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AVALIAÇÃO DO GRAU DE PARTICIPAÇÃO
E SATISFAÇÃO DOS CAFEICULTORES
NA ASSOCIAÇÃO DE PRODUTORES DE CAFÉ
DE GRANDES RIOS-PARANÁ
Edison José Trento1; Jorge Luis Favaro2; Nelson Menoli Sobrinho3; Pablo Luis Sanchez Rodrigues4; Gecsur Clovis de Bortoli5; Luiz Augusto Pfau6; Alessandra Pfan7; Cacilda Marcia
Farias Duarte Rios8.
1 Engenheiro Agrônomo da Unidade Estadual da EMATER-PR de Curitiba-PR 2 Médico Veterinário, MSc. Professor dos Cursos de Agronomia e Medicina Veterinária da UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste 3 Engenheiro Agrônomo da Unidade Municipal da EMATER-PR de Grandes Rios 4 Engenheiro Agrônomo da Unidade Regional da EMATER-PR de Ivaiporã-PR 5 Engenheiro Agrônomo da Unidade Central da EMATER-PR de Curitiba-PR 6 Médico Veterinário, MSc.da Unidade Central da EMATER-PR de Curitiba-PR 6 Engenheira Agrônoma Dra. Professora MSc. Professora dos Cursos de Agronomia da UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste 7 Estudante de Agronomia do penúltimo semestre e último semestre
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1- RESUMO
Com o objetivo de conhecer a situação, o perfil e a percepção dos produtores de café do
Município de Grande Rios-PR sobre a ACAFÈ - Associação dos Cafeicultores de
Grandes Rios, foi realizado um estudo nos meses de junho a dezembro de 2005, por
acadêmicos e professores do curso de Agronomia da Universidade Estadual do Centro
Oeste - UNICENTRO, em um sistema de intercâmbio e parceria entre a Universidade e
a EMATER–PR. Foram pesquisados 50 produtores, escolhidos aleatoriamente,
agrupados em quatro classes de público, distribuídos da seguinte forma: produtores
associados; produtores ex-associados; produtores não associados; diretores e ex-
diretores da associação. Os questionários foram aplicados durante um dia de campo
sobre “ Produção de café” organizado e realizado pela EMATER-PR . As análises dos
resultados e as recomendações foram realizadas pelo grupo de técnicos da EMATER-
PR e professores autores do trabalho. A pesquisa revelou que a cultura do café
representa a principal fonte de renda dos produtores, sendo responsável por 85% dos
rendimentos obtidos nas propriedades. Foi verificado que, entre as culturas comerciais,
o café é uma das que mais gera empregos. O estudo comprovou que “para haver
melhores resultados econômicos” é necessária a existência de uma conjugação entre
tecnologia e organização dos produtores na produção e comercialização. Também foi
constatado que a contribuição da assistência técnica prestada pela EMATER-PR foi
imprescindível para o processo, embora ainda haja um certo desnível no uso de
tecnologias, que precisa ser analisado e corrigido. Com base neste estudo pode-se
concluir sobre a importância que ACAFÉ tem para o município e para os cafeicultores
de Grandes Rios como fator de desenvolvimento rural sustentável. A pesquisa revela
que apenas 6% dos cafeicultores do município são associados, indicando a necessidade
de se realizar um trabalho para a revitalização da associação, pois, caso nada seja feito,
há o risco de uma estagnação da mesma. Como sugestão, recomenda-se a
implementação de uma série de ações que não devem ser trabalhadas isoladamente.
Entres as ações sugeridas, destacam-se: esclarecer sobre a cobrança de mensalidades e
taxas; criar mecanismos e espaços que proporcionem o ingresso de jovens e mulheres na
associação; possibilitar na associação a participação do pequeno produtor, que é mais
descapitalizado e que usa menos tecnologia; atrair produtores que se sentem excluídos
do processo; discutir com os associados sobre a renovação da diretoria, sugerindo que
alguns cargos sejam ocupados por mulheres e jovens; realizar um trabalho de discussão,
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divulgação e esclarecimento do estatuto e do regimento interno, junto ao quadro social;
Rediscutir os critérios utilizados para escalonar e priorizar o uso das máquinas e
equipamentos de forma participativa com os associados; promover, desenvolver e
ampliar a participação dos sócios nos processos de compra de insumos e de
comercialização, negociando prazos maiores para pagamento dos insumos; buscar
parcerias com outras entidades para aumentar os benefícios aos sócios em outras áreas,
tais como saúde, educação, lazer e documentação e criar e ampliar atividades nas áreas
sociais, ambientais, culturais, de esporte e lazer.
Palavras chaves : cafeicultura, associativismo, assistência técnica, Emater-Pr.
extensão rural.
2 CONTEXTUALIZAÇÃO
A organização dos cafeicultores em associações municipais tem sido uma
estratégia para superação dos entraves tecnológicos, comerciais e de representação
política dos cafeicultores. É diretriz de trabalho da EMATER-PR incentivar a formação
de associações de produtores.
O presente estudo de caso visa identificar os pontos críticos da Associação dos
Cafeicultores de Grandes Rios – ACAFÉ.
As associações têm a adesão de um pequeno percentual dos agricultores, ficando
a grande maioria com estratégias individuais de baixa eficiência, o que reduz a
capacidade de competição.
Este trabalho visa levantar variáveis e traçar estratégias eficazes que alavanquem
o processo de agregação de renda. que permita uma intervenção processual, diminuindo
a vulnerabilidade dos sistemas de produção, e que auxiliem os produtores na superação
dos entraves, através de uma participação mais consciente e determinante na vida de sua
organização.
O Paraná produziu na safra 2004-2005, conforme dados levantados pela
SEAB/DERAL (2004), 2,5 milhões de sacas beneficiadas. Emprega diretamente 75 mil
pessoas no campo, ultrapassando 200 mil postos de trabalho nos demais segmentos. De
toda a mão-de-obra utilizada no café, 64% é da própria família, as mulheres têm
participado com 20%. O café é cultivado em 210 municípios paranaenses.
Atualmente o Estado do Paraná, segundo dados da SEAB/DERAL (2004),
possui 15 mil produtores de café e uma área total de 122.400 hectares de café, sendo
62,7 mil ha de lavouras tradicionais, 8,3 mil ha de lavouras tradicionais com dobra e
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51,4 mil ha de lavouras adensadas. Das propriedades com café, 83% tem área inferior a
50 ha.
O Município de Grandes Rios, situado no vale do Ivaí, localiza-se a uma
distância de 380 quilômetros de Curitiba, possui 1.224 propriedades rurais e uma área
de 29.775 ha, sendo 4.330 ha de lavouras anuais, 3.255 ha de lavouras perenes e 18.000
ha de pastagens. O café tem grande importância na economia municipal e conta com
uma área de 3.220 ha na qual é cultivado por 820 produtores familiares de acordo com
realidade municipal da EMATER-PR (2004).
3 CONCEITUAÇÃO
3.1 Procedimentos metodológicos
O estudo foi realizado por 38 estudantes, quartanistas e quintanistas do curso de
Agronomia da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), com assessoria
e participação de dois professores da cadeira de Extensão, Sociologia e
Desenvolvimento Rural e da cadeira de Fitotecnia do Café. Foi ajustado um sistema de
intercâmbio entre a Universidade e a EMATER-PR, que participou com três
engenheiros agrônomos e um médico veterinário, das unidades municipal, regional e
estadual, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
3.2 Interpretação dos dados
A interpretação apoiou-se nas recomendações de TRIVIÑOS (1994), que aponta
três pontos fundamentais nesta tarefa: os resultados alcançados no estudo; a
fundamentação teórica; as experiências pessoais dos investigadores.
A fundamentação dos estudos baseou-se nos princípios teóricos da metodologia
de pesquisa qualitativa. que, de acordo com MINAYO (1994), se ocupa das ciências
sociais, com um nível de realidade que não pode ser só quantificado. Ou seja, ela
trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e
dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Esta
metodologia também permite ao pesquisador ampla liberdade teórico-metodológica para
realizar seu estudo.
Como modo de estudo foi realizado um “estudo de caso” pois esta forma
descrita por TRIVIÑOS (1994) permite analisar uma “unidade” profundamente em seus
mais diversos aspectos.
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A estratégia metodológica utilizada foi a seguinte:
- Breve levantamento da realidade socioeconômica e produtiva dos agricultores
sócios da associação;
- Levantamento da evolução histórica da Associação dos Cafeicultores de Grandes
Rios – ACAFÉ.
- Visão e percepção dos sócios, não sócios, ex-sócios e da diretoria atual, ex-diretores,
sobre a associação, levantando os pontos positivos e negativos da organização como
outros aspectos referentes à atuação da associação.
3.3 Seleção de público a ser pesquisado
A cafeicultura do município de Grandes Rios é explorada por 820 produtores.
Foram pesquisados 50 produtores, escolhidos aleatoriamente e agrupados em quatro
tipos de público abaixo descritos, convidados para um dia de campo com 4 (quatro)
baterias técnicas: colheita seletiva no pano, colheita total no pano, lavador e manejo do
café no terreiro e, para completar o número de pesquisados em cada grupo, a pesquisa
foi realizada em suas casas.
- 19 produtores associados-fundadores e associados recentes;
- 10 produtores ex-associados;
- 12 produtores não associados;
- 9 diretores e ex-diretores da associação.
3.4 Técnica de coleta de dados
Como facilitador da aplicação da metodologia de coleta de informações os
produtores foram convidados para um dia de campo sobre colheita do café, envolvendo
produtores de café associados, produtores não associados da ACAFÉ, ex-associados,
diretores e ex-diretores da associação.
Para conseguir o máximo possível de amplitude e profundidade, os dados foram
coletados a partir da combinação das seguintes técnicas: questionário estruturado;
entrevista oral semi-estruturada; e análise documental.
4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
4.1 Objetivo geral
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Levantar os valores, concepções e percepções dos agricultores em relação ao
papel da Associação como um instrumento de defesa dos interesses políticos, sociais e
econômicos.
4.2 Objetivos específicos
- Resgatar a evolução histórica da Associação dos Cafeicultores de Grandes Rios –
ACAFÉ;
- Levantar breve perfil sócioeconômico dos produtores de café ligados à associação;
- Pesquisar a percepção dos sócios ativos, da diretoria atual, dos ex-diretores, dos não
sócios e dos ex-sócios, identificando as variáveis que interferem no nível de
satisfação e participação dos agricultores na Associação dos Cafeicultores de
Grandes Rios – ACAFÉ.
- Levantar os valores, concepções e percepções dos agricultores em relação ao papel
da Associação como um instrumento de defesa dos interesses políticos, sociais,
econômicos e ambientais dos produtores de café.
Na medida em que os produtores chegavam para o dia de campo, eram
identificados e distribuídos nos quatro grupos. Foram colocadas no recinto quatro mesas
identificadas pelas cores de cada grupo pesquisado. Em cada local havia dois estudantes
que aplicavam o questionário previamente preparado.
Os produtores que não participaram do dia de campo, receberam a visita de dois
estudantes de carro em suas propriedades.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Evolução histórica da associação dos cafeicultores de Grandes Rios – ACAFÉ
A Associação dos Cafeicultores de Grandes Rios – ACAFÉ, foi criada com o
apoio da EMATER e Prefeitura Municipal, em 2 de agosto de 1995. O objetivo definido
em estatuto é defender os interesses dos cafeicultores associados, e organizar a compra
em comum de insumos e venda do café.
Iniciou com a participação de 53 produtores, em 1995. A primeira compra foi de
insumos na quantidade de 57 toneladas com diferença de 30% no preço. Em dezembro
do mesmo ano a associação realizou o 3º Encontro de Cafeicultores e 1º Encontro
Regional de Cafeicultores com a participação de 170 cafeicultores.
De 1996 a 1999 o número de sócios passou de 53 para 112. Em 1996, iniciou-se
uma campanha para melhoria da qualidade do café com 95% de adesão dos associados.
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Em 1997 foi produzida a maior safra da história de Grande Rios, (aqui falta texto)
lavoura produzindo 108 sacas de café por hectare. Foram realizados, também, a 1ª Festa
do Café com Leite, e o 4º Encontro Municipal de Cafeicultores, além de o Município ter
ter sido sede do 2º Encontro Regional de Cafeicultores, com mais de 350 produtores.
De 1996 a 2005, a Associação realizou compras de insumos em grupo de
2.161,2 toneladas, com economia média variando de 10% a 30% no período, em relação
ao mercado local, gerando uma economia total de 329,59 toneladas de produto, o que
equivale, a preços correntes no mercado (novembro/2005), a R$ 700,00/t x 329,59 t.
Uma economia de R$ 230.713,00. Foram realizadas vendas em grupo de café
beneficiado, série histórica de 1999 a 2004, de 30.330 sacas beneficiadas, agregando um
valor médio em relação ao mercado local de 15,21%. Agregando um valor total, a
preços de novembro/2005), o equivalente a 4.613 sacas beneficiadas que representam
um valor total em R$ 235,00 x 4.613 sc = 1.084.055. No período 1999 a 2004, foi
realizada pela ACAFÉ a aquisição de vários equipamentos para uso próprio. O
município foi incluído no PRONAF desenvolvimento. Foram elaborados diversos
projetos comunitários. Com o apoio financeiro do PRONAF e recursos dos associados
foi construído um armazém de 400 m2, adquiridos dois caminhões, dois tratores, uma
máquina de benefício de café, dois descascadores, dois medidores de umidade, quatro
esqueletadeiras para poda, três roçadeiras, um classificador de café, um sub-solador,
dois calcariadores, três pulverizadores, uma batedeira de feijão e construído um centro
de classificação física e degustação de café.
Atualmente a Associação conta com 52 sócios, entre os quais 45 estão em dia
com a mensalidade. De acordo com os cadastros, a idade média dos associados é de 52
anos, e há entre eles quatro mulheres associadas.
5.2 Perfil socioeconômico dos produtores de café
5.2.1 Idade e sexo
Entre os sócios fundadores pesquisados somente 1 (um) produtor tem idade
acima de 70 anos. Os demais têm idades entre 41 e 60 anos.
Na categoria de sócios não fundadores, existe uma melhor distribuição da faixa
etária sendo: 22,2% com idades entre 30 e 40 anos; 55,5% com idades entre 41 e 50
anos e 22,2% com idades entre 61 e 70 anos. É importante ressaltar que entre os sócios
entrevistados não há ninguém com idade abaixo de 30 anos.
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Entre os sócios diretores atuais e ex-diretores, a distribuição da faixa etária: está
assim distribuída: 30% na faixa etária entre 40 e 50 anos; 30% na faixa etária entre 51 a
60 anos e 40% na faixa etária acima de 60 anos. É importante salientar que 70% dos
sócios dirigentes tem idade superior a 50 anos. Os não sócios e ex-sócios se enquadram
nesta mesma faixa etária.
Entre os 26 sócios entrevistados apenas um foi do sexo feminino o que reflete o
baixíssimo número de mulheres sócias. De acordo com dados cadastrais da Associação,
há apenas quatro mulheres no universo de 52 sócios. Entre a diretoria nunca houve a
participação de uma mulher.
Esta constatação vem de encontro com os estudos de GRONDIN (2000) que
detecta a ausência das mulheres nas organizações representativas da agricultura
familiar, o autor recomenda uma análise mais profunda dos motivos da ausência das
mulheres como sócias e também para a criação de mecanismos que facilitem a inserção
das mulheres na associação.
Segundo dados da SEAB/DERAL (1994), 20% da mão-de-obra utilizada nas
atividades do café é feminina.
5.2.2 Situação da exploração de café nas propriedades
De acordo com o Quadro 1. A área média das propriedades dos entrevistados é
de 50,8 ha. A área média total das propriedades dos associados fundadores e não
fundadores é de 35,4 ha e a dos diretores e ex-diretores é de 87,3. A área dos que nunca
se associaram é de 26 há, e a dos ex-sócios é de 38,4 ha.
A área média das propriedades dos não sócios é menor em relação aos outros
grupos de entrevistados. De uma forma geral, a grande maioria das propriedades que
cultivam café em Grandes Rios são pequenas pois, de acordo com a Lei Agrária de
1988, todas as propriedades com menos de quatro módulos fiscais são enquadradas
como pequenas propriedades e, na região, isso equivale a 72 ha.
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Quadro 1 - Situação das propriedades e renda dos produtores de café
Categorias Área Média propriedades (ha)
Área da propriedade com café (ha)
Produtividade Sc/ha 40 (kg)
Saca Benef. ha (60kg)
Renda bruta propriedade (R$)
Sócios Fundadores 42,6 14,75 112,2 37,4 48.200
Sócios não Fundadores 28,6 6,7 130,2 43,4 41.875
Ex-diretores 85,5 12,0 154,5 51,5 54.600
Diretores Atuais 89,2 12,4 165,0 55,0 116.166
Ex-Sócios 28,6 14,2 131,1 43,7 26.700
Nunca se associaram 26,0 11,2 128,1 42,7 51.000
Total 50,8 11,8 136,8 45,6 56.415
Renda Bruta café
(R$)
% da renda
com café
Renda café
hectare
(R$)
Renda Bruta da
propriedade
Mês (R$)
Renda Bruta do
café por Mês
(R$) Sócios Fundadores 43.900 91% 2.976 4.016 3.660
Sócios não Fundadores 35.000 83% 1.223 3.489 2.916
Ex-diretores 44.600 81% 3.716 4.550 3.716
Atuais Diretores 83.633 72% 6.744 9.680 6.969
Ex-sócios 25.700 96% 1.809 2.225 2.141
Nunca se Associaram 46.918 92% 4.189 3.909 3.490
Total (Média) 46.625 85% 3.442 4.644 3.805
FONTE: Pesquisa de campo UNICENTRO (2005)/ EMATER-PR
A área média dos produtores entrevistados é de 11,8 ha de acordo com o Quadro
1. A maior área com café é dos sócios fundadores com 14,8 ha e a menor área é dos
sócios não fundadores com 6,7 ha.
O número médio de pessoas da família que trabalham na propriedade com café é
quatro. O número médio de pessoas contratadas temporariamente é cinco. Não houve
diferença significativa entre os entrevistados nas questões relativas às pessoas que
trabalham com café.
5.2.3 Produtividade, sacas beneficiadas por hectare
A média de café beneficiado por hectare dos entrevistados é de 45,6
sacas/benef./ha, (safra 2004). A maior média é dos diretores atuais com 55
sacas/benef./ha e a menor média é dos sócios fundadores com 37,4 sacas/benef./ha de
acordo com o Quadro 1.
O projeto café desenvolvido pela EMATER-PR, no município de Grandes Rios,
tem como estratégia metodológica: cursos; reuniões; excursões; palestras; visitas; dias
de campo; unidades demonstrativas; propriedades demonstrativas; campanha para
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melhoria da qualidade (colheita no pano, colheita seletiva, preparo do café no terreiro,
umidade e armazenamento); centro de classificação física e determinação do tipo e
bebida; manejo de pragas e doenças; nutrição; poda; comercialização; compra de
insumos em conjunto e aspectos sociais e ambientais.
5.2.4 Produção, sacas beneficiadas por propriedade ano
A média de produção anual de café por propriedade dos 28 sócios é de 825,6
sacas em coco de 40 quilos. A dos que nunca se associaram é de 554,3 sacas de café em
coco e a dos ex-sócios é de 497,2 sacas de café em coco. A média dos entrevistados é de
625 sacas de café coco por ha de acordo com o Quadro 1 e está dentro da média
estadual.
5.2.5 Renda bruta média das propriedades e renda com café
A renda média das propriedades dos entrevistados é de R$ 56.415,00 reais, a
categoria que apresentou maior renda foi as dos diretores atuais com R$ 116.166,00 e a
menor renda foi de R$ 26.700,00 dos ex-associados. A renda mensal média dos
entrevistados é de R$ 4.644,00, a maior renda mensal por propriedade foi dos diretores
atuais com R$ 9.680,00 e a menor foi da categoria dos ex-sócios com R$ 2.225,00, de
acordo com o Quadro 1. Isso tem relação direta com o uso das tecnologias
recomendadas.
A renda bruta média anual do café nas propriedades pesquisadas é de R$
46.625,00, o café é responsável, em média, por 85% da renda bruta das propriedades. A
maior renda por propriedade com café é dos diretores atuais com R$ 83.633,00 e a
menor renda é dos ex-sócios com RS 25.700,00 , diretores atuais com a maior renda por
ha R$ 6.744,00 e a menor renda dos sócios não fundadores com R$ 1.223,00
A renda mensal média bruta com café é de R$ 3.805,00 apontando, também, os
diretores atuais com a melhor renda mensal bruta com café que é de R$ 6.969,00. A
menor renda apontada é dos ex-sócios com RS 2.141,00/mês conforme o Quadro 1.
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5.2.6 Sistema de produção de café dos produtores entrevistados
De acordo com o Quadro 2, 60 % dos produtores entrevistados apresentaram
plantio de café adensado e 40 % deles utilizam o modelo tradicional. No modelo
tradicional os produtores possuem cultura intercalar (milho, arroz e feijão).
Quadro 2 - Sistema de plantio de café dos produtores de café de Grandes Rios
Categoria Tradicional Adensado
Sócios fundadores 43,7 56,3
Sócios não fundadores 30% 70%
Ex-diretores 58% 42%
Diretores atuais 16,0% 84%
Ex-sócios 60% 40%
Nunca se associaram 50% 50%
Total 42,0 58% FONTE: Pesquisa de campo UNICENTRO (2005)/EMATER-PR
A justificativa para esta evolução é que desde 1990, a EMATER-PR, vem
recomendando, através do Plano Integrado para Revitalização da Cafeicultura, a
implantação de um novo modelo tecnológico o “café adensado”, dentro de uma visão de
diversificação integrada, visando dar maior estabilidade econômica às pequenas
propriedades familiares, com o objetivo de aumentar a produção e a produtividade,
diminuir os custos e melhorar a qualidade e a comercialização.
5.2.7 Percepção de mudança no cultivo do café
Entre os produtores entrevistados, 80% disseram que houve mudanças no cultivo
do café; 10% disseram que não houve mudanças e 10% disseram que houve mudanças
mais ou menos.
“Mudanças percebidas pelos produtores foram: novas tecnologias, qualidade e
preços, modificação no sistema plantio, substituindo o café tradicional para o sistema
adensado”.
Entre 28 sócios (diretores e ex-diretores, sócios fundadores e não fundadores)
entrevistados não houve citação de que a organização tenha sido um fator de mudanças.
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5.2.8 Forma de comercialização
De acordo com o Quadro 3, 64 % dos entrevistados vendem o café em coco e
50,3% vendem café beneficiado. 100% dos entrevistados praticam os dois tipos de
venda, porém, com proporções diferenciadas. 83,3% dos diretores vendem seu café
beneficiado e a categoria que menos vende café beneficiado é a do ex-sócios com
apenas 20%.
Quadro 3 - Forma de comercialização
Categoria Café vendido Bruto Café Beneficiado Ambos
Sócios fundadores 90% 50% 100%
Sócios não
fundadores
66,6% 33,3% 100%
Ex-diretores 66,6% 66% 100%
Diretores atuais 33,3 83,3% 100%
Ex-sócios 80,0% 20% 100%
Nunca se associaram 50% 50% 100%
Total 64,0% 50,3 100% FONTE: Pesquisa de campo UNICENTRO (2005)/EMATER-PR
5.2.9 Canais de comercialização
Os locais onde os entrevistados fazem suas vendas foram (sem ordem de
importância): mercado local; bolsa de cereais e mercadorias via associação; cerealistas;
para quem paga melhor, Ceasa.
Para decidir na hora da comercialização são considerados os seguintes critérios:
melhor preço; comprador conhecido; exigência do mercado por melhor qualidade;
facilidade na comercialização (facilidade na entrega, troca por insumos, venda do café
em coco).
5.2.10 Influência da assistência técnica na cultura do café
Por não haver diferenciação neste item serão relatados os resultados de todas as
categorias em conjunto. A assistência técnica é prestada 100% pela EMATER-PR,
outros agentes de assistência apareceram em duas citações e são “vendedores de
insumos”.
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5.2.11 Conteúdo técnico percebido pelos produtores entrevistados
Foram identificadas na pesquisa as seguintes tecnologias, citadas pelos
entrevistados: auxílio na comercialização; qualidade do produto; adubação “certa”;
poda; diminuição dos custos; maior produtividade; colheita no pano; secagem do café;
beneficiamento e análise de solo.
5.2.12 Os pontos positivos da assistência técnica
Bom atendimento, competência, qualidade, reconhecimento técnico e é
prestativa.
5. 2.13 Os pontos negativos da assistência técnica
Necessidade de mais técnicos; necessidade de mais recursos financeiros;
necessidade de mais visitas. Os produtores sócios ressaltaram poucos pontos negativos,
o que indica que estão satisfeitos com a assistência técnica recebida.
5.2.14 O que poderia ser melhorado na assistência técnica
Mais técnicos; mais visitas; insumos mais baratos.
5. 2.15 Atividades técnicas das quais os produtores têm participado
Os produtores entrevistados responderam que têm participado das seguintes
atividades: cursos; palestras; dias de campo; reuniões e visitas. Os produtores
reconheceram em suas respostas, inclusive os não sócios e ex-sócios, que quem
oportuniza a participação e leva novos conhecimentos é a EMATER e a Associação.
5.2.16 Principais dificuldades na cultura do café
A pesquisa apontou em ordem de importância os seguintes itens: clima; mão-de-
obra; preços baixos; fertilidade; colheita; alto custo dos insumos; pragas e doenças;
comercialização; falta de máquinas para beneficiamento e melhoria das estradas.
5.2.17 Percepção dos cafeicultores quanto a renda e qualidade
- 70% responderam que a renda do café tem aumentado;
- 21% responderam que não tem aumentado a renda com café, por causa dos preços
baixos;
- 9% responderam que mantiveram a renda.
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- Os produtores que afirmaram que a renda do café aumentou, argumentaram os
seguintes pontos: melhoria na lavoura; plantio novo; melhoria dos tratos culturais;
aumento da produtividade e plantio adensado.
- Os produtores que responderam que não aumentou a renda do café, argumentaram
os seguintes pontos: preços baixos do café; custos de produção; falta de
investimentos e preços altos dos insumos.
- 89,2% responderam que melhorou a qualidade;
- 7,1% responderam que a qualidade se manteve em função de realizar uma boa
colheita e preparo do café;
- 3,7% responderam que não houve melhoria na qualidade.
Os produtores responderam que a melhoria da qualidade aumentou em função
dos seguintes fatos: assistência técnica; metodologia utilizada (reuniões, cursos, dias de
campo, palestras, colheita no pano e adubação) pois o mercado exige qualidade e a
associação tem proporcionado mecanismo para isso.
6 PERCEPÇÃO DOS ASSOCIADOS SOBRE A ASSOCIAÇÃO
6.1 Perfil dos sócios entrevistados
O total de associados da ACAFÉ é de 52 produtores. Dentre estes, 19 produtores
foram entrevistados, o que corresponde a 36,5% do total de associados.
- 58% dos entrevistados são associados há 10 anos;
- 21% dos entrevistados são associados entre 3 a 10 anos;
- 21% dos entrevistados são associados há menos de 3 anos.
O Município conta atualmente com 820 produtores de café, a Associação possui
hoje 52 sócios, o que corresponde a 6,3% dos produtores de café do município.
Observa-se que houve baixa adesão de novos sócios e pouca renovação.
6.2 Motivos que levaram os entrevistados a serem associados
Os motivos que levaram os entrevistados a serem sócios foram os seguintes: por
ser um grupo organizado; vantagem no uso de máquinas; vantagem com a
comercialização e assistência técnica; acesso à informação e compra de insumos.
6.3 Participação ativa na associação
Dos 19 entrevistados somente um produtor não participa da associação
ativamente e os motivos que o levaram a confiar na associação foram: porque confia na
15
EMATER e conhece a competência técnica; para ficar bem informado sobre a cultura
do café e compra de insumos mais baratos.
6.4 Percepção sobre a participação na associação
- Os sócios fundadores afirmaram que têm uma participação ativa e são mais
comprometidos;
- Os sócios mais novos acham que têm pouca participação. Cabe uma reflexão da
direção da associação sobre um melhor envolvimento e busca da participação dos
novos sócios, procurando superar estes pontos de estrangulamento, através de
reuniões mais freqüentes, excursões, maior envolvimento deles nas atividades e na
tomada de decisões colegiadas.
6.5 Percepção sobre benefícios que a associação tem trazido
De acordo com a opinião dos sócios, pela ordem, foram os seguintes os
benefícios: compra de insumos com 52,6% das opiniões; uso de equipamentos com
47%; melhor preço de venda com 42%; assistência técnica com 26% e beneficiamento
do café com 15,7%.
6.6 Percepção sobre as vantagens de ser associado
Entre os entrevistados, 57% afirmaram que é pela compra de insumos; 57,8%
responderam ser a comercialização (garantir, canais de comercialização e qualidade);
52% afirmaram que conseguem maior valor do café; 36,8% é pelo uso de equipamento
e 52% é pelo acesso à informação através da assistência técnica. Nenhum entrevistado
disse que há desvantagem em ser associado.
6.7 Percepção sobre as conquistas conseguidas através da associação
De acordo com a pesquisa os equipamentos adquiridos e usados pela associação
são apontados como um dos principais benefícios aos associados (pulverizador, trator,
caminhão, máquina agrícola e carreta). 73% dos entrevistados disse que as coisas
conseguidas foram máquinas e equipamentos, outra citação foi que divulgou o
município.
16
6.8 Percepção sobre a participação em reuniões da associação
Entre os sócios, 90% responderam que participam das reuniões. Quanto aos
principais assuntos tratados nas reuniões da associação: 47% responderam que é sobre a
organização da associação (funcionamento interno, orçamento, qualificação, mercado,
balancete, plano de expansão e situação econômica do café) e 53% disseram que são
assuntos técnicos (manejo de pragas, adubação, colheita, custo de produção, qualidade,
comercialização, poda, aplicação de veneno e controle de doenças).
Nenhum sócio falou sobre questões relacionadas à participação social ou
questões relacionadas à área social e de lazer.
Na visão dos produtores entrevistados quem coordena as reuniões da associação
em primeiro lugar é a EMATER e, em segundo lugar, o presidente. 100% dos
produtores entrevistados entende que existe um planejamento das reuniões com datas
pré-fixadas e isso caracteriza um ponto forte da associação.
6.9 Percepções dos sócios sobre a atual diretoria
Dos 19 produtores entrevistados, 11 afirmaram categoricamente que confiam na
diretoria da associação, pois são honestos, sinceros e confiáveis (57%); quatro
produtores entrevistados responderam que a diretoria é competente (21%) e quatro
produtores entrevistados responderam que são amigos há muitos anos (21%).
Na opinião de 100% dos produtores entrevistados a atual diretoria é aberta, e
consulta os associados antes de tomar as decisões. Um dos entrevistados disse que os
associados que moram mais distante da sede têm dificuldade em serem consultados.
Estas respostas levam à conclusão de que um ponto forte e fundamental é a confiança na
diretoria. Alguns sugerem que sejam feitas reuniões nas comunidades mais distantes da
sede para que os associados que lá moram posam ser ouvidos.
Entre os sócios, 63% disseram que a associação possui um planejamento de
suas ações e 37% disseram que não conhecem o planejamento. Observa-se que os
associados mais antigos dizem não conhecer o planejamento, enquanto os associados
mais novos, em sua maioria, disseram que existe o planejamento e o conhecem.
6.10 Percepção dos associados sobre o porquê de muitos produtores não quererem
entrar na associação
Os associados apontaram os motivos porque muitos produtores não querem
entrar de sócios: mensalidade; desconfiança; individualismo; falta de informação sobre
17
a razão da existência da associação, suas vantagens e o que pode oferecer; por ser
pequeno produtor, não ter capital e produzir pouco, precisa vender logo sua produção; e
falta de disponibilidade de máquinas e equipamentos para atender todo mundo.
6.11 Percepção dos sócios sobre os motivos que muitos deixaram a associação
Os pesquisados levantaram os seguintes motivos: não viam benefício (porque o
serviço que a associação presta de compra de insumos, comercialização e uso de
máquinas não lhes traz benefícios); questões políticas; desconfiança; mensalidade e falta
de informação.
A maioria dos associados entrevistados (89,4%) não pensam em sair da
associação, apenas dois manifestaram interesse em sair.
6.12 Percepção sobre o conhecimento de direitos e deveres como associados
Sobre os direitos que os agricultores têm em ser associados as respostas foram as
seguintes: 42% disseram que é pelo uso das máquinas; 21% não se lembraram dos seus
direitos; 15,7% disseram que é pelo direito de receber informações; 21,7% disseram que
é pelo projeto de custeio, por participar da diretoria e pedir melhorias; e 100% disseram
que é por votar e ser votado.
As respostas sobre os deveres que os agricultores têm como associados foram as
seguintes: zelar pelas máquinas; pagar a mensalidade; pagar pelos serviços das
máquinas; comparecer às reuniões e assembléias e alguns disseram que não lembram.
6.13 Percepção sobre as ações que a associação tem desenvolvido para melhorar o
lado econômico do associado
As respostas foram as seguintes: diminuiu os custo dos insumos; melhorou a
comercialização; assistência técnica. Observa-se pelas respostas dos associados neste
item que a associação está cumprindo com os objetivos para os quais foi criada.
6.14 Percepção que os produtores têm da atuação necessária para se
desenvolverem e para melhorar a questão ambiental/de lazer/cultural/social
Entre os sócios entrevistados, 79% perceberam que a associação desenvolve
ações ambientais tais como: coleta das embalagens; preservação de matas ciliares;
discussão sobre a reserva legal; orientações para evitar o uso de agroquímicos; controle
da erosão; proteção de mananciais; e reflorestamento de espécies nativas. 21% dos
18
sócios entrevistados desconhecem as ações desenvolvidas pela associação na área
ambiental.
Dos 19 entrevistados, 100% não visualizam ações por parte da associação nestas
áreas (ambiental, de lazer, cultural e social. Registro de alguns associados mais antigos
dá conta de que existe festinha ou churrasco após as reuniões.
6.15 Percepção dos sócios sobre os objetivos e funcionamento da associação
Entre os pesquisados nesta categoria, 31% desconhecem totalmente os objetivos
da associação. O restante dos associados apresentam um certo desconhecimento, com
algumas respostas confusas. Quanto ao conhecimento do tempo de mandato da diretoria
atual, os associados demonstraram desconhecimento respondendo que vai de oito meses
a 12 anos. Todos afirmaram que conhecem os diretores atuais da associação. E quanto
ao processo de eleição da diretoria os associados acham que é sério; que é divulgado; e
é transparente o processo de eleição.
Entre os associados, 84% demonstraram ter confiança na atual diretoria. E na
opinião dos entrevistados, 100% disseram que os diretores representam bem os
interesses dos associados e têm confiança na diretoria.
Com relação ao capital da associação e sua manutenção 58% dos entrevistados
(11) desconhecem o capital da associação; 42% dos entrevistados (8) disseram conhecer
o capital da associação.
6.16 Percepção sobre outras atividades que a associação poderia desenvolver
As respostas sobre outras atividades que associação poderia desenvolver junto
ao município e ao quadro social foram: campanhas de conscientização para aumentar o
número de sócios; procurar adquirir mais máquinas de beneficiamento e classificação;
industrializar o café; criar linhas de crédito para custeio e investimento; e incentivar a
diversificação de culturas.
Comentário: Conferir numeração dos itens
19
6.17 Percepção sobre a contribuição da associação para o desenvolvimento do
município
Todos os entrevistados (100%) entendem que a associação é instrumento de
desenvolvimento do município através de: maior renda para os produtores de café;
favorecimento do comércio local de café; maior geração de mão-de-obra; melhoria da
renda familiar; maior circulação de dinheiro na cidade, representação de referência em
tecnologia; melhoria da arrecadação de ICMS para o município; nivelamento dos preços
entre os concorrentes do café; valorização do produto do município; e promoção de
marketing do município.
7) PERCEPÇÃO DOS PRODUTORES QUE NUNCA SE ASSOCIARAM À
ACAFÉ SOBRE A SSOCIAÇÃO
7.1 Percepção dos não sócios sobre a realidade da associação
Dos 12 entrevistados, 100% disseram que conhecem que existe a associação no
município e, destes, 91,6% sabe do trabalho que ela executa. Dos pesquisados nesta
categoria, (36%) citaram que o objetivo da associação é a comercialização, o
beneficiamento e insumos mais baratos.
Destes produtores pesquisados, 75,3% disseram que a associação é boa e
importante.
Parte dos produtores pesquisados, 16,7% afirmaram que a associação seleciona
o público e não leva em consideração os pequenos.
Foi constatado que 91,7% dos pesquisados tem consciência que a associação
contribuí para o desenvolvimento do município.
7.2 Percepção sobre o interesse de ingresso na associação
Dos pesquisados, 66,7% afirmaram que já foram convidados para participar
como associado, destes, 25% afirmaram que ainda não se associaram pelas seguintes
razões: não tem como pagar a mensalidade; vai esperar mais um tempo para se associar;
e 12,5% afirmaram que não se associaram porque têm parentes associados. Esta última
afirmação remete para uma análise da diretoria: se não existirão outros produtores nas
mesmas condições, e que se beneficiam das ações prestadas pela associação através de
parentes associados.
A pesquisa indicou que neste grupo 75% dos pesquisados já se interessou em
saber como funciona a associação, sendo este um indicativo de interesse que a
Comentário: Não seria o caso de dizer aqui o número de produtores entrevistados? Do contrário, quem lê pensa: 100% de quanto?
20
associação desperta neste grupo de produtores. Afirmam que foram buscar informações
com vizinhos e diretores.
Entre as respostas dos 12 produtores pesquisados, 75% afirmaram que confiam
na diretoria; 16,7% confiam mais ou menos; 8,3% confiam no presidente; e o restante
dos membros da diretoria não conhece.
Sobre as dificuldade e limites que eles vêem em se associarem questões
levantadas são as seguintes: 83% dos pesquisados acham que para se associar há
necessidade de pagar mensalidade dos 10 anos atrasados; 8,3% dos pesquisados
disseram que os dirigentes precisam ouvir os pequenos e perguntar o que eles acham,
quais as mudanças que é preciso fazer na associação; 8,3% acham que é necessário mais
confiabilidade na diretoria e diminuir as questões políticas; 8,3% sugere maior
diversificação das atividades da associação.
Dentro desta amostra pesquisada, 58,3% estão dispostos a participar como
sócios. A porcentagem de produtores que, se convidados, não entraria como sócio é de
16,7% e estes não têm sugestões, nem opiniões e não sabem o que a associação deveria
fazer para que eles entrassem de sócios.
A porcentagem de entrevistados que não quis responder a esta questão é de 25%.
7.3 Percepção sobre objetivos e benefícios que a associação traz para os produtores
sócios
Dentre os pesquisados, foi identificado que 66,7% conhecem os objetivos da
associação e 33,3% não conhecem. Estes indicadores remetem à diretoria para que se
preocupe em realizar ações de esclarecimento sobre o papel da associação e seus
objetivos, sobre os direitos dos associados, sobre seus deveres e sobre a prestação de
serviços em relação a este público.
A percepção sobre os serviços que associação presta aos associados são: em
primeiro lugar é o serviço de mecanização (trator, caminhão, máquina esqueletadora,
máquina de beneficiar café e máquina batedeira de feijão); a segunda atividade mais
relevante, diz respeito à melhor valorização do produto, maior renda, venda sem
intermediário e melhor preço; a terceira questão mais levantada diz respeito ao custo de
insumos e compra de insumos mais baratos.
Os pesquisados demonstram um bom nível de conhecimento sobre o
funcionamento da associação.
21
Embora seja um pequeno percentual que não vê a associação com bons olhos, a
diretoria deve procurar ser transparente em suas ações, divulgar mais as atividades da
entidade, tanto no meio urbano como no meio rural, e buscar mais a participação dos
produtores que ainda não são sócios.
7.4 Percepção sobre o comando da associação
Quanto ao comando da associação, a percepção dos pesquisados é a seguinte:
- 58,3% acham que quem comanda são os associados;
- 25% acham que quem comanda é a diretoria sem consultar os associados;
- 8,3% acham que quem comanda é o técnico da EMATER (Nelson);
- 8,3% acham que quem comanda é algum grupo forte (com dinheiro).
7.5 Percepção dos não sócios sobre pontos positivos e negativos da associação
Os entrevistados citaram como pontos positivos: 58,3% a comercialização,
melhores preços e uso dos equipamentos; 41,7% os insumos, implementos e assistência
técnica; 25% o beneficiamento do café e “qualidade”; 16,7% a união; e 8,3% os
armazéns.
Como pontos negativos os não sócios citaram: 33,3% o mau atendimento aos
não sócios e que a associação é fechada a novos sócios; 33,3% não têm pontos
negativos; 16,7% a mensalidade; e 8,3% as máquinas, o descontentamento de alguns, o
pouco capital pessoal e os poucos funcionários.
7.6. Percepção das atividades realizadas pela associação para melhorar a situação
econômica dos associados
Dos entrevistados, (50%) citaram a comercialização do café; 25% citaram a
assistência técnica; 16,7% citaram a tecnologia e os insumos; e 8,3% citaram o
PRONAF.
7.7. Percepção dos não sócios sobre a ação da associação nas áreas ambiental,
social e de lazer
A grande maioria dos pesquisados, 58%, não percebem qualquer atividade nas
áreas acima. As ações mais percebidas são o recolhimento de embalagens (18%);
palestras, fiscalização, monitoramento e preservação da água (9,1%); 8,3% dos
entrevistados apontaram as seguintes atividades na área social e de lazer: churrasco após
Comentário: Verificar numeração dos itens
22
a reunião; festa do café com leite. A festa do café com leite, realizada 8 anos atrás, foi
lembrada, o que indica a necessidade da diretoria repensar esta estratégia de realizar
mais ações nas áreas do lazer e social.
7.8 Percepções sobre as ações/sugestões que a associação pode fazer para melhorar
a vida dos associados nos aspectos econômicos, sociais e ambientais
As sugestões dadas pelos entrevistados são as seguintes: construção de viveiros
para produção de mudas; plantar matas ciliares; viabilizar mais recursos; buscar novos
sócios; incentivar a preservação ambiental; dar informações aos agricultores; trocar a
diretoria (pessoas com idéias novas) mais abertas a ouvir as iniciativas dos associados;
promover maior conscientização da comunidade; elaborar cartilha sobre saúde e
aposentadoria; realizar reuniões para levar conhecimento ao produtor sobre problemas
ambientais; fazer mais investimentos; melhorar a ajuda e trazer mais informações ao
pessoal.
7.9. Percepções sobre a contribuição da associação para o município
Entre os entrevistados, 91,7% responderam "sim" ao questionamento se a
associação tem contribuído para o desenvolvimento do município; e 8,3% responderam
"não".
8 PERCEPÇÃO DOS EX-SÓCIOS SOBRE A ASSOCIAÇÃO
8.1 Percepções e motivos dos ex-sócios para terem saído da associação
O tempo que os 11 entrevistados ficaram como sócios foi, em média, de 6 anos.
O ano de 2003 registrou a maior saída (quatro sócios), seguido de 2001 com 3 sócios
que pediram demissão.
De acordo com as respostas dos ex-associados as razões apontadas para saírem
da associação foram as seguintes:
- Porque não houve cumprimento do prometido quanto ao preço de venda e quanto ao
uso de maquinários, 20% dos entrevistados;
- Os pequenos cafeicultores pagam o mesmo valor de anuidade que os grandes
associados, 20% dos entrevistados;
- A associação só favorece o grupo de “sempre" de “cabeças ou ligados a ela”, 20%
dos entrevistados;
- Por terem sido lesados pela diretoria antiga, 10% dos entrevistados;
23
- O estatuto vigente na época estabelecia a cobrança de percentagem da colheita não
vendida guardada em armazéns particulares com o que não concordavam, 10% dos
entrevistados;
- Não operavam com a associação, mas tinham de pagar as mensalidades, 20% dos
entrevistados.
É interessante ressaltar que 50% dos sócios que saíram não confiavam na
diretoria da época.
Entre os entrevistados, 70% responderam que não tiveram prejuízos por serem
sócios da associação; 20% disseram que levaram prejuízos na compra de adubos e 10%
em dinheiro.
8.2 Percepção dos ex-sócios quanto à situação atual da associação
Dos entrevistados, 50% acham que a situação atual da associação é boa ou muito
boa; 20% acham que só a diretoria e os grandes associados é que têm vez; 10% afirmam
que o estatuto não está correto; 10 % afirmam que os implementos da associação não
chegam aos pequenos; e 10% afirmam que "para vender tem que pagar e para comprar
tem que pagar”. Dos entrevistados, 40% confiam na atual diretoria e 20% ainda têm
dúvidas. Dos produtores entrevistados, 70% afirmam conversar sobre a associação com
os sócios e 30% não conversam. Esses entrevistados, ao serem indagados se
recomendariam a seus vizinhos que se tornassem sócios da associação, 70% respondeu
que sim; 20% respondeu que não e 10% nada respondeu.
8.3 Percepção dos ex-sócios quanto a voltarem a ser sócios
Ao serem perguntados se voltariam a ser sócios os entrevistados colocaram as
seguintes condições: 40% disseram que todos devem ter direitos iguais, deve haver
honestidade da diretoria e dos assessores; 20% disseram que todos os equipamentos
devem estar à disposição de todos os sócios; 20% disseram que a mensalidade deve ser
proporcional à área; e 20% dos entrevistados afirmaram que não querem voltar a ser
sócios.
24
8.4 Percepção das ações da associação para melhoria da área econômica, social e
ambiental da sociedade
Sobre o ponto de vista econômico da Associação, 40% dos entrevistados
responderam que não sabem ou não quiseram responder; 20% disseram que o uso de
maquinários é feito com ressalvas porque não é para todos; 20% disseram que
conseguiram insumos mais baratos; e 20% tiveram vantagens na comercialização e no
financiamento.
Sobre o ponto de vista ambiental, 90 % disseram que não sabem de qualquer
ação que a associação tenha realizado. Quanto às ações sociais e culturais, 10%
disseram não ter ocorrido ações nesta área. Foi citado por 10% dos entrevistados que a
associação realiza palestras de conscientização sobre o meio ambiente.
Quanto às ações de lazer ou de cunho cultural, 80% disseram que desconhecem
qualquer ação que a associação tenha realizado. Quanto às ações sociais e culturais,
10% relataram que nada tem sido feito; 10% responderam que alguma coisa na área
social foi feito como reformas de casas com financiamento do PRONAF.
8.5 Percepção sobre os processos de decisão dentro da associação
Dos entrevistados, 60% responderam que quem decide os rumos da associação
são os técnicos da EMATER; 20% disseram que são os associados; 10% respondeu que
é a diretoria “mas deveria ser os associados”; e 10% não sabe.
8.6 Percepção dos pontos negativos e pontos positivos da associação
Quanto aos pontos positivos da associação, 70% apontou a comercialização
como ponto forte; 20% indicou as palestras e materiais técnicos distribuídos; e 10%
disse que foram os projetos e a honestidade da atual diretoria.
Quanto aos pontos negativos, 40 % não respondeu ou preferiu não falar; 40%
apontou a desigualdade no tratamento dos sócios, como prioridade à diretoria e aos
“grandes”; 10% falou do atraso na chegada do adubo e da falta de implementos; e 10%
apontou mensalidades caras.
25
8.7 Percepção dos ex-associados sobre a contribuição para o desenvolvimento do
município
Quanto à pergunta se a Associação contribui para o desenvolvimento do
município, 80% afirmaram que sim; 10% afirmaram que não e 10% não sabe. Os que
afirmaram que sim apontaram os setores onde houve desenvolvimento: o transporte;
compra de lotes grandes; regulamentação de mercado local e aquisição de maquinário.
Os que dizem que não argumentaram que os sócios são poucos e a diretoria não usa
corretamente o dinheiro para benefício dos sócios.
9 PERCEPÇÃO DOS DIRETORES ATUAIS E EX-DIRETORES SOBRE A
ASSOCIAÇÃO
9.1 Tempo de mandato
Conforme o estatuto da associação o tempo de mandato da diretoria é de dois
anos.
Um dos diretores entrevistado está desde a fundação, ou seja, por seis gestões,
outro está na quarta gestão, depois vêm dois diretores com três gestões, um diretor com
duas gestões e um com uma gestão.
Sintetizando; 83% dos atuais diretores entrevistados está a mais de quatro anos
na diretoria da associação e 17% está a menos de quatro anos no mandato. Só foi
possível entrevistar três ex-diretores e, por não haver diferença nas respostas, tomou-se
a liberdade de computar as opiniões em um só bloco.
9.2 Percepção dos diretores e ex-diretores das ações que a associação tem
proporcionado aos sócios
Na opinião dos entrevistados em primeiro lugar aparece a comercialização com
garantia de preços sobre a venda; em segundo, aparece a assistência técnica através de
eventos; e, em terceiro, a compra de insumos.
9.3 Percepção sobre os Principais problemas e dificuldades que a associação tem
enfrentado
Dos entrevistados, 50% afirmam que o maior problema é a visão puramente
econômica dos associados (querem sempre receber um preço melhor), os outros 50%
alegam: falta de conscientização sobre o associativismo; dificuldade de escalonar os
serviços prestados; e despreparo dos dirigentes no gerenciamento da associação.
26
9.4 Percepção sobre o processo administrativo e gerencial da associação
Quanto ao planejamento e a agenda de trabalhos da diretoria os diretores
disseram o seguinte: 75%, que há um planejamento, porém, não é conhecido por todos
os sócios e que este planejamento muitas vezes fica restrito à diretoria ou à EMATER;
25%, que há um planejamento e é divulgado a todos. Quanto ao convite aos associados
para reuniões e assembléias são feitos por lideranças e convites individuais. A pauta das
reuniões é elaborada pela diretoria em conjunto com a EMATER.
9.5 Percepção dos diretores e ex-diretores sobre a saída de sócios
A maioria dos entrevistados respondeu que o motivo de saída dos sócios é por
causa da mensalidade; desconfiança; políticas partidárias; não conhecer o
associativismo; falta de divulgação dos serviços realizados pela associação; e
dificuldade de gerenciar os maquinários.
9.6 Percepção dos diretores e ex-diretores sobre o interesse de atrair novos sócios
Quanto ao interesse em aumentar o quadro de associados, 100% dos
entrevistados afirmam que há interesse e necessidade. Os principais motivos são: em
primeiro lugar o fortalecimento da associação e sua representatividade; em segundo
lugar o aumento do capital através das mensalidades.
Quanto ao trabalho para atrair novos sócios, 50% dos entrevistados
responderam que é através das metodologias grupais, tais como dias de campo e
reuniões; 25% afirmam que a participação é reflexo da atuação da associação; e 25%
afirmam que não há um trabalho efetivo para atrair novos sócios.
9.7 Percepção dos diretores e ex-diretores sobre o trabalho para melhorar a
associação
Segundo os entrevistados, o que precisa ser feito para melhorar a associação, em
ordem de prioridade, é o seguinte: aumentar o número de sócios; aumentar a divulgação
e o marketing; aumentar as parcerias com outras instituições incluindo as de lazer,
culturais e de assistência social; treinar sócios e diretores no gerenciamento da
propriedade e associação; criar um plano para exportação do café; melhorar a estrutura
de torrefação e maquinários; articular na formação de núcleos comunitários da
associação e investir no filho e na mulher do associado.
27
10 CONCLUSÕES, RECOMENDAÇÕES E APLICABILIDADE
Com base nas informações colhidas junto aos cafeicultores, pode-se ressaltar a
importância que ACAFÉ – Associação de Cafeicultores de Grandes Rios – tem para o
município e para os cafeicultores de Grandes Rios como fator de desenvolvimento rural
sustentável, pois contribui com o aumento da renda dos produtores, e também para o
com desenvolvimento social e ambiental.
A pesquisa revela a necessidade de realizar um trabalho para revitalizar a
associação, pois caso não nada seja feito, há o risco de uma estagnação da mesma.
Como sugestão e com base nos depoimentos dos entrevistados, recomenda-se
uma série de questões que podem ser trabalhadas pela diretoria e pela assistência
técnica. As questões não estão necessariamente em ordem de prioridade e nem devem
ser trabalhadas isoladamente.
1) Esclarecimento sobre a cobrança de mensalidades e taxas, pois há muitas dúvidas e
confusões sobre a mensalidade e as taxas que são cobradas dos sócios. Esta situação
foi detectada por todas as categorias de entrevistados e devem ser tomadas
providências urgentes para que haja esclarecimento ou, talvez, até para rever ou
criar novos critérios de cobrança.
2) Estudar a inclusão de outras atividades na associação, além das estabelecidas no
estatuto atual.
3) Criar mecanismos e espaços para o ingresso de jovens e mulheres na associação,
pois é preciso renovar o quadro social.
4) Redistribuir o papel da diretoria e da assistência técnica da EMATER. Os técnicos
devem exercer papel de assessoria e consultoria sem poder de decisão.
5) Criar mecanismos que possibilitem ao “pequeno produtor”, que é mais
descapitalizado e usa menos a tecnologia, participar da associação, atraindo com
isso muitos produtores que se sentem excluídos do processo.
6) Discutir com os associados a renovação da diretoria, sugere-se, também, um
esforço para que alguns cargos sejam ocupados por mulheres e jovens.
7) Divulgar mais as ações e atividades da associação, através de um plano de
comunicação com os associados e não associados, bem como para autoridades e
lideranças, utilizando boletins informativos, cartas circulares e outros meios de
comunicação, que podem contribuir para ampliar o quadro social e evitar saída de
sócios.
28
8) Realizar um trabalho de discussão, divulgação e esclarecimento sobre o estatuto e o
regimento interno da associação junto ao quadro social, pois há muitos sócios que
não conhecem seus direitos e deveres, causando uma série de equívocos.
9) Rediscutir os critérios utilizados para escalonar e priorizar o uso de máquinas e
equipamentos, formatando o uso de modo mais democrático e participativo,
evitando desconfianças e também criando acesso a outros sócios.
10) Promover ações e metodologias tais como encontros, seminários e outras formas,
envolvendo mulheres e jovens em atividades técnicas, sociais e ambientais.
11) A Associação deverá criar e ampliar atividades nas questões sociais, ambientais,
culturais, de esporte e lazer, e trabalhar seu quadro social, delegando aos jovens e
senhoras parte destas ações.
12) Elaborar um plano de ação anual e que seja discutido em reuniões ou assembléias.
Fazer um calendário de reuniões, com ampla divulgação, e que haja uma
descentralização das reuniões e das atividades programadas, favorecendo os sócios
mais distantes da sede.
13) Buscar parcerias com outras entidades para ampliar os benefícios aos sócios em
outras áreas, tais como saúde, educação, lazer, documentação e outras.
14) Estudar a possibilidade da compra ou aluguel de máquinas e equipamentos para
ampliar os serviços aos sócios, principalmente o beneficiamento do café.
15) Prover e ampliar a aplicação de recursos financeiros através do PRONAF e outras
fontes para compra de insumos e comercialização, ou até mesmo a criação de
cooperativas de crédito solidário para ofertar recursos financeiros com juros mais
baixos.
16) A diretoria deve analisar a quantidade de produtores que são parentes de associados
e que usufruem da associação sem serem associados.
17) Montar um plano de ação para ampliar o número de sócios, atingindo 30% dos
produtores de café do município.
18) Revisar a metodologia de treinamentos de dirigentes e associados para ampliar o
espírito associativo e dinamizar a gestão da associação nos aspectos sociais e
administrativos.
19) Estudar a implantação do pregão eletrônico para compra de insumos e
equipamentos.
20) Negociar com o governo federal a inclusão digital dos cafeicultores.
29
21) Promover, desenvolver e ampliar a participação dos sócios nos processos de
compras de insumos e comercialização, negociando prazos maiores para o
pagamento dos insumos.
22) Reforçar os trabalhos de associativismo junto aos sócios e não-sócios.
23) Estudar uma forma de propiciar aos sócios insumos mais baratos e alternativos,
com ênfase às práticas agroecológicas e orgânicas.
24) Preparar os produtores para a certificação de origem e qualidade do café.
25) Estudar novos mercados para o café, dando ênfase à exportação.
26) Estudar mecanismos para implantar um programa de gestão de propriedades.
27) Estudar o desnível no uso de tecnologia e produtividade, e trazer propostas
tecnológicas diferenciadas para cada estrato.
28) Estudar formas de convívio entre diferentes correntes políticas partidárias no
interior da associação, evitando com isso o afastamento de sócios.
29) Realizar e implementar, de forma participativa e que envolva diretoria, técnicos e
associados, um planejamento para o uso do centro de degustação e classificação do
café para a melhoria da qualidade e comercialização do café.
Agradecimentos
Este estudo de caso teve a participação de um grande número de pessoas e
instituições. Agradecimento especial:
- Produtores participantes da pesquisa.
- Prefeitura Municipal de Grandes Rios.
- Ministério do Desenvolvimento Agrário – (MDA).
- Diretoria da Associação dos Produtores de Café de Grandes Rios – ACAFÉ.
- Cilésio Abel Demoner – Extensionista da Unidade Regional da EMATER de
Cornélio Procópio.
- Maria Nicelma S. da Fonseca – Auxiliar Administrativa da EMATER de Grandes
Rios.
- Roque Pires da Fonseca – Extensionista Muncipal da EMATER de Grandes Rios.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DALBERTO, F.; ANDROCIOLI FILHO, A. Modelo adensado e estratégia de
qualidade. Londrina: IAPAR, 2001. (Apostila digitada).
DERAL/SEAB (2004 e 2005) – Levantamento previsão de safras, realizados pelos
técnicos do Departamento de Economia Rural, dos núcleos juntos aos vários
seguimentos da cadeira produtiva café. (Cooperativas, Industrias, Comércio e
Assistência técnica). Disponível em: Departamento de Economia Rural da Secretaria da
Agricultura do Paraná.
EMATER PARANÁ. Realidade municipal e relatório de atividades de 2001, 2002,
2003, 2004. Curitiba, 2004.
MYNAYO, Maria Cecília de Souza (org.); DESLANDES, Suely Ferreira; CRUZ,
Otavio Neto; GOMES, Romeu. Pesquisa social: teoria, método, criatividade.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. 80 p.
TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa
qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1994. 175 p.