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AUTO AVALIAÇÃO DOS CURSOS DA Ciências do I Grau Estudos Sociais Geografia História Letras Pedagogia - Itajaí Pedagogia - Tijucas NOVEMBRO / 1997

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AUTO AVALIAÇÃO DOS CURSOS

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Ciências do I Grau Estudos Sociais Geografia História Letras Pedagogia - Itajaí Pedagogia - Tijucas

NOVEMBRO / 1997

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

REITOR

Edison Villela

VICE REITOR Paulo Márcio Cruz PRÓ REITOR DE PESQUISA, PÓS GRADUAÇÃO E EXTENSÃO José Roberto Provesi PRÓ - REITORA DE ENSINO Sueli Petry da Luz PRÓ - REITOR DE ADMINISTRAÇÃO Danilo Melim FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS Diretor: Danilo Campestrini Vice Diretor: Osmar de Souza

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL:

- Maria Mersilda Pinheiro (Coordenadora)

- Amândia Maria de Borba

- Hanelore Henicka

- José Erno Taglieber

- Sandré Granzotto Macedo

DIGITAÇÃO: - Nilmar de Souza e Washington Luiz Tarnowski REVISÃO - Nair Therezinha Pereira da Silva EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA: - Marco Antônio Pinheiro IMPRESSÃO E ENCADERNAÇÃO: - Gráfica - UNIVALI

SUBCOMISSÕES DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL:

CIÊNCIAS DO 1º GRAU

Carla Fernandes G. A. Silva - Docente Pedro Valmir de Borba - Docente

ESTUDOS SOCIAIS

Walter Amaro Baldi - Docente Paulo Roberto Carvalho da Silva - Docente Edilamar S. Zimath - Acadêmica Jânio R. Pereira - Acadêmico Cristian R. Barriga - Acadêmico

GEOGRAFIA

Lizete de Oliveira Crispim - Docente Maria Luiza Piazza - Docente

HISTÓRIA

José Bento Rosa da Silva - Docente José Roberto Severino - Docente

LETRAS

José Marcelo Freitas de Luna - Docente Ivone Moraes Sarubbi - Docente

PEDAGOGIA - Itajaí

Maria Rosa Heleno Schulte - Docente Cinéria Vieira da Costa - Docente Maria Heidemann - Docente Aneli Pancotto de Barcelos - Acadêmica Ivan Chaves - Acadêmico

PEDAGOGIA - Tijucas

Hamilton Felisbino da Silva - Docente Marilena Laus Bayer - Docente Alaúdo Amorim de Souza Júnior - Acadêmico Lucinéia Meurer - Acadêmica Valdirene de Andrada - Acadêmica Cristina Martins V. Porciúncula - Bibliotecária

AGRADECIMENTOS

A Comissão de Avaliação Institucional entende que não poderia apresentar esta publicação, que é um

trabalho coletivo, sem antes agradecer e mencionar:

A Administração Superior da UNIVALI que foi sensível às necessidades de infra-estrutura de

atendimento ao funcionamento das Subcomissões de Avaliação durante este processo.

A Direção da FFCL por reconhecer e legitimar este processo.

O grupo de Docentes da FFCL, integrantes das Subcomissões de Avaliação dos Cursos, que aceitou o

desafio de coordenar o processo junto a seus pares, pesquisando, dialogando e divulgando os resultados do

trabalho realizado com eficiência e compromisso.

A professora Nair Therezinha Pereira da Silva pelo trabalho cuidadoso de revisão do texto dando a ele

um estilo agradável e primoroso de leitura.

Os funcionários da Secretaria da FFCL pelo atendimento cordial as solicitações de informações e dados

inerentes aos Cursos avaliados.

Todos os alunos e professores que se envolveram neste processo de auto-avaliação, pela coragem de

olhar a realidade do Curso, identificando seus limites e avanços e levantando possíveis ações para mudança.

SUMÁRIO

I -CURSO DE CIÊNCIAS DO I GRAU ............................................................................................. 19

1.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO .............................................................................. 20

1.1.1 Nome do Curso: Ciências __________________________________________________ 20

1.1.2 Ordenamentos Legais _____________________________________________________ 20

1.2 APRESENTAÇÃO........................................................................................................................ 21

1.3 HISTÓRICO DO CURSO ............................................................................................................ 22

1.4 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO............................................................. 23

1.5 INDICADORES DE CARACTERIZAÇÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS............................... 26

1.5.1 Nome do Curso: Ciências __________________________________________________ 26

1.5.2 Ordenamentos Legais _____________________________________________________ 26

1.5.3 Objetivos do Curso _______________________________________________________ 26

1.5.4 Perfil Profissiográfico_____________________________________________________ 27

1.5.5 Vagas Oferecidas _________________________________________________________ 27

1.5.6 Vestibulares _____________________________________________________________ 28

1.5.7 Infra-Estrutura do Curso __________________________________________________ 29

1.5.8 Da Organização Didático-Pedagógica do Curso________________________________ 32

1.5.9 Formas de Estágios _______________________________________________________ 41

1.5.10 Monitoria ______________________________________________________________ 42

1.5.11 Formas de Integralização Curricular _______________________________________ 44

1.5.12 Formas de Coordenação Didática do Curso __________________________________ 44

1.5.13 Turnos de Funcionamento ________________________________________________ 44

1.5.14 Corpo Dirigente _________________________________________________________ 44

1.5.15 Corpo Docente __________________________________________________________ 45

1.6 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO .................................................................................... 48

1.6.1 Necessidade do Curso - Justificativa _________________________________________ 48

1.6.2 Relação Candidato - Vaga__________________________________________________ 48

1.6.3 Evolução das Matrículas Semestrais - Evasão- Produtividade ____________________ 49

1.6.4 Evolução das Matrículas e Evasão nos Últimos Anos ___________________________ 50

1.6.5 Concluintes dos Cursos da univali - 1989 – 1994 _______________________________ 51

1.6.6 Infra-estrutura do Curso___________________________________________________ 53

1.6.7 Do Currículo do Curso e de sua Adequação ao Mercado de Trabalho _____________ 53

1.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................... 64

II - CURSO DE ESTUDOS SOCIAIS ................................................................................................ 65

2.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO ............................................................................. 66

2.2 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 87

2.3 HISTÓRICO.................................................................................................................................. 88

2.3.1 Da UNIVALI ____________________________________________________________ 88

2.3.2 Da Faculdade de Filosofia e do Curso de Estudos Sociais ________________________ 91

2.4 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO............................................................. 92

2.4.1 Período e Forma__________________________________________________________ 93

2.5 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO............................................................................................. 93

2.5.1 Clientela do Curso ________________________________________________________ 93

2.5.2 Horário de Funcionamento_________________________________________________ 93

2.5.3 Planejamento da FFCL, Dos Cursos e das Disciplinas __________________________ 93

2.5.4 Corpo Docente__________________________________________________________ 94

2.5.5 Professores e Alunos Pesquisadores__________________________________________ 95

2.5.6 Pesquisas Realizadas com os Egressos________________________________________ 95

2.6 DADOS PARA AVALIAÇÃO DO CURSO................................................................................ 95

2.6.1 Primeiro Seminário de Auto-avaliação do Curso_______________________________ 95

2.6.2 Levantamento de Dados conforme os Instrumentos dos Programas de Avaliação Institucional da UNIVALI ______________________________________________________ 97

2.6.3 Avaliação dos Acadêmicos pelos Professores _________________________________ 102

2.6.4 Avaliação do desempenho Docente__________________________________________ 102

2.7 PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DO CURSO...................................................................... 102

2.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................103

III - CURSO DE GEOGRAFIA ....................................................................................................... 106

3.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO ........................................................................... 110

3.2 APRESENTAÇÃO...................................................................................................................... 111

3.3 HISTÓRICO DO CURSO .......................................................................................................... 111

3.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO................................................................................................... 112

3.4.1 Período e forma da composição da subcomissão ______________________________ 112

3.4.2 As grandes etapas desenvolvidas no atingimento das metas _____________________ 113

3.4.3 Metodologia utilizada ____________________________________________________ 114

3.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO .................................................................................. 115

3.5.1 Análise do desempenho global do Curso no período avaliado - 1990 - 1996/I _______ 115

3.5.2 Discussão do enfoque do Currículo do Curso e da sua adequação ao mercado de trabalho. ____________________________________________________________________ 117

3.5.3 Destaques das atividades mais significativas do Curso._________________________ 118

3.5.4 Situação do Curso no contexto da Faculdade/Universidade/Contexto nacional _____ 119

3.5.5 Análise do desempenho do Corpo Docente ___________________________________ 121

3.5.6 Avaliação das condições gerais de trabalho __________________________________ 122

3.5.7 Ações Administrativas / Pedagógicas________________________________________ 125

3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................127

3.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 128

IV - CURSO DE HISTÓRIA............................................................................................................ 130

4.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO ........................................................................... 131

4.2 APRESENTAÇÃO...................................................................................................................... 132

4.3 HISTÓRICO DO CURSO .......................................................................................................... 133

4.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO................................................................................................... 133

4.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO .................................................................................. 134

4.5.1 Análise do desempenho global do curso de História no período avaliado(1990-1996). 134

4.5.2 Discussão do enfoque do Currículo do Curso e de sua adequação ao mercado de trabalho. ____________________________________________________________________ 135

4.5.3 Destaque das atividades mais significativas do Curso __________________________ 137

4.5.4 Como se situa a atuação do Curso no contexto da Faculdade, Universidade, bem como no contexto nacional __________________________________________________________ 140

4.5.5 Análise apreciativa do desempenho docente __________________________________ 141

4.5.6 Avaliação das condições gerais de trabalho __________________________________ 142

4.5.7 Ações a serem desenvolvidas_______________________________________________ 143

4.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................143

V CURSO DE LETRAS.................................................................................................................... 141

5.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO................................................................................................. 142

5.2 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 143

5.3 HISTÓRICO DO CURSO DE LETRAS................................................................................... 144

5.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO................................................................................................... 147

5.5 ANÁLISE DO DESEMPENHO GLOBAL DO CURSO: PERÍODO 1990 1996/1 ............... 150

5.5.1 Currículo do Curso de Letras: Suas Reformulações e Adequação ao Mercado de Trabalho ____________________________________________________________________ 150

5.5.2 O Novo Currículo na Opinião de Professores e Alunos do Curso ________________ 153

5.5.3 Análise apreciativa do corpo docente do curso________________________________ 169

5.5.4 Outras Atividades do Curso________________________________________________ 171

5.5.5 Infra-estrutura do Curso__________________________________________________ 174

5.6 PERSPECTIVAS DE MUDANÇAS: OS AGENTES E SUAS AÇÕES ................................. 175

5.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................176

5.8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 178

VI - CURSO DE PEDAGOGIA - ITAJAÍ........................................................................................ 179

6.1 APRESENTAÇÃO...................................................................................................................... 180

6.2 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 181

6.3 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA ..... 183

6.4 O CURSO DE PEDAGOGIA NA UNIVALI E SUA HISTÓRIA........................................... 186

6.5 CONCEPÇÃO E OBJETIVO DO CURSO .............................................................................. 187

6.6 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO ............................................................................................... 187

6.7 CAMPOS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO........................................................................... 188

6.8 CURSO DE PEDAGOGIA EM NÚMEROS ............................................................................ 189

6.9 INFRA-ESTRUTURA DO CURSO........................................................................................... 197

6.9.1 Espaço Físico ___________________________________________________________ 197

6.9.2 Distribuição das Salas ____________________________________________________ 198

6.9.3 Levantamento dos Títulos dos Periódicos da Biblioteca Central Comunitária______ 199

6.9.4 Recursos Audiovisuais____________________________________________________ 199

6.9.5 Órgãos Financiadores da Pesquisa para o Curso ______________________________ 200

6.10 ESTÁGIOS: LEGISLAÇÃO, OBJETIVOS E ETAPAS DO SEU DESENVOLVIMENTO207

6.11 PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CONTEXTO DO CURSO DE PEDAGOGIA ..................................................................................................................................... 209

6.12 CORPO DOCENTE.................................................................................................................. 211

6.13 FORMAS DE INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR: SEMINÁRIOS, SIMPÓSIOS, SEMANAS DE PEDAGOGIA E ENCONTROS........................................................................................................ 216

6.14 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO DE PEDAGOGIA ................................................ 220

6.14.1 O desenvolvimento Curricular ____________________________________________ 220

6.14.2 Os avanços significativos do Curso, são pontuados pelos pesquisados. ___________ 221

6.14.3 As metodologias, técnicas e/ou instrumentos mais utilizados no desenvolvimento curricular são ________________________________________________________________ 221

6.14.4 Dinâmica de Planejamento das Aulas e das Disciplinas________________________ 222

6.14.5 Quanto à Compatibilização do Curso de Pedagogia ao Mercado de Trabalho: ____ 222

6.14.6 O currículo atual do Curso e a formação Profissional. ________________________ 222

6.14.7 Percepções do Docente e Discente em Relação ao Curso _______________________ 223

6.14.8 Valorização do Curso pela Sociedade ______________________________________ 224

6.14.9 Situação do Curso no Contexto da UNIVALI________________________________ 225

6.15 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................... 237

VII - CURSO DE PEDAGOGIA - TIJUCAS.................................................................................. 239

7.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO................................................................................................. 240

7.2 APRESENTAÇÃO...................................................................................................................... 241

7.3 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL......................... 241

7.4 HISTÓRICO DO CURSO DE PEDAGOGIA E A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS III DA UNIVALI EM TIJUCAS ..................................................................................................................................... 242

7.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO .................................................................................. 244

7.5.1 Perfil do Curso: Alunos Egressos, Transferidos, Evadidos e Desistentes _________ 245

7.5.2 Evasões, Transferências e Desistências de Alunos _____________________________ 246

7.5.3 Objetivos do Curso e Perfil Profissional ____________________________________ 247

7.5.4 Titulação do Corpo Docente _______________________________________________ 248

7.5.5 Pesquisa e Extensão ______________________________________________________ 249

7.5.6 Acervo Bibliográfico _____________________________________________________ 250

7.6 OBJETIVOS E PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DO CURSO DE PEDAGOGIA - CAMPUS III NA VISÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES DESTE CURSO......................................................... 250

7.6.1 Dados coletados através de questionários aplicados aos alunos do primeiro ao oitavo Período do curso de Pedagogia - Campus III.______________________________________ 250

7.6.2 Dados coletados através de questionário aplicado aos professores do Curso de Pedagogia - UNIVALI - Campus III _____________________________________________ 255

7.7 SUGESTÕES APRESENTADAS PELOS PROFESSORES E ALUNOS PARA MELHORAR O CURSO DE PEDAGOGIA - CAMPUS III ...................................................................................... 258

7.7.1 Sugestões Apresentadas pelos Docentes ______________________________________ 258

7.7.2 Sugestões Apresentadas pelos Alunos para Melhorar o Curso de Pedagogia - Campus III__________________________________________________________________________ 260

7.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................265

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................. 266

ANEXOS ............................................................................................................................................. 267

11

APRESENTAÇÃO

Esta publicação reúne os relatórios de auto-avaliação dos Cursos de Letras, História, Geografia,

Ciências do I Grau, Estudos Sociais e Pedagogia (Campus I e III - Itajaí e Tijucas), realizada no período de abril

a outubro de 1996. Mesmo tendo acontecido num período determinado, o processo encontra-se em aberto, pois a

Avaliação, enquanto processo, se constitui num permanente diagnosticar, identificando pontos fracos e de

sucesso do Curso, delineando ações que apoiem o crescimento institucional.

A avaliação como processo presente no Programa de Avaliação Institucional da UNIVALI está afinado

com valores e metodologias de um processo que garanta a discussão, a participação dos envolvidos e a

divulgação dos resultados visando a sua qualidade. Como tal, a qualidade, em si, não pode ser medida, no seu

sentido estrito, mas pode ser compreendida com o auxílio de instrumentos analíticos e estatísticos. Corroboram

ainda a discussão e a transparência dos diagnósticos. O conjunto dessas iniciativas, integrando a Avaliação

Institucional, garantem-lhe maior abertura e as informações, assim constituídas, se tornam de domínio público ao

mesmo tempo em que ampliam e aprofundam o conhecimento que temos da UNIVALI.

O presente documento, comporta os dossiês avaliativos de cada Curso organizados pelas Subcomissões

de Avaliação constituídas por professores, alunos e funcionários. Os dossiês, das mais diversas formas,

apresentam tabulações, análises, recomendações e sugestões. É importante destacar que esta publicação tem

caráter diagnóstico e contém a especificidade de cada Curso em seus avanços e dificuldades. O estilo, a

formatação e a metodologia de cada auto-relatório, estampam a cultura e o entendimento de cada grupo auto-

avaliado.

Enquanto documento sistematizado do processo de Auto-Avaliação dos Cursos, os auto-relatórios serão

apresentados como subsídios às Comissões de Avaliação Externa que visitarão a UNIVALI em 1998. Essa

Avaliação constitui uma das etapas do Programa de Avaliação Institucional da UNIVALI que consta no projeto

inicial aprovado pelo PAIUB/MEC. Nessa etapa, o olhar dos peritos em avaliação e ensino que constituirão as

comissões emitirão um parecer avaliativo dos Cursos através da metodologia da observação in loco e análise

documental. Isso garante que este processo não será alheio à comunidade interna, que está acompanhando o

processo via colegiado de Cursos.

A Comissão de Avaliação Institucional da UNIVALI espera que esta publicação possa subsidiar as Pró-

Reitorias, Direções e Coordenações dos Cursos, Professores e Alunos em seus projetos acadêmicos na direção de

uma maturidade institucional que possa “ fixar-se no desenvolvimento homogêneo de suas partes, concentrando

esforços (...) emprestando nova dinâmica àqueles segmentos porventura estagnados e sem

definição”(SOBRINHO, 1994, p. 21).

Enfim, conhecer a história do Curso no qual trabalhamos, estudamos e convivemos é compreendermos

um pouco da constituição da nossa identidade enquanto sujeitos sociais/profissionais.

INTRODUÇÃO

A UNIVALI nos seus trinta e três anos de ensino, e nos últimos oito anos como Universidade, vêm

desenvolvendo a avaliação de suas atividades no sentido de prestar contas à sociedade da relevância de seus

serviços prestados, e aos órgãos competentes, da legitimidade de seu trabalho acadêmico científico.

No seu processo de expansão a cada reconhecimento de um novo Curso, se procede o levantamento de

dados, relatórios, opiniões e discussões diversas em seminários internos, no sentido de se compor um julgamento

da realidade e uma tomada de decisões que abranjam a Universidade como um todo.

No entanto, um processo mais sistemático e dinâmico de Avaliação Institucional desencadeia-se na

UNIVALI a partir de Março de 1994 com indicadores de qualidade aprovados pelo PAIUB (Programa de

Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras), coordenado pelo SESU/MEC.

Uma avaliação de qualidade deverá pautar-se por uma metodologia participativa que favoreça a

transparência dos critérios de julgamentos, a diversidade de opiniões e a possibilidade de auto crítica dos

envolvidos no processo.

Com esta direção, os Cursos de Graduação da Faculdade de Filosofia da Universidade do Vale do Itajaí

desenvolveram sua Auto Avaliação pesquisando a realidade do Curso, através de seminários de discussão dos

resultados levantados, opiniões coletadas no processo e outros documentos informativos da vida do curso.

Este exercício de auto análise foi um momento de grande importância para professores, alunos,

coordenadores e funcionários que avançaram nos procedimentos de troca de informações, realizando análises

mais compreensivas das relações que determinam a realidade do seu Curso.

Esta publicação reúne os Auto relatórios dos Cursos que integram a Faculdade de Filosofia, pois foram

os primeiros que desencadearam este processo conforme o cronograma e roteiro sistematizado no anexo I desta

publicação.

Os auto relatórios são documentos legítimos, sínteses apreciativas ainda que provisórias da realidade

institucional. Os textos apresentam grandes contribuições para repensarmos o caminho das licenciaturas no

sentido de legitimá-las como instrumentos de equalização social.

O dossiê avaliativo do curso de Ciências do I Grau (criado em 1991) é avaliado por seus pares sob a

ótica da sua possível extinção e/ou transformação em licenciatura plena pela implantação do Curso de Ciências

Biológicas.

O auto relatório do Curso de Estudos Sociais apresenta a síntese de uma investigação minuciosa

mostrando a real situação das licenciaturas e em especial a de Estudos Sociais, enquanto licenciatura curta. O

documento enfatiza a ausência de um processo interdisciplinar entre as licenciaturas o que tem, de certa forma,

desarticulado o Curso com o atual momento histórico.

A síntese avaliativa do Curso de Geografia discute todos os elementos que compõem a vida acadêmica,

analisando situações específicas pontos positivos e negativos, o que resultou em dados suficientes para a

indicação de estratégias em favor da qualidade de ensino do mesmo.

O auto relatório do Curso de História traz uma radiografia da realidade do Curso nos últimos cinco anos

permitindo aos pares visualizar os avanços e os obstáculos presentes “não como expressão da cegueira proposital

ou da incapacidade involuntária” mas como um compromisso a ser assumido por todos.

16

O relatório do Curso de Letras analisa as múltiplas variáveis quantitativas e qualitativas que têm

dimensionado “os pontos fracos que parecem muitas vezes fossilizados”. No entanto o processo faz diagnósticos

de uma grande disposição e flexibilidade de se renovar, crescendo em direção da qualidade.

O documento síntese da Auto-Avaliação do Curso de Pedagogia - Itajaí Campus I; registra os anseios,

os avanços, e os fatores limitadores da qualidade do Curso. A partir destas questões o relatório aponta as

possíveis ações de melhoria para o Curso.

O auto relatório do Curso de Pedagogia - Tijucas Campus III, evidencia os aspectos históricos da

implantação do Campus e do próprio Curso, suas necessidades de integração no ensino, na pesquisa e na

extensão.

Além da riqueza e diversidade dos enfoques avaliativos desenvolvidos em cada Auto Relatório de

Curso, esta publicação sistematiza, nas considerações finais, os pressupostos, os objetivos, os processos e os

resultados deste momento de reflexão coletiva, delineando os avanços e as conquistas, os fatores limitadores e as

ações planejadas para a melhoria da qualidade das licenciaturas na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da

UNIVALI.

17

MANIFESTAÇÃO DA DIREÇÃO DA FFCL

Inicialmente, queremos enfatizar a importância da Auto-Avaliação dos Curso da FFCL. Constitui-se

como primeiro passo de um processo de reflexão coletiva na busca de melhoria da qualidade das atividades

acadêmicas: ensino, pesquisa e extensão.

Sabemos das dificuldades estruturais e humanas de um emprendimento novo dessa magnitude.

Reconhecemos o valor da Auto-Avaliação em uma instituição que ainda não tinha desenvolvido um ambiente

onde a cultura auto-avaliativa do fazer pedagógico estivesse completamente compreendida, aceita por todos e

implantada. É um desafio necessário a ser enfrentado por todos os segmentos da instituição.

O atual contexto, já delineado pela ciência como “pós-moderno”, enfatizando as mais diferentes formas

de relações em nosso meio, exige decisões que devem ser tomadas rapidamente para responder desafios sempre

emergentes e mutantes. O desafio histórico que se põe hoje torna necessário o auto-conhecimento estrutural,

orgânico e funcional da Instituição - UNIVALI.

A capacidade de tomada de decisões rápidas, acertadas e a capacidade de resolver problemas complexos

são melhor atingidos mediante uma atitude “que possibilite refletir mais e fazer melhor” do que a fundamentada

apenas na percepção ou no agir reflexo. Somente conseguem êxito na solução de problemas complexos e estarão

preparados para o desafio, pessoas/instituições que sabem diagnosticar, negociar e replanejar suas ações.

Frente a isso, perguntamos: Em que sentido as informações presentes neste relatório de auto-avaliação

podem nos ajudar a responder a este contexto? Que significado possuem?

É compreensão da Direção da FFCL que o conjunto das informações que constam deste documento

devem ser vinculadas ao contexto espaço-temporal e à diversidade de procedimentos e de seus agentes

produtores. Se de um lado, não se trata de um produto livre de contexto, mas de um processo vivo e dinâmico de

pessoas concretas que vivem dentro de condições determinadas dentro de uma instituição, de outro, expressam as

buscas, os conflitos e contradições de uma instituição que se estrutura e se diferencia. Este segundo aspecto é

vital, pois somente a atitude que priorize o refletir sobre o fazer poderá compreender os desafios.

As informações, em si, devem ser consideradas e reflexionadas pelos seus indicativos: 1) explícitos,

ditos, repetidamente, com convicção, das mais diferentes formas e práticas; 2) implícitos, que podem ser lidos

nas entrelinhas e nas meias palavras do documento; 3) não mencionados, pois se constituem ainda em elementos

inexplorados ou por que não foram ainda incorporados pelos seus autores ou por se constituírem em zonas de

resistência.

A auto-avaliação, do ponto de vista temporal, pelo conjunto de informações apresentadas num

determinado momento passado, representa sua perspectiva diagnóstica. Mas tomando as informações, pelo que

elas projetam, elas delineiam o vir a ser pretendido e presente de forma embrionária pelo conjunto dos seus

agentes históricos. Assim sendo, a auto-avaliação, ao mesmo tempo que mostra um auto-retrato como tal, ainda,

aproximativo da realidade, explica e põe a descoberto as potencialidades e os objetivos perseguidos.

Na palavra auto-avaliação, o prefixo auto explica a inversão da perspectiva externalista dominante no

sentido mais corrente da avaliação e assume o desafio de se ter um olhar crítico sobre o conjunto de práticas e

procedimentos desenvolvidos pelos agentes dos Cursos da FFCL, identificando os descaminhos, os acertos e os

18

caminhos que se desejaria trilhar. Essa prática representa um avanço em relação à avaliação por representar, da

parte dos seus agentes, envolvimento e o assumir ativo do processo de crescimento.

Por fim, a auto-avaliação põe-se diante de um duplo desafio. De um lado existe toda um cultura

universitária interna, práticas construídas e referendadas ao longo dos 33 anos de existência da FFCL / UNIVALI

que necessitam de um exame profundo, para melhorar, transformar e ressignificar a ação docente. Por outro lado,

existem forças externas que influenciam e determinam valores e ações contra os quais a Universidade pouco ou

nada pode fazer. Mas a Universidade por força dos seus objetivos é agente de transformação social e precisa

reconhecer e administrar essas forças. O desafio é exatamente este: “Como articular as forças internas e externas

na consecução da transformação social?”

A auto-avaliação é o começo de um processo de auto-compreensão dos fatores intervenientes e os

avanços conseguidos e deve continuar através de: 1) pesquisa em todos os campos dos saberes e ciências que

fundamentam a prática educativa e a formação dos educadores; 2) práticas inovadoras para resolver problemas

persistentes da formação dos professores; 3) habilidades e atitudes para trabalhar com o novo, com o incerto,

com o aleatório do contexto educacional; 4) desenvolvimento de uma atitude reflexiva crítica na busca da

qualidade da ação docente no trabalho da transformação social.

Analisar, aprofundar, conformar, discutir, estudar ... as informações que constam deste documento é

vivificá-las, é corporificá-las ainda mais; guardá-las nas gavetas é fazê-las definhar e não alimentar as nossas

práticas e nossas vidas.

A UNIVALI é uma Universidade em construção, é o resultado do que fizemos e somos. Não é uma

instituição perfeita, possui contradições e desencontros, mas caminha e cresce com a participação das pessoas

concretas que nela trabalham, estudam e refletem os seus afazeres e sua estrutura.

19

I -CURSO DE CIÊNCIAS DO I GRAU

SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

Carla Fernandes G. A. Silva

Pedro Valmir de Borba

20

1.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO

1.1.1 Nome do Curso: Ciências

Habilitações: Habilitação Plena em Matemática

Habilitação Plena em Biologia

1.1.2 Ordenamentos Legais

a) Autorização -

Parecer do CEPE: nº 04/91 - aprova o projeto da criação do curso

Resolução: nº 06/91/CUn - UNIVALI - aprova a criação do Curso de Ciências, com habilitação em

Matemática e Biologia.

b) Reconhecimento do Curso de Ciências - Licenciatura de 1º Grau

Parecer nº 335/93 do CEE, aprovado em 20/12/93, com alterações do Parecer nº 199/95/CEE - SC.

Portaria nº 537 de 13 de abril de 1994 - Reconhecimento do Curso de Ciências, Licenciatura de 1º grau.

c) Reconhecimento do Curso de Ciências - Habilitações de Biologia e Matemática

Portaria nº 1200 do MEC, de 05 de setembro de 1996 - Reconhecimento

Habilitação Plena em Biologia

Habilitação Plena em Matemática

21

1.2 APRESENTAÇÃO

A UNIVALI assumiu o compromisso político de auto-avaliar-se através da implantação de um Programa

de Avaliação Institucional, a partir de 1994, com vistas a um processo de auto crítica e reformulação de ações

visando uma construção de qualidade no cotidiano desta Universidade.

O relatório que ora apresentamos é fruto da análise dos dados levantados após a aplicação dos

questionários junto aos professores e alunos, além da coleta de subsídios junto aos diferentes órgãos desta

Universidade e um seminário do qual participaram professores e alunos. Salientamos ainda que o presente

relatório apresenta excertos do Processo de Reconhecimento do referido Curso.

Os elementos contidos neste documento merecem um aprofundamento nas análises e conseqüentes

decisões.

A seguir são relacionados, detalhadamente, os dados referentes ao histórico do curso, histórico da

comissão, indicadores de caracterização do curso, análise qualitativa do curso e as considerações finais, que se

espera, deverão servir de subsídios para o estabelecimento de estratégias e metodologias inerentes ao próprio

Processo de Avaliação Institucional.

22

1.3 HISTÓRICO DO CURSO

Desde sua criação a UNIVALI tem como linha básica de ação “atuar no ensino de graduação para a

ampliação da área básica dos conhecimentos humanos com Cursos de Ciências, Matemática, Física, Química, e

Biologia” (FEPEVI, 1986:34). O documento de reconhecimento do Curso informa que a UNIVALI apresenta um

corpo docente qualificado, com excelente infra-estrutura, amplas salas de aula, salas-ambiente, laboratórios, um

acervo bibliográfico considerável e outros recursos humanos e materiais que contribuem para a melhoria da

qualidade do Ensino de Ciências.

O Curso de Ciências, Licenciatura de I Grau, Habilitação Plena em Biologia e Habilitação Plena em

Matemática nasceu da necessidade premente de profissionais habilitados nas disciplinas de Ciências do I Grau, e

Biologia e Matemática do 2º grau, nas escolas da rede pública e privada da região de abrangência da UNIVALI e

Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI).

A UNIVALI preparou-se desde 1986 para a criação desse curso através da contratação e capacitação de

professores, construção e organização de laboratórios, aquisição de acervo bibliográfico e planejamento

curricular dos Cursos de Ciências do I Grau, de Biologia e de Matemática. Em 1986 enviou carta consulta ao

egrégio Conselho Estadual de Educação solicitando a criação de tais cursos. Recebeu o parecer favorável para a

criação, através do Parecer 429/1988/CEE, de 27/09/1988. Em 1990-91 foi elaborado projeto e apresentado ao

Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) dessa Universidade, em 10/03/91, que emitiu parecer

favorável para a implantação do Curso de Licenciatura de Ciências de I Grau - Habilitação em Matemática e

Biologia - Parecer 04/91 CEPE de 10 de abril de 1991. A implantação foi aprovada pelo Conselho Universitário

(CUn) da Universidade em 29 de abril de 1991, através da Resolução nº06/1991/CUn.

Neste mesmo semestre foi realizado o primeiro vestibular com 139 candidatos entre 1ª e 2ª opções,

sendo aprovado 60, que ingressaram na Universidade em agosto de 1991 no Curso de Ciências, Licenciatura de I

Grau.

A primeira turma do Curso de Ciências, Licenciatura de 1º grau teve sua formatura no 1º semestre de

1994 contando com 19 formandos. A formatura da primeira turma de Matemática - Habilitação Plena, aconteceu

no segundo semestre de 1995, sendo que das 14 matrículas efetivadas, apenas 05 concluíram. Já a formatura da

primeira turma em Biologia, Habilitação Plena, ocorreu no primeiro semestre de 1996, quando 16 alunos

concluíram o curso.

O Curso de Ciências, Licenciatura de I Grau foi reconhecido pelo Parecer nº 335/93 do Conselho

Estadual de Educação, sendo homologado pela Portaria Ministerial nº 537, de 13 de abril de 1994. O Parecer nº

335/93/CEE foi recentemente alterado pelo Parecer nº 199/96/CEE, de 07/11/1996.

Analisando a evolução das inscrições nos últimos vestibulares, constatou-se uma discrepância entre a

relação do número de candidatos inscritos e vagas oferecidas, conforme mostra o item 1.6.2. dos indicadores de

caracterização do Curso de Ciências.

Diante deste quadro e visando uma reestruturação do Curso de Ciências, em 1995/I, conforme edital do

vestibular, foi oferecido, em caráter experimental, o Curso de Ciências sob regime especial.

Desde 1995/II, não mais foram oferecidas vagas no vestibular para o Curso de Ciências da UNIVALI.

23

Em 1996/I, as vagas do Curso de Ciências foram ocupadas pelo Projeto Magister - com habilitação em

Matemática, segundo informações obtidas junto à Pró-Reitoria de Ensino.

Uma outra versão, quanto ao destino das vagas do Curso de Ciências, segundo seu coordenador, Prof.

Dr. José Erno Taglieber, é que a desativação do Curso de Ciências estaria condicionada à implantação dos cursos

de Biologia e Matemática - habilitação Plena, o que não aconteceu até o momento.

1.4 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO

A Comissão de Avaliação Institucional é fruto do compromisso político assumido pela UNIVALI de

auto avaliar-se através da implantação de um Programa de Avaliação Institucional, a partir de 1994.

Os objetivos desta Comissão de Avaliação são os seguintes:

1. Impulsionar um processo criativo de auto-crítica da instituição, como evidência da vontade política de

auto avaliar-se e de prestar contas à sociedade da consonância da ação universitária com as demandas científicas

e sociais da atualidade.

2. Conhecer, numa atitude diagnóstica, como se realizam e como se interrelacionam, na Universidade, as

tarefas acadêmicas em suas dimensões de ensino, pesquisa, extensão e administração.

3. Restabelecer compromissos com a sociedade, explicando as diretrizes de um projeto pedagógico e os

fundamentos de um programa sistemático e participativo de avaliação, que permita o constante reordenamento,

consolidação e reformulação das ações da Universidade.

4. Repensar objetivos, modos de atuação e resultados na perspectiva de uma Universidade mais coerente

com o momento histórico em que se insere.

5. Estudar e propor mudanças no cotidiano das tarefas acadêmicas do ensino, da pesquisa e da extensão,

contribuindo para a elaboração de projetos socialmente legitimados e relevantes.

Dentre os instrumentos do Programa estabelecido estão:

INSTRUMENTOS CRONOLOGIA IA.1 - Questionário de Avaliação Geral Outubro/94 IA.2 - Questionário de Avaliação Docente Julho/95 IA.3 - Questionário de Avaliação das Turmas pelos Professores Julho/95 IA.4 - Questionário de Avaliação do Desempenho do Professor Agosto/95 IA.5 - Questionário de Expectativas do Curso Iniciado Setembro/95 IA.6 - Relatório de Auto-Avaliação do Curso Ag/nov/95

Em meados de abril de 1996 a Comissão Institucional forneceu os subsídios para o Relatório de Auto-

Avaliação do Curso, na forma de um documento no qual estimula a discussão qualitativa a ser desencadeada,

proporcionando o julgamento interno da qualidade e necessidades mais prementes do Curso, dentro de cada

24

unidade.

O mesmo documento estimula o envolvimento de todos os agentes do trabalho acadêmico-científico

para que o conjunto de informações, documentos e conceitos básicos conduzam, através da integração do grupo,

a apreensão da realidade do Curso garantindo o poder de argumentação nas possíveis reivindicações de melhoria,

resolvendo os problemas levantados.

A proposta de formação de uma subcomissão de Auto-Avaliação constituída pelo coordenador e/ou Diretor

do Curso, dois professores eleitos pelos pares, 3 alunos indicados pelo D.A. do Curso e um funcionário

administrativo indicado pelos pares (da Secretaria), culminou na nomeação dos professores nos diferentes cursos

através da portaria nº116/96 a partir de 15/05/96 a 15/10/96, de 02 de maio de 1996.

A inexistência de D.A. no Curso de Ciências e do funcionário administrativo reduziu significativamente

o número de elementos, alterando o cronograma previamente estipulado de março/1996 a julho do mesmo ano.

Coube à subcomissão de Auto-Avaliação a elaboração do seguinte cronograma, tendo em vista a

execução da etapa mencionada:

25

QUADRO 01

METAS OPERACIONALIZAÇÃO TEMPO (DIA/MÊS) PESSOAL ENVOLVIDO

1. Formação da subcomissão de Avaliação Institucional

- Contato formal com a direção e/ou Comissão Central de Avaliação e definição da subcomissão

22/04 - Coordenador do curso - Professores (2) - Alunos (2)

2. Levantamento dos atos legais do curso - Consulta documental 24/04 - Funcionários (1) - Professores - Conselho Central - Pró-Reitoria Acadêmica

3. Levantamento dos dados estatísticos referentes a: Vagas oferecidas, Vestibulares, Matrícula, Concluintes. // Evolução 90 - 95.

- Consulta documental 24/04 (90-93) a

08/05

- Professores - Comissão Central - Pró-Reitoria Acadêmica

4. Levantamento de infra-estrutura do curso: Espaço físico ocupado pelo curso; acervo bibliográfico; informatização do curso; convênios realizados; laboratórios; multimeios.

- Consulta documental - Entrevista - Pesquisa in loco

02/05/96 a

31/05/96

- Professores - CPD - Comissão de Avaliação - Diretor do Curso - Coordenador -Pró-Reitoria Administrativa - Bibliotecárias

5. Levantamento do perfil profissiográfico do curso - Pesquisa documental 30/05/96 - Professores - Pró-Reitoria Acadêmica

6. Tabulação e análise dos dados obtidos nos itens anteriores

- Tratamento estatístico dos dados - Estudo qualitativo dos dados obtidos - Redação

junho 96 - Subcomissão

7. Levantamento do currículo pleno do Curso - Pesquisa documental - Entrevistas - Contato com a comissão

julho 96

- Coordenador do Curso - Diretor - Orientador do estágio - Coordenador do Estágio

8. Mapeamento do corpo docente: a. Situação funcional b. Produtividade

- Questionário (aspectos 12 e 13) - Pesquisa documental - Entrevista - Tratamento dos dados

julho 96 - Secretária Acadêmica

9. Mapeamento do corpo discente - Questionários - Pesquisa documental - Tratamento dos dados

maio 96 - Professores - alunos - ProPPEx

10. Montagem do relatório - Tratamento estatísticos dos dados - Estudo dos dados levantados numa visão qualitativa

agosto e setembro 96

- Subcomissão - Alunos - Coordenador - Funcionários

11. Apresentação e discussão do perfil do Curso - Seminário de avaliação setembro 96 - Alunos - Professores

12. Entrega do relatório outubro 96

26

1.5 INDICADORES DE CARACTERIZAÇÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS

1.5.1 Nome do Curso: Ciências

Habilitações: Habilitação em Ciências do Primeiro Grau

Habilitação Plena em Matemática, ou

Habilitação Plena em Biologia

1.5.2 Ordenamentos Legais

a) Autorização

Parecer do CEPE: nº 04/91 - aprova o projeto da criação do curso

Resolução: nº 06/91/CUn - UNIVALI - aprova a criação do Curso de Ciências, com habilitação em Matemática

e Biologia.

b) Reconhecimento do Curso de Ciências - Licenciatura de I Grau

Parecer nº 335/93 do CEE, aprovado em 20/12/93, com alterações do Parecer nº 199/95/CEE - SC.

Portaria nº 537 de 13 de abril de 1994 - Reconhecimento do Curso de Ciências, Licenciatura de I grau.

Portaria nº 1222 do MEC de 05 de setembro de 1996

Habilitação Plena em Biologia - Habilitação Plena em Matemática

1.5.3 Objetivos do Curso

Considerando-se as linhas básicas de ação da UNIVALI, no ensino de graduação, as quais privilegiam

dentre outras diretrizes:

“. ensino centrado no aluno;

. ensino pela liberdade de ação pedagógica;

. ensino voltado para a integração de objetivos, conteúdos e métodos;

. ensino fortalecido por um Projeto Político - Pedagógico;

. ensino crítico, dinâmico e instrumental..” (FEPEVI, 1986:34), propõe-se como objetivo geral para a

Licenciatura de Ciências (modalidade de curta duração) e para as Habilitações Plenas: formar o professor -

educando de Ciências, através de um projeto de construção coletiva do conhecimento, que enfatize o

desenvolvimento de uma atitude crítica frente à realidade que o envolve, bem como, que seja ele o promotor de

ações conjuntas sobre esta mesma realidade, transformando-a no sentido da melhoria da qualidade de vida

humana.

27

1.5.4 Perfil Profissiográfico

O perfil do profissional egresso de Licenciatura em Ciências (de curta duração) e das habilitações

específicas (Biologia e Matemática) embasa-se numa concepção filosófico-didática. Isto é, objetiva-se

contribuir para com a formação de um educador que seja capaz de desenvolver sua prática pedagógica, a partir

de uma visão concreta da realidade sócio-cultural em que está inserido.

Assim, pretende-se que este educador em Ciências seja um indivíduo competente, técnica e

politicamente. Para tanto, há de se garantir uma formação acadêmica de ordem teórico-pedagógica norteada

pelos pressupostos de uma visão interdisciplinar de Ciências.

É importante que se especifique o entendimento sobre competência técnica e política. Por competência

técnica, expressa-se a capacidade do indivíduo para:

. desenvolver um processo ensino-aprendizagem que privilegie a articulação teoria-prática;

. elaborar material instrucional adequado à realidade em que atua (produção de equipamentos, de textos,

de recursos audiovisuais ...);

. promover a participação ativa e reflexiva de seus futuros educandos, em todos os momentos do

processo ensino-aprendizagem;

. implementar projetos de pesquisa que correspondam às expectativas da comunidade;

. desenvolver o processo ensino-aprendizagem centrado no aluno, atendendo às diferenças quanto ao

processo de maturação psico-biológica do mesmo, de forma diretiva, mas não autoritária.

Por competência política, expressa-se a capacidade do educando para:

. analisar criticamente o contexto histórico-político-educacional do brasileiro;

. compreender as diferentes formas de produção a aplicação do conhecimento científico;

. favorecer o processo de conscientização dos educando.

Portanto, são qualidades necessárias a este profissional da educação: ser questionador, reflexivo,

participante, comprometido com a transformação do processo educativo veiculado nas escolas de 1º e 2º graus.

1.5.5 Vagas Oferecidas

a) Total anual: Até 1993/II - 120 A partir de 1994/I - 100

b) Total semestral: Até 1993/II - 60 A partir de 1994/I - 50

28

1.5.6 Vestibulares

a) Evolução das Inscrições nos Últimos Anos

QUADRO 2 -

ANO/ SEMESTRE

VAGAS INSCRIÇÕES NO VESTIBULAR RELAÇÃO CANDIDATO / VAGA

1ª Opção 2ª Opção 1ª Opção 2ª Opção

1991/II 60 59 80 0,98 1,33 1992/I 60 51 96 0,85 1,60 1992/II 60 30 110 0,58 1,83 1993/I 60 25 108 0,41 1,80 1993/II 60 29 181 0,48 3,10 1994/I 50 27 169 0,54 3,38 1994/II 50 39 205 0,78 4,10 1995/I 50 35 78 0,70 1,56 1995/II -- -- -- -- -- 1996/I -- -- -- -- --

FONTE: ACAFE

OBSERVAÇÃO: Desde 1995/II não foram mais oferecidas vagas, no Vestibular, para o Curso de Ciências da UNIVALI.

b) Evolução das Matrículas Semestrais

QUADRO 3 - EVOLUÇÃO DAS MATRÍCULAS SEMESTRAIS EVASÃO/PRODUTIVIDADE - PERÍODO: 91/II A 96/II

ano

mat. inicial

entrada

mat. total

saída total saída

mat. final

% evas

% prod

tranq. desis. transf. outro

1991/II 60 - 60 - -. - - - 60 0 100

1992/I 119 10 129 04 16 02 - 22 107 17,05 82,95

1992/II 160 01 161 01 11 14 - 26 135 16,04 83,85

1993/I 192 12 204 11 26 18 - 55 149 26,96 73,04

1993/II 198 13 211 10 06 33 05 54 157 25,59 74,41

1994/I 176 04 180 09 01 11 - 21 159 11,67 88,33

1994/II 191 22 213 12 07 12 24 55 158 25,82 74,17

1995/I 220 48 268 11 13 20 38 82 186 30,59 69,40

1995/II 141 - 141 04 03 26 01 34 107 24,11 75,89

1996/I 75 02 77 02 - 01 - 03 74 03,89 96,10

1996/II 41 19 60 - - 01 01 02 58

Total 1573 131 1704 64 83 138 69 354 1350

% 100 3,75 4,87 8,10 4,05 20,77 79,22

FONTE: SECRETARIA FILOSOFIA * Todos os períodos

29

1.5.7 Infra-Estrutura do Curso

a) Espaço Físico e Instalações Ocupadas pelo Curso

QUADRO 4

CURSO PERÍODO SALA BLOCO ANDAR

Ciências

3º 4º 5º 6º

9º Biologia

09 03 04 05 08

14 14 14 14 14

1º 1º 1º 1º 1º

Laboratórios

Química Física

Ciên. Amb. Microbiol. Anatomia

77-78 64 63

66-67-68 57-58-60-61

08 07 07 07 07

Térreo Térreo Térreo Térreo Térreo

b) Biblioteca Central

Metragem: 3.900,80 m2 leitura: 2.730,80 acervo:1.170

Acervo:

1) Geral: nº de títulos: 93.912 nº de volumes: 43.839 2) Específico: nº de títulos: 1.373 nº de volumes : 4.563

QUADRO 5

Informações específicas relacionadas com Matemática e Biologia

CDU ESPECIFICAÇÕES TÍTULO VOLUMES 50 Ciências Puras 218 510 51 Matemática 83 220 53 Física 88 260 54 Química 268 672

57,58 Ciências Biológicas, Botânica, Zoologia 671 2.772 60 Ciências Aplicadas 45 129

TOTAL 1.373 4.563 FONTE: Biblioteca Central Comunitária/UNIVALI 3) Periódicos

QUADRO 6

DISCRIMINAÇÃO NÚMERO TÍTULOS VOLUMES

Geral 1.654 17.648 Biologia - Matemática 07 672

FONTE: Biblioteca Central Comunitária/UNIVALI

Estatística de utilização da Biblioteca - 1994

QUADRO 7

DISCRIMINAÇÃO MÊS ANO

Consultas 264.001 2.208.588 Empréstimos 113.317 1.095.436 FONTE: Biblioteca Central Comunitária/UNIVALI Informatização

30

A Biblioteca Central Comunitária - BCC - encontra-se com 100% do seu acervo de livros

automatizados, sendo que:

25,98% (vinte e cinco vg. noventa e oito por cento) no Sistema Bibliodata/Calco que permite consulta

por autor e assunto; e

74,08% (setenta e quatro vg. oito por cento) (base provisória) que permite consulta por autor e título.

Esclarece-se que tão logo se recebam os equipamentos solicitados no Plano Diretor de Informática da

Biblioteca, estas bases ficarão disponíveis aos usuários.

c) Convênios

- FVG - Rede Bibliodata/Calco - Sistema de Catalogação cooperativa.

Com a assinatura de convênios entre a UNIVALI e a Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, a

Biblioteca Central Comunitária da UNIVALI passou a participar do Programa Bibliodata - Calco, um

programa de cooperação entre bibliotecas. Hoje são cerca de 102 Instituições de todo o Brasil, participando do

Programa Bibliodata - Calco. Para a inclusão da BCC da UNIVALI no programa da Fundação Getúlio Vargas,

além de treinamentos, adaptações técnicas, foi adquirido um microcomputador para o processamento das obras.

Além disso, a Biblioteca Central Comunitária possui 02 terminais de computador.

IBICT-COMUT - Programa de Comutação Bibliográfica

Serviço que permite, através de uma rede de bibliotecas, o acesso a cópias de artigos de periódicos

especializados nacionais ou estrangeiros, não disponíveis na BCC/UNIVALI.

d) Laboratórios

O Curso de Ciências tem utilizado laboratórios já instalados no Campus I da UNIVALI, que também

atende a outros Cursos.

QUADRO 8 - LABORATÓRIOS UTILIZADOS PELO CURSO DE CIÊNCIAS

LABORATÓRIO LOC./BLOCO/SALA

Laboratório de Anatomia Bloco 07 - 1º Pavimento Salas - 57, 58, 60 e 62

Laboratório de Física Bloco 07 - 1º Pavimento Sala - 64

Laboratório de Fisiologia e Parasitologia

Bloco 08 - 1º Pavimento Sala - 78

Laboratório de Microscopia Bloco 07 - 2º Pavimento Salas - 66, 67 e 68

Laboratório de Estudos Ambientais Bloco 07 - 1º Pavimento Sala - 63

Laboratório de Química Bloco 08 - 1º Pavimento Sala - 77

Laboratório de Computação Bloco 08 - 1º Pavimento Salas - 79 e 80

e) Informatização

31

O processo de informatização foi implantado nas secretarias, inclusive nas matrículas e nos diversos

setores da UNIVALI.

Há um plano de informatização. A UNIVALI já dispõe de equipamentos para as necessidades do

momento.

No final do 2º semestre de 1995 foi implantado o sistema de “Matrícula ON-LINE” em todas as

Faculdade e Campi da UNIVALI, objetivando agilidade, eficiência e qualidade no atendimento aos acadêmicos.

O Curso de Ciências teve apenas indiretamente os benefícios da informatização. Não existe nenhum

ambiente de estudo diretamente ligado ao Curso que tivesse sido informatizado.

f) Multimeios

Herbário Barbosa Rodrigues - Itajaí/SC. Foi usado apenas como local de pesquisa. Não está ligado

diretamente ao Curso de Ciências, apenas como um apoio possível.

g) Outros Órgãos de Apoio

1. Biblioteca Central Comunitária

2. Setor de Orientação e Assistência ao Estudante - SOAE

3. Auditório: - Sala com 130 m2 - Bloco de Odontologia - 250 cadeiras - Com equipamentos audiovisuais. 4. Anfiteatro Adelaide Konder - Bloco 09 (próprio) - 1.652,58 m2 - 800 cadeiras - Equipamentos de som

5. Laboratório de Línguas - Bloco 12,2º Pavimento,salas 117,188 e 189. - 50 Cabines de áudio 6. Sala de audiovisuais - Bloco 09 - 25 retroprojetores - 14 televisões - 12 vídeocassetes - 19 telas - Outros equipamentos de apoio

32

1.5.8 Da Organização Didático-Pedagógica do Curso

a) Organização Curricular, Regime e Duração do Curso

Da Licenciatura de I Grau - Tronco Comum

O Curso de Ciências está estruturado como Licenciatura de curta duração com possibilidades de

plenificação nas habilitações de Biologia, Matemática, Química e Física.

A Licenciatura de I Grau em Ciências apresenta uma carga horária total de 2.040 horas, ou, 136

créditos, a ser integralizada em 06 semestres, isto é, 03 anos letivos, quando oferecida em regime de

funcionamento regular.

Cumpre salientar que a exigência de duração mínima do curso de Ciências - Licenciatura de I Grau,

conforme Resolução 30, de 11/07/74, do Conselho Federal de Educação, é de 1800.

A carga horária da Licenciatura de 1º Grau em Ciências constitui-se, também, no tronco comum a

quaisquer das habilitações plenas (Matemática e Biologia), oferecidas pela UNIVALI.

O sistema de matrícula é um misto de crédito/seriado, isto é, matrícula por disciplina que deve ser

cumprido por semestres.

A seguir, apresenta-se a estrutura curricular do tronco comum - Licenciatura de I Grau em Ciências.

33

Estrutura Curricular da Licenciatura de I Grau em Ciências

Disciplinas C/H CRÉD 1º Período Metodologia Científica 060 04 Língua Portuguesa (Redação Científica) 060 04 Química I 060 04 Matemática I 060 04 Biologia I 060 04 Educação Física I 030 02 Estudo de Problemas Brasileiros I 030 02 Sub-Total 360 24 2º Período Química II 060 04 Matemática II 060 04 Biologia II 060 04 História da Educação (Brasileira) 060 04 Física I 060 04 Educação Física II 030 02 Estudo de Problemas Brasileiros II 030 02 Sub-Total 360 24 3º Período Química III 060 04 Matemática III 060 04 Biologia III 060 04 Desenho Geométrico I 060 04 Física II 060 04 Psicologia da Educação I 060 04 Sub-Total 360 24 4º Período Química IV 060 04 Matemática IV 060 04 Biologia IV 060 04 Física III 060 04 Estrutura e Funcionamento do Ensino 1º Grau 060 04 Geologia 060 04 Sub-Total 360 24 5º Período Matemática V 060 04 Biologia V 060 04 Física IV 060 04 Estatística I 060 04 Ecologia I 060 04 Didática I 060 04 Sub-Total 360 24 6º Período

34

Prática de Ensino I (Estágio Supervisionado Ciências e Matemática) 180 12 Introdução à Computação 060 04 Sub-Total 240 16 TOTAL GERAL DO TRONCO COMUM 2.040 136

b) Da Parte Específica - Habilitação em Matemática

A Licenciatura Plena em Matemática estrutura-se a partir de um tronco-comum, que é a habilitação

geral em Ciências. A parte comum apresenta uma carga total de 2040 horas-aula (já incluídas as cargas horárias

de Estudo de Problemas Brasileiros e de Educação Física). Para a habilitação em Matemática, há o

aprofundamento das matérias, através do acréscimo de uma carga horária de 1080 horas-aula, ou seja, 72

créditos. Assim, a modalidade de Licenciatura Plena em Matemática é integralizada com 3120 horas-aula, ou,

208 créditos. Esta carga horária está distribuída ao longo de 09 semestres.

Apresenta-se, a seguir, a grade curricular da parte específica da Habilitação Plena em Matemática.

35

ESTRUTURA CURRICULAR DA LICENCIATURA PLENA

HABILITAÇÃO EM MATEMÁTICA

DISCIPLINAS C/H CRED.

7º PERÍODO

Cálculo Diferencial e Integral I 060 04

Álgebra I 060 04

Física V 060 04

Geometria I 060 04

Estrutura e Funcionamento do Ensino de 2º Grau 060 04

Introdução à Computação II 060 04

Sub-Total 360 24

8º PERÍODO

Cálculo Diferencial e Integral II 060 04

Álgebra II 060 04

Desenho Geométrico II 060 04

Geometria II 060 04

Psicologia da Educação II 060 04

Didática II 060 04

Sub-Total 360 24

9º PERÍODO

Cálculo Diferencial e Integral III 060 04

Álgebra III 060 04

Matemática Aplicada 060 04

Análise Matemática 060 04

Prática de Ensino II (Estágio Supervisionado de Matemática) 120 08

Sub-Total 360 24

TOTAL DA PARTE ESPECÍFICA (Matemática) 1080 72

TOTAL GERAL (Tronco Comum + Parte Específica) 3120 208

c) Da Parte Específica: Habilitação em Biologia

A Licenciatura Plena em Biologia estrutura-se a partir de um tronco comum, que possui uma carga

horária de 2040 horas-aula, ou 136 créditos. A plenificação em Biologia dá-se pleno acréscimo de 1080 horas-

aula, perfazendo um total de 3120 horas-aula. Esta carga horária é integralizada em 09 semestres letivos.

Apresenta-se, a seguir, a grade curricular da parte específica da Habilitação em Biologia.

36

ESTRUTURA CURRICULAR DA LICENCIATURA PLENA

HABILITAÇÃO EM BIOLOGIA

DISCIPLINAS C/H CRED.

7º PERÍODO

Biologia VI (Biologia Celular) 060 04

Anatomia e Fisiologia Humanas 060 04

Biofísica 060 04

Botânica I 060 04

Zoologia I 060 04

Estrutura e Funcionamento do Ensino de 2º Grau 060 04

Sub-Total 360 24

8º PERÍODO

Botânica II 060 04

Zoologia II 060 04

Biologia VII (Histologia e Embriologia) 060 04

Bioquímica 060 04

Psicologia da Educação 060 04

Ecologia II 060 04

Sub-Total 360 24

9º PERÍODO

Botânica III 060 04

Zoologia III 060 04

Genética e Evolução 060 04

Didática II 060 04

Prática de Ensino II (Estágio Supervisionado de Biologia) 120 08

Sub-Total 360 24

TOTAL DA PARTE ESPECÍFICA (Biologia) 1080 72

TOTAL GERAL (Tronco Comum + Parte Específica) 3120 208

37

d) Organização Departamental

As disciplinas dos cursos estão vinculadas aos seguintes departamentos: Ciências Exatas, Ciências

Biológicas e Naturais, Ciências Humanas e Sociais, Ciências da Educação, Língua e Literatura.

e) Ementário das Disciplinas do Curso

Língua Portuguesa

Noções básicas de ortografia, acentuação, concordância verbo-nominal. Redação.

Educação Física I e II

Natação. Voleibol. Futebol de salão. Xadrez. Tênis de mesa.

Geologia I

Embasamento teórico-prático sobre os principais tópicos referentes à composição da terra, dinâmica terrestre,

intemperismo, erosão, petrografia e recursos minerais.

Desenho Geométrico I e II

Construções geométricas fundamentais. Estudo da circunferência. Lugares geométricos. Homotetia. Construção

de triângulos. Quadriláteros. Equivalência de áreas. Divisão de figuras. Concordância.

Didática I e II

Educação. Didática. Processo ensino-aprendizagem. Métodos e Técnicas de Ensino. Teorias de aprendizagem.

História da Educação

Fundamentos de história da educação brasileira, evidenciando a trajetória histórica do Ensino de Ciências.

E.P.B. I e II

Estrutura sócio-político-econômico-cultural brasileira: visão histórica contextualizada.

Metodologia Científica

Fundamentos teórico-práticos sobre: tipos e instrumentos de pesquisa; organização e estrutura de projeto e de

relatório de pesquisa.

Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1º e 2º Graus

A legislação básica do ensino de 1º e 2º graus e as sua manifestações nas estruturas curriculares.

Psicologia da Educação I e II

Noções de Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem.

38

Matemática I

Resgate histórico da matemática, destacando o sistema de numeração, sua evolução até a atualidade (processo

de informatização). Embasamento teórico-prático sobre:

. campos numéricos

. proporção

. relações, funções e cálculo algébrico

Matemática II

Embasamento teórico-prático sobre:

. equações e inequações

. polinômios

. matrizes

Matemática III e IV

Embasamento teórico-prático sobre:

. trigonometria e funções trigonométricas

. geometria espacial, plana e métrica

Matemática V

Embasamento teórico-prático sobre:

. geometria analítica

. noções de cálculo (diferencial e integral)

Estatística

Embasamento teórico-prático que permita a análise e o tratamento estatístico de dados levantados,

quando do desenvolvimento de pesquisas (conceitos básicos; fases do trabalho estatísticos; amostragem;

apuração, apresentação e análise de dados estatísticos).

Química I

Evolução histórica dos conhecimentos químicos.

Embasamento teórico-prático sobre:

. propriedades dos materiais

. teoria atômico-molecular

. condutividade elétrica de substâncias e misturas

Química II

Embasamento teórico-prático sobre:

. tabela periódica

. ligações e reações químicas

39

. soluções químicas

. funções orgânicas

Química III

Fundamentação teórico-prática sobre:

. termoquímica

. equilíbrios químicos

. eletroquímica

Química IV

Fundamentação teórico-prática sobre os principais tópicos da química orgânica (características dos

compostos orgânicos, principais funções e substâncias orgânicas).

Biologia I

Conhecimento biológico: evolução histórica. Embasamento teórico-prático sobre citologia e histologia.

Ecologia I e II

Os diferentes ecossistemas, destacando a interferência do homem no processo de formação e evolução

dos mesmos.

Biologia II

Embasamento teórico-prático sobre os tópicos de anatomia e fisiologia humana.

Biologia III

Embasamento teórico-prático sobre tópicos de zoologia.

Biologia IV

Embasamento teórico-prático sobre tópicos de botânica.

Biologia V

Embasamento teórico-prático sobre reprodução humana e embriologia humana. Aspectos teórico-

práticos sobre noções introdutórias de genética humana.

Biologia VI

Noções teórico-práticas de biologia celular: célula procarionte; estrutura da célula eucarionte; ultra-

estrutura celular; divisões celulares.

Biologia VII

Noções teórico-práticas de histologia e embriologia humana.

40

Anatomia Humana

Noções teórico-práticas de anatomia: osteologia; miologia; neurologia; angiologia; esplancnologia;

aparelho uro-genital.

Genética Geral

Noções teórico-práticas de genética: genética mendeliana; ligação fatorial, genética de populações;

evolução; genética estatística.

Geometria I e II

Aprofundamento teórico-prático sobre os tópicos referentes à geometria espacial e analítica.

Cálculo Diferencial e Integral I e II

Aprofundamento teórico-prático sobre os tópicos referentes à derivada e integrais de funções de

diversas variáveis.

Álgebra I, II e III

Embasamento teórico-prático em álgebra linear e estruturas algébricas.

Análise Matemática

Análise aprofundada dos principais tópicos das disciplinas de Cálculo Diferencial e Integral.

Matemática Aplicada

Estudo das equações diferenciais, de modo interdisciplinar, para a análise de problemas da realidade

concreta.

Introdução à Computação I e II

Embasamento teórico-prático dos principais tópicos que introduzem as noções de computação.

Física I

Evolução histórica dos conhecimentos físicos.

Embasamento teórico-prático sobre:

. noções introdutórias ao estudo da física (massa, peso, campo gravitacional)

. noções de mecânica geral.

Física II

Embasamento teórico-prático sobre os principais tópicos:

. ondas e fenômenos ondulatórios (acústica e ótica)

. física térmica.

Física III

Embasamento teórico-prático sobre:

. eletricidade

41

. eletromagnetismo

Física IV

Embasamento teórico-prático sobre:

. transporte de energia com e sem matéria

. energia solar

. fusão nuclear

Física V

Embasamento teórico-prático sobre tópicos de Mecânica Clássica e Física Aplicada.

1.5.9 Formas de Estágios

A Prática de Ensino, sob a forma de Estágio Supervisionado regulamentado pela Resolução

09/1969/CEE é parte fundamental do Currículo das três habilitações oferecidas. Seu papel fundamental é a

profissionalização dos professores para os dois níveis a que estão destinados. Na prática, o Estágio

Supervisionado reúne, numa só atividade, o conteúdo específico e os procedimentos pedagógicos, os dois

aspectos fundamentais de uma licenciatura.

A Prática de Ensino terá, aproximadamente, a duração de 10% do total do tempo exigido para a

consecução de cada um dos cursos: a) Prática de Ensino de Ciências e Matemática do I Grau: 180 horas/aula; b)

Prática de Ensino de Biologia: 120 horas/aula; e c) Prática de Ensino de Matemática: 120 horas/aula.

A Prática de Ensino, em qualquer das três habilitações, está estruturada em quatro momentos distintos:

a) Observação de aulas dadas por professores licenciados nos respectivos campos de saber; b) Planejamento das

aulas e atividades para a docência; c) Execução das aulas em escolas da comunidade; d) Avaliação das

atividades do estágio sob a forma de relatório escrito e seminário de avaliação. A maior parte do tempo, cerca

de 80% da duração do total, será empregado no “item c”, estágio em sala de aula com supervisão do professor

da turma e o supervisor de estágio da Universidade. Nesta fase, dá-se ênfase à observação e reflexão do

processo ensino-aprendizagem que está ocorrendo em sala de aula, para o desenvolvimento de habilidades e

atitudes necessárias a um professor de Ciências, Biologia ou de Matemática.

O Estágio Supervisionado é orientado por um professor com formação na área do conteúdo e com pós-

graduação em educação ou ensino. É também acompanhado por um professor licenciado na área específica de

Ciências, Biologia ou Matemática (o professor responsável pela turma na escola da comunidade). Desta forma,

o estagiário possui dois interlocutores para discutir e avaliar suas atividades de estágio.

O Estágio Supervisionado é normalmente oferecido no último semestre letivo de cada aluno, mas isto

não significa que esteja isolado. É visto como a fase final de um processo que começa com o estudo da

Estrutura e Funcionamento do Ensino nos respectivos graus, Psicologia da Educação, Didática e, finalmente,

com o Estágio Supervisionado na disciplina específica da habilitação, ou seja, em Matemática ou em Biologia.

Para a realização do Estágio Supervisionado, o estagiário terá apoio dos laboratórios, biblioteca,

audiovisuais da Universidade e da escola onde se realiza o estágio. É importante que o estagiário tenha o

suporte necessário para o seu desempenho em sala de aula.

42

As atividades de Estágio possuem uma normatização sistematizada em forma de Regulamento

1.5.10 Monitoria

A monitoria na UNIVALI oportuniza horários de estudos extra-curriculares por meio de atendimento

individualizado. Além disso, os monitores auxiliam os professores no atendimento às solicitações dos alunos

durante as atividades didático-pedagógicas. O preenchimento de vagas para a monitoria obedece a critérios e a

procedimentos regulamentados nos artigos 166 e 168, na seção IV, do Capítulo III do Regimento da UNIVALI.

O quadro a seguir apresenta um demonstrativo do sistema de monitoria para o curso de Ciências

QUADRO 09

Laboratórios ou Similares

Número de Monitores

Disciplina Atividade Desenvolvidas pelo Monitor

Laboratório de Anatomia

06 . Anatomia e Fisiologia Humana

. Auxiliar no preparo de peças anatômicas, em conjunto com os professores, na realização dos trabalhos práticos. . Monitorar os estudos livres, em horários de estudos extracurriculares. . Providenciar o material necessário à consecução dos estudos e/ou trabalhos.

Laboratório de Histologia

03 . Biologia . Auxiliar na prática laboratorial quanto ao estudo das lâminas histológicas. . Indicar aos acadêmicos as bibliografias pertinentes. . Orientar os acadêmicos nos horários extracurriculares, em seus estudos livres.

Laboratório de Fisiologia

03 . Biologia . Anatomia e Fisiologia Humana . Bioquímica . Zoologia . Botânica . Biofísica

. Auxiliar o professor nas aulas práticas.

. Preparar aula prática, juntamente com o professor. . Atender aos acadêmicos na resolução de dúvidas. . Monitorar os estudos livres, em horários de estudos extracurriculares, dos acadêmicos.

Laboratório de Química

02 . Química . Auxiliar no preparo de aulas práticas. . Auxiliar na organização e manutenção dos materiais e equipamentos. . Colaborar no preparo e execução de outras atividades requeridas pelo professor. . Monitorar os estudos livres, em horários extracurriculares, dos acadêmicos.

Laboratório de Física e Ensino de Matemática

02 . Física . Matemática

. Auxiliar no preparo das aulas práticas.

. Atender os acadêmicos na resolução de dúvidas. . Monitorar os estudos livres dos acadêmicos. . Auxiliar na organização e manutenção dos materiais e equipamentos.

Laboratório de Ciências Ambientais

03 . Botânica . Zoologia

. Preparar aula prática, juntamente com o professor. . Auxiliar o professor nas aulas práticas. . Atender os acadêmicos na resolução de dúvidas. . Monitorar os estudos livres, em horários extracurriculares, dos acadêmicos

Laboratório de 04 .Introdução à Computação . Auxiliar o colega acadêmico.

43

Computação . Fazer o controle dos equipamentos . Controlar a conservação do laboratório. . Fazer liberação da impressão. . Fazer digitação de rotinas internas.

Sala de Recursos Instrucionais

06 . Didática . Prática de Ensino

. Zelar pela conservação e guarda dos recursos instrucionais. . Fazer atendimento e controle das solicitações. . Transportar e instalar aparelhos e outros materiais intrucionais. . Recolher e guardar os recursos instrucionais.

44

1.5.11 Formas de Integralização Curricular

� Reuniões periódicas com os professores onde se busca a integração vertical e horizontal das disciplinas dos

professores com a Instituição.

� Acompanhamento constante da direção e coordenação do curso e habilitações, objetivando a ação didático-

pedagógica dos professores em relação ao perfil profissiográfico e requisitos do curso e habilitações.

1.5.12 Formas de Coordenação Didática do Curso

Cabe à Direção e Coordenação do curso coordenar e supervisionar a ação didático-pedagógica,

zelando pela qualidade de ensino e adequação do currículo, através da orientação dos docentes em torno dos

objetivos e perfil profissiográfico.

1.5.13 Turnos de Funcionamento

Noturno e em Regime Especial

1.5.14 Corpo Dirigente

. Reitor

EDISON VILLELA

. Vice-Reitor

PAULO MÁRCIO CRUZ

. Pró-Reitor Administrativo

DANILO MELIM

. Pró-Reitora Acadêmica

SUELI PETRY DA LUZ

. Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão

JOSÉ ROBERTO PROVESI

. Chefe de Gabinete

SYDNEY SCHEAD DOS SANTOS

. Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras

DANILO CAMPESTRINI

45

. Coordenador do Curso de Ciências

JOSÉ ERNO TAGLIEBER

. Secretária Adjunta

SILVANA DA COSTA MAIA

1.5.15 Corpo Docente

a) Informações Quanto à Titulação do Corpo Docente

QUADRO 10

Titulação Habilitação em Matemática Habilitação em Biologia

Nº % Nº %

Graduados - - - -

Especialistas 08 66,7 06 40,0

Mestres 03 25,0 07 46,7

Doutores 01 08,3 02 13,3

TOTAL 12 100,0 15 100,0

FONTE: ProAc/UNIVALI/1996-I

46

b) Quadro Geral do Corpo Docente do Curso

Curso de Ciências: Habilitação em Matemática - Parte Específica

QUADRO 11

Docente/ Titulação

Disciplinas Regime de

Trabalho

Resumo de Currículo Parecer

Alvina Maria Magalhães

(E)

. Cálculo Diferencial e Integral . Álgebra . Análise Matemática

18

. Graduação em Matemática

. Especialização em Engenharia de Produção . Mestranda em Engenharia de Produção

Parecer nº 267/93 Parecer nº 352/94 Parecer nº 374/95

Edilton Luiz Piacentini (E)

. Álgebra 13 . Licenciatura em Matemática . Especialista em Ensino de Matemática

Parecer nº 340/95

Milton Luiz Valente (M)

. Física

. Geometria

.Matemática Aplicada

12 . Licenciatura em Matemática . Mestrado em Matemática . Doutorando em Engenharia de Produção

Parecer nº 494/95 Parecer nº 022/95 Parecer nº 349/95

Alexandre Machado Kleis (E)

. Geometria 04 . Graduação em Matemática . Especialização em Matemática Superior

Parecer nº 455/94

Walter Amaro Baldi (E)

.Estrutura e Funcionamento do Ensino de 2º Grau

28

. Licenciatura em Pedagogia: Supervisão Escolar . Especialização em Supervisão de Treinamento para Empresas . Mestrando em Educação: Recursos Humanos e Educação Permanente

Parecer nº 417/94

Lígia Ghisi Tobaldini (E)

.Introdução à Computação

47 . Graduação em Administração . Especialização em Processamento de Dados . Especialização em Metodologia do Ensino Superior

Parecer nº 260/93

Maria Margareth Schneider

(E)

.Desenho Geométrico 04 . Licenciatura em Educação Artística . Especialização em Desenho

Parecer nº 076/95

Cinéria Vieira da Costa (E)

.Psicologia da Educação

21 . Licenciatura de 1º Grau em Ciências .Licenciatura em Pedagogia: Administração Escolar . Especialização em Metodologia do Ensino

Parecer nº 069/95

José Erno Taglieber (D)

. Didática 24 .Licenciatura e Bacharelado em História Natural . Mestrado em Ensino de Ciências . Doutorado em Educação e Ciência

Parecer nº 249/93

Carla Ferdinanda Gasparati Alves Silva

(E)

. Prática de Ensino (Estágio Supervisio-nado em Matemática)

16

. Graduação em Matemática

. Especialista em Ciências: Matemática Parecer nº 270/93

Darcy Yukei Ogawa Sato (E)

. Biologia (Biologia Celular) . Biologia (Histologia e Embriologia)

14

. Graduação em Ciências Biológicas

. Especialização em Ciências - Biologia Parecer nº 290/93 Parecer nº 326/95

Sandra Carolina Portela Rodrigues

(E)

.Anatomia e Fisiologia Humanas

24

. Graduação em Enfermagem e Obstetrícia . Especialização em Metodologia do Ensino Superior

Parecer nº 105/95

Cláudia Yoshime Fukushigue

(M)

.Anatomia e Fisiologia

. Biofísica

. Bioquímica

26

. Licenciatura em Ciências Biológicas

. Mestrado em Microbiologia Parecer nº 335/95 Parecer nº 075/95

Ana Cláudia Araújo (M)

. Botânica 20 . Graduação em Ciências Biológicas . Mestrado em Botânica

Parecer nº 008/95

47

Docente/ Titulação

Disciplinas Regime de

Trabalho

Resumo de Currículo Parecer

Mônica Maria Pereira Tognella

(M)

. Botânica

33

. Graduação em Oceanologia

. Mestrado em Oceanografia Biológica

Parecer nº 481/95

Maurício Hostin Silva (M)

. Zoologia

.Genética e Evolução

29 .Graduação em Ciências Biológicas . Especialização em Hidroecologia . Mestrado em Zoologia . Doutorando em Ecologia e Recursos Humanos

Parecer nº 350/95 Parecer nº 312/96

Marcello Soares (E)

. Zoologia

04 . Bacharel em Ciências Biológicas . Especialização em Geografia e Meio Ambiente

Parecer nº 031/95

Luiz Fernando Krieger Merico

(D)

. Ecologia 25

. Graduação em Geologia

.Mestrado em Geociências: Análise Ambiental . Doutorado em Geografia Física

Parecer nº 255/93

Márcia Maria de Souza (M)

.Genética e Evolução

31 .Licenciatura em Ciências Biológicas . Especialização em Ciências: Biologia Geral . Mestrado em Farmacologia

Parecer nº 491/95

Pedro Valmir de Borba (M)

. Didática 16 .Licenciatura em Ciências: Biologia . Especialização em Biologia Geral . Mestrado em Educação e Ciências

Parecer nº 478/95

Yara Christina Cesário Pereira

(M)

. Prática de Ensino (Estágio Supervisionado de Biologia)

14

. Licenciatura em Pedagogia: Supervisão Escolar . Licenciatura em Ciências Biológicas . Especialização em Supervisão Educacional . Mestre em Educação

Parecer nº 477/95

LEGENDA - Titulação D - Doutor M - Mestre E - Especialista G - Graduado

48

1.6 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO

1.6.1 Necessidade do Curso - Justificativa

O levantamento dos dados do quadro de professores da rede estadual de ensino, de 5ª a 8ª séries, de

1996, junto à 13ª Unidade de Coordenação Regional de Educação (CRE), nos revela que a justificativa do

Projeto de Criação do Curso leva em conta a expansão do número de matrículas nas escolas de 1º e 2º graus

nas diferentes redes de ensino. E este fato exigia um maior número de profissionais habilitados para atuarem

nas diferentes áreas do conhecimento na região de abrangência da UNIVALI e da Associação dos Municípios

da Foz do Rio Itajaí (AMFRI), e revela hoje, que tal necessidade ainda não foi atendida, conforme nos mostra

o quadro a seguir.

QUADRO 12 - PROFESSORES DA REDE PÚBLICA ESTADUAL

Situação Hoje 20/09/96 Nº de Prof. por Disciplina TOTAL Ciências Matemática Nº % Nº % Nº %

Efetivo habilitado 26 33,7 38 30,6 64 31,8 ACT habilitado 19 24,6 28 22,5 47 23,4 ACT não habilitado 32 41,7 58 46,9 90 44,8 77 100,0 124 100,0 201 100,0

FONTE: 13ª UCRE

Professores habilitados 1º grau: 55,2% Professores não habilitados: 44,8%

A constatação de que, dos 201 profissionais envolvidos apenas 111 possuem preparação adequada,

isto é, 55,2% são habilitados, confirmam a necessidade da continuidade do Curso de Ciências Habilitação de

I Grau.

A constatação da falta de profissionais preparados na área do ensino de Ciências e de Matemática do

1º e do 2º graus fez com que o Governo Estadual implantasse o Programa Magister, que busca suprir as

deficiências da área, mas que não conseguiu resolver o problema uma vez que os candidatos a este programa

não tiveram um nível adequado para um curso superior. Um número significativo dos selecionados já

abandonou o cursos ( 24 de 50 no Curso de Matemática oferecido pela UNIVALI).

1.6.2 Relação Candidato - Vaga

A relação candidato - vaga está descrita no quadro 02 - mostra um decréscimo na primeira opção no

período de 1991/II a 1993/I. Começou com 0,98 candidatos por vaga, baixou para 0,41 e voltou para 0,48

subindo nos três semestres seguintes para 0,74; 0,78 e 0,70. Para segunda opção, esta mesma relação começa

como 1,33 candidatos por vaga (1991/II) e seu crescimento para 3,01.

O fato da pouca procura dos cursos de licenciatura foi analisado pela C.E.S (Comissão de Ensino

Superior) como

49

“definindo melhor a qualidade dos candidatos para o ingresso na Universidade é a expectativa profissional dos cursos em termos de possibilidade de realização pessoal. A desvalorização do profissional do ensino público é um fato evidente. São poucos os profissionais nesta área que percebem vencimentos superiores a três salários mínimos e queiram ser professores”.

Certamente os jovens mais capacitados não optam por profissões na educação, pois não oferece

nenhuma perspectiva profissional mais sólida. É desprestígio social.

1.6.3 Evolução das Matrículas Semestrais - Evasão- Produtividade

A elaboração de uma tabela com a finalidade de analisar o andamento de maneira global baseando os

dados às matrículas efetuadas em todos os períodos do curso e relacionando as matrículas finais verificando o

nível de evasão e produtividade, conduziu à pesquisa na Secretaria da FFCL, o que consubstanciou-se no

quadro abaixo.

QUADRO 13 - EVOLUÇÃO DAS MATRÍCULAS SEMESTRAIS - EVASÃO/PRODUTIVIDADE - PERÍODO: 91/II A 96/II

ano

mat. inicial

entrada

mat. total

saída total saída

mat. final

% evas

% prod

tranq. Desis. transf. outro

1991/II 60 - 60 - -. - - - 60 0 100

1992/I 119 10 129 04 16 02 - 22 107 17,05 82,95

1992/II 160 01 161 01 11 14 - 26 135 16,04 83,85

1993/I 192 12 204 11 26 18 - 55 149 26,96 73,04

1993/II 198 13 211 10 06 33 05 54 157 25,59 74,41

1994/I 176 04 180 09 01 11 - 21 159 11,67 88,33

1994/II 191 22 213 12 07 12 24 55 158 25,82 74,17

1995/I 220 48 268 11 13 20 38 82 186 30,59 69,40

1995/II 141 - 141 04 03 26 01 34 107 24,11 75,89

1996/I 75 02 77 02 - 01 - 03 74 03,89 96,10

1996/II 41 19 60 - - 01 01 02 58

Total 1573 131 1704 64 83 138 69 354 1350

% 100 3,75 4,87 8,10 4,05 20,77 79,22

FONTE: SECRETARIA FILOSOFIA

* Todos os períodos

Observa-se que do total de alunos matriculados 1704 (a matrícula é efetuada a cada semestre tanto

pelos calouros quanto veteranos), apenas 64, cerca de 3,75% trancaram sua matrícula; 83, ou seja, 4,87%

desistiram; 138 (8,10%) solicitaram transferência interna para outro curso; e 69 (4,05%) saíram por outros

motivos. Perfaz um total de 354 saídas, correspondendo a 20,77% do total.

50

A relação entre a matrícula inicial e a final aponta um índice de produtividade de cerca de 79,22%.

Observa-se que desde 1995/II não foram mais oferecidas vagas no Vestibular, e, no entanto, foi no

referido semestre que o número de matrículas efetuadas foi maior. Se considerada a possibilidade de mais 50

calouros a matrícula passaria de 268 para 318, o que equivaleria a cerca de 49% em relação ao semestre

anterior, ou seja de 213 matrículas para 318 no semestre seguinte.

1.6.4 Evolução das Matrículas e Evasão nos Últimos Anos

a) Tronco Comum

QUADRO 14

Ano Vagas Iniciais Total de Alunos Matriculados Total Evasão Oferecida

s Ocupadas 1º

Per. 2º

Per. 3º

Per. 4º

Per. 5º

Per. 6º Per. N %

1991/II 60 60 60 - - - - - 60 01 01,6 1992/I 60 60 60 57 - - - - 117 09 07,7 1992/II 60 60 60 58 41 - - - 159 25 15,7 1993/I 60 60 60 53 41 31 - - 185 23 12,4 1993/II 60 60 60 68 39 35 30 - 232 38 16,3 1994/I 50 49 49 38 20 19 25 26 177 24 15,8 1994/II 50 50 50 49 27 18 18 31 193 39 18,6 1995/I 50 50 50 49 38 22 14 23 196 39 19,8 1995/II - - - 13 16 29 11 21 84 03 03,6 1996/I - - - - 09 11 27 13 60 - - TOTAL 450 449 449 385 231 165 125 114 1463 201 13,5 FONTE: ProAc/96

Observações: - Em 1995/I, conforme Edital do Vestibular, foi oferecido, em caráter experimental, o curso de Ciências, sob regime especial.

- Desde 1995/II não foi mais oferecido o Curso de Ciências no vestibular

b) Habilitação Plena em Matemática

QUADRO 15

Ano Vagas Iniciais Total de Alunos Matriculados Total Evasão Oferecidas Ocupadas 7º Per. 8º Per. 9º Per. N %

1994/II 50 12 12 - - 12 - - 1995/I 50 14 - 14 - 14 - - 1995/II 50 07 - - 07 07 01 14,2 1996/I - - - - - - - - TOTAL 150 33 12 14 07 33 01 3,03 FONTE: ProAc/96

c) Habilitação Plena em Biologia

QUADRO 16

51

Ano Vagas Iniciais Total de Alunos Matriculados Total Evasão Oferecidas Ocupadas 7º Per. 8º Per. 9º Per. N %

1995/I 50 15 15 - - 15 - - 1995/II 50 18 - 18 - 18 - - 1996/I 50 16 - - 16 16 - - TOTAL 150 49 15 18 16 49 - - FONTE: ProAc/96

Os quadros 13,14,15 e 16 dão um indicativo das matrículas anuais nos cinco primeiros semestres do

curso da licenciatura, oferecidos até o primeiro semestre de 1996.

Como se pode verificar a evasão do curso é um tanto significativa, se levarmos em conta as

estatísticas de outros cursos.

Os fatores que levam os alunos a saírem do curso, apontados pelos mesmos e dados da instituição,

são os mais diversos. Vão desde os fatores econômicos, à expectativa de profissionalização, dificuldade em

acompanhar os conteúdos trabalhados, metodologias inadequadas, desistímulo profissional, e a decepção com

o próprio curso. Porém, certamente, a crise econômica tem contribuído, em muito, para o aumento do número

de saídas e este é um fator sobre o qual a Universidade tem pouco poder para alterar. A maioria dos alunos do

curso de ciências já é professor atuante na rede municipal, estadual ou particular de ensino, com uma carga

horária semanal superior a 20 horas. Encontra-se numa faixa etária entre 24 e 45 anos e pertencente a uma

classe social pouco favorecida, de acordo com os dados da Secretaria do Curso.

1.6.5 Concluintes dos Cursos da univali - 1989 – 1994

QUADRO 17

Cursos

Campus

Turno

Vagas

/ Sem.

1989

1990

1991

1992

1993

1994

Total

% em Relação aos

1ºS

2ºS

1ºS

2ºS

1ºS

2ºS

1ºS

2ºS

1ºS

2ºS

1ºS

2ºS

Iniciantes

Administração I Not. 50 41 34 17 54 19 19 22 48 42 45 45 40 426 71,0 Administração I Vesp. 50 - - - - - - - - - 12 12 03 27 18,0 Ciências Contábeis

I Vesp. 50 - - - - - - - - - 03 04 37 44 29,3

Ciências Contábeis

I Not. 50 31 46 34 50 32 47 26 34 42 33 32 38 445 74,1

Ciências Econômicas

I Not. 50 - 05 07 25 14 38 27 22 27 25 25 23 238 39,6

Direito I Not./ Vesp.

50/100

55 65 57 108

52 69 88 85 76 85 88 111

750 98,8

Enfermagem e Obstetrícia

I Vesp. 40/60 18 13 28 23 10 14 14 15 24 15 14 15 203 38,3

Estudos Sociais I Not. 50/60 32 37 50 36 25 28 32 47 35 29 63 43 457 67,2 Geografia I Not. 50/60 - 12 06 22 - 27 02 13 - 13 01 12 108 33,7 História I Not.. 50/60 - 12 - 19 - 23 - 16 - 20 02 09 101 31,5 Letras I Not. 50/60 - 27 - 37 03 21 04 23 07 20 04 15 161 53,2 Pedagogia I Vesp. 50 - 04 0 15 - 12 - - - 10 - - 41 20,5

Cursos

Campus

Turno

Vagas/

Sem.

1989

1990

1991

1992

1993

1994

Total

% em Relação aos

1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º Iniciantes

52

S S S S S S S S S S S S

Pedagogia I Not. 100/50

54 112

38 94 33 76 30 105

20 61 42 85 561 68,1

Pedagogia III Not. 50 - - - - - - - - - 39 27 32 98 65,3 Psicologia (Bacharel)

I Vesp. 60 - - - - 31 34 39 60 46 26 43 55 334 46,3

Psicologia (Psicólogo)

I Vesp. 60 - - - - - - 39 35 41 62 33 35 245 34,0

Odontologia I Int. 30/35 - - - - - - - - - - 25 30 55 91,6 Fonoaudiologia I Int. 60 - - - - - - - - - - 19 30 49 40,8 Turismo e Hotelaria

II Not. 50 - - - - - - - - - - 23 18 41 41,0

Ciências da Computação

I Not. 50 - - - - - - - - - - 21 12 33 33,0

Ciências Hab. Ciências 1º grau

I Not. 60 - - - - - - - - - - 23 16 39 32,5

Adm. Hab. Comércio Exter.

I Not. 60 - - - - - - - - - - - 25 25 41,6

TOTAL 231

367

237

483

219

408

323

503

360

498

546

684

4481 48,6

FONTE: ProAc

Comparando a percentagem de alunos concluintes com a percentagem dos iniciantes no período

acima especificado, observa-se que o Curso de Ciências alcançou um índice de 21,5% em relação as duas

primeiras turmas formadas pelo mesmo. Uma comparação, com os Cursos de Pedagogia diurno, com um

índice de 20,5%, História com 31,5%, Ciências Contábeis (vespertino) 29,3% e Administração (vespertino)

18% conduz à constatação de que, sendo um curso cuja contagem dos formandos apenas iniciou, encontra-se

com um número de formados significativo. Comparando-o com o Curso de Enfermagem e Obstetrícia (cujos

custos certamente são mais altos), com um índice de 38,3%, pode ser considerado como mais produtivo tendo

em vista que a diferença entre a expectativa salarial dos docentes é muito mais baixa.

A análise dos concluintes, apenas no ano de 1994, colocando os demais cursos na mesma condição

de iniciantes, portanto sujeitos às mesmas implicações inerentes ao Curso de Ciências, elaborou-se o seguinte

quadro:

QUADRO 18 - CONCLUINTES DOS CURSOS DA UNIVALI - 1994

Cursos

Campus

Turno

Vaga/Sem

1994

Total

% em Relação aos Iniciantes

1º Sem. 2º Sem

Administração I N 50 45 40 85 85,0 Administração I V 50 12 03 15 15,0 Ciências Contábeis I V 50 04 37 41 41,0 Ciências Contábeis I N 50 32 38 70 70,0 Ciências Econômicas

I N 50 25 23 48 48,0

Direito I N/V 50/100 88 111 199 99,5 Enfermagem I V 40/60 14 15 29 21,6 Estudos Sociais I N 50/60 63 43 106 88,3 Geografia I N 50/60 01 12 13 10,8 História I N 50/60 02 09 11 9,1

Cursos

Campus

Turno

Vaga/Sem

1994

Total

% em Relação aos Iniciantes

1º Sem. 2º Sem

53

Letras I N 50/60 04 15 19 15,8 Pedagogia I V 50 - - - - Pedagogia I N 100/50 42 85 127 63.5 Pedagogia III N 50 27 32 59 59,0 Psicologia (Bacharel)

I V 60 43 55 98 81.7

Psicologia (Psicólogo)

I V 60 33 35 68 56,7

Odontologia I Int. 30/35 25 30 55 78,6 Fonoaudiologia I Int. 60 19 30 49 40.8 Turismo e Hotelaria II N 50 23 18 41 41,0 * Ciência da Computação I N 50 21 12 33 33,0 * Ciências I N 60 23 16 39 32,5 Adm. Hab. Com. Exterior

I N 60 - 25 25 41.6

TOTAL 1230 FONTE: ProAc

Cursos com percentagem de formandos: Administração (Vespertino) 15,0% Direito (Vespertino 21,6% Geografia (Noturno) 10,8% História (Noturno) 9,1% Letras (Noturno) 15,8% Ciências (Noturno) 32,5% Ciênc. Comput. (Noturno) 33,0% Turismo e Hotelaria (Noturno) 41,0% O número de formandos do Curso de Ciências foi de 39 alunos e o de Turismo 41 alunos.

1.6.6 Infra-estrutura do Curso

A infra-estrutura do Curso de Ciências, conforme especificações do item 7 deste documento, no

tocante a salas ambiente é uma das melhores. Os alunos do Curso de Ciências utilizam os laboratórios de

Anatomia, Histologia, Fisiologia, Químico-Física, Ciências Ambientais e Processamento de Dados.

Ainda quanto a este item, pode-se registrar a ausência de uma sala ambiente para o Ensino da

Matemática e um espaço (sala de aula) exclusivo para os alunos do referido curso, o que implica numa

mudança constante da turma a cada semestre de sala de aula e bloco.

Quanto à Biblioteca, já informatizada, apresenta um acervo específico bastante significativo,

conforme pode-se constatar, através do item b (1.5.7.).

A Biblioteca tem convênios com a Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, o que possibilita a

participação no programa de cooperação entre bibliotecas.

1.6.7 Do Currículo do Curso e de sua Adequação ao Mercado de Trabalho

No Curso de Ciências, a maior parte das aulas é desenvolvida de forma expositiva, às vezes apoiadas

54

e com observações da realidade ou de laboratórios. Aos professores é solicitado um desempenho no sentido

de desenvolver os conteúdos relacionando-os, sempre que possível, com a realidade do aluno, possibilitando-

o desta forma a tomar decisões e ter atitudes coerentes com o conhecimento científico estudado.

Há falta de bons professores de Ciências no mercado de trabalho, mas a expectativa profissional

afasta a maioria dos jovens desta profissão.

a) Avaliação do Curso pelos Alunos

Esta avaliação foi realizada através de instrumentos de coleta de dados - tipo questionário - que

continha perguntas/respostas de forma aberta, deixando o aluno à vontade para resposta. Foram distribuídos

65 instrumentos sendo que apenas 17 retornaram.

Avaliação do Curso de Ciências pelos Alunos Campus I -Itajaí -1996/II

Categorias Levantadas (opiniões, posições mais freqüentes)

1. Participação em Trabalho de Pesquisa e Extensão

15 responderam NÃO

02 responderam SIM - sob a forma de estágio em laboratório de Ciências Ambientais, Biologia

Marinha e pesquisa em Itiologia.

2. Participação em Eventos

Evento Número de

Participantes Cursos 10 Seminários 06 Oficinas 04 Simpósios 03 Outros 03 Congressos 02

3. Quanto ao Desenvolvimento do Curso

3.1. Destaques e Avanços Significativos

Opiniões mais freqüentes Freq. - Saídas a campo 06 - Área da Biologia 04 - Aulas de Laboratório 04 - Professores de Biologia 03 - Não responderam 03 - Quase nenhum 02 - Alguns professores voltados à pesquisa 01 - Professores de Química 01 - Seminários 01

55

3.2. Fatores Limitadores da Qualidade

Opiniões mais freqüentes Freq. - Falta de didática (Matemática) 06 - Falta de prática no Ensino da Matemática 06 - Falta de espaço próprio 03 - Deixaram de responder 03 - Fim do Curso de Ciências 02 - Não aproveitamento dos laboratórios 02 - Trabalho diurno, que dificulta um preparo melhor 02 - Falta de laboratórios de Física e de Matemática 02 - Aulas somente no período noturno 01 - Descaso da Instituição pelo Curso 01 - Baixo nível nas disciplinas 01 - Incerteza da implantação da licenciatura plena no final da Licenc. Curta 01 - Falta de contatos com a coordenação 01 - Falta de seminários e oficinas paralelas ao curso 01

4. Metodologias mais Significativas, Desenvolvidas pelos Professores em suas Aulas:

Opiniões mais freqüentes Freq. - Saída a campo 06 - Aulas práticas 06 - Deixaram de responder 06 - Trabalho com material concreto 03 - Seminários 02 - Debates 01 - Avaliação na perspectiva construtivista 01 - Utilização de audiovisual 01

5. O Curso de Ciências de I grau Oferece Habilitações Compatíveis com o Mercado de Trabalho?

Responderam SIM - 12

Por quê?

- Porque há poucos profissionais habilitados na área de Ciências e Matemática.

08

- Em nível de escola pública a habilitação é relevante e não a competência. 01 - Oferece ao aluno um diploma de curso superior 01 - Pelas disciplinas ministradas. 01 - Apesar do desinteresse de alguns professores, o curso não é dos piores. 01

Responderam NÃO - 05

Por quê?

- Porque não estão oferecendo as habilitações plenas em Matemática e Biologia.

02

- Quando formados, saímos com habilitação para lecionar para o I grau; no entanto, a maioria dos conteúdos vistos é de segundo grau. Algo está errado.

01

- Considerando-se os critérios para a escolha de aula (ACT). 01 - Porque não nos foi ensinado muita coisa no sentido de “o que fazer em

sala de aula”. 01

56

6. O Currículo do Curso de Ciências do I Grau Favorece a Formação Necessária e Adequada ao Empenho Profissional

Responderam SIM - 08

Por quê?

- Desde que o aluno se empenhe sozinho. Não pode contar muito com a ajuda dos professores.

02

- Durante o curso eu aprendi muito e consequentemente o trabalho melhorou bastante.

02

- O currículo praticamente é elaborado pelo profissional. 01 - Pelas disciplinas ministradas. 01 - Capacita o profissional a enfrentar um I grau 01 - Favorece um bom entendimento dos conteúdos que estão sendo

ministrados. 01

Responderam NÃO - 10

Por quê?

- Excesso de teoria e pouca prática. 04 - Ênfase nos conteúdos de segundo grau. Pouca base para o ensino de I grau.

02

- Desinteresse por parte de alguns professores. 01 - Atuação ineficiente por parte de alguns professores de Matemática. 01 - Baixo nível das disciplinas. 01 -Tornou-se um segundo grau. 01

7. Como Discente, qual sua Avaliação do Curso de Ciências?

- Bom. 02 - Um curso que juntassem a teoria com a prática. 01 - Abaixo do nível, na maioria das disciplinas. 01 - Regular, pois não adquiriu um conhecimento novo na área das ciências, tanto biológicas quanto exatas. Só nos fizeram relembrar o que aprendemos no I e II graus.

01

- Poderia ser melhor se os acadêmicos fossem mais interessados e exigentes.

01

- Existem professores que levam a coisa a sério. Vestem a camisa e trabalham com vontade.

01

- Há uma falta de união interdisciplinar 01 - Seria um bom curso se alguns professores viessem preparados para nos ensinar de verdade.

01

- Regular. Pouca instrumentação para o ensino de Ciências e Matemática. 01

- Poderiam ter dado mais apoio e incentivo para que o curso permanecesse, já que existem outros cursos formando 8 a 9 alunos, há vários anos.

01 - É um curso de suma importância para a vida do cidadão, pois lhe dá condições de entender melhor o mundo que o cerca.

01 - Eu, particularmente, tive ótimo aproveitamento, pois me engajei paralelamente à pesquisa, mas a realidade é que a maioria das disciplinas ofereceu apenas uma revisão de conteúdos de I e II graus.

01

57

- Acho que a Matemática e a Biologia deste curso estão em nível muito baixo.

01

- Os professores repetiam o que já tínhamos visto quando estávamos nos bancos escolares, não trazendo nenhuma novidade já que a maioria dos alunos atua como professores.

01 - Biologia está OK. Poderia ter sido mais proveitoso na área da Física e da Matemática se tivéssemos mais prática e menos teoria.

01 - Não foi o esperado. Foi uma repetição do segundo grau. Deveria ter sido usado material concreto para ser aplicado no primeiro grau.

01 8. Como a Sociedade Avalia o Curso de Ciências de I Grau?

Opiniões mais freqüentes freq. - Sem muita importância. Qualquer pessoa com outras habilitações pode ser professor de Ciências e Matemática.

02

- Acreditam que o mesmo sirva de trampolim. 02 - Gostam ou desgostam, dependendo do desempenho do profissional. 01 - Dizem que não é um curso de grande porte. Discriminam, é por isto que está acabando.

01

- A sociedade avalia o curso conforme seus próprios acadêmicos o avalia. 01 - Em nível geral, bem mal. 01 - Há uma grande discriminação em relação aos cursos de base, pois os mesmos não oferecem status.

01

- A sociedade não avalia. Ignora-o. Este curso é desvalorizado pela própria UNIVALI. Imagine pela sociedade!

01

- Como um cursinho, por ser licenciatura curta. 01 - A sociedade olha-o com descaso. 01 - É avaliado como um curso difícil e portanto não vale a pena porque o professor é mal remunerado.

01

- Como um curso “Walita”, quem o cursa compra uma habilitação em suaves prestações.

01

- De forma negativa, até mesmo com uma aversão. 01 - Um curso fraco. 01 - Um curso importante porque as escolas precisam de professores para atuarem principalmente nas áreas de Matemática, Química, Física e Biologia.

01

- A sociedade pode não avaliar muito bem, mas ela precisa dos serviços dos profissionais deste curso, pois no currículo de I e II graus as disciplinas de Ciências, Matemáticas, Biologia e Física fazem e vão fazer parte do sistema educacional por muito tempo.

01

9. Dentro do Contexto da Universidade, como se Situa o Curso de Ciências de I Grau?

Opiniões mais freqüentes freq. - Discriminado tanto por parte dos dirigentes, como por parte de outros alunos de diversos cursos.

09

- Discriminado por não gerar lucro 05 - Em posição de inferioridade. 04 - Curso trampolim. 03 - Em último lugar, pois não gera lucro para a Instituição. 01 - Abaixo de todos, bem que a educação num contexto geral está mal situada.

01

- Abandono 01

58

- Discriminado. A verdade é que o Curso de Geografia que forma 2 ou 3 alunos por semestre tem mais reconhecimento que Ciências, que este semestre formará 22 alunos. Isso, sem falar em Oceanografia que com, toda a sua infra-estrutura, tem apenas 01 (um) formando na primeira turma.

01

- Desvalorizados. O que o Coordenador do curso tem feito para a melhoria do mesmo? Será que o dinheiro dos alunos de Ciências vale menos que os dos demais cursos, pois ninguém da Direção dá apoio e nem atenção.

02

10. Relacionar Ações Administrativas e Pedagógicas, Indicando os Sujeitos, Setores da Instituição

Envolvidos nas Tomadas de Decisões e Execuções

Opiniões mais freqüentes freq. - Atuação do professor José Erno, como um bom coordenador do curso, pois sempre que procurado tentou sanar os problemas, desde professores para as devidas matérias, como a questão do espaço físico, entre outros.

03

- As tentativas do professor José Erno, quando da implantação do Curso de Biologia, em substituição ao curso de ciências e que esbarraram em justificativas vazias por parte da administração da UNIVALI.

03

- O professor Erno não move uma palha. Todos os indivíduos que coordenam este curso simplesmente nos ignoram.

01

Não responderam este item - 12 alunos

Outras contribuições freq. - Deveriam ser melhor selecionados os professores que ministram aulas no Curso de Ciências. Temos excelentes professores atuando, mas ainda faltam muitos

01

- Encarar o Curso de Ciências como “coisa” séria, lembrando que qualquer aluno de Odonto, Farmácia, Medicina, entre outros, necessita do conhecimento da área de Ciências para chegar lá

01

b) Avaliação do Curso pelos Professores

Assim como a dos alunos, esta avaliação foi realizada através de instrumento de coleta de dados,

tipo questionário, que continha pergunta e resposta de forma aberta, permitindo ao professor sua livre

expressão e posicionamento.

Foram distribuídos 25 (vinte e cinco) instrumentos, dos quais apenas 08 (oito) retornaram.

59

Avaliação do Curso de Ciências pelos Professores Categorias Levantadas (opiniões, posições mais freqüentes)

1. Quanto ao Desenvolvimento do Curso

1.1. Destaques e avanços significativos

Opiniões mais freqüentes freq. Participação dos alunos em trabalho de campo e nos Laboratórios (aulas práticas). 02 Iniciativas inovadoras no ensino. 01 Laboratórios com monitores. 01 Estágio supervisionado que extrapolaram as salas de aula. 01 Atuação dos professores José Erno e Danilo Campestrini na coordenação do Curso e na Direção da FFCL.

01

Não respondeu. 01 Não há avanços, muito pelo contrário. Alunos cansados, duas disciplinas no mesmo horário, a maioria dos alunos não pode e não quer se engajar em projeto de pesquisa.

01

1.2. Fatores limitadores da qualidade

Opiniões mais freqüentes freq. Falta de incentivo e/ou apoio à realização de trabalhos práticos (de campo ou de laboratório).

03

Curso de licenciatura curta com dupla habilitação (Cien. Mat.). 01 Curso noturno e dificuldade da disponibilidade dos alunos. 01 Desativação do NEA. 01 Excessivo número de alunos nos primeiros períodos, onde a maioria utilizava o curso como trampolim.

01

Carga horária pequena para a disciplina Biologia I (Citologia e Embriologia). 01 Contratação como horistas. Todas as atividades que excedem o horário das aulas precisam ser realizadas com tempo e gasto (locomoção), por conta do professor.

01

2. Quanto ao Currículo Pleno do Curso

2.1. Como é realizado o planejamento semestral?

Opiniões mais freqüentes freq. Apresentação e discussão do planejamento junto aos alunos, no primeiro dia de aula do semestre.

02

A partir de uma avaliação do semestre anterior, planeja-se o próximo semestre, de modo solitário.

02

Dentro do programa previsto para a disciplina, existe total liberdade para o planejamento semestral.

02

O planejamento é realizado dependendo do tempo que temos para cada semestre. 01 Dentro das disponibilidades dos professores da casa. 01 Desconheço. Nunca fui convocado para discutir o assunto. 01

2.2. Metodologias mais utilizadas

Respostas mais freqüentes freq. Aulas expositivas com recursos audio-visuais. 07 Prática de laboratório. 03 Seminários. 03 Pesquisa bibliográfica. 02 Trabalho de campo. 03 Coleta e preparação de material. 02 Deixou de responder. 01

60

3. Sugestões para a Promoção de um Trabalho Interdisciplinar entre os Diversos Cursos da Faculdade de Filosofia

Opiniões mais freqüentes freq. Disponibilizar professores com tempo parcial ou integral. 02 Encontros periódicos entre professores do curso, para avaliação, replanejamento e trocas de experiências e dados sobre os acadêmicos.

02

Tentar relacionar melhor a parte de Didática entre as diferentes disciplinas. 01 Criar atrativos, sem excesso de formalidades que incentive professores e alunos à exceção de pesquisa aplicada

01

Não respondeu 01

4. O Curso de Ciências Oferece Habilitações Compatíveis com o Mercado de Trabalho?

Opiniões mais freqüentes freq. Sim, pois há carência de profissionais na área 05 Não, pois: 01 - Faltam muitas matérias mais específicas entre todas as disciplinas 01 - Não justificou 02

5. O Currículo do Curso Oferece Necessária e Adequada Formação, ao Desempenho Profissional?

Não 08

Justificativa (resposta mais frequentes):

- Mistura duas habilitações sem afinidades (Mat. e Ciências).

- Nível do curso comparado ao de segundo grau, principalmente a Biologia.

- Falta de um Projeto Pedagógico.

- Adequação do currículo às novas exigências (currículo desatualizado)

6. Visão do Curso pelo Docente

- Mereceria maior e melhor atenção.

- O curso deveria receber melhor tratamento: espaço físico, laboratórios, incentivos para a pesquisa;

- É um curso bom. Poderia ter melhoras. Deveria ser um curso de Ciências Biológicas (curso pleno);

- Um Curso que necessita maior atenção por parte da administração.

- Afinal, um curso mal começou, por que está terminando?

- Um curso necessário porém com habilitação plena.

- Deve se encaminhar para as licenciaturas plenas.

7. Como a Sociedade Avalia o Curso?

Curso Bom 02 Deixaram de responder 06

8. Dentro do Contexto da Universidade, como Está Situado o Curso de Ciências?

Pela importância e necessidade deste curso, 100% das respostas dadas, consideram Ciências um

curso marginalizado, esquecido pela administração central (ProAc e Reitoria)

c) Produtividade do Corpo Docente

61

1) Pesquisa

A pesquisa na área de Ciências é ainda muito incipiente. Os professores engajam-se em pesquisas a

partir de suas Dissertações e/ou Teses. Quando voltam para a Instituição continuam suas atividades de

pesquisa, geralmente, com financiamento de Agências como o CNPq (Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico), FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), Banco do Brasil,

FUNCITEC (Fundo Rotativo de Fomento à Pesquisa Científica e Tecnológica), CAPES (Fundação

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), CEPSUL (Centro de Pesquisa e Extensão

Pesqueira do Sudeste-Sul), ou outras.

Além de terem suas próprias pesquisas os professores mestres e doutores orientam os alunos em

pesquisa do Programa de Bolsa de Iniciação Científica (ProBIC) e do FAP (Fundo de Apoio à Pesquisa) com

recursos da própria UNIVALI. Os alunos de Biologia e Matemática têm acesso a esses programas. Existem,

no entanto, dificuldades, pois são os cursos noturnos e a grande maioria dos alunos já são docentes no 1° e no

2º graus. Mesmo assim existem alunos do curso com Habilitação Plena em Biologia que têm bolsa de

iniciação científica, do qual tiram grande proveito.

O Quadro 19 apresenta o envolvimento de Docentes e Discentes nas Pesquisa da área de Ciência

desenvolvidas pela UNIVALI.

QUADRO 19 - DEMONSTRATIVO DAS PESQUISAS INSTITUCIONAIS NA ÁREA DE CIÊNCIAS

Título do Projeto Objetivos Origem/Responsável Situação Atual

1 Centro de Apoio Peda-gógica para professores de Ciências do 1º e 2º Graus.

Incentivar a pesquisa e a implementação de novas metodologias no ensino de Ciências nas escolas de 1º e 2º graus, na área da UNIVALI

Coordenação de pesqui-sa/Ciclo Básico de Saúde da UNIVALI/ Prof. Davi Ribeiro Tanmes, Juarez Philippi e Elizabete Rabaldo Bottan.

Encaminhamento ao PADCT. Sem financiamento. Redimensionando e enviado. SENEsu.Aguardando parecer.

2 Capacitação de Recursos Humanos de 1º Grau.

Testar metodologias al- ternativas para o ensino de 1º Grau.

Coordenação de Pesquisa / FFCLVI.

Projeto concluído. Em fase de elaboração de relatório. Financiamento obtido junto ao SENESU.

3 O ensino de Ciências: uma abordagem cognitivista.

Estudar as dificuldades dos professores de ciências para mudar sua metodologia de ensino tradicional para o cons- trutivismo.

Coordenação de Pesqui-sa/FFCLVI. Prof. José Erno Taglieber, Elizabete R. Bottan, Bernadete de Oliveira Fischer.

Projeto concluído. Financiado pelo SPEC/ PADCT/CAPES. Elaboração do relatório.

4 Continuidade das Pes- quisas Botânicas no Herbário Barbosa Ro- drigues.

Dar continuidade as ati- vidades de pesquisa bo- tânicas, idealizadas para o estado de Santa Ca- Tarina, através do Her- bário Barbosa Rodrigues.

Herbário Barbosa Ro-drigues, conveniado com a UNIVALI - Dr. Ademir Reis - Ana Cláudia Araújo.

Projeto em andamento

Título do Projeto Objetivos Origem/Responsável Situação Atual

5 Arborização de regiões degradadas da região do Vale do Itajaí.

Recobrir solos desnudos de áreas de risco e áreas públicas com espécies nativa da flora catari- nense.

UNIVALI com apoio do Herbário Barbosa Ro-drigues - Ana Cláudia Araújo

Projeto em andamento

6 Abundância e reprodu- ção de “bagres” (Ostei-

Identificar as espécies de bagres ocorrentes na

Núcleo de Estudos em Ciências Ambientais -

Projeto em andamento, sendo financiado pela

62

chthyes Ariidae) da foz do rio Itajaí-Açu, Santa Catarina, Brasil.

área do Foz do Rio Itajaí-Açu; Conhecer a estrutura populacional destas es- pécies durante o ciclo anual e no ambiente estuarino.

Coordenadoria do setor de Pesquisa - UNIVALI. Prof. Elisabete R. Bottan. Pesquisador Maurício Hostin Silva.

UNIVALI.

7 Ictiofauna da Baía da Babitonga/SC.

Conhecer a composição da ictofauna da região estuaria da Baía da Babitonga, São Francisco do Sul/SC.

Núcleo de Estudos Ambientais. Curso de Ciências, e Geografia.

Projeto em andamento com recursos do projeto ProBIC e FAP da UNIVALI

8 Diagnóstico de recursos naturais da área de proteção ambiental do Brilhante - Itajaí/SC.

Realização de um diagnóstico dos recursos naturais da área compreendida pelo APA - Brilhante para subsidiar o zoneamento e implantação do referido APA.

Prof. Luiz Fernando Krieger Merico/NEA Bolsista: Carlos Henrique Hildebrando da Silva.

Em andamento com recursos ProBIC e FAP da UNIVALI.

9 Biotecnologia bagres da Foz do Rio Itajaí-Açu.

Adquirir conhecimentos sobre a biologia Arüdae sobre diversos aspectos: identificação de espécies, estrutura populacional, período produtivo, hábitos, etc.

Prof. Maurício Hostin Silva/NEA Bolsista: Norberto Ghizoni.

Projeto em andamento com recursos do Programa Bolsas de Iniciação Científica, ProBIC e Fundo de Apoio à Pesquisa - FAP da UNIVALI e CNPq.

10 A pesca de amalhe de tubarões, realizada pela Frota Comercial de Itajaí e Navegantes/SC.

Descrição da pesca de amalhe de superfície, das embarcações que realizaram seu desembarque no município de Itajaí e Navegantes/SC, durante o 1º semestre de 1995.

Prof. Maurício Hostin Silva/NEA Bolsista: Janini Pereira.

Em andamento ProBIC e FAP com CEPSUL/IBAMA.

11 Levantamento taxonômico de Cyperus L. (subgêneros anasporum) (Nees) Clarke em Santa Catarina.

Levantamento e estudo taxonômico das espécies Cyperus L. visando fácil identificação das espécies por parte de outros pesquisadores.

Núcleo de Estudos Ambientais/NEA.

Em andamento.

FONTE: Coordenação de Pesquisa da ProPPEx/UNIVALI

63

2) Extensão

As atividades de Extensão promovidas pelo Curso de Ciências da Faculdade de Filosofia, Ciências e

Letras ou pela Coordenação de Extensão da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão - ProPPEx,

ambas da UNIVALI estão sintonizadas com as necessidades da comunidade e de seu amplo e variado campo de

conhecimento teórico/prático das Ciências Naturais, Biológicas e Matemáticas.

A cada ano letivo é organizado um Calendário de Eventos que, além de projetar o curso de Ciências

fora do Campus Universitário, oferece oportunidade para professores e alunos do curso e da rede municipal e

estadual de abrangência da UNIVALI para rever conhecimentos, atualizar conceitos e habilidades e aplicar

resultados tanto no processo ensino-aprendizagem como nas atividades de extensão relacionadas com a

comunidade em geral.

As principais atividades de Extensão desenvolvidas na área de Ciências encontram-se relacionadas no

Quadro 20.

64

QUADRO 20 - ATIVIDADES DE EXTENSÃO NA ÁREA DE CIÊNCIAS, MATEMÁTICA E BIOLOGIA/UNIVALI Eventos C/H Período População Alvo Objetivos(s) Nº Particip. Responsável (eis) Unidade Promotora

01. Encontro Regional de Professores de Ciências

08 h/a

07/01/1988 Professores das escolas públicas e particulares de Itajaí.

Reciclar professores de Ciências. 82 Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - FEPEVI

02. Curso de Atualização para professores de Ciências do pré e 1ª a 4ª séries.

20 h/a

10 - 11/02/88

22 - 23/02/88

24 - 25/02/88

Professores da Pré-Escola de 1ª a 4ª séries do CAU/FEPEVI

Reciclar professores das respectivas áreas.

25 Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - FEPEVI

03. Feira de Ciências 24 h/a

Outubro/88 Alunos de 1º e 2º graus. Estimular o interesse dos alunos pela investigação científica. Oportunizar a exposição de seus inventos. Exercitar os alunos na exposição de seus inventos.

Em torno de

1550

Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - FEPEVI

04. Feira de Ciências 24 h/a

Outubro/89 Alunos de 1º e 2º graus. Despertar o interesse dos alunos pela investigação. Oportunizar a exposição de seus inventos.

Em torno de 2786

Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - FEPEVI

05. Curso de Matemática 15 h/a

13 - 14/02/90

Professores de 1ª a 4ª séries

Reciclar professores de Matemática. 25 Marcelus Fabiano Sucharski

Colégio de Aplicação - FEPEVI

06. Curso de utilização de atividades práticas de Ciências, em sala de aula comum.

40 h/a

06/04 a 02/06/90

Professores de Ciências Instrumentar o uso de atividades práticas no cotidiano das aulas.

36 Renato André Wöhlke (Coordenador)

Pró-Reitoria Comunitária

07. Curso sobre material experimental 40 h/a

06/04 a 02/06/90

Professores de ciências da Rede Estadual

Mostrar a possibilidade de fazer experimentos diversos na própria sala de aula, sem o uso de material sofisticado.

20 Danilo Campestrini UCRE/UNIVALI

08. I Encontro Micro-Regional de Professores de Ciências

20 h/a

18 - 18/05/90

Professores de Ciências Discutir as tendências atuais do Ensino de Ciências.

535 Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - UNIVALI

09. Feira de Ciências 24 h/a

Outubro/90

Alunos de 1º e 2 º grau Incentivar o interesse dos alunos pela investigação científica e oportunizar a exposição de seus inventos.

Em torno de 800

Paulo Rogério Maes

Colégio de Aplicação - UNIVALI

10. Curso de Atualização Oficinas de Ciências e Matemática

15 h/a

13 - 14/02/91

Professores da 4ª série do CAU

Atualizar professores de Ciências e Matemática.

18 Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - UNIVALI

Eventos C/H Período População Alvo Objetivos(s) Nº Particip. Responsável (eis) Unidade Promotora

65

11. Feira de Ciências 24 h/a

01 - 03/10/91

Alunos de 1° e 2º Graus do CAU

Estimular os interesses dos alunos na investiga-ção científica e oportuni-zar a exposição de seus inventos.

em torno de 1800

Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - UNIVALI

12. Curso de Aperfeiçoamento para o Ensino Básico de Ciências e Matemática

72 h/a

03/03 a 25/05/92

Professores de Ciên-cias e de Matemática do município de Itajaí

Analisar os métodos práticos aplicados ao ensino de 1º grau em Matemática e Ciências.

58 Hildon M. Silveira e Rosa Sedrez

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras / Prefeitura Municipal de Itajaí

13. Feira de Ciências 36 h/a

26 - 28/08/92

Alunos de 1° e 2º Graus do CAU

Incentivar o interesse dos alunos na investigação. Oportunizar a exposição de seus inventos.

em torno de 1832

Maria Aparecida de Souza Neves

Colégio de Aplicação - UNIVALI

14. Curso de Matemática 40 h/a

26 - 30/10/92

Professores de Matemática da Rede Estadual

Atualizar os conhecimentos matemáticos.

72 Danilo Campestrini Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí

15. Curso de Atualização para professores de Matemática

40 h/a

26 - 30/10/92

Professores de Matemática

Atualizar os conhecimentos da área de ensino da matemática.

58 Benedito Galatto Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí / CEE

16. Curso de Atualização para professores de Ciências de 5ª a 8ª séries

40 h/a

26 - 30/10/92

Professores de Ciências

Atualizar os conhecimentos dos professores de Ciências de 5ª a 8ª séries.

50 Paulo Rogério Maes Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí / CEE

17. Curso de Ciências 40 h/a

13 - 17/09/93

Professores de Ciências

Atualizar o ensino de ciências do 1º grau.

40 Benedito Galatto Lenir Novaes

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí / CEE

18. Encontro Regional de Professores de Ciências

20 h/a

02/02/94 - 04/02/94

Professores de escolas públicas e particulares de Itajaí e região

Atualizar professores de Ciências.

325 José Erno Taglieber Paulo Rogério Maes

Colégio de Aplicação - UNIVALI

19. Curso de Atualização de Professores de Matemática do Pré-Escolar à 4ª série

20 h/a

16/03/94 a

18/03/94

Professores de Matemática de Itajaí e Região

Capacitar e reciclar professores de matemática.

45 Lenir Novaes Núcleo de Capacitação de Recursos Humanos

Eventos C/H Período População Alvo Objetivos(s) Nº Particip. Responsável (eis) Unidade Promotora

20. Oficinas de Ensino de 20 19/04/94 Professores de Discutir o ensino das áreas afins. 37 José Erno Taglieber Colégio de Aplicação

66

Ciências, Matemática e Biologia h/a a 21/04/94

Ciências, Matemática e Biologia

- UNIVALI

21. Curso de Atualização de Professores de Ciências de 5ª a 8ª série

40 h/a

25/06/94 a

29/06/94

Professores de Ciências

Atualizar professores do ensino de Ciências.

70 Benedito Galatto Prefeitura Municipal de Itajaí / Faculdade de Filosofia / 13º CRE

22. Feira de Ciências 30 h/a

10/94 Alunos de 1° e 2º Graus

Incentivar a participação de alunos na investigação científica, oportunizando a exposição de seus inventos.

950 Prof. Pasqualini Colégio de Aplicação - UNIVALI

23. Oficina de Ensino de Matemática

20 h/a

23/11/94 a

24/11/94

Professores do ensino de Matemática da região

Discutir as tendências atuais do ensino da Matemática.

46 Benedito Galatto Curso de Ciências

24. Curso de Aperfeiçoamento para Ensino Básico de Ciências e Matemática

40 h/a

14/03/95 a

18/03/95

Professores de Ciências e Matemática do município de Itajaí

Atualizar conhecimentos dos professores de Ciências e Matemática.

43 Benedito Galatto Curso de Ciências

25. Oficinas de Ensino de Ciências, Matemática e Biologia

20 h/a

25/04/95 a

28/04/95

Professores de Ciências, Matemática e Biologia

Discutir o ensino das áreas afins. 37 José Erno Taglieber Colégio de Aplicação - UNIVALI

26. Curso de Matemática Básica 20 h/a

16/05/95 a

19/05/95

Professores de Matemática

Capacitar professores do ensino da Matemática.

67 Ciro Renato Rebelo Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas

27. Feira Regional do Ensino de Matemática, Ciências e Biologia

40 h/a

06/06/95 - 10/06/95

Professores e alunos da rede de ensino público municipal

Incentivar a criação e a divulgação de seus inventos.

3672 Professores da Rede Municipal e Estadual de Ensino

Secretaria Municipal de Ensino e 13ª CRE

28. Trabalho de Campo: Educação Ambiental e Estudos Botânicos dos Biótipos Vegetais da Floresta Atlântica

08 - 12/95 Alunos Incentivar os alunos para educação ambiental.

Ana Claudia Araújo Maurício Hostin Silva Marcelo Soares

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí

29. Alimentação Natural de Peixes

40 h/a

09 - 13/10/95

Alunos e profissionais Incentivar alunos e profissionais para a alimentação natural a base de peixe.

Maurício Hostin Silva

Núcleo de Estudos Ambientais

30. O cultivo de moluscos na Espanha

04 15/09/95 Alunos e profissionais Incentivar o cultivo desses moluscos em nossos mares.

Fernando Diehl Curso de Oceanografia

FONTE: Coordenação de Extensão da ProPPEx/UNIVALI

64

1.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Auto-Avaliação feita do Curso de Ciências de I Grau, com Habilitação Plena em Matemática e

Biologia, hoje em vias de extinção, nos mostra alguns fatores que merecem um estudo mais aprofundado antes de

oficializar a extinção do mesmo.

Fatores que merecem destaque:

. Infra-estrutura do Curso (laboratório, biblioteca central, informatização, multimeios, etc.).

. Corpo docente qualificado.

Fatores limitadores da qualidade:

. Professores contratados como horistas;

. inadequação do currículo;

. falta de interesse/apoio e incentivo por parte da administração central (Reitoria e ProAc);

. desvalorização da profissão - Magistério;

. metodologias inadequadas.

O Curso de Ciências é desativado e para nós, professores e alunos deste Curso, ficam algumas questão

no ar, tais como:

. Se a Universidade dispõem de uma infra-estrutura satisfatória, professores qualificados pertencentes ao

seu quadro de pessoal, e se há necessidade de profissionais nesta área de conhecimento, por que não continuar

oferecendo este curso pleno - Biologia e Matemática, de forma alternada ou condicionada ao número de

candidatos?

. Qual é a causa real da desativação deste curso, se existem outros cursos na Universidade cuja taxa de

produtividade é inferior ao do Curso de Ciências?

Urge a implantação do Curso de Ciências Biológicas nas suas variações de Licenciatura Plena e

Bacharelado. Existe a necessidade do professores bem formados como de técnicos na área de Biologia. Esta é na

verdade a única saída que o Curso de Ciências tem para seguir existindo.

65

II - CURSO DE ESTUDOS SOCIAIS

SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

Walter Amaro Baldi

Paulo R.C. da Silva

Edilamar S. Zimath

Jânio R. Pereira

Cristian R. Barriga

66

2.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO

� Direção da FFCL

- Diretor: Professor Msc. Danilo Campestrini

- Vice-diretor: Professor Dr. Osmar de Souza

� Secretária Adjunta da FFCL

- Silvana da Costa Maia

� Funcionária Responsável pelo Curso

- Lina Mª T. Corrêa Cardoso

� Chefe de Departamento

- Profª Maria Cândida G. Sens

� Curso de Estudos Sociais

- Autorização: Parecer nº 199/76/CEE

- Reconhecimento: Decreto Federal nº 78.851 de 29//11/76

Parecer nº 1024/77 - CEPE

Decreto nº 79.739

Habilitação: Licenciatura de 1º grau em Estudos Sociais

Licenciatura Plena em E.M.C.

87

2.2 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem a finalidade de apresentar a síntese das atividades do processo de avaliação do

curso de Estudos Sociais, que foram realizados no período de 15/05/96 a 15/10/96/.

As atividades desenvolvidas para auto-avaliar o curso de Estudos Sociais deram-se através de uma

investigação minuciosa junto à UNIVALI, à Faculdade de Filosofia e ao próprio curso.

A pesquisa também procurou reunir informações e documentos a respeito da organização e o

funcionamento do curso de Estudos Sociais, bem como oportunizar um amplo debate envolvendo todos que

direta ou indiretamente estão ligados a essa licenciatura.

Para finalizar esse relatório, pretende-se mostrar a real situação das licenciaturas e em especial a de

Estudos Sociais no contexto da UNIVALI e da própria sociedade.

88

2.3 HISTÓRICO

2.3.1 Da UNIVALI

O primeiro documento oficial a respeito das Faculdades de Itajaí, de que se tem notícia é o Estatuto da

Sociedade de Ensino Superior - SIES - entidade que se destinava à difusão da instrução a nível universitário, no

interior do Estado de Santa Catarina, especialmente na região do Vale do Itajaí e que previa, inicialmente, o

funcionamento de duas Faculdades: a Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais e a Faculdade de Filosofia,

Ciências e Letras.

O início da SIES data de 05/11/62 e originou-se de uma mudança estatutária da Sociedade Professor

Flávio Ferrari - SPFF - entidade fundada em 08/05/1950, tendo como finalidade o aprimoramento da cultura

moral, cívica, intelectual e física da comunidade itajaiense, através do oferecimento de cursos livres de

madureza, técnico de comércio, SENAC, cursos de alfabetização, exames preparativos para admissão e

vestibulares. O registro em Cartório do Estatuto da “Sociedade Itajaiense de Ensino Superior” ocorreu somente

em 16/09/64, depois de uma ampla campanha de mobilização popular para a implantação do ensino superior na

cidade, tendo uma participação atuante do programa “A voz do Estudante”, mantido pela Rádio Difusora e pela

União de Estudantes Secundaristas de Itajaí - UESI.

A campanha refletia o espírito da época, o anseio de milhares de brasileiros, oriundos das camadas

médias da população que viam, no ensino superior, um canal de ascensão social.

Por outro lado, os organizadores da SIES trabalhavam com afinco o processo de autorização de

funcionamento das Faculdade de Direito e Filosofia, mas encontravam sérias dificuldades. Decidiram, então,

abandonar o caminho da iniciativa privada e se associar ao Município - Lei Municipal nº 599, de 22 de setembro

de 1964 - para viabilizar o arrojado empreendimento. Este procedimento de vincular a criação das escolas de

nível superior à Prefeitura Municipal foi adotada como modelo nos demais municípios catarinenses, como

Chapecó, Tubarão, Criciúma, Joinville, Lages, nos anos subseqüentes.

A atuação da Prefeitura de Itajaí foi decisiva no processo de implantação das Faculdades, por duas

razões básicas: viabilizou, financeiramente, o empreendimento e, por fim, facilitou a tramitação do processo de

autorização de funcionamento dos cursos que, em decorrência de ser uma escola pública, o âmbito de

competência decisória deslocou-se para o Conselho Estadual de Educação.

Embora oficializadas como Estabelecimentos Municipais de Ensino Superior, (Lei Municipal nº

599/64), as Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí e Ciências Jurídicas e Sociais do Vale do

Itajaí, foram instituídas pelo Decreto Municipal nº 48A, de 22/09/64 transformado em Lei Municipal nº623/65

como Autarquia Educacional e Cultural com função técnica desmembrada da administração municipal e tutelada

por esta, que proporcionaria também recursos patrimoniais e vida autônoma, ficando a direção e departamentos

técnico-administrativos dos referidos estabelecimentos concedida à Sociedade Ítajaiense de Ensino Superior -

SIES - sociedade civil de direito privado.

89

Devido à insustentável situação criada em torno da figura jurídica (estabelecimento municipal -

formalizado em autarquia - dirigido por uma sociedade civil de direito privado) de que deveria revestir-se o novo

empreendimento educacional, em 25/10/68 publicou-se a Lei Municipal nº892, criando a Autarquia Municipal

de Educação e Cultura da Cidade de Itajaí. - AMECCI - que fortalecia a presença do poder político municipal

nas faculdades e desvinculava totalmente a SIES da direção técnico-administrativa das mesmas, uma vez que

estas eram dirigidas pelos próprios professores, sem interferências externas .

A instalação das Faculdades aconteceu no dia 28 de maio de 1965, por ocasião da Aula Magna,

proferida pelo professor Alcides Abreu, escritor, professor da UFSC e membro do Conselho Estadual de

Educação, grande defensor da interiorização do Ensino Superior. Sua aula versou sobre a importância e os

benefícios para Santa Catarina da disseminação do Ensino Superior no Estado.

O Conselho Estadual de Educação, através do Parecer nº 72/65 CEE, autorizou o funcionamento

provisório da Faculdade de Direito, quando posteriormente autorizou em definitivo, através do Parecer

126/68/CEE/SC.

A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí foi autorizada a funcionar em 1968, pelo

Parecer nº 98/68, do Conselho Estadual de Santa Catarina, embora tenha iniciado suas atividades em junho de

1965. Assim os estudos realizados pelos alunos da Faculdade no período anterior à sua autorização (1965 - 1967)

foram validadas pelo Parecer nº 102/71/CEE, em sessão plenária de 26 de maio de 1971.

Finalmente, a Autarquia Municipal de Educação e Cultura da cidade de Itajaí - AMECI -

transformou-se em Fundação (figura jurídica que mais se adequava à sua realidade) nascendo, então, a

FUNDAÇÃO DE ENSINO DO PÓLO GEOEDUCACIONAL DO VALE DO ITAJAÍ - FEPEVI, através da

Lei nº 1047, de 11/11/70.

Posteriormente, pelo Decreto Presidencial nº 69.799, de 15/12/71, baseado no Parecer nº 801/71, do

Conselho Federal de Educação, e o Decreto Presidencial nº 71.650 de 02/01/73, de acordo com o Parecer

1.265/72, foram, respectivamente, reconhecidas a Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Vale do Itajaí e a

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí.

Em 1978, foi autorizado, pelo Decreto Presidencial nº 82.462, de 18/10/78, o funcionamento da

Faculdade de Ciências Administrativas, Econômicas e Contábeis do Vale do Itajaí, reconhecida pela Portaria

Ministerial nº 23, de 08/01/82.

Em 1980, pelo Decreto Presidencial nº 84/598, de 26/03/80 foi criada a Faculdade de Enfermagem e

Obstetrícia do Vale do Itajaí, reconhecida pela Portaria Ministerial nº 276, de 02/07/84, alterada posteriormente

pela Portaria nº484, de 19 de novembro de 1984.

Até 1986, as Faculdades de Ciências Administrativas, Econômicas e Contábeis e de Enfermagem e

Obstetrícia funcionaram isoladamente até quando, pelo Parecer nº 370/86, o Conselho Estadual de Educação

(CEE) aprovou o Regimento Unificado, integrando-as sob a denominação de Faculdades Integradas do Litoral

Catarinense - FILCAT.

Este foi o primeiro passo rumo à Universidade.

90

Neste período, ocorre também a nomeação, pelo Conselho Federal de Educação, de uma Comissão para

acompanhar o processo de transformação das FILCAT em Universidade. Internamente, os trabalhos foram

coordenador por uma comissão, especialmente designada.

Em 16 de fevereiro de 1989, através da Portaria Ministerial nº51/89, tendo em vista o Parecer

nº175/89/CFE, dá-se o Reconhecimento da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI.

Em 20 de fevereiro de 1989, pela Portaria Ministerial nº 053, foi reconhecido o curso de Psicologia, que

fora criado pelo Decreto Presidencial nº 94.068 de 27/02/87, tendo por base o Parecer nº 394/86/CEE/SC. O

curso de Psicologia integrou a Faculdade de Psicologia do Vale do Itajaí - FPVI - , criada pelo Parecer nº

439/87/CEE/SC de 01/12/87.

A partir do Reconhecimento da Universidade, em 16 de fevereiro de 1989, houve um período de

expansão com relação a novos cursos de graduação como resposta às aspirações da comunidade.

Pela Resolução 05/89CUn, foram criados os seguintes cursos:

a) Ciências da Computação, vinculado à Faculdade de Ciências Exatas - FACEX;

b) Curso de Odontologia, que integrou à Faculdade de Odontologia do Vale do Itajaí - FAOVI.

c) Curso de Turismo e Hotelaria, pertencente à Faculdade de Turismo e Hotelaria do Vale do Itajaí -

FATHUVI.

d) Habilitação em “Séries Iniciais” para o curso de Pedagogia, da Faculdade de Filosofia, Ciências e

Letras - FFCL.

A Resolução nº 08/90CUn criou o curso de Fonoaudiologia, da Faculdade de Ciências da Saúde -

FACISA.

A Resolução nº 11/90CUn criou o curso de Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo, vinculado

à Faculdade de Comunicação e Artes - FACOART.

A resolução nº 06/91 - CUn criou o curso de Licenciatura em Ciências, com Habilitação em Matemática

e Biologia, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras - FFCL.

A resolução nº 01/92/CUn criou o curso de Oceanografia, integrado à Faculdade de Ciências do Mar -

FACIMAR.

A resolução nº 15/95/CUn criou o curso de Farmácia, ligado à Faculdade de Ciências Químico-

Farmacêuticas - FAQFAR.

Em 19 de outubro de 1989, por meio da Lei Municipal nº2515, a Fundação de Ensino do Pólo

Geoeducacional do Vale do Itajaí - FEPEVI - foi transformada em Fundação Universidade do Vale do Itajaí,

mantenedora da UNIVALI.

Tendo por base o artigo 23 inciso III, do Estatuto da Universidade do Vale do Itajaí, o Conselho de

Ensino, Pesquisa e Extensão, através da Resolução nº 028/CEPE/91, de 22 de outubro de 1991, encaminhou ao

Conselho Universitário proposta de nova denominação a duas Faculdades: a Faculdade de Ciências

Administrativas, Econômicas e Contábeis do Vale do Itajaí por Faculdade de Ciências Exatas e Sociais

Aplicadas, e a Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia do Vale do Itajaí por Faculdades de Ciências da Saúde.

91

O Conselho Universitário, amparado no Art. 19, inciso III, do mesmo Estatuto, homologou a nova

denominação, através da Resolução nº29/91/CUn, de 04 de novembro de 1991.

Posteriormente, através da Resolução nº17/CEPE/93 a Faculdade de Ciências da Saúde - FACISA -

passou a incorporar somente o recém-criado curso de Fonoaudiologia, e o curso de Enfermagem e Obstetrícia

voltou a pertencer à Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia do Vale do Itajaí - FEOVI. E à Faculdade de

Ciências Exatas e Sociais Aplicadas passou a denominar-se somente Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas -

FACIESA - homologada pela resolução nº 40/93/CEPE.

Com a alteração estatutária da Universidade do Vale do Itajaí, homologada pela resolução nº07/95/CUn,

de 18 de setembro de 1995, visando atender os objetivos de inserção regional, contemplou-se a estrutura

multicampi, englobando o Campus de Sede de Itajaí e os Campi de Balneário Camboriú, Tijucas, Biguaçu,

Penha e Ilhota. (Dados obtidos na ProAc - 1996).

2.3.2 Da Faculdade de Filosofia e do Curso de Estudos Sociais

A Faculdade de Filosofia nasceu da idéia de um grupo de cidadãos itajaienses que sentiram a

necessidade da implantação de escolas de nível superior no município de Itajaí.

O primeiro documento oficial a respeito das Faculdades de Itajaí é o Estatuto da Sociedade de Ensino

Superior SIES.

O SIES foi criado em 05/11/62 e era uma entidade que se destinava à difusão da instrução de nível

universitário, no interior do Estado de Santa Catarina, especialmente na região do vale do Itajaí.

A idéia foi amadurecendo e, em 1964, liderados pelo Dr. José Medeiros Vieira e com o apoio da

Prefeitura que sancionou a lei municipal nº 599 de 22 de setembro de 1964 foram criadas as faculdades de

Filosofia e Direito no município de Itajaí - SC.

Embora oficializados como estabelecimentos municipais de ensino superior as faculdades foram

instituídas pelo Decreto Municipal nº 48A de 22/09/64 transformado em lei Municipal nº623/65 como Autarquia

Educacional e Cultural com a função técnica desmembrada da administração municipal e tutelada pela Prefeitura

de Itajaí.

No início a Faculdade de Filosofia ficou instalada provisoriamente em uma casa antiga localizada na

esquina das Ruas Silva e João Pessoa.

Nesse momento foi indicado para responder pela direção o Professor Dr. José Medeiros Vieira, tendo

como secretária a Profª Anelis Hauffer.

Foi também em 1965 que se realizou o primeiro vestibular para os cursos de Geografia, História, Letras

e Pedagogia.

A Faculdade de Filosofia só foi outorgada a funcionar através do Parecer nº 98/68/CEE, embora tenha

iniciado suas atividades em junho de 1965.

Nesse período assumiu a direção da Faculdade o professor Moacir de Tarsia Morisco e na Vice-direção

o Professor Roberto Miguel Klein, tendo como secretários os senhores Adilson Serafin Alves e José Pedro

Hoffmann.

92

Em outubro do mesmo ano a Direção renunciou e foi convidado para assumir o Professor Armando

César Ghislandi, funcionando por pouco tempo.

Logo após tivemos na Direção da Faculdade de Filosofia o Professor Dr. Juarez de Oliveira e como

Vice-diretor o Professor Zeno Antônio Schwurntze.

Até 1970 a Faculdade de Filosofia passou a funcionar no Colégio Salesiano em Itajaí, após essa data

passou a funcionar nas dependências do Col. Est. Deputado Nilton Kucker.

Em 1971 foi convidado a assumir a direção o Profº Pedro Antônio Severino e para Vice-diretor o profº

Calixto Antônio Clacyn.

E em 02 de janeiro de 1973, através do Parecer nº 71.650, a Faculdade de Filosofia foi reconhecida

oficialmente pelo C.F.E.

Nesse mesmo ano assumiu a direção o profº Dr. Edison Villela e de Vice-diretor o profº Luís Henrique

Mendes Campos.

Em 1977 o profº Dr. Edison Villela assume a presidência da FEPEVI, sendo indicado para a Direção da

Faculdade o profº José Domingos de Andrade.

Durante a gestão do Dr. Edison Villela na Faculdade de Filosofia foi implantado o curso de Estudos

Sociais, ou seja, a primeira licenciatura de curta duração que habilitava para o ensino de 1º grau (História e

Geografia), sendo reconhecido pelo C.F.E. em 1976.

Na gestão do profº José Domingos de Andrade deu-se o convênio entre as faculdades de Filosofia e

Direito, cuja finalidade seria de aproveitar os formandos de Estudos Sociais para o curso de Direito.

Em setembro de 1979 foi nomeado o profº Benedito Galatto que dirigiu a faculdade de Filosofia por

dois mandatos.

Em setembro de 1983 assumiu a direção da Faculdade de Filosofia o profº Murilo Chedid dos Santos,

tendo como Vice-diretor o profº José Domingos de Andrade.

Foi em setembro de 1985 que a Faculdade de Filosofia promoveu eleições diretas para escolher sua

direção, tendo como Diretor o Profº Paulo R. C. da Silva e Vice-diretor o profº Danilo Campestrini.

Em setembro de 1987 foram eleitos como Diretor o profº Paulo R. C. da Silva e Vice-diretora Marlene

Burato.

Em setembro de 1989 volta eleito como Diretor o profº Benedito Galatto que se reconduziu ao cargo

por mais dois anos.

E finalmente em setembro de 1993 foi eleito para o cargo de Diretor o profº Danilo Campestrini, tendo

como Vice-diretor o profº Osmar de Souza que também foram reeleitos por mais dois anos. (Dados obtidos na

FFCL / 96)

2.4 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO

93

2.4.1 Período e Forma

A sub-comissão do curso de Estudos Sociais foi constituída através de um processo seletivo entre seus

pares.

No mês de abril foram convocados por escrito todos os professores do curso para escolherem seus

representantes nesse processo. Foram eleitos o profº Walter Amaro Baldi e o profº Paulo R. C. da Silva e,

posteriormente, nomeados pelo Reitor da UNIVALI, profº Dr. Edison Villela conforme portaria nº 116/96.

Em relação aos alunos o processo deu-se em maio, pois foram eleitos entre seus pares os acadêmicos

Edilamar S. Zimath (2ºp) Jânio R. Pereira (3ºp) e Cristian Rafael (4ºp) para representarem o curso de Estudos

Sociais nos trabalhos da sub-comissão de avaliação.

Após formada a sub-comissão, o Reitor instituiu um prazo de 06 meses (15/05/96 a 15/10/96) para os

mesmos desenvolverem seus trabalhos no processo de auto-avaliação de seus referidos cursos.

2.5 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO

2.5.1 Clientela do Curso

Os alunos que buscam o curso de Estudos Sociais o fazem mais por pressão, pela obtenção de um

possível emprego no mercado de trabalho cada vez mais difícil, do que propriamente por uma inclinação especial

pelo magistério.

É um aluno que, na maioria das vezes, já trabalha, não necessariamente no magistério, que dispõe de

pouco tempo e poucos recursos para desenvolver um curso de boa qualidade.

2.5.2 Horário de Funcionamento

19h às 22h e 30 min

2.5.3 Planejamento da FFCL, dos Cursos e das Disciplinas

É realizado no início de cada semestre letivo, através de reuniões administrativas e pedagógicas para

decidirem em conjunto as atividades dos cursos, bem como da Faculdade.

94

Nessas reuniões a Faculdade de Filosofia discute com os professores das licenciaturas os efeitos

administrativos e pedagógicos que nortearão o semestre letivo e delibera aos coordenadores do curso (chefes de

departamentos) a condição dos trabalhos de Planejamento juntamente com os seus professores em relação às

atividades curriculares e extracurriculares de cada curso.

2.5.4 Corpo Docente

a) Qualificação Docente

Nome Profº Disc. C/H Titulação Ano

Ceili B. Furtado Prática de Ensino I 08 Esp. Completa 1983

Didática

Cristiane M. Barreto T.G.E. I e II 04 Mest. Em Curso - -

Ester Tomellin Geog. Fís. 04 Esp. Completa 1973

Elisabeth Caldeira Prát. Ens. II 04 Dout. Em curso --

Francisco dos Anjos Geog. Bras. I, II 04 Mest. Em curso --

Geraldo J. M. Júnior Filos. I e II 04 Esp. Completa 1995

Jonas T. Nunes Ética e Cidadania I,II 04 Mestr. Completo 1995

Maria C. G. Senis Fund. Cências Sociais 08 Esp. completa 1982

Marlus Niebuher História do Brasil I, II 08 Mest. Em curso --

Pedro A. Giraldi Psico. da Educação I e II 08 Mest. Em curso --

Paulo R. C. da Silva OSPB I e II 04 Mest. Em curso --

Rita B. Santos Didática II 04 Esp. Completa 1986

Sônia M. T. Moreira Geografia Humana 04 Mest. Em Curso --

Vitória T. I. B. T. Schauffert História Antiga Medieval 04 Esp. Completa 1983

Walter A. Baldi E.F.E. I e II 04 Mest. Completo 1996

Fonte: Setor de Registro e Documentação de Docentes/96

b) Demonstrativo da qualificação dos docente

Pós-Graduação

Especialização Mestrado Doutorado

Total de Profº Compl. Em curso Compl. Em curso Compl. Em curso

15 06 -- 02 06 -- 01

Fonte: Setor de Registro e Documentação de Docente / 96

95

2.5.5 Professores e Alunos Pesquisadores

Não houve ao longo desses anos professores e alunos do curso de Estudos Sociais envolvidos em

projetos de pesquisa, como também não existem publicações específicas do referido curso.

O que o curso possui são professores que pesquisam em outras áreas, mas que trabalham no curso de

Estudos Sociais, bem como alguns alunos que são convidados para participarem das atividades de pesquisa em

outros cursos como, por exemplo, História e Geografia. (Dados obtidos com a ProPPEx / 96)

2.5.6 Pesquisas Realizadas com os Egressos

Em relação ao curso de Estudos Sociais não foi realizada nenhuma pesquisa até o presente momento

com os alunos egressos nos últimos 05 anos.

2.6 DADOS PARA AVALIAÇÃO DO CURSO

2.6.1 Primeiro Seminário de Auto-avaliação do Curso

a) Na Avaliação dos Professores

Dos 15 professores do curso apenas 02 professores responderam e entregaram o questionário à sub-

comissão de Avaliação.

Segundo a visão desses professores não caberia mais um curso de Licenciatura de 1º grau, pois a

formação desse profissional fica completamente comprometida devido a sua curta duração.

Foi colocado pelos professores que, apesar das limitações impostas pela própria estrutura curricular e

do excesso de alunos, percebe-se uma grande procura pelo curso, bem como existem muitos acadêmicos

interessados e maduros.

Finalizando, os professores sugerem ampliar a carga horária do curso transformando o mesmo em

Ciências Sociais e Políticas.

____________

Fonte: Sub-comissão de Avaliação/96

b) Na Avaliação dos Acadêmicos

96

- Nº de alunos do curso: 229

- Nº de alunos que participaram: 115

Categorias Levantadas Nº de alunos %

Razões que levaram a freqüentar o curso - Formação de Nível Superior 40 34,78 - Curso de Curta Duração 25 21,73 - Fácil acesso 23 20 - Transferência para outro curso 12 10,43 - Ser professor 10 8,69 - Outros 05 4,34

TOTAL 115 100,00 Quem é o Profissional de Estudos Sociais - É habilitado a lecionar História e Geografia no ensino de 1º grau 50 43,47 - É aquele que adquire um vasto conhecimento 30 26,08 - É professor 20 17,39 -É aquele que possui um curso de nível superior 15 13,04

TOTAL 115 100,00 Caracterização do Curso: - Ótimo 60 52,17 - Bom 30 26,08 - Regular 15 13,04 - Insuficiente 10 8,69

TOTAL 115 100,00 O curso forma adequadamente o profissional - Sim 70 60,86 - Em parte 30 26,08 - Não 15 13,04

TOTAL 115 100,00 Aspectos Positivos e Negativos do Curso

� Aspectos Positivos

- Possui bons professores 50 43,47 - Abre caminho para realização de Concurso Público 40 34,78 - Matérias válidas para a vida 15 13,04 - Contribui para promoção no trabalho 10 8,69

TOTAL 115 100,00

� Aspectos Negativos

- Pouca cobrança dos professores em relação aos conteúdos 35 30,43 - Abrangente, mas não profundo 23 20 - No cumprimento dos horários 17 14,78 - Falta de infra-estrutura (salas ambiente) 15 13,04 - Desvalorização do curso 15 13,04 - Falta de uma sala para o P.A. 10 8,69

TOTAL 115 100,00

Categorias Levantadas Nº de alunos %

Relação entre Formação Pedagógica e específica

97

- Superficial 55 47,82 - Mínima formação pedagógica 30 26,08 - Deixa a desejar a formação específica 30 26,08

TOTAL 115 100,00 Sugestões para a melhoria do curso - Maior divulgação do perfil profissiográfico do curso 40 34,78 - Deixar claro que a transferência só é possível se houver vagas

para outros cursos. 30 26,08

- Reformulação no currículo de Estudos Sociais 25 21,73 - Maior valorização para o curso 20 17,39

TOTAL 115 100,00 Fonte: Subcomissão de Avaliação.

2.6.2 Levantamento de Dados conforme os Instrumentos dos Programas de Avaliação Institucional da

UNIVALI

a) Instrumentos de Avaliação nº 03 e 04

AVALIAÇÃO DOS ACADÊMICOS PELOS PROFESSORES

Questão : O que deveria ser feito para melhorar o nível de participação dos acadêmicos nas aulas de

atividades práticas?

Curso: Estudos Sociais

CAMPUS I - ITAJAÍ

1995 I e II

Professores

1º Sem. 07

2º Sem. 04

Opiniões: 12

Categorias levantadas (opiniões, posições mais freqüentes) Nº %

Quanto ao desempenho do aluno: 04 33,3

- O grupo é esforçado e tem um bom desempenho ativo e participativo. - Alguns precisam se conscientizar da necessidade de ampliar seus

conhecimentos, tornarem-se profissionais competentes e não se colocarem como meros espectadores.

Quanto à metodologia de ensino: 04 33,3

- Os alunos têm alguma dificuldade de se adaptarem ao sistema de aula participativa.

- Grande parte dos alunos participa das atividades com o intuito de terminar o Curso ao invés de se prepararem para a vida.

- Os alunos deveriam ser estimulados para a iniciação científica.

Quanto aos objetivos do curso: 03 25,0

- Grande parte dos alunos não quer o Curso de Estudos Sociais, visam o

98

curso de Direito. - O curso não tem nada a oferecer, é uma licenciatura Curta - Não leva à Pós-

Graduação. Não tem mercado de trabalho.

Quanto à motivação e interesse: 01 8,4

- O interesse deve partir do aluno.

TOTAL 12 100,0

Fonte: Comissão de Avaliação Institucional/96

b) Instrumentos de Avaliação nº 04 e 05

1) categorização das manifestações dos alunos na avaliação do desempenho docente ao responder à

seguinte questão:

O que deveria ser feito para melhorar a qualidade das aulas ministradas?

CURSO: ESTUDOS SOCIAIS CAMPUS I - ITAJAÍ - 1995/I

ALUNOS: 46 OPINIÕES: 70

Categorias levantadas (opiniões, posições mais freqüentes) Nº %

I - Quanto à metodologia as aulas deveriam:

- Usar recursos audiovisuais 04 6,0

- Cumprir horário de início e término das aulas 04 6,0

- Explicar conteúdo de forma mais objetiva 03 4,4

- Melhorar o aproveitamento do horário em sala 01 1,5

- Explicar com tópicos práticos relacionados à atualidade 01 1,5

- Usar audiovisuais com critérios 01 1,5

- Usar o maior número possível de materiais didático 01 1,5

- Trazer mais debates para sala de aula sobre temas atuais 01 1,5

- Motivar mais as aulas 01 1,5

II - Quanto à Infra-Estrutura do Curso:

- Dispor de mais materiais para uso dos professores (vídeos,

televisores, microfones, etc.)

03 4,4

- Reduzir o número de alunos por sala para, no máximo, 25 02 2,9

- Dar maior segurança para os primeiros períodos no colégio P. Paulo

Philippe

02 3,0

- Ampliar o acervo bibliográfico 01 1,5

- Adquirir filmes para uso dos professores 01 1,5

- Transferir os primeiros períodos do P. Paulo Phillippe para o campus

Central

01 1,5

99

- Melhorar a acústica da sala de aula 01 1,5

- Apresentar maior organização nas salas de aula. 01 1,5

- Instalar ventiladores nas salas de aula 01 1,5

- Melhorar a estrutura funcional da Universidade 01 1,5

III - Quanto ao desempenho docente:

- Avaliar os professores, pois nem todos estão aptos para lecionar 04 6,0

- Estabelecer critérios claros e rigorosos para contratação de

professores

03 4,4

- Contratar professores com, no mínimo, pós-graduação e mestrado 03 4,4

- Apresentar maior domínio de conteúdo 02 3,0

- Contratar professores com maior interesse e desembaraço 02 3,0

- Dar oportunidade para novos professores, com práticas e técnicas

diferentes, um modelo de ensino libertador e não métodos

tradicionalistas, que o Profº não seja ditador

02 3,0

- Dar maior atenção e consideração aos alunos e trabalhos 01 1,5

- Cumprir o regulamento quanto ao horário das aulas, pois 90% dos

professores não o cumpre

01 1,5

- Propiciar maior diálogo com alunos 01 1,5

- Exigir dos professores disciplina com os alunos 01 1,5

- Incentivar mais os professores 01 1,5

- Oferecer cursos sobre novas técnicas de ensino aos professores 01 1,5

- Neste semestre todas as aulas foram interessantes, com excelentes

professores

01 1,5

IV - Quanto à avaliação:

* Avaliação do Ensino:

- Maior responsabilidade e cuidado com provas e trabalhos 02 3,0

- Maior transparência nos critérios de avaliação 01 1,5

V - Quanto ao conteúdo / currículo:

- Maior atualização de conteúdos 02 3,0

- Transformar o curso de Estudos Sociais em Ciências Sociais e

Políticas

01 1,5

- Diminuir conteúdo e melhorar a qualidade 01 1,5

VI - Quanto à direção / administração:

- Chega de construir prédios e cobrar mensalidades; é preciso investir

em qualidade de ensino

01 1,5

100

- Verificar os critérios para mudança de curso, pois de nada vale ser

um bom aluno no curso se na hora em que precisa de suas notas e

freqüência isso não existe.

01 1,5

Outros:

- Acabar com a discriminação com o curso e, quando houver, que

haja punição exemplar.

01 1,5

- Avanço Cultural = Interesse do grupo, objetivos comuns e tomada

de decisão

01 1,5

- UNIVALI - Tornar democrática para democratizar 01 1,5

- O valor da mensalidade está muito alto 01 1,5

TOTAL 67 100,0

Fonte: Comissão de Avaliação Institucional/95

2) Categorização das manifestações dos alunos na avaliação do desempenho docente ao responder à

seguinte questão:

O que deveria ser feito para melhorar a qualidade das aulas ministradas?

CURSO: ESTUDOS SOCIAIS

CAMPUS I - ITAJAÍ - 1995/I

ALUNOS: 53

OPINIÕES: 107

Categoria levantada (Opiniões, posições mais freqüentes) Nº %

I - Quanto à metodologia as aulas deveriam:

- Apresentar maior uso de recursos audiovisuais e mais palestras 09 8,4

- Ter aulas mais práticas 05 4,7

- Priorizar maior clareza na exposição dos conteúdos 05 4,7

- Organizar debates em sala de aula 04 3,7

- Cobrar mais dos alunos desinteressados 04 3,7

- Variar técnicas /metodologia de ensino 03 2,8

- Tirar dúvida dos alunos/ maiores explicações 02 1,8

- Incentivar a pesquisa 02 1,8

- Aproveitar melhor tempo de sala de aula 02 1,8

- Motivar os alunos 01 0,9

- Fazer trabalhos em grupo 01 0,9

- Organizar mais atividades extra-classe 01 0,9

- Ter mais disciplina em sala de aula 01 0,9

II - Quanto à infra-estrutura:

101

- Fornecer computadores, material didático, vídeos, projetores, televisores

para agilizar aulas

06 5,7

- Ampliar e atualizar acervo bibliográfico 05 4,7

- Diminuir elevado número de alunos em sala 04 3,7

- Informatizar a biblioteca 01 0,9

- Ter uma biblioteca na E. B. Pedro Paulo Phillippe 01 0,9

- Melhorar salas de aula 01 0,9

- Trazer mais conforto ao bloco de Direito, janelas, elevadores,

bebedouros, espelhos nos banheiros

01 0,9

- Trocar as cadeiras que estão quebradas e são desconfortáveis 01 0,9

- Observar as condições na Escola Básica Pedro Paulo Phillippe que são

muito ruins

01 0,9

III - Quanto ao desempenho docente:

- Cumprir o horário normal das aulas 07 7.5

- Demonstrar maior interesse e motivação dos professores pelas aulas 06 5,7

- Melhorar a qualidade e capacidade dos professores 06 5,7

- Exigir maior responsabilidade e seriedade dos professores e alunos 02 1,8

- Excelente equipe de professores. Continuar assim 02 1,8

- Melhorar a cobrança dos professores e alunos em relação ao

conhecimento

01 0,9

IV - Quanto à avaliação:

� Avaliação Institucional:

- Atribuir notas é complicado. É quase uma forma de denegrir o

profissional

01 0,9

- Não adianta sugerir, pois nada muda 01 0,9

� Avaliação do Ensino:

- Avaliar o aluno em todas as aulas e não só no VP1 e VP2 01 0,9

- Realizar trabalhos relacionados com a matéria que o professor está

ministrando

01 0,9

- Divulgar as formas como os alunos são avaliados em Português e

Geografia

01 0,9

V - Quanto aos conteúdos / currículo:

- Atualizar e aprofundar conteúdos 04 3,7

VI - Quanto à relação professor - aluno:

- Melhorar a relação entre professores e alunos 03 2,8

- Encontrar formas de unir professores e acadêmicos para melhorar as 01 0,9

102

aulas

- Ter maior seriedade em relação aos alunos 01 0,9

VII - Outros:

- Aumentar o salário dos professores 03 2,8

- Ver com o profissional se os alunos se identificam com o professor 01 0,9

- Proibir entrada de vendedores ambulantes e mendigos em sala de aula 01 0,9

- Baixar mensalidades 01 0,9

- Não avaliar só professores e sim o sistema colocado à sua disposição.

Ex. 80 alunos em sala

01 0,9

- Valorizar curso em relação aos demais 01 0,9

TOTAL 107 100,0

Fonte: Comissão de Avaliação Institucional/95

2.6.3 Avaliação dos Acadêmicos pelos Professores

CURSO SEMESTRES MÉDIA GERAL

- Estudos Sociais 95/I 7,10

- Estudos Sociais 95/II 8,17

- Estudos Sociais 95/ 1 e II 7,63

Fonte: Comissão de Avaliação Institucional/95

2.6.4 Avaliação do desempenho Docente

CURSO /

SEMESTRE

ASPECTOS

AVALIADOS

MÉDIA

Nº de Quest.

Nº Acad.

%

Est. Soc. 95/I Conteúdos Ministrados 8,24 097 283 34,27

Est. Soc. 95/I Proced. Metodológicos 8,07 097 283 34,27

Est. Soc. 95/I Metodológicos Comun. 8,48 097 283 34,27

Est. Soc. 95/II Cont. Minist 8,70 121 250 48,40

Est. Soc. 95/II Proced. Metodológicos 8,28 121 250 48,40

Est. Soc. 95/II Comunicação 8,56 121 250 48,40

Est. Soc. 95/I e II Cont. Minist. 8,47 218 533 40,90

Est. Soc. 95/I e II Proced. Metodológicos 8,17 218 533 40,90

Est. Soc. 95/I e II Comunicação 8,56 218 533 40,90

Fonte: Comissão de Avaliação Institucional/95

2.7 PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DO CURSO

103

* Assegurar a ampliação dos debates e o envolvimento de todos em torno das questões da formação do professor;

* Superar a dicotomia bacharelado/licenciatura, que traduz implicitamente a fragmentação epistemológica;

* Articular formas para a integração das licenciaturas;

* Formar um profissional consciente de sua responsabilidade histórica, traduzida pela reflexão crítica da

sociedade e da prática educativa que se dá na escola em que vai atuar;

* Organizar atividades comuns entre as diversas licenciaturas para debater a formação do professor;

* Promover o aperfeiçoamento dos professores da Faculdade de Filosofia;

* Repensar os critérios de ingresso e acesso de professores e funcionários para o ensino superior;

* Distribuir de forma eqüitativa os recursos para todas as áreas do conhecimento, estimulando e financiando

pesquisas de caráter social e educacional;

* Proporcionar maior autonomia para a Faculdade de Filosofia, definir a dinâmica de seu projeto educativo e os

currículos de seus cursos, como também a realização de novas experiências pedagógicas;

* Repensar a situação do professor que, por força de sua reduzida permanência na Universidade, pouco

contribuirá para a produção do conhecimento;

* Criar novos mecanismos para garantir maior participação e comprometimento de todos nas atividades da

Universidade;

* Promover avaliação permanente no currículo visando o replanejamento;

* Garantir a integração da Universidade com o ensino do 1º e 2º graus;

* Valorizar mais as licenciaturas dentro da Universidade.

2.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para chegar a uma visão geral sobre os atuais problemas do curso de Estudos Sociais, começamos

trazendo o conhecimento construído pelo processo de avaliação realizado na UNIVALI, que procurou ao longo

desses anos analisar e caracterizar a organização e o funcionamento das diversas licenciaturas da Faculdade de

Filosofia.

Em relação ao curso de Estudos Sociais as principais constatações desse estudo foram:

A primeira diz respeito ao contexto onde as licenciaturas situam-se, ou seja, de descaracterização e

desvalorização política e social de educação em geral, e do magistério em particular, principalmente no ensino de

1º e 2º graus.

As licenciaturas continuam com sua vocação de formadora de professores muito valorizado no discurso

proclamado em geral, mas pouco amparado por medidas efetivas, que lhe possam garantir o cumprimento dessa

formação.

104

Com isso, constatou-se que, mesmo nas instituições privadas, a formação de professores está deixando

de ser uma atividade atraente, sob o ponto de vista empresarial.

Isso vai, certamente, dentro de pouco tempo, agravar ainda mais a situação já crítica em relação à falta

de professores.

Portanto, urge que as Universidades e, em especial a UNIVALI, se mobilizem para enfrentar este

problema.

A segunda refere-se à problemática dos cursos de licenciaturas que, em termos gerais, continua

praticamente a mesma desde sua origem na antiga Faculdade de Filosofia, ou seja, a falta de uma visão integrada,

assumida coletivamente sobre o tipo de profissional que se deseja formar.

Observa-se, no entanto, que as tentativas de mudança continuam isoladas e efêmeras, não atingindo

propriamente as bases estruturais das licenciaturas.

A partir dessas afirmações bastante amplas, a pesquisa também fez uma série de constatações mais

específicas que continuam a valer como tentativas para se entender alguns dos complicados mecanismos que

emperram a formação de professores nas Universidades.

1º) Perfil da demanda do Curso de Estudos Sociais:

É um aluno que, na maioria das vezes, já trabalha, não necessariamente no magistério e que dispõe de

pouco tempo e de poucos recursos para desenvolver um curso de boa qualidade.

O aluno que busca o curso de Estudos Sociais o faz mais por pressão pela obtenção de um possível

emprego imediato em um mercado de trabalho cada vez mais difícil, do que propriamente por uma inclinação

especial pelo magistério.

Enfim, as licenciaturas representam para os alunos a porta de entrada para a Universidade, onde a

concorrência é menor, pois através delas é que surge a possibilidade de transferência para outros cursos

socialmente cobiçados.

2º) Organização Curricular do Curso de Estudos Sociais:

Com relação a essa questão constatou-se que desde a sua implantação praticamente não houve

modificações na grade curricular do curso de Estudos Sociais.

Apesar das diversas reuniões para manter atualizado os conteúdos programáticos, o currículo de Estudos

Sociais, atualmente, se tornou abrangente, mas não profundo.

Isso nos revelou que o curso necessita de algumas reformas, mas não a inoperância de simples

mudanças curriculares para a solução de problemas imediatos ou para o mero comprometimento legal.

Na verdade o curso necessita de uma mudança na sua própria estrutura, fazendo com que a

responsabilidade central sobre a formação do futuro professor repouse basicamente, não só, sobre aqueles que

dominam os conteúdos de formação específica.

Constatou-se, no entanto, ao longo desses anos que, grande parte das reformas realizadas nas

licenciaturas foram paliativas, ou seja, com a simples mudança de nomes de disciplinas e outras ainda apontaram

105

em direção a soluções mais promissoras, através de disciplinas “integradoras”, que não chegam a reorientar os

cursos em sua totalidade.

Portanto, isso nos mostra a complexa fragmentação pela qual passa a formação de professores em

nossas Universidades, pois a ausência de um processo interdisciplinar e de integração faz com que os cursos de

licenciatura sejam de certa forma desarticulados com o atual momento histórico em que vive o país, bem como

reprodutora da visão de mundo da classe dominante.

3º) Concepção de Educação no Curso de Estudos Sociais

Com relação a essa questão constatou-se uma forte tendência para o caráter eclético da prática

pedagógica desenvolvida pelos professores do curso.

De certa forma, pode-se afirmar que isso ocorre pela falta de clareza e de definição de uma concepção

filosófica e metodológica que oriente todo o trabalho educacional.

Isso significa que as discussões sobre a concepção teórica que sustenta atualmente a formação de

professores têm que avançar no interior dos cursos de licenciatura da UNIVALI.

A clareza dessas questões é fundamental para que se possa compreender a função social e política das

licenciaturas, caracterizando-se ao mesmo tempo as especificidades de cada curso e as interfaces entre ambos,

para que seja possível a construção de uma proposta consistente a qualidade para a formação de professores na

UNIVALI.

Esse diagnóstico mostra a necessidade de fortalecer as discussões no interior da Faculdade de Filosofia,

tornando as licenciaturas momentos efetivos de reflexão sobre educação, de modo que se separe as atividades

burocráticas em que mergulham muitos desses cursos.

Portanto, conclui-se que a partir dessas discussões se faz necessária a participação de todos, como

também a consciência coletiva e a integração de esforços para a articulação de um projeto em defesa da melhoria

da qualidade do ensino para a formação de professores em nossas licenciaturas.

106

III - CURSO DE GEOGRAFIA

SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

Lizete de Oliveira Crispim

Maria Luiza Piazza

110

3.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS CURSO DE GEOGRAFIA AUTORIZAÇÃO: Parecer n.º 98/68/CEE/SC

Parecer n.º 246/87/CEE/SC RECONHECIMENTO: Decreto n.º 71.650 - 02.01.73 HABILITAÇÕES: Bacharelado

Licenciatura TURNO: Noturno VAGAS: 60 até 1995

50 em 1996

111

3.2 APRESENTAÇÃO

A UNIVALI, na busca de melhores condições para o desempenho de suas atividades de Ensino,

Pesquisa e Extensão, está proporcionando a alguns Cursos a possibilidade de uma Avaliação.

Durante o 1º semestre de 1996, foi escolhida uma subcomissão de Avaliação, que a seguir apresenta o

resultado da avaliação do Curso de Geografia.

Este documento procurou avaliar a qualidade das aulas, a titulação do corpo docente, o perfil dos

discentes, a evasão, o currículo, o ambiente físico, a biblioteca, enfim, todos os elementos que compõem a vida

acadêmica, visando obter constatações específicas que possam interferir nas causas das situações consideradas

problemáticas e agentes que possam ser acionados para a correção do rumo.

“O processo de avaliação não deve estar vinculado a mecanismo de punição ou premiação. Ao contrário, deve

prestar-se para auxiliar na identificação e na formulação de políticas, ações e medidas institucionais que

impliquem atendimento específico ou subsídios adicionais para o aperfeiçoamento das insuficiências

encontradas.” (PENNA FIRME, 1993).

Há certos valores que prezamos e que queremos que se instalem em nosso Curso e em nossa

Universidade, daí a necessidade de defendê-los. A qualidade da atividade acadêmica é de responsabilidade do

aluno, do professor e da instituição. Dessa interação surge a atividade acadêmica com toda sua complexidade. Há

necessidade do aluno participar efetivamente do processo ensino-aprendizagem, bem como colaborar na

formulação de propostas, visando a melhoria da qualidade de ensino, pesquisa e extensão. Também o professor

deve produzir, disseminar e manter o domínio dos conhecimentos de sua área, efetivando uma prática pedagógica

compatível com princípios pedagógicos atualizados. Quanto à instituição, esta deverá agir administrativamente

buscando prover os recursos destinados ao ensino, à pesquisa e à extensão, incentivando a viabilização de

programas de formação e atualização para professores.

Este projeto não tem a pretensão de ser conclusivo, mas contínuo, onde se conquiste, cada vez mais, a

confiança de todos os envolvidos.

3.3 HISTÓRICO DO CURSO

A UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí -, tem sua origem como instituição no ano de 1950,

quando é criada a “Sociedade Professor Flávio Ferrari” - SPFF -, tendo como finalidade primordial o

aprimoramento da cultura moral, cívica, intelectual e física da comunidade itajaiense, principalmente da faixa

juvenil.

Após alguns anos de funcionamento, instituiu-se em 05.11.62 a SIES - Sociedade Itajaiense de Ensino

Superior -, entidade que se destinava à difusão da instrução de nível universitário, no interior do Estado de Santa

Catarina, especialmente no município de Itajaí e em todo o Vale do Itajaí-Açu e do Itajaí-Mirim, que previa,

inicialmente, o funcionamento de duas Faculdades: Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Vale do Itajaí e

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí.

112

Em 11 de novembro de 1970, através da Lei n.º 1047, é criada a FEPEVI - Fundação de Ensino do Pólo

Geoeducacional do Vale do Itajaí -, que viria a ser transformada em UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí -

, em 21 de março de 1989.

Entre os Curso pioneiros da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí, destacava-se o

Curso de Geografia, cuja aula inaugural foi ministrada em 28 de maio de 1965.

A implantação do Curso de Geografia foi autorizada pelo parecer n.º 98/68 - CEE - SC e seu

reconhecimento deu-se pelo parecer n.º 1265/72 do CFF, aprovado em 08.12.72 e Decreto Presidencial n.º

71.650, de 02 de janeiro de 1973.

A habilitação inicial era somente a Licenciatura para professores de 1º e 2 º Graus até o ano de 1987,

quando pelo Parecer n.º 246/87 - CEE - SC, passa a haver também a habilitação em bacharelado, que capacita o

formando a exercer atividades em setores públicos e privados, dedicar-se à Pesquisa nas áreas física e humana,

além de torná-lo apto a desenvolver trabalhos em cooperação com outros profissionais de áreas afins.

O Curso de Geografia, com habilitações em Licenciatura de 1º e 2º Graus e Bacharelado, é ministrado

no período noturno, sendo a seleção dos alunos precedida por vestibular efetuado em janeiro de cada ano, com

60 vagas a serem preenchidas até 1995, em 1996, 50 vagas, de acordo com as normas da ACAFE.

A duração do Curso é de oito semestres letivos, perfazendo um total de 140 créditos, com carga horária

de 2.700h/a e 120 h/a de estágio. A duração máxima do Curso não pode ultrapassar a 7 anos, ocorrendo após este

período a necessidade de novo vestibular.

3.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO

3.4.1 Período e forma da composição da subcomissão

NEVO (1983:119), em sua recente revisão analítica da literatura sobre avaliação educacional, assim se

manifesta:

“Quase toda a literatura sobre medida e avaliação em educação, até meados dos anos 60, trata de avaliação da

aprendizagem do aluno.

Até esta data dificilmente se encontra na literatura educacional qualquer orientação substancial sobre

avaliação de outros objetos tais como: projetos ou programas, materiais curriculares ou avaliação de

instituições educacionais.”

Esta constatação de Nevo é válida para o Brasil, principalmente para universidades do interior como a

nossa, que agora, na virada do século, nos proporciona esta oportunidade.

O projeto foi construído a partir das diretrizes para Avaliação das Universidades Brasileiras - SESU -

MEC e dos princípios e linhas básicas de ação da UNIVALI - Portaria Ministerial n.º 51 de 16.02.89.

A temática da avaliação, sempre polêmica, coloca as comunidades universitárias em posição de

resistência, mas é assumida pelos Reitores, contribuindo decisivamente para a mudança na cultura institucional

das universidades.

Atualmente, 91 instituições participam do Programa de Avaliação das Universidades Brasileiras -

PAIUB - fazendo com que toda Instituição de Ensino-Superior tenha seu projeto próprio de avaliação.

113

A UNIVALI, cumprindo seu compromisso político de auto-avaliar-se, criou a Comissão de Avaliação

Institucional, que a partir de 1994 iniciou seus trabalhos, cuja preocupação maior é, principalmente, a melhoria

da qualidade de ensino da graduação, uma vez que se constata acentuada queda, o que compromete seriamente as

finalidades atribuídas à Universidade, bem como a plenitude de suas funções.

Primeiramente, a Comissão de Avaliação Institucional apresenta uma Síntese do Programa de Avaliação

Institucional da UNIVALI, com resultados e análises dos dados levantados após a aplicação do instrumento IA-I

que configura um diagnóstico geral da UNIVALI em termos quantitativos e qualitativos.

Dando continuidade ao processo, o Sr. Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, atendendo

as instruções da Pró-Reitoria Acadêmica, determinou, em Edital de n.º 002/96, datado de 27.03.96, que os

Chefes de Departamento procedessem a escolha e indicação de dois professores de cada Curso para constituírem

as subcomissões de Avaliação.

O Curso de Geografia, desejando que esta avaliação fosse realizada e que os diagnósticos e

procedimentos sugeridos fossem acatados, procedeu, em reunião departamental de 09.04.96, a eleição dos

professores, atendendo os pré-requisitos estipulados pela Comissão, quando foram indicados e aprovados por

seus pares, as professoras Lizete de Oliveira Crispim e Maria Luiza Piazza.

As professoras deram início aos trabalhos para, dentro do cronograma estipulado, desenvolverem uma

série de coletas de dados, análises e conclusões que, compilados em um relatório final, seria entregue à Comissão

de Avaliação Institucional até 15.10.96.

Com relação à viabilidade é importante ressaltar a possibilidade da execução dessa avaliação, bem

como a oportunidade de tempo, espaço e condições, que foi dada aos diversos Cursos de nossa Universidade,

para que fossem detectados os avanços e os fatores limitantes, possibilitando tomadas de decisões necessárias ao

melhor desempenho dos Cursos.

“Eu espero na medida em que começo a busca, pois não seria possível buscar sem esperança.” (FREIRE SAUL,

1988).

3.4.2 As grandes etapas desenvolvidas no atingimento das metas

Com a finalidade de atingirmos os objetivos a que nos propusermos, elaboramos um cronograma que foi

seguido e que é comentado abaixo.

Como primeira etapa do processo de avaliação buscamos verificar a historicidade do Curso de

Geografia, além do levantamento de dados referentes a matrículas, habilitações oferecidas, vagas, concluintes e

evasão.

Dando prosseguimento ao trabalho, levantamos a infra-estrutura do Curso, relativa ao espaço físico

ocupado, laboratórios, acervo bibliográfico, processos de informatização, convênios, corpo docente e discente

envolvidos em estágios e trabalhos de pesquisa.

Nesta etapa envolvemos o pessoal administrativo da Faculdade de Filosofia, funcionários da biblioteca,

da Assessoria Administrativa, da Pró-Reitoria Acadêmica, e as informações recebidas foram analisadas e

transcritas.

114

Objetivando traçar uma análise dos alunos que freqüentam o Curso, sua expectativa e objetivos,

elaboramos um questionário que foi distribuído juntamente com a cópia do perfil profissiográfico atual do Curso,

para ser analisado, comentado e respondido pelos mesmos.

Os pontos negativos detectados com o recebimento e análise dos questionários, bem como as sugestões

apontadas para a melhoria e solução dos problemas são comentadas no presente trabalho nos itens 3.5.1., 3.5.4.,

3.5.5. e 3.5.6.

As tabelas com os resultados constam no final, no item 2.6. - Resultados dos itens dissertativos.

A análise da grade curricular e os estudos que estão sendo feitos pelos professores tendo em vista a

implantação de um novo currículo que contemple simultaneamente Bacharelado e Licenciatura é comentado no

item 3.5.2.

Com relação ao corpo docente, seu desempenho e mobilidade, analisamos os dados no item 3.5.5. do

presente trabalho.

Foi de vital importância para elaboração e conclusão deste trabalho o apoio que recebemos dos

professores e alunos do Curso de Geografia bem como dos funcionários da Faculdade de Filosofia e da própria

Universidade.

Sem esta ajuda não seria possível coletarmos e analisarmos todos os dados aqui apresentados, que

esperamos, sejam vistos como uma busca à renovação e melhoria do Curso de Geografia.

Queremos salientar que uma atenção especial nos foi dispensada pelo Diretor da Faculdade de Filosofia,

Ciências e Letras neste período tão importante para o nosso Curso e para a própria Universidade.

3.4.3 Metodologia utilizada

Os dados de avaliação podem servir a múltiplos propósitos, entre eles, responder a problemas de

direcionamento de ação em cada Curso. Também podem ser considerados critérios e indicadores de natureza

qualitativa e quantitativa, que serão discutidos e desenvolvidos, o que contribuirá, provavelmente, para uma

melhor dinâmica do Curso.

Acredita-se que a avaliação é um caminho para transformar o Curso de Geografia, e contando com a

vontade política dos nossos superiores, com a cooperação dos nossos professores, e a colaboração dos nosso

alunos, iniciamos a nossa atividade que, a princípio, se caracteriza por três etapas: 1. Preparação

(conscientização - coleta de dados - organização de instrumentos), 2. Aplicação de instrumentos e a organização

de informações, 3.Elaboração do Relatório.

Na etapa de preparação, após sermos conscientizados da importância desta avaliação, recebemos

instruções para a execução de nossos trabalhos. Assim, procedemos a coleta de dados referentes ao processo

histórico e à infra-estrutura do Curso, junto aos funcionários da Secretaria, da Biblioteca, da FACEX, da

Assessoria Administrativa, da Chefia de Gabinete da Reitoria e da Pró-Reitoria Acadêmica.

Com o objetivo de avaliar as condições de trabalho dos docentes, dos alunos e do Curso, ainda nesta

etapa organizamos questionários utilizados como instrumentos, na observação de aspectos relativos:

a) à formação do profissional;

b) à formação do professor (requisitos legais, publicações, participação em congressos, seminários);

115

c) aos processos pedagógicos e organizacionais utilizados no desenvolvimento das atividades

curriculares (atividades de pesquisa, de extensão);

d) ao currículo (de acordo com o perfil profissiográfico do Curso);

e) às condições de infra-estrutura (demanda do ensino, recursos técnico-pedagógico).

Objetivando comparar nossa realidade acadêmica com os demais Cursos de Santa Catarina, enviamos

uma carta-convite aos “Chefes de Departamento” de Geografia da UFSC - UDESC - UNISUL - UNESC -

UNOESC - UNIVALI, convidando-os a participarem de um encontro, que foi realizado no dia 03.08.96, na

UNIVALI. Neste encontro discutimos diversos aspectos, sugeridos no convite.

A segunda etapa de nossas atividades teve início a partir deste encontro e continuou com uma reunião

realizada por turma, onde cada aluno respondeu individualmente a um questionário tentando avaliar o

desempenho docente, o conteúdo da disciplina, as condições objetivas para a concretização das atividades de

ensino. O questionário foi único para todas as turmas e cada uma apresentou uma conclusão geral.

Foi também um encontro com os professores ativos do Curso, procurando identificar as dificuldades e

necessidades do seu trabalho em ensino, pesquisa e extensão.

Concluindo esta segunda etapa, efetuamos a tabulação, a análise e a organização das informações

obtidas com a aplicação dos questionários respondidos na fase anterior.

O conjunto de relatórios parciais oriundos de cada fase desenvolvida nas duas etapas anteriores, serviu

de base para a terceira etapa do trabalho, ou seja, deu origem a um “documento síntese” entregue à Comissão de

Avaliação Institucional da UNIVALI.

A tarefa é grande mas é preciso fazê-la.

3.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO

3.5.1 Análise do desempenho global do Curso no período avaliado - 1990 - 1996/I

Em todas as áreas da produção e do pensamento humano a preocupação com a qualidade apresenta-se

como uma constante em nosso dias.

O problema educacional brasileiro hoje é mais qualitativo que quantitativo, conforme afirma Castro: Houve e continua havendo uma expansão da cobertura da escola. As taxas de matrículas, os efetivos escolares e os níveis de escolaridade continuam crescendo. O problema não está na dimensão quantitativa. Este assunto está devidamente equacionado e resolvido. Mas mesmo onde porventura não esteja, não é nem deve ser colocado no centro das discussões. (...) o que parece mais grave é a incapacidade do sistema de oferecer uma educação de qualidade suficiente para atrair e instruir os alunos de melhor desempenho. (CASTRO, 1994, p.30) Ao concordamos com Castro, não queremos afirmar que o ensino brasileiro, exclua dimensões

quantitativas. A nossa preocupação maior, neste momento de avaliação do Curso, é “a preocupação com a

qualidade”, princípio educacional definido pela Constituição de 1988 (Art.206, Inc VII).

Este debate sobre a “qualidade” como direito da cidadania está justamente associado à competitividade

instaurada no mundo graças ao processo de “globalização”. A preocupação começa a partir do impacto que a

produção asiática passa a ter no mercado internacional, continua com o impacto das inovações tecnológicas e

116

acaba no âmbito educacional. Ao lado do debate sobre as novas demandas de qualificação, surge também uma

reflexão sobre as formas de gestão de educação. A aprendizagem é um processo que envolve: conhecimento,

sentimento e ação, por isso, é necessário ampliar o conceito de qualidade para aí incluir a qualidade do processo,

onde se insere a ‘matriz institucional’, ou seja, a universidade voltada para a qualidade do produto - o aluno.

Fundamentalmente neste aspecto é a interpretação desses fatores. Por outro lado, “uma política que só cuida dos

insumos (professores, carteiras, salas ...), mas não vê o processo (motivação, autonomia, participação, confiança,

análise de resultados ...) não pode obter um bom produto, onde o ensinar-aprender tem relevância social,

pertinência cultural e significância pessoal.” (VERAS, 1973).

Impõe-se, assim, um repensar da qualidade tanto na sua articulação com as lutas pela construção da

cidadania, quanto pelas novas exigências de competitividade.

Preocupados com estas relações entre qualidade, cidadania e competitividade, buscamos ouvir

professores e alunos, os quais puderam apontar aspectos positivos do Curso, bem como seus fatores limitantes.

Foram citados como aspectos positivos: a instituição de projetos a nível comunitário (Mapa da Fome -

Pronaica, por exemplo), os trabalhos de campo integrados entre as diversas disciplinas, a realização anual da

Semana de Geografia, a introdução do uso de tecnologia (SIG) e técnicas adequadas à área, bem como a

preocupação dos professores com a relação à sua melhor capacitação e aprimoramento, com a conseqüente

melhoria do Curso.

Os alunos ressaltaram a importância da Geografia como ciência no mundo atual, a abrangência dos

conteúdos e a aquisição de maiores conhecimentos proporcionados pelo Curso.

“As chamadas velha e nova geografias desmoronaram, porque os geógrafos começaram a exagerar um pouco

mais, foram tomando consciência, lentamente ao início, mas hoje com certeza, velozmente, da sua espantosa

carência epistemológica.” (LACOSTE, 1988, p.72).

Ao despertar para a epistemologia, a Geografia começa a buscar novos caminhos.

“Na Universidade todas as ciências se unem e se encaminham para a unidade do saber. As forças de

diferenciação e de integração são elementos fecundos para o desenvolvimento da verdade, instituída de novas

verdades ou inovações na verdade.” (ALMEIDA, 1995, p.56).

Baseando-se nesta afirmação da Professora Déa, sentimos que um dos pontos negativos, justamente, é a

falta de integração entre as várias disciplinas do nosso Curso, bem como deste com os de áreas afins, como, por

exemplo, Oceanografia, História, etc.

São fatores limitantes ainda: a não existência de laboratórios e materiais/equipamentos, além de ônibus

para trabalhos de campo; poucos títulos à disposição na biblioteca, bem como a mapoteca desatualizada e fora do

bloco onde funciona o Curso de Geografia e, ainda, desprestígio do Curso pela própria sociedade.

A não existência de regulamentação e obrigatoriedade é fator negativo com relação aos trabalhos de

campo, pois os professores não podem exigir a participação dos alunos nos mesmos, causando assim uma

deficiência em sua aprendizagem prática.

O ponto mais problemático destacado foi a Cartografia, disciplina básica para demais e,

conseqüentemente, para o futuro geógrafo. Grande insatisfação foi demonstrada nos questionários respondidos

pelos alunos que, ao mesmo tempo, manifestaram ensejo de maior instrumentação e melhor forma de transmissão

dos conhecimentos.

117

“A complexidade do atual momento brasileiro exige a reavaliação da natureza da instituição Universitária e da

forma do seu relacionamento com os setores engendrados no desenvolvimento do país, que confere à

Universidade, articulado aos demais níveis de ensino, um papel importantíssimo na execução desse objetivo.”

(ALMEIDA, 1995, p.60).

3.5.2 Discussão do enfoque do Currículo do Curso e da sua adequação ao mercado de trabalho.

O Currículo é um conjunto de atividade que afeta, direta e indiretamente, o processo de transmissão -

assimilação e produção do conhecimento. É um instrumento de confronto de saberes: o saber sistematizado,

indispensável à compreensão crítica da realidade, e saber de classe, que é resultado das formas de sobrevivência

que as camadas populares criam.

Diante dessas definições, entendemos que planejar currículo implica tomar decisões educacionais.

Implica compreender as concepções curriculares existentes que envolvam uma visão da sociedade e do homem

que se pretende formar. Exige um comprometimento político voltado à transformação social de privilegiar a

qualidade do ensino, procurando estabelecer relações nas diversas disciplinas que integram o Currículo.

A questão do Currículo tornou-se, assim, alvo da atenção dos professores do Curso, que realizaram uma

série de estudos e reflexões, buscando alternativas que, na nossa concepção, ajudarão na melhor qualidade do

ensino e, conseqüentemente, na melhor qualidade do profissional que queremos formar.

Assim, em reunião realizada em 31.08.95, conseguimos concluir um novo currículo para o Curso de

Geografia, Habilitação em Bacharelado e Licenciatura Plena.

Esta proposta foi enviada ao Conselho Departamental que remeteu ao Departamento de Geografia ofício

pedindo que se apresentasse outra versão.

Novos estudos foram feitos e no dia 23.09.95 foi apresentada a 5ª versão, que novamente foi

encaminhada ao Conselho Departamental da FFCL. Esta versão recebeu várias considerações e recomendações

em correspondência de 16.10.95 e mais uma vez o Departamento de Geografia reuniu-se em 18.10.95, insistindo

em manter as disciplinas desta 5ª versão, disciplinas estas que devem cobrir necessariamente três dimensões: dos

conteúdos, das metodologias e das relações situacionais.

Apresentou também algumas sugestões:

� a redução para 30 h/a da disciplina de Sociologia, que seria apenas uma introdução às Ciências Sociais, pois a

Geografia tem um direcionamento social e esses conteúdos serão abordados nas demais disciplinas

geográficas.

� mudança do título de Evolução do Pensamento Geográfico para Epistemologia da Geografia.

� também com relação à Didática Especial, prevista para ser ministrada no 5º período, foi sugerido que o título

deveria ser Didática Especial da Geografia, ministrado por professor Geógrafo, tornando a disciplina

direcionada ao Curso, tratando das especificidades da Geografia.

� sobre os intensivos, previstos para o decorrer do Curso, a proposta apresentada seria manter-se as disciplinas

obrigatórias - Ética e Cidadania e Prática Desportiva, com 60 h/a cada e apenas Informática Aplicada à

Geografia e Matemática Aplicada à Geografia, com 30 h/a cada disciplina, seriam ministradas em horários

especiais durante o semestre letivo.

118

As possibilidades abertas pela ciência e tecnologia parecem ilimitadas. Os macroprocessos da área

econômica, política e cultural parecem prescindir da pessoa e ter rumo próprio. A realidade torna-se cada vez

mais complexa, obscura. A sensação de insegurança e falta de clareza sobre a realidade é reforçada pela rapidez

das mudanças causadas pela enorme massa de informações a que estamos sujeitos. Por outro lado, as pessoas

sofrem com a sensação de impotência para transformar seu mundo e sua sociedade, apesar de aspirarem por

democracia da parte do Estado, crescimento da produção nacional, igualdade, solidariedade, promoção social e

desenvolvimento harmonioso da relação homem-natureza.

3.5.3 Destaques das atividades mais significativas do Curso.

O Curso de Geografia, buscando cada vez mais melhorar a formação e capacitação de seus alunos, ex-

alunos e profissionais da área, promoveu diversas atividades, entre as quais destacamos:

- Cursos de Pós-Graduação - realizados nos anos de 1991 e 1993, com especialização em Geografia

Humana e Geografia e Meio Ambiente, respectivamente.

O Curso, iniciado em 21.01.91, cujo término ocorreu em 07.02.92, com uma carga horária de 390 horas,

teve 39 alunos inscritos e 31 concluintes com a titulação de “Especialistas em Geografia Humana”.

No período de 18.01.93 a 01.08.94 foi ministrada a especialização em Geografia e Meio Ambiente, com

375 horas/aula, 42 alunos matriculados e 25 concluintes.

Um dos pré-requisitos para obtenção da titulação como Especialista em Geografia é a entrega de uma

monografia, cujo tema contempla sempre um assunto local, trazendo novos conhecimentos científicos de uma

realidade desconhecida.

Os Cursos de Pós-Graduação foram oferecidos em módulos nos períodos de férias, o que beneficia o

aluno, pois pode conciliar suas atividades profissionais e melhorar sua capitação, sem prejuízo de nenhuma delas.

- Programa de Bolsas de Iniciação Científica - A Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão,

através do PROBIC - Programa de Bolsas de Iniciação Científica -, visando a maior capacitação dos docentes e

alunos em todas as áreas, vem apoiando também o Curso de Geografia, e dentre as bolsas de pesquisas aprovadas

para 1996, estão os projetos sobre a Periferia Oeste de Itajaí, coordenados pelos professores do Curso:

Sônia M. T. Moreira = Uma análise sócio-econômica;

Efigênia S. Almeida = Análise da qualidade ambiental;

Francisco A. dos Anjos = Processo de formação e produção do Espaço Urbano.

O PROBIC teve sua aprovação pela Res. 30/CEPE/94 e prioriza as propostas que se enquadram nos

planos de grupos, Núcleos de Pesquisa ou Unidades de Ensino. A seleção e acompanhamento dos projetos é feita

pelo Comitê de Pesquisa, que recebe apoio da Coordenação de Pesquisa, com relação às normas e procedimentos

deferidos pelo CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -, do Ministério da

Ciência e Tecnologia.

Compreendemos que a Universidade multifuncional tem como objetivos a formação de profissionais

portadores de conhecimentos - resultados do ensino; criar novos conhecimentos - resultado da pesquisa;

conservar e ou reformular o conhecimento - infra-estrutura de apoio à docência e à pesquisa bem como transferir,

estender o conhecimento à sociedade - resultado de extensão.

119

- Prática de Ensino e Estágio - Discutindo o estágio supervisionado, AZEVEDO (1980: p. 79 ) mostra

que a dicotomia existente entre a teoria e a prática tem sua maior evidência na forma que se encontram divididos

os Cursos profissionalizantes, em que a teoria é colocada no início e a prática no final dos mesmos, sob a forma

de estágio. A pesquisa por ela realizada mostra que “a maioria dos alunos estabelece uma grande distância entre a

teoria e prática e estão preocupadas com a possível aplicação dessa teoria”.

Tentando solucionar essas denúncias, que também aparecem na nossa Universidade, sabendo que o

ensino e mais ainda o Estágio deve ser trabalhado de forma a instrumentalizar o aluno para a independência

intelectual, para a indagação e para a busca da construção do próprio conhecimento, foram realizados dois

projetos:

- A periferia urbana de Itajaí;

- Conheça melhor Itajaí: sua história, sua vida econômica e cultural.

O desenvolvimento desses projetos deu-se de forma bastante animadora: inúmeras dificuldades iniciais

foram superadas e para os alunos este Estágio teve um significado diferente: o interesse foi crescente e o

resultado gratificante.

- Trabalhos de Campo - No decorrer dos diversos semestres letivos são realizados trabalhos de campo,

nos quais os professores responsáveis procuram dar aos alunos um conhecimento prático das várias disciplinas,

aumentando assim o nível dos mesmos.

- Semana de Geografia - realizada anualmente pelo Departamento, com palestras pertinentes a áreas,

proferidas por convidados, bem como debates, mesas redondas e apresentação de trabalhos desenvolvidos por

professores e alunos, tem sido considerada como ponto favorável do Curso, com temas que despertam um maior

interesse nos alunos e participantes.

- NEGEO - Núcleo de Estudos Geográficos - Está em fase de aprovação. O núcleo terá por finalidade

principal a produção e o fomento de pesquisas científicas interdisciplinares nas áreas físico-ambiental, sócio-

econômicas, urbano-regional e do ensino da Geografia, para formar um banco de dados e de pesquisas que

venham a contribuir para a melhoria das condições de vida de nossa sociedade e possibilite o progresso

científico-tecnológico à UNIVALI.

“A complexidade da organização espacial no limiar do século XXI e as rápidas transformações que está

provocando em todas as passagens exigem que as teorias e procedimentos para obtenção e tratamento das

informações sejam repensados e rediscutidos, se quisermos ser membros atuantes das pesquisas globais e

globalizadas que estão acontecendo .” (COLTRINARI, 1996, p.4)

3.5.4 Situação do Curso no contexto da Faculdade/Universidade/Contexto nacional

A desvalorização do profissional da área faz com que o ingresso no Curso de Geografia seja visto como

uma espécie de “trampolim” para os vestibulandos, que após 1º e 2º períodos solicitam suas transferências para

outros Cursos que, segundo opinião dos mesmos, são mais “conceituados”.

Também se pode considerar, como razões da evasão verificada, a imaturidade dos estudantes quando de

sua opção profissional para a prestação do vestibular, o desinteresse pelas primeiras disciplinas ministradas e

120

ainda o custo do Curso, uma vez que a Universidade é particular, onerando o aluno que trabalha durante o dia

com baixo salário e estuda à noite.

É observação geral dos professores que muitos alunos possuem um baixo nível de escolaridade, por

serem oriundos de colégios com pouca ou nenhuma estrutura, ou mesmo concluintes de 1º e 2º Graus a nível de

supletivo.

No contexto da Faculdade/Universidade, o Curso é considerado deficitário pelo pequeno número de

alunos matriculados nos períodos mais adiantados. O percentual de concluintes em relação aos iniciantes é de

28,85%.

Verifica-se que não há tratamento igualitário entre os Cursos e Faculdades. O Curso de Geografia é

isolado, desprestigiado. Observa-se que toda prioridade é dada aos Cursos recém-criados, que são contemplados

com recursos financeiros, materiais e equipamentos sofisticados de última geração, repercutindo negativamente

junto aos nossos alunos que questionam aos professores a discriminação do seu Curso.

Não há também integração entre o Curso de Geografia e os demais de áreas afins, como Biologia e

Oceanografia, no que se refere aos trabalhos de campo, projetos de pesquisas, etc. “Tornou-se comum afirmar que o ensino de Geografia está em crise, que os professores não conseguem ensinar, que os alunos não conseguem aprender etc ... Várias razões são apresentadas para explicar essa crise e muitas vezes para justificar o papel que os professores de Geografia desempenham nela. A mais comum é o desprezo pelas ciências humanas em função das ciências físicas e biológicas ‘que a escola inculca e/ou desenvolve no aluno’. As disciplinas chamadas “humanas” são consideradas pela escola (e pelo aluno e pela comunidade) como menores, destituídas de importância real. ‘É só decorar e dar uma lida que a gente passa de ano’. Nessa área, quando o aluno é reprovado, para citar um exemplo, geralmente o fato é atribuído à incompetência do professor, ao seu exibicionismo. Este juízo, aliás, dissemina-se com tanta facilidade que os próprios professores o assimilam, julgando-se efetivamente ‘pioneiros’ ou ‘menos científicos’. Ao passo que as matérias ‘técnicas são consideradas necessárias, exigem raciocínio e frente a elas e não adianta decorar: estas são as mais difíceis: dão bomba mesmo.’ (RESENDE, 1986, p.16). Com o objetivo de estabelecer parâmetros bem como a integração com os demais Cursos de Geografia

do Estado, realizamos no dia 03.08.96, o “1º Encontro Estadual dos Cursos de Geografia de Santa Catarina”

onde ficou constatada a superioridade do Curso de Geografia da UFSC, em relação aos recursos humanos -

técnico e financeiro. Contam com 28 professores, todos com dedicação exclusiva (40 h/a DE), e assim podem

ficar a disposição do Curso, desenvolvendo projetos, orientando alunos nos trabalhos teóricos e práticos, além de

um grupo de apoio, que assessora diretamente estes professores nas suas atividades pedagógicas e técnicas.

Dispõem ainda de laboratórios, os quais possibilitam a prática das disciplinas como Geodinâmica,

Análise Ambiental, etc, além de microcomputadores interligados à Internet.

Em relação aos demais Cursos de Geografia, cujos professores participaram do encontro, o da

UNIVALI encontra-se em melhor situação, pois sendo o mais antigo, possui o maior número de professores

titulares na área de Geografia, o maior número de formandos; cursos de Pós-Graduação em nível de

especialização, maior número de trabalhos de campo realizados, salas específicas para Cartografia e Geologia,

estágios de prática de ensino integrados à rede estadual e municipal de Ensino.

Constatou-se ainda vantagens em relação à “produção científica” com a realização de projetos que

envolvem professores e alunos, integrados com a comunidade local.

121

A aprendizagem não se esgota na Universidade, mas ali tem seu início, pois é na Universidade que o

aluno passa a conhecer as fontes do conhecimento, para poder se atualizar ou acompanhar o desenvolvimento de

sua área de estudos.

3.5.5 Análise do desempenho do Corpo Docente

“A doutrina materialista que advoga serem os homens produto das circunstâncias e da educação e que, por

conseguinte, os homens novos serão produto de novas condições e de uma nova educação, esquece que são os

homens, precisamente, os que alteram as circunstâncias e que também os educadores têm que ser educados”.

(MARX, 1983, p.72)

Todos reconhecem a importância da educação, da função do professor e a necessidade de sua

qualificada formação, mas os investimentos nem sempre correspondem aos valores apregoados. Por este motivo,

alguns professores do Curso de Geografia, embora desejosos de melhorar sua qualificação, cursando um

Mestrado ou Doutorado, não o fazem, justamente por não poderem arcar economicamente com tais despesas. A

Universidade, por sua vez, oferece uma ajuda, mas não o suficiente, para que o professor deixe suas atividades e

se dedique inteiramente aos estudos.

Mesmo com estas dificuldades econômicas e com outras que se apresentam no nosso cotidiano, 5% dos

nossos docentes são doutorandos, 20% mestres, 30% mestrando, 35% especialistas e apenas 10% graduados.

A maioria, 60 %, é do sexo masculino com idade predominante entre 26 e 45 anos; 85% exerce apenas

o magistério, tendo aí sua principal fonte de renda, superando o estereótipo de que o docente de Universidade

particular faz apenas “um bico”. Além disso e, principalmente, o fato de ter aceito o convite da direção ou do

próprio departamento, se apresenta como profissional engajado no mercado de trabalho, que tem interesse em

apresentar trabalhos em simpósios e congressos e disposto a discutir avanços pedagógicos, tecnológicos e

bibliográficos.

A missão, quase sagrada da Geografia no ensino, é alfabetizar o aluno na leitura do espaço geográfico,

em diversas escalas e configurações.

A pesquisa é uma das atividades universitárias mais importantes para o desenvolvimento científico-

tecnológico das mais amplas áreas do conhecimento humano.

É na Universidade que formamos nos alunos a mentalidade científica, com o objetivo principal de dar a

capacidade de pensar, raciocinar sobre os fatos científicos, levando-os, futuramente, a transferir tais atitudes para

a vivência diária.

Diante de tal importância, sentimos ainda muito modesto o envolvimento de nossos professores em

projetos de pesquisa: apenas 3 tiveram seus projetos aprovados pelo Programa de Bolsas de Iniciação Científica -

PROBIC -, envolvendo somente 3 alunos, número muito reduzido, considerando o desejo de outros professores e

alunos de participarem mas não terem seus projetos aprovados; considerando-se que o ensino e a pesquisa devem

caminhar juntos e devem ser feitos na ótica do futuro, o ensino da Geografia ainda mais, pois o espaço humano e

geográfico é, em nossos dias, a grande dimensão filosófica e política.

A Constituição da República Federativa do Brasil (1988), em seu artigo 207 diz: “As Universidades

gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao

princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.

122

3.5.6 Avaliação das condições gerais de trabalho

A busca de uma melhoria nas condições do Curso e, conseqüentemente, na formação do aluno, passa

pela necessidade de avaliação e revisão das condições que a própria Universidade oferece, no que se refere à

infra-estrutura, equipamentos à disposição dos professores e alunos, além dos recursos humanos. Estes fatores

são indispensáveis para que se consiga um Curso com a qualidade necessária à formação de profissionais que

serão lançados no mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

“Nossa tentativa é de construir a Universidade que pretendemos, ou seja, não mera consumidora e repetidora

de informações importadas para ‘profissionalizar’, mas sim um recanto privilegiado onde se cultive a reflexão

crítica sobre a realidade e se criem conhecimentos com base científica.” (LUCKESI, et alli, 1996, p.29)

a) Infra-Estrutura básica (espaço físico)

Além das salas de aula necessárias aos diversos períodos semestrais (quatro no primeiro semestre e

cinco no segundo), o Curso de Geografia conta ainda com:

- Sala de Geologia - com 48 m2, situada no bloco 11, 2º pav., sala 180;

- Sala Especial de Cartografia - com 96m2, localizada também no bloco 11, 2º pav., sala 184.

É fator prejudicial ao bom aproveitamento das aulas expositivas as divisórias utilizadas na separação

das salas, pois sua espessura não isola os ruídos da sala contígua, atrapalhando bastante a abordagem e discussão

dos assuntos.

b) Equipamentos

Os recursos audiovisuais utilizados pelo Curso de Geografia fazem parte do acervo da Universidade.

Cabe aqui ressaltar como ponto positivo a sensível melhora no atendimento de vídeos, TVs e

retroprojetores, sem demora e com bastante eficácia, o que não ocorria anteriormente.

Entretanto, a falta de uma câmera de vídeo e máquinas fotográficas exclusivas para o uso do Curso,

restringem em muito os objetivos e aproveitamento dos trabalhos de campo, tendo como conseqüência a

elaboração, pelos alunos, de relatórios incompletos.

A utilização dos materiais organizados na mapoteca e videoteca, indispensáveis à ilustração das aulas,

situadas no prédio da Biblioteca Central é dificultada, sendo necessária a transferência urgente para a Sala de

Cartografia, o que tornaria mais fácil a utilização dos mesmos.

A não existência de laboratórios, centros de pesquisas e de Geoprocessamento para uso nas aulas

práticas, a produção de trabalhos pelos alunos e professores é considerado pelos mesmos como fator restritivo ao

próprio Curso.

c) Biblioteca

O acervo bibliográfico específico ao Curso de Geografia é bastante reduzido, com 243 títulos

catalogados, porém muitos dos quais repetidos.

123

Observa-se que muitos títulos solicitados pelos professores do Curso encontram-se catalogados e

arquivados em outras áreas de interesse, dificultando o acesso e a utilização de livros pelos alunos, quando

necessário.

A consulta bibliográfica deve ser incentivada e obrigatória, para que o aluno se familiarize com os livros

científicos e aprenda como manuseá-los, consultando-o todas as vezes que procure um novo conhecimento. O

uso da bibliografia desenvolve a capacidade de leitura e entendimento de texto, tão necessário para a

aprendizagem autônoma. A alma de uma Universidade é sua biblioteca, onde devemos encontrar todo o

manancial do conhecimento humano e atualizar nossos conhecimentos. Por este motivo, a atualização do acervo

bibliográfico, quer de livros como o de periódicos, são indispensáveis para a pesquisa e o ensino.

d) Recurso Humanos - Alunos

Com a finalidade de traçar o perfil sócio-econômico e cultural do aluno ingresso no Curso de Geografia,

foi elaborado um questionário que, respondido pelos mesmos, forneceu os subsídios necessários à análise dos

dados, que foram tabulados de acordo com os interesses desse estudo.

Verifica-se que a maioria dos alunos fez seus estudos de 1º grau em escolas públicas e com relação ao

2º grau, os dados mostram que a percentagem de freqüência à escola pública permanece acentuadamente elevada,

conforme já citado. O número de alunos que cursaram o pré-vestibular é baixo, com a permanência de apenas 1

semestre, ressaltando que a maioria dos alunos consultados não fez o “cursinho”.

Em relação à 1ª e 2ª opções dos cursos pretendidos, até 1995 a maior parte optou por Geografia, com

percentuais de 56,8% e 27,0%, respectivamente.

Os alunos que prestaram vestibular em outras Universidades representam 34,1% e 25% já haviam

iniciado algum curso superior anteriormente.

A maior parte dos alunos exerce atividades remuneradas, 86,4%, em tempo integral 78,9%, sendo

professores, comerciários, bancários, secretárias, etc, e 21,1% trabalham apenas um período.

Com relação:

* às idades: 63,6% dos alunos tem entre 18 e 24 anos

27,3% entre 25 e 30 anos

9,1% mais de 30 anos

* ao sexo: 38,6% são do sexo masculino

61,4% são mulheres

* estado civil: 79,5% são solteiros, perfazendo a grande maioria, e

20,5% são casados

As distâncias percorridas para se chegar à Universidade variam bastante, desde mais ou menos 500 m

até 108 Km. O maior número de estudantes é oriundo da própria cidade de Itajaí (43,2%), seguida de Balneário

Camboriú (20,5%) e o restante, de municípios das micro-regiões próximas.

124

Observa-se ainda que a maior parte de nossos alunos é proveniente de segmentos sociais menos

privilegiados, sendo que a maioria dos pais possui apenas o 1º grau: 47,7% de 1ª a 4ª série, 18,2% de 5ª a 8ª, e

34,1% cursaram o 2º grau.

Quanto às mães, o percentual é quase idêntico, com 47,7% que cursaram apenas de 1ª a 4ª série, 27,3%

de 5ª a 8ª série e apenas 11,4% o segundo grau. Apenas 13,6% possuem o curso superior.

Com relação à profissão de seus pais, as mesmas são bastantes diversificadas. Quanto às mães, 79,5%

são donas-de-casa e 20,5% exercem atividades remuneradas fora do lar.

O número total de alunos formados a partir de 1990 até o 1º semestre de 1996 é de 106, com maiores

turmas em 1990 (28 formandos) e 1991 (27 formandos).

Analisando-se os dados acima, constata-se a tendência já conhecida em relação aos chamados cursos de

“ricos” e cursos de “pobres”, além de “indicações já levantadas para esse tipo de estudante, como ‘alunos

cansado’, ou que não apresenta ‘capital cultural’ suficiente e adequado a uma aprendizagem proveitosa; o que

mais se evade, o que mais é reprovado e o que apresenta maior carência econômica.” (BERNARDO, 1996,

p.33/34)

e) Percepções de alunos e professores quanto ao Curso

A complexidade do tema do ensino superior não permite esgotar, no presente trabalho, todas as

possibilidades de análise.

Após contatos mantidos com professores e alunos do Curso de Geografia, constatou-se existir uma

expectativa pela melhoria do mesmo, com sugestões apresentadas tanto pelos docentes quanto pelos discentes.

Sugeriu-se a criação de uma Empresa Júnior, que além da captação de recursos através da prestação de

serviços a órgãos públicos e particulares, possibilitaria um equilíbrio entre as atividades docentes com as de

pesquisa. A administração seria efetuada pelo Departamento, com o gerenciamento feito pelos professores e

alunos.

É necessário também um maior apoio para a divulgação das atividades do Curso e do profissional

Geógrafo (professor e bacharel), assim como a implementação dos Cursos de Pós-Graduação. Um sentimento

que existe, um desapreço em relação ao Curso de Geografia, pela própria Universidade, é compartilhado por

alunos e professores.

Outro aspecto observado é a necessidade de estágios obrigatórios nas disciplinas técnicas e os contatos

juntos às Empresas que deveriam ser feitos pela própria UNIVALI, o que proporcionaria uma maior e melhor

qualificação ao formando, com reflexos positivos em sua vida profissional.

Os alunos têm ciência da necessidade de sua integração às atividades de pesquisa, e para tanto, é

indispensável a implantação do NEGEO - Núcleo de Estudos Geográficos -. O incentivo à produção científica é

indispensável, pois é inconcebível um profissional sem conhecimentos teóricos e práticos, além do necessário

amadurecimento, com leituras e pesquisas.

Com já mencionamos anteriormente, é fator determinante ao bom funcionamento do Curso a criação e

instalação de um Centro de Geoprocessamento, além de laboratórios, com conseqüente aumento de aulas

práticas, principalmente ao Bacharelado, que é prejudicado pela formação deficitária nas áreas técnicas, sendo

que essas disciplinas deverão, obrigatoriamente ser ministradas por profissionais técnicos.

125

A busca de uma melhor Universidade passa automaticamente pela revisão e reestruturação de todas as

Faculdades e Cursos que a compõem, com as mudanças necessárias e soluções para os problemas apresentados,

resultando na Universidade que todos sonhamos.

“São pequenas sementes. São pequenos sinais. Na história, porém, todas as grandes transformações nascem de

pequenos e desapercebidos sinais, minúsculos e desacreditados, na maioria das vezes.” (LUCKESI et allii -

1996)

3.5.7 Ações Administrativas / Pedagógicas

Após análise e discussão de todas as informações obtidas, sugestões foram dadas para que certas

medidas fossem tomadas, partindo principalmente dos fatores limitantes, objetivando a melhoria da qualidade de

ensino.

Observa-se a falta de integração entre o Curso de Geografia e outros de áreas afins, como Oceanografia,

Jornalismo, Comércio Exterior, História e Turismo. Estes Cursos poderiam planejar juntos trabalhos de campo,

encontros e palestras, uma vez que várias disciplinas são dadas concomitantemente nos cursos acima citados.

Cabe portanto, ao Chefe de Departamento de Geografia entrar em contato com estes cursos para que esta

integração aconteça o mais breve possível, aproveitando, inclusive, laboratórios, equipamentos fotográficos,

câmera de vídeo, etc. A utilização destes instrumentos seria feita mediante requisição, tal como já ocorre na

Faculdade de Filosofia.

Esta integração facilitaria também a aquisição de um ônibus, que ficaria à disposição dos vários Cursos,

que deveriam procurar integrar ao máximo, os seus trabalhos de campo.

O isolamento de cada cientista dentro de sua especialidade, cada vez mais separado não só das demais

regiões do saber, mas também no interior de cada região levou a uma “concepção caótica do todo”. Esse

isolamento tem levado a que descobertas feitas em um determinado campo do conhecimento que poderiam

esclarecer e revolucionar outras áreas de conhecimento fiquem presas na alfândega dos diversos territórios do

conhecimento. Esta postura isolacionista é incompatível com as novas descobertas da própria ciência. Deve-se

abrir um diálogo com os diversos Cursos, evitando uma divisão do trabalho científico; uma série de mudanças

estão sendo impostas ao trabalho acadêmico exigindo novos e reais desafios. Estes desafios efetivamente

pressionam fronteiras disciplinares, obrigando ao diálogo interdisciplinar, que sem dúvida, é uma grande

tendência contemporânea.

Um autêntico trabalho interdisciplinar pode trazer concretude àquelas disciplinas que, dedicadas

preponderantemente à teoria, esquecem a força do quotidiano e do banal; o confronto com novos temas e escalas

de observação do real pode significar maiores compromissos com a vida.

A Biblioteca está muito desatualizada, embora os professores tenham solicitado por escrito e entregue à

Direção da Faculdade de Filosofia títulos necessários ao embasamento teórico de suas disciplinas. Por outro lado,

alguns livros de tarja vermelha não podem ser consultados pelos professores, uma vez que não podem ser

retirados da Biblioteca e o professor não dispõe do tempo necessário para uma consulta mais longa. Diante disto,

achamos que deveria ser aberto um precedente ao professor, permitindo que o livro fosse retirado para que a

leitura fosse feita em casa.

126

A falta de regulamentação nos trabalhos de campo também foi apontada como fator limitante , uma vez

que a participação do aluno não pode ser obrigada pelo professor, ficando ao seu critério participar ou não,

deixando assim de conciliar a prática com a teoria, causando uma defasagem no processo ensino-aprendizagem.

Cabe ao Departamento de Geografia encaminhar ao setor competente pedido de regulamentação para

que, a partir da data de publicação de tal documento, a participação nos trabalhos de campo seja total e efetiva.

Quanto ao currículo apontou-se como maior deficiência a não integração das disciplinas teóricas com as

disciplinas práticas, que na maioria das vezes são ministradas por especialistas em educação, e não por técnicos

específicos daquela área, tornando o bacharel incapaz de exercer eficientemente sua profissão no mercado de

trabalho, hoje tão concorrido com outros técnicos.

Outro problema, apontado pelos professores, é a diferença curricular entre os diversos Cursos de

Geografia do Estado de Santa Catarina, o que dificulta uma eventual transferência e até mesmo a realização de

trabalhos de campo, integrados.

Para agilizar a solução de tais problemas, durante esta avaliação, a sub-comissão e o Departamento de

Geografia realizaram o “1º Encontro Estadual de Cursos de Geografia”, e outras reuniões foram agendadas para

o estudo, a análise e a implantação de um Currículo Comum, que procurará priorizar a integração das disciplinas

técnicas.

Outra insatisfação citada nesta avaliação, diz respeito aos métodos de ensino utilizados em sala de aula,

na maioria das vezes, sem motivação, criatividade e participação, salientando como pior situação a disciplina de

Cartografia.

O professor, então, conhecedor de tal situação deverá reavaliar seus conteúdos, seus métodos, procurar

ser um orientador dos conteúdos que pretende transmitir, fazendo com que o aluno desenvolva o hábito de leitura

e da interpretação e seja o construtor do seu conhecimento, pois o momento atual requer uma postura mais

participativa, consciente e crítica implicando numa mudança nos hábitos do estudo.

Professores - alunos precisam comprometer-se com a reflexão, criando-a, provocando-a e lutando

continuadamente. Buscar estabelecer uma mentalidade criativa, comprometida exclusivamente com a busca cada

vez mais séria da verdade, através da assimilação, da comparação, da análise, da avaliação das proposições e dos

conhecimentos.

Há pouca participação nas Bolsas de Iniciação Científica por professores e alunos em atividades de

pesquisa e extensão. Uma vez que, uma Universidade tem a função de investir no Ensino, Pesquisa e Extensão,

faz-se necessário um maior apoio aos projetos apresentados pelos professores do Curso de Geografia, que vêem

neste trabalho uma complementação das aulas teóricas, bem como uma maneira de integração com a

comunidade.

Deste modo, compete aos professores a apresentação de projetos que deverão envolver alunos de

graduação nestas atividades e à ProPPEx/Probic, a aprovação de tais projetos, não contemplando excessivamente

determinados Cursos em detrimento de outros, como tem acontecido com a Geografia, que se sente discriminada.

A taxa de evasão é elevada, ocasionada principalmente pela grande insatisfação do aluno em relação ao

mercado de trabalho e pela mensalidade cobrada, considerada alta, tendo em vista ser o aluno de Geografia

oriundo de classe média baixa, conforme demonstrado no item d.

Diante desta situação, surge a necessidade urgente da Universidade proporcionar bolsas de estudo,

através de estágios remunerados na própria entidade, encaminhamento para empresas públicas ou particulares.

127

Observa-se ainda que o aluno se mantém distanciado dos problemas bem como das atividades do Curso,

sobretudo nos dois primeiros períodos, começando a participar e opinar já na fase de profissionalizante.

Cabe, então, ao Departamento bem como à própria Universidade divulgar e valorizar mais o Curso e as

atividades docentes e discentes aí desenvolvidas.

O mundo é ininteligível para quem não tem um mínimo de conhecimentos geográficos.

A Geografia deve ser para o espaço o que a História é para o tempo.

O Curso de Geografia necessita também ser dotado de equipamento de informática e a conseqüente

integração à Internet, pois a exemplo dos demais Cursos da UNIVALI, sua informatização é fator prioritário ao

seu bom desempenho. Pedidos já foram feitos à Direção, que prometeu não medir esforços no sentido de

contemplar a Geografia com todo material necessário.

Concluindo este item, percebemos professores e alunos conscientes que, saber-pensar o espaço pode ser

uma ferramenta para cada cidadão, não somente um meio de compreender melhor o mundo e seus conflitos, mas

também a situação local no qual se encontra cada um de nós. O problema da formação de professores tem,

portanto, uma importância capital e não se trata apenas de aumentar o estoque de conhecimentos de cada um,

mas de conscientizá-los das verdadeiras razões de ser da Geografia. (Lacoste, 1988)

3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acreditamos que todo este trabalho de Avaliação traga dados suficientes para a implementação de

estratégias em prol da melhoria da qualidade de ensino no Curso de Geografia. Pontos positivos e negativos

foram apresentados. Cabe agora manter os primeiros e procurar resolver os segundos. Conforme a opinião dos

alunos, as aulas devem ser mais dinâmicas e criativas, os trabalhos de campo devem ser mais orientados e

integrados com outros Cursos ou mesmo com outras Faculdades, maior número de aulas práticas, oportunidades

para participação em seminários, palestras, mais aquisições de materiais didáticos, atualização das fontes

bibliográficas.

Por sua vez, os professores reclamam da falta de exigência de estágio obrigatório em outros órgãos, nas

disciplinas técnicas, da falta de incentivo à produção científica pelos alunos, da falta de uma política valorizadora

do Curso e do próprio Geógrafo, da necessidade da criação de uma “Empresa Júnior” que, além de poder captar

recursos, prestando serviços, possibilitará um equilíbrio entre as atividades docentes e as de pesquisa.

Estas situações apresentadas pelos discentes e docentes e outras já mencionadas anteriormente, nos itens

3.5.1, 3.5.2., 3.5.3., 3.5.4 e 3.5.6, sem dúvida, merecem ser discutidas e analisadas afim de tomarmos um

caminho para a correção. É preciso repensar o Curso. Repensar o Currículo, o conteúdo e até o jeito de ensinar.

Como é que podemos manter o licenciado na sala de aula, passivo, ouvindo o professor que enche o quadro-

negro de palavras, conceitos, que ele tem que aprender isto e mostrar nas provas e depois pretender que, quando

ele for professor, vá ter uma postura diferente?

Além dessa razão essencialmente pedagógica há a necessidade de superar certas “deficiências técnicas”,

uma das componentes da dependência tecnológico-cultural.

Para que isto seja possível, estamos conscientes das modificações que o Curso terá que sofrer, tanto na

formação do licenciado como do bacharel, o que implicará modificações inclusive na interface “pesquisa-

128

ensino”. É um desafio, mas sem estas transformações e ajuda da própria entidade, que tem sua missão pública na

formação de seus profissionais, na realização de suas pesquisas e na geração e transmissão do conhecimento,

serão ineficazes quaisquer alterações. Não queremos um Curso desvinculado, alheio à realidade onde está

plantado. Ser alheio, desvinculado ou descomprometido com a realidade é sinônimo de fazer coisas, executar

ensino, onde o conteúdo não diz respeito a um espaço geográfico e a um momento histórico concretos.

O processo foi infinitamente mais rico do que aparece no papel, dificilmente conseguiríamos registrar na

íntegra a riqueza desta experiência. Que ele não seja descartado do prosseguimento da ação, mas seja um

comprometimento de continuidade desse projeto, pois a avaliação é um processo contínuo de retroalimentação

que, terminado uma etapa, deve recomeçar com outra ênfase, levando em conta outros aspectos que na primeira

avaliação não foram considerados.

3.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Déa Terezinha Rimol de. A Universidade como Geradora de Inquietações nos Educadores. Campo

Grande: MS:VCDB, 1995.

AMORIM, A. Avaliação Institucional da Universidade. São Paulo: Cortez,1992.

BERNARDO, Maristela Veloso Campos. O Ensino noturno na UNESP. UNESP - Pró-Reitoria de Graduação:

São Paulo, 1996.

CASTRO, Cláudio de Moura. Em quem avalia os professores? Dois pontos: Teoria e Prática em Educação. Belo

Horizonte, V.2, nº 19, 1994.

129

COLTRINARI, Lylian. Trabalho de Campo, Geografia, Século XXI. Texto do trabalho apresentado no

Colóquio: O Discurso Geográfico na Aurora do Século XXI. Florianópolis: UFSC, 1996, mimeo.

CUNHA, L.A. A Universidade Reformada - O Golpe de 1964 e a Modernização do Ensino Superior. Rio de

Janeiro: Francisco Alves, 1989.

FIRME, Pessoa Thereza. Palestra Proferida no Seminário de Avaliação Teoria e Prática - promovido pelas

Faculdades Integradas Castelo Branco em 21-24 de novembro de 1993, Rio de Janeiro. Os avanços da

avaliação na trajetória para o 3º milênio.

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler. São Paulo: Autores Associados, Cortez, 1982

FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e Crise do Capitalismo Real. São Paulo: Cortez, 1995.

LACOSTE, Yves. A Geografia - Isso serve em primeiro lugar, para fazer a Guerra. Campinas, São Paulo:

Papirus, 1988.

LUCKESI, Cipriano, Carlos. Fazer Universidade: uma proposta metodológica. 8ª ed.. São Paulo: Cortez, 1996.

MARX, K & ENGELS, F. Textos sobre Educação e Ensino. São Paulo: Morais, 1983.

NEVO, D. The Conceptualizacion of educacional evolluation an analytical review of the literature. Review of

Educacional Research, vol.53, nº 11, 1983)

RESENDE, Márcia Spyer. A Geografia do aluno trabalhador. Ed. Loyola: São Paulo, 1986.

SAUL, Ana Maria. Avaliação Emancipatória: desafio à teoria e a prática da Avaliação e Reformulação do

Currículo. São Paulo: Cortez, 1988.

SAVIANI, Demerval. Educação: do Senso Comum à Consciência Filosófica. São Paulo: Cortez, 1980.

SODRÉ, Nelson Werneck. Introdução à Geografia. Petrópolis: Vozes, 1989

SOUZA, Ana Aparecida Arguello de. A Qualidade do Ensino - Perspectiva Histórica. Campo Grande:

MS:VCDB, 1995.

130

IV - CURSO DE HISTÓRIA

SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

José Bento Rosa da Silva

José Roberto Severino

4.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO

Curso: História

Habilitações: Licenciatura Plena

Bacharelado (reformulação aprovado pelo CEPE, resolução 59, em 14/12/1996.)

Parecer: 71.650/73 Órgão: DOU

Curso da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras/UNIVALI

132

4.2 APRESENTAÇÃO

Os resultados apresentados neste trabalho são fruto de um diálogo mantido, de maneira permanente,

entre os participantes das atividades desenvolvidas no curso de História - professores, alunos, ex-alunos e

funcionários.

Com uma prática usual de tomada de decisões em conjunto, observa-se que desde 1983 o curso

apresenta um caráter bastante democrático, dados que podem ser encontrados nas atas das reuniões de

Departamento, onde aparecem corpo docente e discente discutindo as questões mais variadas relativas ao Curso,

desenvolvendo de maneira sistemática e bastante séria a auto-avaliação constante das atividades de formação

acadêmica, de pesquisa e ensino, inerentes ao Curso de História.

Este dado facilitou sobremaneira a elaboração deste relatório, possibilitando, inclusive, perceber os

avanços e retrocessos que ocorreram no referido curso.

Outro elemento que ajudou no bom andamento dos trabalhos foi o tamanho do curso: 15 professores e

uma média de 100 alunos. Isto favoreceu as reuniões e encontros, possibilitando uma participação mais efetiva

do corpo docente e discente.

Vale lembrar ainda a organização e boa vontade por parte dos funcionários da secretaria da Faculdade

de Filosofia, Ciências e Letras, sempre à disposição para o pronto atendimento em todas as solicitações

efetuadas.

133

4.3 HISTÓRICO DO CURSO

A história do curso de História confunde-se com a história da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.

Criados praticamente ao mesmo tempo, 1965, o curso configura-se como um dos mais antigos da UNIVALI.

As atas das reuniões de departamento existem desde 1983, o que possibilita fazer uma breve incursão no

“passado” do curso de História.

E ali, nessas atas, encontramos problemas antigos, tais como falta de verbas para pesquisa, contratação

de professores apenas pelas horas que lecionam, necessidade de divulgação das atividades do departamento,

melhoria da biblioteca, etc. Problemas que também localizamos nos dias atuais, mudando apenas o tom.

Mas naqueles dias já existia um Núcleo de Pesquisa Histórica, coordenado pela prof. Dra. Maria

Bernardete Ramos Flores e pela Prof. Dra. Joana Maria Pedro. Neste núcleo fez-se pesquisa em História Oral,

levantamentos sobre a cidade no início do século, nascimentos de escravos, etc. Documentos que ainda estão nos

arquivos do núcleo de pesquisa em história da UNIVALI, importantes para os pesquisadores de hoje.

O curso de Pós-Graduação em História, oferecida a cada dois anos desde 1983 (com exceção de 1996),

está sempre presente nas pautas das reuniões de departamento, onde são discutidas quais professores lecionam, as

disciplinas oferecidas, quem pesquisa, quem e o que escreve. Nas reuniões de departamento, todos tem voz:

alunos e professores discutem. Professores como Élio Cantalício Serpa (atualmente na UFSC), Jaecyr Monteiro

(atualmente na UFSC), Rosângela Cherem (atualmente na UDESC), Eunice Nodari (UFSC), Luís Felipe Falcão

(UDESC), e tantos outros que passaram pelo curso de História da UNIVALI, aparecem constantemente nessas

atas.

Ali aparecem também as “brigas” entre a FEPEVI e o curso de História. Mudança de sala, falta de

incentivos, etc, problemas e soluções alcançadas no calor da discussão.

Este percurso bastante pululante marcou efetivamente o “caráter” do curso de História da UNIVALI.

Um curso que foi forjado em reflexões e práticas, embates e leituras, sempre afinado com o que se produzia, e

produz, no âmbito historiográfico.

Hoje o curso possui um corpo docente bastante jovem (em idade e carreira). É um curso jovem com

caráter jovial, no sentido de não temer desafios e de não achar que há algo definitivamente pronto. Os alunos

integram-se a essa proposta que o nosso percurso demonstra: há muito o que fazer.

4.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO

A Subcomissão de Avaliação Institucional do Curso de História seguiu os procedimentos constantes do

documento IA-6 (subsídios para o relatório de auto-avaliação do curso). Em reunião de departamento, os

Professores José Roberto Severino e José Bento Rosa da Silva foram escolhidos como representantes docentes.

O aluno escolhido não integrou a subcomissão por absoluta falta de tempo e de remuneração, ficando a coleta de

dados entregue aos professores citados.

134

Para o melhor andamento das atividades foi elaborado um cronograma de trabalho, com as datas(as

datas referem-se a dois encontros semanais) e metas a serem desenvolvidas:

-das variáveis e dos indicadores: Levantamento na secretaria da Faculdade de Filosofia, de 18 a 27 de

junho. Atuaram a equipe e funcionários da secretaria;

-infra-estrutura do curso: levantamento nos fichários da biblioteca central e em documentos do

Departamento de História, de 02 a 11 de julho. Atuou a equipe, juntamente com funcionários da biblioteca

central;

-perfil do curso: dados levantados junto à secretaria de Filosofia e a Pró-Reitoria Acadêmica, de 16 a 18

de julho, envolvendo equipe e funcionários.

-currículo: dados no Departamento de História, de 23 a 25 de julho, envolvendo apenas a equipe;

-corpo docente: setor de registro de diplomas e Departamento de História, de 30 de julho a 01 de agosto,

envolvendo equipe e funcionários;

-corpo discente: dados levantados na secretaria de Filosofia, na pós-graduação, etc, de 06 a 13 de

agosto, envolvendo equipe, funcionários e centro acadêmico de História;

-apreciação geral: avaliação feita junto ao curso, de 20 a 29 de agosto, envolvendo todo o curso;

-reivindicações: avaliação feita junto ao curso, de 03 a 12 de setembro, envolvendo todo o curso;

-relacionar dados: análise e localização dos problemas, de 16 a 26 de setembro, envolvendo somente a

equipe;

-considerações: análise dos dados e localização de problemas e sugestões, de 01 a 28 de outubro,

envolvendo somente a equipe.

4.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO

4.5.1 Análise do desempenho global do curso de História no período avaliado(1990-1996).

O curso de História apresentou vários indicadores de qualidade e avanço através dos dados levantados

pela subcomissão de avaliação institucional. Dentre eles pode-se destacar o Núcleo de Pesquisa Histórica,

coordenado atualmente pelos professores José Bento Rosa da Silva e Ivan Serpa. Este núcleo agrega professores

e alunos, num trabalho de estímulo à pesquisa e à produção acadêmica. Existe ainda, funcionando junto ao

Núcleo, buscando um aperfeiçoamento teórico-metodológico, dois grupos de estudos que também são formados

por professores e alunos (alunos de outros cursos de graduação da UNIVALI também participam).

Outro fator indicador de qualidade e avanço é a titulação do Corpo Docente que atua no Curso e que

está vinculado ao Departamento de História. Entre o Corpo Docente que leciona no Curso, dos quinze

professores que constam da relação oferecida pelo SRD/SDD, quatorze são mestres ou mestrandos, perfazendo

93.3% do total dos professores1. O Departamento de História possui oito professores agregados, dos quais sete

1Alberto Machado Niece, Beatriz Koneski Santangelo, Cristiane Manique Barreto, Elisabeth Caldeira, Ivan Carlos Serpa, José Bento Rosa da Silva, José Roberto Severino, Lourival Andrade Júnior, Manoel Luiz da C.

135

são mestres ou mestrandos, perfazendo 87,5% do total. Um número bastante significativo, se formos comparar

com os apresentados pelo MEC/SEDIAE/SEEC(Folha de São Paulo. SP, 21/07/1996). Estes dados são referentes

à formação dos docentes de ensino superior no Brasil, que de seus professores em atividade nas Universidades

particulares apenas 18,5% possuem mestrado; nas Universidade Federais o percentual sobe para 34,2%; e a

média nacional de professores com mestrado atinge 23,7%.

Foram detectados alguns indicadores limitadores da qualidade do curso. Entre eles a contratação de

professores como “horistas”, e não por módulos( 20, 40 e 60 h/a). A contratação de professores por esta

modalidade torna difícil, quase impraticáveis, as atividades de pesquisa e produção, campos do aprimoramento

acadêmico por excelência. E esta problemática torna-se mais evidente quando observamos o número de

professores que perdemos, apenas nos últimos cinco anos, para outras instituições de ensino superior, professores

como Joana Maria Pedro e Maria Bernardete Ramos Flores, doutoras pela USP e efetivas na UFSC, Rosângela

Cherem, doutoranda pela USP, aprovada em concurso na UDESC; Luís Felipe Falcão, doutorando pela USP,

aprovado em concurso na UDESC; Marlene de Fáveri, mestre pela UFSC, aprovada em concurso na UDESC,

em estágio probatório até o final de 1997; e, mais recentemente, José Bento Rosa da Silva, mestre pela PUC/SP,

aprovado em concurso na UFPE.

Outro fator limitador da qualidade do curso refere-se à evolução das vagas para o vestibular. Nos dados

fornecidos pela coordenação do vestibular da UNIVALI para o período 1990/1996, há um decréscimo constante

até o ano de 1994. São 121 inscritos em 1990, caindo para 71 no ano seguinte, 44 em 1992, 28 em 1993 e 23 em

1994. Já no ano de 1995 (e isto parece mais um indicador de avanço, já que parece ter relação com o momento

em que o curso de História começa a apresentar um envolvimento maior em pesquisas e a apresentar resultados

de projetos desenvolvidos, coincidindo também com a alteração curricular que introduziu o Bacharelado em

História, como será abordado em seguida) temos um aumento para 46 inscritos. A partir do vestibular de 1996 o

número de vagas oferecidas caiu de 60 para 50, e o número de inscritos foi de 44 pessoas. Com relação à evasão,

manteve-se uma média estável, tendo o período de 1990/1995 uma ocupação de 45%(em média) das vagas

oferecidas (240 no total).

4.5.2 Discussão do enfoque do Currículo do Curso e de sua adequação ao mercado de trabalho.

A grade curricular do Curso de História, modificada em 1994/1, levou em conta três preocupações

centrais2: “o estudo da legislação em vigor, o conhecimento das grades curriculares de outros cursos de História

de universidades conceituadas no cenário nacional e, finalmente, os mecanismos de sua implementação gradual

de maneira a não prejudicar os alunos já matriculados.

Quanto ao primeiro item, a partir da leitura do conjunto de disposições legais que regem o ensino

superior no país, chegou-se a uma grade que está plenamente adequada às exigências da legislação, quer no que

diz respeito às disciplinas do currículo mínimo de História, quer no tocante às disciplinas obrigatórias para a

habilitação de licenciados, definidas em ambos os casos pelo Conselho Federal de Educação em diversas

Freitas, Marlene de Fáveri, Marlus Niebuhr, Normélio Pedro Weber, Osmar de Souza, Sidney Silva, Walter Amaro Baldi, conforme consta do anexo II. 2O texto que se segue diz respeito ao projeto do novo currículo, encaminhado pelo departamento de História ao CEPE em 1993.

136

portarias e atos normativos plenamente consolidados. Deste modo, a grade aqui apresentada (Anexo III), está em

consonância integral com a legislação existente, seja nas disciplinas oferecidas, seja no conteúdo a ser ministrado

ou na carga horária a ser observada.

Ao mesmo tempo, buscou-se um referencial nas modificações curriculares introduzidas nos cursos de

História de renomadas instituições de ensino superior de nosso país, como a Universidade de Brasília (UNB), a

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal

do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entretanto, devido ao fato

do Curso de História da Universidade do Vale do Itajaí possuir suas próprias peculiaridades (público que procura

o curso e público que segue o curso até sua conclusão - para o que fizemos uma pesquisa entre todos os alunos

matriculados -, curso exclusivamente noturno, mercado de trabalho regional, número de cursos no estado (...)

inexistência de regime parcial ou integral de contrato de trabalho, tradição de pesquisa (...), etc.), foi necessário

fazer alguns ajustes e adaptações. Assim, mesmo introduzindo o bacharelado ( que será oferecido juntamente

com a licenciatura, num único curso), procurou-se manter a mesma carga horária total (2.400 horas/aula)

mediante a supressão de disciplinas consideradas desnecessárias ou superadas pelas tendências mais recentes dos

estudos históricos (cujo conteúdo foi absorvido em parte por outras disciplinas), ao mesmo tempo em que se

incluiram outras disciplinas fundamentais para a formação do historiador, para o desenvolvimento de pesquisas e

para a obtenção do grau de bacharel em História.

(...) Uma primeira observação, que é necessário fazer, refere-se ao grupo de disciplinas relacionadas

com o currículo mínimo de História (...), que não sofreu qualquer alteração em termos do número de disciplina e

da carga horária exigida.(...) Uma segunda observação diz respeito ao bloco de disciplina pedagógicas, que foi

parcialmente reordenado a fim de torná-lo mais compacto e mais adequado aos objetivos do curso como um

todo. (...) Uma terceira observação diz respeito ao conjunto de disciplinas relacionadas com o objetivo de

introduzir o bacharelado no curso. (...)este conjunto de disciplinas voltadas para a introdução do bacharelado

estão encadeadas umas com as outras, numa seqüência que permita ao aluno começar a se preocupar com a

pesquisa e com a monografia desde o meio do curso.(...). Todavia, para o pleno êxito desta proposta, será

indispensável a implantação de uma prática de coordenação no curso, mediante a criação de um cargo

remunerado de coordenador (quatro horas/aula semanais), a ser eleito nos mesmos moldes da Chefia de

Departamento. Sem isto, será virtualmente impossível alcançar de maneira integral os objetivos aqui delineados.”

Esta proposta de grade curricular surgiu após um período de debates e sugestões desenvolvidas em

assembléias e reuniões, no ano de 1993, contando com a participação de professores e alunos. A nova grade

curricular deveria contemplar, além da Licenciatura Plena em História, a indispensável e fundamental atividade

de pesquisador em História, sendo, portanto, acrescido o grau de Bacharelado em História. Segundo a Resolução

n� 59/CEPE/93, a nova grade curricular entrou em vigor a partir do primeiro semestre de 1994. Sendo assim,

75% do curso já se encontra desenvolvendo suas atividades neste novo currículo, mas ainda não havia nenhuma

experiência efetiva no mercado de trabalho, já que só teremos a primeira turma formada nesta modalidade no

final de 1997. As perspectivas de atuação dos profissionais formados pelo curso visam atender a uma demanda

de professores habilitados ao ensino de História no 1� e 2� graus na rede oficial e particular. Existe ainda uma

carência de profissionais habilitados para atuar em áreas como a pesquisa, patrimônio cultural, turismo e

consultorias diversas.

137

Entretanto, um problema que vem se apresentando é o fato dos professores não disporem de um tempo

remunerado para a orientação das monografias que estão sendo desenvolvidas pelos acadêmicos. Este dado

interfere sobremaneira no bom andamento desta proposta curricular inovadora.

4.5.3 Destaque das atividades mais significativas do Curso

No período compreendido entre os anos de 1990/1996, o curso de História apresentou uma profícua

dinâmica de trabalho, marcada por atividades e projetos diversos.

Um ponto que vale destacar é a ativação do Núcleo de Pesquisa Histórica, que foi criado na década de

oitenta pela então Coordenadora (hoje vinculada ao Programa de Pós-Graduação em História da UFSC) Prof.

Dra. Maria Bernardete Ramos Flores, experiência que, por vários motivos (de ordem estrutural e conjuntural),

foi deixada de lado.

Retomadas as iniciativas pelos professores do Departamento de História, o Núcleo começou a ser

reestruturado, sob a coordenação do Prof. Luís Felipe Falcão. Em linhas gerais, o regimento do Núcleo aponta os

objetivos, prioridades e necessidades que norteiam suas atividades:

1. O Núcleo de Pesquisa Histórica da Universidade do Vale do Itajaí (NPH/UNIVALI) constitui-se

como um órgão de implemento, incentivo e apoio a pesquisas de caráter histórico, nas suas diferentes

modalidades, em toda a micro-região de abrangência desta universidade.

2. Para cumprir com estas atribuições, o Núcleo de Pesquisa Histórica deve elaborar pelo menos um

projeto de pesquisa a cada ano, projeto este a ser submetido aos órgãos competentes da universidade ou a outras

agências de amparo à pesquisa em âmbito estadual e nacional para efeito de discussão e aprovação, assim como

deve apresentar obrigatoriamente um relatório semestral de suas atividades.

3. Visando o cumprimento das funções para as quais é criado, cabe ao Núcleo de Pesquisa Histórica

manter-se permanentemente acessível aos cursos de graduação e pós-graduação instituídos pela universidade, em

especial os de História, a fim de auxiliá-los em projetos e pesquisas que envolvam de um modo ou de outro o

conhecimento histórico; cabe-lhe, igualmente, manter contatos com a rede de ensino de 1� e 2� graus, com o

objetivo de incentivar e apoiar eventuais atividades de pesquisa de caráter histórico; e, finalmente, cabe-lhe

também estreitar vínculos com o Arquivo Municipal da cidade de Itajaí (bem como com outras instituições e

entidades culturais do município e micro-região) no sentido de conhecer seus acervos e realizações, colaborar

com as pesquisas que estejam sendo elaboradas e empreender projetos comuns.

4. Enquanto tal, o Núcleo de Pesquisa Histórica está vinculado diretamente à Faculdade de Filosofia,

Ciências e Letras da Universidade do Vale do Itajaí, sob a responsabilidade de um coordenador nomeado para

um período de dois anos pelo diretor da referida faculdade, a partir de uma lista tríplice encaminhada pelo

coordenador em final de gestão.

5. Para o exercício do cargo de coordenador do Núcleo de Pesquisa Histórica é imprescindível a

titulação acadêmica em grau de mestrado ou doutorado em História, e sua remuneração será equivalente aos

proventos auferidos no exercício mensal de uma disciplina de 04 créditos nos cursos de graduação da Faculdade

de Filosofia, Ciências e Letras da UNIVALI.

138

6. Por fim, o Núcleo de Pesquisa Histórica ficará instalado em uma sala na universidade, provida pelos

órgãos competentes da instituição com os equipamentos indispensáveis para o bom desempenho de suas

atividades (mesa, cadeiras, armários e/ou arquivos, etc).

A partir da implantação do Núcleo partiu-se para a execução de projetos. O primeiro a ser desenvolvido

foi o de Fontes de Pesquisa Histórica. Este projeto teve por objetivos:

- levantar o potencial de acervos públicos e privados existentes na cidade de Itajaí para a realização de

pesquisas de caráter histórico;

- transcrever em fichas padronizadas o conteúdo genérico destes acervos potenciais, seu estado de

preservação e suas condições de aproveitamento;

- elaborar um arquivo sistemático das fontes disponíveis para consulta;

- estimular o conhecimento por parte da população da história de sua própria cidade;

- incentivar a produção de pesquisas de caráter histórico na universidade e fora dela, no âmbito do

município.

Ainda no ano de 1993 foi elaborado o projeto de um livro sobre a História de Itajaí. Este projeto teve

por objetivos:

- coletar de modo sistemático informações sobre a história da cidade de Itajaí no período que vai de

1880 a 1920;

- analisar e discutir estas informações de maneira a perceber as especificidades da cidade no quadro

nacional e estadual;

- definir algumas das mais significativas singularidades da cidade, as quais mereceriam um tratamento

historiográfico;

- redigir um conjunto de textos acerca de variados aspectos da história da cidade, de maneira a reuni-los

numa única publicação;

-incentivar um contato multidisciplinar no âmbito da universidade;

- incentivar a produção de pesquisas na universidade, divulgando seus resultados para o conjunto em

que ela está inserida;

- possibilitar aos professores da rede oficial e particular, alunos e ao público em geral o acesso a textos

sobre a História de Itajaí;

- incrementar os acervos de bibliotecas escolares e de outras instituições interessadas na História da

cidade.

Este projeto está em fase de conclusão, tendo contado com a participação de professores, alunos e ex-

alunos do curso de História. O texto final encontra-se em posse do conselho editorial da Revista Alcance -

Revista de divulgação científica da UNIVALI- que estuda as possibilidades de publicação dos artigos em número

especial da revista, a qual deverá sair no início de 1997.

Com a implementação do Programa de Bolsa de Iniciação Científica (PROBIC), o Núcleo encaminhou

os seguintes projetos de pesquisa:

- Sanatório Santa Beatriz de Itajaí: uma Dissecação Histórica;

- Do Jovem para o Jovem: A Experiência da Pastoral de Juventude da Comarca de Brusque;

- Caminhos de Ferro Mandaram Asfaltar: História e Memória da Ferrovia em Itajaí;

139

- Nos Teatros de Operações na Itália, Eu Vi a Cobra Fumar: Memórias dos Veteranos da Força

Expedicionária Brasileira da Foz do Itajaí;

- Construindo a Resistência: a Experiência dos Estivadores do Porto de Itajaí - 1922/1995;

- MAREJADA: Festa Portuguesa e do Pescado em Santa Catarina: Na Invenção da Tradição, a

Construção da Identidade Açoriana.

Dos projetos acima mencionados, foram aprovados o do Sanatório Santa Beatriz de Itajaí: Uma

Dissecação Histórica, do aluno Francisco Alfredo Braun Neto (já concluído) e o da Marejada: Festa Portuguesa e

do Pescado em Santa Catarina: na Invenção da Tradição, a Construção da Identidade Açoriana, do aluno Honório

Bertolini (em curso).

O Núcleo, através do professor José Bento Rosa da Silva, orientou a pesquisa de alguns alunos do Curso

de Fonoaudiologia em 1995, por sugestão daquele departamento. Este projeto teve a perspectiva de historicizar a

fonoaudiologia em Itajaí, através da temática: “Fonoaudiologia em Itajaí: um Ponto de Partida.”

Esta monografia possibilitou outra, que visou investigar o comportamento dos pacientes que são

atendidos no consultório de Fonoaudiologia da UNIVALI. O tema foi: “A Sala de Espera”. Esta monografia foi

realizada no 1� semestre de 1996.

Outra atividade desenvolvida pelo Núcleo foi a orientação de trabalho monográfico de alunos egressos

do curso de História e que cursavam a Especialização em História promovida na UNIVALI.

No ano de 1996 foi constituído ainda o Núcleo de História Oral, que funcionará junto ao Núcleo de

Pesquisa em História, com a participação de professores e alunos do Curso de História e de outros Cursos,

buscando uma perspectiva interdisciplinar. As reuniões ocorrem aos sábados, pela tarde, revezando

semanalmente com as reuniões do Núcleo de Pesquisa, o que torna os encontros quinzenais.

O Núcleo de História Oral (Oficina de História Oral) tem como Coordenador o Professor Ivan Carlos

Serpa, e está filiado à Associação Brasileira de História Oral.

O Núcleo de Pesquisa em História, em parceria com o Departamento de História, organizou a Semana

de História (20 a 24 de maio de 1996), com a temática: Formação e Atuação da Elites do Vale do Itajaí.

Cabe lembrar ainda que no mês de setembro de 1996 foi lançado o livro do Professor José Bento Rosa

da Silva, “Negras Memórias”, uma versão de sua dissertação de mestrado, e que divulga para toda a comunidade

um trabalho de pesquisa que poderia ficar restrito a um ambiente eminentemente acadêmico.

Uma atividade que pode ser considerada uma iniciativa inovadora, no que diz respeito ao ensino no

curso de História, está sendo desenvolvida pela disciplina de prática de estágio supervisionado. Em parceria com

a Coordenação de Prática de Estágio, foi montado um projeto, que está assim dividido:

- Identificação da realidade sócio-econômica da escola, dos professores, Coordenação do Projeto de

Ensino e alunos. Identificação das disponibilidades materiais presentes na escola (vídeo/TV, retroprojetor,

biblioteca, etc.). Levantamento sobre a formação do(s) professor(es) de História na escola escolhida.

- Identificação dos Problemas na relação professor-aluno no processo de produção do conhecimento.

Reconhecimento de como se dá o processo de ensino-aprendizagem na escola em relação ao ensino de História,

observando a prática pedagógica.

- Delineamento de estratégias que venham a contribuir na prática do professor de História em sala de

aula. Sugerir e identificar problemas no uso dos suportes pedagógicos ( vídeo/TV, etc.)

140

- Encerramento do estágio com uma Oficina, que será oferecida aos professores de História da rede

oficial de ensino, com direito a um certificado de 20h/a. Nela, o estagiário entra em contato com o professor da

rede oficial, onde as temáticas abordadas e os problemas localizados serão discutidos. A proposta de uma ação-

reflexão-ação, com a participação de todos os integrantes da oficina, possibilita um momento de análise da

prática do professor em sala de aula.

Esta última etapa será realizada na semana de 04 a 08 de novembro de 1996. Cada equipe de estagiários

contará com a orientação de um professor do Curso de História. Nesta semana, os alunos que não estiverem em

estágio, participarão das oficinas oferecidas.

4.5.4 Como se situa a atuação do Curso no contexto da Faculdade, Universidade, bem como no contexto

nacional

O curso de História da UNIVALI demonstrou um bom desempenho no período analisado por esta

subcomissão (1990/1996). Os dados apontam para uma dinâmica participação nos eventos inerentes ao campo de

atuação do profissional de História (professor e pesquisador).

O curso de História da UNIVALI promoveu de 08 a 12/09/1992 o I Encontro Regional de História, com

o tema “América: Versões e Controvérsias”. Este evento foi organizado em parceria com a ANPUH/SC

(Associação Nacional de História/Núcleo de Santa Catarina).

O II Encontro Regional de História aconteceu de 29/08 a 02/10 de 1994. A temática desenvolvida foi:

Identidades e Diversidades no Sul do Brasil.

Outro evento importante, do qual o Curso de História da UNIVALI participou, foi o VI Encontro

Estadual de História: História e Novas Linguagens: Ensino e Pesquisa, de 26 a 29 de agosto de 1996. Este

encontro, realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), contou com a participação do Programa

de Pós-Graduação em História e Departamento de História da referida universidade, da Universidade do Estado

de Santa Catarina (UDESC), através do Departamento de Estudos Geo-Históricos, da Universidade do Vale do

Itajaí (UNIVALI), através do Departamento de História e da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão, e da

ANPUH/SC, Associação Nacional de História/Núcleo de Santa Catarina. Neste mesmo evento, vários

professores do curso de História da UNIVALI fizeram comunicações, além de oferecerem oficinas e mini-cursos.

Também alunos e egressos participaram, tanto assistindo como apresentando trabalhos em andamento. Ainda

neste evento, a professora Marlene de Fáveri foi eleita para compor a nova diretoria da ANPUH/SC, garantindo a

representatividade do curso no panorama da pesquisa e ensino estadual e nacional.

Em todo o período analisado foi realizada a Semana de História, um evento anual que busca integrar e

atualizar professores e alunos do curso. A Semana de História é um evento que já faz parte da própria dinâmica

do curso, atraindo inclusive professores da rede oficial e privada. As duas últimas Semanas de História tiveram

como tema “História e Arte”, de 16 a 20/10/1995, e “A Formação e Atuação das Elites no Vale do Itajaí/ o

Centenário de Irineu Bornhausem”, de 20 a 24/05/1996.

Cabe ressaltar ainda, que o corpo docente do curso de História participa com freqüência de cursos de

capacitação de professores da Rede Municipal e Estadual, o que propicia o tão almejado intercâmbio com a

comunidade. Isto demonstra ainda o respeito e confiança que se deposita nos profissionais de História da

141

UNIVALI, dado que se confirmou com a participação da Professora Marlene de Fáveri na Comissão

Verificadora para o Reconhecimento do Curso de História - Licenciatura e Bacharelado da Fundação

Universidade do Contestado, através da portaria n�118/96/CEE/SC, em Caçador, de 25 a 26 de Julho de 1996.

Nos anos em que não ocorre o encontro Regional da ANPUH/SC, se dá o encontro Nacional da

ANPUH, tornando ambos bienais. No período pesquisado (1990/1996), tanto professores como alunos têm

participado desses encontros e fazem comunicações de suas pesquisas. É na ANPUH nacional (como é

chamada), que se discutem as mais novas idéias, os mais recentes trabalhos de pesquisa, as novas propostas de

ensino e pesquisa. O curso de História participa sempre via Departamento de História e do Centro acadêmico de

História( que também participa na organização das Semanas de História na UNIVALI), e é através da divulgação

promovida por ambos que os professores da Rede Oficial e particular podem eventualmente participar. Através

da análise do currículo dos professores observa-se a intensa participação nos encontros nacionais, tanto sendo

palestrantes como ouvintes.

4.5.5 Análise apreciativa do desempenho docente

A relação do corpo docente de História, fornecida pelo SRD/SDD, em 11/07/1996, nos dá uma noção da

evolução da titulação do quadro de professores do curso. Dos quinze nomes constantes na lista, apenas um é

especialista - Lourival Andrade Júnior, que manifesta interesse em seguir para o mestrado. Este dado permite

visualizar um corpo docente preocupado com o aprimoramento e atualização acadêmica.

Contudo, é nos currículos de cada professor que aparece atualização e produção científica de cada um.

Foram analisados os currículos dos professores vinculados ao departamento de História: oito. São eles:

-Sidney Silva. Mestrando em Educação no Ensino Superior, (FURB).

-Cristiane Manique Barreto. Mestranda em História, (URGS).

-Ivan Carlos Serpa. Mestrando em História, (UFSC).

-José Bento Rosa da Silva. Mestre em História do Brasil, (PUC/SP).

-José Roberto Severino. Mestrando em História, (UFSC).

-Lourival Andrade Júnior.Especialista, (FAP).

-Marlene de Fáveri. Mestre em História, (UFSC).

-Marlus Niebuhr. Mestrando em História, (UFSC).

Nos currículos analisados, a participação em eventos, coordenações, cursos,etc, é constante.

Praticamente todos os professores vão aos encontros regionais e nacionais de História. As reuniões de

Departamento contam sempre com a maioria dos professores, uma espécie de compromisso e dedicação existente

no corpo docente do curso.

Entretanto, a análise dos currículos aponta para outro dado: a pouca produção acadêmica e a recente

experiência em pesquisa (tanto dos professores como do curso ). Esses dados são resultados da estrutura da

própria Universidade, que apenas recentemente tem incentivado a pesquisa, através de fomento próprio e de

órgãos oficiais. A liberação de professores, com hora atividade remunerada é um ponto que possibilitaria um

aumento significativo de publicações e atividades acadêmicas, que tem uma média, para o período de 1990/1996,

de 5,2% de palestras/cursos ministrados por professor; e de 4,5% de publicações feitas por professor. Uma

142

média bastante baixa, apontando para pouco menos do que uma publicação por ano. Cabe salientar que esses

dados estão referidos a um corpo docente ainda bastante jovem (praticamente todos os professores têm menos de

trinta anos), o que de certo modo justifica a pequena produção.

4.5.6 Avaliação das condições gerais de trabalho

Este item teve sua coleta de dados através:

-das atas das últimas reuniões de Departamento (onde sempre se discutem os problemas relacionados

aos curso);

-de uma reunião específica, com a participação do corpo docente e discente;

-de um levantamento feito junto aos professores.

Com relação às instalações físicas, o curso apresenta algumas vantagens, tais como:

-todas as atividades estão concentradas num mesmo espaço físico;

-sala para as atividades do núcleo de pesquisa;

-sala para as atividades do departamento;

-sala para as atividades do centro acadêmico.

Entretanto, o curso (e em alguns casos, por extensão, a Faculdade), apresenta várias deficiências. Entre

elas:

-falta de um auditório próprio (ou da Faculdade de Filosofia), dificultando, sobremaneira, atividades e

eventos que reúnam um maior número de pessoas;

-falta de salas para laboratórios (entendendo laboratório como espaço específico para pesquisa, como,

por exemplo, laboratório de História Econômica, com arquivos, livros, teses, audiovisuais, etc, referentes ao

tema.);

-biblioteca deficiente (parte do acervo que consta nas fichas bibliográficas não existe mais);

-dificuldades de prosseguirem as aulas, devido ao barulho do trânsito nos horários de entrada e saída das

mesmas. Entre 19:00 e 19:40, e 21:30 e 22:00 hs, aproximadamente, o barulho torna-se insuportável;

-praticamente todos os alunos reclamam dos bancos escolares (carteiras), alegando dores nas costas,

desconforto, etc.

Outro problema sério do curso, que já foi citado, é o que se refere ao modo como os professores são

contratados pela UNIVALI. A maior parte dos professores tem muitas dificuldades para viabilizar projetos, e,

consequentemente, aumentar a sua produção acadêmica. Isto se deve, em boa medida, ao fatos dos professores

não possuírem hora/atividade remunerada.

Observando cursos como Oceanografia, Odontologia e Farmácia, encontramos vários professores

contratados por módulos (20, 40 ou 60 h/a). Basta olhar a quantidade de artigos, projetos, orientações que são

desenvolvidos nesses cursos, para percebermos a importância dessa modalidade de contratação no desempenho

docente.

A disponibilidade de professores cria ainda um vínculo maior entre professor/universidade,

aluno/universidade e professor/aluno, possibilitando um melhor desempenho dos cursos que assim funcionam.

143

A implantação dos núcleos de História já começa a criar este ambiente. Porém, ainda não há um número

de professores liberados para a pesquisa,orientação de monografias, etc. Os projetos vão sendo desenvolvidos via

Probic, ou simplesmente pela boa vontade dos professores e alunos envolvidos. A instalação de um computador,

na sala do núcleo, já é um sinal positivo no caminho da criação de um centro de pesquisa em História/Educação.

De maneira geral, essas observações constituem a percepção dos professores e alunos do curso de

História, sendo expressão de debates constantes.

4.5.7 Ações a serem desenvolvidas

- Contratação de professores por módulos (20,40 e 60h/a). Esta contratação deve ser efetuada para

atividades como: orientação de monografias, coordenação dos núcleos de pesquisa, projetos de pesquisa

específicos, etc.

- viabilizar a divulgação das atividades do curso, como pesquisas desenvolvidas, possibilidades de

intercâmbio, etc, (elemento positivo para o aumento da procura pelo curso nos vestibulares). Este trabalho pode

ser efetuado, por exemplo, através da confecção de um vídeo (mais específico do que aquele que já existe), sobre

o curso de História/faculdade de Filosofia, com o apoio do curso de jornalismo e seus laboratórios de mídia.

Muitas pessoas/vestibulandos não têm a menor idéia do que se passa num curso de História, Letras, etc.

- implantação de vestibular de inverno para História;

- implantação de uma biblioteca setorial, gerida pelo próprio departamento de História. Esta atitude visa

diminuir o problema que existe na Biblioteca Central, onde boa parte do acervo acaba roubado. Uma biblioteca

setorial possibilita ainda priorizar a gerência das compras a serem efetuadas, agilizando sobremaneira as

atividades de consulta e pesquisa;

- eliminação da sirene como sinal de delimitação dos horários de aula;

- manutenção de uma comissão de avaliação institucional permanente, sugerindo a autocrítica constante

dos cursos e da própria instituição;

- criação de Centros, como forma de organização dos cursos. Esta forma catalisa, por áreas, os mais

diversos cursos, evitando absurdos como uma Faculdade de Psicologia desvinculada da Educação, ou o

isolamento dos cursos da área de saúde, possibilitando o desenvolvimento de atividades integradas com áreas

afins.

4.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A “radiografia” do curso de História teve um papel muito importante para o corpo discente e docente

que dele fazem parte. Os dados levantados, muitos ainda desconhecidos pela maioria, esclareceram problemas e

possibilitaram a elaboração de propostas e atitudes de mudança efetiva. Entretanto, possibilitaram também

visualizar o que de avanço já se teve nesses cinco anos.

144

Certamente, muitos dos problemas apontados continuarão a existir. Não como expressão da cegueira

proposital ou da incapacidade involuntária. Mas como obstáculos de um difícil percurso a ser seguido por todos,

indistintamente.

ANEXOS

ANEXO I

CARACTERIZAÇÃO DO CURSO

147

AS VARIÁVEIS E OS INDICADORES

CURSO DE: História

HABILITAÇÕES: Licenciatura Plena

Bacharelado aprovado pelo CEPE resolução 59 em 14/12/93.

PARECER: 7/650/73 ÓRGÃO: DOU

VAGAS OFERECIDAS:

Semestral: Ano 90/I: 60 90/II: - Anual: 60 Ano 91/I: 60 91/II: - Anual: 60 Ano 92/I: 60 92/II: - Anual: 60 Ano 93/I: 60 93/II: - Anual: 60 Ano 94/I: 60 94/II: - Anual: 60 Ano 95/I: 60 95/II: - Anual: 60 Ano 96/I: 50

VESTIBULARES:

Evolução de vagas: Ano 90/I: 60 90/II: - Inscrições..............: Ano 90/I: 121 90/II: - Evolução de vagas: Ano 91/I: 60 91/II: - Inscrições..............: Ano 91/I: 71 91/II: - Evolução de vagas: Ano 92/I: 60 92/II: - Inscrições..............: Ano 92/I: 44 92/II: - Evolução de vagas: Ano 93/I: 60 93/II: - Inscrições..............: Ano 93/I: 28 93/II: - Evolução de vagas: Ano 94/I: 60 94/II: - Inscrições..............: Ano 94/I: 23 94/II: - Evolução de vagas: Ano 95/I: 60 95/II: - Inscrições..............: Ano 95/I: 46 95/II: - Evolução de vagas: Ano 96/I: 50 Inscrições..............: Ano 96/I: 44

MATRÍCULAS:

Evolução das matrículas: Ano 90/I: 144 90/II: - Vagas oferecidas............: 90/I: 240 90/II: - Ocupadas........................: 90/I: 114 90/II: - Evasão............................: 90/I: 36,80% 90/II: - Repetência.....................: 90/I: 90/II: -

Evolução das matrículas: Ano 91/I: 143 91/II: - Vagas oferecidas............: 91/I: 240 91/II: - Ocupadas........................: 91/I: 111 91/II: - Evasão............................: 91/I: 10,66% 91/II: - Repetência......................: 91/I: 91/II: -

Evolução das matrículas: Ano 92/I: 133 92/II: - Vagas oferecidas............: 92/I: 240 92/II: - Ocupadas........................: 92/I: 080 92/II: - Evasão............................: 92/I: 51,87% 92/II: - Repetência......................: 92/I: 92/II: - Evolução das matrículas: Ano 93/I: 130 93/II: -

Vagas oferecidas............: 93/I: 240 93/II: - Ocupadas........................: 93/I: 53 93/II: - Evasão............................: 93/I: 46,15% 93/II: - Repetência......................: 93/I: 93/II: -

Evolução das matrículas: Ano 94/I: 136 94/II: - Vagas oferecidas............: 94/I: 240 94/II: - Ocupadas........................: 94/I: 78 94/II: - Evasão............................: 94/I: 42,65% 94/II: - Repetência......................: 94/I: 94/II: -

Evolução das matrículas: Ano 95/I: 136 95/II: - Vagas oferecidas............: 95/I: 240 95/II: - Ocupadas........................: 95/I: 54 95/II: - Evasão............................: 95/I: 39,70% 95/II: - Repetência...................... 95/I: 95/II: -

Evolução das matrículas: Ano 96/I: 120 Vagas oferecidas............: 96/I: 240 Ocupadas........................: 96/I: Evasão............................: 96/I: Repetência......................: 96/I:

CONCLUINTES: Evolução dos concluintes: Ano 90/I ..................... 90/II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1987 Matrícula Inicial..............: Sem ....... 19__ Sem. I 1987 Concluintes relação Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 87 Saída................................: 90/I............. 90/II: 26 Taxa de produtividade.....: 90/I.............. 90/II: 43,33% Evolução dos concluintes: Ano 91/I ..................... 91/II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1988 Matrícula Inicial..............: Sem ....... 19__ Sem. I 1988 Concluintes relação Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 88 Saída................................: 91/I............. 91/II: 26 Taxa de produtividade.....: 91/I.............. 91/II: 43,33%

Evolução dos concluintes: Ano 92/I ..................... 92II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1989 Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 89 Saída................................: 92/I............. 92/II: 24 Taxa de produtividade.....: 92/I.............. 92/II: 40% Evolução dos concluintes: Ano 93/I ..................... 93/II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1990 Concluintes relação Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 90 Saída................................: 93/I............. 93/II: 23 Taxa de produtividade.....: 93/I.............. 93/II: 38,33%

Evolução dos concluintes: Ano 94/I ..................... 94/II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1991 Concluintes relação Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 91 Saída................................: 94/I............. 94/II: 10 Taxa de produtividade.....: 94/I.............. 94/II: 16,66% Evolução dos concluintes: Ano 95/I ..................... 95/II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1992 Concluintes relação Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 92 Saída................................: 95/I............. 95/II: Taxa de produtividade.....: 95/I.............. 95/II: 43,33%

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PRÓ-REITORIA ACADÊMICA COORD. VESTIBULAR

EVOLUÇÃO DO CURSO DE HISTÓRIA

90 - 96

VAGAS INSCRITOS CAND./VAGA

90 / 60 121 2,01

91 / 60 71 1,18

92 / 60 44 0,73

93 / 60 28 0,46

94 / 60 23 0,38

95 / 60 46 0,76

96 / 60 44 0,88

ITAJAÍ (SC), 23 DE JULHO DE 1996.

Fonte: Coordenação do Vestibular - UNIVALI

151

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: SUB-COMISSÃO DE AVALIAÇÃO - ETAPA: ABRIL À SETEMBRO 1996.

CRONOGRAMA DE TRABALHO - CURSO: História .CAMPUS: III EQUIPE:- José Bento, José Roberto,

Estagiário (Marco e Rogério)

META OPERACIONALIZAÇÃO: TEMPO (DIA / MÊS) PESSOAL ENVOLVIDO

Itens 1 a 6

Infra estrutura do Curso

Perfil do Curso

Currículo

Corpo Docente

Corpo Discente

Apreciação Geral

Reinvidicações

Relacionar

Considerações

dados encontrados na Secretaria do Curso

fichários da Biblioteca e documentos do Depto

dados encontrados na biblioteca e Pró-Reitoria acadêmica

dados no Depto

setor de registros de diploma e depto

dados na Secretaria, Pós-Graduação, UFSC e FURB

avaliação junto ao Curso

avaliação junto ao Curso

análise dos dados e localização dos problemas

análise dos dados

21 e 23/05 e 11,13 e 18/06

20, 25, 27/06 e 02,04/07

09, 11, 16, 18/07

23, 25, 30/07

01, 06 e 08/08

13,15 e 20/08

22, 27 e 29/08

03, 05, 10 e 12/09

17, 19, 24 e 26/09

01, 03, 08, 10 e 15/10

equipe + secretaria

equipe + bibliotecárias

equipe + funcionários

equipe

equipe + funcionários

equipe + funcionários + CA

equipe + depto + CA

equipe

equipe

ANEXO II

LISTA DOS PROFESSORES

153

SETOR: SRD/SDD DATA: 16/07/96

RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE DE HISTÓRIA - 3º GRAU/UNIVALI - 1996 / I

PÓS-GRADUAÇÃO PROFESSOR GRADUAÇÃO NÍVEL TITULO Regime de

Trabalho Data de

Admissão Categoria Funcional

Alberto Machado Niece Educação Física Mestr. Psicologia da Educação (completo) Hora/aula 06/03/86 Adjunto 4 Beatriz Koneski Santangelo

Estudos Sociais História

Mestr. História (em curso) Hora/aula 01/03/89 Adjunto 1

Cristiane Manique Barreto

Ciências Sociais Mestr. História (em curso) Hora/aula 24/07/95 Assistente 3

Elisabeth Caldeira Pedagogia Dout. Mestr.

Educação (em curso) Educação: Educação e Trabalho (completo)

Hora/aula 01/08/86 Adjunto 4

Ivan Carlos Serpa História Mestr. História (em curso) Hora/aula 03/03/95 Assistente 1 José Bento Rosa da Silva História Mestr. História do Brasil (completo) Hora/aula 01/08/86 Adjunto 4 José R. Severino História Mestr. História (em curso) Hora/aula 09/08/93 Assistente 1 Lourival Andrade Júnior Mestr. Hora/aula Assistente 1 Manoel Luiz da C. Freitas Geografia Mestr. Geografia (em curso) Hora/aula 01/03/83 Adjunto 1 Marlene de Faveri Ciências Sociais

História Mestr. História (completo) Hora/aula 01/04/94 Adjunto 1

Marlus Niebuhr História Mestr. História (em curso) Hora/aula 24/04/90 Adjunto 1 Normélio Pedro Weber Estudos Sociais Dout. História (em curso) Hora/aula 15/08/83 Titular 1 Osmar de Souza Letras Dout.

Mestr. Letras: Filos. E Linguist. Portuguesa (completo) Ciências Sociais (completo)

Hora/aula 01/03/77 Titular 4

Sidney Silva História Mestr. Educação no Ensino Superior (em curso) Hora/aula 08/09/87 Adjunto 2 Walter Amaro Baldi Pedagogia Mestr. Educação (em curso) Hora/aula 01/04/91 Adjunto 1

ANEXO III

GRADE CURRICULAR

RESOLUÇÃO Nº 59/CEPE/93

APROVA NOVA GRADE CURRICULAR PARA O CURSO DE HISTÓRIA

NO 1º SEMESTRE DE 1994, NA FACULDADE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E

LETRAS DO VALE DO ITAJAÍ.

O presidente do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade do Vale do Itajaí, no uso de

suas atribuições estatutárias, considerando a deliberação do referido Conselho, em sessão realizada dia 14 de

dezembro de 1993,

RESOLVE:

Art. 1º - Aprovar a nova grade curricular anexa, do Curso de História da Faculdade de Filosofia,

Ciências e Letras do Vale do Itajaí a ser implantada no 1º semestre de 1994.

Art. 2º - Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

Itajaí, em 14 de dezembro de 1993.

Fonte: Reitoria da UNIVALI

139

GRADE CURRICULAR DO CURSO DE HISTÓRIA (ANEXO DA RESOLUÇÃO nº 59/CEPE/93)

PERÍODOS DISCIPLINAS CRED. H/A

Pré-História Geral e do Brasil 04 60

História Antiga 04 60

Introdução ao Pensamento Social e Político 04 60

1º Produção de textos 04 60

Psicologia da Educação 04 60

Estudos de Problemas Brasileiros 02 30

Educação Física 02 30

SUB-TOTAL 24 360

História Antiga 04 60

Teoria da História 04 60

História da Filosofia 04 60

2º Geografia Política 04 60

Psicologia da Educação 04 60

Estudos de Problemas Brasileiros 02 30

Educação Física 02 30

SUB-TOTAL 24 360

História Medieval 04 60

História da América 04 60

3º Teoria da História 04 60

Geografia de Santa Catarina 04 60

História da Educação 04 60

SUB-TOTAL 20 300

História Medieval 04 60

História Moderna 04 60

4º História da América 04 60

História do Brasil 04 60

Estrutura e Func. Do Ensino de 1º e 2º graus 04 60

SUB-TOTAL 20 300

História Moderna 04 60

História da América 04 60

5º História do Brasil 04 60

Historiografia 04 60

Didática 04 60

SUB-TOTAL 20 300

continua ...

140

PERÍODOS DISCIPLINAS CRED. H/A

História Contemporânea 04 60

História do Brasil 04 60

6º História de Santa Catarina 04 60

Historiografia 04 60

Didática Especial em História 04 60

SUB-TOTAL 20 300

História Contemporânea 04 60

História do Brasil 04 60

7º História de Santa Catarina 04 60

Metodologia de Pesquisa Histórica 04 60

Estágio Supervisionado sob a forma de Prática de Ensino de

História

08 120

SUB-TOTAL 24 360

História da Região do Vale do Itajaí 04 60

História da Arte 04 60

8º Disciplina Optativa 04 60

Orientação de trabalho monográfico 08 120

SUB-TOTAL 20 300

TOTAL 172 2580

TOTAL GERAL (excetuando-se Estudo de Problemas Brasileiros - 1º e 2º / Educação Física

08 120

TOTAL GERAL 164 2460

141

V CURSO DE LETRAS

SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

José Marcelo Freitas de Luna

Ivone Moraes Sarubbi

142

5.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

FACULDADE: FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS

CURSO: L E T R A S AUTORIZAÇÃO - PARECER Nº 98 / 68 / CEE / SC RESOLUÇÃO Nº 22 / CEPE / 93 RECONHECIMENTO - DECRETO Nº 71.650, DE 02 / 01 / 73

DIRETOR - DANILO CAMPESTRINI VICE - DIRETOR - OSMAR DE SOUZA COORDENADOR - OSMAR DE SOUZA RESPONSÁVEL SECRETARIA - ROSILENE DE AMORIM TEIXEIRA

143

5.2 INTRODUÇÃO

Atingir índices de qualidade cada vez mais significativos caracteriza-se como a meta de indivíduos,

organizações e instituições diversas. Tem sido assim já há muito. Contudo, processos de internacionalização dos

mercados econômicos e seus conseqüentes desdobramentos em competitividade para as esferas das sociedades

modernas têm intensificado essa busca.

Tão intenso é esse processo que, hoje, podemos abordá-lo como uma verdadeira revolução, através da

qual paradigmas institucionalizados têm sofrido rupturas, sendo substituídos por outros, ajustados à nova ordem.

Esses, como sugerido acima, são marcados por uma palavra, qual seja, qualidade, que, de tanto usada,

soa, às vezes, mais como um jargão do que propriamente como uma meta desse final de século. Não obstante

essa eventual interpretação, o conceito qualidade implica metas e movimentos mais estáveis e duradouros. Dito

de outra forma, parece-nos que não há como dissociar as nossas tarefas cotidianas, domésticas ou profissionais,

por mais simples ou complexas que sejam, do referencial de qualidade.

Simultaneamente à convivência com a necessidade de fazer e obter qualidade em tudo, as sociedades de

hoje estão vivendo com a necessidade de avaliar-se e avaliar. Em outras palavras, a busca por qualidade tem sido

necessariamente precedida por um processo sério de (auto-) avaliação. Para sabermos que índice atingir, temos

de ter mais que o desempenho de nossos concorrentes como parâmetro. Precisamos, ainda, saber o que somos e

como nos situamos em termos de qualidade em meio aos nossos objetivos e metas.

Conhecer-se assim requer um estágio muitas vezes penoso de avaliação. Toda avaliação

tradicionalmente tem essas características. Por outro lado, objetivamos a qualidade, a promoção, e isso nos

anima. Para tal, temos de ser testados, revelados em nossas falhas e acertos; temos de ser avaliados, e isso nos

incomoda.

Mais forte, contudo, do que essa sensação de ansiedade e medo tem sido o objetivo de evoluir,

melhorar. Nenhum indivíduo ou instituição tem se furtado a esse exercício de avaliar-se para atingir qualidade e,

com isso, colocar-se em competição com os seus pares.

As universidades, objeto do nosso estudo, não podiam e não ficaram de fora desse processo. Instituições

seculares e tradicionalmente reconhecidas pela sua função de criação e difusão do saber científico, têm passado

recentemente por questionamentos e cobranças. Em função de um mercado cada vez mais competitivo, têm sido

chamadas a formar os seus alunos, futuros profissionais, com a qualidade que o mercado requer.

Apesar do seu costumeiro exercício de avaliar, como método sistemático de ensino-aprendizagem, as

universidades têm enfrentado a necessidade de auto-avaliação como um processo oportuno, pertinente, mas

igualmente inquietante. Contudo, como outras instituições, as universidades têm avançado em busca da

qualidade, através de um sério processo de avaliação em todos os níveis de sua estrutura e ações.

Como sugerido anteriormente, esse é um processo quase universal. No que concerne às universidades,

em alguns países essa experiência já é mais antiga, porém não acabada. Sim, porque esse é um processo que, uma

vez instalado, deve ser constante e contínuo.

Embora divirjam em data de implantação, recursos e outras variáveis, todas essas experiências dividem

a busca por qualidade como razão de sua prática.

144

A partir do Relatório do 1º Seminário Internacional de Avaliação Institucional, realizado em Recife, em

dezembro último, aprendemos que a avaliação de universidades em países ricos como o Canadá e Inglaterra, ou

tradicionais, em termos educacionais, como a Holanda e Portugal assemelha-se em objetivos a de países mais

pobres, como Colômbia, Cuba e México.

Ilustrando: se, por um lado, as universidades inglesas já experimentam avaliações há muitos anos, a

ponto de sentirem “certa fadiga” (p.18), as suas necessidades e objetivos de avançar em qualidade continuam os

mesmos. São, assim, semelhantes aos objetivos da avaliação institucional em países menos experientes como o

Brasil.

Aqui, as universidades têm sido convidadas e respaldadas em seus processos de avaliação institucional

pelo Programa de Avaliação das Universidades Brasileiras - PAIUB. Esse programa, que é apoiado pela

Secretaria de Ensino Superior do Ministério de Educação, visa não só apoiar financeiramente o processo de

avaliação mas também torná-lo institucionalmente autorizado.

A UNIVALI destacou-se como uma das poucas universidades brasileiras através da aprovação, em

primeira análise, de seu Projeto de Avaliação Institucional, em 1994. Anteriormente à aprovação, fora constituída

pela Reitoria da UNIVALI uma Comissão de Avaliação Institucional que tinha como objetivo dar início ao

trabalho de avaliar para gerar melhorias na nossa Instituição. Desde então, tem sido essa a meta da Comissão

Central e das subcomissões, que, ao longo desse processo, engajam-se com o mesmo propósito.

Nesse contexto, apresenta-se o trabalho da subcomissão de avaliação do curso de Letras. Parte

integrante da metodologia de trabalho da Comissão Central, as subcomissões objetivam fotografar os cursos da

UNIVALI em detalhes reveladores de seus pontos fortes e fracos. A partir desse diagnóstico mais

particularizado, a Comissão Central terá dados para uma avaliação geral mais fiel à realidade de cada curso em

suas múltiplas variáveis.

O presente Relatório tem como objetivo apresentar os resultados da análise qualitativa e quantitativa

feita pela subcomissão, junto ao curso de Letras. Inicialmente, procederemos à descrição do referido curso em

termos históricos. Especificamente, abordaremos, nesse primeiro estágio, o aspecto legal de sua criação e

implantação do seu primeiro currículo. Em seguida, procederemos à análise qualitativa do curso. Nesse ponto,

serão discutidos o desempenho global do curso no período de 1990 a 1996/1, os seus currículos, as suas

atividades e produções mais significativas, o seu corpo docente, sua infra-estrutura e as ações programadas para

sua melhoria por parte dos alunos, professores e coordenação de Letras. Para fins da análise qualitativa, serão

apresentados dados quantitativos em gráficos e quadros. Comporão também o presente relatório cópias de

documentos-fonte da pesquisa.

Como recorte de análise, destacamos dois períodos: o primeiro compreende da data de implantação do

curso, até 1990; o segundo, de 1990 até o semestre 1996/I. Inicialmente, abordaremos, no histórico abaixo, o

primeiro período, de forma resumida, tendo em vista a carência de dados e o interesse da Comissão Central por

informações acerca dos últimos seis anos. O segundo período, por sua vez, será tratado com mais detalhamento

nos itens que dão seqüência ao referido histórico.

5.3 HISTÓRICO DO CURSO DE LETRAS

145

O curso de Licenciatura em Letras foi criado através do parecer nº 98 de 1968 do Conselho Estadual de

Educação do Estado de Santa Catarina. Seu reconhecimento deu-se pelo Decreto nº 71.650 de 02 de janeiro de

1973. Caracteriza-se, assim, como um dos primeiros cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale

do Itajaí, a qual foi autorizada a funcionar pelo mesmo Parecer, apesar de terem iniciado as suas atividades em

junho de 1965.

CURSO CAMPUS AUTORIZAÇÃO RECONHECIMENTOS HABILITAÇÃO TURNO

. Letras I Parecer nº 98/68/CEE/SC Resolução nº 22/CEPE/93

Decreto nº 71.650, de 02/01/73

*Licenciatura em Língua, Literatura Portuguesa e

Espanhol.

Not.

*Licenciatura em Língua, Inglesa.

*Secretariado Executivo

Vestibular

VAGAS

Nº DE SEMESTRES

DURAÇÃO

* ESTÁGIO

C / H

CRÉD.

TÍTULO

Jan Jul LETIVOS MÁX. ANOS

Janeiro 60 - 8 7 240 2,550 170 Licenciado

8 240 2,550 170

8 120 2,550 170 Secretário

Executivo

Inicialmente, revelou-nos um dos alunos da primeira turma, o curso de Letras oferecia habilitação nas

Línguas Portuguesa, Inglesa, Francesa e Alemã e respectivas Literaturas. Contudo, quando de sua criação

autorizada, em 1968, os primeiros alunos formados nas línguas Francesa e Alemã não puderam ter seus diplomas

reconhecidos nessas habilitações, tendo em vista que o reconhecimento só se deu para o Vernáculo e a Língua

Inglesa. Com apenas essa habilitação, Licenciatura em Português e Inglês, o currículo do curso permaneceu até

1993, como veremos abaixo.

As aulas de Letras foram sempre ministradas no Campus I, no período noturno. O acesso de alunos

promove-se através de vestibulares de verão exclusivamente, tendo como número de vagas 50, até 1991 , a partir

de quando esse número foi elevado para 60. Atualmente, esse número é de 50 vagas.

O seu currículo, composto de 8 semestre letivos, sempre seguiu as exigências do Conselho Federal de

Educação. Desde a sua criação, o curso passou por cinco reformulações curriculares. A primeira registrou-se em

1968, em meio a uma reforma de outros cursos da Faculdade. Comparando-se a estrutura modificada à original,

percebemos que as alterações não provocaram atualização de disciplinas ou ampliação das habilitações.

Consequentemente, sua aplicabilidade continuou a sofrer os reflexos de três problemas básicos, que de certa

146

forma ainda permeiam o estágio mais atual do curso. É importante anunciar que boa parte das discussões em

torno da qualidade do curso refere-se à Língua Inglesa, o que justifica um relato mais longo e subsidiado sobre

essa habilitação.

O primeiro desses problemas identifica-se com a formação do corpo docente do curso. Parece ter

sempre se constituído um problema encontrar profissionais qualificados e eficientes para o ensino, sobretudo da

Língua Inglesa. Para as outras disciplinas, os registros mostram que boa parte formara-se na UNIVALI e passara

a integrar o quadro do curso como recém-formado ou como aluno de curso de Especialização, muitas vezes de

área não tão relacionada ao curso. Cabe aqui, naturalmente, destacar que esse quadro justifica-se, levando-se em

consideração a gênese de cursos de outras universidades, até o início dos anos 80, pois, até essa época, a

existência de cursos de mestrado no país ainda era bastante limitada.

O segundo problema reside no grau de conhecimento prévio de Língua Estrangeira, particularmente,

trazido pelo aluno de Letras do 2º grau. As atas das reuniões registram que esse sempre se caracterizou como

ponto de freqüente discussão envolvendo alunos, professores e coordenação do curso. Por um lado,

tradicionalmente, os alunos chegavam ao curso com conhecimento de iniciante no aprendizado da Língua

Inglesa. Esperavam acessar do mais básico ao mais complexo conhecimento dentro do curso, como forma de

tornarem-se professores da referida língua. Por outro lado, os professores parecem nunca ter encontrado a

metodologia adequada para desenvolver as habilidades necessárias nos alunos. A dúvida registrada nas referidas

atas traduz-se em começar do zero, ou seja, com conhecimentos básicos e não chegar ao avançado, pois não se

dispõe de tempo para isso, ou ignorar essa falta de conhecimento prévio e avançar em direção ao objetivo de

formar professores com conhecimento avançado da língua, nem que para isso sejam formadas lacunas de

conhecimento. Por conversas informais mantidas com alunos egressos de diferentes anos, com quem

eventualmente encontramos em cursos de reciclagem ou de pós-graduação, concluímos que a segunda alternativa

de trabalho fora a mais utilizada pelos professores que passaram pelo curso de Letras. Em outras palavras, os

professores de Língua Inglesa sempre tiveram como meta fazer ensino de Língua Inglesa nos moldes

universitários. Universitário, na interpretação dos professores, significava avançado nos termos lingüísticos. A

incoerência, aqui já antecipamos uma crítica a tal abordagem, consistia em insistir nessa interpretação

repetidamente, em detrimento da elaboração de uma metodologia para o trabalho com variáveis que se

mostraram mais que recorrentes.

Finalmente, o terceiro maior problema do curso residia na falta de opções por outras habilitações no

currículo. Até a recente reforma de 1993, o curso oferecia apenas a opção de Inglês como língua estrangeira.

Como dito acima, os alunos tradicionalmente chegavam ao curso sem conhecimento prévio dessa língua e,

geralmente, com atitude e motivação negativas para aprendê-la. Quando perguntados, muitos se diziam

interessados apenas no Português, mas se viam “forçados” a fazer Inglês. Da forma como se apresentava até

1993, o currículo de Letras restringia o direito e, conseqüentemente, limitava a vocação e a motivação do aluno

de usar de uma margem maior de escolhas, quando da definição de sua profissão. Levados sob pressão pelo

caráter compulsório dos créditos de Língua Inglesa, os alunos participaram de um processo que contrariava todos

os princípios norteadores da relação ensino-aprendizagem. Para agravar esse quadro, por esse currículo, não

havia pré-requisito para as disciplinas de Língua Inglesa, ou seja, os alunos, independentemente de aprovação em

semestres iniciais podiam, e sempre o fizeram, seguir adiante na estrutura do curso. Era bastante comum

147

encontrar alunos que haviam sido reprovados em Língua Inglesa I e II fazendo Língua Inglesa VII ou VIII, por

exemplo. Novamente, uma situação absurda do ponto de vista didático que perdurou por quase 35 anos.

Em agosto de 1988, deu-se a instalação do laboratório de línguas da UNIVALI. Inicialmente com 20

cabinas, o laboratório passou a atender exclusivamente os alunos de Letras, os quais desenvolviam suas

habilidades orais e auditivas com a orientação de um professor. A expectativa, segundo informações prestadas

pelo professor do período em discussão, era desenvolver o aprendizado, que, àquela altura, não registrava índices

de sucesso. Nenhuma mudança didática foi promovida, contudo. Livros e estratégias usados anteriormente à

criação do laboratório continuaram a ser adotados. Os recursos de utilização do laboratório não foram

adequadamente aproveitados com vistas à erradicação dos problemas já apontados acima.

Motivada pela insatisfação dos professores e alunos de Língua Inglesa do período 1988 - 1990/1, a

Direção da Faculdade resolveu contratar novos professores para auxiliarem na condução das aulas. A idéia era

manter dois professores de Língua Inglesa para cada fase do curso, o que possibilitaria um trabalho mais

personalizado e dividido por habilidades lingüísticas. Explicando: um professor trataria da parte de leitura e

escrita em sala comum com uma metade da turma, enquanto que outro desenvolveria a parte de compreensão oral

e auditiva no laboratório com a outra metade da mesma turma.

Para este fim, foi contratado um professor com mestrado concluído, em Língua Inglesa, que passou a

desenvolver as atividades em sala de aula comum. Esse esquema de divisão de turmas durou apenas três

semestres 90/2 a 91/2. Ao assumir a chefia do Departamento de Línguas Estrangeiras, exercício 1991 / 1993 o

recém contratado professor passou a operar modificações que marcaram o segundo recorte de análise do curso.

5.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO

No dia 11 de março de 1996, por convocação da Direção da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras,

reuniram-se os professores do Curso de Letras para tratarem da composição da subcomissão de Avaliação do

curso.

Candidataram-se os professores Dr. Osmar de Souza, Maria de Assis Straseio, Geremias Moretto, José

Marcelo Freitas de Luna e Ivone Moraes Sarubbi.

Por votação, foram eleitos os Professores José Marcelo Freitas de Luna e Ivone Moraes Sarubbi,

cabendo a cordenação, ao Prof. Dr. Osmar de Souza.

A Portaria nº 116/96, de 02 de maio de 1996, nomeou a subcomissão e estabeleceu o período de 15/04 a

15/10/96, para início e conclusão dos trabalhos, respectivamente.

Ao assumirmos a subcomissão fez-se clara a necessidade de priorizarmos etapas para melhor atingirmos

as metas a que nos propusemos.

Em primeira instância reunimo-nos no dia 06/05/96 com o corpo docente, para cientificá-los das metas a

serem alcançadas pela subcomissão, tendo naquela ocasião ficado estabelecido que promoveríamos uma reunião

com o corpo docente e discente, no dia 14 de maio de 1996, com os seguintes objetivos:

� cientificarmos docentes e discentes das proposições do nosso trabalho;

148

� colhermos informações quanto às posições dos mesmos em relação à eficácia das metas propostas

pelo Perfil Profissiográfico do curso.

O segundo passo foi acessarmos dados que demonstrassem a real situação do curso, como um todo.

Com esse intuito, passamos a nos reunir semanalmente, às 2ªs e 6ªs feiras no período vespertino, em uma

sala do NELLE. A partir daí foram desenvolvidas estratégias que nos permitiriam atingir as metas propostas.

Nossa primeira providência foi viabilizar a reunião agendada para o dia 14 de maio de 1996. Para isso,

distribuímos para alunos e professores de Letras, antecipadamente, o Perfil Profissiográfico do curso para que se

tomasse conhecimento do seu teor, acompanhado das devidas orientações quanto àquela finalidade.

No dia aprazado, reuniram-se os componentes do Curso de Letras, na UNIVALI; explicou-se a

finalidade do encontro, o marco que constitui o fato da avaliação do curso em questão, e conseqüentemente, a

importância da percepção de alunos e professores, a respeito do Perfil Profissiográfico, objeto de estudo.

Foi distribuído a cada professor o Ofício 02/CAL/96, contendo os seguintes tópicos que ajudariam a

orientar a tarefa solicitada:

� Identificação da Disciplina e do tempo em que a ministra;

� Metodologia empregada;

� Objetivos;

� Resultados efetivamente obtidos (resposta dos alunos aos seus objetivos);

� Pertinência dos objetivos e do Perfil Institucionalizado do curso;

� Coerência ou discrepância entre o perfil objetivado e o efetivamente adquirido pelo aluno na sua

disciplina;

� Comentários e sugestões de mudanças para sua disciplina e o curso em geral.

O aluno, por sua vez, recebeu o Ofício 03/CAL/96, contendo tópicos que poderiam auxiliar na

avaliação, tais como:

� Identificação do período a que pertence;

� A sua expectativa e objetivos em relação ao curso por ocasião do seu ingresso;

� Pertinência dos objetivos e do Perfil Institucionalizado do curso;

� Coerência ou discrepância entre o perfil objetivado e o efetivamente adquirido (ou em aquisição) por

você nas seguintes sub-áreas:

� Língua Portuguesa;

� Línguas Estrangeiras;

� Literaturas;

� Outras disciplinas de formação do profissional de ensino: Didática, Práticas de Ensino, etc.

� Sua explicação para eventuais discrepâncias;

� Sugestões para mudanças.

Formaram-se grupos de docentes por área de ensino, e discentes por período que estava sendo cursado.

Estabeleceu-se o tempo considerado suficiente para avaliação das proposições, sendo que o resultado deveria ser

149

por escrito, eleitos um professor de cada área para exposição oral dos resultados, o mesmo ocorrendo com os

discentes.

Decorrido o tempo reservado à avaliação em questão, expuseram-se os resultados oralmente, tendo cada

representante entregue o documento avaliatório, por escrito.

Encerrou-se a reunião, com o agradecimento da CAL, à participação e presença de todos, que se deva

salientar, foi maciça.

Os dados daí resultantes foram computados e anexados àqueles que subsidiam o Relatório de Auto-

Avaliação do Curso.

Queremos agradecer sobremaneira aos departamentos e seus representantes que, de pronto e

gentilmente, nos forneceram e colocaram dados à disposição, tendo facilitado e ajudado a desenvolver nosso

trabalho.

Foram compilados os seguintes materiais para subsidiar o relatório:

1. Curso Habilitações;

2. Ordenações legais: Parecer CFE/CEE/CUN/, respectiva Portaria;

3. Vagas oferecidas, total anual e semestral de 1990/1995;

4. Vestibulares: evolução de vagas/inscrições (1990/1995, vagas oferecidas / inscritos);

5. Matrículas: evolução 1990/1 a 1996/1;

6. Vagas oferecidas / ocupadas - % evasão - % repetência por disciplina;

7. Concluintes: evolução dos concluintes 90/1 a 1995/2 - Ano de Ingresso / Matrícula inicial /

concluintes. Quantidade de alunos que se formaram;

8. Infra - estrutura do curso:

� Espaço físico e instalações ocupadas pelo curso;

� Acervo na Biblioteca Central (nº títulos e volumes) em disquete;

� Convênios realizados;

� Laboratórios;

� Multimeios;

9. Perfil Profissográfico do Curso:

� Objetivos geral e específico;

� Características do profissional;

� Campos de atuação do profissional;

10. Currículo Pleno do Curso:

� Forma de realizar o planejamento semestral (curso e disciplinas);

� Metodologia de ensino interligados;

� Composição curricular;

� Formação geral e específica;

� Formas de estágio;

� Monitorias;

� Ementário e bibliografia indicada;

150

� Formas de integralização curricular;

� Formas de coordenação didática do Curso;

� Articulação do Curso com áreas afins (formas e eventos);

� Horário de funcionamento.

11. Corpo Docente:

� Relação nominal, titulação, regime de trabalho, tempo de permanência no Curso e na Universidade,

categoria funcional;

� Informações quanto à mobilidade, mudança da disciplina e carga horária, afastamento para outras

atividades.

12. Professores pesquisadores e alunos envolvidos:

� Projetos de extensão;

� Trabalhos de coordenação / participação em eventos;

� Publicações (livros, artigos em revistas científicas, etc.);

� Publicações do curso.

13. Corpo Discente:

� Número de alunos envolvidos com Projetos de Pesquisa Institucional;

� Número de Bolsistas de Iniciação Científica;

� Número de alunos formados nos últimos cinco anos e quantos se especializaram;

� Percepção dos alunos em relação ao Curso.

No que concerne ao apoio logístico, salientamos que a digitação do material foi desenvolvido por um

técnico colocado à disposição para a realização deste trabalho pela Comissão de Avaliação Institucional, que

cedeu tempo para utilização dos computadores. Agradecemos de maneira especial a atenção que vem sendo

dispensada, bem como a orientação naquilo que se fez necessário.

5.5 ANÁLISE DO DESEMPENHO GLOBAL DO CURSO: PERÍODO 1990 1996/1

5.5.1 Currículo do Curso de Letras: Suas Reformulações e Adequação ao Mercado de Trabalho

Conforme acima anunciado, os problemas mais aparentes do curso sempre disseram respeito à Língua

Inglesa. Desconfiava-se, naturalmente, que as disciplinas relacionadas à Língua Portuguesa também geravam

151

problemas. Contudo, as reclamações sempre denunciaram maiores dificuldades com relação às disciplinas da

língua estrangeira.

Embora as chefias de departamento não contem na UNIVALI, com a autonomia e atribuições

características de tal cargo, as chefias dos departamentos de Letras do período 1991 / 1993 empenharam-se em

modificar o quadro de ineficiência e reclamações instalado no curso . Para tanto, lançou-se mão novamente da

estratégia de reformulação curricular.

Antes, contudo, de se reformular o currículo, a Chefia do Departamento de Línguas Estrangeiras desfez

o esquema de dois professores por turma . Isto foi feito com o respaldo dos alunos, que através de uma consulta

via questionários, avaliaram o esquema como ineficiente e contraproducente, conforme mostra o quadro 02.

QUADRO 02 - AVALIAÇÃO DAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA

PERÍODO 1992 / I Aulas de Inglês até

1991/II Aulas de Inglês a partir de 1992/I

Críticas e Comentários Sugestões

-Uso ineficiente do laboratório / apro- veitamento limitado; -Aulas faixas eram cansativas.

-Aulas mais dinâ-micas e produtivas; -Maior coerência nas atividades.

-Alunos devem conscientizar-se de sua posição como acadêmico de Letras; -Desnível origina problemas na a- prendizagem.

-Intercâmbio com outras faculdades; -Maior exposição ao laboratório; -Abolir livro e criar textos; -Aumentar a carga horária; -Após ingressar, se- lecionar alunos através de um teste;

-Oferecer intensivos. Fonte: Questionário Aplicado aos Alunos de Letras - Período 1992 / I

Após semanas de estudos, seminários e reuniões envolvendo professores e alunos do curso, foi aprovado

pelo CEPE, através da Resolução nº 22 de 06 de julho de 1993, o atual currículo do curso de Letras. Conforme

justificativa do próprio Projeto de Reforma Curricular, a mudança era mais uma ampliação de opções, do que

uma reforma. Além da habilitação já existente, passou-se a oferecer Português e Espanhol, como outra

habilitação de licenciatura e Secretariado Executivo Bilíngüe, como bacharelado.

Colocar a segunda opção de licenciatura significava atender a uma demanda crescente por profissionais

do ensino de Espanhol. Fato justificado pelas exigências colocadas por nossa localização geográfica, associadas,

já naquele momento, ao processo de estruturação do MERCOSUL.

A habilitação de Secretariado Executivo, por sua vez, daria, justificávamos, uma natureza mais

dinâmica e funcional ao curso. Pretendia-se oferecer opção não só para aqueles alunos que reúnem motivação e

vocação para o ensino, como também para outros que são movidos por uma motivação mais instrumental e

aplicada. Através dessa reformulação, conseguimos também inserir o esquema de pré-requisito para as

disciplinas de línguas estrangeiras. Essas modificações curriculares atingiram os ingressos no semestre 94/1, que,

no momento, se encontram no 6º período do curso. Como dito antes, dispomos de dados que revelam o nível de

desempenho e satisfação de alunos e professores dentro dessa nova estrutura curricular, sobre o que trataremos

no item 5.5.2.

A reforma de 1993 tomou por base e inspiração currículos de grandes universidades de várias regiões do

país, como forma de se obter parâmetros abalizados para um trabalho sério e comprometido efetivamente com

152

qualidade. A nossa preocupação, repetimos, era construir um currículo atualizado pelas tendências lingüísticas

emergentes da década de 90 e, ao mesmo tempo, voltado para as necessidades dos alunos frente ao mercado de

trabalho.

Antes de descrever com mais detalhes as mudanças feitas, parece-nos necessário revelar que duas

grandes dificuldades perseguiram a nossa tarefa. Referimo-nos ao caráter horista de nosso regime de trabalho na

UNIVALI e à preocupação com a criação de um currículo que fosse também viável em termos financeiros. O

caráter horista fez com que mudanças mais agressivas não pudessem ser feitas, por implicarem em perdas de

turmas e de salário, por parte de alguns professores dos dois departamentos. Quanto à viabilidade financeira, a

primeira turma enfrentou problemas que serão abaixo discutidos.

O currículo reúne disciplinas que seguem as especificações legais e se identificam com a vanguarda da

área de Letras e Lingüística no país. As disciplinas de línguas estrangeiras possuem carga horária ampliada e

dividida por algumas habilidades lingüísticas, particularmente as que se referem à oralidade. Essas disciplinas

também destacam-se por uma orientação cultural, impressa de forma implícita nos conteúdos e materiais

didáticos, e desenvolvida de forma explícita em programas de ensino sobre as culturas dos países falantes das

duas línguas estrangeiras em questão.

Organizado a partir de um tronco comum englobando os três primeiros semestres do curso, ao longo dos

quais os alunos são expostos a disciplinas das três habilitações, o currículo objetiva subsidiar o aluno para uma

decisão mais acertada. Essa é feita no final do terceiro semestre.

Alunos e professores esperavam, a partir da reforma de 1993, que as turmas tivessem oportunidade de

fazer valer suas eventuais escolhas. Contudo, por razões financeiras, a primeira turma experimentou a desilusão

de não poder se dividir em três e, assim, seguir as suas vocações, conforme havia sido acenado. Todos os alunos

dessa turma tiveram que continuar a reproduzir o esquema antigo, ou seja, estão fazendo a habilitação Português

/ Inglês. A segunda turma fez a sua opção em 96/1 e conseguiu que duas habilitações fossem garantidas. Estão

em desenvolvimento, portanto, pela primeira vez na história do curso, duas habilitações: Português / Inglês e

Português / Espanhol, reunindo alunos que, pelo menos teoricamente, estão fazendo aquilo que de fato desejam.

153

5.5.2 O Novo Currículo na Opinião de Professores e Alunos do Curso

Respaldados pelo processo de avaliação institucional, promovemos, conforme já abordado no item 5.4.,

uma reunião com alunos e professores de Letras, objetivando levantar dados para uma análise qualitativa do

referido currículo.

Precisamente, centramos o roteiro e as discussões em torno do Perfil Profissiográfico e objetivos do

curso. A idéia era extrair dos alunos suas opiniões quanto ao grau de pertinência do perfil e a coerência entre o

objetivado / institucionalizado e o efetivamente adquirido por eles, em grupos de disciplinas, ao longo do curso.

Da mesma forma, procedemos em relação aos professores, que tinham de cruzar os seus objetivos em relação aos

alunos com os resultados atingidos. De ambos os segmentos solicitamos explicações, comentários e sugestões,

para o por eles relatado.

QUADRO 4 - PERFIL PROFISSIOGRÁFICO E OBJETIVOS DO CURSO SISTEMATIZAÇÃO DOS RELATÓRIOS APRESENTADOS PELOS ALUNOS

CATEGORIAS RESPOSTAS RECORRENTES

EXPECTATIVA / OBJETIVOS DO ALUNO INGRESSO

Aquisição de competência para o ensino e aprimoramento dos conhecimentos

OBJETIVOS E PERFIL INSTITUCIONALIZADOS

Expressam concordância e acrescentam que o comando lingüístico a ser adquirido deve ser amplo e não satisfatório, como consta no documento.

PERFIL OBJETIVADO E O

lingüística/ língua portuguesa

línguas estrangeiras

literaturas outras disciplinas

ADQUIRIDO: COERÊNCIA OU DISCREPÂNCIA?

Parcialmente coerente com necessidade de aproximar conteúdo teórico da prática da escola onde ensinam (rão).

Discrepância tendo em vista a falta de embasamento lingüístico prévio.

Relativa coerência

Discrepância em função da disciplina ser trabalhada tardiamente.

EXPLICAÇÃO PARA DISCREPÂNCIA

Carga horária de lingüística reduzida, base do 2º grau precário.

Falta de conhecimento prévio.

Não há dis-crepância.

Didática deveria estar nos primeiros períodos.

SUGESTÕES PARA MUDANÇAS

Reformulação e ampliação curricular: maior carga horária para didática e inclusão de ética e Literatura Universal; contratação de professores mais qualificados; mudança do método de avaliação; opções devem ser feitas já no 1º período.

Fonte: Questionários Aplicados aos Alunos de Letras - Período - 1996 / I.

Como mostra o quadro 4, os alunos avaliam os objetivos e perfil institucionalizados do curso como

pertinentes. Acrescentam, inclusive, que se deve objetivar um comando lingüístico avançado e não satisfatório,

como consta no documento. Quanto à coerência entre o que se objetiva e o que eles estão adquirindo, as

respostas revelam que há uma significativa discrepância, principalmente no que diz respeito às línguas

estrangeiras. Ressaltamos que essas opiniões referem-se principalmente à Língua Inglesa, visto que, pelo seu

recente ingresso, a Língua Espanhola ainda não forneceu dados geradores de opiniões. Os alunos reconhecem,

154

contudo, que as discrepâncias ocorrem em função da falta de embasamento lingüístico prévio. Essa constatação

permite-nos comprovar a nossa hipótese, expressa acima, em forma de problema recorrente a ser resolvido.

Permite-nos também cruzar esses dados de 96/1 com aqueles apresentados no quadro 02, referentes a 94/1 e

encontrar uma coerência expressiva.

No que concerne à Língua Portuguesa e Lingüística, os alunos atestam uma coerência parcial, que ganha

valores mais positivos pela aproximação feita, por essas disciplinas, entre a teoria e prática. Para os alunos, as

disciplinas ligadas a essas áreas têm resolvido os problemas por eles encontrados enquanto profissionais do

ensino de 1º e 2º graus.

Por outro lado, as disciplinas ligadas à área pedagógica, como Didática, para eles apresentam

discrepância por serem introduzidas tardiamente no currículo. Quanto às Literaturas, essas apresentam-se como

satisfatórias, no que diz respeito ao que objetivam e o que conseguem formar.

Avaliando as respostas fornecidas pelos alunos, percebemos que os mesmos revelam um grau de

maturidade razoável. Ao reconhecerem suas limitações de conhecimento prévio quando do ingresso do curso e

suas expectativas de crescimento intelectual como egresso, demonstram que querem ser partícipes do processo

ensino-aprendizagem. Por outro lado, percebemos que a expectativa dos alunos de terem esse processo facilitado

pelos professores é bastante grande. Algumas de suas respostas denunciam que os alunos esperam de seus

professores uma assistência que não se identifica com o perfil de maturidade desenhado acima. Esse quadro,

novamente, diz mais respeito à Língua Inglesa, que, por seu grau de dificuldade, sofre acusações que confundem

a sua natureza de língua estrangeira, pertencente a um tronco lingüístico completamente diferente do tronco da

Língua Portuguesa, com o trabalho e eficiência de seus professores. Têm reforçado esse parecer comparações

que estão sendo feitas entre a Língua Inglesa e a Língua Espanhola. Especificamente, alguns alunos, notadamente

aqueles que estão entre o 1º e 3º períodos do curso, dizem que o Espanhol está sendo “melhor ensinado do que o

Inglês”, por estarem os mesmos aprendendo essa língua latina com mais facilidade do que aquela pertencente ao

tronco anglo - saxônico.

Os professores, por sua vez, como mostra o quadro 5, julgaram como pertinentes os objetivos e o perfil

institucionalizados do curso. Quanto à coerência entre o objetivado e o adquirido, as opiniões divergem. Os

professores das disciplinas de Língua Inglesa identificam como totalmente discrepante essa relação, ou seja, o

curso não está conseguindo produzir o que espera. Para os professores de Língua Espanhola, a discrepância é

apenas relativa. Contudo, uma professora dessa língua revela uma certa cautela ao falar sobre esse assunto, em

função do estágio inicial dessa habilitação no curso.

155

QUADRO 5 - PERFIL PROFISSIOGRÁFICO E OBJETIVOS DO CURSO SISTEMATIZAÇÃO DOS RELATÓRIOS APRESENTADOS PELOS PROFESSORES

GRUPOS DE PROFES-SORES/ CATEGORIAS

LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

LÍNGUA PORTUGUESA

LITERATURAS PRÁTICAS DE ENSINO

LÍNGÜÍSTICA

METODOLOGIA Abordagem eclética (comunicativa e gramatical)

Produção de textos; interpretação; dramatização.

Aula expositiva; trabalho em grupo; elaboração e análise de textos; declaração.

Inglês: teoria didática; micro - ensino; estágios. Português: oferta de cursos à comunidade a nível de 1º a 2º graus.

Seminários; aulas expositivas; simulação de aulas a partir da teoria dada.

OBJETIVOS Tronco comum: despertar motivação e fornecer comando de estruturas e funções básicas. Profissional: desenvolver estruturas e funções complexas para gerar fluência.

Redescobrir a língua como forma de produzir textos literários.

Oferecer visão geral e sistemática do panorama histórico das literaturas.

Inglês: treinamento didático; redação. Português: aplicar conhecimentos de língua portuguesa, interrelacionando áreas de estudo.

Desautomatizar o aluno da visão segmentada do funcionamento das línguas.

RESULTADOS Inglês: não há resposta adequada aos objetivos. Espanhol: aproximação relativa dos objetivos desejados.

Correspondem às expectativas.

Resposta positiva. Inglês: há resposta adequada. Português: aproximação relativa dos objetivos desejados.

Há resposta adequada.

PERTINÊNCIA DOS OBJETIVOS E PERFIL DO CURSO

Total pertinência. Total pertinência. ( sem resposta). Inglês: total pertinência. Português: não há pertinência.

Total pertinência.

COERÊNCIA OU DIS- CREPÂNCIA ENTRE O OBJETIVADO E O ADQUIRIDO

Inglês: total discrepância. Espanhol: relativa discrepância.

Discrepância na seqüência dos conteúdos do curso.

Relativa discrepância. Inglês: total discrepância. Português: total discrepância.

Total discrepância.

COMENTÁRIOS / SUGESTÕES

� aumento da carga horária e desdobramento das aulas governadas;

� planejamento por área. � autonomia departamental para

escolha de professores.

� aumento de carga horária;

� reavaliação de ementas e bibliografias.

� aumento de carga horária.

Inglês: antecipação da prática para o 3º período. Português: antecipação da prática para o 5º período.

Revisão de ementas em termos de continuidade.

Fonte: Questionário Aplicado aos Professores de Letras - Período - 1996 / I.

168

As disciplinas de Língua Portuguesa, por outro lado, reconhecem uma discrepância, que é mais interna à

própria disciplina do que à formação geral do aluno. Dito de outra forma, reconhecem os professores haver

discrepância na seqüência dos conteúdos do curso, o que necessariamente tem efeitos sobre a relação em análise.

Nessa linha, apresentam-se as disciplinas de Literatura, que apontam uma ligeira discrepância, enquanto que as

Práticas de Ensino e a Lingüística reclamam uma total discrepância entre o que se apresenta como

institucionalizado e pertinente e o que está efetivamente acontecendo.

A partir dos comentários e sugestões dados pelos professores, podemos discutir as opiniões geradas

pelos mesmos em relação ao currículo. Percebe-se que, diferente dos alunos, os professores não relacionam a

erradicação dos problemas apontados à reforma curricular. Ao contrário, para quase todas as áreas, os

professores reivindicam planejamento e revisão de ementas e programas. Revelam, assim, maturidade para

assumir que de nada adianta reformular um currículo mantendo-se programas amarelados.

Motivados por essa revelação, buscamos os programas do curso e, qual não foi a nossa surpresa, ao

verificar que os mesmos se encontram literalmente amarelados, desatualizados e em completa desarmonia com a

proposta do novo currículo. Os professores de Língua Inglesa sugerem também que seja dada autonomia para o

departamento escolher, contratar e demitir professores da área. Suspeitamos que esse pedido pode ser traduzido

como um crença, por parte dos professores que participaram do encontro no grupo de Línguas Estrangeiras, de

que há outros professores, esses ausentes do trabalho do referido grupo, que não se identificam com a proposta

de trabalho do currículo novo. Apenas para ilustrar essa desconfiança, ficamos sabendo, através de conversas

informais com alunos, que esses professores ainda continuam usando o mesmo material didático da época do

currículo antigo e não freqüentam o laboratório de línguas, base para um ensino mais completo. Isso vem

acontecendo desde que o laboratório foi aproveitado também para ensino extra-curricular de línguas estrangeiras,

compondo-se em um Núcleo de Ensino sob a coordenação inicial do mesmo recém-contratado professor, sobre

cujas ações já discorremos anteriormente.

Depreendemos, a partir dos depoimentos formais e informais acima, que o currículo de Letras, apesar de

atualizado e teoricamente funcional, não está conseguindo provocar efeitos de maior qualidade por causa de três

fatores impeditivos.

Em primeiro lugar, destacamos a falta de planejamento e cobrança, por parte da coordenação do curso

em relação aos professores. Pelos programas analisados, percebemos que embora o currículo novo já esteja a

apenas dois semestres de formar a primeira turma, excetuando alguns poucos casos, nenhum trabalho de

renovação de conteúdos e atualização bibliográfica foi feito pelos professores. Essa falta de mudança talvez

encontre justificativa no fato de não ser prática no curso planejar semestres letivos. Na verdade, mesmo ao longo

desse processo de implantação curricular, nenhum esforço foi feito no sentido de ajustar programas e posturas

didáticas. Conseqüentemente, cada professor continuou a administrar seu conteúdo da forma mais autônoma

(nesse contexto isso não é saudável) e desintegrada possível.

Em segundo lugar, temos que revelar que há claramente dois grupos distintos de professores para as

disciplinas de Língua Inglesa. Distintos em termos de ingresso na Instituição, de formação intelectual e prática de

ensino. Essas diferenças são agravadas por um relacionamento pessoal difícil, que somado às diferenças de

formação profissional, impedem um trabalho integrado e coerente em favor da qualidade do curso. Parte dessas

observações pode ser comprovada pelos depoimentos contidos no quadro 02.

169

169

Finalmente, embora não tenhamos dados, suspeitamos haver um crença, uma cultura instalada em meio

ao curso, de que não é possível aprender, formar-se com eficiência e qualidade em Letras. Tal comportamento

parece ser transmitido de geração de egressos para ingressos no curso, a ponto de se tornar uma grande

dificuldade para professores desmitificar esse quadro.

Embora reconheçamos o valor psicológico do comportamento rapidamente descrito logo acima,

insistimos que eles estão ligados em cadeia e, portanto, sofrerão um efeito cascata de resolução se as

providências anunciadas por parte da coordenação e direção da Faculdade forem tomadas.

5.5.3 Análise apreciativa do corpo docente do curso

A análise feita levou em consideração dados referentes ao corpo docente em exercício mais permanente

no curso. Foram pesquisados 16 professores em termos de titulação e produção científica, conforme metodologia

descrita no item 5.4.

a) Titulação Como mostra o gráfico abaixo, 44% dos professores têm apenas Especialização, enquanto que 6% ainda

estão a desenvolver esse nível de Pós-graduação. Treze por cento (13%) dos professores já possuem Mestrado e

outros 25% estão em fase de conclusão. Apenas 6% do corpo docente têm Doutorado e outros 6% estão em fase

de elaboração de tese.

Desse total de professores, 31% não cursaram qualquer curso de Pós-graduação após suas admissões na

UNIVALI. Sessenta e nove (69%), contudo, fizeram ou estão fazendo cursos de mestrado ou doutorado.

GRÁFICO 01

Titulação do Quadro Docente

44%

6%13%

25%

6%6%

ESPECIALIZAÇÃO COMPLETA

ESPECIALIZAÇÃO INCOMPLETA

MESTRADO COMPLETO

MESTRADO INCOMPLETO

DOUTORADO COMPLETO

DOUTORADO INCOMPLETO

Fonte: Informações do Professor: Setor de Documentação de Docentes - UNIVALI - 1996

170

170

Comparando o nível de titulação dos professores pelas suas áreas de ensino, não se percebe significativa

diferença. Em outras palavras, os professores de Língua Inglesa são tão qualificados quanto os professores da

área Língua Portuguesa / Lingüística.

Ao examinarmos a área de Língua Inglesa em especial, percebemos que dos cinco professores em

atuação três estão envolvidos em cursos de Pós-graduação Strictu Sensu, os restantes limitaram-se a cursos Lato

Sensu. Esses dois percentuais representam os dois grupos distintos de professores de Língua Inglesa, sobre os

quais já discorremos anteriormente.

A área de Língua Portuguesa, por sua vez, parece não sofrer de uma divisão tão expressiva e conflitante

em seu quadro. Buscando encontrar a mesma relação entre nível de titulação e postura didática, identificamos

que dentre os sete professores ligados ao curso, quatro estão envolvidos em cursos de Pós-graduação, enquanto

que dois envolveram-se como alunos de graduação de outros cursos na UNIVALI. Um professor, por outro lado,

não está desenvolvendo atividade de estudo desde 1978. Comparada à área de Língua Inglesa, embora haja uma

certa variação interna, os depoimentos informais que coletamos indicam não haver divergência de postura

didática maior entre os professores de Língua Portuguesa / Lingüística.

No que concerne ao nível de titulação de professores de Letras, percebemos que o mesmo supera o do

quadro docente geral da UNIVALI. Seguindo a equação do Ministério da Educação para tal medida, obtivemos

em Letras o índice 2.312 para o semestre 96/I, enquanto que o registrado pela UNIVALI para o mesmo período é

de 2.253.

b) Produção Científica

Por produção científica dos professores, consideramos seus envolvimentos em projetos de pesquisa, em

atividades de extensão e publicações de artigos científicos e livros. Ignoramos, portanto, dissertações e teses não

publicadas, artigos de caráter não científico publicados em jornais, bem como projetos que não figuram com

respaldo institucional da UNIVALI ou outra instituição de fomento.

Dos dezesseis professores do curso apenas três estiveram desenvolvendo projetos de pesquisa nos

últimos seis anos. Todos esses de iniciação científica. Quanto às atividades de extensão, apenas um professor

encontra-se engajado em um projeto institucionalizado.

No que se refere a publicações, apenas dois professores têm artigos publicados em periódicos nacionais,

evidenciando uma produção em torno de 3 artigos / ano. Percebe-se, contudo, que uma parte significativa dessa

produção limita-se às Revistas de Divulgação no âmbito das Fundações e Universidades do Estado de Santa

Catarina.

Finalmente, a parte de coordenação de cursos e setores administrativos também reúne um percentual

limitado de profissionais ligados ao curso de Letras. Apenas 25% do quadro estão ou estiveram ligados nos

últimos seis anos a essa área de atuação.

Avaliando os dados acima discutidos, concluímos que há uma ligação direta entre o nível de

qualificação / atualização dos professores e seu desempenho profissional. Apesar de soar como jargão, faz-se

necessário insistir que um professor universitário que se limitou a uma formação em nível de Especialização feita

há vinte anos, por exemplo, não pode entender os princípios norteadores de um currículo atualizado pelos

ditames científicos dos últimos cinco anos. Dos dados referentes à titulação, o que mais deve preocupar é o

percentual de quase 30% de professores que não fizeram qualquer curso após entrar para a UNIVALI.

Igualmente preocupante é o baixíssimo nível de produção científica dos professores do curso, o qual contraria a

171

171

natureza da universidade como um espaço de produção e difusão do saber científico. Concluímos, a partir dos

dados de baixa produção científica e pouca ocupação de cargos administrativos por parte dos professores de

Letras, que 70% desses profissionais estão desenvolvendo exclusivamente funções de ensino na nossa

Universidade.

Como forma de justificar o quadro acima, temos de novamente lembrar o caráter horista de nosso

regime de trabalho e a natureza incipiente das atividades de pesquisa, extensão e apoio ao aperfeiçoamento em

nível de pós-graduação de toda Universidade. Só muito recentemente, com a criação da Pró-Reitoria de Pós-

Graduação, Pesquisa e Extensão, é que as oportunidades de crescimento nos nossos índices de qualificação e

produção começaram a aparecer. Levará algum tempo até que se defina com mais clareza se essas oportunidades

são essencialmente vitais para o referido crescimento ou se devem apenas se somar a uma vocação e motivação

características de cada profissional.

5.5.4 Outras Atividades do Curso

Apesar de não registrar atividades de pesquisa, o curso de Letras destaca-se por seu envolvimento em

programas de ensino voltados para a comunidade em geral e para professores de ensino de 1º e 2º graus das redes

estadual e municipal.

Os cursos oferecidos aos professores estaduais e municipais são, em regra geral, encomendados e

financiados pelas respectivas Secretarias de Educação. Como mostra o quadro 05, no período de 1990 a 1996,

dez cursos foram programados e ministrados por professores da área de Letras. Dentre esses cursos merece

destaque, pelo caráter pioneiro da proposta, o Curso de Formação de Professores de Espanhol em caráter

emergencial.

QUADRO 05 - SECRETARIA DE ESTUDO DA EDUCAÇÃO

CURSOS OFERECIDOS À SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PELO CURSO DE LETRAS

NOME DO CURSO LOCAL ÉPOCA DOCENTES CURSISTAS

Atualização para prof. de português Itajaí 09 a 13/11/92 05 84

Atualização para prof. de inglês Itajaí 09 a 13/11/92 04 29

Metodologias alternativas para o ensino de língua inglesa

Itajaí Fev. a Abril/93 02 43

Capacitação de recursos humanos em língua portuguesa

Itajaí Fev. a Abril/94 03 51

Iniciação à língua espanhola - II etapa Itajaí 31/05 a 04/06/93

04 49

Curso de atualização em língua francesa Florianópolis 02 a 06/08/93 08 24

Capacitação para professores de língua inglesa Itajaí Setembro/93 02 81

Língua espanhola - língua francesa Itapema 06 a 10/06/94 09 40

Met. dos conteúdos de português Florianópolis 21 a 25/03/94 02 55

Curso de língua portuguesa Itajaí 18 a 25/08/95 04 34

Fonte: Núcleo de Capacitação de Recursos Humanos - UNIVALI

O projeto acima foi elaborado por um professor, então Chefe do Departamento de Línguas Estrangeiras

e financiado pela Secretaria de Estado da Educação. Seu caráter pioneiro explica-se pelo rápido e oportuno

172

172

atendimento à demanda das escolas do Estado por professores de Espanhol para as recém criadas turmas dessa

disciplina.

Pela natureza do projeto, o seu autor foi convidado a apresentá-lo no Seminário Educação sem

Fronteiras em 1993. Organizado pelas Secretarias de Educação dos três Estados sulinos, o evento objetivou a

divulgação de experiências de formação de profissionais para o ensino das línguas do Mercosul. O projeto da

UNIVALI representou a proposta de Estado de Santa Catarina para tal fim.

O curso desenvolveu-se, sob a supervisão do Coordenador do Curso de Letras, ao longo dos dois

últimos anos e está formando a sua turma em setembro do ano em curso. Acreditamos que não haverá mais

oportunidade, ou mesmo necessidade de outro semelhante, visto que o curso de Letras, em regime regular,

começará a formar profissionais para esse mercado dentro em breve.

Dignas de registro igualmente especial são as atividades desenvolvidas pelo Núcleo de Estudos de

Línguas e Literaturas Estrangeiras - NELLE. Criado em 1991, o NELLE, diferente de outras propostas do tipo

em outras universidades, não é resultado de ações departamentais do curso. Ao contrário, ele foi idealizado e

implantado por apenas um professor, tendo o processo que o respaldou e o autorizou sido conduzido pela Pró-

Reitoria Acadêmica, sem qualquer participação dos Departamentos de Letras ou da Faculdade de Filosofia.

Dessa forma, ele organizou-se, primeiramente, como um Núcleo vinculado diretamente a essa Pró-Reitoria e,

desde 1994, está afeto à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão.

As atividades do NELLE sempre estiveram à frente das desenvolvidas pelo Departamento de Línguas

Estrangeiras em termos de metodologia e diversificação de ofertas de línguas para estudo. Iniciando com ensino

de Inglês, no semestre seguinte passou a oferecer Espanhol, bem antes dessa língua ser ensinada no curso de

Letras. Hoje, oferece cursos nos mais diversos níveis, para crianças e adultos, em cinco línguas diferentes.

Mencionamos que a criação do NELLE e seu desenvolvimento são diferentes de propostas semelhantes

em outras Instituições de Ensino, porque naquelas é o Departamento de Línguas Estrangeiras que pensa e executa

essas atividades extra-curriculares tão importantes para toda universidade. Na UNIVALI, por falta de

organização departamental e, principalmente, pela já discutida separação intradepartamental, o NELLE assumiu

fazer o que o Departamento não faz, por não saber, não querer ou não poder. Dito de outra forma, o NELLE foi

ocupado por aqueles professores que se qualificam e produzem. No Núcleo, encontram um espaço mais livre e

adequado de atuação. Desde a sua criação, as estruturas de apoio ao ensino de línguas foram ampliadas e

socializadas para todos os cursos que têm línguas estrangeiras em seus currículos. O laboratório foi reformado,

passando a ter 55 cabinas, o material didático é constantemente renovado, um bolsista foi contratado para

instrumentalizar professores e alunos no uso do equipamento e, recentemente, foi adquirido um

microcomputador. Ironicamente, as planilhas de utilização do laboratório denunciam, que apenas três dos cinco

professores de Língua Inglesa do curso de Letras levam os seus alunos para usufruir dessa estrutura.

Por serem ensinadas como atividades e não como disciplinas (Luna, 1995), as línguas estrangeiras são

trabalhadas no NELLE a partir de variáveis que têm determinado maior eficiência, se comparadas ao trabalho de

Letras. O NELLE reúne algumas características que são mais favoráveis à eficácia: número ampliado de ofertas

de línguas e horários de ensino, professores competentes, treinados e semestralmente reciclados, carga horária

superior e efetivamente seguida, recursos audiovisuais disponíveis e utilizados adequadamente, caráter não

compulsório e, por fim, todas as ações do Núcleo são pensadas e planejadas seriamente. Apesar de não dispor de

dados sistematizados, a coordenação atual do NELLE informou-nos que alunos de Letras que vão ao Núcleo para

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freqüentar aulas de Inglês paralelamente são avaliados para níveis mais baixos. Ilustrando, tem se tornado

comum receber aluno de 6º período de Inglês em Letras que, após teste de nivelamento do NELLE, são

admitidos para os níveis 2 ou 3 do Núcleo. Não pretendemos usar esses dados para avaliar o NELLE, mas para

reforçar a tese de uma insistente ineficiência do ensino da Língua Inglesa em Letras. Obviamente, esperamos já

ter deixado claro para o leitor que as variáveis com as quais as propostas de Letras e do NELLE convivem são

bastante diferentes entre si.

Resolvemos apresentar, resumidamente, o trabalho do NELLE nesse Relatório, porque acreditamos em

sua identificação teórica com o Curso de Letras. Apesar de, na prática, essa relação ser difícil, insistimos em uma

necessária e rápida aproximação entre esses dois segmentos de uma mesma base.

Cabe-nos também, aqui, destacar as atividades das Semanas de Letras da UNIVALI. Desde a sua

criação, essas atividades, que são organizadas pela Coordenação e Chefias dos Departamentos, têm recebido

apoio de professores e alunos do curso.

A Semana de Letras geralmente acontece no mês de setembro e tem como marca maior não ver suas

atividades repetidas em anos subseqüentes. Citamos apenas alguns temas dos últimos anos, como forma de

demonstrar a diversificação desses eventos.

1992 - Estudos da Literatura Catarinense

1993 - Pré - defesa de Tese em Lingüística

1994 - Mini - curso: O Texto Narrativo

1995 - O curso de Letras e a Proposta Curricular do Estado

Para finalizar, gostaríamos de também mencionar um evento que reuniu alunos e professores não só do

curso de Letras, mas também dos cursos de Turismo e Hotelaria, Comércio Exterior e Jornalismo, NELLE e

Colégio de Aplicação.

O evento, intitulado, no primeiro ano - 1992, The World of English (O Mundo do Inglês),

configurou-se como uma grande exposição sobre a cultura dos principais países falantes da língua inglesa,

incluindo-se a celebração do Halloween (Festa das Bruxas). No ano seguinte, o evento foi ampliado de forma a

abrir espaço para os países de língua espanhola.

Pela sua natureza integrativa, o evento recebeu apoio da Universidade, de Embaixadas e da

Secretaria de Turismo do Estado de Santa Catarina, da Mídia e da comunidade em geral. Na verdade,

caracterizou-se como um grande sucesso, a ponto de figurar como atividade da universidade prevista no

calendário da Pró-Reitoria Acadêmica. Com a saída do idealizador da Chefia de Departamento de Línguas

Estrangeiras e da Coordenação do NELLE, o evento não mais se repetiu.

O que acima rapidamente discutimos evidencia que o Curso de Letras, pela sua natureza

interdisciplinar, reúne condições de promover atividades de grande importância para toda universidade e para a

comunidade extra-muro. Cursos extra-curriculares de línguas estrangeiras, por exemplo, têm importância vital

para pessoas e instituições diversas e, a princípio, ninguém com maior conhecimento e autoridade para oferecê-

los do que um departamento universitário bem estruturado e atuante. As atividades que foram desenvolvidas e

que não seguiram adiante estiveram, infelizmente, ligadas a uma ou poucas pessoas e não a estruturas

institucionalizadas, razão pela qual tiveram duração limitada e desvinculada do Curso como um todo.

174

174

5.5.5 Infra-estrutura do Curso

O ser humano completa-se como um todo, a partir da realização profissional. Não pode haver

desassociação entre o pessoal e essa realização, pois faltando o trabalho abre-se uma lacuna que impede o ser

humano de usufruir da satisfação que uma tarefa bem cumprida traz.

O profissional da Educação há muito vem sofrendo as conseqüências que acarreta a falta de valorização

das Licenciaturas, desvalorização essa que se reflete de forma contundente nas condições gerais de trabalho.

Observemos, em primeiro plano, em que condições o professor atua dentro da Universidade. A sua

contratação faz-se em razão única e exclusivamente das horas em que permanecerá ministrando aulas, como se o

processo ensino / aprendizagem só se fizesse naquele momento. Não ousamos sequer falar em qualidade, pois

nessas condições simplesmente inexiste, se considerarmos a posição do professor que é um mero funcionário

horista. O profissional responsável deverá sê-lo o suficiente para despender horas do seu dia-a-dia, na aquisição

de novos conhecimentos, preparo de aulas, correção de provas e trabalhos. É um quadro absurdo? Pode ser. O

que torna a situação mais absurda é que a maioria dos profissionais são responsáveis o suficiente para

trabalharem a qualidade, a despeito de não receberem para isso. E é essa atitude que ainda mantém os Cursos de

Licenciatura, proporcionando condições para que formemos bons profissionais.

Todavia, em nosso meio, podemos observar uma grande preocupação dos nossos professores com a sua

capacitação. A atual situação exige e o profissional se ressente de novos conhecimentos. Todos temos

consciência de que somente poderemos melhorar a qualidade do ensino se ampliarmos nossos conhecimentos.

Em razão disso, muitos profissionais estão cursando Mestrado e alguns, Doutorado, para conseguir atingir a

grande meta: CONHECIMENTO / QUALIDADE.

Sabemos, contudo, que se o conhecimento não for retroalimentado, ele se estanca. É o que vem

acontecendo, principalmente no Curso de Letras, objeto de nossa avaliação. Muito pouco tem sido oferecido a

professores e alunos no que se refere à reciclagem, seja através de palestrantes, Cursos, Seminários, etc.

Um dos pontos que causa polêmica no nosso curso diz respeito à desestruturação da distribuição das

turmas, impedindo que o curso constitua um todo, dando margem a que se faça um julgamento errôneo no que se

refere à importância que a Instituição vem dando a essa Licenciatura.

Outra grande preocupação do curso relaciona-se à atualização do acervo bibliográfico. Tivemos

oportunidade de avaliar o material listado pela Biblioteca Central, e constatamos que, se o acervo não é o ideal,

não chega, no entanto, a ser deficiente. Necessário é que se mantenha uma constante atualização e,

principalmente, que os acadêmicos a ele tenham acesso, através de trabalhos de pesquisa.

Com referência à informatização do curso, até o momento essa é uma prerrogativa da Secretaria,

estando no entanto, sendo providenciado pela Pró-Reitoria, num futuro próximo, que cada setor da Universidade

tenha a sua disposição um terminal para acessar à Internet. Aguardemos.

Podemos considerar que ainda trabalhamos de forma precária, muito distante da idéia de modernização

veinculada pelos meios de comunicação e constituindo quase um jargão nos meios educacionais.

Temos a nossa disposição retroprojetores, muitos deles funcionando mal, e que já nos deixaram sem

condições de trabalhar o conteúdo programado, com esse auxílio. Como recursos audiovisuais, temos ainda, TV

e Vídeo, que constituem um bom apoio em sala de aula. Mas, cremos ser ainda muito pouco se quisermos atingir

a pretensa modernização.

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Ainda referindo-se a equipamentos e recursos, cabe-nos citar o Laboratório de Línguas, anteriormente

comentado, de há muito uma luta dos acadêmicos do Curso de Letras, e que já está à disposição daqueles,

constituindo uma conquista e auxiliando aqueles que dele fazem uso, na aprendizagem da Língua Inglesa.

O que expusemos corrobora a percepção de professores, alunos, inclusive egressos, (conforme dados da

Comissão de Avaliação Institucional, obtidos através de questionários, cujo retorno atingiu 2,7 %) quanto ao

curso, que em linhas gerais preocupa-se com a sua modernização, melhores condições de trabalho, melhores e

mais modernos equipamentos, maior valorização de professores e acadêmicos, atualização com conseqüente

qualidade dos recursos humanos e do curso, preocupação com a validade e aprofundamento dos conteúdos

ministrados, culminando com a prática da pesquisa científica.

5.6 PERSPECTIVAS DE MUDANÇAS: OS AGENTES E SUAS AÇÕES

Como sugerido até esse ponto, o Curso de Letras enfrenta problemas que suspeitamos serem

semelhantes aos divididos por outros cursos da UNIVALI, notadamente as licenciaturas. Desconfiamos,

inclusive, que alguns dos problemas apontados também permeiam cursos congêneres de outras universidades.

Contudo, esse reconhecimento não deve ser motivo para contentamento e acomodação. Ao contrário,

ações devem ser tomadas para que o lado positivo e produtivo do curso seja realçado, fazendo erradicar os

problemas existentes.

Na verdade, percebemos, ao longo do nosso trabalho, bem como no desenvolver de nossas atividades

docentes durante o último semestre letivo, que algumas mudanças de melhoria para o Curso já estão sendo

sinalizadas. Neste item, pretendemos resumidamente abordar essas mudanças em termos de ações anunciadas.

Dada a importância das mesmas, tentaremos relacioná-las com os seus agentes, identificando aquelas que são

específicas ao curso de Letras e as que são voltadas à Universidade como um todo.

Dentre as gerais, destacamos o Programa de Avaliação Institucional, se não como um agente promotor

de ações, mas como o gerador de um clima favorável para a identificação de problemas e suas reversões. Desde

sua implantação, sentimos que professores, alunos, coordenadores e administradores em geral estão mais

preocupados em desempenhar os seus papéis, motivados pelo comprometimento com a qualidade.

É claro que muitos dos envolvidos estão apenas inaugurando esse despertar de consciência. Outros,

poucos (torcemos), estão tentando resistir à visão dessas mudanças, que, para eles, significam uma ameaça. Por

fim, e mais importante, encontramos os motivados e comprometidos com a qualidade, que já começam a ensaiar

ações bem pontuais de melhoria para o Curso de Letras e, naturalmente, para a Instituição em geral.

Ainda na esfera da UNIVALI, reconhecemos que a criação da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação

e Extensão - ProPPex foi fundamental para o desenvolvimento de muitas ações voltadas para a Instituição. Sem a

pretensão de esgotá-las, destacamos o apoio recebido por professores para realização de cursos de Pós-

Graduação, para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão, bem como para apresentação e

publicação de trabalhos. Os alunos, por sua vez, também podem ser iniciados à pesquisa através de programas

implementados e gerenciados pela ProPPex.

Por ser igualmente de criação recente, ainda não dispomos de dados que possam evidenciar o impacto

das ações dessa Pró-Reitoria sobre a qualificação e desempenho do corpo docente do curso de Letras. Contudo,

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176

sabemos que alguns poucos professores já utilizam os programas desenvolvidos por ela, para os fins de

qualificação e produção científica.

No que concerne às ações especificamente direcionadas ao curso, diagnosticamos um interesse, por

parte da coordenação do curso, de acompanhar o trabalho de cada professor ao longo do semestre. Esse

acompanhamento está-se dando através da cobrança de programas atualizados para cada disciplina ministrada e

de encontros individuais e coletivos com professores para discussão de estratégias metodológicas. Esse esforço,

mais que oportuno, visa, segundo a coordenação, sanar problemas relacionados com a falta de seqüência e

cumprimento dos conteúdos, com a desatualização da bibliografia, com o descumprimento da carga horária, e

com a incompatibilidade de profissionais com o Curso.

5.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme dissemos acima, as medidas específicas devem ser, por enquanto, tratadas como anunciadas e

não como executadas. Dito de outra forma, não sabemos até que ponto haverá por parte da coordenação fôlego

para desenvolver o pretendido.

Estamos certos de que só haverá mudanças se o clima favorável de revisão de ações e posturas, criado

pelo Programa de Avaliação Institucional, for entendido, aceito e mantido por todos. Sem o comprometimento e

respaldo das esferas mais altas da Instituição, nenhuma ação por parte de uma coordenação poderá ser levada

adiante.

No presente Relatório, não tivemos receios, dúvidas ou medos de afirmar o que diagnosticamos através

dos dados que coletamos. Sem a pretensão do máximo rigor científico, achamos ter feito uma leitura objetiva e

reveladora dos pontos fracos e fortes do Curso de Letras.

Concluímos que o nosso Curso tem a aparência da Instituição que o abriga. Reúne, por um lado, alguns

pontos fracos que parecem muitas vezes fossilizados. Por outro lado, dispõe de uma grande disposição e

flexibilidade de se renovar, crescendo em direção à qualidade.

Esse deve ser o objetivo do Curso de Letras porque é esse o objetivo da UNIVALI, qual seja, o de

mostrar o seu potencial de pertinência em meio a um mercado cada vez mais competitivo e exigente.

Sabemos, se perseguidas as ações anunciadas, o Curso de Letras acompanhará o ritmo imposto pelo

novo paradigma institucional. Mais do que a paixão pelo Curso, o que nos faz acreditar nisso são fatores mais

frios ou matemáticos. Referimo-nos aos números relacionados à demanda pelo Curso. Para verificar esse nível,

levamos em consideração os dados referentes aos vestibulares e aqueles referentes às matrículas iniciais e finais

em cada semestre letivo.

A nossa hipótese, naturalmente, era a de encontrar um baixo índice de demanda pela área, o que de fato

se registrou. Em nenhum dos vestibulares realizados nos últimos 6 anos, o índice de primeira opção (e é esse que

de fato mede o interesse pelo curso) foi superior a 1.30, conforme mostra a quadro 6. Registramos também uma

queda crescente desse percentual entre os anos 1990 e 1993. Por outro lado, esse último percentual registrado

(0.60) voltou a subir a partir do vestibular de 1994, chegando esse ano a 1.62. Apesar de não termos dados

sistematizados, sabemos, por depoimentos informais de alunos ingressos naquele ano, que o Currículo

diversificado em três opções representou um atrativo especial para o Curso.

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Mais revelador de um interesse em alta por Letras são os números referentes à permanência no mesmo,

ou seja, a relação entre matrícula inicial e final. Conforme ilustra o quadro 7, o curso registrou um índice mais

alto de saídas em 1993, com 32 saídas, passando para 31 em 1994 e para 23 em 1995. Até o presente, o número

referente a 1996 é 15.

Ao concluirmos esse Relatório apresentando números e paixão, queremos revelar que o sucesso do

nosso curso rumo à qualidade dar-se-á através de um trabalho conjunto, envolvendo essas duas formas

complementares de abordagem. Por um lado, precisaremos sempre da racionalidade expressa em dados

estatísticos para (nos) avaliarmos, em termos de produção científica, titulação e desempenho em geral. Para

transformarmos números eventualmente negativos em positivos, precisaremos, igualmente, de respaldo

institucional e do ingrediente emocional maior.

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178

5.8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Associação Catarinense das Fundações Educacionais. Catálogo de produção científica das universidades e fundações educacionais do sistema ACAFE. Florianópolis: ACAFE, 1995, nº 4.

Avaliação Institucional na UNIVALI: Apresentando os Primeiros Resultados. In: Cadernos de Avaliação Institucional UNIVALI - Ano 1 - nº 1 - setembro 1995.

GUIA DO PROFESSOR - ProAC / UNIVALI - janeiro 1996.

INFORMATIVO ProPPEx. Itajaí: UNIVALI, 1995, nº 01.

LUNA, J. Marcelo F. O Ensino de Inglês com Disciplina e como Atividade. Algumas Considerações. In: Alcance. Itajaí: UNIVALI, 1995, Ano 2, nº 2, p.51-58.

PINHEIRO, M.M., BATSCHAUER, A.M.B., DEMARCHI, C., Relatório 1º Seminário Internacional de Avaliação Institucional. Comissão de Avaliação Institucional, dezembro 1995.

PANORAMA ATUAL - ProAC / UNIVALI - 1995.

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179

VI - CURSO DE PEDAGOGIA - ITAJAÍ

SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

Maria Rosa H. Schulte

Cinéria Vieira da Costa

Maria Heidemann

Aneli Pancotto de Barcelos

Ivan Chaves

180

6.1 APRESENTAÇÃO

Com o presente documento, apresentamos à Comissão de Avaliação Institucional da UNIVALI o

Relatório síntese do processo de Auto Avaliação do Curso de Pedagogia realizado no período de abril/96 a

outubro/97.

A construção deste documento representa o resultado de buscas documentais junto à Pró-Reitoria

Acadêmica, Secretaria da Faculdade de Filosofia, Setor de Registro de Diplomas, Setor de Organização dos

Vestibulares, Biblioteca Central, leituras de resultados de Avaliações anteriores como também da pesquisa

realizada junto aos alunos e docentes do Curso de Pedagogia.

Este documento registra, num ou noutro momento, os anseios, os avanços e os limites da clientela bem

como da infra-estrutura do curso.

Acreditamos que a leitura e análise deste relatório poderá contribuir para mudanças no contexto do

Curso pelo conhecimento e compromisso dos avaliadores e avaliador durante este processo. Afinal as mudanças,

pelas quais lutamos só realizar-se-ão pela interrelação de pessoas, funções, anseios e compromissos.

181

6.2 INTRODUÇÃO

Este Relatório é o resultado de minucioso e exaustivo trabalho de pesquisa documental, coleta de

informações, opiniões e sugestões dos Alunos e Professores do Curso de Pedagogia da UNIVALI a respeito da

sua estrutura organizacional, de seu funcionamento e da imagem desta Instituição de Ensino Superior diante da

comunidade que atinge.

Encontramos, no decorrer do trabalho, algumas dificuldades no tocante à insuficiência de registros

quantitativos, os quais, por vezes, se apresentavam contraditórios nas diferentes fontes pesquisadas.

O Relatório foi subdividido em duas partes: a 1ª reporta-se ao histórico da composição da subcomissão,

com destaque para o cronograma das atividades metodológicas utilizadas no alcance das metas traçadas; a 2ª,

mais densa e extensa, contém as informações coletadas em fontes estatísticas, as respostas de alunos e

professores ao instrumento de pesquisa, bem como as suas sugestões, necessidades e reivindicações.

O processo de avaliar é tarefa difícil, permeado sempre de preconceitos e dúvidas. Embora a UNIVALI

tenha iniciado seu programa de Avaliação em 1994, buscando analisar e identificar seus avanços e suas

limitações no sentido de promover as definições de políticas de adequação ao Paradigma Educacional emergente,

no contexto da sociedade, observa-se, no entanto, alguma resistência por parte das pessoas que compõem a

comunidade acadêmica, evidenciado na dificuldade de preenchimento e na não devolução dos questionários.

Para dar maior sustentação e fidedignidade ao processo, buscamos respaldo nas avaliações efetuadas

anteriormente com docentes, discentes e egressos do curso de Pedagogia.

Queremos enfatizar o trabalho que vem sendo realizado pela Comissão de Reformulação do Curso de

Pedagogia, instituída a partir de agosto de 1995 para atender as reivindicações dos alunos e os avanços técnico-

científicos na área da Educação. O Curso deverá subsidiar a formação integrada do docente na área do Pré-

Escolar às séries iniciais, num curso único, além da formação mais global para atuar como docente, das matérias

pedagógicas, nos Cursos de Magistério - II grau -. O currículo proposto pretende garantir a articulação teórico-

prática com pesquisa e aprofundamento da teoria pedagógica ao longo do Curso. Também oportunizará a

dinamicidade e flexibilidade curricular pelas disciplinas optativas e oportunidade da realização de projetos.

A Comissão de Reformulação do Curso realizou pesquisa de opinião sobre o Curso e perfil da clientela

e os dados foram riquíssimos para o desenvolvimento da Auto Avaliação do Curso.

Estes dados, acrescidos aos atuais, nos permitiram configurar um perfil suficientemente preciso do

conjunto de alunos e Professores, permitindo-nos pinçar, no contexto das respostas, indicadores para melhoria de

aspectos substantivos do Curso de Pedagogia.

A partir dos dados estatísticos e históricos compreendidos no período de 90-� a 96-�, das pesquisas

documentais e das pesquisas realizadas neste momento específico, partimos para a análise qualitativa dos dados e

elaboração dos gráficos e anexos, respeitando as tendências apontadas.

Foram também mantidos contatos iniciais com a Pró-Reitora Acadêmica, Direção, Comissão de

Avaliação Institucional, Coordenação do Curso e Secretaria.

O processo de Auto Avaliação do Curso de Pedagogia foi um espaço riquíssimo e necessário, onde

todos os envolvidos tiveram a oportunidade de avaliar e auto avaliar-se, compreendendo as “razões práticas” da

realidade do Curso. Todos os elementos, produtos e processos que interagem na “vida do Curso” foram

182

levantados e aqui estão registrados. Talvez nem tão completos, mas muito relevantes para tomada de decisões a

nível institucional e pessoal.

A necessidade de avaliação na Universidade como um processo sistemático de busca de subsídios para o

aperfeiçoamento institucional decorre do seu caráter público, pois deverá prestar contas dos auxílios recebidos.

Também há necessidade de se avaliar as políticas públicas que impõem medidas restritivas ao aperfeiçoamento e

à expansão das Universidades.

Esta necessidade é confirmada por BELLONI (1994, p.83) quando relata a experiência avaliativa da

Universidade de Brasília:

“Fizemos um longo trabalho chamando a atenção dessa necessidade estrutural e conjuntural de

desenvolver a avaliação na Universidade.”

183

6.3 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA

A Universidade do Vale do Itajaí, a partir de 1994, institucionalizou sua proposta de Avaliação,

objetivando a busca da melhoria de qualidade do Ensino, numa instância com as demais Universidades

brasileiras, com os demais movimentos da sociedade, no sentido de se adequarem às políticas vigentes no

contexto nacional e internacional, visando a qualidade, a competitividade e novos mercados.

O projeto de Avaliação Institucional da UNIVALI pré-estabelecia várias etapas, dentre as quais uma

delas é a formação de subcomissões de Avaliação dos diversos cursos. Para a formação dessas subcomissões há

regulamentações específicas, onde se define a participação de Professores, Direção do Curso, Coordenador do

Curso e Representantes de alunos. As Professoras Maria Heidemann e Cinéria Vieira da Costa foram eleitas por

seus pares. Quanto aos alunos, houve escolha de nomes em função da disponibilidade de tempo para participarem

dos trabalhos, tendo em vista que a maioria trabalha 30, 40 h ou mais semanalmente, morando em outros

municípios, dificultando assim a escolha por eleição.

Constituída a equipe por 02 Professores, 02 Alunos voluntários, Direção e Coordenação do Curso ficou

a mesma sem a participação de um representante técnico da Secretaria, por incompatibilidade de horários.

A equipe organizou inicialmente um cronograma de trabalho, tentando observar sempre a possibilidade

de reunir todos os segmentos da subcomissão.

Registramos a seguir o cronograma elaborado:

184

METAS OPERACIONALIZAÇÃO TEMPO

(DIA/MÊS)

PESSOAL ENVOLVIDO

1. Formação da subcomissão de avaliação Institucional

- Contato formal com a direção e/ou Comissão Central

de Avaliação e definição da Sub-comissão

22/04 - Coordenador do curso

- Professores (2)

- Alunos(2)

- Funcionário(1)

2. Levantamento dos atos legais do curso - Consulta Documental 24/04 - Professores

- Conselho Central

- Pró-Reitoria Acadêmica

3. Levantamento dos dados estatísticos referentes a:

Vagas oferecidas;

Vestibulares;

Matrículas;

Concluintes.

Evolução 90 -95

- Consulta Documental 24/04

a

08/05

- Professores

- Conselho Central

- Pró-Reitoria Acadêmica

4. Levantamento da infra-estrutura do curso: Espaço

físico ocupado pelo curso;

�Acervo bibliográfico;

�Informatização do curso;

�Convênios realizados;

�Laboratórios;

�Multimeios.

- Consulta Documental

- Entrevista

- Pesquisa in loco

02/05

a

29/05

- Professores

- Comissão de Avaliação

- Diretor de curso

- Coordenador

- Pró-Reitoria Administ.

- Bibliotecárias

- CPD

5. Levantamento do Perfil profissiográfico do curso - Pesquisa Documental 30/05 - Professores

- Pró-Reitoria Acadêmica

6. Tabulação e análise dos dados obtidos nos itens anteriores -Tratamento Estatístico dos Dados -Estudo qualitativo dos dados obtidos - Redação

junho - Sub-comissão

185

METAS OPERACIONALIZAÇÃO TEMPO (DIA/MÊS) PESSOAL ENVOLVIDO

7. Levantamento do Currículo Pleno do curso - Pesquisa Documental

- Entrevistas

- Contato com a Comissão

julho - Coordenador do Curso

- Diretor

- Orientador do Estágio

- Coordenador do Estágio

8. Mapeamento do corpo docente:

a) Situação funcional

b) Produtividade

- questionário

- entrevista

- pesquisa documental

- tratamento dos dados

julho

- Secretaria Acadêmica

- professores do Curso

9. Mapeamento do corpo discente - questionários

- pesquisa documental

- tratamento estatístico

agosto/setembro - Professores avaliados

- Alunos

- ProPPex

10. Seminário - Socialização e Discussão dos resultados da

Pesquisa

setembro/outubro - Direção

- Professores

- Alunos

- Coordenador do Curso

11. Montagem do Relatório - Tratamento estatístico dos dados levantados

- Estudo dos dados levantados numa visão

qualitativa

- Entrega do Relatório

novembro - Sub-comissão

- Coordenador

- Alunos

- Funcionários

Iniciamos com a busca de dados quantitativos e informativos, no sentido de nos familiarizarmos melhor

com a Instituição, pois as nossas limitações de professor horista impedem-nos de a conhecer melhor. No entanto,

esta pesquisa dos dados é fundamental para organizarmos também de forma mais eficiente o processo de análise

e avaliação do curso. De qualquer modo são ainda limitadas as nossas condições de traduzir de forma qualitativa

os nossos diagnósticos, em virtude da quantidade e diversidade de informações.

Após a coleta de dados, foi realizada a síntese dos resultados e decidimos.

a) socializar os resultados através de um Seminário.

b) dar retorno à comissão de Avaliação Institucional da análise dos resultados apontando os avanços e

limites do curso, bem como sinalizarmos indicadores para solução dos principais “problemas detectados”;

c) esperar um retorno a curto prazo das medidas efetivas e concretas de políticas e ações que respondam

aos anseios do Corpo docente e discente do Curso de Pedagogia.

Após vinte e oito anos da reforma universitária pela Lei nº 5540/68, a Universidade brasileira se auto

avalia, abre espaço para sugestões, através da contribuição democrática de toda a comunidade universitária. Este

processo interno de auto-avaliação foi um exercício de diálogo entre pessoas, articulando opiniões, dados

estatísticos em análises mais reflexíveis sobre o futuro do Curso.

6.4 O CURSO DE PEDAGOGIA NA UNIVALI E SUA HISTÓRIA

O Curso de Pedagogia iniciou suas atividades em 1965, tendo sua aula inaugural em 28/05/65. A

faculdade não estava autorizada e precisou fazer a convalidação dos estudos dos anos de 1965 a 1967, efetivada

através do parecer nº 102/71 do Conselho Estadual de Educação.

A autorização para funcionamento deu-se através do Parecer nº 98/68 do CEE, e o reconhecimento pelo

Parecer nº 1.265/72 do CFE, aprovado em 08 de novembro de 1972.

O curso de Pedagogia tem aprovadas 07 habilitações: Supervisão Escolar, Educação Pré-Escolar,

Magistério das Matérias Pedagógicas, Administração Escolar, Orientação Educacional, Magistério das Séries

Iniciais e Educação de Deficientes da Áudio-Comunicação.

Nos trinta e um anos de sua existência o Curso de Pedagogia formou 2.207 profissionais em 06

habilitações. Os formandos do ano de 1968, 1970, 1971 e 1972 colaram grau somente em 1973.

Os 2.207 profissionais formados no Curso de Pedagogia estão distribuídos em 06 habilitações:

– Habilitação em Administração Escolar - formou alunos desde 1973 num total de 537 profissionais.

– Habilitação em Orientação Educacional - formou a primeira turma em 1975 tendo atingido até hoje

855 profissionais.

– Habilitação em Magistério das Matérias Pedagógicas - formou os primeiros alunos em 1975

atingindo um total de 189 profissionais.

– Habilitação em Supervisão Escolar - formou os primeiros alunos em 1988 num total de 180

profissionais até hoje.

– Habilitação em Educação Pré-Escolar - formou os primeiros alunos em 1988 num total de 273

profissionais.

– Habilitação em Magistério das Séries Iniciais - formou a primeira turma em 1992 num total de 173

profissionais.

Num levantamento efetuado pela Pró-Reitora Acadêmica sobre os cursos de Graduação relativos aos

anos de funcionamento da Universidade, a partir do reconhecimento em 1989, o curso de Pedagogia, formou no

Campus I (Itajaí) 750 alunos o que corresponde a um índice de 68,1 em relação aos iniciantes.

Em relação aos demais cursos oferecidos pela UNIVALI, o curso de Pedagogia, no que se refere aos

concluintes dos últimos seis anos, apresenta um bom desempenho, pois o índice geral, médio, da UNIVALI é

51,2.

O Curso de Pedagogia tem aprovadas 07 habilitações: Supervisão Escolar, Educação Pré-Escolar,

Magistério das Matérias Pedagógicas, Administração Escolar, Orientação Educacional, Magistério das Séries

Iniciais.

A habilitação em Educação de Deficientes da Áudio-Comunicação, embora aprovada, não foi ainda

oferecida por falta de matrículas suficientes para formação de uma turma.

A relação candidato/vaga no vestibular, manteve uma média de 1,48 - 1ª opção - e 2,26 - 2ª opção, nos

últimos cinco anos, indicando a relevância do Curso para atender a necessidade da demanda social.

6.5 CONCEPÇÃO E OBJETIVO DO CURSO

O curso de Pedagogia tem o desafio de formar um profissional de elevada consciência, comprometido

com um projeto de sociedade humana e justa.

O currículo do curso está voltado à formação do profissional - educador, isto é, de um homem

constituído de valores sócio-culturais, éticos e morais indispensáveis ao trabalho pedagógico.

Esta perspectiva de formação deve estar atenta ao equilíbrio das dimensões técnicas e teórico-filosóficas

do currículo na busca de uma síntese superadora que delineie uma consciência reflexiva, sensível às mudanças e

necessidades do momento histórico.

Com esta concepção o Curso de Pedagogia tem como objetivo:

– Oportunizar ao profissional da Educação a apropriação e reelaboração do conhecimento técnico,

científico e filosófico para que ele seja sujeito atuante no contexto real da sociedade, buscando

novas alternativas curriculares fundamentadas na pesquisa, na diversidade cultural e na perspectiva

da modernidade.

6.6 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO

A perspectiva de uma formação crítico-reflexiva expressa na concepção e objetivo do Curso deve

traduzir um conjunto de valores, atitudes e conhecimentos profissionais que caracteriza o profissional da

Educação no exercício de suas funções.

– Capacidade de análise crítica do ato pedagógico para agir sobre ele.

– Habilidade de articular senso comum e conhecimento científico.

– Habilidade de identificar, decodificar e apontar limitações da ideologia que permeia as ações

curriculares e posicionar-se frente a ela.

– Habilidade de trabalhar o conhecimento numa perspectiva de construção, buscando a integração

entre teoria e prática.

– Habilidade de relacionamento interpessoal e intrapessoal.

– Criatividade na relação de novas tecnologias pedagógicas, a partir da pesquisa.

– Identificação com o papel do educador.

– Satisfação e auto-realização na ação pedagógica com os educandos, nas suas diversas fases

evolutivas.

6.7 CAMPOS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO

O Profissional habilitado no Curso de Pedagogia, de acordo com a sua opção, poderá obter as seguintes

titulações:

a) Educação Pré-Escolar

b) Magistério das Séries Iniciais (1ª a 4ª série)

c) Magistério das Matérias Pedagógicas

d) Supervisão Escolar

e) Administração Escolar

f) Orientação Educacional

g) Educação de Deficientes da Áudio-Comunicação

Campo de Atuação:

O Profissional graduado no curso de Pedagogia, nas habilitações supra citadas, tem como campo de

atuação:

a) Ministério da Educação e Cultura

b) Secretarias Estaduais e Municipais de Educação

c) Unidades Escolares da Rede Pública e Privada

d) Escolas de Educação de Adultos

e) Programa destinado a crianças de rua

f) Consultores Educacionais

g) Demais instituições que trabalhem projetos específicos formais e informais na área da Educação.

h) Área de recursos humanos de empresa pública e privada.

i) Área de treinamento.

189

6.8 CURSO DE PEDAGOGIA EM NÚMEROS

QUADRO GERAL DO CURSO DE PEDAGOGIA - NOTURNO - CAMPUS I - 90-96-I - VAGAS POR ANO/SEMESTRE

Ano/ Vagas oferecidas 1ª Opção 2ª Opção Matrícul

a

Semestre e ocupadas Nº Candid Índice Nº Candid Índice

1990/I 50 155 3,10 – – 50

100 186 1,86 235 2,35 579

1990/II 100 164 1,64 279 2,39 579

1991/I 150 220 1,46 245 1,63 625

1991/II 100 186 1,86 274 2,74 587

1992/I 100 132 1,32 143 1,43 584

1992/II 100 119 1,19 220 2,20 568

1993/I 100 118 1,18 174 1,74 514

1993/II 100 106 1,06 208 2,08 534

1994/I 100 96 0,96 201 2,01 555

1994/II 100 99 0,99 206 2,06 558

1995/I 100 147 1,47 225 2,25 611

1995/II 100 158 1,58 410 4,10 572

1996/I 100 107 1,07 245 2,45 587

Fonte: Coordenação do Vestibular

190

EVOLUÇÃO DAS VAGAS, MATRÍCULAS, CONCLUINTES, SAÍDAS E TAXA DE PRODUTIVIDADE – 1990/ �� A 1996/I

VAGAS ANO SEMESTRE

MATRÍCULA INICIAL

CONCLUINTE SAÍDAS MATRÍCULA FINAL

TAXA DE PRODUTIVIDADE

Oferecidas Ocupadas 1990/I 734 38 6

688 93,7

210 210 1990/II 651 109 9

642 98,6

100 100 1991/I 670 33 4

606 90,4

150 150 1991/II 621 88 8

603 97,1

100 100 1992/I 607 30 0

537 88,4

100 100 1992/II 584 105 2

542 92,8

100 100 1993/I 535 20 1

484 90,4

100 100 1993/II 544 71 2

512 94,1

100 100 1994/I 555 42 8

507 91,3

100 100 1994/II 558 85 9

529 94,8

100 100 1995/I 611 50 6

585 95,8

100 100 1995/II 572 59 2

530 92,6

100 100 1996/I 587 64 50

537 92,2

Fonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia

191

0

50

100

150

200

250

1990

/I

1990

/II

1991

/I

1991

/II

1992

/I

1992

/II

1993

/I

1993

/II

1994

/I

1994

/II

1995

/I

1995

/II

1996

/I

GRÁFICO 1 - EVOLUÇÃO DAS VAGAS OFERECIAS E OCUPADAS - ANO/SEMESTRE 1990/I - 1996/I

Oferecidas

OcupadasFonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia

A matrícula tem permanecido estável no Curso de Pedagogia nos seis últimos anos, exceção feita ao 1º

semestre de 1990, quando pela última vez foi oferecido vestibular para o turno vespertino, justificando o alto

índice (734 alunos) de matriculados, num total geral de 210 vagas.

A partir daí, o número diminuiu gradativamente extinguindo-se a oferta do Curso no período vespertino,

mas a oferta da habilitação Magistério das Séries Iniciais elevou a matrícula para 670 alunos (91/I).

A partir de 91/II manteve-se um índice regular de matrícula.

192

1990

/I

1990

/II

1991

/I

1991

/II

1992

/I

1992

/II

1993

/I

1993

/II

1994

/I

1994

/II

1995

/I

1995

/II

1996

/I

0

100

200

300

400

500

600

700

800

1990

/I

1990

/II

1991

/I

1991

/II

1992

/I

1992

/II

1993

/I

1993

/II

1994

/I

1994

/II

1995

/I

1995

/II

1996

/I

GRÁFICO 2 - EVOLUÇÃO DAS MATRÍCULAS INICIAL E FINAL - ANO/SEMESTRE 1990/I - 1996/I

Matrícula Inicial

Matrícula FinalFonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia

1990

/I

1990

/II

1991

/I

1991

/II

1992

/I

1992

/II

1993

/I

1993

/II

1994

/I

1994

/II

1995

/I

1995

/II

1996

/I

0

20

40

60

80

100

120

1990

/I

1990

/II

1991

/I

1991

/II

1992

/I

1992

/II

1993

/I

1993

/II

1994

/I

1994

/II

1995

/I

1995

/II

1996

/I

GRÁFICO 3 - EVOLUÇÃO DOS CONCLUINTES, SAÍDAS E TAXA DE PRODUTIVIDADE - ANO/SEMESTRE 1990/I - 1996/I

C onclu in tes

S aídas

T axa de Pr odu tiv idade

Fonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia

193

Podemos observar uma taxa de produtividade bastante significativa considerando as matrículas inicial e

final, verificadas no quadro inicial e nos Gráficos 2 e 3.

A evasão e repetência não foi possível ser identificada especificamente. As mesmas foram categorizadas

como “saídas”, seja por trancamento de matrícula, transferência para outras Universidades ou Cursos e a

desistência propriamente dita.

194

QUADRO GERAL DO CURSO DE PEDAGOGIA - NOTURNO - CAMPUS I - CONCLUINTES POR HABILITAÇÃO- 90-96-I

Ano/ CONCLUINTES POR HABILITAÇÃO

Semestre Supervisão Escolar Educação Escolar Orientação

Educacional

Administração Escolar Matérias

Pedagógicas

Séries Iniciais Total

1990/I – – – – – – –

38 – – – – – 38

1990/II 01 32 61 – – – 94

1991/I – 11 22 – – – 33

1991/II – 25 51 – – – 76

1992/I – 03 02 25 – – 30

1992/II – – 24 33 21 27 105

1993/I – 01 02 – 17 – 20

1993/II – 24 – – 21 16 61

1994/I – 8 – – 20 14 42

1994/II – 32 – – 22 31 85

1995/I – – – – 32 18 50

11995/II 11 31 – – 14 3 59

11996/I 14 28 – – 22 – 64

Fonte: Setor de Registros de Diplomas - UNIVALI

195

1990

/I

1990

/II

1991

/I

1991

/II

1992

/I

1992

/II

1993

/I

1993

/II

1994

/I

1994

/II

1995

/I

1995

/II

1996

/I

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1990

/I

1990

/II

1991

/I

1991

/II

1992

/I

1992

/II

1993

/I

1993

/II

1994

/I

1994

/II

1995

/I

1995

/II

1996

/I

GRÁFICO 4 - CONCLUINTES DAS HABILITAÇ ÕES - SUPERVISÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR - ANO/SEMESTRE 1990/I - 1996/I

Supervisão Escolar

Educação EscolarFonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia

1990

/I

1990

/II

1991

/I

1991

/II

1992

/I

1992

/II

1993

/I

1993

/II

1994

/I

1994

/II

1995

/I

1995

/II

1996

/I

0

10

20

30

40

50

60

70

1990

/I

1990

/II

1991

/I

1991

/II

1992

/I

1992

/II

1993

/I

1993

/II

1994

/I

1994

/II

1995

/I

1995

/II

1996

/I

GRÁFICO 5- CONCLUINTES DAS HABILITAÇ ÕES - ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - ANO/SEMESTRE 1990/I - 1996/I

Orientação Educacional

Administração EscolarFonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia

196

Os índices bastante diferenciados nos Gráficos nº 1, 2 e 3 dos Concluintes por Habilitação deve-se à

opção dos alunos de acordo com as disposições regimentais da UNIVALI.

Outro aspecto a ser considerado refere-se às alterações curriculares.

QUADRO GERAL DO CURSO DE PEDAGOGIA - VESPERTINO - CAMPUS I - ITAJAÍ - 90-93

Ano/

Semestre

Vagas

oferecidas

1ª Opção

2ª Opção

Matrícula

Concluintes por Habilitação

e ocupadas Nº Candid Índice Nº Candid Índic OE PE Total

1990/I 60 45 0,75 81 1,35 105 – – –

1990/II – – – – – 72 15 – 15

1991/I – – – – – 45 – – –

1991/II – – – – – 34 12 – 12

1992/I – – – – – 23 – – –

1992/II – – – 16 – – –

11993/I – – – 21 – – –

11993/II – – – 10 – 10 10

197

6.9 INFRA-ESTRUTURA DO CURSO

6.9.1 Espaço Físico

INSTALAÇÕES OCUPADAS PELO CURSO DE PEDAGOGIA

Há um sentimento generalizado dos sujeitos (professores e alunos) envolvidos no Curso de Pedagogia

que, de uma ou de outra forma, sentem-se prejudicados pela falta de um espaço físico que os congregue de forma

mais próxima, de modo a facilitar as ações tanto administrativas quanto pedagógicas.

Este é um sentimento fundamentado numa verdade óbvia, pois historicamente o curso nunca teve seu

espaço físico próprio. Aliás, nas suas origens, quando funcionava ainda no Colégio Estadual Deputado Nilton

Kucker, o curso caracterizava-se por uma aproximação maior, o que gerava maior controle e possibilitava

atender com maior presteza às necessidades do cotidiano.

Após a ocupação do Campus Universitário I, à medida em que outros cursos foram sendo criados, o

Curso de Pedagogia passou a não ter mais um espaço definido, se diluindo em até 05 Blocos distintos, gerando

um descontentamento, pois as ações de Direção e Coordenação do Curso ficam dispersas, escapando muitas

vezes ao controle dos mesmos e não permitindo a integração e interação do corpo discente e docente.

Quando questionados através dos instrumentos de pesquisa, os professores e alunos assim se

pronunciaram: “A definição de espaços e ambientes Pedagógicos, e reivindicações de infra-estrutura adequada

para desenvolver um curso por excelência, são condições necessárias” e a “luta pela conquista de um Bloco

específico para o curso”, foi outra questão bastante enfatizada.

Fica assim demonstrado de maneira inequívoca o desejo de todo o corpo discente e docente de ver

respeitados os seus direitos de terem para o Curso de Pedagogia um Bloco próprio, condizente com sua situação

de curso mais antigo e de muita relevância social.

O quadro a seguir demonstra a fragmentação espacial do próprio Curso.

O encaminhamento de professores e alunos para diversos blocos dificulta a comunicação, a construção

da própria identidade do Curso.

198

6.9.2 Distribuição das Salas

1º SEMESTRE/96

PEDAGOGIA

NOTURNO - CAMPUS I

CURSO PERÍODO SALA BLOCO ANDAR

1º A 03 E.P.P.P –

1º B 04 E.P.P.P –

2º A 110 12 Térreo

2º B 109 12 Térreo

P 3º A 108 12 Térreo

E 3º B 105 12 Térreo

D 4º A 104 12 Térreo

A 4º B 103 12 Térreo

G 5º SI 09 10 1º

O 5º PE 10 10 1º

G 6º MA 11 10 1º

I 6º SI 93 11 1º

A 7º SI 94 11 1º

7º MA 95 11 1º

8º PE 96/A 11 1º

9º SE 96/B 11 1º

Direção da Faculdade 04 01 Térreo

OUTRAS SALAS Coordenação da Prática de Ensino e

Estágios Supervisionados

08

10

199

Acervo Bibliográfico disponível para o Curso de Pedagogia

O acervo bibliográfico dos livros distribuídos por assunto conforme o sistema de classificação da tabela

de Classificação Decimal Universal CDU, bem como o acervo de periódicos gerais e específicos podem ser

visualizados nos quadros anexos.

Pode-se observar um aumento anual do acervo, ainda pouco significativo, uma vez que o número de

alunos matriculados nos Cursos por semestre, é de 550 em média. Do acervo disponível há uma carência de

autores estrangeiros publicados em Portugal e Espanha ou traduzidos já para nosso idioma, bem como as

publicações feitas em 1995/1996 pelas editoras nacionais.

6.9.3 Levantamento dos Títulos dos Periódicos da Biblioteca Central Comunitária

6.9.4 Recursos Audiovisuais

Os Recursos Audiovisuais disponíveis na Universidade são comuns a todos os cursos. Devido ao

trânsito constante dos aparelhos para os diversos Blocos, os mesmos já se encontram danificados, quanto ao seu

funcionamento e capacidade de aproveitamento.

Relacionamos abaixo os aparelhos existentes:

25 Retroprojetores

14 Televisores

12 Vídeo-cassetes

19 Telões

Além dos equipamentos citados, existe na Sala de Apoio Pedagógico e Supervisão das Práticas e

Estágios de Pedagogia, alguns equipamentos provenientes de convênios com o PRONAICA, quais sejam:

01 Computador 486

01 Impressora HP 680C

01 Televisão

01 Vídeo-cassete

01 conjunto de mobiliário

A sala e os instrumentos acima mencionados representam uma conquista positiva na opinião dos

professores e alunos, o que foi constatado nos instrumentos de pesquisa, na questão “Destaques e Avanços do

Curso de Pedagogia”.

Mas de longe não é suficiente e o necessário para formação de educadores para atualidade. O Curso de

Pedagogia necessita urgente de um Laboratório de Informática, para atender as necessidades do novo currículo

em fase de estudo.

200

6.9.5 Órgãos Financiadores da Pesquisa para o Curso

O Programa de Bolsas de Iniciação Científica - ProBIC foi implantado para estimular o estudante a

participar de Projetos desenvolvidos por alunos e orientados por Docentes.

O ProBIC foi aprovado pela resolução nº 30/CEPE/94 e apóia propostas de trabalho em todas as áreas

da Universidade priorizando aquelas que se enquadram nos planos dos Grupos e Núcleos de Pesquisa, ou

Unidades de Ensino. Para 1996, foram aprovadas 71 bolsas de pesquisa.

Dos 71 Projetos aprovados, 04 projetos do Curso de Pedagogia foram aprovados, envolvendo 05 alunos.

Este número apresenta-se pouco significativo, diante da necessidade de se pesquisar as práticas

pedagógicas e as ações educacionais da Região. O corpo docente tem demonstrado interesse na implantação do

Núcleo de Pesquisa em Educação.

Entre os docentes do Curso, há uma desmotivação em relação à apresentação de projetos ao PROBIC,

pela não aprovação da maioria dos projetos enviados em 1995/96. Esta percepção foi considerada por 6

professores que assim se pronunciaram: “Os Projetos de Pesquisa e Extensão não são aprovados e liberados na

mesma proporção dos demais cursos, discriminando assim o setor das Licenciaturas”.

Apesar das dificuldades de se operacionalizar a pesquisa no Curso de Pedagogia, os docentes a partir de

suas pesquisas de formação - elaboração de dissertações e Teses -, estão agilizando a implantação do Núcleo de

Pesquisa em Educação, com a finalidade de orientar, incentivar e institucionalizar estudos e pesquisas na área de

Educação.

201

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI - FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E

LETRAS

NÚCLEO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO - NUPED

Produção Intelectual dos Docentes 1995/96

1) Natureza Técnica: Cursos de Curta Duração

a) Docência - Mestrado - 03

b) Docência - Especialização - 09

c) Cursos de Extensão - 17

d) Cursos de Aperfeiçoamento - 14

e) Coordenação - Especialização - 15

2) Natureza Técnica: Serviços Técnicos

a) Elaboração de Projetos – 24

b) Assessoria - 04

c) Estágio Supervisionado Doutorado (exterior) - 01

d) Pareceres – 02

e) Coordenação de Estágios das licenciaturas - 27

3) Natureza Técnica: Apresentação de Trabalhos

a) Seminários Nacionais - 06

b) Seminários Internacionais - 01

c) Comunicações - 07

d) Conferências - 01

e) Simpósios - 01

f) Apresentação / defesa dissertação - 05

g) Painel - 01

h) Congressos - 02

4) Natureza Técnica: Programa de Rádio ou Televisão

a) Entrevistas na televisão - 06

b) Entrevistas (debate) rádio - 02

5) Natureza Bibliográfica: Artigo em Jornal ou Revista

a) Artigo em revista - 10

b) Entrevista Jornal - 01

c) Elaboração produção de Jornal - 03

d) Artigo em Periódico - 01

e) Artigo em jornal - 06

6) Natureza - Coletânea, texto integral, verbete, capítulo, outros

a) Livros editados - 05

202

PESQUISA EM DESENVOLVIMENTO E PESQUISADORES

Fonte Financiadora Pesquisa Institucional Pesquisa de Formação Pesquisador

Nova Tecnologia e a

Formação do Educador

Dissertação

Hélio Floriano

PROBIC

1996

97

Um estudo da prática

Pedagógica do Curso de

Psicologia da UNIVALI e

suas relações com as

necessidades objetivas da

sociedade atual

Emoção e afetividade no

contexto de sala de aula:

concepções de

Professores e Direções

para o Ensino.

Maria Mersilda

PROBIC

1996

97

O auto-conceito e auto-

imagem do aluno repetente e

as conseqüências na

continuidade do processo de

Alfabetização

Maria Mersilda

M. Saúde DST - AIDS - Drogas nas

Escolas Particulares

Denise Stringari

M. Saúde Saúde Familiar Denise Stringari

PROBIC

1996

O uso da informática na const.

das habilidades cognitivas - 1ª

série do 1º grau

A educação e as relações

de trabalho no

capitalismo

contemporâneo uma

redefinição nos

pressupostos e

fundamentos

educacionais.

Hanelore Henicka

Efetividade do Currículo

por atividade no Ensino

de 1º de grau

Neusa Maria Rebello

PROBIC

1997

Análise das concepções de

Conhecimento Científico dos

Professores que atuam nas

Séries Iniciais do Ensino

Margarida E. de Borba

Yara Cristina C. Pereira

Fundamental da Rede Pública

Estadual de Ensino na Região

da 13ª CRE.

Fonte Financiadora Pesquisa Institucional Pesquisa de Formação Pesquisador

203

Refletindo a Prática de

Ensino Ontem e Hoje/

Dissertação

Alzira Beatriz Cunha

Indicativos

Metodológicos de

Ciências nas Séries

Iniciais, uma abordagem

Piagetiana

Dissertação

Pedro Valmir de Borba

A Formação do Professor

na Universidade: a

questão das licenciaturas

Dissertação

Walter Amaro Baldi

Produção do Espaço Urbano? Produção do Espaço

Urbano

Dissertação

Francisco Antônio dos

Anjos

Textualização: um

enfoque interacionista

para a escrita escolar

Tese

Osmar de Souza

O desenvolvimento dos

conceitos básicos para a

aprendizagem da História e da

Geografia

Subsídios

Psicopedagógicos para o

atendimento de crianças

hiperativas

Dissertação

Ângela Virgínia Calliari

Costa

Avaliação Institucional Formação do Professor de

Ciências e Matemática

para o 1º Grau

Dissertação

Avaliação dos

conhecimentos científicos

dos alunos das 8ª séries

do 1º grau

Tese

José Erno Tagliéber

Fonte Financiadora Pesquisa Institucional Pesquisa de Formação Pesquisador

Trabalho Pedagógico Lenir Novaes

204

realizado em parceria

num processo de

reflexão-ação - reflexão

do cotidiano escolar

Dissertação

A investigação dialógica como metodologia de ensino da filosofia no 3º grau Dissertação em realização

Vilmar Vandresen

PROBIC

1997

Os critérios de avaliação de

ensino-aprendizagem nas 1ªs

séries do 1º grau e fenômeno

da repetência, no município de

Porto Belo - SC

Evasão e Repetência no ensino

do 1º grau da 13ª CRE, no

período de 91-95: uma análise

comparativa dos dados com o

discurso institucional da

avaliação

Avaliação Escolar e

Identidade: ação de

formação do sujeito

Tese

Amândia Maria de

Borba Batchauer

Conhecimento e

Currículo

Danilo Campestrini

Alfabetização na Pré-

Escola: apreciação

analítica e contribuições

para a construção de um

caminho interdisciplinar

Dissertação

Ana Luiza Máximo

Ramos

Vida de Professora

Dissertação

Maria Rosa Heleno

Schulte

PROBIC

1997

Expansão da Periferia Oeste

de Itajaí (SC): processo de

(re)produção do espaço em

antiga área rural - o caso de

Rio do Meio e Itaipava

Sônia Miriam Moreira

205

PROJETO EVENTO DURAÇÃO PRESTADIOS FRUITIVOS OBJETIVO

Concepção de “Atenção

Integral” na Educação

Infantil

Seminário

20 h

Alunos do 8º Período

do Pré-Escolar

Professores que atuam na

Educação Infantil:

– creches

– Jardins

– Pré-Escola

Refletir junto com os professores a problemática referente à

educação infantil no contexto da realidade em que atuam.

A Proposta e a Prática

Pedagógica da Educação

Municipal em Tijucas

Pesquisa

30 h

(cada estagiário)

Alunos do 8º Período

de Pedagogia

Professores da Rede Municipal:

Tijucas. Alunos do Curso de

Magistério.

Conhecer e analisar a proposta e a prática pedagógica

desenvolvida pelo sistema municipal de ensino de Tijucas.

A participação dos pais na

melhoria do ensino

Reuniões com

pais e

professores

40 horas

8 horas

semanais

Alunos do 7º Período

M.ª

Pais, alunos e professores do

Colégio Estadual Prof. Henrique

da Silva Fontes.

Aprofundar o conhecimento sobre a realidade escolar,

favorecendo reflexões sobre uma práxis criativa e

transformadora na perspectiva da melhoria da qualidade de

ensino.

A Prática de Filo–sofia no

contexto do ensino de 1ª a

4ª série.

Aulas no

Colégio de

Aplicação da

UNIVALI

24 h/a por aluno

Alunos do 7º Período

de M.ª Pedagogia

Alunos de 1ª a 4ª série do ensino

de 1º grau

Refletir sobre o fazer pedagógico estabelecendo articulação

entre teoria/prática a partir das atividades programáticas da

disciplina e da observação “in loco” nas U.E.

Prática de Ensino na

Escola de 2º grau

“Compartilhando nossas

Vivências Pedagógicas.

Curso

20 h/a

Alunos do 7º P. M.ª e

8º P. Pré.

Professores e alunos estagiários

do magistério do município de

Gaspar

Repensar a prática pedagógica a partir da própria prática

num processo de ação-reflexão-ação.

206

PROJETO EVENTO DURAÇÃO PRESTADIOS FRUITIVOS OBJETIVO

A Pedagogia Freinet e suas

implicações na Pré-Escola

Seminários

40 h/a

Alunos do 8º P. do

Pré-Escolar

Professores e coordenadores das

instituições de Educação Infantil

do município de Itajaí

Discutir junto aos profissionais que atuam nas

instituições-alvo do Estágio a Pedagogia Freinet e suas

implicações na Pré-Escola.

Conhecendo a rea–lidade

das séries iniciais (1ª a 4ª

sé–rie)

Participação nas

atividades de sala

de aula

40 h/a

Alunas do 8º P. das

Séries Ini–ciais

Alunos das Séries Iniciais das

escolas: Escola “Valter Vicente

Gomes”, Centro Ed. Arco Íris.

Investigar a realidade cotidiana das Séries Iniciais na

perspectiva de transformações pedagógicas.

O Estudo do Cotidiano da

Escola de 1º grau (1ª a 4ª

série)

Interação direta

no cotidiano

escolar

64 h/a

Alunas do 8º P. S.I.

Alunos das Séries Iniciais das

Escolas Públicas

Pesquisar o cotidiano da escola pública procurando

articular teoria/prática na perspectiva de produção de um

novo conhecimento.

Percorrendo o legal e o

real do ensino de 2º grau

no município de Itajaí.

Aulas Práticas

Seminário

40 h/a

Alunas do 7º P. M.ª

disciplina de Estrutura

Alunas dos 8ºsérie da rede

municipal de ensino de Itajaí

Pesquisar a estrutura e o funcionamento do ensino de 2º

grau na perspectiva de oferecer os conhecimentos aos

alunos das 8ªs séries.

Refletindo a didática no

Curso de Magistério - 2º

grau

Aulas Práticas

40 h

Alunas do 8º P. Séries

Iniciais

Alunas do 2º e 3º magis–tério do

Colégio Estadual “Victor

Meirelles”.

Repensar a Didática enquanto disciplina que dá

sustentação teórico/prática às atividades pedagógicas.

207

Estes são alguns dos projetos que desenvolvemos na perspectiva de proporcionar ao futuro profissional

da educação oportunidades de desenvolver uma práxis criadora na medida em que teoria/prática se articularam na

sua prática pedagógica.

A possibilidade de articulação entre ensino-extensão também se fez presente, procurando atender

solicitações das Secretarias Municipais de Educação da Micro-Região da AMFRI, no que se refere à troca de

experiências, estudos e análises de temas que contribuam para a melhoria do processo ensino aprendizagem.

O que vimos e sentimos são resultados ainda tímidos dadas as nossas dificuldades de recursos materiais

e humanos. Portanto, temos consciência de nossas limitações, dúvidas na nossa caminhada, nas certezas da nossa

vontade de querer acertar.

6.10 ESTÁGIOS: LEGISLAÇÃO, OBJETIVOS E ETAPAS DO SEU DESENVOLVIMENTO

A Prática de Ensino sob a forma de Estágio Supervisionado nas diferentes disciplinas da Faculdade de

Filosofia, Ciências e Letras - UNIVALI -, situada em Itajaí, Campus I, consiste numa orientação de trâmite

administrativo-educacional à disposição do estagiário para sua organização e comunicação constante com a

coordenação e direção da respectiva Faculdade.

A UNIVALI considera o estagiário um pré-profissional capaz de revelar o perfil profissiográfico

requerido pelo curso.

Legislações que fundamentam a Prática do Estágio.

– A Prática do Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia está normatizada em Legislação

específica que se seguem:

* Lei nº 6.494 de 07/12/77, referentes aos estágios de ensino superior, 2º grau (profissionalizante ou

supletivo).

* Decreto nº 87.497 de 18/08/92, revoga a Lei anterior, nos limites que especifica e dá outras

providências.

* Decreto nº 89.476 de 12/03/84: Regulamenta dispositivo do regulamento da lei nº 6.494 de 07 de

dezembro de 1977.

* Resolução nº 05/CEPE/88: Aprova as diretrizes educacionais e administrativas para as atividades de

estágios supervisionados e atividades complementares de ensino aprendizagem.

– O Estágio Supervisionado atenderá os acadêmicos dos cursos de ciências de 1º grau com habilitação

em Biologia e Matemática, Estudos Sociais, História, Geografia, Letras e Pedagogia, nas habilitações de Pré-

Escolar, Supervisão Escolar, Orientação Educacional, Administração Escolar, Magistério das Séries Iniciais e

Matérias Pedagógicas de 2º grau.

– A Prática de Ensino terá por finalidade a formação de Professores qualificados para atuarem nos

respectivos níveis de Ensino, nos diferentes campos de conhecimento humano, envolvidos com o processo sócio-

político-econômico e cultural da sociedade.

Os Objetivos da Prática de Ensino – O Estágio.

208

Os objetivos gerais da Prática de Ensino dos Cursos de Licenciaturas da Faculdade de Filosofia

abrangem:

– Evidenciar a formação do Educador, professor de 1º e 2º graus, com competência Científica, Técnica

e Política.

– Organizar um projeto coletivo de conhecimento que enfatize o desenvolvimento de uma atitude

crítica frente à realidade que o envolve.

– Promover ações conjuntas sobre a realidade transformando-a no sentido da melhoria da qualidade de

vida humana.

– A Prática de Ensino dos cursos de licenciatura da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras tem

como objetivos específicos:

a) Vincular o conhecimento teoria à realidade concreta.

b) Prestar auxílio Técnico-Pedagógico aos Professores, Diretores e Especialistas das Unidades de

Ensino de 1º e 2º graus.

c) conduzir o acadêmico a estabelecer articulação teórico-prática, trabalhando os conteúdos de forma

interdisciplinar.

d) Favorecer o domínio do conhecimento técnico-político-pedagógico, contribuindo para a melhoria

do Processo Ensino-Aprendizagem.

Atividades da Prática de Ensino

As atividades da Prática de Ensino estão divididas em 05 etapas:

1ª) Etapa de Diagnóstico da Realidade.

2ª) Etapa de Planejamento do Projeto de Ensino.

3ª) Etapa do Estágio - Atividade Prática

4ª) Etapa do Seminário de Avaliação

5ª) Etapa de Produção Final.

– A Estrutura organizacional da Prática de Ensino dos cursos de licenciatura da Faculdade de

Filosofia, Ciências e Letras estará assim representada:

1 – Um coordenador geral de estágio

2 – Um professor-orientador da disciplina

3 – Um responsável da Instituição ou do campo de Estágio

– Ao estagiário compete:

* negociar sua liberação na empresa ou local de seu trabalho.

* conhecer o local de estágio.

* Apresentar-se no local de estágio com a devida apresentação da Direção da Faculdade e

Coordenador de Estágio.

* Comparecer com assiduidade no local de Estágios nos horários previstos.

* Elaborar, desenvolver e avaliar o Projeto das atividades das Práticas de Ensino de acordo com as

normas da Universidade.

* Cumprir as normas internas das instituições onde estiver realizando seu Estágio.

209

* Manter sigilo quanto a informações confidenciais, que por ventura lhe fizeram, na instituição,

durante a Prática de Ensino.

* Emitir parecer avaliativo quanto ao desenvolvimento do estágio.

* Entregar monografia ou o relatório final, na data determinada.

* Aceitar o Parecer avaliativo quanto ao desempenho de suas atividades da Prática de Ensino.

Finalizando a questão do estágio, registramos algumas questões que verificamos nos instrumentos de

pesquisas, quais sejam:

* Que os semestres iniciais, principalmente na disciplina de Didática e as disciplinas que

fundamentam o curso (Sociologia, Psicologia e Filosofia), devem ser fortalecidas na direção do futuro estágio.

* Que o estágio seja uma preocupação constante no percurso do Curso de Pedagogia e não apenas

um momento no final do mesmo, quando há um acúmulo de atividades, não contribuindo efetivamente para uma

boa prática.

* Que os estágios possam ser praticados nas Unidades Escolares, de atuação do estagiário, evitando

transtornos de ordem Administrativa e Pedagógica será possível realizar um trabalho de melhor qualidade.

Fonte Pesquisada: Caderno construindo a UNIVALI

Área: Ciências Humanas: Educação

Ano: 1993 - nº 05 - mês: outubro

6.11 PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CONTEXTO DO CURSO DE

PEDAGOGIA

Falar das Práticas de Ensino e dos Estágios Supervisionados no Curso de Pedagogia é falar da formação

do futuro professor numa visão crítica e numa perspectiva de formação continuada.

Com esta referência, compartilhamos com Mediano (1984:140), ao destacar que “...a prática de ensino

não pode estar reservada a um momento final, mas perpassa todo o curso de graduação que o aluno faz”.

Acreditamos que esta deva ser a idéia primordial, a ser, por nós perseguida, enquanto profissionais do Curso de

Pedagogia preocupados com a formação do aluno-professor (formação inicial) e do professor-aluno (formação

continuada).

Não podemos conceber o coroamento da formação inicial com a realização ou Práticas e Estágios como

ponto de chegada de uma trajetória acadêmica. Devemos, sim, considerá-los como ponto de partida para novas

ações e reflexões quando vivenciado e produzindo um trabalho pedagógico que se caracteriza pelo “saber” e pelo

“saber fazer” num processo dialético: ação-reflexão-ação.

É assim que pensamos e concebemos as Práticas de Estágios no Curso de Pedagogia. Entretanto, temos

consciência de que, diferentes fatores, através dos diferentes tempos históricos e cronológicos, quer a nível

macro (o Social mais amplo), quer a nível micro (a Universidade), concorrem para a não realização das Práticas e

dos Estágios de forma articulada aos objetivos do Curso e da realidade cotidiana da escola pública de 1º e 2º

graus.

210

Importante situar os fatores que, parecem-nos, provocam a desarticulação entre o pensar e o fazer da

Prática e do Estágio no contexto do Curso de Pedagogia. Nossa intenção é que possam ser refletidos, na

perspectiva de novos direcionamentos para a formação do futuro profissional da educação:

– a não articulação teoria-prática que perpassa todos os momentos do curso.

– a não relação entre as disciplinas de “conteúdo comum” e as disciplinas pedagógicas.

– o campo de estágio visto, sentido e trabalhado como um campo de aplicação de teorias, conceitos,

regras e “receitas”, desenvolvidas durante o curso e não como um campo de investigação-ação.

– o estágio articulado somente ao ensino, desvinculado da pesquisa.

– o pouco contato com disciplinas de conteúdos pedagógicos, provocando deficiências e dificuldades

dos alunos com relação aos conhecimentos metodológicos e didáticos específicos.

– a redução dos campos de estágios, especificamente dos materiais pedagógicos de 2º grau.

– o desconhecimento total de alguns acadêmicos da realidade cotidiana da escola pública e ou

particular (alguns não são professores).

– a grande quantidade de alunos para um só orientador.

Procuramos, com nossos pares, nesses 3 últimos anos refletir sobre esses fatores num diálogo

permanente com a realidade investigada – A Prática de Ensino – O Estágio Supervisionado. Deles aprendemos a

possibilidade de novos caminhos na busca da superação de tais dificuldades.

Dessa forma, buscamos desenvolver as Práticas e os Estágios a partir de 3 dimensões:

1) da negociação: enquanto o trabalho em parceria dos acadêmicos-estagiários com as Escolas Públicas

de 1ºe 2º graus e/ou instituições comunitárias. Parceria no sentido de um trabalho que possibilite o intercâmbio

de ajuda-mútua e não de ação-ajuda. Assim entendido buscamos “... uma participação não invasiva, mas

consentida e/ou permitida que como tal está imersa no comportamento, nas responsabilidade com a

transformação da realidade cotidiana. (Mattos, 1994:6).

2) da investigação: enquanto prática que obriga a pesquisar, a conhecer, a perceber, a sentir e

compreender o significado das ações que ocorrem no interior da realidade investigada.

Nesta perspectiva, ao buscarmos a investigação como prática na formação inicial do professor,

especificamente nas Práticas e Estágios, nos apoiamos em 3 (três) razões apontadas por Perrenoud (1993:118):

a) como modo de apropriação ativa de conhecimentos de base em ciências humanas;

b) como preparação para a utilização ou resultados da investigação em educação ou para a participação

no seu desenvolvimento.

c) como paradigma transponível no quadro de uma prática refletida.

3) da intervenção direta: enquanto prática articulada à negociação e à investigação, delas retirando

elementos significativos, possíveis de transformações na própria prática do futuro profissional.

Intervir significa mexer, mudar, participar, transformar transformando-se.

Acredito, este é o caminho, para nós, professores do Curso de Pedagogia (Práticas e Estágios), que está

sendo trilhado na perspectiva de oferecer oportunidades teórico/práticas que permitam ao futuro professor

vivenciá-las pelo “saber” e pelo “saber fazer”.

Para tanto, procuramos desenvolver alguns projetos que revelam, de forma tímida, características das

dimensões acima mencionadas

211

6.12 CORPO DOCENTE

RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE - 3º GRAU/UNIVALI - 1996/I - PEDAGOGIA

Nº PROFESSOR GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO ANO INSTITUIÇÃO UF Nível Título Completo Em Curso

01 Ailton Limas Patrício Educ. Física Pedagogia

Espec. Educação Física X 1982 UFSC SC

02 Alberto Machado Niece Educ. Física Mestr. Espec.

Psicologia da Educação Ensino da Educ. no 1º Grau

X X

1995 1983

PUC UFPR

SP SC

03 Alzira Beatriz Cunha Pedagogia Mestr. Espec. Espec.

Supervisão e Currículo Supervisão Escolar Metodologia do Ensino

X X

X 1981

1983

PUC UDESC UDESC

SP SC SC

04 Amândia Maria B. Batschauer Pedagogia Espec. Mestr. Doutr.

Administração Escolar Educação Supervisão e Currículo

X

X

1983 1993 1996

UFSC PUC USP

SC SP SP

05 Ana Luiza Máximo Ramos Pedagogia Mestr. Espec.

Educação Orientação

X X

1995 1988

UFPR UNIVALI

PR SC

06 Ângela Vergínia C. Costa Geografia Pedagogia

Mestr. Espec. Espec.

Educação Orientação Educacional Metodologia do Ensino

X X X

1992 1981 1983

PUC FESS UDESC

RS RJ SC

07 Carla F. G. Alves da Silva Matemática Espec Ciências: Matemática X 1987 FURB SC 08 Ceili Borba Furtado Geografia

Ed. Artística Espec. Espec.

Turismo e Hotelaria Metodologia do Ensino

X X

1994 1983

UNIVALI UDESC

SC SC

09 Cinéria Vieira da Costa Pedagogia Ciências

Espec.

Metodologia do Ensino

X

1983

UDESC

SC

10 Clóvis Demarchi Direito Filosofia

Mestr. Espec. Espec.

Direito: Dogmática Jurídica História da América Metodologia do Ensino Superior

X X

X

1989 1991

UNIVALI UFPR UNIVALI

SC PR SC

11 Danilo Campestrini Ciências Filosofia

Mestr. Espec.

Educação Metodologia do Ensino

X X

1994 1983

UFPR UDESC

PR SC

Nº PROFESSOR GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO ANO INSTITUIÇÃO UF

212

Nível Título Completo Em Curso 12 Denise Stringari Marcos Enfermagem

Mestr.

Espec.

Educação

Enfermagem: Docência de

Enfermagem a nível de 3ºgrau

X

X

1995

1982

UFPR

UFSC

PR

SC

13 Edison D´Avilla Letras

Mestr.

Espec.

História

Metodologia do Ensino

X

X

1995

1983

UFSC

UDESC

SC

SC

14 Evanice Silva do Carmo Fonoaudiologia Espc. Metodologia do Ensino X 1983 UDESC SC

15 Geraldo José Medeiros Júnior Filosofia Espec. Metodologia do Ensino X 1995 Fac Ouro Fino MG

16 Geremias Moretto Letras

Mestr.

Espec.

Espec.

Letras: Literatura Brasileira

Língua Portuguesa

Letras: Língua Portuguesa

X

X

X

1989

1987

UFSC

FFCL de R

FEPEVI

SC

SP

SC

17 Glória Maria A. F. Cristofolini Pedagogia Espec. Educação: Supervisão Escolar X 1987 Fun.Educ.

Sev. Sombra

RJ

18 Hélio Floriano dos Santos Pedagogia Mestr. Educação: Ensino Superior

Didática do Ensino Superior

X

X FURB

FEPEVI

SC

19 Jonas Tadeu Nunes Pedagogia

Direito

Filosofia

Estudos Sociais

mestr. Administração

Metodologia do Ensino

Direito Processual, Civil e do Trabalho

X

X

X

1995 UFSC

UDESC

FEPEVI

SC

20 José Nilton de Almeida Filosofia Mestr. Fundamentos da Educação X 1994 UEM PR

21 Laércio Antônio Baggio Administração

Psicologia

Espec. Psicologia para o Magistério

Superior

X

UNIVALI SC

Nº PROFESSOR GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO ANO INSTITUIÇÃO UF

213

Nível Título Completo Em Curso 22 Lenir Novaes Pedagogia Espec.

Espec.

Mestr

Orientação Educacional

Supervisão Escolar

Metodologia de Ensino

X

X

X

1973

1983

1996

UPF

FESS

UNICAMP/

UNICENTRO

RS

RJ

SP

PR

23 Mara Rosana Gonçalves Santos Pedagogia Espec.

Espec.

Metodologia da Ciência

Supervisão de Treinamento para Empresas

X

X

1994

1989

CIES

PUC

PR

RS

24 Márcia Schmitt de Souza Enfermagem Mestr.

Espec.

Espec.

Espec.

Assistência da Enfermagem

Enfermagem e Seg. do Trabalho

Didática do Ensino Superior

Enfermagem Pediátrica

X

X

X

X

1985

1988

1986

UFSC

FEPEVI

UNIVALI

UFPR

SC

SC

SC

PR

25 Margarida de Oliveira Rebelo Pedagogia Mestr.

Espec.

Educação

Alfabetização

X

X 1994

1992

UFPR

UNIVALI

PR

SC

26 Maria de Assis Straseio Letras Mestr.

Espec.

Espec.

Linguística

Língua Portuguesa

Didática do Ensino Superior

X

X

X

1986

1989

UNIVALI

UFPR

UNIVALI

SC

PR

SC

27 Maria Eulália Souza Pereira Pedagogia Espec

Espec.

Administração

Metodologia do Ensino Escolar

X

X

1988

1983

FEPEVI

UDESC

SC

SC

28 Maria Heidemann Pedagogia Espec. Administração Escolar X 1983 UFSC SC

29 Maria Mersilda Pinheiro Pedagogia

Ciências

Mestr.

Espec.

Espec.

Psicologia da Educação

Psicologia da Aprendizagem

Orientação Educacional

X

X

X

1995

1984

1986

PUC

CAPES

PUC

SP

DF

MG

Nº PROFESSOR GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO ANO INSTITUIÇÃO UF Nível Título Completo Em Curso

214

30 Maria Rosa Heleno Schulte Pedagogia Mestr.

Espec.

Educação

Metodologia do Ensino

X

X

1995

1983

PUC

UDESC

SP

SC

31 Maria Tereza F. L. M. Passos Filosofia

Educação Física

Mestr.

Espec.

Educação

Psicologia para o Magistério Superior

X

X

1990

PUC

UNIVALI

PR

SC

32 Maria Zélia Busarello Pedagogia Espec.

Espec.

Supervisão Escolar

Educação: Adm. Escolar

X

X

1982

1986

FESS

FESS

RJ

RJ

33 Marialva Spengler Pedagogia Mestr. Supervisão e Currículo X 1996 UNIVALI SC

34 Marlene Novaes Pedagogia Mestr.

Espec.

Turismo e Lazer

Metodologia do Ensino X

X

1983

USP

UDESC

SP

SC

35 Nair Theezinha Pereira da Silva Letras Mestr.

Espec.

Espec.

Educação: Ensino

Língua Portguesa

Literatura Brasileira

X

X

X

1997

1973

1982

Furb

UNIVALI

UFSC

SC

SC

SC

35 Nerilda Santos Foltran Pedagogia Mestr.

Espec.

Educação

Supervisão Escolar

X

X

1993

1988

PUC

PUC

SP

MG

36 Neusa M. Rebello Vieira Pedagogia Espec. Metodologia do Ensino X 1983 UDESC SC

37 Paulo Roberto C. da Silva Estudos Sociais

Filosofia

Direito

Mestr.

Mestr.

Espec.

Espec.

Direito: Dogmática Jurídica

Educação no Ensino Superior

Dto Const. Econ. e Financeiro

Metodologia do Ensino

X

X

X

1982

1983

UNIVALI

FURB

UFSC

UDESC

SC

SC

SC

SC

Nº PROFESSOR GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO ANO INSTITUIÇÃO UF

Nível Título Completo Em Curso

215

38 Pedro Francisco Bettoni Administração Mestr.

Espec.

Espec.

Espec.

Relações Econônicas, Sociais e

Internacionais

Engenharia de Produção

Administração Universitária

Didática do Ensino Superior

X

X

X

X

1994

1992

1989

UNIVALI

UNIVALI

ACAFE

UNIVALI

SC

SC

SC

SC

39 Pedro Valmir de Borba Ciências Mestr.

Espec.

Educação

Biologia Geral

X

X

1995

1989

UFSC

FESS

SC

RJ

40 Rita Bastos Santos Pedagogia Espec. Administração Escolar X 1986 Univ.Intern.

Andalucia

41 Rosa Sedrez Letras Espec.

Espec.

Língua Portuguesa: Redação

Metodologia do Ensino

X

X

1982

1983

UNIVALI

UDESC

SC

SC

42 Valéria Silva Ferreira Pedagogia Mestr.

Espec.

Educação: R. H. e Educação

Metodologia do Ensino das S.I.

X

X

1991

UFPR

UNIVALI

PR

SC

43 Vilmar Vandresen Filosofia

Direito

Espec.

Mestr.

Psicologia Educacional

Educação: Currículo

X

X

1990 FESS

UFPR

RJ

PR

216

6.13 FORMAS DE INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR: SEMINÁRIOS, SIMPÓSIOS, SEMANAS DE

PEDAGOGIA E ENCONTROS

Departamento é a menor fração da estrutura da Universidade que compreendem disciplinas de uma

mesma área ou áreas afins congregando professores que a ministrem.

O Departamento é constituído pelo colegiado do departamento e por seu chefe. O Departamento de

Pedagogia é chefiado pela professora Msc. Maria Rosa Heleno Schulte e pelo professor Vilmar Vandresen que

exerce a função de Sub-chefe. Ambos foram nomeados pela Portaria 156/96 de 17 de junho de 1996 assinada

pelo Magnífico Reitor, professor Edison Villela, com o mandato de 05/06/96 a 05/06/98.

Cumprindo suas funções o Departamento implementou neste ano várias atividades extra classe, inclusive

semanas de estudo sobre Freinet, Piaget e Vygotsky, em homenagem ao centenário de seus nascimentos. A

Semana da Pedagogia enfocou neste ano a “Formação do Professor”, como tema. A seguir listamos as atividades

desenvolvidas durante o 1º e 2º semestre.

Sistemática de operacionalização

Departamento de Ciências da Educação - 1996

01 - Atividades - I Semestre de 1996

Reuniões com membros do Departamento para discutir os eventos do I semestre de 1996.

Reuniões com professores das Séries Iniciais para decidir o projeto de estágio-I semestre. Divulgação e

inscrição dos professores do curso de Pedagogia no VIII ENDIPE- Florianópolis .

Palestra no Colégio Estadual Nereu Ramos - Avaliação -06/07.

Reunião para discutir o I Encontro Nacional da ANFOPE. Estudo e análise dos programas das

disciplinas que compõem a grade curricular do Curso de Pedagogia.

Confecção dos projetos para a coordenação de extensão.

Planejamento do encontro da ANFOPE - 02 A 04/05/96.

Planejamento da Semana de Estudos sobre Célèstin Freinet 08 a 13/05/96.

Palestra para os professores da rede municipal de Camboriú sobre - O currículo construído em sala de

aula 21/06/96.

Campanha para angariar agasalhos para as crianças da reserva indígena de São Miguel do Oeste - 05/06

a 25 06/96.

Confecção do projeto de monografia sobre o centenário de Irineu Bornhausen.

Coordenação da equipe responsável pela confecção de uma nova grade curricular para o Curso de

Pedagogia .

Coordenação do curso “Latu Sensu” em Administraçaõ Escolar, Orientação Educacional e Supervisão

Escolar - Encontro.

Projeto - Nossos Mestres e suas produções

Fórum de Discussão do PCN - UFESC - UDES - 17 e 18/04

217

Eventos - I Semestre

Encontro - ANFOPE - Região Sul - Formação do Educador - Perspectivas no Mercosul.

Objetivos:

Promover a integração entre os estados da Região Sul e países que formam a Região Sul.

Congregar pessoas e instituições para debater sobre a questão da formação do educador.

Debater e propor alternativas educacionais através do estudo das semelhanças e diferenças sobre a

formação do educador.

PROGRAMAÇÃO

Dia 02/05

Palestra - O Curso de Pedagogia e sua importância na formação do educador. Dra. Ina Bezezinski

(UNB).

Relato de experiência - A escola itinerante de Lages - PM - Lages.

Palestra - O processo da formação docente - Questões das licenciaturas - Msc Juares da Silva Ihiesm -

UNC.

Dia 03/05 (sexta feira)

Palestra - A educação numa perspectiva do Mercosul, Dr. Marcos Herter - UFSC.

Relato de Experiência - UNIVALI

Palestra - a formação do professor numa perspectiva histórica, Dr. Paulo Ghiraldili - UNESP

Relato de experiência - A escola de I grau nos Recursos indígenas de Xanxerê - 17 CRE Xanxerê.

Dia 04/05

Mesa redonda - A importância da Filosofia na formação de professores: Dr. Alvino Moser, Msc. Danilo

Campestrini, Msc. Tito Lúvio Lemer, Msc. Silvio Wonsovicz.

Encerramento - Professor Danilo Campestrini.

Local de realização - Anfiteatro Adelaide Konder e Auditório Dr. Edison Villela.

Vagas oferecidas - 500

Número de inscritos - 230

Clientela - alunos e professores do Curso de magistério, alunos e professores do Curso de Pedagogia e

outros professores das várias licenciaturas, professores da rede estadual, municipal e particular.

Coordenadores - Maria Rosa Heleno Schulte

Benedito Galatto.

Semana de Estudos sobre a Pedagogia de Célèstin Freinet - 1896 - 1996

Objetivo - conhecer e promover a pedagogia do grande educador Célèstin Freinet.

Apoio - ProPPEx

13/05 - Freinet, sua história e obra

Profª Floriana Granzotto

Debate

Palestra

218

14/05 - A vivência de uma diretora de uma escola particular de I grau e a Pedagogia de Freinet -

Irmã Justina Cristofolini.

Relato de Práticas Pedagógicas do Colégio Imaculada Conceição - Florianópolis.

15/05 - Palestra - A prática pedagógica do CAU

Profª Roberta Pereira

Relato de Experiências

16/05 - Palestra - Célèstin Freinet e a pedagogia de Dom Bosco - Professores do

Colégio Salesiano

Relato de experiências

17/05 - Palestra - O curso de Pedagogia e a Pedagogia de Freinet - Professores Marlene Aparecida

Franco e Ana Maria Ribeiro - Centro de Educação da UFSC.

Palestra - Uma experiência, um livro - Professora Glória Cristofolini - UNIVALI

Durante a Semana houve nos corredores da Faculdade feira de livros sobre Freinet. Nas vitrines da

Biblioteca houve exposição de trabalhos usando as teorias da pedagogia frenetiana. Tomaram parte o Colégio de

Aplicação da UNIVALI (CAU), colégio Cenecista Pedro Antônio Fayal, Educandário Imaculada Conceição de

Florianópolis e Centro Infantil Arte Baby.

02 - II SEMESTRE

Atividades:

Reuniões para a construção da nova grade curricular.

Participação no Encontro de Florianópolis sobre a educação integral à criança (PRONAICA).

Reunião com os professores de S.I. para construção do projeto de estágios.

Reunião para se discutir as atividades do departamento.

Projeto - Nossos mestres e suas produções.

Projeto Semana da Pedagogia.

Projeto Seminário sobre Vygotsky e Piaget - Projeto MEC.

Campanha pela construção do prédio para Pedagogia.

Confecção de dois projetos para Pós-Graduação.

Palestra no Colégio Estadual Nereu Ramos - Semana Pedagógica.

Reunião com os professores de S.I., para estudos dos parâmetros curriculares nacionais.

Apoio pedagógico aos alunos da pedagogia: orientação de projetos, bibliografias e outros.

Cooperação nos projetos do PRONAICA.

Palestra no Lions Clube de Camboriú.

EVENTOS

Projeto - Seminário em homenagem ao Centenário de nascimento de Vygotsky e Piaget - 1896 a 1996.

Apoio - ProPPEx.

219

Objetivos - Homenagear e divulgar as teorias de Vygotsky e Piaget.

O seminário constou de palestras que se iniciaram dia 16/09/96.

Mesa redonda sobre as teorias de Piaget, Vygotsky, suas diferenças e semelhanças.

Participação dos professores: Dr. José Enio Tagleber

Msc Elizabete Caldeira

Msc Sueli Anacleto de Freitas

Msc Ademir Rosso

Msc Danilo Campestrini - mediador

Dia 17/09

Mesa redonda - A importância da teoria construtivista de Piaget e Vygotsky na pré-escola e Séries

Iniciais.

Participação dos professores: Margarida de O. Rebello

Msc. Sueli Anacleto Freitas

Msc Ana Luiza Máximo

Profª Valéria S. Ferreira

Profª Roberta P. Pereira

Msc. Maria Mersilda Pinheiro - mediadora

LOCAL DE REALIZAÇÃO - AUDITÓRIO DR. EDISON VILLELA.

220

6.14 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO DE PEDAGOGIA

6.14.1 O desenvolvimento Curricular

O curso de Pedagogia congrega 43 professores e uma matrícula de 537 alunos neste 1º semestre de

1996. O curso mantém desde 1992 uma taxa de produtividade acima de 90%, o que representa um alto índice de

procura e permanência dos alunos no curso.

Os dados levantados relativos à infra estrutura disponível para o funcionamento do Curso são acrescidos

dos aspectos relativos aos processos que se desenvolvem no interior do Curso de Pedagogia.

Para o levantamento desta realidade foram consultados a totalidade de 43 professores, e 315 alunos do

Curso. Desta população, houve o retorno de 16 questionários dos professores e 225 de alunos o que significa

uma amostragem de 37% de professores e 71% de alunos.

A pesquisa buscou levantar a percepção dos docentes e dos alunos referente às seguintes categorias.

1.Fatores limitadores da qualidade do Curso.

2.Avanços significativos do Curso.

3.Metodologias, técnicas e/ou instrumentos mais utilizados no desenvolvimento curricular.

4.Dinâmica de planejamento das aulas e das disciplinas.

5.Compatibilização do Curso ao mercado de trabalho.

6.O currículo atual do Curso e a formação profissional.

7.Percepções do Docente e Discente do Curso.

8.Valorização do Curso pela sociedade.

9.Situação do Curso no contexto da UNIVALI.

10.Indicação de ações administrativas e pedagógicas para a melhoria do Curso.

As opiniões emitidas pelos pesquisadores foram sistematizadas em quadros específicos, anexados no

final deste relatório.

1. Quanto aos fatores limitadores da qualidade do Curso os docentes, 33,4%, indicaram a política de

contratação dos professores através de hora/aula, o que dificulta a cultura da pesquisa, e o estudo e

aprofundamento dos docentes. Também a falta de um espaço físico integrado para o funcionamento do Curso é

apontado pelos docentes 11,1% e principalmente pelos alunos, 22,9%.

A falta de recursos tecnológicos diversificados e atualizados, tais como audiovisuais, jogos, multimeio,

salas/laboratórios foram levantados como fatores limitadores pelos professores 11,1% e alunos 11,2%.

Além destes aspectos de infra-estrutura de atendimento, professores e alunos indicam que as relações

sociais presentes no Curso precisam ser reavaliadas, pois 7,4%,dos professores apontam a fragilidade da função

da coordenação do Curso e a falta de integração entre docentes e direção. Os docentes, 7,4%, também indicam o

perfil do aluno do Curso, com baixo desempenho, pouca leitura, cansaço e inobservância de horário.

221

Por outro lado, 11,6% dos alunos apontam para a reduzida qualificação dos docentes sem prática de sala

de aula. Citam também a desvalorização do Curso pela Direção 8,6%, desinteresse dos alunos 5,9%, e falta

compromisso do professor 5,1%.

6.14.2 Os avanços significativos do Curso, são pontuados pelos pesquisados.

A dinamização do currículo pela realização de Cursos, Seminários, Palestras 21,8% de professores e

23,5% de alunos; a melhoria dos estágios mais aprofundados e integrados 26,7% dos professores e

principalmente porque realizada na própria escola onde o estagiário já atua - 12,6% dos alunos.

Outro fator de avanço do Curso apontado pelo docente, 15,6%, é o aumento crescente de docentes

buscando capacitação em Cursos de Mestrado e Doutorado. Este novo perfil de docente tem possibilitado ações

pedagógicas de maior eficácia.

Foram pontuados ainda, pelos professores 6,2%, as Pesquisas institucionais, atividades de extensão com

envolvimento de alunos, trazendo para a sala de aula o conhecimento da realidade concreta.

A aproximação da Teoria e Prática a partir do 5º período apontado pelos alunos em 8,6% e Professores

12,5% tem permitido, ao acadêmico, a realização de pesquisas de campo e a elaboração de novos conceitos

oportunizando qualidade no desempenho profissional.

Outro aspecto de relevância, apontado pelos professores, 6,2%, e alunos 8,6%, é a possibilidade de

produção conjunta do conhecimento científico o que é possibilitado pelo uso de metodologias adequadas.

A reorganização curricular do curso, uma proposta participativa em desenvolvimento é apontada pelos

Professores, 6,2%, e Alunos, 5,3%, como necessário para a garantia à formação integral do Pedagogo.

Entre outros aspectos abordados com menor freqüência pelos alunos (9,1%), aparece como avanço, a

organização da Secretaria do Curso e os Setores da UNIVALI, já informatizados, facilitando e agilizando os

procedimentos de matrícula, informações, pagamentos e outros.

6.14.3 As metodologias, técnicas e/ou instrumentos mais utilizados no desenvolvimento curricular são

apontadas como aspecto positivo, a utilização de recursos de multimeios, pelos professores 19,4%,

referenciadas pelos alunos 13%.

Outros itens significativos são: as aulas expositivas, dialogadas, dissertativas, trabalhos de grupo

apontados pelos Professores, 16,1%, e Alunos, 32,4%. No mesmo patamar aparecem as aulas teórico-práticas.

Outro item importante apontado pelos Professores, 11,3%, e Alunos, 3,9%, é o desenvolvimento de

Pesquisas Bibliográficas e de campo.

Ainda como metodologias significativas aparecem: as metodologias ativas de produção de textos,

organização de dossiês, interpretação e contextualização de temas, relatórios e projetos apontados pelos

Professores em 12,9%. Elaboração de dossiês, produções individuais e coletivas, atividades construtivas, novas

modalidades de avaliação e oficinas são apontadas pelos alunos: 28,2%.

Como aspecto importante aparecem ainda, pontuado pelos Professores, 9,7%, e Alunos, 14,3%, são

visitas a Instituições de ensino para estudo da prática Educacional. Os Seminários e Palestras também estão

relacionados pelos professores, 9,7%, e Alunos 8,2%.

222

Outra metodologia bastante significativa para o bom desempenho do curso aparece citado pelos

Professores, 3,2%, é o desenvolvimento de projetos de pesquisa o que permite ao aluno, uma visão ampla e

aprofundada da disciplina no currículo e o desenvolvimento interdisciplinar da mesma.

6.14.4 Dinâmica de Planejamento das Aulas e das Disciplinas

As opiniões emitidas pelos Professores, 53%, relatam que o planejamento da disciplina é realizado de

forma individual, enquanto 17,3% realizam seus planejamentos em conjunto com os professores das áreas afins,

coordenadas pelo Chefe de Departamento. Outros 17,3% planejam suas atividades com base em discussões com

seus pares, e em avaliações anteriores, revendo e atualizando bibliografias e avaliando experiências vivenciadas.

Os índices acima apontados indicam a necessidade de mudança na organização didático - pedagógica do

curso, que supere a fragmentação de práticas, e articule a realização do planejamento das disciplinas numa visão

integrada.

6.14.5 Quanto à Compatibilização do Curso de Pedagogia ao Mercado de Trabalho

Constatamos que 55,5% dos professores e 38,3% dos alunos afirmam que o curso oferece habilitações

compatíveis com o mercado de trabalho, pela necessidade de profissionais habilitados e pela demanda sempre

crescente de oferta de oportunidades.

Outros 44,5% dos Professores e 11,9% dos alunos entendem que as habilitações oferecidas atendem ao

mercado de trabalho, porém precisam ser aperfeiçoados para uma formação mais ampla, habilitando-os para

atuarem simultaneamente na Educação pré-Escolar, Séries Iniciais e nas Matérias Pedagógicas do 2º Grau

Entretanto, um grupo de 29,7% dos alunos registrou seu descontentamento com o oferecimento de

habilitações que não satisfazem suas habilidades pessoais, e assinalam em suas falas que por normas regimentais

ficam frustadas suas aspirações de habilitação. Muitas vezes precisam ficar em compasso de espera para o

momento da oferta da habilitação desejada do curso para então retornar à Universidade.

Esta realidade nos remete a necessidade de se reformular o curso de Pedagogia, no sentido de formar um

profissional com flexibilidade mental e capacidades diferenciadas, para familiarizar-se com o nível de

tecnologias que hoje se dispõe na área da Educação Infantil e Fundamental.

6.14.6 O currículo atual do Curso e a formação Profissional.

Foram bastante contundentes e controversas as opiniões de professores e alunos quando solicitados a

fazerem a avaliação deste aspecto do curso; 35% dos Professores concluem que o curso favorece a formação

profissional adequada quando afirmam: a) a Proposta da Reorganização Curricular é uma amostra das sucessivas

223

reformas para atingir o ideal, b) Favorece a formação profissional, dentro das limitações do atual currículo,

porque a qualidade é resultado da ação individual de cada professor. Já 49,7% dos alunos apontam o curso como

bom preparador para a ação profissional quando oferece habilitações paralelas nas áreas de: Séries Iniciais, Pré-

Escolar, Matérias Pedagógicas, Orientação Educacional, Supervisão Escolar e Adm. Escolar.

Outros 8,8% dos alunos afirmam que o curso favorece em parte, porém ainda precisa avançar. Também

indicam que o curso oferece bom conteúdo 4%, alia teoria à Prática, 3,6%,

De outra parte professores e alunos entendem que o curso ainda carece de avanços em ações

fundamentais para uma boa qualificação do Pedagogo. Isto fica claro quando assim se manifestam 35,4% dos

Professores afirmam que o curso deveria estar mais voltado à pesquisa e que deveria estabelecer maior unidade

entre teoria e prática. Já 11,8% afirmam que profissional do curso precisa ser aperfeiçoado, uma vez que o

mercado de trabalho também vem sofrendo transformações. Outro aspecto apontado é que o curso está

impregnado de vícios institucionais que impedem a análise das práticas curriculares do curso. Finalizando, os

Professores, 17,6%, apontam como um fator limitado na formação do pedagogo, a própria ação docente no

Curso. O pouco incentivo da Instituição ao afastamento do docente para a sua qualificação tem, ao longo dos

anos, caracterizado uma ação docente marcada muito mais pela reprodução de práticas e conhecimentos do que

pela pesquisa e produção de novos conhecimentos e materiais. Só recentemente, 1995, é que foi aprovado uma

Portaria pelo CEPE, que normatiza o afastamento do professor para realizar, Mestrado e Doutorado . No entanto

é importante ressaltar que desde o início da década de 90 o Corpo Docente tem buscado sua qualificação

Os alunos também apontam os fatores que limitam a qualidade de sua formação profissional, muitas

vezes, distanciando o perfil de formação das necessidades sociais e profissionais. São eles:

� dissociação entre teoria e prática (16,4%),

� Currículo pouco abrangente 11,3%; estágio somente no final do curso 10,6%; ensino fraco e

fragmentado 9,1%, não utilização de métodos e técnicas atualizadas, 4,5%.

A partir destas colocações muitas vezes contraditórias entre professores e alunos, podemos apontar a

necessidade urgente de se estabelecer o diálogo entre as expectativas dos alunos e o que efetivamente o curso

pode e deve oferecer.

6.14.7 Percepções do Docente e Discente em Relação ao Curso

Dentre os Professores pesquisados 42,6% opinaram como sendo um curso de relevância social e que se

sentem orgulhosos em trabalhar no mesmo. Afirmam que o curso possui um bom corpo docente compromissado

que tem gradativamente se aperfeiçoado. Apesar de trabalharem isolados, que são grandes valores. Já há

preocupação em oferecer aos alunos atividades de pesquisas e extensão e que há, atualmente, maiores

possibilidades de aperfeiçoamento na Pós-graduação.

Por outro lado, 57,4% dos professores apontam timidez na busca de soluções alternativas para o curso.

Afirmam que é preciso crescer na luta pelo desalojamento de pessoas, normas, rotinas, poderes e discursos, no

sentido da construção do Projeto Político Pedagógico do Curso e, conseqüentemente, avançar na área da

pesquisa, cientificidade e na sua própria valorização.

224

Os alunos expressam o grau de satisfação em relação ao Curso avaliando-o como:

“Curso Regular”- 65% e Curso muito bom 18,3. A classificação de “Curso Regular” tem seus

desdobramentos nas seguintes afirmações”: “professores desatualizados”- 10,7%, “Pouco valorizado pela

Universidade”- 5,3% “Falta seriedade”- 4,4%, “falta empenho e valorização pela Direção do Curso” 8,4%,

Relacionamento difícil entre professor e aluno - 3,6%, “Falta relação teoria e prática” - 3,6%, “Não corresponde

à expectativa dos alunos 2,7%, “Pouco valorizado pelos alunos”- 2,2%, “Autoritarismo de alguns professores”-

2,2%, Pouca exploração dos textos pelos professores - 1,8%, “Falta pesquisa de campo”- 1,8%.

Quanto à classificação de “Curso Muito Bom”- 18,3% os alunos dão suas justificativas pelas seguintes

afirmações; “Bom atendimento na Secretaria”- 3,6%, “Bons professores”- 1,3%, “Integra-nos à sociedade”0,9%,

“Está melhorando progressivamente, - 1,8%.

Além dessas duas posições, os dados revelam que um grupo de alunos - 16,7% não classificaram o

Curso, mas emitiram opiniões direcionadas para mudanças. Eis as mais significativas; “Precisamos lutar para

melhorar o Curso - 9,3%, “Mais rigor nos períodos iniciais do Curso”- 1,3%, “Formar para maior número de

habilitações”- 1,3%, “Reformular o currículo para melhorar o ensino”- 2,2%, “Maior cobrança de professores e

alunos”- 1,8%.

A partir destas manifestações, é possível chegar-se ao que corresponde hoje uma representação que os

alunos e professores fazem do curso de Pedagogia.

Esta representação está elaborada a partir de significados construídos no cotidiano e na própria prática

social da vida do professor, numa visão muito mais individual do que em função de um projeto coletivo. Esta

realidade indica a falta de um planejamento coletivo das ações curriculares do Curso que reúna as expectativas

dos professores alunos e Administração no sentido de se buscar a transparência das Metas / ações ao longo do

processo.

Sabemos que representações são historicamente construídas e poderão ser reelaboradas, a partir de uma

comunicação dialógica, permitindo que se avalie os processos do Curso a partir de critérios / indicadores

previamente negociados pelos professores, alunos e administração.

6.14.8 Valorização do Curso pela Sociedade

Professores e alunos ampliaram sua análise, manifestando como sociedade, valoriza o Curso de

Pedagogia.

Os professores, 36,8%, percebem o curso valorizado, em virtude do desempenho responsável dos alunos

por ele formados, atendendo o mercado de trabalho. b) Outros 13,3% afirmam que os efeitos sociais ainda são

vistos de forma tímida, porém é um curso relevante e indispensável no Sistema Educacional Regional.

No entanto, dos professores, 31,6% manifestam-se dizendo que, de modo geral, a sociedade não

valoriza a formação do Profissional da Educação. E 21% não se manifestaram.

Os alunos em 98% não conseguem perceber valorização do curso pela sociedade, porque: “Há

discriminação em relação aos demais cursos”. “ Não valorizam esta habilitação”; c) “Sem perspectiva

Profissional e de retorno financeiro”; d) “É um curso para mulheres”; e) “não se preocupa ( a sociedade) com os

Pedagogos entendendo que qualquer curso habilita para o magistério”.

225

Podemos perceber que nas suas relações com a Sociedade, o curso se constitui uma dimensão concreta

dessa sociedade, consciente de que não está isento das contradições da sociedade de classes, e do modelo

histórico pela qual passa a Educação Brasileira.

6.14.9 Situação do Curso no Contexto da UNIVALI

Para analisarmos, a situação do Curso de Pedagogia no contexto da UNIVALI será necessário nos

remetermos à própria história do Curso de Pedagogia que ao longo dos seus 32 anos formando pedagogos

apresenta um índice médio de 68,1% de colocação de profissionais no mercado de trabalho em relação aos

iniciantes. É importante considerar que o índice geral da Universidade é de 51,2%, o que indica que o curso de

pedagogia tem uma boa posição. No entanto apesar da formação do Professor ser uma necessidade social, ela não

tem “status” social, e isto se reflete dentro da Universidade.

Nesta perspectiva 44,6%, dos professores opinam que o curso não recebe o apoio necessário, pois “é

considerado pouco científico”, não recebe recursos tecnológicos”. Ainda afirmam”; “Apesar dos baixos custos e

alta rentabilidade, não tem sido atendido nas suas reivindicações”; os projetos de pesquisa não têm sido

aprovados na mesma proporção dos demais Cursos”, 18,2% não opinaram e 13,7% entendem que “O curso é

desvalorizado porque não há um esforço coletivo na ampliação de investimentos para a construção do espaço

físico”, “Aquisição de recursos audiovisuais” e a “realização e eventos significativos”.

Os alunos, quando solicitados a situarem o curso no contexto da UNIVALI, expressam o sentimento de

desvalorização e discriminação a que estão submetidos, pois 22,7% afirmam: “O descaso pela falta de espaço

físico específico para o funcionamento do curso”.

“ pouco investimento financeiro no Curso 6,5%”, “Pela superioridade dos demais cursos, reconhecida

pela administração e por alguns Professores”, 18,3%.

237

6.15 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise dos dados levantados, podemos interpretar que a auto avaliação do Curso de

Pedagogia foi um processo de ampla discussão sobre a formação do profissional do Magistério voltado à

Educação básica.

Este processo de avaliação levantou informações referentes ao funcionamento do Curso o que

possibilitou análises e opiniões de professores, aluno e administração. A participação dos envolvidos foi

caracterizada tanto pela eloqüência das afirmações e argumentações nas análises quanto pela resistência na

contribuição de medidas alternativas para melhoria do Curso.

Chama a atenção, a freqüência significativa com que foram levantados alguns aspectos relativos ao

cotidiano do Curso, como desintegração teoria - prática, desvalorização do curso pela Instituição e sociedade,

espaço físico (desintegrado) ocupado pelo Curso no Campus I.

Neste mesmo cotidiano, ações de qualidade também estão presentes, e são percebidas pelos

entrevistados. São elas: a crescente qualificação do Corpo Docente, Estágios mais organizados e integrado às

necessidades regionais e projeto de reformulação curricular que está sistematizado para ser enviado ao CEPE.

A partir das questões acima, foram apontadas ações para melhoria do Curso a seguir;

1. Integração Ensino - Pesquisa - Extensão. Há uma manifestação de necessidade de se integrar, no Currículo

do Curso, as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão. A organização e o desenvolvimento das disciplinas na

grade deverão garantir o desenvolvimento de Projetos.

2. Redefinição no perfil da nova proposta curricular; um novo delineamento do Profissional a ser formado,

estabelecendo uma nova cultura no curso, uma cultura de apreço, de crença, de auto-estima e conseqüentemente

de valorização.

3. Estabelecimento da Relação Teoria e Prática. Todos os pesquisadores hoje são unânimes em afirmar que é

princípio básico e fundamental a relação teoria e prática. Este princípio deverá nortear o docente para a

abordagem da área de conhecimento da sua disciplina a partir de pesquisas recentes, situações concretas, projetos

experimentais. Ou seja, a mudança na abordagem de ensinar que privilegia a transmissão para a construção do

conhecimento.

4. A contratação de Docentes para o Curso, com carga horária disponível para a pesquisa e trabalhos de

extensão em instituições educacionais.

5. Implantação de um núcleo de Pesquisa em Educação, o qual passa a congregar, incentivar e publicar

trabalhos e produções de alunos e docentes.

6. Organização de um Planejamento coletivo e participativo para o Curso, a cada semestre, estabelecendo metas

e formas de operacionalizá-las. Partir dos alunos para �� professores para ��departamentos para ��direção.

7. Seminários internos, para trocas de experiências e aprofundamento de questões relativa a temas de interesse

dos Alunos e Professores.

8. Promoção de Eventos em parceria com os outros Cursos da Faculdade e da própria UNIVALI.

9. Organização Física do Curso em dois (2) blocos integrados com salas informatizadas disponíveis para

multimeios, para professores / alunos pesquisadores.

238

10. Organização de um informativo do Curso de Pedagogia para divulgação dos Eventos, produções dos alunos e

professores, cronograma de estágios e outras atividades relativas ao Curso.

11. Modernização técnicas e recursos de ensino, utilizados pelos professores.

12. Mais participação e ação do DCE na busca das reivindicações dos alunos.

13. Mais transparências nas informações relativas à legislação do Curso e na definição das funções da equipe que

atua no Curso.

Finalizando, queremos enfatizar que ao longo deste processo as pessoas foram se auto avaliando,

percebendo que as ações propostas, não podem ser “utopias” nem ações isoladas, mas ações concretas e coletivas

em todos os níveis da Instituição.

Assim, o grupo vê a necessidade urgente de um trabalho interdisciplinar do ponto de vista da ciência

pedagógica e do ponto de vista dos envolvidos nesta ciência o Professor, o Aluno, o Diretor, o Funcionário, a

Administração do Ensino e da UNIVALI como um todo.

239

VII - CURSO DE PEDAGOGIA - TIJUCAS

SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

- Hamilton Felisbino da Silva - Marilena Laus Bayer - Aláudo Amorim de Souza Júnior - Lucinéia Meurer - Valdirene de Andrade - Cristina Martins Viana Porciúncula

240

7.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

FACULDADE: Filosofia, Ciências e Letras

CURSO: Pedagogia - Campus III

RECONHECIMENTO: Parecer nº 02 / CEPE / 90. (anexo 77)

DIRETOR: Danilo Campestrini

VICE DIRETOR: Osmar de Souza

COORDENADOR DO CAMPUS: Valério Cristofolini

RESPONSÁVEL SECRETARIA: Leandra de Amorim Beirão

241

7.2 APRESENTAÇÃO

O presente relatório tem por objetivo descrever a situação atual do curso de Pedagogia - campus III,

Tijucas - SC.

Trata-se de um trabalho de síntese realizado pela Subcomissão de Avaliação Institucional, composta

pelos seguintes elementos:

� Hamilton F. da Silva - professor

� Marilena Laus Bayer - professora

� Aláudio Amorim de Souza Júnior - aluno

� Lucinéia Meurer - aluna

� Valdirene de Andrade - aluna

� Cristina Martins Viana Porciúncula - Secretaria/biblioteca

O trabalho da Subcomissão de Avaliação teve início em 15 de maio de 1996, sendo concluído em

15/10/96, conforme Portaria nº 116/96 de 2 de maio de 1996.

Compõe o presente relatório:

� Histórico da Subcomissão de Avaliação;

� Histórico do curso;

� Objetivos e perfil do curso;

� Caracterização do quadro docente e discente;

� Perfil profissiográfico;

� Problemática vivenciada no curso e possíveis soluções.

7.3 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

Em reunião do Colegiado do Curso de Pedagogia, em fevereiro de 1996, foi sondado, pelo Coordenador

do Campus, os professores, que manifestassem o interesse em compor a subcomissão, com fins determinados de

realizar o levantamento e avaliação institucional do curso de Pedagogia.

Os professores que manifestaram interesse em participar dos trabalhos foram os seguintes:

� Hamilton F. da Silva

� José Nilton de Almeida

� Marco Aurélio de Oliveira

242

� Marilena Laus Bayer

� Neuza Teresinha P. Valentin

� Valéria Silva Ferreira

Em 15 de abril de 1996 foi efetuada a eleição, sendo escolhidos os professores:

Hamilton F. da Silva e Marilena Laus Bayer.

Os alunos que compõe a Subcomissão de Avaliação foram selecionados pelos colegas, em sala de aula,

tendo como critério principal, a disponibilidade de tempo em período oposto ao da aula.

O representante da Secretaria Acadêmica foi indicado pela coordenação do Campus e funcionários.

7.4 HISTÓRICO DO CURSO DE PEDAGOGIA E A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS III DA UNIVALI EM TIJUCAS

A história do Ensino Superior em Tijucas teve início em setembro de 1985. Nesta ocasião reuniram-se o

Prefeito Municipal Nilton J. Fagundes e os senhores Lauro V. de Brito e Marco Aurélio de Oliveira, para discutir

a possível criação de uma Faculdade no município de Tijucas. Ainda no mês de setembro de 1985, houve uma

nova reunião com a presença das pessoas já citadas e mais Luiz Carlos Vailatti, Marco Aurélio Sedrez, Leda

Regina de Souza e Ernani Bayer. Nesta reunião foi proposta a criação de uma Fundação Educacional do Vale do

Rio Tijucas (FEVATI), com a cooperação dos municípios de Nova Trento, São João Batista, Canelinha, Major

Gercino, Porto Belo e Itapema.

Como, após contato com os prefeitos desses municípios, não houve interesse, a Prefeitura Municipal de

Tijucas assumiu sozinha o desafio de levar este projeto à frente. A comissão envolvida na implantação desta

Faculdade elaborou o estatuto da FEVATI, o qual foi aprovado em 26/11/85. O respectivo projeto obteve

aprovação da Prefeitura Municipal em 30 de maio de 1986, de acordo com a Lei 586 de 12 de novembro de

1985, através do Decreto n.º 014/86.

Portanto, a criação da Fundação Educacional do Vale do Rio Tijucas deu-se pela Lei nº 586 de 12 de

novembro de 1985.

O trabalho de criação desta Fundação contou com a participação e orientação do senhor Ernani Bayer,

então membro do Conselho Federal de Educação.

Em 30 de maio de 1986, através do Decreto Municipal nº 013186, foram nomeados o diretor e a

secretária da FEVATI, sendo eles Marco Aurélio de Oliveira - Diretor e Leda Regina de Souza - Secretária.

A implantação da FEVATI, de forma efetiva, não se realizou em função do impasse político que

aconteceu.

Em 30 de maio de 1986, a comissão reuniu-se, ocasião em que ficou decidido realizar contato com a

UFSC e UDESC no sentido de conseguir uma extensão universitária, sendo os resultados negativos.

No dia 09 de junho de 1986, a comissão decidiu encaminhar um ofício à FEPEVI, solicitando extensão

universitária para Tijucas, mediante convênio. Paralelo ao ofício foi encaminhado pedido de vagas para o

Curso de Pedagogia, justificativa sócio-econômica, relação de bibliografia específica de Pedagogia disponíveis

243

na biblioteca, convênio com a escola onde funcionaria a Faculdade, assinatura de pessoas importantes da

comunidade como juiz, prefeito, padre, delegado, entre outros, e previsão de matrícula de alunos do 2º Grau nos

últimos 05 anos.

Na época o professor Paulo Roberto Carvalho da Silva - Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e

Letras, o Vice-Diretor Professor Danilo Campestrini e Marlene Buratto - Coordenadora do Centro de Estudos

Educacionais promoveram encontros com o grupo de Tijucas dando os tratativos necessários à elaboração de

projeto de extensão.

Nesta ocasião foram solicitados diversos procedimentos afim de subsidiar a organização daquele

projeto, entre eles, uma pesquisa de interesse da população da região, pelo Curso.

Em 1989, a partir de uma pesquisa desenvolvida na região sobre o interesse de cursos, nasceu uma nova

tentativa, não como fundação, mas como extensão da UNIVALI. Nesta ocasião, o sr. Valério Cristofolini

assumiu a coordenação dos trabalhos.

Os resultados da pesquisa foram apresentados ao Magnífico Reitor da UNIVALI sr. Edson Villela e ao

Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, ocasião em que foi solicitada a extensão do Curso de

Pedagogia através daquela Instituição. Houve então algumas reuniões onde foram envolvidos os prefeitos da

região, os quais apoiaram o projeto.

Na última reunião com os prefeitos e lideranças regionais, o Sr. Valério Cristofolini foi eleito

coordenador do projeto e encarregado de concluir as negociações com a UNIVALI.

Em 1990, foi assinado o convênio com a UNIVALI, participando as prefeituras da região. No final de

1992, as demais prefeituras conveniadas retiraram-se do convênio, ficando somente o Município de Tijucas, que

ampliou o compromisso, fazendo parceria inclusive na construção do prédio.

O Curso de Pedagogia foi então oferecido pela UNIVALI, em forma de extensão do Campus I. A aula

inaugural aconteceu no dia 09 de abril de 1990 com a participação de Ernani Bayer. O curso foi aprovado através

do Parecer nº 02/90 - CEPE / UNIVALI.

O Curso iniciou com 50 vagas, funcionando na Escola Básica Municipal Professora Ondina Maria Dias.

Seis meses após o início do Curso, em sessão solene, a Câmara de Vereadores de Tijucas oficializou a

doação de um terreno de 13.000 m2, para instalação do Campus III.

A pedra fundamental foi lançada em 1 de novembro de 1991, em ato solene, com a presença de

autoridades regionais, o Magnífico Reitor e Vice-Reitor da UNIVALI, Diretor da Faculdade de Filosofia,

Ciências e Letras, professores, prefeitos, empresários, etc.

No final de janeiro de 1993, iniciou-se a construção do prédio, que foi inaugurado em 28 de setembro

deste mesmo ano, num ato solene.

Hoje o Campus III possui 20 salas de aula, das quais 5 são ocupadas pela secretaria,

laboratório, biblioteca, sala de professores e estrutura administrativa.

MULTIMEIOS:

244

Este Campus dispõe de 06 computadores no laboratório e 02 para serviços administrativos, 03

aparelhos videocassete, 03 televisores e 04 retroprojetores.

CONVÊNIOS:

Por ocasião da construção do prédio, foi firmado um convênio com a Prefeitura Municipal de Tijucas

para uso das instalações do prédio para o funcionamento de uma escola municipal de Ensino Fundamental, no

período diurno, a qual conta com 360 crianças matriculadas.

7.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO

Desde 1990, o Curso de Pedagogia vem oferecendo 50 vagas por semestre, havendo portanto, o

ingresso de 100 alunos por ano.

De acordo a grade curricular atual, no quinto período os alunos optam entre as seguintes habilitações:

Pré-Escolar, Séries Iniciais ou Matérias Pedagógicas para o Magistério de 2º Grau. Ao optar por esta última

habilitação, o aluno poderá cursar ainda: Supervisão Escolar, Administração Escolar ou Orientação Educacional.

A necessidade de se optar por uma das habilitações, e o critério de escolha é através do maior número

de alunos interessados em determinada habilitação, tendendo a levar os alunos que não desejam a habilitação

vencedora, a abandonarem o Curso, provocando significativa evasão.

Dados relacionados a vagas oferecidas e ocupadas no período de 1990/I - 1993/II.

245

Quadro 1

ANO/

VAGAS

OFERECIDAS

E OCUPADAS

1ª OPÇÃO

1ª OPÇÃO

MATRÍ-

CULA

CONCLUINTES

Semeestre Nº Cand. Índice Nº Cand. Índice Número Índice

1989/I - - - - - - - -

1989/II - - - - - - - -

1990/I 50 81 3,10 - - 50 - -

1990/II 50 57 1,14 91 1,82 83 - -

1991/I 50 85 1,70 71 1,42 135 - -

1991/II 50 54 1,08 64 1,28 167 - -

1992/I 50 35 0,70 48 0,96 196 - -

1992/II 50 32 0,64 46 0,92 182 - -

1993/I 50 44 0,88 55 1,10 227 - -

1993/II 50 37 0,74 50 1,00 201 39 78,0

TOTAL /

MÉDIA

400 425 9,98 425 8,50 1.241 39 78,0

Fonte: ProAc.

De acordo com a ProAc, no período de 1990 a 1994, 98 alunos concluíram o curso, perfazendo um total

de 65,3% em relação aos iniciantes. No 2º semestre / 93, 39 alunos colaram grau; no 1º semestre / 94, 27 alunos e

no 2º semestre / 94, 32 alunos. Destes alunos, 14 habilitaram-se em Matérias Pedagógicas para o Magistério de

2º Grau e 84 alunos habilitaram-se em Magistério - Séries Iniciais.

7.5.1 Perfil do Curso: Alunos Egressos, Transferidos, Evadidos e Desistentes

Levantamento de dados sobre alunos transferidos, desistentes e evadidos

246

Quadro 2

Ano Transferência

Interna

Transferência

Externa

Desistente Outros Total

1990 05 - 18 - 23

1991 - 08 12 - 20

1992 10 07 20 01 38

1993 11 24 57 - 92

1994 17 15 20 - 52

1995 20 03 23 - 46

subtotal 63 57 150 01 271

Fonte: Secretaria Acadêmica

Os dados apresentados no quadro 2 indicam que o índice de alunos desistentes (150) é o mais elevado,

seguido por transferências internas e transferências externas.

No período de 1990 a 1993, a relação entre alunos ingressantes e concluintes manteve-se na faixa de

78,0%, podendo ser considerado como um bom índice. No entanto, este dado sofre algumas alterações ao ser

comparado ao quadro 2, pois a evasão dos alunos do curso, no período de 1990 a 1995, está em torno de 54%.

7.5.2 Evasões, Transferências e Desistências de Alunos

Levantamento de dados sobre alunos evadidos, transferidos e desistentes, segundo informações obtidas

junto aos ex-alunos.

Os 271 alunos considerados evadidos, transferidos e desistentes foram consultados através de um

questionário enviado pelo correio. Os 26 questionários devolvidos apresentaram as seguintes informações:

Quadro 3

SITUAÇÃO DOS ALUNOS NÚMERO

Alunos transferidos para o mesmo Curso na UNIVALI 01

Alunos transferidos para outros Cursos na UNIVALI 09

Alunos transferidos para outros Cursos em outras Universidades 03

Alunos com matrícula trancada 01

Outros casos 12 TOTAL 26

Fonte: questionários respondidos por alunos evadidos, transferidos e desistentes

247

Observa-se, a partir do quadro 3 que o maior índice de alunos que atendeu a solicitação de preenchimento do

questionário foram aqueles alunos transferidos internamente.

JUSTIFICATIVA DAS RESPOSTAS APRESENTADAS:

- Transferência para outros cursos - 04

- Realizou novo vestibular - 03

- Desistência por problemas de saúde - 02

- Desistência por motivos de ordem financeira - 01

- Trancamento de matrícula - 01

- Retorno ao Curso de Pedagogia - 01

- Retorno à UNIVALI - 02

Obs: 12 alunos não justificaram a sua resposta.

7.5.3 Objetivos do Curso e Perfil Profissional

Em 1993 foram formados grupos de estudos entre os docentes do Curso de Pedagogia Campi I e III,

para estudar e analisar a grade curricular deste curso, ementários das disciplinas, objetivos e filosofia. Nesta

ocasião foi delineado o seguinte perfil dos alunos do Curso:

Objetivo: Formar o profissional da Educação com condições de atuar em diversas funções tanto

técnicas, administrativas como pedagógicas, instrumentalizando-o científica, social e pedagogicamente no

trabalho do ensino e da pesquisa sem perder de vista os recursos disponíveis em relação à formação prática e

política, atingindo, assim, as seguintes Habilitações: Disciplinas Pedagógicas de 2º Grau; Especialistas em

Assuntos Educacionais; professores da Pré-Escola; professores das Séries Iniciais.

Compromisso: Oportunizar ao profissional da Educação a apropriação e reelaboração do conhecimento

técnico, científico e filosófico para que ele seja sujeito atuante no contexto real da sociedade, buscando novas

alternativas curriculares fundamentais na pesquisa, na extensão, no homem histórico e na perspectiva da

modernidade.

Resultado: engajamento profissional, competência e mudança de comportamento político-pedagógico

para atuar na sociedade como agente transformador norteado pela:

a) Capacidade de análise crítica;

b) Habilidade de articular o senso comum e o conhecimento científico;

c) Habilidade para perceber a ideologia que permeia as ações curriculares e posicionar-se frente a elas;

d) Habilidade de trabalhar o conhecimento numa perspectiva de construção, buscando a integração entre a teoria

e a prática;

e) Habilidade para refletir o relacionamento entre os demais segmentos da sociedade.

248

Em relação aos objetivos e perfil do Curso de Pedagogia, observa-se que há coerência entre as

informações presentes no documento elaborado pelos docentes do Curso nos campus I e III e os dados fornecidos

pelos alunos e docentes por ocasião do desenvolvimento desta avaliação, ou seja, “formar um profissional com

condições de atuar nos níveis técnico, administrativo e pedagógico, instrumentalizando-o científico social e

pedagogicamente no trabalho de docência e pesquisa, sem perder de vista os recursos disponíveis em relação à

formação prática e política”.

O perfil do profissional da Pedagogia também não difere do documento, pois tanto alunos quanto

professores enfatizam características como: profissional atualizado, criativo, habilidoso, flexível, responsável,

consciente, com boa visão e formação. (item 7.6.).

Com relação à titulação do corpo docente , o índice de professores buscando capacitação indica o

interesse dos profissionais em investir na docência e na pesquisa. Observa-se, porém, que a carga horária semanal

destes profissionais é bastante reduzida, isto é, 60% dos docentes encontram-se na faixa de 4 a 8 hora aulas

semanais, sendo que a maior carga horária semanal é de 18 horas. Estes números indicam que todos os docentes

dependem de outras atividades fora da Universidade para prover a sua manutenção e sobrevivência.

Todos os docentes atuam diretamente em sala de aula, não havendo disponibilidade de carga horária

para atividades como pesquisa e extensão.

7.5.4 Titulação do Corpo Docente

Quadro 4

NÍVEL Nº %

Especialista 08 40,0

Cursando Mestrado 04 20,0

Mestre 05 25,0

Cursando Doutorado 03 15,0

Doutor - -

TOTAL 20 100,0

Fonte: Secretaria Acadêmica.

Quadro 5

249

CARGA HORÁRIA Nº %

18 h/a semanais 01 5,0

14 h/a semanais 02 10,0

12 h/a semanais 04 20,0

10 h/a semanais 01 5,0

08 h/a semanais 09 45,0

04 h/a semanais 03 15,0

TOTAL 20 100,0

Fonte: Secretaria Acadêmica.

7.5.5 Pesquisa e Extensão

No período de abril/95 a março/96 foi desenvolvida uma pesquisa financiada pelo PROBIC/UNIVALI

sobre o tema: Um Estudo sobre a Grade Curricular do Curso de Pedagogia da UNIVALI e suas Relações com a

Sociedade, desenvolvido pela aluna Marian Rosângela de Almeida Jarcem, sob a orientação da professora

Hanelore Henicka.

Em abril/96 foi iniciada nova pesquisa financiada pelo PROBIC/UNIVALI sobre o tema: O Uso do

Computador na Construção de Habilidades Cognitivas com Crianças, desenvolvida pela aluna Juçara Ferreira

Camargo, sob a orientação da professora Hanelore Henicka.

No primeiro semestre de 1996 foi desenvolvido o Projeto Alternativo de Práticas de Ensino nas

disciplinas de Prática de Ensino de Didática, Prática de Ensino de Sociologia da Educação e Prática de Ensino

de Psicologia da Educação com os alunos do 7º período de M.A. e do 8º período de Séries Iniciais, com as

seguintes temáticas:

- Qual o papel da Didática no Ensino-Aprendizagem?

- Que concepções de homem e de mundo embasam os programas e práticas dos professores de Fundamentos

Sociológicos e Psicológicos da Educação, do Curso de Magistério de 2º Grau?

A orientação deste projeto foi feita pelos professores Ademir José Rosso, Hamilton Felisbino da Silva e

Marilena Laus Bayer.

Outro projeto, que está sendo iniciado, é a Criação e Implantação de Salas de Leitura em Escolas

Municipais: um desafio saudável às escolas e à comunidade, sob a orientação da professora Marilena Laus

Bayer.

Em abril/96 iniciou-se o desenvolvimento do primeiro Projeto de Extensão financiado pela

Extensão/UNIVALI sobre a implantação de uma Seccional da Escola de Pais do Brasil em Tijucas,

desenvolvido pela aluna Rosemeri Cristina Furtado, sob a Coordenação da professora Neuza Teresinha P.

Valentim.

250

Em relação à pesquisa e extensão evidencia a necessidade de se efetuar imediato investimento em

projetos de pesquisa e extensão, tendo em vista o reduzido número de projetos desenvolvidos neste Curso.

7.5.6 Acervo Bibliográfico

A biblioteca do Campus III dispõe atualmente de 1.632 volumes na área da Educação e 668 títulos.

O acervo bibliográfico oferecido pela Universidade requer maiores investimentos, especialmente se for

adotada como política do curso maior ênfase ao ensino e pesquisa.

Por ocasião do processo de avaliação do Curso de Pedagogia desenvolvido no período de maio a setembro/96,

pela subcomissão de avaliação, os objetivos gerais, específicos e perfil profissiográfico do Curso de Pedagogia

do Campus III foram considerados pelos professores e alunos nos seguintes termos:

7.6 OBJETIVOS E PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DO CURSO DE PEDAGOGIA - CAMPUS III NA VISÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES DESTE CURSO

7.6.1 Dados coletados através de questionários aplicados aos alunos do primeiro ao oitavo Período do

curso de Pedagogia - Campus III.

População e Amostra:

Para a coleta dos dados foram distribuídos 67 questionários para serem respondidos em grupos de

quatro elementos , em cada período do Curso de Pedagogia. Destes foram respondidos 51 questionários, 08

foram devolvidos em branco e 08 questionários não foram devolvidos à sub - comissão de avaliação. Portanto, a

amostra considerada neste relatório, em relação aos alunos compõe-se de 51 questionários.

Relato de dados:

De acordo com os alunos pesquisados, o objetivo geral do Curso de Pedagogia é:

251

Quadro 6

OBJETIVO GERAL DO CURSO DE PEDAGOGIA NÚMERO

Formar pedagogos capacitados para desempenhar uma importante tarefa perante a

sociedade.

11

Formar professores, pedagogos, orientadores, supervisores e outros. 10

Preparar o acadêmico para o melhor exercício didático da sua profissão 05

Preparar o acadêmico para obter mais conhecimentos e apresentar melhor

desempenho.

05

Os objetivos gerais são desconhecidos. 03

Formar cidadãos conscientes e participantes, agentes das transformações sociais. 03

Promover o avanço do conhecimento científico no meio educacional. 03

Ampliar conhecimentos, desenvolvendo autonomia e pensamento crítico. 02

Tentar melhorar a educação no Brasil, principalmente nas circunstâncias em que esta

se encontra.

02

Formar professores capacitados para transmitir conhecimento ao educando com

clareza, não sendo este educando um mero receptor, mas um transmissor de sua

realidade, favorecendo desta forma, o processo ensino-aprendizagem.

01

Formar pedagogos que estimulem a motivação do aluno pelo saber historicamente

acumulado.

01

Formar pedagogos que tenham condições e bagagem para transmitir via ensino. 01

Preparar-se para conhecer e vivenciar a realidade das nossas escolas. 01

Valorizar o universo de cada aluno, respeitando seus interesses e dando-lhe a

oportunidade de tentar novas experiências que resultem em aprendizagem, tornando

o aluno capaz de comunicar-se de maneira precisa, eficaz e criativa dentro do

contexto social em que vive.

01

Formar indivíduos capazes de atuar nesta área com muito amor e dedicação, para

que a educação tome um rumo contínuo.

01

Possibilitar aos educadores subsídios necessários para enfrentar os problemas

educacionais de forma crítica, eficiente e segura.

01

Fonte: questionários respondidos pelos alunos do Curso de Pedagogia - campus III

Em relação aos objetivos específicos, os alunos apresentaram as seguintes informações:

252

Quadro 7

OBJETIVOS ESPECÍFICOS - CURSO DE PEDAGOGIA - CAMPUS III NÚMERO

Habilitar professores em determinadas áreas para melhor atender às diversas classes sociais. 05

Possibilitar intercâmbio cultural entre o conteúdo encaminhado e sua construção crítica. 04

Formar o profissional que atua na área da educação. 04

Desconhecem os objetivos específicos. 04

Adquirir conhecimento acadêmico das propostas pedagógicas e relacioná-las ao cotidiano

profissional.

03

Possibilitar um bom desempenho ao pedagogo. 02

Tornar o acadêmico apto à profissão de educador. 01

Contribuir para a elevação do nível de qualidade do sistema educacional através do ensino,

pesquisa e extensão.

01

Intervir no processo educacional regional. 01

Conhecer métodos de ensino e saber transmiti-los aos educandos. 01

Orientar melhor os professores para que haja um aproveitamento adequado. 01

Investir na formação global do educando. 01

Garantir a competência do professor. 01

Melhorar o nível das aulas e dos professores quanto ao ensino, podendo aumentar o

conhecimento, adquirindo assim um conteúdo mais completo.

01

Formar educadores contextualizados e familiarizados com o meio educacional, levando os

futuros educandos à busca gradativa do conhecimento.

01

Reorganizar a visão de educação do futuro pedagogo. 01

Formar educadores que lutem pela evolução de crianças, que tenham um ideal a ser cumprido. 01

Formar educadores próximos da verdade com uma boa formação moral e capacidade para

atuar.

01

Compreender que a verdadeira aprendizagem é aquela construída com esforço próprio, através

de elaboração pessoal.

01

Certificar que todo conhecimento deve ser passado cientificamente. 01

Verificar a presença ou ausência de pré-requisitos para novas aprendizagens. 01

Analisar os métodos de avaliação utilizados pelo corpo docente. 01

Obter mais competência para concorrer no mercado. 01

Elevar-se a cargos públicos e municipais. 01

Oferecer subsídios que possam trabalhar a conscientização do homem através da educação. 01

253

Contribuir para uma mudança na sociedade. 01

Motivar os alunos para serem críticos. 01

Capacitar professores para o Magistério e Séries Inicias. 01

Adquirir conhecimento para transmiti-los à sociedade. 01

Adquirir prática em sala de aula e comparar a teoria adquirida durante o curso de Pedagogia,

com a realidade.

01

Aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos nas disciplinas do curso, em sala de aula. 01 Fonte: questionários respondidos pelos alunos do Curso de Pedagogia - campus III

Os alunos foram questionados também sobre as características que deverá ter o profissional de

Pedagogia e as respostas obtidas foram as seguintes:

Quadro 8

CARACTERÍSTICAS DO PROFISSIONAL DA PEDAGOGIA NÚMERO

Ser uma pessoa atualizada. 16

Apresentar criatividade, habilidade e flexibilidade. 15

Ser responsável. 12

Apresentar consciência e pensamento crítico. 10

Amar a profissão, gostar, ter vocação. 10

Ter garra, dinamismo. 09

Ser competente. 08

Conhecer o processo educacional. 08

Saber expressar-se. 08

Motivar e observar. 05

Apresentar conhecimento. 04

Ser coerente. 04

Ter domínio do conteúdo e da classe. 04

Demonstrar ética profissional. 03

Dominar o conteúdo socialmente necessário. 03

Ser determinado. 03

Apresentar dedicação e compromisso. 03

Ser seguro. 03

Ser sensível, acessível, pontual e coerente. 03

Basear-se na didática. 02

Ter consciência social e classista. 02

254

Ser atencioso. 02

Demonstrar compromisso com a educação. 02

Demonstrar compromisso com a maioria. 01

Ser organizado e metódico . 01

Apresentar comportamento especulativo. 01

Testar métodos. 01

Ter personalidade forte e caráter. 01

Apresentar qualificação. 01

Demonstrar empenho. 01

Ter paciência. 01

Ser orientador e formador. 01

Possuir senso de humor e eficiência. 01

Ser investigador. 01

Não ser autoritário e sim um profissional atualizado. 01

Priorizar a aprendizagem saudável do educando. 01

Ser democrático. 01

Articular, mediar e transformar. 01

Planejar. 01

Ser capaz de trabalhar interdisciplinarmente. 01

Estar aberto a mudanças. 01

Ter boa aparência. 01

Ser prestativo. 01

Demonstrar confiança. 01

Ter em mente os objetivos. 01

Fonte: questionários respondidos pelos alunos do Curso de Pedagogia - campus III

Em relação ao campo de trabalho onde poderá atuar este profissional, os alunos apresentaram os

seguintes dados:

255

Quadro 9

CAMPO DE TRABALHO PARA ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA

NÚMERO

Escolas públicas e privadas nas áreas de orientação, supervisão e direção 30

Salas de aula 09

Empresas privadas, áreas de recursos humanos como orientador e instrutor 09

Recursos humanos 07

Administração de escolas 06

Fundações educacionais 06

Ciências humanas 04

Hospitais 04

Comunicações e assistência social 02

Indústrias 02

Profissional liberal 02

Cooperativas 01

Movimentos sindicais 01

Associações de bairro 01

Bancos 01

Clínicas especializadas 01

Família e comunidade 01

Seleção e recrutamento 01

Amplo campo de atuação não só restrito à escola ou sala de aula 01

Fonte: questionários respondidos pelos alunos do Curso de Pedagogia - campus III

7.6.2 Dados coletados através de questionário aplicado aos professores do Curso de Pedagogia -

UNIVALI - Campus III

A amostra considerada neste estudo constitui-se por 08 professores. Este número refere-se somente

aos professores que preencheram o questionário, dentre um total de 22. Portanto, a amostra equivale a 36,4%

sobre o total de professores que trabalham neste curso.

Os professores do Curso de Pedagogia consideram o objetivo geral do Curso nos seguintes termos:

Quadro 10

OBJETIVOS GERAIS DO CURSO DE PEDAGOGIA DE ACORDO COM OS NÚMERO

256

PROFESSORES Formar o educador que domina o conteúdo específico da educação. 04

Desenvolver uma compreensão objetiva sobre a natureza do conhecimento visando uma ação

coerente sobre a realidade.

01

Fazer com que os futuros educadores repensem sua vida profissional entrando em contato

com o mundo científico através da pesquisa.

01

Qualificar multiplicadores para buscar sempre mais qualidade de ensino. 01

O curso deve estar voltado para a busca constante dos valores que levem ao bem estar

social, via ensino.

01

Fonte: questionários respondidos pelos professores do Curso de Pedagogia - Campus III

Em relação aos objetivos específicos do Curso de Pedagogia, os professores forneceram as seguintes

informações:

Quadro 11

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO CURSO DE PEDAGOGIA SEGUNDO OS

PROFESSORES DO CURSO

NÚMERO

Criar competências capazes de explicar a construção do conhecimento e seus caminhos. 02

Buscar alternativas metodológicas e didáticas para o processo ensino - aprendizagem. 01

Explicitar os requisitos e características do conhecimento. 01

Promover a consciência crítica tendo presente os requisitos: auto-correção, apoio em

critérios e sensibilidade ao contexto.

01

Formar professores para o trabalho com crianças e adolescentes. 01

Repensar a educação como um todo e em especial na práxis. 01

Habilitar profissionais para atuar no ensino do pré-escolar, séries iniciais e especialistas. 01

Incentivar a investigação como forma de construção do conhecimento. 01

Fonte: questionários respondidos pelos professores do Curso de Pedagogia

Os professores foram questionados sobre as características que deverá ter o profissional de Pedagogia e

as informações obtidas foram:

Quadro 12

CARACTERÍSTICAS DO PROFISSIONAL DA PEDAGOGIA SEGUNDO OS

PROFESSORES

NÚMERO

257

Ser um pesquisador comprometido com a educação. 04

Ser investigador, criativo e ter autocrítica. 02

Apresentar capacidade de diálogo, postura ética e interesse pela produção dos educandos. 02 Ter competência técnica, visão e capacidade de raciocínio. 02

Demonstrar profundo conhecimento dos conteúdos com os quais trabalham. 02

Ter consistência e aprofundamento teórico. 01

Ser capaz de julgar propostas educacionais a partir dos pressupostos teóricos, explícitos ou

implícitos.

01

Ser autoridade em educação. 01

Demonstrar responsabilidade e motivação para construir o conhecimento. 01

Estar integrado à realidade sócio-cultural. 01

Valorizar a cultura, entendida como conhecimento sistemático. 01

Apresentar embasamento teórico-crítico e consistente sobre a área da educação. 01

Ter consciência aguda sobre a abrangência dos problemas concernentes à educação

brasileira, como um todo.

01

Apresentar dinamismo. 01

Ser transformador. 01

Apresentar responsabilidade de estar presente. 01

Estar ciente do papel que exerce na formação das pessoas. 01

Ser coerente no discurso, prática e ações. 01

Ter equilíbrio emocional. 01

Estabelecer empatia com o aluno. 01

Demonstrar respeito pelo aluno. 01

Conhecer a realidade educacional. 01

Fonte: questionários respondidos pelos professores do Curso de Pedagogia

Os professores foram questionados também sobre o campo de trabalho em que poderá atuar o

profissional formado em Pedagogia. Em relação a esta pergunta as informações obtidas foram:

Quadro 13

CAMPO DE TRABALHO DOS PEDAGOGOS NA VISÃO DOS PROFESSORES NÚMERO

Em todos os campos da educação formal escolar 05

258

Assessoria empresarial 03

Creches e hospitais 03

Professores de Séries Iniciais até o Ensino Superior 02

Orientação Profissional e Educacional 02

Movimentos de Educação Escolar 01

Ter competência básica dando conta do fenômeno da construção do conhecimento,

conhecendo suas variáveis, dominando seus princípios e pressupostos

01

Desenvolvimento de projetos de extensão de caráter interdisciplinar 01

Publicidade 01

Pesquisa 01

Capacitação de Recursos Humanos 01

Orientação Pedagógica 01

Treinamento 01

Educação de Adultos 01

Educação Comunitária/Particular 01

Educação permanente. 01

Fonte: questionários respondidos pelos professores do Curso de Pedagogia

7.7 SUGESTÕES APRESENTADAS PELOS PROFESSORES E ALUNOS PARA MELHORAR O CURSO DE PEDAGOGIA - CAMPUS III

7.7.1 Sugestões Apresentadas pelos Docentes

As sugestões a seguir apresentadas foram elencadas pelos professores do Curso no Seminário de

Avaliação do Curso de Pedagogia - Campus III, realizado no dia 13 de Agosto, 23 e 25 de setembro de 1996.

Quadro 14

SUGESTÕES APRESENTADAS PELOS PROFESSORES RESPONSÁVEL

Maior valorização do Curso de Pedagogia dentro da instituição, com a criação

da identidade do mesmo, aplicação de recursos e investimentos na área.

Direção e Professores

259

Variar a metodologia e o uso de recursos audiovisuais (evitar o uso abusivo de

uma determinada técnica ou material), cuidando com a seqüência e o uso intenso

do xerox, para evitar uma visão fragmentada.

Professores

Reavaliar a idéia de teoria e prática.

Criação de um Colégio de Aplicação para atuação dos alunos da Pedagogia.

Professores, Direção e

Comunidade

Repensar o conceito de aulas práticas Professores

Aprimorar os dois segmentos distanciados: os do bloco inicial e os do bloco

final das disciplinas.

Colegiado e Direção

Ler os programas com a participação dos professores, bem como a metodologia

utilizada, e repensar as práticas dentro do enfoque da estruturação curricular. Os

programas não cumpridos comprometem o andamento do Curso e a formação

dos professores.

Colegiado e Direção

Dar maior ênfase para a extensão e pesquisa. Administração Superior

A “ teoria” deve ter um destino para algo (objetivo p/ a realidade escolar). Professores e alunos

Habilidades do Pedagogo: repensar a função social do pedagogo. Professores

A influência da literatura na formação da auto-imagem negativa do professor,

bem como o conceito de professor e aluno.

Professores

Rever a história do Curso de Pedagogia. Uma continuidade do curso de

Magistério? Necessidade de acabar com esta expectativa do aluno.

Elaborar projeto de novas Habilitações para Pedagogos( Esquema I)

Professores

O aluno deve escolher o Curso de Pedagogia em função do que ele oferece, e

não por falta de opção.

Alunos e Professores

Definir o caráter político-administrativo do Campus enfatizando a necessidade

de repensar o Curso. Há a necessidade de se criar uma identidade para o Curso,

além de sua conseqüente autonomia.

Direção e Professores

Fazer um levantamento das necessidades da região, criando um centro de

capacitação de professores em forma de extensão: Universidade x Prefeituras.

Professores e Direção

Investir no Ensino Fundamental elaborando projetos com vistas à obtenção de

verbas junto aos órgãos financiadores.

Professores e Direção

Selecionar grandes temáticas para estudos e discussões entre docentes, buscando

construir uma proposta pedagógica para o Curso de Pedagogia.

Necessidade de se implantar, no calendário escolar, datas disponíveis para

contemplar o acima exposto.

Professores

O Curso possui corpo docente qualificado, com potencial para o trabalho, porém

falta infra-estrutura.

Há necessidade de se criar e implantar um Plano de Carreira e possibilitar aos

Direção

260

professores aumento em sua carga horária com vistas ao ensino, pesquisa e

extensão. A capacitação docente deve ser revista, tendo em vista o treinamento

em serviço(cursos rápidos). Eleição para cargos técnico-administrativos.

Fonte: dados obtidos no Seminário de Avaliação do Curso de Pedagogia - Professores

Obs: Nestes seminários foi definido que os professores voltarão a reunir-se para continuar as discussões e

formular uma proposta pedagógica.

7.7.2 Sugestões Apresentadas pelos Alunos para Melhorar o Curso de Pedagogia - Campus III

As sugestões apresentadas foram elencadas pelos alunos do Curso de Pedagogia no Seminário de

Avaliação do Curso de Pedagogia - Campus III. Este seminário foi baseado num documento norteador das

discussões, (em anexo)

Quadro 15 - POSSIBILIDADES E LIMITES DO CURSO

SUGESTÕES APRESENTADAS PELOS ALUNOS RESPONSÁVEIS

A assiduidade dos professores é fundamental para a realização efetiva do processo ensino - aprendizagem.

Professores

O horário deve ser obedecido. Professores e Alunos

Contratar professores capacitados. Professores

Melhorar a estrutura do Campus III Direção

Horário de início e término das aulas deve favorecer a quem vem de fora Alunos

Reduzir a leitura de textos em casa. Professores

Adotar os intensivos, pois os mesmo favorecem o número menor de fases (8). Alunos

O fato de ter apenas uma disciplina por noite desfavorece as necessidades de faltas. Há um acúmulo de faltas se faltarmos num mesmo dia da semana. Repensar o esquema de aulas faixas.

Alunos

Fonte: Seminário de avaliação dos alunos da Pedagogia

Quadro 16 - INFRA-ESTRUTURA DO CURSO

SUGESTÕES RESPONSÁVEIS

Ampliação da biblioteca, tanto em espaço físico quanto na aquisição de novas

edições e um número maior de exemplares

Direção

Solicita-se laboratórios de informática, de Ciências e Estudos Sociais. Professores e Direção

261

Antecipar a chamada. Professores

Existem disciplinas dentro do curso como Português, Matemática e Filosofia que

são importantes e que por isso devem ter suas cargas horárias aumentadas. Na

disciplina de Português os conteúdos devem ser modificados, priorizando o

aspecto narrativo, descritivo e interpretativo, trabalhando mais a leitura e escrita

de textos. Trabalhar mais a produção de textos para desenvolver a logicidade, a

coerência e a concordância.

Professores e Direção

A estrutura do curso é deficiente em relação à carga horária de estágio.

Concordamos em parte, em função do tempo reduzido de prática. Repensar a

estrutura do Curso em relação à carga horária do estágio.

Professores

Quanto à estrutura, poderíamos ter mais de uma disciplina por noite, mantendo os

intensivos.

Alunos

Fonte: seminário de avaliação - alunos da Pedagogia

Quadro 17 - RELAÇÃO ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

SUGESTÕES RESPONSÁVEIS

Não há esta relação. Estamos iniciando a passos lentos. Retornamos aqui ao

distanciamento existente entre teoria e prática que de forma acentuada dificulta

o processo. Repensar a relação Ensino, Pesquisa e Extensão, uma vez que a

mesma não ocorre.

Professores e Direção

Favorecer o aluno através de bolsas para pesquisa Direção

A pesquisa e extensão deixa muito a desejar aos alunos do 5. período. Priorizar

a pesquisa e extensão aos alunos do 5º período.

Professores

Fonte: Seminário de Avaliação - alunos da Pedagogia

Quadro 18 -DISCIPLINAS QUE CONTRIBUEM PARA A COMPREENSÃO DA ESCOLA

SUGESTÕES RESPONSÁVEIS

Todas as disciplinas, dentro de sua especificidade contribuem para o processo

de formação desde que sejam bem trabalhadas. Trabalhar bem as disciplinas

para que as mesmas possam contribuir no processo de formação do profissional.

Professores

262

Sociologia, Psicologia, Filosofia em M.A. Manter Sociologia, Psicologia e

Filosofia em M.A.

Professores

Higiene e Saúde, Psicologia, Estrutura, Sociologia e Didática no tronco comum. Professores

Fonte: Seminário de avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia

Quadro 19 - PROFISSIONAL QUE O CURSO DEVE FORMAR

SUGESTÕES RESPONSÁVEIS

Formar professores críticos, conscientes, capazes de analisar e transformar o

mundo e a sociedade em que estejam inseridos. Capacitar profissionais que

entendam de Educação.

Professores e Alunos

Devem ser competentes, ativos, críticos o suficiente para associar a prática

com a realidade vivenciada para comprometer-se a transformá-la.

Professores e Alunos

Profissionais que estejam capacitados, antes de tudo, a educar crianças da

nova geração.

Professores e Alunos

Fonte: seminário de avaliação do Curso pelos alunos

Quadro 20 - FORMAÇÃO PROFISSIONAL E CIDADÃ

SUGESTÕES RESPONSÁVEIS

Preocupar-se com a formação do profissional e do cidadão,

concomitantemente.

Professores

Fonte: Seminário de avaliação do Curso pelos alunos

Quadro 21 - RELAÇÕES ENTRE FORMAÇÃO OFERECIDA E NECESSIDADES DA MAIORIA DA

POPULAÇÃO

SUGESTÕES RESPONSÁVEIS

Adequar o ensino à realidade brasileira. Possibilitar ao profissional liberdade

de ação.

Professores

Fonte: Seminário da avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia

Quadro 22 - TIPO DE PROFISSIONAL EXIGIDO PELA SOCIEDADE ATUAL

SUGESTÕES RESPONSÁVEIS

Formar profissionais competentes, com iniciativa e autodeterminação, que

tenham conhecimentos, sejam seguros e convictos e apresentem

comprometimento social.

Professores e Alunos

Também devem ser competentes, responsáveis, dinâmicos, assíduos,

habilitados, com conhecimento científico, em resumo, o mais especializado e

Professores e Alunos

263

atualizado possíveis.

O mais especializado e atualizado possível. Professores e Alunos

Fonte: Seminário da avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia

Quadro 23 - CONDIÇÕES FORNECIDAS PELO CURSO PARA INVESTIR NA REALIDADE

SUGESTÕES RESPONSÁVEIS

Na medida em que se adquire o conhecimento, que se formam novas verdades,

criam-se condições de questioná-las e modificá-las e ainda buscam-se meios

de lidar com o desconhecido uma vez que com o conhecimento não se lida.

Criar condições de questionar e modificar a realidade.

Professores e Alunos

Nenhum, principalmente se reclamarmos de algum conteúdo. A resposta é

sempre a mesma: “ Faz parte do currículo. Vamos respeitar a mudança

curricular” . Inovar os conteúdos, mesmo que isto agrida o currículo

institucionalizado.

Professores e Alunos

Fonte: Seminário de avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia

Quadro 24 - OPINIÕES SOBRE HABILITAÇÕES PELO CURSO

SUGESTÕES RESPONSÁVEIS

As habilitações oferecidas são excelentes. É necessário porém, ampliar o

tempo de estudo.

Professores

Cada curso habilita para atuar na área específica, quando poderia ampliar as

áreas habilitadas.

Professores

As habilitações são ótimas dando maiores oportunidades na área de educação,

por isso devem ser mantidas.

Professores

Fonte: Seminário de avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia

Quadro 25 - AS PRÁTICAS DE ENSINO

SUGESTÕES RESPONSÁVEIS

O tempo é restrito para as práticas de ensino. Adotar um semestre teórico e

outro prático.

Professores e Direção

Fonte: seminário de avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia

264

Quadro 26 - MODIFICAÇÕES QUE DEVEM SER INTRODUZIDAS NO CURSO PARA FORMAÇÃO

DO HOMEM CIDADÃO E PROFISSIONAL

SUGESTÕES RESPONSÁVEIS

Aproximar pesquisa-extensão, via teoria e prática. Professores

Grade Curricular

Reconhecer, valorizar e respeitar o Curso, divulgando a importância do

mesmo.

Professores - Direção

Dar maiores oportunidades de práticas pedagógicas no decorrer do Curso e

não apenas no final.

Professores

Grade Curricular

Fonte: Seminário de avaliação do curso pelos alunos da Pedagogia

265

7.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de avaliação pelo qual o Curso de Pedagogia - Campus III passou, no período de maio a

outubro de 1996, evidenciou aspectos positivos e aspectos a serem melhorados, os quais, respectivamente, serão

relacionados a seguir:

* Compromisso e competência técnica dos professores;

* Melhoria na estrutura do campus;

* O curso proporciona aos acadêmicos a possibilidade de intervir na realidade, com maior consciência

da mesma;

* Metodologias adequadas aos interesses dos alunos;

* Criação de uma identidade para o Curso de Pedagogia - Campus III, valorizando-o dentro da

instituição e na própria comunidade;

* Dissociação entre teoria e prática, inclusive relacionado à grade curricular;

* Elaboração de uma proposta pedagógica para o curso de Pedagogia, com encontros e estudos de

docentes, periodicamente;

* Ausência da relação entre o tripé: Ensino, Pesquisa e Extensão, somente sendo cumprido nas fases

finais, a partir das práticas de ensino;

* O curso deverá formar profissionais críticos/criativos, responsáveis, conscientes e com domínio de

conteúdo, associando a prática com a teoria;

* Aproximar o Curso das condições e interesses da maioria da população;

* Há carga horária limitada para o desenvolvimento das Práticas de Ensino;

* Aproximar o Curso ao sistema de ensino de 1º e 2º graus desde as primeiras fases;

* Criar um Colégio de Aplicação para o desenvolvimento das Práticas de Ensino e aproveitamento da

mão-de-obra formada pelo Curso;

266

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALZAN, Newton Cesar & SOBRINHO, José Dias (Org). Avaliação Institucional: Teorias e Experiências. São

Paulo: Editora Cortez, 1995.

BELLONI, Isaura. Avaliação Institucional da UNB in: Painel - experiências alternativas no ensino superior -

ANAIS - Simpósio Nacional sobre Avaliação Educacional: uma reflexão crítica. Fundação CESGRANRIO,

1994, p.81-85.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e Interdisciplinaridade no Ensino Brasileiro: Efetividade ou

Ideologia. São Paulo: Edições Loyola, 1979.

MATTOS, C.L.G. Professores e pesquisadores em colaboração: vivências de campo em etnografia crítica de sala

de aula. Trabalho apresentado no VII ENDIPE - Goiânea, junho, 1994.

PERRENOUD, P. Práticas Pedagógicas, profissão e formação - perspectivas sociológicas, Lisboa: Publicações

D. Quixote, 1993.

PROJETO DE REFORMULAÇÃO DA GRADE CURRICULAR DO CURSO DE PEDAGOGIA - UNIVALI.

1996.

ANEXOS

268

FATORES LIMITADORES DA QUALIDADE DO CURSO Nº de opiniões de alunos: 349

Nº de opiniões de professores 27

Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº % A falta de agilidade na reorganização do currículo do Curso de Pedagogia

01 3,7 Desvalorização do curso pela Direção 30 8,6

Formação fragmentada do Profissional de Pedagogia, devido à forma de organização curricular (SI, MA PE)

01 3,7 Falta de um prédio próprio 80 22,9

Falta de definição de espaço físico para o Curso de Pedagogia, oficinas, salas ambiente.

03 11,1 Biblioteca específica 18 5,1

Falta de recursos tecnológicos, recursos didáticos, como áudio-visuais, jogos, atualização da Biblioteca

03 11,1 Desqualificação de alguns professores (sem prática de sala de aula)

40 11,5

Professores horistas, dificultando a dedicação exclusiva, planejamento, a pesquisa, aprofundamento teórico do curso

09 33,4 Ausência da informática no Curso de Pedagogia

04 1,1

Alunos com baixo desempenho, pouca leitura, curso noturno, atraso dos alunos, desmotivação, cansaço dos alunos e inobservância dos horários de aula

02 7,4 Estágio obrigatório para Professores veteranos

02 0,6

Falta de plano estratégico de ações para o curso, e clareza do que queremos formar

01 3,7 Falta de recursos: material didático e salas de multi-meios

39 11,2

Fragilidade das coordenações, desvalorização do curso pela administração e falta de integração entre professor e direção

03 7,4 Estágio somente no final do curso 06 1,7

Inexistência de núcleos de pesquisa no curso

01 3,7 Distância entre teoria e prática 23 6,6

Formação insuficiente de alguns professores

02 7,4 Falta de respeito ao acadêmico 23 6,6

Falta de avaliação e controle docente 01 3,7 Falta de compromisso do professor 18 5,1 Falta de interesse dos alunos 17 4,9 Pouca comunicação entre professor e

aluno 16 4,6

Poucas opções nas habilitações do curso 13 3,7 Descumprimento da carga horária pelos

alunos 06 1,7

Falta de organização do curso 05 1,4 Muita solicitação de xerox 03 0,9 Disciplinas importantes com pouca carga

horária 02 0,6

Seminários, Cursos, Congressos realizados durante o dia

01 0,3

O aluno desconhece a Universidade 01 0,3 Matérias supérfluas presentes no

currículo. 01 0,3

Os problemas geradores pelos horários de ônibus

01 0,3

Fonte: Pesquisa de Campo.

264

AVANÇOS SIGNIFICATIVOS DO CURSO

Nº de opiniões de alunos: 198

Nº de opiniões de professores 32

Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº % Estágios mais aprofundados com práticas mais organizadas

08 26,7 Estágios realizados na própria escola onde o estagiário já atua

27 12,9

Maior número de professores buscando atualização e aprofundamento em seus estudos (Mestrado, Doutorado)

05 15,63 Qualificação dos professores (mestrado, doutorado)

16 7,7

Dinamização do curso, através de Cursos, Seminários, Conferências, Semana da Pedagogia, Reuniões para Estudos e Elaboração de Projetos.

07 21,88 Realização de Seminários, Palestras e Cursos

49 23,5

Pesquisas Institucionais, Atividades de Extensão com envolvimento de alunos.

02 6,25 Oferecimento de mais habilitações 07 3,3

Trabalhos de campo para teorização em sala de aula

04 12,5 Proximidade teoria x prática a partir do 5º período. Realização de pesquisas de campo.

18 8,6

Produção conjunta de textos científicos 02 6,25 Professores que possibilitam a construção do conhecimento

18 8,6

Reorganização curricular: uma proposta participativa

02 6,25 Mudança de Currículo 11 5,3

Conquista de sala para coordenação de estágios e do curso

01 3,12 Utilização de práticas e materiais pedagógicos

14 6,7

Aquisição de Vídeo, TV e Computador 01 3,12 Secretária e setor financeiro informatizados

19 9,1

Sistema de avaliação dos professores e do curso

08 3,8

Formação integral do aluno pedagogo 03 1,4 Melhores professores no final do curso 04 1,9 Nenhum avanço 04 1,9

265

METODOLOGIAS, TÉCNICAS E/OU INSTRUMENTOS MAIS UTILIZADOS NO DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

Nº de opiniões de alunos: 231

Nº de opiniões de professores 62

Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº %

Metodologias ativas de produção de textos, dossiês, leitura, interpretação e contextualização, relatórios, projetos

08 12,9 Aulas expositivas 34 14,7

Pesquisa bibliográfica e de campo 07 11,3 Dinâmicas de grupo 41 17,7

Visitas a instituições 06 9,7 Visitas a instituições 33 14,3

Exposições, estudos dirigidos 01 1,6 Utilização de recursos didático-pedagógicos

30 13

Seminários e Palestras 06 9,7 Elaboração de Dossiê 17 7,4

Aulas teórico-práticas 10 16,1 Produções individuais e coletivas 14 6,1

Aulas expositivas, dialogadas,

dissertativas, dinâmicas, ludo-

pedagógicas, trabalhos de grupo

10 16,1 Seminários 19 8,2

Utilização de recursos de multimeios (filmes, vídeo, retroprojetor, lâminas e laboratório)

12 19,4 Atividades construtivistas 12 5,2

Projeto global da disciplina por período 02 3,2 Projetos de Pesquisas 09 3,9

Novas modalidades de avaliação 09 3,9

Aulas teórico-práticas 07 3

Oficinas 06 2,6

DINÂMICA DE PLANEJAMENTO DAS AULAS E DAS DISCIPLINAS

Nº de opiniões de professores: 17

Opinião dos Professores Nº %

O planejamento da disciplina é realizado de forma individual 09 53

O planejamento da disciplina é realizado pelo conjunto de professores de áreas afins ou através

de Reuniões Departamentais

03 17,6

Discussões com base nas avaliações anteriores, revendo e atualizando bibliografias e avaliando

experiências anteriores

03 17,6

Quanto aos eventos são decididos pela coordenação do curso 01 5,9

Não opinou 01 5,9

SUGESTÕES PARA UM TRABALHO INTERDISCIPLINAR ENTRE AS

266

HABILITAÇÕES DO CURSO E OS CURSOS DA FACULDADE

Nº de opiniões de professores: 22

Nº de opiniões de professores: 16

Opinião dos Professores Nº %

Contratação de professores em horário integral, possibilitando encontros e reuniões para

planejamento, discussão de ementas e objetivos, troca de idéias e experiências e construções

coletivas

12 54,4

Realização de cursos e Simpósios para atualização docente e discente, envolvendo as diversas

habilitações

02 9,1

Uso de metodologias apontando para o ensino pesquisa 02 9,1

Encontro de reflexão sobre o Projeto Político Pedagógico do curso de Pedagogia 02 9,1

Seminários internos com exposições de pesquisas e práticas realizadas 02 9,1

Não responderam 02 9,1

Encontros para promover a socialização, a discussão, o planejamento, troca de experiências,

interação para conhecimento mútuo, mediatizados pelo aumento da carga horária e maior

disponibilidade do professor

07 43,8

Promoção de eventos em parceria 01 6,25

Intercâmbio com boletins informativos 01 6,25

Bloco exclusivo para o curso de filosofia 01 6,25

Salas de multimeios para disciplinas do núcleo comum 01 6,25

Seminários de discussão entre cursos e departamentos 01 6,25

Socialização das produções científicas 01 6,25

Não opinou 03 18,7

267

O CURSO DE PEDAGOGIA OFERECE HABILITAÇÕES COMPATÍVEIS COM O MERCADO DE TRABALHO

Nº de opiniões de alunos: 235

Nº de opiniões de professores: 18

Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº % Oferece habilitações de acordo com o mercado de trabalho, pela necessidade de profissionais habilitados e pela demanda sempre crescente de oportunidades

10 55,5 Sim, pois há campo de trabalho. Forma para a oferta de trabalho existente

47 24,3

As habilitações oferecidas atendem ao mercado de trabalho, porém, precisam ser aperfeiçoadas para uma formação mais ampla e consciente. Ainda precisam ser reavaliadas em função do momento histórico, repensando seu tempo de duração

07 39 Os conteúdos são vinculados à realidade ao mercado de trabalho

12 5,1

Deveria habilitar para atuar desde a educação pré-escolar, séries iniciais e magistério

01 5,5 Porque há poucos professores habilitados 10 4,3

O curso oferece várias opções para o futuro

05 2,1

Possibilita a Progressão na carreira profissional

04 1,7

As chances são maiores se o graduado continuar aperfeiçoando-se

02 0,8

Não. Pela falta de opções 33 14 Limitação por ser apenas uma habilitação 28 11,9 Má distribuição das habilitações do curso 32 13,6 Conteúdos desvinculados da realidade 15 6,4 Não corresponde à realidade 12 5,1 Currículo restrito 10 4,3 Precisa esperar por oferta de vagas 05 2,1 O discurso (teoria) não condiz com a

prática 04 1,7

Pouco campo de trabalho 03 1,3 Falta direcionamento nos quatro períodos

iniciais 03 1,3

268

PERCEPÇÃO DOS DOCENTE E DISCENTES COM RELAÇÃO AO CURSO

Nº de opiniões de professores: 246 Opinião dos Professores Nº %

Curso de relevância social 01 4,76 Falta de solidariedade, de respeito humano, promovendo uma disputa interna 01 4,76 Bom corpo docente, compromissado, aperfeiçoado, grandes valores trabalhando isoladamente 05 23,8 Indefinição de Projeto Pedagógico, necessitando de ajustes em diferentes disciplinas 01 4,76

O curso necessita de avanços na área de pesquisa para crescer na cientificidade 03 14,3

O curso poderia ser mais dinâmico e atraente, com eventos, seminários e cursos 01 4,76

Curso pouco valorizado e divulgado apesar das boas ações e de seus profissionais competentes 03 14,3

Há preocupação em oferecer aos alunos atividades de pesquisa e extensão 01 4,76

As soluções buscadas são tímidas e pouco relevantes na resolução dos problemas 01 4,76

Pouca valorização do curso por professores, direção e acadêmicos 01 4,76

É preciso crescer na luta pelo desalojamento de pessoa, normas, rotinas, poderes e discursos 01 4,76

Maior possibilidades de aperfeiçoamento na Pós-Graduação 01 4,76

Curso de extrema importância, responsável pela formação do educador 01 4,76

Um curso regular 42 18,7

Professores desatualizados 24 10,7

Um curso muito bom 24 10,7

Precisamos lutar para melhorar o curso 21 9,3

Pouco valorizado pela Universidade, principalmente nos primeiros semestres 12 5,3

Falta seriedade, deixa a desejar 10 4,4

Falta empenho e valorização da Direção do curso 19 8,4

Relacionamento difícil entre professor e aluno 08 3,6

Falta relação teoria e prática 08 3,6

Não corresponde às expectativas dos alunos 06 2,7

Pouco valorizado pelos alunos 05 2,2

Autoritarismo de alguns professores 05 2,2

Bom atendimento da Secretaria do curso 08 3,6

Pouca exploração dos textos pelos professores 04 1,8

Falta pesquisa de campo 04 1,8

Deveria ser mais rigoroso nos períodos iniciais 03 1,3

Bons professores 03 1,3

Formar para maior número de habilitações 03 1,3

Reformular o currículo para melhorar o ensino 05 2,2

Deveria haver maior cobrança de professores e alunos 04 1,8

Integra-nos à sociedade 02 0,9

Desmotivação de professores e alunos 01 0,4

Está melhorando progressivamente 04 1,8

VALORIZAÇÃO DO CURSO PELA SOCIEDADE

269

Nº de opiniões de alunos: 225

Nº de opiniões de professores: 19

Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº % De forma geral não valoriza a formação do profissional da educação, opção pouco importante, sem retorno financeiro, desprestígio em relação aos demais cursos.

06 31,6 Não valoriza o curso de Pedagogia 51 22,7

Precisa ser mais difundido o Projeto Político Pedagógico

01 5,3 Discriminado em relação aos demais cursos

44 19,6

A sociedade não percebeu ainda o valor do curso, porém o trabalho de divulgação do mesmo é um passo importante da atual Direção e Reitoria.

01 5,3 Não toma conhecimento e dá pouca importância

39 17,3

Os efeitos sociais do curso são ainda tímidos, mas é um curso relevante e indispensável no Sistema Educacional Regional.

02 10,5 Uma habilitação sem retorno financeiro 30 13,3

Avaliação positiva, de nível, nossos alunos têm se desincumbido de obrigações, atendendo o mercado de trabalho

05 26,3 Fraco e ineficaz 26 11,6

Não opinaram 04 21 Sem perspectiva profissional 11 4,9 Valorizam mais o curso de magistério de

2º grau 07 3,1

Entendem que qualquer curso habilita para o magistério

05 2,2

Um curso para mulheres 04 1,8 Não se preocupa com os pedagogos 03 1,3 Em declínio 02 0,9 Bom curso 02 0,9 Um dos melhores cursos do estado, por

ser dos mais antigos 01 0,4

SITUAÇÃO DO CURSO NO CONTEXTO DA UNIVALI

270

Nº de opiniões de alunos: 278

Nº de opiniões de professores: 22

Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº % O curso tem uma história de 32 anos. Tem bom desempenho, considerando os índices 68,1 de colocação de profissionais no mercado de trabalho em relação aos iniciantes. O geral da Universidade é de 51,2, neste sentido o curso tem uma boa posição

01 4,5 Discriminado em relação aos demais cursos

75 27

Os projetos de pesquisa e extensão não são liberados na mesma proporção dos demais cursos, discriminando o setor das licenciaturas

06 27,3 Desvalorizados pela Universidade, professores e alunos

53 19,1

Curso defasado tecnologicamente, considerado menos científico

02 9,1 Com descaso a partir da falta de espaço físico específico

63 22,7

Apesar de seu baixo custo e alta rentabilidade financeira, as Pró-Reitorias não têm dado o respeito às reivindicações

01 4,5 Os demais cursos sentem-se superiores 51 18,3

Tem excelente trabalho, porém, necessita de prestígio, reconhecimento e divulgação. Há uma cultura de desvalorização que é preciso ser demonstrada pela crítica e produção de docentes e alunos.

03 13,7 A direção não atende às necessidades impostas pelo curso

11 4

Curso pouco valorizado porque não se impõe e não se requer com mais energia, investimentos, espaço físico, recursos audio-visuais e eventos significativos

03 13,7 Pouca aplicação de recursos financeiros no curso

18 6,5

O curso é visto como desfavorecido em relação à aprendizagem e aproveitamento

01 4,5 Os demais cursos são priorizados em suas reivindicações em detrimento do Curso de Pedagogia

04 1,4

A formação do professor é importante, mas não dá status

01 4,5 Pouca participação nas instâncias decisórias

02 0,7

Não opinaram 04 18,2 Um curso importante 01 0,3

271

CURRÍCULO ATUAL DO CURSO E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Nº de opiniões de alunos: 274

Nº de opiniões de professores: 17

Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº %

O curso deveria estar mais voltado à pesquisa.

02 11,8 Sim, porque favorece a formação nas áreas específicas (S.I., P.E. M.A. O.E. A.E.)

54 19,7

Os conteúdos e as teorias não são bem fundamentados e relacionados, estabelecendo uma clara relação teoria e Prática.

02 11,8 Favorece em parte, porém, ainda precisa melhorar.

24 8,8

Busca-se a unidade entre Teoria e Prática, porém ainda apresenta-se linearmente, pois ainda continua a dissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão.

02 11,8 Bom conteúdo 11 4

A proposta de reorganização curricular é uma amostra das sucessivas reformas para atingir o ideal.

04 23,4 Alia Teoria à Prática 10 3,6

O currículo precisa oferecer mais subsídios para a formação profissional, precisando ser aperfeiçoado, pois o mercado de trabalho também sofre transformações.

01 5,9 Competência dos Professores 08 2,9

Está impregnado de senso com ranços psicológicos, vícios institucionais que impedem a análise da prática. Defasado no Setor Tecnológico.

01 5,9 Não, porque a Teoria está distante da Prática.

45 16,4

A qualificação dos Professores por muito tempo foi pouco incentivada, contribuindo para uma prática pedagógica pouco inovadora.

03 17,6 Currículo pouco abrangente. 31 11,3

Favorece a formação dentro das limitações do atual currículo e depende também do desempenho do Professor.

02 11,8 Estágios somente no final do curso. 29 10,6

Ensino fraco e fragmentado. 25 9,1

Com poucas opções de escolhas. 17 6,2

Não são destinados recursos financeiros ao curso.

07 2,6

Falta Tecnologia. 05 1,8

Conteúdos e técnicas ultrapassadas. 04 1,5

Acomodação de alunos e Professores. 04 1,5

INDICADORES DE AÇÕES ADMINISTRATIVAS E PEDAGÓGICAS PARA MELHORIA DO CURSO

272

Nº de opiniões de alunos: 229

Nº de opiniões de professores: 18

Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº %

Definição de espaço e ambientes pedagógicos, reivindicações de condições e infra-estrutura para desenvolver um curso de excelência são condições necessárias – Pró-Reitorias Administrativa e Pedagógica

02 11 Direção mais atenta e compromissada com as necessidades do curso

77 33,6

Maior clareza e definição das atribuições das funções administrativas

01 5,6 Avaliações mais coerentes com a proposta pedagógica

22 9,6

Definição de uma política de difusão e debates sobre nomes e critério para cargos eletivos, nas diversas instâncias universitárias

01 5,6 Maior divulgação dos eventos (Cursos, Seminários, Pesquisas, Bolsas e outros).

23 10

Exigência de estabelecimento de Planejamento da disciplina com a participação da direção, coordenação e professores

02 11 Não opinariam 18 7,8

Avaliação dos docentes pela coordenação 01 5,6 Desburocratização e melhor atendimento da secretaria

15 6,6

Não responderam 09 50 Cumprimento da carga horária, fazendo negociação com alunos e empresas de transportes

15 6,6

Restruturação imediata do curso quanto à pesquisa, extensão, novas tecnologias

01 5,6 Luta por um bloco próprio para Pedagogia

10 4,4

O curso de Pedagogia necessita ser mais divulgado e trabalhado internamente a sua filosofia e o perfil profissiográfico

01 5,6 Maior eficiência e atendimento do SOAE com os bolsistas

10 4,4

Maior clareza e definição das funções na hierarquia administrativa e pedagógica da Universidade

09 3,9

Utilização de melhores técnicas e recursos pelos professores

06 2,6

Administração mais democrática 06 2,6 Maior controle nas faltas dos professores 05 2,2 Maior participação e ação do DCE, na

busca das reivindicações dos alunos

05 2,2

Maior luta e empenho por textos para as

mudanças administrativas e pedagógicas

03 1,3

Melhor relacionamento entre Professores

e Alunos

03 1,3

Dependências abertas até o final do

período de aula (biblioteca, banheiros,

xerox)

02 0,9

273

PERFIL DOS ALUNOS LEVANTADO A PARTIR DA PESQUISA REALIZADA.

Na segunda quinzena do mês de agosto do corrente ano, foram distribuídos 315 instrumentos de

pesquisa – questionários – aos acadêmicos do Curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras

da UNIVALI, a partir do 3º Período, com questões pertinentes aos aspectos administrativos, organizacionais e

metodológicos (estruturais e funcionais) do referido curso.

Em cada sala foram designados dois alunos representantes de turma para aplicar os questionários,

recolhê-los e reunir as informações fornecidas por seus pares. Estes alunos participaram previamente de uma

reunião com a Sub-Comissão de Avaliação para receberem instruções sobre o preenchimento dos questionários.

Foram devolvidos 225 questionários dos alunos de Pedagogia e, apesar da insistência dos responsáveis

90 alunos demonstraram desinteresse e não entregaram o instrumento – as respostas ao questionário foram as

seguintes:

1) Sexo: M - 03 F - 222

O Curso de Pedagogia continua sendo predominantemente freqüentado por uma clientela feminina,

reiterando uma situação histórico-cultural de legitimação da profissão de professor como uma das únicas

permitidas às mulheres.

Dos questionários respondidos, 222 pertenciam a acadêmicos do sexo feminino e somente 3 a alunos

do sexo masculino.

Idade:

Diferentemente de outros cursos superiores procurados por jovens ao concluírem o 2º grau, no Curso

de Pedagogia encontramos alunos que se decidem frequentá-lo para garantir uma vaga, a efetivação no cargo, a

ascensão no plano de carreira depois de terem lecionado algum tempo e descobrirem ser esta a profissão que

desejam.

Por isso, verifica-se uma concentração de alunos com idade entre 20 a 30 anos (137) e 30 a 40 anos

(46), tendo um número bem menos com idade de 18 a 20 anos (21) e com mais de 40 anos (11).

Não informaram a idade 10 alunos.

Trabalho:

Por ser um Curso oferecido no período noturno, os alunos têm possibilidade de exercer atividade

remunerada durante o dia.

Dos 225 alunos entrevistados, responderam afirmativamente 189, tendo apenas 17 respondido que não

trabalham e em 19 fichas não havia resposta para esta questão.

Atividade Profissional

Confirmando nossa opinião e pesquisas anteriores, a maioria dos alunos do Curso de Pedagogia já está

atuando no quadro no magistério como professores do ensino de 1º grau (164). Contudo uma quantidade

significativa exerce funções extra-classe ligadas ao ensino: Secretária de Escola (12), Diretoras (3), Auxiliares

Administrativos (4), Orientadora Pedagógica (2), Auxiliares (3), Recreadores (3), num total de 27. Somente

fogem a regra geral 5 alunas que são comerciárias, 2 trabalham como Agentes de Saúde, 1 como Recepcionista,

2 são “do lar” e 24 não informaram.

Carga horária semanal:

274

O salário irrisório pago aos professores faz com que os mesmos tenham uma jornada de trabalho em

dois turnos no período diurno, muitas vezes em dois ou mais estabelecimentos, em localidades distantes uma da

outra, o que certamente em nada contribui para elevar a qualidade de ensino.

Na pesquisa, 13 alunos revelaram trabalhar mais de 40 h/a semanais, 100 alunos têm carga horária de

40 h/a semanais, 16 acadêmicos têm uma jornada de 30 h/a semanais, 68 trabalham 20 h/a e 28 alunos não

preencheram este quesito.

Estas cinco primeiras questões nos fornecem um quadro bastante real dos alunos do Curso de

Pedagogia:

* sua clientela é quase que exclusivamente feminina.

* a média de idade - 20 a 30 anos - sugere alunos mais maduros, com objetivos bem definidos.

* é formado por indivíduos em sua maioria professores ou em atividades afins, com uma carga

horária semanal intensa, acrescentando-se as atividades que executam em seus lares como mães, esposas, quase

sempre também responsáveis pelos afazeres domésticos, pouco tempo lhes resta para leitura, estudos de

aprofundamento, pesquisas e trabalhos extra-classe.

Estes fatores devem, sem dúvida, ser levados em consideração pelos professores, embora não possam

ser motivos para desencadear o desenvolvimento de um planejamento aquém do desejável.

275

CONSIDERAÇÕES FINAIS Na introdução desta publicação, enfatizamos o compromisso da UNIVALI em prestar contas de seus

serviços à sociedade. Esta publicação atende esta finalidade e vem também contribuir para explicitar e

reconstruir o nosso Projeto de Universidade.

Sem dúvidas uma Universidade faz-se no quotidiano das ações pessoais e coletivas, no movimento de

conhecer, julgar e tomar decisões na direção de grandes metas traçadas a partir das intenções, necessidades e

aspirações do contexto social, na qual está inserida. Este contexto social representa tanto as situações concretas

locais, a nível micro, como os contextos mais amplos e distantes numa dimensão de espacialidade e

temporalidade.

Assim, o conceito de Universidade vai sendo construído pelas situações concretas vivenciadas e,

portanto, marcado historicamente pela diversidade. É época de celebrar as diferenças.

Cada Universidade tem de celebrar sua identidade, sem perder a sua essencialidade que é a

universalização do saber. A UNIVALI, enquanto Instituição de Ensino, ao longo de seus 35 anos de existência,

vem construindo sua identidade como Universidade Regional. Este conceito está explícito no Projeto de

Regionalização da UNIVALI, que situa a expressão REGIONAL como qualidade da própria Universidade: a

regionalidade deverá ser entendida como uma qualificação possível da Universidade e nunca a sua

essencialidade enquanto instituição (p.13). Portanto, a opção da UNIVALI, em identificar-se como

Universidade Regional, significa que no bojo de suas preocupações está a concretude das relações que

interagem no espaço local e regional, pesquisando, engajando-se e apresentando soluções na construção de um

Projeto de Sociedade. Assim, seu existir terá relevância, pois estará estabelecendo uma relação dialética entre a

Ciência, o Homem e a Sociedade.

A UNIVALI, ... concebendo-se como universidade moderna, prevê as atividades de ensino, pesquisa e extensão como iniciativas orgânicas a serviço da comunidade, numa visão universal, ... sem deixar de acentuar sua fisionomia regional e local, como espaço próprio de sua efetiva concretização (Projeto de Regionalização, 1996:101).

A concepção de modernidade passa justamente pela organicidade das relações, levando em

consideração a Ciência, a Ética e Cidadania. Esses três elementos constituirão a base da formação profissional.

É este eixo formador que dimensiona o trabalho na Faculdade de Filosofia , constituída pelos Cursos de

História, Geografia, Letras, Ciências de I Grau, Estudos Sociais, Pedagogia do Campus I - Itajaí - e Campus III

- Tijucas.

A Faculdade de Filosofia tem o compromisso de definir e operacionalizar uma política de formação

para a Educação básica no País. A formação do professor tem como eixo norteador a relação com a Ciência e a

Ética.

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NA FFCL

276

Com o término das auto-avaliações dos Cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, uma volta

ao Projeto de Avaliação Institucional da UNIVALI se faz necessário: os pressupostos, os objetivos, os

processos e os resultados precisam ser trazidos no foco de uma reflexão coletiva da comunidade acadêmica

com a finalidade de ver, sentir e julgar a adequação dos processos e dos resultados à luz dos objetivos da

Universidade.

1 - DOS PRESSUPOSTOS

Pode-se extrair que a Avaliação Institucional toma o Projeto de Universidade como um processo

coletivo, onde cada pessoa envolvida deve participar na sua construção. Isto também implica que cada pessoa,

individualmente, e a comunidade como um todo, precisa conhecer seu potencial, seus limites e a direção da

caminhada. Daí a necessidade de um processo de avaliação que a todo momento levante indicadores de

qualidade, processo esse que por sua vez é, também, uma construção coletiva. Dentro desta perspetiva a

Avaliação Institucional renova as energias, clareia os objetivos, dá transparência ao processo e dá impulso à

obra educacional da Universidade no sentido de um trabalho de qualidade.

Na visão de Penna Firme (1991), a Avaliação Institucional deve ser responsiva-construtiva, que se

caracteriza por ser local, atendendo a uma determinada instituição; ser sócio-política, trabalhando com uma

determinada comunidade acadêmica; ser ensino-aprendizagem para todos que participam; ser, ao mesmo

tempo, contínua e divergente no processo, desvelando constantemente aos seus membros seus avanços e suas

limitações; ser desafiadora, provocativa e emergente, suscitando mais questões que respostas; e acima de tudo,

ser envolvente, reunindo professores, alunos, funcionários, administradores e avaliadores no mesmo objetivo.

Nesta perspectiva a avaliação dos Cursos da FFLC foi um processo coletivo, de diversas intensidades,

dependendo de cada curso e da visão de cada comissão de avaliação. Chegou ao fim de uma primeira etapa, a

um conhecimento da realidade que a comunidade acadêmica ainda não tinha clareza e compreensão de sua

extensão. Os desdobramentos que necessariamente deverão seguir devem-se ancorar nesta primeira etapa e

construir a partir dela os novos objetivos e os novos perfis profissiográficos para cada curso e para a Faculdade

como um todo.

O processo de Avaliação Institucional, na FFCL, despertou uma nova consciência crítica nas pessoas

envolvidas e imprimiu uma nova vontade na busca da qualidade. Cabe à Avaliação Institucional manter,

impulsionar e coletivizar o processo, afim de que um maior número de participantes possa se envolver, enfim,

desenvolver uma cultura avaliativa que permita à Faculdade e à UNIVALI, como um todo, um constante

reordenamento, consolidação, reformulação das suas estruturas e processos para uma melhor qualificação das

suas ações Acadêmicas.

2 - DOS OBJETIVOS

277

Todo o processo de Avaliação Institucional da UNIVALI vem trabalhando na busca e no

desenvolvimento de objetivos como:

a) Desenvolver um processo criativo de autocrítica para garantir a qualidade da ação universitária;

b) Prestar contas à sociedade da consonância das ações universitárias com as demandas científicas, tecnológicas

e sociais;

c) Conhecer, transformar e interrelacionar as tarefas acadêmicas em suas dimensões de ensino, pesquisa,

extensão e administração;

d) Estudar e restabelecer o compromisso com a sociedade, explicitando as diretrizes e fundamentos do Projeto

Pedagógico da Universidade;

e) Repensar os objetivos, modos de atuação e resultados, na perspectiva de uma universidade mais coerente

com o momento histórico em que se insere;

f) Redesenhar o Projeto Pedagógico da FFCL e da própria UNIVALI para que seja relevante à comunidade

acadêmica e à sociedade;

g) Levantar avanços, fatores limitantes e ações a serem desenvolvidas nos cursos e na FFCL;

h) Estudar e propor mudanças no quotidiano das tarefas acadêmicas do ensino, pesquisa, extensão e

administração, contribuindo assim para a melhoria da sua qualidade.

Na análise dessa primeira etapa do processo de Avaliação Institucional na FFCL, estes objetivos foram

alcançados ou pelo menos parcialmente. Os relatórios das auto-avaliações dos cursos mostram os resultados

que daqui para frente precisam ser expostos, analisados e refletidos coletivamente.

No desenvolvimento do processo da auto-avaliação dos Cursos da FFVL três níveis de resultados

pode-se detectar: avanços e conquistas, fatores limitadores e ações planejadas para a melhoria da qualidade da

ações acadêmicas. Estes três níveis serão examinados exaustivamente, mais adiante, através dos resultados das

auto-avaliações dos cursos da FFCL, não como um fim em si mesmo, mas como indicadores para o repensar do

Projeto Pedagógico de cada Curso e da Faculdade como um todo.

3 - DO PROCESSO

Como foi definido anteriormente a Avaliação Institucional é um processo coletivo. É uma reflexão do

corpo docente e discente sobre si mesmos e as condições dentro das quais se desenvolvem as ações acadêmicas.

É, portanto, uma auto-avaliação. Este status conferiu ao processo uma metodologia especial onde todos os

segmentos contribuíram de alguma forma.

A constituição das Subcomissões de Auto-Avaliação dos Cursos deu-se através de eleição ou

indicação dos pares. Este processo deu legitimidade a seus membros para o desvelamento dos avanços e

conquistas do Curso bem como dos fatores limitadores. Também autoriza convocações para reflexões coletivas.

Sem estes atributos dificilmente as auto-avaliações teriam sucesso.

De acordo com os relatórios das auto-avaliações dos Cursos da FFCL, todas as subcomissões

trabalharam o sentido coletivo das auto-avaliações. É verdade, as habilidades individuais, as habilidades de

comunicação dos membros das subcomissões, as condições de tempo e espaço foram fatores intervenientes no

278

trabalho final. No entanto, sendo um processo inicial e novo, os relatórios mostram, embora em intensidades

diferentes, a instalação de uma cultura avaliativa: a busca constante da compreensão da realidade e das soluções

para os problemas, objetivando a qualidade das ações acadêmicas, dentro de um sentido mais coletivo e

democrático, sem viesar nem para uma avaliação laudatória e nem depreciativa.

As metodologias de avaliação organizadas pelas subcomissões apresentaram-se diversificadas,

representativas da cultura de pesquisa de cada grupo. Esta especificidade não prejudicou a unidade de análise

frente aos indicadores de qualidade comuns aos Cursos de Graduação.

É evidente que todo processo de auto-avaliação gera ansiedades, desconfortos, susceptibilidades,

euforias, etc. que precisam ser superadas ao longo da caminhada, para que o coletivo possa desabrochar. Na

FFCL não foi diferente. Como entidade de ensino superior, como trabalho em educação, as ações desenvolvidas

são de natureza coletiva e as pessoas envolvidas precisam se educar para esse trabalho coletivo. A auto-

avaliação dos cursos é o início deste trabalho. O número de participantes e a forma de intervenção das pessoas

envolvidas revelam a caminhada que a comunidade da FFCL precisa fazer para chegar a melhoria da qualidade

das ações acadêmicas.

Foi interessante observar que, ao longo do processo de auto-avaliação, as discussões frente aos

resultados das pesquisas realizadas tomaram caminhos, ora para análises pessoais, ora institucionais, causando

impacto em pessoas e segmentos. Mas o próprio processo que desde o início pautou-se por critérios não

punitivos, ascendeu para níveis de análises mais profundas, no sentido de elencar objetivamente alternativas de

soluções para melhorar a qualidade de cada Curso. Estas ações têm a qualidade de não serem dirigidas só para

outras esferas e segmentos da UNIVALI, mas também dizem respeito a mudanças no interior do fazer curricular

e na postura das pessoas que integram o Curso.

Pode-se, então, afirmar que, ao longo do processo, intenções e compromissos foram se concretizando

em ações novas na ação docente, discente e da Direção dos Cursos. Assim, a Avaliação cumpre o seu papel de

fazer acontecer e mudar a realidade.

4 - DOS RESULTADOS

Ao término das Auto-Avaliações dos Cursos da FFCL, são apresentados resultados, talvez iniciais ou

incompletos. Já, porém, dão uma imagem bastante nítida do que são estes Cursos e a própria Faculdade. É o

desvelamento de uma realidade, dentro de realidades maiores, que delas recebe influências e limitações, as

quais nem sempre podem ser solucionadas dentro dos cursos ou da FFCLCVI.

Os resultados são apresentados e discutidos a partir dos indicadores e variáveis intervenientes na

verificação dos níveis da qualidade das ações acadêmicas realizadas na FFCL. Estes indicadores e variáveis

revelam intensidades e extensões diferentes que interferem no processo, mas, no seu conjunto, delineiam o

perfil de cada curso e da Faculdade, como um todo. Esta síntese expressa o perfil atual da FFCL.

A partir desta síntese, é possível levantar três eixos centrais, em torno dos quais, as análise foram

aprofundadas. São eles: Avanços e conquistas, fatores limitadores e ações planejadas para a melhoria da

qualidade das ações acadêmicas (administrativas, pedagógicas, planejamentos, tomadas de decisão, etc.), no

279

sentido da construção de novos perfis dos Cursos e da imagem da FFCL dentro da UNIVALI e da comunidade

regional onde está inserida.

4.1 Avanços e Conquistas

Na análise dos relatórios de avaliação dos cursos da FFCL foram destacadas pontos positivos que

podem ser classificados em avanços e conquistas.

a) Crescente qualificação profissional

Nos últimos anos surgiu um movimento entre os professores da FFCL na busca de uma melhor

qualificação profissional (especialização, mestrado ou doutorado). Embora esta qualificação profissional não se

traduza de imediato em melhoria de ensino, um grande número de professores titulou-se e outros estão em

processo de titulação. Pois vejamos, em 1996/II*, o Corpo Docente da FFCL era constituído por 168

professores, dentre os quais 2,38 % são doutores, 5,95% doutorandos, 32,14% mestres, 19,05% mestrandos,

35,12% especialistas, 2,38% especialização em realização e 2,98% graduados. Um dos primeiros quesitos para

aquilatar a qualidade da ação acadêmica de uma instituição superior é qualificação do seu corpo superior.

Os resultados desta qualificação estão vindo, sob a forma de novas abordagens dos conteúdos, novas

metodologias, implementando o desenvolvimento curricular, pesquisas básicas e atividades de extensão

universitária.

O movimento da qualificação teve impulso, dentro da UNIVALI, a partir da publicação da Resolução

07/CEPE/95 que normatiza a concessão de bolsas e o afastamento para capacitação ao nível stricto e lato

sensu. Os programas de pós-graduação mais utilizados pelos docentes da FFCL são os UFSC, UFPR, UFRGS,

PUC/RS, PUC/SP. Cada um destes programas tem tendências ideológico-filosóficas próprias e características

que induzem a uma pluralidade de visões de mundo, necessárias para a FFCL desenvolver suas ações

acadêmicas.

Um grande número de titulados à nível de pós-graduação não é por si só uma garantia de melhoria de

qualidade do ensino, pois, no Brasil, o objetivo principal dos mestrados e doutorados é, na verdade, a formação

do pesquisador, não do professor. A ênfase dos cursos específicos das disciplinas não-pedagógicas é no

aprofundamento teórico e na dissertação ou tese, isto é, a pesquisa. A formação pedagógica é completamente

negligenciada na maioria dos cursos das disciplinas básicas e mesmo em alguns programas de pós-graduação

em educação. Mas, o professor com uma formação a nível de pós-graduação tem muitas vantagens sobre os

demais. Se este professor fundamentar seu ensino na pesquisa, mesmo que intuitivamente, aplica princípios

fundamentais do bom ensino, como: participação, diálogo, pensamento reflexivo, organização-sistematização,

etc. Esta metodologia produz um ensino mais efetivo, pois estará desenvolvendo habilidades técnico-científicas

na acadêmico que, além de um bom profissional, será um investigador em potencial.

b) Desenvolvimento Curricular

Todos os relatórios de auto-avaliação dos cursos da FFCL fazem referência à realização de estudos

curriculares que vão muito além de simples modificações das grades das disciplinas. Esses estudos curriculares

tornam-se necessários na atualidade, uma vez que na era pós-moderna os perfis profissiográficos das profissões

estão se alterando vertiginosamente em função dos avanços científico-tecnológicos.

* Fonte: Pró-Reitoria de Ensino, 1996

280

Os cursos da FFCL tipicamente atrelados à educação, sofrem a influência da atual política

governamental e social, o desmerecimento e a situação salarial puxam o magistério e licenciatura para uma

profissão sem expectativas, por isso, com material humano muito idealista ou muito pobre.

A informática e telemática já estão dentro do ambiente escolar e os professores ressentem-se cada vez

mais da falta desta formação. Foram educados para um tempo que não existe mais. Os estudos curriculares na

FFCL buscam estes novos perfis profissiográficos, novas disciplinas, novos conteúdos, novas metodologias e

novas formas de avaliação à luz da pós-modernidade. Alguns cursos conseguiram avançaram mais, outros

menos, mas todos buscam a sua atualização e adequação aos tempos atuais. A atualização, reclamada nas

avaliações dos docentes pelos alunos, é uma exigência dos tempos atuais e é uma necessidade para a formação

dos profissionais no futuro.

c) Iniciação à pesquisa

Com o advento da implantação da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão, a pesquisa a

nível de alunos de graduação tomou um grande impulso na UNIVALI. De imediato foram implantados o

Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PROBIC), com financiamento da própria Universidade, e o

Programa Institucional de Bolsas Iniciação Científica (PiBIC), financiado pelo CNPq.

A iniciação à pesquisa começou de forma muito tênue, tanto em número, quanto em qualidade de

projetos apresentados. Professores e alunos da FFCL tiveram muitas dificuldades para participar destes

programas. Não era da mentalidade dos professores da FFCL fazer pesquisa, a não ser as das exigências dos

cursos de pós-graduação, pois não havia estímulos para tal atividade na Instituição. Os alunos, por sua vez, não

imaginavam que a iniciação em pesquisa científica pudesse contribuir para a formação profissional, pois

pesquisa era para os cientistas, conheciam apenas a ciência mitificada. Hoje, a cada nova chamada, um maior

número e de melhor qualidade de projetos para iniciação à pesquisa são apresentados pelos alunos da FFCL.

Mesmo assim o número de projetos aprovados na ProPPEx é ainda muito reduzido.

Os programas de iniciação científica estão criando uma nova cultura universitária. Tirou os alunos da

passividade e colocou-os na busca ativa do conhecimento. Como já foi mencionado anteriormente, a pesquisa

faz com que o aluno assuma a responsabilidade da busca do conhecimento novo e, na medida em que o aluno

tem conquistas, a motivação intrínseca cresce e o envolve cada vez mais no processo da aprendizagem

autônoma.

O desenvolvimento da iniciação científica está intimamente ligada à formação dos professores em

níveis de mestrado e/ou doutorado. Portanto, a FFCL tem todas as condições para desenvolver os programas de

iniciação à pesquisa nos seus cursos.

Ainda não existem na FFCL programas de pesquisa a nível de professor. Se a faculdade quer ter nível

de curso superior será necessário investir seriamente nestes programas, para além das pesquisas exigidas pelos

cursos de pós-graduação.

A implantação do Núcleo de Pesquisa em Educação congregará os interesses, incentivos e produções

dos pesquisadores da FFCL.

d) Extensão - Atividades interdisciplinares

281

No período abrangido pela auto-avaliação dos cursos da FFCL, as atividades de extensão e atividades

interdisciplinares cresceram intensamente. Os professores da FFCL, além das aulas regulares no seus

respectivos cursos, trabalharam em atividades de capacitação e atualização dos professores das redes estadual e

municipal da Micro-Região.

Estas atividades mostram a amplitude da influências que a Faculdade de Filosofia exerce na região,

não só como agência formadora de mão de obra para a região, mas também como instância de discussão dos

problemas teórico-práticos e de aprofundamento científico da ação pedagógica exercida pelos setores da

educação regional e até estadual.

e) Coordenação

Outro ponto positivo para os cursos da FFCL foi a implantação das Coordenações na maioria dos

cursos. A função dos coordenadores é orientar a ação acadêmica dos professores e dos alunos. Isto facilita a

solução de muitos problemas menores e desafoga o trabalho da Secretaria Acadêmica e das instâncias

superiores de administração. Por outro lado os alunos têm um interlocutor permanente, o que cria mais

confiança e satisfação por parte deles.

A coordenação dos cursos tem mais facilidade em programar atividades extracurriculares, como

palestras, conferências, seminários, viagens de estudos, etc. Todas estas atividades consomem muito tempo e

por outro lado permite um aproveitamento da disponibilidade dos professores.

f) Pós-Graduação.

A FFCL é uma das faculdades que ofereceu o maior número de Cursos Pós-Graduação Lato Sensu em

todas as áreas de seus cursos. É uma outra forma da FFCL exercer sua influência pedagógica na região. Pela

qualificação do seu corpo docente a FFCL precisa começar a pensar em um Programa de Pós-Graduação Stricto

Sensu. Não só para continuar a qualificar seu próprio corpo docente, mas principalmente para formação de mão

de obra mais qualificada na área da educação para a região.

Certamente a região geográfica e a densidade populacional já comporta um Curso de Mestrado em

Educação. Seria um novo impulso para o desenvolvimento integral da região.

4.2 Fatores Limitantes

A auto-avaliação dos cursos da FFCL levantou, ao lado dos Avanços e Conquistas problemas que

tolhem a efetividade das ações acadêmicas e que precisam ser equacionados da forma mais positiva possível.

4.2.1 Professores

Os relatórios são quase inânimes em afirmar que :

282

a) A contratação dos professores como horistas é um entrave para um trabalho de qualidade do ensino, pesquisa

e extensão na faculdade. Qualquer programação fora do horário das horas-aulas torna-se difícil, uma vez

que o docente não está na Universidade por um período maior de tempo. Por outro lado, toda e qualquer

programação tira tempo precioso das aulas que o professor teria que ministrar;

b) A Universidade, como um todo, não oferece um espaço para o trabalho fora da sala de aula, para a maioria

dos professores. Não existem salas, armários ou ao menos uma simples mesa para o professor trabalhar,

estudar, guardar seus livros/bibliografia em geral, reunir-se com os alunos, etc. Existem sim, salas de

professores que funcionam como pontos de encontro, mas que não servem para um trabalho acadêmico

efetivo;

c) No período desta auto-avaliação, março a outubro de 1996, não havia uma política definidora da carreira de

magistério dentro da UNIVALI. Ora, o professor universitário é um profissional altamente qualificado que

precisa ter perspectiva de segurança para si, e sua família para poder realizar com eficiência o seu trabalho.

Neste contexto, muitos professores, após se qualificarem, abandonam a instituição, submetendo-se a

concurso em universidades que apresentam perspectivas de vínculo a médio e longo prazo.

d) Os relatórios de auto-avaliação deixam transparecer que ainda existe um grande número de professores, de

um lado, descompromissados com a ação acadêmica da faculdade, pouco pontuais e às vezes pouco

assíduos; e por outro lado, existem, também, um bom grupo de professores (5,36%) que, por um ou outro

motivo, deixaram de se atualizar, e assim estão trabalhando objetivos, conteúdos, procedimento didáticos e

formas de avaliação completamente ultrapassados. São problemas que exigem uma reflexão criteriosa, pois

ferem toda e qualquer ação na direção da melhoria da qualidade do ensino;

4.2.2 Alunos

a) a grande maioria dos acadêmicos da FFCL, os licenciandos são, em geral, pessoas que trabalham um a dois

períodos diários, marcados pelos desprestígio social, entram em cursos, as licenciaturas, com baixa

competitividade, com uma base de conhecimentos do primeiro e do segundo graus defasados, resultando

em baixa produtividade intelectual;

b) A assiduidade e pontualidade dos alunos deixa a desejar por duas razões: os cursos são noturnos,

freqüentados por alunos que trabalham, têm outros compromissos e nem sempre colocam a Universidade

como prioridade na sua formação. Outro aspecto a ser considerado é que foi criado, ao longo do tempo, uma

certa cultura de atrasos e de faltas, como algo natural, mas que não justifica a impontualidade e não-

assiduidade. É um problema que precisa ser resolvido com urgência, pois depõe contra a Instituição como

um todo;

c) Os alunos ainda demonstram uma certa dificuldade na aprendizagem autônoma, isto é, ter habilidade de

estudo e pesquisa independente da nota ou sua aprovação. O indicador mais significativo são as consultas na

Biblioteca Central que ainda estão muito baixas. Certamente existem fatores intervenientes que dificultam o

283

trabalho individual dos alunos; mas a disposição dos alunos de buscarem na biblioteca os conhecimento de

que necessitam ainda não é um hábito para um significativo número de alunos.

4.2.3 Currículo

a) Embora haja um grande movimento para a melhoria dos currículos nos cursos da FFCL., o desenvolvimento

curricular deixa a desejar. Não basta mudar filosofias, objetivos, etc. sem uma implementação adequada do

currículo. Em outras palavras, existe um impedimento grave que é cultura “pedagógica instalada”, pois não

permite o atingimento dos objetivos desejados. É necessário trabalhar na direção de uma maior relação entre

a teoria a prática, nenhuma metodologia é eficiente por si; e precisa-se da ação efetiva do professor.

b) A tímida produção científica de professores e alunos tem resultado num perfil de ensino que é mais

reprodução do que construção de conhecimento.

c) O trabalho isolado dos professores tem sido a tônica na FFCL, quando o desenvolvimento curricular de um

curso é, na verdade, um trabalho eminentemente coletivo. É necessário, pois, trabalhar os objetivos dos

cursos de forma mais coletiva.

4.2.4 Infra-estrutura

a) A FFCL da UNIVALI, como uma faculdade noturna, não tem um espaço próprio, os relatórios das auto-

avaliações colocam este fato como um fator de desprestígio perante à Instituição e perante aos outros cursos;

b) A falta de espaço físico inviabiliza pesquisas e outras atividades extracurriculares que professores e alunos da

faculdades poderiam desenvolver.

c) Os relatórios das auto-avaliações colocam a Biblioteca como um dos grandes fatores limitantes no

desenvolvimento do ensino na FFCL. A infra-estrutura, a renovação bibliográfica e de periódicos são os

maiores questionamentos. O bom funcionamento e atualização do acervo bibliográfico da Biblioteca

Universitária são questões fundamentais para o ensino superior com qualidade.

d) O funcionamento do Setor de Audiovisuais é também colocado como fator limitante à qualidade do ensino,

não só como um setor de fornecimento de equipamentos, como também, um setor de produção de materiais

pedagógicos. O avanço tecnológico exige que a UNIVALI coloque à disposição de todos os cursos

equipamentos como o Datashow, Internet,”Tele Sala”, etc.

e) As salas-ambiente (laboratórios) necessárias para a maioria dos cursos da FFCL fazem faltam, de acordo com

os relatórios das auto-avaliações.

f) Uma maior informatização dos ambientes de estudo da FFCL se faz urgente em vista do avanço da

informática e da Telemática no ensino do país.

4.3 Ações para promover a melhoria da qualidade do ensino

Os relatórios das auto-avaliações indicaram uma série de ações que a FFCL deveria desencadear na

busca da melhoria da qualidade do ensino. Algumas ações podem ser desenvolvidas dentro da Faculdade, por

284

alunos, professores e direção; outras necessitam do apoio da Direção Superior da UNIVALI e ainda outras

ações dependem da própria sociedade.

a) Estimular a qualificação dos professores nos diversos níveis (especialização, mestrado, doutorado ou pós-

doutorado), buscando uma educação continuada. O professor como profissional deve estar em contínua

atualização, não só em conteúdos de suas disciplinas como também nos aspectos pedagógicos e tecnológicos

que sustentam as disciplinas;

b) Buscar junto à Direção Superior o espaço físico apropriado da FFCL, salas de trabalho para professores,

salas ambiente, laboratórios para iniciação científica dos alunos e professores;

c) Buscar junto à Direção Superior a contratação de professores para além das horas aula a serem ministradas.

O professor é um profissional que precisa ter expectativa de dedicação exclusiva para investir em pesquisas e

na sua produção intelectual, na Universidade;

d) Atualizar a bibliografia dos programas das disciplinas, assinar periódicos e revistas na área da pedagogia e

das licenciaturas, atualizar do acervo bibliográfico da Biblioteca Central, pois esta é o núcleo central de um

ensino de qualidade;

e) Reestruturar o setor de audiovisuais cedendo um espaço fixo (uma sala) com instalações de alta tecnologia

(vídeo/telão/som estéreo, etc.). Este espaço seria administrado pela coordenação dos cursos.

f) Criar uma infraestrutura para produção de audiovisuais (fitas de vídeo, transparências, textos e teletextos,

etc).

g) Continuar a estudar os perfis profissiográficos dos profissionais a serem formados pela FFCL. Os avanços da

Ciência e da Tecnologia exigem transformações radicais nas profissões;

h) Instalar o Núcleo de Pesquisa da FFCL. Será um pólo irradiador de transformações benéficas para a

Universidade;

i) Criar o Núcleo de Apoio Pedagógico para os cursos da FFCL, como forma de ajudar o professor a melhorar a

qualidade de seu ensino.

j) Redefinir as funções das coordenações, dos cursos e dos departamentos.

l) Criar o Projeto Político-Pedagógico da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UNIVALI.

AS LICENCIATURAS: ABANDONO OU PRIORIDADE?

A auto-avaliação dos Cursos da FFCL encaminha-nos à discussão das licenciaturas quanto ao seu

mérito e relevância no cenário da formação dos docentes para o Ensino Fundamental e Médio.

Afinal o que é bom no Curso, será bom para a sociedade? Em outras palavras, a qualidade interna, o

mérito e eficiência instrumental dos cursos de licenciatura garantirá a relevância, a eficácia da formação

profissional e efeitos sociais positivos?

285

Este questionamento nos remete à colocação de Penna Firme (out/94) quando falou:

“A qualidade de um bom curso deve ter mérito e relevância. No entanto nem todo mérito contém relevância,

porém toda relevância deverá necessariamente conter méritos”.

Neste sentido a Universidade e mais particularmente a FFCL não deve só auto contemplar-se pelo

mérito interior, mas centrar sua preocupação com a pertinência, isto é, “para que” estamos formando

professores. Este olhar para os efeitos sociais das licenciaturas é o que caracteriza a relevância de um Curso e a

garantia de sua qualidade.

Outra reflexão que deverá estar presente no debate sobre a relevância das licenciaturas é o contexto

social atual, caracterizado pela falta de professores, e sua inadequada formação, as péssimas condições salariais

e a falta de perspectiva na carreira do Magistério. Todos esses indicadores sociais negativos têm contribuído

para o esvaziamento das licenciaturas.

No entanto, este mesmo contexto social convive com a prática perversa da evasão e repetência no

ensino de I e II graus, o baixo rendimento dos alunos nos conhecimentos considerados básicos pelo currículo

nacional, (SAEB/MEC) além de outras situações de marginalidade e violência a que está submetida a população

brasileira. Este contexto aponta para a importância do papel da Escola e da ação do professor como estratégia

vital na mudança do atual quadro social.

Assim, o que se percebe atualmente é que as contradições presentes na prática social se reproduzem

nas políticas educacionais e universitárias, através de um discurso de valorização das licenciaturas e uma prática

que as nega.

Mudar o atual quadro é desafio e compromisso da sociedade civil e do próprio governo, pois exige

mudanças urgentes nas políticas educacionais que vá da Escola Básica até a Universidade, diretrizes claras,

investimentos e ações efetivas de acompanhamento e integração entre os diversos níveis de ensino.

As políticas de educação e a própria Universidade deverão investir nas licenciaturas para que possamos

avançar na fronteira da ciência. A Universidade, enquanto espaço de produção de conhecimento, em todos os

Cursos da graduação está a exigir um novo perfil de professor, um profissional com flexibilidade mental e

capacidade diferenciada para dialogar com a ciência, com o saber técnico-profissional e com os alunos.

A Educação é um investimento a longo prazo. Hoje, com o avanço da tecnologia e da Ciência, as

tarefas manuais estão sendo substituídas por máquinas inteligentes, e os empregos oferecidos exigem um nível

cada vez de ensino e, conseqüentemente, professores melhor preparados para atuarem na formação da mão-de-

obra mais especializada e o cidadão mais consciente.

Este perfil de formação é o objeto de estudo das licenciaturas. O espaço da formação do profissional

que, além do saber técnico-profissional, deverá apropriar-se da ciência da ação de ensinar, pesquisar, produzir,

estabelecendo interfaces dos conteúdos do ensino e trabalhos de campo, numa postura mediadora da construção

do conhecimento.

Mas, infelizmente, este não tem sido o perfil do professor que atua na Universidade e que tem sido

formado pelas licenciaturas.

Ghiraldelli (95) quando refere-se à formação do professor na modernidade, analisa o seu perfil: o que

pensa, o que é e o que deve ser o professor. Sua análise parte do homem moderno, o cidadão, “aquele que

286

abriga um misto de cientista cartesiano e libertino altivo” (não permite a entrada do sentimento) “sua tarefa é

arrancar o véu” (da realidade).

Assim, desta concepção de “homem moderno”, é que deriva o núcleo da idéia de professor no ocidente

moderno, aquele que deve averiguar, nominar e descrever o conhecimento, tomando a racionalidade como o

caminho da certeza.

A formação do professor tem se pautado pelo perfil do cientista da modernidade, aquele que acredita

que o conhecimento pode ser descrito, verificado e pouco interpretado como cita Ghiraldelli “o conhecimento

científico deve ser anotado..., da palavra (grifo nosso) cada vez mais precisa que do arranjo lógico, cede ao

jornalismo matemático evitando assim a interferência do sentimento” p.35

Este perfil de formação não altera a ordem das coisas, apenas descreve-as, pois não permite extrapolar

a política do conhecimento oficial.

Portanto, mudar este perfil exige o compromisso com o investimento na política da formação docente

com perspectivas positivas fora (mercado de trabalho, carreira profissional, política salarial) e “dentro da

Universidade com uma ação mais eficaz na qualificação dos docentes” que atuam nas licenciaturas e na

formação dos atuais e futuros docentes das redes de ensino.

Os cursos de licenciatura na FFCL só poderão marcar sua relevância social e sua valorização dentro da

UNIVALI se:

� A administração superior investir nas licenciaturas através da ampliação de bolsas de pesquisa

de iniciação científica e a inserção dos docentes nas linhas de pesquisa da Universidade.

� A FFCL - transformar-se num centro de Educação, garantindo a integração dos cursos de

licenciatura entre si e com as instituições de 1º e 2º graus.

� A UNIVALI repensar a crença organizacional, hoje existente, de que os Cursos de licenciatura

não tem “perfil científico” e que, portanto, não precisam de investimento em tecnologia e infra

estrutura para a pesquisa.

� Os currículos das licenciaturas, além de interrogarem e desvendarem os discursos educacionais

preferenciais, puderem avançar para a linguagem da possibilidade a fim de desenvolverem

práticas alternativas de ensino que se comprometam a acolher o potencial crítico do movimento

cultural, a pluralidade dos discursos e lutas cotidianas e o desenvolvimento de habilidade para a

reelaboração / construcão de conhecimento.

� Os docentes das licenciaturas estimularem os licenciandos a levar a sério o papel do intelectual

que trabalha em benefício de uma visão emancipativa de educação. Finalizando, se a FFCL for um permanente fórum de auto avaliação das licenciaturas poderá estar

integrando sua prática às necessidades regionais, operacionalizando ações efetivas na política de formação do

docente. Isto é, o plano estratégico de valorização das licenciaturas não poderá estar desvinculado do

Planejamento Estratégico da Instituição - UNIVALI.

287

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Déa Terezinha Rimol de. A Universidade como Geradora de Inquietações nos Educadores. Campo Grande: MS:VCDB, 1995.

AMORIM, A. Avaliação Institucional da Universidade. São Paulo: Cortez, 1992.

Anais SESU / MEC / UFPR. Curitiba 1995.

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AVALIAÇÃO, Revista da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior.

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: Teoria e Experiências, José Dias Sobrinho, Newton César Balzan(org). São Paulo, 1995.

Avaliação Institucional na UNIVALI: Apresentando os Primeiros Resultados. In: Cadernos de Avaliação Institucional UNIVALI - Ano 1 - nº 1 - setembro 1995.

BELLONI, Isaura. Avaliação Institucional da UNB in: Painel experiências alternativas no ensino superior ANAIS - Simpósio Nacional sobre Avaliação Educacional: uma reflexão crítica. Fund. CESGRANRIO, 1994, p.81-85.

BERNARDO, Maristela Veloso Campos. O Ensino noturno na UNESP. UNESP - Pró-Reitoria de Graduação: São Paulo, 1996.

CASTRO, Cláudio de Moura. Em quem avalia os professores? Dois pontos: Teoria e Prática em Educação. Belo Horizonte, V.2, nº 19, p.12-3, ag. 1992.

COLTRINARI, Lylian. Trabalho de Campo, Geografia, Século XXI. Texto do trabalho apresentado no Colóquio: O Discurso Geográfico na Aurora do Século XXI. Florianópolis: UFSC, 1996, mimeo.

CUNHA, L.A. A Universidade Reformada - O Golpe de 1964 e a Modernização do Ensino Superior. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989.

FIRME, Pessoa Thereza. Palestra Proferida no Seminário de Avaliação Teoria e Prática - promovido pelas Faculdades Integradas Castelo Branco em 21-24 de novembro de 1993, Rio de Janeiro. Os avanços da avaliação na trajetória para o 3º milênio.

FIRME, Thereza Penna in: Repensando Universidade - Avaliação Institucional, Itajaí, p.62 a 73, junho, 1994.

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler. São Paulo: Autores Associados, Cortez, 1982

FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e Crise do Capitalismo Real. São Paulo: Cortez, 1995.

GHIRALDELLI, JR. Paulo. Arrancar o véu: a formação do professor, ciências, ética e cidadania in: Anais - Seminário Nacional de Licenciatura - o desafio da integração entre ensino, pesquisa e extensão, Curitiba: UFP, p.25 a 37, 1995.

GUIA DO PROFESSOR - ProAC / UNIVALI - janeiro 1996.

INFORMATIVO ProPPEx. Itajaí: UNIVALI, 1995, nº 01.

LACOSTE, Yves. A Geografia - Isso serve em primeiro lugar, para fazer a Guerra. Campinas, São Paulo: Papirus, 1988.

288

LUCKESI, Cipriano, Carlos. Fazer Universidade: uma proposta metodológica. 8ª ed.. São Paulo: Cortez, 1996.

LUNA, J. Marcelo F. O Ensino de Inglês com Disciplina e como Atividade. Algumas Considerações. In: Alcance. Itajaí: UNIVALI, 1995, Ano 2, nº 2, p.51-58.

MARX, K & ENGELS, F. Textos sobre Educação e Ensino. São Paulo: Morais, 1983.

MATTOS, C.L.G. Professores e pesquisadores em colaboração: vivências de campo em etnografia crítica de sala de aula. Trabalho apresentado no VII ENDIPE - Goiânia, junho, 1994.

NEVO, D. The Conceptualizacion of educacional evolluation an analytical review of the literature. Review of Educacional Research, vol. 53, nº 11, 1983.

PANORAMA ATUAL - ProAC / UNIVALI - 1995.

PERRENOUD, P. Práticas Pedagógicas, profissão e formação - perspectivas sociológicas, Lisboa: Publicações D. Quixote, 1993.

PINHEIRO, M.M., BATSCHAUER, A.M.B., DEMARCHI, C., Relatório 1º Seminário Internacional de Avaliação Institucional. Comissão de Avaliação Institucional, dezembro 1995.

RESENDE, Márcia Spyer. A Geografia do aluno trabalhador. Ed. Loyola: São Paulo, 1986.

SAUL, Ana Maria. Avaliação Emancipatória: desafio à teoria e a prática da Avaliação e Reformulação do Currículo. São Paulo: Cortez, 1988.

SAVIANI, Demerval. Educação: do Senso Comum à Consciência Filosófica. São Paulo: Cortez, 1980.

Seminário Nacional das Licenciaturas: o desafio da integração entre ensino, pesquisa e extensão.

SOBRINHO, José D., Avaliação Institucional da UNICAMP: Processo, discussão e resultados, Campinas, SP/1994.

SOBRINHO, José Dias e BALZAN, Newton César (org.). Avaliação Institucional: Teoria e Experiências. São Paulo, 1995.

SODRÉ, Nelson Werneck. Introdução à Geografia. Petrópolis: Vozes, 1989

SOUZA, Ana Aparecida Arguello de. A Qualidade do Ensino - Perspectiva Histórica. Campo Grande: MS:VCDB, 1995.

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ. Auto Relatório de Avaliação dos Cursos da FFCL 1996.

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ. Projeto de Regionalização, Itajaí(SC): UNIVALI, 1996.

ANEXOS

ANEXO 1

PLANEJAMENTO E NORMAS DA AUTO-AVALIAÇÃO DE CURSO

281

PLANEJAMENTO E NORMAS DA AUTO-AVALIAÇÃO DE CURSO

ETAPA I - abril a setembro / 96.

Cursos da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais de cada Campi, o que totalizam 4 (quatro)

CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO

Direito I

- Matutino

- Noturno

01

01

TOTAL 02

Cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras - 6

CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO

- Pedagogia

- História

- Geografia

- Letras

- Estudos Sociais

- Pedagogia

I

III

- Noturno

- Noturno

- Noturno

- Noturno

- Noturno

- Noturno

01

01

01

01

01

01

TOTAL 06

ETAPA II - julho à dezembro / 96.

Cursos da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas

CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO - Administração - Administração com habilitação em Comércio Exterior - Ciências Contábeis - Ciências Econômicas

I I

III IV IV I I I

IV IV I

- Matutino - Noturno - Noturno - Matutino - Noturno - Noturno - Matutino - Noturno - Matutino - Noturno - Noturno

01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01

TOTAL 11

282

Cursos da Faculdade de Ciências Exatas

CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO - Ciências da Computação I

IV - Matutino - Noturno

01 01

TOTAL 02

Cursos da Faculdade de Direito

CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO - Direito I

IV - Matutino - Noturno

01 01

TOTAL 02

ETAPA III - março a agosto / 97.

Outras Faculdades

FACULDADES CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO

- Faculdade de Enfermagem - Enfermagem I Mat./Vesp. 01

- Faculdade de Psicologia - Psicologia I Vespertino 01

- Faculdade de Ciências da Saúde - Fonoaudiologia I Mat./Vesp. 01

- Faculdade de Odontologia - Odontologia I Mat./Vesp. 01

- Faculdade de Turismo e Hotelaria - Turismo e Hotelaria II Matutino

Noturno

01

- Faculdade de Ciências Químico-Farmacêuticas

- Farmácia I Mat./Vesp. 01

- Faculdade de Ciências do Mar - Oceanografia I Mat./Vesp. 01

- Faculdade de Comunicação e Artes - Comunicação Social:

Jornalismo

I Noturno 01

TOTAL 09

283

I - PROCEDIMENTOS PARA A COMPOSIÇÃO DAS SUBCOMISSÕES DE AUTO-AVALIAÇÃO DOS

CURSOS

A Comissão de Avaliação Institucional propôs a constituição das subcomissões de avaliação através de

um documento norteador do processo, que foi entregue aos Diretores e Coordenadores dos Cursos, durante uma

reunião em Março de 1996 e aprovado pela pró-Reitoria Acadêmica.

As subcomissões deverão ser constituídas num processo de eleição ou indicados entre os pares,

coordenados pelo Diretor-Coordenador do Curso, através da publicação de edital e terão a seguinte constituição:

� 1 Coordenador e/ou Diretor de Curso

� 2 professores eleitos e/ou indicados pelos pares

� 2 alunos indicados pelo D.A do Curso

� 1 funcionário administrativo indicado pelos pares da Secretaria da Curso

Os membros da Comissão deverão atender preferencialmente os seguintes requisitos:

� Ser professor em exercício há dois anos no Curso

� Ter disponibilidade de tempo mínimo de 8 horas semanais dedicados ao trabalho da subcomissão

� Demonstrar interesse pelo processo de Avaliação Institucional na UNIVALI

� Ter projeto profissional de continuidade na Instituição da UNIVALI

� Demonstrar habilidade de relacionamento interpessoal

Cada docente, membro da subcomissão será remunerado por 8 horas/aula, semanal durante seis (6)

meses para implementar a avaliação e compor o relatório final neste prazo.

II PRINCÍPIOS NORTEADORES DA AUTO AVALIAÇÃO DO CURSO: VARIÁVEIS E

INDICADORES

As subcomissões de Avaliação deverão implementar uma metodologia viável em tempo e necessidades

do Curso, com assessoria da Comissão de Avaliação Institucional.

A discussão qualitativa que se desencadeará a partir deste roteiro irá proporcionar o julgamento interno

por pares, da qualidade e necessidades mais prementes do Curso, dentro de cada Unidade.

Esta tarefa implica que todos os agentes do trabalho acadêmico-científico inerentes ao Curso se

envolvam neste processo de auto avaliação não só pelos méritos já alcançados pelo Curso mas também para obter

um conjunto de informações, documentos e conceitos básicos necessários à integração do Grupo e a resolução de

problemas levantados.

A qualidade do levantamento da realidade do Curso deverá ser garantida através do diálogo sério de

todas as pessoas envolvidas com o Curso. Os seminários de discussão poderão ser mediados pela apresentação de

dados e opiniões coletados no processo, e sistematizados em quadros, gráficos ou relatórios. O grupo poderá

utilizar-se dos dados relativos ao Curso, já levantados pela Avaliação Institucional através da Avaliação Docente,

Avaliação do Curso pelo Egresso, Perfil Sócio Econômico da Clientela.

Todos os procedimentos de levantamento de dados deverão ser ancorados por uma metodologia

científica de tabulação e análise que garantam ao processo transparência, justiça e exatidão.

284

Queremos enfatizar que esse processo de avaliação do Curso tem caráter global o que significa analisar

os dados levantados, numa visão integrada com as atividades de outros Cursos e unidades para uma leitura ampla

das relações que interagem no cotidiano da UNIVALI.

As subcomissões de avaliação deverão garantir a efetivação de uma metodologia de avaliação que

contemple todas as dimensões e indicadores de qualidade de um Curso de Graduação, ou seja:

2.1 Perfil de produtividade do Curso:

2.1.1. Curso:

Habilitações: 2.1.2. Ordenações legais

Parecer CFE/CEE/CUN/ Portaria

2.1.3. Vagas Oferecidas - (1990-1995):

Total anual: Total semestral:

2.1.4. Vestibulares:

Evolução de vagas/inscrições (1990-1995) Vagas oferecidas/inscritos

2.1.5. Matrículas

Evolução das matrículas 1992/1 a 1997/1 Ano/Semestre Vagas oferecidas/ocupadas % Evasão %Repetência % Transferência Interna e Externa Tamanho médio das turmas

2.1.6. Concluintes

Evolução dos concluintes 90/1 à 1995/2 Ano de Ingresso/Matrícula inicial/concluintes Relação/entrada/saída (taxa de produtividade) tempo médio para conclusão do Curso.

2.1.7. Análise da Evolução

2.2 Infra Estrutura do Curso:

2.2.1. Espaço físico e instalações ocupadas pelo Curso. 2.2.2. Acervo na Biblioteca Central para o Curso.

Bibliografia específica para o Curso n.º de títulos n.º de volumes Periódicos: n.º de títulos n.º de volumes Estatística de utilização Dificuldades e necessidades

2.2.3. Situação de informatização para o curso - (especificar sua integração)

Acesso a Internet Acesso ao uso de Computadores p/matrícula, reproduções/divulgações de material (adm./pedagógico)

2.2.4. Convênios Realizados � Instituições oficiais/privadas

285

� órgãos financiadores de pesquisas � Estágios de desenvolvimento do convênio � Docentes/Alunos envolvidos.

2.2.5. Laboratórios (especificar quando houver equipamento) 2.2.6. Multimeios (especificar) 2.2.7. Perfil profissiográfico do Curso 2.2.8. Objetivos geral e específicos 2.2.9. Características do profissional 2.2.10. Campos de atuação do profissional

2.3 Currículo Pleno do Curso

2.3.1. Como é realizado o Planejamento Semestral ( do curso e das disciplinas)

2.3.2. Metodologias de ensino interligados (em sala de aula, em seminários, outros eventos).

2.3.3. Composição Curricular

2.3.4. Formação Geral (disciplinas/carga horária).

2.3.5. Formação Específica (disc./carga horária).

2.3.6. Formas de estágio (carga horária, metodologia, descrever o método de estágio. (quanto as

articulações teoria/prática) e relevância social (clientela atendida, aplicabilidade no campo

desenvolvido, aprendizagem e habilidades constituídas no estagiário e docente do campo

envolvido).

2.3.7. Monitorias (nº da clientela, metodologia, resultados)

2.3.8. Ementário e bibliografia indicada.

2.3.9. Formas de integralização curricular. (seminários, disciplinas extras/optativas, convalidação de

disciplinas, intensivos, etc...)

2.3.10. Formas de coordenação didática do Curso.

2.3.11. Articulação do Curso com áreas afins (formas e eventos dentro da Universidade e fora dela).

2.3.12. Horário de funcionamento.

2.4 Corpo Docente

2.4.1. Relação nominal, titulação (grad. Esp. Mest. Dout.), regime de trabalho, tempo de

permanência no Curso e na Universidade, categoria funcional.

2.4.2. Informações quanto à mobilidade do corpo docente (aproveitamento em pesquisa, mudança

de disciplina e carga horária, afastamento para outras atividades).

2.4.3. Informações quanto a produtividade do corpo docente. Projetos de pesquisa aprovados.

2.4.4. Número de Professores-pesquisadores e alunos envolvidos

2.4.5. Projetos de extensão aprovados pela Instituição

2.4.6. Trabalhos de coordenação/participação em eventos

286

2.4.7. Publicações (livros, artigos em revistas científicas, artigos em periódicos, monografias,

dissertações, teses.)

2.4.8. Publicações do Curso.

2.4.9. Relação hora/aula/nº de alunos.

2.5 Corpo Discente

2.5.1. Número de alunos envolvidos com Projetos de Pesquisa Institucional.

2.5.2. Número de Bolsistas de Iniciação Científica - PET, CNPq, Fapesp, outras.

2.5.3. Número de alunos formados nos últimos 5 anos (pós-habilitação).

2.5.4. Há alguma pesquisa sobre o Egresso do Curso? Descrever os principais resultados.

(Integração no mercado de trabalho/ Relação com a Universidade).

2.5.5. Percepção dos alunos em relação ao Curso.

2.5.6. Desempenho dos alunos nas disciplinas.

2.6 Bibliografia Recomendada

AMORIM, Antônio, Avaliação Institucional da Universidade, São Paulo, 1992.

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: Teoria e Experiências, José Dias Sobrinho, Newton César Balzan(org). São

Paulo, 1995.

AVALIAÇÃO, Revista da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior.

SOBRINHO, José D., Avaliação Institucional da UNICAMP: Processo, discussão e resultados, Campinas,

SP/1994.

287

III - RELATÓRIO DE AUTO AVALIAÇÃO DO CURSO: (Roteiro)

� Capa � Sumário � Dados de Identificação ( do curso) � Apresentação � Histórico do Curso

3.1 Histórico da Comissão:

- Período e forma da composição da Sub-Comissão - As grandes etapas desenvolvidas no atingimento das metas. - Metodologia utilizada.

3.2 Análise qualitativa do Curso: 3.2.1. Análise do desempenho global do curso no período avaliado - 1990 - 1997. (análise comparativa

da qualidade do Curso nestes últimos 5 anos, no atendimento aos indicadores de qualidade, avanços e fatores limitadores).

3.2.2. Discussão do enfoque do Currículo do Curso e de sua adequação ao mercado de trabalho. 3.2.3. Destaque das atividades mais significativas do Curso (grupos de pesquisa, liderança científica,

iniciativas inovadoras nas atividades de ensino, inovação tecnológica, artística, literária, etc...) 3.2.4. Como se situa a atuação do Curso no contexto da Faculdade, Universidade, bem como no

contexto nacional. (nível de integração e competitividade). 3.2.5. Análise apreciativa do desempenho do Corpo docente, considerando a evolução do nível de

titulação, atualização, produção científica; envolvimento em projetos de pesquisa, extensão, eventos, coordenações e outros. Compromisso e dedicação dos docentes ao Curso.

3.2.6 Avaliação das condições gerais de trabalho. Considerando os recursos humanos, infra-estrutura

básica, equipamentos, etc... Comparação com as condições Gerais de Cursos da Área e de outros Cursos dentro da Universidade.

Percepções de alunos e professores quanto ao curso. 3.2.7. Relacionar Ações administrativas / pedagógicas, indicando os sujeitos / setores da instituição

envolvidos nas tomadas de decisões e execução. 3.2.8. Considerações Finais: 3.3 Caracterização do Curso pelo Levantamento de dados: (seguir variáveis e indicadores do documento: IA-6 - Subsídios para o Relatório de Auto Avaliação do Curso.)

Organização: Comissão de Avaliação Março / 96.