autoridade_espiritual - resumo do livro de watchman nee

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Autoridade Espiritual Série: “Fazer Discípulos”

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Page 1: Autoridade_Espiritual - Resumo Do Livro de Watchman Nee

Autoridade Espiritual

Série: “Fazer Discípulos”

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Autoridade Espiritual

PREFÁCIO

Colocamos nas mãos dos irmãos este livreto que

trata de um tema sempre atual e necessário à vida da

igreja. Saber o que a Bíblia ensina sobre autoridade

espiritual é de grande relevância nestes tempos de

desacato à autoridade e de insubmissão em todos os

níveis.

A igreja de Cristo poderia estar bem melhor

ajustada se todos os irmãos praticassem o “sujeitando-

vos uns aos outros no temor de Cristo” (Efésios 5.21).

Oramos e desejamos que esta pequena obra

possa ser de utilidade nas mãos dos discípulos, quando

ministrarem uns aos outros. Cremos que será um

precioso ensino para todos.

O Presbitério.

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Autoridade Espiritual

Autoridade Espiritual

INTRODUÇÃO

Uma das verdades para se conhecer e praticar é a questão da autoridade espiritual. Conforme diz Watchman Nee, há dois importantes aspectos no universo: “Confiar na salvação de Deus e obedecer à sua autoridade”!

Esta é uma das verdades que devemos resgatar em nossa época, tempo em que vivemos, os últimos dias, caracterizados pela rebeldia.

Diz W. Nee: “A obediência à autoridade é a primeira lição que um discípulo deveria aprender”.

A palavra “autoridade”, do grego, “ecsusia”, literalmente significa: autoridade, direito de mandar. Ela é traduzida na versão atualizada, de João Ferreira de Almeida, como: autoridade, poder, jurisdição, autorização, direito, domínio, potestade, império, soberania, força. Aparece cerca de 99 vezes na Bíblia, sendo apenas 6 vezes no Antigo Testamento.

É nossa oração que Deus nos dê revelação desta verdade. Para isto é importante que se leiam todas as referências bíblicas.

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Autoridade Espiritual

A FONTE DA AUTORIDADE ESPIRITUALSalmo 103.19; Romanos 13.1; Hebreus 1.3

Deus é a fonte da autoridade espiritual. Ele próprio é a autoridade. Assim seu trono é estabelecido. Sobre todas as coisas Ele reina, não para ser autoridade, mas porque Ele já é autoridade.

Mas Deus não é autoridade somente; Ele a concede. Isto significa que a autoridade que há no mundo provém de Deus. Ninguém tem autoridade; Deus é quem a concede. Deus tem autoridade direta; o homem, só autoridade delegada. No entanto, só obedecerá à autoridade que Deus delegou aquele que reconhece e se submete à autoridade do próprio Deus. Pois quando ele obedece à autoridade do homem, sabe que está se submetendo à autoridade de Deus.

Deus tudo criou e mantém pela palavra do seu poder. Tudo que existe no mundo revela sua autoridade. Reconheçamos que Deus é a fonte de toda a autoridade que há no universo!

O PRINCÍPIO DA REBELIÃO

Apesar de Deus ser autoridade, no mundo encontramos o princípio da rebelião.

A REBELIÃO DE SATANÁS:

O princípio da rebelião, a insubmissão à autoridade de Deus, se deu com o diabo (Isaías 14.12-15 e Ezequiel 28.13-17). Ele era um anjo subordinado a Deus, querubim ungido da guarda. Por causa da sua formosura seu coração elevou-se acima de Deus.

Quis colocar seu trono acima do trono de Deus. Disse consigo: “serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14.13,14).

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Colocou-se acima de sua condição de subordinado. Quis ser semelhante a Deus em autoridade. Mas no trono de Deus só Deus é autoridade. Deus agiu com justiça e juízo expulsando o querubim do céu. Após esta sentença ele começou a ser chamado de Satanás ou diabo, que revela seu caráter, pois significa: inimigo, opositor, adversário, caluniador, usurpador. E com ele muitos anjos se aliaram.

A REBELIÃO DE ADÃO:

Após Deus criar Adão e Eva, Satanás passou a tentá-los para terem a mesma atitude que ele teve com Deus - rebelião. Deus colocou o homem no jardim do Éden. No meio dele havia duas árvores especiais que nos revelam dois princípios de vida: a árvore do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida. Deus tinha lhes dito para comerem de todas as árvores do jardim, menos da árvore do entendimento do bem e do mal.

Se Adão comesse da árvore do entendimento, é como se ele dissesse para Deus: Deus, as questões do bem e do mal, do certo e do errado, eu é que decido, não tu. Com isto estaria expressando uma vida independente da vontade de Deus! O fruto desta árvore era a morte, isto é, a separação da vida com Deus.

Mas se ele comesse da árvore da vida, é como se ele dissesse para Deus: Deus, as questões do bem e do mal, do certo e do errado és tu quem decide. Com isto ele expressaria uma vida dependente de Deus. O fruto desta árvore era a vida com Deus. Satanás tentou-os dizendo: se vocês comerem da árvore do entendimento, “como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gênesis 3.5).

Eles desobedeceram a Deus e se submeteram ao diabo. Com isto eles deixaram de ter uma vida submissa à autoridade de Deus; foram expulsos da presença de Deus;

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colheram o fruto da morte; e o bem que eles queriam fazer não conseguiam, e o mal que não queriam praticar, este praticavam. Eles se decidiram pelo princípio da rebeldia, abandonando o princípio da submissão.

Assim como Satanás desobedeceu a Deus, o homem também desobedeceu. Assim como o diabo quis ser semelhante a Deus: “serei semelhante ao Altíssimo”, o homem também quis: “como Deus sereis conhecedores do bem e do mal”. Porém, ninguém pode ser como Deus, pois Deus é o único em autoridade, poder e domínio sobre tudo e sobre todos; Ele é o Criador; tudo o que existe é sua criação. Como poderá sua criatura ser como seu Criador em autoridade?

Este é o problema básico do homem que o evangelho do reino do Senhor Jesus visa resgatar: tirar o homem de uma vida rebelde e independente para uma vida submissa e dependente de Deus.

A REBELIÃO PRESENTE:

Satanás só pode atuar debaixo da autoridade permissiva de Deus. Deus leva tão a sério a questão da autoridade e a decisão que o homem tomou no princípio, que Ele permite ao diabo agir por um tempo determinado.

Com este princípio satânico existente no mundo, o homem se opõe à autoridade espiritual, seja ela direta, isto é, ao Senhor, seja ela delegada, isto é, aos homens 2 Pedro 2.10,11; Judas 8,9). O homem tornou-se “filho da desobediência” (Efésios 2.1-3).

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Em 1 João 3.4 temos a definição de pecado: “pecado é a transgressão da lei”.

“A transgressão é desobediência à autoridade de Deus; e isto é pecado. Pecar é uma questão de conduta, mas transgressão é uma questão de atitude do coração. O presente século caracteriza-se pela transgressão”.

PRINCÍPIO DIVINO E PRINCÍPIO SATÂNICO

“Quando servimos a Deus não devemos desobedecer às autoridades porque isso é um princípio satânico. Como podemos pregar a Cristo de acordo com o princípio de Satanás?”.

“Pois é possível em nossa obra permanecermos com Cristo em doutrina e, ao mesmo tempo, permanecermos com Satanás em princípio. Que coisa iníqua presumirmos que estamos executando a obra do Senhor. Por favor, observe que Satanás não tem medo quando pregamos a palavra de Cristo, mas como tem medo quando nos submetemos à autoridade de Cristo! Nós que servimos a Deus jamais deveríamos servi-lo de acordo com o princípio de Satanás. Sempre que o princípio de Cristo está operando, o de Satanás se desvanece. Satanás continua sendo um usurpador; mas ele será derrotado no fim dos tempos. Se quisermos verdadeiramente servir a Deus temos de nos purificar completamente do princípio de Satanás.” A MAIOR DAS EXIGÊNCIAS DE DEUS

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A maior das exigências que Deus faz ao homem não é a de servir, pregar, ensinar, fazer ofertas, dar dízimo, etc. A maior das exigências é que obedeça à sua autoridade.

Deus ordenou que Saul atacasse os amalequitas e os destruísse totalmente (1 Samuel 15). Mas, após a vitória, Saul poupou Agague, o rei dos amalequitas, junto com o que havia de melhor dos bois e as ovelhas, os cordeiros e animais mais gordos e todas as coisas valiosas. Saul não quis destruí-los; argumentou que os poupara para sacrificá-los a Deus. Mas Samuel disse-lhe: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar...” (1 Samuel 15.22,23).

Os sacrifícios mencionados aqui eram ofertas de cheiro suave, oferecidos para aceitação e satisfação de Deus. Por que Samuel disse que “obedecer é melhor do que sacrificar”? Porque é disso que Deus se agrada: da nossa total obediência à sua autoridade. Servindo-o assim, estaremos servindo de acordo com o princípio divino; do contrário, estaremos servindo de acordo com o princípio satânico (como diz o texto: pecado de feitiçaria é idolatria).

O “melhor” da obra que queremos dar para o Senhor pode não ser parte da sua vontade. Assim estaremos tentando fazer a obra do Senhor, mas de acordo com o princípio de Satanás.

“Na qualidade de servos de Deus, a primeira coisa que temos de fazer é travar relações com a autoridade. Entrar em contato com a autoridade é coisa tão prática como entrar em

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contato com a salvação, mas é uma lição mais profunda. Antes de podermos trabalhar para Deus temos de ser conquistados por sua autoridade. Todo o nosso relacionamento com Deus é regulado pelo fato de termos ou não travado relações com a autoridade. Em caso afirmativo, encontraremos a autoridade em todos os lugares, e sendo assim governados por Deus, podemos começar a ser usados por Ele”.

A SERIEDADE DA AUTORIDADE ESPIRITUAL

Tanto devemos nos submeter à autoridade direta de Deus, como devemos nos submeter às autoridades delegadas por Ele. Deus poderia agir diretamente nos homens, mas Ele escolheu o princípio de delegar sua autoridade. Na parábola dos lavradores maus (Lucas 20.9-19), o Senhor Jesus expõe o princípio da autoridade delegada. Deus manda seus servos para representá-lo; por fim manda seu próprio Filho. Quem os recebesse, o receberiam; quem os rejeitasse, o rejeitariam.

Vamos ilustrar a seriedade da autoridade espiritual servindo-nos de quatro exemplos de rebelião:

A REBELIÃO DE CAM (Gênesis 9.20-27)

Pecado: Cam desrespeitou seu pai Noé, ao ver sua nudez e expô-la aos seus irmãos. Conseqüentemente, ele foi amaldiçoado (não teria progresso em sua vida pessoal; tornar-se-ia escravo de seus irmãos).

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Aplicação: Quem desrespeita a autoridade, a expõe aos outros, estará debaixo de maldição e não progredirá em sua vida pessoal e obra.

A REBELIÃO DE NADABE E ABIÚ (Levítico 10.1,2)

Pecado: Nadabe e Abiú, por terem procedido independente da autoridade do Senhor e de seu pai, Arão (pois colocaram fogo estranho no incensário, isto é, sem ordem do Senhor), foram reprovados e consumidos por fogo e morreram.

Aplicação: Quem não age debaixo da autoridade do Senhor e daqueles a quem Ele delegou autoridade (vai de encontro às suas ordens), seu ministério será reprovado pelo Senhor e morrerá em sua insubordinação.

A REBELIÃO DE ARÃO E MIRIÃ (Números 12)

Pecado: Arão e Miriã, irmãos de Moisés, reprovaram sua atitude de ter tomado uma mulher estrangeira como sua esposa. Poderiam ter resolvido o assunto no âmbito familiar, mas não; foram contra ele, e reivindicaram terem a mesma autoridade que Moisés tinha. Quando foram contra Moisés foram contra Deus. Conseqüentemente sofreram seu juízo:

a. ficaram debaixo da ira de Deus; b. perderam a presença de Deus; c. doença: Miriã ficou leprosa; d. Miriã ficou afastada da comunhão do povo: fora do arraial; e. e a obra parou por sete dias.

Aplicação:

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Quem vai contra autoridade e reivindica sobre si sua autoridade sem ter sido delegada por Deus, sofrerá danos como Arão e Miriã sofreram.

A REBELIÃO DE CORÉ, DATÃ E ABIRÃO (Números 16)

Pecado: Coré, Datã e Abirão, com mais 250 homens que serviam o tabernáculo, causaram uma sedição no meio do povo de Deus, porque queriam se igualar em autoridade a Moisés. Quando foram contra Moisés e Arão, foram contra o Senhor. Diante disso veio o juízo do Senhor: a terra se abriu e tragou-os para seu abismo e morreram. Mais tarde também 14.700 pessoas morreram de praga, pois haviam acusado Moisés de matar o povo. Só depois disto é que a rebeldia cessou. Aplicação: Não devemos ser causa de sedição, divisão no meio do povo de Deus. Se formos instrumentos de divisão, sofreremos danos gravíssimos: morreremos com os rebeldes.

CONCLUSÃO:

Toda autoridade está debaixo de autoridade. Uns são autoridade, outros vivem debaixo de autoridade. A autoridade representa Deus. Deus coloca confiança e unção em sua autoridade. Deus delega autoridade mesmo a homens limitados e

fracos. A autoridade não é imposta, é reconhecida. Ir contra a autoridade é ir contra o próprio Deus. Ir contra a autoridade é estar debaixo do juízo de Deus. Quem teme a Deus teme a autoridade por Ele

representada.

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Deus mesmo trata com a autoridade quando ela transgride (Deuteronômio 3.23-29; Números 20.7-13).

Em contraste com os casos de rebelião citados, temos um

BELO EXEMPLO DE SUBMISSÃO: DAVI

Apesar de Davi saber que ele já estava ungido para ser rei no lugar de Saul; apesar de ele poder se justificar se matasse Saul, que o perseguia para tirar sua vida, nada fez porque reconhecia a unção de Deus sobre a vida de Saul. Por duas ocasiões teve oportunidade de matá-lo. Numa ocasião, furtivamente cortou a orla do seu manto; porém, depois sentiu seu coração reprová-lo (1 Samuel 24.4-6). Noutra ocasião também poderia tê-lo matado com a ajuda de Abisai, enquanto dormia, no entanto tomou sua lança e uma jarra d’água (1 Samuel 26.6-12). Nunca tentou matar Saul, porque dizia: “... quem haverá que estenda a mão contra o ungido do Senhor e fique inocente?” (1 Samuel 26.9). Davi confiava sua justiça a Deus, não em suas próprias mãos. Mais tarde, Saul cometeu suicídio com a ajuda de um jovem amalequita (1 Samuel 31 e 2 Samuel 1). Davi, por fim, sobe ao trono.

A RESTAURAÇÃO DO PRINCÍPIO DA OBEDIÊNCIA

Em Filipenses 2.5-11 temos a explicação majestosa da submissão e obediência do Filho de Deus ao Pai.

“Em Filipenses 2 temos duas seções: uma está nos vv.5-7; outra está nos vv.8-11. Nestas seções, nosso Senhor foi apresentado humilhando-se duas vezes: primeiro, esvaziou-se de sua divindade e, então, humilhou-se em sua humanidade”.

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“Vamos descalçar nossos pés e pisar terreno santo recapitulando esta passagem. Parece que no princípio houve um conselho na Divindade. Deus idealizou um plano para a criação do universo. Nesse plano, a Divindade concordou que a autoridade fosse representada pelo Pai. Mas a autoridade não pode ser estabelecida no universo sem a obediência, pois não pode existir sozinha. Portanto, Deus tem de encontrar a obediência no universo. Seriam criados dois tipos de seres vivos: os anjos (espíritos) e os homens (almas viventes). De acordo com sua onisciência, Deus previu a rebelião dos anjos e a queda dos homens; por isso não lhe foi possível estabelecer sua autoridade nos anjos ou na raça adâmica. Conseqüentemente, dentro do acordo perfeito da Divindade, essa autoridade seria atendida pela obediência no Filho. A partir daí começaram as operações distintas de Deus Pai e Deus Filho. Um dia Deus Filho se esvaziou e, tendo nascido em semelhança de homem, tornou-se o símbolo da obediência. Considerando que a rebeldia surgiu nos seres criados, a obediência teria agora de ser estabelecida num ser criado.”

“O nascimento de nosso Senhor é na realidade o aparecimento de Deus. Em lugar de permanecer como Deus com autoridade, colocou-se ao lado do homem, aceitando todas as limitações do homem e assumindo a forma de escravo.”

O Senhor decidiu cumprir até o fim o que foi planejado no conselho da Divindade. O Filho foi obediente ao Pai até à morte e morte de cruz. Engana-se quem pensa que Cristo veio do céu com a obediência; pelo contrário, ele a aprendeu pelo muito que sofreu (Hebreus 5.8). E a maior prova disto foi no Getsêmane (Mateus 26). Conseqüentemente, uma vez que ele em tudo foi obediente ao Pai até sua morte, Deus o exaltou sobremaneira e o fez Senhor quando retornou à glória.

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“No que se refere à Divindade, o Filho e o Pai são co-iguais; mas sendo ele o Senhor, foi recompensado por Deus. O Senhor Jesus Cristo foi feito Senhor só depois que se esvaziou e obedeceu ao Pai até à morte. Sua divindade deriva do que ele é, por ser Deus. Ser Senhor, entretanto, é um resultado do que fez. Seu Senhorio não existia originalmente na Divindade; agora, entretanto, uma vez consumado o plano divino, Deus o exaltou como Senhor.”

Cristo era Deus que se fez Homem; agora Cristo é o Deus-Homem na glória! Veio como Deus e voltou como Deus-Homem. Mas Homem que restaurou o propósito da Divindade de restaurar o princípio da autoridade de Deus.

Na palavra, Jesus é chamado de “último Adão” e “segundo homem” (Romanos 5.14; 1 Coríntios 15.45-49). Como último Adão ele coloca fim à velha criação, caída pelo pecado e a rebeldia; como segundo homem, ele dá começo a uma nova criação submissa e obediente à autoridade de Deus. Assim, o princípio da autoridade foi definitivamente estabelecido pelo nosso Senhor Jesus Cristo.

A EXTENSÃO DA OBRA DE CRISTO

Através da obra que Jesus consumou na cruz, ele “conduziu muitos filhos à glória” (Hebreus 2.10); porém, “filhos da obediência” (1 Pedro 1.14, etc.).

O evangelho do reino nos chama à obediência. Não há salvação sem obediência ao Senhor Jesus e sua palavra (por exemplo: Romanos 10.16; 2 Tessalonicenses 1.8; 1 Pedro 1.22).

Watchman Nee diz: “Estar cheio de Cristo é estar cheio de obediência”.

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EXEMPLO DE PAULO

Quando ele teve sua experiência com o Senhor Jesus, na estrada para Damasco, prontamente o obedeceu. E mais tarde também obedece a Ananias, que lhe foi enviado da parte do Senhor (Atos 9). Ele tanto obedece à autoridade direta do Senhor, como à sua autoridade delegada, Ananias.

Isto nos ensina que somente quando nos submetemos à autoridade de Deus é que podemos de coração obedecer à autoridade dos homens que o representam.

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA

Paulo ordena para termos o “mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus” (Filipenses 2.5); ou de acordo com o original, a mesma “atitude”, isto é, a obediência a Deus em tudo, até à morte.

Mas o mesmo Deus que nos ordena submissão à autoridade, também nos dá condições para obedecê-lo de coração, por nos ter dado o poder da sua vida ressurreta.

E Deus quer que através da obediência da igreja a plenitude do seu reino na terra seja implantada, ao nos ensinar a orar: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade assim na terra como no céu” (Mateus 6.10).

No Apocalipse, o livro profético, temos a concretização do reinado de Deus sobre a terra (Apocalipse 11.15).

AUTORIDADES DELEGADAS

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Como filhos de Deus - filhos da obediência - devemos, aonde formos, reconhecer as autoridades que Deus delegou - seja no mundo, no lar e na vida da igreja.

Aonde formos devemos nos perguntar: Quem aqui é a autoridade a que eu devo me submeter?

Lembremos que o universo está cheio da autoridade de Deus.

AUTORIDADE NO GOVERNO Romanos 13.1-7; 1 Pedro 2.17

Autoridades do governo são autoridades delegadas por Deus (Romanos 13.1). A Palavra de Deus chega a dizer que elas são "ministros de Deus" (Romanos 13.4).

“No tempo de Adão Deus deu aos homens domínio sobre toda a terra. O que eles deveriam governar, era, entretanto, as criaturas viventes. Depois do dilúvio, Deus concedeu a Noé o poder de governar os outros homens, declarando que “se alguém derramar sangue do homem, pelo homem se derramará o seu” (Gênesis 9.6). A partir daí, a autoridade de governar o homem foi concedida aos homens. Desde então, tem havido governo humano sob o qual os homens são colocados. Depois de tirar o seu povo do Egito levando-o para o deserto, Deus lhe deu os dez mandamentos e muitas ordenanças. Entre estas, havia uma que declarava: “Contra Deus não blasfemarás, nem amaldiçoarás o príncipe do teu povo” (Êxodo 22.28). Isto prova que Deus os colocou sob governantes.”

A palavra de Deus diz que o Senhor “remove reis e estabelece reis” (Daniel 2.21).

O Senhor Jesus nos deu exemplo de submissão à autoridade do governo. Quando foi julgado diante do procurador Pilatos, disse-lhe: “Nenhuma autoridade terias sobre mim,

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se de cima não te fosse dada” (João 19.11). Quando certa vez, interrogado sobre a questão de tributo, respondeu e ordenou: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.

Vivemos numa época de rebelião à autoridade. Um pensamento popular revela este presente tempo ao dizer: “Se há governo sou contra”. (Leia o que diz a palavra sobre isto em 2 Pedro 2.10,11; Judas 8-11). Quem é contra a autoridade de Deus, resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si condenação (Romanos 13.2). Nós, filhos de Deus, pelo contrário, devemos honrar as autoridades, isto é, reconhecer que elas são representantes de Deus (1 Pedro 2.17).

A palavra de Deus revela o propósito da autoridade do governo: é para o bem dos que fazem o bem, ou para castigo dos que fazem o mal (Romanos 13.3-7). Normalmente, as autoridades cumprem com o princípio básico da lei moral que Deus implantou em suas consciências: punir o mal e apoiar o bem. Não interessa qual governo exista; devemos nos submeter à autoridade. Tanto na época do Senhor Jesus como dos apóstolos, seu contexto histórico era de um governo estrangeiro que subjugava e escravizava o povo de Israel, e suas autoridades eram corruptas. Na época dos apóstolos o povo de Deus era perseguido. Era muito difícil se submeter a um governo desta natureza. Ser discípulo do Senhor Jesus custava a vida.

Mas Deus ordena em sua palavra que é para seus filhos se submeterem à autoridade. No entanto, é preciso distinguir entre submissão e obediência. A submissão deve ser absoluta; obedecer a ordens é relativo, somente quando estas não são contrárias às ordens do Senhor Jesus. Por exemplo: quando os apóstolos foram presos e proibidos de

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pregar o evangelho, Pedro e os irmãos afirmaram: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5.29).

Quando tratamos deste assunto, qual é nossa atitude diante dos incrédulos e dos irmãos? Murmuramos contra o governo? Falamos mal das autoridades? Apoiamos aqueles que maldizem e zombam dos governantes? Rimos dos comentários e piadas que fazem deles? Uma atitude negativa contra elas é contra Deus. Pensamos nisto?

E quanto às greves? Devemos acatar o que a palavra diz sobre as revoltas (Provérbios 24.21,22). No entanto, podemos reivindicar o que é justo, mas sem revolta, motim, boicote como fazem aqueles que não temem a Deus. Nossas armas não são carnais, mas espirituais. Por isso, a palavra de Deus nos exorta a orarmos pelas autoridades para que tenhamos vida tranqüila (1 Timóteo 2.1-3).

Nesta presente geração rebelde, devido a nossa boa consciência para com Deus, devemos ser discípulos que tanto se submetem a Ele como autoridade direta sobre nossas vidas, como a suas autoridades delegadas.

AUTORIDADE NO TRABALHOEfésios 6.5-9; Colossenses 3.22-4.1; 1 Timóteo 6.1,2; Tito 2.9,10; 1 Pedro 2.18-21.

Os patrões são autoridades delegadas por Deus, e devemos obedecê-los. A palavra diz que devemos obedecer “como a Cristo” (Efésios 6.5), isto é, obedecendo a eles estamos obedecendo a Cristo. Aprendemos que só podemos obedecer à autoridade no trabalho quando nos submetemos ao Senhor.

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O contexto histórico do povo de Deus naquela época era de escravidão, uma situação não muito favorável à obediência e desprendimento para trabalhar. Tanto é verdade que a palavra não usa os termos patrão e empregado, mas senhor (segundo a carne) e servos ou escravos. Mas Deus nos manda obedecer aos patrões tanto bons como maus (1 Pedro 2.18-21).

Queremos lembrar que a submissão sempre é absoluta, mas acatar ordens é relativo. Nunca devemos obedecer a ordens contrárias à vontade de Deus. No trabalho, por exemplo: mentiras, subornos, etc.

Um belo exemplo de patrão e empregado, discípulos daquela época, está na carta de Paulo a Filemon. Onésimo era seu empregado que tinha abandonado seu emprego; no entanto, se converte pela pregação de Paulo. Paulo, sabendo da situação, não se opôs ao sistema daquela época; pelo contrário, manda Onésimo de volta para seu trabalho e recomenda a Filemon recebê-lo como se fosse ele próprio: “não como escravo; antes, muito acima de escravo, como irmão caríssimo” (Filemon 16).

Interessante observar que a palavra de Deus não faz diferença entre trabalho do Senhor e trabalho secular, pois diz que aquele que assim trabalha está “servindo o Senhor” (Colossenses 3.24).

Uma grande preocupação que a palavra de Deus nos chama é com a atitude do discípulo no seu trabalho. Ele deve trabalhar e obedecer “com temor e tremor, na sinceridade do coração... não servindo à vista, como para agradar a homens... servindo de boa vontade...” (Efésios 6.5-8). Devem ser (aos patrões) “motivo de satisfação; não sejam respondões, não furtem; pelo contrário, dêem prova de toda a

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fidelidade...” (Tito 2.1,9,10). Tito nos revela que o trabalho também faz parte da “sã doutrina”.

A palavra dá a razão para que o discípulo tenha correto procedimento no trabalho: “... para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados” (1 Timóteo 6.1); “...a fim de ornarem, em todas as cousas, a doutrina de Deus, nosso Salvador” (Tito 2.10); e mesmo no caso de patrões maus: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos” (1 Pedro 2.21).

E ainda, Deus em seu amor nos recompensa: “...certos de que cada um, se fizer alguma cousa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer seja servo, quer livre” (Efésios 6.8); “...crentes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança...” (Colossenses 3.24).

Mas também há uma advertência: “pois aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita, e nisto não há acepção de pessoas” (Colossenses 3.25).

Ao discípulo que tem patrão que é do Senhor, ordena: “Também os que têm senhor fiel não o tratem com desrespeito, porque é irmão; pelo contrário, trabalhem ainda mais, pois ele, que compartilha do seu bom serviço, é discípulo e amado. Ensina e recomenda estas cousas” (1 Timóteo 6.2).

Quanto aos patrões, a palavra de Deus responsabiliza-os para não serem ameaçadores, mas justos e verdadeiros com seus empregados e fiéis no pagamento de seus salários (Efésios 6.9; Colossenses 4.1; Tiago 5.4).

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AUTORIDADE NO LAR 1 Coríntios 11.3; Efésios 5.22-33; 6.1-4; Colossenses 3.18-21; 2 Timóteo 3.1,2; Tito 2.3-5; 1 Pedro 3.1-7.

No lar, Deus constituiu o homem autoridade sobre a esposa e os filhos.

A palavra de Deus diz: como Cristo é o cabeça ou autoridade sobre o homem, o homem é cabeça sobre sua esposa (1 Coríntios 11.3). A razão é o fato de o homem ter sido criado primeiro. Normalmente, nos ensina a ordem divina na criação que tudo o que vem antes se constitui autoridade (1 Coríntios 11.8-12; 1 Timóteo 2.11-15). Por isso a esposa deve se submeter ao marido. A palavra de Deus dignifica tanto o casamento, que compara o marido com Cristo e a esposa com a igreja. Assim como Cristo é o cabeça da igreja, o homem é o cabeça da sua mulher; e assim como a igreja (noiva de Cristo) é submissa a Cristo, a esposa deve ser submissa ao homem (revelado especialmente em Efésios 5.22-33). Porém, a mulher só será submissa ao seu marido se tiver revelação da autoridade de Deus em sua vida; do contrário, será muito difícil submeter-se, principalmente aos maridos de difícil convivência. Por isso a palavra diz para ela ser submissa ao seu marido “como ao Senhor” (Efésios 5.22). Isto significa que quando a mulher se submete ao seu marido, na verdade está se submetendo ao Senhor.

A submissão da mulher não é uma questão de inferioridade, mas de uma disposição que Deus instituiu na família, o que dá à mulher:

a) cobertura espiritual; b) proteção; c) cuidados.

Quanto à submissão da mulher, em relação a Deus, diz a palavra: “isto é de grande valor” (1 Pedro 3.4); e

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em relação a ela, resulta: “espírito manso e tranqüilo” (1 Pedro3.4,6).

As mulheres são exortadas a serem submissas aos seus maridos como Sara foi com seu esposo, Abraão (1 Pedro 3.1-6). Quem assim procede, diz Pedro, se torna filha de Sara.

Abraão é exemplo de fé; ele é chamado de pai dos que crêem. Sara é exemplo de submissão. Com isto concluímos que a fé em Cristo resgata no homem e na mulher sua submissão à autoridade direta - a Deus - e delegada - aos homens. Fé e submissão andam juntas na experiência do homem com Deus.

A submissão torna-se mais prática quando a palavra diz do “respeito” que a mulher deve ter pelo esposo (Efésios 5.33).

Interessante observar a atitude de Eva quando pecou contra Deus. Ao atender a sugestão do diabo ela saiu de duas coberturas: de Deus e do seu esposo, Adão. Quando ela saiu da autoridade de Deus, imediatamente saiu da autoridade do homem. Por isso a palavra de Deus nos exorta a nos colocar debaixo da autoridade do Senhor para então obedecermos a sua autoridade delegada.

Há uma promessa às esposas que têm maridos incrédulos: “Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor” (1 Pedro 3.1). Qual procedimento? Submissão ao próprio marido!

Aos maridos a palavra de Deus responsabiliza de amar suas esposas. Chama mais o marido ao amor do que a mulher à submissão (Efésios 5.25,28,33). Não podemos esquecer que Deus, ao criar a mulher do homem, tirou-a do

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lado do seu coração, para ser amada e tratada com consideração (Colossenses 3.19; 1 Pedro 3.7).

Os filhos também devem se submeter ao seu pai. Obedecer ao pai é honrá-lo (Efésios 6.2); e honrar significa reconhecer a posição de autoridade divina em que Deus o estabeleceu no lar.

Deus quer filhos obedientes, não filhos que fazem parte de uma geração rebelde, como a caracterizada, principalmente nestes últimos dias (Romanos 1.30; 1 Timóteo 3.2).

Se os filhos forem submissos aos pais, em relação a Deus, diz a Palavra: “assim fazê-lo é grato diante de Deus” (Colossenses 3.20); e em relação ao discípulo há duas promessas: tudo irá bem e terá longa vida (Efésios 6.2,3).

Quanto à submissão da esposa e dos filhos ao cabeça do lar, deve ser absoluta, mas sua obediência deve ser relativa, quando vai de encontro à palavra de Deus.

A palavra de Deus responsabiliza os pais, por um lado, de não provocar seus filhos e nem irritá-los, para que não fiquem desanimados; e por outro lado, criá-los na disciplina e na admoestação do Senhor (Efésios 6.4; Colossenses 3.21).

Quando os membros de uma família entendem a autoridade, muitas dificuldades no lar desaparecem.

Que nossas famílias sejam um lugar em que resplandeça a glória de Deus, através do qual os discípulos sejam edificados e os incrédulos sejam salvos.

Que nossos lares sejam um encontro vivo e dinâmico da igreja nas casas, tal como vemos nos Atos dos Apóstolos.

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AUTORIDADE NO CORPO DE CRISTO 1 Coríntios 12.12-27

Deus colocou sua autoridade no corpo de Cristo, que é a igreja. Três verdades queremos apontar a respeito de Cristo, o cabeça e autoridade do corpo, e os membros do corpo.

1. A AUTORIDADE SE EXPRESSA DE MANEIRA MAIS COMPLETA NO CORPO:

“A mais ampla expressão da autoridade de Deus se encontra no corpo de Cristo, a igreja. A autoridade do governo, do trabalho, do lar não podem dar à autoridade sua expressão mais ampla, pois sempre há a possibilidade de aparência de subordinação, sem que haja realmente sujeição do coração. Só o relacionamento entre Cristo e a igreja pode expressar totalmente a autoridade e a obediência. Pois Deus não chamou a igreja para ser uma instituição, mas para ser o corpo de Cristo. A igreja não é uma organização, mas um organismo vivo. A igreja é o corpo de Cristo, enquanto Cristo é o Cabeça da igreja.

“A cabeça nunca fará mal ao seu próprio corpo. A autoridade da cabeça não está sujeita a erro; ela é perfeita. Do mesmo modo a obediência do corpo à cabeça é perfeita. Logo que a cabeça concebe uma ordem, os dedos se movem naturalmente em harmoniosa obediência. A intenção de Deus para nós é que prestemos obediência completa: ele não se satisfará até que sejamos colocados no mesmo grau de obediência do corpo para com a sua cabeça. Estamos aqui para obedecer, a fim de que Deus possa realizar sua vontade, ou para desobedecer e assim atrapalhar a obra de Deus? Deus tem procurado estabelecer sua autoridade no universo, e a chave disso é a igreja.”

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2. RESISTIR À AUTORIDADE DOS MEMBROS É RESISTIR À CABEÇA:

“Embora a autoridade do corpo às vezes seja manifestada diretamente, muitas vezes ela se manifesta de maneira indireta. O corpo não está apenas sujeito à cabeça; além disso, seus diversos membros ajudam-se mutuamente e estão sujeitos uns aos outros. As mãos direita e esquerda não têm comunicação direta; é a cabeça que as movimenta. A mão também não tem capacidade de ordenar aos olhos que olhem, mas simplesmente comunica à cabeça e deixa que a cabeça ordene aos olhos. A mão não pode ver; tem de aceitar o julgamento do olho. Se a mão pedir à cabeça para olhar, ou se ela pedir para ver por si mesma, seria pedir de maneira errada. Aceitar as funções dos membros do corpo é a mesma coisa que aceitar a autoridade da cabeça. A função de cada membro constitui a sua autoridade. Com isto concluímos que, freqüentemente, julgar o membro é julgar a cabeça; resistir ao membro é resistir à cabeça. Mas aceitar a autoridade do membro é aceitar a autoridade da cabeça. Por isso devemos reconhecer nos outros membros do corpo a autoridade da cabeça, Cristo.”

3. AS RIQUEZAS DE CRISTO SÃO AUTORIDADE DO CORPO:

“É impossível fazer de cada membro um corpo completo; cada um de nós tem de aprender a permanecer na posição de membro e aceitar as operações dos outros membros. O que os outros vêem e ouvem é como se eu visse e ouvisse. Aceitar as operações dos outros membros é aceitar as riquezas da cabeça. O problema de hoje é que a mão insiste em ver, mesmo depois que o olho já viu. Cada um deseja ter tudo em si mesmo, recusando aceitar a provisão dos outros membros. Isto cria pobreza para o próprio membro e também para a igreja. A autoridade é apenas uma outra expressão

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das riquezas de Cristo. Só aceitando as funções dos outros membros - aceitando sua autoridade – recebe-se a riqueza de todo o corpo. Submeter-se à autoridade dos outros membros é possuir suas riquezas. Geralmente interpretamos mal a autoridade como algo que nos oprime, nos magoa, nos perturba. Deus não tem um conceito assim. Ele usa a autoridade para suprir nossas falhas. Sua motivação para delegar sua autoridade é conceder-nos suas riquezas e suprir as necessidades dos fracos. Ele opera na vida dos outros, e opera de maneira total, para poder colocar essa pessoa como autoridade sobre você para que aprenda a obediência e possua o que nunca possuiu antes. A riqueza dessa pessoa se torna sua riqueza.”

Quais são as autoridades que Deus colocou no corpo de Cristo, a igreja, para nos submetermos e recebermos as riquezas de Cristo?

a) Cada membro do corpo que tenha uma palavra, um dom para edificar a vida de Cristo (1 Coríntios 12.12-28; 14.26).

b) Os apóstolos e profetas, os primeiros ministérios que Deus colocou no corpo (1 Coríntios 12.28; 2 Coríntios 12.10).

c) Os ministérios da igreja local, presbíteros e diáconos (Filipenses 1.1; 1 Tessalonicenses 5.12,13).

d) A todos aqueles que são cooperadores e obreiros, que exercem qualquer ministério no corpo, subordinados aos apóstolos ou presbíteros (1 Coríntios 16.15,16).

e) Aqueles que nos ensinam e cuidam da nossa vida pessoal, ou discipuladores (Mateus 28.18,19; Gálatas 6.6; Hebreus 5.12).

f) Os mais velhos na idade (1 Pedro 5.5).

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A autoridade que o Senhor colocou nos membros do seu corpo, e em especial naqueles que nos ensinam e cuidam da nossa vida pessoal, são as “juntas e ligamentos”, que servem para “ajustar e consolidar, suprir e vincular” cada um de nós no corpo de Cristo (Efésios 4.16; Colossenses 2.19). Só assim é que seremos corpo de Cristo; do contrário, seremos como uma sacola cheia de membros soltos.

Sempre devemos lembrar que Deus colocou autoridade no corpo de Cristo com o propósito de representá-lo em autoridade e de servir. Quanto maior em autoridade maior em serviço, como nosso Senhor Jesus, que disse que veio não para ser servido, mas para servir e dar sua vida (Mateus 20.26-28; 2 Coríntios 10.8 e 13.10).

Quanto à nossa obediência à autoridade, devemos distinguir o que é conselho, opinião e mandamento da palavra de Deus. Quanto aos dois primeiros (ainda assim, devemos considerar muito bem as opiniões, 1 Coríntios 7.25), a obediência é relativa; quanto ao último, palavra de Deus, a obediência é absoluta. Por isso, aquele que representa a autoridade do Senhor tem de cuidar que seus conselhos e opiniões não tomem o lugar da palavra de Deus.

Vamos dar valor às riquezas que o Senhor colocou no corpo de Cristo, na vida de cada irmão e irmã.

SUBMISSÃO, UM PRINCÍPIO DE DEUS

a) O que é submissão?

Não é mera obediência externa, nem tão pouco quando controlado. Submissão é prestar obediência inteligente a uma autoridade delegada. É exteriorizar, expressar, manifestar um espírito submisso, mesmo quando ninguém está por perto. É

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renunciar à opinião própria quando se opõe à orientação daqueles que exercem autoridade sobre nós.

Quando é que aprendemos o que é a submissão?

Quando nos submetemos ao Senhorio de Cristo sobre nossas vidas. Quando verdadeiramente renuncio a tudo o que tenho, nego a mim mesmo, tomo a cruz e sigo ao Senhor. Quando sigo submisso às direções e orientações que recebo das autoridades delegadas. Só existe um caminho para a submissão: andar como Cristo andou (1 João 2.6). Ele é o nosso modelo.

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus ... antes a si mesmo se esvaziou... a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2.5-8).

“...embora sendo Filho (Jesus homem), aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hebreus 5.8).

Sem submissão jamais chegaremos ao alvo.

Se alguém é independente, rebelde, não é membro do corpo, pois sendo membro será sempre dependente, submisso. Como pode um membro subsistir no corpo se não se submeter às ordens da cabeça? Assim também nós não podemos subsistir no corpo de Cristo se não formos sujeitosàs autoridades delegadas. Quando uma mulher não se submete ao seu marido, ou quando um filho não obedece ao seu pai, ou quando um empregado não acata a ordem de seu chefe, ou quando o discípulo não se submete às autoridades, é porque estão cheios de si mesmos. Quem está cheio de Cristo está cheio de obediência. O

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evangelho do reino aniquila com a independência do homem, bem como com a rebeldia: faz do homem um SER submisso.

b) Os Frutos da Sujeição

Quando o homem vive no princípio de submissão às autoridades delegadas por Deus, ele desfruta de benefícios desejados por todos os homens, a saber:

1. Paz, ordem e harmonia no corpo de Cristo;2. Edificação e formação de vidas;3. Unidade e saúde na igreja;4. Cobertura e proteção espiritual.

c) Equilíbrio entre Autoridade e Submissão

A liderança é limitada pela palavra de Deus; ela não é arbitrária ou conforme normas pessoais, porém pela palavra do Senhor.

A submissão é a de um filho e não a de um escravo, não pode ser caracterizada por temor e obrigação.

A autoridade delegada nada tem a ver com a salvação do discípulo – porém com a forma de governo. Um discipulador nunca pode tomar o lugar de Jesus como Salvador, porém ele foi capacitado por Deus para proteção, direção, correção e supervisão.

O alvo daquele que cuida de vidas não é criar robôs. Uma liderança espiritual produz discípulos que são capazes e responsáveis por eles mesmos, por suas famílias e uns pelos outros. Nossa missão é levar as pessoas de uma dependência nossa para uma responsabilidade pessoal e um caminhar íntimo com o Senhor.

A autoridade espiritual nunca é algo que nós tomamos e exigimos para nós, porém sempre é algo que é reconhecido.

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Nenhum líder pode pedir algo que é contra a palavra de Deus, imoral ou contra a lei ou contra a consciência do próprio indivíduo.

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O PROBLEMA DO SUPERESPIRITUAL

Quem é este? É aquele que aparenta espiritualidade, mas esconde uma grande rebelião e que traz muito dano ao corpo de Cristo. O superespiritual costuma dizer: “Eu só obedeço a Cristo, o Senhor. Não estou sujeito a nenhum homem!” Isto é loucura! Toda vez que se diz “Deus, quero te obedecer”, o Senhor responde bem claro e preciso: “Ótimo! Então obedeça ao teu marido, teu pai, teu chefe, teu pastor!” Aí aparece o superespiritual declarando: “Não, eu só obedeço ao Senhor, a ninguém mais. Só obedeço ao que tu me falares pessoalmente!” E o Pai responde com toda firmeza: “Mas o meu desejo é que me obedeças através deles”. Regularmente escutamos esta outra resposta: “Você não sabe quem é o meu marido, pai, chefe”, ou ainda: “Meu marido é um alcoólatra, meu pai é incrédulo...”

É inadmissível declarar obediência a Deus e não às autoridades por Ele delegadas. Sempre que obedecemos às autoridades delegadas estamos submissos a Deus, estamos agradando ao Pai. Obedecer somente quando se concorda não é espírito de submissão. É rebeldia e independência. Importa que obedeçamos de coração. É assim que se age perante Deus. E o Senhor nos capacita a viver esta vida de submissão que, por um lado, nos leva à maturidade em Cristo; e, por outro lado, glorifica a Deus!

Nota: este estudo foi baseado no livro de Watchman Nee, “Autoridade Espiritual”; e o que está entre aspas é citação do livro.

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“Quando concordamos com a vontade de Deus, nossa vida se enche de poder, visto estarmos de acordo com Aquele que tem todo o poder no céu e na terra. Quando submetemos nossa vontade a Deus, Seu coração se abre e uma torrente de amor, paz e alegria fluem para o nosso coração. Estar de acordo com a vontade de Deus nos refaz de modo a sermos semelhantes a Ele. As palavras não são suficientes para exprimir a riqueza espiritual que a obediência, bem como a submissão de nossa vontade a Ele, nos trarão. Quando obedientemente dizemos “SIM” à vontade de Deus, mesmo quando ela vem através de outras pessoas, nossos sofrimentos e necessidades perdem seu poder. Portanto, não importa quanto custa, devemos escolher sempre a vontade de Deus e não a nossa. Em todas as coisas, grandes ou pequenas, nos defrontamos com esta escolha. Mas, cada vez, estejamos certos disto: se escolhermos a vontade de Deus e agirmos de acordo com os Seus mandamentos, estaremos unidos a Ele. Mas se, em franca desobediência, fazemos a nossa vontade, estaremos unidos a Satanás. Nesse caso, nossa vida não será abençoada, e isso terá sérias conseqüências no mundo futuro.”

(Basilea Schlink)

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