av imp políticas públicas

Upload: victor-n-urzua

Post on 19-Oct-2015

15 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Avaliao de impacto ambiental de polticas pblicasEnvironmental impact assessment of public policies

    Evaluacin de impacto ambiental de polticas pblicas

    Aparecida Antnia de Oliveiraa, Marcel BursztynbaUniversidade Estadual de Mato Grosso do Sul/UEMS, bUniversidade de Brasla/UnB

    Contato: [email protected]

    Resumo: O artigo apresenta uma anlise do processo de Avaliao de Impacto Ambiental (AIA), destacando suasprincipais falhas e limitaes e prope a adoo do processo de Avaliao Ambiental Estratgica (AAE) como formade superar as limitaes da AIA e promover a sustentabilidade no processo de desenvolvimento induzido pelaspolticas pblicas.Palavras-chave: Avaliao de impacto ambiental; Sustentabilidade; Polticas pblicas.Abstract: The paper presents an analysis of the Environmental Impact Assessment (EIA) process, highlighting themain failures and limitations, and proposes the adoption of the Strategic Environmental Assessment (SEA) processas a way to overcome these limitations and to promote sustainability to the development process conducted by publicpolicies.Key words: Environmental impact assessment; Sustainability; Public policies.

    Resumen: Este artculo presenta un anlisis de el proceso de Evaluacin de Impacto Ambiental (EIA) y de suslimitaciones. La adopcin del Evaluacin Ambiental Estratgico (EAE) se propone como una manera de superarestas limitaciones y de promover sustentabilidad en el proceso del desarrollo conducido por rdenes pblicos.Palabras claves: Evaluacin de impacto ambiental; Sustentabilidad; Polticas pblicas.

    principais limitaes, para em seguida, abordar aAAE , destacando a origem e as vantagens de suaadoo.

    1. A Avaliao de Impacto Ambiental AIA

    Os seres humanos interferem, de formaintensa e sistemtica, na ordem, no equilbrio e naevoluo natural dos ecossistemas, podendomaximizar ou minimizar os efeitos de suas aes.Sendo assim, o impacto ambiental definido como

    (...) qualquer alterao das propriedades fsicas,qumicas e biolgicas do meio ambiente, causadapor qualquer forma de matria ou energiaresultante das atividades humanas que, diretaou indiretamente, afetem: a sade, a seguranae o bem-estar da populao; as atividades sociaise econmicas; a biota; as condies estticas esanitrias do meio ambiente; a qualidadeambiental (Resol. CONAMA 001/86).Neste sentido, a Avaliao de Impacto

    Ambiental deve incluir tambm (alm dos impactossobre os componentes ambientais), os impactossociais e econmicos. Esse mtodo permite queprojetos sejam planejados no somente com baseem critrios tcnicos e econmicos, mas tambmem critrios de sustentabilidade, contrariando asdcadas anteriores, quando as consideraes tcni-cas e financeiras eram pontos essenciais do plane-jamento de um projeto. De acordo com Rohde(1995:20), os Estudos de Impacto Ambiental (EIA)e o Relatrio de Impacto Ambiental (RIMA) servempara estabelecer a Avaliao de Impacto Ambiental(AIA). Esse autor define EIA como sendo:

    (...) um conjunto de atividades cientficas etcnicas que incluem o diagnstico ambiental, aidentificao, previso e medio dos impactos, ainterpretao e a valorao dos impactos, a defi-nio de medidas mitigadoras e programas de

    Introduo

    A avaliao das aes pblicas e privadas,at a dcada de 60, baseava-se exclusivamente emcritrios puramente tcnicos e econmicos, visandoa maximizar os resultados esperados. No havianenhuma preocupao com os impactos ambien-tais e sociais decorrentes dessas aes, o queacarretou crescimento da degradao dos recursosnaturais e queda no nvel de bem-estar da popu-lao. Nesse contexto, a Avaliao de ImpactoAmbiental (AIA) surge como um instrumento doprocesso de tomada de deciso que visa a estimulara considerao de fatores ambientais no planeja-mento e tomada de deciso, de modo que as aes,pblicas e privadas, implementadas sejam maiscompatveis com o meio ambiente.

    No entanto, a evoluo da aplicao dessetipo de avaliao restringiu-se apenas quelas aesrelacionadas com projetos especficos (empreen-dimentos). Assim, nos ltimos anos a AvaliaoAmbiental Estratgica (AAE), cuja aplicao estcrescendo em vrios pases desenvolvidos e organi-zaes internacionais, vem sendo apresentadacomo uma forma de avaliao de impactosambientais de aes estratgicas (polticas, planose programas governamentais), que possibilita aconsiderao das questes ambientais, dentro doprocesso de planejamento e tomada de deciso, deforma mais efetiva que a AIA, tornando essas aesmais fortes ambientalmente.

    Este trabalho visa mostrar que a AvaliaoAmbiental Estratgica um mtodo mais eficaz doque a Avaliao de Impacto Ambiental AIA, paragarantir a sustentabildade econmica, social eambiental no processo de desenvolvimentoeconmico. A anlise est dividida em duas etapas.Inicialmente, apresenta o processo de AIA e suas

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, p. 45-56, Set. 2001.

  • 46 Aparecida Antnia de Oliveira e Marcel Bursztyn

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, Set. 2001.

    monitorizao dos impactos ambientais (neces-srios para a avaliao dos impactos ambientais.O RIMA constitui-se em documento do

    processo de AIA, que deve esclarecer numalinguagem corrente todos os elementos da propostae do estudo para serem utilizados no processo detomada de deciso e divulgados para o pblico emgeral. Esse relatrio deve apresentar as conclusesdo EIA e conter a discusso dos impactos positivose negativos considerados relevantes.

    A AIA realizada por meio de vriosmtodos e envolve diversos grupos de interesse,como promotores do empreendimento, autoridadesgovernamentais, especialistas, associaes civis esetores atingidos pela interveno proposta. Todosparticipam, emitindo julgamentos de valor einfluenciando diretamente o processo de tomadade deciso. Um ponto importante na compreensodesse processo a distino existente entre aAvaliao de Impacto Ambiental e o Processo deAvaliao de Impacto Ambiental

    Nesse sentido, Bursztyn (1994:51) consideraque na avaliao de impacto ambiental, trata-se deavaliar, antes de se tomar uma deciso, os provveisimpactos ambientais significativos de umaatividade proposta, o que resulta na elaborao deum estudo de impacto ambiental (EIA). O processode avaliao de impacto ambiental, por outro lado, mais amplo e abrange atividades que precedemou que seguem a avaliao propriamente dita. Esseprocesso pode iniciar com uma fase de identificaoprvia dos impactos mais importantes e dasquestes mais relevantes a serem considerados naavaliao (scoping), e continuar por meio de umprograma de acompanhamento dos efeitos ambien-tais durante a fase de implementao do projeto. Oprocesso AIA composto de uma sucesso deetapas, que se encadeiam e se interrelacionamsistematicamente. De acordo com a autora, osobjetivos da avaliao de impacto ambiental so: identificar e estimar a importncia dos impactos

    de uma determinada interveno sobre os meiosbiolgico, fsico e socioeconmico;

    apreciar a oportunidade de realizar o projeto,considerando as vantagens e desvantagenstcnicas, econmico-sociais e ambientais; e

    no caso de uma deciso favorvel aoproposta, sugerir uma alternativa menosimpactante (mediante uma concepo tcnicadiferente ou da implementao de medidas deinterveno).

    De Acordo com Canter (1998), Egler (1998) eBursztyn (1994), a origem da Avaliao de ImpactoAmbiental encontra-se na Lei de Poltica AmbientalNacional americana de 1969 (National Envi-ronmental Policy Act, NEPA). Essa lei se tornouefetiva em 1 de janeiro de 1970, e foi a primeira aassinalar a importncia do meio ambiente, sendo

    que o essencial nessa lei, que ela visa a garantirque o processo de tomada de decises seja equili-brado em relao ao meio ambiente e ao interessepblico. A NEPA surge devido s presses ambien-talistas a partir de meados da dcada de 60, quandoocorre um aumento da conscientizao do pblicoquanto aos problemas de degradao ambiental esuas conseqncias sociais, levando a uma maiordemanda por qualidade ambiental. Essa lei deter-minava que os objetivos e princpios de legislao,aes e projetos do governo federal americano, queafetassem significativamente a qualidade do meioambiente humano, deveriam incluir a avaliao deimpacto ambiental (Rohde, 1995).

    Segundo Bursztyn (1994), at a dcada de70 a anlise dos projetos federais americanos,consistia essencialmente num exerccio contbilque buscava garantir o uso eficiente dos recursospblicos. Esse procedimento, estava baseadoessencialmente na anlise custo-benefcio funda-mentada no princpio de maximizao e eficinciano emprego dos recursos. A partir de 1970, foiinstaurado o procedimento americano de avaliaode impacto ambiental, introduzindo mudanasconsiderveis no processo de tomada de deciso.

    A NEPA influenciou a adoo de polticasimilar em mais de 75 pases, e suas exignciasforam adotadas por agncias internacionais deajuda e pelas organizaes financeiras interna-cionais que, pressionadas pela comunidadecientfica e pelos pases desenvolvidos, passarama ser responsabilizadas pelos problemas ambien-tais dos pases em desenvolvimento, devido aofinanciamento de projetos que causaram impactosambientais significativos nesses pases (Rohde,1995). De acordo com Egler (1998), o principalpropsito da NEPA era a considerao de efeitosambientais de Polticas, Planos e Programas (PPPs).Isso pode ser identificado desde os estgios iniciaisda sua elaborao. No entanto, o processo de suaevoluo resultou na consolidao do processo deavaliao de impacto ambiental baseado emprojetos. Segundo o autor, algumas razes para essedesvio podem ser identificadas em nvel tcnico,pois muitos problemas encontrados na avaliaoambiental de projetos aparecem na anlise de efeitosambientais de PPPs, destacando-se: a falta de informao acerca da natureza, escala

    e localizao de futuras propostas de desen-volvimento;

    um grande e variado nmero de alternativas considerado em diferentes estgios de formulaode poltica; e

    a falta de preciso na predio dos impactosambientais de polticas.

    Um outro problema que restringe a imple-mentao do processo de AIA em nvel estratgico,encontra-se na natureza poltica do processo de

  • 47Avaliao de impacto ambiental de polticas pblicas

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, Set. 2001.

    tomada de deciso. De acordo com Egler (1998), aanlise ambiental e social de PPPs requer que sejamdivulgados pontos que os governantes considerammuito sensveis e confidenciais para seremliberados para uma consulta pblica antes de suaaprovao.

    1.1. Limitaes tcnicas e tericas do processode AIA

    O processo de AIA geralmente limitado aosimpactos diretos do projeto e ignora impactos taiscomo apontados por Thrivel & Partidrio (1996): os impactos cumulativos, efeitos somados de

    muitos pequenos projetos ou de projetos que norequerem a AIA;

    os impactos induzidos, quando um projetoestimula o desenvolvimento de outro (ex. aconstruo de uma nova rodovia pode estimularo surgimento de novas cidades);

    impactos sinrgicos, quando os impactos devrios projetos excedem a mera soma de seusimpactos individuais. Considerando uma baciahidrogrfica, o somatrio dos impactos descritosnos RIMAs de vrios empreendimentos nuncaser a totalidade dos impactos efetivamenteprovocados por esses empreendimentos no meioambiente. Isso ocorre em funo da sinergia entreos diferentes impactos descritos isoladamente eem funo dos impactos gerados por aes que,isoladamente, no foram avaliados, mas nosomatrio final possuiro relevncia; e

    impactos globais, tais como biodiversidade eemisso de gazes de efeito estufa.

    Alm dessas, outras limitaes do processoAIA so destacadas por Rohde (1995): os processos de gerao, transferncia, transporte

    e acumulao de energia pelo homem e pelosecossistemas envolvidos quase nunca soconsiderados;

    tentativa monetarista de quantificar e somar osbenefcios sociais e custos ambientais (matrizesnumricas de avaliao de impacto ambiental).Para o autor tal tentativa muito discutvel;

    limitaes de ordem cientficas, decorrentes doestabelecimento de limites disciplinares no obten-o do conhecimento holstico (linguagensdiferentes, especializao de profissionais, reasisoladas, etc.), na quantificao (que nem sempre possvel), na qualificao (a deteco de certoselementos ainda no possui mtodos, normasou padres), na modelagem (nem sempre poss-vel ou disponvel) e no estabelecimento de previ-ses; o conhecimento completo e exaustivo do meioambiente , assim, dificilmente atingvel, aindamais dentro do escasso tempo destinado aosestudos de impacto ambiental (id., ibid., p. 23).

    o problema de significao definio do que

    vem a ser impacto significativo. Alguns impactosconsiderados irrelevantes para um empreen-dimento podero, se somados aos impactos deoutras aes, ou at mesmo isoladamente, gerarimpactos no-desprezveis.

    Para Bursztyn (1994:157-164), a anlise dasexperincias de pases desenvolvidos e emdesenvolvimento, permite identificar algumasfalhas do processo AIA, tais como: a ocorrncia de certas disfunes uma das

    possveis explicaes decorrentes do fato de quea prtica do processo AIA ocorre, em grandemedida, a partir de repeties do procedimentonorte-americano. Para a autora, os procedimen-tos adotados em um pas no devem ser trans-portados para outro, sem que se considerem devi-damente as especificidade econmicas, admi-nistrativas, polticas e culturais de cada pas;

    a falta de recursos humanos necessrios gestodo processo de avaliao, nas diferentes etapas.A dificuldade de recursos humanos capacitadosna rea ambiental est relacionada ao fato de queesta envolve julgamento de valor e umaracionalidade multidisciplinar;

    a tendncia dos estudos se concentrarem narealizao de inventrios exaustivos dos recursosnaturais e negligenciarem a etapa de identi-ficao e valorao dos impactos;

    a aplicao desnecessria do procedimento aprojetos que no afetam significativamente omeio ambiente. preciso estabelecer critrios paradeterminar quais os projetos que seriam objetospara o processo AIA. Isso permitiria o uso maisracional da AIA e uma economia de recursos,alm de garantir a continuidade de suacredibilidade;

    a AIA deve ser integrada ao processo de plane-jamento e no ser considerada como umaexperincia adicional para a obteno deautorizaes governamentais, que ocorre no finalda preparao do projeto; e,

    a inexistncia de programas de monitoramento eacompanhamento eficazes um importanteponto de estrangulamento enfrentado pelospases, cuja soluo depende do sucesso daspolticas ambientais.

    1.2. O processo de AIA no Brasil

    A implementao do processo de AIA noBrasil iniciou-se por meio de presses dos orga-nismos multilaterais de financiamento (BancoMundial e Banco Interamericano de Desenvol-vimento BID) que, a partir da dcada de 70,passaram a exigir uma avaliao de impacto comocondio para o financiamento de projetos. Em1972, foi realizada a primeira avaliao ambientalna barragem de Sobradinho no Nordeste brasileiro,

  • 48 Aparecida Antnia de Oliveira e Marcel Bursztyn

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, Set. 2001.

    fruto de uma exigncia do Banco Mundial (IBAMA,1995). Em 1980, surge a primeira lei federal que serefere ao Estudo de Impacto Ambiental, a Lei 6803,de 2 de julho de 1980, que em seu artigo 10 prevestudos de avaliao de impacto para a localizaode plos petroqumicos, cloroqumicos, carboqu-micos e instalaes nucleares.

    A Lei 6938, de 1981, instituiu a PolticaNacional do Meio Ambiente, que tem por objetivo apreservao, melhoria e recuperao da qualidadeambiental propcia vida. A Lei estabeleceu a AIAcomo um de seus instrumentos (Bastos e Almeida,1999) e foi regulamentada pelo Decreto 88.351/83,que vinculou a utilizao da AIA aos sistemasde licenciamento de atividades poluidoras oumodificadoras do meio ambiente (Rohde, 1995).Alm disso, o Decreto n 88.351/83 estabelece queos critrios para a realizao do Estudo de ImpactoAmbiental EIA, sero baixados por atos doConselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).Esse conselho, criado pela Lei 6938/81, um rgocolegiado e deliberativo da Poltica Nacional doMeio Ambiente. A Constituio Federal de 1988consolidou a avaliao de impactos ambientais, aoincluir em seu captulo VI (art. 225), dedicado aoMeio Ambiente, a obrigatoriedade do Poder Pblicoexigir o Estudo Prvio de Impacto Ambiental paraa instalao de obra e atividade potencialmentecausadora de significativa degradao ambiental.

    Os instrumentos legais para a implemen-tao da AIA so: EIA/RIMA e/ou outros docu-mentos necessrios para se obter o licenciamentoambiental. O EIA foi introduzido no pas por meioda Lei 6.803/80 e, posteriormente, pela ResoluoCONAMA 001/86, que estabelece a exigncia deelaborao de EIA e seu respectivo RIMA para olicenciamento de diversas atividades modifica-doras do meio ambiente, bem como as competn-cias, responsabilidades, critrios tcnicos, diretrizesbsicas e as atividades sujeitas a esses procedi-mentos (IBAMA, 1995; Rohde, 1995). De acordo comIBAMA (1995), o EIA/RIMA deve ser submetido aprovao do rgo estadual competente e, emcarter supletivo (ou no caso de EIA/RIMA para olicenciamento de atividades que, por lei, seja decompetncia federal) aprovao do IBAMA.

    1.3. Limitaes dos EIAs/RIMAs brasileiros

    De acordo com Rohde (1995:33), asprincipais limitaes identificadas na prtica deEIAs/RIMAs no Brasil, so as seguintes: quadro jurdico-institucional baseado na

    legislao norte-americana (onde o EIA/RIMA utilizado como instrumento do planejamento),enquanto que a prtica na abordagem francesa,adota EIA/RIMA como documento de licencia-mento ambiental.

    ausncia de um rgo semelhante ao Conselhode Qualidade Ambiental americano;

    inexistncia de monitoramento, com exceo decasos isolados em determinadas regies;

    ausncia de estudo para prever a poluioextramuros (externalidades econmicas;desajustes econmicos posteriores com o localde implantao; atratividade de servios, etc.);

    inexistncia histrica de trabalho de equipesmulti, inter ou transdiciplinares;

    situao precria da maioria dos rgosambientais estaduais;

    a participao do pblico na tomada de decises,em geral ocorre de modo formal, previsvel eorientado;

    sobreposio de interesses polticos s conclu-ses contidas nos EIAs/RIMAs;

    produo de documentos inadequados;Segundo o autor a elaborao de documen-

    tos inadequados ocorre devido aos seguintesmotivos: documentos viciosos resulta de um compro-

    misso tcito que se estabelece entre a consultorae o empreendedor; o que acaba acarretandoinformaes distorcidas;

    documento sem contedo cientfico deve-se aofato de serem usados dados secundrios ao invsde primrios, quanto ao empreendimento e aomeio ambiente;

    documentos com informao insuficiente devido falta de integrao da equipe, ausnciade objetividade (relatrio longo e sem informaosuficiente sobre o empreendimento e meioambiente), falta de capacitao da equipe e/oufalta de recursos.

    Outros problemas com relao aplicaodo processo de AIA podem ser destacados, como: aausncia de diretrizes e manuais para suarealizao; a falta de recursos humanos qualifica-dos; a aplicao desnecessria desse procedimento;a no realizao de AIA de polticas, planos eprogramas, assim como a falta de instrumentos queassegurem um monitoramento (Bursztyn, 1994).Essas falhas e limitaes evidenciam a necessidadede se fazer um balano crtico da aplicao da AIA,com o objetivo de aperfeioar o instrumento ou debuscar alternativas que possibilitem aumentar suaefetividade. Nesse sentido, a Avaliao AmbientalEstratgica vem sendo apresentada como umaforma de lidar com muitas dessas limitaes.

    2. A Avaliao Ambiental Estratgica AAE

    Avaliao Ambiental Estratgica (AAE) ouStrategic Environmental Assessment - SEA umtermo usado para o processo de avaliao ambien-tal aplicado para Polticas, Planos e Programas(PPPs). Em geral, identificada com a aplicao

  • 49Avaliao de impacto ambiental de polticas pblicas

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, Set. 2001.

    dos procedimentos de Avaliao de ImpactoAmbiental (AIA) na fase inicial e mais estratgicada hierarquia de tomada de deciso de polticas,planos, programas e projetos individuais. Thrivel& Partidrio (1996) definem a AAE como sendoum processo formalizado, sistemtico e amplo deavaliao dos efeitos ambientais de uma poltica,plano ou programa e de suas alternativas, e queinclui a preparao de um relatrio escrito sobre asinformaes obtidas na avaliao, e uso dessasinformaes na tomada de deciso. Uma outradefinio, apresentada por Sadler & Verheem(apud. Egler, 1998:128), que enfatizam o papel daAAE no processo decisrio:

    AAE um processo sistemtico para a avaliaode conseqncias ambientais das iniciativaspropostas na poltica, plano ou programa, paraassegurar que as conseqncias ambientais estoplenamente includas e devidamente encaminha-das na fase inicial e mais apropriada do estgiode tomada de deciso, de par com as consi-deraes econmicas e sociais.Um aspecto do conceito de AAE est

    relacionado dimenso do sentido atribudo a PPP.Isso porque a diferena entre poltica, plano eprograma no muito clara. Para Wood & Djeddour(apud Thrivel & Partidrio, 1996:5), a poltica podeser considerada como uma inteno (inspirao) eorientao para a ao, o plano como o estabele-cimento de objetivos coordenados e cronometradospara a implementao da poltica, e o programacomo o estabelecimento de projetos em uma reaespecfica. No entanto, na prtica, essa seqnciapode variar de acordo com o contexto do sistemade planejamento do pas. De qualquer forma, oimportante considerar que PPP representa umahierarquia do processo de planejamento e segue aseguinte seqncia:

    Poltica plano programa projeto

    Com relao a essa hierarquia do processode planejamento, importante destacar que oprocedimento adotado em cada nvel diferente ecom freqncia independente dos demais. O idealseria que cada projeto fosse parte de um programa,cada programa um componente de um plano, eassim por diante, at o mais alto nvel do processode planejamento, mas isso no o que acontece narealidade. No entanto, para atender a seus prop-sitos, a AAE deve ser aplicada para cada poltica,plano ou programa, independentemente da presen-a ou ausncia dessas hierarquias na composioda cadeia de planejamento (Egler, 1998). SegundoThrivel e Paridrio (1996), a AAE pode ser aplicadapara trs principais tipos de aes: PPPs setoriais relacionadas com setores espec-

    ficos (ex: extrao mineral, energia, turismo); PPPs territoriais que abrangem todas as ativi-

    dades de uma dada rea (ex: planos regionais de

    uso da terra ou de desenvolvimento); e aes ou polticas que no estimulam a imple-

    mentao de projetos, mas que podem ter umimpacto ambiental significante (ex: prticasagrcolas, adoo de novas tecnologias eprivatizaes de recursos naturais).

    O principal problema dessa tripla contextua-lizao para a aplicao do processo de AAE estna natureza correlacionada dos trs tipos de aesmencionadas. Por isso, Egler (1998) consideraimpossvel discutir alguma poltica, plano ouprograma setorial sem que se faa a ligao destecom o espao ou territrio onde est sendo imple-mentado, e tambm com os contextos ou ideologiaspolticas, sob as quais o PPP foi criado.

    2.1. A origem e a evoluo da aplicao da AAE

    As referncias AAE remontam ao incio doprocesso AIA nos Estado Unidos, onde asprimeiras iniciativas de AAE encontra-se na NEPA( The National Environmental Policy Act) - a Leida Poltica Ambiental Nacional americana. Noentanto, verificou-se que a evoluo da NEPAconduziu a consolidao do processo de AIA. Asrazes de tal fato foram abordadas anteriormente.As experincias adquiridas com a implementaodo processo de AIA contriburam muito para odesenvolvimento das etapas e procedimentos doprocesso de AAE. No entanto, a AAE no deve serconsiderada como uma evoluo natural doprocesso de AIA (Egler, 1998). Thrivel & Partidrio(1996) consideram que essa herana metodolgicada AIA pode dificultar o desenvolvimento deprocessos e metodologias especficas para AAE. Aaplicao da AAE, nos pases desenvolvidos, bastante recente e est evoluindo rapidamente.Nesses pases, a maior parte das AAEs est sendorealizada voluntariamente e, em geral atravs dergos pblicos. Algumas vezes so sustentadaspor diretrizes (Reino Unido e Canad), e apenas osEstados Unidos e a Holanda possuem umaestrutura legal (id., ibid.).

    Segundo Partidrio (1994), a maior parte dasexperincias existentes com a AAE est baseadaem polticas, planos e programas setoriais, e essaabordagem setorial aproxima-se muito da aborda-gem de projetos. Por isso, a experincia com AIAest sendo aplicada com sucesso para a AAE.Diversos pases tm realizado um esforo conside-rvel no sentido de adotar os procedimentos daAAE. Em alguns casos, a legislao ambiental estsendo modificada para incluir os requisitos paraAAE. o caso da Austrlia, Canad, Pases Baixose dos estados da Califrnia e Washington, nosEstados Unidos (id., ibid.). Instituies como oBanco Mundial e o Banco Europeu de Reconstruoe Desenvolvimento esto desenvolvendo procedi-

  • 50 Aparecida Antnia de Oliveira e Marcel Bursztyn

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, Set. 2001.

    mentos especficos para AAE de polticas e planosregionais e setoriais, no contexto de sua polticaambiental.

    No caso do Banco Mundial, o processo deAAE vem sendo aplicado para atividades dedesenvolvimento regional e setorial. Para isso obanco adota dois caminhos de avaliao distintos:Avaliao Ambiental Setorial e AvaliaoAmbiental Regional. Esses dois procedimentos,atualmente fazem parte do processo de anlise paraaprovao de certos projetos, onde sua aplicao considerada apropriada (Egler, 1998). Embora essaforma de AAE tenha evoludo da aplicao da AIA,o fato que est sendo aplicada para diversasatividades estratgicas, sendo portanto um passosignificante na adoo da AAE. Segundo Thrivel& Partidrio (1996), a avaliao ambiental regional utilizada quando o nmero de atividades dedesenvolvimento, com impactos cumulativospotenciais, foram planejadas para uma certa rea.Esses tipos de AAEs foram influenciados pelaDeclarao Programtica de Impacto Ambientalamericana (PEIS Programmatic EnvironmentalImpact Statements). No entanto, os autoresconsideram que a avaliao ambiental setorial muito mais estratgica, sendo utilizada paraprogramas de investimentos setoriais.

    Egler (1998), destaca algumas vantagensatribudas adoo desses dois procedimentos,como: o aperfeioamento da considerao deimpactos cumulativos; a eliminao de alternativasambientalmente fracas na fase inicial; e o aperfei-oamento da coleta e organizao de uma base dedados regional e/ou setorial. Alm desses, outrosquatro aspectos so reforados, em decorrncia daadoo desses procedimentos: a) ajuda os governosna formao de uma viso de planejamento regionale/ou setorial de longo prazo; b) aumenta atransparncia do processo de planejamento; c) levaem conta um amplo planejamento para medidasde mitigao, gesto e monitoramento, e paraidentificar a necessidade institucional, de recursose tecnolgia no estgio inicial; d) fornece a basepara uma colaborao e coordenao, atravessandofronteiras administrativas e entre autoridades desetores especficos e ajuda a evitar contradies napoltica e no planejamento.

    A Comisso da Unio Europia CEU outra organizao multilateral que est defendendoo uso da AAE como uma forma de alcanar asustentabilidade e para aperfeioar o processo deAIA (id., ibid.). A CEU tem estado discutindo aelaborao de uma diretiva para a AAE. No entanto,o processo de negociao com relao diretivapara o processo de AAE indica que a sua elaboraoe aprovao ocorrer de modo similar ao daDiretiva 85/337/EEC (Diretiva sobre a AIA): umlonga e difcil discusso, pontuada por diversas

    propostas de diferente natureza. Algumasvantagens atribudas ao processo de AAE pelaproposta da CEU so apresentadas pelo autor, taiscomo: a avaliao ambiental de alternativas na faseinicial do planejamento, permitindo a adoodaquela que ambiental e economicamente melhore a identificao e mitigao de impactos cumu-lativos de forma mais efetiva na fase inicial deplanejamento.

    A principal justificativa apresentada pelaCEU para a proposio da diretiva para a AAE ode assegurar o desenvolvimento sustentvel e aintegrao das questes ambientais dentro doprocesso de tomada de deciso, atravs da intro-duo (na legislao e prticas administrativas dospases membros), em nvel nacional, de algunsprincpios comuns da AAE de polticas de desenvol-vimento. Ao lado desse objetivo, as principaisrazes para estimular o estabelecimento da diretivade AAE, no contexto dos pases membros, so aharmonizao e competio (id., ibid.).

    2.2. Vantagens da adoo da AAE

    Existem diversas razes que justificam aadoo do processo de AAE. Muitas decorrem dofato de que esse processo AAE (Egler, 1998:3-4): ajudaria a dar s questes ambientais uma

    importncia similar quela que dada a outrosaspectos do desenvolvimento na tomada dedeciso. Isso pode estimular o decisor a articularos objetivos ambientais com os objetivos sociaise econmicos;

    tornaria a avaliao de impactos ambientais esociais mais pr-ativa, antecipando mais quereagindo s propostas de desenvolvimento;

    facilitaria e aumentaria a consulta sobre aspectosambientais entres as muitas organizaesenvolvidas na formulao de PPPs;

    levaria em conta a considerao de impactoscumulativos, mais do que a AIA em nvel deprojeto, por causa de sua posio nos estgiosiniciais do processo de tomada de deciso e porconsiderar uma ampla variedade de aes sobreuma grande rea geogrfica ou um setor daatividade econmica;

    permitiria a considerao de alternativas paraprojetos de uma maneira mais ampla, desde quefossem inseridas na fase do estgio de planeja-mento onde a considerao de alternativas podeser mais bem acomodada;

    aperfeioaria a identificao de medidas demitigao para impactos propostos nas AIA,principalmente devido considerao dealternativas, de forma mais ampla; e

    em alguns casos, poderia tornar a AIA redun-dante, se os impactos fossem examinadossuficientemente em nvel de plano ou programa.

  • 51Avaliao de impacto ambiental de polticas pblicas

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, Set. 2001.

    No entanto, de acordo com Egler (1998) eThrivel & Partidrio (1996), as principais vanta-gens do processo de AAE esto relacionadas sduas razes que sustentam a adoo e implemen-tao desse processo: a capacidade da AAE paraneutralizar algumas limitaes da AIA e seu papelna promoo do desenvolvimento sustentvel.

    2.2.1. Capacidade da AAE para superar aslimitaes da AIA

    As diversas limitaes do processo de AIA,abordadas no captulo II, reduzem a sua efetividadedentro do processo de tomada de deciso, alm doque, as decises estratgicas tomadas a partir daAIA para projetos especficos, em geral, encami-nham uma variedade limitada de alternativas emedidas de mitigao, pois a AIA considera apenasos impactos diretos da ao de desenvolvimento,deixando de lado uma srie de outros impactospossveis (Egler, 1998; Thrivel & Partidrio, 1996).

    A avaliao ambiental estratgica (AAE) estsendo considerada como uma forma de avaliar osimpactos que no so devidamente consideradosem nvel de projetos, sendo que essa capacidadeda AAE para superar algumas limitaes identifi-cadas no processo AIA, tm sido apontadas comouma justificativa para sua crescente implemen-tao; isso acontece porque a AAE pode incorporarquestes ambientais de forma intrnseca no plane-jamento de aes, influenciando o contexto no qualas decises so tomadas, e permite a consideraode alternativas e medidas de mitigao que vo almdos limites de projetos individuais.

    Segundo Partidrio (1994:134), uma vanta-gem da aplicao da AAE consiste em que estaprov um contexto mais adequado para a conside-rao de impactos cumulativos e sinrgicos. Essesimpactos resultam de efeito combinado de diferentestipos de impactos que, a principio, poderiam serconsiderados pouco significativos. No entanto, seas aes que causam esses impactos forem anali-sadas numa ptica estratgica e o seu desenvol-vimento conjunto analisado do ponto de vistaambiental, possvel detectar antecipadamente ospossveis efeitos positivos e negativos sobre o meioambiente e reajustar essas aes, no espao, no tem-po e em relao s suas caractersticas intrnsecas.

    Entretanto, para a autora, a AAE deveria sertratada a partir da necessidade de se considerarefetivamente os impactos decorrentes das prpriasdecises poltica e de planejamento, que por suavez refletiro positivamente, aumentando a eficin-cia da AIA de projetos, pois proporcionar umcontexto ambientalmente forte para seu desenvol-vimento. Essa abordagem corresponde segundarazo pela qual se justifica a adoo da AAE.

    2.2.2. Papel da AAE na promoo dodesenvolvimento sustentvel

    Trata-se de seu papel na promoo dasustentabilidade no processo de desenvolvimento.Isso acontece porque a AAE conduz implemen-tao de prticas e procedimentos que ajudam apromover o desenvolvimento sustentvel, o quepermite, segundo Thrivel & Partidrio (1996): fazer com que o princpio de sustentabilidade

    seja observado, partindo das polticas at aosprojetos individuais;

    ajudar a assegurar que as consideraesambientais e de sustentabilidade sejam incorpo-radas ao objetivo de um PPP;

    identificar parmetros ambientais e de susten-tabilidade para, atravs deles, testar os efeitos deum PPP; e

    avaliar se os impactos de um PPP esto de acordocom os objetivos de sustentabilidade.

    Para Egler (1998), o processo de AAEpromove a sustentabilidade no processo dedesenvolvimento, principalmente devido suacapacidade integrativa. Tal capacidade tambm realada por Thrivel e Partidrio (1996:9):

    AAE pode tambm representar um significa-tivo papel para reforar a integrao das conside-raes ambientais na poltica e nos processos deplanejamento, ajudando, com isso, a imple-mentar o desenvolvimento sustentvel. Umsistema mais integrado de planejamento significaque os critrios ambiental e de sustentabilidadeforam incorporados por todo o processo deplanejamento, por exemplo, na identificao delocalizaes sustentveis (ou insustentveis) parao desenvolvimento, e na avaliao dasalternativas de PPPs.A fragmentao das aes pblicas uma

    questo que est dificultando a efetiva implemen-tao das polticas ambientais e, alm disso, as leis,agncias, planos, programas e outros instrumentoscriados na rea ambiental durante os ltimos anostm contribudo para aumentar esse fenmeno(Egler, 1998). Algumas conseqncias dessafragmentao no contexto das polticas ambientais,esto destacadas a seguir por Irwin (apud Egler,1998:146): encoraja o uso de mtodos de controle que

    transfere o problema para outras partes do meioambiente;

    no identifica precisamente os problemas depoluio, por isso, eles no podem ser efetiva-mente administrados;

    ignora a atividade de preveno (tida como amelhor soluo);

    diminui a probabilidade de que os problemasnovos e mais complexos sejam identificados eprevenidos ou controlados;

    torna difcil estabelecer prioridades entreproblemas;

  • 52 Aparecida Antnia de Oliveira e Marcel Bursztyn

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, Set. 2001.

    atrapalha a integrao mais efetiva da polticaambiental dentro de outras polticas setoriais; e

    resulta numa estrutura administrativa excessiva-mente complexa e inconsistente.

    No entanto, este um fenmeno que podeser identificado em vrios outros setores, institui-es e aes pblicas, e no apenas na reaambiental. A seguir so destacados dois fatores quetm contribudo para isso (id., ibid.). O primeiroest relacionado s limitaes da capacidadehumana para lidar com complexidades e problemasde forma integrada. Isso implicou uma diviso,criando reas de racionalidades e responsabilida-de. No caso da administrao pblica, isso resultouna criao de diferentes agncias e instituiesresponsveis por diversos setores. O segundo fatorrelaciona-se com o contexto institucional das orga-nizaes responsveis pela implementao daspolticas, planos, programas e aes de diferentesreas/setores. Essas organizaes, medida quebuscam garantir sua sobrevivncia continuada,tendem a estabelecer fronteiras limitadas e clarasde aes, que tornam o processo de integrao maisdifcil.

    A coordenao apresentada como umaalternativa para superar essa fragmentao naformulao e principalmente na implementao daspolticas. Painter (apud Egler, 1998:148) mostra queexistem vrias definies de coordenao, e consi-dera a coordenao poltica como aquela queenvolve a resoluo de conflitos que surge dasobreposio, a busca de prioridades entre polticase a insero de perspectivas mais amplas na anlisesetorial mais limitada. Para o autor, a coordenaopoltica est relacionada com uma constante epermanente busca de um coerente e ordenadoconjunto de polticas, o que bastante difcil dealcanar pois, em geral, os objetivos/alvo daspolticas so contraditrios e conflituosos. Assim,quando surgem conflitos de objetivos entrepolticas, necessrio o processo de negociao.Esse processo, mais que um objetivo per si, define oprocesso no qual inconsistncias e conflitos entrediferentes metas polticas so confrontadoscontinuamente no curso da elaborao da poltica.

    Assim, o princpio de coordenao no umobjetivo de empenho para uma perfeitaharmonia da poltica, mas um procedimento tilrelacionado com a gesto de conflito. Na prtica,isto acarreta a promoo da necessidade decoordenao em circunstancias particulares, aaplicao de incentivos para coordenar (epossivelmente sanes contra aqueles que serecusem) e o estabelecimento e manuteno demecanismos apropriados ou estruturas paracoordenao (uma maquinaria da funogovernamental) (apud Egler, 1998:149).Portanto, coordenao pode ser definida

    como um procedimento para a gesto de conflitos

    na elaborao de polticas e no processo deplanejamento. Nesse sentido, importante destacar,agora, o papel da AAE na promoo e encoraja-mento do uso desse procedimento. A AIA mostrou-se inadequada para satisfazer a funo (que lhe foiatribuda) de dar encaminhamento a trs problemasda administrao pblica: a efetividade (mediantea racionalizao do processo de tomada dedeciso), a coordenao (por disponibilizarinformaes, permitindo que outras agnciasgovernamentais tenham acesso s aes dedesenvolvimento que esto sendo implementadas)e a legitimidade.(mediante a participao dopblico no processo decisrio). Isso acontece,principalmente, porque a AIA limita-se avaliaoambiental apenas em nvel de projetos (id., ibid.).No entanto, se os conceitos e procedimentos doprocesso de AAE forem aplicados, a anlise eavaliao de impactos ambientais (includostambm os impactos econmicos e sociais) serorealizadas para todas as aes (polticas, planos eprogramas) estabelecidas em um determinadocontexto (seja nacional, regional, local ou setorial).Desse modo, o processo de AAE poder facilitar odesenvolvimento de um procedimento coordenado.Tal procedimento uma exigncia para promovera integrao e negociao dessas aes, de forma aevitar inconsistncias e conflitos entre seusobjetivos, metas e atores envolvidos.

    importante esclarecer, ainda, que a relaoentre o processo de AAE e a atividade de coordena-o no um fator que deve ser considerado comoforma de tornar vivel a adoo do processo. Istoporque, essa adoo depende muito mais de fatoresessencialmente relacionados com os contextoseconmico, poltico e cultural de cada pas, do quede razes tcnicas e/ou administrativas. Nessesentido, importante ressaltar que:

    (...) o valor do processo de AAE que este podeinserir na agenda poltica e decisional dediferentes pases, e tambm de importantesorganizaes multilaterais e internacionais, doispontos bastante controversos: a importncia daatividade de coordenao para alcanar aintegrao de polticas, principalmente na reade poltica ambiental e, como conseqnciadireta do primeiro, o papel da administraoestatal para organizar e implementar acoordenao (Egler, 1998:151).Muitos dos problemas ambientais e de

    desenvolvimento surgem da fragmentao setorialdas aes pblicas, sendo necessrio, portanto, aadoo de medidas mais integradas e coordenadasno contexto do processo de tomada de deciso paraas aes estabelecidas em determinado pas, regioou localidade.

  • 53Avaliao de impacto ambiental de polticas pblicas

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, Set. 2001.

    2.3. Limitaes para a adoo da AAE

    A Avaliao Ambiental Estratgica possuilimitaes tcnica e de procedimento (Thrivel &Partidrio,1996).

    2.3.1. Limitaes tcnicas

    As limitaes tcnicas esto relacionadascom o fato de que a AAE abrange uma grande reae um grande nmero de alternativas, tornando acoleta e anlise de dados bastante complexas;possuem um nvel de incerteza maior do que a AIApara projetos; com freqncia se depara cominformaes limitadas ou incompatveis; no casoda AAE em nvel nacional, pode acontecer de sedesprezarem impactos que so importantes emnvel local, mas que no tm influncia na decisoem nvel nacional.

    2.3.2. Limitaes de procedimento

    Grande parte dos desafios e barreiras para aimplementao da AAE, enfrentados por diferentespases, decorrem de questes de natureza polticae institucional. Dentre os vrios motivos polticosque restringem a adoo do processo de AAE,podem ser destacados: a natureza confidencial doprocesso de formulao das polticas, planos eprogramas; a janela que a AAE abre para se acionarjudicialmente um PPP; a resistncia que asinstituies tm em relao a integrao; e o novomodelo administrativo, que prega a reduo doEstado e a privatizao (Egler, 1998). A resistnciacontra a coordenao o motivo mais difcil desuperar, uma vez que essa atividade no aceitapor muitas instituies pblicas. Assim, a remoodas barreiras contra a coordenao constitui umprocesso de mudanas de atitudes e valores no quala sociedade est permanentemente envolvida,cujas caractersticas dependem das contradiespresentes em cada contexto (id., ibid., p. 153).

    Outro elemento que pode impor sriasrestries ao uso desse processo, a atual tendnciainternacional, que enfatiza a reduo do tamanhoe funes do Estado na economia. De acordo comesse modelo, as funes do Estado deveriam serreduzidas ao mnimo desempenho fisiolgico dasatividades de defesa, justia e polcia, essencial-mente garantia da soberania nacional; as demaisatividades seriam reguladas pelo mercado. Noentanto, a insero das atividades de integrao ede coordenao nos processos de formulao e deimplementao de polticas, planos e programas, uma funo do Estado. Nesse sentido, essa ten-dncia pode comprometer seriamente a atividadede coordenao das aes pblicas (id., ibid.).

    A privatizao outro fator que, para o autor,tambm impe restries ao processo de AAE, princi-palmente na rea dos recursos naturais. Existem trsargumentos que so em geral apresentados parajustificar a privatizao de patrimnio pblico comogua, terra, recursos minerais, petrleo, e assim pordiante. O primeiro o argumento segundo o qual, agesto de recursos com base nos princpios do mer-cado conduz a um melhor e mais apropriado pro-cedimento de tomada de deciso em todas as reas,incluindo aquelas com implicaes ambientais.

    O segundo considera que os recursosnaturais podem ser convenientemente separadosentre bens privados e bens pblicos, ou em catego-rias de ambientalmente sensveis e insensveis. Oltimo argumento, estabelece que a privatizaodesses recursos poderia ser feita de forma quepermitisse ao governo, no futuro, reassumir ocontrole deles, caso as coisas no corram comoesperado. Esses argumento so contestados porBhrs & Bartlett (1993).

    Eles contestam estes argumentos dizendo que:a) do ponto de vista ambiental, no existe lgicapara o argumento que, se o Estado tido comoum tomador de deciso fraco com relao aosrecursos, ento o mercado deve necessariamenteser o melhor; b) a diviso linear entre benspblicos e privados, assim como entre setorespblicos e privados com freqncia obscure-cida, e a proviso de bens privados (exclusiva-mente) pode ter implicaes sociais e ambientaisto importantes ou to srias quanto aquelasque surgem da proviso de bens pblicos; e c)ainda que os governos estejam preparados pararemediar as falhas do mercado, isso podeacontecer atrasado. Dado o fato que a degra-dao ambiental pode ser irreversvel e terconseqncias enormes, a dependncia de umfeedback estratgico do mercado, ou de algumaestratgia reativa para esta matria, em muitoscasos, no apropriado (apud. Egler, 1998:155).Algumas das barreiras mais freqentes na

    implementao do processo AAE nos contextosnacionais, esto resumidas no quadro 1.

    2.4. Papel da AAE no processo decisrio

    A definio de polticas, planos e programase a preparao e realizao de projetos corres-pondem a fases distintas e seqenciais do processode tomada de deciso. Da formulao de polticasat a sua concretizao em projetos, passa-se porum nvel de informao relativamente vago eincerto, consubstanciado em intenes polticas,para o detalhe do projeto. As diferenas entre essesnveis de deciso vo traduzir-se em abordagensdiferenciadas em relao avaliao ambiental(Partidrio, 1994:136).

  • 54 Aparecida Antnia de Oliveira e Marcel Bursztyn

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, Set. 2001.

    1) dec

    A) Estabelece a estratgia e objetivos dePPP 2) Des

    outroIdentiDescr

    3) IdefronteEstabDescrprovIdenti

    B) Identifica uma variedade de meiosalternativos e/ou polticas dedesenvolvimento que cumpre aestratgia/objetivos, talvez para umavariedade de cenrios futuro

    C) Avaliao integrada de todo osmeios, polticas, componentes de PPPIdentifica a alternativa preferida

    4) PreincertAvali

    D) Prope medidas de mitigao paraa PPP escolhida

    5) PropPrope

    E) Anuncia o PPP autorizado 6) Revdeciso

    F) Implementa o PPP

    Incerteza

    Processo de Elaborao PPPPPPP

    O propsito da Avaliao AmbientalEstratgica (AAE), desde sua origem, asseguraruma sistemtica integrao de consideraesambientais dentro dos processos de planejamentoe tomada de deciso, de modo que a informaoacerca das implicaes ambientais das propostasde ao possam sustentar a tomada de deciso damesma maneira que os fatores econmicos, sociaise culturais (Canter 1998). Nesse sentido, a AAEseria uma ferramenta flexvel dentro do processode planejamento de uma poltica, plano ouprograma (PPP), que afetaria varias decisesincrementais tomadas durante a elaborao de PPPe no exatamente a deciso final. A figura1 mostraum modelo que aborda o papel da AAE no processodecisrio de forma integrada durante todo o

    processo de planejamento de PPP. Neste modelo, aAAE est integrada dentro de cada uma das vriasetapas de tomada de deciso do processo deplanejamento de PPPs (tais como a escolha deobjetivos, alternativas, medidas de mitigao).Desse modo, todos o elos entre a elaborao de PPPe o processo de AAE so enfatizados.

    Para Thrivel & Partidrio (1996), a efetivi-dade da AAE maior quando implementadadesde as etapas iniciais do planejamento, antes quealguma deciso importante seja tomada. Se forrealizada nas fases finais, ela pode tornar maislento o planejamento de PPP, devido ao levanta-mento de problemas ambientais em um estgio emque a maioria das decises j foram tomadas. Nessecaso, o tomador de deciso ter de consider-la

  • 55Avaliao de impacto ambiental de polticas pblicas

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, Set. 2001.

    importante, o que pode ser muito difcil se o PPPfor objeto de forte presso poltica ou exigir umtempo de estruturao muito longo.

    Um outro ponto que garante a efetividadeda AAE, destacado pelos autores que esta devecomear do nvel de poltica mais estratgica paraos nveis mais baixos de hierarquia do planeja-mento de PPP. Isso, porque a AAE para PPP denveis de hierarquia mais baixos pode ser poucotil, se a poltica mais estratgica, com forteinfluncia sobre as subseqentes hierarquias detomada de deciso, no for objeto de AAE. Noentanto, alguns crticos da avaliao ambientalestratgica sugerem que essa avaliao acrescentapouco ao processo de planejamento de poltica,plano ou programa (PPP), e que este j estabeleceobjetivos, considera alternativas e a mitigao deimpactos. Outros argumentam que a AAE nopoderia assumir o encargo (ou a responsabilidade)da tomada de deciso, pois esse um processoessencialmente poltico. Entretanto, a anlise dosestudos de caso, confirmam que a AAE umaferramenta til para aperfeioar o planejamento dePPP, fornecendo informaes que auxiliam adeciso poltica (id. Ibid.).

    Quadro 1 Barreiras para a implementao daAAE (Thrivel & Partidrio, 1996).

    .Falta de conhecimento e experincia para identificarquais fatores ambientais que devem ser considerados,quais os impactos que poderiam surgir e como podeser realizada a elaborao de polticas de formaintegrada

    Dificuldades institucionais e organizacionais necessidade de efetiva coordenao entre e dentrodos departamentos governamentais

    Falta de recursos (informao, especialista, financeiro) Falta de diretrizes ou mecanismos para assegurar a

    completa implementao da AAE Compromisso poltico insuficiente para a implemen-

    tao da AAE Dificuldades decorrentes do fato de que as propostas

    polticas no so claras, o que dificulta a definio dequando e como a AAE seria aplicada

    As metodologias existentes ainda no esto bemdesenvolvidas

    Limitado envolvimento do pblico Falta de responsabilizao clara na aplicao do

    processo de AAE As prticas atuais de AIA especfica para projeto no

    so necessariamente aplicveis para a AAE e estoinibindo uma abordagem mais consistente da AAE

    3. Consideraes finais

    Os vrios eventos internacionais ocorridosa partir da dcada de 70, sem dvida, contriburampara colocar a questo ambiental na agenda dospases desenvolvidos e, como uma resposta aos

    problemas ambientais, esses pases passaram aadotar o processo de AIA. Primeiramente, issoocorreu nos Estados Unidos, com Lei da PolticaAmbiental Nacional, em 1969. Em seguida, genera-lizou-se para os demais pases desenvolvidos. Aavaliao de impacto ambiental foi incorporada spolticas das organizaes bilaterais e multilateraisde ajuda ao desenvolvimento, devido s pressesda comunidade cientfica internacional e dosmovimentos ambientalistas. Tal fato contribuiupara disseminar a prtica da AIA, tanto em pasesdesenvolvidos, quanto em desenvolvimento.

    Na maioria dos pases em desenvolvimento,a implementao do processo de AIA e o estabeleci-mento de legislao ambiental ocorreram a partirdas exigncias dos agentes financeiros interna-cionais, principalmente o Banco Mundial. Aimplementao do processo de AIA representa umaimportante contribuio para modificar o processode tomada de deciso vigente. Entretanto, comoficou evidenciado, o processo de AIA apresentavrias falhas e limitaes tericas e tcnicas, quereduzem a sua efetividade, enquanto instrumentopara introduzir as consideraes ambientais noprocesso decisrio.

    Essas falhas e limitaes indicam anecessidade de se fazer um balano crtico daaplicao da AIA, com o objetivo de aperfeioar oinstrumento ou de buscar alternativas que possibi-litem aumentar a sua efetividade. Neste sentido, aAvaliao Ambiental Estratgica (AAE) vem sendoconsiderada como um importante instrumento deajuda tomada de deciso, capaz de introduzir deforma mais efetiva do que a AIA, a questoambiental nos processos decisrios de planeja-mento de polticas, planos e programas governa-mentais. Isso, porque, a AAE, alm de consideraros impactos diretos, identifica e prev impactoscumulativos e sinrgicos das aes governamentaise os leva em conta nas fases iniciais do processo deplanejamento, quando as decises importantesainda no foram tomadas. Alm disso, a adooda AAE permite introduzir a questo da sustenta-bilidade no processo de desenvolvimento, pois suaimplementao, desde as fases iniciais doplanejamento das aes pblicas, contribuiria paraassegurar uma sistemtica integrao das conside-raes ambientais e sociais no processo decisrio,promovendo a reduo da fragmentao daspolticas pblicas e a atividade de coordenao.

    O ideal seria que o processo de AAE come-asse no nvel de poltica mais estratgica e, emseguida, se estendesse para os nveis mais baixosda hierarquia de planejamento e elaborao de PPP.Seria pouco til aplic-lo em nveis mais baixos,enquanto a poltica mais estratgica, com forteinfluncia sobre as demais hierarquias de tomadade deciso, no for alvo de AAE. No entanto, suaaplicao, mesmo em nveis de hierarquia mais

  • 56 Aparecida Antnia de Oliveira e Marcel Bursztyn

    INTERAESRevista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 2, N. 3, Set. 2001.

    baixos, implicaria benefcios para o meio ambiente,uma vez que mais estratgica do que a AIA, sendoportanto, mais abrangente, o que permite consi-derar impactos agregados de vrios projetos dedeterminada regio, estado, municpio ou baciahidrogrfica.

    As restries para a adoo desse processoso de natureza tcnica e procedimental. Asrestries tcnicas podero ser superadas medidaque forem sendo feitos investimentos na formaode uma base de dados e no desenvolvimento denovas metodologias especficas para a AAE eprocedimentos que reduzam o nvel de incerteza.Quanto s restries de natureza procedimental, aresistncia das instituies para promover aintegrao das aes pblicas mais difcil desuperar e a fragmentao das polticas pblicasdificulta a avaliao ambiental em escala maisampla. Alm disso, a crise do Estado e as soluesneoliberais de reduo de suas funes naeconomia, so fatores que podem limitar a adooda AAE, uma vez que o Estado que deve forneceras condies necessrias para implement-la.

    Este texto sintetiza o marco de referncia conceitual e analticode dissertao de mestrado apresentada no Centro deDesenvolvimento Sustentvel da Universidade de Braslia.Os autores do texto so, respectivamente, autora dadissertao e seu orientador.

    Referncias bibliogrficas

    BASTOS, Anna Christina Saramago.; ALMEIDA, JosimarRibeiro de. Licenciamento ambiental brasileiro nocontexto da avaliao de impactos ambientais. In:CUNHA, Baptista da; GUERRA, Antonio Jos Teixeira.Avaliao e percia ambiental. Rio de Janeiro, BertrandBrasil, 1999. p. 77-113.BURSZTYN, Maria A. Gesto ambiental: instrumentose prticas. Braslia, IBAMA, 1994.CANTER, Larry W. Manual de evaluacin de impactoambiental: tcnicas para la elaboracin de estudios deimpacto. 2. ed. Madrid, McGraw-Hill, 1998. 841 p.COMISSO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE EDESENVOLVIMENTO, Londres, 1987. Nosso FuturoComum. 2. ed. Rio de Janeiro, Fundao Getlio Vargas,1991. 430p.CONFERNCIA DAS NAES UNIDAS SOBRE MEIOAMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. A Agenda 21 Braslia, Senado Federal. Subsecretrias de EdiesTcnicas, 1996, p.113-132. (Cap. 8).CONFERNCIA SOBRE O MERCOSUL, MEIOAMBIENTE E ASPECTOS TRANSFRONTEIRIOS, 5,Campo Grande, 1996. Mercosul e meio ambiente:oportunidades e desafios para a gesto ambiental.Campo Grande, SEMA, 1997.EGLER, Paulo Csar Gonalves. Improving the EIAProcess in Brazil. Inglaterra, 1998. Tese (Doutorado emCincias Ambientais) University of East Anglia.INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOSRECURSOS NATURAIS RENOVVEIS - IBAMA.Avaliao de impacto ambiental: agentes sociais,

    procedimentos e ferramentas. Braslia, IBAMA, 1995.136 p.McCORMICK, John. Rumo ao paraso: a histria domovimento ambientalista. Trad. M. A. E. Rocha e R.Aguiar. Rio de Janeiro, Relume-Dumar, 1992.MOTTA, Ronaldo Seroa da. Manual para valoraoeconmica de recursos ambientais. Braslia, Ministriodo Meio Ambiente, dos Recursos Naturais e daAmaznia Legal, 1998. p. 15-21.PARTIDRIO, Maria do Rosrio; JESUS, Jlio de.Avaliao do impacte ambiental. CEPCA Centro deEstudos de Planejamento e Gesto do ambiente,Caparica, Portugal, 1994. p. 132-145.RESENDE, Emiko Kawakami de. Introduo a avaliaode impactos ambientais: finalidades e procedimentos.UFMS/CEUC e Embrapa/CPA-Pantanal, 1997. 30 p.(mimeo).RODRIGUES, Joo Roberto. Roteiro para apresentaode Estudo de Impacto Ambiental - EIA e Relatrio deImpacto Ambiental RIMA. In: VERDUM, Roberto;MEDEIROS, Rosa Maria Vieira. RIMA, Relatrio deImpacto Ambiental: legislao, elaborao e resultados.3. ed. ampl. Porto Alegre, Universidade/UFRGS, 1995p. 44-60.ROHDE, Geraldo Mrio. Estudos de impacto ambiental:a situao brasileira. In: VERDUM, Roberto; MEDEIROS,Rosa Maria Vieira. RIMA, Relatrio de ImpactoAmbiental: legislao, elaborao e resultados. 3. ed.ampl. Porto Alegre, Universidade/UFRGS, 1995. p. 20-36.THRIVEL, Riki.; PARTIDRIO, Maria do Rosrio. ThePractice of Strategic Environmental Assessment.London, Earthscan, 1996.