aulas de jardinagem

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Aulas de Jardinagem. Sou a boca sedenta a pastar em teu corpo, ressuscitando o verde e o brilho dos teus olhos. Cheirando a mata que ainda resta em ti, plantando novas sementes. Sou jardineiro: planto flores em tua barriga, Depois sou abelha chupando o néctar que irá jorrar de tua nova vegetação. Por último sou homem saboreando o mel que por fim se espalhou por toda a tua pele. Trabalho árduo e completo, realizador despertar flores, onde só havia pudor ressuscitar a mulher que com o tempo se fechou saborear o que de novo se despertou. Sempre escutei que quem planta colhe e Chupa os frutos suculentos de árvores vigorosas plantadas em solo fértil e alimentadas pelo adubo mais rico. Serei o teu estrume a penetrar em tua seiva através de tuas raízes e serei então a tua própria seiva. Serei o fértil caldo que circula pelo teu tronco e por fim serei o fruto que comeremos juntos. Já posso sentir a gota de orvalho pingar em minhas mãos quando de manhã cedo for cuidar da plantação. Vou acariciar tua pele como pétalas de flores macias e suculentas e então vou regar o teu solo com o sol que estará nascendo. Quando entardecer e o inverno chegar, vou ver a flor se fechando e se guardando quando o sol for embora, não haverá mais jardineiro nesta hora. Será triste quando de novo o fruto cair de maduro.

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Poesia de Paulo Wenderson

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Aulas de Jardinagem

Aulas de Jardinagem.

Sou a boca sedenta a pastar em teu corpo,

ressuscitando o verde e o brilho dos teus olhos.

Cheirando a mata que ainda resta em ti,

plantando novas sementes.

Sou jardineiro: planto flores em tua barriga,

Depois sou abelha chupando o nctar

que ir jorrar de tua nova vegetao.

Por ltimo sou homem saboreando o mel que

por fim se espalhou por toda a tua pele.

Trabalho rduo e completo, realizador

despertar flores, onde s havia pudor

ressuscitar a mulher que com o tempo se fechou

saborear o que de novo se despertou.

Sempre escutei que quem planta colhe e

Chupa os frutos suculentos de rvores vigorosas

plantadas em solo frtil e alimentadas

pelo adubo mais rico.

Serei o teu estrume a penetrar em tua seiva

atravs de tuas razes e serei ento a tua prpria seiva.

Serei o frtil caldo que circula pelo teu tronco

e por fim serei o fruto que comeremos juntos.

J posso sentir a gota de orvalho pingar em minhas mos

quando de manh cedo for cuidar da plantao.

Vou acariciar tua pele como ptalas de flores macias e suculentas

e ento vou regar o teu solo com o sol que estar nascendo.

Quando entardecer e o inverno chegar,

vou ver a flor se fechando e se guardando quando o sol for embora,

no haver mais jardineiro nesta hora.

Ser triste quando de novo o fruto cair de maduro.

Porm, de hoje em diante,

no esquecers mais da flor radiante que um dia foi em minhas mos

e quem sabe um dia ser a jardineira da sua prpria vida.

E quem sabe eu ser um dia uma flor no teu jardim.Paulo Wenderson