auto avaliaÇÃo dos cursos da - instituto de gestão e...
TRANSCRIPT
AUTO AVALIAÇÃO DOS CURSOS
DA
���������������������
� ��������������
Ciências do I Grau Estudos Sociais Geografia História Letras Pedagogia - Itajaí Pedagogia - Tijucas
NOVEMBRO / 1997
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
REITOR
Edison Villela
VICE REITOR Paulo Márcio Cruz PRÓ REITOR DE PESQUISA, PÓS GRADUAÇÃO E EXTENSÃO José Roberto Provesi PRÓ - REITORA DE ENSINO Sueli Petry da Luz PRÓ - REITOR DE ADMINISTRAÇÃO Danilo Melim FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS Diretor: Danilo Campestrini Vice Diretor: Osmar de Souza
COMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL:
- Maria Mersilda Pinheiro (Coordenadora)
- Amândia Maria de Borba
- Hanelore Henicka
- José Erno Taglieber
- Sandré Granzotto Macedo
DIGITAÇÃO: - Nilmar de Souza e Washington Luiz Tarnowski REVISÃO - Nair Therezinha Pereira da Silva EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA: - Marco Antônio Pinheiro IMPRESSÃO E ENCADERNAÇÃO: - Gráfica - UNIVALI
SUBCOMISSÕES DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL:
CIÊNCIAS DO 1º GRAU
Carla Fernandes G. A. Silva - Docente Pedro Valmir de Borba - Docente
ESTUDOS SOCIAIS
Walter Amaro Baldi - Docente Paulo Roberto Carvalho da Silva - Docente Edilamar S. Zimath - Acadêmica Jânio R. Pereira - Acadêmico Cristian R. Barriga - Acadêmico
GEOGRAFIA
Lizete de Oliveira Crispim - Docente Maria Luiza Piazza - Docente
HISTÓRIA
José Bento Rosa da Silva - Docente José Roberto Severino - Docente
LETRAS
José Marcelo Freitas de Luna - Docente Ivone Moraes Sarubbi - Docente
PEDAGOGIA - Itajaí
Maria Rosa Heleno Schulte - Docente Cinéria Vieira da Costa - Docente Maria Heidemann - Docente Aneli Pancotto de Barcelos - Acadêmica Ivan Chaves - Acadêmico
PEDAGOGIA - Tijucas
Hamilton Felisbino da Silva - Docente Marilena Laus Bayer - Docente Alaúdo Amorim de Souza Júnior - Acadêmico Lucinéia Meurer - Acadêmica Valdirene de Andrada - Acadêmica Cristina Martins V. Porciúncula - Bibliotecária
AGRADECIMENTOS
A Comissão de Avaliação Institucional entende que não poderia apresentar esta publicação, que é um
trabalho coletivo, sem antes agradecer e mencionar:
A Administração Superior da UNIVALI que foi sensível às necessidades de infra-estrutura de
atendimento ao funcionamento das Subcomissões de Avaliação durante este processo.
A Direção da FFCL por reconhecer e legitimar este processo.
O grupo de Docentes da FFCL, integrantes das Subcomissões de Avaliação dos Cursos, que aceitou o
desafio de coordenar o processo junto a seus pares, pesquisando, dialogando e divulgando os resultados do
trabalho realizado com eficiência e compromisso.
A professora Nair Therezinha Pereira da Silva pelo trabalho cuidadoso de revisão do texto dando a ele
um estilo agradável e primoroso de leitura.
Os funcionários da Secretaria da FFCL pelo atendimento cordial as solicitações de informações e dados
inerentes aos Cursos avaliados.
Todos os alunos e professores que se envolveram neste processo de auto-avaliação, pela coragem de
olhar a realidade do Curso, identificando seus limites e avanços e levantando possíveis ações para mudança.
SUMÁRIO
I -CURSO DE CIÊNCIAS DO I GRAU ............................................................................................. 19
1.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO .............................................................................. 20
1.1.1 Nome do Curso: Ciências __________________________________________________ 20
1.1.2 Ordenamentos Legais _____________________________________________________ 20
1.2 APRESENTAÇÃO........................................................................................................................ 21
1.3 HISTÓRICO DO CURSO ............................................................................................................ 22
1.4 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO............................................................. 23
1.5 INDICADORES DE CARACTERIZAÇÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS............................... 26
1.5.1 Nome do Curso: Ciências __________________________________________________ 26
1.5.2 Ordenamentos Legais _____________________________________________________ 26
1.5.3 Objetivos do Curso _______________________________________________________ 26
1.5.4 Perfil Profissiográfico_____________________________________________________ 27
1.5.5 Vagas Oferecidas _________________________________________________________ 27
1.5.6 Vestibulares _____________________________________________________________ 28
1.5.7 Infra-Estrutura do Curso __________________________________________________ 29
1.5.8 Da Organização Didático-Pedagógica do Curso________________________________ 32
1.5.9 Formas de Estágios _______________________________________________________ 41
1.5.10 Monitoria ______________________________________________________________ 42
1.5.11 Formas de Integralização Curricular _______________________________________ 44
1.5.12 Formas de Coordenação Didática do Curso __________________________________ 44
1.5.13 Turnos de Funcionamento ________________________________________________ 44
1.5.14 Corpo Dirigente _________________________________________________________ 44
1.5.15 Corpo Docente __________________________________________________________ 45
1.6 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO .................................................................................... 48
1.6.1 Necessidade do Curso - Justificativa _________________________________________ 48
1.6.2 Relação Candidato - Vaga__________________________________________________ 48
1.6.3 Evolução das Matrículas Semestrais - Evasão- Produtividade ____________________ 49
1.6.4 Evolução das Matrículas e Evasão nos Últimos Anos ___________________________ 50
1.6.5 Concluintes dos Cursos da univali - 1989 – 1994 _______________________________ 51
1.6.6 Infra-estrutura do Curso___________________________________________________ 53
1.6.7 Do Currículo do Curso e de sua Adequação ao Mercado de Trabalho _____________ 53
1.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................... 64
II - CURSO DE ESTUDOS SOCIAIS ................................................................................................ 65
2.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO ............................................................................. 66
2.2 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 87
2.3 HISTÓRICO.................................................................................................................................. 88
2.3.1 Da UNIVALI ____________________________________________________________ 88
2.3.2 Da Faculdade de Filosofia e do Curso de Estudos Sociais ________________________ 91
2.4 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO............................................................. 92
2.4.1 Período e Forma__________________________________________________________ 93
2.5 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO............................................................................................. 93
2.5.1 Clientela do Curso ________________________________________________________ 93
2.5.2 Horário de Funcionamento_________________________________________________ 93
2.5.3 Planejamento da FFCL, Dos Cursos e das Disciplinas __________________________ 93
2.5.4 Corpo Docente__________________________________________________________ 94
2.5.5 Professores e Alunos Pesquisadores__________________________________________ 95
2.5.6 Pesquisas Realizadas com os Egressos________________________________________ 95
2.6 DADOS PARA AVALIAÇÃO DO CURSO................................................................................ 95
2.6.1 Primeiro Seminário de Auto-avaliação do Curso_______________________________ 95
2.6.2 Levantamento de Dados conforme os Instrumentos dos Programas de Avaliação Institucional da UNIVALI ______________________________________________________ 97
2.6.3 Avaliação dos Acadêmicos pelos Professores _________________________________ 102
2.6.4 Avaliação do desempenho Docente__________________________________________ 102
2.7 PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DO CURSO...................................................................... 102
2.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................103
III - CURSO DE GEOGRAFIA ....................................................................................................... 106
3.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO ........................................................................... 110
3.2 APRESENTAÇÃO...................................................................................................................... 111
3.3 HISTÓRICO DO CURSO .......................................................................................................... 111
3.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO................................................................................................... 112
3.4.1 Período e forma da composição da subcomissão ______________________________ 112
3.4.2 As grandes etapas desenvolvidas no atingimento das metas _____________________ 113
3.4.3 Metodologia utilizada ____________________________________________________ 114
3.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO .................................................................................. 115
3.5.1 Análise do desempenho global do Curso no período avaliado - 1990 - 1996/I _______ 115
3.5.2 Discussão do enfoque do Currículo do Curso e da sua adequação ao mercado de trabalho. ____________________________________________________________________ 117
3.5.3 Destaques das atividades mais significativas do Curso._________________________ 118
3.5.4 Situação do Curso no contexto da Faculdade/Universidade/Contexto nacional _____ 119
3.5.5 Análise do desempenho do Corpo Docente ___________________________________ 121
3.5.6 Avaliação das condições gerais de trabalho __________________________________ 122
3.5.7 Ações Administrativas / Pedagógicas________________________________________ 125
3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................127
3.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 128
IV - CURSO DE HISTÓRIA............................................................................................................ 130
4.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO ........................................................................... 131
4.2 APRESENTAÇÃO...................................................................................................................... 132
4.3 HISTÓRICO DO CURSO .......................................................................................................... 133
4.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO................................................................................................... 133
4.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO .................................................................................. 134
4.5.1 Análise do desempenho global do curso de História no período avaliado(1990-1996). 134
4.5.2 Discussão do enfoque do Currículo do Curso e de sua adequação ao mercado de trabalho. ____________________________________________________________________ 135
4.5.3 Destaque das atividades mais significativas do Curso __________________________ 137
4.5.4 Como se situa a atuação do Curso no contexto da Faculdade, Universidade, bem como no contexto nacional __________________________________________________________ 140
4.5.5 Análise apreciativa do desempenho docente __________________________________ 141
4.5.6 Avaliação das condições gerais de trabalho __________________________________ 142
4.5.7 Ações a serem desenvolvidas_______________________________________________ 143
4.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................143
V CURSO DE LETRAS.................................................................................................................... 141
5.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO................................................................................................. 142
5.2 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 143
5.3 HISTÓRICO DO CURSO DE LETRAS................................................................................... 144
5.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO................................................................................................... 147
5.5 ANÁLISE DO DESEMPENHO GLOBAL DO CURSO: PERÍODO 1990 1996/1 ............... 150
5.5.1 Currículo do Curso de Letras: Suas Reformulações e Adequação ao Mercado de Trabalho ____________________________________________________________________ 150
5.5.2 O Novo Currículo na Opinião de Professores e Alunos do Curso ________________ 153
5.5.3 Análise apreciativa do corpo docente do curso________________________________ 169
5.5.4 Outras Atividades do Curso________________________________________________ 171
5.5.5 Infra-estrutura do Curso__________________________________________________ 174
5.6 PERSPECTIVAS DE MUDANÇAS: OS AGENTES E SUAS AÇÕES ................................. 175
5.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................176
5.8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 178
VI - CURSO DE PEDAGOGIA - ITAJAÍ........................................................................................ 179
6.1 APRESENTAÇÃO...................................................................................................................... 180
6.2 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 181
6.3 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA ..... 183
6.4 O CURSO DE PEDAGOGIA NA UNIVALI E SUA HISTÓRIA........................................... 186
6.5 CONCEPÇÃO E OBJETIVO DO CURSO .............................................................................. 187
6.6 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO ............................................................................................... 187
6.7 CAMPOS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO........................................................................... 188
6.8 CURSO DE PEDAGOGIA EM NÚMEROS ............................................................................ 189
6.9 INFRA-ESTRUTURA DO CURSO........................................................................................... 197
6.9.1 Espaço Físico ___________________________________________________________ 197
6.9.2 Distribuição das Salas ____________________________________________________ 198
6.9.3 Levantamento dos Títulos dos Periódicos da Biblioteca Central Comunitária______ 199
6.9.4 Recursos Audiovisuais____________________________________________________ 199
6.9.5 Órgãos Financiadores da Pesquisa para o Curso ______________________________ 200
6.10 ESTÁGIOS: LEGISLAÇÃO, OBJETIVOS E ETAPAS DO SEU DESENVOLVIMENTO207
6.11 PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CONTEXTO DO CURSO DE PEDAGOGIA ..................................................................................................................................... 209
6.12 CORPO DOCENTE.................................................................................................................. 211
6.13 FORMAS DE INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR: SEMINÁRIOS, SIMPÓSIOS, SEMANAS DE PEDAGOGIA E ENCONTROS........................................................................................................ 216
6.14 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO DE PEDAGOGIA ................................................ 220
6.14.1 O desenvolvimento Curricular ____________________________________________ 220
6.14.2 Os avanços significativos do Curso, são pontuados pelos pesquisados. ___________ 221
6.14.3 As metodologias, técnicas e/ou instrumentos mais utilizados no desenvolvimento curricular são ________________________________________________________________ 221
6.14.4 Dinâmica de Planejamento das Aulas e das Disciplinas________________________ 222
6.14.5 Quanto à Compatibilização do Curso de Pedagogia ao Mercado de Trabalho: ____ 222
6.14.6 O currículo atual do Curso e a formação Profissional. ________________________ 222
6.14.7 Percepções do Docente e Discente em Relação ao Curso _______________________ 223
6.14.8 Valorização do Curso pela Sociedade ______________________________________ 224
6.14.9 Situação do Curso no Contexto da UNIVALI________________________________ 225
6.15 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................... 237
VII - CURSO DE PEDAGOGIA - TIJUCAS.................................................................................. 239
7.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO................................................................................................. 240
7.2 APRESENTAÇÃO...................................................................................................................... 241
7.3 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL......................... 241
7.4 HISTÓRICO DO CURSO DE PEDAGOGIA E A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS III DA UNIVALI EM TIJUCAS ..................................................................................................................................... 242
7.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO .................................................................................. 244
7.5.1 Perfil do Curso: Alunos Egressos, Transferidos, Evadidos e Desistentes _________ 245
7.5.2 Evasões, Transferências e Desistências de Alunos _____________________________ 246
7.5.3 Objetivos do Curso e Perfil Profissional ____________________________________ 247
7.5.4 Titulação do Corpo Docente _______________________________________________ 248
7.5.5 Pesquisa e Extensão ______________________________________________________ 249
7.5.6 Acervo Bibliográfico _____________________________________________________ 250
7.6 OBJETIVOS E PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DO CURSO DE PEDAGOGIA - CAMPUS III NA VISÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES DESTE CURSO......................................................... 250
7.6.1 Dados coletados através de questionários aplicados aos alunos do primeiro ao oitavo Período do curso de Pedagogia - Campus III.______________________________________ 250
7.6.2 Dados coletados através de questionário aplicado aos professores do Curso de Pedagogia - UNIVALI - Campus III _____________________________________________ 255
7.7 SUGESTÕES APRESENTADAS PELOS PROFESSORES E ALUNOS PARA MELHORAR O CURSO DE PEDAGOGIA - CAMPUS III ...................................................................................... 258
7.7.1 Sugestões Apresentadas pelos Docentes ______________________________________ 258
7.7.2 Sugestões Apresentadas pelos Alunos para Melhorar o Curso de Pedagogia - Campus III__________________________________________________________________________ 260
7.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................265
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................. 266
ANEXOS ............................................................................................................................................. 267
11
APRESENTAÇÃO
Esta publicação reúne os relatórios de auto-avaliação dos Cursos de Letras, História, Geografia,
Ciências do I Grau, Estudos Sociais e Pedagogia (Campus I e III - Itajaí e Tijucas), realizada no período de abril
a outubro de 1996. Mesmo tendo acontecido num período determinado, o processo encontra-se em aberto, pois a
Avaliação, enquanto processo, se constitui num permanente diagnosticar, identificando pontos fracos e de
sucesso do Curso, delineando ações que apoiem o crescimento institucional.
A avaliação como processo presente no Programa de Avaliação Institucional da UNIVALI está afinado
com valores e metodologias de um processo que garanta a discussão, a participação dos envolvidos e a
divulgação dos resultados visando a sua qualidade. Como tal, a qualidade, em si, não pode ser medida, no seu
sentido estrito, mas pode ser compreendida com o auxílio de instrumentos analíticos e estatísticos. Corroboram
ainda a discussão e a transparência dos diagnósticos. O conjunto dessas iniciativas, integrando a Avaliação
Institucional, garantem-lhe maior abertura e as informações, assim constituídas, se tornam de domínio público ao
mesmo tempo em que ampliam e aprofundam o conhecimento que temos da UNIVALI.
O presente documento, comporta os dossiês avaliativos de cada Curso organizados pelas Subcomissões
de Avaliação constituídas por professores, alunos e funcionários. Os dossiês, das mais diversas formas,
apresentam tabulações, análises, recomendações e sugestões. É importante destacar que esta publicação tem
caráter diagnóstico e contém a especificidade de cada Curso em seus avanços e dificuldades. O estilo, a
formatação e a metodologia de cada auto-relatório, estampam a cultura e o entendimento de cada grupo auto-
avaliado.
Enquanto documento sistematizado do processo de Auto-Avaliação dos Cursos, os auto-relatórios serão
apresentados como subsídios às Comissões de Avaliação Externa que visitarão a UNIVALI em 1998. Essa
Avaliação constitui uma das etapas do Programa de Avaliação Institucional da UNIVALI que consta no projeto
inicial aprovado pelo PAIUB/MEC. Nessa etapa, o olhar dos peritos em avaliação e ensino que constituirão as
comissões emitirão um parecer avaliativo dos Cursos através da metodologia da observação in loco e análise
documental. Isso garante que este processo não será alheio à comunidade interna, que está acompanhando o
processo via colegiado de Cursos.
A Comissão de Avaliação Institucional da UNIVALI espera que esta publicação possa subsidiar as Pró-
Reitorias, Direções e Coordenações dos Cursos, Professores e Alunos em seus projetos acadêmicos na direção de
uma maturidade institucional que possa “ fixar-se no desenvolvimento homogêneo de suas partes, concentrando
esforços (...) emprestando nova dinâmica àqueles segmentos porventura estagnados e sem
definição”(SOBRINHO, 1994, p. 21).
Enfim, conhecer a história do Curso no qual trabalhamos, estudamos e convivemos é compreendermos
um pouco da constituição da nossa identidade enquanto sujeitos sociais/profissionais.
INTRODUÇÃO
A UNIVALI nos seus trinta e três anos de ensino, e nos últimos oito anos como Universidade, vêm
desenvolvendo a avaliação de suas atividades no sentido de prestar contas à sociedade da relevância de seus
serviços prestados, e aos órgãos competentes, da legitimidade de seu trabalho acadêmico científico.
No seu processo de expansão a cada reconhecimento de um novo Curso, se procede o levantamento de
dados, relatórios, opiniões e discussões diversas em seminários internos, no sentido de se compor um julgamento
da realidade e uma tomada de decisões que abranjam a Universidade como um todo.
No entanto, um processo mais sistemático e dinâmico de Avaliação Institucional desencadeia-se na
UNIVALI a partir de Março de 1994 com indicadores de qualidade aprovados pelo PAIUB (Programa de
Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras), coordenado pelo SESU/MEC.
Uma avaliação de qualidade deverá pautar-se por uma metodologia participativa que favoreça a
transparência dos critérios de julgamentos, a diversidade de opiniões e a possibilidade de auto crítica dos
envolvidos no processo.
Com esta direção, os Cursos de Graduação da Faculdade de Filosofia da Universidade do Vale do Itajaí
desenvolveram sua Auto Avaliação pesquisando a realidade do Curso, através de seminários de discussão dos
resultados levantados, opiniões coletadas no processo e outros documentos informativos da vida do curso.
Este exercício de auto análise foi um momento de grande importância para professores, alunos,
coordenadores e funcionários que avançaram nos procedimentos de troca de informações, realizando análises
mais compreensivas das relações que determinam a realidade do seu Curso.
Esta publicação reúne os Auto relatórios dos Cursos que integram a Faculdade de Filosofia, pois foram
os primeiros que desencadearam este processo conforme o cronograma e roteiro sistematizado no anexo I desta
publicação.
Os auto relatórios são documentos legítimos, sínteses apreciativas ainda que provisórias da realidade
institucional. Os textos apresentam grandes contribuições para repensarmos o caminho das licenciaturas no
sentido de legitimá-las como instrumentos de equalização social.
O dossiê avaliativo do curso de Ciências do I Grau (criado em 1991) é avaliado por seus pares sob a
ótica da sua possível extinção e/ou transformação em licenciatura plena pela implantação do Curso de Ciências
Biológicas.
O auto relatório do Curso de Estudos Sociais apresenta a síntese de uma investigação minuciosa
mostrando a real situação das licenciaturas e em especial a de Estudos Sociais, enquanto licenciatura curta. O
documento enfatiza a ausência de um processo interdisciplinar entre as licenciaturas o que tem, de certa forma,
desarticulado o Curso com o atual momento histórico.
A síntese avaliativa do Curso de Geografia discute todos os elementos que compõem a vida acadêmica,
analisando situações específicas pontos positivos e negativos, o que resultou em dados suficientes para a
indicação de estratégias em favor da qualidade de ensino do mesmo.
O auto relatório do Curso de História traz uma radiografia da realidade do Curso nos últimos cinco anos
permitindo aos pares visualizar os avanços e os obstáculos presentes “não como expressão da cegueira proposital
ou da incapacidade involuntária” mas como um compromisso a ser assumido por todos.
16
O relatório do Curso de Letras analisa as múltiplas variáveis quantitativas e qualitativas que têm
dimensionado “os pontos fracos que parecem muitas vezes fossilizados”. No entanto o processo faz diagnósticos
de uma grande disposição e flexibilidade de se renovar, crescendo em direção da qualidade.
O documento síntese da Auto-Avaliação do Curso de Pedagogia - Itajaí Campus I; registra os anseios,
os avanços, e os fatores limitadores da qualidade do Curso. A partir destas questões o relatório aponta as
possíveis ações de melhoria para o Curso.
O auto relatório do Curso de Pedagogia - Tijucas Campus III, evidencia os aspectos históricos da
implantação do Campus e do próprio Curso, suas necessidades de integração no ensino, na pesquisa e na
extensão.
Além da riqueza e diversidade dos enfoques avaliativos desenvolvidos em cada Auto Relatório de
Curso, esta publicação sistematiza, nas considerações finais, os pressupostos, os objetivos, os processos e os
resultados deste momento de reflexão coletiva, delineando os avanços e as conquistas, os fatores limitadores e as
ações planejadas para a melhoria da qualidade das licenciaturas na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da
UNIVALI.
17
MANIFESTAÇÃO DA DIREÇÃO DA FFCL
Inicialmente, queremos enfatizar a importância da Auto-Avaliação dos Curso da FFCL. Constitui-se
como primeiro passo de um processo de reflexão coletiva na busca de melhoria da qualidade das atividades
acadêmicas: ensino, pesquisa e extensão.
Sabemos das dificuldades estruturais e humanas de um emprendimento novo dessa magnitude.
Reconhecemos o valor da Auto-Avaliação em uma instituição que ainda não tinha desenvolvido um ambiente
onde a cultura auto-avaliativa do fazer pedagógico estivesse completamente compreendida, aceita por todos e
implantada. É um desafio necessário a ser enfrentado por todos os segmentos da instituição.
O atual contexto, já delineado pela ciência como “pós-moderno”, enfatizando as mais diferentes formas
de relações em nosso meio, exige decisões que devem ser tomadas rapidamente para responder desafios sempre
emergentes e mutantes. O desafio histórico que se põe hoje torna necessário o auto-conhecimento estrutural,
orgânico e funcional da Instituição - UNIVALI.
A capacidade de tomada de decisões rápidas, acertadas e a capacidade de resolver problemas complexos
são melhor atingidos mediante uma atitude “que possibilite refletir mais e fazer melhor” do que a fundamentada
apenas na percepção ou no agir reflexo. Somente conseguem êxito na solução de problemas complexos e estarão
preparados para o desafio, pessoas/instituições que sabem diagnosticar, negociar e replanejar suas ações.
Frente a isso, perguntamos: Em que sentido as informações presentes neste relatório de auto-avaliação
podem nos ajudar a responder a este contexto? Que significado possuem?
É compreensão da Direção da FFCL que o conjunto das informações que constam deste documento
devem ser vinculadas ao contexto espaço-temporal e à diversidade de procedimentos e de seus agentes
produtores. Se de um lado, não se trata de um produto livre de contexto, mas de um processo vivo e dinâmico de
pessoas concretas que vivem dentro de condições determinadas dentro de uma instituição, de outro, expressam as
buscas, os conflitos e contradições de uma instituição que se estrutura e se diferencia. Este segundo aspecto é
vital, pois somente a atitude que priorize o refletir sobre o fazer poderá compreender os desafios.
As informações, em si, devem ser consideradas e reflexionadas pelos seus indicativos: 1) explícitos,
ditos, repetidamente, com convicção, das mais diferentes formas e práticas; 2) implícitos, que podem ser lidos
nas entrelinhas e nas meias palavras do documento; 3) não mencionados, pois se constituem ainda em elementos
inexplorados ou por que não foram ainda incorporados pelos seus autores ou por se constituírem em zonas de
resistência.
A auto-avaliação, do ponto de vista temporal, pelo conjunto de informações apresentadas num
determinado momento passado, representa sua perspectiva diagnóstica. Mas tomando as informações, pelo que
elas projetam, elas delineiam o vir a ser pretendido e presente de forma embrionária pelo conjunto dos seus
agentes históricos. Assim sendo, a auto-avaliação, ao mesmo tempo que mostra um auto-retrato como tal, ainda,
aproximativo da realidade, explica e põe a descoberto as potencialidades e os objetivos perseguidos.
Na palavra auto-avaliação, o prefixo auto explica a inversão da perspectiva externalista dominante no
sentido mais corrente da avaliação e assume o desafio de se ter um olhar crítico sobre o conjunto de práticas e
procedimentos desenvolvidos pelos agentes dos Cursos da FFCL, identificando os descaminhos, os acertos e os
18
caminhos que se desejaria trilhar. Essa prática representa um avanço em relação à avaliação por representar, da
parte dos seus agentes, envolvimento e o assumir ativo do processo de crescimento.
Por fim, a auto-avaliação põe-se diante de um duplo desafio. De um lado existe toda um cultura
universitária interna, práticas construídas e referendadas ao longo dos 33 anos de existência da FFCL / UNIVALI
que necessitam de um exame profundo, para melhorar, transformar e ressignificar a ação docente. Por outro lado,
existem forças externas que influenciam e determinam valores e ações contra os quais a Universidade pouco ou
nada pode fazer. Mas a Universidade por força dos seus objetivos é agente de transformação social e precisa
reconhecer e administrar essas forças. O desafio é exatamente este: “Como articular as forças internas e externas
na consecução da transformação social?”
A auto-avaliação é o começo de um processo de auto-compreensão dos fatores intervenientes e os
avanços conseguidos e deve continuar através de: 1) pesquisa em todos os campos dos saberes e ciências que
fundamentam a prática educativa e a formação dos educadores; 2) práticas inovadoras para resolver problemas
persistentes da formação dos professores; 3) habilidades e atitudes para trabalhar com o novo, com o incerto,
com o aleatório do contexto educacional; 4) desenvolvimento de uma atitude reflexiva crítica na busca da
qualidade da ação docente no trabalho da transformação social.
Analisar, aprofundar, conformar, discutir, estudar ... as informações que constam deste documento é
vivificá-las, é corporificá-las ainda mais; guardá-las nas gavetas é fazê-las definhar e não alimentar as nossas
práticas e nossas vidas.
A UNIVALI é uma Universidade em construção, é o resultado do que fizemos e somos. Não é uma
instituição perfeita, possui contradições e desencontros, mas caminha e cresce com a participação das pessoas
concretas que nela trabalham, estudam e refletem os seus afazeres e sua estrutura.
19
I -CURSO DE CIÊNCIAS DO I GRAU
SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Carla Fernandes G. A. Silva
Pedro Valmir de Borba
20
1.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
1.1.1 Nome do Curso: Ciências
Habilitações: Habilitação Plena em Matemática
Habilitação Plena em Biologia
1.1.2 Ordenamentos Legais
a) Autorização -
Parecer do CEPE: nº 04/91 - aprova o projeto da criação do curso
Resolução: nº 06/91/CUn - UNIVALI - aprova a criação do Curso de Ciências, com habilitação em
Matemática e Biologia.
b) Reconhecimento do Curso de Ciências - Licenciatura de 1º Grau
Parecer nº 335/93 do CEE, aprovado em 20/12/93, com alterações do Parecer nº 199/95/CEE - SC.
Portaria nº 537 de 13 de abril de 1994 - Reconhecimento do Curso de Ciências, Licenciatura de 1º grau.
c) Reconhecimento do Curso de Ciências - Habilitações de Biologia e Matemática
Portaria nº 1200 do MEC, de 05 de setembro de 1996 - Reconhecimento
Habilitação Plena em Biologia
Habilitação Plena em Matemática
21
1.2 APRESENTAÇÃO
A UNIVALI assumiu o compromisso político de auto-avaliar-se através da implantação de um Programa
de Avaliação Institucional, a partir de 1994, com vistas a um processo de auto crítica e reformulação de ações
visando uma construção de qualidade no cotidiano desta Universidade.
O relatório que ora apresentamos é fruto da análise dos dados levantados após a aplicação dos
questionários junto aos professores e alunos, além da coleta de subsídios junto aos diferentes órgãos desta
Universidade e um seminário do qual participaram professores e alunos. Salientamos ainda que o presente
relatório apresenta excertos do Processo de Reconhecimento do referido Curso.
Os elementos contidos neste documento merecem um aprofundamento nas análises e conseqüentes
decisões.
A seguir são relacionados, detalhadamente, os dados referentes ao histórico do curso, histórico da
comissão, indicadores de caracterização do curso, análise qualitativa do curso e as considerações finais, que se
espera, deverão servir de subsídios para o estabelecimento de estratégias e metodologias inerentes ao próprio
Processo de Avaliação Institucional.
22
1.3 HISTÓRICO DO CURSO
Desde sua criação a UNIVALI tem como linha básica de ação “atuar no ensino de graduação para a
ampliação da área básica dos conhecimentos humanos com Cursos de Ciências, Matemática, Física, Química, e
Biologia” (FEPEVI, 1986:34). O documento de reconhecimento do Curso informa que a UNIVALI apresenta um
corpo docente qualificado, com excelente infra-estrutura, amplas salas de aula, salas-ambiente, laboratórios, um
acervo bibliográfico considerável e outros recursos humanos e materiais que contribuem para a melhoria da
qualidade do Ensino de Ciências.
O Curso de Ciências, Licenciatura de I Grau, Habilitação Plena em Biologia e Habilitação Plena em
Matemática nasceu da necessidade premente de profissionais habilitados nas disciplinas de Ciências do I Grau, e
Biologia e Matemática do 2º grau, nas escolas da rede pública e privada da região de abrangência da UNIVALI e
Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI).
A UNIVALI preparou-se desde 1986 para a criação desse curso através da contratação e capacitação de
professores, construção e organização de laboratórios, aquisição de acervo bibliográfico e planejamento
curricular dos Cursos de Ciências do I Grau, de Biologia e de Matemática. Em 1986 enviou carta consulta ao
egrégio Conselho Estadual de Educação solicitando a criação de tais cursos. Recebeu o parecer favorável para a
criação, através do Parecer 429/1988/CEE, de 27/09/1988. Em 1990-91 foi elaborado projeto e apresentado ao
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) dessa Universidade, em 10/03/91, que emitiu parecer
favorável para a implantação do Curso de Licenciatura de Ciências de I Grau - Habilitação em Matemática e
Biologia - Parecer 04/91 CEPE de 10 de abril de 1991. A implantação foi aprovada pelo Conselho Universitário
(CUn) da Universidade em 29 de abril de 1991, através da Resolução nº06/1991/CUn.
Neste mesmo semestre foi realizado o primeiro vestibular com 139 candidatos entre 1ª e 2ª opções,
sendo aprovado 60, que ingressaram na Universidade em agosto de 1991 no Curso de Ciências, Licenciatura de I
Grau.
A primeira turma do Curso de Ciências, Licenciatura de 1º grau teve sua formatura no 1º semestre de
1994 contando com 19 formandos. A formatura da primeira turma de Matemática - Habilitação Plena, aconteceu
no segundo semestre de 1995, sendo que das 14 matrículas efetivadas, apenas 05 concluíram. Já a formatura da
primeira turma em Biologia, Habilitação Plena, ocorreu no primeiro semestre de 1996, quando 16 alunos
concluíram o curso.
O Curso de Ciências, Licenciatura de I Grau foi reconhecido pelo Parecer nº 335/93 do Conselho
Estadual de Educação, sendo homologado pela Portaria Ministerial nº 537, de 13 de abril de 1994. O Parecer nº
335/93/CEE foi recentemente alterado pelo Parecer nº 199/96/CEE, de 07/11/1996.
Analisando a evolução das inscrições nos últimos vestibulares, constatou-se uma discrepância entre a
relação do número de candidatos inscritos e vagas oferecidas, conforme mostra o item 1.6.2. dos indicadores de
caracterização do Curso de Ciências.
Diante deste quadro e visando uma reestruturação do Curso de Ciências, em 1995/I, conforme edital do
vestibular, foi oferecido, em caráter experimental, o Curso de Ciências sob regime especial.
Desde 1995/II, não mais foram oferecidas vagas no vestibular para o Curso de Ciências da UNIVALI.
23
Em 1996/I, as vagas do Curso de Ciências foram ocupadas pelo Projeto Magister - com habilitação em
Matemática, segundo informações obtidas junto à Pró-Reitoria de Ensino.
Uma outra versão, quanto ao destino das vagas do Curso de Ciências, segundo seu coordenador, Prof.
Dr. José Erno Taglieber, é que a desativação do Curso de Ciências estaria condicionada à implantação dos cursos
de Biologia e Matemática - habilitação Plena, o que não aconteceu até o momento.
1.4 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO
A Comissão de Avaliação Institucional é fruto do compromisso político assumido pela UNIVALI de
auto avaliar-se através da implantação de um Programa de Avaliação Institucional, a partir de 1994.
Os objetivos desta Comissão de Avaliação são os seguintes:
1. Impulsionar um processo criativo de auto-crítica da instituição, como evidência da vontade política de
auto avaliar-se e de prestar contas à sociedade da consonância da ação universitária com as demandas científicas
e sociais da atualidade.
2. Conhecer, numa atitude diagnóstica, como se realizam e como se interrelacionam, na Universidade, as
tarefas acadêmicas em suas dimensões de ensino, pesquisa, extensão e administração.
3. Restabelecer compromissos com a sociedade, explicando as diretrizes de um projeto pedagógico e os
fundamentos de um programa sistemático e participativo de avaliação, que permita o constante reordenamento,
consolidação e reformulação das ações da Universidade.
4. Repensar objetivos, modos de atuação e resultados na perspectiva de uma Universidade mais coerente
com o momento histórico em que se insere.
5. Estudar e propor mudanças no cotidiano das tarefas acadêmicas do ensino, da pesquisa e da extensão,
contribuindo para a elaboração de projetos socialmente legitimados e relevantes.
Dentre os instrumentos do Programa estabelecido estão:
INSTRUMENTOS CRONOLOGIA IA.1 - Questionário de Avaliação Geral Outubro/94 IA.2 - Questionário de Avaliação Docente Julho/95 IA.3 - Questionário de Avaliação das Turmas pelos Professores Julho/95 IA.4 - Questionário de Avaliação do Desempenho do Professor Agosto/95 IA.5 - Questionário de Expectativas do Curso Iniciado Setembro/95 IA.6 - Relatório de Auto-Avaliação do Curso Ag/nov/95
Em meados de abril de 1996 a Comissão Institucional forneceu os subsídios para o Relatório de Auto-
Avaliação do Curso, na forma de um documento no qual estimula a discussão qualitativa a ser desencadeada,
proporcionando o julgamento interno da qualidade e necessidades mais prementes do Curso, dentro de cada
24
unidade.
O mesmo documento estimula o envolvimento de todos os agentes do trabalho acadêmico-científico
para que o conjunto de informações, documentos e conceitos básicos conduzam, através da integração do grupo,
a apreensão da realidade do Curso garantindo o poder de argumentação nas possíveis reivindicações de melhoria,
resolvendo os problemas levantados.
A proposta de formação de uma subcomissão de Auto-Avaliação constituída pelo coordenador e/ou Diretor
do Curso, dois professores eleitos pelos pares, 3 alunos indicados pelo D.A. do Curso e um funcionário
administrativo indicado pelos pares (da Secretaria), culminou na nomeação dos professores nos diferentes cursos
através da portaria nº116/96 a partir de 15/05/96 a 15/10/96, de 02 de maio de 1996.
A inexistência de D.A. no Curso de Ciências e do funcionário administrativo reduziu significativamente
o número de elementos, alterando o cronograma previamente estipulado de março/1996 a julho do mesmo ano.
Coube à subcomissão de Auto-Avaliação a elaboração do seguinte cronograma, tendo em vista a
execução da etapa mencionada:
25
QUADRO 01
METAS OPERACIONALIZAÇÃO TEMPO (DIA/MÊS) PESSOAL ENVOLVIDO
1. Formação da subcomissão de Avaliação Institucional
- Contato formal com a direção e/ou Comissão Central de Avaliação e definição da subcomissão
22/04 - Coordenador do curso - Professores (2) - Alunos (2)
2. Levantamento dos atos legais do curso - Consulta documental 24/04 - Funcionários (1) - Professores - Conselho Central - Pró-Reitoria Acadêmica
3. Levantamento dos dados estatísticos referentes a: Vagas oferecidas, Vestibulares, Matrícula, Concluintes. // Evolução 90 - 95.
- Consulta documental 24/04 (90-93) a
08/05
- Professores - Comissão Central - Pró-Reitoria Acadêmica
4. Levantamento de infra-estrutura do curso: Espaço físico ocupado pelo curso; acervo bibliográfico; informatização do curso; convênios realizados; laboratórios; multimeios.
- Consulta documental - Entrevista - Pesquisa in loco
02/05/96 a
31/05/96
- Professores - CPD - Comissão de Avaliação - Diretor do Curso - Coordenador -Pró-Reitoria Administrativa - Bibliotecárias
5. Levantamento do perfil profissiográfico do curso - Pesquisa documental 30/05/96 - Professores - Pró-Reitoria Acadêmica
6. Tabulação e análise dos dados obtidos nos itens anteriores
- Tratamento estatístico dos dados - Estudo qualitativo dos dados obtidos - Redação
junho 96 - Subcomissão
7. Levantamento do currículo pleno do Curso - Pesquisa documental - Entrevistas - Contato com a comissão
julho 96
- Coordenador do Curso - Diretor - Orientador do estágio - Coordenador do Estágio
8. Mapeamento do corpo docente: a. Situação funcional b. Produtividade
- Questionário (aspectos 12 e 13) - Pesquisa documental - Entrevista - Tratamento dos dados
julho 96 - Secretária Acadêmica
9. Mapeamento do corpo discente - Questionários - Pesquisa documental - Tratamento dos dados
maio 96 - Professores - alunos - ProPPEx
10. Montagem do relatório - Tratamento estatísticos dos dados - Estudo dos dados levantados numa visão qualitativa
agosto e setembro 96
- Subcomissão - Alunos - Coordenador - Funcionários
11. Apresentação e discussão do perfil do Curso - Seminário de avaliação setembro 96 - Alunos - Professores
12. Entrega do relatório outubro 96
26
1.5 INDICADORES DE CARACTERIZAÇÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS
1.5.1 Nome do Curso: Ciências
Habilitações: Habilitação em Ciências do Primeiro Grau
Habilitação Plena em Matemática, ou
Habilitação Plena em Biologia
1.5.2 Ordenamentos Legais
a) Autorização
Parecer do CEPE: nº 04/91 - aprova o projeto da criação do curso
Resolução: nº 06/91/CUn - UNIVALI - aprova a criação do Curso de Ciências, com habilitação em Matemática
e Biologia.
b) Reconhecimento do Curso de Ciências - Licenciatura de I Grau
Parecer nº 335/93 do CEE, aprovado em 20/12/93, com alterações do Parecer nº 199/95/CEE - SC.
Portaria nº 537 de 13 de abril de 1994 - Reconhecimento do Curso de Ciências, Licenciatura de I grau.
Portaria nº 1222 do MEC de 05 de setembro de 1996
Habilitação Plena em Biologia - Habilitação Plena em Matemática
1.5.3 Objetivos do Curso
Considerando-se as linhas básicas de ação da UNIVALI, no ensino de graduação, as quais privilegiam
dentre outras diretrizes:
“. ensino centrado no aluno;
. ensino pela liberdade de ação pedagógica;
. ensino voltado para a integração de objetivos, conteúdos e métodos;
. ensino fortalecido por um Projeto Político - Pedagógico;
. ensino crítico, dinâmico e instrumental..” (FEPEVI, 1986:34), propõe-se como objetivo geral para a
Licenciatura de Ciências (modalidade de curta duração) e para as Habilitações Plenas: formar o professor -
educando de Ciências, através de um projeto de construção coletiva do conhecimento, que enfatize o
desenvolvimento de uma atitude crítica frente à realidade que o envolve, bem como, que seja ele o promotor de
ações conjuntas sobre esta mesma realidade, transformando-a no sentido da melhoria da qualidade de vida
humana.
27
1.5.4 Perfil Profissiográfico
O perfil do profissional egresso de Licenciatura em Ciências (de curta duração) e das habilitações
específicas (Biologia e Matemática) embasa-se numa concepção filosófico-didática. Isto é, objetiva-se
contribuir para com a formação de um educador que seja capaz de desenvolver sua prática pedagógica, a partir
de uma visão concreta da realidade sócio-cultural em que está inserido.
Assim, pretende-se que este educador em Ciências seja um indivíduo competente, técnica e
politicamente. Para tanto, há de se garantir uma formação acadêmica de ordem teórico-pedagógica norteada
pelos pressupostos de uma visão interdisciplinar de Ciências.
É importante que se especifique o entendimento sobre competência técnica e política. Por competência
técnica, expressa-se a capacidade do indivíduo para:
. desenvolver um processo ensino-aprendizagem que privilegie a articulação teoria-prática;
. elaborar material instrucional adequado à realidade em que atua (produção de equipamentos, de textos,
de recursos audiovisuais ...);
. promover a participação ativa e reflexiva de seus futuros educandos, em todos os momentos do
processo ensino-aprendizagem;
. implementar projetos de pesquisa que correspondam às expectativas da comunidade;
. desenvolver o processo ensino-aprendizagem centrado no aluno, atendendo às diferenças quanto ao
processo de maturação psico-biológica do mesmo, de forma diretiva, mas não autoritária.
Por competência política, expressa-se a capacidade do educando para:
. analisar criticamente o contexto histórico-político-educacional do brasileiro;
. compreender as diferentes formas de produção a aplicação do conhecimento científico;
. favorecer o processo de conscientização dos educando.
Portanto, são qualidades necessárias a este profissional da educação: ser questionador, reflexivo,
participante, comprometido com a transformação do processo educativo veiculado nas escolas de 1º e 2º graus.
1.5.5 Vagas Oferecidas
a) Total anual: Até 1993/II - 120 A partir de 1994/I - 100
b) Total semestral: Até 1993/II - 60 A partir de 1994/I - 50
28
1.5.6 Vestibulares
a) Evolução das Inscrições nos Últimos Anos
QUADRO 2 -
ANO/ SEMESTRE
VAGAS INSCRIÇÕES NO VESTIBULAR RELAÇÃO CANDIDATO / VAGA
1ª Opção 2ª Opção 1ª Opção 2ª Opção
1991/II 60 59 80 0,98 1,33 1992/I 60 51 96 0,85 1,60 1992/II 60 30 110 0,58 1,83 1993/I 60 25 108 0,41 1,80 1993/II 60 29 181 0,48 3,10 1994/I 50 27 169 0,54 3,38 1994/II 50 39 205 0,78 4,10 1995/I 50 35 78 0,70 1,56 1995/II -- -- -- -- -- 1996/I -- -- -- -- --
FONTE: ACAFE
OBSERVAÇÃO: Desde 1995/II não foram mais oferecidas vagas, no Vestibular, para o Curso de Ciências da UNIVALI.
b) Evolução das Matrículas Semestrais
QUADRO 3 - EVOLUÇÃO DAS MATRÍCULAS SEMESTRAIS EVASÃO/PRODUTIVIDADE - PERÍODO: 91/II A 96/II
ano
mat. inicial
entrada
mat. total
saída total saída
mat. final
% evas
% prod
tranq. desis. transf. outro
1991/II 60 - 60 - -. - - - 60 0 100
1992/I 119 10 129 04 16 02 - 22 107 17,05 82,95
1992/II 160 01 161 01 11 14 - 26 135 16,04 83,85
1993/I 192 12 204 11 26 18 - 55 149 26,96 73,04
1993/II 198 13 211 10 06 33 05 54 157 25,59 74,41
1994/I 176 04 180 09 01 11 - 21 159 11,67 88,33
1994/II 191 22 213 12 07 12 24 55 158 25,82 74,17
1995/I 220 48 268 11 13 20 38 82 186 30,59 69,40
1995/II 141 - 141 04 03 26 01 34 107 24,11 75,89
1996/I 75 02 77 02 - 01 - 03 74 03,89 96,10
1996/II 41 19 60 - - 01 01 02 58
Total 1573 131 1704 64 83 138 69 354 1350
% 100 3,75 4,87 8,10 4,05 20,77 79,22
FONTE: SECRETARIA FILOSOFIA * Todos os períodos
29
1.5.7 Infra-Estrutura do Curso
a) Espaço Físico e Instalações Ocupadas pelo Curso
QUADRO 4
CURSO PERÍODO SALA BLOCO ANDAR
Ciências
3º 4º 5º 6º
9º Biologia
09 03 04 05 08
14 14 14 14 14
1º 1º 1º 1º 1º
Laboratórios
Química Física
Ciên. Amb. Microbiol. Anatomia
77-78 64 63
66-67-68 57-58-60-61
08 07 07 07 07
Térreo Térreo Térreo Térreo Térreo
b) Biblioteca Central
Metragem: 3.900,80 m2 leitura: 2.730,80 acervo:1.170
Acervo:
1) Geral: nº de títulos: 93.912 nº de volumes: 43.839 2) Específico: nº de títulos: 1.373 nº de volumes : 4.563
QUADRO 5
Informações específicas relacionadas com Matemática e Biologia
CDU ESPECIFICAÇÕES TÍTULO VOLUMES 50 Ciências Puras 218 510 51 Matemática 83 220 53 Física 88 260 54 Química 268 672
57,58 Ciências Biológicas, Botânica, Zoologia 671 2.772 60 Ciências Aplicadas 45 129
TOTAL 1.373 4.563 FONTE: Biblioteca Central Comunitária/UNIVALI 3) Periódicos
QUADRO 6
DISCRIMINAÇÃO NÚMERO TÍTULOS VOLUMES
Geral 1.654 17.648 Biologia - Matemática 07 672
FONTE: Biblioteca Central Comunitária/UNIVALI
Estatística de utilização da Biblioteca - 1994
QUADRO 7
DISCRIMINAÇÃO MÊS ANO
Consultas 264.001 2.208.588 Empréstimos 113.317 1.095.436 FONTE: Biblioteca Central Comunitária/UNIVALI Informatização
30
A Biblioteca Central Comunitária - BCC - encontra-se com 100% do seu acervo de livros
automatizados, sendo que:
25,98% (vinte e cinco vg. noventa e oito por cento) no Sistema Bibliodata/Calco que permite consulta
por autor e assunto; e
74,08% (setenta e quatro vg. oito por cento) (base provisória) que permite consulta por autor e título.
Esclarece-se que tão logo se recebam os equipamentos solicitados no Plano Diretor de Informática da
Biblioteca, estas bases ficarão disponíveis aos usuários.
c) Convênios
- FVG - Rede Bibliodata/Calco - Sistema de Catalogação cooperativa.
Com a assinatura de convênios entre a UNIVALI e a Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, a
Biblioteca Central Comunitária da UNIVALI passou a participar do Programa Bibliodata - Calco, um
programa de cooperação entre bibliotecas. Hoje são cerca de 102 Instituições de todo o Brasil, participando do
Programa Bibliodata - Calco. Para a inclusão da BCC da UNIVALI no programa da Fundação Getúlio Vargas,
além de treinamentos, adaptações técnicas, foi adquirido um microcomputador para o processamento das obras.
Além disso, a Biblioteca Central Comunitária possui 02 terminais de computador.
IBICT-COMUT - Programa de Comutação Bibliográfica
Serviço que permite, através de uma rede de bibliotecas, o acesso a cópias de artigos de periódicos
especializados nacionais ou estrangeiros, não disponíveis na BCC/UNIVALI.
d) Laboratórios
O Curso de Ciências tem utilizado laboratórios já instalados no Campus I da UNIVALI, que também
atende a outros Cursos.
QUADRO 8 - LABORATÓRIOS UTILIZADOS PELO CURSO DE CIÊNCIAS
LABORATÓRIO LOC./BLOCO/SALA
Laboratório de Anatomia Bloco 07 - 1º Pavimento Salas - 57, 58, 60 e 62
Laboratório de Física Bloco 07 - 1º Pavimento Sala - 64
Laboratório de Fisiologia e Parasitologia
Bloco 08 - 1º Pavimento Sala - 78
Laboratório de Microscopia Bloco 07 - 2º Pavimento Salas - 66, 67 e 68
Laboratório de Estudos Ambientais Bloco 07 - 1º Pavimento Sala - 63
Laboratório de Química Bloco 08 - 1º Pavimento Sala - 77
Laboratório de Computação Bloco 08 - 1º Pavimento Salas - 79 e 80
e) Informatização
31
O processo de informatização foi implantado nas secretarias, inclusive nas matrículas e nos diversos
setores da UNIVALI.
Há um plano de informatização. A UNIVALI já dispõe de equipamentos para as necessidades do
momento.
No final do 2º semestre de 1995 foi implantado o sistema de “Matrícula ON-LINE” em todas as
Faculdade e Campi da UNIVALI, objetivando agilidade, eficiência e qualidade no atendimento aos acadêmicos.
O Curso de Ciências teve apenas indiretamente os benefícios da informatização. Não existe nenhum
ambiente de estudo diretamente ligado ao Curso que tivesse sido informatizado.
f) Multimeios
Herbário Barbosa Rodrigues - Itajaí/SC. Foi usado apenas como local de pesquisa. Não está ligado
diretamente ao Curso de Ciências, apenas como um apoio possível.
g) Outros Órgãos de Apoio
1. Biblioteca Central Comunitária
2. Setor de Orientação e Assistência ao Estudante - SOAE
3. Auditório: - Sala com 130 m2 - Bloco de Odontologia - 250 cadeiras - Com equipamentos audiovisuais. 4. Anfiteatro Adelaide Konder - Bloco 09 (próprio) - 1.652,58 m2 - 800 cadeiras - Equipamentos de som
5. Laboratório de Línguas - Bloco 12,2º Pavimento,salas 117,188 e 189. - 50 Cabines de áudio 6. Sala de audiovisuais - Bloco 09 - 25 retroprojetores - 14 televisões - 12 vídeocassetes - 19 telas - Outros equipamentos de apoio
32
1.5.8 Da Organização Didático-Pedagógica do Curso
a) Organização Curricular, Regime e Duração do Curso
Da Licenciatura de I Grau - Tronco Comum
O Curso de Ciências está estruturado como Licenciatura de curta duração com possibilidades de
plenificação nas habilitações de Biologia, Matemática, Química e Física.
A Licenciatura de I Grau em Ciências apresenta uma carga horária total de 2.040 horas, ou, 136
créditos, a ser integralizada em 06 semestres, isto é, 03 anos letivos, quando oferecida em regime de
funcionamento regular.
Cumpre salientar que a exigência de duração mínima do curso de Ciências - Licenciatura de I Grau,
conforme Resolução 30, de 11/07/74, do Conselho Federal de Educação, é de 1800.
A carga horária da Licenciatura de 1º Grau em Ciências constitui-se, também, no tronco comum a
quaisquer das habilitações plenas (Matemática e Biologia), oferecidas pela UNIVALI.
O sistema de matrícula é um misto de crédito/seriado, isto é, matrícula por disciplina que deve ser
cumprido por semestres.
A seguir, apresenta-se a estrutura curricular do tronco comum - Licenciatura de I Grau em Ciências.
33
Estrutura Curricular da Licenciatura de I Grau em Ciências
Disciplinas C/H CRÉD 1º Período Metodologia Científica 060 04 Língua Portuguesa (Redação Científica) 060 04 Química I 060 04 Matemática I 060 04 Biologia I 060 04 Educação Física I 030 02 Estudo de Problemas Brasileiros I 030 02 Sub-Total 360 24 2º Período Química II 060 04 Matemática II 060 04 Biologia II 060 04 História da Educação (Brasileira) 060 04 Física I 060 04 Educação Física II 030 02 Estudo de Problemas Brasileiros II 030 02 Sub-Total 360 24 3º Período Química III 060 04 Matemática III 060 04 Biologia III 060 04 Desenho Geométrico I 060 04 Física II 060 04 Psicologia da Educação I 060 04 Sub-Total 360 24 4º Período Química IV 060 04 Matemática IV 060 04 Biologia IV 060 04 Física III 060 04 Estrutura e Funcionamento do Ensino 1º Grau 060 04 Geologia 060 04 Sub-Total 360 24 5º Período Matemática V 060 04 Biologia V 060 04 Física IV 060 04 Estatística I 060 04 Ecologia I 060 04 Didática I 060 04 Sub-Total 360 24 6º Período
34
Prática de Ensino I (Estágio Supervisionado Ciências e Matemática) 180 12 Introdução à Computação 060 04 Sub-Total 240 16 TOTAL GERAL DO TRONCO COMUM 2.040 136
b) Da Parte Específica - Habilitação em Matemática
A Licenciatura Plena em Matemática estrutura-se a partir de um tronco-comum, que é a habilitação
geral em Ciências. A parte comum apresenta uma carga total de 2040 horas-aula (já incluídas as cargas horárias
de Estudo de Problemas Brasileiros e de Educação Física). Para a habilitação em Matemática, há o
aprofundamento das matérias, através do acréscimo de uma carga horária de 1080 horas-aula, ou seja, 72
créditos. Assim, a modalidade de Licenciatura Plena em Matemática é integralizada com 3120 horas-aula, ou,
208 créditos. Esta carga horária está distribuída ao longo de 09 semestres.
Apresenta-se, a seguir, a grade curricular da parte específica da Habilitação Plena em Matemática.
35
ESTRUTURA CURRICULAR DA LICENCIATURA PLENA
HABILITAÇÃO EM MATEMÁTICA
DISCIPLINAS C/H CRED.
7º PERÍODO
Cálculo Diferencial e Integral I 060 04
Álgebra I 060 04
Física V 060 04
Geometria I 060 04
Estrutura e Funcionamento do Ensino de 2º Grau 060 04
Introdução à Computação II 060 04
Sub-Total 360 24
8º PERÍODO
Cálculo Diferencial e Integral II 060 04
Álgebra II 060 04
Desenho Geométrico II 060 04
Geometria II 060 04
Psicologia da Educação II 060 04
Didática II 060 04
Sub-Total 360 24
9º PERÍODO
Cálculo Diferencial e Integral III 060 04
Álgebra III 060 04
Matemática Aplicada 060 04
Análise Matemática 060 04
Prática de Ensino II (Estágio Supervisionado de Matemática) 120 08
Sub-Total 360 24
TOTAL DA PARTE ESPECÍFICA (Matemática) 1080 72
TOTAL GERAL (Tronco Comum + Parte Específica) 3120 208
c) Da Parte Específica: Habilitação em Biologia
A Licenciatura Plena em Biologia estrutura-se a partir de um tronco comum, que possui uma carga
horária de 2040 horas-aula, ou 136 créditos. A plenificação em Biologia dá-se pleno acréscimo de 1080 horas-
aula, perfazendo um total de 3120 horas-aula. Esta carga horária é integralizada em 09 semestres letivos.
Apresenta-se, a seguir, a grade curricular da parte específica da Habilitação em Biologia.
36
ESTRUTURA CURRICULAR DA LICENCIATURA PLENA
HABILITAÇÃO EM BIOLOGIA
DISCIPLINAS C/H CRED.
7º PERÍODO
Biologia VI (Biologia Celular) 060 04
Anatomia e Fisiologia Humanas 060 04
Biofísica 060 04
Botânica I 060 04
Zoologia I 060 04
Estrutura e Funcionamento do Ensino de 2º Grau 060 04
Sub-Total 360 24
8º PERÍODO
Botânica II 060 04
Zoologia II 060 04
Biologia VII (Histologia e Embriologia) 060 04
Bioquímica 060 04
Psicologia da Educação 060 04
Ecologia II 060 04
Sub-Total 360 24
9º PERÍODO
Botânica III 060 04
Zoologia III 060 04
Genética e Evolução 060 04
Didática II 060 04
Prática de Ensino II (Estágio Supervisionado de Biologia) 120 08
Sub-Total 360 24
TOTAL DA PARTE ESPECÍFICA (Biologia) 1080 72
TOTAL GERAL (Tronco Comum + Parte Específica) 3120 208
37
d) Organização Departamental
As disciplinas dos cursos estão vinculadas aos seguintes departamentos: Ciências Exatas, Ciências
Biológicas e Naturais, Ciências Humanas e Sociais, Ciências da Educação, Língua e Literatura.
e) Ementário das Disciplinas do Curso
Língua Portuguesa
Noções básicas de ortografia, acentuação, concordância verbo-nominal. Redação.
Educação Física I e II
Natação. Voleibol. Futebol de salão. Xadrez. Tênis de mesa.
Geologia I
Embasamento teórico-prático sobre os principais tópicos referentes à composição da terra, dinâmica terrestre,
intemperismo, erosão, petrografia e recursos minerais.
Desenho Geométrico I e II
Construções geométricas fundamentais. Estudo da circunferência. Lugares geométricos. Homotetia. Construção
de triângulos. Quadriláteros. Equivalência de áreas. Divisão de figuras. Concordância.
Didática I e II
Educação. Didática. Processo ensino-aprendizagem. Métodos e Técnicas de Ensino. Teorias de aprendizagem.
História da Educação
Fundamentos de história da educação brasileira, evidenciando a trajetória histórica do Ensino de Ciências.
E.P.B. I e II
Estrutura sócio-político-econômico-cultural brasileira: visão histórica contextualizada.
Metodologia Científica
Fundamentos teórico-práticos sobre: tipos e instrumentos de pesquisa; organização e estrutura de projeto e de
relatório de pesquisa.
Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1º e 2º Graus
A legislação básica do ensino de 1º e 2º graus e as sua manifestações nas estruturas curriculares.
Psicologia da Educação I e II
Noções de Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem.
38
Matemática I
Resgate histórico da matemática, destacando o sistema de numeração, sua evolução até a atualidade (processo
de informatização). Embasamento teórico-prático sobre:
. campos numéricos
. proporção
. relações, funções e cálculo algébrico
Matemática II
Embasamento teórico-prático sobre:
. equações e inequações
. polinômios
. matrizes
Matemática III e IV
Embasamento teórico-prático sobre:
. trigonometria e funções trigonométricas
. geometria espacial, plana e métrica
Matemática V
Embasamento teórico-prático sobre:
. geometria analítica
. noções de cálculo (diferencial e integral)
Estatística
Embasamento teórico-prático que permita a análise e o tratamento estatístico de dados levantados,
quando do desenvolvimento de pesquisas (conceitos básicos; fases do trabalho estatísticos; amostragem;
apuração, apresentação e análise de dados estatísticos).
Química I
Evolução histórica dos conhecimentos químicos.
Embasamento teórico-prático sobre:
. propriedades dos materiais
. teoria atômico-molecular
. condutividade elétrica de substâncias e misturas
Química II
Embasamento teórico-prático sobre:
. tabela periódica
. ligações e reações químicas
39
. soluções químicas
. funções orgânicas
Química III
Fundamentação teórico-prática sobre:
. termoquímica
. equilíbrios químicos
. eletroquímica
Química IV
Fundamentação teórico-prática sobre os principais tópicos da química orgânica (características dos
compostos orgânicos, principais funções e substâncias orgânicas).
Biologia I
Conhecimento biológico: evolução histórica. Embasamento teórico-prático sobre citologia e histologia.
Ecologia I e II
Os diferentes ecossistemas, destacando a interferência do homem no processo de formação e evolução
dos mesmos.
Biologia II
Embasamento teórico-prático sobre os tópicos de anatomia e fisiologia humana.
Biologia III
Embasamento teórico-prático sobre tópicos de zoologia.
Biologia IV
Embasamento teórico-prático sobre tópicos de botânica.
Biologia V
Embasamento teórico-prático sobre reprodução humana e embriologia humana. Aspectos teórico-
práticos sobre noções introdutórias de genética humana.
Biologia VI
Noções teórico-práticas de biologia celular: célula procarionte; estrutura da célula eucarionte; ultra-
estrutura celular; divisões celulares.
Biologia VII
Noções teórico-práticas de histologia e embriologia humana.
40
Anatomia Humana
Noções teórico-práticas de anatomia: osteologia; miologia; neurologia; angiologia; esplancnologia;
aparelho uro-genital.
Genética Geral
Noções teórico-práticas de genética: genética mendeliana; ligação fatorial, genética de populações;
evolução; genética estatística.
Geometria I e II
Aprofundamento teórico-prático sobre os tópicos referentes à geometria espacial e analítica.
Cálculo Diferencial e Integral I e II
Aprofundamento teórico-prático sobre os tópicos referentes à derivada e integrais de funções de
diversas variáveis.
Álgebra I, II e III
Embasamento teórico-prático em álgebra linear e estruturas algébricas.
Análise Matemática
Análise aprofundada dos principais tópicos das disciplinas de Cálculo Diferencial e Integral.
Matemática Aplicada
Estudo das equações diferenciais, de modo interdisciplinar, para a análise de problemas da realidade
concreta.
Introdução à Computação I e II
Embasamento teórico-prático dos principais tópicos que introduzem as noções de computação.
Física I
Evolução histórica dos conhecimentos físicos.
Embasamento teórico-prático sobre:
. noções introdutórias ao estudo da física (massa, peso, campo gravitacional)
. noções de mecânica geral.
Física II
Embasamento teórico-prático sobre os principais tópicos:
. ondas e fenômenos ondulatórios (acústica e ótica)
. física térmica.
Física III
Embasamento teórico-prático sobre:
. eletricidade
41
. eletromagnetismo
Física IV
Embasamento teórico-prático sobre:
. transporte de energia com e sem matéria
. energia solar
. fusão nuclear
Física V
Embasamento teórico-prático sobre tópicos de Mecânica Clássica e Física Aplicada.
1.5.9 Formas de Estágios
A Prática de Ensino, sob a forma de Estágio Supervisionado regulamentado pela Resolução
09/1969/CEE é parte fundamental do Currículo das três habilitações oferecidas. Seu papel fundamental é a
profissionalização dos professores para os dois níveis a que estão destinados. Na prática, o Estágio
Supervisionado reúne, numa só atividade, o conteúdo específico e os procedimentos pedagógicos, os dois
aspectos fundamentais de uma licenciatura.
A Prática de Ensino terá, aproximadamente, a duração de 10% do total do tempo exigido para a
consecução de cada um dos cursos: a) Prática de Ensino de Ciências e Matemática do I Grau: 180 horas/aula; b)
Prática de Ensino de Biologia: 120 horas/aula; e c) Prática de Ensino de Matemática: 120 horas/aula.
A Prática de Ensino, em qualquer das três habilitações, está estruturada em quatro momentos distintos:
a) Observação de aulas dadas por professores licenciados nos respectivos campos de saber; b) Planejamento das
aulas e atividades para a docência; c) Execução das aulas em escolas da comunidade; d) Avaliação das
atividades do estágio sob a forma de relatório escrito e seminário de avaliação. A maior parte do tempo, cerca
de 80% da duração do total, será empregado no “item c”, estágio em sala de aula com supervisão do professor
da turma e o supervisor de estágio da Universidade. Nesta fase, dá-se ênfase à observação e reflexão do
processo ensino-aprendizagem que está ocorrendo em sala de aula, para o desenvolvimento de habilidades e
atitudes necessárias a um professor de Ciências, Biologia ou de Matemática.
O Estágio Supervisionado é orientado por um professor com formação na área do conteúdo e com pós-
graduação em educação ou ensino. É também acompanhado por um professor licenciado na área específica de
Ciências, Biologia ou Matemática (o professor responsável pela turma na escola da comunidade). Desta forma,
o estagiário possui dois interlocutores para discutir e avaliar suas atividades de estágio.
O Estágio Supervisionado é normalmente oferecido no último semestre letivo de cada aluno, mas isto
não significa que esteja isolado. É visto como a fase final de um processo que começa com o estudo da
Estrutura e Funcionamento do Ensino nos respectivos graus, Psicologia da Educação, Didática e, finalmente,
com o Estágio Supervisionado na disciplina específica da habilitação, ou seja, em Matemática ou em Biologia.
Para a realização do Estágio Supervisionado, o estagiário terá apoio dos laboratórios, biblioteca,
audiovisuais da Universidade e da escola onde se realiza o estágio. É importante que o estagiário tenha o
suporte necessário para o seu desempenho em sala de aula.
42
As atividades de Estágio possuem uma normatização sistematizada em forma de Regulamento
1.5.10 Monitoria
A monitoria na UNIVALI oportuniza horários de estudos extra-curriculares por meio de atendimento
individualizado. Além disso, os monitores auxiliam os professores no atendimento às solicitações dos alunos
durante as atividades didático-pedagógicas. O preenchimento de vagas para a monitoria obedece a critérios e a
procedimentos regulamentados nos artigos 166 e 168, na seção IV, do Capítulo III do Regimento da UNIVALI.
O quadro a seguir apresenta um demonstrativo do sistema de monitoria para o curso de Ciências
QUADRO 09
Laboratórios ou Similares
Número de Monitores
Disciplina Atividade Desenvolvidas pelo Monitor
Laboratório de Anatomia
06 . Anatomia e Fisiologia Humana
. Auxiliar no preparo de peças anatômicas, em conjunto com os professores, na realização dos trabalhos práticos. . Monitorar os estudos livres, em horários de estudos extracurriculares. . Providenciar o material necessário à consecução dos estudos e/ou trabalhos.
Laboratório de Histologia
03 . Biologia . Auxiliar na prática laboratorial quanto ao estudo das lâminas histológicas. . Indicar aos acadêmicos as bibliografias pertinentes. . Orientar os acadêmicos nos horários extracurriculares, em seus estudos livres.
Laboratório de Fisiologia
03 . Biologia . Anatomia e Fisiologia Humana . Bioquímica . Zoologia . Botânica . Biofísica
. Auxiliar o professor nas aulas práticas.
. Preparar aula prática, juntamente com o professor. . Atender aos acadêmicos na resolução de dúvidas. . Monitorar os estudos livres, em horários de estudos extracurriculares, dos acadêmicos.
Laboratório de Química
02 . Química . Auxiliar no preparo de aulas práticas. . Auxiliar na organização e manutenção dos materiais e equipamentos. . Colaborar no preparo e execução de outras atividades requeridas pelo professor. . Monitorar os estudos livres, em horários extracurriculares, dos acadêmicos.
Laboratório de Física e Ensino de Matemática
02 . Física . Matemática
. Auxiliar no preparo das aulas práticas.
. Atender os acadêmicos na resolução de dúvidas. . Monitorar os estudos livres dos acadêmicos. . Auxiliar na organização e manutenção dos materiais e equipamentos.
Laboratório de Ciências Ambientais
03 . Botânica . Zoologia
. Preparar aula prática, juntamente com o professor. . Auxiliar o professor nas aulas práticas. . Atender os acadêmicos na resolução de dúvidas. . Monitorar os estudos livres, em horários extracurriculares, dos acadêmicos
Laboratório de 04 .Introdução à Computação . Auxiliar o colega acadêmico.
43
Computação . Fazer o controle dos equipamentos . Controlar a conservação do laboratório. . Fazer liberação da impressão. . Fazer digitação de rotinas internas.
Sala de Recursos Instrucionais
06 . Didática . Prática de Ensino
. Zelar pela conservação e guarda dos recursos instrucionais. . Fazer atendimento e controle das solicitações. . Transportar e instalar aparelhos e outros materiais intrucionais. . Recolher e guardar os recursos instrucionais.
44
1.5.11 Formas de Integralização Curricular
� Reuniões periódicas com os professores onde se busca a integração vertical e horizontal das disciplinas dos
professores com a Instituição.
� Acompanhamento constante da direção e coordenação do curso e habilitações, objetivando a ação didático-
pedagógica dos professores em relação ao perfil profissiográfico e requisitos do curso e habilitações.
1.5.12 Formas de Coordenação Didática do Curso
Cabe à Direção e Coordenação do curso coordenar e supervisionar a ação didático-pedagógica,
zelando pela qualidade de ensino e adequação do currículo, através da orientação dos docentes em torno dos
objetivos e perfil profissiográfico.
1.5.13 Turnos de Funcionamento
Noturno e em Regime Especial
1.5.14 Corpo Dirigente
. Reitor
EDISON VILLELA
. Vice-Reitor
PAULO MÁRCIO CRUZ
. Pró-Reitor Administrativo
DANILO MELIM
. Pró-Reitora Acadêmica
SUELI PETRY DA LUZ
. Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão
JOSÉ ROBERTO PROVESI
. Chefe de Gabinete
SYDNEY SCHEAD DOS SANTOS
. Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
DANILO CAMPESTRINI
45
. Coordenador do Curso de Ciências
JOSÉ ERNO TAGLIEBER
. Secretária Adjunta
SILVANA DA COSTA MAIA
1.5.15 Corpo Docente
a) Informações Quanto à Titulação do Corpo Docente
QUADRO 10
Titulação Habilitação em Matemática Habilitação em Biologia
Nº % Nº %
Graduados - - - -
Especialistas 08 66,7 06 40,0
Mestres 03 25,0 07 46,7
Doutores 01 08,3 02 13,3
TOTAL 12 100,0 15 100,0
FONTE: ProAc/UNIVALI/1996-I
46
b) Quadro Geral do Corpo Docente do Curso
Curso de Ciências: Habilitação em Matemática - Parte Específica
QUADRO 11
Docente/ Titulação
Disciplinas Regime de
Trabalho
Resumo de Currículo Parecer
Alvina Maria Magalhães
(E)
. Cálculo Diferencial e Integral . Álgebra . Análise Matemática
18
. Graduação em Matemática
. Especialização em Engenharia de Produção . Mestranda em Engenharia de Produção
Parecer nº 267/93 Parecer nº 352/94 Parecer nº 374/95
Edilton Luiz Piacentini (E)
. Álgebra 13 . Licenciatura em Matemática . Especialista em Ensino de Matemática
Parecer nº 340/95
Milton Luiz Valente (M)
. Física
. Geometria
.Matemática Aplicada
12 . Licenciatura em Matemática . Mestrado em Matemática . Doutorando em Engenharia de Produção
Parecer nº 494/95 Parecer nº 022/95 Parecer nº 349/95
Alexandre Machado Kleis (E)
. Geometria 04 . Graduação em Matemática . Especialização em Matemática Superior
Parecer nº 455/94
Walter Amaro Baldi (E)
.Estrutura e Funcionamento do Ensino de 2º Grau
28
. Licenciatura em Pedagogia: Supervisão Escolar . Especialização em Supervisão de Treinamento para Empresas . Mestrando em Educação: Recursos Humanos e Educação Permanente
Parecer nº 417/94
Lígia Ghisi Tobaldini (E)
.Introdução à Computação
47 . Graduação em Administração . Especialização em Processamento de Dados . Especialização em Metodologia do Ensino Superior
Parecer nº 260/93
Maria Margareth Schneider
(E)
.Desenho Geométrico 04 . Licenciatura em Educação Artística . Especialização em Desenho
Parecer nº 076/95
Cinéria Vieira da Costa (E)
.Psicologia da Educação
21 . Licenciatura de 1º Grau em Ciências .Licenciatura em Pedagogia: Administração Escolar . Especialização em Metodologia do Ensino
Parecer nº 069/95
José Erno Taglieber (D)
. Didática 24 .Licenciatura e Bacharelado em História Natural . Mestrado em Ensino de Ciências . Doutorado em Educação e Ciência
Parecer nº 249/93
Carla Ferdinanda Gasparati Alves Silva
(E)
. Prática de Ensino (Estágio Supervisio-nado em Matemática)
16
. Graduação em Matemática
. Especialista em Ciências: Matemática Parecer nº 270/93
Darcy Yukei Ogawa Sato (E)
. Biologia (Biologia Celular) . Biologia (Histologia e Embriologia)
14
. Graduação em Ciências Biológicas
. Especialização em Ciências - Biologia Parecer nº 290/93 Parecer nº 326/95
Sandra Carolina Portela Rodrigues
(E)
.Anatomia e Fisiologia Humanas
24
. Graduação em Enfermagem e Obstetrícia . Especialização em Metodologia do Ensino Superior
Parecer nº 105/95
Cláudia Yoshime Fukushigue
(M)
.Anatomia e Fisiologia
. Biofísica
. Bioquímica
26
. Licenciatura em Ciências Biológicas
. Mestrado em Microbiologia Parecer nº 335/95 Parecer nº 075/95
Ana Cláudia Araújo (M)
. Botânica 20 . Graduação em Ciências Biológicas . Mestrado em Botânica
Parecer nº 008/95
47
Docente/ Titulação
Disciplinas Regime de
Trabalho
Resumo de Currículo Parecer
Mônica Maria Pereira Tognella
(M)
. Botânica
33
. Graduação em Oceanologia
. Mestrado em Oceanografia Biológica
Parecer nº 481/95
Maurício Hostin Silva (M)
. Zoologia
.Genética e Evolução
29 .Graduação em Ciências Biológicas . Especialização em Hidroecologia . Mestrado em Zoologia . Doutorando em Ecologia e Recursos Humanos
Parecer nº 350/95 Parecer nº 312/96
Marcello Soares (E)
. Zoologia
04 . Bacharel em Ciências Biológicas . Especialização em Geografia e Meio Ambiente
Parecer nº 031/95
Luiz Fernando Krieger Merico
(D)
. Ecologia 25
. Graduação em Geologia
.Mestrado em Geociências: Análise Ambiental . Doutorado em Geografia Física
Parecer nº 255/93
Márcia Maria de Souza (M)
.Genética e Evolução
31 .Licenciatura em Ciências Biológicas . Especialização em Ciências: Biologia Geral . Mestrado em Farmacologia
Parecer nº 491/95
Pedro Valmir de Borba (M)
. Didática 16 .Licenciatura em Ciências: Biologia . Especialização em Biologia Geral . Mestrado em Educação e Ciências
Parecer nº 478/95
Yara Christina Cesário Pereira
(M)
. Prática de Ensino (Estágio Supervisionado de Biologia)
14
. Licenciatura em Pedagogia: Supervisão Escolar . Licenciatura em Ciências Biológicas . Especialização em Supervisão Educacional . Mestre em Educação
Parecer nº 477/95
LEGENDA - Titulação D - Doutor M - Mestre E - Especialista G - Graduado
48
1.6 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO
1.6.1 Necessidade do Curso - Justificativa
O levantamento dos dados do quadro de professores da rede estadual de ensino, de 5ª a 8ª séries, de
1996, junto à 13ª Unidade de Coordenação Regional de Educação (CRE), nos revela que a justificativa do
Projeto de Criação do Curso leva em conta a expansão do número de matrículas nas escolas de 1º e 2º graus
nas diferentes redes de ensino. E este fato exigia um maior número de profissionais habilitados para atuarem
nas diferentes áreas do conhecimento na região de abrangência da UNIVALI e da Associação dos Municípios
da Foz do Rio Itajaí (AMFRI), e revela hoje, que tal necessidade ainda não foi atendida, conforme nos mostra
o quadro a seguir.
QUADRO 12 - PROFESSORES DA REDE PÚBLICA ESTADUAL
Situação Hoje 20/09/96 Nº de Prof. por Disciplina TOTAL Ciências Matemática Nº % Nº % Nº %
Efetivo habilitado 26 33,7 38 30,6 64 31,8 ACT habilitado 19 24,6 28 22,5 47 23,4 ACT não habilitado 32 41,7 58 46,9 90 44,8 77 100,0 124 100,0 201 100,0
FONTE: 13ª UCRE
Professores habilitados 1º grau: 55,2% Professores não habilitados: 44,8%
A constatação de que, dos 201 profissionais envolvidos apenas 111 possuem preparação adequada,
isto é, 55,2% são habilitados, confirmam a necessidade da continuidade do Curso de Ciências Habilitação de
I Grau.
A constatação da falta de profissionais preparados na área do ensino de Ciências e de Matemática do
1º e do 2º graus fez com que o Governo Estadual implantasse o Programa Magister, que busca suprir as
deficiências da área, mas que não conseguiu resolver o problema uma vez que os candidatos a este programa
não tiveram um nível adequado para um curso superior. Um número significativo dos selecionados já
abandonou o cursos ( 24 de 50 no Curso de Matemática oferecido pela UNIVALI).
1.6.2 Relação Candidato - Vaga
A relação candidato - vaga está descrita no quadro 02 - mostra um decréscimo na primeira opção no
período de 1991/II a 1993/I. Começou com 0,98 candidatos por vaga, baixou para 0,41 e voltou para 0,48
subindo nos três semestres seguintes para 0,74; 0,78 e 0,70. Para segunda opção, esta mesma relação começa
como 1,33 candidatos por vaga (1991/II) e seu crescimento para 3,01.
O fato da pouca procura dos cursos de licenciatura foi analisado pela C.E.S (Comissão de Ensino
Superior) como
49
“definindo melhor a qualidade dos candidatos para o ingresso na Universidade é a expectativa profissional dos cursos em termos de possibilidade de realização pessoal. A desvalorização do profissional do ensino público é um fato evidente. São poucos os profissionais nesta área que percebem vencimentos superiores a três salários mínimos e queiram ser professores”.
Certamente os jovens mais capacitados não optam por profissões na educação, pois não oferece
nenhuma perspectiva profissional mais sólida. É desprestígio social.
1.6.3 Evolução das Matrículas Semestrais - Evasão- Produtividade
A elaboração de uma tabela com a finalidade de analisar o andamento de maneira global baseando os
dados às matrículas efetuadas em todos os períodos do curso e relacionando as matrículas finais verificando o
nível de evasão e produtividade, conduziu à pesquisa na Secretaria da FFCL, o que consubstanciou-se no
quadro abaixo.
QUADRO 13 - EVOLUÇÃO DAS MATRÍCULAS SEMESTRAIS - EVASÃO/PRODUTIVIDADE - PERÍODO: 91/II A 96/II
ano
mat. inicial
entrada
mat. total
saída total saída
mat. final
% evas
% prod
tranq. Desis. transf. outro
1991/II 60 - 60 - -. - - - 60 0 100
1992/I 119 10 129 04 16 02 - 22 107 17,05 82,95
1992/II 160 01 161 01 11 14 - 26 135 16,04 83,85
1993/I 192 12 204 11 26 18 - 55 149 26,96 73,04
1993/II 198 13 211 10 06 33 05 54 157 25,59 74,41
1994/I 176 04 180 09 01 11 - 21 159 11,67 88,33
1994/II 191 22 213 12 07 12 24 55 158 25,82 74,17
1995/I 220 48 268 11 13 20 38 82 186 30,59 69,40
1995/II 141 - 141 04 03 26 01 34 107 24,11 75,89
1996/I 75 02 77 02 - 01 - 03 74 03,89 96,10
1996/II 41 19 60 - - 01 01 02 58
Total 1573 131 1704 64 83 138 69 354 1350
% 100 3,75 4,87 8,10 4,05 20,77 79,22
FONTE: SECRETARIA FILOSOFIA
* Todos os períodos
Observa-se que do total de alunos matriculados 1704 (a matrícula é efetuada a cada semestre tanto
pelos calouros quanto veteranos), apenas 64, cerca de 3,75% trancaram sua matrícula; 83, ou seja, 4,87%
desistiram; 138 (8,10%) solicitaram transferência interna para outro curso; e 69 (4,05%) saíram por outros
motivos. Perfaz um total de 354 saídas, correspondendo a 20,77% do total.
50
A relação entre a matrícula inicial e a final aponta um índice de produtividade de cerca de 79,22%.
Observa-se que desde 1995/II não foram mais oferecidas vagas no Vestibular, e, no entanto, foi no
referido semestre que o número de matrículas efetuadas foi maior. Se considerada a possibilidade de mais 50
calouros a matrícula passaria de 268 para 318, o que equivaleria a cerca de 49% em relação ao semestre
anterior, ou seja de 213 matrículas para 318 no semestre seguinte.
1.6.4 Evolução das Matrículas e Evasão nos Últimos Anos
a) Tronco Comum
QUADRO 14
Ano Vagas Iniciais Total de Alunos Matriculados Total Evasão Oferecida
s Ocupadas 1º
Per. 2º
Per. 3º
Per. 4º
Per. 5º
Per. 6º Per. N %
1991/II 60 60 60 - - - - - 60 01 01,6 1992/I 60 60 60 57 - - - - 117 09 07,7 1992/II 60 60 60 58 41 - - - 159 25 15,7 1993/I 60 60 60 53 41 31 - - 185 23 12,4 1993/II 60 60 60 68 39 35 30 - 232 38 16,3 1994/I 50 49 49 38 20 19 25 26 177 24 15,8 1994/II 50 50 50 49 27 18 18 31 193 39 18,6 1995/I 50 50 50 49 38 22 14 23 196 39 19,8 1995/II - - - 13 16 29 11 21 84 03 03,6 1996/I - - - - 09 11 27 13 60 - - TOTAL 450 449 449 385 231 165 125 114 1463 201 13,5 FONTE: ProAc/96
Observações: - Em 1995/I, conforme Edital do Vestibular, foi oferecido, em caráter experimental, o curso de Ciências, sob regime especial.
- Desde 1995/II não foi mais oferecido o Curso de Ciências no vestibular
b) Habilitação Plena em Matemática
QUADRO 15
Ano Vagas Iniciais Total de Alunos Matriculados Total Evasão Oferecidas Ocupadas 7º Per. 8º Per. 9º Per. N %
1994/II 50 12 12 - - 12 - - 1995/I 50 14 - 14 - 14 - - 1995/II 50 07 - - 07 07 01 14,2 1996/I - - - - - - - - TOTAL 150 33 12 14 07 33 01 3,03 FONTE: ProAc/96
c) Habilitação Plena em Biologia
QUADRO 16
51
Ano Vagas Iniciais Total de Alunos Matriculados Total Evasão Oferecidas Ocupadas 7º Per. 8º Per. 9º Per. N %
1995/I 50 15 15 - - 15 - - 1995/II 50 18 - 18 - 18 - - 1996/I 50 16 - - 16 16 - - TOTAL 150 49 15 18 16 49 - - FONTE: ProAc/96
Os quadros 13,14,15 e 16 dão um indicativo das matrículas anuais nos cinco primeiros semestres do
curso da licenciatura, oferecidos até o primeiro semestre de 1996.
Como se pode verificar a evasão do curso é um tanto significativa, se levarmos em conta as
estatísticas de outros cursos.
Os fatores que levam os alunos a saírem do curso, apontados pelos mesmos e dados da instituição,
são os mais diversos. Vão desde os fatores econômicos, à expectativa de profissionalização, dificuldade em
acompanhar os conteúdos trabalhados, metodologias inadequadas, desistímulo profissional, e a decepção com
o próprio curso. Porém, certamente, a crise econômica tem contribuído, em muito, para o aumento do número
de saídas e este é um fator sobre o qual a Universidade tem pouco poder para alterar. A maioria dos alunos do
curso de ciências já é professor atuante na rede municipal, estadual ou particular de ensino, com uma carga
horária semanal superior a 20 horas. Encontra-se numa faixa etária entre 24 e 45 anos e pertencente a uma
classe social pouco favorecida, de acordo com os dados da Secretaria do Curso.
1.6.5 Concluintes dos Cursos da univali - 1989 – 1994
QUADRO 17
Cursos
Campus
Turno
Vagas
/ Sem.
1989
1990
1991
1992
1993
1994
Total
% em Relação aos
1ºS
2ºS
1ºS
2ºS
1ºS
2ºS
1ºS
2ºS
1ºS
2ºS
1ºS
2ºS
Iniciantes
Administração I Not. 50 41 34 17 54 19 19 22 48 42 45 45 40 426 71,0 Administração I Vesp. 50 - - - - - - - - - 12 12 03 27 18,0 Ciências Contábeis
I Vesp. 50 - - - - - - - - - 03 04 37 44 29,3
Ciências Contábeis
I Not. 50 31 46 34 50 32 47 26 34 42 33 32 38 445 74,1
Ciências Econômicas
I Not. 50 - 05 07 25 14 38 27 22 27 25 25 23 238 39,6
Direito I Not./ Vesp.
50/100
55 65 57 108
52 69 88 85 76 85 88 111
750 98,8
Enfermagem e Obstetrícia
I Vesp. 40/60 18 13 28 23 10 14 14 15 24 15 14 15 203 38,3
Estudos Sociais I Not. 50/60 32 37 50 36 25 28 32 47 35 29 63 43 457 67,2 Geografia I Not. 50/60 - 12 06 22 - 27 02 13 - 13 01 12 108 33,7 História I Not.. 50/60 - 12 - 19 - 23 - 16 - 20 02 09 101 31,5 Letras I Not. 50/60 - 27 - 37 03 21 04 23 07 20 04 15 161 53,2 Pedagogia I Vesp. 50 - 04 0 15 - 12 - - - 10 - - 41 20,5
Cursos
Campus
Turno
Vagas/
Sem.
1989
1990
1991
1992
1993
1994
Total
% em Relação aos
1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º Iniciantes
52
S S S S S S S S S S S S
Pedagogia I Not. 100/50
54 112
38 94 33 76 30 105
20 61 42 85 561 68,1
Pedagogia III Not. 50 - - - - - - - - - 39 27 32 98 65,3 Psicologia (Bacharel)
I Vesp. 60 - - - - 31 34 39 60 46 26 43 55 334 46,3
Psicologia (Psicólogo)
I Vesp. 60 - - - - - - 39 35 41 62 33 35 245 34,0
Odontologia I Int. 30/35 - - - - - - - - - - 25 30 55 91,6 Fonoaudiologia I Int. 60 - - - - - - - - - - 19 30 49 40,8 Turismo e Hotelaria
II Not. 50 - - - - - - - - - - 23 18 41 41,0
Ciências da Computação
I Not. 50 - - - - - - - - - - 21 12 33 33,0
Ciências Hab. Ciências 1º grau
I Not. 60 - - - - - - - - - - 23 16 39 32,5
Adm. Hab. Comércio Exter.
I Not. 60 - - - - - - - - - - - 25 25 41,6
TOTAL 231
367
237
483
219
408
323
503
360
498
546
684
4481 48,6
FONTE: ProAc
Comparando a percentagem de alunos concluintes com a percentagem dos iniciantes no período
acima especificado, observa-se que o Curso de Ciências alcançou um índice de 21,5% em relação as duas
primeiras turmas formadas pelo mesmo. Uma comparação, com os Cursos de Pedagogia diurno, com um
índice de 20,5%, História com 31,5%, Ciências Contábeis (vespertino) 29,3% e Administração (vespertino)
18% conduz à constatação de que, sendo um curso cuja contagem dos formandos apenas iniciou, encontra-se
com um número de formados significativo. Comparando-o com o Curso de Enfermagem e Obstetrícia (cujos
custos certamente são mais altos), com um índice de 38,3%, pode ser considerado como mais produtivo tendo
em vista que a diferença entre a expectativa salarial dos docentes é muito mais baixa.
A análise dos concluintes, apenas no ano de 1994, colocando os demais cursos na mesma condição
de iniciantes, portanto sujeitos às mesmas implicações inerentes ao Curso de Ciências, elaborou-se o seguinte
quadro:
QUADRO 18 - CONCLUINTES DOS CURSOS DA UNIVALI - 1994
Cursos
Campus
Turno
Vaga/Sem
1994
Total
% em Relação aos Iniciantes
1º Sem. 2º Sem
Administração I N 50 45 40 85 85,0 Administração I V 50 12 03 15 15,0 Ciências Contábeis I V 50 04 37 41 41,0 Ciências Contábeis I N 50 32 38 70 70,0 Ciências Econômicas
I N 50 25 23 48 48,0
Direito I N/V 50/100 88 111 199 99,5 Enfermagem I V 40/60 14 15 29 21,6 Estudos Sociais I N 50/60 63 43 106 88,3 Geografia I N 50/60 01 12 13 10,8 História I N 50/60 02 09 11 9,1
Cursos
Campus
Turno
Vaga/Sem
1994
Total
% em Relação aos Iniciantes
1º Sem. 2º Sem
53
Letras I N 50/60 04 15 19 15,8 Pedagogia I V 50 - - - - Pedagogia I N 100/50 42 85 127 63.5 Pedagogia III N 50 27 32 59 59,0 Psicologia (Bacharel)
I V 60 43 55 98 81.7
Psicologia (Psicólogo)
I V 60 33 35 68 56,7
Odontologia I Int. 30/35 25 30 55 78,6 Fonoaudiologia I Int. 60 19 30 49 40.8 Turismo e Hotelaria II N 50 23 18 41 41,0 * Ciência da Computação I N 50 21 12 33 33,0 * Ciências I N 60 23 16 39 32,5 Adm. Hab. Com. Exterior
I N 60 - 25 25 41.6
TOTAL 1230 FONTE: ProAc
Cursos com percentagem de formandos: Administração (Vespertino) 15,0% Direito (Vespertino 21,6% Geografia (Noturno) 10,8% História (Noturno) 9,1% Letras (Noturno) 15,8% Ciências (Noturno) 32,5% Ciênc. Comput. (Noturno) 33,0% Turismo e Hotelaria (Noturno) 41,0% O número de formandos do Curso de Ciências foi de 39 alunos e o de Turismo 41 alunos.
1.6.6 Infra-estrutura do Curso
A infra-estrutura do Curso de Ciências, conforme especificações do item 7 deste documento, no
tocante a salas ambiente é uma das melhores. Os alunos do Curso de Ciências utilizam os laboratórios de
Anatomia, Histologia, Fisiologia, Químico-Física, Ciências Ambientais e Processamento de Dados.
Ainda quanto a este item, pode-se registrar a ausência de uma sala ambiente para o Ensino da
Matemática e um espaço (sala de aula) exclusivo para os alunos do referido curso, o que implica numa
mudança constante da turma a cada semestre de sala de aula e bloco.
Quanto à Biblioteca, já informatizada, apresenta um acervo específico bastante significativo,
conforme pode-se constatar, através do item b (1.5.7.).
A Biblioteca tem convênios com a Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, o que possibilita a
participação no programa de cooperação entre bibliotecas.
1.6.7 Do Currículo do Curso e de sua Adequação ao Mercado de Trabalho
No Curso de Ciências, a maior parte das aulas é desenvolvida de forma expositiva, às vezes apoiadas
54
e com observações da realidade ou de laboratórios. Aos professores é solicitado um desempenho no sentido
de desenvolver os conteúdos relacionando-os, sempre que possível, com a realidade do aluno, possibilitando-
o desta forma a tomar decisões e ter atitudes coerentes com o conhecimento científico estudado.
Há falta de bons professores de Ciências no mercado de trabalho, mas a expectativa profissional
afasta a maioria dos jovens desta profissão.
a) Avaliação do Curso pelos Alunos
Esta avaliação foi realizada através de instrumentos de coleta de dados - tipo questionário - que
continha perguntas/respostas de forma aberta, deixando o aluno à vontade para resposta. Foram distribuídos
65 instrumentos sendo que apenas 17 retornaram.
Avaliação do Curso de Ciências pelos Alunos Campus I -Itajaí -1996/II
Categorias Levantadas (opiniões, posições mais freqüentes)
1. Participação em Trabalho de Pesquisa e Extensão
15 responderam NÃO
02 responderam SIM - sob a forma de estágio em laboratório de Ciências Ambientais, Biologia
Marinha e pesquisa em Itiologia.
2. Participação em Eventos
Evento Número de
Participantes Cursos 10 Seminários 06 Oficinas 04 Simpósios 03 Outros 03 Congressos 02
3. Quanto ao Desenvolvimento do Curso
3.1. Destaques e Avanços Significativos
Opiniões mais freqüentes Freq. - Saídas a campo 06 - Área da Biologia 04 - Aulas de Laboratório 04 - Professores de Biologia 03 - Não responderam 03 - Quase nenhum 02 - Alguns professores voltados à pesquisa 01 - Professores de Química 01 - Seminários 01
55
3.2. Fatores Limitadores da Qualidade
Opiniões mais freqüentes Freq. - Falta de didática (Matemática) 06 - Falta de prática no Ensino da Matemática 06 - Falta de espaço próprio 03 - Deixaram de responder 03 - Fim do Curso de Ciências 02 - Não aproveitamento dos laboratórios 02 - Trabalho diurno, que dificulta um preparo melhor 02 - Falta de laboratórios de Física e de Matemática 02 - Aulas somente no período noturno 01 - Descaso da Instituição pelo Curso 01 - Baixo nível nas disciplinas 01 - Incerteza da implantação da licenciatura plena no final da Licenc. Curta 01 - Falta de contatos com a coordenação 01 - Falta de seminários e oficinas paralelas ao curso 01
4. Metodologias mais Significativas, Desenvolvidas pelos Professores em suas Aulas:
Opiniões mais freqüentes Freq. - Saída a campo 06 - Aulas práticas 06 - Deixaram de responder 06 - Trabalho com material concreto 03 - Seminários 02 - Debates 01 - Avaliação na perspectiva construtivista 01 - Utilização de audiovisual 01
5. O Curso de Ciências de I grau Oferece Habilitações Compatíveis com o Mercado de Trabalho?
Responderam SIM - 12
Por quê?
- Porque há poucos profissionais habilitados na área de Ciências e Matemática.
08
- Em nível de escola pública a habilitação é relevante e não a competência. 01 - Oferece ao aluno um diploma de curso superior 01 - Pelas disciplinas ministradas. 01 - Apesar do desinteresse de alguns professores, o curso não é dos piores. 01
Responderam NÃO - 05
Por quê?
- Porque não estão oferecendo as habilitações plenas em Matemática e Biologia.
02
- Quando formados, saímos com habilitação para lecionar para o I grau; no entanto, a maioria dos conteúdos vistos é de segundo grau. Algo está errado.
01
- Considerando-se os critérios para a escolha de aula (ACT). 01 - Porque não nos foi ensinado muita coisa no sentido de “o que fazer em
sala de aula”. 01
56
6. O Currículo do Curso de Ciências do I Grau Favorece a Formação Necessária e Adequada ao Empenho Profissional
Responderam SIM - 08
Por quê?
- Desde que o aluno se empenhe sozinho. Não pode contar muito com a ajuda dos professores.
02
- Durante o curso eu aprendi muito e consequentemente o trabalho melhorou bastante.
02
- O currículo praticamente é elaborado pelo profissional. 01 - Pelas disciplinas ministradas. 01 - Capacita o profissional a enfrentar um I grau 01 - Favorece um bom entendimento dos conteúdos que estão sendo
ministrados. 01
Responderam NÃO - 10
Por quê?
- Excesso de teoria e pouca prática. 04 - Ênfase nos conteúdos de segundo grau. Pouca base para o ensino de I grau.
02
- Desinteresse por parte de alguns professores. 01 - Atuação ineficiente por parte de alguns professores de Matemática. 01 - Baixo nível das disciplinas. 01 -Tornou-se um segundo grau. 01
7. Como Discente, qual sua Avaliação do Curso de Ciências?
- Bom. 02 - Um curso que juntassem a teoria com a prática. 01 - Abaixo do nível, na maioria das disciplinas. 01 - Regular, pois não adquiriu um conhecimento novo na área das ciências, tanto biológicas quanto exatas. Só nos fizeram relembrar o que aprendemos no I e II graus.
01
- Poderia ser melhor se os acadêmicos fossem mais interessados e exigentes.
01
- Existem professores que levam a coisa a sério. Vestem a camisa e trabalham com vontade.
01
- Há uma falta de união interdisciplinar 01 - Seria um bom curso se alguns professores viessem preparados para nos ensinar de verdade.
01
- Regular. Pouca instrumentação para o ensino de Ciências e Matemática. 01
- Poderiam ter dado mais apoio e incentivo para que o curso permanecesse, já que existem outros cursos formando 8 a 9 alunos, há vários anos.
01 - É um curso de suma importância para a vida do cidadão, pois lhe dá condições de entender melhor o mundo que o cerca.
01 - Eu, particularmente, tive ótimo aproveitamento, pois me engajei paralelamente à pesquisa, mas a realidade é que a maioria das disciplinas ofereceu apenas uma revisão de conteúdos de I e II graus.
01
57
- Acho que a Matemática e a Biologia deste curso estão em nível muito baixo.
01
- Os professores repetiam o que já tínhamos visto quando estávamos nos bancos escolares, não trazendo nenhuma novidade já que a maioria dos alunos atua como professores.
01 - Biologia está OK. Poderia ter sido mais proveitoso na área da Física e da Matemática se tivéssemos mais prática e menos teoria.
01 - Não foi o esperado. Foi uma repetição do segundo grau. Deveria ter sido usado material concreto para ser aplicado no primeiro grau.
01 8. Como a Sociedade Avalia o Curso de Ciências de I Grau?
Opiniões mais freqüentes freq. - Sem muita importância. Qualquer pessoa com outras habilitações pode ser professor de Ciências e Matemática.
02
- Acreditam que o mesmo sirva de trampolim. 02 - Gostam ou desgostam, dependendo do desempenho do profissional. 01 - Dizem que não é um curso de grande porte. Discriminam, é por isto que está acabando.
01
- A sociedade avalia o curso conforme seus próprios acadêmicos o avalia. 01 - Em nível geral, bem mal. 01 - Há uma grande discriminação em relação aos cursos de base, pois os mesmos não oferecem status.
01
- A sociedade não avalia. Ignora-o. Este curso é desvalorizado pela própria UNIVALI. Imagine pela sociedade!
01
- Como um cursinho, por ser licenciatura curta. 01 - A sociedade olha-o com descaso. 01 - É avaliado como um curso difícil e portanto não vale a pena porque o professor é mal remunerado.
01
- Como um curso “Walita”, quem o cursa compra uma habilitação em suaves prestações.
01
- De forma negativa, até mesmo com uma aversão. 01 - Um curso fraco. 01 - Um curso importante porque as escolas precisam de professores para atuarem principalmente nas áreas de Matemática, Química, Física e Biologia.
01
- A sociedade pode não avaliar muito bem, mas ela precisa dos serviços dos profissionais deste curso, pois no currículo de I e II graus as disciplinas de Ciências, Matemáticas, Biologia e Física fazem e vão fazer parte do sistema educacional por muito tempo.
01
9. Dentro do Contexto da Universidade, como se Situa o Curso de Ciências de I Grau?
Opiniões mais freqüentes freq. - Discriminado tanto por parte dos dirigentes, como por parte de outros alunos de diversos cursos.
09
- Discriminado por não gerar lucro 05 - Em posição de inferioridade. 04 - Curso trampolim. 03 - Em último lugar, pois não gera lucro para a Instituição. 01 - Abaixo de todos, bem que a educação num contexto geral está mal situada.
01
- Abandono 01
58
- Discriminado. A verdade é que o Curso de Geografia que forma 2 ou 3 alunos por semestre tem mais reconhecimento que Ciências, que este semestre formará 22 alunos. Isso, sem falar em Oceanografia que com, toda a sua infra-estrutura, tem apenas 01 (um) formando na primeira turma.
01
- Desvalorizados. O que o Coordenador do curso tem feito para a melhoria do mesmo? Será que o dinheiro dos alunos de Ciências vale menos que os dos demais cursos, pois ninguém da Direção dá apoio e nem atenção.
02
10. Relacionar Ações Administrativas e Pedagógicas, Indicando os Sujeitos, Setores da Instituição
Envolvidos nas Tomadas de Decisões e Execuções
Opiniões mais freqüentes freq. - Atuação do professor José Erno, como um bom coordenador do curso, pois sempre que procurado tentou sanar os problemas, desde professores para as devidas matérias, como a questão do espaço físico, entre outros.
03
- As tentativas do professor José Erno, quando da implantação do Curso de Biologia, em substituição ao curso de ciências e que esbarraram em justificativas vazias por parte da administração da UNIVALI.
03
- O professor Erno não move uma palha. Todos os indivíduos que coordenam este curso simplesmente nos ignoram.
01
Não responderam este item - 12 alunos
Outras contribuições freq. - Deveriam ser melhor selecionados os professores que ministram aulas no Curso de Ciências. Temos excelentes professores atuando, mas ainda faltam muitos
01
- Encarar o Curso de Ciências como “coisa” séria, lembrando que qualquer aluno de Odonto, Farmácia, Medicina, entre outros, necessita do conhecimento da área de Ciências para chegar lá
01
b) Avaliação do Curso pelos Professores
Assim como a dos alunos, esta avaliação foi realizada através de instrumento de coleta de dados,
tipo questionário, que continha pergunta e resposta de forma aberta, permitindo ao professor sua livre
expressão e posicionamento.
Foram distribuídos 25 (vinte e cinco) instrumentos, dos quais apenas 08 (oito) retornaram.
59
Avaliação do Curso de Ciências pelos Professores Categorias Levantadas (opiniões, posições mais freqüentes)
1. Quanto ao Desenvolvimento do Curso
1.1. Destaques e avanços significativos
Opiniões mais freqüentes freq. Participação dos alunos em trabalho de campo e nos Laboratórios (aulas práticas). 02 Iniciativas inovadoras no ensino. 01 Laboratórios com monitores. 01 Estágio supervisionado que extrapolaram as salas de aula. 01 Atuação dos professores José Erno e Danilo Campestrini na coordenação do Curso e na Direção da FFCL.
01
Não respondeu. 01 Não há avanços, muito pelo contrário. Alunos cansados, duas disciplinas no mesmo horário, a maioria dos alunos não pode e não quer se engajar em projeto de pesquisa.
01
1.2. Fatores limitadores da qualidade
Opiniões mais freqüentes freq. Falta de incentivo e/ou apoio à realização de trabalhos práticos (de campo ou de laboratório).
03
Curso de licenciatura curta com dupla habilitação (Cien. Mat.). 01 Curso noturno e dificuldade da disponibilidade dos alunos. 01 Desativação do NEA. 01 Excessivo número de alunos nos primeiros períodos, onde a maioria utilizava o curso como trampolim.
01
Carga horária pequena para a disciplina Biologia I (Citologia e Embriologia). 01 Contratação como horistas. Todas as atividades que excedem o horário das aulas precisam ser realizadas com tempo e gasto (locomoção), por conta do professor.
01
2. Quanto ao Currículo Pleno do Curso
2.1. Como é realizado o planejamento semestral?
Opiniões mais freqüentes freq. Apresentação e discussão do planejamento junto aos alunos, no primeiro dia de aula do semestre.
02
A partir de uma avaliação do semestre anterior, planeja-se o próximo semestre, de modo solitário.
02
Dentro do programa previsto para a disciplina, existe total liberdade para o planejamento semestral.
02
O planejamento é realizado dependendo do tempo que temos para cada semestre. 01 Dentro das disponibilidades dos professores da casa. 01 Desconheço. Nunca fui convocado para discutir o assunto. 01
2.2. Metodologias mais utilizadas
Respostas mais freqüentes freq. Aulas expositivas com recursos audio-visuais. 07 Prática de laboratório. 03 Seminários. 03 Pesquisa bibliográfica. 02 Trabalho de campo. 03 Coleta e preparação de material. 02 Deixou de responder. 01
60
3. Sugestões para a Promoção de um Trabalho Interdisciplinar entre os Diversos Cursos da Faculdade de Filosofia
Opiniões mais freqüentes freq. Disponibilizar professores com tempo parcial ou integral. 02 Encontros periódicos entre professores do curso, para avaliação, replanejamento e trocas de experiências e dados sobre os acadêmicos.
02
Tentar relacionar melhor a parte de Didática entre as diferentes disciplinas. 01 Criar atrativos, sem excesso de formalidades que incentive professores e alunos à exceção de pesquisa aplicada
01
Não respondeu 01
4. O Curso de Ciências Oferece Habilitações Compatíveis com o Mercado de Trabalho?
Opiniões mais freqüentes freq. Sim, pois há carência de profissionais na área 05 Não, pois: 01 - Faltam muitas matérias mais específicas entre todas as disciplinas 01 - Não justificou 02
5. O Currículo do Curso Oferece Necessária e Adequada Formação, ao Desempenho Profissional?
Não 08
Justificativa (resposta mais frequentes):
- Mistura duas habilitações sem afinidades (Mat. e Ciências).
- Nível do curso comparado ao de segundo grau, principalmente a Biologia.
- Falta de um Projeto Pedagógico.
- Adequação do currículo às novas exigências (currículo desatualizado)
6. Visão do Curso pelo Docente
- Mereceria maior e melhor atenção.
- O curso deveria receber melhor tratamento: espaço físico, laboratórios, incentivos para a pesquisa;
- É um curso bom. Poderia ter melhoras. Deveria ser um curso de Ciências Biológicas (curso pleno);
- Um Curso que necessita maior atenção por parte da administração.
- Afinal, um curso mal começou, por que está terminando?
- Um curso necessário porém com habilitação plena.
- Deve se encaminhar para as licenciaturas plenas.
7. Como a Sociedade Avalia o Curso?
Curso Bom 02 Deixaram de responder 06
8. Dentro do Contexto da Universidade, como Está Situado o Curso de Ciências?
Pela importância e necessidade deste curso, 100% das respostas dadas, consideram Ciências um
curso marginalizado, esquecido pela administração central (ProAc e Reitoria)
c) Produtividade do Corpo Docente
61
1) Pesquisa
A pesquisa na área de Ciências é ainda muito incipiente. Os professores engajam-se em pesquisas a
partir de suas Dissertações e/ou Teses. Quando voltam para a Instituição continuam suas atividades de
pesquisa, geralmente, com financiamento de Agências como o CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico), FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), Banco do Brasil,
FUNCITEC (Fundo Rotativo de Fomento à Pesquisa Científica e Tecnológica), CAPES (Fundação
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), CEPSUL (Centro de Pesquisa e Extensão
Pesqueira do Sudeste-Sul), ou outras.
Além de terem suas próprias pesquisas os professores mestres e doutores orientam os alunos em
pesquisa do Programa de Bolsa de Iniciação Científica (ProBIC) e do FAP (Fundo de Apoio à Pesquisa) com
recursos da própria UNIVALI. Os alunos de Biologia e Matemática têm acesso a esses programas. Existem,
no entanto, dificuldades, pois são os cursos noturnos e a grande maioria dos alunos já são docentes no 1° e no
2º graus. Mesmo assim existem alunos do curso com Habilitação Plena em Biologia que têm bolsa de
iniciação científica, do qual tiram grande proveito.
O Quadro 19 apresenta o envolvimento de Docentes e Discentes nas Pesquisa da área de Ciência
desenvolvidas pela UNIVALI.
QUADRO 19 - DEMONSTRATIVO DAS PESQUISAS INSTITUCIONAIS NA ÁREA DE CIÊNCIAS
Título do Projeto Objetivos Origem/Responsável Situação Atual
1 Centro de Apoio Peda-gógica para professores de Ciências do 1º e 2º Graus.
Incentivar a pesquisa e a implementação de novas metodologias no ensino de Ciências nas escolas de 1º e 2º graus, na área da UNIVALI
Coordenação de pesqui-sa/Ciclo Básico de Saúde da UNIVALI/ Prof. Davi Ribeiro Tanmes, Juarez Philippi e Elizabete Rabaldo Bottan.
Encaminhamento ao PADCT. Sem financiamento. Redimensionando e enviado. SENEsu.Aguardando parecer.
2 Capacitação de Recursos Humanos de 1º Grau.
Testar metodologias al- ternativas para o ensino de 1º Grau.
Coordenação de Pesquisa / FFCLVI.
Projeto concluído. Em fase de elaboração de relatório. Financiamento obtido junto ao SENESU.
3 O ensino de Ciências: uma abordagem cognitivista.
Estudar as dificuldades dos professores de ciências para mudar sua metodologia de ensino tradicional para o cons- trutivismo.
Coordenação de Pesqui-sa/FFCLVI. Prof. José Erno Taglieber, Elizabete R. Bottan, Bernadete de Oliveira Fischer.
Projeto concluído. Financiado pelo SPEC/ PADCT/CAPES. Elaboração do relatório.
4 Continuidade das Pes- quisas Botânicas no Herbário Barbosa Ro- drigues.
Dar continuidade as ati- vidades de pesquisa bo- tânicas, idealizadas para o estado de Santa Ca- Tarina, através do Her- bário Barbosa Rodrigues.
Herbário Barbosa Ro-drigues, conveniado com a UNIVALI - Dr. Ademir Reis - Ana Cláudia Araújo.
Projeto em andamento
Título do Projeto Objetivos Origem/Responsável Situação Atual
5 Arborização de regiões degradadas da região do Vale do Itajaí.
Recobrir solos desnudos de áreas de risco e áreas públicas com espécies nativa da flora catari- nense.
UNIVALI com apoio do Herbário Barbosa Ro-drigues - Ana Cláudia Araújo
Projeto em andamento
6 Abundância e reprodu- ção de “bagres” (Ostei-
Identificar as espécies de bagres ocorrentes na
Núcleo de Estudos em Ciências Ambientais -
Projeto em andamento, sendo financiado pela
62
chthyes Ariidae) da foz do rio Itajaí-Açu, Santa Catarina, Brasil.
área do Foz do Rio Itajaí-Açu; Conhecer a estrutura populacional destas es- pécies durante o ciclo anual e no ambiente estuarino.
Coordenadoria do setor de Pesquisa - UNIVALI. Prof. Elisabete R. Bottan. Pesquisador Maurício Hostin Silva.
UNIVALI.
7 Ictiofauna da Baía da Babitonga/SC.
Conhecer a composição da ictofauna da região estuaria da Baía da Babitonga, São Francisco do Sul/SC.
Núcleo de Estudos Ambientais. Curso de Ciências, e Geografia.
Projeto em andamento com recursos do projeto ProBIC e FAP da UNIVALI
8 Diagnóstico de recursos naturais da área de proteção ambiental do Brilhante - Itajaí/SC.
Realização de um diagnóstico dos recursos naturais da área compreendida pelo APA - Brilhante para subsidiar o zoneamento e implantação do referido APA.
Prof. Luiz Fernando Krieger Merico/NEA Bolsista: Carlos Henrique Hildebrando da Silva.
Em andamento com recursos ProBIC e FAP da UNIVALI.
9 Biotecnologia bagres da Foz do Rio Itajaí-Açu.
Adquirir conhecimentos sobre a biologia Arüdae sobre diversos aspectos: identificação de espécies, estrutura populacional, período produtivo, hábitos, etc.
Prof. Maurício Hostin Silva/NEA Bolsista: Norberto Ghizoni.
Projeto em andamento com recursos do Programa Bolsas de Iniciação Científica, ProBIC e Fundo de Apoio à Pesquisa - FAP da UNIVALI e CNPq.
10 A pesca de amalhe de tubarões, realizada pela Frota Comercial de Itajaí e Navegantes/SC.
Descrição da pesca de amalhe de superfície, das embarcações que realizaram seu desembarque no município de Itajaí e Navegantes/SC, durante o 1º semestre de 1995.
Prof. Maurício Hostin Silva/NEA Bolsista: Janini Pereira.
Em andamento ProBIC e FAP com CEPSUL/IBAMA.
11 Levantamento taxonômico de Cyperus L. (subgêneros anasporum) (Nees) Clarke em Santa Catarina.
Levantamento e estudo taxonômico das espécies Cyperus L. visando fácil identificação das espécies por parte de outros pesquisadores.
Núcleo de Estudos Ambientais/NEA.
Em andamento.
FONTE: Coordenação de Pesquisa da ProPPEx/UNIVALI
63
2) Extensão
As atividades de Extensão promovidas pelo Curso de Ciências da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras ou pela Coordenação de Extensão da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão - ProPPEx,
ambas da UNIVALI estão sintonizadas com as necessidades da comunidade e de seu amplo e variado campo de
conhecimento teórico/prático das Ciências Naturais, Biológicas e Matemáticas.
A cada ano letivo é organizado um Calendário de Eventos que, além de projetar o curso de Ciências
fora do Campus Universitário, oferece oportunidade para professores e alunos do curso e da rede municipal e
estadual de abrangência da UNIVALI para rever conhecimentos, atualizar conceitos e habilidades e aplicar
resultados tanto no processo ensino-aprendizagem como nas atividades de extensão relacionadas com a
comunidade em geral.
As principais atividades de Extensão desenvolvidas na área de Ciências encontram-se relacionadas no
Quadro 20.
64
QUADRO 20 - ATIVIDADES DE EXTENSÃO NA ÁREA DE CIÊNCIAS, MATEMÁTICA E BIOLOGIA/UNIVALI Eventos C/H Período População Alvo Objetivos(s) Nº Particip. Responsável (eis) Unidade Promotora
01. Encontro Regional de Professores de Ciências
08 h/a
07/01/1988 Professores das escolas públicas e particulares de Itajaí.
Reciclar professores de Ciências. 82 Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - FEPEVI
02. Curso de Atualização para professores de Ciências do pré e 1ª a 4ª séries.
20 h/a
10 - 11/02/88
22 - 23/02/88
24 - 25/02/88
Professores da Pré-Escola de 1ª a 4ª séries do CAU/FEPEVI
Reciclar professores das respectivas áreas.
25 Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - FEPEVI
03. Feira de Ciências 24 h/a
Outubro/88 Alunos de 1º e 2º graus. Estimular o interesse dos alunos pela investigação científica. Oportunizar a exposição de seus inventos. Exercitar os alunos na exposição de seus inventos.
Em torno de
1550
Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - FEPEVI
04. Feira de Ciências 24 h/a
Outubro/89 Alunos de 1º e 2º graus. Despertar o interesse dos alunos pela investigação. Oportunizar a exposição de seus inventos.
Em torno de 2786
Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - FEPEVI
05. Curso de Matemática 15 h/a
13 - 14/02/90
Professores de 1ª a 4ª séries
Reciclar professores de Matemática. 25 Marcelus Fabiano Sucharski
Colégio de Aplicação - FEPEVI
06. Curso de utilização de atividades práticas de Ciências, em sala de aula comum.
40 h/a
06/04 a 02/06/90
Professores de Ciências Instrumentar o uso de atividades práticas no cotidiano das aulas.
36 Renato André Wöhlke (Coordenador)
Pró-Reitoria Comunitária
07. Curso sobre material experimental 40 h/a
06/04 a 02/06/90
Professores de ciências da Rede Estadual
Mostrar a possibilidade de fazer experimentos diversos na própria sala de aula, sem o uso de material sofisticado.
20 Danilo Campestrini UCRE/UNIVALI
08. I Encontro Micro-Regional de Professores de Ciências
20 h/a
18 - 18/05/90
Professores de Ciências Discutir as tendências atuais do Ensino de Ciências.
535 Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - UNIVALI
09. Feira de Ciências 24 h/a
Outubro/90
Alunos de 1º e 2 º grau Incentivar o interesse dos alunos pela investigação científica e oportunizar a exposição de seus inventos.
Em torno de 800
Paulo Rogério Maes
Colégio de Aplicação - UNIVALI
10. Curso de Atualização Oficinas de Ciências e Matemática
15 h/a
13 - 14/02/91
Professores da 4ª série do CAU
Atualizar professores de Ciências e Matemática.
18 Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - UNIVALI
Eventos C/H Período População Alvo Objetivos(s) Nº Particip. Responsável (eis) Unidade Promotora
65
11. Feira de Ciências 24 h/a
01 - 03/10/91
Alunos de 1° e 2º Graus do CAU
Estimular os interesses dos alunos na investiga-ção científica e oportuni-zar a exposição de seus inventos.
em torno de 1800
Paulo Rogério Maes Colégio de Aplicação - UNIVALI
12. Curso de Aperfeiçoamento para o Ensino Básico de Ciências e Matemática
72 h/a
03/03 a 25/05/92
Professores de Ciên-cias e de Matemática do município de Itajaí
Analisar os métodos práticos aplicados ao ensino de 1º grau em Matemática e Ciências.
58 Hildon M. Silveira e Rosa Sedrez
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras / Prefeitura Municipal de Itajaí
13. Feira de Ciências 36 h/a
26 - 28/08/92
Alunos de 1° e 2º Graus do CAU
Incentivar o interesse dos alunos na investigação. Oportunizar a exposição de seus inventos.
em torno de 1832
Maria Aparecida de Souza Neves
Colégio de Aplicação - UNIVALI
14. Curso de Matemática 40 h/a
26 - 30/10/92
Professores de Matemática da Rede Estadual
Atualizar os conhecimentos matemáticos.
72 Danilo Campestrini Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí
15. Curso de Atualização para professores de Matemática
40 h/a
26 - 30/10/92
Professores de Matemática
Atualizar os conhecimentos da área de ensino da matemática.
58 Benedito Galatto Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí / CEE
16. Curso de Atualização para professores de Ciências de 5ª a 8ª séries
40 h/a
26 - 30/10/92
Professores de Ciências
Atualizar os conhecimentos dos professores de Ciências de 5ª a 8ª séries.
50 Paulo Rogério Maes Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí / CEE
17. Curso de Ciências 40 h/a
13 - 17/09/93
Professores de Ciências
Atualizar o ensino de ciências do 1º grau.
40 Benedito Galatto Lenir Novaes
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí / CEE
18. Encontro Regional de Professores de Ciências
20 h/a
02/02/94 - 04/02/94
Professores de escolas públicas e particulares de Itajaí e região
Atualizar professores de Ciências.
325 José Erno Taglieber Paulo Rogério Maes
Colégio de Aplicação - UNIVALI
19. Curso de Atualização de Professores de Matemática do Pré-Escolar à 4ª série
20 h/a
16/03/94 a
18/03/94
Professores de Matemática de Itajaí e Região
Capacitar e reciclar professores de matemática.
45 Lenir Novaes Núcleo de Capacitação de Recursos Humanos
Eventos C/H Período População Alvo Objetivos(s) Nº Particip. Responsável (eis) Unidade Promotora
20. Oficinas de Ensino de 20 19/04/94 Professores de Discutir o ensino das áreas afins. 37 José Erno Taglieber Colégio de Aplicação
66
Ciências, Matemática e Biologia h/a a 21/04/94
Ciências, Matemática e Biologia
- UNIVALI
21. Curso de Atualização de Professores de Ciências de 5ª a 8ª série
40 h/a
25/06/94 a
29/06/94
Professores de Ciências
Atualizar professores do ensino de Ciências.
70 Benedito Galatto Prefeitura Municipal de Itajaí / Faculdade de Filosofia / 13º CRE
22. Feira de Ciências 30 h/a
10/94 Alunos de 1° e 2º Graus
Incentivar a participação de alunos na investigação científica, oportunizando a exposição de seus inventos.
950 Prof. Pasqualini Colégio de Aplicação - UNIVALI
23. Oficina de Ensino de Matemática
20 h/a
23/11/94 a
24/11/94
Professores do ensino de Matemática da região
Discutir as tendências atuais do ensino da Matemática.
46 Benedito Galatto Curso de Ciências
24. Curso de Aperfeiçoamento para Ensino Básico de Ciências e Matemática
40 h/a
14/03/95 a
18/03/95
Professores de Ciências e Matemática do município de Itajaí
Atualizar conhecimentos dos professores de Ciências e Matemática.
43 Benedito Galatto Curso de Ciências
25. Oficinas de Ensino de Ciências, Matemática e Biologia
20 h/a
25/04/95 a
28/04/95
Professores de Ciências, Matemática e Biologia
Discutir o ensino das áreas afins. 37 José Erno Taglieber Colégio de Aplicação - UNIVALI
26. Curso de Matemática Básica 20 h/a
16/05/95 a
19/05/95
Professores de Matemática
Capacitar professores do ensino da Matemática.
67 Ciro Renato Rebelo Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas
27. Feira Regional do Ensino de Matemática, Ciências e Biologia
40 h/a
06/06/95 - 10/06/95
Professores e alunos da rede de ensino público municipal
Incentivar a criação e a divulgação de seus inventos.
3672 Professores da Rede Municipal e Estadual de Ensino
Secretaria Municipal de Ensino e 13ª CRE
28. Trabalho de Campo: Educação Ambiental e Estudos Botânicos dos Biótipos Vegetais da Floresta Atlântica
08 - 12/95 Alunos Incentivar os alunos para educação ambiental.
Ana Claudia Araújo Maurício Hostin Silva Marcelo Soares
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí
29. Alimentação Natural de Peixes
40 h/a
09 - 13/10/95
Alunos e profissionais Incentivar alunos e profissionais para a alimentação natural a base de peixe.
Maurício Hostin Silva
Núcleo de Estudos Ambientais
30. O cultivo de moluscos na Espanha
04 15/09/95 Alunos e profissionais Incentivar o cultivo desses moluscos em nossos mares.
Fernando Diehl Curso de Oceanografia
FONTE: Coordenação de Extensão da ProPPEx/UNIVALI
64
1.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Auto-Avaliação feita do Curso de Ciências de I Grau, com Habilitação Plena em Matemática e
Biologia, hoje em vias de extinção, nos mostra alguns fatores que merecem um estudo mais aprofundado antes de
oficializar a extinção do mesmo.
Fatores que merecem destaque:
. Infra-estrutura do Curso (laboratório, biblioteca central, informatização, multimeios, etc.).
. Corpo docente qualificado.
Fatores limitadores da qualidade:
. Professores contratados como horistas;
. inadequação do currículo;
. falta de interesse/apoio e incentivo por parte da administração central (Reitoria e ProAc);
. desvalorização da profissão - Magistério;
. metodologias inadequadas.
O Curso de Ciências é desativado e para nós, professores e alunos deste Curso, ficam algumas questão
no ar, tais como:
. Se a Universidade dispõem de uma infra-estrutura satisfatória, professores qualificados pertencentes ao
seu quadro de pessoal, e se há necessidade de profissionais nesta área de conhecimento, por que não continuar
oferecendo este curso pleno - Biologia e Matemática, de forma alternada ou condicionada ao número de
candidatos?
. Qual é a causa real da desativação deste curso, se existem outros cursos na Universidade cuja taxa de
produtividade é inferior ao do Curso de Ciências?
Urge a implantação do Curso de Ciências Biológicas nas suas variações de Licenciatura Plena e
Bacharelado. Existe a necessidade do professores bem formados como de técnicos na área de Biologia. Esta é na
verdade a única saída que o Curso de Ciências tem para seguir existindo.
65
II - CURSO DE ESTUDOS SOCIAIS
SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Walter Amaro Baldi
Paulo R.C. da Silva
Edilamar S. Zimath
Jânio R. Pereira
Cristian R. Barriga
66
2.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
� Direção da FFCL
- Diretor: Professor Msc. Danilo Campestrini
- Vice-diretor: Professor Dr. Osmar de Souza
� Secretária Adjunta da FFCL
- Silvana da Costa Maia
� Funcionária Responsável pelo Curso
- Lina Mª T. Corrêa Cardoso
� Chefe de Departamento
- Profª Maria Cândida G. Sens
� Curso de Estudos Sociais
- Autorização: Parecer nº 199/76/CEE
- Reconhecimento: Decreto Federal nº 78.851 de 29//11/76
Parecer nº 1024/77 - CEPE
Decreto nº 79.739
Habilitação: Licenciatura de 1º grau em Estudos Sociais
Licenciatura Plena em E.M.C.
87
2.2 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem a finalidade de apresentar a síntese das atividades do processo de avaliação do
curso de Estudos Sociais, que foram realizados no período de 15/05/96 a 15/10/96/.
As atividades desenvolvidas para auto-avaliar o curso de Estudos Sociais deram-se através de uma
investigação minuciosa junto à UNIVALI, à Faculdade de Filosofia e ao próprio curso.
A pesquisa também procurou reunir informações e documentos a respeito da organização e o
funcionamento do curso de Estudos Sociais, bem como oportunizar um amplo debate envolvendo todos que
direta ou indiretamente estão ligados a essa licenciatura.
Para finalizar esse relatório, pretende-se mostrar a real situação das licenciaturas e em especial a de
Estudos Sociais no contexto da UNIVALI e da própria sociedade.
88
2.3 HISTÓRICO
2.3.1 Da UNIVALI
O primeiro documento oficial a respeito das Faculdades de Itajaí, de que se tem notícia é o Estatuto da
Sociedade de Ensino Superior - SIES - entidade que se destinava à difusão da instrução a nível universitário, no
interior do Estado de Santa Catarina, especialmente na região do Vale do Itajaí e que previa, inicialmente, o
funcionamento de duas Faculdades: a Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais e a Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras.
O início da SIES data de 05/11/62 e originou-se de uma mudança estatutária da Sociedade Professor
Flávio Ferrari - SPFF - entidade fundada em 08/05/1950, tendo como finalidade o aprimoramento da cultura
moral, cívica, intelectual e física da comunidade itajaiense, através do oferecimento de cursos livres de
madureza, técnico de comércio, SENAC, cursos de alfabetização, exames preparativos para admissão e
vestibulares. O registro em Cartório do Estatuto da “Sociedade Itajaiense de Ensino Superior” ocorreu somente
em 16/09/64, depois de uma ampla campanha de mobilização popular para a implantação do ensino superior na
cidade, tendo uma participação atuante do programa “A voz do Estudante”, mantido pela Rádio Difusora e pela
União de Estudantes Secundaristas de Itajaí - UESI.
A campanha refletia o espírito da época, o anseio de milhares de brasileiros, oriundos das camadas
médias da população que viam, no ensino superior, um canal de ascensão social.
Por outro lado, os organizadores da SIES trabalhavam com afinco o processo de autorização de
funcionamento das Faculdade de Direito e Filosofia, mas encontravam sérias dificuldades. Decidiram, então,
abandonar o caminho da iniciativa privada e se associar ao Município - Lei Municipal nº 599, de 22 de setembro
de 1964 - para viabilizar o arrojado empreendimento. Este procedimento de vincular a criação das escolas de
nível superior à Prefeitura Municipal foi adotada como modelo nos demais municípios catarinenses, como
Chapecó, Tubarão, Criciúma, Joinville, Lages, nos anos subseqüentes.
A atuação da Prefeitura de Itajaí foi decisiva no processo de implantação das Faculdades, por duas
razões básicas: viabilizou, financeiramente, o empreendimento e, por fim, facilitou a tramitação do processo de
autorização de funcionamento dos cursos que, em decorrência de ser uma escola pública, o âmbito de
competência decisória deslocou-se para o Conselho Estadual de Educação.
Embora oficializadas como Estabelecimentos Municipais de Ensino Superior, (Lei Municipal nº
599/64), as Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí e Ciências Jurídicas e Sociais do Vale do
Itajaí, foram instituídas pelo Decreto Municipal nº 48A, de 22/09/64 transformado em Lei Municipal nº623/65
como Autarquia Educacional e Cultural com função técnica desmembrada da administração municipal e tutelada
por esta, que proporcionaria também recursos patrimoniais e vida autônoma, ficando a direção e departamentos
técnico-administrativos dos referidos estabelecimentos concedida à Sociedade Ítajaiense de Ensino Superior -
SIES - sociedade civil de direito privado.
89
Devido à insustentável situação criada em torno da figura jurídica (estabelecimento municipal -
formalizado em autarquia - dirigido por uma sociedade civil de direito privado) de que deveria revestir-se o novo
empreendimento educacional, em 25/10/68 publicou-se a Lei Municipal nº892, criando a Autarquia Municipal
de Educação e Cultura da Cidade de Itajaí. - AMECCI - que fortalecia a presença do poder político municipal
nas faculdades e desvinculava totalmente a SIES da direção técnico-administrativa das mesmas, uma vez que
estas eram dirigidas pelos próprios professores, sem interferências externas .
A instalação das Faculdades aconteceu no dia 28 de maio de 1965, por ocasião da Aula Magna,
proferida pelo professor Alcides Abreu, escritor, professor da UFSC e membro do Conselho Estadual de
Educação, grande defensor da interiorização do Ensino Superior. Sua aula versou sobre a importância e os
benefícios para Santa Catarina da disseminação do Ensino Superior no Estado.
O Conselho Estadual de Educação, através do Parecer nº 72/65 CEE, autorizou o funcionamento
provisório da Faculdade de Direito, quando posteriormente autorizou em definitivo, através do Parecer
126/68/CEE/SC.
A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí foi autorizada a funcionar em 1968, pelo
Parecer nº 98/68, do Conselho Estadual de Santa Catarina, embora tenha iniciado suas atividades em junho de
1965. Assim os estudos realizados pelos alunos da Faculdade no período anterior à sua autorização (1965 - 1967)
foram validadas pelo Parecer nº 102/71/CEE, em sessão plenária de 26 de maio de 1971.
Finalmente, a Autarquia Municipal de Educação e Cultura da cidade de Itajaí - AMECI -
transformou-se em Fundação (figura jurídica que mais se adequava à sua realidade) nascendo, então, a
FUNDAÇÃO DE ENSINO DO PÓLO GEOEDUCACIONAL DO VALE DO ITAJAÍ - FEPEVI, através da
Lei nº 1047, de 11/11/70.
Posteriormente, pelo Decreto Presidencial nº 69.799, de 15/12/71, baseado no Parecer nº 801/71, do
Conselho Federal de Educação, e o Decreto Presidencial nº 71.650 de 02/01/73, de acordo com o Parecer
1.265/72, foram, respectivamente, reconhecidas a Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Vale do Itajaí e a
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí.
Em 1978, foi autorizado, pelo Decreto Presidencial nº 82.462, de 18/10/78, o funcionamento da
Faculdade de Ciências Administrativas, Econômicas e Contábeis do Vale do Itajaí, reconhecida pela Portaria
Ministerial nº 23, de 08/01/82.
Em 1980, pelo Decreto Presidencial nº 84/598, de 26/03/80 foi criada a Faculdade de Enfermagem e
Obstetrícia do Vale do Itajaí, reconhecida pela Portaria Ministerial nº 276, de 02/07/84, alterada posteriormente
pela Portaria nº484, de 19 de novembro de 1984.
Até 1986, as Faculdades de Ciências Administrativas, Econômicas e Contábeis e de Enfermagem e
Obstetrícia funcionaram isoladamente até quando, pelo Parecer nº 370/86, o Conselho Estadual de Educação
(CEE) aprovou o Regimento Unificado, integrando-as sob a denominação de Faculdades Integradas do Litoral
Catarinense - FILCAT.
Este foi o primeiro passo rumo à Universidade.
90
Neste período, ocorre também a nomeação, pelo Conselho Federal de Educação, de uma Comissão para
acompanhar o processo de transformação das FILCAT em Universidade. Internamente, os trabalhos foram
coordenador por uma comissão, especialmente designada.
Em 16 de fevereiro de 1989, através da Portaria Ministerial nº51/89, tendo em vista o Parecer
nº175/89/CFE, dá-se o Reconhecimento da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI.
Em 20 de fevereiro de 1989, pela Portaria Ministerial nº 053, foi reconhecido o curso de Psicologia, que
fora criado pelo Decreto Presidencial nº 94.068 de 27/02/87, tendo por base o Parecer nº 394/86/CEE/SC. O
curso de Psicologia integrou a Faculdade de Psicologia do Vale do Itajaí - FPVI - , criada pelo Parecer nº
439/87/CEE/SC de 01/12/87.
A partir do Reconhecimento da Universidade, em 16 de fevereiro de 1989, houve um período de
expansão com relação a novos cursos de graduação como resposta às aspirações da comunidade.
Pela Resolução 05/89CUn, foram criados os seguintes cursos:
a) Ciências da Computação, vinculado à Faculdade de Ciências Exatas - FACEX;
b) Curso de Odontologia, que integrou à Faculdade de Odontologia do Vale do Itajaí - FAOVI.
c) Curso de Turismo e Hotelaria, pertencente à Faculdade de Turismo e Hotelaria do Vale do Itajaí -
FATHUVI.
d) Habilitação em “Séries Iniciais” para o curso de Pedagogia, da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras - FFCL.
A Resolução nº 08/90CUn criou o curso de Fonoaudiologia, da Faculdade de Ciências da Saúde -
FACISA.
A Resolução nº 11/90CUn criou o curso de Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo, vinculado
à Faculdade de Comunicação e Artes - FACOART.
A resolução nº 06/91 - CUn criou o curso de Licenciatura em Ciências, com Habilitação em Matemática
e Biologia, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras - FFCL.
A resolução nº 01/92/CUn criou o curso de Oceanografia, integrado à Faculdade de Ciências do Mar -
FACIMAR.
A resolução nº 15/95/CUn criou o curso de Farmácia, ligado à Faculdade de Ciências Químico-
Farmacêuticas - FAQFAR.
Em 19 de outubro de 1989, por meio da Lei Municipal nº2515, a Fundação de Ensino do Pólo
Geoeducacional do Vale do Itajaí - FEPEVI - foi transformada em Fundação Universidade do Vale do Itajaí,
mantenedora da UNIVALI.
Tendo por base o artigo 23 inciso III, do Estatuto da Universidade do Vale do Itajaí, o Conselho de
Ensino, Pesquisa e Extensão, através da Resolução nº 028/CEPE/91, de 22 de outubro de 1991, encaminhou ao
Conselho Universitário proposta de nova denominação a duas Faculdades: a Faculdade de Ciências
Administrativas, Econômicas e Contábeis do Vale do Itajaí por Faculdade de Ciências Exatas e Sociais
Aplicadas, e a Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia do Vale do Itajaí por Faculdades de Ciências da Saúde.
91
O Conselho Universitário, amparado no Art. 19, inciso III, do mesmo Estatuto, homologou a nova
denominação, através da Resolução nº29/91/CUn, de 04 de novembro de 1991.
Posteriormente, através da Resolução nº17/CEPE/93 a Faculdade de Ciências da Saúde - FACISA -
passou a incorporar somente o recém-criado curso de Fonoaudiologia, e o curso de Enfermagem e Obstetrícia
voltou a pertencer à Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia do Vale do Itajaí - FEOVI. E à Faculdade de
Ciências Exatas e Sociais Aplicadas passou a denominar-se somente Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas -
FACIESA - homologada pela resolução nº 40/93/CEPE.
Com a alteração estatutária da Universidade do Vale do Itajaí, homologada pela resolução nº07/95/CUn,
de 18 de setembro de 1995, visando atender os objetivos de inserção regional, contemplou-se a estrutura
multicampi, englobando o Campus de Sede de Itajaí e os Campi de Balneário Camboriú, Tijucas, Biguaçu,
Penha e Ilhota. (Dados obtidos na ProAc - 1996).
2.3.2 Da Faculdade de Filosofia e do Curso de Estudos Sociais
A Faculdade de Filosofia nasceu da idéia de um grupo de cidadãos itajaienses que sentiram a
necessidade da implantação de escolas de nível superior no município de Itajaí.
O primeiro documento oficial a respeito das Faculdades de Itajaí é o Estatuto da Sociedade de Ensino
Superior SIES.
O SIES foi criado em 05/11/62 e era uma entidade que se destinava à difusão da instrução de nível
universitário, no interior do Estado de Santa Catarina, especialmente na região do vale do Itajaí.
A idéia foi amadurecendo e, em 1964, liderados pelo Dr. José Medeiros Vieira e com o apoio da
Prefeitura que sancionou a lei municipal nº 599 de 22 de setembro de 1964 foram criadas as faculdades de
Filosofia e Direito no município de Itajaí - SC.
Embora oficializados como estabelecimentos municipais de ensino superior as faculdades foram
instituídas pelo Decreto Municipal nº 48A de 22/09/64 transformado em lei Municipal nº623/65 como Autarquia
Educacional e Cultural com a função técnica desmembrada da administração municipal e tutelada pela Prefeitura
de Itajaí.
No início a Faculdade de Filosofia ficou instalada provisoriamente em uma casa antiga localizada na
esquina das Ruas Silva e João Pessoa.
Nesse momento foi indicado para responder pela direção o Professor Dr. José Medeiros Vieira, tendo
como secretária a Profª Anelis Hauffer.
Foi também em 1965 que se realizou o primeiro vestibular para os cursos de Geografia, História, Letras
e Pedagogia.
A Faculdade de Filosofia só foi outorgada a funcionar através do Parecer nº 98/68/CEE, embora tenha
iniciado suas atividades em junho de 1965.
Nesse período assumiu a direção da Faculdade o professor Moacir de Tarsia Morisco e na Vice-direção
o Professor Roberto Miguel Klein, tendo como secretários os senhores Adilson Serafin Alves e José Pedro
Hoffmann.
92
Em outubro do mesmo ano a Direção renunciou e foi convidado para assumir o Professor Armando
César Ghislandi, funcionando por pouco tempo.
Logo após tivemos na Direção da Faculdade de Filosofia o Professor Dr. Juarez de Oliveira e como
Vice-diretor o Professor Zeno Antônio Schwurntze.
Até 1970 a Faculdade de Filosofia passou a funcionar no Colégio Salesiano em Itajaí, após essa data
passou a funcionar nas dependências do Col. Est. Deputado Nilton Kucker.
Em 1971 foi convidado a assumir a direção o Profº Pedro Antônio Severino e para Vice-diretor o profº
Calixto Antônio Clacyn.
E em 02 de janeiro de 1973, através do Parecer nº 71.650, a Faculdade de Filosofia foi reconhecida
oficialmente pelo C.F.E.
Nesse mesmo ano assumiu a direção o profº Dr. Edison Villela e de Vice-diretor o profº Luís Henrique
Mendes Campos.
Em 1977 o profº Dr. Edison Villela assume a presidência da FEPEVI, sendo indicado para a Direção da
Faculdade o profº José Domingos de Andrade.
Durante a gestão do Dr. Edison Villela na Faculdade de Filosofia foi implantado o curso de Estudos
Sociais, ou seja, a primeira licenciatura de curta duração que habilitava para o ensino de 1º grau (História e
Geografia), sendo reconhecido pelo C.F.E. em 1976.
Na gestão do profº José Domingos de Andrade deu-se o convênio entre as faculdades de Filosofia e
Direito, cuja finalidade seria de aproveitar os formandos de Estudos Sociais para o curso de Direito.
Em setembro de 1979 foi nomeado o profº Benedito Galatto que dirigiu a faculdade de Filosofia por
dois mandatos.
Em setembro de 1983 assumiu a direção da Faculdade de Filosofia o profº Murilo Chedid dos Santos,
tendo como Vice-diretor o profº José Domingos de Andrade.
Foi em setembro de 1985 que a Faculdade de Filosofia promoveu eleições diretas para escolher sua
direção, tendo como Diretor o Profº Paulo R. C. da Silva e Vice-diretor o profº Danilo Campestrini.
Em setembro de 1987 foram eleitos como Diretor o profº Paulo R. C. da Silva e Vice-diretora Marlene
Burato.
Em setembro de 1989 volta eleito como Diretor o profº Benedito Galatto que se reconduziu ao cargo
por mais dois anos.
E finalmente em setembro de 1993 foi eleito para o cargo de Diretor o profº Danilo Campestrini, tendo
como Vice-diretor o profº Osmar de Souza que também foram reeleitos por mais dois anos. (Dados obtidos na
FFCL / 96)
2.4 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO
93
2.4.1 Período e Forma
A sub-comissão do curso de Estudos Sociais foi constituída através de um processo seletivo entre seus
pares.
No mês de abril foram convocados por escrito todos os professores do curso para escolherem seus
representantes nesse processo. Foram eleitos o profº Walter Amaro Baldi e o profº Paulo R. C. da Silva e,
posteriormente, nomeados pelo Reitor da UNIVALI, profº Dr. Edison Villela conforme portaria nº 116/96.
Em relação aos alunos o processo deu-se em maio, pois foram eleitos entre seus pares os acadêmicos
Edilamar S. Zimath (2ºp) Jânio R. Pereira (3ºp) e Cristian Rafael (4ºp) para representarem o curso de Estudos
Sociais nos trabalhos da sub-comissão de avaliação.
Após formada a sub-comissão, o Reitor instituiu um prazo de 06 meses (15/05/96 a 15/10/96) para os
mesmos desenvolverem seus trabalhos no processo de auto-avaliação de seus referidos cursos.
2.5 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO
2.5.1 Clientela do Curso
Os alunos que buscam o curso de Estudos Sociais o fazem mais por pressão, pela obtenção de um
possível emprego no mercado de trabalho cada vez mais difícil, do que propriamente por uma inclinação especial
pelo magistério.
É um aluno que, na maioria das vezes, já trabalha, não necessariamente no magistério, que dispõe de
pouco tempo e poucos recursos para desenvolver um curso de boa qualidade.
2.5.2 Horário de Funcionamento
19h às 22h e 30 min
2.5.3 Planejamento da FFCL, dos Cursos e das Disciplinas
É realizado no início de cada semestre letivo, através de reuniões administrativas e pedagógicas para
decidirem em conjunto as atividades dos cursos, bem como da Faculdade.
94
Nessas reuniões a Faculdade de Filosofia discute com os professores das licenciaturas os efeitos
administrativos e pedagógicos que nortearão o semestre letivo e delibera aos coordenadores do curso (chefes de
departamentos) a condição dos trabalhos de Planejamento juntamente com os seus professores em relação às
atividades curriculares e extracurriculares de cada curso.
2.5.4 Corpo Docente
a) Qualificação Docente
Nome Profº Disc. C/H Titulação Ano
Ceili B. Furtado Prática de Ensino I 08 Esp. Completa 1983
Didática
Cristiane M. Barreto T.G.E. I e II 04 Mest. Em Curso - -
Ester Tomellin Geog. Fís. 04 Esp. Completa 1973
Elisabeth Caldeira Prát. Ens. II 04 Dout. Em curso --
Francisco dos Anjos Geog. Bras. I, II 04 Mest. Em curso --
Geraldo J. M. Júnior Filos. I e II 04 Esp. Completa 1995
Jonas T. Nunes Ética e Cidadania I,II 04 Mestr. Completo 1995
Maria C. G. Senis Fund. Cências Sociais 08 Esp. completa 1982
Marlus Niebuher História do Brasil I, II 08 Mest. Em curso --
Pedro A. Giraldi Psico. da Educação I e II 08 Mest. Em curso --
Paulo R. C. da Silva OSPB I e II 04 Mest. Em curso --
Rita B. Santos Didática II 04 Esp. Completa 1986
Sônia M. T. Moreira Geografia Humana 04 Mest. Em Curso --
Vitória T. I. B. T. Schauffert História Antiga Medieval 04 Esp. Completa 1983
Walter A. Baldi E.F.E. I e II 04 Mest. Completo 1996
Fonte: Setor de Registro e Documentação de Docentes/96
b) Demonstrativo da qualificação dos docente
Pós-Graduação
Especialização Mestrado Doutorado
Total de Profº Compl. Em curso Compl. Em curso Compl. Em curso
15 06 -- 02 06 -- 01
Fonte: Setor de Registro e Documentação de Docente / 96
95
2.5.5 Professores e Alunos Pesquisadores
Não houve ao longo desses anos professores e alunos do curso de Estudos Sociais envolvidos em
projetos de pesquisa, como também não existem publicações específicas do referido curso.
O que o curso possui são professores que pesquisam em outras áreas, mas que trabalham no curso de
Estudos Sociais, bem como alguns alunos que são convidados para participarem das atividades de pesquisa em
outros cursos como, por exemplo, História e Geografia. (Dados obtidos com a ProPPEx / 96)
2.5.6 Pesquisas Realizadas com os Egressos
Em relação ao curso de Estudos Sociais não foi realizada nenhuma pesquisa até o presente momento
com os alunos egressos nos últimos 05 anos.
2.6 DADOS PARA AVALIAÇÃO DO CURSO
2.6.1 Primeiro Seminário de Auto-avaliação do Curso
a) Na Avaliação dos Professores
Dos 15 professores do curso apenas 02 professores responderam e entregaram o questionário à sub-
comissão de Avaliação.
Segundo a visão desses professores não caberia mais um curso de Licenciatura de 1º grau, pois a
formação desse profissional fica completamente comprometida devido a sua curta duração.
Foi colocado pelos professores que, apesar das limitações impostas pela própria estrutura curricular e
do excesso de alunos, percebe-se uma grande procura pelo curso, bem como existem muitos acadêmicos
interessados e maduros.
Finalizando, os professores sugerem ampliar a carga horária do curso transformando o mesmo em
Ciências Sociais e Políticas.
____________
Fonte: Sub-comissão de Avaliação/96
b) Na Avaliação dos Acadêmicos
96
- Nº de alunos do curso: 229
- Nº de alunos que participaram: 115
Categorias Levantadas Nº de alunos %
Razões que levaram a freqüentar o curso - Formação de Nível Superior 40 34,78 - Curso de Curta Duração 25 21,73 - Fácil acesso 23 20 - Transferência para outro curso 12 10,43 - Ser professor 10 8,69 - Outros 05 4,34
TOTAL 115 100,00 Quem é o Profissional de Estudos Sociais - É habilitado a lecionar História e Geografia no ensino de 1º grau 50 43,47 - É aquele que adquire um vasto conhecimento 30 26,08 - É professor 20 17,39 -É aquele que possui um curso de nível superior 15 13,04
TOTAL 115 100,00 Caracterização do Curso: - Ótimo 60 52,17 - Bom 30 26,08 - Regular 15 13,04 - Insuficiente 10 8,69
TOTAL 115 100,00 O curso forma adequadamente o profissional - Sim 70 60,86 - Em parte 30 26,08 - Não 15 13,04
TOTAL 115 100,00 Aspectos Positivos e Negativos do Curso
� Aspectos Positivos
- Possui bons professores 50 43,47 - Abre caminho para realização de Concurso Público 40 34,78 - Matérias válidas para a vida 15 13,04 - Contribui para promoção no trabalho 10 8,69
TOTAL 115 100,00
� Aspectos Negativos
- Pouca cobrança dos professores em relação aos conteúdos 35 30,43 - Abrangente, mas não profundo 23 20 - No cumprimento dos horários 17 14,78 - Falta de infra-estrutura (salas ambiente) 15 13,04 - Desvalorização do curso 15 13,04 - Falta de uma sala para o P.A. 10 8,69
TOTAL 115 100,00
Categorias Levantadas Nº de alunos %
Relação entre Formação Pedagógica e específica
97
- Superficial 55 47,82 - Mínima formação pedagógica 30 26,08 - Deixa a desejar a formação específica 30 26,08
TOTAL 115 100,00 Sugestões para a melhoria do curso - Maior divulgação do perfil profissiográfico do curso 40 34,78 - Deixar claro que a transferência só é possível se houver vagas
para outros cursos. 30 26,08
- Reformulação no currículo de Estudos Sociais 25 21,73 - Maior valorização para o curso 20 17,39
TOTAL 115 100,00 Fonte: Subcomissão de Avaliação.
2.6.2 Levantamento de Dados conforme os Instrumentos dos Programas de Avaliação Institucional da
UNIVALI
a) Instrumentos de Avaliação nº 03 e 04
AVALIAÇÃO DOS ACADÊMICOS PELOS PROFESSORES
Questão : O que deveria ser feito para melhorar o nível de participação dos acadêmicos nas aulas de
atividades práticas?
Curso: Estudos Sociais
CAMPUS I - ITAJAÍ
1995 I e II
Professores
1º Sem. 07
2º Sem. 04
Opiniões: 12
Categorias levantadas (opiniões, posições mais freqüentes) Nº %
Quanto ao desempenho do aluno: 04 33,3
- O grupo é esforçado e tem um bom desempenho ativo e participativo. - Alguns precisam se conscientizar da necessidade de ampliar seus
conhecimentos, tornarem-se profissionais competentes e não se colocarem como meros espectadores.
Quanto à metodologia de ensino: 04 33,3
- Os alunos têm alguma dificuldade de se adaptarem ao sistema de aula participativa.
- Grande parte dos alunos participa das atividades com o intuito de terminar o Curso ao invés de se prepararem para a vida.
- Os alunos deveriam ser estimulados para a iniciação científica.
Quanto aos objetivos do curso: 03 25,0
- Grande parte dos alunos não quer o Curso de Estudos Sociais, visam o
98
curso de Direito. - O curso não tem nada a oferecer, é uma licenciatura Curta - Não leva à Pós-
Graduação. Não tem mercado de trabalho.
Quanto à motivação e interesse: 01 8,4
- O interesse deve partir do aluno.
TOTAL 12 100,0
Fonte: Comissão de Avaliação Institucional/96
b) Instrumentos de Avaliação nº 04 e 05
1) categorização das manifestações dos alunos na avaliação do desempenho docente ao responder à
seguinte questão:
O que deveria ser feito para melhorar a qualidade das aulas ministradas?
CURSO: ESTUDOS SOCIAIS CAMPUS I - ITAJAÍ - 1995/I
ALUNOS: 46 OPINIÕES: 70
Categorias levantadas (opiniões, posições mais freqüentes) Nº %
I - Quanto à metodologia as aulas deveriam:
- Usar recursos audiovisuais 04 6,0
- Cumprir horário de início e término das aulas 04 6,0
- Explicar conteúdo de forma mais objetiva 03 4,4
- Melhorar o aproveitamento do horário em sala 01 1,5
- Explicar com tópicos práticos relacionados à atualidade 01 1,5
- Usar audiovisuais com critérios 01 1,5
- Usar o maior número possível de materiais didático 01 1,5
- Trazer mais debates para sala de aula sobre temas atuais 01 1,5
- Motivar mais as aulas 01 1,5
II - Quanto à Infra-Estrutura do Curso:
- Dispor de mais materiais para uso dos professores (vídeos,
televisores, microfones, etc.)
03 4,4
- Reduzir o número de alunos por sala para, no máximo, 25 02 2,9
- Dar maior segurança para os primeiros períodos no colégio P. Paulo
Philippe
02 3,0
- Ampliar o acervo bibliográfico 01 1,5
- Adquirir filmes para uso dos professores 01 1,5
- Transferir os primeiros períodos do P. Paulo Phillippe para o campus
Central
01 1,5
99
- Melhorar a acústica da sala de aula 01 1,5
- Apresentar maior organização nas salas de aula. 01 1,5
- Instalar ventiladores nas salas de aula 01 1,5
- Melhorar a estrutura funcional da Universidade 01 1,5
III - Quanto ao desempenho docente:
- Avaliar os professores, pois nem todos estão aptos para lecionar 04 6,0
- Estabelecer critérios claros e rigorosos para contratação de
professores
03 4,4
- Contratar professores com, no mínimo, pós-graduação e mestrado 03 4,4
- Apresentar maior domínio de conteúdo 02 3,0
- Contratar professores com maior interesse e desembaraço 02 3,0
- Dar oportunidade para novos professores, com práticas e técnicas
diferentes, um modelo de ensino libertador e não métodos
tradicionalistas, que o Profº não seja ditador
02 3,0
- Dar maior atenção e consideração aos alunos e trabalhos 01 1,5
- Cumprir o regulamento quanto ao horário das aulas, pois 90% dos
professores não o cumpre
01 1,5
- Propiciar maior diálogo com alunos 01 1,5
- Exigir dos professores disciplina com os alunos 01 1,5
- Incentivar mais os professores 01 1,5
- Oferecer cursos sobre novas técnicas de ensino aos professores 01 1,5
- Neste semestre todas as aulas foram interessantes, com excelentes
professores
01 1,5
IV - Quanto à avaliação:
* Avaliação do Ensino:
- Maior responsabilidade e cuidado com provas e trabalhos 02 3,0
- Maior transparência nos critérios de avaliação 01 1,5
V - Quanto ao conteúdo / currículo:
- Maior atualização de conteúdos 02 3,0
- Transformar o curso de Estudos Sociais em Ciências Sociais e
Políticas
01 1,5
- Diminuir conteúdo e melhorar a qualidade 01 1,5
VI - Quanto à direção / administração:
- Chega de construir prédios e cobrar mensalidades; é preciso investir
em qualidade de ensino
01 1,5
100
- Verificar os critérios para mudança de curso, pois de nada vale ser
um bom aluno no curso se na hora em que precisa de suas notas e
freqüência isso não existe.
01 1,5
Outros:
- Acabar com a discriminação com o curso e, quando houver, que
haja punição exemplar.
01 1,5
- Avanço Cultural = Interesse do grupo, objetivos comuns e tomada
de decisão
01 1,5
- UNIVALI - Tornar democrática para democratizar 01 1,5
- O valor da mensalidade está muito alto 01 1,5
TOTAL 67 100,0
Fonte: Comissão de Avaliação Institucional/95
2) Categorização das manifestações dos alunos na avaliação do desempenho docente ao responder à
seguinte questão:
O que deveria ser feito para melhorar a qualidade das aulas ministradas?
CURSO: ESTUDOS SOCIAIS
CAMPUS I - ITAJAÍ - 1995/I
ALUNOS: 53
OPINIÕES: 107
Categoria levantada (Opiniões, posições mais freqüentes) Nº %
I - Quanto à metodologia as aulas deveriam:
- Apresentar maior uso de recursos audiovisuais e mais palestras 09 8,4
- Ter aulas mais práticas 05 4,7
- Priorizar maior clareza na exposição dos conteúdos 05 4,7
- Organizar debates em sala de aula 04 3,7
- Cobrar mais dos alunos desinteressados 04 3,7
- Variar técnicas /metodologia de ensino 03 2,8
- Tirar dúvida dos alunos/ maiores explicações 02 1,8
- Incentivar a pesquisa 02 1,8
- Aproveitar melhor tempo de sala de aula 02 1,8
- Motivar os alunos 01 0,9
- Fazer trabalhos em grupo 01 0,9
- Organizar mais atividades extra-classe 01 0,9
- Ter mais disciplina em sala de aula 01 0,9
II - Quanto à infra-estrutura:
101
- Fornecer computadores, material didático, vídeos, projetores, televisores
para agilizar aulas
06 5,7
- Ampliar e atualizar acervo bibliográfico 05 4,7
- Diminuir elevado número de alunos em sala 04 3,7
- Informatizar a biblioteca 01 0,9
- Ter uma biblioteca na E. B. Pedro Paulo Phillippe 01 0,9
- Melhorar salas de aula 01 0,9
- Trazer mais conforto ao bloco de Direito, janelas, elevadores,
bebedouros, espelhos nos banheiros
01 0,9
- Trocar as cadeiras que estão quebradas e são desconfortáveis 01 0,9
- Observar as condições na Escola Básica Pedro Paulo Phillippe que são
muito ruins
01 0,9
III - Quanto ao desempenho docente:
- Cumprir o horário normal das aulas 07 7.5
- Demonstrar maior interesse e motivação dos professores pelas aulas 06 5,7
- Melhorar a qualidade e capacidade dos professores 06 5,7
- Exigir maior responsabilidade e seriedade dos professores e alunos 02 1,8
- Excelente equipe de professores. Continuar assim 02 1,8
- Melhorar a cobrança dos professores e alunos em relação ao
conhecimento
01 0,9
IV - Quanto à avaliação:
� Avaliação Institucional:
- Atribuir notas é complicado. É quase uma forma de denegrir o
profissional
01 0,9
- Não adianta sugerir, pois nada muda 01 0,9
� Avaliação do Ensino:
- Avaliar o aluno em todas as aulas e não só no VP1 e VP2 01 0,9
- Realizar trabalhos relacionados com a matéria que o professor está
ministrando
01 0,9
- Divulgar as formas como os alunos são avaliados em Português e
Geografia
01 0,9
V - Quanto aos conteúdos / currículo:
- Atualizar e aprofundar conteúdos 04 3,7
VI - Quanto à relação professor - aluno:
- Melhorar a relação entre professores e alunos 03 2,8
- Encontrar formas de unir professores e acadêmicos para melhorar as 01 0,9
102
aulas
- Ter maior seriedade em relação aos alunos 01 0,9
VII - Outros:
- Aumentar o salário dos professores 03 2,8
- Ver com o profissional se os alunos se identificam com o professor 01 0,9
- Proibir entrada de vendedores ambulantes e mendigos em sala de aula 01 0,9
- Baixar mensalidades 01 0,9
- Não avaliar só professores e sim o sistema colocado à sua disposição.
Ex. 80 alunos em sala
01 0,9
- Valorizar curso em relação aos demais 01 0,9
TOTAL 107 100,0
Fonte: Comissão de Avaliação Institucional/95
2.6.3 Avaliação dos Acadêmicos pelos Professores
CURSO SEMESTRES MÉDIA GERAL
- Estudos Sociais 95/I 7,10
- Estudos Sociais 95/II 8,17
- Estudos Sociais 95/ 1 e II 7,63
Fonte: Comissão de Avaliação Institucional/95
2.6.4 Avaliação do desempenho Docente
CURSO /
SEMESTRE
ASPECTOS
AVALIADOS
MÉDIA
Nº de Quest.
Nº Acad.
%
Est. Soc. 95/I Conteúdos Ministrados 8,24 097 283 34,27
Est. Soc. 95/I Proced. Metodológicos 8,07 097 283 34,27
Est. Soc. 95/I Metodológicos Comun. 8,48 097 283 34,27
Est. Soc. 95/II Cont. Minist 8,70 121 250 48,40
Est. Soc. 95/II Proced. Metodológicos 8,28 121 250 48,40
Est. Soc. 95/II Comunicação 8,56 121 250 48,40
Est. Soc. 95/I e II Cont. Minist. 8,47 218 533 40,90
Est. Soc. 95/I e II Proced. Metodológicos 8,17 218 533 40,90
Est. Soc. 95/I e II Comunicação 8,56 218 533 40,90
Fonte: Comissão de Avaliação Institucional/95
2.7 PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DO CURSO
103
* Assegurar a ampliação dos debates e o envolvimento de todos em torno das questões da formação do professor;
* Superar a dicotomia bacharelado/licenciatura, que traduz implicitamente a fragmentação epistemológica;
* Articular formas para a integração das licenciaturas;
* Formar um profissional consciente de sua responsabilidade histórica, traduzida pela reflexão crítica da
sociedade e da prática educativa que se dá na escola em que vai atuar;
* Organizar atividades comuns entre as diversas licenciaturas para debater a formação do professor;
* Promover o aperfeiçoamento dos professores da Faculdade de Filosofia;
* Repensar os critérios de ingresso e acesso de professores e funcionários para o ensino superior;
* Distribuir de forma eqüitativa os recursos para todas as áreas do conhecimento, estimulando e financiando
pesquisas de caráter social e educacional;
* Proporcionar maior autonomia para a Faculdade de Filosofia, definir a dinâmica de seu projeto educativo e os
currículos de seus cursos, como também a realização de novas experiências pedagógicas;
* Repensar a situação do professor que, por força de sua reduzida permanência na Universidade, pouco
contribuirá para a produção do conhecimento;
* Criar novos mecanismos para garantir maior participação e comprometimento de todos nas atividades da
Universidade;
* Promover avaliação permanente no currículo visando o replanejamento;
* Garantir a integração da Universidade com o ensino do 1º e 2º graus;
* Valorizar mais as licenciaturas dentro da Universidade.
2.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para chegar a uma visão geral sobre os atuais problemas do curso de Estudos Sociais, começamos
trazendo o conhecimento construído pelo processo de avaliação realizado na UNIVALI, que procurou ao longo
desses anos analisar e caracterizar a organização e o funcionamento das diversas licenciaturas da Faculdade de
Filosofia.
Em relação ao curso de Estudos Sociais as principais constatações desse estudo foram:
A primeira diz respeito ao contexto onde as licenciaturas situam-se, ou seja, de descaracterização e
desvalorização política e social de educação em geral, e do magistério em particular, principalmente no ensino de
1º e 2º graus.
As licenciaturas continuam com sua vocação de formadora de professores muito valorizado no discurso
proclamado em geral, mas pouco amparado por medidas efetivas, que lhe possam garantir o cumprimento dessa
formação.
104
Com isso, constatou-se que, mesmo nas instituições privadas, a formação de professores está deixando
de ser uma atividade atraente, sob o ponto de vista empresarial.
Isso vai, certamente, dentro de pouco tempo, agravar ainda mais a situação já crítica em relação à falta
de professores.
Portanto, urge que as Universidades e, em especial a UNIVALI, se mobilizem para enfrentar este
problema.
A segunda refere-se à problemática dos cursos de licenciaturas que, em termos gerais, continua
praticamente a mesma desde sua origem na antiga Faculdade de Filosofia, ou seja, a falta de uma visão integrada,
assumida coletivamente sobre o tipo de profissional que se deseja formar.
Observa-se, no entanto, que as tentativas de mudança continuam isoladas e efêmeras, não atingindo
propriamente as bases estruturais das licenciaturas.
A partir dessas afirmações bastante amplas, a pesquisa também fez uma série de constatações mais
específicas que continuam a valer como tentativas para se entender alguns dos complicados mecanismos que
emperram a formação de professores nas Universidades.
1º) Perfil da demanda do Curso de Estudos Sociais:
É um aluno que, na maioria das vezes, já trabalha, não necessariamente no magistério e que dispõe de
pouco tempo e de poucos recursos para desenvolver um curso de boa qualidade.
O aluno que busca o curso de Estudos Sociais o faz mais por pressão pela obtenção de um possível
emprego imediato em um mercado de trabalho cada vez mais difícil, do que propriamente por uma inclinação
especial pelo magistério.
Enfim, as licenciaturas representam para os alunos a porta de entrada para a Universidade, onde a
concorrência é menor, pois através delas é que surge a possibilidade de transferência para outros cursos
socialmente cobiçados.
2º) Organização Curricular do Curso de Estudos Sociais:
Com relação a essa questão constatou-se que desde a sua implantação praticamente não houve
modificações na grade curricular do curso de Estudos Sociais.
Apesar das diversas reuniões para manter atualizado os conteúdos programáticos, o currículo de Estudos
Sociais, atualmente, se tornou abrangente, mas não profundo.
Isso nos revelou que o curso necessita de algumas reformas, mas não a inoperância de simples
mudanças curriculares para a solução de problemas imediatos ou para o mero comprometimento legal.
Na verdade o curso necessita de uma mudança na sua própria estrutura, fazendo com que a
responsabilidade central sobre a formação do futuro professor repouse basicamente, não só, sobre aqueles que
dominam os conteúdos de formação específica.
Constatou-se, no entanto, ao longo desses anos que, grande parte das reformas realizadas nas
licenciaturas foram paliativas, ou seja, com a simples mudança de nomes de disciplinas e outras ainda apontaram
105
em direção a soluções mais promissoras, através de disciplinas “integradoras”, que não chegam a reorientar os
cursos em sua totalidade.
Portanto, isso nos mostra a complexa fragmentação pela qual passa a formação de professores em
nossas Universidades, pois a ausência de um processo interdisciplinar e de integração faz com que os cursos de
licenciatura sejam de certa forma desarticulados com o atual momento histórico em que vive o país, bem como
reprodutora da visão de mundo da classe dominante.
3º) Concepção de Educação no Curso de Estudos Sociais
Com relação a essa questão constatou-se uma forte tendência para o caráter eclético da prática
pedagógica desenvolvida pelos professores do curso.
De certa forma, pode-se afirmar que isso ocorre pela falta de clareza e de definição de uma concepção
filosófica e metodológica que oriente todo o trabalho educacional.
Isso significa que as discussões sobre a concepção teórica que sustenta atualmente a formação de
professores têm que avançar no interior dos cursos de licenciatura da UNIVALI.
A clareza dessas questões é fundamental para que se possa compreender a função social e política das
licenciaturas, caracterizando-se ao mesmo tempo as especificidades de cada curso e as interfaces entre ambos,
para que seja possível a construção de uma proposta consistente a qualidade para a formação de professores na
UNIVALI.
Esse diagnóstico mostra a necessidade de fortalecer as discussões no interior da Faculdade de Filosofia,
tornando as licenciaturas momentos efetivos de reflexão sobre educação, de modo que se separe as atividades
burocráticas em que mergulham muitos desses cursos.
Portanto, conclui-se que a partir dessas discussões se faz necessária a participação de todos, como
também a consciência coletiva e a integração de esforços para a articulação de um projeto em defesa da melhoria
da qualidade do ensino para a formação de professores em nossas licenciaturas.
106
III - CURSO DE GEOGRAFIA
SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Lizete de Oliveira Crispim
Maria Luiza Piazza
110
3.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS CURSO DE GEOGRAFIA AUTORIZAÇÃO: Parecer n.º 98/68/CEE/SC
Parecer n.º 246/87/CEE/SC RECONHECIMENTO: Decreto n.º 71.650 - 02.01.73 HABILITAÇÕES: Bacharelado
Licenciatura TURNO: Noturno VAGAS: 60 até 1995
50 em 1996
111
3.2 APRESENTAÇÃO
A UNIVALI, na busca de melhores condições para o desempenho de suas atividades de Ensino,
Pesquisa e Extensão, está proporcionando a alguns Cursos a possibilidade de uma Avaliação.
Durante o 1º semestre de 1996, foi escolhida uma subcomissão de Avaliação, que a seguir apresenta o
resultado da avaliação do Curso de Geografia.
Este documento procurou avaliar a qualidade das aulas, a titulação do corpo docente, o perfil dos
discentes, a evasão, o currículo, o ambiente físico, a biblioteca, enfim, todos os elementos que compõem a vida
acadêmica, visando obter constatações específicas que possam interferir nas causas das situações consideradas
problemáticas e agentes que possam ser acionados para a correção do rumo.
“O processo de avaliação não deve estar vinculado a mecanismo de punição ou premiação. Ao contrário, deve
prestar-se para auxiliar na identificação e na formulação de políticas, ações e medidas institucionais que
impliquem atendimento específico ou subsídios adicionais para o aperfeiçoamento das insuficiências
encontradas.” (PENNA FIRME, 1993).
Há certos valores que prezamos e que queremos que se instalem em nosso Curso e em nossa
Universidade, daí a necessidade de defendê-los. A qualidade da atividade acadêmica é de responsabilidade do
aluno, do professor e da instituição. Dessa interação surge a atividade acadêmica com toda sua complexidade. Há
necessidade do aluno participar efetivamente do processo ensino-aprendizagem, bem como colaborar na
formulação de propostas, visando a melhoria da qualidade de ensino, pesquisa e extensão. Também o professor
deve produzir, disseminar e manter o domínio dos conhecimentos de sua área, efetivando uma prática pedagógica
compatível com princípios pedagógicos atualizados. Quanto à instituição, esta deverá agir administrativamente
buscando prover os recursos destinados ao ensino, à pesquisa e à extensão, incentivando a viabilização de
programas de formação e atualização para professores.
Este projeto não tem a pretensão de ser conclusivo, mas contínuo, onde se conquiste, cada vez mais, a
confiança de todos os envolvidos.
3.3 HISTÓRICO DO CURSO
A UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí -, tem sua origem como instituição no ano de 1950,
quando é criada a “Sociedade Professor Flávio Ferrari” - SPFF -, tendo como finalidade primordial o
aprimoramento da cultura moral, cívica, intelectual e física da comunidade itajaiense, principalmente da faixa
juvenil.
Após alguns anos de funcionamento, instituiu-se em 05.11.62 a SIES - Sociedade Itajaiense de Ensino
Superior -, entidade que se destinava à difusão da instrução de nível universitário, no interior do Estado de Santa
Catarina, especialmente no município de Itajaí e em todo o Vale do Itajaí-Açu e do Itajaí-Mirim, que previa,
inicialmente, o funcionamento de duas Faculdades: Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Vale do Itajaí e
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí.
112
Em 11 de novembro de 1970, através da Lei n.º 1047, é criada a FEPEVI - Fundação de Ensino do Pólo
Geoeducacional do Vale do Itajaí -, que viria a ser transformada em UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí -
, em 21 de março de 1989.
Entre os Curso pioneiros da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale do Itajaí, destacava-se o
Curso de Geografia, cuja aula inaugural foi ministrada em 28 de maio de 1965.
A implantação do Curso de Geografia foi autorizada pelo parecer n.º 98/68 - CEE - SC e seu
reconhecimento deu-se pelo parecer n.º 1265/72 do CFF, aprovado em 08.12.72 e Decreto Presidencial n.º
71.650, de 02 de janeiro de 1973.
A habilitação inicial era somente a Licenciatura para professores de 1º e 2 º Graus até o ano de 1987,
quando pelo Parecer n.º 246/87 - CEE - SC, passa a haver também a habilitação em bacharelado, que capacita o
formando a exercer atividades em setores públicos e privados, dedicar-se à Pesquisa nas áreas física e humana,
além de torná-lo apto a desenvolver trabalhos em cooperação com outros profissionais de áreas afins.
O Curso de Geografia, com habilitações em Licenciatura de 1º e 2º Graus e Bacharelado, é ministrado
no período noturno, sendo a seleção dos alunos precedida por vestibular efetuado em janeiro de cada ano, com
60 vagas a serem preenchidas até 1995, em 1996, 50 vagas, de acordo com as normas da ACAFE.
A duração do Curso é de oito semestres letivos, perfazendo um total de 140 créditos, com carga horária
de 2.700h/a e 120 h/a de estágio. A duração máxima do Curso não pode ultrapassar a 7 anos, ocorrendo após este
período a necessidade de novo vestibular.
3.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO
3.4.1 Período e forma da composição da subcomissão
NEVO (1983:119), em sua recente revisão analítica da literatura sobre avaliação educacional, assim se
manifesta:
“Quase toda a literatura sobre medida e avaliação em educação, até meados dos anos 60, trata de avaliação da
aprendizagem do aluno.
Até esta data dificilmente se encontra na literatura educacional qualquer orientação substancial sobre
avaliação de outros objetos tais como: projetos ou programas, materiais curriculares ou avaliação de
instituições educacionais.”
Esta constatação de Nevo é válida para o Brasil, principalmente para universidades do interior como a
nossa, que agora, na virada do século, nos proporciona esta oportunidade.
O projeto foi construído a partir das diretrizes para Avaliação das Universidades Brasileiras - SESU -
MEC e dos princípios e linhas básicas de ação da UNIVALI - Portaria Ministerial n.º 51 de 16.02.89.
A temática da avaliação, sempre polêmica, coloca as comunidades universitárias em posição de
resistência, mas é assumida pelos Reitores, contribuindo decisivamente para a mudança na cultura institucional
das universidades.
Atualmente, 91 instituições participam do Programa de Avaliação das Universidades Brasileiras -
PAIUB - fazendo com que toda Instituição de Ensino-Superior tenha seu projeto próprio de avaliação.
113
A UNIVALI, cumprindo seu compromisso político de auto-avaliar-se, criou a Comissão de Avaliação
Institucional, que a partir de 1994 iniciou seus trabalhos, cuja preocupação maior é, principalmente, a melhoria
da qualidade de ensino da graduação, uma vez que se constata acentuada queda, o que compromete seriamente as
finalidades atribuídas à Universidade, bem como a plenitude de suas funções.
Primeiramente, a Comissão de Avaliação Institucional apresenta uma Síntese do Programa de Avaliação
Institucional da UNIVALI, com resultados e análises dos dados levantados após a aplicação do instrumento IA-I
que configura um diagnóstico geral da UNIVALI em termos quantitativos e qualitativos.
Dando continuidade ao processo, o Sr. Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, atendendo
as instruções da Pró-Reitoria Acadêmica, determinou, em Edital de n.º 002/96, datado de 27.03.96, que os
Chefes de Departamento procedessem a escolha e indicação de dois professores de cada Curso para constituírem
as subcomissões de Avaliação.
O Curso de Geografia, desejando que esta avaliação fosse realizada e que os diagnósticos e
procedimentos sugeridos fossem acatados, procedeu, em reunião departamental de 09.04.96, a eleição dos
professores, atendendo os pré-requisitos estipulados pela Comissão, quando foram indicados e aprovados por
seus pares, as professoras Lizete de Oliveira Crispim e Maria Luiza Piazza.
As professoras deram início aos trabalhos para, dentro do cronograma estipulado, desenvolverem uma
série de coletas de dados, análises e conclusões que, compilados em um relatório final, seria entregue à Comissão
de Avaliação Institucional até 15.10.96.
Com relação à viabilidade é importante ressaltar a possibilidade da execução dessa avaliação, bem
como a oportunidade de tempo, espaço e condições, que foi dada aos diversos Cursos de nossa Universidade,
para que fossem detectados os avanços e os fatores limitantes, possibilitando tomadas de decisões necessárias ao
melhor desempenho dos Cursos.
“Eu espero na medida em que começo a busca, pois não seria possível buscar sem esperança.” (FREIRE SAUL,
1988).
3.4.2 As grandes etapas desenvolvidas no atingimento das metas
Com a finalidade de atingirmos os objetivos a que nos propusermos, elaboramos um cronograma que foi
seguido e que é comentado abaixo.
Como primeira etapa do processo de avaliação buscamos verificar a historicidade do Curso de
Geografia, além do levantamento de dados referentes a matrículas, habilitações oferecidas, vagas, concluintes e
evasão.
Dando prosseguimento ao trabalho, levantamos a infra-estrutura do Curso, relativa ao espaço físico
ocupado, laboratórios, acervo bibliográfico, processos de informatização, convênios, corpo docente e discente
envolvidos em estágios e trabalhos de pesquisa.
Nesta etapa envolvemos o pessoal administrativo da Faculdade de Filosofia, funcionários da biblioteca,
da Assessoria Administrativa, da Pró-Reitoria Acadêmica, e as informações recebidas foram analisadas e
transcritas.
114
Objetivando traçar uma análise dos alunos que freqüentam o Curso, sua expectativa e objetivos,
elaboramos um questionário que foi distribuído juntamente com a cópia do perfil profissiográfico atual do Curso,
para ser analisado, comentado e respondido pelos mesmos.
Os pontos negativos detectados com o recebimento e análise dos questionários, bem como as sugestões
apontadas para a melhoria e solução dos problemas são comentadas no presente trabalho nos itens 3.5.1., 3.5.4.,
3.5.5. e 3.5.6.
As tabelas com os resultados constam no final, no item 2.6. - Resultados dos itens dissertativos.
A análise da grade curricular e os estudos que estão sendo feitos pelos professores tendo em vista a
implantação de um novo currículo que contemple simultaneamente Bacharelado e Licenciatura é comentado no
item 3.5.2.
Com relação ao corpo docente, seu desempenho e mobilidade, analisamos os dados no item 3.5.5. do
presente trabalho.
Foi de vital importância para elaboração e conclusão deste trabalho o apoio que recebemos dos
professores e alunos do Curso de Geografia bem como dos funcionários da Faculdade de Filosofia e da própria
Universidade.
Sem esta ajuda não seria possível coletarmos e analisarmos todos os dados aqui apresentados, que
esperamos, sejam vistos como uma busca à renovação e melhoria do Curso de Geografia.
Queremos salientar que uma atenção especial nos foi dispensada pelo Diretor da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras neste período tão importante para o nosso Curso e para a própria Universidade.
3.4.3 Metodologia utilizada
Os dados de avaliação podem servir a múltiplos propósitos, entre eles, responder a problemas de
direcionamento de ação em cada Curso. Também podem ser considerados critérios e indicadores de natureza
qualitativa e quantitativa, que serão discutidos e desenvolvidos, o que contribuirá, provavelmente, para uma
melhor dinâmica do Curso.
Acredita-se que a avaliação é um caminho para transformar o Curso de Geografia, e contando com a
vontade política dos nossos superiores, com a cooperação dos nossos professores, e a colaboração dos nosso
alunos, iniciamos a nossa atividade que, a princípio, se caracteriza por três etapas: 1. Preparação
(conscientização - coleta de dados - organização de instrumentos), 2. Aplicação de instrumentos e a organização
de informações, 3.Elaboração do Relatório.
Na etapa de preparação, após sermos conscientizados da importância desta avaliação, recebemos
instruções para a execução de nossos trabalhos. Assim, procedemos a coleta de dados referentes ao processo
histórico e à infra-estrutura do Curso, junto aos funcionários da Secretaria, da Biblioteca, da FACEX, da
Assessoria Administrativa, da Chefia de Gabinete da Reitoria e da Pró-Reitoria Acadêmica.
Com o objetivo de avaliar as condições de trabalho dos docentes, dos alunos e do Curso, ainda nesta
etapa organizamos questionários utilizados como instrumentos, na observação de aspectos relativos:
a) à formação do profissional;
b) à formação do professor (requisitos legais, publicações, participação em congressos, seminários);
115
c) aos processos pedagógicos e organizacionais utilizados no desenvolvimento das atividades
curriculares (atividades de pesquisa, de extensão);
d) ao currículo (de acordo com o perfil profissiográfico do Curso);
e) às condições de infra-estrutura (demanda do ensino, recursos técnico-pedagógico).
Objetivando comparar nossa realidade acadêmica com os demais Cursos de Santa Catarina, enviamos
uma carta-convite aos “Chefes de Departamento” de Geografia da UFSC - UDESC - UNISUL - UNESC -
UNOESC - UNIVALI, convidando-os a participarem de um encontro, que foi realizado no dia 03.08.96, na
UNIVALI. Neste encontro discutimos diversos aspectos, sugeridos no convite.
A segunda etapa de nossas atividades teve início a partir deste encontro e continuou com uma reunião
realizada por turma, onde cada aluno respondeu individualmente a um questionário tentando avaliar o
desempenho docente, o conteúdo da disciplina, as condições objetivas para a concretização das atividades de
ensino. O questionário foi único para todas as turmas e cada uma apresentou uma conclusão geral.
Foi também um encontro com os professores ativos do Curso, procurando identificar as dificuldades e
necessidades do seu trabalho em ensino, pesquisa e extensão.
Concluindo esta segunda etapa, efetuamos a tabulação, a análise e a organização das informações
obtidas com a aplicação dos questionários respondidos na fase anterior.
O conjunto de relatórios parciais oriundos de cada fase desenvolvida nas duas etapas anteriores, serviu
de base para a terceira etapa do trabalho, ou seja, deu origem a um “documento síntese” entregue à Comissão de
Avaliação Institucional da UNIVALI.
A tarefa é grande mas é preciso fazê-la.
3.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO
3.5.1 Análise do desempenho global do Curso no período avaliado - 1990 - 1996/I
Em todas as áreas da produção e do pensamento humano a preocupação com a qualidade apresenta-se
como uma constante em nosso dias.
O problema educacional brasileiro hoje é mais qualitativo que quantitativo, conforme afirma Castro: Houve e continua havendo uma expansão da cobertura da escola. As taxas de matrículas, os efetivos escolares e os níveis de escolaridade continuam crescendo. O problema não está na dimensão quantitativa. Este assunto está devidamente equacionado e resolvido. Mas mesmo onde porventura não esteja, não é nem deve ser colocado no centro das discussões. (...) o que parece mais grave é a incapacidade do sistema de oferecer uma educação de qualidade suficiente para atrair e instruir os alunos de melhor desempenho. (CASTRO, 1994, p.30) Ao concordamos com Castro, não queremos afirmar que o ensino brasileiro, exclua dimensões
quantitativas. A nossa preocupação maior, neste momento de avaliação do Curso, é “a preocupação com a
qualidade”, princípio educacional definido pela Constituição de 1988 (Art.206, Inc VII).
Este debate sobre a “qualidade” como direito da cidadania está justamente associado à competitividade
instaurada no mundo graças ao processo de “globalização”. A preocupação começa a partir do impacto que a
produção asiática passa a ter no mercado internacional, continua com o impacto das inovações tecnológicas e
116
acaba no âmbito educacional. Ao lado do debate sobre as novas demandas de qualificação, surge também uma
reflexão sobre as formas de gestão de educação. A aprendizagem é um processo que envolve: conhecimento,
sentimento e ação, por isso, é necessário ampliar o conceito de qualidade para aí incluir a qualidade do processo,
onde se insere a ‘matriz institucional’, ou seja, a universidade voltada para a qualidade do produto - o aluno.
Fundamentalmente neste aspecto é a interpretação desses fatores. Por outro lado, “uma política que só cuida dos
insumos (professores, carteiras, salas ...), mas não vê o processo (motivação, autonomia, participação, confiança,
análise de resultados ...) não pode obter um bom produto, onde o ensinar-aprender tem relevância social,
pertinência cultural e significância pessoal.” (VERAS, 1973).
Impõe-se, assim, um repensar da qualidade tanto na sua articulação com as lutas pela construção da
cidadania, quanto pelas novas exigências de competitividade.
Preocupados com estas relações entre qualidade, cidadania e competitividade, buscamos ouvir
professores e alunos, os quais puderam apontar aspectos positivos do Curso, bem como seus fatores limitantes.
Foram citados como aspectos positivos: a instituição de projetos a nível comunitário (Mapa da Fome -
Pronaica, por exemplo), os trabalhos de campo integrados entre as diversas disciplinas, a realização anual da
Semana de Geografia, a introdução do uso de tecnologia (SIG) e técnicas adequadas à área, bem como a
preocupação dos professores com a relação à sua melhor capacitação e aprimoramento, com a conseqüente
melhoria do Curso.
Os alunos ressaltaram a importância da Geografia como ciência no mundo atual, a abrangência dos
conteúdos e a aquisição de maiores conhecimentos proporcionados pelo Curso.
“As chamadas velha e nova geografias desmoronaram, porque os geógrafos começaram a exagerar um pouco
mais, foram tomando consciência, lentamente ao início, mas hoje com certeza, velozmente, da sua espantosa
carência epistemológica.” (LACOSTE, 1988, p.72).
Ao despertar para a epistemologia, a Geografia começa a buscar novos caminhos.
“Na Universidade todas as ciências se unem e se encaminham para a unidade do saber. As forças de
diferenciação e de integração são elementos fecundos para o desenvolvimento da verdade, instituída de novas
verdades ou inovações na verdade.” (ALMEIDA, 1995, p.56).
Baseando-se nesta afirmação da Professora Déa, sentimos que um dos pontos negativos, justamente, é a
falta de integração entre as várias disciplinas do nosso Curso, bem como deste com os de áreas afins, como, por
exemplo, Oceanografia, História, etc.
São fatores limitantes ainda: a não existência de laboratórios e materiais/equipamentos, além de ônibus
para trabalhos de campo; poucos títulos à disposição na biblioteca, bem como a mapoteca desatualizada e fora do
bloco onde funciona o Curso de Geografia e, ainda, desprestígio do Curso pela própria sociedade.
A não existência de regulamentação e obrigatoriedade é fator negativo com relação aos trabalhos de
campo, pois os professores não podem exigir a participação dos alunos nos mesmos, causando assim uma
deficiência em sua aprendizagem prática.
O ponto mais problemático destacado foi a Cartografia, disciplina básica para demais e,
conseqüentemente, para o futuro geógrafo. Grande insatisfação foi demonstrada nos questionários respondidos
pelos alunos que, ao mesmo tempo, manifestaram ensejo de maior instrumentação e melhor forma de transmissão
dos conhecimentos.
117
“A complexidade do atual momento brasileiro exige a reavaliação da natureza da instituição Universitária e da
forma do seu relacionamento com os setores engendrados no desenvolvimento do país, que confere à
Universidade, articulado aos demais níveis de ensino, um papel importantíssimo na execução desse objetivo.”
(ALMEIDA, 1995, p.60).
3.5.2 Discussão do enfoque do Currículo do Curso e da sua adequação ao mercado de trabalho.
O Currículo é um conjunto de atividade que afeta, direta e indiretamente, o processo de transmissão -
assimilação e produção do conhecimento. É um instrumento de confronto de saberes: o saber sistematizado,
indispensável à compreensão crítica da realidade, e saber de classe, que é resultado das formas de sobrevivência
que as camadas populares criam.
Diante dessas definições, entendemos que planejar currículo implica tomar decisões educacionais.
Implica compreender as concepções curriculares existentes que envolvam uma visão da sociedade e do homem
que se pretende formar. Exige um comprometimento político voltado à transformação social de privilegiar a
qualidade do ensino, procurando estabelecer relações nas diversas disciplinas que integram o Currículo.
A questão do Currículo tornou-se, assim, alvo da atenção dos professores do Curso, que realizaram uma
série de estudos e reflexões, buscando alternativas que, na nossa concepção, ajudarão na melhor qualidade do
ensino e, conseqüentemente, na melhor qualidade do profissional que queremos formar.
Assim, em reunião realizada em 31.08.95, conseguimos concluir um novo currículo para o Curso de
Geografia, Habilitação em Bacharelado e Licenciatura Plena.
Esta proposta foi enviada ao Conselho Departamental que remeteu ao Departamento de Geografia ofício
pedindo que se apresentasse outra versão.
Novos estudos foram feitos e no dia 23.09.95 foi apresentada a 5ª versão, que novamente foi
encaminhada ao Conselho Departamental da FFCL. Esta versão recebeu várias considerações e recomendações
em correspondência de 16.10.95 e mais uma vez o Departamento de Geografia reuniu-se em 18.10.95, insistindo
em manter as disciplinas desta 5ª versão, disciplinas estas que devem cobrir necessariamente três dimensões: dos
conteúdos, das metodologias e das relações situacionais.
Apresentou também algumas sugestões:
� a redução para 30 h/a da disciplina de Sociologia, que seria apenas uma introdução às Ciências Sociais, pois a
Geografia tem um direcionamento social e esses conteúdos serão abordados nas demais disciplinas
geográficas.
� mudança do título de Evolução do Pensamento Geográfico para Epistemologia da Geografia.
� também com relação à Didática Especial, prevista para ser ministrada no 5º período, foi sugerido que o título
deveria ser Didática Especial da Geografia, ministrado por professor Geógrafo, tornando a disciplina
direcionada ao Curso, tratando das especificidades da Geografia.
� sobre os intensivos, previstos para o decorrer do Curso, a proposta apresentada seria manter-se as disciplinas
obrigatórias - Ética e Cidadania e Prática Desportiva, com 60 h/a cada e apenas Informática Aplicada à
Geografia e Matemática Aplicada à Geografia, com 30 h/a cada disciplina, seriam ministradas em horários
especiais durante o semestre letivo.
118
As possibilidades abertas pela ciência e tecnologia parecem ilimitadas. Os macroprocessos da área
econômica, política e cultural parecem prescindir da pessoa e ter rumo próprio. A realidade torna-se cada vez
mais complexa, obscura. A sensação de insegurança e falta de clareza sobre a realidade é reforçada pela rapidez
das mudanças causadas pela enorme massa de informações a que estamos sujeitos. Por outro lado, as pessoas
sofrem com a sensação de impotência para transformar seu mundo e sua sociedade, apesar de aspirarem por
democracia da parte do Estado, crescimento da produção nacional, igualdade, solidariedade, promoção social e
desenvolvimento harmonioso da relação homem-natureza.
3.5.3 Destaques das atividades mais significativas do Curso.
O Curso de Geografia, buscando cada vez mais melhorar a formação e capacitação de seus alunos, ex-
alunos e profissionais da área, promoveu diversas atividades, entre as quais destacamos:
- Cursos de Pós-Graduação - realizados nos anos de 1991 e 1993, com especialização em Geografia
Humana e Geografia e Meio Ambiente, respectivamente.
O Curso, iniciado em 21.01.91, cujo término ocorreu em 07.02.92, com uma carga horária de 390 horas,
teve 39 alunos inscritos e 31 concluintes com a titulação de “Especialistas em Geografia Humana”.
No período de 18.01.93 a 01.08.94 foi ministrada a especialização em Geografia e Meio Ambiente, com
375 horas/aula, 42 alunos matriculados e 25 concluintes.
Um dos pré-requisitos para obtenção da titulação como Especialista em Geografia é a entrega de uma
monografia, cujo tema contempla sempre um assunto local, trazendo novos conhecimentos científicos de uma
realidade desconhecida.
Os Cursos de Pós-Graduação foram oferecidos em módulos nos períodos de férias, o que beneficia o
aluno, pois pode conciliar suas atividades profissionais e melhorar sua capitação, sem prejuízo de nenhuma delas.
- Programa de Bolsas de Iniciação Científica - A Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão,
através do PROBIC - Programa de Bolsas de Iniciação Científica -, visando a maior capacitação dos docentes e
alunos em todas as áreas, vem apoiando também o Curso de Geografia, e dentre as bolsas de pesquisas aprovadas
para 1996, estão os projetos sobre a Periferia Oeste de Itajaí, coordenados pelos professores do Curso:
Sônia M. T. Moreira = Uma análise sócio-econômica;
Efigênia S. Almeida = Análise da qualidade ambiental;
Francisco A. dos Anjos = Processo de formação e produção do Espaço Urbano.
O PROBIC teve sua aprovação pela Res. 30/CEPE/94 e prioriza as propostas que se enquadram nos
planos de grupos, Núcleos de Pesquisa ou Unidades de Ensino. A seleção e acompanhamento dos projetos é feita
pelo Comitê de Pesquisa, que recebe apoio da Coordenação de Pesquisa, com relação às normas e procedimentos
deferidos pelo CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -, do Ministério da
Ciência e Tecnologia.
Compreendemos que a Universidade multifuncional tem como objetivos a formação de profissionais
portadores de conhecimentos - resultados do ensino; criar novos conhecimentos - resultado da pesquisa;
conservar e ou reformular o conhecimento - infra-estrutura de apoio à docência e à pesquisa bem como transferir,
estender o conhecimento à sociedade - resultado de extensão.
119
- Prática de Ensino e Estágio - Discutindo o estágio supervisionado, AZEVEDO (1980: p. 79 ) mostra
que a dicotomia existente entre a teoria e a prática tem sua maior evidência na forma que se encontram divididos
os Cursos profissionalizantes, em que a teoria é colocada no início e a prática no final dos mesmos, sob a forma
de estágio. A pesquisa por ela realizada mostra que “a maioria dos alunos estabelece uma grande distância entre a
teoria e prática e estão preocupadas com a possível aplicação dessa teoria”.
Tentando solucionar essas denúncias, que também aparecem na nossa Universidade, sabendo que o
ensino e mais ainda o Estágio deve ser trabalhado de forma a instrumentalizar o aluno para a independência
intelectual, para a indagação e para a busca da construção do próprio conhecimento, foram realizados dois
projetos:
- A periferia urbana de Itajaí;
- Conheça melhor Itajaí: sua história, sua vida econômica e cultural.
O desenvolvimento desses projetos deu-se de forma bastante animadora: inúmeras dificuldades iniciais
foram superadas e para os alunos este Estágio teve um significado diferente: o interesse foi crescente e o
resultado gratificante.
- Trabalhos de Campo - No decorrer dos diversos semestres letivos são realizados trabalhos de campo,
nos quais os professores responsáveis procuram dar aos alunos um conhecimento prático das várias disciplinas,
aumentando assim o nível dos mesmos.
- Semana de Geografia - realizada anualmente pelo Departamento, com palestras pertinentes a áreas,
proferidas por convidados, bem como debates, mesas redondas e apresentação de trabalhos desenvolvidos por
professores e alunos, tem sido considerada como ponto favorável do Curso, com temas que despertam um maior
interesse nos alunos e participantes.
- NEGEO - Núcleo de Estudos Geográficos - Está em fase de aprovação. O núcleo terá por finalidade
principal a produção e o fomento de pesquisas científicas interdisciplinares nas áreas físico-ambiental, sócio-
econômicas, urbano-regional e do ensino da Geografia, para formar um banco de dados e de pesquisas que
venham a contribuir para a melhoria das condições de vida de nossa sociedade e possibilite o progresso
científico-tecnológico à UNIVALI.
“A complexidade da organização espacial no limiar do século XXI e as rápidas transformações que está
provocando em todas as passagens exigem que as teorias e procedimentos para obtenção e tratamento das
informações sejam repensados e rediscutidos, se quisermos ser membros atuantes das pesquisas globais e
globalizadas que estão acontecendo .” (COLTRINARI, 1996, p.4)
3.5.4 Situação do Curso no contexto da Faculdade/Universidade/Contexto nacional
A desvalorização do profissional da área faz com que o ingresso no Curso de Geografia seja visto como
uma espécie de “trampolim” para os vestibulandos, que após 1º e 2º períodos solicitam suas transferências para
outros Cursos que, segundo opinião dos mesmos, são mais “conceituados”.
Também se pode considerar, como razões da evasão verificada, a imaturidade dos estudantes quando de
sua opção profissional para a prestação do vestibular, o desinteresse pelas primeiras disciplinas ministradas e
120
ainda o custo do Curso, uma vez que a Universidade é particular, onerando o aluno que trabalha durante o dia
com baixo salário e estuda à noite.
É observação geral dos professores que muitos alunos possuem um baixo nível de escolaridade, por
serem oriundos de colégios com pouca ou nenhuma estrutura, ou mesmo concluintes de 1º e 2º Graus a nível de
supletivo.
No contexto da Faculdade/Universidade, o Curso é considerado deficitário pelo pequeno número de
alunos matriculados nos períodos mais adiantados. O percentual de concluintes em relação aos iniciantes é de
28,85%.
Verifica-se que não há tratamento igualitário entre os Cursos e Faculdades. O Curso de Geografia é
isolado, desprestigiado. Observa-se que toda prioridade é dada aos Cursos recém-criados, que são contemplados
com recursos financeiros, materiais e equipamentos sofisticados de última geração, repercutindo negativamente
junto aos nossos alunos que questionam aos professores a discriminação do seu Curso.
Não há também integração entre o Curso de Geografia e os demais de áreas afins, como Biologia e
Oceanografia, no que se refere aos trabalhos de campo, projetos de pesquisas, etc. “Tornou-se comum afirmar que o ensino de Geografia está em crise, que os professores não conseguem ensinar, que os alunos não conseguem aprender etc ... Várias razões são apresentadas para explicar essa crise e muitas vezes para justificar o papel que os professores de Geografia desempenham nela. A mais comum é o desprezo pelas ciências humanas em função das ciências físicas e biológicas ‘que a escola inculca e/ou desenvolve no aluno’. As disciplinas chamadas “humanas” são consideradas pela escola (e pelo aluno e pela comunidade) como menores, destituídas de importância real. ‘É só decorar e dar uma lida que a gente passa de ano’. Nessa área, quando o aluno é reprovado, para citar um exemplo, geralmente o fato é atribuído à incompetência do professor, ao seu exibicionismo. Este juízo, aliás, dissemina-se com tanta facilidade que os próprios professores o assimilam, julgando-se efetivamente ‘pioneiros’ ou ‘menos científicos’. Ao passo que as matérias ‘técnicas são consideradas necessárias, exigem raciocínio e frente a elas e não adianta decorar: estas são as mais difíceis: dão bomba mesmo.’ (RESENDE, 1986, p.16). Com o objetivo de estabelecer parâmetros bem como a integração com os demais Cursos de Geografia
do Estado, realizamos no dia 03.08.96, o “1º Encontro Estadual dos Cursos de Geografia de Santa Catarina”
onde ficou constatada a superioridade do Curso de Geografia da UFSC, em relação aos recursos humanos -
técnico e financeiro. Contam com 28 professores, todos com dedicação exclusiva (40 h/a DE), e assim podem
ficar a disposição do Curso, desenvolvendo projetos, orientando alunos nos trabalhos teóricos e práticos, além de
um grupo de apoio, que assessora diretamente estes professores nas suas atividades pedagógicas e técnicas.
Dispõem ainda de laboratórios, os quais possibilitam a prática das disciplinas como Geodinâmica,
Análise Ambiental, etc, além de microcomputadores interligados à Internet.
Em relação aos demais Cursos de Geografia, cujos professores participaram do encontro, o da
UNIVALI encontra-se em melhor situação, pois sendo o mais antigo, possui o maior número de professores
titulares na área de Geografia, o maior número de formandos; cursos de Pós-Graduação em nível de
especialização, maior número de trabalhos de campo realizados, salas específicas para Cartografia e Geologia,
estágios de prática de ensino integrados à rede estadual e municipal de Ensino.
Constatou-se ainda vantagens em relação à “produção científica” com a realização de projetos que
envolvem professores e alunos, integrados com a comunidade local.
121
A aprendizagem não se esgota na Universidade, mas ali tem seu início, pois é na Universidade que o
aluno passa a conhecer as fontes do conhecimento, para poder se atualizar ou acompanhar o desenvolvimento de
sua área de estudos.
3.5.5 Análise do desempenho do Corpo Docente
“A doutrina materialista que advoga serem os homens produto das circunstâncias e da educação e que, por
conseguinte, os homens novos serão produto de novas condições e de uma nova educação, esquece que são os
homens, precisamente, os que alteram as circunstâncias e que também os educadores têm que ser educados”.
(MARX, 1983, p.72)
Todos reconhecem a importância da educação, da função do professor e a necessidade de sua
qualificada formação, mas os investimentos nem sempre correspondem aos valores apregoados. Por este motivo,
alguns professores do Curso de Geografia, embora desejosos de melhorar sua qualificação, cursando um
Mestrado ou Doutorado, não o fazem, justamente por não poderem arcar economicamente com tais despesas. A
Universidade, por sua vez, oferece uma ajuda, mas não o suficiente, para que o professor deixe suas atividades e
se dedique inteiramente aos estudos.
Mesmo com estas dificuldades econômicas e com outras que se apresentam no nosso cotidiano, 5% dos
nossos docentes são doutorandos, 20% mestres, 30% mestrando, 35% especialistas e apenas 10% graduados.
A maioria, 60 %, é do sexo masculino com idade predominante entre 26 e 45 anos; 85% exerce apenas
o magistério, tendo aí sua principal fonte de renda, superando o estereótipo de que o docente de Universidade
particular faz apenas “um bico”. Além disso e, principalmente, o fato de ter aceito o convite da direção ou do
próprio departamento, se apresenta como profissional engajado no mercado de trabalho, que tem interesse em
apresentar trabalhos em simpósios e congressos e disposto a discutir avanços pedagógicos, tecnológicos e
bibliográficos.
A missão, quase sagrada da Geografia no ensino, é alfabetizar o aluno na leitura do espaço geográfico,
em diversas escalas e configurações.
A pesquisa é uma das atividades universitárias mais importantes para o desenvolvimento científico-
tecnológico das mais amplas áreas do conhecimento humano.
É na Universidade que formamos nos alunos a mentalidade científica, com o objetivo principal de dar a
capacidade de pensar, raciocinar sobre os fatos científicos, levando-os, futuramente, a transferir tais atitudes para
a vivência diária.
Diante de tal importância, sentimos ainda muito modesto o envolvimento de nossos professores em
projetos de pesquisa: apenas 3 tiveram seus projetos aprovados pelo Programa de Bolsas de Iniciação Científica -
PROBIC -, envolvendo somente 3 alunos, número muito reduzido, considerando o desejo de outros professores e
alunos de participarem mas não terem seus projetos aprovados; considerando-se que o ensino e a pesquisa devem
caminhar juntos e devem ser feitos na ótica do futuro, o ensino da Geografia ainda mais, pois o espaço humano e
geográfico é, em nossos dias, a grande dimensão filosófica e política.
A Constituição da República Federativa do Brasil (1988), em seu artigo 207 diz: “As Universidades
gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao
princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.
122
3.5.6 Avaliação das condições gerais de trabalho
A busca de uma melhoria nas condições do Curso e, conseqüentemente, na formação do aluno, passa
pela necessidade de avaliação e revisão das condições que a própria Universidade oferece, no que se refere à
infra-estrutura, equipamentos à disposição dos professores e alunos, além dos recursos humanos. Estes fatores
são indispensáveis para que se consiga um Curso com a qualidade necessária à formação de profissionais que
serão lançados no mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
“Nossa tentativa é de construir a Universidade que pretendemos, ou seja, não mera consumidora e repetidora
de informações importadas para ‘profissionalizar’, mas sim um recanto privilegiado onde se cultive a reflexão
crítica sobre a realidade e se criem conhecimentos com base científica.” (LUCKESI, et alli, 1996, p.29)
a) Infra-Estrutura básica (espaço físico)
Além das salas de aula necessárias aos diversos períodos semestrais (quatro no primeiro semestre e
cinco no segundo), o Curso de Geografia conta ainda com:
- Sala de Geologia - com 48 m2, situada no bloco 11, 2º pav., sala 180;
- Sala Especial de Cartografia - com 96m2, localizada também no bloco 11, 2º pav., sala 184.
É fator prejudicial ao bom aproveitamento das aulas expositivas as divisórias utilizadas na separação
das salas, pois sua espessura não isola os ruídos da sala contígua, atrapalhando bastante a abordagem e discussão
dos assuntos.
b) Equipamentos
Os recursos audiovisuais utilizados pelo Curso de Geografia fazem parte do acervo da Universidade.
Cabe aqui ressaltar como ponto positivo a sensível melhora no atendimento de vídeos, TVs e
retroprojetores, sem demora e com bastante eficácia, o que não ocorria anteriormente.
Entretanto, a falta de uma câmera de vídeo e máquinas fotográficas exclusivas para o uso do Curso,
restringem em muito os objetivos e aproveitamento dos trabalhos de campo, tendo como conseqüência a
elaboração, pelos alunos, de relatórios incompletos.
A utilização dos materiais organizados na mapoteca e videoteca, indispensáveis à ilustração das aulas,
situadas no prédio da Biblioteca Central é dificultada, sendo necessária a transferência urgente para a Sala de
Cartografia, o que tornaria mais fácil a utilização dos mesmos.
A não existência de laboratórios, centros de pesquisas e de Geoprocessamento para uso nas aulas
práticas, a produção de trabalhos pelos alunos e professores é considerado pelos mesmos como fator restritivo ao
próprio Curso.
c) Biblioteca
O acervo bibliográfico específico ao Curso de Geografia é bastante reduzido, com 243 títulos
catalogados, porém muitos dos quais repetidos.
123
Observa-se que muitos títulos solicitados pelos professores do Curso encontram-se catalogados e
arquivados em outras áreas de interesse, dificultando o acesso e a utilização de livros pelos alunos, quando
necessário.
A consulta bibliográfica deve ser incentivada e obrigatória, para que o aluno se familiarize com os livros
científicos e aprenda como manuseá-los, consultando-o todas as vezes que procure um novo conhecimento. O
uso da bibliografia desenvolve a capacidade de leitura e entendimento de texto, tão necessário para a
aprendizagem autônoma. A alma de uma Universidade é sua biblioteca, onde devemos encontrar todo o
manancial do conhecimento humano e atualizar nossos conhecimentos. Por este motivo, a atualização do acervo
bibliográfico, quer de livros como o de periódicos, são indispensáveis para a pesquisa e o ensino.
d) Recurso Humanos - Alunos
Com a finalidade de traçar o perfil sócio-econômico e cultural do aluno ingresso no Curso de Geografia,
foi elaborado um questionário que, respondido pelos mesmos, forneceu os subsídios necessários à análise dos
dados, que foram tabulados de acordo com os interesses desse estudo.
Verifica-se que a maioria dos alunos fez seus estudos de 1º grau em escolas públicas e com relação ao
2º grau, os dados mostram que a percentagem de freqüência à escola pública permanece acentuadamente elevada,
conforme já citado. O número de alunos que cursaram o pré-vestibular é baixo, com a permanência de apenas 1
semestre, ressaltando que a maioria dos alunos consultados não fez o “cursinho”.
Em relação à 1ª e 2ª opções dos cursos pretendidos, até 1995 a maior parte optou por Geografia, com
percentuais de 56,8% e 27,0%, respectivamente.
Os alunos que prestaram vestibular em outras Universidades representam 34,1% e 25% já haviam
iniciado algum curso superior anteriormente.
A maior parte dos alunos exerce atividades remuneradas, 86,4%, em tempo integral 78,9%, sendo
professores, comerciários, bancários, secretárias, etc, e 21,1% trabalham apenas um período.
Com relação:
* às idades: 63,6% dos alunos tem entre 18 e 24 anos
27,3% entre 25 e 30 anos
9,1% mais de 30 anos
* ao sexo: 38,6% são do sexo masculino
61,4% são mulheres
* estado civil: 79,5% são solteiros, perfazendo a grande maioria, e
20,5% são casados
As distâncias percorridas para se chegar à Universidade variam bastante, desde mais ou menos 500 m
até 108 Km. O maior número de estudantes é oriundo da própria cidade de Itajaí (43,2%), seguida de Balneário
Camboriú (20,5%) e o restante, de municípios das micro-regiões próximas.
124
Observa-se ainda que a maior parte de nossos alunos é proveniente de segmentos sociais menos
privilegiados, sendo que a maioria dos pais possui apenas o 1º grau: 47,7% de 1ª a 4ª série, 18,2% de 5ª a 8ª, e
34,1% cursaram o 2º grau.
Quanto às mães, o percentual é quase idêntico, com 47,7% que cursaram apenas de 1ª a 4ª série, 27,3%
de 5ª a 8ª série e apenas 11,4% o segundo grau. Apenas 13,6% possuem o curso superior.
Com relação à profissão de seus pais, as mesmas são bastantes diversificadas. Quanto às mães, 79,5%
são donas-de-casa e 20,5% exercem atividades remuneradas fora do lar.
O número total de alunos formados a partir de 1990 até o 1º semestre de 1996 é de 106, com maiores
turmas em 1990 (28 formandos) e 1991 (27 formandos).
Analisando-se os dados acima, constata-se a tendência já conhecida em relação aos chamados cursos de
“ricos” e cursos de “pobres”, além de “indicações já levantadas para esse tipo de estudante, como ‘alunos
cansado’, ou que não apresenta ‘capital cultural’ suficiente e adequado a uma aprendizagem proveitosa; o que
mais se evade, o que mais é reprovado e o que apresenta maior carência econômica.” (BERNARDO, 1996,
p.33/34)
e) Percepções de alunos e professores quanto ao Curso
A complexidade do tema do ensino superior não permite esgotar, no presente trabalho, todas as
possibilidades de análise.
Após contatos mantidos com professores e alunos do Curso de Geografia, constatou-se existir uma
expectativa pela melhoria do mesmo, com sugestões apresentadas tanto pelos docentes quanto pelos discentes.
Sugeriu-se a criação de uma Empresa Júnior, que além da captação de recursos através da prestação de
serviços a órgãos públicos e particulares, possibilitaria um equilíbrio entre as atividades docentes com as de
pesquisa. A administração seria efetuada pelo Departamento, com o gerenciamento feito pelos professores e
alunos.
É necessário também um maior apoio para a divulgação das atividades do Curso e do profissional
Geógrafo (professor e bacharel), assim como a implementação dos Cursos de Pós-Graduação. Um sentimento
que existe, um desapreço em relação ao Curso de Geografia, pela própria Universidade, é compartilhado por
alunos e professores.
Outro aspecto observado é a necessidade de estágios obrigatórios nas disciplinas técnicas e os contatos
juntos às Empresas que deveriam ser feitos pela própria UNIVALI, o que proporcionaria uma maior e melhor
qualificação ao formando, com reflexos positivos em sua vida profissional.
Os alunos têm ciência da necessidade de sua integração às atividades de pesquisa, e para tanto, é
indispensável a implantação do NEGEO - Núcleo de Estudos Geográficos -. O incentivo à produção científica é
indispensável, pois é inconcebível um profissional sem conhecimentos teóricos e práticos, além do necessário
amadurecimento, com leituras e pesquisas.
Com já mencionamos anteriormente, é fator determinante ao bom funcionamento do Curso a criação e
instalação de um Centro de Geoprocessamento, além de laboratórios, com conseqüente aumento de aulas
práticas, principalmente ao Bacharelado, que é prejudicado pela formação deficitária nas áreas técnicas, sendo
que essas disciplinas deverão, obrigatoriamente ser ministradas por profissionais técnicos.
125
A busca de uma melhor Universidade passa automaticamente pela revisão e reestruturação de todas as
Faculdades e Cursos que a compõem, com as mudanças necessárias e soluções para os problemas apresentados,
resultando na Universidade que todos sonhamos.
“São pequenas sementes. São pequenos sinais. Na história, porém, todas as grandes transformações nascem de
pequenos e desapercebidos sinais, minúsculos e desacreditados, na maioria das vezes.” (LUCKESI et allii -
1996)
3.5.7 Ações Administrativas / Pedagógicas
Após análise e discussão de todas as informações obtidas, sugestões foram dadas para que certas
medidas fossem tomadas, partindo principalmente dos fatores limitantes, objetivando a melhoria da qualidade de
ensino.
Observa-se a falta de integração entre o Curso de Geografia e outros de áreas afins, como Oceanografia,
Jornalismo, Comércio Exterior, História e Turismo. Estes Cursos poderiam planejar juntos trabalhos de campo,
encontros e palestras, uma vez que várias disciplinas são dadas concomitantemente nos cursos acima citados.
Cabe portanto, ao Chefe de Departamento de Geografia entrar em contato com estes cursos para que esta
integração aconteça o mais breve possível, aproveitando, inclusive, laboratórios, equipamentos fotográficos,
câmera de vídeo, etc. A utilização destes instrumentos seria feita mediante requisição, tal como já ocorre na
Faculdade de Filosofia.
Esta integração facilitaria também a aquisição de um ônibus, que ficaria à disposição dos vários Cursos,
que deveriam procurar integrar ao máximo, os seus trabalhos de campo.
O isolamento de cada cientista dentro de sua especialidade, cada vez mais separado não só das demais
regiões do saber, mas também no interior de cada região levou a uma “concepção caótica do todo”. Esse
isolamento tem levado a que descobertas feitas em um determinado campo do conhecimento que poderiam
esclarecer e revolucionar outras áreas de conhecimento fiquem presas na alfândega dos diversos territórios do
conhecimento. Esta postura isolacionista é incompatível com as novas descobertas da própria ciência. Deve-se
abrir um diálogo com os diversos Cursos, evitando uma divisão do trabalho científico; uma série de mudanças
estão sendo impostas ao trabalho acadêmico exigindo novos e reais desafios. Estes desafios efetivamente
pressionam fronteiras disciplinares, obrigando ao diálogo interdisciplinar, que sem dúvida, é uma grande
tendência contemporânea.
Um autêntico trabalho interdisciplinar pode trazer concretude àquelas disciplinas que, dedicadas
preponderantemente à teoria, esquecem a força do quotidiano e do banal; o confronto com novos temas e escalas
de observação do real pode significar maiores compromissos com a vida.
A Biblioteca está muito desatualizada, embora os professores tenham solicitado por escrito e entregue à
Direção da Faculdade de Filosofia títulos necessários ao embasamento teórico de suas disciplinas. Por outro lado,
alguns livros de tarja vermelha não podem ser consultados pelos professores, uma vez que não podem ser
retirados da Biblioteca e o professor não dispõe do tempo necessário para uma consulta mais longa. Diante disto,
achamos que deveria ser aberto um precedente ao professor, permitindo que o livro fosse retirado para que a
leitura fosse feita em casa.
126
A falta de regulamentação nos trabalhos de campo também foi apontada como fator limitante , uma vez
que a participação do aluno não pode ser obrigada pelo professor, ficando ao seu critério participar ou não,
deixando assim de conciliar a prática com a teoria, causando uma defasagem no processo ensino-aprendizagem.
Cabe ao Departamento de Geografia encaminhar ao setor competente pedido de regulamentação para
que, a partir da data de publicação de tal documento, a participação nos trabalhos de campo seja total e efetiva.
Quanto ao currículo apontou-se como maior deficiência a não integração das disciplinas teóricas com as
disciplinas práticas, que na maioria das vezes são ministradas por especialistas em educação, e não por técnicos
específicos daquela área, tornando o bacharel incapaz de exercer eficientemente sua profissão no mercado de
trabalho, hoje tão concorrido com outros técnicos.
Outro problema, apontado pelos professores, é a diferença curricular entre os diversos Cursos de
Geografia do Estado de Santa Catarina, o que dificulta uma eventual transferência e até mesmo a realização de
trabalhos de campo, integrados.
Para agilizar a solução de tais problemas, durante esta avaliação, a sub-comissão e o Departamento de
Geografia realizaram o “1º Encontro Estadual de Cursos de Geografia”, e outras reuniões foram agendadas para
o estudo, a análise e a implantação de um Currículo Comum, que procurará priorizar a integração das disciplinas
técnicas.
Outra insatisfação citada nesta avaliação, diz respeito aos métodos de ensino utilizados em sala de aula,
na maioria das vezes, sem motivação, criatividade e participação, salientando como pior situação a disciplina de
Cartografia.
O professor, então, conhecedor de tal situação deverá reavaliar seus conteúdos, seus métodos, procurar
ser um orientador dos conteúdos que pretende transmitir, fazendo com que o aluno desenvolva o hábito de leitura
e da interpretação e seja o construtor do seu conhecimento, pois o momento atual requer uma postura mais
participativa, consciente e crítica implicando numa mudança nos hábitos do estudo.
Professores - alunos precisam comprometer-se com a reflexão, criando-a, provocando-a e lutando
continuadamente. Buscar estabelecer uma mentalidade criativa, comprometida exclusivamente com a busca cada
vez mais séria da verdade, através da assimilação, da comparação, da análise, da avaliação das proposições e dos
conhecimentos.
Há pouca participação nas Bolsas de Iniciação Científica por professores e alunos em atividades de
pesquisa e extensão. Uma vez que, uma Universidade tem a função de investir no Ensino, Pesquisa e Extensão,
faz-se necessário um maior apoio aos projetos apresentados pelos professores do Curso de Geografia, que vêem
neste trabalho uma complementação das aulas teóricas, bem como uma maneira de integração com a
comunidade.
Deste modo, compete aos professores a apresentação de projetos que deverão envolver alunos de
graduação nestas atividades e à ProPPEx/Probic, a aprovação de tais projetos, não contemplando excessivamente
determinados Cursos em detrimento de outros, como tem acontecido com a Geografia, que se sente discriminada.
A taxa de evasão é elevada, ocasionada principalmente pela grande insatisfação do aluno em relação ao
mercado de trabalho e pela mensalidade cobrada, considerada alta, tendo em vista ser o aluno de Geografia
oriundo de classe média baixa, conforme demonstrado no item d.
Diante desta situação, surge a necessidade urgente da Universidade proporcionar bolsas de estudo,
através de estágios remunerados na própria entidade, encaminhamento para empresas públicas ou particulares.
127
Observa-se ainda que o aluno se mantém distanciado dos problemas bem como das atividades do Curso,
sobretudo nos dois primeiros períodos, começando a participar e opinar já na fase de profissionalizante.
Cabe, então, ao Departamento bem como à própria Universidade divulgar e valorizar mais o Curso e as
atividades docentes e discentes aí desenvolvidas.
O mundo é ininteligível para quem não tem um mínimo de conhecimentos geográficos.
A Geografia deve ser para o espaço o que a História é para o tempo.
O Curso de Geografia necessita também ser dotado de equipamento de informática e a conseqüente
integração à Internet, pois a exemplo dos demais Cursos da UNIVALI, sua informatização é fator prioritário ao
seu bom desempenho. Pedidos já foram feitos à Direção, que prometeu não medir esforços no sentido de
contemplar a Geografia com todo material necessário.
Concluindo este item, percebemos professores e alunos conscientes que, saber-pensar o espaço pode ser
uma ferramenta para cada cidadão, não somente um meio de compreender melhor o mundo e seus conflitos, mas
também a situação local no qual se encontra cada um de nós. O problema da formação de professores tem,
portanto, uma importância capital e não se trata apenas de aumentar o estoque de conhecimentos de cada um,
mas de conscientizá-los das verdadeiras razões de ser da Geografia. (Lacoste, 1988)
3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acreditamos que todo este trabalho de Avaliação traga dados suficientes para a implementação de
estratégias em prol da melhoria da qualidade de ensino no Curso de Geografia. Pontos positivos e negativos
foram apresentados. Cabe agora manter os primeiros e procurar resolver os segundos. Conforme a opinião dos
alunos, as aulas devem ser mais dinâmicas e criativas, os trabalhos de campo devem ser mais orientados e
integrados com outros Cursos ou mesmo com outras Faculdades, maior número de aulas práticas, oportunidades
para participação em seminários, palestras, mais aquisições de materiais didáticos, atualização das fontes
bibliográficas.
Por sua vez, os professores reclamam da falta de exigência de estágio obrigatório em outros órgãos, nas
disciplinas técnicas, da falta de incentivo à produção científica pelos alunos, da falta de uma política valorizadora
do Curso e do próprio Geógrafo, da necessidade da criação de uma “Empresa Júnior” que, além de poder captar
recursos, prestando serviços, possibilitará um equilíbrio entre as atividades docentes e as de pesquisa.
Estas situações apresentadas pelos discentes e docentes e outras já mencionadas anteriormente, nos itens
3.5.1, 3.5.2., 3.5.3., 3.5.4 e 3.5.6, sem dúvida, merecem ser discutidas e analisadas afim de tomarmos um
caminho para a correção. É preciso repensar o Curso. Repensar o Currículo, o conteúdo e até o jeito de ensinar.
Como é que podemos manter o licenciado na sala de aula, passivo, ouvindo o professor que enche o quadro-
negro de palavras, conceitos, que ele tem que aprender isto e mostrar nas provas e depois pretender que, quando
ele for professor, vá ter uma postura diferente?
Além dessa razão essencialmente pedagógica há a necessidade de superar certas “deficiências técnicas”,
uma das componentes da dependência tecnológico-cultural.
Para que isto seja possível, estamos conscientes das modificações que o Curso terá que sofrer, tanto na
formação do licenciado como do bacharel, o que implicará modificações inclusive na interface “pesquisa-
128
ensino”. É um desafio, mas sem estas transformações e ajuda da própria entidade, que tem sua missão pública na
formação de seus profissionais, na realização de suas pesquisas e na geração e transmissão do conhecimento,
serão ineficazes quaisquer alterações. Não queremos um Curso desvinculado, alheio à realidade onde está
plantado. Ser alheio, desvinculado ou descomprometido com a realidade é sinônimo de fazer coisas, executar
ensino, onde o conteúdo não diz respeito a um espaço geográfico e a um momento histórico concretos.
O processo foi infinitamente mais rico do que aparece no papel, dificilmente conseguiríamos registrar na
íntegra a riqueza desta experiência. Que ele não seja descartado do prosseguimento da ação, mas seja um
comprometimento de continuidade desse projeto, pois a avaliação é um processo contínuo de retroalimentação
que, terminado uma etapa, deve recomeçar com outra ênfase, levando em conta outros aspectos que na primeira
avaliação não foram considerados.
3.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Déa Terezinha Rimol de. A Universidade como Geradora de Inquietações nos Educadores. Campo
Grande: MS:VCDB, 1995.
AMORIM, A. Avaliação Institucional da Universidade. São Paulo: Cortez,1992.
BERNARDO, Maristela Veloso Campos. O Ensino noturno na UNESP. UNESP - Pró-Reitoria de Graduação:
São Paulo, 1996.
CASTRO, Cláudio de Moura. Em quem avalia os professores? Dois pontos: Teoria e Prática em Educação. Belo
Horizonte, V.2, nº 19, 1994.
129
COLTRINARI, Lylian. Trabalho de Campo, Geografia, Século XXI. Texto do trabalho apresentado no
Colóquio: O Discurso Geográfico na Aurora do Século XXI. Florianópolis: UFSC, 1996, mimeo.
CUNHA, L.A. A Universidade Reformada - O Golpe de 1964 e a Modernização do Ensino Superior. Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 1989.
FIRME, Pessoa Thereza. Palestra Proferida no Seminário de Avaliação Teoria e Prática - promovido pelas
Faculdades Integradas Castelo Branco em 21-24 de novembro de 1993, Rio de Janeiro. Os avanços da
avaliação na trajetória para o 3º milênio.
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler. São Paulo: Autores Associados, Cortez, 1982
FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e Crise do Capitalismo Real. São Paulo: Cortez, 1995.
LACOSTE, Yves. A Geografia - Isso serve em primeiro lugar, para fazer a Guerra. Campinas, São Paulo:
Papirus, 1988.
LUCKESI, Cipriano, Carlos. Fazer Universidade: uma proposta metodológica. 8ª ed.. São Paulo: Cortez, 1996.
MARX, K & ENGELS, F. Textos sobre Educação e Ensino. São Paulo: Morais, 1983.
NEVO, D. The Conceptualizacion of educacional evolluation an analytical review of the literature. Review of
Educacional Research, vol.53, nº 11, 1983)
RESENDE, Márcia Spyer. A Geografia do aluno trabalhador. Ed. Loyola: São Paulo, 1986.
SAUL, Ana Maria. Avaliação Emancipatória: desafio à teoria e a prática da Avaliação e Reformulação do
Currículo. São Paulo: Cortez, 1988.
SAVIANI, Demerval. Educação: do Senso Comum à Consciência Filosófica. São Paulo: Cortez, 1980.
SODRÉ, Nelson Werneck. Introdução à Geografia. Petrópolis: Vozes, 1989
SOUZA, Ana Aparecida Arguello de. A Qualidade do Ensino - Perspectiva Histórica. Campo Grande:
MS:VCDB, 1995.
130
IV - CURSO DE HISTÓRIA
SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
José Bento Rosa da Silva
José Roberto Severino
4.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
Curso: História
Habilitações: Licenciatura Plena
Bacharelado (reformulação aprovado pelo CEPE, resolução 59, em 14/12/1996.)
Parecer: 71.650/73 Órgão: DOU
Curso da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras/UNIVALI
132
4.2 APRESENTAÇÃO
Os resultados apresentados neste trabalho são fruto de um diálogo mantido, de maneira permanente,
entre os participantes das atividades desenvolvidas no curso de História - professores, alunos, ex-alunos e
funcionários.
Com uma prática usual de tomada de decisões em conjunto, observa-se que desde 1983 o curso
apresenta um caráter bastante democrático, dados que podem ser encontrados nas atas das reuniões de
Departamento, onde aparecem corpo docente e discente discutindo as questões mais variadas relativas ao Curso,
desenvolvendo de maneira sistemática e bastante séria a auto-avaliação constante das atividades de formação
acadêmica, de pesquisa e ensino, inerentes ao Curso de História.
Este dado facilitou sobremaneira a elaboração deste relatório, possibilitando, inclusive, perceber os
avanços e retrocessos que ocorreram no referido curso.
Outro elemento que ajudou no bom andamento dos trabalhos foi o tamanho do curso: 15 professores e
uma média de 100 alunos. Isto favoreceu as reuniões e encontros, possibilitando uma participação mais efetiva
do corpo docente e discente.
Vale lembrar ainda a organização e boa vontade por parte dos funcionários da secretaria da Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras, sempre à disposição para o pronto atendimento em todas as solicitações
efetuadas.
133
4.3 HISTÓRICO DO CURSO
A história do curso de História confunde-se com a história da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
Criados praticamente ao mesmo tempo, 1965, o curso configura-se como um dos mais antigos da UNIVALI.
As atas das reuniões de departamento existem desde 1983, o que possibilita fazer uma breve incursão no
“passado” do curso de História.
E ali, nessas atas, encontramos problemas antigos, tais como falta de verbas para pesquisa, contratação
de professores apenas pelas horas que lecionam, necessidade de divulgação das atividades do departamento,
melhoria da biblioteca, etc. Problemas que também localizamos nos dias atuais, mudando apenas o tom.
Mas naqueles dias já existia um Núcleo de Pesquisa Histórica, coordenado pela prof. Dra. Maria
Bernardete Ramos Flores e pela Prof. Dra. Joana Maria Pedro. Neste núcleo fez-se pesquisa em História Oral,
levantamentos sobre a cidade no início do século, nascimentos de escravos, etc. Documentos que ainda estão nos
arquivos do núcleo de pesquisa em história da UNIVALI, importantes para os pesquisadores de hoje.
O curso de Pós-Graduação em História, oferecida a cada dois anos desde 1983 (com exceção de 1996),
está sempre presente nas pautas das reuniões de departamento, onde são discutidas quais professores lecionam, as
disciplinas oferecidas, quem pesquisa, quem e o que escreve. Nas reuniões de departamento, todos tem voz:
alunos e professores discutem. Professores como Élio Cantalício Serpa (atualmente na UFSC), Jaecyr Monteiro
(atualmente na UFSC), Rosângela Cherem (atualmente na UDESC), Eunice Nodari (UFSC), Luís Felipe Falcão
(UDESC), e tantos outros que passaram pelo curso de História da UNIVALI, aparecem constantemente nessas
atas.
Ali aparecem também as “brigas” entre a FEPEVI e o curso de História. Mudança de sala, falta de
incentivos, etc, problemas e soluções alcançadas no calor da discussão.
Este percurso bastante pululante marcou efetivamente o “caráter” do curso de História da UNIVALI.
Um curso que foi forjado em reflexões e práticas, embates e leituras, sempre afinado com o que se produzia, e
produz, no âmbito historiográfico.
Hoje o curso possui um corpo docente bastante jovem (em idade e carreira). É um curso jovem com
caráter jovial, no sentido de não temer desafios e de não achar que há algo definitivamente pronto. Os alunos
integram-se a essa proposta que o nosso percurso demonstra: há muito o que fazer.
4.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO
A Subcomissão de Avaliação Institucional do Curso de História seguiu os procedimentos constantes do
documento IA-6 (subsídios para o relatório de auto-avaliação do curso). Em reunião de departamento, os
Professores José Roberto Severino e José Bento Rosa da Silva foram escolhidos como representantes docentes.
O aluno escolhido não integrou a subcomissão por absoluta falta de tempo e de remuneração, ficando a coleta de
dados entregue aos professores citados.
134
Para o melhor andamento das atividades foi elaborado um cronograma de trabalho, com as datas(as
datas referem-se a dois encontros semanais) e metas a serem desenvolvidas:
-das variáveis e dos indicadores: Levantamento na secretaria da Faculdade de Filosofia, de 18 a 27 de
junho. Atuaram a equipe e funcionários da secretaria;
-infra-estrutura do curso: levantamento nos fichários da biblioteca central e em documentos do
Departamento de História, de 02 a 11 de julho. Atuou a equipe, juntamente com funcionários da biblioteca
central;
-perfil do curso: dados levantados junto à secretaria de Filosofia e a Pró-Reitoria Acadêmica, de 16 a 18
de julho, envolvendo equipe e funcionários.
-currículo: dados no Departamento de História, de 23 a 25 de julho, envolvendo apenas a equipe;
-corpo docente: setor de registro de diplomas e Departamento de História, de 30 de julho a 01 de agosto,
envolvendo equipe e funcionários;
-corpo discente: dados levantados na secretaria de Filosofia, na pós-graduação, etc, de 06 a 13 de
agosto, envolvendo equipe, funcionários e centro acadêmico de História;
-apreciação geral: avaliação feita junto ao curso, de 20 a 29 de agosto, envolvendo todo o curso;
-reivindicações: avaliação feita junto ao curso, de 03 a 12 de setembro, envolvendo todo o curso;
-relacionar dados: análise e localização dos problemas, de 16 a 26 de setembro, envolvendo somente a
equipe;
-considerações: análise dos dados e localização de problemas e sugestões, de 01 a 28 de outubro,
envolvendo somente a equipe.
4.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO
4.5.1 Análise do desempenho global do curso de História no período avaliado(1990-1996).
O curso de História apresentou vários indicadores de qualidade e avanço através dos dados levantados
pela subcomissão de avaliação institucional. Dentre eles pode-se destacar o Núcleo de Pesquisa Histórica,
coordenado atualmente pelos professores José Bento Rosa da Silva e Ivan Serpa. Este núcleo agrega professores
e alunos, num trabalho de estímulo à pesquisa e à produção acadêmica. Existe ainda, funcionando junto ao
Núcleo, buscando um aperfeiçoamento teórico-metodológico, dois grupos de estudos que também são formados
por professores e alunos (alunos de outros cursos de graduação da UNIVALI também participam).
Outro fator indicador de qualidade e avanço é a titulação do Corpo Docente que atua no Curso e que
está vinculado ao Departamento de História. Entre o Corpo Docente que leciona no Curso, dos quinze
professores que constam da relação oferecida pelo SRD/SDD, quatorze são mestres ou mestrandos, perfazendo
93.3% do total dos professores1. O Departamento de História possui oito professores agregados, dos quais sete
1Alberto Machado Niece, Beatriz Koneski Santangelo, Cristiane Manique Barreto, Elisabeth Caldeira, Ivan Carlos Serpa, José Bento Rosa da Silva, José Roberto Severino, Lourival Andrade Júnior, Manoel Luiz da C.
135
são mestres ou mestrandos, perfazendo 87,5% do total. Um número bastante significativo, se formos comparar
com os apresentados pelo MEC/SEDIAE/SEEC(Folha de São Paulo. SP, 21/07/1996). Estes dados são referentes
à formação dos docentes de ensino superior no Brasil, que de seus professores em atividade nas Universidades
particulares apenas 18,5% possuem mestrado; nas Universidade Federais o percentual sobe para 34,2%; e a
média nacional de professores com mestrado atinge 23,7%.
Foram detectados alguns indicadores limitadores da qualidade do curso. Entre eles a contratação de
professores como “horistas”, e não por módulos( 20, 40 e 60 h/a). A contratação de professores por esta
modalidade torna difícil, quase impraticáveis, as atividades de pesquisa e produção, campos do aprimoramento
acadêmico por excelência. E esta problemática torna-se mais evidente quando observamos o número de
professores que perdemos, apenas nos últimos cinco anos, para outras instituições de ensino superior, professores
como Joana Maria Pedro e Maria Bernardete Ramos Flores, doutoras pela USP e efetivas na UFSC, Rosângela
Cherem, doutoranda pela USP, aprovada em concurso na UDESC; Luís Felipe Falcão, doutorando pela USP,
aprovado em concurso na UDESC; Marlene de Fáveri, mestre pela UFSC, aprovada em concurso na UDESC,
em estágio probatório até o final de 1997; e, mais recentemente, José Bento Rosa da Silva, mestre pela PUC/SP,
aprovado em concurso na UFPE.
Outro fator limitador da qualidade do curso refere-se à evolução das vagas para o vestibular. Nos dados
fornecidos pela coordenação do vestibular da UNIVALI para o período 1990/1996, há um decréscimo constante
até o ano de 1994. São 121 inscritos em 1990, caindo para 71 no ano seguinte, 44 em 1992, 28 em 1993 e 23 em
1994. Já no ano de 1995 (e isto parece mais um indicador de avanço, já que parece ter relação com o momento
em que o curso de História começa a apresentar um envolvimento maior em pesquisas e a apresentar resultados
de projetos desenvolvidos, coincidindo também com a alteração curricular que introduziu o Bacharelado em
História, como será abordado em seguida) temos um aumento para 46 inscritos. A partir do vestibular de 1996 o
número de vagas oferecidas caiu de 60 para 50, e o número de inscritos foi de 44 pessoas. Com relação à evasão,
manteve-se uma média estável, tendo o período de 1990/1995 uma ocupação de 45%(em média) das vagas
oferecidas (240 no total).
4.5.2 Discussão do enfoque do Currículo do Curso e de sua adequação ao mercado de trabalho.
A grade curricular do Curso de História, modificada em 1994/1, levou em conta três preocupações
centrais2: “o estudo da legislação em vigor, o conhecimento das grades curriculares de outros cursos de História
de universidades conceituadas no cenário nacional e, finalmente, os mecanismos de sua implementação gradual
de maneira a não prejudicar os alunos já matriculados.
Quanto ao primeiro item, a partir da leitura do conjunto de disposições legais que regem o ensino
superior no país, chegou-se a uma grade que está plenamente adequada às exigências da legislação, quer no que
diz respeito às disciplinas do currículo mínimo de História, quer no tocante às disciplinas obrigatórias para a
habilitação de licenciados, definidas em ambos os casos pelo Conselho Federal de Educação em diversas
Freitas, Marlene de Fáveri, Marlus Niebuhr, Normélio Pedro Weber, Osmar de Souza, Sidney Silva, Walter Amaro Baldi, conforme consta do anexo II. 2O texto que se segue diz respeito ao projeto do novo currículo, encaminhado pelo departamento de História ao CEPE em 1993.
136
portarias e atos normativos plenamente consolidados. Deste modo, a grade aqui apresentada (Anexo III), está em
consonância integral com a legislação existente, seja nas disciplinas oferecidas, seja no conteúdo a ser ministrado
ou na carga horária a ser observada.
Ao mesmo tempo, buscou-se um referencial nas modificações curriculares introduzidas nos cursos de
História de renomadas instituições de ensino superior de nosso país, como a Universidade de Brasília (UNB), a
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entretanto, devido ao fato
do Curso de História da Universidade do Vale do Itajaí possuir suas próprias peculiaridades (público que procura
o curso e público que segue o curso até sua conclusão - para o que fizemos uma pesquisa entre todos os alunos
matriculados -, curso exclusivamente noturno, mercado de trabalho regional, número de cursos no estado (...)
inexistência de regime parcial ou integral de contrato de trabalho, tradição de pesquisa (...), etc.), foi necessário
fazer alguns ajustes e adaptações. Assim, mesmo introduzindo o bacharelado ( que será oferecido juntamente
com a licenciatura, num único curso), procurou-se manter a mesma carga horária total (2.400 horas/aula)
mediante a supressão de disciplinas consideradas desnecessárias ou superadas pelas tendências mais recentes dos
estudos históricos (cujo conteúdo foi absorvido em parte por outras disciplinas), ao mesmo tempo em que se
incluiram outras disciplinas fundamentais para a formação do historiador, para o desenvolvimento de pesquisas e
para a obtenção do grau de bacharel em História.
(...) Uma primeira observação, que é necessário fazer, refere-se ao grupo de disciplinas relacionadas
com o currículo mínimo de História (...), que não sofreu qualquer alteração em termos do número de disciplina e
da carga horária exigida.(...) Uma segunda observação diz respeito ao bloco de disciplina pedagógicas, que foi
parcialmente reordenado a fim de torná-lo mais compacto e mais adequado aos objetivos do curso como um
todo. (...) Uma terceira observação diz respeito ao conjunto de disciplinas relacionadas com o objetivo de
introduzir o bacharelado no curso. (...)este conjunto de disciplinas voltadas para a introdução do bacharelado
estão encadeadas umas com as outras, numa seqüência que permita ao aluno começar a se preocupar com a
pesquisa e com a monografia desde o meio do curso.(...). Todavia, para o pleno êxito desta proposta, será
indispensável a implantação de uma prática de coordenação no curso, mediante a criação de um cargo
remunerado de coordenador (quatro horas/aula semanais), a ser eleito nos mesmos moldes da Chefia de
Departamento. Sem isto, será virtualmente impossível alcançar de maneira integral os objetivos aqui delineados.”
Esta proposta de grade curricular surgiu após um período de debates e sugestões desenvolvidas em
assembléias e reuniões, no ano de 1993, contando com a participação de professores e alunos. A nova grade
curricular deveria contemplar, além da Licenciatura Plena em História, a indispensável e fundamental atividade
de pesquisador em História, sendo, portanto, acrescido o grau de Bacharelado em História. Segundo a Resolução
n� 59/CEPE/93, a nova grade curricular entrou em vigor a partir do primeiro semestre de 1994. Sendo assim,
75% do curso já se encontra desenvolvendo suas atividades neste novo currículo, mas ainda não havia nenhuma
experiência efetiva no mercado de trabalho, já que só teremos a primeira turma formada nesta modalidade no
final de 1997. As perspectivas de atuação dos profissionais formados pelo curso visam atender a uma demanda
de professores habilitados ao ensino de História no 1� e 2� graus na rede oficial e particular. Existe ainda uma
carência de profissionais habilitados para atuar em áreas como a pesquisa, patrimônio cultural, turismo e
consultorias diversas.
137
Entretanto, um problema que vem se apresentando é o fato dos professores não disporem de um tempo
remunerado para a orientação das monografias que estão sendo desenvolvidas pelos acadêmicos. Este dado
interfere sobremaneira no bom andamento desta proposta curricular inovadora.
4.5.3 Destaque das atividades mais significativas do Curso
No período compreendido entre os anos de 1990/1996, o curso de História apresentou uma profícua
dinâmica de trabalho, marcada por atividades e projetos diversos.
Um ponto que vale destacar é a ativação do Núcleo de Pesquisa Histórica, que foi criado na década de
oitenta pela então Coordenadora (hoje vinculada ao Programa de Pós-Graduação em História da UFSC) Prof.
Dra. Maria Bernardete Ramos Flores, experiência que, por vários motivos (de ordem estrutural e conjuntural),
foi deixada de lado.
Retomadas as iniciativas pelos professores do Departamento de História, o Núcleo começou a ser
reestruturado, sob a coordenação do Prof. Luís Felipe Falcão. Em linhas gerais, o regimento do Núcleo aponta os
objetivos, prioridades e necessidades que norteiam suas atividades:
1. O Núcleo de Pesquisa Histórica da Universidade do Vale do Itajaí (NPH/UNIVALI) constitui-se
como um órgão de implemento, incentivo e apoio a pesquisas de caráter histórico, nas suas diferentes
modalidades, em toda a micro-região de abrangência desta universidade.
2. Para cumprir com estas atribuições, o Núcleo de Pesquisa Histórica deve elaborar pelo menos um
projeto de pesquisa a cada ano, projeto este a ser submetido aos órgãos competentes da universidade ou a outras
agências de amparo à pesquisa em âmbito estadual e nacional para efeito de discussão e aprovação, assim como
deve apresentar obrigatoriamente um relatório semestral de suas atividades.
3. Visando o cumprimento das funções para as quais é criado, cabe ao Núcleo de Pesquisa Histórica
manter-se permanentemente acessível aos cursos de graduação e pós-graduação instituídos pela universidade, em
especial os de História, a fim de auxiliá-los em projetos e pesquisas que envolvam de um modo ou de outro o
conhecimento histórico; cabe-lhe, igualmente, manter contatos com a rede de ensino de 1� e 2� graus, com o
objetivo de incentivar e apoiar eventuais atividades de pesquisa de caráter histórico; e, finalmente, cabe-lhe
também estreitar vínculos com o Arquivo Municipal da cidade de Itajaí (bem como com outras instituições e
entidades culturais do município e micro-região) no sentido de conhecer seus acervos e realizações, colaborar
com as pesquisas que estejam sendo elaboradas e empreender projetos comuns.
4. Enquanto tal, o Núcleo de Pesquisa Histórica está vinculado diretamente à Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da Universidade do Vale do Itajaí, sob a responsabilidade de um coordenador nomeado para
um período de dois anos pelo diretor da referida faculdade, a partir de uma lista tríplice encaminhada pelo
coordenador em final de gestão.
5. Para o exercício do cargo de coordenador do Núcleo de Pesquisa Histórica é imprescindível a
titulação acadêmica em grau de mestrado ou doutorado em História, e sua remuneração será equivalente aos
proventos auferidos no exercício mensal de uma disciplina de 04 créditos nos cursos de graduação da Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras da UNIVALI.
138
6. Por fim, o Núcleo de Pesquisa Histórica ficará instalado em uma sala na universidade, provida pelos
órgãos competentes da instituição com os equipamentos indispensáveis para o bom desempenho de suas
atividades (mesa, cadeiras, armários e/ou arquivos, etc).
A partir da implantação do Núcleo partiu-se para a execução de projetos. O primeiro a ser desenvolvido
foi o de Fontes de Pesquisa Histórica. Este projeto teve por objetivos:
- levantar o potencial de acervos públicos e privados existentes na cidade de Itajaí para a realização de
pesquisas de caráter histórico;
- transcrever em fichas padronizadas o conteúdo genérico destes acervos potenciais, seu estado de
preservação e suas condições de aproveitamento;
- elaborar um arquivo sistemático das fontes disponíveis para consulta;
- estimular o conhecimento por parte da população da história de sua própria cidade;
- incentivar a produção de pesquisas de caráter histórico na universidade e fora dela, no âmbito do
município.
Ainda no ano de 1993 foi elaborado o projeto de um livro sobre a História de Itajaí. Este projeto teve
por objetivos:
- coletar de modo sistemático informações sobre a história da cidade de Itajaí no período que vai de
1880 a 1920;
- analisar e discutir estas informações de maneira a perceber as especificidades da cidade no quadro
nacional e estadual;
- definir algumas das mais significativas singularidades da cidade, as quais mereceriam um tratamento
historiográfico;
- redigir um conjunto de textos acerca de variados aspectos da história da cidade, de maneira a reuni-los
numa única publicação;
-incentivar um contato multidisciplinar no âmbito da universidade;
- incentivar a produção de pesquisas na universidade, divulgando seus resultados para o conjunto em
que ela está inserida;
- possibilitar aos professores da rede oficial e particular, alunos e ao público em geral o acesso a textos
sobre a História de Itajaí;
- incrementar os acervos de bibliotecas escolares e de outras instituições interessadas na História da
cidade.
Este projeto está em fase de conclusão, tendo contado com a participação de professores, alunos e ex-
alunos do curso de História. O texto final encontra-se em posse do conselho editorial da Revista Alcance -
Revista de divulgação científica da UNIVALI- que estuda as possibilidades de publicação dos artigos em número
especial da revista, a qual deverá sair no início de 1997.
Com a implementação do Programa de Bolsa de Iniciação Científica (PROBIC), o Núcleo encaminhou
os seguintes projetos de pesquisa:
- Sanatório Santa Beatriz de Itajaí: uma Dissecação Histórica;
- Do Jovem para o Jovem: A Experiência da Pastoral de Juventude da Comarca de Brusque;
- Caminhos de Ferro Mandaram Asfaltar: História e Memória da Ferrovia em Itajaí;
139
- Nos Teatros de Operações na Itália, Eu Vi a Cobra Fumar: Memórias dos Veteranos da Força
Expedicionária Brasileira da Foz do Itajaí;
- Construindo a Resistência: a Experiência dos Estivadores do Porto de Itajaí - 1922/1995;
- MAREJADA: Festa Portuguesa e do Pescado em Santa Catarina: Na Invenção da Tradição, a
Construção da Identidade Açoriana.
Dos projetos acima mencionados, foram aprovados o do Sanatório Santa Beatriz de Itajaí: Uma
Dissecação Histórica, do aluno Francisco Alfredo Braun Neto (já concluído) e o da Marejada: Festa Portuguesa e
do Pescado em Santa Catarina: na Invenção da Tradição, a Construção da Identidade Açoriana, do aluno Honório
Bertolini (em curso).
O Núcleo, através do professor José Bento Rosa da Silva, orientou a pesquisa de alguns alunos do Curso
de Fonoaudiologia em 1995, por sugestão daquele departamento. Este projeto teve a perspectiva de historicizar a
fonoaudiologia em Itajaí, através da temática: “Fonoaudiologia em Itajaí: um Ponto de Partida.”
Esta monografia possibilitou outra, que visou investigar o comportamento dos pacientes que são
atendidos no consultório de Fonoaudiologia da UNIVALI. O tema foi: “A Sala de Espera”. Esta monografia foi
realizada no 1� semestre de 1996.
Outra atividade desenvolvida pelo Núcleo foi a orientação de trabalho monográfico de alunos egressos
do curso de História e que cursavam a Especialização em História promovida na UNIVALI.
No ano de 1996 foi constituído ainda o Núcleo de História Oral, que funcionará junto ao Núcleo de
Pesquisa em História, com a participação de professores e alunos do Curso de História e de outros Cursos,
buscando uma perspectiva interdisciplinar. As reuniões ocorrem aos sábados, pela tarde, revezando
semanalmente com as reuniões do Núcleo de Pesquisa, o que torna os encontros quinzenais.
O Núcleo de História Oral (Oficina de História Oral) tem como Coordenador o Professor Ivan Carlos
Serpa, e está filiado à Associação Brasileira de História Oral.
O Núcleo de Pesquisa em História, em parceria com o Departamento de História, organizou a Semana
de História (20 a 24 de maio de 1996), com a temática: Formação e Atuação da Elites do Vale do Itajaí.
Cabe lembrar ainda que no mês de setembro de 1996 foi lançado o livro do Professor José Bento Rosa
da Silva, “Negras Memórias”, uma versão de sua dissertação de mestrado, e que divulga para toda a comunidade
um trabalho de pesquisa que poderia ficar restrito a um ambiente eminentemente acadêmico.
Uma atividade que pode ser considerada uma iniciativa inovadora, no que diz respeito ao ensino no
curso de História, está sendo desenvolvida pela disciplina de prática de estágio supervisionado. Em parceria com
a Coordenação de Prática de Estágio, foi montado um projeto, que está assim dividido:
- Identificação da realidade sócio-econômica da escola, dos professores, Coordenação do Projeto de
Ensino e alunos. Identificação das disponibilidades materiais presentes na escola (vídeo/TV, retroprojetor,
biblioteca, etc.). Levantamento sobre a formação do(s) professor(es) de História na escola escolhida.
- Identificação dos Problemas na relação professor-aluno no processo de produção do conhecimento.
Reconhecimento de como se dá o processo de ensino-aprendizagem na escola em relação ao ensino de História,
observando a prática pedagógica.
- Delineamento de estratégias que venham a contribuir na prática do professor de História em sala de
aula. Sugerir e identificar problemas no uso dos suportes pedagógicos ( vídeo/TV, etc.)
140
- Encerramento do estágio com uma Oficina, que será oferecida aos professores de História da rede
oficial de ensino, com direito a um certificado de 20h/a. Nela, o estagiário entra em contato com o professor da
rede oficial, onde as temáticas abordadas e os problemas localizados serão discutidos. A proposta de uma ação-
reflexão-ação, com a participação de todos os integrantes da oficina, possibilita um momento de análise da
prática do professor em sala de aula.
Esta última etapa será realizada na semana de 04 a 08 de novembro de 1996. Cada equipe de estagiários
contará com a orientação de um professor do Curso de História. Nesta semana, os alunos que não estiverem em
estágio, participarão das oficinas oferecidas.
4.5.4 Como se situa a atuação do Curso no contexto da Faculdade, Universidade, bem como no contexto
nacional
O curso de História da UNIVALI demonstrou um bom desempenho no período analisado por esta
subcomissão (1990/1996). Os dados apontam para uma dinâmica participação nos eventos inerentes ao campo de
atuação do profissional de História (professor e pesquisador).
O curso de História da UNIVALI promoveu de 08 a 12/09/1992 o I Encontro Regional de História, com
o tema “América: Versões e Controvérsias”. Este evento foi organizado em parceria com a ANPUH/SC
(Associação Nacional de História/Núcleo de Santa Catarina).
O II Encontro Regional de História aconteceu de 29/08 a 02/10 de 1994. A temática desenvolvida foi:
Identidades e Diversidades no Sul do Brasil.
Outro evento importante, do qual o Curso de História da UNIVALI participou, foi o VI Encontro
Estadual de História: História e Novas Linguagens: Ensino e Pesquisa, de 26 a 29 de agosto de 1996. Este
encontro, realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), contou com a participação do Programa
de Pós-Graduação em História e Departamento de História da referida universidade, da Universidade do Estado
de Santa Catarina (UDESC), através do Departamento de Estudos Geo-Históricos, da Universidade do Vale do
Itajaí (UNIVALI), através do Departamento de História e da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão, e da
ANPUH/SC, Associação Nacional de História/Núcleo de Santa Catarina. Neste mesmo evento, vários
professores do curso de História da UNIVALI fizeram comunicações, além de oferecerem oficinas e mini-cursos.
Também alunos e egressos participaram, tanto assistindo como apresentando trabalhos em andamento. Ainda
neste evento, a professora Marlene de Fáveri foi eleita para compor a nova diretoria da ANPUH/SC, garantindo a
representatividade do curso no panorama da pesquisa e ensino estadual e nacional.
Em todo o período analisado foi realizada a Semana de História, um evento anual que busca integrar e
atualizar professores e alunos do curso. A Semana de História é um evento que já faz parte da própria dinâmica
do curso, atraindo inclusive professores da rede oficial e privada. As duas últimas Semanas de História tiveram
como tema “História e Arte”, de 16 a 20/10/1995, e “A Formação e Atuação das Elites no Vale do Itajaí/ o
Centenário de Irineu Bornhausem”, de 20 a 24/05/1996.
Cabe ressaltar ainda, que o corpo docente do curso de História participa com freqüência de cursos de
capacitação de professores da Rede Municipal e Estadual, o que propicia o tão almejado intercâmbio com a
comunidade. Isto demonstra ainda o respeito e confiança que se deposita nos profissionais de História da
141
UNIVALI, dado que se confirmou com a participação da Professora Marlene de Fáveri na Comissão
Verificadora para o Reconhecimento do Curso de História - Licenciatura e Bacharelado da Fundação
Universidade do Contestado, através da portaria n�118/96/CEE/SC, em Caçador, de 25 a 26 de Julho de 1996.
Nos anos em que não ocorre o encontro Regional da ANPUH/SC, se dá o encontro Nacional da
ANPUH, tornando ambos bienais. No período pesquisado (1990/1996), tanto professores como alunos têm
participado desses encontros e fazem comunicações de suas pesquisas. É na ANPUH nacional (como é
chamada), que se discutem as mais novas idéias, os mais recentes trabalhos de pesquisa, as novas propostas de
ensino e pesquisa. O curso de História participa sempre via Departamento de História e do Centro acadêmico de
História( que também participa na organização das Semanas de História na UNIVALI), e é através da divulgação
promovida por ambos que os professores da Rede Oficial e particular podem eventualmente participar. Através
da análise do currículo dos professores observa-se a intensa participação nos encontros nacionais, tanto sendo
palestrantes como ouvintes.
4.5.5 Análise apreciativa do desempenho docente
A relação do corpo docente de História, fornecida pelo SRD/SDD, em 11/07/1996, nos dá uma noção da
evolução da titulação do quadro de professores do curso. Dos quinze nomes constantes na lista, apenas um é
especialista - Lourival Andrade Júnior, que manifesta interesse em seguir para o mestrado. Este dado permite
visualizar um corpo docente preocupado com o aprimoramento e atualização acadêmica.
Contudo, é nos currículos de cada professor que aparece atualização e produção científica de cada um.
Foram analisados os currículos dos professores vinculados ao departamento de História: oito. São eles:
-Sidney Silva. Mestrando em Educação no Ensino Superior, (FURB).
-Cristiane Manique Barreto. Mestranda em História, (URGS).
-Ivan Carlos Serpa. Mestrando em História, (UFSC).
-José Bento Rosa da Silva. Mestre em História do Brasil, (PUC/SP).
-José Roberto Severino. Mestrando em História, (UFSC).
-Lourival Andrade Júnior.Especialista, (FAP).
-Marlene de Fáveri. Mestre em História, (UFSC).
-Marlus Niebuhr. Mestrando em História, (UFSC).
Nos currículos analisados, a participação em eventos, coordenações, cursos,etc, é constante.
Praticamente todos os professores vão aos encontros regionais e nacionais de História. As reuniões de
Departamento contam sempre com a maioria dos professores, uma espécie de compromisso e dedicação existente
no corpo docente do curso.
Entretanto, a análise dos currículos aponta para outro dado: a pouca produção acadêmica e a recente
experiência em pesquisa (tanto dos professores como do curso ). Esses dados são resultados da estrutura da
própria Universidade, que apenas recentemente tem incentivado a pesquisa, através de fomento próprio e de
órgãos oficiais. A liberação de professores, com hora atividade remunerada é um ponto que possibilitaria um
aumento significativo de publicações e atividades acadêmicas, que tem uma média, para o período de 1990/1996,
de 5,2% de palestras/cursos ministrados por professor; e de 4,5% de publicações feitas por professor. Uma
142
média bastante baixa, apontando para pouco menos do que uma publicação por ano. Cabe salientar que esses
dados estão referidos a um corpo docente ainda bastante jovem (praticamente todos os professores têm menos de
trinta anos), o que de certo modo justifica a pequena produção.
4.5.6 Avaliação das condições gerais de trabalho
Este item teve sua coleta de dados através:
-das atas das últimas reuniões de Departamento (onde sempre se discutem os problemas relacionados
aos curso);
-de uma reunião específica, com a participação do corpo docente e discente;
-de um levantamento feito junto aos professores.
Com relação às instalações físicas, o curso apresenta algumas vantagens, tais como:
-todas as atividades estão concentradas num mesmo espaço físico;
-sala para as atividades do núcleo de pesquisa;
-sala para as atividades do departamento;
-sala para as atividades do centro acadêmico.
Entretanto, o curso (e em alguns casos, por extensão, a Faculdade), apresenta várias deficiências. Entre
elas:
-falta de um auditório próprio (ou da Faculdade de Filosofia), dificultando, sobremaneira, atividades e
eventos que reúnam um maior número de pessoas;
-falta de salas para laboratórios (entendendo laboratório como espaço específico para pesquisa, como,
por exemplo, laboratório de História Econômica, com arquivos, livros, teses, audiovisuais, etc, referentes ao
tema.);
-biblioteca deficiente (parte do acervo que consta nas fichas bibliográficas não existe mais);
-dificuldades de prosseguirem as aulas, devido ao barulho do trânsito nos horários de entrada e saída das
mesmas. Entre 19:00 e 19:40, e 21:30 e 22:00 hs, aproximadamente, o barulho torna-se insuportável;
-praticamente todos os alunos reclamam dos bancos escolares (carteiras), alegando dores nas costas,
desconforto, etc.
Outro problema sério do curso, que já foi citado, é o que se refere ao modo como os professores são
contratados pela UNIVALI. A maior parte dos professores tem muitas dificuldades para viabilizar projetos, e,
consequentemente, aumentar a sua produção acadêmica. Isto se deve, em boa medida, ao fatos dos professores
não possuírem hora/atividade remunerada.
Observando cursos como Oceanografia, Odontologia e Farmácia, encontramos vários professores
contratados por módulos (20, 40 ou 60 h/a). Basta olhar a quantidade de artigos, projetos, orientações que são
desenvolvidos nesses cursos, para percebermos a importância dessa modalidade de contratação no desempenho
docente.
A disponibilidade de professores cria ainda um vínculo maior entre professor/universidade,
aluno/universidade e professor/aluno, possibilitando um melhor desempenho dos cursos que assim funcionam.
143
A implantação dos núcleos de História já começa a criar este ambiente. Porém, ainda não há um número
de professores liberados para a pesquisa,orientação de monografias, etc. Os projetos vão sendo desenvolvidos via
Probic, ou simplesmente pela boa vontade dos professores e alunos envolvidos. A instalação de um computador,
na sala do núcleo, já é um sinal positivo no caminho da criação de um centro de pesquisa em História/Educação.
De maneira geral, essas observações constituem a percepção dos professores e alunos do curso de
História, sendo expressão de debates constantes.
4.5.7 Ações a serem desenvolvidas
- Contratação de professores por módulos (20,40 e 60h/a). Esta contratação deve ser efetuada para
atividades como: orientação de monografias, coordenação dos núcleos de pesquisa, projetos de pesquisa
específicos, etc.
- viabilizar a divulgação das atividades do curso, como pesquisas desenvolvidas, possibilidades de
intercâmbio, etc, (elemento positivo para o aumento da procura pelo curso nos vestibulares). Este trabalho pode
ser efetuado, por exemplo, através da confecção de um vídeo (mais específico do que aquele que já existe), sobre
o curso de História/faculdade de Filosofia, com o apoio do curso de jornalismo e seus laboratórios de mídia.
Muitas pessoas/vestibulandos não têm a menor idéia do que se passa num curso de História, Letras, etc.
- implantação de vestibular de inverno para História;
- implantação de uma biblioteca setorial, gerida pelo próprio departamento de História. Esta atitude visa
diminuir o problema que existe na Biblioteca Central, onde boa parte do acervo acaba roubado. Uma biblioteca
setorial possibilita ainda priorizar a gerência das compras a serem efetuadas, agilizando sobremaneira as
atividades de consulta e pesquisa;
- eliminação da sirene como sinal de delimitação dos horários de aula;
- manutenção de uma comissão de avaliação institucional permanente, sugerindo a autocrítica constante
dos cursos e da própria instituição;
- criação de Centros, como forma de organização dos cursos. Esta forma catalisa, por áreas, os mais
diversos cursos, evitando absurdos como uma Faculdade de Psicologia desvinculada da Educação, ou o
isolamento dos cursos da área de saúde, possibilitando o desenvolvimento de atividades integradas com áreas
afins.
4.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A “radiografia” do curso de História teve um papel muito importante para o corpo discente e docente
que dele fazem parte. Os dados levantados, muitos ainda desconhecidos pela maioria, esclareceram problemas e
possibilitaram a elaboração de propostas e atitudes de mudança efetiva. Entretanto, possibilitaram também
visualizar o que de avanço já se teve nesses cinco anos.
144
Certamente, muitos dos problemas apontados continuarão a existir. Não como expressão da cegueira
proposital ou da incapacidade involuntária. Mas como obstáculos de um difícil percurso a ser seguido por todos,
indistintamente.
147
AS VARIÁVEIS E OS INDICADORES
CURSO DE: História
HABILITAÇÕES: Licenciatura Plena
Bacharelado aprovado pelo CEPE resolução 59 em 14/12/93.
PARECER: 7/650/73 ÓRGÃO: DOU
VAGAS OFERECIDAS:
Semestral: Ano 90/I: 60 90/II: - Anual: 60 Ano 91/I: 60 91/II: - Anual: 60 Ano 92/I: 60 92/II: - Anual: 60 Ano 93/I: 60 93/II: - Anual: 60 Ano 94/I: 60 94/II: - Anual: 60 Ano 95/I: 60 95/II: - Anual: 60 Ano 96/I: 50
VESTIBULARES:
Evolução de vagas: Ano 90/I: 60 90/II: - Inscrições..............: Ano 90/I: 121 90/II: - Evolução de vagas: Ano 91/I: 60 91/II: - Inscrições..............: Ano 91/I: 71 91/II: - Evolução de vagas: Ano 92/I: 60 92/II: - Inscrições..............: Ano 92/I: 44 92/II: - Evolução de vagas: Ano 93/I: 60 93/II: - Inscrições..............: Ano 93/I: 28 93/II: - Evolução de vagas: Ano 94/I: 60 94/II: - Inscrições..............: Ano 94/I: 23 94/II: - Evolução de vagas: Ano 95/I: 60 95/II: - Inscrições..............: Ano 95/I: 46 95/II: - Evolução de vagas: Ano 96/I: 50 Inscrições..............: Ano 96/I: 44
MATRÍCULAS:
Evolução das matrículas: Ano 90/I: 144 90/II: - Vagas oferecidas............: 90/I: 240 90/II: - Ocupadas........................: 90/I: 114 90/II: - Evasão............................: 90/I: 36,80% 90/II: - Repetência.....................: 90/I: 90/II: -
Evolução das matrículas: Ano 91/I: 143 91/II: - Vagas oferecidas............: 91/I: 240 91/II: - Ocupadas........................: 91/I: 111 91/II: - Evasão............................: 91/I: 10,66% 91/II: - Repetência......................: 91/I: 91/II: -
Evolução das matrículas: Ano 92/I: 133 92/II: - Vagas oferecidas............: 92/I: 240 92/II: - Ocupadas........................: 92/I: 080 92/II: - Evasão............................: 92/I: 51,87% 92/II: - Repetência......................: 92/I: 92/II: - Evolução das matrículas: Ano 93/I: 130 93/II: -
Vagas oferecidas............: 93/I: 240 93/II: - Ocupadas........................: 93/I: 53 93/II: - Evasão............................: 93/I: 46,15% 93/II: - Repetência......................: 93/I: 93/II: -
Evolução das matrículas: Ano 94/I: 136 94/II: - Vagas oferecidas............: 94/I: 240 94/II: - Ocupadas........................: 94/I: 78 94/II: - Evasão............................: 94/I: 42,65% 94/II: - Repetência......................: 94/I: 94/II: -
Evolução das matrículas: Ano 95/I: 136 95/II: - Vagas oferecidas............: 95/I: 240 95/II: - Ocupadas........................: 95/I: 54 95/II: - Evasão............................: 95/I: 39,70% 95/II: - Repetência...................... 95/I: 95/II: -
Evolução das matrículas: Ano 96/I: 120 Vagas oferecidas............: 96/I: 240 Ocupadas........................: 96/I: Evasão............................: 96/I: Repetência......................: 96/I:
CONCLUINTES: Evolução dos concluintes: Ano 90/I ..................... 90/II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1987 Matrícula Inicial..............: Sem ....... 19__ Sem. I 1987 Concluintes relação Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 87 Saída................................: 90/I............. 90/II: 26 Taxa de produtividade.....: 90/I.............. 90/II: 43,33% Evolução dos concluintes: Ano 91/I ..................... 91/II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1988 Matrícula Inicial..............: Sem ....... 19__ Sem. I 1988 Concluintes relação Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 88 Saída................................: 91/I............. 91/II: 26 Taxa de produtividade.....: 91/I.............. 91/II: 43,33%
Evolução dos concluintes: Ano 92/I ..................... 92II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1989 Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 89 Saída................................: 92/I............. 92/II: 24 Taxa de produtividade.....: 92/I.............. 92/II: 40% Evolução dos concluintes: Ano 93/I ..................... 93/II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1990 Concluintes relação Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 90 Saída................................: 93/I............. 93/II: 23 Taxa de produtividade.....: 93/I.............. 93/II: 38,33%
Evolução dos concluintes: Ano 94/I ..................... 94/II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1991 Concluintes relação Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 91 Saída................................: 94/I............. 94/II: 10 Taxa de produtividade.....: 94/I.............. 94/II: 16,66% Evolução dos concluintes: Ano 95/I ..................... 95/II......................... Ano de ingresso...............: 19__ 1992 Concluintes relação Entrada............................: Sem ...... Ano.... Sem. I Ano 92 Saída................................: 95/I............. 95/II: Taxa de produtividade.....: 95/I.............. 95/II: 43,33%
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PRÓ-REITORIA ACADÊMICA COORD. VESTIBULAR
EVOLUÇÃO DO CURSO DE HISTÓRIA
90 - 96
VAGAS INSCRITOS CAND./VAGA
90 / 60 121 2,01
91 / 60 71 1,18
92 / 60 44 0,73
93 / 60 28 0,46
94 / 60 23 0,38
95 / 60 46 0,76
96 / 60 44 0,88
ITAJAÍ (SC), 23 DE JULHO DE 1996.
Fonte: Coordenação do Vestibular - UNIVALI
151
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: SUB-COMISSÃO DE AVALIAÇÃO - ETAPA: ABRIL À SETEMBRO 1996.
CRONOGRAMA DE TRABALHO - CURSO: História .CAMPUS: III EQUIPE:- José Bento, José Roberto,
Estagiário (Marco e Rogério)
META OPERACIONALIZAÇÃO: TEMPO (DIA / MÊS) PESSOAL ENVOLVIDO
Itens 1 a 6
Infra estrutura do Curso
Perfil do Curso
Currículo
Corpo Docente
Corpo Discente
Apreciação Geral
Reinvidicações
Relacionar
Considerações
dados encontrados na Secretaria do Curso
fichários da Biblioteca e documentos do Depto
dados encontrados na biblioteca e Pró-Reitoria acadêmica
dados no Depto
setor de registros de diploma e depto
dados na Secretaria, Pós-Graduação, UFSC e FURB
avaliação junto ao Curso
avaliação junto ao Curso
análise dos dados e localização dos problemas
análise dos dados
21 e 23/05 e 11,13 e 18/06
20, 25, 27/06 e 02,04/07
09, 11, 16, 18/07
23, 25, 30/07
01, 06 e 08/08
13,15 e 20/08
22, 27 e 29/08
03, 05, 10 e 12/09
17, 19, 24 e 26/09
01, 03, 08, 10 e 15/10
equipe + secretaria
equipe + bibliotecárias
equipe + funcionários
equipe
equipe + funcionários
equipe + funcionários + CA
equipe + depto + CA
equipe
equipe
153
SETOR: SRD/SDD DATA: 16/07/96
RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE DE HISTÓRIA - 3º GRAU/UNIVALI - 1996 / I
PÓS-GRADUAÇÃO PROFESSOR GRADUAÇÃO NÍVEL TITULO Regime de
Trabalho Data de
Admissão Categoria Funcional
Alberto Machado Niece Educação Física Mestr. Psicologia da Educação (completo) Hora/aula 06/03/86 Adjunto 4 Beatriz Koneski Santangelo
Estudos Sociais História
Mestr. História (em curso) Hora/aula 01/03/89 Adjunto 1
Cristiane Manique Barreto
Ciências Sociais Mestr. História (em curso) Hora/aula 24/07/95 Assistente 3
Elisabeth Caldeira Pedagogia Dout. Mestr.
Educação (em curso) Educação: Educação e Trabalho (completo)
Hora/aula 01/08/86 Adjunto 4
Ivan Carlos Serpa História Mestr. História (em curso) Hora/aula 03/03/95 Assistente 1 José Bento Rosa da Silva História Mestr. História do Brasil (completo) Hora/aula 01/08/86 Adjunto 4 José R. Severino História Mestr. História (em curso) Hora/aula 09/08/93 Assistente 1 Lourival Andrade Júnior Mestr. Hora/aula Assistente 1 Manoel Luiz da C. Freitas Geografia Mestr. Geografia (em curso) Hora/aula 01/03/83 Adjunto 1 Marlene de Faveri Ciências Sociais
História Mestr. História (completo) Hora/aula 01/04/94 Adjunto 1
Marlus Niebuhr História Mestr. História (em curso) Hora/aula 24/04/90 Adjunto 1 Normélio Pedro Weber Estudos Sociais Dout. História (em curso) Hora/aula 15/08/83 Titular 1 Osmar de Souza Letras Dout.
Mestr. Letras: Filos. E Linguist. Portuguesa (completo) Ciências Sociais (completo)
Hora/aula 01/03/77 Titular 4
Sidney Silva História Mestr. Educação no Ensino Superior (em curso) Hora/aula 08/09/87 Adjunto 2 Walter Amaro Baldi Pedagogia Mestr. Educação (em curso) Hora/aula 01/04/91 Adjunto 1
RESOLUÇÃO Nº 59/CEPE/93
APROVA NOVA GRADE CURRICULAR PARA O CURSO DE HISTÓRIA
NO 1º SEMESTRE DE 1994, NA FACULDADE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E
LETRAS DO VALE DO ITAJAÍ.
O presidente do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade do Vale do Itajaí, no uso de
suas atribuições estatutárias, considerando a deliberação do referido Conselho, em sessão realizada dia 14 de
dezembro de 1993,
RESOLVE:
Art. 1º - Aprovar a nova grade curricular anexa, do Curso de História da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras do Vale do Itajaí a ser implantada no 1º semestre de 1994.
Art. 2º - Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação.
Itajaí, em 14 de dezembro de 1993.
Fonte: Reitoria da UNIVALI
139
GRADE CURRICULAR DO CURSO DE HISTÓRIA (ANEXO DA RESOLUÇÃO nº 59/CEPE/93)
PERÍODOS DISCIPLINAS CRED. H/A
Pré-História Geral e do Brasil 04 60
História Antiga 04 60
Introdução ao Pensamento Social e Político 04 60
1º Produção de textos 04 60
Psicologia da Educação 04 60
Estudos de Problemas Brasileiros 02 30
Educação Física 02 30
SUB-TOTAL 24 360
História Antiga 04 60
Teoria da História 04 60
História da Filosofia 04 60
2º Geografia Política 04 60
Psicologia da Educação 04 60
Estudos de Problemas Brasileiros 02 30
Educação Física 02 30
SUB-TOTAL 24 360
História Medieval 04 60
História da América 04 60
3º Teoria da História 04 60
Geografia de Santa Catarina 04 60
História da Educação 04 60
SUB-TOTAL 20 300
História Medieval 04 60
História Moderna 04 60
4º História da América 04 60
História do Brasil 04 60
Estrutura e Func. Do Ensino de 1º e 2º graus 04 60
SUB-TOTAL 20 300
História Moderna 04 60
História da América 04 60
5º História do Brasil 04 60
Historiografia 04 60
Didática 04 60
SUB-TOTAL 20 300
continua ...
140
PERÍODOS DISCIPLINAS CRED. H/A
História Contemporânea 04 60
História do Brasil 04 60
6º História de Santa Catarina 04 60
Historiografia 04 60
Didática Especial em História 04 60
SUB-TOTAL 20 300
História Contemporânea 04 60
História do Brasil 04 60
7º História de Santa Catarina 04 60
Metodologia de Pesquisa Histórica 04 60
Estágio Supervisionado sob a forma de Prática de Ensino de
História
08 120
SUB-TOTAL 24 360
História da Região do Vale do Itajaí 04 60
História da Arte 04 60
8º Disciplina Optativa 04 60
Orientação de trabalho monográfico 08 120
SUB-TOTAL 20 300
TOTAL 172 2580
TOTAL GERAL (excetuando-se Estudo de Problemas Brasileiros - 1º e 2º / Educação Física
08 120
TOTAL GERAL 164 2460
141
V CURSO DE LETRAS
SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
José Marcelo Freitas de Luna
Ivone Moraes Sarubbi
142
5.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
FACULDADE: FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS
CURSO: L E T R A S AUTORIZAÇÃO - PARECER Nº 98 / 68 / CEE / SC RESOLUÇÃO Nº 22 / CEPE / 93 RECONHECIMENTO - DECRETO Nº 71.650, DE 02 / 01 / 73
DIRETOR - DANILO CAMPESTRINI VICE - DIRETOR - OSMAR DE SOUZA COORDENADOR - OSMAR DE SOUZA RESPONSÁVEL SECRETARIA - ROSILENE DE AMORIM TEIXEIRA
143
5.2 INTRODUÇÃO
Atingir índices de qualidade cada vez mais significativos caracteriza-se como a meta de indivíduos,
organizações e instituições diversas. Tem sido assim já há muito. Contudo, processos de internacionalização dos
mercados econômicos e seus conseqüentes desdobramentos em competitividade para as esferas das sociedades
modernas têm intensificado essa busca.
Tão intenso é esse processo que, hoje, podemos abordá-lo como uma verdadeira revolução, através da
qual paradigmas institucionalizados têm sofrido rupturas, sendo substituídos por outros, ajustados à nova ordem.
Esses, como sugerido acima, são marcados por uma palavra, qual seja, qualidade, que, de tanto usada,
soa, às vezes, mais como um jargão do que propriamente como uma meta desse final de século. Não obstante
essa eventual interpretação, o conceito qualidade implica metas e movimentos mais estáveis e duradouros. Dito
de outra forma, parece-nos que não há como dissociar as nossas tarefas cotidianas, domésticas ou profissionais,
por mais simples ou complexas que sejam, do referencial de qualidade.
Simultaneamente à convivência com a necessidade de fazer e obter qualidade em tudo, as sociedades de
hoje estão vivendo com a necessidade de avaliar-se e avaliar. Em outras palavras, a busca por qualidade tem sido
necessariamente precedida por um processo sério de (auto-) avaliação. Para sabermos que índice atingir, temos
de ter mais que o desempenho de nossos concorrentes como parâmetro. Precisamos, ainda, saber o que somos e
como nos situamos em termos de qualidade em meio aos nossos objetivos e metas.
Conhecer-se assim requer um estágio muitas vezes penoso de avaliação. Toda avaliação
tradicionalmente tem essas características. Por outro lado, objetivamos a qualidade, a promoção, e isso nos
anima. Para tal, temos de ser testados, revelados em nossas falhas e acertos; temos de ser avaliados, e isso nos
incomoda.
Mais forte, contudo, do que essa sensação de ansiedade e medo tem sido o objetivo de evoluir,
melhorar. Nenhum indivíduo ou instituição tem se furtado a esse exercício de avaliar-se para atingir qualidade e,
com isso, colocar-se em competição com os seus pares.
As universidades, objeto do nosso estudo, não podiam e não ficaram de fora desse processo. Instituições
seculares e tradicionalmente reconhecidas pela sua função de criação e difusão do saber científico, têm passado
recentemente por questionamentos e cobranças. Em função de um mercado cada vez mais competitivo, têm sido
chamadas a formar os seus alunos, futuros profissionais, com a qualidade que o mercado requer.
Apesar do seu costumeiro exercício de avaliar, como método sistemático de ensino-aprendizagem, as
universidades têm enfrentado a necessidade de auto-avaliação como um processo oportuno, pertinente, mas
igualmente inquietante. Contudo, como outras instituições, as universidades têm avançado em busca da
qualidade, através de um sério processo de avaliação em todos os níveis de sua estrutura e ações.
Como sugerido anteriormente, esse é um processo quase universal. No que concerne às universidades,
em alguns países essa experiência já é mais antiga, porém não acabada. Sim, porque esse é um processo que, uma
vez instalado, deve ser constante e contínuo.
Embora divirjam em data de implantação, recursos e outras variáveis, todas essas experiências dividem
a busca por qualidade como razão de sua prática.
144
A partir do Relatório do 1º Seminário Internacional de Avaliação Institucional, realizado em Recife, em
dezembro último, aprendemos que a avaliação de universidades em países ricos como o Canadá e Inglaterra, ou
tradicionais, em termos educacionais, como a Holanda e Portugal assemelha-se em objetivos a de países mais
pobres, como Colômbia, Cuba e México.
Ilustrando: se, por um lado, as universidades inglesas já experimentam avaliações há muitos anos, a
ponto de sentirem “certa fadiga” (p.18), as suas necessidades e objetivos de avançar em qualidade continuam os
mesmos. São, assim, semelhantes aos objetivos da avaliação institucional em países menos experientes como o
Brasil.
Aqui, as universidades têm sido convidadas e respaldadas em seus processos de avaliação institucional
pelo Programa de Avaliação das Universidades Brasileiras - PAIUB. Esse programa, que é apoiado pela
Secretaria de Ensino Superior do Ministério de Educação, visa não só apoiar financeiramente o processo de
avaliação mas também torná-lo institucionalmente autorizado.
A UNIVALI destacou-se como uma das poucas universidades brasileiras através da aprovação, em
primeira análise, de seu Projeto de Avaliação Institucional, em 1994. Anteriormente à aprovação, fora constituída
pela Reitoria da UNIVALI uma Comissão de Avaliação Institucional que tinha como objetivo dar início ao
trabalho de avaliar para gerar melhorias na nossa Instituição. Desde então, tem sido essa a meta da Comissão
Central e das subcomissões, que, ao longo desse processo, engajam-se com o mesmo propósito.
Nesse contexto, apresenta-se o trabalho da subcomissão de avaliação do curso de Letras. Parte
integrante da metodologia de trabalho da Comissão Central, as subcomissões objetivam fotografar os cursos da
UNIVALI em detalhes reveladores de seus pontos fortes e fracos. A partir desse diagnóstico mais
particularizado, a Comissão Central terá dados para uma avaliação geral mais fiel à realidade de cada curso em
suas múltiplas variáveis.
O presente Relatório tem como objetivo apresentar os resultados da análise qualitativa e quantitativa
feita pela subcomissão, junto ao curso de Letras. Inicialmente, procederemos à descrição do referido curso em
termos históricos. Especificamente, abordaremos, nesse primeiro estágio, o aspecto legal de sua criação e
implantação do seu primeiro currículo. Em seguida, procederemos à análise qualitativa do curso. Nesse ponto,
serão discutidos o desempenho global do curso no período de 1990 a 1996/1, os seus currículos, as suas
atividades e produções mais significativas, o seu corpo docente, sua infra-estrutura e as ações programadas para
sua melhoria por parte dos alunos, professores e coordenação de Letras. Para fins da análise qualitativa, serão
apresentados dados quantitativos em gráficos e quadros. Comporão também o presente relatório cópias de
documentos-fonte da pesquisa.
Como recorte de análise, destacamos dois períodos: o primeiro compreende da data de implantação do
curso, até 1990; o segundo, de 1990 até o semestre 1996/I. Inicialmente, abordaremos, no histórico abaixo, o
primeiro período, de forma resumida, tendo em vista a carência de dados e o interesse da Comissão Central por
informações acerca dos últimos seis anos. O segundo período, por sua vez, será tratado com mais detalhamento
nos itens que dão seqüência ao referido histórico.
5.3 HISTÓRICO DO CURSO DE LETRAS
145
O curso de Licenciatura em Letras foi criado através do parecer nº 98 de 1968 do Conselho Estadual de
Educação do Estado de Santa Catarina. Seu reconhecimento deu-se pelo Decreto nº 71.650 de 02 de janeiro de
1973. Caracteriza-se, assim, como um dos primeiros cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Vale
do Itajaí, a qual foi autorizada a funcionar pelo mesmo Parecer, apesar de terem iniciado as suas atividades em
junho de 1965.
CURSO CAMPUS AUTORIZAÇÃO RECONHECIMENTOS HABILITAÇÃO TURNO
. Letras I Parecer nº 98/68/CEE/SC Resolução nº 22/CEPE/93
Decreto nº 71.650, de 02/01/73
*Licenciatura em Língua, Literatura Portuguesa e
Espanhol.
Not.
*Licenciatura em Língua, Inglesa.
*Secretariado Executivo
Vestibular
VAGAS
Nº DE SEMESTRES
DURAÇÃO
* ESTÁGIO
C / H
CRÉD.
TÍTULO
Jan Jul LETIVOS MÁX. ANOS
Janeiro 60 - 8 7 240 2,550 170 Licenciado
8 240 2,550 170
8 120 2,550 170 Secretário
Executivo
Inicialmente, revelou-nos um dos alunos da primeira turma, o curso de Letras oferecia habilitação nas
Línguas Portuguesa, Inglesa, Francesa e Alemã e respectivas Literaturas. Contudo, quando de sua criação
autorizada, em 1968, os primeiros alunos formados nas línguas Francesa e Alemã não puderam ter seus diplomas
reconhecidos nessas habilitações, tendo em vista que o reconhecimento só se deu para o Vernáculo e a Língua
Inglesa. Com apenas essa habilitação, Licenciatura em Português e Inglês, o currículo do curso permaneceu até
1993, como veremos abaixo.
As aulas de Letras foram sempre ministradas no Campus I, no período noturno. O acesso de alunos
promove-se através de vestibulares de verão exclusivamente, tendo como número de vagas 50, até 1991 , a partir
de quando esse número foi elevado para 60. Atualmente, esse número é de 50 vagas.
O seu currículo, composto de 8 semestre letivos, sempre seguiu as exigências do Conselho Federal de
Educação. Desde a sua criação, o curso passou por cinco reformulações curriculares. A primeira registrou-se em
1968, em meio a uma reforma de outros cursos da Faculdade. Comparando-se a estrutura modificada à original,
percebemos que as alterações não provocaram atualização de disciplinas ou ampliação das habilitações.
Consequentemente, sua aplicabilidade continuou a sofrer os reflexos de três problemas básicos, que de certa
146
forma ainda permeiam o estágio mais atual do curso. É importante anunciar que boa parte das discussões em
torno da qualidade do curso refere-se à Língua Inglesa, o que justifica um relato mais longo e subsidiado sobre
essa habilitação.
O primeiro desses problemas identifica-se com a formação do corpo docente do curso. Parece ter
sempre se constituído um problema encontrar profissionais qualificados e eficientes para o ensino, sobretudo da
Língua Inglesa. Para as outras disciplinas, os registros mostram que boa parte formara-se na UNIVALI e passara
a integrar o quadro do curso como recém-formado ou como aluno de curso de Especialização, muitas vezes de
área não tão relacionada ao curso. Cabe aqui, naturalmente, destacar que esse quadro justifica-se, levando-se em
consideração a gênese de cursos de outras universidades, até o início dos anos 80, pois, até essa época, a
existência de cursos de mestrado no país ainda era bastante limitada.
O segundo problema reside no grau de conhecimento prévio de Língua Estrangeira, particularmente,
trazido pelo aluno de Letras do 2º grau. As atas das reuniões registram que esse sempre se caracterizou como
ponto de freqüente discussão envolvendo alunos, professores e coordenação do curso. Por um lado,
tradicionalmente, os alunos chegavam ao curso com conhecimento de iniciante no aprendizado da Língua
Inglesa. Esperavam acessar do mais básico ao mais complexo conhecimento dentro do curso, como forma de
tornarem-se professores da referida língua. Por outro lado, os professores parecem nunca ter encontrado a
metodologia adequada para desenvolver as habilidades necessárias nos alunos. A dúvida registrada nas referidas
atas traduz-se em começar do zero, ou seja, com conhecimentos básicos e não chegar ao avançado, pois não se
dispõe de tempo para isso, ou ignorar essa falta de conhecimento prévio e avançar em direção ao objetivo de
formar professores com conhecimento avançado da língua, nem que para isso sejam formadas lacunas de
conhecimento. Por conversas informais mantidas com alunos egressos de diferentes anos, com quem
eventualmente encontramos em cursos de reciclagem ou de pós-graduação, concluímos que a segunda alternativa
de trabalho fora a mais utilizada pelos professores que passaram pelo curso de Letras. Em outras palavras, os
professores de Língua Inglesa sempre tiveram como meta fazer ensino de Língua Inglesa nos moldes
universitários. Universitário, na interpretação dos professores, significava avançado nos termos lingüísticos. A
incoerência, aqui já antecipamos uma crítica a tal abordagem, consistia em insistir nessa interpretação
repetidamente, em detrimento da elaboração de uma metodologia para o trabalho com variáveis que se
mostraram mais que recorrentes.
Finalmente, o terceiro maior problema do curso residia na falta de opções por outras habilitações no
currículo. Até a recente reforma de 1993, o curso oferecia apenas a opção de Inglês como língua estrangeira.
Como dito acima, os alunos tradicionalmente chegavam ao curso sem conhecimento prévio dessa língua e,
geralmente, com atitude e motivação negativas para aprendê-la. Quando perguntados, muitos se diziam
interessados apenas no Português, mas se viam “forçados” a fazer Inglês. Da forma como se apresentava até
1993, o currículo de Letras restringia o direito e, conseqüentemente, limitava a vocação e a motivação do aluno
de usar de uma margem maior de escolhas, quando da definição de sua profissão. Levados sob pressão pelo
caráter compulsório dos créditos de Língua Inglesa, os alunos participaram de um processo que contrariava todos
os princípios norteadores da relação ensino-aprendizagem. Para agravar esse quadro, por esse currículo, não
havia pré-requisito para as disciplinas de Língua Inglesa, ou seja, os alunos, independentemente de aprovação em
semestres iniciais podiam, e sempre o fizeram, seguir adiante na estrutura do curso. Era bastante comum
147
encontrar alunos que haviam sido reprovados em Língua Inglesa I e II fazendo Língua Inglesa VII ou VIII, por
exemplo. Novamente, uma situação absurda do ponto de vista didático que perdurou por quase 35 anos.
Em agosto de 1988, deu-se a instalação do laboratório de línguas da UNIVALI. Inicialmente com 20
cabinas, o laboratório passou a atender exclusivamente os alunos de Letras, os quais desenvolviam suas
habilidades orais e auditivas com a orientação de um professor. A expectativa, segundo informações prestadas
pelo professor do período em discussão, era desenvolver o aprendizado, que, àquela altura, não registrava índices
de sucesso. Nenhuma mudança didática foi promovida, contudo. Livros e estratégias usados anteriormente à
criação do laboratório continuaram a ser adotados. Os recursos de utilização do laboratório não foram
adequadamente aproveitados com vistas à erradicação dos problemas já apontados acima.
Motivada pela insatisfação dos professores e alunos de Língua Inglesa do período 1988 - 1990/1, a
Direção da Faculdade resolveu contratar novos professores para auxiliarem na condução das aulas. A idéia era
manter dois professores de Língua Inglesa para cada fase do curso, o que possibilitaria um trabalho mais
personalizado e dividido por habilidades lingüísticas. Explicando: um professor trataria da parte de leitura e
escrita em sala comum com uma metade da turma, enquanto que outro desenvolveria a parte de compreensão oral
e auditiva no laboratório com a outra metade da mesma turma.
Para este fim, foi contratado um professor com mestrado concluído, em Língua Inglesa, que passou a
desenvolver as atividades em sala de aula comum. Esse esquema de divisão de turmas durou apenas três
semestres 90/2 a 91/2. Ao assumir a chefia do Departamento de Línguas Estrangeiras, exercício 1991 / 1993 o
recém contratado professor passou a operar modificações que marcaram o segundo recorte de análise do curso.
5.4 HISTÓRICO DA COMISSÃO
No dia 11 de março de 1996, por convocação da Direção da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras,
reuniram-se os professores do Curso de Letras para tratarem da composição da subcomissão de Avaliação do
curso.
Candidataram-se os professores Dr. Osmar de Souza, Maria de Assis Straseio, Geremias Moretto, José
Marcelo Freitas de Luna e Ivone Moraes Sarubbi.
Por votação, foram eleitos os Professores José Marcelo Freitas de Luna e Ivone Moraes Sarubbi,
cabendo a cordenação, ao Prof. Dr. Osmar de Souza.
A Portaria nº 116/96, de 02 de maio de 1996, nomeou a subcomissão e estabeleceu o período de 15/04 a
15/10/96, para início e conclusão dos trabalhos, respectivamente.
Ao assumirmos a subcomissão fez-se clara a necessidade de priorizarmos etapas para melhor atingirmos
as metas a que nos propusemos.
Em primeira instância reunimo-nos no dia 06/05/96 com o corpo docente, para cientificá-los das metas a
serem alcançadas pela subcomissão, tendo naquela ocasião ficado estabelecido que promoveríamos uma reunião
com o corpo docente e discente, no dia 14 de maio de 1996, com os seguintes objetivos:
� cientificarmos docentes e discentes das proposições do nosso trabalho;
148
� colhermos informações quanto às posições dos mesmos em relação à eficácia das metas propostas
pelo Perfil Profissiográfico do curso.
O segundo passo foi acessarmos dados que demonstrassem a real situação do curso, como um todo.
Com esse intuito, passamos a nos reunir semanalmente, às 2ªs e 6ªs feiras no período vespertino, em uma
sala do NELLE. A partir daí foram desenvolvidas estratégias que nos permitiriam atingir as metas propostas.
Nossa primeira providência foi viabilizar a reunião agendada para o dia 14 de maio de 1996. Para isso,
distribuímos para alunos e professores de Letras, antecipadamente, o Perfil Profissiográfico do curso para que se
tomasse conhecimento do seu teor, acompanhado das devidas orientações quanto àquela finalidade.
No dia aprazado, reuniram-se os componentes do Curso de Letras, na UNIVALI; explicou-se a
finalidade do encontro, o marco que constitui o fato da avaliação do curso em questão, e conseqüentemente, a
importância da percepção de alunos e professores, a respeito do Perfil Profissiográfico, objeto de estudo.
Foi distribuído a cada professor o Ofício 02/CAL/96, contendo os seguintes tópicos que ajudariam a
orientar a tarefa solicitada:
� Identificação da Disciplina e do tempo em que a ministra;
� Metodologia empregada;
� Objetivos;
� Resultados efetivamente obtidos (resposta dos alunos aos seus objetivos);
� Pertinência dos objetivos e do Perfil Institucionalizado do curso;
� Coerência ou discrepância entre o perfil objetivado e o efetivamente adquirido pelo aluno na sua
disciplina;
� Comentários e sugestões de mudanças para sua disciplina e o curso em geral.
O aluno, por sua vez, recebeu o Ofício 03/CAL/96, contendo tópicos que poderiam auxiliar na
avaliação, tais como:
� Identificação do período a que pertence;
� A sua expectativa e objetivos em relação ao curso por ocasião do seu ingresso;
� Pertinência dos objetivos e do Perfil Institucionalizado do curso;
� Coerência ou discrepância entre o perfil objetivado e o efetivamente adquirido (ou em aquisição) por
você nas seguintes sub-áreas:
� Língua Portuguesa;
� Línguas Estrangeiras;
� Literaturas;
� Outras disciplinas de formação do profissional de ensino: Didática, Práticas de Ensino, etc.
� Sua explicação para eventuais discrepâncias;
� Sugestões para mudanças.
Formaram-se grupos de docentes por área de ensino, e discentes por período que estava sendo cursado.
Estabeleceu-se o tempo considerado suficiente para avaliação das proposições, sendo que o resultado deveria ser
149
por escrito, eleitos um professor de cada área para exposição oral dos resultados, o mesmo ocorrendo com os
discentes.
Decorrido o tempo reservado à avaliação em questão, expuseram-se os resultados oralmente, tendo cada
representante entregue o documento avaliatório, por escrito.
Encerrou-se a reunião, com o agradecimento da CAL, à participação e presença de todos, que se deva
salientar, foi maciça.
Os dados daí resultantes foram computados e anexados àqueles que subsidiam o Relatório de Auto-
Avaliação do Curso.
Queremos agradecer sobremaneira aos departamentos e seus representantes que, de pronto e
gentilmente, nos forneceram e colocaram dados à disposição, tendo facilitado e ajudado a desenvolver nosso
trabalho.
Foram compilados os seguintes materiais para subsidiar o relatório:
1. Curso Habilitações;
2. Ordenações legais: Parecer CFE/CEE/CUN/, respectiva Portaria;
3. Vagas oferecidas, total anual e semestral de 1990/1995;
4. Vestibulares: evolução de vagas/inscrições (1990/1995, vagas oferecidas / inscritos);
5. Matrículas: evolução 1990/1 a 1996/1;
6. Vagas oferecidas / ocupadas - % evasão - % repetência por disciplina;
7. Concluintes: evolução dos concluintes 90/1 a 1995/2 - Ano de Ingresso / Matrícula inicial /
concluintes. Quantidade de alunos que se formaram;
8. Infra - estrutura do curso:
� Espaço físico e instalações ocupadas pelo curso;
� Acervo na Biblioteca Central (nº títulos e volumes) em disquete;
� Convênios realizados;
� Laboratórios;
� Multimeios;
9. Perfil Profissográfico do Curso:
� Objetivos geral e específico;
� Características do profissional;
� Campos de atuação do profissional;
10. Currículo Pleno do Curso:
� Forma de realizar o planejamento semestral (curso e disciplinas);
� Metodologia de ensino interligados;
� Composição curricular;
� Formação geral e específica;
� Formas de estágio;
� Monitorias;
� Ementário e bibliografia indicada;
150
� Formas de integralização curricular;
� Formas de coordenação didática do Curso;
� Articulação do Curso com áreas afins (formas e eventos);
� Horário de funcionamento.
11. Corpo Docente:
� Relação nominal, titulação, regime de trabalho, tempo de permanência no Curso e na Universidade,
categoria funcional;
� Informações quanto à mobilidade, mudança da disciplina e carga horária, afastamento para outras
atividades.
12. Professores pesquisadores e alunos envolvidos:
� Projetos de extensão;
� Trabalhos de coordenação / participação em eventos;
� Publicações (livros, artigos em revistas científicas, etc.);
� Publicações do curso.
13. Corpo Discente:
� Número de alunos envolvidos com Projetos de Pesquisa Institucional;
� Número de Bolsistas de Iniciação Científica;
� Número de alunos formados nos últimos cinco anos e quantos se especializaram;
� Percepção dos alunos em relação ao Curso.
No que concerne ao apoio logístico, salientamos que a digitação do material foi desenvolvido por um
técnico colocado à disposição para a realização deste trabalho pela Comissão de Avaliação Institucional, que
cedeu tempo para utilização dos computadores. Agradecemos de maneira especial a atenção que vem sendo
dispensada, bem como a orientação naquilo que se fez necessário.
5.5 ANÁLISE DO DESEMPENHO GLOBAL DO CURSO: PERÍODO 1990 1996/1
5.5.1 Currículo do Curso de Letras: Suas Reformulações e Adequação ao Mercado de Trabalho
Conforme acima anunciado, os problemas mais aparentes do curso sempre disseram respeito à Língua
Inglesa. Desconfiava-se, naturalmente, que as disciplinas relacionadas à Língua Portuguesa também geravam
151
problemas. Contudo, as reclamações sempre denunciaram maiores dificuldades com relação às disciplinas da
língua estrangeira.
Embora as chefias de departamento não contem na UNIVALI, com a autonomia e atribuições
características de tal cargo, as chefias dos departamentos de Letras do período 1991 / 1993 empenharam-se em
modificar o quadro de ineficiência e reclamações instalado no curso . Para tanto, lançou-se mão novamente da
estratégia de reformulação curricular.
Antes, contudo, de se reformular o currículo, a Chefia do Departamento de Línguas Estrangeiras desfez
o esquema de dois professores por turma . Isto foi feito com o respaldo dos alunos, que através de uma consulta
via questionários, avaliaram o esquema como ineficiente e contraproducente, conforme mostra o quadro 02.
QUADRO 02 - AVALIAÇÃO DAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
PERÍODO 1992 / I Aulas de Inglês até
1991/II Aulas de Inglês a partir de 1992/I
Críticas e Comentários Sugestões
-Uso ineficiente do laboratório / apro- veitamento limitado; -Aulas faixas eram cansativas.
-Aulas mais dinâ-micas e produtivas; -Maior coerência nas atividades.
-Alunos devem conscientizar-se de sua posição como acadêmico de Letras; -Desnível origina problemas na a- prendizagem.
-Intercâmbio com outras faculdades; -Maior exposição ao laboratório; -Abolir livro e criar textos; -Aumentar a carga horária; -Após ingressar, se- lecionar alunos através de um teste;
-Oferecer intensivos. Fonte: Questionário Aplicado aos Alunos de Letras - Período 1992 / I
Após semanas de estudos, seminários e reuniões envolvendo professores e alunos do curso, foi aprovado
pelo CEPE, através da Resolução nº 22 de 06 de julho de 1993, o atual currículo do curso de Letras. Conforme
justificativa do próprio Projeto de Reforma Curricular, a mudança era mais uma ampliação de opções, do que
uma reforma. Além da habilitação já existente, passou-se a oferecer Português e Espanhol, como outra
habilitação de licenciatura e Secretariado Executivo Bilíngüe, como bacharelado.
Colocar a segunda opção de licenciatura significava atender a uma demanda crescente por profissionais
do ensino de Espanhol. Fato justificado pelas exigências colocadas por nossa localização geográfica, associadas,
já naquele momento, ao processo de estruturação do MERCOSUL.
A habilitação de Secretariado Executivo, por sua vez, daria, justificávamos, uma natureza mais
dinâmica e funcional ao curso. Pretendia-se oferecer opção não só para aqueles alunos que reúnem motivação e
vocação para o ensino, como também para outros que são movidos por uma motivação mais instrumental e
aplicada. Através dessa reformulação, conseguimos também inserir o esquema de pré-requisito para as
disciplinas de línguas estrangeiras. Essas modificações curriculares atingiram os ingressos no semestre 94/1, que,
no momento, se encontram no 6º período do curso. Como dito antes, dispomos de dados que revelam o nível de
desempenho e satisfação de alunos e professores dentro dessa nova estrutura curricular, sobre o que trataremos
no item 5.5.2.
A reforma de 1993 tomou por base e inspiração currículos de grandes universidades de várias regiões do
país, como forma de se obter parâmetros abalizados para um trabalho sério e comprometido efetivamente com
152
qualidade. A nossa preocupação, repetimos, era construir um currículo atualizado pelas tendências lingüísticas
emergentes da década de 90 e, ao mesmo tempo, voltado para as necessidades dos alunos frente ao mercado de
trabalho.
Antes de descrever com mais detalhes as mudanças feitas, parece-nos necessário revelar que duas
grandes dificuldades perseguiram a nossa tarefa. Referimo-nos ao caráter horista de nosso regime de trabalho na
UNIVALI e à preocupação com a criação de um currículo que fosse também viável em termos financeiros. O
caráter horista fez com que mudanças mais agressivas não pudessem ser feitas, por implicarem em perdas de
turmas e de salário, por parte de alguns professores dos dois departamentos. Quanto à viabilidade financeira, a
primeira turma enfrentou problemas que serão abaixo discutidos.
O currículo reúne disciplinas que seguem as especificações legais e se identificam com a vanguarda da
área de Letras e Lingüística no país. As disciplinas de línguas estrangeiras possuem carga horária ampliada e
dividida por algumas habilidades lingüísticas, particularmente as que se referem à oralidade. Essas disciplinas
também destacam-se por uma orientação cultural, impressa de forma implícita nos conteúdos e materiais
didáticos, e desenvolvida de forma explícita em programas de ensino sobre as culturas dos países falantes das
duas línguas estrangeiras em questão.
Organizado a partir de um tronco comum englobando os três primeiros semestres do curso, ao longo dos
quais os alunos são expostos a disciplinas das três habilitações, o currículo objetiva subsidiar o aluno para uma
decisão mais acertada. Essa é feita no final do terceiro semestre.
Alunos e professores esperavam, a partir da reforma de 1993, que as turmas tivessem oportunidade de
fazer valer suas eventuais escolhas. Contudo, por razões financeiras, a primeira turma experimentou a desilusão
de não poder se dividir em três e, assim, seguir as suas vocações, conforme havia sido acenado. Todos os alunos
dessa turma tiveram que continuar a reproduzir o esquema antigo, ou seja, estão fazendo a habilitação Português
/ Inglês. A segunda turma fez a sua opção em 96/1 e conseguiu que duas habilitações fossem garantidas. Estão
em desenvolvimento, portanto, pela primeira vez na história do curso, duas habilitações: Português / Inglês e
Português / Espanhol, reunindo alunos que, pelo menos teoricamente, estão fazendo aquilo que de fato desejam.
153
5.5.2 O Novo Currículo na Opinião de Professores e Alunos do Curso
Respaldados pelo processo de avaliação institucional, promovemos, conforme já abordado no item 5.4.,
uma reunião com alunos e professores de Letras, objetivando levantar dados para uma análise qualitativa do
referido currículo.
Precisamente, centramos o roteiro e as discussões em torno do Perfil Profissiográfico e objetivos do
curso. A idéia era extrair dos alunos suas opiniões quanto ao grau de pertinência do perfil e a coerência entre o
objetivado / institucionalizado e o efetivamente adquirido por eles, em grupos de disciplinas, ao longo do curso.
Da mesma forma, procedemos em relação aos professores, que tinham de cruzar os seus objetivos em relação aos
alunos com os resultados atingidos. De ambos os segmentos solicitamos explicações, comentários e sugestões,
para o por eles relatado.
QUADRO 4 - PERFIL PROFISSIOGRÁFICO E OBJETIVOS DO CURSO SISTEMATIZAÇÃO DOS RELATÓRIOS APRESENTADOS PELOS ALUNOS
CATEGORIAS RESPOSTAS RECORRENTES
EXPECTATIVA / OBJETIVOS DO ALUNO INGRESSO
Aquisição de competência para o ensino e aprimoramento dos conhecimentos
OBJETIVOS E PERFIL INSTITUCIONALIZADOS
Expressam concordância e acrescentam que o comando lingüístico a ser adquirido deve ser amplo e não satisfatório, como consta no documento.
PERFIL OBJETIVADO E O
lingüística/ língua portuguesa
línguas estrangeiras
literaturas outras disciplinas
ADQUIRIDO: COERÊNCIA OU DISCREPÂNCIA?
Parcialmente coerente com necessidade de aproximar conteúdo teórico da prática da escola onde ensinam (rão).
Discrepância tendo em vista a falta de embasamento lingüístico prévio.
Relativa coerência
Discrepância em função da disciplina ser trabalhada tardiamente.
EXPLICAÇÃO PARA DISCREPÂNCIA
Carga horária de lingüística reduzida, base do 2º grau precário.
Falta de conhecimento prévio.
Não há dis-crepância.
Didática deveria estar nos primeiros períodos.
SUGESTÕES PARA MUDANÇAS
Reformulação e ampliação curricular: maior carga horária para didática e inclusão de ética e Literatura Universal; contratação de professores mais qualificados; mudança do método de avaliação; opções devem ser feitas já no 1º período.
Fonte: Questionários Aplicados aos Alunos de Letras - Período - 1996 / I.
Como mostra o quadro 4, os alunos avaliam os objetivos e perfil institucionalizados do curso como
pertinentes. Acrescentam, inclusive, que se deve objetivar um comando lingüístico avançado e não satisfatório,
como consta no documento. Quanto à coerência entre o que se objetiva e o que eles estão adquirindo, as
respostas revelam que há uma significativa discrepância, principalmente no que diz respeito às línguas
estrangeiras. Ressaltamos que essas opiniões referem-se principalmente à Língua Inglesa, visto que, pelo seu
recente ingresso, a Língua Espanhola ainda não forneceu dados geradores de opiniões. Os alunos reconhecem,
154
contudo, que as discrepâncias ocorrem em função da falta de embasamento lingüístico prévio. Essa constatação
permite-nos comprovar a nossa hipótese, expressa acima, em forma de problema recorrente a ser resolvido.
Permite-nos também cruzar esses dados de 96/1 com aqueles apresentados no quadro 02, referentes a 94/1 e
encontrar uma coerência expressiva.
No que concerne à Língua Portuguesa e Lingüística, os alunos atestam uma coerência parcial, que ganha
valores mais positivos pela aproximação feita, por essas disciplinas, entre a teoria e prática. Para os alunos, as
disciplinas ligadas a essas áreas têm resolvido os problemas por eles encontrados enquanto profissionais do
ensino de 1º e 2º graus.
Por outro lado, as disciplinas ligadas à área pedagógica, como Didática, para eles apresentam
discrepância por serem introduzidas tardiamente no currículo. Quanto às Literaturas, essas apresentam-se como
satisfatórias, no que diz respeito ao que objetivam e o que conseguem formar.
Avaliando as respostas fornecidas pelos alunos, percebemos que os mesmos revelam um grau de
maturidade razoável. Ao reconhecerem suas limitações de conhecimento prévio quando do ingresso do curso e
suas expectativas de crescimento intelectual como egresso, demonstram que querem ser partícipes do processo
ensino-aprendizagem. Por outro lado, percebemos que a expectativa dos alunos de terem esse processo facilitado
pelos professores é bastante grande. Algumas de suas respostas denunciam que os alunos esperam de seus
professores uma assistência que não se identifica com o perfil de maturidade desenhado acima. Esse quadro,
novamente, diz mais respeito à Língua Inglesa, que, por seu grau de dificuldade, sofre acusações que confundem
a sua natureza de língua estrangeira, pertencente a um tronco lingüístico completamente diferente do tronco da
Língua Portuguesa, com o trabalho e eficiência de seus professores. Têm reforçado esse parecer comparações
que estão sendo feitas entre a Língua Inglesa e a Língua Espanhola. Especificamente, alguns alunos, notadamente
aqueles que estão entre o 1º e 3º períodos do curso, dizem que o Espanhol está sendo “melhor ensinado do que o
Inglês”, por estarem os mesmos aprendendo essa língua latina com mais facilidade do que aquela pertencente ao
tronco anglo - saxônico.
Os professores, por sua vez, como mostra o quadro 5, julgaram como pertinentes os objetivos e o perfil
institucionalizados do curso. Quanto à coerência entre o objetivado e o adquirido, as opiniões divergem. Os
professores das disciplinas de Língua Inglesa identificam como totalmente discrepante essa relação, ou seja, o
curso não está conseguindo produzir o que espera. Para os professores de Língua Espanhola, a discrepância é
apenas relativa. Contudo, uma professora dessa língua revela uma certa cautela ao falar sobre esse assunto, em
função do estágio inicial dessa habilitação no curso.
155
QUADRO 5 - PERFIL PROFISSIOGRÁFICO E OBJETIVOS DO CURSO SISTEMATIZAÇÃO DOS RELATÓRIOS APRESENTADOS PELOS PROFESSORES
GRUPOS DE PROFES-SORES/ CATEGORIAS
LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
LÍNGUA PORTUGUESA
LITERATURAS PRÁTICAS DE ENSINO
LÍNGÜÍSTICA
METODOLOGIA Abordagem eclética (comunicativa e gramatical)
Produção de textos; interpretação; dramatização.
Aula expositiva; trabalho em grupo; elaboração e análise de textos; declaração.
Inglês: teoria didática; micro - ensino; estágios. Português: oferta de cursos à comunidade a nível de 1º a 2º graus.
Seminários; aulas expositivas; simulação de aulas a partir da teoria dada.
OBJETIVOS Tronco comum: despertar motivação e fornecer comando de estruturas e funções básicas. Profissional: desenvolver estruturas e funções complexas para gerar fluência.
Redescobrir a língua como forma de produzir textos literários.
Oferecer visão geral e sistemática do panorama histórico das literaturas.
Inglês: treinamento didático; redação. Português: aplicar conhecimentos de língua portuguesa, interrelacionando áreas de estudo.
Desautomatizar o aluno da visão segmentada do funcionamento das línguas.
RESULTADOS Inglês: não há resposta adequada aos objetivos. Espanhol: aproximação relativa dos objetivos desejados.
Correspondem às expectativas.
Resposta positiva. Inglês: há resposta adequada. Português: aproximação relativa dos objetivos desejados.
Há resposta adequada.
PERTINÊNCIA DOS OBJETIVOS E PERFIL DO CURSO
Total pertinência. Total pertinência. ( sem resposta). Inglês: total pertinência. Português: não há pertinência.
Total pertinência.
COERÊNCIA OU DIS- CREPÂNCIA ENTRE O OBJETIVADO E O ADQUIRIDO
Inglês: total discrepância. Espanhol: relativa discrepância.
Discrepância na seqüência dos conteúdos do curso.
Relativa discrepância. Inglês: total discrepância. Português: total discrepância.
Total discrepância.
COMENTÁRIOS / SUGESTÕES
� aumento da carga horária e desdobramento das aulas governadas;
� planejamento por área. � autonomia departamental para
escolha de professores.
� aumento de carga horária;
� reavaliação de ementas e bibliografias.
� aumento de carga horária.
Inglês: antecipação da prática para o 3º período. Português: antecipação da prática para o 5º período.
Revisão de ementas em termos de continuidade.
Fonte: Questionário Aplicado aos Professores de Letras - Período - 1996 / I.
168
As disciplinas de Língua Portuguesa, por outro lado, reconhecem uma discrepância, que é mais interna à
própria disciplina do que à formação geral do aluno. Dito de outra forma, reconhecem os professores haver
discrepância na seqüência dos conteúdos do curso, o que necessariamente tem efeitos sobre a relação em análise.
Nessa linha, apresentam-se as disciplinas de Literatura, que apontam uma ligeira discrepância, enquanto que as
Práticas de Ensino e a Lingüística reclamam uma total discrepância entre o que se apresenta como
institucionalizado e pertinente e o que está efetivamente acontecendo.
A partir dos comentários e sugestões dados pelos professores, podemos discutir as opiniões geradas
pelos mesmos em relação ao currículo. Percebe-se que, diferente dos alunos, os professores não relacionam a
erradicação dos problemas apontados à reforma curricular. Ao contrário, para quase todas as áreas, os
professores reivindicam planejamento e revisão de ementas e programas. Revelam, assim, maturidade para
assumir que de nada adianta reformular um currículo mantendo-se programas amarelados.
Motivados por essa revelação, buscamos os programas do curso e, qual não foi a nossa surpresa, ao
verificar que os mesmos se encontram literalmente amarelados, desatualizados e em completa desarmonia com a
proposta do novo currículo. Os professores de Língua Inglesa sugerem também que seja dada autonomia para o
departamento escolher, contratar e demitir professores da área. Suspeitamos que esse pedido pode ser traduzido
como um crença, por parte dos professores que participaram do encontro no grupo de Línguas Estrangeiras, de
que há outros professores, esses ausentes do trabalho do referido grupo, que não se identificam com a proposta
de trabalho do currículo novo. Apenas para ilustrar essa desconfiança, ficamos sabendo, através de conversas
informais com alunos, que esses professores ainda continuam usando o mesmo material didático da época do
currículo antigo e não freqüentam o laboratório de línguas, base para um ensino mais completo. Isso vem
acontecendo desde que o laboratório foi aproveitado também para ensino extra-curricular de línguas estrangeiras,
compondo-se em um Núcleo de Ensino sob a coordenação inicial do mesmo recém-contratado professor, sobre
cujas ações já discorremos anteriormente.
Depreendemos, a partir dos depoimentos formais e informais acima, que o currículo de Letras, apesar de
atualizado e teoricamente funcional, não está conseguindo provocar efeitos de maior qualidade por causa de três
fatores impeditivos.
Em primeiro lugar, destacamos a falta de planejamento e cobrança, por parte da coordenação do curso
em relação aos professores. Pelos programas analisados, percebemos que embora o currículo novo já esteja a
apenas dois semestres de formar a primeira turma, excetuando alguns poucos casos, nenhum trabalho de
renovação de conteúdos e atualização bibliográfica foi feito pelos professores. Essa falta de mudança talvez
encontre justificativa no fato de não ser prática no curso planejar semestres letivos. Na verdade, mesmo ao longo
desse processo de implantação curricular, nenhum esforço foi feito no sentido de ajustar programas e posturas
didáticas. Conseqüentemente, cada professor continuou a administrar seu conteúdo da forma mais autônoma
(nesse contexto isso não é saudável) e desintegrada possível.
Em segundo lugar, temos que revelar que há claramente dois grupos distintos de professores para as
disciplinas de Língua Inglesa. Distintos em termos de ingresso na Instituição, de formação intelectual e prática de
ensino. Essas diferenças são agravadas por um relacionamento pessoal difícil, que somado às diferenças de
formação profissional, impedem um trabalho integrado e coerente em favor da qualidade do curso. Parte dessas
observações pode ser comprovada pelos depoimentos contidos no quadro 02.
169
169
Finalmente, embora não tenhamos dados, suspeitamos haver um crença, uma cultura instalada em meio
ao curso, de que não é possível aprender, formar-se com eficiência e qualidade em Letras. Tal comportamento
parece ser transmitido de geração de egressos para ingressos no curso, a ponto de se tornar uma grande
dificuldade para professores desmitificar esse quadro.
Embora reconheçamos o valor psicológico do comportamento rapidamente descrito logo acima,
insistimos que eles estão ligados em cadeia e, portanto, sofrerão um efeito cascata de resolução se as
providências anunciadas por parte da coordenação e direção da Faculdade forem tomadas.
5.5.3 Análise apreciativa do corpo docente do curso
A análise feita levou em consideração dados referentes ao corpo docente em exercício mais permanente
no curso. Foram pesquisados 16 professores em termos de titulação e produção científica, conforme metodologia
descrita no item 5.4.
a) Titulação Como mostra o gráfico abaixo, 44% dos professores têm apenas Especialização, enquanto que 6% ainda
estão a desenvolver esse nível de Pós-graduação. Treze por cento (13%) dos professores já possuem Mestrado e
outros 25% estão em fase de conclusão. Apenas 6% do corpo docente têm Doutorado e outros 6% estão em fase
de elaboração de tese.
Desse total de professores, 31% não cursaram qualquer curso de Pós-graduação após suas admissões na
UNIVALI. Sessenta e nove (69%), contudo, fizeram ou estão fazendo cursos de mestrado ou doutorado.
GRÁFICO 01
Titulação do Quadro Docente
44%
6%13%
25%
6%6%
ESPECIALIZAÇÃO COMPLETA
ESPECIALIZAÇÃO INCOMPLETA
MESTRADO COMPLETO
MESTRADO INCOMPLETO
DOUTORADO COMPLETO
DOUTORADO INCOMPLETO
Fonte: Informações do Professor: Setor de Documentação de Docentes - UNIVALI - 1996
170
170
Comparando o nível de titulação dos professores pelas suas áreas de ensino, não se percebe significativa
diferença. Em outras palavras, os professores de Língua Inglesa são tão qualificados quanto os professores da
área Língua Portuguesa / Lingüística.
Ao examinarmos a área de Língua Inglesa em especial, percebemos que dos cinco professores em
atuação três estão envolvidos em cursos de Pós-graduação Strictu Sensu, os restantes limitaram-se a cursos Lato
Sensu. Esses dois percentuais representam os dois grupos distintos de professores de Língua Inglesa, sobre os
quais já discorremos anteriormente.
A área de Língua Portuguesa, por sua vez, parece não sofrer de uma divisão tão expressiva e conflitante
em seu quadro. Buscando encontrar a mesma relação entre nível de titulação e postura didática, identificamos
que dentre os sete professores ligados ao curso, quatro estão envolvidos em cursos de Pós-graduação, enquanto
que dois envolveram-se como alunos de graduação de outros cursos na UNIVALI. Um professor, por outro lado,
não está desenvolvendo atividade de estudo desde 1978. Comparada à área de Língua Inglesa, embora haja uma
certa variação interna, os depoimentos informais que coletamos indicam não haver divergência de postura
didática maior entre os professores de Língua Portuguesa / Lingüística.
No que concerne ao nível de titulação de professores de Letras, percebemos que o mesmo supera o do
quadro docente geral da UNIVALI. Seguindo a equação do Ministério da Educação para tal medida, obtivemos
em Letras o índice 2.312 para o semestre 96/I, enquanto que o registrado pela UNIVALI para o mesmo período é
de 2.253.
b) Produção Científica
Por produção científica dos professores, consideramos seus envolvimentos em projetos de pesquisa, em
atividades de extensão e publicações de artigos científicos e livros. Ignoramos, portanto, dissertações e teses não
publicadas, artigos de caráter não científico publicados em jornais, bem como projetos que não figuram com
respaldo institucional da UNIVALI ou outra instituição de fomento.
Dos dezesseis professores do curso apenas três estiveram desenvolvendo projetos de pesquisa nos
últimos seis anos. Todos esses de iniciação científica. Quanto às atividades de extensão, apenas um professor
encontra-se engajado em um projeto institucionalizado.
No que se refere a publicações, apenas dois professores têm artigos publicados em periódicos nacionais,
evidenciando uma produção em torno de 3 artigos / ano. Percebe-se, contudo, que uma parte significativa dessa
produção limita-se às Revistas de Divulgação no âmbito das Fundações e Universidades do Estado de Santa
Catarina.
Finalmente, a parte de coordenação de cursos e setores administrativos também reúne um percentual
limitado de profissionais ligados ao curso de Letras. Apenas 25% do quadro estão ou estiveram ligados nos
últimos seis anos a essa área de atuação.
Avaliando os dados acima discutidos, concluímos que há uma ligação direta entre o nível de
qualificação / atualização dos professores e seu desempenho profissional. Apesar de soar como jargão, faz-se
necessário insistir que um professor universitário que se limitou a uma formação em nível de Especialização feita
há vinte anos, por exemplo, não pode entender os princípios norteadores de um currículo atualizado pelos
ditames científicos dos últimos cinco anos. Dos dados referentes à titulação, o que mais deve preocupar é o
percentual de quase 30% de professores que não fizeram qualquer curso após entrar para a UNIVALI.
Igualmente preocupante é o baixíssimo nível de produção científica dos professores do curso, o qual contraria a
171
171
natureza da universidade como um espaço de produção e difusão do saber científico. Concluímos, a partir dos
dados de baixa produção científica e pouca ocupação de cargos administrativos por parte dos professores de
Letras, que 70% desses profissionais estão desenvolvendo exclusivamente funções de ensino na nossa
Universidade.
Como forma de justificar o quadro acima, temos de novamente lembrar o caráter horista de nosso
regime de trabalho e a natureza incipiente das atividades de pesquisa, extensão e apoio ao aperfeiçoamento em
nível de pós-graduação de toda Universidade. Só muito recentemente, com a criação da Pró-Reitoria de Pós-
Graduação, Pesquisa e Extensão, é que as oportunidades de crescimento nos nossos índices de qualificação e
produção começaram a aparecer. Levará algum tempo até que se defina com mais clareza se essas oportunidades
são essencialmente vitais para o referido crescimento ou se devem apenas se somar a uma vocação e motivação
características de cada profissional.
5.5.4 Outras Atividades do Curso
Apesar de não registrar atividades de pesquisa, o curso de Letras destaca-se por seu envolvimento em
programas de ensino voltados para a comunidade em geral e para professores de ensino de 1º e 2º graus das redes
estadual e municipal.
Os cursos oferecidos aos professores estaduais e municipais são, em regra geral, encomendados e
financiados pelas respectivas Secretarias de Educação. Como mostra o quadro 05, no período de 1990 a 1996,
dez cursos foram programados e ministrados por professores da área de Letras. Dentre esses cursos merece
destaque, pelo caráter pioneiro da proposta, o Curso de Formação de Professores de Espanhol em caráter
emergencial.
QUADRO 05 - SECRETARIA DE ESTUDO DA EDUCAÇÃO
CURSOS OFERECIDOS À SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PELO CURSO DE LETRAS
NOME DO CURSO LOCAL ÉPOCA DOCENTES CURSISTAS
Atualização para prof. de português Itajaí 09 a 13/11/92 05 84
Atualização para prof. de inglês Itajaí 09 a 13/11/92 04 29
Metodologias alternativas para o ensino de língua inglesa
Itajaí Fev. a Abril/93 02 43
Capacitação de recursos humanos em língua portuguesa
Itajaí Fev. a Abril/94 03 51
Iniciação à língua espanhola - II etapa Itajaí 31/05 a 04/06/93
04 49
Curso de atualização em língua francesa Florianópolis 02 a 06/08/93 08 24
Capacitação para professores de língua inglesa Itajaí Setembro/93 02 81
Língua espanhola - língua francesa Itapema 06 a 10/06/94 09 40
Met. dos conteúdos de português Florianópolis 21 a 25/03/94 02 55
Curso de língua portuguesa Itajaí 18 a 25/08/95 04 34
Fonte: Núcleo de Capacitação de Recursos Humanos - UNIVALI
O projeto acima foi elaborado por um professor, então Chefe do Departamento de Línguas Estrangeiras
e financiado pela Secretaria de Estado da Educação. Seu caráter pioneiro explica-se pelo rápido e oportuno
172
172
atendimento à demanda das escolas do Estado por professores de Espanhol para as recém criadas turmas dessa
disciplina.
Pela natureza do projeto, o seu autor foi convidado a apresentá-lo no Seminário Educação sem
Fronteiras em 1993. Organizado pelas Secretarias de Educação dos três Estados sulinos, o evento objetivou a
divulgação de experiências de formação de profissionais para o ensino das línguas do Mercosul. O projeto da
UNIVALI representou a proposta de Estado de Santa Catarina para tal fim.
O curso desenvolveu-se, sob a supervisão do Coordenador do Curso de Letras, ao longo dos dois
últimos anos e está formando a sua turma em setembro do ano em curso. Acreditamos que não haverá mais
oportunidade, ou mesmo necessidade de outro semelhante, visto que o curso de Letras, em regime regular,
começará a formar profissionais para esse mercado dentro em breve.
Dignas de registro igualmente especial são as atividades desenvolvidas pelo Núcleo de Estudos de
Línguas e Literaturas Estrangeiras - NELLE. Criado em 1991, o NELLE, diferente de outras propostas do tipo
em outras universidades, não é resultado de ações departamentais do curso. Ao contrário, ele foi idealizado e
implantado por apenas um professor, tendo o processo que o respaldou e o autorizou sido conduzido pela Pró-
Reitoria Acadêmica, sem qualquer participação dos Departamentos de Letras ou da Faculdade de Filosofia.
Dessa forma, ele organizou-se, primeiramente, como um Núcleo vinculado diretamente a essa Pró-Reitoria e,
desde 1994, está afeto à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão.
As atividades do NELLE sempre estiveram à frente das desenvolvidas pelo Departamento de Línguas
Estrangeiras em termos de metodologia e diversificação de ofertas de línguas para estudo. Iniciando com ensino
de Inglês, no semestre seguinte passou a oferecer Espanhol, bem antes dessa língua ser ensinada no curso de
Letras. Hoje, oferece cursos nos mais diversos níveis, para crianças e adultos, em cinco línguas diferentes.
Mencionamos que a criação do NELLE e seu desenvolvimento são diferentes de propostas semelhantes
em outras Instituições de Ensino, porque naquelas é o Departamento de Línguas Estrangeiras que pensa e executa
essas atividades extra-curriculares tão importantes para toda universidade. Na UNIVALI, por falta de
organização departamental e, principalmente, pela já discutida separação intradepartamental, o NELLE assumiu
fazer o que o Departamento não faz, por não saber, não querer ou não poder. Dito de outra forma, o NELLE foi
ocupado por aqueles professores que se qualificam e produzem. No Núcleo, encontram um espaço mais livre e
adequado de atuação. Desde a sua criação, as estruturas de apoio ao ensino de línguas foram ampliadas e
socializadas para todos os cursos que têm línguas estrangeiras em seus currículos. O laboratório foi reformado,
passando a ter 55 cabinas, o material didático é constantemente renovado, um bolsista foi contratado para
instrumentalizar professores e alunos no uso do equipamento e, recentemente, foi adquirido um
microcomputador. Ironicamente, as planilhas de utilização do laboratório denunciam, que apenas três dos cinco
professores de Língua Inglesa do curso de Letras levam os seus alunos para usufruir dessa estrutura.
Por serem ensinadas como atividades e não como disciplinas (Luna, 1995), as línguas estrangeiras são
trabalhadas no NELLE a partir de variáveis que têm determinado maior eficiência, se comparadas ao trabalho de
Letras. O NELLE reúne algumas características que são mais favoráveis à eficácia: número ampliado de ofertas
de línguas e horários de ensino, professores competentes, treinados e semestralmente reciclados, carga horária
superior e efetivamente seguida, recursos audiovisuais disponíveis e utilizados adequadamente, caráter não
compulsório e, por fim, todas as ações do Núcleo são pensadas e planejadas seriamente. Apesar de não dispor de
dados sistematizados, a coordenação atual do NELLE informou-nos que alunos de Letras que vão ao Núcleo para
173
173
freqüentar aulas de Inglês paralelamente são avaliados para níveis mais baixos. Ilustrando, tem se tornado
comum receber aluno de 6º período de Inglês em Letras que, após teste de nivelamento do NELLE, são
admitidos para os níveis 2 ou 3 do Núcleo. Não pretendemos usar esses dados para avaliar o NELLE, mas para
reforçar a tese de uma insistente ineficiência do ensino da Língua Inglesa em Letras. Obviamente, esperamos já
ter deixado claro para o leitor que as variáveis com as quais as propostas de Letras e do NELLE convivem são
bastante diferentes entre si.
Resolvemos apresentar, resumidamente, o trabalho do NELLE nesse Relatório, porque acreditamos em
sua identificação teórica com o Curso de Letras. Apesar de, na prática, essa relação ser difícil, insistimos em uma
necessária e rápida aproximação entre esses dois segmentos de uma mesma base.
Cabe-nos também, aqui, destacar as atividades das Semanas de Letras da UNIVALI. Desde a sua
criação, essas atividades, que são organizadas pela Coordenação e Chefias dos Departamentos, têm recebido
apoio de professores e alunos do curso.
A Semana de Letras geralmente acontece no mês de setembro e tem como marca maior não ver suas
atividades repetidas em anos subseqüentes. Citamos apenas alguns temas dos últimos anos, como forma de
demonstrar a diversificação desses eventos.
1992 - Estudos da Literatura Catarinense
1993 - Pré - defesa de Tese em Lingüística
1994 - Mini - curso: O Texto Narrativo
1995 - O curso de Letras e a Proposta Curricular do Estado
Para finalizar, gostaríamos de também mencionar um evento que reuniu alunos e professores não só do
curso de Letras, mas também dos cursos de Turismo e Hotelaria, Comércio Exterior e Jornalismo, NELLE e
Colégio de Aplicação.
O evento, intitulado, no primeiro ano - 1992, The World of English (O Mundo do Inglês),
configurou-se como uma grande exposição sobre a cultura dos principais países falantes da língua inglesa,
incluindo-se a celebração do Halloween (Festa das Bruxas). No ano seguinte, o evento foi ampliado de forma a
abrir espaço para os países de língua espanhola.
Pela sua natureza integrativa, o evento recebeu apoio da Universidade, de Embaixadas e da
Secretaria de Turismo do Estado de Santa Catarina, da Mídia e da comunidade em geral. Na verdade,
caracterizou-se como um grande sucesso, a ponto de figurar como atividade da universidade prevista no
calendário da Pró-Reitoria Acadêmica. Com a saída do idealizador da Chefia de Departamento de Línguas
Estrangeiras e da Coordenação do NELLE, o evento não mais se repetiu.
O que acima rapidamente discutimos evidencia que o Curso de Letras, pela sua natureza
interdisciplinar, reúne condições de promover atividades de grande importância para toda universidade e para a
comunidade extra-muro. Cursos extra-curriculares de línguas estrangeiras, por exemplo, têm importância vital
para pessoas e instituições diversas e, a princípio, ninguém com maior conhecimento e autoridade para oferecê-
los do que um departamento universitário bem estruturado e atuante. As atividades que foram desenvolvidas e
que não seguiram adiante estiveram, infelizmente, ligadas a uma ou poucas pessoas e não a estruturas
institucionalizadas, razão pela qual tiveram duração limitada e desvinculada do Curso como um todo.
174
174
5.5.5 Infra-estrutura do Curso
O ser humano completa-se como um todo, a partir da realização profissional. Não pode haver
desassociação entre o pessoal e essa realização, pois faltando o trabalho abre-se uma lacuna que impede o ser
humano de usufruir da satisfação que uma tarefa bem cumprida traz.
O profissional da Educação há muito vem sofrendo as conseqüências que acarreta a falta de valorização
das Licenciaturas, desvalorização essa que se reflete de forma contundente nas condições gerais de trabalho.
Observemos, em primeiro plano, em que condições o professor atua dentro da Universidade. A sua
contratação faz-se em razão única e exclusivamente das horas em que permanecerá ministrando aulas, como se o
processo ensino / aprendizagem só se fizesse naquele momento. Não ousamos sequer falar em qualidade, pois
nessas condições simplesmente inexiste, se considerarmos a posição do professor que é um mero funcionário
horista. O profissional responsável deverá sê-lo o suficiente para despender horas do seu dia-a-dia, na aquisição
de novos conhecimentos, preparo de aulas, correção de provas e trabalhos. É um quadro absurdo? Pode ser. O
que torna a situação mais absurda é que a maioria dos profissionais são responsáveis o suficiente para
trabalharem a qualidade, a despeito de não receberem para isso. E é essa atitude que ainda mantém os Cursos de
Licenciatura, proporcionando condições para que formemos bons profissionais.
Todavia, em nosso meio, podemos observar uma grande preocupação dos nossos professores com a sua
capacitação. A atual situação exige e o profissional se ressente de novos conhecimentos. Todos temos
consciência de que somente poderemos melhorar a qualidade do ensino se ampliarmos nossos conhecimentos.
Em razão disso, muitos profissionais estão cursando Mestrado e alguns, Doutorado, para conseguir atingir a
grande meta: CONHECIMENTO / QUALIDADE.
Sabemos, contudo, que se o conhecimento não for retroalimentado, ele se estanca. É o que vem
acontecendo, principalmente no Curso de Letras, objeto de nossa avaliação. Muito pouco tem sido oferecido a
professores e alunos no que se refere à reciclagem, seja através de palestrantes, Cursos, Seminários, etc.
Um dos pontos que causa polêmica no nosso curso diz respeito à desestruturação da distribuição das
turmas, impedindo que o curso constitua um todo, dando margem a que se faça um julgamento errôneo no que se
refere à importância que a Instituição vem dando a essa Licenciatura.
Outra grande preocupação do curso relaciona-se à atualização do acervo bibliográfico. Tivemos
oportunidade de avaliar o material listado pela Biblioteca Central, e constatamos que, se o acervo não é o ideal,
não chega, no entanto, a ser deficiente. Necessário é que se mantenha uma constante atualização e,
principalmente, que os acadêmicos a ele tenham acesso, através de trabalhos de pesquisa.
Com referência à informatização do curso, até o momento essa é uma prerrogativa da Secretaria,
estando no entanto, sendo providenciado pela Pró-Reitoria, num futuro próximo, que cada setor da Universidade
tenha a sua disposição um terminal para acessar à Internet. Aguardemos.
Podemos considerar que ainda trabalhamos de forma precária, muito distante da idéia de modernização
veinculada pelos meios de comunicação e constituindo quase um jargão nos meios educacionais.
Temos a nossa disposição retroprojetores, muitos deles funcionando mal, e que já nos deixaram sem
condições de trabalhar o conteúdo programado, com esse auxílio. Como recursos audiovisuais, temos ainda, TV
e Vídeo, que constituem um bom apoio em sala de aula. Mas, cremos ser ainda muito pouco se quisermos atingir
a pretensa modernização.
175
175
Ainda referindo-se a equipamentos e recursos, cabe-nos citar o Laboratório de Línguas, anteriormente
comentado, de há muito uma luta dos acadêmicos do Curso de Letras, e que já está à disposição daqueles,
constituindo uma conquista e auxiliando aqueles que dele fazem uso, na aprendizagem da Língua Inglesa.
O que expusemos corrobora a percepção de professores, alunos, inclusive egressos, (conforme dados da
Comissão de Avaliação Institucional, obtidos através de questionários, cujo retorno atingiu 2,7 %) quanto ao
curso, que em linhas gerais preocupa-se com a sua modernização, melhores condições de trabalho, melhores e
mais modernos equipamentos, maior valorização de professores e acadêmicos, atualização com conseqüente
qualidade dos recursos humanos e do curso, preocupação com a validade e aprofundamento dos conteúdos
ministrados, culminando com a prática da pesquisa científica.
5.6 PERSPECTIVAS DE MUDANÇAS: OS AGENTES E SUAS AÇÕES
Como sugerido até esse ponto, o Curso de Letras enfrenta problemas que suspeitamos serem
semelhantes aos divididos por outros cursos da UNIVALI, notadamente as licenciaturas. Desconfiamos,
inclusive, que alguns dos problemas apontados também permeiam cursos congêneres de outras universidades.
Contudo, esse reconhecimento não deve ser motivo para contentamento e acomodação. Ao contrário,
ações devem ser tomadas para que o lado positivo e produtivo do curso seja realçado, fazendo erradicar os
problemas existentes.
Na verdade, percebemos, ao longo do nosso trabalho, bem como no desenvolver de nossas atividades
docentes durante o último semestre letivo, que algumas mudanças de melhoria para o Curso já estão sendo
sinalizadas. Neste item, pretendemos resumidamente abordar essas mudanças em termos de ações anunciadas.
Dada a importância das mesmas, tentaremos relacioná-las com os seus agentes, identificando aquelas que são
específicas ao curso de Letras e as que são voltadas à Universidade como um todo.
Dentre as gerais, destacamos o Programa de Avaliação Institucional, se não como um agente promotor
de ações, mas como o gerador de um clima favorável para a identificação de problemas e suas reversões. Desde
sua implantação, sentimos que professores, alunos, coordenadores e administradores em geral estão mais
preocupados em desempenhar os seus papéis, motivados pelo comprometimento com a qualidade.
É claro que muitos dos envolvidos estão apenas inaugurando esse despertar de consciência. Outros,
poucos (torcemos), estão tentando resistir à visão dessas mudanças, que, para eles, significam uma ameaça. Por
fim, e mais importante, encontramos os motivados e comprometidos com a qualidade, que já começam a ensaiar
ações bem pontuais de melhoria para o Curso de Letras e, naturalmente, para a Instituição em geral.
Ainda na esfera da UNIVALI, reconhecemos que a criação da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação
e Extensão - ProPPex foi fundamental para o desenvolvimento de muitas ações voltadas para a Instituição. Sem a
pretensão de esgotá-las, destacamos o apoio recebido por professores para realização de cursos de Pós-
Graduação, para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão, bem como para apresentação e
publicação de trabalhos. Os alunos, por sua vez, também podem ser iniciados à pesquisa através de programas
implementados e gerenciados pela ProPPex.
Por ser igualmente de criação recente, ainda não dispomos de dados que possam evidenciar o impacto
das ações dessa Pró-Reitoria sobre a qualificação e desempenho do corpo docente do curso de Letras. Contudo,
176
176
sabemos que alguns poucos professores já utilizam os programas desenvolvidos por ela, para os fins de
qualificação e produção científica.
No que concerne às ações especificamente direcionadas ao curso, diagnosticamos um interesse, por
parte da coordenação do curso, de acompanhar o trabalho de cada professor ao longo do semestre. Esse
acompanhamento está-se dando através da cobrança de programas atualizados para cada disciplina ministrada e
de encontros individuais e coletivos com professores para discussão de estratégias metodológicas. Esse esforço,
mais que oportuno, visa, segundo a coordenação, sanar problemas relacionados com a falta de seqüência e
cumprimento dos conteúdos, com a desatualização da bibliografia, com o descumprimento da carga horária, e
com a incompatibilidade de profissionais com o Curso.
5.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme dissemos acima, as medidas específicas devem ser, por enquanto, tratadas como anunciadas e
não como executadas. Dito de outra forma, não sabemos até que ponto haverá por parte da coordenação fôlego
para desenvolver o pretendido.
Estamos certos de que só haverá mudanças se o clima favorável de revisão de ações e posturas, criado
pelo Programa de Avaliação Institucional, for entendido, aceito e mantido por todos. Sem o comprometimento e
respaldo das esferas mais altas da Instituição, nenhuma ação por parte de uma coordenação poderá ser levada
adiante.
No presente Relatório, não tivemos receios, dúvidas ou medos de afirmar o que diagnosticamos através
dos dados que coletamos. Sem a pretensão do máximo rigor científico, achamos ter feito uma leitura objetiva e
reveladora dos pontos fracos e fortes do Curso de Letras.
Concluímos que o nosso Curso tem a aparência da Instituição que o abriga. Reúne, por um lado, alguns
pontos fracos que parecem muitas vezes fossilizados. Por outro lado, dispõe de uma grande disposição e
flexibilidade de se renovar, crescendo em direção à qualidade.
Esse deve ser o objetivo do Curso de Letras porque é esse o objetivo da UNIVALI, qual seja, o de
mostrar o seu potencial de pertinência em meio a um mercado cada vez mais competitivo e exigente.
Sabemos, se perseguidas as ações anunciadas, o Curso de Letras acompanhará o ritmo imposto pelo
novo paradigma institucional. Mais do que a paixão pelo Curso, o que nos faz acreditar nisso são fatores mais
frios ou matemáticos. Referimo-nos aos números relacionados à demanda pelo Curso. Para verificar esse nível,
levamos em consideração os dados referentes aos vestibulares e aqueles referentes às matrículas iniciais e finais
em cada semestre letivo.
A nossa hipótese, naturalmente, era a de encontrar um baixo índice de demanda pela área, o que de fato
se registrou. Em nenhum dos vestibulares realizados nos últimos 6 anos, o índice de primeira opção (e é esse que
de fato mede o interesse pelo curso) foi superior a 1.30, conforme mostra a quadro 6. Registramos também uma
queda crescente desse percentual entre os anos 1990 e 1993. Por outro lado, esse último percentual registrado
(0.60) voltou a subir a partir do vestibular de 1994, chegando esse ano a 1.62. Apesar de não termos dados
sistematizados, sabemos, por depoimentos informais de alunos ingressos naquele ano, que o Currículo
diversificado em três opções representou um atrativo especial para o Curso.
177
177
Mais revelador de um interesse em alta por Letras são os números referentes à permanência no mesmo,
ou seja, a relação entre matrícula inicial e final. Conforme ilustra o quadro 7, o curso registrou um índice mais
alto de saídas em 1993, com 32 saídas, passando para 31 em 1994 e para 23 em 1995. Até o presente, o número
referente a 1996 é 15.
Ao concluirmos esse Relatório apresentando números e paixão, queremos revelar que o sucesso do
nosso curso rumo à qualidade dar-se-á através de um trabalho conjunto, envolvendo essas duas formas
complementares de abordagem. Por um lado, precisaremos sempre da racionalidade expressa em dados
estatísticos para (nos) avaliarmos, em termos de produção científica, titulação e desempenho em geral. Para
transformarmos números eventualmente negativos em positivos, precisaremos, igualmente, de respaldo
institucional e do ingrediente emocional maior.
178
178
5.8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Associação Catarinense das Fundações Educacionais. Catálogo de produção científica das universidades e fundações educacionais do sistema ACAFE. Florianópolis: ACAFE, 1995, nº 4.
Avaliação Institucional na UNIVALI: Apresentando os Primeiros Resultados. In: Cadernos de Avaliação Institucional UNIVALI - Ano 1 - nº 1 - setembro 1995.
GUIA DO PROFESSOR - ProAC / UNIVALI - janeiro 1996.
INFORMATIVO ProPPEx. Itajaí: UNIVALI, 1995, nº 01.
LUNA, J. Marcelo F. O Ensino de Inglês com Disciplina e como Atividade. Algumas Considerações. In: Alcance. Itajaí: UNIVALI, 1995, Ano 2, nº 2, p.51-58.
PINHEIRO, M.M., BATSCHAUER, A.M.B., DEMARCHI, C., Relatório 1º Seminário Internacional de Avaliação Institucional. Comissão de Avaliação Institucional, dezembro 1995.
PANORAMA ATUAL - ProAC / UNIVALI - 1995.
179
179
VI - CURSO DE PEDAGOGIA - ITAJAÍ
SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Maria Rosa H. Schulte
Cinéria Vieira da Costa
Maria Heidemann
Aneli Pancotto de Barcelos
Ivan Chaves
180
6.1 APRESENTAÇÃO
Com o presente documento, apresentamos à Comissão de Avaliação Institucional da UNIVALI o
Relatório síntese do processo de Auto Avaliação do Curso de Pedagogia realizado no período de abril/96 a
outubro/97.
A construção deste documento representa o resultado de buscas documentais junto à Pró-Reitoria
Acadêmica, Secretaria da Faculdade de Filosofia, Setor de Registro de Diplomas, Setor de Organização dos
Vestibulares, Biblioteca Central, leituras de resultados de Avaliações anteriores como também da pesquisa
realizada junto aos alunos e docentes do Curso de Pedagogia.
Este documento registra, num ou noutro momento, os anseios, os avanços e os limites da clientela bem
como da infra-estrutura do curso.
Acreditamos que a leitura e análise deste relatório poderá contribuir para mudanças no contexto do
Curso pelo conhecimento e compromisso dos avaliadores e avaliador durante este processo. Afinal as mudanças,
pelas quais lutamos só realizar-se-ão pela interrelação de pessoas, funções, anseios e compromissos.
181
6.2 INTRODUÇÃO
Este Relatório é o resultado de minucioso e exaustivo trabalho de pesquisa documental, coleta de
informações, opiniões e sugestões dos Alunos e Professores do Curso de Pedagogia da UNIVALI a respeito da
sua estrutura organizacional, de seu funcionamento e da imagem desta Instituição de Ensino Superior diante da
comunidade que atinge.
Encontramos, no decorrer do trabalho, algumas dificuldades no tocante à insuficiência de registros
quantitativos, os quais, por vezes, se apresentavam contraditórios nas diferentes fontes pesquisadas.
O Relatório foi subdividido em duas partes: a 1ª reporta-se ao histórico da composição da subcomissão,
com destaque para o cronograma das atividades metodológicas utilizadas no alcance das metas traçadas; a 2ª,
mais densa e extensa, contém as informações coletadas em fontes estatísticas, as respostas de alunos e
professores ao instrumento de pesquisa, bem como as suas sugestões, necessidades e reivindicações.
O processo de avaliar é tarefa difícil, permeado sempre de preconceitos e dúvidas. Embora a UNIVALI
tenha iniciado seu programa de Avaliação em 1994, buscando analisar e identificar seus avanços e suas
limitações no sentido de promover as definições de políticas de adequação ao Paradigma Educacional emergente,
no contexto da sociedade, observa-se, no entanto, alguma resistência por parte das pessoas que compõem a
comunidade acadêmica, evidenciado na dificuldade de preenchimento e na não devolução dos questionários.
Para dar maior sustentação e fidedignidade ao processo, buscamos respaldo nas avaliações efetuadas
anteriormente com docentes, discentes e egressos do curso de Pedagogia.
Queremos enfatizar o trabalho que vem sendo realizado pela Comissão de Reformulação do Curso de
Pedagogia, instituída a partir de agosto de 1995 para atender as reivindicações dos alunos e os avanços técnico-
científicos na área da Educação. O Curso deverá subsidiar a formação integrada do docente na área do Pré-
Escolar às séries iniciais, num curso único, além da formação mais global para atuar como docente, das matérias
pedagógicas, nos Cursos de Magistério - II grau -. O currículo proposto pretende garantir a articulação teórico-
prática com pesquisa e aprofundamento da teoria pedagógica ao longo do Curso. Também oportunizará a
dinamicidade e flexibilidade curricular pelas disciplinas optativas e oportunidade da realização de projetos.
A Comissão de Reformulação do Curso realizou pesquisa de opinião sobre o Curso e perfil da clientela
e os dados foram riquíssimos para o desenvolvimento da Auto Avaliação do Curso.
Estes dados, acrescidos aos atuais, nos permitiram configurar um perfil suficientemente preciso do
conjunto de alunos e Professores, permitindo-nos pinçar, no contexto das respostas, indicadores para melhoria de
aspectos substantivos do Curso de Pedagogia.
A partir dos dados estatísticos e históricos compreendidos no período de 90-� a 96-�, das pesquisas
documentais e das pesquisas realizadas neste momento específico, partimos para a análise qualitativa dos dados e
elaboração dos gráficos e anexos, respeitando as tendências apontadas.
Foram também mantidos contatos iniciais com a Pró-Reitora Acadêmica, Direção, Comissão de
Avaliação Institucional, Coordenação do Curso e Secretaria.
O processo de Auto Avaliação do Curso de Pedagogia foi um espaço riquíssimo e necessário, onde
todos os envolvidos tiveram a oportunidade de avaliar e auto avaliar-se, compreendendo as “razões práticas” da
realidade do Curso. Todos os elementos, produtos e processos que interagem na “vida do Curso” foram
182
levantados e aqui estão registrados. Talvez nem tão completos, mas muito relevantes para tomada de decisões a
nível institucional e pessoal.
A necessidade de avaliação na Universidade como um processo sistemático de busca de subsídios para o
aperfeiçoamento institucional decorre do seu caráter público, pois deverá prestar contas dos auxílios recebidos.
Também há necessidade de se avaliar as políticas públicas que impõem medidas restritivas ao aperfeiçoamento e
à expansão das Universidades.
Esta necessidade é confirmada por BELLONI (1994, p.83) quando relata a experiência avaliativa da
Universidade de Brasília:
“Fizemos um longo trabalho chamando a atenção dessa necessidade estrutural e conjuntural de
desenvolver a avaliação na Universidade.”
183
6.3 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA
A Universidade do Vale do Itajaí, a partir de 1994, institucionalizou sua proposta de Avaliação,
objetivando a busca da melhoria de qualidade do Ensino, numa instância com as demais Universidades
brasileiras, com os demais movimentos da sociedade, no sentido de se adequarem às políticas vigentes no
contexto nacional e internacional, visando a qualidade, a competitividade e novos mercados.
O projeto de Avaliação Institucional da UNIVALI pré-estabelecia várias etapas, dentre as quais uma
delas é a formação de subcomissões de Avaliação dos diversos cursos. Para a formação dessas subcomissões há
regulamentações específicas, onde se define a participação de Professores, Direção do Curso, Coordenador do
Curso e Representantes de alunos. As Professoras Maria Heidemann e Cinéria Vieira da Costa foram eleitas por
seus pares. Quanto aos alunos, houve escolha de nomes em função da disponibilidade de tempo para participarem
dos trabalhos, tendo em vista que a maioria trabalha 30, 40 h ou mais semanalmente, morando em outros
municípios, dificultando assim a escolha por eleição.
Constituída a equipe por 02 Professores, 02 Alunos voluntários, Direção e Coordenação do Curso ficou
a mesma sem a participação de um representante técnico da Secretaria, por incompatibilidade de horários.
A equipe organizou inicialmente um cronograma de trabalho, tentando observar sempre a possibilidade
de reunir todos os segmentos da subcomissão.
Registramos a seguir o cronograma elaborado:
184
METAS OPERACIONALIZAÇÃO TEMPO
(DIA/MÊS)
PESSOAL ENVOLVIDO
1. Formação da subcomissão de avaliação Institucional
- Contato formal com a direção e/ou Comissão Central
de Avaliação e definição da Sub-comissão
22/04 - Coordenador do curso
- Professores (2)
- Alunos(2)
- Funcionário(1)
2. Levantamento dos atos legais do curso - Consulta Documental 24/04 - Professores
- Conselho Central
- Pró-Reitoria Acadêmica
3. Levantamento dos dados estatísticos referentes a:
Vagas oferecidas;
Vestibulares;
Matrículas;
Concluintes.
Evolução 90 -95
- Consulta Documental 24/04
a
08/05
- Professores
- Conselho Central
- Pró-Reitoria Acadêmica
4. Levantamento da infra-estrutura do curso: Espaço
físico ocupado pelo curso;
�Acervo bibliográfico;
�Informatização do curso;
�Convênios realizados;
�Laboratórios;
�Multimeios.
- Consulta Documental
- Entrevista
- Pesquisa in loco
02/05
a
29/05
- Professores
- Comissão de Avaliação
- Diretor de curso
- Coordenador
- Pró-Reitoria Administ.
- Bibliotecárias
- CPD
5. Levantamento do Perfil profissiográfico do curso - Pesquisa Documental 30/05 - Professores
- Pró-Reitoria Acadêmica
6. Tabulação e análise dos dados obtidos nos itens anteriores -Tratamento Estatístico dos Dados -Estudo qualitativo dos dados obtidos - Redação
junho - Sub-comissão
185
METAS OPERACIONALIZAÇÃO TEMPO (DIA/MÊS) PESSOAL ENVOLVIDO
7. Levantamento do Currículo Pleno do curso - Pesquisa Documental
- Entrevistas
- Contato com a Comissão
julho - Coordenador do Curso
- Diretor
- Orientador do Estágio
- Coordenador do Estágio
8. Mapeamento do corpo docente:
a) Situação funcional
b) Produtividade
- questionário
- entrevista
- pesquisa documental
- tratamento dos dados
julho
- Secretaria Acadêmica
- professores do Curso
9. Mapeamento do corpo discente - questionários
- pesquisa documental
- tratamento estatístico
agosto/setembro - Professores avaliados
- Alunos
- ProPPex
10. Seminário - Socialização e Discussão dos resultados da
Pesquisa
setembro/outubro - Direção
- Professores
- Alunos
- Coordenador do Curso
11. Montagem do Relatório - Tratamento estatístico dos dados levantados
- Estudo dos dados levantados numa visão
qualitativa
- Entrega do Relatório
novembro - Sub-comissão
- Coordenador
- Alunos
- Funcionários
Iniciamos com a busca de dados quantitativos e informativos, no sentido de nos familiarizarmos melhor
com a Instituição, pois as nossas limitações de professor horista impedem-nos de a conhecer melhor. No entanto,
esta pesquisa dos dados é fundamental para organizarmos também de forma mais eficiente o processo de análise
e avaliação do curso. De qualquer modo são ainda limitadas as nossas condições de traduzir de forma qualitativa
os nossos diagnósticos, em virtude da quantidade e diversidade de informações.
Após a coleta de dados, foi realizada a síntese dos resultados e decidimos.
a) socializar os resultados através de um Seminário.
b) dar retorno à comissão de Avaliação Institucional da análise dos resultados apontando os avanços e
limites do curso, bem como sinalizarmos indicadores para solução dos principais “problemas detectados”;
c) esperar um retorno a curto prazo das medidas efetivas e concretas de políticas e ações que respondam
aos anseios do Corpo docente e discente do Curso de Pedagogia.
Após vinte e oito anos da reforma universitária pela Lei nº 5540/68, a Universidade brasileira se auto
avalia, abre espaço para sugestões, através da contribuição democrática de toda a comunidade universitária. Este
processo interno de auto-avaliação foi um exercício de diálogo entre pessoas, articulando opiniões, dados
estatísticos em análises mais reflexíveis sobre o futuro do Curso.
6.4 O CURSO DE PEDAGOGIA NA UNIVALI E SUA HISTÓRIA
O Curso de Pedagogia iniciou suas atividades em 1965, tendo sua aula inaugural em 28/05/65. A
faculdade não estava autorizada e precisou fazer a convalidação dos estudos dos anos de 1965 a 1967, efetivada
através do parecer nº 102/71 do Conselho Estadual de Educação.
A autorização para funcionamento deu-se através do Parecer nº 98/68 do CEE, e o reconhecimento pelo
Parecer nº 1.265/72 do CFE, aprovado em 08 de novembro de 1972.
O curso de Pedagogia tem aprovadas 07 habilitações: Supervisão Escolar, Educação Pré-Escolar,
Magistério das Matérias Pedagógicas, Administração Escolar, Orientação Educacional, Magistério das Séries
Iniciais e Educação de Deficientes da Áudio-Comunicação.
Nos trinta e um anos de sua existência o Curso de Pedagogia formou 2.207 profissionais em 06
habilitações. Os formandos do ano de 1968, 1970, 1971 e 1972 colaram grau somente em 1973.
Os 2.207 profissionais formados no Curso de Pedagogia estão distribuídos em 06 habilitações:
– Habilitação em Administração Escolar - formou alunos desde 1973 num total de 537 profissionais.
– Habilitação em Orientação Educacional - formou a primeira turma em 1975 tendo atingido até hoje
855 profissionais.
– Habilitação em Magistério das Matérias Pedagógicas - formou os primeiros alunos em 1975
atingindo um total de 189 profissionais.
– Habilitação em Supervisão Escolar - formou os primeiros alunos em 1988 num total de 180
profissionais até hoje.
– Habilitação em Educação Pré-Escolar - formou os primeiros alunos em 1988 num total de 273
profissionais.
– Habilitação em Magistério das Séries Iniciais - formou a primeira turma em 1992 num total de 173
profissionais.
Num levantamento efetuado pela Pró-Reitora Acadêmica sobre os cursos de Graduação relativos aos
anos de funcionamento da Universidade, a partir do reconhecimento em 1989, o curso de Pedagogia, formou no
Campus I (Itajaí) 750 alunos o que corresponde a um índice de 68,1 em relação aos iniciantes.
Em relação aos demais cursos oferecidos pela UNIVALI, o curso de Pedagogia, no que se refere aos
concluintes dos últimos seis anos, apresenta um bom desempenho, pois o índice geral, médio, da UNIVALI é
51,2.
O Curso de Pedagogia tem aprovadas 07 habilitações: Supervisão Escolar, Educação Pré-Escolar,
Magistério das Matérias Pedagógicas, Administração Escolar, Orientação Educacional, Magistério das Séries
Iniciais.
A habilitação em Educação de Deficientes da Áudio-Comunicação, embora aprovada, não foi ainda
oferecida por falta de matrículas suficientes para formação de uma turma.
A relação candidato/vaga no vestibular, manteve uma média de 1,48 - 1ª opção - e 2,26 - 2ª opção, nos
últimos cinco anos, indicando a relevância do Curso para atender a necessidade da demanda social.
6.5 CONCEPÇÃO E OBJETIVO DO CURSO
O curso de Pedagogia tem o desafio de formar um profissional de elevada consciência, comprometido
com um projeto de sociedade humana e justa.
O currículo do curso está voltado à formação do profissional - educador, isto é, de um homem
constituído de valores sócio-culturais, éticos e morais indispensáveis ao trabalho pedagógico.
Esta perspectiva de formação deve estar atenta ao equilíbrio das dimensões técnicas e teórico-filosóficas
do currículo na busca de uma síntese superadora que delineie uma consciência reflexiva, sensível às mudanças e
necessidades do momento histórico.
Com esta concepção o Curso de Pedagogia tem como objetivo:
– Oportunizar ao profissional da Educação a apropriação e reelaboração do conhecimento técnico,
científico e filosófico para que ele seja sujeito atuante no contexto real da sociedade, buscando
novas alternativas curriculares fundamentadas na pesquisa, na diversidade cultural e na perspectiva
da modernidade.
6.6 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO
A perspectiva de uma formação crítico-reflexiva expressa na concepção e objetivo do Curso deve
traduzir um conjunto de valores, atitudes e conhecimentos profissionais que caracteriza o profissional da
Educação no exercício de suas funções.
– Capacidade de análise crítica do ato pedagógico para agir sobre ele.
– Habilidade de articular senso comum e conhecimento científico.
– Habilidade de identificar, decodificar e apontar limitações da ideologia que permeia as ações
curriculares e posicionar-se frente a ela.
– Habilidade de trabalhar o conhecimento numa perspectiva de construção, buscando a integração
entre teoria e prática.
– Habilidade de relacionamento interpessoal e intrapessoal.
– Criatividade na relação de novas tecnologias pedagógicas, a partir da pesquisa.
– Identificação com o papel do educador.
– Satisfação e auto-realização na ação pedagógica com os educandos, nas suas diversas fases
evolutivas.
6.7 CAMPOS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO
O Profissional habilitado no Curso de Pedagogia, de acordo com a sua opção, poderá obter as seguintes
titulações:
a) Educação Pré-Escolar
b) Magistério das Séries Iniciais (1ª a 4ª série)
c) Magistério das Matérias Pedagógicas
d) Supervisão Escolar
e) Administração Escolar
f) Orientação Educacional
g) Educação de Deficientes da Áudio-Comunicação
Campo de Atuação:
O Profissional graduado no curso de Pedagogia, nas habilitações supra citadas, tem como campo de
atuação:
a) Ministério da Educação e Cultura
b) Secretarias Estaduais e Municipais de Educação
c) Unidades Escolares da Rede Pública e Privada
d) Escolas de Educação de Adultos
e) Programa destinado a crianças de rua
f) Consultores Educacionais
g) Demais instituições que trabalhem projetos específicos formais e informais na área da Educação.
h) Área de recursos humanos de empresa pública e privada.
i) Área de treinamento.
189
6.8 CURSO DE PEDAGOGIA EM NÚMEROS
QUADRO GERAL DO CURSO DE PEDAGOGIA - NOTURNO - CAMPUS I - 90-96-I - VAGAS POR ANO/SEMESTRE
Ano/ Vagas oferecidas 1ª Opção 2ª Opção Matrícul
a
Semestre e ocupadas Nº Candid Índice Nº Candid Índice
1990/I 50 155 3,10 – – 50
100 186 1,86 235 2,35 579
1990/II 100 164 1,64 279 2,39 579
1991/I 150 220 1,46 245 1,63 625
1991/II 100 186 1,86 274 2,74 587
1992/I 100 132 1,32 143 1,43 584
1992/II 100 119 1,19 220 2,20 568
1993/I 100 118 1,18 174 1,74 514
1993/II 100 106 1,06 208 2,08 534
1994/I 100 96 0,96 201 2,01 555
1994/II 100 99 0,99 206 2,06 558
1995/I 100 147 1,47 225 2,25 611
1995/II 100 158 1,58 410 4,10 572
1996/I 100 107 1,07 245 2,45 587
Fonte: Coordenação do Vestibular
190
EVOLUÇÃO DAS VAGAS, MATRÍCULAS, CONCLUINTES, SAÍDAS E TAXA DE PRODUTIVIDADE – 1990/ �� A 1996/I
VAGAS ANO SEMESTRE
MATRÍCULA INICIAL
CONCLUINTE SAÍDAS MATRÍCULA FINAL
TAXA DE PRODUTIVIDADE
Oferecidas Ocupadas 1990/I 734 38 6
688 93,7
210 210 1990/II 651 109 9
642 98,6
100 100 1991/I 670 33 4
606 90,4
150 150 1991/II 621 88 8
603 97,1
100 100 1992/I 607 30 0
537 88,4
100 100 1992/II 584 105 2
542 92,8
100 100 1993/I 535 20 1
484 90,4
100 100 1993/II 544 71 2
512 94,1
100 100 1994/I 555 42 8
507 91,3
100 100 1994/II 558 85 9
529 94,8
100 100 1995/I 611 50 6
585 95,8
100 100 1995/II 572 59 2
530 92,6
100 100 1996/I 587 64 50
537 92,2
Fonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia
191
0
50
100
150
200
250
1990
/I
1990
/II
1991
/I
1991
/II
1992
/I
1992
/II
1993
/I
1993
/II
1994
/I
1994
/II
1995
/I
1995
/II
1996
/I
GRÁFICO 1 - EVOLUÇÃO DAS VAGAS OFERECIAS E OCUPADAS - ANO/SEMESTRE 1990/I - 1996/I
Oferecidas
OcupadasFonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia
A matrícula tem permanecido estável no Curso de Pedagogia nos seis últimos anos, exceção feita ao 1º
semestre de 1990, quando pela última vez foi oferecido vestibular para o turno vespertino, justificando o alto
índice (734 alunos) de matriculados, num total geral de 210 vagas.
A partir daí, o número diminuiu gradativamente extinguindo-se a oferta do Curso no período vespertino,
mas a oferta da habilitação Magistério das Séries Iniciais elevou a matrícula para 670 alunos (91/I).
A partir de 91/II manteve-se um índice regular de matrícula.
192
1990
/I
1990
/II
1991
/I
1991
/II
1992
/I
1992
/II
1993
/I
1993
/II
1994
/I
1994
/II
1995
/I
1995
/II
1996
/I
0
100
200
300
400
500
600
700
800
1990
/I
1990
/II
1991
/I
1991
/II
1992
/I
1992
/II
1993
/I
1993
/II
1994
/I
1994
/II
1995
/I
1995
/II
1996
/I
GRÁFICO 2 - EVOLUÇÃO DAS MATRÍCULAS INICIAL E FINAL - ANO/SEMESTRE 1990/I - 1996/I
Matrícula Inicial
Matrícula FinalFonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia
1990
/I
1990
/II
1991
/I
1991
/II
1992
/I
1992
/II
1993
/I
1993
/II
1994
/I
1994
/II
1995
/I
1995
/II
1996
/I
0
20
40
60
80
100
120
1990
/I
1990
/II
1991
/I
1991
/II
1992
/I
1992
/II
1993
/I
1993
/II
1994
/I
1994
/II
1995
/I
1995
/II
1996
/I
GRÁFICO 3 - EVOLUÇÃO DOS CONCLUINTES, SAÍDAS E TAXA DE PRODUTIVIDADE - ANO/SEMESTRE 1990/I - 1996/I
C onclu in tes
S aídas
T axa de Pr odu tiv idade
Fonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia
193
Podemos observar uma taxa de produtividade bastante significativa considerando as matrículas inicial e
final, verificadas no quadro inicial e nos Gráficos 2 e 3.
A evasão e repetência não foi possível ser identificada especificamente. As mesmas foram categorizadas
como “saídas”, seja por trancamento de matrícula, transferência para outras Universidades ou Cursos e a
desistência propriamente dita.
194
QUADRO GERAL DO CURSO DE PEDAGOGIA - NOTURNO - CAMPUS I - CONCLUINTES POR HABILITAÇÃO- 90-96-I
Ano/ CONCLUINTES POR HABILITAÇÃO
Semestre Supervisão Escolar Educação Escolar Orientação
Educacional
Administração Escolar Matérias
Pedagógicas
Séries Iniciais Total
1990/I – – – – – – –
38 – – – – – 38
1990/II 01 32 61 – – – 94
1991/I – 11 22 – – – 33
1991/II – 25 51 – – – 76
1992/I – 03 02 25 – – 30
1992/II – – 24 33 21 27 105
1993/I – 01 02 – 17 – 20
1993/II – 24 – – 21 16 61
1994/I – 8 – – 20 14 42
1994/II – 32 – – 22 31 85
1995/I – – – – 32 18 50
11995/II 11 31 – – 14 3 59
11996/I 14 28 – – 22 – 64
Fonte: Setor de Registros de Diplomas - UNIVALI
195
1990
/I
1990
/II
1991
/I
1991
/II
1992
/I
1992
/II
1993
/I
1993
/II
1994
/I
1994
/II
1995
/I
1995
/II
1996
/I
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1990
/I
1990
/II
1991
/I
1991
/II
1992
/I
1992
/II
1993
/I
1993
/II
1994
/I
1994
/II
1995
/I
1995
/II
1996
/I
GRÁFICO 4 - CONCLUINTES DAS HABILITAÇ ÕES - SUPERVISÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR - ANO/SEMESTRE 1990/I - 1996/I
Supervisão Escolar
Educação EscolarFonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia
1990
/I
1990
/II
1991
/I
1991
/II
1992
/I
1992
/II
1993
/I
1993
/II
1994
/I
1994
/II
1995
/I
1995
/II
1996
/I
0
10
20
30
40
50
60
70
1990
/I
1990
/II
1991
/I
1991
/II
1992
/I
1992
/II
1993
/I
1993
/II
1994
/I
1994
/II
1995
/I
1995
/II
1996
/I
GRÁFICO 5- CONCLUINTES DAS HABILITAÇ ÕES - ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - ANO/SEMESTRE 1990/I - 1996/I
Orientação Educacional
Administração EscolarFonte: Pró-Reitoria Acadêmica - Secretaria de Filosofia
196
Os índices bastante diferenciados nos Gráficos nº 1, 2 e 3 dos Concluintes por Habilitação deve-se à
opção dos alunos de acordo com as disposições regimentais da UNIVALI.
Outro aspecto a ser considerado refere-se às alterações curriculares.
QUADRO GERAL DO CURSO DE PEDAGOGIA - VESPERTINO - CAMPUS I - ITAJAÍ - 90-93
Ano/
Semestre
Vagas
oferecidas
1ª Opção
2ª Opção
Matrícula
Concluintes por Habilitação
e ocupadas Nº Candid Índice Nº Candid Índic OE PE Total
1990/I 60 45 0,75 81 1,35 105 – – –
1990/II – – – – – 72 15 – 15
1991/I – – – – – 45 – – –
1991/II – – – – – 34 12 – 12
1992/I – – – – – 23 – – –
1992/II – – – 16 – – –
11993/I – – – 21 – – –
11993/II – – – 10 – 10 10
197
6.9 INFRA-ESTRUTURA DO CURSO
6.9.1 Espaço Físico
INSTALAÇÕES OCUPADAS PELO CURSO DE PEDAGOGIA
Há um sentimento generalizado dos sujeitos (professores e alunos) envolvidos no Curso de Pedagogia
que, de uma ou de outra forma, sentem-se prejudicados pela falta de um espaço físico que os congregue de forma
mais próxima, de modo a facilitar as ações tanto administrativas quanto pedagógicas.
Este é um sentimento fundamentado numa verdade óbvia, pois historicamente o curso nunca teve seu
espaço físico próprio. Aliás, nas suas origens, quando funcionava ainda no Colégio Estadual Deputado Nilton
Kucker, o curso caracterizava-se por uma aproximação maior, o que gerava maior controle e possibilitava
atender com maior presteza às necessidades do cotidiano.
Após a ocupação do Campus Universitário I, à medida em que outros cursos foram sendo criados, o
Curso de Pedagogia passou a não ter mais um espaço definido, se diluindo em até 05 Blocos distintos, gerando
um descontentamento, pois as ações de Direção e Coordenação do Curso ficam dispersas, escapando muitas
vezes ao controle dos mesmos e não permitindo a integração e interação do corpo discente e docente.
Quando questionados através dos instrumentos de pesquisa, os professores e alunos assim se
pronunciaram: “A definição de espaços e ambientes Pedagógicos, e reivindicações de infra-estrutura adequada
para desenvolver um curso por excelência, são condições necessárias” e a “luta pela conquista de um Bloco
específico para o curso”, foi outra questão bastante enfatizada.
Fica assim demonstrado de maneira inequívoca o desejo de todo o corpo discente e docente de ver
respeitados os seus direitos de terem para o Curso de Pedagogia um Bloco próprio, condizente com sua situação
de curso mais antigo e de muita relevância social.
O quadro a seguir demonstra a fragmentação espacial do próprio Curso.
O encaminhamento de professores e alunos para diversos blocos dificulta a comunicação, a construção
da própria identidade do Curso.
198
6.9.2 Distribuição das Salas
1º SEMESTRE/96
PEDAGOGIA
NOTURNO - CAMPUS I
CURSO PERÍODO SALA BLOCO ANDAR
1º A 03 E.P.P.P –
1º B 04 E.P.P.P –
2º A 110 12 Térreo
2º B 109 12 Térreo
P 3º A 108 12 Térreo
E 3º B 105 12 Térreo
D 4º A 104 12 Térreo
A 4º B 103 12 Térreo
G 5º SI 09 10 1º
O 5º PE 10 10 1º
G 6º MA 11 10 1º
I 6º SI 93 11 1º
A 7º SI 94 11 1º
7º MA 95 11 1º
8º PE 96/A 11 1º
9º SE 96/B 11 1º
Direção da Faculdade 04 01 Térreo
OUTRAS SALAS Coordenação da Prática de Ensino e
Estágios Supervisionados
08
10
1º
199
Acervo Bibliográfico disponível para o Curso de Pedagogia
O acervo bibliográfico dos livros distribuídos por assunto conforme o sistema de classificação da tabela
de Classificação Decimal Universal CDU, bem como o acervo de periódicos gerais e específicos podem ser
visualizados nos quadros anexos.
Pode-se observar um aumento anual do acervo, ainda pouco significativo, uma vez que o número de
alunos matriculados nos Cursos por semestre, é de 550 em média. Do acervo disponível há uma carência de
autores estrangeiros publicados em Portugal e Espanha ou traduzidos já para nosso idioma, bem como as
publicações feitas em 1995/1996 pelas editoras nacionais.
6.9.3 Levantamento dos Títulos dos Periódicos da Biblioteca Central Comunitária
6.9.4 Recursos Audiovisuais
Os Recursos Audiovisuais disponíveis na Universidade são comuns a todos os cursos. Devido ao
trânsito constante dos aparelhos para os diversos Blocos, os mesmos já se encontram danificados, quanto ao seu
funcionamento e capacidade de aproveitamento.
Relacionamos abaixo os aparelhos existentes:
25 Retroprojetores
14 Televisores
12 Vídeo-cassetes
19 Telões
Além dos equipamentos citados, existe na Sala de Apoio Pedagógico e Supervisão das Práticas e
Estágios de Pedagogia, alguns equipamentos provenientes de convênios com o PRONAICA, quais sejam:
01 Computador 486
01 Impressora HP 680C
01 Televisão
01 Vídeo-cassete
01 conjunto de mobiliário
A sala e os instrumentos acima mencionados representam uma conquista positiva na opinião dos
professores e alunos, o que foi constatado nos instrumentos de pesquisa, na questão “Destaques e Avanços do
Curso de Pedagogia”.
Mas de longe não é suficiente e o necessário para formação de educadores para atualidade. O Curso de
Pedagogia necessita urgente de um Laboratório de Informática, para atender as necessidades do novo currículo
em fase de estudo.
200
6.9.5 Órgãos Financiadores da Pesquisa para o Curso
O Programa de Bolsas de Iniciação Científica - ProBIC foi implantado para estimular o estudante a
participar de Projetos desenvolvidos por alunos e orientados por Docentes.
O ProBIC foi aprovado pela resolução nº 30/CEPE/94 e apóia propostas de trabalho em todas as áreas
da Universidade priorizando aquelas que se enquadram nos planos dos Grupos e Núcleos de Pesquisa, ou
Unidades de Ensino. Para 1996, foram aprovadas 71 bolsas de pesquisa.
Dos 71 Projetos aprovados, 04 projetos do Curso de Pedagogia foram aprovados, envolvendo 05 alunos.
Este número apresenta-se pouco significativo, diante da necessidade de se pesquisar as práticas
pedagógicas e as ações educacionais da Região. O corpo docente tem demonstrado interesse na implantação do
Núcleo de Pesquisa em Educação.
Entre os docentes do Curso, há uma desmotivação em relação à apresentação de projetos ao PROBIC,
pela não aprovação da maioria dos projetos enviados em 1995/96. Esta percepção foi considerada por 6
professores que assim se pronunciaram: “Os Projetos de Pesquisa e Extensão não são aprovados e liberados na
mesma proporção dos demais cursos, discriminando assim o setor das Licenciaturas”.
Apesar das dificuldades de se operacionalizar a pesquisa no Curso de Pedagogia, os docentes a partir de
suas pesquisas de formação - elaboração de dissertações e Teses -, estão agilizando a implantação do Núcleo de
Pesquisa em Educação, com a finalidade de orientar, incentivar e institucionalizar estudos e pesquisas na área de
Educação.
201
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI - FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E
LETRAS
NÚCLEO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO - NUPED
Produção Intelectual dos Docentes 1995/96
1) Natureza Técnica: Cursos de Curta Duração
a) Docência - Mestrado - 03
b) Docência - Especialização - 09
c) Cursos de Extensão - 17
d) Cursos de Aperfeiçoamento - 14
e) Coordenação - Especialização - 15
2) Natureza Técnica: Serviços Técnicos
a) Elaboração de Projetos – 24
b) Assessoria - 04
c) Estágio Supervisionado Doutorado (exterior) - 01
d) Pareceres – 02
e) Coordenação de Estágios das licenciaturas - 27
3) Natureza Técnica: Apresentação de Trabalhos
a) Seminários Nacionais - 06
b) Seminários Internacionais - 01
c) Comunicações - 07
d) Conferências - 01
e) Simpósios - 01
f) Apresentação / defesa dissertação - 05
g) Painel - 01
h) Congressos - 02
4) Natureza Técnica: Programa de Rádio ou Televisão
a) Entrevistas na televisão - 06
b) Entrevistas (debate) rádio - 02
5) Natureza Bibliográfica: Artigo em Jornal ou Revista
a) Artigo em revista - 10
b) Entrevista Jornal - 01
c) Elaboração produção de Jornal - 03
d) Artigo em Periódico - 01
e) Artigo em jornal - 06
6) Natureza - Coletânea, texto integral, verbete, capítulo, outros
a) Livros editados - 05
202
PESQUISA EM DESENVOLVIMENTO E PESQUISADORES
Fonte Financiadora Pesquisa Institucional Pesquisa de Formação Pesquisador
Nova Tecnologia e a
Formação do Educador
Dissertação
Hélio Floriano
PROBIC
1996
97
Um estudo da prática
Pedagógica do Curso de
Psicologia da UNIVALI e
suas relações com as
necessidades objetivas da
sociedade atual
Emoção e afetividade no
contexto de sala de aula:
concepções de
Professores e Direções
para o Ensino.
Maria Mersilda
PROBIC
1996
97
O auto-conceito e auto-
imagem do aluno repetente e
as conseqüências na
continuidade do processo de
Alfabetização
Maria Mersilda
M. Saúde DST - AIDS - Drogas nas
Escolas Particulares
Denise Stringari
M. Saúde Saúde Familiar Denise Stringari
PROBIC
1996
O uso da informática na const.
das habilidades cognitivas - 1ª
série do 1º grau
A educação e as relações
de trabalho no
capitalismo
contemporâneo uma
redefinição nos
pressupostos e
fundamentos
educacionais.
Hanelore Henicka
Efetividade do Currículo
por atividade no Ensino
de 1º de grau
Neusa Maria Rebello
PROBIC
1997
Análise das concepções de
Conhecimento Científico dos
Professores que atuam nas
Séries Iniciais do Ensino
Margarida E. de Borba
Yara Cristina C. Pereira
Fundamental da Rede Pública
Estadual de Ensino na Região
da 13ª CRE.
Fonte Financiadora Pesquisa Institucional Pesquisa de Formação Pesquisador
203
Refletindo a Prática de
Ensino Ontem e Hoje/
Dissertação
Alzira Beatriz Cunha
Indicativos
Metodológicos de
Ciências nas Séries
Iniciais, uma abordagem
Piagetiana
Dissertação
Pedro Valmir de Borba
A Formação do Professor
na Universidade: a
questão das licenciaturas
Dissertação
Walter Amaro Baldi
Produção do Espaço Urbano? Produção do Espaço
Urbano
Dissertação
Francisco Antônio dos
Anjos
Textualização: um
enfoque interacionista
para a escrita escolar
Tese
Osmar de Souza
O desenvolvimento dos
conceitos básicos para a
aprendizagem da História e da
Geografia
Subsídios
Psicopedagógicos para o
atendimento de crianças
hiperativas
Dissertação
Ângela Virgínia Calliari
Costa
Avaliação Institucional Formação do Professor de
Ciências e Matemática
para o 1º Grau
Dissertação
Avaliação dos
conhecimentos científicos
dos alunos das 8ª séries
do 1º grau
Tese
José Erno Tagliéber
Fonte Financiadora Pesquisa Institucional Pesquisa de Formação Pesquisador
Trabalho Pedagógico Lenir Novaes
204
realizado em parceria
num processo de
reflexão-ação - reflexão
do cotidiano escolar
Dissertação
A investigação dialógica como metodologia de ensino da filosofia no 3º grau Dissertação em realização
Vilmar Vandresen
PROBIC
1997
Os critérios de avaliação de
ensino-aprendizagem nas 1ªs
séries do 1º grau e fenômeno
da repetência, no município de
Porto Belo - SC
Evasão e Repetência no ensino
do 1º grau da 13ª CRE, no
período de 91-95: uma análise
comparativa dos dados com o
discurso institucional da
avaliação
Avaliação Escolar e
Identidade: ação de
formação do sujeito
Tese
Amândia Maria de
Borba Batchauer
Conhecimento e
Currículo
Danilo Campestrini
Alfabetização na Pré-
Escola: apreciação
analítica e contribuições
para a construção de um
caminho interdisciplinar
Dissertação
Ana Luiza Máximo
Ramos
Vida de Professora
Dissertação
Maria Rosa Heleno
Schulte
PROBIC
1997
Expansão da Periferia Oeste
de Itajaí (SC): processo de
(re)produção do espaço em
antiga área rural - o caso de
Rio do Meio e Itaipava
Sônia Miriam Moreira
205
PROJETO EVENTO DURAÇÃO PRESTADIOS FRUITIVOS OBJETIVO
Concepção de “Atenção
Integral” na Educação
Infantil
Seminário
20 h
Alunos do 8º Período
do Pré-Escolar
Professores que atuam na
Educação Infantil:
– creches
– Jardins
– Pré-Escola
Refletir junto com os professores a problemática referente à
educação infantil no contexto da realidade em que atuam.
A Proposta e a Prática
Pedagógica da Educação
Municipal em Tijucas
Pesquisa
30 h
(cada estagiário)
Alunos do 8º Período
de Pedagogia
Professores da Rede Municipal:
Tijucas. Alunos do Curso de
Magistério.
Conhecer e analisar a proposta e a prática pedagógica
desenvolvida pelo sistema municipal de ensino de Tijucas.
A participação dos pais na
melhoria do ensino
Reuniões com
pais e
professores
40 horas
8 horas
semanais
Alunos do 7º Período
M.ª
Pais, alunos e professores do
Colégio Estadual Prof. Henrique
da Silva Fontes.
Aprofundar o conhecimento sobre a realidade escolar,
favorecendo reflexões sobre uma práxis criativa e
transformadora na perspectiva da melhoria da qualidade de
ensino.
A Prática de Filo–sofia no
contexto do ensino de 1ª a
4ª série.
Aulas no
Colégio de
Aplicação da
UNIVALI
24 h/a por aluno
Alunos do 7º Período
de M.ª Pedagogia
Alunos de 1ª a 4ª série do ensino
de 1º grau
Refletir sobre o fazer pedagógico estabelecendo articulação
entre teoria/prática a partir das atividades programáticas da
disciplina e da observação “in loco” nas U.E.
Prática de Ensino na
Escola de 2º grau
“Compartilhando nossas
Vivências Pedagógicas.
Curso
20 h/a
Alunos do 7º P. M.ª e
8º P. Pré.
Professores e alunos estagiários
do magistério do município de
Gaspar
Repensar a prática pedagógica a partir da própria prática
num processo de ação-reflexão-ação.
206
PROJETO EVENTO DURAÇÃO PRESTADIOS FRUITIVOS OBJETIVO
A Pedagogia Freinet e suas
implicações na Pré-Escola
Seminários
40 h/a
Alunos do 8º P. do
Pré-Escolar
Professores e coordenadores das
instituições de Educação Infantil
do município de Itajaí
Discutir junto aos profissionais que atuam nas
instituições-alvo do Estágio a Pedagogia Freinet e suas
implicações na Pré-Escola.
Conhecendo a rea–lidade
das séries iniciais (1ª a 4ª
sé–rie)
Participação nas
atividades de sala
de aula
40 h/a
Alunas do 8º P. das
Séries Ini–ciais
Alunos das Séries Iniciais das
escolas: Escola “Valter Vicente
Gomes”, Centro Ed. Arco Íris.
Investigar a realidade cotidiana das Séries Iniciais na
perspectiva de transformações pedagógicas.
O Estudo do Cotidiano da
Escola de 1º grau (1ª a 4ª
série)
Interação direta
no cotidiano
escolar
64 h/a
Alunas do 8º P. S.I.
Alunos das Séries Iniciais das
Escolas Públicas
Pesquisar o cotidiano da escola pública procurando
articular teoria/prática na perspectiva de produção de um
novo conhecimento.
Percorrendo o legal e o
real do ensino de 2º grau
no município de Itajaí.
Aulas Práticas
Seminário
40 h/a
Alunas do 7º P. M.ª
disciplina de Estrutura
Alunas dos 8ºsérie da rede
municipal de ensino de Itajaí
Pesquisar a estrutura e o funcionamento do ensino de 2º
grau na perspectiva de oferecer os conhecimentos aos
alunos das 8ªs séries.
Refletindo a didática no
Curso de Magistério - 2º
grau
Aulas Práticas
40 h
Alunas do 8º P. Séries
Iniciais
Alunas do 2º e 3º magis–tério do
Colégio Estadual “Victor
Meirelles”.
Repensar a Didática enquanto disciplina que dá
sustentação teórico/prática às atividades pedagógicas.
207
Estes são alguns dos projetos que desenvolvemos na perspectiva de proporcionar ao futuro profissional
da educação oportunidades de desenvolver uma práxis criadora na medida em que teoria/prática se articularam na
sua prática pedagógica.
A possibilidade de articulação entre ensino-extensão também se fez presente, procurando atender
solicitações das Secretarias Municipais de Educação da Micro-Região da AMFRI, no que se refere à troca de
experiências, estudos e análises de temas que contribuam para a melhoria do processo ensino aprendizagem.
O que vimos e sentimos são resultados ainda tímidos dadas as nossas dificuldades de recursos materiais
e humanos. Portanto, temos consciência de nossas limitações, dúvidas na nossa caminhada, nas certezas da nossa
vontade de querer acertar.
6.10 ESTÁGIOS: LEGISLAÇÃO, OBJETIVOS E ETAPAS DO SEU DESENVOLVIMENTO
A Prática de Ensino sob a forma de Estágio Supervisionado nas diferentes disciplinas da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras - UNIVALI -, situada em Itajaí, Campus I, consiste numa orientação de trâmite
administrativo-educacional à disposição do estagiário para sua organização e comunicação constante com a
coordenação e direção da respectiva Faculdade.
A UNIVALI considera o estagiário um pré-profissional capaz de revelar o perfil profissiográfico
requerido pelo curso.
Legislações que fundamentam a Prática do Estágio.
– A Prática do Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia está normatizada em Legislação
específica que se seguem:
* Lei nº 6.494 de 07/12/77, referentes aos estágios de ensino superior, 2º grau (profissionalizante ou
supletivo).
* Decreto nº 87.497 de 18/08/92, revoga a Lei anterior, nos limites que especifica e dá outras
providências.
* Decreto nº 89.476 de 12/03/84: Regulamenta dispositivo do regulamento da lei nº 6.494 de 07 de
dezembro de 1977.
* Resolução nº 05/CEPE/88: Aprova as diretrizes educacionais e administrativas para as atividades de
estágios supervisionados e atividades complementares de ensino aprendizagem.
– O Estágio Supervisionado atenderá os acadêmicos dos cursos de ciências de 1º grau com habilitação
em Biologia e Matemática, Estudos Sociais, História, Geografia, Letras e Pedagogia, nas habilitações de Pré-
Escolar, Supervisão Escolar, Orientação Educacional, Administração Escolar, Magistério das Séries Iniciais e
Matérias Pedagógicas de 2º grau.
– A Prática de Ensino terá por finalidade a formação de Professores qualificados para atuarem nos
respectivos níveis de Ensino, nos diferentes campos de conhecimento humano, envolvidos com o processo sócio-
político-econômico e cultural da sociedade.
Os Objetivos da Prática de Ensino – O Estágio.
208
Os objetivos gerais da Prática de Ensino dos Cursos de Licenciaturas da Faculdade de Filosofia
abrangem:
– Evidenciar a formação do Educador, professor de 1º e 2º graus, com competência Científica, Técnica
e Política.
– Organizar um projeto coletivo de conhecimento que enfatize o desenvolvimento de uma atitude
crítica frente à realidade que o envolve.
– Promover ações conjuntas sobre a realidade transformando-a no sentido da melhoria da qualidade de
vida humana.
– A Prática de Ensino dos cursos de licenciatura da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras tem
como objetivos específicos:
a) Vincular o conhecimento teoria à realidade concreta.
b) Prestar auxílio Técnico-Pedagógico aos Professores, Diretores e Especialistas das Unidades de
Ensino de 1º e 2º graus.
c) conduzir o acadêmico a estabelecer articulação teórico-prática, trabalhando os conteúdos de forma
interdisciplinar.
d) Favorecer o domínio do conhecimento técnico-político-pedagógico, contribuindo para a melhoria
do Processo Ensino-Aprendizagem.
Atividades da Prática de Ensino
As atividades da Prática de Ensino estão divididas em 05 etapas:
1ª) Etapa de Diagnóstico da Realidade.
2ª) Etapa de Planejamento do Projeto de Ensino.
3ª) Etapa do Estágio - Atividade Prática
4ª) Etapa do Seminário de Avaliação
5ª) Etapa de Produção Final.
– A Estrutura organizacional da Prática de Ensino dos cursos de licenciatura da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras estará assim representada:
1 – Um coordenador geral de estágio
2 – Um professor-orientador da disciplina
3 – Um responsável da Instituição ou do campo de Estágio
– Ao estagiário compete:
* negociar sua liberação na empresa ou local de seu trabalho.
* conhecer o local de estágio.
* Apresentar-se no local de estágio com a devida apresentação da Direção da Faculdade e
Coordenador de Estágio.
* Comparecer com assiduidade no local de Estágios nos horários previstos.
* Elaborar, desenvolver e avaliar o Projeto das atividades das Práticas de Ensino de acordo com as
normas da Universidade.
* Cumprir as normas internas das instituições onde estiver realizando seu Estágio.
209
* Manter sigilo quanto a informações confidenciais, que por ventura lhe fizeram, na instituição,
durante a Prática de Ensino.
* Emitir parecer avaliativo quanto ao desenvolvimento do estágio.
* Entregar monografia ou o relatório final, na data determinada.
* Aceitar o Parecer avaliativo quanto ao desempenho de suas atividades da Prática de Ensino.
Finalizando a questão do estágio, registramos algumas questões que verificamos nos instrumentos de
pesquisas, quais sejam:
* Que os semestres iniciais, principalmente na disciplina de Didática e as disciplinas que
fundamentam o curso (Sociologia, Psicologia e Filosofia), devem ser fortalecidas na direção do futuro estágio.
* Que o estágio seja uma preocupação constante no percurso do Curso de Pedagogia e não apenas
um momento no final do mesmo, quando há um acúmulo de atividades, não contribuindo efetivamente para uma
boa prática.
* Que os estágios possam ser praticados nas Unidades Escolares, de atuação do estagiário, evitando
transtornos de ordem Administrativa e Pedagógica será possível realizar um trabalho de melhor qualidade.
Fonte Pesquisada: Caderno construindo a UNIVALI
Área: Ciências Humanas: Educação
Ano: 1993 - nº 05 - mês: outubro
6.11 PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CONTEXTO DO CURSO DE
PEDAGOGIA
Falar das Práticas de Ensino e dos Estágios Supervisionados no Curso de Pedagogia é falar da formação
do futuro professor numa visão crítica e numa perspectiva de formação continuada.
Com esta referência, compartilhamos com Mediano (1984:140), ao destacar que “...a prática de ensino
não pode estar reservada a um momento final, mas perpassa todo o curso de graduação que o aluno faz”.
Acreditamos que esta deva ser a idéia primordial, a ser, por nós perseguida, enquanto profissionais do Curso de
Pedagogia preocupados com a formação do aluno-professor (formação inicial) e do professor-aluno (formação
continuada).
Não podemos conceber o coroamento da formação inicial com a realização ou Práticas e Estágios como
ponto de chegada de uma trajetória acadêmica. Devemos, sim, considerá-los como ponto de partida para novas
ações e reflexões quando vivenciado e produzindo um trabalho pedagógico que se caracteriza pelo “saber” e pelo
“saber fazer” num processo dialético: ação-reflexão-ação.
É assim que pensamos e concebemos as Práticas de Estágios no Curso de Pedagogia. Entretanto, temos
consciência de que, diferentes fatores, através dos diferentes tempos históricos e cronológicos, quer a nível
macro (o Social mais amplo), quer a nível micro (a Universidade), concorrem para a não realização das Práticas e
dos Estágios de forma articulada aos objetivos do Curso e da realidade cotidiana da escola pública de 1º e 2º
graus.
210
Importante situar os fatores que, parecem-nos, provocam a desarticulação entre o pensar e o fazer da
Prática e do Estágio no contexto do Curso de Pedagogia. Nossa intenção é que possam ser refletidos, na
perspectiva de novos direcionamentos para a formação do futuro profissional da educação:
– a não articulação teoria-prática que perpassa todos os momentos do curso.
– a não relação entre as disciplinas de “conteúdo comum” e as disciplinas pedagógicas.
– o campo de estágio visto, sentido e trabalhado como um campo de aplicação de teorias, conceitos,
regras e “receitas”, desenvolvidas durante o curso e não como um campo de investigação-ação.
– o estágio articulado somente ao ensino, desvinculado da pesquisa.
– o pouco contato com disciplinas de conteúdos pedagógicos, provocando deficiências e dificuldades
dos alunos com relação aos conhecimentos metodológicos e didáticos específicos.
– a redução dos campos de estágios, especificamente dos materiais pedagógicos de 2º grau.
– o desconhecimento total de alguns acadêmicos da realidade cotidiana da escola pública e ou
particular (alguns não são professores).
– a grande quantidade de alunos para um só orientador.
Procuramos, com nossos pares, nesses 3 últimos anos refletir sobre esses fatores num diálogo
permanente com a realidade investigada – A Prática de Ensino – O Estágio Supervisionado. Deles aprendemos a
possibilidade de novos caminhos na busca da superação de tais dificuldades.
Dessa forma, buscamos desenvolver as Práticas e os Estágios a partir de 3 dimensões:
1) da negociação: enquanto o trabalho em parceria dos acadêmicos-estagiários com as Escolas Públicas
de 1ºe 2º graus e/ou instituições comunitárias. Parceria no sentido de um trabalho que possibilite o intercâmbio
de ajuda-mútua e não de ação-ajuda. Assim entendido buscamos “... uma participação não invasiva, mas
consentida e/ou permitida que como tal está imersa no comportamento, nas responsabilidade com a
transformação da realidade cotidiana. (Mattos, 1994:6).
2) da investigação: enquanto prática que obriga a pesquisar, a conhecer, a perceber, a sentir e
compreender o significado das ações que ocorrem no interior da realidade investigada.
Nesta perspectiva, ao buscarmos a investigação como prática na formação inicial do professor,
especificamente nas Práticas e Estágios, nos apoiamos em 3 (três) razões apontadas por Perrenoud (1993:118):
a) como modo de apropriação ativa de conhecimentos de base em ciências humanas;
b) como preparação para a utilização ou resultados da investigação em educação ou para a participação
no seu desenvolvimento.
c) como paradigma transponível no quadro de uma prática refletida.
3) da intervenção direta: enquanto prática articulada à negociação e à investigação, delas retirando
elementos significativos, possíveis de transformações na própria prática do futuro profissional.
Intervir significa mexer, mudar, participar, transformar transformando-se.
Acredito, este é o caminho, para nós, professores do Curso de Pedagogia (Práticas e Estágios), que está
sendo trilhado na perspectiva de oferecer oportunidades teórico/práticas que permitam ao futuro professor
vivenciá-las pelo “saber” e pelo “saber fazer”.
Para tanto, procuramos desenvolver alguns projetos que revelam, de forma tímida, características das
dimensões acima mencionadas
211
6.12 CORPO DOCENTE
RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE - 3º GRAU/UNIVALI - 1996/I - PEDAGOGIA
Nº PROFESSOR GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO ANO INSTITUIÇÃO UF Nível Título Completo Em Curso
01 Ailton Limas Patrício Educ. Física Pedagogia
Espec. Educação Física X 1982 UFSC SC
02 Alberto Machado Niece Educ. Física Mestr. Espec.
Psicologia da Educação Ensino da Educ. no 1º Grau
X X
1995 1983
PUC UFPR
SP SC
03 Alzira Beatriz Cunha Pedagogia Mestr. Espec. Espec.
Supervisão e Currículo Supervisão Escolar Metodologia do Ensino
X X
X 1981
1983
PUC UDESC UDESC
SP SC SC
04 Amândia Maria B. Batschauer Pedagogia Espec. Mestr. Doutr.
Administração Escolar Educação Supervisão e Currículo
X
X
1983 1993 1996
UFSC PUC USP
SC SP SP
05 Ana Luiza Máximo Ramos Pedagogia Mestr. Espec.
Educação Orientação
X X
1995 1988
UFPR UNIVALI
PR SC
06 Ângela Vergínia C. Costa Geografia Pedagogia
Mestr. Espec. Espec.
Educação Orientação Educacional Metodologia do Ensino
X X X
1992 1981 1983
PUC FESS UDESC
RS RJ SC
07 Carla F. G. Alves da Silva Matemática Espec Ciências: Matemática X 1987 FURB SC 08 Ceili Borba Furtado Geografia
Ed. Artística Espec. Espec.
Turismo e Hotelaria Metodologia do Ensino
X X
1994 1983
UNIVALI UDESC
SC SC
09 Cinéria Vieira da Costa Pedagogia Ciências
Espec.
Metodologia do Ensino
X
1983
UDESC
SC
10 Clóvis Demarchi Direito Filosofia
Mestr. Espec. Espec.
Direito: Dogmática Jurídica História da América Metodologia do Ensino Superior
X X
X
1989 1991
UNIVALI UFPR UNIVALI
SC PR SC
11 Danilo Campestrini Ciências Filosofia
Mestr. Espec.
Educação Metodologia do Ensino
X X
1994 1983
UFPR UDESC
PR SC
Nº PROFESSOR GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO ANO INSTITUIÇÃO UF
212
Nível Título Completo Em Curso 12 Denise Stringari Marcos Enfermagem
Mestr.
Espec.
Educação
Enfermagem: Docência de
Enfermagem a nível de 3ºgrau
X
X
1995
1982
UFPR
UFSC
PR
SC
13 Edison D´Avilla Letras
Mestr.
Espec.
História
Metodologia do Ensino
X
X
1995
1983
UFSC
UDESC
SC
SC
14 Evanice Silva do Carmo Fonoaudiologia Espc. Metodologia do Ensino X 1983 UDESC SC
15 Geraldo José Medeiros Júnior Filosofia Espec. Metodologia do Ensino X 1995 Fac Ouro Fino MG
16 Geremias Moretto Letras
Mestr.
Espec.
Espec.
Letras: Literatura Brasileira
Língua Portuguesa
Letras: Língua Portuguesa
X
X
X
1989
1987
UFSC
FFCL de R
FEPEVI
SC
SP
SC
17 Glória Maria A. F. Cristofolini Pedagogia Espec. Educação: Supervisão Escolar X 1987 Fun.Educ.
Sev. Sombra
RJ
18 Hélio Floriano dos Santos Pedagogia Mestr. Educação: Ensino Superior
Didática do Ensino Superior
X
X FURB
FEPEVI
SC
19 Jonas Tadeu Nunes Pedagogia
Direito
Filosofia
Estudos Sociais
mestr. Administração
Metodologia do Ensino
Direito Processual, Civil e do Trabalho
X
X
X
1995 UFSC
UDESC
FEPEVI
SC
20 José Nilton de Almeida Filosofia Mestr. Fundamentos da Educação X 1994 UEM PR
21 Laércio Antônio Baggio Administração
Psicologia
Espec. Psicologia para o Magistério
Superior
X
UNIVALI SC
Nº PROFESSOR GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO ANO INSTITUIÇÃO UF
213
Nível Título Completo Em Curso 22 Lenir Novaes Pedagogia Espec.
Espec.
Mestr
Orientação Educacional
Supervisão Escolar
Metodologia de Ensino
X
X
X
1973
1983
1996
UPF
FESS
UNICAMP/
UNICENTRO
RS
RJ
SP
PR
23 Mara Rosana Gonçalves Santos Pedagogia Espec.
Espec.
Metodologia da Ciência
Supervisão de Treinamento para Empresas
X
X
1994
1989
CIES
PUC
PR
RS
24 Márcia Schmitt de Souza Enfermagem Mestr.
Espec.
Espec.
Espec.
Assistência da Enfermagem
Enfermagem e Seg. do Trabalho
Didática do Ensino Superior
Enfermagem Pediátrica
X
X
X
X
1985
1988
1986
UFSC
FEPEVI
UNIVALI
UFPR
SC
SC
SC
PR
25 Margarida de Oliveira Rebelo Pedagogia Mestr.
Espec.
Educação
Alfabetização
X
X 1994
1992
UFPR
UNIVALI
PR
SC
26 Maria de Assis Straseio Letras Mestr.
Espec.
Espec.
Linguística
Língua Portuguesa
Didática do Ensino Superior
X
X
X
1986
1989
UNIVALI
UFPR
UNIVALI
SC
PR
SC
27 Maria Eulália Souza Pereira Pedagogia Espec
Espec.
Administração
Metodologia do Ensino Escolar
X
X
1988
1983
FEPEVI
UDESC
SC
SC
28 Maria Heidemann Pedagogia Espec. Administração Escolar X 1983 UFSC SC
29 Maria Mersilda Pinheiro Pedagogia
Ciências
Mestr.
Espec.
Espec.
Psicologia da Educação
Psicologia da Aprendizagem
Orientação Educacional
X
X
X
1995
1984
1986
PUC
CAPES
PUC
SP
DF
MG
Nº PROFESSOR GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO ANO INSTITUIÇÃO UF Nível Título Completo Em Curso
214
30 Maria Rosa Heleno Schulte Pedagogia Mestr.
Espec.
Educação
Metodologia do Ensino
X
X
1995
1983
PUC
UDESC
SP
SC
31 Maria Tereza F. L. M. Passos Filosofia
Educação Física
Mestr.
Espec.
Educação
Psicologia para o Magistério Superior
X
X
1990
PUC
UNIVALI
PR
SC
32 Maria Zélia Busarello Pedagogia Espec.
Espec.
Supervisão Escolar
Educação: Adm. Escolar
X
X
1982
1986
FESS
FESS
RJ
RJ
33 Marialva Spengler Pedagogia Mestr. Supervisão e Currículo X 1996 UNIVALI SC
34 Marlene Novaes Pedagogia Mestr.
Espec.
Turismo e Lazer
Metodologia do Ensino X
X
1983
USP
UDESC
SP
SC
35 Nair Theezinha Pereira da Silva Letras Mestr.
Espec.
Espec.
Educação: Ensino
Língua Portguesa
Literatura Brasileira
X
X
X
1997
1973
1982
Furb
UNIVALI
UFSC
SC
SC
SC
35 Nerilda Santos Foltran Pedagogia Mestr.
Espec.
Educação
Supervisão Escolar
X
X
1993
1988
PUC
PUC
SP
MG
36 Neusa M. Rebello Vieira Pedagogia Espec. Metodologia do Ensino X 1983 UDESC SC
37 Paulo Roberto C. da Silva Estudos Sociais
Filosofia
Direito
Mestr.
Mestr.
Espec.
Espec.
Direito: Dogmática Jurídica
Educação no Ensino Superior
Dto Const. Econ. e Financeiro
Metodologia do Ensino
X
X
X
1982
1983
UNIVALI
FURB
UFSC
UDESC
SC
SC
SC
SC
Nº PROFESSOR GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO ANO INSTITUIÇÃO UF
Nível Título Completo Em Curso
215
38 Pedro Francisco Bettoni Administração Mestr.
Espec.
Espec.
Espec.
Relações Econônicas, Sociais e
Internacionais
Engenharia de Produção
Administração Universitária
Didática do Ensino Superior
X
X
X
X
1994
1992
1989
UNIVALI
UNIVALI
ACAFE
UNIVALI
SC
SC
SC
SC
39 Pedro Valmir de Borba Ciências Mestr.
Espec.
Educação
Biologia Geral
X
X
1995
1989
UFSC
FESS
SC
RJ
40 Rita Bastos Santos Pedagogia Espec. Administração Escolar X 1986 Univ.Intern.
Andalucia
41 Rosa Sedrez Letras Espec.
Espec.
Língua Portuguesa: Redação
Metodologia do Ensino
X
X
1982
1983
UNIVALI
UDESC
SC
SC
42 Valéria Silva Ferreira Pedagogia Mestr.
Espec.
Educação: R. H. e Educação
Metodologia do Ensino das S.I.
X
X
1991
UFPR
UNIVALI
PR
SC
43 Vilmar Vandresen Filosofia
Direito
Espec.
Mestr.
Psicologia Educacional
Educação: Currículo
X
X
1990 FESS
UFPR
RJ
PR
216
6.13 FORMAS DE INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR: SEMINÁRIOS, SIMPÓSIOS, SEMANAS DE
PEDAGOGIA E ENCONTROS
Departamento é a menor fração da estrutura da Universidade que compreendem disciplinas de uma
mesma área ou áreas afins congregando professores que a ministrem.
O Departamento é constituído pelo colegiado do departamento e por seu chefe. O Departamento de
Pedagogia é chefiado pela professora Msc. Maria Rosa Heleno Schulte e pelo professor Vilmar Vandresen que
exerce a função de Sub-chefe. Ambos foram nomeados pela Portaria 156/96 de 17 de junho de 1996 assinada
pelo Magnífico Reitor, professor Edison Villela, com o mandato de 05/06/96 a 05/06/98.
Cumprindo suas funções o Departamento implementou neste ano várias atividades extra classe, inclusive
semanas de estudo sobre Freinet, Piaget e Vygotsky, em homenagem ao centenário de seus nascimentos. A
Semana da Pedagogia enfocou neste ano a “Formação do Professor”, como tema. A seguir listamos as atividades
desenvolvidas durante o 1º e 2º semestre.
Sistemática de operacionalização
Departamento de Ciências da Educação - 1996
01 - Atividades - I Semestre de 1996
Reuniões com membros do Departamento para discutir os eventos do I semestre de 1996.
Reuniões com professores das Séries Iniciais para decidir o projeto de estágio-I semestre. Divulgação e
inscrição dos professores do curso de Pedagogia no VIII ENDIPE- Florianópolis .
Palestra no Colégio Estadual Nereu Ramos - Avaliação -06/07.
Reunião para discutir o I Encontro Nacional da ANFOPE. Estudo e análise dos programas das
disciplinas que compõem a grade curricular do Curso de Pedagogia.
Confecção dos projetos para a coordenação de extensão.
Planejamento do encontro da ANFOPE - 02 A 04/05/96.
Planejamento da Semana de Estudos sobre Célèstin Freinet 08 a 13/05/96.
Palestra para os professores da rede municipal de Camboriú sobre - O currículo construído em sala de
aula 21/06/96.
Campanha para angariar agasalhos para as crianças da reserva indígena de São Miguel do Oeste - 05/06
a 25 06/96.
Confecção do projeto de monografia sobre o centenário de Irineu Bornhausen.
Coordenação da equipe responsável pela confecção de uma nova grade curricular para o Curso de
Pedagogia .
Coordenação do curso “Latu Sensu” em Administraçaõ Escolar, Orientação Educacional e Supervisão
Escolar - Encontro.
Projeto - Nossos Mestres e suas produções
Fórum de Discussão do PCN - UFESC - UDES - 17 e 18/04
217
Eventos - I Semestre
Encontro - ANFOPE - Região Sul - Formação do Educador - Perspectivas no Mercosul.
Objetivos:
Promover a integração entre os estados da Região Sul e países que formam a Região Sul.
Congregar pessoas e instituições para debater sobre a questão da formação do educador.
Debater e propor alternativas educacionais através do estudo das semelhanças e diferenças sobre a
formação do educador.
PROGRAMAÇÃO
Dia 02/05
Palestra - O Curso de Pedagogia e sua importância na formação do educador. Dra. Ina Bezezinski
(UNB).
Relato de experiência - A escola itinerante de Lages - PM - Lages.
Palestra - O processo da formação docente - Questões das licenciaturas - Msc Juares da Silva Ihiesm -
UNC.
Dia 03/05 (sexta feira)
Palestra - A educação numa perspectiva do Mercosul, Dr. Marcos Herter - UFSC.
Relato de Experiência - UNIVALI
Palestra - a formação do professor numa perspectiva histórica, Dr. Paulo Ghiraldili - UNESP
Relato de experiência - A escola de I grau nos Recursos indígenas de Xanxerê - 17 CRE Xanxerê.
Dia 04/05
Mesa redonda - A importância da Filosofia na formação de professores: Dr. Alvino Moser, Msc. Danilo
Campestrini, Msc. Tito Lúvio Lemer, Msc. Silvio Wonsovicz.
Encerramento - Professor Danilo Campestrini.
Local de realização - Anfiteatro Adelaide Konder e Auditório Dr. Edison Villela.
Vagas oferecidas - 500
Número de inscritos - 230
Clientela - alunos e professores do Curso de magistério, alunos e professores do Curso de Pedagogia e
outros professores das várias licenciaturas, professores da rede estadual, municipal e particular.
Coordenadores - Maria Rosa Heleno Schulte
Benedito Galatto.
Semana de Estudos sobre a Pedagogia de Célèstin Freinet - 1896 - 1996
Objetivo - conhecer e promover a pedagogia do grande educador Célèstin Freinet.
Apoio - ProPPEx
13/05 - Freinet, sua história e obra
Profª Floriana Granzotto
Debate
Palestra
218
14/05 - A vivência de uma diretora de uma escola particular de I grau e a Pedagogia de Freinet -
Irmã Justina Cristofolini.
Relato de Práticas Pedagógicas do Colégio Imaculada Conceição - Florianópolis.
15/05 - Palestra - A prática pedagógica do CAU
Profª Roberta Pereira
Relato de Experiências
16/05 - Palestra - Célèstin Freinet e a pedagogia de Dom Bosco - Professores do
Colégio Salesiano
Relato de experiências
17/05 - Palestra - O curso de Pedagogia e a Pedagogia de Freinet - Professores Marlene Aparecida
Franco e Ana Maria Ribeiro - Centro de Educação da UFSC.
Palestra - Uma experiência, um livro - Professora Glória Cristofolini - UNIVALI
Durante a Semana houve nos corredores da Faculdade feira de livros sobre Freinet. Nas vitrines da
Biblioteca houve exposição de trabalhos usando as teorias da pedagogia frenetiana. Tomaram parte o Colégio de
Aplicação da UNIVALI (CAU), colégio Cenecista Pedro Antônio Fayal, Educandário Imaculada Conceição de
Florianópolis e Centro Infantil Arte Baby.
02 - II SEMESTRE
Atividades:
Reuniões para a construção da nova grade curricular.
Participação no Encontro de Florianópolis sobre a educação integral à criança (PRONAICA).
Reunião com os professores de S.I. para construção do projeto de estágios.
Reunião para se discutir as atividades do departamento.
Projeto - Nossos mestres e suas produções.
Projeto Semana da Pedagogia.
Projeto Seminário sobre Vygotsky e Piaget - Projeto MEC.
Campanha pela construção do prédio para Pedagogia.
Confecção de dois projetos para Pós-Graduação.
Palestra no Colégio Estadual Nereu Ramos - Semana Pedagógica.
Reunião com os professores de S.I., para estudos dos parâmetros curriculares nacionais.
Apoio pedagógico aos alunos da pedagogia: orientação de projetos, bibliografias e outros.
Cooperação nos projetos do PRONAICA.
Palestra no Lions Clube de Camboriú.
EVENTOS
Projeto - Seminário em homenagem ao Centenário de nascimento de Vygotsky e Piaget - 1896 a 1996.
Apoio - ProPPEx.
219
Objetivos - Homenagear e divulgar as teorias de Vygotsky e Piaget.
O seminário constou de palestras que se iniciaram dia 16/09/96.
Mesa redonda sobre as teorias de Piaget, Vygotsky, suas diferenças e semelhanças.
Participação dos professores: Dr. José Enio Tagleber
Msc Elizabete Caldeira
Msc Sueli Anacleto de Freitas
Msc Ademir Rosso
Msc Danilo Campestrini - mediador
Dia 17/09
Mesa redonda - A importância da teoria construtivista de Piaget e Vygotsky na pré-escola e Séries
Iniciais.
Participação dos professores: Margarida de O. Rebello
Msc. Sueli Anacleto Freitas
Msc Ana Luiza Máximo
Profª Valéria S. Ferreira
Profª Roberta P. Pereira
Msc. Maria Mersilda Pinheiro - mediadora
LOCAL DE REALIZAÇÃO - AUDITÓRIO DR. EDISON VILLELA.
220
6.14 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO DE PEDAGOGIA
6.14.1 O desenvolvimento Curricular
O curso de Pedagogia congrega 43 professores e uma matrícula de 537 alunos neste 1º semestre de
1996. O curso mantém desde 1992 uma taxa de produtividade acima de 90%, o que representa um alto índice de
procura e permanência dos alunos no curso.
Os dados levantados relativos à infra estrutura disponível para o funcionamento do Curso são acrescidos
dos aspectos relativos aos processos que se desenvolvem no interior do Curso de Pedagogia.
Para o levantamento desta realidade foram consultados a totalidade de 43 professores, e 315 alunos do
Curso. Desta população, houve o retorno de 16 questionários dos professores e 225 de alunos o que significa
uma amostragem de 37% de professores e 71% de alunos.
A pesquisa buscou levantar a percepção dos docentes e dos alunos referente às seguintes categorias.
1.Fatores limitadores da qualidade do Curso.
2.Avanços significativos do Curso.
3.Metodologias, técnicas e/ou instrumentos mais utilizados no desenvolvimento curricular.
4.Dinâmica de planejamento das aulas e das disciplinas.
5.Compatibilização do Curso ao mercado de trabalho.
6.O currículo atual do Curso e a formação profissional.
7.Percepções do Docente e Discente do Curso.
8.Valorização do Curso pela sociedade.
9.Situação do Curso no contexto da UNIVALI.
10.Indicação de ações administrativas e pedagógicas para a melhoria do Curso.
As opiniões emitidas pelos pesquisadores foram sistematizadas em quadros específicos, anexados no
final deste relatório.
1. Quanto aos fatores limitadores da qualidade do Curso os docentes, 33,4%, indicaram a política de
contratação dos professores através de hora/aula, o que dificulta a cultura da pesquisa, e o estudo e
aprofundamento dos docentes. Também a falta de um espaço físico integrado para o funcionamento do Curso é
apontado pelos docentes 11,1% e principalmente pelos alunos, 22,9%.
A falta de recursos tecnológicos diversificados e atualizados, tais como audiovisuais, jogos, multimeio,
salas/laboratórios foram levantados como fatores limitadores pelos professores 11,1% e alunos 11,2%.
Além destes aspectos de infra-estrutura de atendimento, professores e alunos indicam que as relações
sociais presentes no Curso precisam ser reavaliadas, pois 7,4%,dos professores apontam a fragilidade da função
da coordenação do Curso e a falta de integração entre docentes e direção. Os docentes, 7,4%, também indicam o
perfil do aluno do Curso, com baixo desempenho, pouca leitura, cansaço e inobservância de horário.
221
Por outro lado, 11,6% dos alunos apontam para a reduzida qualificação dos docentes sem prática de sala
de aula. Citam também a desvalorização do Curso pela Direção 8,6%, desinteresse dos alunos 5,9%, e falta
compromisso do professor 5,1%.
6.14.2 Os avanços significativos do Curso, são pontuados pelos pesquisados.
A dinamização do currículo pela realização de Cursos, Seminários, Palestras 21,8% de professores e
23,5% de alunos; a melhoria dos estágios mais aprofundados e integrados 26,7% dos professores e
principalmente porque realizada na própria escola onde o estagiário já atua - 12,6% dos alunos.
Outro fator de avanço do Curso apontado pelo docente, 15,6%, é o aumento crescente de docentes
buscando capacitação em Cursos de Mestrado e Doutorado. Este novo perfil de docente tem possibilitado ações
pedagógicas de maior eficácia.
Foram pontuados ainda, pelos professores 6,2%, as Pesquisas institucionais, atividades de extensão com
envolvimento de alunos, trazendo para a sala de aula o conhecimento da realidade concreta.
A aproximação da Teoria e Prática a partir do 5º período apontado pelos alunos em 8,6% e Professores
12,5% tem permitido, ao acadêmico, a realização de pesquisas de campo e a elaboração de novos conceitos
oportunizando qualidade no desempenho profissional.
Outro aspecto de relevância, apontado pelos professores, 6,2%, e alunos 8,6%, é a possibilidade de
produção conjunta do conhecimento científico o que é possibilitado pelo uso de metodologias adequadas.
A reorganização curricular do curso, uma proposta participativa em desenvolvimento é apontada pelos
Professores, 6,2%, e Alunos, 5,3%, como necessário para a garantia à formação integral do Pedagogo.
Entre outros aspectos abordados com menor freqüência pelos alunos (9,1%), aparece como avanço, a
organização da Secretaria do Curso e os Setores da UNIVALI, já informatizados, facilitando e agilizando os
procedimentos de matrícula, informações, pagamentos e outros.
6.14.3 As metodologias, técnicas e/ou instrumentos mais utilizados no desenvolvimento curricular são
apontadas como aspecto positivo, a utilização de recursos de multimeios, pelos professores 19,4%,
referenciadas pelos alunos 13%.
Outros itens significativos são: as aulas expositivas, dialogadas, dissertativas, trabalhos de grupo
apontados pelos Professores, 16,1%, e Alunos, 32,4%. No mesmo patamar aparecem as aulas teórico-práticas.
Outro item importante apontado pelos Professores, 11,3%, e Alunos, 3,9%, é o desenvolvimento de
Pesquisas Bibliográficas e de campo.
Ainda como metodologias significativas aparecem: as metodologias ativas de produção de textos,
organização de dossiês, interpretação e contextualização de temas, relatórios e projetos apontados pelos
Professores em 12,9%. Elaboração de dossiês, produções individuais e coletivas, atividades construtivas, novas
modalidades de avaliação e oficinas são apontadas pelos alunos: 28,2%.
Como aspecto importante aparecem ainda, pontuado pelos Professores, 9,7%, e Alunos, 14,3%, são
visitas a Instituições de ensino para estudo da prática Educacional. Os Seminários e Palestras também estão
relacionados pelos professores, 9,7%, e Alunos 8,2%.
222
Outra metodologia bastante significativa para o bom desempenho do curso aparece citado pelos
Professores, 3,2%, é o desenvolvimento de projetos de pesquisa o que permite ao aluno, uma visão ampla e
aprofundada da disciplina no currículo e o desenvolvimento interdisciplinar da mesma.
6.14.4 Dinâmica de Planejamento das Aulas e das Disciplinas
As opiniões emitidas pelos Professores, 53%, relatam que o planejamento da disciplina é realizado de
forma individual, enquanto 17,3% realizam seus planejamentos em conjunto com os professores das áreas afins,
coordenadas pelo Chefe de Departamento. Outros 17,3% planejam suas atividades com base em discussões com
seus pares, e em avaliações anteriores, revendo e atualizando bibliografias e avaliando experiências vivenciadas.
Os índices acima apontados indicam a necessidade de mudança na organização didático - pedagógica do
curso, que supere a fragmentação de práticas, e articule a realização do planejamento das disciplinas numa visão
integrada.
6.14.5 Quanto à Compatibilização do Curso de Pedagogia ao Mercado de Trabalho
Constatamos que 55,5% dos professores e 38,3% dos alunos afirmam que o curso oferece habilitações
compatíveis com o mercado de trabalho, pela necessidade de profissionais habilitados e pela demanda sempre
crescente de oferta de oportunidades.
Outros 44,5% dos Professores e 11,9% dos alunos entendem que as habilitações oferecidas atendem ao
mercado de trabalho, porém precisam ser aperfeiçoados para uma formação mais ampla, habilitando-os para
atuarem simultaneamente na Educação pré-Escolar, Séries Iniciais e nas Matérias Pedagógicas do 2º Grau
Entretanto, um grupo de 29,7% dos alunos registrou seu descontentamento com o oferecimento de
habilitações que não satisfazem suas habilidades pessoais, e assinalam em suas falas que por normas regimentais
ficam frustadas suas aspirações de habilitação. Muitas vezes precisam ficar em compasso de espera para o
momento da oferta da habilitação desejada do curso para então retornar à Universidade.
Esta realidade nos remete a necessidade de se reformular o curso de Pedagogia, no sentido de formar um
profissional com flexibilidade mental e capacidades diferenciadas, para familiarizar-se com o nível de
tecnologias que hoje se dispõe na área da Educação Infantil e Fundamental.
6.14.6 O currículo atual do Curso e a formação Profissional.
Foram bastante contundentes e controversas as opiniões de professores e alunos quando solicitados a
fazerem a avaliação deste aspecto do curso; 35% dos Professores concluem que o curso favorece a formação
profissional adequada quando afirmam: a) a Proposta da Reorganização Curricular é uma amostra das sucessivas
223
reformas para atingir o ideal, b) Favorece a formação profissional, dentro das limitações do atual currículo,
porque a qualidade é resultado da ação individual de cada professor. Já 49,7% dos alunos apontam o curso como
bom preparador para a ação profissional quando oferece habilitações paralelas nas áreas de: Séries Iniciais, Pré-
Escolar, Matérias Pedagógicas, Orientação Educacional, Supervisão Escolar e Adm. Escolar.
Outros 8,8% dos alunos afirmam que o curso favorece em parte, porém ainda precisa avançar. Também
indicam que o curso oferece bom conteúdo 4%, alia teoria à Prática, 3,6%,
De outra parte professores e alunos entendem que o curso ainda carece de avanços em ações
fundamentais para uma boa qualificação do Pedagogo. Isto fica claro quando assim se manifestam 35,4% dos
Professores afirmam que o curso deveria estar mais voltado à pesquisa e que deveria estabelecer maior unidade
entre teoria e prática. Já 11,8% afirmam que profissional do curso precisa ser aperfeiçoado, uma vez que o
mercado de trabalho também vem sofrendo transformações. Outro aspecto apontado é que o curso está
impregnado de vícios institucionais que impedem a análise das práticas curriculares do curso. Finalizando, os
Professores, 17,6%, apontam como um fator limitado na formação do pedagogo, a própria ação docente no
Curso. O pouco incentivo da Instituição ao afastamento do docente para a sua qualificação tem, ao longo dos
anos, caracterizado uma ação docente marcada muito mais pela reprodução de práticas e conhecimentos do que
pela pesquisa e produção de novos conhecimentos e materiais. Só recentemente, 1995, é que foi aprovado uma
Portaria pelo CEPE, que normatiza o afastamento do professor para realizar, Mestrado e Doutorado . No entanto
é importante ressaltar que desde o início da década de 90 o Corpo Docente tem buscado sua qualificação
Os alunos também apontam os fatores que limitam a qualidade de sua formação profissional, muitas
vezes, distanciando o perfil de formação das necessidades sociais e profissionais. São eles:
� dissociação entre teoria e prática (16,4%),
� Currículo pouco abrangente 11,3%; estágio somente no final do curso 10,6%; ensino fraco e
fragmentado 9,1%, não utilização de métodos e técnicas atualizadas, 4,5%.
A partir destas colocações muitas vezes contraditórias entre professores e alunos, podemos apontar a
necessidade urgente de se estabelecer o diálogo entre as expectativas dos alunos e o que efetivamente o curso
pode e deve oferecer.
6.14.7 Percepções do Docente e Discente em Relação ao Curso
Dentre os Professores pesquisados 42,6% opinaram como sendo um curso de relevância social e que se
sentem orgulhosos em trabalhar no mesmo. Afirmam que o curso possui um bom corpo docente compromissado
que tem gradativamente se aperfeiçoado. Apesar de trabalharem isolados, que são grandes valores. Já há
preocupação em oferecer aos alunos atividades de pesquisas e extensão e que há, atualmente, maiores
possibilidades de aperfeiçoamento na Pós-graduação.
Por outro lado, 57,4% dos professores apontam timidez na busca de soluções alternativas para o curso.
Afirmam que é preciso crescer na luta pelo desalojamento de pessoas, normas, rotinas, poderes e discursos, no
sentido da construção do Projeto Político Pedagógico do Curso e, conseqüentemente, avançar na área da
pesquisa, cientificidade e na sua própria valorização.
224
Os alunos expressam o grau de satisfação em relação ao Curso avaliando-o como:
“Curso Regular”- 65% e Curso muito bom 18,3. A classificação de “Curso Regular” tem seus
desdobramentos nas seguintes afirmações”: “professores desatualizados”- 10,7%, “Pouco valorizado pela
Universidade”- 5,3% “Falta seriedade”- 4,4%, “falta empenho e valorização pela Direção do Curso” 8,4%,
Relacionamento difícil entre professor e aluno - 3,6%, “Falta relação teoria e prática” - 3,6%, “Não corresponde
à expectativa dos alunos 2,7%, “Pouco valorizado pelos alunos”- 2,2%, “Autoritarismo de alguns professores”-
2,2%, Pouca exploração dos textos pelos professores - 1,8%, “Falta pesquisa de campo”- 1,8%.
Quanto à classificação de “Curso Muito Bom”- 18,3% os alunos dão suas justificativas pelas seguintes
afirmações; “Bom atendimento na Secretaria”- 3,6%, “Bons professores”- 1,3%, “Integra-nos à sociedade”0,9%,
“Está melhorando progressivamente, - 1,8%.
Além dessas duas posições, os dados revelam que um grupo de alunos - 16,7% não classificaram o
Curso, mas emitiram opiniões direcionadas para mudanças. Eis as mais significativas; “Precisamos lutar para
melhorar o Curso - 9,3%, “Mais rigor nos períodos iniciais do Curso”- 1,3%, “Formar para maior número de
habilitações”- 1,3%, “Reformular o currículo para melhorar o ensino”- 2,2%, “Maior cobrança de professores e
alunos”- 1,8%.
A partir destas manifestações, é possível chegar-se ao que corresponde hoje uma representação que os
alunos e professores fazem do curso de Pedagogia.
Esta representação está elaborada a partir de significados construídos no cotidiano e na própria prática
social da vida do professor, numa visão muito mais individual do que em função de um projeto coletivo. Esta
realidade indica a falta de um planejamento coletivo das ações curriculares do Curso que reúna as expectativas
dos professores alunos e Administração no sentido de se buscar a transparência das Metas / ações ao longo do
processo.
Sabemos que representações são historicamente construídas e poderão ser reelaboradas, a partir de uma
comunicação dialógica, permitindo que se avalie os processos do Curso a partir de critérios / indicadores
previamente negociados pelos professores, alunos e administração.
6.14.8 Valorização do Curso pela Sociedade
Professores e alunos ampliaram sua análise, manifestando como sociedade, valoriza o Curso de
Pedagogia.
Os professores, 36,8%, percebem o curso valorizado, em virtude do desempenho responsável dos alunos
por ele formados, atendendo o mercado de trabalho. b) Outros 13,3% afirmam que os efeitos sociais ainda são
vistos de forma tímida, porém é um curso relevante e indispensável no Sistema Educacional Regional.
No entanto, dos professores, 31,6% manifestam-se dizendo que, de modo geral, a sociedade não
valoriza a formação do Profissional da Educação. E 21% não se manifestaram.
Os alunos em 98% não conseguem perceber valorização do curso pela sociedade, porque: “Há
discriminação em relação aos demais cursos”. “ Não valorizam esta habilitação”; c) “Sem perspectiva
Profissional e de retorno financeiro”; d) “É um curso para mulheres”; e) “não se preocupa ( a sociedade) com os
Pedagogos entendendo que qualquer curso habilita para o magistério”.
225
Podemos perceber que nas suas relações com a Sociedade, o curso se constitui uma dimensão concreta
dessa sociedade, consciente de que não está isento das contradições da sociedade de classes, e do modelo
histórico pela qual passa a Educação Brasileira.
6.14.9 Situação do Curso no Contexto da UNIVALI
Para analisarmos, a situação do Curso de Pedagogia no contexto da UNIVALI será necessário nos
remetermos à própria história do Curso de Pedagogia que ao longo dos seus 32 anos formando pedagogos
apresenta um índice médio de 68,1% de colocação de profissionais no mercado de trabalho em relação aos
iniciantes. É importante considerar que o índice geral da Universidade é de 51,2%, o que indica que o curso de
pedagogia tem uma boa posição. No entanto apesar da formação do Professor ser uma necessidade social, ela não
tem “status” social, e isto se reflete dentro da Universidade.
Nesta perspectiva 44,6%, dos professores opinam que o curso não recebe o apoio necessário, pois “é
considerado pouco científico”, não recebe recursos tecnológicos”. Ainda afirmam”; “Apesar dos baixos custos e
alta rentabilidade, não tem sido atendido nas suas reivindicações”; os projetos de pesquisa não têm sido
aprovados na mesma proporção dos demais Cursos”, 18,2% não opinaram e 13,7% entendem que “O curso é
desvalorizado porque não há um esforço coletivo na ampliação de investimentos para a construção do espaço
físico”, “Aquisição de recursos audiovisuais” e a “realização e eventos significativos”.
Os alunos, quando solicitados a situarem o curso no contexto da UNIVALI, expressam o sentimento de
desvalorização e discriminação a que estão submetidos, pois 22,7% afirmam: “O descaso pela falta de espaço
físico específico para o funcionamento do curso”.
“ pouco investimento financeiro no Curso 6,5%”, “Pela superioridade dos demais cursos, reconhecida
pela administração e por alguns Professores”, 18,3%.
237
6.15 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise dos dados levantados, podemos interpretar que a auto avaliação do Curso de
Pedagogia foi um processo de ampla discussão sobre a formação do profissional do Magistério voltado à
Educação básica.
Este processo de avaliação levantou informações referentes ao funcionamento do Curso o que
possibilitou análises e opiniões de professores, aluno e administração. A participação dos envolvidos foi
caracterizada tanto pela eloqüência das afirmações e argumentações nas análises quanto pela resistência na
contribuição de medidas alternativas para melhoria do Curso.
Chama a atenção, a freqüência significativa com que foram levantados alguns aspectos relativos ao
cotidiano do Curso, como desintegração teoria - prática, desvalorização do curso pela Instituição e sociedade,
espaço físico (desintegrado) ocupado pelo Curso no Campus I.
Neste mesmo cotidiano, ações de qualidade também estão presentes, e são percebidas pelos
entrevistados. São elas: a crescente qualificação do Corpo Docente, Estágios mais organizados e integrado às
necessidades regionais e projeto de reformulação curricular que está sistematizado para ser enviado ao CEPE.
A partir das questões acima, foram apontadas ações para melhoria do Curso a seguir;
1. Integração Ensino - Pesquisa - Extensão. Há uma manifestação de necessidade de se integrar, no Currículo
do Curso, as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão. A organização e o desenvolvimento das disciplinas na
grade deverão garantir o desenvolvimento de Projetos.
2. Redefinição no perfil da nova proposta curricular; um novo delineamento do Profissional a ser formado,
estabelecendo uma nova cultura no curso, uma cultura de apreço, de crença, de auto-estima e conseqüentemente
de valorização.
3. Estabelecimento da Relação Teoria e Prática. Todos os pesquisadores hoje são unânimes em afirmar que é
princípio básico e fundamental a relação teoria e prática. Este princípio deverá nortear o docente para a
abordagem da área de conhecimento da sua disciplina a partir de pesquisas recentes, situações concretas, projetos
experimentais. Ou seja, a mudança na abordagem de ensinar que privilegia a transmissão para a construção do
conhecimento.
4. A contratação de Docentes para o Curso, com carga horária disponível para a pesquisa e trabalhos de
extensão em instituições educacionais.
5. Implantação de um núcleo de Pesquisa em Educação, o qual passa a congregar, incentivar e publicar
trabalhos e produções de alunos e docentes.
6. Organização de um Planejamento coletivo e participativo para o Curso, a cada semestre, estabelecendo metas
e formas de operacionalizá-las. Partir dos alunos para �� professores para ��departamentos para ��direção.
7. Seminários internos, para trocas de experiências e aprofundamento de questões relativa a temas de interesse
dos Alunos e Professores.
8. Promoção de Eventos em parceria com os outros Cursos da Faculdade e da própria UNIVALI.
9. Organização Física do Curso em dois (2) blocos integrados com salas informatizadas disponíveis para
multimeios, para professores / alunos pesquisadores.
238
10. Organização de um informativo do Curso de Pedagogia para divulgação dos Eventos, produções dos alunos e
professores, cronograma de estágios e outras atividades relativas ao Curso.
11. Modernização técnicas e recursos de ensino, utilizados pelos professores.
12. Mais participação e ação do DCE na busca das reivindicações dos alunos.
13. Mais transparências nas informações relativas à legislação do Curso e na definição das funções da equipe que
atua no Curso.
Finalizando, queremos enfatizar que ao longo deste processo as pessoas foram se auto avaliando,
percebendo que as ações propostas, não podem ser “utopias” nem ações isoladas, mas ações concretas e coletivas
em todos os níveis da Instituição.
Assim, o grupo vê a necessidade urgente de um trabalho interdisciplinar do ponto de vista da ciência
pedagógica e do ponto de vista dos envolvidos nesta ciência o Professor, o Aluno, o Diretor, o Funcionário, a
Administração do Ensino e da UNIVALI como um todo.
239
VII - CURSO DE PEDAGOGIA - TIJUCAS
SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
- Hamilton Felisbino da Silva - Marilena Laus Bayer - Aláudo Amorim de Souza Júnior - Lucinéia Meurer - Valdirene de Andrade - Cristina Martins Viana Porciúncula
240
7.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
FACULDADE: Filosofia, Ciências e Letras
CURSO: Pedagogia - Campus III
RECONHECIMENTO: Parecer nº 02 / CEPE / 90. (anexo 77)
DIRETOR: Danilo Campestrini
VICE DIRETOR: Osmar de Souza
COORDENADOR DO CAMPUS: Valério Cristofolini
RESPONSÁVEL SECRETARIA: Leandra de Amorim Beirão
241
7.2 APRESENTAÇÃO
O presente relatório tem por objetivo descrever a situação atual do curso de Pedagogia - campus III,
Tijucas - SC.
Trata-se de um trabalho de síntese realizado pela Subcomissão de Avaliação Institucional, composta
pelos seguintes elementos:
� Hamilton F. da Silva - professor
� Marilena Laus Bayer - professora
� Aláudio Amorim de Souza Júnior - aluno
� Lucinéia Meurer - aluna
� Valdirene de Andrade - aluna
� Cristina Martins Viana Porciúncula - Secretaria/biblioteca
O trabalho da Subcomissão de Avaliação teve início em 15 de maio de 1996, sendo concluído em
15/10/96, conforme Portaria nº 116/96 de 2 de maio de 1996.
Compõe o presente relatório:
� Histórico da Subcomissão de Avaliação;
� Histórico do curso;
� Objetivos e perfil do curso;
� Caracterização do quadro docente e discente;
� Perfil profissiográfico;
� Problemática vivenciada no curso e possíveis soluções.
7.3 HISTÓRICO DA SUBCOMISSÃO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Em reunião do Colegiado do Curso de Pedagogia, em fevereiro de 1996, foi sondado, pelo Coordenador
do Campus, os professores, que manifestassem o interesse em compor a subcomissão, com fins determinados de
realizar o levantamento e avaliação institucional do curso de Pedagogia.
Os professores que manifestaram interesse em participar dos trabalhos foram os seguintes:
� Hamilton F. da Silva
� José Nilton de Almeida
� Marco Aurélio de Oliveira
242
� Marilena Laus Bayer
� Neuza Teresinha P. Valentin
� Valéria Silva Ferreira
Em 15 de abril de 1996 foi efetuada a eleição, sendo escolhidos os professores:
Hamilton F. da Silva e Marilena Laus Bayer.
Os alunos que compõe a Subcomissão de Avaliação foram selecionados pelos colegas, em sala de aula,
tendo como critério principal, a disponibilidade de tempo em período oposto ao da aula.
O representante da Secretaria Acadêmica foi indicado pela coordenação do Campus e funcionários.
7.4 HISTÓRICO DO CURSO DE PEDAGOGIA E A IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS III DA UNIVALI EM TIJUCAS
A história do Ensino Superior em Tijucas teve início em setembro de 1985. Nesta ocasião reuniram-se o
Prefeito Municipal Nilton J. Fagundes e os senhores Lauro V. de Brito e Marco Aurélio de Oliveira, para discutir
a possível criação de uma Faculdade no município de Tijucas. Ainda no mês de setembro de 1985, houve uma
nova reunião com a presença das pessoas já citadas e mais Luiz Carlos Vailatti, Marco Aurélio Sedrez, Leda
Regina de Souza e Ernani Bayer. Nesta reunião foi proposta a criação de uma Fundação Educacional do Vale do
Rio Tijucas (FEVATI), com a cooperação dos municípios de Nova Trento, São João Batista, Canelinha, Major
Gercino, Porto Belo e Itapema.
Como, após contato com os prefeitos desses municípios, não houve interesse, a Prefeitura Municipal de
Tijucas assumiu sozinha o desafio de levar este projeto à frente. A comissão envolvida na implantação desta
Faculdade elaborou o estatuto da FEVATI, o qual foi aprovado em 26/11/85. O respectivo projeto obteve
aprovação da Prefeitura Municipal em 30 de maio de 1986, de acordo com a Lei 586 de 12 de novembro de
1985, através do Decreto n.º 014/86.
Portanto, a criação da Fundação Educacional do Vale do Rio Tijucas deu-se pela Lei nº 586 de 12 de
novembro de 1985.
O trabalho de criação desta Fundação contou com a participação e orientação do senhor Ernani Bayer,
então membro do Conselho Federal de Educação.
Em 30 de maio de 1986, através do Decreto Municipal nº 013186, foram nomeados o diretor e a
secretária da FEVATI, sendo eles Marco Aurélio de Oliveira - Diretor e Leda Regina de Souza - Secretária.
A implantação da FEVATI, de forma efetiva, não se realizou em função do impasse político que
aconteceu.
Em 30 de maio de 1986, a comissão reuniu-se, ocasião em que ficou decidido realizar contato com a
UFSC e UDESC no sentido de conseguir uma extensão universitária, sendo os resultados negativos.
No dia 09 de junho de 1986, a comissão decidiu encaminhar um ofício à FEPEVI, solicitando extensão
universitária para Tijucas, mediante convênio. Paralelo ao ofício foi encaminhado pedido de vagas para o
Curso de Pedagogia, justificativa sócio-econômica, relação de bibliografia específica de Pedagogia disponíveis
243
na biblioteca, convênio com a escola onde funcionaria a Faculdade, assinatura de pessoas importantes da
comunidade como juiz, prefeito, padre, delegado, entre outros, e previsão de matrícula de alunos do 2º Grau nos
últimos 05 anos.
Na época o professor Paulo Roberto Carvalho da Silva - Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras, o Vice-Diretor Professor Danilo Campestrini e Marlene Buratto - Coordenadora do Centro de Estudos
Educacionais promoveram encontros com o grupo de Tijucas dando os tratativos necessários à elaboração de
projeto de extensão.
Nesta ocasião foram solicitados diversos procedimentos afim de subsidiar a organização daquele
projeto, entre eles, uma pesquisa de interesse da população da região, pelo Curso.
Em 1989, a partir de uma pesquisa desenvolvida na região sobre o interesse de cursos, nasceu uma nova
tentativa, não como fundação, mas como extensão da UNIVALI. Nesta ocasião, o sr. Valério Cristofolini
assumiu a coordenação dos trabalhos.
Os resultados da pesquisa foram apresentados ao Magnífico Reitor da UNIVALI sr. Edson Villela e ao
Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, ocasião em que foi solicitada a extensão do Curso de
Pedagogia através daquela Instituição. Houve então algumas reuniões onde foram envolvidos os prefeitos da
região, os quais apoiaram o projeto.
Na última reunião com os prefeitos e lideranças regionais, o Sr. Valério Cristofolini foi eleito
coordenador do projeto e encarregado de concluir as negociações com a UNIVALI.
Em 1990, foi assinado o convênio com a UNIVALI, participando as prefeituras da região. No final de
1992, as demais prefeituras conveniadas retiraram-se do convênio, ficando somente o Município de Tijucas, que
ampliou o compromisso, fazendo parceria inclusive na construção do prédio.
O Curso de Pedagogia foi então oferecido pela UNIVALI, em forma de extensão do Campus I. A aula
inaugural aconteceu no dia 09 de abril de 1990 com a participação de Ernani Bayer. O curso foi aprovado através
do Parecer nº 02/90 - CEPE / UNIVALI.
O Curso iniciou com 50 vagas, funcionando na Escola Básica Municipal Professora Ondina Maria Dias.
Seis meses após o início do Curso, em sessão solene, a Câmara de Vereadores de Tijucas oficializou a
doação de um terreno de 13.000 m2, para instalação do Campus III.
A pedra fundamental foi lançada em 1 de novembro de 1991, em ato solene, com a presença de
autoridades regionais, o Magnífico Reitor e Vice-Reitor da UNIVALI, Diretor da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras, professores, prefeitos, empresários, etc.
No final de janeiro de 1993, iniciou-se a construção do prédio, que foi inaugurado em 28 de setembro
deste mesmo ano, num ato solene.
Hoje o Campus III possui 20 salas de aula, das quais 5 são ocupadas pela secretaria,
laboratório, biblioteca, sala de professores e estrutura administrativa.
MULTIMEIOS:
244
Este Campus dispõe de 06 computadores no laboratório e 02 para serviços administrativos, 03
aparelhos videocassete, 03 televisores e 04 retroprojetores.
CONVÊNIOS:
Por ocasião da construção do prédio, foi firmado um convênio com a Prefeitura Municipal de Tijucas
para uso das instalações do prédio para o funcionamento de uma escola municipal de Ensino Fundamental, no
período diurno, a qual conta com 360 crianças matriculadas.
7.5 ANÁLISE QUALITATIVA DO CURSO
Desde 1990, o Curso de Pedagogia vem oferecendo 50 vagas por semestre, havendo portanto, o
ingresso de 100 alunos por ano.
De acordo a grade curricular atual, no quinto período os alunos optam entre as seguintes habilitações:
Pré-Escolar, Séries Iniciais ou Matérias Pedagógicas para o Magistério de 2º Grau. Ao optar por esta última
habilitação, o aluno poderá cursar ainda: Supervisão Escolar, Administração Escolar ou Orientação Educacional.
A necessidade de se optar por uma das habilitações, e o critério de escolha é através do maior número
de alunos interessados em determinada habilitação, tendendo a levar os alunos que não desejam a habilitação
vencedora, a abandonarem o Curso, provocando significativa evasão.
Dados relacionados a vagas oferecidas e ocupadas no período de 1990/I - 1993/II.
245
Quadro 1
ANO/
VAGAS
OFERECIDAS
E OCUPADAS
1ª OPÇÃO
1ª OPÇÃO
MATRÍ-
CULA
CONCLUINTES
Semeestre Nº Cand. Índice Nº Cand. Índice Número Índice
1989/I - - - - - - - -
1989/II - - - - - - - -
1990/I 50 81 3,10 - - 50 - -
1990/II 50 57 1,14 91 1,82 83 - -
1991/I 50 85 1,70 71 1,42 135 - -
1991/II 50 54 1,08 64 1,28 167 - -
1992/I 50 35 0,70 48 0,96 196 - -
1992/II 50 32 0,64 46 0,92 182 - -
1993/I 50 44 0,88 55 1,10 227 - -
1993/II 50 37 0,74 50 1,00 201 39 78,0
TOTAL /
MÉDIA
400 425 9,98 425 8,50 1.241 39 78,0
Fonte: ProAc.
De acordo com a ProAc, no período de 1990 a 1994, 98 alunos concluíram o curso, perfazendo um total
de 65,3% em relação aos iniciantes. No 2º semestre / 93, 39 alunos colaram grau; no 1º semestre / 94, 27 alunos e
no 2º semestre / 94, 32 alunos. Destes alunos, 14 habilitaram-se em Matérias Pedagógicas para o Magistério de
2º Grau e 84 alunos habilitaram-se em Magistério - Séries Iniciais.
7.5.1 Perfil do Curso: Alunos Egressos, Transferidos, Evadidos e Desistentes
Levantamento de dados sobre alunos transferidos, desistentes e evadidos
246
Quadro 2
Ano Transferência
Interna
Transferência
Externa
Desistente Outros Total
1990 05 - 18 - 23
1991 - 08 12 - 20
1992 10 07 20 01 38
1993 11 24 57 - 92
1994 17 15 20 - 52
1995 20 03 23 - 46
subtotal 63 57 150 01 271
Fonte: Secretaria Acadêmica
Os dados apresentados no quadro 2 indicam que o índice de alunos desistentes (150) é o mais elevado,
seguido por transferências internas e transferências externas.
No período de 1990 a 1993, a relação entre alunos ingressantes e concluintes manteve-se na faixa de
78,0%, podendo ser considerado como um bom índice. No entanto, este dado sofre algumas alterações ao ser
comparado ao quadro 2, pois a evasão dos alunos do curso, no período de 1990 a 1995, está em torno de 54%.
7.5.2 Evasões, Transferências e Desistências de Alunos
Levantamento de dados sobre alunos evadidos, transferidos e desistentes, segundo informações obtidas
junto aos ex-alunos.
Os 271 alunos considerados evadidos, transferidos e desistentes foram consultados através de um
questionário enviado pelo correio. Os 26 questionários devolvidos apresentaram as seguintes informações:
Quadro 3
SITUAÇÃO DOS ALUNOS NÚMERO
Alunos transferidos para o mesmo Curso na UNIVALI 01
Alunos transferidos para outros Cursos na UNIVALI 09
Alunos transferidos para outros Cursos em outras Universidades 03
Alunos com matrícula trancada 01
Outros casos 12 TOTAL 26
Fonte: questionários respondidos por alunos evadidos, transferidos e desistentes
247
Observa-se, a partir do quadro 3 que o maior índice de alunos que atendeu a solicitação de preenchimento do
questionário foram aqueles alunos transferidos internamente.
JUSTIFICATIVA DAS RESPOSTAS APRESENTADAS:
- Transferência para outros cursos - 04
- Realizou novo vestibular - 03
- Desistência por problemas de saúde - 02
- Desistência por motivos de ordem financeira - 01
- Trancamento de matrícula - 01
- Retorno ao Curso de Pedagogia - 01
- Retorno à UNIVALI - 02
Obs: 12 alunos não justificaram a sua resposta.
7.5.3 Objetivos do Curso e Perfil Profissional
Em 1993 foram formados grupos de estudos entre os docentes do Curso de Pedagogia Campi I e III,
para estudar e analisar a grade curricular deste curso, ementários das disciplinas, objetivos e filosofia. Nesta
ocasião foi delineado o seguinte perfil dos alunos do Curso:
Objetivo: Formar o profissional da Educação com condições de atuar em diversas funções tanto
técnicas, administrativas como pedagógicas, instrumentalizando-o científica, social e pedagogicamente no
trabalho do ensino e da pesquisa sem perder de vista os recursos disponíveis em relação à formação prática e
política, atingindo, assim, as seguintes Habilitações: Disciplinas Pedagógicas de 2º Grau; Especialistas em
Assuntos Educacionais; professores da Pré-Escola; professores das Séries Iniciais.
Compromisso: Oportunizar ao profissional da Educação a apropriação e reelaboração do conhecimento
técnico, científico e filosófico para que ele seja sujeito atuante no contexto real da sociedade, buscando novas
alternativas curriculares fundamentais na pesquisa, na extensão, no homem histórico e na perspectiva da
modernidade.
Resultado: engajamento profissional, competência e mudança de comportamento político-pedagógico
para atuar na sociedade como agente transformador norteado pela:
a) Capacidade de análise crítica;
b) Habilidade de articular o senso comum e o conhecimento científico;
c) Habilidade para perceber a ideologia que permeia as ações curriculares e posicionar-se frente a elas;
d) Habilidade de trabalhar o conhecimento numa perspectiva de construção, buscando a integração entre a teoria
e a prática;
e) Habilidade para refletir o relacionamento entre os demais segmentos da sociedade.
248
Em relação aos objetivos e perfil do Curso de Pedagogia, observa-se que há coerência entre as
informações presentes no documento elaborado pelos docentes do Curso nos campus I e III e os dados fornecidos
pelos alunos e docentes por ocasião do desenvolvimento desta avaliação, ou seja, “formar um profissional com
condições de atuar nos níveis técnico, administrativo e pedagógico, instrumentalizando-o científico social e
pedagogicamente no trabalho de docência e pesquisa, sem perder de vista os recursos disponíveis em relação à
formação prática e política”.
O perfil do profissional da Pedagogia também não difere do documento, pois tanto alunos quanto
professores enfatizam características como: profissional atualizado, criativo, habilidoso, flexível, responsável,
consciente, com boa visão e formação. (item 7.6.).
Com relação à titulação do corpo docente , o índice de professores buscando capacitação indica o
interesse dos profissionais em investir na docência e na pesquisa. Observa-se, porém, que a carga horária semanal
destes profissionais é bastante reduzida, isto é, 60% dos docentes encontram-se na faixa de 4 a 8 hora aulas
semanais, sendo que a maior carga horária semanal é de 18 horas. Estes números indicam que todos os docentes
dependem de outras atividades fora da Universidade para prover a sua manutenção e sobrevivência.
Todos os docentes atuam diretamente em sala de aula, não havendo disponibilidade de carga horária
para atividades como pesquisa e extensão.
7.5.4 Titulação do Corpo Docente
Quadro 4
NÍVEL Nº %
Especialista 08 40,0
Cursando Mestrado 04 20,0
Mestre 05 25,0
Cursando Doutorado 03 15,0
Doutor - -
TOTAL 20 100,0
Fonte: Secretaria Acadêmica.
Quadro 5
249
CARGA HORÁRIA Nº %
18 h/a semanais 01 5,0
14 h/a semanais 02 10,0
12 h/a semanais 04 20,0
10 h/a semanais 01 5,0
08 h/a semanais 09 45,0
04 h/a semanais 03 15,0
TOTAL 20 100,0
Fonte: Secretaria Acadêmica.
7.5.5 Pesquisa e Extensão
No período de abril/95 a março/96 foi desenvolvida uma pesquisa financiada pelo PROBIC/UNIVALI
sobre o tema: Um Estudo sobre a Grade Curricular do Curso de Pedagogia da UNIVALI e suas Relações com a
Sociedade, desenvolvido pela aluna Marian Rosângela de Almeida Jarcem, sob a orientação da professora
Hanelore Henicka.
Em abril/96 foi iniciada nova pesquisa financiada pelo PROBIC/UNIVALI sobre o tema: O Uso do
Computador na Construção de Habilidades Cognitivas com Crianças, desenvolvida pela aluna Juçara Ferreira
Camargo, sob a orientação da professora Hanelore Henicka.
No primeiro semestre de 1996 foi desenvolvido o Projeto Alternativo de Práticas de Ensino nas
disciplinas de Prática de Ensino de Didática, Prática de Ensino de Sociologia da Educação e Prática de Ensino
de Psicologia da Educação com os alunos do 7º período de M.A. e do 8º período de Séries Iniciais, com as
seguintes temáticas:
- Qual o papel da Didática no Ensino-Aprendizagem?
- Que concepções de homem e de mundo embasam os programas e práticas dos professores de Fundamentos
Sociológicos e Psicológicos da Educação, do Curso de Magistério de 2º Grau?
A orientação deste projeto foi feita pelos professores Ademir José Rosso, Hamilton Felisbino da Silva e
Marilena Laus Bayer.
Outro projeto, que está sendo iniciado, é a Criação e Implantação de Salas de Leitura em Escolas
Municipais: um desafio saudável às escolas e à comunidade, sob a orientação da professora Marilena Laus
Bayer.
Em abril/96 iniciou-se o desenvolvimento do primeiro Projeto de Extensão financiado pela
Extensão/UNIVALI sobre a implantação de uma Seccional da Escola de Pais do Brasil em Tijucas,
desenvolvido pela aluna Rosemeri Cristina Furtado, sob a Coordenação da professora Neuza Teresinha P.
Valentim.
250
Em relação à pesquisa e extensão evidencia a necessidade de se efetuar imediato investimento em
projetos de pesquisa e extensão, tendo em vista o reduzido número de projetos desenvolvidos neste Curso.
7.5.6 Acervo Bibliográfico
A biblioteca do Campus III dispõe atualmente de 1.632 volumes na área da Educação e 668 títulos.
O acervo bibliográfico oferecido pela Universidade requer maiores investimentos, especialmente se for
adotada como política do curso maior ênfase ao ensino e pesquisa.
Por ocasião do processo de avaliação do Curso de Pedagogia desenvolvido no período de maio a setembro/96,
pela subcomissão de avaliação, os objetivos gerais, específicos e perfil profissiográfico do Curso de Pedagogia
do Campus III foram considerados pelos professores e alunos nos seguintes termos:
7.6 OBJETIVOS E PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DO CURSO DE PEDAGOGIA - CAMPUS III NA VISÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES DESTE CURSO
7.6.1 Dados coletados através de questionários aplicados aos alunos do primeiro ao oitavo Período do
curso de Pedagogia - Campus III.
População e Amostra:
Para a coleta dos dados foram distribuídos 67 questionários para serem respondidos em grupos de
quatro elementos , em cada período do Curso de Pedagogia. Destes foram respondidos 51 questionários, 08
foram devolvidos em branco e 08 questionários não foram devolvidos à sub - comissão de avaliação. Portanto, a
amostra considerada neste relatório, em relação aos alunos compõe-se de 51 questionários.
Relato de dados:
De acordo com os alunos pesquisados, o objetivo geral do Curso de Pedagogia é:
251
Quadro 6
OBJETIVO GERAL DO CURSO DE PEDAGOGIA NÚMERO
Formar pedagogos capacitados para desempenhar uma importante tarefa perante a
sociedade.
11
Formar professores, pedagogos, orientadores, supervisores e outros. 10
Preparar o acadêmico para o melhor exercício didático da sua profissão 05
Preparar o acadêmico para obter mais conhecimentos e apresentar melhor
desempenho.
05
Os objetivos gerais são desconhecidos. 03
Formar cidadãos conscientes e participantes, agentes das transformações sociais. 03
Promover o avanço do conhecimento científico no meio educacional. 03
Ampliar conhecimentos, desenvolvendo autonomia e pensamento crítico. 02
Tentar melhorar a educação no Brasil, principalmente nas circunstâncias em que esta
se encontra.
02
Formar professores capacitados para transmitir conhecimento ao educando com
clareza, não sendo este educando um mero receptor, mas um transmissor de sua
realidade, favorecendo desta forma, o processo ensino-aprendizagem.
01
Formar pedagogos que estimulem a motivação do aluno pelo saber historicamente
acumulado.
01
Formar pedagogos que tenham condições e bagagem para transmitir via ensino. 01
Preparar-se para conhecer e vivenciar a realidade das nossas escolas. 01
Valorizar o universo de cada aluno, respeitando seus interesses e dando-lhe a
oportunidade de tentar novas experiências que resultem em aprendizagem, tornando
o aluno capaz de comunicar-se de maneira precisa, eficaz e criativa dentro do
contexto social em que vive.
01
Formar indivíduos capazes de atuar nesta área com muito amor e dedicação, para
que a educação tome um rumo contínuo.
01
Possibilitar aos educadores subsídios necessários para enfrentar os problemas
educacionais de forma crítica, eficiente e segura.
01
Fonte: questionários respondidos pelos alunos do Curso de Pedagogia - campus III
Em relação aos objetivos específicos, os alunos apresentaram as seguintes informações:
252
Quadro 7
OBJETIVOS ESPECÍFICOS - CURSO DE PEDAGOGIA - CAMPUS III NÚMERO
Habilitar professores em determinadas áreas para melhor atender às diversas classes sociais. 05
Possibilitar intercâmbio cultural entre o conteúdo encaminhado e sua construção crítica. 04
Formar o profissional que atua na área da educação. 04
Desconhecem os objetivos específicos. 04
Adquirir conhecimento acadêmico das propostas pedagógicas e relacioná-las ao cotidiano
profissional.
03
Possibilitar um bom desempenho ao pedagogo. 02
Tornar o acadêmico apto à profissão de educador. 01
Contribuir para a elevação do nível de qualidade do sistema educacional através do ensino,
pesquisa e extensão.
01
Intervir no processo educacional regional. 01
Conhecer métodos de ensino e saber transmiti-los aos educandos. 01
Orientar melhor os professores para que haja um aproveitamento adequado. 01
Investir na formação global do educando. 01
Garantir a competência do professor. 01
Melhorar o nível das aulas e dos professores quanto ao ensino, podendo aumentar o
conhecimento, adquirindo assim um conteúdo mais completo.
01
Formar educadores contextualizados e familiarizados com o meio educacional, levando os
futuros educandos à busca gradativa do conhecimento.
01
Reorganizar a visão de educação do futuro pedagogo. 01
Formar educadores que lutem pela evolução de crianças, que tenham um ideal a ser cumprido. 01
Formar educadores próximos da verdade com uma boa formação moral e capacidade para
atuar.
01
Compreender que a verdadeira aprendizagem é aquela construída com esforço próprio, através
de elaboração pessoal.
01
Certificar que todo conhecimento deve ser passado cientificamente. 01
Verificar a presença ou ausência de pré-requisitos para novas aprendizagens. 01
Analisar os métodos de avaliação utilizados pelo corpo docente. 01
Obter mais competência para concorrer no mercado. 01
Elevar-se a cargos públicos e municipais. 01
Oferecer subsídios que possam trabalhar a conscientização do homem através da educação. 01
253
Contribuir para uma mudança na sociedade. 01
Motivar os alunos para serem críticos. 01
Capacitar professores para o Magistério e Séries Inicias. 01
Adquirir conhecimento para transmiti-los à sociedade. 01
Adquirir prática em sala de aula e comparar a teoria adquirida durante o curso de Pedagogia,
com a realidade.
01
Aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos nas disciplinas do curso, em sala de aula. 01 Fonte: questionários respondidos pelos alunos do Curso de Pedagogia - campus III
Os alunos foram questionados também sobre as características que deverá ter o profissional de
Pedagogia e as respostas obtidas foram as seguintes:
Quadro 8
CARACTERÍSTICAS DO PROFISSIONAL DA PEDAGOGIA NÚMERO
Ser uma pessoa atualizada. 16
Apresentar criatividade, habilidade e flexibilidade. 15
Ser responsável. 12
Apresentar consciência e pensamento crítico. 10
Amar a profissão, gostar, ter vocação. 10
Ter garra, dinamismo. 09
Ser competente. 08
Conhecer o processo educacional. 08
Saber expressar-se. 08
Motivar e observar. 05
Apresentar conhecimento. 04
Ser coerente. 04
Ter domínio do conteúdo e da classe. 04
Demonstrar ética profissional. 03
Dominar o conteúdo socialmente necessário. 03
Ser determinado. 03
Apresentar dedicação e compromisso. 03
Ser seguro. 03
Ser sensível, acessível, pontual e coerente. 03
Basear-se na didática. 02
Ter consciência social e classista. 02
254
Ser atencioso. 02
Demonstrar compromisso com a educação. 02
Demonstrar compromisso com a maioria. 01
Ser organizado e metódico . 01
Apresentar comportamento especulativo. 01
Testar métodos. 01
Ter personalidade forte e caráter. 01
Apresentar qualificação. 01
Demonstrar empenho. 01
Ter paciência. 01
Ser orientador e formador. 01
Possuir senso de humor e eficiência. 01
Ser investigador. 01
Não ser autoritário e sim um profissional atualizado. 01
Priorizar a aprendizagem saudável do educando. 01
Ser democrático. 01
Articular, mediar e transformar. 01
Planejar. 01
Ser capaz de trabalhar interdisciplinarmente. 01
Estar aberto a mudanças. 01
Ter boa aparência. 01
Ser prestativo. 01
Demonstrar confiança. 01
Ter em mente os objetivos. 01
Fonte: questionários respondidos pelos alunos do Curso de Pedagogia - campus III
Em relação ao campo de trabalho onde poderá atuar este profissional, os alunos apresentaram os
seguintes dados:
255
Quadro 9
CAMPO DE TRABALHO PARA ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA
NÚMERO
Escolas públicas e privadas nas áreas de orientação, supervisão e direção 30
Salas de aula 09
Empresas privadas, áreas de recursos humanos como orientador e instrutor 09
Recursos humanos 07
Administração de escolas 06
Fundações educacionais 06
Ciências humanas 04
Hospitais 04
Comunicações e assistência social 02
Indústrias 02
Profissional liberal 02
Cooperativas 01
Movimentos sindicais 01
Associações de bairro 01
Bancos 01
Clínicas especializadas 01
Família e comunidade 01
Seleção e recrutamento 01
Amplo campo de atuação não só restrito à escola ou sala de aula 01
Fonte: questionários respondidos pelos alunos do Curso de Pedagogia - campus III
7.6.2 Dados coletados através de questionário aplicado aos professores do Curso de Pedagogia -
UNIVALI - Campus III
A amostra considerada neste estudo constitui-se por 08 professores. Este número refere-se somente
aos professores que preencheram o questionário, dentre um total de 22. Portanto, a amostra equivale a 36,4%
sobre o total de professores que trabalham neste curso.
Os professores do Curso de Pedagogia consideram o objetivo geral do Curso nos seguintes termos:
Quadro 10
OBJETIVOS GERAIS DO CURSO DE PEDAGOGIA DE ACORDO COM OS NÚMERO
256
PROFESSORES Formar o educador que domina o conteúdo específico da educação. 04
Desenvolver uma compreensão objetiva sobre a natureza do conhecimento visando uma ação
coerente sobre a realidade.
01
Fazer com que os futuros educadores repensem sua vida profissional entrando em contato
com o mundo científico através da pesquisa.
01
Qualificar multiplicadores para buscar sempre mais qualidade de ensino. 01
O curso deve estar voltado para a busca constante dos valores que levem ao bem estar
social, via ensino.
01
Fonte: questionários respondidos pelos professores do Curso de Pedagogia - Campus III
Em relação aos objetivos específicos do Curso de Pedagogia, os professores forneceram as seguintes
informações:
Quadro 11
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO CURSO DE PEDAGOGIA SEGUNDO OS
PROFESSORES DO CURSO
NÚMERO
Criar competências capazes de explicar a construção do conhecimento e seus caminhos. 02
Buscar alternativas metodológicas e didáticas para o processo ensino - aprendizagem. 01
Explicitar os requisitos e características do conhecimento. 01
Promover a consciência crítica tendo presente os requisitos: auto-correção, apoio em
critérios e sensibilidade ao contexto.
01
Formar professores para o trabalho com crianças e adolescentes. 01
Repensar a educação como um todo e em especial na práxis. 01
Habilitar profissionais para atuar no ensino do pré-escolar, séries iniciais e especialistas. 01
Incentivar a investigação como forma de construção do conhecimento. 01
Fonte: questionários respondidos pelos professores do Curso de Pedagogia
Os professores foram questionados sobre as características que deverá ter o profissional de Pedagogia e
as informações obtidas foram:
Quadro 12
CARACTERÍSTICAS DO PROFISSIONAL DA PEDAGOGIA SEGUNDO OS
PROFESSORES
NÚMERO
257
Ser um pesquisador comprometido com a educação. 04
Ser investigador, criativo e ter autocrítica. 02
Apresentar capacidade de diálogo, postura ética e interesse pela produção dos educandos. 02 Ter competência técnica, visão e capacidade de raciocínio. 02
Demonstrar profundo conhecimento dos conteúdos com os quais trabalham. 02
Ter consistência e aprofundamento teórico. 01
Ser capaz de julgar propostas educacionais a partir dos pressupostos teóricos, explícitos ou
implícitos.
01
Ser autoridade em educação. 01
Demonstrar responsabilidade e motivação para construir o conhecimento. 01
Estar integrado à realidade sócio-cultural. 01
Valorizar a cultura, entendida como conhecimento sistemático. 01
Apresentar embasamento teórico-crítico e consistente sobre a área da educação. 01
Ter consciência aguda sobre a abrangência dos problemas concernentes à educação
brasileira, como um todo.
01
Apresentar dinamismo. 01
Ser transformador. 01
Apresentar responsabilidade de estar presente. 01
Estar ciente do papel que exerce na formação das pessoas. 01
Ser coerente no discurso, prática e ações. 01
Ter equilíbrio emocional. 01
Estabelecer empatia com o aluno. 01
Demonstrar respeito pelo aluno. 01
Conhecer a realidade educacional. 01
Fonte: questionários respondidos pelos professores do Curso de Pedagogia
Os professores foram questionados também sobre o campo de trabalho em que poderá atuar o
profissional formado em Pedagogia. Em relação a esta pergunta as informações obtidas foram:
Quadro 13
CAMPO DE TRABALHO DOS PEDAGOGOS NA VISÃO DOS PROFESSORES NÚMERO
Em todos os campos da educação formal escolar 05
258
Assessoria empresarial 03
Creches e hospitais 03
Professores de Séries Iniciais até o Ensino Superior 02
Orientação Profissional e Educacional 02
Movimentos de Educação Escolar 01
Ter competência básica dando conta do fenômeno da construção do conhecimento,
conhecendo suas variáveis, dominando seus princípios e pressupostos
01
Desenvolvimento de projetos de extensão de caráter interdisciplinar 01
Publicidade 01
Pesquisa 01
Capacitação de Recursos Humanos 01
Orientação Pedagógica 01
Treinamento 01
Educação de Adultos 01
Educação Comunitária/Particular 01
Educação permanente. 01
Fonte: questionários respondidos pelos professores do Curso de Pedagogia
7.7 SUGESTÕES APRESENTADAS PELOS PROFESSORES E ALUNOS PARA MELHORAR O CURSO DE PEDAGOGIA - CAMPUS III
7.7.1 Sugestões Apresentadas pelos Docentes
As sugestões a seguir apresentadas foram elencadas pelos professores do Curso no Seminário de
Avaliação do Curso de Pedagogia - Campus III, realizado no dia 13 de Agosto, 23 e 25 de setembro de 1996.
Quadro 14
SUGESTÕES APRESENTADAS PELOS PROFESSORES RESPONSÁVEL
Maior valorização do Curso de Pedagogia dentro da instituição, com a criação
da identidade do mesmo, aplicação de recursos e investimentos na área.
Direção e Professores
259
Variar a metodologia e o uso de recursos audiovisuais (evitar o uso abusivo de
uma determinada técnica ou material), cuidando com a seqüência e o uso intenso
do xerox, para evitar uma visão fragmentada.
Professores
Reavaliar a idéia de teoria e prática.
Criação de um Colégio de Aplicação para atuação dos alunos da Pedagogia.
Professores, Direção e
Comunidade
Repensar o conceito de aulas práticas Professores
Aprimorar os dois segmentos distanciados: os do bloco inicial e os do bloco
final das disciplinas.
Colegiado e Direção
Ler os programas com a participação dos professores, bem como a metodologia
utilizada, e repensar as práticas dentro do enfoque da estruturação curricular. Os
programas não cumpridos comprometem o andamento do Curso e a formação
dos professores.
Colegiado e Direção
Dar maior ênfase para a extensão e pesquisa. Administração Superior
A “ teoria” deve ter um destino para algo (objetivo p/ a realidade escolar). Professores e alunos
Habilidades do Pedagogo: repensar a função social do pedagogo. Professores
A influência da literatura na formação da auto-imagem negativa do professor,
bem como o conceito de professor e aluno.
Professores
Rever a história do Curso de Pedagogia. Uma continuidade do curso de
Magistério? Necessidade de acabar com esta expectativa do aluno.
Elaborar projeto de novas Habilitações para Pedagogos( Esquema I)
Professores
O aluno deve escolher o Curso de Pedagogia em função do que ele oferece, e
não por falta de opção.
Alunos e Professores
Definir o caráter político-administrativo do Campus enfatizando a necessidade
de repensar o Curso. Há a necessidade de se criar uma identidade para o Curso,
além de sua conseqüente autonomia.
Direção e Professores
Fazer um levantamento das necessidades da região, criando um centro de
capacitação de professores em forma de extensão: Universidade x Prefeituras.
Professores e Direção
Investir no Ensino Fundamental elaborando projetos com vistas à obtenção de
verbas junto aos órgãos financiadores.
Professores e Direção
Selecionar grandes temáticas para estudos e discussões entre docentes, buscando
construir uma proposta pedagógica para o Curso de Pedagogia.
Necessidade de se implantar, no calendário escolar, datas disponíveis para
contemplar o acima exposto.
Professores
O Curso possui corpo docente qualificado, com potencial para o trabalho, porém
falta infra-estrutura.
Há necessidade de se criar e implantar um Plano de Carreira e possibilitar aos
Direção
260
professores aumento em sua carga horária com vistas ao ensino, pesquisa e
extensão. A capacitação docente deve ser revista, tendo em vista o treinamento
em serviço(cursos rápidos). Eleição para cargos técnico-administrativos.
Fonte: dados obtidos no Seminário de Avaliação do Curso de Pedagogia - Professores
Obs: Nestes seminários foi definido que os professores voltarão a reunir-se para continuar as discussões e
formular uma proposta pedagógica.
7.7.2 Sugestões Apresentadas pelos Alunos para Melhorar o Curso de Pedagogia - Campus III
As sugestões apresentadas foram elencadas pelos alunos do Curso de Pedagogia no Seminário de
Avaliação do Curso de Pedagogia - Campus III. Este seminário foi baseado num documento norteador das
discussões, (em anexo)
Quadro 15 - POSSIBILIDADES E LIMITES DO CURSO
SUGESTÕES APRESENTADAS PELOS ALUNOS RESPONSÁVEIS
A assiduidade dos professores é fundamental para a realização efetiva do processo ensino - aprendizagem.
Professores
O horário deve ser obedecido. Professores e Alunos
Contratar professores capacitados. Professores
Melhorar a estrutura do Campus III Direção
Horário de início e término das aulas deve favorecer a quem vem de fora Alunos
Reduzir a leitura de textos em casa. Professores
Adotar os intensivos, pois os mesmo favorecem o número menor de fases (8). Alunos
O fato de ter apenas uma disciplina por noite desfavorece as necessidades de faltas. Há um acúmulo de faltas se faltarmos num mesmo dia da semana. Repensar o esquema de aulas faixas.
Alunos
Fonte: Seminário de avaliação dos alunos da Pedagogia
Quadro 16 - INFRA-ESTRUTURA DO CURSO
SUGESTÕES RESPONSÁVEIS
Ampliação da biblioteca, tanto em espaço físico quanto na aquisição de novas
edições e um número maior de exemplares
Direção
Solicita-se laboratórios de informática, de Ciências e Estudos Sociais. Professores e Direção
261
Antecipar a chamada. Professores
Existem disciplinas dentro do curso como Português, Matemática e Filosofia que
são importantes e que por isso devem ter suas cargas horárias aumentadas. Na
disciplina de Português os conteúdos devem ser modificados, priorizando o
aspecto narrativo, descritivo e interpretativo, trabalhando mais a leitura e escrita
de textos. Trabalhar mais a produção de textos para desenvolver a logicidade, a
coerência e a concordância.
Professores e Direção
A estrutura do curso é deficiente em relação à carga horária de estágio.
Concordamos em parte, em função do tempo reduzido de prática. Repensar a
estrutura do Curso em relação à carga horária do estágio.
Professores
Quanto à estrutura, poderíamos ter mais de uma disciplina por noite, mantendo os
intensivos.
Alunos
Fonte: seminário de avaliação - alunos da Pedagogia
Quadro 17 - RELAÇÃO ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
SUGESTÕES RESPONSÁVEIS
Não há esta relação. Estamos iniciando a passos lentos. Retornamos aqui ao
distanciamento existente entre teoria e prática que de forma acentuada dificulta
o processo. Repensar a relação Ensino, Pesquisa e Extensão, uma vez que a
mesma não ocorre.
Professores e Direção
Favorecer o aluno através de bolsas para pesquisa Direção
A pesquisa e extensão deixa muito a desejar aos alunos do 5. período. Priorizar
a pesquisa e extensão aos alunos do 5º período.
Professores
Fonte: Seminário de Avaliação - alunos da Pedagogia
Quadro 18 -DISCIPLINAS QUE CONTRIBUEM PARA A COMPREENSÃO DA ESCOLA
SUGESTÕES RESPONSÁVEIS
Todas as disciplinas, dentro de sua especificidade contribuem para o processo
de formação desde que sejam bem trabalhadas. Trabalhar bem as disciplinas
para que as mesmas possam contribuir no processo de formação do profissional.
Professores
262
Sociologia, Psicologia, Filosofia em M.A. Manter Sociologia, Psicologia e
Filosofia em M.A.
Professores
Higiene e Saúde, Psicologia, Estrutura, Sociologia e Didática no tronco comum. Professores
Fonte: Seminário de avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia
Quadro 19 - PROFISSIONAL QUE O CURSO DEVE FORMAR
SUGESTÕES RESPONSÁVEIS
Formar professores críticos, conscientes, capazes de analisar e transformar o
mundo e a sociedade em que estejam inseridos. Capacitar profissionais que
entendam de Educação.
Professores e Alunos
Devem ser competentes, ativos, críticos o suficiente para associar a prática
com a realidade vivenciada para comprometer-se a transformá-la.
Professores e Alunos
Profissionais que estejam capacitados, antes de tudo, a educar crianças da
nova geração.
Professores e Alunos
Fonte: seminário de avaliação do Curso pelos alunos
Quadro 20 - FORMAÇÃO PROFISSIONAL E CIDADÃ
SUGESTÕES RESPONSÁVEIS
Preocupar-se com a formação do profissional e do cidadão,
concomitantemente.
Professores
Fonte: Seminário de avaliação do Curso pelos alunos
Quadro 21 - RELAÇÕES ENTRE FORMAÇÃO OFERECIDA E NECESSIDADES DA MAIORIA DA
POPULAÇÃO
SUGESTÕES RESPONSÁVEIS
Adequar o ensino à realidade brasileira. Possibilitar ao profissional liberdade
de ação.
Professores
Fonte: Seminário da avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia
Quadro 22 - TIPO DE PROFISSIONAL EXIGIDO PELA SOCIEDADE ATUAL
SUGESTÕES RESPONSÁVEIS
Formar profissionais competentes, com iniciativa e autodeterminação, que
tenham conhecimentos, sejam seguros e convictos e apresentem
comprometimento social.
Professores e Alunos
Também devem ser competentes, responsáveis, dinâmicos, assíduos,
habilitados, com conhecimento científico, em resumo, o mais especializado e
Professores e Alunos
263
atualizado possíveis.
O mais especializado e atualizado possível. Professores e Alunos
Fonte: Seminário da avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia
Quadro 23 - CONDIÇÕES FORNECIDAS PELO CURSO PARA INVESTIR NA REALIDADE
SUGESTÕES RESPONSÁVEIS
Na medida em que se adquire o conhecimento, que se formam novas verdades,
criam-se condições de questioná-las e modificá-las e ainda buscam-se meios
de lidar com o desconhecido uma vez que com o conhecimento não se lida.
Criar condições de questionar e modificar a realidade.
Professores e Alunos
Nenhum, principalmente se reclamarmos de algum conteúdo. A resposta é
sempre a mesma: “ Faz parte do currículo. Vamos respeitar a mudança
curricular” . Inovar os conteúdos, mesmo que isto agrida o currículo
institucionalizado.
Professores e Alunos
Fonte: Seminário de avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia
Quadro 24 - OPINIÕES SOBRE HABILITAÇÕES PELO CURSO
SUGESTÕES RESPONSÁVEIS
As habilitações oferecidas são excelentes. É necessário porém, ampliar o
tempo de estudo.
Professores
Cada curso habilita para atuar na área específica, quando poderia ampliar as
áreas habilitadas.
Professores
As habilitações são ótimas dando maiores oportunidades na área de educação,
por isso devem ser mantidas.
Professores
Fonte: Seminário de avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia
Quadro 25 - AS PRÁTICAS DE ENSINO
SUGESTÕES RESPONSÁVEIS
O tempo é restrito para as práticas de ensino. Adotar um semestre teórico e
outro prático.
Professores e Direção
Fonte: seminário de avaliação do Curso pelos alunos da Pedagogia
264
Quadro 26 - MODIFICAÇÕES QUE DEVEM SER INTRODUZIDAS NO CURSO PARA FORMAÇÃO
DO HOMEM CIDADÃO E PROFISSIONAL
SUGESTÕES RESPONSÁVEIS
Aproximar pesquisa-extensão, via teoria e prática. Professores
Grade Curricular
Reconhecer, valorizar e respeitar o Curso, divulgando a importância do
mesmo.
Professores - Direção
Dar maiores oportunidades de práticas pedagógicas no decorrer do Curso e
não apenas no final.
Professores
Grade Curricular
Fonte: Seminário de avaliação do curso pelos alunos da Pedagogia
265
7.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de avaliação pelo qual o Curso de Pedagogia - Campus III passou, no período de maio a
outubro de 1996, evidenciou aspectos positivos e aspectos a serem melhorados, os quais, respectivamente, serão
relacionados a seguir:
* Compromisso e competência técnica dos professores;
* Melhoria na estrutura do campus;
* O curso proporciona aos acadêmicos a possibilidade de intervir na realidade, com maior consciência
da mesma;
* Metodologias adequadas aos interesses dos alunos;
* Criação de uma identidade para o Curso de Pedagogia - Campus III, valorizando-o dentro da
instituição e na própria comunidade;
* Dissociação entre teoria e prática, inclusive relacionado à grade curricular;
* Elaboração de uma proposta pedagógica para o curso de Pedagogia, com encontros e estudos de
docentes, periodicamente;
* Ausência da relação entre o tripé: Ensino, Pesquisa e Extensão, somente sendo cumprido nas fases
finais, a partir das práticas de ensino;
* O curso deverá formar profissionais críticos/criativos, responsáveis, conscientes e com domínio de
conteúdo, associando a prática com a teoria;
* Aproximar o Curso das condições e interesses da maioria da população;
* Há carga horária limitada para o desenvolvimento das Práticas de Ensino;
* Aproximar o Curso ao sistema de ensino de 1º e 2º graus desde as primeiras fases;
* Criar um Colégio de Aplicação para o desenvolvimento das Práticas de Ensino e aproveitamento da
mão-de-obra formada pelo Curso;
266
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALZAN, Newton Cesar & SOBRINHO, José Dias (Org). Avaliação Institucional: Teorias e Experiências. São
Paulo: Editora Cortez, 1995.
BELLONI, Isaura. Avaliação Institucional da UNB in: Painel - experiências alternativas no ensino superior -
ANAIS - Simpósio Nacional sobre Avaliação Educacional: uma reflexão crítica. Fundação CESGRANRIO,
1994, p.81-85.
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e Interdisciplinaridade no Ensino Brasileiro: Efetividade ou
Ideologia. São Paulo: Edições Loyola, 1979.
MATTOS, C.L.G. Professores e pesquisadores em colaboração: vivências de campo em etnografia crítica de sala
de aula. Trabalho apresentado no VII ENDIPE - Goiânea, junho, 1994.
PERRENOUD, P. Práticas Pedagógicas, profissão e formação - perspectivas sociológicas, Lisboa: Publicações
D. Quixote, 1993.
PROJETO DE REFORMULAÇÃO DA GRADE CURRICULAR DO CURSO DE PEDAGOGIA - UNIVALI.
1996.
268
FATORES LIMITADORES DA QUALIDADE DO CURSO Nº de opiniões de alunos: 349
Nº de opiniões de professores 27
Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº % A falta de agilidade na reorganização do currículo do Curso de Pedagogia
01 3,7 Desvalorização do curso pela Direção 30 8,6
Formação fragmentada do Profissional de Pedagogia, devido à forma de organização curricular (SI, MA PE)
01 3,7 Falta de um prédio próprio 80 22,9
Falta de definição de espaço físico para o Curso de Pedagogia, oficinas, salas ambiente.
03 11,1 Biblioteca específica 18 5,1
Falta de recursos tecnológicos, recursos didáticos, como áudio-visuais, jogos, atualização da Biblioteca
03 11,1 Desqualificação de alguns professores (sem prática de sala de aula)
40 11,5
Professores horistas, dificultando a dedicação exclusiva, planejamento, a pesquisa, aprofundamento teórico do curso
09 33,4 Ausência da informática no Curso de Pedagogia
04 1,1
Alunos com baixo desempenho, pouca leitura, curso noturno, atraso dos alunos, desmotivação, cansaço dos alunos e inobservância dos horários de aula
02 7,4 Estágio obrigatório para Professores veteranos
02 0,6
Falta de plano estratégico de ações para o curso, e clareza do que queremos formar
01 3,7 Falta de recursos: material didático e salas de multi-meios
39 11,2
Fragilidade das coordenações, desvalorização do curso pela administração e falta de integração entre professor e direção
03 7,4 Estágio somente no final do curso 06 1,7
Inexistência de núcleos de pesquisa no curso
01 3,7 Distância entre teoria e prática 23 6,6
Formação insuficiente de alguns professores
02 7,4 Falta de respeito ao acadêmico 23 6,6
Falta de avaliação e controle docente 01 3,7 Falta de compromisso do professor 18 5,1 Falta de interesse dos alunos 17 4,9 Pouca comunicação entre professor e
aluno 16 4,6
Poucas opções nas habilitações do curso 13 3,7 Descumprimento da carga horária pelos
alunos 06 1,7
Falta de organização do curso 05 1,4 Muita solicitação de xerox 03 0,9 Disciplinas importantes com pouca carga
horária 02 0,6
Seminários, Cursos, Congressos realizados durante o dia
01 0,3
O aluno desconhece a Universidade 01 0,3 Matérias supérfluas presentes no
currículo. 01 0,3
Os problemas geradores pelos horários de ônibus
01 0,3
Fonte: Pesquisa de Campo.
264
AVANÇOS SIGNIFICATIVOS DO CURSO
Nº de opiniões de alunos: 198
Nº de opiniões de professores 32
Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº % Estágios mais aprofundados com práticas mais organizadas
08 26,7 Estágios realizados na própria escola onde o estagiário já atua
27 12,9
Maior número de professores buscando atualização e aprofundamento em seus estudos (Mestrado, Doutorado)
05 15,63 Qualificação dos professores (mestrado, doutorado)
16 7,7
Dinamização do curso, através de Cursos, Seminários, Conferências, Semana da Pedagogia, Reuniões para Estudos e Elaboração de Projetos.
07 21,88 Realização de Seminários, Palestras e Cursos
49 23,5
Pesquisas Institucionais, Atividades de Extensão com envolvimento de alunos.
02 6,25 Oferecimento de mais habilitações 07 3,3
Trabalhos de campo para teorização em sala de aula
04 12,5 Proximidade teoria x prática a partir do 5º período. Realização de pesquisas de campo.
18 8,6
Produção conjunta de textos científicos 02 6,25 Professores que possibilitam a construção do conhecimento
18 8,6
Reorganização curricular: uma proposta participativa
02 6,25 Mudança de Currículo 11 5,3
Conquista de sala para coordenação de estágios e do curso
01 3,12 Utilização de práticas e materiais pedagógicos
14 6,7
Aquisição de Vídeo, TV e Computador 01 3,12 Secretária e setor financeiro informatizados
19 9,1
Sistema de avaliação dos professores e do curso
08 3,8
Formação integral do aluno pedagogo 03 1,4 Melhores professores no final do curso 04 1,9 Nenhum avanço 04 1,9
265
METODOLOGIAS, TÉCNICAS E/OU INSTRUMENTOS MAIS UTILIZADOS NO DESENVOLVIMENTO CURRICULAR
Nº de opiniões de alunos: 231
Nº de opiniões de professores 62
Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº %
Metodologias ativas de produção de textos, dossiês, leitura, interpretação e contextualização, relatórios, projetos
08 12,9 Aulas expositivas 34 14,7
Pesquisa bibliográfica e de campo 07 11,3 Dinâmicas de grupo 41 17,7
Visitas a instituições 06 9,7 Visitas a instituições 33 14,3
Exposições, estudos dirigidos 01 1,6 Utilização de recursos didático-pedagógicos
30 13
Seminários e Palestras 06 9,7 Elaboração de Dossiê 17 7,4
Aulas teórico-práticas 10 16,1 Produções individuais e coletivas 14 6,1
Aulas expositivas, dialogadas,
dissertativas, dinâmicas, ludo-
pedagógicas, trabalhos de grupo
10 16,1 Seminários 19 8,2
Utilização de recursos de multimeios (filmes, vídeo, retroprojetor, lâminas e laboratório)
12 19,4 Atividades construtivistas 12 5,2
Projeto global da disciplina por período 02 3,2 Projetos de Pesquisas 09 3,9
Novas modalidades de avaliação 09 3,9
Aulas teórico-práticas 07 3
Oficinas 06 2,6
DINÂMICA DE PLANEJAMENTO DAS AULAS E DAS DISCIPLINAS
Nº de opiniões de professores: 17
Opinião dos Professores Nº %
O planejamento da disciplina é realizado de forma individual 09 53
O planejamento da disciplina é realizado pelo conjunto de professores de áreas afins ou através
de Reuniões Departamentais
03 17,6
Discussões com base nas avaliações anteriores, revendo e atualizando bibliografias e avaliando
experiências anteriores
03 17,6
Quanto aos eventos são decididos pela coordenação do curso 01 5,9
Não opinou 01 5,9
SUGESTÕES PARA UM TRABALHO INTERDISCIPLINAR ENTRE AS
266
HABILITAÇÕES DO CURSO E OS CURSOS DA FACULDADE
Nº de opiniões de professores: 22
Nº de opiniões de professores: 16
Opinião dos Professores Nº %
Contratação de professores em horário integral, possibilitando encontros e reuniões para
planejamento, discussão de ementas e objetivos, troca de idéias e experiências e construções
coletivas
12 54,4
Realização de cursos e Simpósios para atualização docente e discente, envolvendo as diversas
habilitações
02 9,1
Uso de metodologias apontando para o ensino pesquisa 02 9,1
Encontro de reflexão sobre o Projeto Político Pedagógico do curso de Pedagogia 02 9,1
Seminários internos com exposições de pesquisas e práticas realizadas 02 9,1
Não responderam 02 9,1
Encontros para promover a socialização, a discussão, o planejamento, troca de experiências,
interação para conhecimento mútuo, mediatizados pelo aumento da carga horária e maior
disponibilidade do professor
07 43,8
Promoção de eventos em parceria 01 6,25
Intercâmbio com boletins informativos 01 6,25
Bloco exclusivo para o curso de filosofia 01 6,25
Salas de multimeios para disciplinas do núcleo comum 01 6,25
Seminários de discussão entre cursos e departamentos 01 6,25
Socialização das produções científicas 01 6,25
Não opinou 03 18,7
267
O CURSO DE PEDAGOGIA OFERECE HABILITAÇÕES COMPATÍVEIS COM O MERCADO DE TRABALHO
Nº de opiniões de alunos: 235
Nº de opiniões de professores: 18
Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº % Oferece habilitações de acordo com o mercado de trabalho, pela necessidade de profissionais habilitados e pela demanda sempre crescente de oportunidades
10 55,5 Sim, pois há campo de trabalho. Forma para a oferta de trabalho existente
47 24,3
As habilitações oferecidas atendem ao mercado de trabalho, porém, precisam ser aperfeiçoadas para uma formação mais ampla e consciente. Ainda precisam ser reavaliadas em função do momento histórico, repensando seu tempo de duração
07 39 Os conteúdos são vinculados à realidade ao mercado de trabalho
12 5,1
Deveria habilitar para atuar desde a educação pré-escolar, séries iniciais e magistério
01 5,5 Porque há poucos professores habilitados 10 4,3
O curso oferece várias opções para o futuro
05 2,1
Possibilita a Progressão na carreira profissional
04 1,7
As chances são maiores se o graduado continuar aperfeiçoando-se
02 0,8
Não. Pela falta de opções 33 14 Limitação por ser apenas uma habilitação 28 11,9 Má distribuição das habilitações do curso 32 13,6 Conteúdos desvinculados da realidade 15 6,4 Não corresponde à realidade 12 5,1 Currículo restrito 10 4,3 Precisa esperar por oferta de vagas 05 2,1 O discurso (teoria) não condiz com a
prática 04 1,7
Pouco campo de trabalho 03 1,3 Falta direcionamento nos quatro períodos
iniciais 03 1,3
268
PERCEPÇÃO DOS DOCENTE E DISCENTES COM RELAÇÃO AO CURSO
Nº de opiniões de professores: 246 Opinião dos Professores Nº %
Curso de relevância social 01 4,76 Falta de solidariedade, de respeito humano, promovendo uma disputa interna 01 4,76 Bom corpo docente, compromissado, aperfeiçoado, grandes valores trabalhando isoladamente 05 23,8 Indefinição de Projeto Pedagógico, necessitando de ajustes em diferentes disciplinas 01 4,76
O curso necessita de avanços na área de pesquisa para crescer na cientificidade 03 14,3
O curso poderia ser mais dinâmico e atraente, com eventos, seminários e cursos 01 4,76
Curso pouco valorizado e divulgado apesar das boas ações e de seus profissionais competentes 03 14,3
Há preocupação em oferecer aos alunos atividades de pesquisa e extensão 01 4,76
As soluções buscadas são tímidas e pouco relevantes na resolução dos problemas 01 4,76
Pouca valorização do curso por professores, direção e acadêmicos 01 4,76
É preciso crescer na luta pelo desalojamento de pessoa, normas, rotinas, poderes e discursos 01 4,76
Maior possibilidades de aperfeiçoamento na Pós-Graduação 01 4,76
Curso de extrema importância, responsável pela formação do educador 01 4,76
Um curso regular 42 18,7
Professores desatualizados 24 10,7
Um curso muito bom 24 10,7
Precisamos lutar para melhorar o curso 21 9,3
Pouco valorizado pela Universidade, principalmente nos primeiros semestres 12 5,3
Falta seriedade, deixa a desejar 10 4,4
Falta empenho e valorização da Direção do curso 19 8,4
Relacionamento difícil entre professor e aluno 08 3,6
Falta relação teoria e prática 08 3,6
Não corresponde às expectativas dos alunos 06 2,7
Pouco valorizado pelos alunos 05 2,2
Autoritarismo de alguns professores 05 2,2
Bom atendimento da Secretaria do curso 08 3,6
Pouca exploração dos textos pelos professores 04 1,8
Falta pesquisa de campo 04 1,8
Deveria ser mais rigoroso nos períodos iniciais 03 1,3
Bons professores 03 1,3
Formar para maior número de habilitações 03 1,3
Reformular o currículo para melhorar o ensino 05 2,2
Deveria haver maior cobrança de professores e alunos 04 1,8
Integra-nos à sociedade 02 0,9
Desmotivação de professores e alunos 01 0,4
Está melhorando progressivamente 04 1,8
VALORIZAÇÃO DO CURSO PELA SOCIEDADE
269
Nº de opiniões de alunos: 225
Nº de opiniões de professores: 19
Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº % De forma geral não valoriza a formação do profissional da educação, opção pouco importante, sem retorno financeiro, desprestígio em relação aos demais cursos.
06 31,6 Não valoriza o curso de Pedagogia 51 22,7
Precisa ser mais difundido o Projeto Político Pedagógico
01 5,3 Discriminado em relação aos demais cursos
44 19,6
A sociedade não percebeu ainda o valor do curso, porém o trabalho de divulgação do mesmo é um passo importante da atual Direção e Reitoria.
01 5,3 Não toma conhecimento e dá pouca importância
39 17,3
Os efeitos sociais do curso são ainda tímidos, mas é um curso relevante e indispensável no Sistema Educacional Regional.
02 10,5 Uma habilitação sem retorno financeiro 30 13,3
Avaliação positiva, de nível, nossos alunos têm se desincumbido de obrigações, atendendo o mercado de trabalho
05 26,3 Fraco e ineficaz 26 11,6
Não opinaram 04 21 Sem perspectiva profissional 11 4,9 Valorizam mais o curso de magistério de
2º grau 07 3,1
Entendem que qualquer curso habilita para o magistério
05 2,2
Um curso para mulheres 04 1,8 Não se preocupa com os pedagogos 03 1,3 Em declínio 02 0,9 Bom curso 02 0,9 Um dos melhores cursos do estado, por
ser dos mais antigos 01 0,4
SITUAÇÃO DO CURSO NO CONTEXTO DA UNIVALI
270
Nº de opiniões de alunos: 278
Nº de opiniões de professores: 22
Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº % O curso tem uma história de 32 anos. Tem bom desempenho, considerando os índices 68,1 de colocação de profissionais no mercado de trabalho em relação aos iniciantes. O geral da Universidade é de 51,2, neste sentido o curso tem uma boa posição
01 4,5 Discriminado em relação aos demais cursos
75 27
Os projetos de pesquisa e extensão não são liberados na mesma proporção dos demais cursos, discriminando o setor das licenciaturas
06 27,3 Desvalorizados pela Universidade, professores e alunos
53 19,1
Curso defasado tecnologicamente, considerado menos científico
02 9,1 Com descaso a partir da falta de espaço físico específico
63 22,7
Apesar de seu baixo custo e alta rentabilidade financeira, as Pró-Reitorias não têm dado o respeito às reivindicações
01 4,5 Os demais cursos sentem-se superiores 51 18,3
Tem excelente trabalho, porém, necessita de prestígio, reconhecimento e divulgação. Há uma cultura de desvalorização que é preciso ser demonstrada pela crítica e produção de docentes e alunos.
03 13,7 A direção não atende às necessidades impostas pelo curso
11 4
Curso pouco valorizado porque não se impõe e não se requer com mais energia, investimentos, espaço físico, recursos audio-visuais e eventos significativos
03 13,7 Pouca aplicação de recursos financeiros no curso
18 6,5
O curso é visto como desfavorecido em relação à aprendizagem e aproveitamento
01 4,5 Os demais cursos são priorizados em suas reivindicações em detrimento do Curso de Pedagogia
04 1,4
A formação do professor é importante, mas não dá status
01 4,5 Pouca participação nas instâncias decisórias
02 0,7
Não opinaram 04 18,2 Um curso importante 01 0,3
271
CURRÍCULO ATUAL DO CURSO E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Nº de opiniões de alunos: 274
Nº de opiniões de professores: 17
Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº %
O curso deveria estar mais voltado à pesquisa.
02 11,8 Sim, porque favorece a formação nas áreas específicas (S.I., P.E. M.A. O.E. A.E.)
54 19,7
Os conteúdos e as teorias não são bem fundamentados e relacionados, estabelecendo uma clara relação teoria e Prática.
02 11,8 Favorece em parte, porém, ainda precisa melhorar.
24 8,8
Busca-se a unidade entre Teoria e Prática, porém ainda apresenta-se linearmente, pois ainda continua a dissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão.
02 11,8 Bom conteúdo 11 4
A proposta de reorganização curricular é uma amostra das sucessivas reformas para atingir o ideal.
04 23,4 Alia Teoria à Prática 10 3,6
O currículo precisa oferecer mais subsídios para a formação profissional, precisando ser aperfeiçoado, pois o mercado de trabalho também sofre transformações.
01 5,9 Competência dos Professores 08 2,9
Está impregnado de senso com ranços psicológicos, vícios institucionais que impedem a análise da prática. Defasado no Setor Tecnológico.
01 5,9 Não, porque a Teoria está distante da Prática.
45 16,4
A qualificação dos Professores por muito tempo foi pouco incentivada, contribuindo para uma prática pedagógica pouco inovadora.
03 17,6 Currículo pouco abrangente. 31 11,3
Favorece a formação dentro das limitações do atual currículo e depende também do desempenho do Professor.
02 11,8 Estágios somente no final do curso. 29 10,6
Ensino fraco e fragmentado. 25 9,1
Com poucas opções de escolhas. 17 6,2
Não são destinados recursos financeiros ao curso.
07 2,6
Falta Tecnologia. 05 1,8
Conteúdos e técnicas ultrapassadas. 04 1,5
Acomodação de alunos e Professores. 04 1,5
INDICADORES DE AÇÕES ADMINISTRATIVAS E PEDAGÓGICAS PARA MELHORIA DO CURSO
272
Nº de opiniões de alunos: 229
Nº de opiniões de professores: 18
Opinião dos Professores Nº % Opinião dos Alunos Nº %
Definição de espaço e ambientes pedagógicos, reivindicações de condições e infra-estrutura para desenvolver um curso de excelência são condições necessárias – Pró-Reitorias Administrativa e Pedagógica
02 11 Direção mais atenta e compromissada com as necessidades do curso
77 33,6
Maior clareza e definição das atribuições das funções administrativas
01 5,6 Avaliações mais coerentes com a proposta pedagógica
22 9,6
Definição de uma política de difusão e debates sobre nomes e critério para cargos eletivos, nas diversas instâncias universitárias
01 5,6 Maior divulgação dos eventos (Cursos, Seminários, Pesquisas, Bolsas e outros).
23 10
Exigência de estabelecimento de Planejamento da disciplina com a participação da direção, coordenação e professores
02 11 Não opinariam 18 7,8
Avaliação dos docentes pela coordenação 01 5,6 Desburocratização e melhor atendimento da secretaria
15 6,6
Não responderam 09 50 Cumprimento da carga horária, fazendo negociação com alunos e empresas de transportes
15 6,6
Restruturação imediata do curso quanto à pesquisa, extensão, novas tecnologias
01 5,6 Luta por um bloco próprio para Pedagogia
10 4,4
O curso de Pedagogia necessita ser mais divulgado e trabalhado internamente a sua filosofia e o perfil profissiográfico
01 5,6 Maior eficiência e atendimento do SOAE com os bolsistas
10 4,4
Maior clareza e definição das funções na hierarquia administrativa e pedagógica da Universidade
09 3,9
Utilização de melhores técnicas e recursos pelos professores
06 2,6
Administração mais democrática 06 2,6 Maior controle nas faltas dos professores 05 2,2 Maior participação e ação do DCE, na
busca das reivindicações dos alunos
05 2,2
Maior luta e empenho por textos para as
mudanças administrativas e pedagógicas
03 1,3
Melhor relacionamento entre Professores
e Alunos
03 1,3
Dependências abertas até o final do
período de aula (biblioteca, banheiros,
xerox)
02 0,9
273
PERFIL DOS ALUNOS LEVANTADO A PARTIR DA PESQUISA REALIZADA.
Na segunda quinzena do mês de agosto do corrente ano, foram distribuídos 315 instrumentos de
pesquisa – questionários – aos acadêmicos do Curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
da UNIVALI, a partir do 3º Período, com questões pertinentes aos aspectos administrativos, organizacionais e
metodológicos (estruturais e funcionais) do referido curso.
Em cada sala foram designados dois alunos representantes de turma para aplicar os questionários,
recolhê-los e reunir as informações fornecidas por seus pares. Estes alunos participaram previamente de uma
reunião com a Sub-Comissão de Avaliação para receberem instruções sobre o preenchimento dos questionários.
Foram devolvidos 225 questionários dos alunos de Pedagogia e, apesar da insistência dos responsáveis
90 alunos demonstraram desinteresse e não entregaram o instrumento – as respostas ao questionário foram as
seguintes:
1) Sexo: M - 03 F - 222
O Curso de Pedagogia continua sendo predominantemente freqüentado por uma clientela feminina,
reiterando uma situação histórico-cultural de legitimação da profissão de professor como uma das únicas
permitidas às mulheres.
Dos questionários respondidos, 222 pertenciam a acadêmicos do sexo feminino e somente 3 a alunos
do sexo masculino.
Idade:
Diferentemente de outros cursos superiores procurados por jovens ao concluírem o 2º grau, no Curso
de Pedagogia encontramos alunos que se decidem frequentá-lo para garantir uma vaga, a efetivação no cargo, a
ascensão no plano de carreira depois de terem lecionado algum tempo e descobrirem ser esta a profissão que
desejam.
Por isso, verifica-se uma concentração de alunos com idade entre 20 a 30 anos (137) e 30 a 40 anos
(46), tendo um número bem menos com idade de 18 a 20 anos (21) e com mais de 40 anos (11).
Não informaram a idade 10 alunos.
Trabalho:
Por ser um Curso oferecido no período noturno, os alunos têm possibilidade de exercer atividade
remunerada durante o dia.
Dos 225 alunos entrevistados, responderam afirmativamente 189, tendo apenas 17 respondido que não
trabalham e em 19 fichas não havia resposta para esta questão.
Atividade Profissional
Confirmando nossa opinião e pesquisas anteriores, a maioria dos alunos do Curso de Pedagogia já está
atuando no quadro no magistério como professores do ensino de 1º grau (164). Contudo uma quantidade
significativa exerce funções extra-classe ligadas ao ensino: Secretária de Escola (12), Diretoras (3), Auxiliares
Administrativos (4), Orientadora Pedagógica (2), Auxiliares (3), Recreadores (3), num total de 27. Somente
fogem a regra geral 5 alunas que são comerciárias, 2 trabalham como Agentes de Saúde, 1 como Recepcionista,
2 são “do lar” e 24 não informaram.
Carga horária semanal:
274
O salário irrisório pago aos professores faz com que os mesmos tenham uma jornada de trabalho em
dois turnos no período diurno, muitas vezes em dois ou mais estabelecimentos, em localidades distantes uma da
outra, o que certamente em nada contribui para elevar a qualidade de ensino.
Na pesquisa, 13 alunos revelaram trabalhar mais de 40 h/a semanais, 100 alunos têm carga horária de
40 h/a semanais, 16 acadêmicos têm uma jornada de 30 h/a semanais, 68 trabalham 20 h/a e 28 alunos não
preencheram este quesito.
Estas cinco primeiras questões nos fornecem um quadro bastante real dos alunos do Curso de
Pedagogia:
* sua clientela é quase que exclusivamente feminina.
* a média de idade - 20 a 30 anos - sugere alunos mais maduros, com objetivos bem definidos.
* é formado por indivíduos em sua maioria professores ou em atividades afins, com uma carga
horária semanal intensa, acrescentando-se as atividades que executam em seus lares como mães, esposas, quase
sempre também responsáveis pelos afazeres domésticos, pouco tempo lhes resta para leitura, estudos de
aprofundamento, pesquisas e trabalhos extra-classe.
Estes fatores devem, sem dúvida, ser levados em consideração pelos professores, embora não possam
ser motivos para desencadear o desenvolvimento de um planejamento aquém do desejável.
275
CONSIDERAÇÕES FINAIS Na introdução desta publicação, enfatizamos o compromisso da UNIVALI em prestar contas de seus
serviços à sociedade. Esta publicação atende esta finalidade e vem também contribuir para explicitar e
reconstruir o nosso Projeto de Universidade.
Sem dúvidas uma Universidade faz-se no quotidiano das ações pessoais e coletivas, no movimento de
conhecer, julgar e tomar decisões na direção de grandes metas traçadas a partir das intenções, necessidades e
aspirações do contexto social, na qual está inserida. Este contexto social representa tanto as situações concretas
locais, a nível micro, como os contextos mais amplos e distantes numa dimensão de espacialidade e
temporalidade.
Assim, o conceito de Universidade vai sendo construído pelas situações concretas vivenciadas e,
portanto, marcado historicamente pela diversidade. É época de celebrar as diferenças.
Cada Universidade tem de celebrar sua identidade, sem perder a sua essencialidade que é a
universalização do saber. A UNIVALI, enquanto Instituição de Ensino, ao longo de seus 35 anos de existência,
vem construindo sua identidade como Universidade Regional. Este conceito está explícito no Projeto de
Regionalização da UNIVALI, que situa a expressão REGIONAL como qualidade da própria Universidade: a
regionalidade deverá ser entendida como uma qualificação possível da Universidade e nunca a sua
essencialidade enquanto instituição (p.13). Portanto, a opção da UNIVALI, em identificar-se como
Universidade Regional, significa que no bojo de suas preocupações está a concretude das relações que
interagem no espaço local e regional, pesquisando, engajando-se e apresentando soluções na construção de um
Projeto de Sociedade. Assim, seu existir terá relevância, pois estará estabelecendo uma relação dialética entre a
Ciência, o Homem e a Sociedade.
A UNIVALI, ... concebendo-se como universidade moderna, prevê as atividades de ensino, pesquisa e extensão como iniciativas orgânicas a serviço da comunidade, numa visão universal, ... sem deixar de acentuar sua fisionomia regional e local, como espaço próprio de sua efetiva concretização (Projeto de Regionalização, 1996:101).
A concepção de modernidade passa justamente pela organicidade das relações, levando em
consideração a Ciência, a Ética e Cidadania. Esses três elementos constituirão a base da formação profissional.
É este eixo formador que dimensiona o trabalho na Faculdade de Filosofia , constituída pelos Cursos de
História, Geografia, Letras, Ciências de I Grau, Estudos Sociais, Pedagogia do Campus I - Itajaí - e Campus III
- Tijucas.
A Faculdade de Filosofia tem o compromisso de definir e operacionalizar uma política de formação
para a Educação básica no País. A formação do professor tem como eixo norteador a relação com a Ciência e a
Ética.
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NA FFCL
276
Com o término das auto-avaliações dos Cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, uma volta
ao Projeto de Avaliação Institucional da UNIVALI se faz necessário: os pressupostos, os objetivos, os
processos e os resultados precisam ser trazidos no foco de uma reflexão coletiva da comunidade acadêmica
com a finalidade de ver, sentir e julgar a adequação dos processos e dos resultados à luz dos objetivos da
Universidade.
1 - DOS PRESSUPOSTOS
Pode-se extrair que a Avaliação Institucional toma o Projeto de Universidade como um processo
coletivo, onde cada pessoa envolvida deve participar na sua construção. Isto também implica que cada pessoa,
individualmente, e a comunidade como um todo, precisa conhecer seu potencial, seus limites e a direção da
caminhada. Daí a necessidade de um processo de avaliação que a todo momento levante indicadores de
qualidade, processo esse que por sua vez é, também, uma construção coletiva. Dentro desta perspetiva a
Avaliação Institucional renova as energias, clareia os objetivos, dá transparência ao processo e dá impulso à
obra educacional da Universidade no sentido de um trabalho de qualidade.
Na visão de Penna Firme (1991), a Avaliação Institucional deve ser responsiva-construtiva, que se
caracteriza por ser local, atendendo a uma determinada instituição; ser sócio-política, trabalhando com uma
determinada comunidade acadêmica; ser ensino-aprendizagem para todos que participam; ser, ao mesmo
tempo, contínua e divergente no processo, desvelando constantemente aos seus membros seus avanços e suas
limitações; ser desafiadora, provocativa e emergente, suscitando mais questões que respostas; e acima de tudo,
ser envolvente, reunindo professores, alunos, funcionários, administradores e avaliadores no mesmo objetivo.
Nesta perspectiva a avaliação dos Cursos da FFLC foi um processo coletivo, de diversas intensidades,
dependendo de cada curso e da visão de cada comissão de avaliação. Chegou ao fim de uma primeira etapa, a
um conhecimento da realidade que a comunidade acadêmica ainda não tinha clareza e compreensão de sua
extensão. Os desdobramentos que necessariamente deverão seguir devem-se ancorar nesta primeira etapa e
construir a partir dela os novos objetivos e os novos perfis profissiográficos para cada curso e para a Faculdade
como um todo.
O processo de Avaliação Institucional, na FFCL, despertou uma nova consciência crítica nas pessoas
envolvidas e imprimiu uma nova vontade na busca da qualidade. Cabe à Avaliação Institucional manter,
impulsionar e coletivizar o processo, afim de que um maior número de participantes possa se envolver, enfim,
desenvolver uma cultura avaliativa que permita à Faculdade e à UNIVALI, como um todo, um constante
reordenamento, consolidação, reformulação das suas estruturas e processos para uma melhor qualificação das
suas ações Acadêmicas.
2 - DOS OBJETIVOS
277
Todo o processo de Avaliação Institucional da UNIVALI vem trabalhando na busca e no
desenvolvimento de objetivos como:
a) Desenvolver um processo criativo de autocrítica para garantir a qualidade da ação universitária;
b) Prestar contas à sociedade da consonância das ações universitárias com as demandas científicas, tecnológicas
e sociais;
c) Conhecer, transformar e interrelacionar as tarefas acadêmicas em suas dimensões de ensino, pesquisa,
extensão e administração;
d) Estudar e restabelecer o compromisso com a sociedade, explicitando as diretrizes e fundamentos do Projeto
Pedagógico da Universidade;
e) Repensar os objetivos, modos de atuação e resultados, na perspectiva de uma universidade mais coerente
com o momento histórico em que se insere;
f) Redesenhar o Projeto Pedagógico da FFCL e da própria UNIVALI para que seja relevante à comunidade
acadêmica e à sociedade;
g) Levantar avanços, fatores limitantes e ações a serem desenvolvidas nos cursos e na FFCL;
h) Estudar e propor mudanças no quotidiano das tarefas acadêmicas do ensino, pesquisa, extensão e
administração, contribuindo assim para a melhoria da sua qualidade.
Na análise dessa primeira etapa do processo de Avaliação Institucional na FFCL, estes objetivos foram
alcançados ou pelo menos parcialmente. Os relatórios das auto-avaliações dos cursos mostram os resultados
que daqui para frente precisam ser expostos, analisados e refletidos coletivamente.
No desenvolvimento do processo da auto-avaliação dos Cursos da FFVL três níveis de resultados
pode-se detectar: avanços e conquistas, fatores limitadores e ações planejadas para a melhoria da qualidade da
ações acadêmicas. Estes três níveis serão examinados exaustivamente, mais adiante, através dos resultados das
auto-avaliações dos cursos da FFCL, não como um fim em si mesmo, mas como indicadores para o repensar do
Projeto Pedagógico de cada Curso e da Faculdade como um todo.
3 - DO PROCESSO
Como foi definido anteriormente a Avaliação Institucional é um processo coletivo. É uma reflexão do
corpo docente e discente sobre si mesmos e as condições dentro das quais se desenvolvem as ações acadêmicas.
É, portanto, uma auto-avaliação. Este status conferiu ao processo uma metodologia especial onde todos os
segmentos contribuíram de alguma forma.
A constituição das Subcomissões de Auto-Avaliação dos Cursos deu-se através de eleição ou
indicação dos pares. Este processo deu legitimidade a seus membros para o desvelamento dos avanços e
conquistas do Curso bem como dos fatores limitadores. Também autoriza convocações para reflexões coletivas.
Sem estes atributos dificilmente as auto-avaliações teriam sucesso.
De acordo com os relatórios das auto-avaliações dos Cursos da FFCL, todas as subcomissões
trabalharam o sentido coletivo das auto-avaliações. É verdade, as habilidades individuais, as habilidades de
comunicação dos membros das subcomissões, as condições de tempo e espaço foram fatores intervenientes no
278
trabalho final. No entanto, sendo um processo inicial e novo, os relatórios mostram, embora em intensidades
diferentes, a instalação de uma cultura avaliativa: a busca constante da compreensão da realidade e das soluções
para os problemas, objetivando a qualidade das ações acadêmicas, dentro de um sentido mais coletivo e
democrático, sem viesar nem para uma avaliação laudatória e nem depreciativa.
As metodologias de avaliação organizadas pelas subcomissões apresentaram-se diversificadas,
representativas da cultura de pesquisa de cada grupo. Esta especificidade não prejudicou a unidade de análise
frente aos indicadores de qualidade comuns aos Cursos de Graduação.
É evidente que todo processo de auto-avaliação gera ansiedades, desconfortos, susceptibilidades,
euforias, etc. que precisam ser superadas ao longo da caminhada, para que o coletivo possa desabrochar. Na
FFCL não foi diferente. Como entidade de ensino superior, como trabalho em educação, as ações desenvolvidas
são de natureza coletiva e as pessoas envolvidas precisam se educar para esse trabalho coletivo. A auto-
avaliação dos cursos é o início deste trabalho. O número de participantes e a forma de intervenção das pessoas
envolvidas revelam a caminhada que a comunidade da FFCL precisa fazer para chegar a melhoria da qualidade
das ações acadêmicas.
Foi interessante observar que, ao longo do processo de auto-avaliação, as discussões frente aos
resultados das pesquisas realizadas tomaram caminhos, ora para análises pessoais, ora institucionais, causando
impacto em pessoas e segmentos. Mas o próprio processo que desde o início pautou-se por critérios não
punitivos, ascendeu para níveis de análises mais profundas, no sentido de elencar objetivamente alternativas de
soluções para melhorar a qualidade de cada Curso. Estas ações têm a qualidade de não serem dirigidas só para
outras esferas e segmentos da UNIVALI, mas também dizem respeito a mudanças no interior do fazer curricular
e na postura das pessoas que integram o Curso.
Pode-se, então, afirmar que, ao longo do processo, intenções e compromissos foram se concretizando
em ações novas na ação docente, discente e da Direção dos Cursos. Assim, a Avaliação cumpre o seu papel de
fazer acontecer e mudar a realidade.
4 - DOS RESULTADOS
Ao término das Auto-Avaliações dos Cursos da FFCL, são apresentados resultados, talvez iniciais ou
incompletos. Já, porém, dão uma imagem bastante nítida do que são estes Cursos e a própria Faculdade. É o
desvelamento de uma realidade, dentro de realidades maiores, que delas recebe influências e limitações, as
quais nem sempre podem ser solucionadas dentro dos cursos ou da FFCLCVI.
Os resultados são apresentados e discutidos a partir dos indicadores e variáveis intervenientes na
verificação dos níveis da qualidade das ações acadêmicas realizadas na FFCL. Estes indicadores e variáveis
revelam intensidades e extensões diferentes que interferem no processo, mas, no seu conjunto, delineiam o
perfil de cada curso e da Faculdade, como um todo. Esta síntese expressa o perfil atual da FFCL.
A partir desta síntese, é possível levantar três eixos centrais, em torno dos quais, as análise foram
aprofundadas. São eles: Avanços e conquistas, fatores limitadores e ações planejadas para a melhoria da
qualidade das ações acadêmicas (administrativas, pedagógicas, planejamentos, tomadas de decisão, etc.), no
279
sentido da construção de novos perfis dos Cursos e da imagem da FFCL dentro da UNIVALI e da comunidade
regional onde está inserida.
4.1 Avanços e Conquistas
Na análise dos relatórios de avaliação dos cursos da FFCL foram destacadas pontos positivos que
podem ser classificados em avanços e conquistas.
a) Crescente qualificação profissional
Nos últimos anos surgiu um movimento entre os professores da FFCL na busca de uma melhor
qualificação profissional (especialização, mestrado ou doutorado). Embora esta qualificação profissional não se
traduza de imediato em melhoria de ensino, um grande número de professores titulou-se e outros estão em
processo de titulação. Pois vejamos, em 1996/II*, o Corpo Docente da FFCL era constituído por 168
professores, dentre os quais 2,38 % são doutores, 5,95% doutorandos, 32,14% mestres, 19,05% mestrandos,
35,12% especialistas, 2,38% especialização em realização e 2,98% graduados. Um dos primeiros quesitos para
aquilatar a qualidade da ação acadêmica de uma instituição superior é qualificação do seu corpo superior.
Os resultados desta qualificação estão vindo, sob a forma de novas abordagens dos conteúdos, novas
metodologias, implementando o desenvolvimento curricular, pesquisas básicas e atividades de extensão
universitária.
O movimento da qualificação teve impulso, dentro da UNIVALI, a partir da publicação da Resolução
07/CEPE/95 que normatiza a concessão de bolsas e o afastamento para capacitação ao nível stricto e lato
sensu. Os programas de pós-graduação mais utilizados pelos docentes da FFCL são os UFSC, UFPR, UFRGS,
PUC/RS, PUC/SP. Cada um destes programas tem tendências ideológico-filosóficas próprias e características
que induzem a uma pluralidade de visões de mundo, necessárias para a FFCL desenvolver suas ações
acadêmicas.
Um grande número de titulados à nível de pós-graduação não é por si só uma garantia de melhoria de
qualidade do ensino, pois, no Brasil, o objetivo principal dos mestrados e doutorados é, na verdade, a formação
do pesquisador, não do professor. A ênfase dos cursos específicos das disciplinas não-pedagógicas é no
aprofundamento teórico e na dissertação ou tese, isto é, a pesquisa. A formação pedagógica é completamente
negligenciada na maioria dos cursos das disciplinas básicas e mesmo em alguns programas de pós-graduação
em educação. Mas, o professor com uma formação a nível de pós-graduação tem muitas vantagens sobre os
demais. Se este professor fundamentar seu ensino na pesquisa, mesmo que intuitivamente, aplica princípios
fundamentais do bom ensino, como: participação, diálogo, pensamento reflexivo, organização-sistematização,
etc. Esta metodologia produz um ensino mais efetivo, pois estará desenvolvendo habilidades técnico-científicas
na acadêmico que, além de um bom profissional, será um investigador em potencial.
b) Desenvolvimento Curricular
Todos os relatórios de auto-avaliação dos cursos da FFCL fazem referência à realização de estudos
curriculares que vão muito além de simples modificações das grades das disciplinas. Esses estudos curriculares
tornam-se necessários na atualidade, uma vez que na era pós-moderna os perfis profissiográficos das profissões
estão se alterando vertiginosamente em função dos avanços científico-tecnológicos.
* Fonte: Pró-Reitoria de Ensino, 1996
280
Os cursos da FFCL tipicamente atrelados à educação, sofrem a influência da atual política
governamental e social, o desmerecimento e a situação salarial puxam o magistério e licenciatura para uma
profissão sem expectativas, por isso, com material humano muito idealista ou muito pobre.
A informática e telemática já estão dentro do ambiente escolar e os professores ressentem-se cada vez
mais da falta desta formação. Foram educados para um tempo que não existe mais. Os estudos curriculares na
FFCL buscam estes novos perfis profissiográficos, novas disciplinas, novos conteúdos, novas metodologias e
novas formas de avaliação à luz da pós-modernidade. Alguns cursos conseguiram avançaram mais, outros
menos, mas todos buscam a sua atualização e adequação aos tempos atuais. A atualização, reclamada nas
avaliações dos docentes pelos alunos, é uma exigência dos tempos atuais e é uma necessidade para a formação
dos profissionais no futuro.
c) Iniciação à pesquisa
Com o advento da implantação da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão, a pesquisa a
nível de alunos de graduação tomou um grande impulso na UNIVALI. De imediato foram implantados o
Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PROBIC), com financiamento da própria Universidade, e o
Programa Institucional de Bolsas Iniciação Científica (PiBIC), financiado pelo CNPq.
A iniciação à pesquisa começou de forma muito tênue, tanto em número, quanto em qualidade de
projetos apresentados. Professores e alunos da FFCL tiveram muitas dificuldades para participar destes
programas. Não era da mentalidade dos professores da FFCL fazer pesquisa, a não ser as das exigências dos
cursos de pós-graduação, pois não havia estímulos para tal atividade na Instituição. Os alunos, por sua vez, não
imaginavam que a iniciação em pesquisa científica pudesse contribuir para a formação profissional, pois
pesquisa era para os cientistas, conheciam apenas a ciência mitificada. Hoje, a cada nova chamada, um maior
número e de melhor qualidade de projetos para iniciação à pesquisa são apresentados pelos alunos da FFCL.
Mesmo assim o número de projetos aprovados na ProPPEx é ainda muito reduzido.
Os programas de iniciação científica estão criando uma nova cultura universitária. Tirou os alunos da
passividade e colocou-os na busca ativa do conhecimento. Como já foi mencionado anteriormente, a pesquisa
faz com que o aluno assuma a responsabilidade da busca do conhecimento novo e, na medida em que o aluno
tem conquistas, a motivação intrínseca cresce e o envolve cada vez mais no processo da aprendizagem
autônoma.
O desenvolvimento da iniciação científica está intimamente ligada à formação dos professores em
níveis de mestrado e/ou doutorado. Portanto, a FFCL tem todas as condições para desenvolver os programas de
iniciação à pesquisa nos seus cursos.
Ainda não existem na FFCL programas de pesquisa a nível de professor. Se a faculdade quer ter nível
de curso superior será necessário investir seriamente nestes programas, para além das pesquisas exigidas pelos
cursos de pós-graduação.
A implantação do Núcleo de Pesquisa em Educação congregará os interesses, incentivos e produções
dos pesquisadores da FFCL.
d) Extensão - Atividades interdisciplinares
281
No período abrangido pela auto-avaliação dos cursos da FFCL, as atividades de extensão e atividades
interdisciplinares cresceram intensamente. Os professores da FFCL, além das aulas regulares no seus
respectivos cursos, trabalharam em atividades de capacitação e atualização dos professores das redes estadual e
municipal da Micro-Região.
Estas atividades mostram a amplitude da influências que a Faculdade de Filosofia exerce na região,
não só como agência formadora de mão de obra para a região, mas também como instância de discussão dos
problemas teórico-práticos e de aprofundamento científico da ação pedagógica exercida pelos setores da
educação regional e até estadual.
e) Coordenação
Outro ponto positivo para os cursos da FFCL foi a implantação das Coordenações na maioria dos
cursos. A função dos coordenadores é orientar a ação acadêmica dos professores e dos alunos. Isto facilita a
solução de muitos problemas menores e desafoga o trabalho da Secretaria Acadêmica e das instâncias
superiores de administração. Por outro lado os alunos têm um interlocutor permanente, o que cria mais
confiança e satisfação por parte deles.
A coordenação dos cursos tem mais facilidade em programar atividades extracurriculares, como
palestras, conferências, seminários, viagens de estudos, etc. Todas estas atividades consomem muito tempo e
por outro lado permite um aproveitamento da disponibilidade dos professores.
f) Pós-Graduação.
A FFCL é uma das faculdades que ofereceu o maior número de Cursos Pós-Graduação Lato Sensu em
todas as áreas de seus cursos. É uma outra forma da FFCL exercer sua influência pedagógica na região. Pela
qualificação do seu corpo docente a FFCL precisa começar a pensar em um Programa de Pós-Graduação Stricto
Sensu. Não só para continuar a qualificar seu próprio corpo docente, mas principalmente para formação de mão
de obra mais qualificada na área da educação para a região.
Certamente a região geográfica e a densidade populacional já comporta um Curso de Mestrado em
Educação. Seria um novo impulso para o desenvolvimento integral da região.
4.2 Fatores Limitantes
A auto-avaliação dos cursos da FFCL levantou, ao lado dos Avanços e Conquistas problemas que
tolhem a efetividade das ações acadêmicas e que precisam ser equacionados da forma mais positiva possível.
4.2.1 Professores
Os relatórios são quase inânimes em afirmar que :
282
a) A contratação dos professores como horistas é um entrave para um trabalho de qualidade do ensino, pesquisa
e extensão na faculdade. Qualquer programação fora do horário das horas-aulas torna-se difícil, uma vez
que o docente não está na Universidade por um período maior de tempo. Por outro lado, toda e qualquer
programação tira tempo precioso das aulas que o professor teria que ministrar;
b) A Universidade, como um todo, não oferece um espaço para o trabalho fora da sala de aula, para a maioria
dos professores. Não existem salas, armários ou ao menos uma simples mesa para o professor trabalhar,
estudar, guardar seus livros/bibliografia em geral, reunir-se com os alunos, etc. Existem sim, salas de
professores que funcionam como pontos de encontro, mas que não servem para um trabalho acadêmico
efetivo;
c) No período desta auto-avaliação, março a outubro de 1996, não havia uma política definidora da carreira de
magistério dentro da UNIVALI. Ora, o professor universitário é um profissional altamente qualificado que
precisa ter perspectiva de segurança para si, e sua família para poder realizar com eficiência o seu trabalho.
Neste contexto, muitos professores, após se qualificarem, abandonam a instituição, submetendo-se a
concurso em universidades que apresentam perspectivas de vínculo a médio e longo prazo.
d) Os relatórios de auto-avaliação deixam transparecer que ainda existe um grande número de professores, de
um lado, descompromissados com a ação acadêmica da faculdade, pouco pontuais e às vezes pouco
assíduos; e por outro lado, existem, também, um bom grupo de professores (5,36%) que, por um ou outro
motivo, deixaram de se atualizar, e assim estão trabalhando objetivos, conteúdos, procedimento didáticos e
formas de avaliação completamente ultrapassados. São problemas que exigem uma reflexão criteriosa, pois
ferem toda e qualquer ação na direção da melhoria da qualidade do ensino;
4.2.2 Alunos
a) a grande maioria dos acadêmicos da FFCL, os licenciandos são, em geral, pessoas que trabalham um a dois
períodos diários, marcados pelos desprestígio social, entram em cursos, as licenciaturas, com baixa
competitividade, com uma base de conhecimentos do primeiro e do segundo graus defasados, resultando
em baixa produtividade intelectual;
b) A assiduidade e pontualidade dos alunos deixa a desejar por duas razões: os cursos são noturnos,
freqüentados por alunos que trabalham, têm outros compromissos e nem sempre colocam a Universidade
como prioridade na sua formação. Outro aspecto a ser considerado é que foi criado, ao longo do tempo, uma
certa cultura de atrasos e de faltas, como algo natural, mas que não justifica a impontualidade e não-
assiduidade. É um problema que precisa ser resolvido com urgência, pois depõe contra a Instituição como
um todo;
c) Os alunos ainda demonstram uma certa dificuldade na aprendizagem autônoma, isto é, ter habilidade de
estudo e pesquisa independente da nota ou sua aprovação. O indicador mais significativo são as consultas na
Biblioteca Central que ainda estão muito baixas. Certamente existem fatores intervenientes que dificultam o
283
trabalho individual dos alunos; mas a disposição dos alunos de buscarem na biblioteca os conhecimento de
que necessitam ainda não é um hábito para um significativo número de alunos.
4.2.3 Currículo
a) Embora haja um grande movimento para a melhoria dos currículos nos cursos da FFCL., o desenvolvimento
curricular deixa a desejar. Não basta mudar filosofias, objetivos, etc. sem uma implementação adequada do
currículo. Em outras palavras, existe um impedimento grave que é cultura “pedagógica instalada”, pois não
permite o atingimento dos objetivos desejados. É necessário trabalhar na direção de uma maior relação entre
a teoria a prática, nenhuma metodologia é eficiente por si; e precisa-se da ação efetiva do professor.
b) A tímida produção científica de professores e alunos tem resultado num perfil de ensino que é mais
reprodução do que construção de conhecimento.
c) O trabalho isolado dos professores tem sido a tônica na FFCL, quando o desenvolvimento curricular de um
curso é, na verdade, um trabalho eminentemente coletivo. É necessário, pois, trabalhar os objetivos dos
cursos de forma mais coletiva.
4.2.4 Infra-estrutura
a) A FFCL da UNIVALI, como uma faculdade noturna, não tem um espaço próprio, os relatórios das auto-
avaliações colocam este fato como um fator de desprestígio perante à Instituição e perante aos outros cursos;
b) A falta de espaço físico inviabiliza pesquisas e outras atividades extracurriculares que professores e alunos da
faculdades poderiam desenvolver.
c) Os relatórios das auto-avaliações colocam a Biblioteca como um dos grandes fatores limitantes no
desenvolvimento do ensino na FFCL. A infra-estrutura, a renovação bibliográfica e de periódicos são os
maiores questionamentos. O bom funcionamento e atualização do acervo bibliográfico da Biblioteca
Universitária são questões fundamentais para o ensino superior com qualidade.
d) O funcionamento do Setor de Audiovisuais é também colocado como fator limitante à qualidade do ensino,
não só como um setor de fornecimento de equipamentos, como também, um setor de produção de materiais
pedagógicos. O avanço tecnológico exige que a UNIVALI coloque à disposição de todos os cursos
equipamentos como o Datashow, Internet,”Tele Sala”, etc.
e) As salas-ambiente (laboratórios) necessárias para a maioria dos cursos da FFCL fazem faltam, de acordo com
os relatórios das auto-avaliações.
f) Uma maior informatização dos ambientes de estudo da FFCL se faz urgente em vista do avanço da
informática e da Telemática no ensino do país.
4.3 Ações para promover a melhoria da qualidade do ensino
Os relatórios das auto-avaliações indicaram uma série de ações que a FFCL deveria desencadear na
busca da melhoria da qualidade do ensino. Algumas ações podem ser desenvolvidas dentro da Faculdade, por
284
alunos, professores e direção; outras necessitam do apoio da Direção Superior da UNIVALI e ainda outras
ações dependem da própria sociedade.
a) Estimular a qualificação dos professores nos diversos níveis (especialização, mestrado, doutorado ou pós-
doutorado), buscando uma educação continuada. O professor como profissional deve estar em contínua
atualização, não só em conteúdos de suas disciplinas como também nos aspectos pedagógicos e tecnológicos
que sustentam as disciplinas;
b) Buscar junto à Direção Superior o espaço físico apropriado da FFCL, salas de trabalho para professores,
salas ambiente, laboratórios para iniciação científica dos alunos e professores;
c) Buscar junto à Direção Superior a contratação de professores para além das horas aula a serem ministradas.
O professor é um profissional que precisa ter expectativa de dedicação exclusiva para investir em pesquisas e
na sua produção intelectual, na Universidade;
d) Atualizar a bibliografia dos programas das disciplinas, assinar periódicos e revistas na área da pedagogia e
das licenciaturas, atualizar do acervo bibliográfico da Biblioteca Central, pois esta é o núcleo central de um
ensino de qualidade;
e) Reestruturar o setor de audiovisuais cedendo um espaço fixo (uma sala) com instalações de alta tecnologia
(vídeo/telão/som estéreo, etc.). Este espaço seria administrado pela coordenação dos cursos.
f) Criar uma infraestrutura para produção de audiovisuais (fitas de vídeo, transparências, textos e teletextos,
etc).
g) Continuar a estudar os perfis profissiográficos dos profissionais a serem formados pela FFCL. Os avanços da
Ciência e da Tecnologia exigem transformações radicais nas profissões;
h) Instalar o Núcleo de Pesquisa da FFCL. Será um pólo irradiador de transformações benéficas para a
Universidade;
i) Criar o Núcleo de Apoio Pedagógico para os cursos da FFCL, como forma de ajudar o professor a melhorar a
qualidade de seu ensino.
j) Redefinir as funções das coordenações, dos cursos e dos departamentos.
l) Criar o Projeto Político-Pedagógico da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UNIVALI.
AS LICENCIATURAS: ABANDONO OU PRIORIDADE?
A auto-avaliação dos Cursos da FFCL encaminha-nos à discussão das licenciaturas quanto ao seu
mérito e relevância no cenário da formação dos docentes para o Ensino Fundamental e Médio.
Afinal o que é bom no Curso, será bom para a sociedade? Em outras palavras, a qualidade interna, o
mérito e eficiência instrumental dos cursos de licenciatura garantirá a relevância, a eficácia da formação
profissional e efeitos sociais positivos?
285
Este questionamento nos remete à colocação de Penna Firme (out/94) quando falou:
“A qualidade de um bom curso deve ter mérito e relevância. No entanto nem todo mérito contém relevância,
porém toda relevância deverá necessariamente conter méritos”.
Neste sentido a Universidade e mais particularmente a FFCL não deve só auto contemplar-se pelo
mérito interior, mas centrar sua preocupação com a pertinência, isto é, “para que” estamos formando
professores. Este olhar para os efeitos sociais das licenciaturas é o que caracteriza a relevância de um Curso e a
garantia de sua qualidade.
Outra reflexão que deverá estar presente no debate sobre a relevância das licenciaturas é o contexto
social atual, caracterizado pela falta de professores, e sua inadequada formação, as péssimas condições salariais
e a falta de perspectiva na carreira do Magistério. Todos esses indicadores sociais negativos têm contribuído
para o esvaziamento das licenciaturas.
No entanto, este mesmo contexto social convive com a prática perversa da evasão e repetência no
ensino de I e II graus, o baixo rendimento dos alunos nos conhecimentos considerados básicos pelo currículo
nacional, (SAEB/MEC) além de outras situações de marginalidade e violência a que está submetida a população
brasileira. Este contexto aponta para a importância do papel da Escola e da ação do professor como estratégia
vital na mudança do atual quadro social.
Assim, o que se percebe atualmente é que as contradições presentes na prática social se reproduzem
nas políticas educacionais e universitárias, através de um discurso de valorização das licenciaturas e uma prática
que as nega.
Mudar o atual quadro é desafio e compromisso da sociedade civil e do próprio governo, pois exige
mudanças urgentes nas políticas educacionais que vá da Escola Básica até a Universidade, diretrizes claras,
investimentos e ações efetivas de acompanhamento e integração entre os diversos níveis de ensino.
As políticas de educação e a própria Universidade deverão investir nas licenciaturas para que possamos
avançar na fronteira da ciência. A Universidade, enquanto espaço de produção de conhecimento, em todos os
Cursos da graduação está a exigir um novo perfil de professor, um profissional com flexibilidade mental e
capacidade diferenciada para dialogar com a ciência, com o saber técnico-profissional e com os alunos.
A Educação é um investimento a longo prazo. Hoje, com o avanço da tecnologia e da Ciência, as
tarefas manuais estão sendo substituídas por máquinas inteligentes, e os empregos oferecidos exigem um nível
cada vez de ensino e, conseqüentemente, professores melhor preparados para atuarem na formação da mão-de-
obra mais especializada e o cidadão mais consciente.
Este perfil de formação é o objeto de estudo das licenciaturas. O espaço da formação do profissional
que, além do saber técnico-profissional, deverá apropriar-se da ciência da ação de ensinar, pesquisar, produzir,
estabelecendo interfaces dos conteúdos do ensino e trabalhos de campo, numa postura mediadora da construção
do conhecimento.
Mas, infelizmente, este não tem sido o perfil do professor que atua na Universidade e que tem sido
formado pelas licenciaturas.
Ghiraldelli (95) quando refere-se à formação do professor na modernidade, analisa o seu perfil: o que
pensa, o que é e o que deve ser o professor. Sua análise parte do homem moderno, o cidadão, “aquele que
286
abriga um misto de cientista cartesiano e libertino altivo” (não permite a entrada do sentimento) “sua tarefa é
arrancar o véu” (da realidade).
Assim, desta concepção de “homem moderno”, é que deriva o núcleo da idéia de professor no ocidente
moderno, aquele que deve averiguar, nominar e descrever o conhecimento, tomando a racionalidade como o
caminho da certeza.
A formação do professor tem se pautado pelo perfil do cientista da modernidade, aquele que acredita
que o conhecimento pode ser descrito, verificado e pouco interpretado como cita Ghiraldelli “o conhecimento
científico deve ser anotado..., da palavra (grifo nosso) cada vez mais precisa que do arranjo lógico, cede ao
jornalismo matemático evitando assim a interferência do sentimento” p.35
Este perfil de formação não altera a ordem das coisas, apenas descreve-as, pois não permite extrapolar
a política do conhecimento oficial.
Portanto, mudar este perfil exige o compromisso com o investimento na política da formação docente
com perspectivas positivas fora (mercado de trabalho, carreira profissional, política salarial) e “dentro da
Universidade com uma ação mais eficaz na qualificação dos docentes” que atuam nas licenciaturas e na
formação dos atuais e futuros docentes das redes de ensino.
Os cursos de licenciatura na FFCL só poderão marcar sua relevância social e sua valorização dentro da
UNIVALI se:
� A administração superior investir nas licenciaturas através da ampliação de bolsas de pesquisa
de iniciação científica e a inserção dos docentes nas linhas de pesquisa da Universidade.
� A FFCL - transformar-se num centro de Educação, garantindo a integração dos cursos de
licenciatura entre si e com as instituições de 1º e 2º graus.
� A UNIVALI repensar a crença organizacional, hoje existente, de que os Cursos de licenciatura
não tem “perfil científico” e que, portanto, não precisam de investimento em tecnologia e infra
estrutura para a pesquisa.
� Os currículos das licenciaturas, além de interrogarem e desvendarem os discursos educacionais
preferenciais, puderem avançar para a linguagem da possibilidade a fim de desenvolverem
práticas alternativas de ensino que se comprometam a acolher o potencial crítico do movimento
cultural, a pluralidade dos discursos e lutas cotidianas e o desenvolvimento de habilidade para a
reelaboração / construcão de conhecimento.
� Os docentes das licenciaturas estimularem os licenciandos a levar a sério o papel do intelectual
que trabalha em benefício de uma visão emancipativa de educação. Finalizando, se a FFCL for um permanente fórum de auto avaliação das licenciaturas poderá estar
integrando sua prática às necessidades regionais, operacionalizando ações efetivas na política de formação do
docente. Isto é, o plano estratégico de valorização das licenciaturas não poderá estar desvinculado do
Planejamento Estratégico da Instituição - UNIVALI.
287
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Déa Terezinha Rimol de. A Universidade como Geradora de Inquietações nos Educadores. Campo Grande: MS:VCDB, 1995.
AMORIM, A. Avaliação Institucional da Universidade. São Paulo: Cortez, 1992.
Anais SESU / MEC / UFPR. Curitiba 1995.
Associação Catarinense das Fundações Educacionais. Catálogo de produção científica das universidades e fundações educacionais do sistema ACAFE. Florianópolis: ACAFE, 1995, nº 4.
AVALIAÇÃO, Revista da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior.
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: Teoria e Experiências, José Dias Sobrinho, Newton César Balzan(org). São Paulo, 1995.
Avaliação Institucional na UNIVALI: Apresentando os Primeiros Resultados. In: Cadernos de Avaliação Institucional UNIVALI - Ano 1 - nº 1 - setembro 1995.
BELLONI, Isaura. Avaliação Institucional da UNB in: Painel experiências alternativas no ensino superior ANAIS - Simpósio Nacional sobre Avaliação Educacional: uma reflexão crítica. Fund. CESGRANRIO, 1994, p.81-85.
BERNARDO, Maristela Veloso Campos. O Ensino noturno na UNESP. UNESP - Pró-Reitoria de Graduação: São Paulo, 1996.
CASTRO, Cláudio de Moura. Em quem avalia os professores? Dois pontos: Teoria e Prática em Educação. Belo Horizonte, V.2, nº 19, p.12-3, ag. 1992.
COLTRINARI, Lylian. Trabalho de Campo, Geografia, Século XXI. Texto do trabalho apresentado no Colóquio: O Discurso Geográfico na Aurora do Século XXI. Florianópolis: UFSC, 1996, mimeo.
CUNHA, L.A. A Universidade Reformada - O Golpe de 1964 e a Modernização do Ensino Superior. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989.
FIRME, Pessoa Thereza. Palestra Proferida no Seminário de Avaliação Teoria e Prática - promovido pelas Faculdades Integradas Castelo Branco em 21-24 de novembro de 1993, Rio de Janeiro. Os avanços da avaliação na trajetória para o 3º milênio.
FIRME, Thereza Penna in: Repensando Universidade - Avaliação Institucional, Itajaí, p.62 a 73, junho, 1994.
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler. São Paulo: Autores Associados, Cortez, 1982
FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e Crise do Capitalismo Real. São Paulo: Cortez, 1995.
GHIRALDELLI, JR. Paulo. Arrancar o véu: a formação do professor, ciências, ética e cidadania in: Anais - Seminário Nacional de Licenciatura - o desafio da integração entre ensino, pesquisa e extensão, Curitiba: UFP, p.25 a 37, 1995.
GUIA DO PROFESSOR - ProAC / UNIVALI - janeiro 1996.
INFORMATIVO ProPPEx. Itajaí: UNIVALI, 1995, nº 01.
LACOSTE, Yves. A Geografia - Isso serve em primeiro lugar, para fazer a Guerra. Campinas, São Paulo: Papirus, 1988.
288
LUCKESI, Cipriano, Carlos. Fazer Universidade: uma proposta metodológica. 8ª ed.. São Paulo: Cortez, 1996.
LUNA, J. Marcelo F. O Ensino de Inglês com Disciplina e como Atividade. Algumas Considerações. In: Alcance. Itajaí: UNIVALI, 1995, Ano 2, nº 2, p.51-58.
MARX, K & ENGELS, F. Textos sobre Educação e Ensino. São Paulo: Morais, 1983.
MATTOS, C.L.G. Professores e pesquisadores em colaboração: vivências de campo em etnografia crítica de sala de aula. Trabalho apresentado no VII ENDIPE - Goiânia, junho, 1994.
NEVO, D. The Conceptualizacion of educacional evolluation an analytical review of the literature. Review of Educacional Research, vol. 53, nº 11, 1983.
PANORAMA ATUAL - ProAC / UNIVALI - 1995.
PERRENOUD, P. Práticas Pedagógicas, profissão e formação - perspectivas sociológicas, Lisboa: Publicações D. Quixote, 1993.
PINHEIRO, M.M., BATSCHAUER, A.M.B., DEMARCHI, C., Relatório 1º Seminário Internacional de Avaliação Institucional. Comissão de Avaliação Institucional, dezembro 1995.
RESENDE, Márcia Spyer. A Geografia do aluno trabalhador. Ed. Loyola: São Paulo, 1986.
SAUL, Ana Maria. Avaliação Emancipatória: desafio à teoria e a prática da Avaliação e Reformulação do Currículo. São Paulo: Cortez, 1988.
SAVIANI, Demerval. Educação: do Senso Comum à Consciência Filosófica. São Paulo: Cortez, 1980.
Seminário Nacional das Licenciaturas: o desafio da integração entre ensino, pesquisa e extensão.
SOBRINHO, José D., Avaliação Institucional da UNICAMP: Processo, discussão e resultados, Campinas, SP/1994.
SOBRINHO, José Dias e BALZAN, Newton César (org.). Avaliação Institucional: Teoria e Experiências. São Paulo, 1995.
SODRÉ, Nelson Werneck. Introdução à Geografia. Petrópolis: Vozes, 1989
SOUZA, Ana Aparecida Arguello de. A Qualidade do Ensino - Perspectiva Histórica. Campo Grande: MS:VCDB, 1995.
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ. Auto Relatório de Avaliação dos Cursos da FFCL 1996.
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ. Projeto de Regionalização, Itajaí(SC): UNIVALI, 1996.
281
PLANEJAMENTO E NORMAS DA AUTO-AVALIAÇÃO DE CURSO
ETAPA I - abril a setembro / 96.
Cursos da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais de cada Campi, o que totalizam 4 (quatro)
CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO
Direito I
- Matutino
- Noturno
01
01
TOTAL 02
Cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras - 6
CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO
- Pedagogia
- História
- Geografia
- Letras
- Estudos Sociais
- Pedagogia
I
III
- Noturno
- Noturno
- Noturno
- Noturno
- Noturno
- Noturno
01
01
01
01
01
01
TOTAL 06
ETAPA II - julho à dezembro / 96.
Cursos da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas
CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO - Administração - Administração com habilitação em Comércio Exterior - Ciências Contábeis - Ciências Econômicas
I I
III IV IV I I I
IV IV I
- Matutino - Noturno - Noturno - Matutino - Noturno - Noturno - Matutino - Noturno - Matutino - Noturno - Noturno
01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01
TOTAL 11
282
Cursos da Faculdade de Ciências Exatas
CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO - Ciências da Computação I
IV - Matutino - Noturno
01 01
TOTAL 02
Cursos da Faculdade de Direito
CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO - Direito I
IV - Matutino - Noturno
01 01
TOTAL 02
ETAPA III - março a agosto / 97.
Outras Faculdades
FACULDADES CURSOS CAMPUS TURNO NÚMERO
- Faculdade de Enfermagem - Enfermagem I Mat./Vesp. 01
- Faculdade de Psicologia - Psicologia I Vespertino 01
- Faculdade de Ciências da Saúde - Fonoaudiologia I Mat./Vesp. 01
- Faculdade de Odontologia - Odontologia I Mat./Vesp. 01
- Faculdade de Turismo e Hotelaria - Turismo e Hotelaria II Matutino
Noturno
01
- Faculdade de Ciências Químico-Farmacêuticas
- Farmácia I Mat./Vesp. 01
- Faculdade de Ciências do Mar - Oceanografia I Mat./Vesp. 01
- Faculdade de Comunicação e Artes - Comunicação Social:
Jornalismo
I Noturno 01
TOTAL 09
283
I - PROCEDIMENTOS PARA A COMPOSIÇÃO DAS SUBCOMISSÕES DE AUTO-AVALIAÇÃO DOS
CURSOS
A Comissão de Avaliação Institucional propôs a constituição das subcomissões de avaliação através de
um documento norteador do processo, que foi entregue aos Diretores e Coordenadores dos Cursos, durante uma
reunião em Março de 1996 e aprovado pela pró-Reitoria Acadêmica.
As subcomissões deverão ser constituídas num processo de eleição ou indicados entre os pares,
coordenados pelo Diretor-Coordenador do Curso, através da publicação de edital e terão a seguinte constituição:
� 1 Coordenador e/ou Diretor de Curso
� 2 professores eleitos e/ou indicados pelos pares
� 2 alunos indicados pelo D.A do Curso
� 1 funcionário administrativo indicado pelos pares da Secretaria da Curso
Os membros da Comissão deverão atender preferencialmente os seguintes requisitos:
� Ser professor em exercício há dois anos no Curso
� Ter disponibilidade de tempo mínimo de 8 horas semanais dedicados ao trabalho da subcomissão
� Demonstrar interesse pelo processo de Avaliação Institucional na UNIVALI
� Ter projeto profissional de continuidade na Instituição da UNIVALI
� Demonstrar habilidade de relacionamento interpessoal
Cada docente, membro da subcomissão será remunerado por 8 horas/aula, semanal durante seis (6)
meses para implementar a avaliação e compor o relatório final neste prazo.
II PRINCÍPIOS NORTEADORES DA AUTO AVALIAÇÃO DO CURSO: VARIÁVEIS E
INDICADORES
As subcomissões de Avaliação deverão implementar uma metodologia viável em tempo e necessidades
do Curso, com assessoria da Comissão de Avaliação Institucional.
A discussão qualitativa que se desencadeará a partir deste roteiro irá proporcionar o julgamento interno
por pares, da qualidade e necessidades mais prementes do Curso, dentro de cada Unidade.
Esta tarefa implica que todos os agentes do trabalho acadêmico-científico inerentes ao Curso se
envolvam neste processo de auto avaliação não só pelos méritos já alcançados pelo Curso mas também para obter
um conjunto de informações, documentos e conceitos básicos necessários à integração do Grupo e a resolução de
problemas levantados.
A qualidade do levantamento da realidade do Curso deverá ser garantida através do diálogo sério de
todas as pessoas envolvidas com o Curso. Os seminários de discussão poderão ser mediados pela apresentação de
dados e opiniões coletados no processo, e sistematizados em quadros, gráficos ou relatórios. O grupo poderá
utilizar-se dos dados relativos ao Curso, já levantados pela Avaliação Institucional através da Avaliação Docente,
Avaliação do Curso pelo Egresso, Perfil Sócio Econômico da Clientela.
Todos os procedimentos de levantamento de dados deverão ser ancorados por uma metodologia
científica de tabulação e análise que garantam ao processo transparência, justiça e exatidão.
284
Queremos enfatizar que esse processo de avaliação do Curso tem caráter global o que significa analisar
os dados levantados, numa visão integrada com as atividades de outros Cursos e unidades para uma leitura ampla
das relações que interagem no cotidiano da UNIVALI.
As subcomissões de avaliação deverão garantir a efetivação de uma metodologia de avaliação que
contemple todas as dimensões e indicadores de qualidade de um Curso de Graduação, ou seja:
2.1 Perfil de produtividade do Curso:
2.1.1. Curso:
Habilitações: 2.1.2. Ordenações legais
Parecer CFE/CEE/CUN/ Portaria
2.1.3. Vagas Oferecidas - (1990-1995):
Total anual: Total semestral:
2.1.4. Vestibulares:
Evolução de vagas/inscrições (1990-1995) Vagas oferecidas/inscritos
2.1.5. Matrículas
Evolução das matrículas 1992/1 a 1997/1 Ano/Semestre Vagas oferecidas/ocupadas % Evasão %Repetência % Transferência Interna e Externa Tamanho médio das turmas
2.1.6. Concluintes
Evolução dos concluintes 90/1 à 1995/2 Ano de Ingresso/Matrícula inicial/concluintes Relação/entrada/saída (taxa de produtividade) tempo médio para conclusão do Curso.
2.1.7. Análise da Evolução
2.2 Infra Estrutura do Curso:
2.2.1. Espaço físico e instalações ocupadas pelo Curso. 2.2.2. Acervo na Biblioteca Central para o Curso.
Bibliografia específica para o Curso n.º de títulos n.º de volumes Periódicos: n.º de títulos n.º de volumes Estatística de utilização Dificuldades e necessidades
2.2.3. Situação de informatização para o curso - (especificar sua integração)
Acesso a Internet Acesso ao uso de Computadores p/matrícula, reproduções/divulgações de material (adm./pedagógico)
2.2.4. Convênios Realizados � Instituições oficiais/privadas
285
� órgãos financiadores de pesquisas � Estágios de desenvolvimento do convênio � Docentes/Alunos envolvidos.
2.2.5. Laboratórios (especificar quando houver equipamento) 2.2.6. Multimeios (especificar) 2.2.7. Perfil profissiográfico do Curso 2.2.8. Objetivos geral e específicos 2.2.9. Características do profissional 2.2.10. Campos de atuação do profissional
2.3 Currículo Pleno do Curso
2.3.1. Como é realizado o Planejamento Semestral ( do curso e das disciplinas)
2.3.2. Metodologias de ensino interligados (em sala de aula, em seminários, outros eventos).
2.3.3. Composição Curricular
2.3.4. Formação Geral (disciplinas/carga horária).
2.3.5. Formação Específica (disc./carga horária).
2.3.6. Formas de estágio (carga horária, metodologia, descrever o método de estágio. (quanto as
articulações teoria/prática) e relevância social (clientela atendida, aplicabilidade no campo
desenvolvido, aprendizagem e habilidades constituídas no estagiário e docente do campo
envolvido).
2.3.7. Monitorias (nº da clientela, metodologia, resultados)
2.3.8. Ementário e bibliografia indicada.
2.3.9. Formas de integralização curricular. (seminários, disciplinas extras/optativas, convalidação de
disciplinas, intensivos, etc...)
2.3.10. Formas de coordenação didática do Curso.
2.3.11. Articulação do Curso com áreas afins (formas e eventos dentro da Universidade e fora dela).
2.3.12. Horário de funcionamento.
2.4 Corpo Docente
2.4.1. Relação nominal, titulação (grad. Esp. Mest. Dout.), regime de trabalho, tempo de
permanência no Curso e na Universidade, categoria funcional.
2.4.2. Informações quanto à mobilidade do corpo docente (aproveitamento em pesquisa, mudança
de disciplina e carga horária, afastamento para outras atividades).
2.4.3. Informações quanto a produtividade do corpo docente. Projetos de pesquisa aprovados.
2.4.4. Número de Professores-pesquisadores e alunos envolvidos
2.4.5. Projetos de extensão aprovados pela Instituição
2.4.6. Trabalhos de coordenação/participação em eventos
286
2.4.7. Publicações (livros, artigos em revistas científicas, artigos em periódicos, monografias,
dissertações, teses.)
2.4.8. Publicações do Curso.
2.4.9. Relação hora/aula/nº de alunos.
2.5 Corpo Discente
2.5.1. Número de alunos envolvidos com Projetos de Pesquisa Institucional.
2.5.2. Número de Bolsistas de Iniciação Científica - PET, CNPq, Fapesp, outras.
2.5.3. Número de alunos formados nos últimos 5 anos (pós-habilitação).
2.5.4. Há alguma pesquisa sobre o Egresso do Curso? Descrever os principais resultados.
(Integração no mercado de trabalho/ Relação com a Universidade).
2.5.5. Percepção dos alunos em relação ao Curso.
2.5.6. Desempenho dos alunos nas disciplinas.
2.6 Bibliografia Recomendada
AMORIM, Antônio, Avaliação Institucional da Universidade, São Paulo, 1992.
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: Teoria e Experiências, José Dias Sobrinho, Newton César Balzan(org). São
Paulo, 1995.
AVALIAÇÃO, Revista da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior.
SOBRINHO, José D., Avaliação Institucional da UNICAMP: Processo, discussão e resultados, Campinas,
SP/1994.
287
III - RELATÓRIO DE AUTO AVALIAÇÃO DO CURSO: (Roteiro)
� Capa � Sumário � Dados de Identificação ( do curso) � Apresentação � Histórico do Curso
3.1 Histórico da Comissão:
- Período e forma da composição da Sub-Comissão - As grandes etapas desenvolvidas no atingimento das metas. - Metodologia utilizada.
3.2 Análise qualitativa do Curso: 3.2.1. Análise do desempenho global do curso no período avaliado - 1990 - 1997. (análise comparativa
da qualidade do Curso nestes últimos 5 anos, no atendimento aos indicadores de qualidade, avanços e fatores limitadores).
3.2.2. Discussão do enfoque do Currículo do Curso e de sua adequação ao mercado de trabalho. 3.2.3. Destaque das atividades mais significativas do Curso (grupos de pesquisa, liderança científica,
iniciativas inovadoras nas atividades de ensino, inovação tecnológica, artística, literária, etc...) 3.2.4. Como se situa a atuação do Curso no contexto da Faculdade, Universidade, bem como no
contexto nacional. (nível de integração e competitividade). 3.2.5. Análise apreciativa do desempenho do Corpo docente, considerando a evolução do nível de
titulação, atualização, produção científica; envolvimento em projetos de pesquisa, extensão, eventos, coordenações e outros. Compromisso e dedicação dos docentes ao Curso.
3.2.6 Avaliação das condições gerais de trabalho. Considerando os recursos humanos, infra-estrutura
básica, equipamentos, etc... Comparação com as condições Gerais de Cursos da Área e de outros Cursos dentro da Universidade.
Percepções de alunos e professores quanto ao curso. 3.2.7. Relacionar Ações administrativas / pedagógicas, indicando os sujeitos / setores da instituição
envolvidos nas tomadas de decisões e execução. 3.2.8. Considerações Finais: 3.3 Caracterização do Curso pelo Levantamento de dados: (seguir variáveis e indicadores do documento: IA-6 - Subsídios para o Relatório de Auto Avaliação do Curso.)
Organização: Comissão de Avaliação Março / 96.