aula - jornalismo opinativo_interpretativo_2015
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OpinativoTRANSCRIPT
O Gênero Opinativo surge
com o próprio jornalismo
brasileiro, sob a responsabilidade
de Hipólito Costa, que editava em
Londres, o Correio
Braziliense (1º de junho de 1808).
ORIGEM HISTÓRICA
“Os gêneros opinativos e os mecanismos usados pelos
agentes sociais a ele ligados interferem na direção ideológica dos fluxos
informativos” (MARQUES DE MELO, 2003, p.11), daí porque era interesse de Hipólito Costa defender as ideias liberais e a
emancipação da colônia brasileira.
ORIGEM HISTÓRICA
CHAPARRO (1998):
A dissociação entre os gêneros Informativo e
Opinativo é uma “fraude teórica e moralista”.
CRÍTICA À DEFINIÇÃO
GÊNERO
FORMATO
Jornalismo Informativo Nota, Notícia, Reportagem e Entrevista
Jornalismo Interpretativo Dossiê, Perfil, Enquete e Cronologia
Jornalismo Opinativo Editorial, Comentário, Artigo, Resenha, Coluna, Crônica,
Caricatura e Carta
Jornalismo Diversional História de interesse humano
Jornalismo Utilitário Indicador, Cotação, Roteiro, Serviço
(MARQUES DE MELO & ASSIS, 2010)
GÊNERO
FORMATO
Jornalismo Informativo Nota, Notícia, Reportagem e Entrevista
Jornalismo Interpretativo Dossiê, Perfil, Enquete e Cronologia
Jornalismo Opinativo Editorial, Comentário, Artigo, Resenha, Coluna, Crônica,
Caricatura e Carta
Jornalismo Diversional História de interesse humano
Jornalismo Utilitário Indicador, Cotação, Roteiro, Serviço
(MARQUES DE MELO & ASSIS, 2010)
A agência internacional de
classificação de risco Standard & Poor´s manteve
nesta segunda-feira (23) a nota de crédito do Brasil. O
país segue, assim, com o chamado grau de
investimento (selo de bom pagador).
A S&P acredita que a presidente Dilma
Rousseff manterá o apoio ao ajuste fiscal promovido
pela equipe econômica e que as medidas de
austeridade ganharão eventualmente o suporte do
Congresso.
Com isso, na avaliação da agência de
risco, a credibilidade do governo será "gradualmente
restaurada", pavimentando o caminho para um
crescimento mais robusto da economia a partir do ano
que vem. A nota de crédito do Brasil em moeda
estrangeira foi mantida em BBB- e a de curto prazo
em A-3.
"A S&P era uma das agências que
mais preocupavam, pois é aquela segundo a qual o
Brasil está apenas um grau acima do especulativo
[com elevado risco de calote]. Se a S&P rebaixasse
o país e fosse acompanhada de mais uma agência,
uma série de fundos que são obrigados a investir em
países com grau de investimento seriam forçados a
retirar seus investimentos do Brasil", afirma Fabio
Lemos, analista de renda variável da São Paulo
Investments.
Para Lemos, a manutenção do grau
de investimento do país pela S&P deve ter sido
motivada por alguma informação do governo
envolvendo o balanço auditado da Petrobras. "Sem
isso, o governo poderia ter que capitalizar a
empresa, o que prejudicaria o ajuste fiscal
prometido", diz.
A agência internacional de
classificação de risco Standard & Poor´s manteve
nesta segunda-feira (23) a nota de crédito do Brasil. O
país segue, assim, com o chamado grau de
investimento (selo de bom pagador).
A S&P acredita que a presidente Dilma
Rousseff manterá o apoio ao ajuste fiscal promovido
pela equipe econômica e que as medidas de
austeridade ganharão eventualmente o suporte do
Congresso.
Com isso, na avaliação da agência de
risco, a credibilidade do governo será "gradualmente
restaurada", pavimentando o caminho para um
crescimento mais robusto da economia a partir do ano
que vem. A nota de crédito do Brasil em moeda
estrangeira foi mantida em BBB- e a de curto prazo
em A-3.
"A S&P era uma das agências que
mais preocupavam, pois é aquela segundo a qual o
Brasil está apenas um grau acima do especulativo
[com elevado risco de calote]. Se a S&P rebaixasse
o país e fosse acompanhada de mais uma agência,
uma série de fundos que são obrigados a investir em
países com grau de investimento seriam forçados a
retirar seus investimentos do Brasil", afirma Fabio
Lemos, analista de renda variável da São Paulo
Investments.
Para Lemos, a manutenção do grau
de investimento do país pela S&P deve ter sido
motivada por alguma informação do governo
envolvendo o balanço auditado da Petrobras. "Sem
isso, o governo poderia ter que capitalizar a
empresa, o que prejudicaria o ajuste fiscal
prometido", diz.
LEAD CLÁSSICO
1) É o texto em que o jornal exprime de maneira formal suas opiniões. Nunca é assinado.
2) Os editoriais aparecem todos os dias na página A-2, em dois módulos à esquerda. Em casos excepcionais, a
critério da Direção de Redação, podem aparecer na primeira página, em local a ser definido em cada caso.
EDITORIAL
3) A opinião da Folha se expressa formalmente em seus editoriais. Os editoriais não dirigem o noticiário, mas a Redação deve procurar investir na produção de textos
sobre os temas abordados com frequência em editorial. O jornal estimula a produção de artigos assinados que
estejam em divergência com as posições dos editoriais. Nada impede que a Folha mude de opinião; em tais casos,
o jornal deve dizê-lo com clareza ao leitor.
EDITORIAL
4) O editorial da Folha deve ser enfático sem ser estridente, sereno sem ser pesado e desinteressante; deve expressar os pontos de vista do jornal de maneira aguda, sem tergiversar. Deve apresentar concisamente a questão de que vai tratar, desenvolver os argumentos que o jornal
defende, refutar os que a eles se opõem e finalizar condensando a posição adotada pela Folha. O editorial
deve dispensar a linguagem empolada, evitar a ironia e a interrogação, que nunca adotar a exclamação.
EDITORIAL
5) Exige um alto espírito de responsabilidade por parte dos que se envolvem em sua produção e edição, porque
ele expõe a imagem do jornal como um todo. Os editorialistas devem manter contato estreito com a
Redação. A Redação deve fornecer todo o material de subsídio que os editorialistas julgarem necessário. A
Redação pode sugerir temas aos editorialistas através da “Crítica da Edição”, depois de discutidos na reunião de
produção. O coordenador de Editoriais recebe cópias das pautas e da “Crítica”. Ele também participa ou se faz
representar nas reuniões diárias de edição.
EDITORIAL
Editorial: Nota de crédito
(Folha de S. Paulo, 25 de março de 2015, p. A2)
Em meio ao desânimo e à apreensão a
respeito do futuro que se disseminam entre os
brasileiros, surge um voto de confiança externo.
A empresa americana de classificação
de risco Standard & Poor´s (S&P) manteve a nota do
país na categoria de investimento seguro (BBB-),
ainda que apenas um degrau acima do nível que seria
considerado arriscado. Mesmo que já fosse esperada, a
decisão chamou a atenção pelo que a agência disse
sobre as perspectivas para o Brasil.
A S&P expressou a crença de que o
governo e o Congresso manterão o rumo do ajuste das
contas públicas, o que reforçará lentamente a
confiança de empresários e consumidores e, ao longo
do tempo, ajudará a restabelecer o crescimento.
Considerou, além disso, uma surpresa positiva a
guinada de 180 graus na política econômica.
No ano passado, quando a agência
rebaixou a nota do Brasil, a expectativa era a oposta:
os erros do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT)
se repetiriam no segundo.
A mudança de rota foi considerada mais
relevante do que o agravamento da conjuntura.
Recessão, inflação em alta, endividamento público
excessivo, risco de racionamento, contágio financeiro
ligado à Petrobras e ampliação da incerteza política já
eram preocupações desde o ano passado.
Não será fácil resolver nenhum desses
problemas, sobretudo no contexto de redução da
popularidade presidencial e aumento das escaramuças
entre Executivo e Legislativo. A S&P, contudo, ao menos
por ora, prefere apostar na força das instituições
brasileiras e na capacidade demonstrada no passado de
realizar ajustes necessários.
Espera-se, de fato, que as forças políticas
não coloquem interesses menores à frente da estabilidade
econômica. É desejável que o Congresso debata a
dosagem de algumas medidas anunciadas, mas não que
crie obstáculos intransponíveis ao conserto das contas.
O ajuste é condição necessária, mas não
suficiente. O maior desafio está no médio prazo. Os
investimentos devem desempenhar papel preponderante,
reforçados pelo aumento da competitividade externa
decorrente da desvalorização do real diante do dólar (o
que melhora a renda dos exportadores).
Outros pontos são a retomada dos leilões
de concessões de infraestrutura, com bons projetos e
rentabilidade adequada. Por fim, é necessário sair do
imobilismo e trabalhar pela simplificação dos impostos
que mais oneram a produção (PIS/Cofins e ICMS).
É fundamental separar a disputa política
da agenda necessária para o país sair do atoleiro. A
economia brasileira poderá surpreender mais uma vez se
houver clareza quanto aos rumos a serem seguidos.
Editorial: Nota de crédito
(Folha de S. Paulo, 25 de março de 2015, p. A2)
Em meio ao desânimo e à apreensão a
respeito do futuro que se disseminam entre os
brasileiros, surge um voto de confiança externo.
A empresa americana de classificação
de risco Standard & Poor´s (S&P) manteve a nota do
país na categoria de investimento seguro (BBB-),
ainda que apenas um degrau acima do nível que seria
considerado arriscado. Mesmo que já fosse esperada, a
decisão chamou a atenção pelo que a agência disse
sobre as perspectivas para o Brasil.
A S&P expressou a crença de que o
governo e o Congresso manterão o rumo do ajuste das
contas públicas, o que reforçará lentamente a
confiança de empresários e consumidores e, ao longo
do tempo, ajudará a restabelecer o crescimento.
Considerou, além disso, uma surpresa positiva a
guinada de 180 graus na política econômica.
No ano passado, quando a agência
rebaixou a nota do Brasil, a expectativa era a oposta:
os erros do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT)
se repetiriam no segundo.
A mudança de rota foi considerada mais
relevante do que o agravamento da conjuntura.
Recessão, inflação em alta, endividamento público
excessivo, risco de racionamento, contágio financeiro
ligado à Petrobras e ampliação da incerteza política já
eram preocupações desde o ano passado.
Não será fácil resolver nenhum desses
problemas, sobretudo no contexto de redução da
popularidade presidencial e aumento das escaramuças
entre Executivo e Legislativo. A S&P, contudo, ao menos
por ora, prefere apostar na força das instituições
brasileiras e na capacidade demonstrada no passado de
realizar ajustes necessários.
Espera-se, de fato, que as forças políticas
não coloquem interesses menores à frente da estabilidade
econômica. É desejável que o Congresso debata a
dosagem de algumas medidas anunciadas, mas não que
crie obstáculos intransponíveis ao conserto das contas.
O ajuste é condição necessária, mas não
suficiente. O maior desafio está no médio prazo. Os
investimentos devem desempenhar papel preponderante,
reforçados pelo aumento da competitividade externa
decorrente da desvalorização do real diante do dólar (o
que melhora a renda dos exportadores).
Outros pontos são a retomada dos leilões
de concessões de infraestrutura, com bons projetos e
rentabilidade adequada. Por fim, é necessário sair do
imobilismo e trabalhar pela simplificação dos impostos
que mais oneram a produção (PIS/Cofins e ICMS).
É fundamental separar a disputa política
da agenda necessária para o país sair do atoleiro. A
economia brasileira poderá surpreender mais uma vez se
houver clareza quanto aos rumos a serem seguidos.
I N T R O D U Ç Ã O /
P R O B L E M A
Editorial: Nota de crédito
(Folha de S. Paulo, 25 de março de 2015, p. A2)
Em meio ao desânimo e à apreensão a
respeito do futuro que se disseminam entre os
brasileiros, surge um voto de confiança externo.
A empresa americana de classificação
de risco Standard & Poor´s (S&P) manteve a nota do
país na categoria de investimento seguro (BBB-),
ainda que apenas um degrau acima do nível que seria
considerado arriscado. Mesmo que já fosse esperada, a
decisão chamou a atenção pelo que a agência disse
sobre as perspectivas para o Brasil.
A S&P expressou a crença de que o
governo e o Congresso manterão o rumo do ajuste das
contas públicas, o que reforçará lentamente a
confiança de empresários e consumidores e, ao longo
do tempo, ajudará a restabelecer o crescimento.
Considerou, além disso, uma surpresa positiva a
guinada de 180 graus na política econômica.
No ano passado, quando a agência
rebaixou a nota do Brasil, a expectativa era a oposta:
os erros do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT)
se repetiriam no segundo.
A mudança de rota foi considerada mais
relevante do que o agravamento da conjuntura.
Recessão, inflação em alta, endividamento público
excessivo, risco de racionamento, contágio financeiro
ligado à Petrobras e ampliação da incerteza política já
eram preocupações desde o ano passado.
Não será fácil resolver nenhum desses
problemas, sobretudo no contexto de redução da
popularidade presidencial e aumento das escaramuças
entre Executivo e Legislativo. A S&P, contudo, ao menos
por ora, prefere apostar na força das instituições
brasileiras e na capacidade demonstrada no passado de
realizar ajustes necessários.
Espera-se, de fato, que as forças políticas
não coloquem interesses menores à frente da estabilidade
econômica. É desejável que o Congresso debata a
dosagem de algumas medidas anunciadas, mas não que
crie obstáculos intransponíveis ao conserto das contas.
O ajuste é condição necessária, mas não
suficiente. O maior desafio está no médio prazo. Os
investimentos devem desempenhar papel preponderante,
reforçados pelo aumento da competitividade externa
decorrente da desvalorização do real diante do dólar (o
que melhora a renda dos exportadores).
Outros pontos são a retomada dos leilões
de concessões de infraestrutura, com bons projetos e
rentabilidade adequada. Por fim, é necessário sair do
imobilismo e trabalhar pela simplificação dos impostos
que mais oneram a produção (PIS/Cofins e ICMS).
É fundamental separar a disputa política
da agenda necessária para o país sair do atoleiro. A
economia brasileira poderá surpreender mais uma vez se
houver clareza quanto aos rumos a serem seguidos.
D E S E N V O L V I
M E N T O
/
A R G U M E N T O S
Editorial: Nota de crédito
(Folha de S. Paulo, 25 de março de 2015, p. A2)
Em meio ao desânimo e à apreensão a
respeito do futuro que se disseminam entre os
brasileiros, surge um voto de confiança externo.
A empresa americana de classificação
de risco Standard & Poor´s (S&P) manteve a nota do
país na categoria de investimento seguro (BBB-),
ainda que apenas um degrau acima do nível que seria
considerado arriscado. Mesmo que já fosse esperada, a
decisão chamou a atenção pelo que a agência disse
sobre as perspectivas para o Brasil.
A S&P expressou a crença de que o
governo e o Congresso manterão o rumo do ajuste das
contas públicas, o que reforçará lentamente a
confiança de empresários e consumidores e, ao longo
do tempo, ajudará a restabelecer o crescimento.
Considerou, além disso, uma surpresa positiva a
guinada de 180 graus na política econômica.
No ano passado, quando a agência
rebaixou a nota do Brasil, a expectativa era a oposta:
os erros do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT)
se repetiriam no segundo.
A mudança de rota foi considerada mais
relevante do que o agravamento da conjuntura.
Recessão, inflação em alta, endividamento público
excessivo, risco de racionamento, contágio financeiro
ligado à Petrobras e ampliação da incerteza política já
eram preocupações desde o ano passado.
Não será fácil resolver nenhum desses
problemas, sobretudo no contexto de redução da
popularidade presidencial e aumento das escaramuças
entre Executivo e Legislativo. A S&P, contudo, ao menos
por ora, prefere apostar na força das instituições
brasileiras e na capacidade demonstrada no passado de
realizar ajustes necessários.
Espera-se, de fato, que as forças políticas
não coloquem interesses menores à frente da estabilidade
econômica. É desejável que o Congresso debata a
dosagem de algumas medidas anunciadas, mas não que
crie obstáculos intransponíveis ao conserto das contas.
O ajuste é condição necessária, mas não
suficiente. O maior desafio está no médio prazo. Os
investimentos devem desempenhar papel preponderante,
reforçados pelo aumento da competitividade externa
decorrente da desvalorização do real diante do dólar (o
que melhora a renda dos exportadores).
Outros pontos são a retomada dos leilões
de concessões de infraestrutura, com bons projetos e
rentabilidade adequada. Por fim, é necessário sair do
imobilismo e trabalhar pela simplificação dos impostos
que mais oneram a produção (PIS/Cofins e ICMS).
É fundamental separar a disputa política
da agenda necessária para o país sair do atoleiro. A
economia brasileira poderá surpreender mais uma vez se
houver clareza quanto aos rumos a serem seguidos.
C O N C L U S Ã O
1) Texto de interpretação ou
opinião do autor. Deve ser sempre assinado.
Pode ser escrito na primeira pessoa.
ARTIGO
2) A Folha só publica artigos inéditos. Pluralista, o jornal tem por norma editar artigos que expressem pontos de vista contraditórios sobre um mesmo tema. A Folha se
reserva o direito de não publicar artigos que, na opinião de sua assessoria jurídica, veiculem calúnia, injúria ou
difamação, ou possam, por qualquer outro motivo legal, dar margem a processo judicial com base na legislação em vigor. Embora a responsabilidade jurídica pelo artigo caiba a quem assina (e todos os artigos da Folha são assinados),
a responsabilidade jornalística e política cabe ao jornal.
ARTIGO
No entanto, centrais sindicais e movimentos sociais
malham e querem queimar o PT como Judas, para nem falar dos
parlamentares que ameaçam debandar, todos por causa de cortes sociais.
Para piorar, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, foi ontem a
público negar que o governo vá maneirar no talho social a fim de
agradar a Lula, ao PT, a agregados e a simpatizantes.
Logo, vai sobrar ainda mais para os investimentos. A
recessão deve, assim, piorar. Obras vão parar ou ficar sem pagamento,
como já acontece, o que vai causar mais raiva entre empresas e
trabalhadores. Em um ano, a construção civil já demitiu uns 8% de sua
força de trabalho, quase 280 mil pessoas na rua.
Suponha-se que Calheiros e Cunha não queiram tocar
fogo no circo econômico (sabem que reduzir o ministério não rende
nada em termos fiscais). Pode ser então que estejam emparedando o
governo, ganhando mais território, talvez até reduzir Dilma Rousseff a
presidente do Vaticano ou de San Marino. Tendo ficado com mais poder
ou, quem sabe, tendo empurrado a presidente no precipício, farão o que
da massa falida, talvez caótica?
Até cortar gasto a machadadas está difícil, pois há muita
despesa protegida por lei, crescente, e a receita do governo não cresce.
O decerto lunático Orçamento federal prevê um AUMENTO real de uns
9% na receita, mas no primeiro bimestre do ano a receita CAIU 3% em
termos reais.
Enfim, esta é a malhação de Dilma com pauladas
econômicas. Há CPIs, polícia, procuradores, Justiça. Ninguém ainda se
arrisca a dar sentido a esta crise.
"Que fase." Quando o governo acerta uma no cravo,
martela duas na ferradura e leva três na canela. Na segunda-feira, teve a
satisfação triste e diminuta de saber que não levou ponto negativo em sua
nota de crédito, dada por uma dessas agências de avaliação de risco de
calote. Alegrias pobres duram pouco.
Ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB), disse a líderes empresariais da indústria que Dilma Rousseff vai
comer o pão que ela própria amassou antes de ver o pacote de corte de
gastos do governo aprovado no Congresso. Foi aplaudido.
Calheiros e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB) têm dito em público e a algumas lideranças empresariais
maiores que não vão colocar fogo no circo, não vão derrubar o corte de
gastos, o "ajuste fiscal". Mas a cada dois ou três dias demonstram também
que vão triturar politicamente o governo. Ameaçaram, mas enfim
recuaram, deixar correr projeto de lei que reajusta todos os benefícios do
INSS pelo valor do salário mínimo. Querem fazer valer logo,
regulamentar, a lei que reduz a dívida de Estados e municípios com a
União, mais um talho nas receitas federais.
Ontem, Calheiros cantou alto a ária preferida de
empresários e aliás de quase todo o mundo. Isto é, o governo tem de
cortar "seus gastos", não aumentar impostos, como pretende fazer no caso
da contribuição patronal para o INSS, medida que deixou o empresariado
em geral fulo. Mas o governo vai cortar onde?
Reduzir o número de ministérios rende apenas um troco.
Melhorar as contas do governo ora implica reduzir benefícios sociais,
investimento "em obras" ou fechar partes do governo (isso: fechar).
A malhação de Dilma
BELTRÃO, Luiz. Jornalismo Opinativo. Porto Alegre: Sulina, 1980. CHAPARRO, Manuel Carlos. Sotaques d’aquém e d’além mar: percursos e gêneros do Jornalismo português e brasileiro. Santarém: Jortejo, 1998. FERREIRA, Fábio Gonçalves. Gêneros jornalísticos no Brasil: estado da arte. Revista Bibliocom. Ano 4, N. 1, junho de 2012. FOLHA de S. Paulo. Manual de redação. São Paulo: Publifolha, 2001. MARQUES DE MELO, José & ASSIS, Francisco de. Gêneros jornalísticos no Brasil. São Bernardo do Campo: UMESP, 2010.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS