aula fungicida

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02/12/2010 1 MODO DE AÇÃO DE FUNGICIDAS Msc. Fabíola Medeiros 1. INTRODUÇÃO O que são fungicidas? Compostos químicos Fungistáticos Antiesporulantes

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MODO DE AÇÃO DE FUNGICIDAS

Msc. Fabíola Medeiros

1. INTRODUÇÃO

O que são fungicidas?

Compostos químicos

Fungistáticos

Antiesporulantes

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Célula de um organismo eucarionte e suas principais estruturas

Características de um bom fungicida

Fungitoxidade;

Especificidade;

Deposição e Distribuição;

Aderência e Cobertura;

Tenacidade;

Não deve ser fitotóxico;

Não deve ser tóxico ao homem e animais;

Compatibilidade;

Economicidade.

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2. QUANTO AO MODO DE AÇÃO DOS

FUNGICIDAS

MODO DE AÇÃO NÃO ESPECÍFICO

Inibidores de sítios múltiplos;

Fungicidas clássicos;

Todos são não sistêmicos;

Todos apresentam pouco ou nenhum risco de resistência.

Principais fungicidas

ENXOFRE Calda sulfocálcica (oídios, acaricida)

•Agem em vários sítios bioquímicos;

•Inibem a respiração através de seus produtos de redução

(sulfito de hidrogênio), formando quelatos com metais pesados

na célula do fungo.

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CÚPRICOS (Calda bordalesa, hidróxido de cobre,

oxicloreto de cobre e óxido cuproso)

•Precipitam ou desnaturam as proteínas, ou seja, inativam os

catalisadores - rompem a integridade das células.

•Inibe a fosforilação oxidativa (ATP) - transferência de energia

DITIOCARBAMATOS (Thiram, Ferbam, Ziram, Maneb,

Zineb e Mancozeb)

•Agentes quelantes que agem como tóxicos privando as

células das necessidades de metais.

•Inativa enzimas essenciais.

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COMPOSTOS NITROGENADOS (Captan, Folpet,

Dyrene)

•Inibem enzimas afetando os processos metabólicos;

•Bloqueia a incorporação de fósforo inorgânico na formação de

compostos ricos em energia (ATP, ADP);

•Inativa a coenzima A (ciclo de Krebs).

COMPOSTOS AROMÁTICOS (Chlorothalomil,

Dieloram, Dodine e Dicholofluanid)

•Altera a permeabilidade da membrana celular – possui

atividade detergente.

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MODO DE AÇÃO ESPECÍFICO

Todos inibidores de sítio simples;

Grande parte possui ação sistêmica ou translaminar;

Todos apresentam risco de resistência (baixo, médio, alto);

Perda de eficiência rápida ou gradativa

Não induzem a mutação

Fungicidas Sistêmicos

Função: Curativa, proteção e imunização

Características:

Especificidade de ação ao nível citoquímico;

Absorção pela planta;

Capacidade de translocação

Vantagens:

Atingem locais inacessíveis aos protetores;

Ação curativa;

Uso de menor dosagem, maior fungitoxidade;

Menor perda por lixiviação

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Desvantagens:

São mais caros

Raças Resistentes - especificidade

Principais fungicidas sistêmicos

CARBOXIMIDAS (Carboxin, Oxicarboxin, Pyracarbolid)

Basidiomicetos

Inibição do oxigênio na cadeia de transporte de elétrons

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BENZIMIDAZÓIS (Benomyl, Carbindazim, Tiofanato

metílico, Thiabendazol)

Afetam especificamente a divisão celular pela inibição da

biossíntese de tubulinas (proteína que compõe os

microtúbulos). Assim, a formação dos microtúbulos é distorcida

não ocorrendo a divisão do núcleo e a conseqüente

separação.

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DICARBOXIMIDAS (Iprodione, Vinclozolim,

Procimidone)

Ascomicetos, deuteromicetos

Inibem a respiração – o transporte de elétrons do NADPH

para o citocromo é bloqueado pela ação fungicida.

INIBIDORES DE OOMICETOS (Propamocarb,

Cymoxanil, Metalaxyl, Efosite)

• Afetam a esporulação e desenvolvimento do micélio;

• O efosite é translocado via xilema e floema induzindo a

formação de substâncias protetoras.

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INIBIDORES DA BIOSSÍNTESE DE

MELANINA (Bim, Pyroquilim)

Brusone do Arroz

• Afetam os apressórios – evitam a penetração

A melanização das paredes celulares doapressório é essencial para odesenvolvimento da hifa infectiva e paraa penetraçãoda epidermeno hospedeiro.

ANTIBIÓTICOS

•Produzidos por microorganismos

•Uso limitado

•Bactericidas: Aureomicina

Blasticidena

Cicloheximida

Estreptomicina

Kasugamicina

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ESTROBILURINA (Azoxistrobin, trifloxistrobin,

flupcostrobin – HEC 5725 bayer)

Amplo espectro: Oomicetos, ascomicetos/deuteromicetos,

basidiomicetos

• Inibição da respiração mitocondrial, que bloqueia a

transferência de elétrons entre o citocromo b e o citocromo c1,

no sítio Qo, interferindo na produção de ATP;

•Erradicante, protetor;

•Evita a germinação de esporos;

•Inibe crescimento micelial.

FUNGICIDAS NÃO AGRUPADOS (Dimetomorfo,

quinoxifen, fenamidone, zexamide)

•Inibe o crescimento da parede celular

•Redução da síntese de lipídios

•Inibe a transferência de elétrons

•Inibe a divisão nuclear – tubulina

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INIBIDORES DA BIOSSÍNTESE DE

ESTERÓIS (Bitertanol, Tebuconazole, Triforine)

Esteróis agem na estrutura da membrana

Importante lipídio fúngico para aformação da membrana das células. Aausência desta camada leva ao colapso dacélula fúngica (micélio)e à interrupçãodo crescimentomicelial (corpo fúngico).

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3. RESISTÊNCIA DE FUNGOS A

FUNGICIDAS

Resistência: É uma alteração herdável e estável em um

fungo em resposta à aplicação de um fungicida, resultando

numa redução da sensibilidade ao produto, ou seja, uma

mudança na constituição genética (mutação).

•Não detectável

•Deletéria, quase sempre

Tipos de Resistência

Resistência qualitativa: É a perda de efetividade do fungicida de

modo repentino e marcante pela presença bem definida de

populações de patógenos que apresentam suscetibilidade e

resistência com respostas que variam amplamente.

Resistência quantitativa: Tanto o declínio no controle da doença

como a diminuição da suscetibilidade das populações do

patógeno, demonstradas por teste de monitoramento, se

manifestam gradualmente, são parciais e ocorrem em graus

variáveis.

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Origens da Resistência

Mecanismos de Resistência

Desenvolvimento de via metabólica alternativa;

Degradação metabólica do fungicida;

Exclusão ou expulsão do fungicida;

Decréscimo na permeabilidade da membrana;

Aumento na desintoxicação;

Alteração bioquímica do sítio de ação;

Adaptação por compensação.

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Fatores envolvidos na resistência de fungos

a fungicidas

Relativos ao FungoQuanto maior a variabilidade genética de um determinado

fungo, tanto maior será a possibilidade de surgirem mutantes

resistentes.

Relativos ao fungicidaO risco do surgimento de resistência é proporcional a

especificidade do mecanismo de ação do fungicida.

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Relativos ao uso fungicidaQuanto mais generalizado o uso de um determinado

fungicida, quanto maior o número de aplicações e quanto menor

o intervalo entre as mesmas, maior o risco de resistência.

Estratégias para prevenção da Resistência

•Restringir a aplicação do fungicida vulnerável a períodos críticos;

•Reduzir a quantidade e frequência de aplicação;

•Escolher o método que minimize a duração do patógeno ao fungicida;

•Limitar a área tratada;

•Utilizar os fungicidas sistêmicos alternadamente ou em associação com outros

produtos de modo de ação diferente;

•Evitar o uso de dois fungicidas – quimicamente diferentes + que apresentem o

mesmo modo de ação deve ser evitada;

•Monitorar para detectar a presença de linhagem resistente (mudar método de

controle.

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