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AVALIAÇÃO DO GRAU DE PARTICIPAÇÃO E SATISFAÇÃO DOS CAFEICULTORES NA ASSOCIAÇÃO DE PRODUTORES DE CAFÉ DE GRANDES RIOS-PARANÁ Edison José Trento 1 ; Jorge Luis Favaro 2 ; Nelson Menoli Sobrinho 3 ; Pablo Luis Sanchez Rodrigues 4 ; Gecsur Clovis de Bortoli 5 ; Luiz Augusto Pfau 6 ; Alessandra Pfan 7 ; Cacilda Marcia Farias Duarte Rios 8 . 1 Engenheiro Agrônomo da Unidade Estadual da EMATER-PR de Curitiba-PR 2 Médico Veterinário, MSc. Professor dos Cursos de Agronomia e Medicina Veterinária da UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste 3 Engenheiro Agrônomo da Unidade Municipal da EMATER-PR de Grandes Rios 4 Engenheiro Agrônomo da Unidade Regional da EMATER-PR de Ivaiporã-PR 5 Engenheiro Agrônomo da Unidade Central da EMATER-PR de Curitiba-PR 6 Médico Veterinário, MSc.da Unidade Central da EMATER-PR de Curitiba-PR 6 Engenheira Agrônoma Dra. Professora MSc. Professora dos Cursos de Agronomia da UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste 7 Estudante de Agronomia do penúltimo semestre e último semestre

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AVALIAÇÃO DO GRAU DE PARTICIPAÇÃO

E SATISFAÇÃO DOS CAFEICULTORES

NA ASSOCIAÇÃO DE PRODUTORES DE CAFÉ

DE GRANDES RIOS-PARANÁ

Edison José Trento1; Jorge Luis Favaro2; Nelson Menoli Sobrinho3; Pablo Luis Sanchez Rodrigues4; Gecsur Clovis de Bortoli5; Luiz Augusto Pfau6; Alessandra Pfan7; Cacilda Marcia

Farias Duarte Rios8.

1 Engenheiro Agrônomo da Unidade Estadual da EMATER-PR de Curitiba-PR 2 Médico Veterinário, MSc. Professor dos Cursos de Agronomia e Medicina Veterinária da UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste 3 Engenheiro Agrônomo da Unidade Municipal da EMATER-PR de Grandes Rios 4 Engenheiro Agrônomo da Unidade Regional da EMATER-PR de Ivaiporã-PR 5 Engenheiro Agrônomo da Unidade Central da EMATER-PR de Curitiba-PR 6 Médico Veterinário, MSc.da Unidade Central da EMATER-PR de Curitiba-PR 6 Engenheira Agrônoma Dra. Professora MSc. Professora dos Cursos de Agronomia da UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste 7 Estudante de Agronomia do penúltimo semestre e último semestre

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1- RESUMO

Com o objetivo de conhecer a situação, o perfil e a percepção dos produtores de café do

Município de Grande Rios-PR sobre a ACAFÈ - Associação dos Cafeicultores de

Grandes Rios, foi realizado um estudo nos meses de junho a dezembro de 2005, por

acadêmicos e professores do curso de Agronomia da Universidade Estadual do Centro

Oeste - UNICENTRO, em um sistema de intercâmbio e parceria entre a Universidade e

a EMATER–PR. Foram pesquisados 50 produtores, escolhidos aleatoriamente,

agrupados em quatro classes de público, distribuídos da seguinte forma: produtores

associados; produtores ex-associados; produtores não associados; diretores e ex-

diretores da associação. Os questionários foram aplicados durante um dia de campo

sobre “ Produção de café” organizado e realizado pela EMATER-PR . As análises dos

resultados e as recomendações foram realizadas pelo grupo de técnicos da EMATER-

PR e professores autores do trabalho. A pesquisa revelou que a cultura do café

representa a principal fonte de renda dos produtores, sendo responsável por 85% dos

rendimentos obtidos nas propriedades. Foi verificado que, entre as culturas comerciais,

o café é uma das que mais gera empregos. O estudo comprovou que “para haver

melhores resultados econômicos” é necessária a existência de uma conjugação entre

tecnologia e organização dos produtores na produção e comercialização. Também foi

constatado que a contribuição da assistência técnica prestada pela EMATER-PR foi

imprescindível para o processo, embora ainda haja um certo desnível no uso de

tecnologias, que precisa ser analisado e corrigido. Com base neste estudo pode-se

concluir sobre a importância que ACAFÉ tem para o município e para os cafeicultores

de Grandes Rios como fator de desenvolvimento rural sustentável. A pesquisa revela

que apenas 6% dos cafeicultores do município são associados, indicando a necessidade

de se realizar um trabalho para a revitalização da associação, pois, caso nada seja feito,

há o risco de uma estagnação da mesma. Como sugestão, recomenda-se a

implementação de uma série de ações que não devem ser trabalhadas isoladamente.

Entres as ações sugeridas, destacam-se: esclarecer sobre a cobrança de mensalidades e

taxas; criar mecanismos e espaços que proporcionem o ingresso de jovens e mulheres na

associação; possibilitar na associação a participação do pequeno produtor, que é mais

descapitalizado e que usa menos tecnologia; atrair produtores que se sentem excluídos

do processo; discutir com os associados sobre a renovação da diretoria, sugerindo que

alguns cargos sejam ocupados por mulheres e jovens; realizar um trabalho de discussão,

3

divulgação e esclarecimento do estatuto e do regimento interno, junto ao quadro social;

Rediscutir os critérios utilizados para escalonar e priorizar o uso das máquinas e

equipamentos de forma participativa com os associados; promover, desenvolver e

ampliar a participação dos sócios nos processos de compra de insumos e de

comercialização, negociando prazos maiores para pagamento dos insumos; buscar

parcerias com outras entidades para aumentar os benefícios aos sócios em outras áreas,

tais como saúde, educação, lazer e documentação e criar e ampliar atividades nas áreas

sociais, ambientais, culturais, de esporte e lazer.

Palavras chaves : cafeicultura, associativismo, assistência técnica, Emater-Pr.

extensão rural.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO

A organização dos cafeicultores em associações municipais tem sido uma

estratégia para superação dos entraves tecnológicos, comerciais e de representação

política dos cafeicultores. É diretriz de trabalho da EMATER-PR incentivar a formação

de associações de produtores.

O presente estudo de caso visa identificar os pontos críticos da Associação dos

Cafeicultores de Grandes Rios – ACAFÉ.

As associações têm a adesão de um pequeno percentual dos agricultores, ficando

a grande maioria com estratégias individuais de baixa eficiência, o que reduz a

capacidade de competição.

Este trabalho visa levantar variáveis e traçar estratégias eficazes que alavanquem

o processo de agregação de renda. que permita uma intervenção processual, diminuindo

a vulnerabilidade dos sistemas de produção, e que auxiliem os produtores na superação

dos entraves, através de uma participação mais consciente e determinante na vida de sua

organização.

O Paraná produziu na safra 2004-2005, conforme dados levantados pela

SEAB/DERAL (2004), 2,5 milhões de sacas beneficiadas. Emprega diretamente 75 mil

pessoas no campo, ultrapassando 200 mil postos de trabalho nos demais segmentos. De

toda a mão-de-obra utilizada no café, 64% é da própria família, as mulheres têm

participado com 20%. O café é cultivado em 210 municípios paranaenses.

Atualmente o Estado do Paraná, segundo dados da SEAB/DERAL (2004),

possui 15 mil produtores de café e uma área total de 122.400 hectares de café, sendo

62,7 mil ha de lavouras tradicionais, 8,3 mil ha de lavouras tradicionais com dobra e

4

51,4 mil ha de lavouras adensadas. Das propriedades com café, 83% tem área inferior a

50 ha.

O Município de Grandes Rios, situado no vale do Ivaí, localiza-se a uma

distância de 380 quilômetros de Curitiba, possui 1.224 propriedades rurais e uma área

de 29.775 ha, sendo 4.330 ha de lavouras anuais, 3.255 ha de lavouras perenes e 18.000

ha de pastagens. O café tem grande importância na economia municipal e conta com

uma área de 3.220 ha na qual é cultivado por 820 produtores familiares de acordo com

realidade municipal da EMATER-PR (2004).

3 CONCEITUAÇÃO

3.1 Procedimentos metodológicos

O estudo foi realizado por 38 estudantes, quartanistas e quintanistas do curso de

Agronomia da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), com assessoria

e participação de dois professores da cadeira de Extensão, Sociologia e

Desenvolvimento Rural e da cadeira de Fitotecnia do Café. Foi ajustado um sistema de

intercâmbio entre a Universidade e a EMATER-PR, que participou com três

engenheiros agrônomos e um médico veterinário, das unidades municipal, regional e

estadual, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

3.2 Interpretação dos dados

A interpretação apoiou-se nas recomendações de TRIVIÑOS (1994), que aponta

três pontos fundamentais nesta tarefa: os resultados alcançados no estudo; a

fundamentação teórica; as experiências pessoais dos investigadores.

A fundamentação dos estudos baseou-se nos princípios teóricos da metodologia

de pesquisa qualitativa. que, de acordo com MINAYO (1994), se ocupa das ciências

sociais, com um nível de realidade que não pode ser só quantificado. Ou seja, ela

trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e

atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e

dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Esta

metodologia também permite ao pesquisador ampla liberdade teórico-metodológica para

realizar seu estudo.

Como modo de estudo foi realizado um “estudo de caso” pois esta forma

descrita por TRIVIÑOS (1994) permite analisar uma “unidade” profundamente em seus

mais diversos aspectos.

5

A estratégia metodológica utilizada foi a seguinte:

- Breve levantamento da realidade socioeconômica e produtiva dos agricultores

sócios da associação;

- Levantamento da evolução histórica da Associação dos Cafeicultores de Grandes

Rios – ACAFÉ.

- Visão e percepção dos sócios, não sócios, ex-sócios e da diretoria atual, ex-diretores,

sobre a associação, levantando os pontos positivos e negativos da organização como

outros aspectos referentes à atuação da associação.

3.3 Seleção de público a ser pesquisado

A cafeicultura do município de Grandes Rios é explorada por 820 produtores.

Foram pesquisados 50 produtores, escolhidos aleatoriamente e agrupados em quatro

tipos de público abaixo descritos, convidados para um dia de campo com 4 (quatro)

baterias técnicas: colheita seletiva no pano, colheita total no pano, lavador e manejo do

café no terreiro e, para completar o número de pesquisados em cada grupo, a pesquisa

foi realizada em suas casas.

- 19 produtores associados-fundadores e associados recentes;

- 10 produtores ex-associados;

- 12 produtores não associados;

- 9 diretores e ex-diretores da associação.

3.4 Técnica de coleta de dados

Como facilitador da aplicação da metodologia de coleta de informações os

produtores foram convidados para um dia de campo sobre colheita do café, envolvendo

produtores de café associados, produtores não associados da ACAFÉ, ex-associados,

diretores e ex-diretores da associação.

Para conseguir o máximo possível de amplitude e profundidade, os dados foram

coletados a partir da combinação das seguintes técnicas: questionário estruturado;

entrevista oral semi-estruturada; e análise documental.

4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

4.1 Objetivo geral

6

Levantar os valores, concepções e percepções dos agricultores em relação ao

papel da Associação como um instrumento de defesa dos interesses políticos, sociais e

econômicos.

4.2 Objetivos específicos

- Resgatar a evolução histórica da Associação dos Cafeicultores de Grandes Rios –

ACAFÉ;

- Levantar breve perfil sócioeconômico dos produtores de café ligados à associação;

- Pesquisar a percepção dos sócios ativos, da diretoria atual, dos ex-diretores, dos não

sócios e dos ex-sócios, identificando as variáveis que interferem no nível de

satisfação e participação dos agricultores na Associação dos Cafeicultores de

Grandes Rios – ACAFÉ.

- Levantar os valores, concepções e percepções dos agricultores em relação ao papel

da Associação como um instrumento de defesa dos interesses políticos, sociais,

econômicos e ambientais dos produtores de café.

Na medida em que os produtores chegavam para o dia de campo, eram

identificados e distribuídos nos quatro grupos. Foram colocadas no recinto quatro mesas

identificadas pelas cores de cada grupo pesquisado. Em cada local havia dois estudantes

que aplicavam o questionário previamente preparado.

Os produtores que não participaram do dia de campo, receberam a visita de dois

estudantes de carro em suas propriedades.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Evolução histórica da associação dos cafeicultores de Grandes Rios – ACAFÉ

A Associação dos Cafeicultores de Grandes Rios – ACAFÉ, foi criada com o

apoio da EMATER e Prefeitura Municipal, em 2 de agosto de 1995. O objetivo definido

em estatuto é defender os interesses dos cafeicultores associados, e organizar a compra

em comum de insumos e venda do café.

Iniciou com a participação de 53 produtores, em 1995. A primeira compra foi de

insumos na quantidade de 57 toneladas com diferença de 30% no preço. Em dezembro

do mesmo ano a associação realizou o 3º Encontro de Cafeicultores e 1º Encontro

Regional de Cafeicultores com a participação de 170 cafeicultores.

De 1996 a 1999 o número de sócios passou de 53 para 112. Em 1996, iniciou-se

uma campanha para melhoria da qualidade do café com 95% de adesão dos associados.

7

Em 1997 foi produzida a maior safra da história de Grande Rios, (aqui falta texto)

lavoura produzindo 108 sacas de café por hectare. Foram realizados, também, a 1ª Festa

do Café com Leite, e o 4º Encontro Municipal de Cafeicultores, além de o Município ter

ter sido sede do 2º Encontro Regional de Cafeicultores, com mais de 350 produtores.

De 1996 a 2005, a Associação realizou compras de insumos em grupo de

2.161,2 toneladas, com economia média variando de 10% a 30% no período, em relação

ao mercado local, gerando uma economia total de 329,59 toneladas de produto, o que

equivale, a preços correntes no mercado (novembro/2005), a R$ 700,00/t x 329,59 t.

Uma economia de R$ 230.713,00. Foram realizadas vendas em grupo de café

beneficiado, série histórica de 1999 a 2004, de 30.330 sacas beneficiadas, agregando um

valor médio em relação ao mercado local de 15,21%. Agregando um valor total, a

preços de novembro/2005), o equivalente a 4.613 sacas beneficiadas que representam

um valor total em R$ 235,00 x 4.613 sc = 1.084.055. No período 1999 a 2004, foi

realizada pela ACAFÉ a aquisição de vários equipamentos para uso próprio. O

município foi incluído no PRONAF desenvolvimento. Foram elaborados diversos

projetos comunitários. Com o apoio financeiro do PRONAF e recursos dos associados

foi construído um armazém de 400 m2, adquiridos dois caminhões, dois tratores, uma

máquina de benefício de café, dois descascadores, dois medidores de umidade, quatro

esqueletadeiras para poda, três roçadeiras, um classificador de café, um sub-solador,

dois calcariadores, três pulverizadores, uma batedeira de feijão e construído um centro

de classificação física e degustação de café.

Atualmente a Associação conta com 52 sócios, entre os quais 45 estão em dia

com a mensalidade. De acordo com os cadastros, a idade média dos associados é de 52

anos, e há entre eles quatro mulheres associadas.

5.2 Perfil socioeconômico dos produtores de café

5.2.1 Idade e sexo

Entre os sócios fundadores pesquisados somente 1 (um) produtor tem idade

acima de 70 anos. Os demais têm idades entre 41 e 60 anos.

Na categoria de sócios não fundadores, existe uma melhor distribuição da faixa

etária sendo: 22,2% com idades entre 30 e 40 anos; 55,5% com idades entre 41 e 50

anos e 22,2% com idades entre 61 e 70 anos. É importante ressaltar que entre os sócios

entrevistados não há ninguém com idade abaixo de 30 anos.

8

Entre os sócios diretores atuais e ex-diretores, a distribuição da faixa etária: está

assim distribuída: 30% na faixa etária entre 40 e 50 anos; 30% na faixa etária entre 51 a

60 anos e 40% na faixa etária acima de 60 anos. É importante salientar que 70% dos

sócios dirigentes tem idade superior a 50 anos. Os não sócios e ex-sócios se enquadram

nesta mesma faixa etária.

Entre os 26 sócios entrevistados apenas um foi do sexo feminino o que reflete o

baixíssimo número de mulheres sócias. De acordo com dados cadastrais da Associação,

há apenas quatro mulheres no universo de 52 sócios. Entre a diretoria nunca houve a

participação de uma mulher.

Esta constatação vem de encontro com os estudos de GRONDIN (2000) que

detecta a ausência das mulheres nas organizações representativas da agricultura

familiar, o autor recomenda uma análise mais profunda dos motivos da ausência das

mulheres como sócias e também para a criação de mecanismos que facilitem a inserção

das mulheres na associação.

Segundo dados da SEAB/DERAL (1994), 20% da mão-de-obra utilizada nas

atividades do café é feminina.

5.2.2 Situação da exploração de café nas propriedades

De acordo com o Quadro 1. A área média das propriedades dos entrevistados é

de 50,8 ha. A área média total das propriedades dos associados fundadores e não

fundadores é de 35,4 ha e a dos diretores e ex-diretores é de 87,3. A área dos que nunca

se associaram é de 26 há, e a dos ex-sócios é de 38,4 ha.

A área média das propriedades dos não sócios é menor em relação aos outros

grupos de entrevistados. De uma forma geral, a grande maioria das propriedades que

cultivam café em Grandes Rios são pequenas pois, de acordo com a Lei Agrária de

1988, todas as propriedades com menos de quatro módulos fiscais são enquadradas

como pequenas propriedades e, na região, isso equivale a 72 ha.

9

Quadro 1 - Situação das propriedades e renda dos produtores de café

Categorias Área Média propriedades (ha)

Área da propriedade com café (ha)

Produtividade Sc/ha 40 (kg)

Saca Benef. ha (60kg)

Renda bruta propriedade (R$)

Sócios Fundadores 42,6 14,75 112,2 37,4 48.200

Sócios não Fundadores 28,6 6,7 130,2 43,4 41.875

Ex-diretores 85,5 12,0 154,5 51,5 54.600

Diretores Atuais 89,2 12,4 165,0 55,0 116.166

Ex-Sócios 28,6 14,2 131,1 43,7 26.700

Nunca se associaram 26,0 11,2 128,1 42,7 51.000

Total 50,8 11,8 136,8 45,6 56.415

Renda Bruta café

(R$)

% da renda

com café

Renda café

hectare

(R$)

Renda Bruta da

propriedade

Mês (R$)

Renda Bruta do

café por Mês

(R$) Sócios Fundadores 43.900 91% 2.976 4.016 3.660

Sócios não Fundadores 35.000 83% 1.223 3.489 2.916

Ex-diretores 44.600 81% 3.716 4.550 3.716

Atuais Diretores 83.633 72% 6.744 9.680 6.969

Ex-sócios 25.700 96% 1.809 2.225 2.141

Nunca se Associaram 46.918 92% 4.189 3.909 3.490

Total (Média) 46.625 85% 3.442 4.644 3.805

FONTE: Pesquisa de campo UNICENTRO (2005)/ EMATER-PR

A área média dos produtores entrevistados é de 11,8 ha de acordo com o Quadro

1. A maior área com café é dos sócios fundadores com 14,8 ha e a menor área é dos

sócios não fundadores com 6,7 ha.

O número médio de pessoas da família que trabalham na propriedade com café é

quatro. O número médio de pessoas contratadas temporariamente é cinco. Não houve

diferença significativa entre os entrevistados nas questões relativas às pessoas que

trabalham com café.

5.2.3 Produtividade, sacas beneficiadas por hectare

A média de café beneficiado por hectare dos entrevistados é de 45,6

sacas/benef./ha, (safra 2004). A maior média é dos diretores atuais com 55

sacas/benef./ha e a menor média é dos sócios fundadores com 37,4 sacas/benef./ha de

acordo com o Quadro 1.

O projeto café desenvolvido pela EMATER-PR, no município de Grandes Rios,

tem como estratégia metodológica: cursos; reuniões; excursões; palestras; visitas; dias

de campo; unidades demonstrativas; propriedades demonstrativas; campanha para

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melhoria da qualidade (colheita no pano, colheita seletiva, preparo do café no terreiro,

umidade e armazenamento); centro de classificação física e determinação do tipo e

bebida; manejo de pragas e doenças; nutrição; poda; comercialização; compra de

insumos em conjunto e aspectos sociais e ambientais.

5.2.4 Produção, sacas beneficiadas por propriedade ano

A média de produção anual de café por propriedade dos 28 sócios é de 825,6

sacas em coco de 40 quilos. A dos que nunca se associaram é de 554,3 sacas de café em

coco e a dos ex-sócios é de 497,2 sacas de café em coco. A média dos entrevistados é de

625 sacas de café coco por ha de acordo com o Quadro 1 e está dentro da média

estadual.

5.2.5 Renda bruta média das propriedades e renda com café

A renda média das propriedades dos entrevistados é de R$ 56.415,00 reais, a

categoria que apresentou maior renda foi as dos diretores atuais com R$ 116.166,00 e a

menor renda foi de R$ 26.700,00 dos ex-associados. A renda mensal média dos

entrevistados é de R$ 4.644,00, a maior renda mensal por propriedade foi dos diretores

atuais com R$ 9.680,00 e a menor foi da categoria dos ex-sócios com R$ 2.225,00, de

acordo com o Quadro 1. Isso tem relação direta com o uso das tecnologias

recomendadas.

A renda bruta média anual do café nas propriedades pesquisadas é de R$

46.625,00, o café é responsável, em média, por 85% da renda bruta das propriedades. A

maior renda por propriedade com café é dos diretores atuais com R$ 83.633,00 e a

menor renda é dos ex-sócios com RS 25.700,00 , diretores atuais com a maior renda por

ha R$ 6.744,00 e a menor renda dos sócios não fundadores com R$ 1.223,00

A renda mensal média bruta com café é de R$ 3.805,00 apontando, também, os

diretores atuais com a melhor renda mensal bruta com café que é de R$ 6.969,00. A

menor renda apontada é dos ex-sócios com RS 2.141,00/mês conforme o Quadro 1.

11

5.2.6 Sistema de produção de café dos produtores entrevistados

De acordo com o Quadro 2, 60 % dos produtores entrevistados apresentaram

plantio de café adensado e 40 % deles utilizam o modelo tradicional. No modelo

tradicional os produtores possuem cultura intercalar (milho, arroz e feijão).

Quadro 2 - Sistema de plantio de café dos produtores de café de Grandes Rios

Categoria Tradicional Adensado

Sócios fundadores 43,7 56,3

Sócios não fundadores 30% 70%

Ex-diretores 58% 42%

Diretores atuais 16,0% 84%

Ex-sócios 60% 40%

Nunca se associaram 50% 50%

Total 42,0 58% FONTE: Pesquisa de campo UNICENTRO (2005)/EMATER-PR

A justificativa para esta evolução é que desde 1990, a EMATER-PR, vem

recomendando, através do Plano Integrado para Revitalização da Cafeicultura, a

implantação de um novo modelo tecnológico o “café adensado”, dentro de uma visão de

diversificação integrada, visando dar maior estabilidade econômica às pequenas

propriedades familiares, com o objetivo de aumentar a produção e a produtividade,

diminuir os custos e melhorar a qualidade e a comercialização.

5.2.7 Percepção de mudança no cultivo do café

Entre os produtores entrevistados, 80% disseram que houve mudanças no cultivo

do café; 10% disseram que não houve mudanças e 10% disseram que houve mudanças

mais ou menos.

“Mudanças percebidas pelos produtores foram: novas tecnologias, qualidade e

preços, modificação no sistema plantio, substituindo o café tradicional para o sistema

adensado”.

Entre 28 sócios (diretores e ex-diretores, sócios fundadores e não fundadores)

entrevistados não houve citação de que a organização tenha sido um fator de mudanças.

12

5.2.8 Forma de comercialização

De acordo com o Quadro 3, 64 % dos entrevistados vendem o café em coco e

50,3% vendem café beneficiado. 100% dos entrevistados praticam os dois tipos de

venda, porém, com proporções diferenciadas. 83,3% dos diretores vendem seu café

beneficiado e a categoria que menos vende café beneficiado é a do ex-sócios com

apenas 20%.

Quadro 3 - Forma de comercialização

Categoria Café vendido Bruto Café Beneficiado Ambos

Sócios fundadores 90% 50% 100%

Sócios não

fundadores

66,6% 33,3% 100%

Ex-diretores 66,6% 66% 100%

Diretores atuais 33,3 83,3% 100%

Ex-sócios 80,0% 20% 100%

Nunca se associaram 50% 50% 100%

Total 64,0% 50,3 100% FONTE: Pesquisa de campo UNICENTRO (2005)/EMATER-PR

5.2.9 Canais de comercialização

Os locais onde os entrevistados fazem suas vendas foram (sem ordem de

importância): mercado local; bolsa de cereais e mercadorias via associação; cerealistas;

para quem paga melhor, Ceasa.

Para decidir na hora da comercialização são considerados os seguintes critérios:

melhor preço; comprador conhecido; exigência do mercado por melhor qualidade;

facilidade na comercialização (facilidade na entrega, troca por insumos, venda do café

em coco).

5.2.10 Influência da assistência técnica na cultura do café

Por não haver diferenciação neste item serão relatados os resultados de todas as

categorias em conjunto. A assistência técnica é prestada 100% pela EMATER-PR,

outros agentes de assistência apareceram em duas citações e são “vendedores de

insumos”.

13

5.2.11 Conteúdo técnico percebido pelos produtores entrevistados

Foram identificadas na pesquisa as seguintes tecnologias, citadas pelos

entrevistados: auxílio na comercialização; qualidade do produto; adubação “certa”;

poda; diminuição dos custos; maior produtividade; colheita no pano; secagem do café;

beneficiamento e análise de solo.

5.2.12 Os pontos positivos da assistência técnica

Bom atendimento, competência, qualidade, reconhecimento técnico e é

prestativa.

5. 2.13 Os pontos negativos da assistência técnica

Necessidade de mais técnicos; necessidade de mais recursos financeiros;

necessidade de mais visitas. Os produtores sócios ressaltaram poucos pontos negativos,

o que indica que estão satisfeitos com a assistência técnica recebida.

5.2.14 O que poderia ser melhorado na assistência técnica

Mais técnicos; mais visitas; insumos mais baratos.

5. 2.15 Atividades técnicas das quais os produtores têm participado

Os produtores entrevistados responderam que têm participado das seguintes

atividades: cursos; palestras; dias de campo; reuniões e visitas. Os produtores

reconheceram em suas respostas, inclusive os não sócios e ex-sócios, que quem

oportuniza a participação e leva novos conhecimentos é a EMATER e a Associação.

5.2.16 Principais dificuldades na cultura do café

A pesquisa apontou em ordem de importância os seguintes itens: clima; mão-de-

obra; preços baixos; fertilidade; colheita; alto custo dos insumos; pragas e doenças;

comercialização; falta de máquinas para beneficiamento e melhoria das estradas.

5.2.17 Percepção dos cafeicultores quanto a renda e qualidade

- 70% responderam que a renda do café tem aumentado;

- 21% responderam que não tem aumentado a renda com café, por causa dos preços

baixos;

- 9% responderam que mantiveram a renda.

14

- Os produtores que afirmaram que a renda do café aumentou, argumentaram os

seguintes pontos: melhoria na lavoura; plantio novo; melhoria dos tratos culturais;

aumento da produtividade e plantio adensado.

- Os produtores que responderam que não aumentou a renda do café, argumentaram

os seguintes pontos: preços baixos do café; custos de produção; falta de

investimentos e preços altos dos insumos.

- 89,2% responderam que melhorou a qualidade;

- 7,1% responderam que a qualidade se manteve em função de realizar uma boa

colheita e preparo do café;

- 3,7% responderam que não houve melhoria na qualidade.

Os produtores responderam que a melhoria da qualidade aumentou em função

dos seguintes fatos: assistência técnica; metodologia utilizada (reuniões, cursos, dias de

campo, palestras, colheita no pano e adubação) pois o mercado exige qualidade e a

associação tem proporcionado mecanismo para isso.

6 PERCEPÇÃO DOS ASSOCIADOS SOBRE A ASSOCIAÇÃO

6.1 Perfil dos sócios entrevistados

O total de associados da ACAFÉ é de 52 produtores. Dentre estes, 19 produtores

foram entrevistados, o que corresponde a 36,5% do total de associados.

- 58% dos entrevistados são associados há 10 anos;

- 21% dos entrevistados são associados entre 3 a 10 anos;

- 21% dos entrevistados são associados há menos de 3 anos.

O Município conta atualmente com 820 produtores de café, a Associação possui

hoje 52 sócios, o que corresponde a 6,3% dos produtores de café do município.

Observa-se que houve baixa adesão de novos sócios e pouca renovação.

6.2 Motivos que levaram os entrevistados a serem associados

Os motivos que levaram os entrevistados a serem sócios foram os seguintes: por

ser um grupo organizado; vantagem no uso de máquinas; vantagem com a

comercialização e assistência técnica; acesso à informação e compra de insumos.

6.3 Participação ativa na associação

Dos 19 entrevistados somente um produtor não participa da associação

ativamente e os motivos que o levaram a confiar na associação foram: porque confia na

15

EMATER e conhece a competência técnica; para ficar bem informado sobre a cultura

do café e compra de insumos mais baratos.

6.4 Percepção sobre a participação na associação

- Os sócios fundadores afirmaram que têm uma participação ativa e são mais

comprometidos;

- Os sócios mais novos acham que têm pouca participação. Cabe uma reflexão da

direção da associação sobre um melhor envolvimento e busca da participação dos

novos sócios, procurando superar estes pontos de estrangulamento, através de

reuniões mais freqüentes, excursões, maior envolvimento deles nas atividades e na

tomada de decisões colegiadas.

6.5 Percepção sobre benefícios que a associação tem trazido

De acordo com a opinião dos sócios, pela ordem, foram os seguintes os

benefícios: compra de insumos com 52,6% das opiniões; uso de equipamentos com

47%; melhor preço de venda com 42%; assistência técnica com 26% e beneficiamento

do café com 15,7%.

6.6 Percepção sobre as vantagens de ser associado

Entre os entrevistados, 57% afirmaram que é pela compra de insumos; 57,8%

responderam ser a comercialização (garantir, canais de comercialização e qualidade);

52% afirmaram que conseguem maior valor do café; 36,8% é pelo uso de equipamento

e 52% é pelo acesso à informação através da assistência técnica. Nenhum entrevistado

disse que há desvantagem em ser associado.

6.7 Percepção sobre as conquistas conseguidas através da associação

De acordo com a pesquisa os equipamentos adquiridos e usados pela associação

são apontados como um dos principais benefícios aos associados (pulverizador, trator,

caminhão, máquina agrícola e carreta). 73% dos entrevistados disse que as coisas

conseguidas foram máquinas e equipamentos, outra citação foi que divulgou o

município.

16

6.8 Percepção sobre a participação em reuniões da associação

Entre os sócios, 90% responderam que participam das reuniões. Quanto aos

principais assuntos tratados nas reuniões da associação: 47% responderam que é sobre a

organização da associação (funcionamento interno, orçamento, qualificação, mercado,

balancete, plano de expansão e situação econômica do café) e 53% disseram que são

assuntos técnicos (manejo de pragas, adubação, colheita, custo de produção, qualidade,

comercialização, poda, aplicação de veneno e controle de doenças).

Nenhum sócio falou sobre questões relacionadas à participação social ou

questões relacionadas à área social e de lazer.

Na visão dos produtores entrevistados quem coordena as reuniões da associação

em primeiro lugar é a EMATER e, em segundo lugar, o presidente. 100% dos

produtores entrevistados entende que existe um planejamento das reuniões com datas

pré-fixadas e isso caracteriza um ponto forte da associação.

6.9 Percepções dos sócios sobre a atual diretoria

Dos 19 produtores entrevistados, 11 afirmaram categoricamente que confiam na

diretoria da associação, pois são honestos, sinceros e confiáveis (57%); quatro

produtores entrevistados responderam que a diretoria é competente (21%) e quatro

produtores entrevistados responderam que são amigos há muitos anos (21%).

Na opinião de 100% dos produtores entrevistados a atual diretoria é aberta, e

consulta os associados antes de tomar as decisões. Um dos entrevistados disse que os

associados que moram mais distante da sede têm dificuldade em serem consultados.

Estas respostas levam à conclusão de que um ponto forte e fundamental é a confiança na

diretoria. Alguns sugerem que sejam feitas reuniões nas comunidades mais distantes da

sede para que os associados que lá moram posam ser ouvidos.

Entre os sócios, 63% disseram que a associação possui um planejamento de

suas ações e 37% disseram que não conhecem o planejamento. Observa-se que os

associados mais antigos dizem não conhecer o planejamento, enquanto os associados

mais novos, em sua maioria, disseram que existe o planejamento e o conhecem.

6.10 Percepção dos associados sobre o porquê de muitos produtores não quererem

entrar na associação

Os associados apontaram os motivos porque muitos produtores não querem

entrar de sócios: mensalidade; desconfiança; individualismo; falta de informação sobre

17

a razão da existência da associação, suas vantagens e o que pode oferecer; por ser

pequeno produtor, não ter capital e produzir pouco, precisa vender logo sua produção; e

falta de disponibilidade de máquinas e equipamentos para atender todo mundo.

6.11 Percepção dos sócios sobre os motivos que muitos deixaram a associação

Os pesquisados levantaram os seguintes motivos: não viam benefício (porque o

serviço que a associação presta de compra de insumos, comercialização e uso de

máquinas não lhes traz benefícios); questões políticas; desconfiança; mensalidade e falta

de informação.

A maioria dos associados entrevistados (89,4%) não pensam em sair da

associação, apenas dois manifestaram interesse em sair.

6.12 Percepção sobre o conhecimento de direitos e deveres como associados

Sobre os direitos que os agricultores têm em ser associados as respostas foram as

seguintes: 42% disseram que é pelo uso das máquinas; 21% não se lembraram dos seus

direitos; 15,7% disseram que é pelo direito de receber informações; 21,7% disseram que

é pelo projeto de custeio, por participar da diretoria e pedir melhorias; e 100% disseram

que é por votar e ser votado.

As respostas sobre os deveres que os agricultores têm como associados foram as

seguintes: zelar pelas máquinas; pagar a mensalidade; pagar pelos serviços das

máquinas; comparecer às reuniões e assembléias e alguns disseram que não lembram.

6.13 Percepção sobre as ações que a associação tem desenvolvido para melhorar o

lado econômico do associado

As respostas foram as seguintes: diminuiu os custo dos insumos; melhorou a

comercialização; assistência técnica. Observa-se pelas respostas dos associados neste

item que a associação está cumprindo com os objetivos para os quais foi criada.

6.14 Percepção que os produtores têm da atuação necessária para se

desenvolverem e para melhorar a questão ambiental/de lazer/cultural/social

Entre os sócios entrevistados, 79% perceberam que a associação desenvolve

ações ambientais tais como: coleta das embalagens; preservação de matas ciliares;

discussão sobre a reserva legal; orientações para evitar o uso de agroquímicos; controle

da erosão; proteção de mananciais; e reflorestamento de espécies nativas. 21% dos

18

sócios entrevistados desconhecem as ações desenvolvidas pela associação na área

ambiental.

Dos 19 entrevistados, 100% não visualizam ações por parte da associação nestas

áreas (ambiental, de lazer, cultural e social. Registro de alguns associados mais antigos

dá conta de que existe festinha ou churrasco após as reuniões.

6.15 Percepção dos sócios sobre os objetivos e funcionamento da associação

Entre os pesquisados nesta categoria, 31% desconhecem totalmente os objetivos

da associação. O restante dos associados apresentam um certo desconhecimento, com

algumas respostas confusas. Quanto ao conhecimento do tempo de mandato da diretoria

atual, os associados demonstraram desconhecimento respondendo que vai de oito meses

a 12 anos. Todos afirmaram que conhecem os diretores atuais da associação. E quanto

ao processo de eleição da diretoria os associados acham que é sério; que é divulgado; e

é transparente o processo de eleição.

Entre os associados, 84% demonstraram ter confiança na atual diretoria. E na

opinião dos entrevistados, 100% disseram que os diretores representam bem os

interesses dos associados e têm confiança na diretoria.

Com relação ao capital da associação e sua manutenção 58% dos entrevistados

(11) desconhecem o capital da associação; 42% dos entrevistados (8) disseram conhecer

o capital da associação.

6.16 Percepção sobre outras atividades que a associação poderia desenvolver

As respostas sobre outras atividades que associação poderia desenvolver junto

ao município e ao quadro social foram: campanhas de conscientização para aumentar o

número de sócios; procurar adquirir mais máquinas de beneficiamento e classificação;

industrializar o café; criar linhas de crédito para custeio e investimento; e incentivar a

diversificação de culturas.

Comentário: Conferir numeração dos itens

19

6.17 Percepção sobre a contribuição da associação para o desenvolvimento do

município

Todos os entrevistados (100%) entendem que a associação é instrumento de

desenvolvimento do município através de: maior renda para os produtores de café;

favorecimento do comércio local de café; maior geração de mão-de-obra; melhoria da

renda familiar; maior circulação de dinheiro na cidade, representação de referência em

tecnologia; melhoria da arrecadação de ICMS para o município; nivelamento dos preços

entre os concorrentes do café; valorização do produto do município; e promoção de

marketing do município.

7) PERCEPÇÃO DOS PRODUTORES QUE NUNCA SE ASSOCIARAM À

ACAFÉ SOBRE A SSOCIAÇÃO

7.1 Percepção dos não sócios sobre a realidade da associação

Dos 12 entrevistados, 100% disseram que conhecem que existe a associação no

município e, destes, 91,6% sabe do trabalho que ela executa. Dos pesquisados nesta

categoria, (36%) citaram que o objetivo da associação é a comercialização, o

beneficiamento e insumos mais baratos.

Destes produtores pesquisados, 75,3% disseram que a associação é boa e

importante.

Parte dos produtores pesquisados, 16,7% afirmaram que a associação seleciona

o público e não leva em consideração os pequenos.

Foi constatado que 91,7% dos pesquisados tem consciência que a associação

contribuí para o desenvolvimento do município.

7.2 Percepção sobre o interesse de ingresso na associação

Dos pesquisados, 66,7% afirmaram que já foram convidados para participar

como associado, destes, 25% afirmaram que ainda não se associaram pelas seguintes

razões: não tem como pagar a mensalidade; vai esperar mais um tempo para se associar;

e 12,5% afirmaram que não se associaram porque têm parentes associados. Esta última

afirmação remete para uma análise da diretoria: se não existirão outros produtores nas

mesmas condições, e que se beneficiam das ações prestadas pela associação através de

parentes associados.

A pesquisa indicou que neste grupo 75% dos pesquisados já se interessou em

saber como funciona a associação, sendo este um indicativo de interesse que a

Comentário: Não seria o caso de dizer aqui o número de produtores entrevistados? Do contrário, quem lê pensa: 100% de quanto?

20

associação desperta neste grupo de produtores. Afirmam que foram buscar informações

com vizinhos e diretores.

Entre as respostas dos 12 produtores pesquisados, 75% afirmaram que confiam

na diretoria; 16,7% confiam mais ou menos; 8,3% confiam no presidente; e o restante

dos membros da diretoria não conhece.

Sobre as dificuldade e limites que eles vêem em se associarem questões

levantadas são as seguintes: 83% dos pesquisados acham que para se associar há

necessidade de pagar mensalidade dos 10 anos atrasados; 8,3% dos pesquisados

disseram que os dirigentes precisam ouvir os pequenos e perguntar o que eles acham,

quais as mudanças que é preciso fazer na associação; 8,3% acham que é necessário mais

confiabilidade na diretoria e diminuir as questões políticas; 8,3% sugere maior

diversificação das atividades da associação.

Dentro desta amostra pesquisada, 58,3% estão dispostos a participar como

sócios. A porcentagem de produtores que, se convidados, não entraria como sócio é de

16,7% e estes não têm sugestões, nem opiniões e não sabem o que a associação deveria

fazer para que eles entrassem de sócios.

A porcentagem de entrevistados que não quis responder a esta questão é de 25%.

7.3 Percepção sobre objetivos e benefícios que a associação traz para os produtores

sócios

Dentre os pesquisados, foi identificado que 66,7% conhecem os objetivos da

associação e 33,3% não conhecem. Estes indicadores remetem à diretoria para que se

preocupe em realizar ações de esclarecimento sobre o papel da associação e seus

objetivos, sobre os direitos dos associados, sobre seus deveres e sobre a prestação de

serviços em relação a este público.

A percepção sobre os serviços que associação presta aos associados são: em

primeiro lugar é o serviço de mecanização (trator, caminhão, máquina esqueletadora,

máquina de beneficiar café e máquina batedeira de feijão); a segunda atividade mais

relevante, diz respeito à melhor valorização do produto, maior renda, venda sem

intermediário e melhor preço; a terceira questão mais levantada diz respeito ao custo de

insumos e compra de insumos mais baratos.

Os pesquisados demonstram um bom nível de conhecimento sobre o

funcionamento da associação.

21

Embora seja um pequeno percentual que não vê a associação com bons olhos, a

diretoria deve procurar ser transparente em suas ações, divulgar mais as atividades da

entidade, tanto no meio urbano como no meio rural, e buscar mais a participação dos

produtores que ainda não são sócios.

7.4 Percepção sobre o comando da associação

Quanto ao comando da associação, a percepção dos pesquisados é a seguinte:

- 58,3% acham que quem comanda são os associados;

- 25% acham que quem comanda é a diretoria sem consultar os associados;

- 8,3% acham que quem comanda é o técnico da EMATER (Nelson);

- 8,3% acham que quem comanda é algum grupo forte (com dinheiro).

7.5 Percepção dos não sócios sobre pontos positivos e negativos da associação

Os entrevistados citaram como pontos positivos: 58,3% a comercialização,

melhores preços e uso dos equipamentos; 41,7% os insumos, implementos e assistência

técnica; 25% o beneficiamento do café e “qualidade”; 16,7% a união; e 8,3% os

armazéns.

Como pontos negativos os não sócios citaram: 33,3% o mau atendimento aos

não sócios e que a associação é fechada a novos sócios; 33,3% não têm pontos

negativos; 16,7% a mensalidade; e 8,3% as máquinas, o descontentamento de alguns, o

pouco capital pessoal e os poucos funcionários.

7.6. Percepção das atividades realizadas pela associação para melhorar a situação

econômica dos associados

Dos entrevistados, (50%) citaram a comercialização do café; 25% citaram a

assistência técnica; 16,7% citaram a tecnologia e os insumos; e 8,3% citaram o

PRONAF.

7.7. Percepção dos não sócios sobre a ação da associação nas áreas ambiental,

social e de lazer

A grande maioria dos pesquisados, 58%, não percebem qualquer atividade nas

áreas acima. As ações mais percebidas são o recolhimento de embalagens (18%);

palestras, fiscalização, monitoramento e preservação da água (9,1%); 8,3% dos

entrevistados apontaram as seguintes atividades na área social e de lazer: churrasco após

Comentário: Verificar numeração dos itens

22

a reunião; festa do café com leite. A festa do café com leite, realizada 8 anos atrás, foi

lembrada, o que indica a necessidade da diretoria repensar esta estratégia de realizar

mais ações nas áreas do lazer e social.

7.8 Percepções sobre as ações/sugestões que a associação pode fazer para melhorar

a vida dos associados nos aspectos econômicos, sociais e ambientais

As sugestões dadas pelos entrevistados são as seguintes: construção de viveiros

para produção de mudas; plantar matas ciliares; viabilizar mais recursos; buscar novos

sócios; incentivar a preservação ambiental; dar informações aos agricultores; trocar a

diretoria (pessoas com idéias novas) mais abertas a ouvir as iniciativas dos associados;

promover maior conscientização da comunidade; elaborar cartilha sobre saúde e

aposentadoria; realizar reuniões para levar conhecimento ao produtor sobre problemas

ambientais; fazer mais investimentos; melhorar a ajuda e trazer mais informações ao

pessoal.

7.9. Percepções sobre a contribuição da associação para o município

Entre os entrevistados, 91,7% responderam "sim" ao questionamento se a

associação tem contribuído para o desenvolvimento do município; e 8,3% responderam

"não".

8 PERCEPÇÃO DOS EX-SÓCIOS SOBRE A ASSOCIAÇÃO

8.1 Percepções e motivos dos ex-sócios para terem saído da associação

O tempo que os 11 entrevistados ficaram como sócios foi, em média, de 6 anos.

O ano de 2003 registrou a maior saída (quatro sócios), seguido de 2001 com 3 sócios

que pediram demissão.

De acordo com as respostas dos ex-associados as razões apontadas para saírem

da associação foram as seguintes:

- Porque não houve cumprimento do prometido quanto ao preço de venda e quanto ao

uso de maquinários, 20% dos entrevistados;

- Os pequenos cafeicultores pagam o mesmo valor de anuidade que os grandes

associados, 20% dos entrevistados;

- A associação só favorece o grupo de “sempre" de “cabeças ou ligados a ela”, 20%

dos entrevistados;

- Por terem sido lesados pela diretoria antiga, 10% dos entrevistados;

23

- O estatuto vigente na época estabelecia a cobrança de percentagem da colheita não

vendida guardada em armazéns particulares com o que não concordavam, 10% dos

entrevistados;

- Não operavam com a associação, mas tinham de pagar as mensalidades, 20% dos

entrevistados.

É interessante ressaltar que 50% dos sócios que saíram não confiavam na

diretoria da época.

Entre os entrevistados, 70% responderam que não tiveram prejuízos por serem

sócios da associação; 20% disseram que levaram prejuízos na compra de adubos e 10%

em dinheiro.

8.2 Percepção dos ex-sócios quanto à situação atual da associação

Dos entrevistados, 50% acham que a situação atual da associação é boa ou muito

boa; 20% acham que só a diretoria e os grandes associados é que têm vez; 10% afirmam

que o estatuto não está correto; 10 % afirmam que os implementos da associação não

chegam aos pequenos; e 10% afirmam que "para vender tem que pagar e para comprar

tem que pagar”. Dos entrevistados, 40% confiam na atual diretoria e 20% ainda têm

dúvidas. Dos produtores entrevistados, 70% afirmam conversar sobre a associação com

os sócios e 30% não conversam. Esses entrevistados, ao serem indagados se

recomendariam a seus vizinhos que se tornassem sócios da associação, 70% respondeu

que sim; 20% respondeu que não e 10% nada respondeu.

8.3 Percepção dos ex-sócios quanto a voltarem a ser sócios

Ao serem perguntados se voltariam a ser sócios os entrevistados colocaram as

seguintes condições: 40% disseram que todos devem ter direitos iguais, deve haver

honestidade da diretoria e dos assessores; 20% disseram que todos os equipamentos

devem estar à disposição de todos os sócios; 20% disseram que a mensalidade deve ser

proporcional à área; e 20% dos entrevistados afirmaram que não querem voltar a ser

sócios.

24

8.4 Percepção das ações da associação para melhoria da área econômica, social e

ambiental da sociedade

Sobre o ponto de vista econômico da Associação, 40% dos entrevistados

responderam que não sabem ou não quiseram responder; 20% disseram que o uso de

maquinários é feito com ressalvas porque não é para todos; 20% disseram que

conseguiram insumos mais baratos; e 20% tiveram vantagens na comercialização e no

financiamento.

Sobre o ponto de vista ambiental, 90 % disseram que não sabem de qualquer

ação que a associação tenha realizado. Quanto às ações sociais e culturais, 10%

disseram não ter ocorrido ações nesta área. Foi citado por 10% dos entrevistados que a

associação realiza palestras de conscientização sobre o meio ambiente.

Quanto às ações de lazer ou de cunho cultural, 80% disseram que desconhecem

qualquer ação que a associação tenha realizado. Quanto às ações sociais e culturais,

10% relataram que nada tem sido feito; 10% responderam que alguma coisa na área

social foi feito como reformas de casas com financiamento do PRONAF.

8.5 Percepção sobre os processos de decisão dentro da associação

Dos entrevistados, 60% responderam que quem decide os rumos da associação

são os técnicos da EMATER; 20% disseram que são os associados; 10% respondeu que

é a diretoria “mas deveria ser os associados”; e 10% não sabe.

8.6 Percepção dos pontos negativos e pontos positivos da associação

Quanto aos pontos positivos da associação, 70% apontou a comercialização

como ponto forte; 20% indicou as palestras e materiais técnicos distribuídos; e 10%

disse que foram os projetos e a honestidade da atual diretoria.

Quanto aos pontos negativos, 40 % não respondeu ou preferiu não falar; 40%

apontou a desigualdade no tratamento dos sócios, como prioridade à diretoria e aos

“grandes”; 10% falou do atraso na chegada do adubo e da falta de implementos; e 10%

apontou mensalidades caras.

25

8.7 Percepção dos ex-associados sobre a contribuição para o desenvolvimento do

município

Quanto à pergunta se a Associação contribui para o desenvolvimento do

município, 80% afirmaram que sim; 10% afirmaram que não e 10% não sabe. Os que

afirmaram que sim apontaram os setores onde houve desenvolvimento: o transporte;

compra de lotes grandes; regulamentação de mercado local e aquisição de maquinário.

Os que dizem que não argumentaram que os sócios são poucos e a diretoria não usa

corretamente o dinheiro para benefício dos sócios.

9 PERCEPÇÃO DOS DIRETORES ATUAIS E EX-DIRETORES SOBRE A

ASSOCIAÇÃO

9.1 Tempo de mandato

Conforme o estatuto da associação o tempo de mandato da diretoria é de dois

anos.

Um dos diretores entrevistado está desde a fundação, ou seja, por seis gestões,

outro está na quarta gestão, depois vêm dois diretores com três gestões, um diretor com

duas gestões e um com uma gestão.

Sintetizando; 83% dos atuais diretores entrevistados está a mais de quatro anos

na diretoria da associação e 17% está a menos de quatro anos no mandato. Só foi

possível entrevistar três ex-diretores e, por não haver diferença nas respostas, tomou-se

a liberdade de computar as opiniões em um só bloco.

9.2 Percepção dos diretores e ex-diretores das ações que a associação tem

proporcionado aos sócios

Na opinião dos entrevistados em primeiro lugar aparece a comercialização com

garantia de preços sobre a venda; em segundo, aparece a assistência técnica através de

eventos; e, em terceiro, a compra de insumos.

9.3 Percepção sobre os Principais problemas e dificuldades que a associação tem

enfrentado

Dos entrevistados, 50% afirmam que o maior problema é a visão puramente

econômica dos associados (querem sempre receber um preço melhor), os outros 50%

alegam: falta de conscientização sobre o associativismo; dificuldade de escalonar os

serviços prestados; e despreparo dos dirigentes no gerenciamento da associação.

26

9.4 Percepção sobre o processo administrativo e gerencial da associação

Quanto ao planejamento e a agenda de trabalhos da diretoria os diretores

disseram o seguinte: 75%, que há um planejamento, porém, não é conhecido por todos

os sócios e que este planejamento muitas vezes fica restrito à diretoria ou à EMATER;

25%, que há um planejamento e é divulgado a todos. Quanto ao convite aos associados

para reuniões e assembléias são feitos por lideranças e convites individuais. A pauta das

reuniões é elaborada pela diretoria em conjunto com a EMATER.

9.5 Percepção dos diretores e ex-diretores sobre a saída de sócios

A maioria dos entrevistados respondeu que o motivo de saída dos sócios é por

causa da mensalidade; desconfiança; políticas partidárias; não conhecer o

associativismo; falta de divulgação dos serviços realizados pela associação; e

dificuldade de gerenciar os maquinários.

9.6 Percepção dos diretores e ex-diretores sobre o interesse de atrair novos sócios

Quanto ao interesse em aumentar o quadro de associados, 100% dos

entrevistados afirmam que há interesse e necessidade. Os principais motivos são: em

primeiro lugar o fortalecimento da associação e sua representatividade; em segundo

lugar o aumento do capital através das mensalidades.

Quanto ao trabalho para atrair novos sócios, 50% dos entrevistados

responderam que é através das metodologias grupais, tais como dias de campo e

reuniões; 25% afirmam que a participação é reflexo da atuação da associação; e 25%

afirmam que não há um trabalho efetivo para atrair novos sócios.

9.7 Percepção dos diretores e ex-diretores sobre o trabalho para melhorar a

associação

Segundo os entrevistados, o que precisa ser feito para melhorar a associação, em

ordem de prioridade, é o seguinte: aumentar o número de sócios; aumentar a divulgação

e o marketing; aumentar as parcerias com outras instituições incluindo as de lazer,

culturais e de assistência social; treinar sócios e diretores no gerenciamento da

propriedade e associação; criar um plano para exportação do café; melhorar a estrutura

de torrefação e maquinários; articular na formação de núcleos comunitários da

associação e investir no filho e na mulher do associado.

27

10 CONCLUSÕES, RECOMENDAÇÕES E APLICABILIDADE

Com base nas informações colhidas junto aos cafeicultores, pode-se ressaltar a

importância que ACAFÉ – Associação de Cafeicultores de Grandes Rios – tem para o

município e para os cafeicultores de Grandes Rios como fator de desenvolvimento rural

sustentável, pois contribui com o aumento da renda dos produtores, e também para o

com desenvolvimento social e ambiental.

A pesquisa revela a necessidade de realizar um trabalho para revitalizar a

associação, pois caso não nada seja feito, há o risco de uma estagnação da mesma.

Como sugestão e com base nos depoimentos dos entrevistados, recomenda-se

uma série de questões que podem ser trabalhadas pela diretoria e pela assistência

técnica. As questões não estão necessariamente em ordem de prioridade e nem devem

ser trabalhadas isoladamente.

1) Esclarecimento sobre a cobrança de mensalidades e taxas, pois há muitas dúvidas e

confusões sobre a mensalidade e as taxas que são cobradas dos sócios. Esta situação

foi detectada por todas as categorias de entrevistados e devem ser tomadas

providências urgentes para que haja esclarecimento ou, talvez, até para rever ou

criar novos critérios de cobrança.

2) Estudar a inclusão de outras atividades na associação, além das estabelecidas no

estatuto atual.

3) Criar mecanismos e espaços para o ingresso de jovens e mulheres na associação,

pois é preciso renovar o quadro social.

4) Redistribuir o papel da diretoria e da assistência técnica da EMATER. Os técnicos

devem exercer papel de assessoria e consultoria sem poder de decisão.

5) Criar mecanismos que possibilitem ao “pequeno produtor”, que é mais

descapitalizado e usa menos a tecnologia, participar da associação, atraindo com

isso muitos produtores que se sentem excluídos do processo.

6) Discutir com os associados a renovação da diretoria, sugere-se, também, um

esforço para que alguns cargos sejam ocupados por mulheres e jovens.

7) Divulgar mais as ações e atividades da associação, através de um plano de

comunicação com os associados e não associados, bem como para autoridades e

lideranças, utilizando boletins informativos, cartas circulares e outros meios de

comunicação, que podem contribuir para ampliar o quadro social e evitar saída de

sócios.

28

8) Realizar um trabalho de discussão, divulgação e esclarecimento sobre o estatuto e o

regimento interno da associação junto ao quadro social, pois há muitos sócios que

não conhecem seus direitos e deveres, causando uma série de equívocos.

9) Rediscutir os critérios utilizados para escalonar e priorizar o uso de máquinas e

equipamentos, formatando o uso de modo mais democrático e participativo,

evitando desconfianças e também criando acesso a outros sócios.

10) Promover ações e metodologias tais como encontros, seminários e outras formas,

envolvendo mulheres e jovens em atividades técnicas, sociais e ambientais.

11) A Associação deverá criar e ampliar atividades nas questões sociais, ambientais,

culturais, de esporte e lazer, e trabalhar seu quadro social, delegando aos jovens e

senhoras parte destas ações.

12) Elaborar um plano de ação anual e que seja discutido em reuniões ou assembléias.

Fazer um calendário de reuniões, com ampla divulgação, e que haja uma

descentralização das reuniões e das atividades programadas, favorecendo os sócios

mais distantes da sede.

13) Buscar parcerias com outras entidades para ampliar os benefícios aos sócios em

outras áreas, tais como saúde, educação, lazer, documentação e outras.

14) Estudar a possibilidade da compra ou aluguel de máquinas e equipamentos para

ampliar os serviços aos sócios, principalmente o beneficiamento do café.

15) Prover e ampliar a aplicação de recursos financeiros através do PRONAF e outras

fontes para compra de insumos e comercialização, ou até mesmo a criação de

cooperativas de crédito solidário para ofertar recursos financeiros com juros mais

baixos.

16) A diretoria deve analisar a quantidade de produtores que são parentes de associados

e que usufruem da associação sem serem associados.

17) Montar um plano de ação para ampliar o número de sócios, atingindo 30% dos

produtores de café do município.

18) Revisar a metodologia de treinamentos de dirigentes e associados para ampliar o

espírito associativo e dinamizar a gestão da associação nos aspectos sociais e

administrativos.

19) Estudar a implantação do pregão eletrônico para compra de insumos e

equipamentos.

20) Negociar com o governo federal a inclusão digital dos cafeicultores.

29

21) Promover, desenvolver e ampliar a participação dos sócios nos processos de

compras de insumos e comercialização, negociando prazos maiores para o

pagamento dos insumos.

22) Reforçar os trabalhos de associativismo junto aos sócios e não-sócios.

23) Estudar uma forma de propiciar aos sócios insumos mais baratos e alternativos,

com ênfase às práticas agroecológicas e orgânicas.

24) Preparar os produtores para a certificação de origem e qualidade do café.

25) Estudar novos mercados para o café, dando ênfase à exportação.

26) Estudar mecanismos para implantar um programa de gestão de propriedades.

27) Estudar o desnível no uso de tecnologia e produtividade, e trazer propostas

tecnológicas diferenciadas para cada estrato.

28) Estudar formas de convívio entre diferentes correntes políticas partidárias no

interior da associação, evitando com isso o afastamento de sócios.

29) Realizar e implementar, de forma participativa e que envolva diretoria, técnicos e

associados, um planejamento para o uso do centro de degustação e classificação do

café para a melhoria da qualidade e comercialização do café.

Agradecimentos

Este estudo de caso teve a participação de um grande número de pessoas e

instituições. Agradecimento especial:

- Produtores participantes da pesquisa.

- Prefeitura Municipal de Grandes Rios.

- Ministério do Desenvolvimento Agrário – (MDA).

- Diretoria da Associação dos Produtores de Café de Grandes Rios – ACAFÉ.

- Cilésio Abel Demoner – Extensionista da Unidade Regional da EMATER de

Cornélio Procópio.

- Maria Nicelma S. da Fonseca – Auxiliar Administrativa da EMATER de Grandes

Rios.

- Roque Pires da Fonseca – Extensionista Muncipal da EMATER de Grandes Rios.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DALBERTO, F.; ANDROCIOLI FILHO, A. Modelo adensado e estratégia de

qualidade. Londrina: IAPAR, 2001. (Apostila digitada).

DERAL/SEAB (2004 e 2005) – Levantamento previsão de safras, realizados pelos

técnicos do Departamento de Economia Rural, dos núcleos juntos aos vários

seguimentos da cadeira produtiva café. (Cooperativas, Industrias, Comércio e

Assistência técnica). Disponível em: Departamento de Economia Rural da Secretaria da

Agricultura do Paraná.

EMATER PARANÁ. Realidade municipal e relatório de atividades de 2001, 2002,

2003, 2004. Curitiba, 2004.

MYNAYO, Maria Cecília de Souza (org.); DESLANDES, Suely Ferreira; CRUZ,

Otavio Neto; GOMES, Romeu. Pesquisa social: teoria, método, criatividade.

Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. 80 p.

TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa

qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1994. 175 p.