aula digitada 01 parte 01

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DE POSEIDON À EXU A FORÇA DOS MITOS NOS POVOS Desenvolvido e Ministrado por Alexandre Yamazaki Aula Digitada 01 Parte 01 Obs.: este documento é a transcrição fiel do discurso das vídeo-aulas, portanto poderá conter erros gramaticais mantendo a originalidade da origem. Olá amigos, que a paz de Oxalá esteja com todos. Eu me chamo Alexandre Yamazaki, sou médium Umbandista e hoje eu estou aqui para dividir com vocês esse conteúdo e essa discussão sobre a questão dos mitos, da questão dos Orixás. Eu sou uma pessoa que vim de uma tradição Católica Romana, eu tive formação clerical, eu tive uma vivência conventual e eu acredito que muita coisa que eu aprendi eu carrego comigo. E eu vou estar hoje aqui compartilhando com vocês exatamente isso, vou estar dividindo com vocês esse conteúdo e essa discussão que tem a ver também com a minha história de vida. Eu vim de várias tradições, eu tive uma tradição Católica muito forte e as tradições só agregaram na minha vida, só trouxeram valor e só trouxeram sentido. Então, hoje esse curso que eu estou preparando para vocês nada mais é do que esse reflexo do que a gente está propondo aqui, um reflexo de uma cultura de tolerância, uma cultura de diálogo, uma cultura de paz, uma cultura de convivência. Eu acredito que se a gente conhece o outro, se a gente convive com o outro, se a gente sabe o porquê o outro é diferente no mínimo nós vamos estar respeitando. E as religiões a mesma coisa, se as religiões não se conhecem, se as religiões não vão se respeitar, se as religiões não tem o ecumenismo entre elas, a sociedade não existe. Então, a proposta minha aqui desse curso nada mais é do que a gente se autoconhecer, a gente conhecer o outro, nós navegarmos no mundo das tradições culturais, essas tradições que fazem isso que nós chamamos de povo Brasileiro, essas tradições que fazem isso que chamamos de grandes religiões. Essas tradições de mitos que nada mais são do que uma continuação dos mitos que nós vivenciamos na nossa vida. Então, através desse curso que eu estou preparando hoje para vocês a gente vai estar navegando no mundo dos mitos, com duas principais funções: primeiro, uma jornada de autoconhecimento porque afinal de contas eu carrego o meu conteúdo, eu carrego os meus valores, eu carrego tudo o que faz sentido para mim e no segundo momento tudo que faz sentido para mim vai fazer parte da religião que eu pertenço, da religião do outro e a gente vai estar com comunhão com esse conteúdo montando uma discussão, uma viagem e um amadurecimento do sentido da religião, do valor do religare. Afinal, o que é a religião? A religião é a construção de tudo isso e quando eu coloco em prática na minha vida cotidiana, é quando eu dou um sentido nela. Acredito muito que a religião tem o papel principal de construtor dessa sociedade, de valorizador dessa sociedade, sem o princípio do religare e do religioso o ser humano nunca vai estar em comunhão plena, ele vai ser um ser em crise e levar crise para o outro. Nesse sentido, eu começo esse curso e a gente vai estar discutindo isso: o ser humano não só como ser individual, mas como ser antropológico, como um ser de conhecimento, como um ser dotado de valores e nada melhor do que começar com os mitos. Eu aprendi muito na minha tradição, na qual eu pertenci nas outras tradições, principalmente na tradição Cristã na qual, eu fui Frade religioso que a comunhão e a vivência com o outro é muito o importante, ela que vai nos nortear numa sociedade digna, numa sociedade fraterna, numa sociedade humana. Não importa que o indivíduo migre, troque de religião ou ele continue porque a busca do religar é uma busca eterna, é uma busca que é associada ao continuum do ser humano, a religião nesse aspecto aqui ela vai ser aquela roupa que com tempo

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Page 1: Aula Digitada 01 Parte 01

DE POSEIDON À EXU A FORÇA DOS MITOS NOS POVOS

Desenvolvido e Ministrado por Alexandre Yamazaki

Aula Digitada 01 Parte 01

Obs.: este documento é a transcrição fiel do discurso das vídeo-aulas, portanto poderá conter erros gramaticais mantendo a originalidade da origem.

Olá amigos, que a paz de Oxalá esteja com todos. Eu me chamo Alexandre Yamazaki, sou médium Umbandista e hoje eu estou aqui para dividir com vocês esse conteúdo e essa discussão sobre a questão dos mitos, da questão dos Orixás. Eu sou uma pessoa que vim de uma tradição Católica Romana, eu tive formação clerical, eu tive uma vivência conventual e eu acredito que muita coisa que eu aprendi eu carrego comigo. E eu vou estar hoje aqui compartilhando com vocês exatamente isso, vou estar dividindo com vocês esse conteúdo e essa discussão que tem a ver também com a minha história de vida. Eu vim de várias tradições, eu tive uma tradição Católica muito forte e as tradições só agregaram na minha vida, só trouxeram valor e só trouxeram sentido. Então, hoje esse curso que eu estou preparando para vocês nada mais é do que esse reflexo do que a gente está propondo aqui, um reflexo de uma cultura de tolerância, uma cultura de diálogo, uma cultura de paz, uma cultura de convivência. Eu acredito que se a gente conhece o outro, se a gente convive com o outro, se a gente sabe o porquê o outro é diferente no mínimo nós vamos estar respeitando. E as religiões a mesma coisa, se as religiões não se conhecem, se as religiões não vão se respeitar, se as religiões não tem o ecumenismo entre elas, a sociedade não existe. Então, a proposta minha aqui desse curso nada mais é do que a gente se autoconhecer, a gente conhecer o outro, nós navegarmos no mundo das tradições culturais, essas tradições que fazem isso que nós chamamos de povo Brasileiro, essas tradições que fazem isso que chamamos de grandes religiões. Essas tradições de mitos que nada mais são do que uma continuação dos mitos que nós vivenciamos na nossa vida. Então, através desse curso que eu estou preparando hoje para vocês a gente vai estar navegando no mundo dos mitos, com duas principais funções: primeiro, uma jornada de autoconhecimento porque afinal de contas eu carrego o meu conteúdo, eu carrego os meus valores, eu carrego tudo o que faz sentido para mim e no segundo momento tudo que faz sentido para mim vai fazer parte da religião que eu pertenço, da religião do outro e a gente vai estar com comunhão com esse conteúdo montando uma discussão, uma viagem e um amadurecimento do sentido da religião, do valor do religare. Afinal, o que é a religião? A religião é a construção de tudo isso e quando eu coloco em prática na minha vida cotidiana, é quando eu dou um sentido nela. Acredito muito que a religião tem o papel principal de construtor dessa sociedade, de valorizador dessa sociedade, sem o princípio do religare e do religioso o ser humano nunca vai estar em comunhão plena, ele vai ser um ser em crise e levar crise para o outro. Nesse sentido, eu começo esse curso e a gente vai estar discutindo isso: o ser humano não só como ser individual, mas como ser antropológico, como um ser de conhecimento, como um ser dotado de valores e nada melhor do que começar com os mitos. Eu aprendi muito na minha tradição, na qual eu pertenci nas outras tradições, principalmente na tradição Cristã na qual, eu fui Frade religioso que a comunhão e a vivência com o outro é muito o importante, ela que vai nos nortear numa sociedade digna, numa sociedade fraterna, numa sociedade humana. Não importa que o indivíduo migre, troque de religião ou ele continue porque a busca do religar é uma busca eterna, é uma busca que é associada ao continuum do ser humano, a religião nesse aspecto aqui ela vai ser aquela roupa que com tempo

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ela vai ficar pequena e o indivíduo precisa trocar essa blusa e ele vai trocar essa blusa por uma blusa que melhor se ajuste e se adeque a ele. E essa vai ser a proposta principal desse curso para que a gente tenha essa jornada de autoconhecimento, essa jornada de aprendizado, essa jornada de busca e essa jornada de fraternidade. Afinal de contas, quando a gente fala de mito nós temos os princípios norteadores deles que não é só religião, mas também antropológicos, com valores fundamentais e necessários para nossa sociedade, pra nossa vivência e pra nossa experiência. Eu vivo isso na minha prática, eu vivo isso no meu dia-a-dia e isso eu quero compartilhar com vocês. Enquanto professor que eu também sou, eu vivenciei isso em sala de aula, eu pratiquei isso em sala de aula e era muito curioso quando eu ia falar e discutir com os alunos, mitos, valores e significados que os alunos sempre questionavam “Mas, professor fulano é diferente”. “Professor, aquele é diferente”, “Professor, olha lá o cara esquisito que anda com as guias da macumba”, daí eu percebi nesse meio um caminho para estar discutindo com os alunos e trazendo o que é ser o outro, o que é ser diferente, por que aquele lá é diferente, por que aquele outro raspa a cabeça, por que aquele amarra um lenço na cabeça. E foi isso que eu percebi na minha vida enquanto professor também que faltava os alunos entenderem o sentido do outro e o porquê do outro e o significado religioso por trás daquele símbolo. Foi aí que eu comecei a construção do que eu vou apresentar para vocês hoje, do que eu vou apresentar para vocês no decorrer deste curso que nada mais é do que o meio que eu entendo o outro, que eu reconheço o outro pelo valor cultural dele, que eu entendo o sentido do outro, que eu entendo a profundidade do outro que eu discuto com o outro, afinal, “Olha, por que você é diferente?”, “Por que você se ajoelha pra orar a Deus?”, “Por que você precisa de um pano branco?”, “Por que você acende uma vela?”, “Por que você anda com a camiseta: Deus é Dez?”. Então, através dessa prática minha cotidiana em sala de aula, eu comecei aprender a tolerância, eu comecei aprender a necessidade de fazer os alunos se entenderem, de os alunos conhecerem, de os alunos mergulharem nesse universo cultural. É isso que eu estou trazendo para vocês, eu espero que esse curso seja agradável, que nós aprendamos juntos e possamos construir, de fato, essa viagem na tradição mitológica cultural.

DIGITAÇÃO – Equipe Umbanda EAD