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Oftalmopatias na pediatria
ALUNOS: HELDO WACHHOLZ E MARIA BEATRIZ BRAVINORIENTADORA: SANDRA COENGA
Recém-nascido: até 28 dias:
Glaucoma congênito, catarata congênita e conjuntivites;
Lactente: 28 dias à 2 anos:
Blefarite, hordéolo, calázio e retinoblastoma;
Pré-escolar: 2 aos 6 anos:Estrabismo e ambliopia;
Escolar: 7 aos 10 anos:Hipermetropia e miopia.
LEUCOCORIA
Sinal Reflexo pupilar branco – “Olho de Gato” Prevenção de cegueira irreversível
Fonte: Tratado de Pediatria, Vol II, SBP
TESTE DO REFLEXO VERMELHO
“Teste do Olhinho”; Princípio: Percepção do reflexo vermelho que aparece ao
ser incidido um feixe de luz na superfície retiniana.
Fonte: Dr. Visão, 2015
Fonte: Dr. Visão, 2015
TESTE DO REFLEXO VERMELHO
Patologias que causam obstrução no eixo visual
Opacidades Congênitas da Córnea
Tumorações/ Hemorragias IntraocularesCatarata Congênita
Glaucoma Congênito
1. CATARATA CONGÊNITA
Opacidade, adquirida ou congênita, do cristalino; Opacidade que causa baixa de visão.
Fonte: Abramet, 2015
1. CATARATA CONGÊNITA
Classificação morfológica:
I. Cataratas Centrais: nuclear, lamelar, cortical, sutural, cerúlea e coraliforme.
II. Cataratas Polares:
II. I. Anteriores;
II. II. Posteriores.
1. CATARATA CONGÊNITA
Etiologia:
I. Genética: Doença autossômica – 25% casos de catarata congênita bilateral isolada;
II. Infecção: Após infecção neonatal com varicela, herpes simples, toxoplasmose, rubéola e sífilis (TORCHS) – 1º. Trimestre.
Fonte: Tratado de Pediatria, Vol II, SBP
1. CATARATA CONGÊNITA
Etiologia
III. Metabólica:
Galactosemia - galactose-1-fosfato uridiltransferase X galactoquinase;
Hipoparatireoidismo;
Hipoglicemia;
Disfunção do metabolismo do cobre;
Síndrome de Lowe.
IV. Síndromes:
Trissomia 21 – a partir dos 12 anos;
Trissomia 13;
Trissomia 18.
1. CATARATA CONGÊNITA
Tratamento:I. Clínico: Os casos de catarata congênita que não apresentam
grandes opacidades podem ser tratados clinicamente – Dilatação pupilar farmacológica com ciclopentolato a 1% ou fenilefrina a 2,5%;
II. Cirúrgico: A ambliopia por privação é um desafio terapêutico que pode impedir o bom resultado, especialmente em cataratas unilaterais em razão da supressão rápida do olho com opacidade Realizar a operação nas crianças antes do período sensitivo de 6 semanas de vida.
2. GLAUCOMA CONGÊNITO
“Caracterizado pelo desenvolvimento anormal do seio camerular, levando à obstrução do fluxo do humor aquoso, sem apresentar outras alterações oculares ou sistêmicas.”
Tratado de Pediatria, SBP
2. GLAUCOMA CONGÊNITO
Fonte: Tratado de Pediatria, Vol II, SBP
2. GLAUCOMA CONGÊNITO
Quadro Clínico:
I. Manifestações geralmente nos primeiros meses de vida
II. Tríade Clássica:
Blefaroespasmo;
Epífora;
Fotofobia.
III. Consequência da distensão dos tecidos oculares irritação do ramo oftálmico do trigêmeo e ao edema epitelial corneano.
2. GLAUCOMA CONGÊNITO
Fonte: Tratado de Pediatria, Vol II, SBP
2. GLAUCOMA CONGÊNITO
Exame Externo:
I. Diâmetro corneano: Diâmetro horizontal normal 9,5 a 10,5 mm;
II. Assimetria;
III. Córnea turva;
IV. Estrias de Haab;
V. Miopia Axial.
Fonte: Tratado de Pediatria, Vol II, SBP
2. GLAUCOMA CONGÊNITO
Exames Específicos:
I. Tanometria: Medida indireta da pressão intraocular;
II. Biomicroscopia: Lâmpada de fenda;
III. Gonioscopia: Observação do seio camerular por meio de lentes dotadas de espelhos ou prismas;
IV. Ultrassonografia: Comprimento anteroposterior do olho;
V. Fundo de olho: Obervação da cabeça do disco óptico.
2. GLAUCOMA CONGÊNITO
Tratamento:
I. Cirúrgico: Goniotomia, Trabeculotomia, Trabeculectomia;
II. Medicamentoso: Drogas que diminuam a produção de humor aquoso ou aumentam sua drenagem.
3. CONJUNTIVITES
Conjuntivite neonatal:
I. Tóxica (química): 1 a 2 dias de vida;
II. Gonocócica: 2 a 5 dias de vida;
III. Herpes simples: 5 a 7 dias de vida;
IV. Clamídia: 5 a 19 dias de vida.
3.CONJUNTIVITES NEONATAIS
I. Química: Causada pela profilaxia antigonocócica obrigatória com nitrato de prata 1%;
II. Gonocócica: Neisseria gonorrheae e N. meningitides podem penetrar o epitélio corneano íntegro e levar à perfuração corneana;
III. Herpes Neonatal: HSV tipo 2, blefaroconjuntivite com ou sem ceratite associada, cicatriz corneana e ambliopia;
IV. Clamídea: Conjuntivite mucopurulenta e com papilas.
4. BLEFARITE A blefarite é uma doença na qual ocorre inflamação da
margem palpebral:
I. Anterior comete cílios e folículos sendo uma infecção estafilocócica
II. Posterior envolve as glândulas de Meibômio associada a dermatite seborreica e acne rosácea
Fonte: Tratado de Pediatria, Vol II, SBP
5. HORDÉOLO
Consiste em uma inflamação aguda e nodular das glândulas da pálpebra;
Estéril ou infecção estafilocócica aguda.
Fonte: Tratado de Pediatria, Vol II, SBP
6. CALÁZIO
É uma reação lipogranulomatosa crônica e estéril da glândula da pálpebra Meibômio
Fonte: CEMA Hospital, 2015
1. RETINOBLASTOMA
Tumor uni ou bilateral originado das células do neuroepitélio da retina, acometendo geralmente crianças até 4 anos;
Idade média de diagnóstico é de 18 meses (São Paulo), sendo 90% antes dos 3 anos;
Incidência nos EUA é de 11,8 casos por milhão, semelhante à Europa.
São tumores agressivos que crescem rapidamente destruindo arquitetura do olho;
Se originam na retina, formam células tumorais dispersas no vítreo e se disseminam:
Nervos óptico e coróide
Via hematogênica Via linfática
Pode ser classificado como: familiar ou esporádico, unilateral ou bilateral, hereditário ou não hereditário;
Causado pela mutação no gene supressor de tumor RB1, localizado no braço longo do cromossomo 13;
Teoria do second hit, ou seja, mutação nas duas cópias do gene.
Quadro clínico
Casos hereditários detectados mais precocemente;
Casos unilaterais diagnóstico mais tardio. Importante sinal é a leucocoria, alteração do reflexo vermelho em 80% dos casos;
Estágios mais avançados: estrabismo, anisocoria, proptose, olho vermelho e doloroso, hifema (sangue na câmara anterior), heterocromia de íris entre outros.
Fonte: Tratado de pediatria. Volume 2. SBPFonte: Tratado de pediatria. Volume 2. SBP
Diagnóstico
Exame oftalmológico;
Ultra-sonografia;
Fundo de olho: Uma ou múltiplas massas tumorais rosadas ou brancas, vascularizadas, total ou parcialmente calcificadas, preenchendo a cavidade vítrea (sementes vítreas).
Fonte: Tratado de pediatria. Volume 2. SBP
Tratamento
Tratamento local de lesões pequenas: laserterapia, braquiterapia (extra-escleral), crioterapia (congelamento das lesões) e enucleação;
Quimioterapia: usada para evitar radioterapia externa ou ainda associada a tratamento local para consolidação nos casos hereditários ou enucleação.
Fonte: Tratado de pediatria. Volume 2. SBP
2. ESTRABISMO
Condição na qual os olhos estão desalinhados, apontando para direções diferentes;
Integração da imagem retiniana dos dois olhos visão binocular (fusão binocular);
Desenvolvimento da visão binocular: 3 a 4 meses de vida.
Estrabismo em idade precoce: antes dos 4 – 5 anos de idade, não há diplopia (supressão);
Estrabismo depois dos 6 – 7 anos, há diplopia.
Fonte: http://www.cemahospital.com.br/estrabismo/
Pseudoestrabismo
Muito comum;
Falsa aparência de estrabismo pelas características faciais (epicanto, distância interpupilar muito grande ou pequena;
Teste de Hirschberg com reflexo simétrico.
Fonte: Tratado de pediatria. Volume 2. SBP
Tipos de estrabismo
Estrabismo comitante: Mais comum, desvio é o mesmo em todas as direções, olhos se movem em todas as direções. São eles:
Esotropia congênita: Desvio geralmente não observado no nascimento, há alternância de fixação mas pode haver preferência. Tratamento cirúrgico entre 1 e 2 anos de idade, se houver hipermetropia o uso de óculos pode diminuir desvio.
Esotropia acomodativa: Ocorre em crianças hipermetropes, pela necessidade de acomodação causando desvio convergente. Surge entre 1 e 5 anos (2 – 3), mais evidente quando a criança está cansada;
Esotropia comitente: Surge entre 1 e 3 anos, tem início súbito, após estresse físico e emocional, sendo o desvio de grande intensidade e relacionado com história familiar. Tratamento cirúrgico e prognóstico relativamente bom;
A exotropia intermitente se manifesta entre os 2 e 8 anos, inicialmente só aparece quando o paciente está cansado ou se tampa um dos olhos. O tratamento é clínico até os 4 – 5 anos (óculos) após essa idade cirurgia.
Estrabismo incomitante: Desvio muda com as diferentes posições do olho, há limitação dos movimentos oculares (paresias/parestesias III, IV, VI);
Paresia congênita do oblíquo superior: Uma das causas mais comuns de desvio vertical. Causada por paralisia do IV nervo (troclear). Paciente inclina a cabeça sobre o ombro oposto do músculo par ético para alinhar os olhos.
Fonte: http://diagvisual.blogspot.com.br/2011/03/o-que-voce-precisa-saber-sobre-seu-olho.htmlFonte: http://www.universovisual.com.br/publisher/preview.php?edicao=0706&id_mat=1158
3. AMBLIOPIA
Do grego visão fraca;
“Baixa acuidade visual unilateral causada pelo desenvolvimento visual anormal secundário ao estímulo visual inadequado”;
Causada por imagem borrada (catarata) ou no estrabismo com preferência de um olho e supressão do outro;
Ocorrem alterações anatômicas em núcleo geniculado lateral e córtex visual.
Crianças são mais susceptíveis à ambliopia entre o nascimento e 7 anos de idade, ou no máximo 10 anos;
Quanto mais borrada a imagem, mais cedo e longo for a exposição ao estímulo anormal, maior será o déficit visual;
Maiores chances de ambliopia severa e irreversível: uma semana a três meses de idade;
Diferença de acuidade visual de três linhas ou mais na tabela de Snellen, sem patologia que a justifique.
É a causa mais comum de diminuição da visão na infância, varia de 0,7% a 4%, sendo mais frequente em populações menos assistidas;
Chances 4x maiores em: crianças com parentes de primeiro grau com ambliopia, prematuros e bebês de baixo peso;
Diferença de acuidade visual de três linhas ou mais na tabela de Snellen, sem patologia que a justifique.
Tipos e tratamento
Tipos: Ambliopia estrabísmica, ambliopia refrativa, ambliopia por privação;
O tratamento visa proporcionar imagem nítida para os dois olhos (correção dos erros de refração com óculos ou remoção da opacidade com cirurgia);
Ambliopia unilateral – oclusão do olho dominante.
4. DISTÚRBIOS REFRATIVOS
Hipermetropia: Doença refrativa mais comum na infância. 56% dos exames anormais em estudo feito no RJ com crianças de 0 a 12 anos;
Os objetos são focalizados atrás do plano retiniano, não havendo auxílio da acomodação, levando a perda da nitidez das imagens;
Hipermetropia axial: Globo ocular encurtado, com diâmetro ântero-posterior menor que o normal (mais comum).
80% das crianças nascem hipermetropes leves, tendo eixo curto (hipermetropia fisiológica). Dos 5 aos 12 anos o globo ocular se estende tornando-se emétrope;
Sinais e sintomas: Dificuldade para visão de perto, fadiga, cefaléia, dor ocular, sensação de peso, lacrimejamento entre outros.
Fonte: Medgrupo 2010. Oftalmologia Fonte: Medgrupo 2010. Oftalmologia
Miopia: Patologia frequente na infância, desenvolve-se entre os 8 – 14 anos, progredindo até os 20 – 25 anos, porém, pode surgir precocemente entre 5 – 8 anos ou tardiamente, após os 30 anos;
Os objetos são focalizados antes do plano retiniano, perdendo sua nitidez. A forma mais comum, miopia axial, é causada pelo alongamento do globo ocular;
A miopia congênita é caracterizada por altos graus desde o nascimento, sem progressão futura e precisa ser identificada rapidamente.
Fonte: Medgrupo 2010. Oftalmologia Fonte: Medgrupo 2010. Oftalmologia
Referências bibliográficas
Sociedade Brasileira de Pediatria. Tratado de Pediatria. Vol 2. Ed Manole;
KANSKI.J.J. Oftalmologia clínica – uma abordagem sistêmica. 5ª edição;
Sociedade Brasileira de Oftalmopediatria. Estrabismo. Disponível em: http://www.sbop.com.br/webforms/Interna.aspx?secao_id=136&s=Estrabismo&c=Estrabismo:-Sintomas,-Diagn%C3%B3stico,-Tratamento,-Preven%C3%A7%C3%A3o&campo=313;