aula 4 desordens temporomandibulares
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DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES
Profa: Rinna Rocha
TERMINOLOGIA • Síndrome de Costen - James Costen (1934)
• Síndrome da Disfunção da Articulação Temporomandibular – Shore (1959)
• Síndrome da Dor-disfunção temporomandibular – Schwartz (1959)
• Distúrbios Funcionais da Articulação Temporomandibular – Ramfjord & Ash (1971)
• Síndrome da Dor-disfunção – Voss (1964)
• Síndrome da Dor-disfunção Miofacial – Laskin (1969)
• Distúrbios Oclusomandibulares – Gerber (1971)
• Mioartropatia da Articulação Temporomandibular – Graber (1971)
• Desordens Craniomandibulares – McNeil et al (1980)
• Desordens Temporomandibulares – Bell (1982)
TERMINOLOGIA
DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES
HISTÓRICO DAS DTM´S
• Em 1934 James Cosen introduziu na odontologia a área das DTM´s através de um artigo que sugeria para os dentistas que mudanças nas condições dentais eram responsáveis por sintomas nos ouvidos.
• Investigações científicas das DTM´s iniciaram no início dos anos 50.
• Final dos anos 70 reconhecimento da complexidade das DTM´s.
DEFINIÇÃO
• “ Conjunto de disfunções articulares e musculares das regiões orofaciais de etiologia multifatorial e sintomatologia diversificada”.
(TENREIRO,2011)
• “Conjunto de distúrbios que envolvem os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas”. (ACADEMIA AMERCICANA DE DOR OROFACIAL)
EPIDEMIOLOGIA
• 40 a 75% da população apresenta um sinal de DTM e 33% pelo menos um sintoma como dor na face ou ATM.
• Incidência maior em mulheres, em proporção de 5:1
• Faixa etária predominante entre 20 a 40 anos de idade.
• 15 a 40 anos= causa miogênica, a partir de 40 anos de idade= causa artrogênica.
ETIOLOGIA TEORIA MULTIFATORIAL
FATORES PREDISPONENTES
FATORES DESENCADEANTES
FATORES PERPETUANTES
Fatores que aumentam o risco de DTM´s
Fatores que causam o início de DTM´s
Fatores que interferem com a cura ou aumento da progressão das DTM´s
DTM
HIPERATIVIDADE MUSCULAR
REFLEXOS NEUROMUSCULARES
PARAFUNÇÕES
OCLUSÃO
MICRO E MACROTRAMA
FATORES PREDISPONENTES:
POSTURA, HIPERMOBILIDADE ,
HÁBITOS PARAFUNCIONAIS
DIMINUIÇÃO DA TOLERÃNCIA FISIOLÓGICA
Etiologia
• Hábitos Parafuncionais.
• Alterações oclusais
• Alterações estruturais
• Distúrbios emocionais
• Traumas
• Disfunções musculares
SINTOMATOLOGIA
A sintomatologia é extremamente diversificada.
SINTOMAS
Cefaléia
Dor na ATM e músculos da face
Ruídos articulares (estalidos e crepitação)
Limitação de movimentos e /ou desvios dos movimentos da mandíbula
SINTOMATOLOGIA
Dores de ouvido; zumbido; vertigens
Dor de ouvido ou ao redor, dor e pressão atrás dos olhos
Fadiga nos músculos faciais podendo estender-se até região dorsal alta e ântero superior do tórax.
Sintomas autonômicos como suor, salivação, tontura.
CLASSIFICAÇÃO DAS DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES
DTM DE ORIGEM ARTICULAR
• Em uma articulação com funcionamento normal o côndilo funciona como uma dobradiça e de maneira deslizante.
• Durante a função, o disco côncavo permanece interposto entre o côndilo e a fossa, com o côndilo mantendo-se contra a fina zona intermediária durante todas as fases de abertura e fechamento.
DTM DE ORIGEM ARTICULAR
• A manifestação articular mais comumente vista na DTM é o deslocamento do disco articular, caracterizado pela perda da relação condilodiscal.
• O disco articular pode deslocar-se tanto para a lateral como para a medial, para a anterior e até mesmo raramente para a posterior.
DTM DE ORIGEM ARTICULAR
• Etiologia ainda não está esclarecida.
• Evidências sugerem;
1. Alterações funcionais
2. Macro e micro trauma
3. Hiperextensão e flexão cervical
4. Lassidão sistêmica
5. Hiperatividade muscular
DTM DE ORIGEM ARTICULAR
• Pode ser anterior, medial e raramente, posterior. • Frequentemente o disco desloca-se em sentido
anteromedial pela ação do músculo pterigóideo lateral superior.
• Nesta posição anormal do disco, os ligamentos discais e as lâminas retrodiscais vão se alongando demasiadamente, e a lâmina retrodiscal superior, a única estrutura que ainda pode tracionar o disco em sentido posterior, vai perdendo sua elasticidade, o disco assume posição mais anterior e o côndilo assume mais posterior.
DESLOCAMENTO DO DISCO COM REDUÇÃO
DTM DE ORIGEM ARTICULAR
DESLOCAMENTO DO DISCO COM REDUÇÃO
• Com a continuidade da patologia, o atrito
constante do côndilo sobre a borda posterior durante o fechamento da boca torna essa porção mais delgada, modificando a morfologia do disco, que perde seu formato bicôncavo e passa a assumir forma biconvexa.
• Durante a abertura da boca, o côndilo posicionado posteriormente translada da borda posterior para a intermediária recapturando o disco que encontra-se anteriorizado, episódio chamado de DESLOCAMENTO DO DISCO COM REDUÇÃO.
DTM DE ORIGEM ARTICULAR DESLOCAMENTO DO DISCO COM REDUÇÃO
• No momento em que o côndilo se choca na borda posterior, antes de chegar na zona intermediária, ocorre um ESTALIDO.
• O estalido pode ocorrer em qualquer ponto do ciclo translatório na abertura.
• Ocorre um outro estalido no momento do fechamento da boca chamado de RUÌDO ou CLIQUE RECÍPROCO, quando o disco volta a posicionar-se incorretamente á frente do côndilo.
DTM DE ORIGEM ARTICULAR
OUTROS SINTOMAS
Estalido
Desvio da mandíbula para o lado ipsilateral do deslocamento
Dificuldade de lateralidade para o lado contralateral
Dor
Espasmo muscular
DTM DE ORIGEM ARTICULAR
• O deslocamento de disco com redução pode evoluir de agravamento para deslocamento de disco sem redução.
• O disco fica aprisionado anteriormente, fazendo com que o movimento translatório do côndilo durante a abertura seja inibido pelo disco, e o indivíduo não mais consegue reposicionar o disco junto ao côndilo, provocando um limite de abertura na extensão máxima.
DESLOCAMENTO DO DISCO SEM REDUÇÃO
DTM DE ORIGEM ARTICULAR
DESLOCAMENTO DO DISCO SEM REDUÇÃO
Nessa fase:
• o estalido se torna ausente
• Hipomobilidade.
• Dor e espasmo dos elevadores.
• Necrose óssea.
LUXAÇÃO ARTICULAR
• Quando ocorre translação da cabeça da mandíbula depois de se ultrapassar o limite de abertura, o tubérculo articular não volta á posição normal, travando-se a mandíbula aberta.
• No caso em que a mandíbula retorna á posição de repouso sem ajuda ocorre a subluxação.
DISFUNÇÕES INFLAMATÓRIAS
• É a inflamação da cápsula articular relacionada á distensão do ligamento capsular. A sinovite apresenta inflamação nos tecidos sinoviais.
• Difícil diferenciar uma lesão da outra. • Pode ser desencadeada por má postura da mandíbula,
bruxismo, hipermobilidade, uso abusivo do sistema. • Ex: tempo prolongado de abertura bucal • Apresentam mesmos sinais e sintomas: dor e limitação
de movimentos mandibulares.
CAPSULITE
SINOVITE
DISFUNÇÕES INFLAMATÓRIAS
• É a inflamação da zona bilaminar, ou zona retrodiscal da ATM, bastante vascularizada e inervada, portanto, muito suscetível a inflamações quando traumatizada.
• A inflamação pode ser decorrente de apertamento que causa posteriorização do processo condilar e comprime essa região.
RETRODISCITE
DISFUNÇÕES INFLAMATÓRIAS
RETRODISCITE
Sinais clínicos:
• Dor constante, aumenta quando faz lateralidade ipsilateral e mastigação do mesmo lado da lesão
• Edema
• Sensibilidade á palpação posterior da articulação
ANQUILOSE
• Desordem não inflamatória. • Definida por uma imobilidade ou consolidação
em consequência de trauma, patologia ou procedimento cirúrgico.
• TIPOS: óssea ou fibrótica FIBRÓTICA • Tecidos fibróticos podem aderir á cabeça da
mandíbula, ao disco e/ou tecido retrodiscal, a fossa ou tubérculo articular, criando imobilidade= anquilose fibrótica
ANQUILOSE
• A causa mais comum ocorre após a formação de um hematoma secundário decorrente de cirurgia, trauma, sobrecarga na ATM.
ÓSSEA
• Provocada pela proliferação de células ósseas que causam união de estruturas rígidas da ATM, resultando em completa imobilidade articular.
DISFUNÇÕES NÃO-INFLAMATÓRIAS/ DEGENERATIVAS
• Processo degenerativo não-inflamatório, relacionada a modificações morfológicas, em geral, adaptativas, que atingem o recobrimento fibroso,e cartilagem articular, Tais estruturas são avasculares portanto sem capacidade de gerar inflamação.
OSTEOARTROSE
DISFUNÇÕES NÃO-INFLAMATÓRIAS/ DEGENERATIVAS
• Indolor
• Crepitação (ruídos de abertura e fechamento)
• Desvio para o lado da lesão.
OSTEOARTROSE
DISFUNÇÕES INFLAMATÓRIAS/ DEGENERATIVAS
• Presença de inflamação secundária da sinóvia.
• Quadro álgico constante e localizado, piora após atividade como p.ex, alimentar-se.
• melhora do sintoma no repouso.
• Limitação de movimento, desvio ipsilateral
• Edema ocasional
• Mialgia, espasmo muscular.
OSTEOARTRITE
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
• Características da dor: sensibilidade á palpação, difusas e profundas, limitando os movimentos, alterando a oclusão e com sensação de pressão.
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
FISIOPATOLOGICAMENTE PODEM SER SUBDIVIDIDAS EM:
1. CoContração protetora
2. Dor muscular
3. Dor muscular tardia
4. Disfunção miofascial
5. Mioespasmo
6. Miosite
7. Fibromialgia
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
• É a primeira resposta muscular a um evento. • É uma contração reflexa, involuntária,
envolvendo o SNC e surgida na presença de estímulos sensoriais e dor. Os músculos antagonistas entram em tensão na tentativa de proteger a área injuriada.
• Caracteriza-se por dor leve, restrição no movimento e sensação de fraqueza muscular
COCONTRAÇÃO PROTETORA
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
• A hiperatividade muscular contínua pode provocar alterações periféricas no tecido muscular.
• A dor muscular local se apresenta com músculos sensíveis á palpação e aumento da dor quando em função.
DOR MUSCULAR
HIPERATIVIDADE MUSCULAR
ISQUEMIA LOCAL
DRENAGEM DE CATABÓLITOS
ACÚMULO DE TOXINAS= DOR
LIBERAÇÃO DE VASODILATADOR=
BRADICININA
ESTIMULA LIBERAÇÃO DE SUBSTÃNCIA P
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
• Ocorre após um trabalho excessivo em tecidos inadaptados a tal atividade.
• Durante a atividade o indivíduo não refere incômodo, apenas após horas o músculo torna-se doloroso.
• Situação associada ao bruxismo noturno.
DOR MUSCULAR TARDIA
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
• É uma contração tônica involuntária induzida pelo SNC ou alterações eletrolíticas no músculo, fadiga e uso prolongado.
• O músculo permanece contraído por segundos, minutos ou mesmo dias,
• restrições nos movimentos mandibulares, rigidez muscular, dor aguda ou lancinante.
• Ex: abertura bucal prolongada em tto odontológico.
MIOESPASMO
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
• É uma condição inflamatória desencadeada pela continuidade da dor. Pode ocorrer por trauma externo, infecção ou esforço muscular exagerado.
• Apresenta modificações periféricas e centrais, como dor á palpação e liberação de neurotransmissores que diminuem o limiar de percepção dos estímulos periféricos, causando dor espontânea mesmo em repouso.
MIOSITE
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
MIOSITE
• Os Casos de contração protetora e mioespasmos graves e prolongados provavelmente evoluirão para a miosite.
• Caracteriza-se por dor, edema, rubor e músculos doloridos á palpação.
• Caso a miosite persista a inflamação poderá resultar em cicatrizes fibrosas, levando a contratura muscular.
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
• “É uma condição miogênica regional caracterizada por áreas locais de bandas tensas do tecido muscular, dos tendões ou ligamentos.”
DOR MIOFASCIAL
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
• Esse efeito é caracterizado pela presença de PONTOS GATILHOS ou TRIGGER POINTS.
• Caracterizam-se por dor referida nem sempre localizada na origem da dor, nódulo, temperatura aumentada.
• Ocasionado por contração excessiva e sustentada dos músculos, o que leva á falta de irrigação do tecido, e falta de O2, diminuindo a produção de ATP. A Actina não se desprega da miosina dando origem aos nódulos que quando palpados provocam dor á distância.
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
• É um encurtamento do comprimento de repouso do músculo, sem interferir na habilidade de sua contração, representando uma forma de hipomobilidade crônica mandibular.
MIOESTÁTICA= ocorre quando o músculo é mantido em estado parcialmente contraído, sem relaxamento por longo período.
MIOFIBRÓTICA= ocorre excessiva aderência tecidual dentro do músculo ou revestimento
CONTRATURA
DTM DE ORIGEM MUSCULAR
• Disfunção generalizada e sistêmica crônica de
tecidos moles. • Caracterizada por dor em todo o corpo,
especialmente em regiões musculares onde exista sobrecarga
• A dor pode surgir até mesmo em repouso, espalhada e acompanhada de pontos gatilhos, fadiga, distúrbio do sono e humor, parestesias.
• Dor em 11 a 18 pontos do corpo.
FIBROMIALGIA
RELAÇÃO DA POSTURA CERVICAL COM A ATM
RELAÇÃO DA POSTURA CERVICAL COM A ATM
ÍNTIMA RELAÇÃO ENTRE:
CERVICAL ATM
QUALQUER ACOMETIMENTO
BIOMECÂNICO DA CERVICAL
INTERFERE NO FUNCIONAMENTO BIOMECÂNICO DA
ATM
RESPIRADOR BUCAL
RESPIRADOR BUCAL
• O nariz através de suas estruturas tem funções extremamente importantes na preparação do ar inspirado e conseqüentemente na qualidade deste.
• A mucosa nasal, particularmente a dos cornetos nasais, tem função microbicida, de aquecimento, filtração e umidificação do ar inspirado. Além disso, o nariz é o sensor do olfato, o iniciador das respostas imunes para antígenos inalados
RESPIRADOR BUCAL
• A Síndrome do Respirador Bucal se caracteriza por uma obstrução das vias aéreas superiores que, na maioria das vezes, leva a criança ao hábito de respirar pela boca. Quando chega à adolescência, sofre uma readaptação postural, que é seguida por modificações nas arcadas dentárias e posteriormente no esqueleto ósseo da face.
• Apresenta alterações oclusais assim como assimetria significativa no desenvolvimento de músculos faciais e nos ossos do nariz e da face, manifestando sinais clássicos que afetam diretamente o funcionamento da cervical e ATM.
RESPIRADOR BUCAL
CARACTERÍSTICAS • Palato profundo e ogival • Hipodesenvolvimento mandibular e dos seios
maxilares • Face alongada • Alteração no comprimento dos lábios • Estreitamento maxilar • Alterações posturais: ombros protraídos e caídos,
escápula alada, protrusão de cabeça, hiperlordose cervical e abaixamento mandibular com anteriorização e inferiorização da língua.
CONSEQUÊNCIAS DA RESPIRAÇÃO ORAL
• Rendimento físico e escolar diminuídos por dormirem mal; incoordenação global;
• Impaciência, irritabilidade, inquietude, ansiedade, medo;
• Cansaço, depressão, impulsividade, desânimo;
• Alteração da fala, provenientes das deformidades dos dentes e da face;
• Otites acompanhada de um quadro de hipertrofia das adenóides, podendo levar a diminuição da audição;
• Sono agitado e pesadelos;
CONSEQUÊNCIAS DA RESPIRAÇÃO ORAL
• Não dorme na posição que quer, mas sim na que pode (decúbito ventral ou de lado);
• Sono durante o dia;
• Enurese noturna
• Suga o polegar, chupetas ou rói unha;
• Ronco noturno e excesso de baba no travesseiro;
• Expressão facial vaga;
REFERÊNCIAS
• TENREIRO, MARCELO. SANTOS,ROBSON. Terapia Manual nas disfunções da ATM. Rubio,2011.
• PAIVA et al. Noções e conceitos básicos em oclusão, disfunção temporomandibular e dor orofacial. Santos, 2008.
• BIASOTTO-GONZALEZ,DANIELA. Abordagem Interdisciplinar das disfunções temporomandibulares. Manole, 2005.
• OKESON et al. Tratamento das Desordens temporomandibulares e oclusão. Artes médicas, 2000.
• OBRIGADA!!