunhal, o juiz designar audincia de instruo, decidindo dentro de 10 (dez) dias. Art. 310. O juiz indeferir a petio inicial da exceo, quando manifestamente improcedente. Art. 311. Julgada procedente a exceo, os autos sero remetidos ao juiz competente. O arts. 307 a 311 determinam o procedimento da exceo de incompetncia. Estes dispositivos devem ser combinados com os artigos 111, 112, 114, 94 e seguintes, 297 (prazo), 100, todos do CPC, e tambm com o art. 101, I do CDC e com a Lei 9099/95 (Juizados Especiais). IMPORTANTES RECOMENDAES DAEXCEO DE IMPEDIMENTO E DE SUSPEIO (arts. 312 a 314) As excees de impedimento e de suspeio visam afastar o JUIZ que parcial (pois o juiz tem que ser imparcial). Eis uma exigncia constitucional. O prazo para a interposio da exceo de impedimento e da exceo de suspeio

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    de 15 dias a partir do momento em que a parte soube que o juiz era parcial (art. 305). A exceo de impedimento e a exceo de suspeio podem ser peas utilizadas pelo autor ou pelo ru. Alm das modalidades de respostas do ru descritas no art. 297, pode-se identificar outras cinco modalidades:

    1. Quando o ru nada diz (no responde nada), entende-se que isto tambm uma espcie de resposta. A ausncia de resposta configura a REVELIA (art. 319).

    2. Muitas das intervenes de terceiros realizadas pelo ru so realizadas no momento da sua resposta, como, por exemplo, quando o ru chama ao processo um co-obrigado.

    3. Existem intervenes de terceiros que so provocadas pela parte (autor e ru), a qual provoca a vinda do terceiro ao processo.

    EXCEO DE INCOMPETNCIA RELATIVA

    A) Definio: Este incidente se destina a suscitar somente incompetncia relativa (territorial), pois, como j visto a absoluta, por ter natureza de objeo, dever ser arguida em preliminar de contestao (art. 301, CPC).

    B) Fundamentao legal: artigos 307 e

    seguintes +112 do CPC.

    1 passo: Endereamento Ser feito ao juiz, cmara ou tribunal da causa. EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .... VARA CVEL DA COMARCA DE .... 2 passo: Qualificao das partes Excipiente: ru ( quem prope a exceo) Excepto ou exceto: autor. 3 passo: Resumo ftico Narrativa do ocorrido, sem adentrar no mrito, apenas explanando os fatos que traro a base para a exceo, em tela. Ex: O Excepto props ao de indenizao pelo rito ordinrio, perante o Juzo de V. Exa., informando a ocorrncia de um acidente de trabalho, o qual teria ocorrido em .... 4 passo: Fundamentao da exceo

    Apontar os motivos pelos quais o rgo, no qual fora proposta a demanda, relativamente incompetente . Indicao dos artigos da lei material e processual que incidem sobre a hiptese ftica apresentada pela banca.

    Entende a Requerida ser incompetente este D. Juzo para o processamento da lide, no somente porque o acidente de trabalho se deu em outro local que no a Comarca de ...., mas tambm, e, principalmente, porque as provas melhor se produziro no local apropriado, como v.

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    g. oitiva de testemunhas, prova pericial, etc.

    5 passo: pedidos

    Deve o examinando pleitear o acolhimento da exceo, bem como a suspenso do processo (art. 306 + 265, III, CPC). Ademais, deve ser pleiteada a intimao do excepto para, querendo, se manifestar, em 10 dias. Vejamos um exemplo de parte dos pedidos da pea, em comento. Nestas condies, requer a Excipiente que V. Exa.: a) determine a autuao desta petio e dos documentos que a acompanham e, em seguida, determine o apensamento aos autos principais, cujo n ....; b) determine a ouvida do Excepto para no prazo legal, pronuncie-se querendo. Isto feito, requer que V. Exa. julgue procedente a exceo oposta, condenando o Excepto no pagamento das despesas processuais, determinando a remessa dos autos Comarca de ...., que o foro para o qual declina a Excipiente. 6 passo: Pleito de provas Protestar por provas que podero demonstrar a veracidade dos fatos alegados- vide art. 309, CPC. No h valor da cauda- cuidado! 7 passo: Encerramento

    Pede-se o deferimento daquilo que fora

    postulado, seguindo-se do local, data e

    advogado. Por exemplo:

    Termos em que pede deferimento.

    Local, data,

    Advogado

    IMPUGNAO DO VALOR DA CAUSA Um dos itens obrigatrios da petio inicial o VALOR DA CAUSA (art. 258 do CPC). Toda ao tem que ter uma expresso econmica e, portanto, toda petio inicial tem que apresentar o valor da causa. Isto se d desta forma por duas razes:

    Porque muitas vezes a fixao da competncia feita pelo valor da causa.

    Por uma questo tributria, pois atravs do valor da causa que se calcula a taxa judiciria.

    Os juzes fixam os honorrios de advogados com base no valor da causa, mas isto criticado por toda a doutrina devido ao fato de poder existir uma causa de pequeno valor (ou sem expresso econmica) que exija um trabalho penoso do advogado e, por outro lado, uma causa de valor alto que lhe exija um trabalho medocre. O art. 259 apresenta as formas de clculo do valor da causa, e o art. 261 trata da impugnao do valor da causa. Numa ao condenatria de alimentos, o valor da causa corresponde a 12 prestaes mensais. Caso o autor no obedea a este clculo, o ru pode impugnar o valor da causa, e ele o far no prazo da contestao.

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    AULA 3 DO CURSO

    AGRAVOS

    Destaque, desde logo, as suas

    modalidades:

    - INSTRUMENTO: Art. 522 529, CPC;

    - RETIDO: Art. 522 529, CPC;

    - REGIMENTAL: 1, art. 557, CPC;

    - NOS PRPRIOS AUTOS: Art. 544, CPC. *Apenas o de Instrumento precisa de preparo. *Das decises interlocutrias proferidas na Audincia de Instruo de Julgamento ser cabvel Agravo Retido, oral e imediato (sem custas).

    *Da deciso que obste o seguimento ao Recurso Especial e/ou Extraordinrio, ser cabvel agravo interposto nos prprios autos, cujo prazo de 10 dias (sem custas).

    AGRAVO DE INSTRUMENTO

    A) Definio: o recurso cabvel das decises interlocutrias capazes de causar leso grave ou de difcil reparao, que no admitam a apelao, no lhe concedam duplo efeito, bem como das decises da liquidao de sentena ( 475-H) e da impugnao ao cumprimento da sentena ( 475-M)

    B) Fundamentao legal: artigos 522 a 529

    do CPC.

    1 passo: Endereamento;

    FOLHA DE APRESENTAO

    - Endereamento ao Presidente do Tribunal

    Excelentssimo Senhor Desembargador

    Presidente do emrito Tribunal de Justia

    do estado...

    2 passo: Identificao das partes

    - Qualificao reduzida (Agravante x

    Agravado)

    - Endereo profissional do advogado

    3 passo: Detalhes da construo da

    folha de apresentao

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    Destacar, desde logo: tempestividade /

    preparo;

    -Da formao do Instrumento ou /

    Peas essenciais ao presente Agravo

    (listar as peas) Art. 525, CPC;

    - Contrarrazes pelo agravado;

    - Pedir o Conhecimento do agravo e

    Remessa ao rgo competente;

    - Nestes termos

    Pede deferimento.

    Advogado

    OAB

    4 passo: Endereamento da folha

    das razes/ minuta do agravo

    NCLITOS JULGADORES!

    Emrita turma...

    5 passo: Qualificao das partes na

    minuta

    AGRAVANTE:...

    AGRAVADO:...

    PROCESSO ORIGINRIO:...

    6 passo: requisitos de admissibilidade

    *Da obedincia ao art. 526, CPC

    (destaque-se que uma cpia do presente

    agravo protocolado, indicando que as

    peas juntadas sero protocoladas, no

    juzo de 1 grau.)

    - Da concesso do efeito suspensivo ou

    da tutela antecipada

    7 passo: resumo da deciso agravada

    O examinando dever fazer breve relato

    dos principais pontos do enunciado

    proposto pela banca.

    Trata-se de deciso interlocutria proferida nos autos de Ao de... movida contra o agravante pela agravado. O inconformismo do agravante refere-se ao fato de que o MM. Juzo a quo... ficando evidente o prejuzo do agravante. 8 passo: - Fundamentos do agravo

    Atacar a deciso com fundamento na legislao pertinente. Enfrentar a deciso agravada, utilizando o direito material e processual a ser invocado ou que, eventualmente, tenha sido violado. Justificar o pedido de efeito suspensivo ou da antecipao de tutela recursal. Fica patente o periculum in mora e o fumus boni iuris, diante da ..., pois o MM. Juzo a quo ... A demora na prestao jurisdicional ou "periculum in mora" fator indiscutvel, j que O PROSSEGUIMENTO DO FEITO violar, inclusive, os princpios da dignidade da pessoa humana, do contraditrio, da ampla defesa e do devido processo legal.

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    A concesso da providncia s ao final da demanda poder ser incua, e as consequncias desastrosas para o agravante. Assim, com fundamento nos artigos 527, III e 558 do Cdigo de Processo Civil, requer-se a Vossa Excelncia a concesso da antecipao dos efeitos da tutela recursal, a fim de que seja deferido ... . 9 passo: - Dos pedidos - Ante o exposto, requer o conhecimento e

    provimento do agravo a fim de...

    - Requerer por fim, a condenao do

    agravado em custas e honorrios

    advocatcios sucumbenciais.

    10 passo: Encerramento

    Pede-se o deferimento daquilo que fora

    postulado, seguindo-se do local, data e

    advogado. Por exemplo:

    Termos em que pede deferimento.

    Local, data,

    Advogado

    AGRAVO RETIDO

    A) Definio: o recurso cabvel das decises interlocutrias em geral. Seu prazo de 10 dias.

    B) Fundamentao legal: artigos 522 e ss.

    do CPC.

    1 passo: Endereamento;

    O agravo retido interposto por petio

    escrita dirigida ao juiz da causa, ou

    oralmente de decises interlocutrias

    proferidas em AIJ (art. 523, 3, CPC).

    2 passo: Qualificao das partes

    Utilizar os termos agravante e agravado.

    A qualificao ser reduzida.

    Pode o candidato se valer do: j

    devidamente qualificado...

    3 passo: resumo ftico

    4 passo: do preenchimento dos

    requisitos de admissibilidade

    O seu prazo de 10 dias. Ademais, ele

    independe de preparo.

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    Observao: Esta modalidade de agravo

    s ser conhecida quando do julgamento

    da apelao (art. 523, CPC).

    5 passo: Dos fundamentos

    O recurso dever conter, ainda, a

    exposio do fato e fundamento e as

    razes do pedido de reforma ou anulao

    da deciso judicial.

    Registre-se, ainda, o agravado ser

    ouvido no prazo de 10 (dez) dias,

    podendo o juiz exercer o juzo de

    retratao.

    Desta forma, imprescindvel, sob pena

    de no ser conhecido, que na apelao o

    agravante requeira expressamente que o

    Tribunal, preliminarmente conhea do

    agravo.

    Art. 523. Na modalidade de agravo retido o agravante requerer que o tribunal dele conhea, preliminarmente, por ocasio do julgamento da apelao. 1o No se conhecer do agravo se a parte no requerer expressamente, nas razes ou na resposta da apelao, sua apreciao pelo Tribunal.

    2o Interposto o agravo, e ouvido o agravado no prazo de 10 (dez) dias, o juiz poder reformar sua deciso. 3 Das decises interlocutrias proferidas na audincia de instruo e julgamento caber agravo na forma retida, devendo ser interposto oral e imediatamente, bem como constar do respectivo termo (art. 457), nele expostas sucintamente as razes do agravante.

    6 passo: Dos pedidos

    Conhecimento e provimento do recurso

    para reforma/anulao da deciso.

    7 passo: Encerramento

    Nestes termos,

    Pede deferimento.

    Local, data e ano

    Assinatura

    APELAO

    OBSERVAES ACERCA DA APELAO:

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    O preparo ser realizado no momento da interposio do recurso. Entretanto se for efetuado no ltimo dia do prazo, depois do expediente bancrio, ser lcito ao recorrente comprov-lo no 1 dia til subsequente ao da referida interposio. Vide smula 484, STJ.

    O Ministrio Pblico tem ampla legitimidade recursal. Poder recorrer como fiscal da lei ainda que o autor e o ru no recorram. Smula 99, STJ.

    tambm indispensvel preencher o requisito de admissibilidade intitulado cabimento, o qual serve para identificar o recurso adequado ao enunciado da FGV.

    Das sentenas terminativas ou definitivas ser cabvel apelao. Vale ressaltar que a sentena proferida nos Juizados Especiais ser atacvel por Recurso Inominado, no prazo de 10 dias e a competncia ser das Turmas Recursais.

    A) Definio: o recurso da sentena, tanto terminativa, quanto definitiva; ser cabvel recurso de apelao. Esta pea ser construda em duas etapas: Folha de apresentao endereada ao juzo a quo (1 grau) e Folha das razes endereada ao juzo ad quem (tribunal competente - TJ ou TRF).

    B) Fundamentao legal: artigos 513 e ss.

    do CPC.

    1 passo: Endereamento na folha de apresentao

    A apelao ser interposta no juzo a quo (aquele que proferiu a sentena). Ele far o primeiro juzo de admissibilidade do recurso, recebendo-o nos efeitos cabveis.

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR

    JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CVEL DA

    COMARCA DE ... (esses dados estaro no

    enunciado).

    2 passo: qualificao das partes

    Tratamento: apelante e apelado.

    APELANTE, j devidamente qualificado no

    processo N acima mencionado, vem, por

    intermdio de seu advogado devidamente

    constitudo pelo instrumento procuratrio

    anexo, com endereo profissional

    (ENDEREO COMPLETO), interpor

    APELAO com base no art. 513, CPC,

    em desfavor do apelado, tambm j

    devidamente qualificado, pelos fatos e

    fundamentos a seguir delineados.

    3 passo: demais pontos da construo

    da folha de apresentao da apelao

    Destaca-se, desde logo, que a apelao

    tempestiva e encontra-se devidamente

    preparada, conforme guias anexas.

    Requer a intimao do apelado para,

    querendo, apresentar suas contrarrazes e

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    23

    ainda, o conhecimento da apelao, seu

    recebimento no duplo efeito, conforme art.

    520, CPC e a remessa dos autos ao

    Tribunal competente.

    4 passo: Encerramento da folha de

    apresentao

    Nestes termos,

    Pede deferimento.

    Local, dia, ms e ano.

    Advogado

    OAB

    5 passo: Endereamento das razes da

    apelao

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR

    DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

    EGRGIO TRIBUNAL DE JUSTIA DO

    ESTADO DE...

    6 passo: Cabealho das razes da

    apelao

    APELANTE:

    APELADO:

    PROCESSO ORIGINRIO:

    7passo: Do preenchimento dos

    requisitos de admissibilidade;

    O presente recurso tempestivo, uma vez que apresentado dentro do prazo legal previsto no artigo 508 do CPC, qual seja, 15 dias. Assim, tendo sido intimado da r. sentena no dia X, comeando a contagem no dia Y, tempestivo o presente recurso apresentado na presente data. A apelao encontra-se devidamente preparada, conforme faz prova as guias de recolhimento em anexo, cumprindo o determinado no art. 511 do mesmo diploma legal. Da mesma forma, a parte recorrente legtima, j que foi vencida na presente demanda consoante preceito do art. 499 do CPC. Neste sentido, a apelao em tela cabvel, visto que preenchidos seu requisitos de admissibilidade. Por fim, h interesse no presente recurso, j que a parte recorrente foi vencida na instncia inferior. Pelo exposto, estando demonstrados todos os requisitos para admissibilidade do presente recurso, requer seja o mesmo conhecido para ao final, dar-lhe provimento.

    8 passo: Da existncia de Agravo

    Retido:

    * Requeira seu julgamento

    preliminarmente;

    9 passo: Do resumo da deciso;

    10 passo: Do mrito / Dos fundamentos

    da apelao:

    * Indicar arts. e/ou smulas aplicveis ao

    caso

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    24

    11 passo: Pedidos

    Pedir: *Reforma: Erro no mrito;

    *Invalidao: Erro parcial;

    DOS PEDIDOS:

    Ante o exposto, requer a admissibilidade

    do presente recurso e o seu provimento a

    fim de...

    Requer ainda a condenao da parte

    apelada no pagamento de custas e

    honorrios advocatcios.

    12 passo: Encerramento

    Nestes termos,

    Pede deferimento.

    Local, dia, ms e ano.

    Advogado

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