avaliaÇÃo do risco ambiental calor em um laboratÓrio de...
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AVALIAÇÃO DO RISCO AMBIENTAL
CALOR EM UM LABORATÓRIO DE
SOLDA
Daniele Drumond Neves (Multivix )
Denise Simões Dupont Bernini (Multivix )
Kelly Schaefer David Epichin (Multivix )
Durante a jornada de trabalho do docente no laboratório de solda, o
mesmo fica exposto a riscos químicos, fumos metálicos, e riscos físicos,
ruído contínuo e intermitente, calor e radiações não ionizantes. O
laboratório tem por finalidade ppromover treinamentos na área de
soldagem tanto para alunos da instituição como para a comunidade. O
setor conta com cinco docentes, vinte cabines equipadas com material
para solda. Procedeu-se uma avaliação quantitativa do agente físico
calor realizando uma medição no local onde permanecem os
trabalhadores. Utilizou-se um medidor de stress térmico que indica o
Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo - IBUTG, para
determinação do limite de tolerância. O resultado de IBUTG obtido foi
comparado com os valores do Anexo nº3 da NR 15. Além disso,
estudaram-se medidas de controle desse risco, de modo a preservar a
saúde e integridade física dos trabalhadores.
Palavras-chave: Exposição, Riscos, Calor, Solda, Insalubridade,
IBUTG
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1. Introdução
Empresas dos mais diversos segmentos oferecem condições inadequadas à saúde do
trabalhador em seu ambiente laboral, seja ela relacionada à ergonomia, vibrações, fumos
metálicos, radiação não ionizante, ruídos ou a condições de desconforto térmico.
De acordo com Lida (2000), quando um funcionário é obrigado a suportar altas temperaturas,
durante a sua jornada, observa-se uma baixa significativa no rendimento e velocidade de
trabalho, fazendo-se necessário aumentar o número de pausas. É possível verificar também
que ocorre uma maior propensão a acidentes (principalmente em temperaturas superiores a
30ºC), uma vez que diminui a concentração do trabalhador durante a realização da sua tarefa.
Os primeiros empenhos organizados para o estabelecimento de índices de conforto térmico
foram realizados nos Estados Unidos no período de 1913 a 1923. Desde então esse assunto
vem sendo estudado em diferentes partes do mundo e uma série de métodos para avaliação de
conforto térmico tem sido propostos (RUAS, 2001).
Dentro desse contexto, surgiram as normas brasileiras para avaliar a condição de conforto
térmico no ambiente laboral, a exemplo tem-se a Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO 6),
a Norma regulamentadora 15 (NR 15) e a Norma Regulamentadora 17 (NR 17), que visam
contribuir com a saúde do trabalhador, colaborando no controle da exposição e na prevenção
de doenças ocupacionais.
Devido aos fatores causados pelo stress térmico, este trabalho propõe investigar a exposição
ocupacional ao calor em um ambiente de ensino, laboratório de solda, onde o docente fica
exposto ao agente durante três horas, duração da aula prática. E ainda propor medidas de
controle a este risco ambiental e aos demais identificados no local, apenas através de
levantamento bibliográfico, de forma a preservar a saúde do trabalhador no seu ambiente
laboral.
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1 Objetivos
1.1 Objetivo geral
Investigar a exposição ocupacional ao calor no laboratório de solda, através do método do
Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG), definida pela NR 15, anexo nº 3,
de forma a garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
1.2 Objetivo específico
a) Realizar a medição das variáveis que influenciam no calor;
b) Identificar se o risco ambiental calor é capaz de gerar insalubridade à atividade e
estudar as medidas de controle de modo a preservar a saúde dos trabalhadores.
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3 Revisão bibliográfica
3.1 Corte e solda de materiais metálicos
De acordo com a NR (Norma Regulamentadora) 34, considera-se como trabalho a quente:
―As atividades de soldagem, goivagem, esmerilhamento, corte ou outras que possam gerar
fontes de ignição tais como aquecimento, centelha ou chama‖.
Dentro da fabricação de peças metálicas, a soldagem é o mais importante processo industrial.
Este processo e processos afins são também utilizados na recuperação de peças desgastadas,
para a aplicação de revestimentos de características especiais sobre superfícies metálicas e
para corte. A sua relativa simplicidade operacional dentre outros fatores, determinam o
sucesso da soldagem (MONDENESI et al, 2012).
Sendo assim, solda consiste na união de peças metálicas por diversos processos, tendo como
princípio transformar as superfícies de união em estado líquido ou pastoso, através do calor,
pressão ou ambos simultaneamente. Poderá ou não ser empregado metal de adição para se
executar efetivamente a união (ITSEMAP, 2010).
As três fontes diretas de calor mais comuns são as seguintes:
a) chama, produzida pela combustão de um gás combustível com ar ou oxigênio;
b) arco elétrico, produzido entre um eletrodo e as peças a soldar, ou entre dois eletrodos;
c) resistência elétrica oferecida pela passagem de corrente entre duas ou mais peças a soldar.
Em especial, utiliza-se amplamente o arco elétrico na fabricação industrial, porque se aplica a
quase todos os metais a serem soldados e em todas as espessuras imagináveis (SENAI, 1996).
A solda apresenta algumas vantagens como: redução do peso; economia de tempo; melhor
fluxo de força; suporte de elevadas solicitações mecânicas; quando comparado a outros
processos de junções de peças, tais como rebitar, aparafusar, soldar brando, etc.
Os processos antigos de soldagem quase não têm aplicação devido ao aperfeiçoamento. Com
a utilização de novas tecnologias, atingiram-se elevados índices de eficiência e qualidade na
soldagem (SENAI, 1996).
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3.2 Calor
De acordo com Martins (2005), define-se como calor uma forma de energia que pode
provocar a evaporação dos líquidos, fundir os sólidos e dilatar os corpos. Esta energia pode
ser produzida pela combustão ou ser originada pelo atrito de corpos, entre outras
possibilidades.
O organismo humano funciona como uma máquina, onde o hipotálamo, localizado no sistema
nervoso central, regula sua temperatura. A partir de qualquer variação térmica, a temperatura
do corpo ativa mecanismos internos de compensação. Caso haja a necessidade de abaixar a
temperatura interna, o hipotálamo promove vaso dilatação e sudorese, de forma a transferir
esse calor para o meio externo. Embora o corpo se adapte ao meio, os limites de temperatura
interferem consideravelmente no bem estar das pessoas (RUAS, 2001).
O agente físico calor é responsável por causar o stress térmico cujo grau varia de acordo com
a idade, característica do corpo e a saúde do trabalhador. A Tabela 1 identifica os possíveis
sintomas de stress térmico associados a intervalos de temperatura aparente ou índice de calor
(IC) (SILVA E ALMEIDA, 2010).
Tabela 1- Sintomas de stress térmico
Temperatura Aparente Nível de Perigo Síndrome de Calor (Sintomas)
27º a 32ºC Atenção
Possível fadiga em casos de
exposição prolongada e atividade
física
32º a 41ºC Muito Cuidado
Possibilidade de câimbra,
esgotamento e insolação para
exposição prolongada e atividade
física
41º a 54ºC Perigo
Câimbra, insolação, e esgotamento
prováveis. Possibilidade de dano
cerebral (AVC) para exposições
Superior a 54ºC Extremo Perigo Insolação e Acidente Vascular
Cerebral (AVC) iminente.
Fonte: Adaptado de Ciocci (2004) apud Silva e Almeida (2010)
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3.3 Conforto térmico
O homem é uma máquina biológica, estando sujeito a adaptação das condições do seu
ambiente laboral. A sua temperatura interna mantém-se constante em 37ºC ± 0,3ºC,
independentemente da temperatura externa. As condições físicas adversas do ambiente de
trabalho podem levar à execução da atividade fora da zona de conforto térmico, o que, por sua
vez, interfere na satisfação e execução do trabalho (WYON, 1996).
Sendo assim, define-se conforto térmico, de acordo com Ruas (1999), como:
A sensação de bem-estar experimentada por uma pessoa, como
resultado da combinação satisfatória, nesse ambiente, da temperatura
radiante média (trm), umidade relativa (UR), temperatura do ambiente
(ta) e a velocidade relativa do ar (vr) com a atividade lá desenvolvida e
com a vestimenta usada pelas pessoas.
As condições de conforto térmico são função de uma série de variáveis. Para avaliar tais
condições, o indivíduo deve estar apropriadamente vestido e sem problemas de saúde ou de
aclimatação. Existem diversas variáveis para avaliar o conforto térmico, variando
diferentemente algumas delas ou até todas, porém as condições finais podem proporcionar
sensações ou respostas semelhantes ou até iguais. Este fato levou os estudiosos a desenvolver
índices que agrupam as condições que proporcionam as mesmas respostas — os índices de
conforto térmico (SILVA E ALMEIDA, 2010).
De acordo com Costa et al (2004), o conforto térmico pode ser analisado através de diversos
métodos, que têm por base o balanço térmico da pessoa, aliados, em alguns casos, a aspectos
subjetivos. Esses métodos têm aplicação específica, sendo regulamentados por normas
internacionais. Entre essas normas destacam-se a ASHRAE 55/92, e a ISO 7730/94, que se
destinam à avaliação de ambientes termicamente moderados. A primeira utiliza o índice
―temperatura efetiva‖ e recomenda uma percentagem de satisfação mínima de 80% dos
usuários. A segunda adota o índice ―voto médio esperado‖ (PMV), que indica a sensação
térmica esperada, e o índice de ―percentagem de pessoas insatisfeitas‖ (PPD), que indica a
percentagem de insatisfação com a referida sensação, devendo ser no máximo 10%.
Conforme Ruas (1999), as variáveis que apresentam maior influência no conforto térmico são
reunidas em dois grandes grupos: as de natureza ambiental e as de natureza pessoal.
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Consideram-se variáveis de natureza ambiental, temperatura do ar, temperatura radiante
média, velocidade relativa do ar e umidade relativa do ar ambiente. E as de natureza pessoal,
tipo de vestimentas e tipo de atividade física executada, representada pelo metabolismo
(RUAS, 1999).
De acordo com o mesmo autor, foi realizada a separação das variáveis apenas para efeito de
classificação, uma vez que o que vai determinar a sensação de conforto ou desconforto
térmico é o efeito sinérgico de todas as variáveis.
Howell e Stramler apud Xavier (1999) identificam que além das variáveis expostas existe o
fator psicológico que deve ser levado em consideração nos estudos de conforto térmico, sendo
tão ou mais significativas do que as padronizadas. Considera-se então: temperatura percebida
pela pessoa, sentimento próprio de se sentirem mais aquecidas ou mais refrescadas do que
outras pessoas, tolerância percebida ou tolerabilidade, ajustamento ou adaptação.
Em linhas gerais, o conforto térmico é alcançado por trocas térmicas que são influenciados
por vários fatores, ambientais e pessoais, governados por processos físicos, como convecção,
radiação, evaporação e eventualmente condução. Além do equilíbrio entre o corpo e o meio
ambiente (XAVIER, 1999).
3.3.1 Equilíbrio térmico
Para que uma pessoa encontre o conforto térmico, é necessária a averiguação de três
condições fisiológicas e ambientais, sem as quais o estado de conforto não é capaz de ser
atingido, sejam elas:
―que a pessoa encontre a neutralidade térmica; que a temperatura de
sua pele e a sua taxa de secreção de suor, estejam dentro de certos
limites compatíveis com sua atividade, que a pessoa não esteja sujeita
a nenhum tipo de desconforto térmico localizado‖ (Xavier, 1999).
O organismo ganha ou perde calor para o meio ambiente conforme a equação do equilíbrio
térmico (RUAS, 2001).
Onde:
M – Calor produzido pelo metabolismo, sendo um calor sempre ganho (+);
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C – Calor ganho ou perdido por condução/convecção
R – Calor ganho ou perdido por radiação (+/-)
E – Calor sempre perdido por evaporação (-)
Quando Q>0, tem-se o acúmulo de calor, o que caracteriza-se como sobrecarga térmica, ou
seja, locais onde há temperaturas elevadas, já quando Q<0, indica perda de calor, que
identifica hipotermia, locais com temperaturas baixas.
3.4 Legislação pertinente
3.4.1 Norma Regulamentadora 15 (NR 15)
A NR 15 (1978) trata de condições insalubres dos locais de trabalho, apresentando limites de
tolerância, além de outros agentes, para exposição ao calor. De acordo com as normas
regulamentadoras, os trabalhadores devem conviver em ambientes que lhes proporcionem
conforto e condições para um bom desempenho no trabalho.
Em seu anexo 3, a norma identifica os limites de tolerância para exposição ao calor, onde a
mesma deve ser avaliada através do ―Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo‖ –
IBUTG.
3.4.2 Norma Regulamentadora 17 (NR 17)
―Esta norma visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação
das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente.‖ (NR 17, 1978)
O artigo 17.5 desta norma estabelece os parâmetros para a condição de conforto térmico.
Condições ambientais de trabalho:
―17.5.1‖. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas
às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do
trabalho a ser executado.
17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que
exijam solicitação intelectual e atenção constante, tais como: salas de
controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise
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de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições
de conforto:
b) índice de temperatura efetiva entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três
graus centígrados);
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento―
(NR17,1978).
3.4.3 Norma de Higiene Ocupacional 6 (NHO 6)
O objetivo da norma é ―estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição
ocupacional ao calor que implique em sobrecarga térmica ao trabalhador, como consequente
risco potencial de dano à sua saúde‖ (NHO 06, 2001).
A avaliação também é feita utilizando IBUTG, porém difere da NR 15 (1978), apenas em
relação aos intervalos da taxa metabólica, uma vez que a NHO 06 (2001) apresenta mais
intervalos com variações menores de um para o outro.
3.4.4 International Organization for Standardization (ISO)
As normas internacionais referente aos estudos de conforto térmico foram elaboradas pela
American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers, Inc. (ASHRAE).
A relação entre estas normas é o fato de que ambas usam como base estudos realizados em
câmaras (XAVIER, 1999).
As principais normas encontram-se relacionadas abaixo:
ISO 7730/94 - Ambientes térmicos moderados - determinação dos índices PMV e PPD e
especificações das condições para conforto;
ISO/DIS 7726/96 - Ambientes térmicos - instrumentos e métodos para a medição dos
parâmetros físicos;
ISO 8996/90 - Ergonomia - determinação da produção do calor metabólico;
ISO 10551/95 - Ergonomia de ambientes térmicos - verificação da influência do ambiente
térmico usando escalas subjetivas de julgamento;
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ISO 9920/95 - Ergonomia de ambientes térmicos - estimativa do isolamento térmico e
resistência evaporativa de um traje de roupas;
4 Materiais e métodos
Para elaboração deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas tanto em livros
didáticos como em trabalhos acadêmicos de graduação e pós-graduação, dissertações de
mestrado e teses de doutorado, além das normas regulamentadoras aplicáveis.
Os procedimentos experimentais relacionados foram realizados no Laboratório de Soldagem
de uma instituição de ensino, situado na Grande Vitória, Espírito Santo.
4.1 Caracterização do laboratório de soldagem
O laboratório de soldagem tem como principal atividade desenvolvimento de treinamentos
para os alunos da instituição. Dentre eles, curso de solda tipos TIG, MIG/MAG, eletrodo
revestido e oxicorte. Além disso, são ministrados cursos preparatórios para certificação de
soldadores e cursos abertos a comunidade, Figura 1.
Figura 1- Laboratório de Soldagem
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Contém vinte cabines onde são realizadas as soldas de diferentes tipos, Figura 2. Cada cabine
apresenta uma bancada de soldagem, banco, equipamento de solda e cortina de material não
combustível.
Figura 2 - Cabine de soldagem
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4.2 Avaliação do agente calor
Avaliou-se a exposição ao agente calor através do índice de Bulbo Úmido – Termômetro de
Globo (IBUTG), conforme ANEXO Nº 13 da NR 15 (1978). As medições foram realizadas
nos locais onde permanecem os trabalhadores, a altura da região do corpo mais exposta
(Figura 3).
Figura 3: Profissional realizando a soldagem
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Como o local de estudo é um ambiente interno sem carga solar, empregou-se a seguinte
equação:
Onde:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural
tg = temperatura de globo
Para tanto, utilizou-se além do termômetro de bulbo úmido natural o termômetro de globo.
Ressalta-se que o funcionário se encontra em um regime de trabalho intermitente, com
período de descanso em outro local (local de descanso), portanto fez-se necessário a medição
de tbn e tg tanto para o local de trabalho como para o de descanso.
O local de descanso (Figura 4) consiste em um ambiente termicamente mais ameno, com o
docente exercendo uma atividade mais leve, que no caso seria de pé, em máquina ou bancada
trabalhando principalmente com os braços, ou seja, seria o momento em que o aluno ou
docente estaria lavando a peça que está sendo soldada.
Figura 4: Local de descanso
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A partir de observações feitas no dia da medição, identificou-se o regime de trabalho do
profissional e o tipo de atividade. A partir daí foi possível encontrar a taxa de metabolismo
no Quadro Nº 3 do anexo Nº 3 da NR 15 (1978).
Calculou-se então o metabolismo médio e em seguida verificou-se o limite de tolerância no
Quadro Nº 2 do anexo Nº 3 da NR 15, posteriormente foi realizado o cálculo do valor de
IBUTG médio ponderado para confrontar com o limite de tolerância.
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5 Resultados e discussões
5.1 Avaliação do agente físico calor no laboratório de soldagem
As avaliações foram feitas no local de trabalho e no local de descanso, Tabela 2.
Tabela 2 - Cálculo do IBUTG no local de trabalho e descanso
Parâmetros Local de Trabalho Local de Descanso
tbn (ºC) 27 25
tg (ºC) 43 33
(ºC)
31,8 27,4
O regime de trabalho consiste em tempo de trabalho de 15 minutos e tempo de descanso de 45
minutos. Sendo que os períodos de descanso de acordo com a NR 15 são considerados como
tempo de serviço.
A taxa de metabolismo foi identificada por atividade, conforme o Quadro N º3 do Anexo Nº 3
da NR 15, onde percebeu-se:
Trabalho leve: de pé, trabalho leve em máquina ou bancada principalmente com os
braços = 150 Kcal/h;
Trabalho moderado: de pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma
movimentação = 220 Kcal/h;
A partir daí, calculou-se o metabolismo de acordo com a equação:
Onde:
Mt = taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt = Soma dos tempos, em minutos, em que se permanece, no local de trabalho.
Md = taxa de metabolismo no local de descanso.
Td = Soma dos tempos, em minutos, em que se permanece, no local de trabalho.
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Confrontando o resultado (M=167,5 Kcal/h) com o Quadro Nº 2 do Anexo Nº 3 da NR 15,
utilizou-se a faixa de metabolismo de 175 Kcal/h, sendo assim o valor máximo de IBUTG
(Limite de Tolerância) é de 30,5ºC.
Quadro 1- Limite de tolerância de acordo com a NR 15, Quadro Nº2, Anexo Nº 3
Fonte: Adaptado da NR 15, Quadro Nº2, Anexo Nº 3
Ressalta-se que não foi utilizado para esse estudo a NHO 06 devido ao fato de apenas a NR
apresentar exigência legal.
Para saber se o ambiente é considerado ou não insalubre calculou-se o valor médio ponderado
de IBUTG de acordo com a equação, utilizando os valores obtidos na Tabela 2.
Logo, como o limite de tolerância do agente calor para esse atividade é de 30,5ºC e o IBUTG
médio ponderado é de 28,5ºC. Observa-se que o resultado obtido com a avaliação está abaixo
do limite de tolerância. Porém, mesmo assim faz-se necessário a adoção de medidas
preventivas.
5.2 Medidas preventivas relacionadas à exposição ocupacional ao calor
Mesmo o valor de IBUTG médio ter dado abaixo do limite de tolerância, faz-se necessário a
adoção de algumas medidas. Constatou-se em visita ao local de estudo que o laboratório de
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solda da unidade de ensino conta com medidas de seguranças nos três aspectos: local de
trabalho, pessoal e equipamento.
É necessário que todas as pessoas que utilizam pela primeira vez o laboratório passem por um
treinamento onde são apresentados os principais riscos da atividade e as medidas de
precaução, bem como os equipamentos de proteção individual (EPIs) que devem ser
utilizados.
5.2.1 Medida de segurança no local de trabalho
O local apresenta medidas de segurança relacionada ao combate e incêndio, como extintores
(Figura 5) e barreiras contra fogo e respingos (Figura 6) que também protegem contra
radiação não ionizante.
Figura 5 - Extintor no laboratório de solda
Figura 6 - barreiras contra fogo e respingos e radiação não ionizante
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5.2.2 Medida de segurança pessoal
Todos que realizam qualquer atividade dentro do ambiente de laboratório devem estar usando
o EPI adequado, conforme a NR 06 (Figura 7 e Figura 8). Porém ressalta-se o fato que a
emprega não é obrigada a fornecer o EPI para alunos.
Figura 7: Placa indicativa do uso de EPI
Figura 8: Funcionário usando EPI no laboratório de Solda
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De acordo com a NR 15 (1978), no seu artigo 15.4.1,
A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos
limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
Portanto, todas as medidas preventivas estão sendo realizadas no local de trabalho
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6 CONCLUSÃO
Assim como descrito no objetivo, após todo o procedimento para reconhecimento e avaliação
do risco ambiental calor na atividade de soldagem do laboratório de solda e a atenção dada a
avaliação quantitativa do mesmo risco, pode-se concluir que:
1 O limite de tolerância para calor na atividade de soldagem analisado de acordo com a
NR 15, Quadro Nº2, é de 30,5ºC. No entanto, no valor calculado o IBUTG obtido foi
de 28,5ºC, ou seja, abaixo do limite de tolerância;
2 Há um sistema de ventilação no ambiente, amenizando qualquer situação de
desconforto térmico;
3 O local de trabalho apresenta medidas de proteção coletiva: extintores e barreiras
contra fogo, respingo e radiação não ionizante à terceiros;
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7 Referências
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº. 06 –
Equipamento de Proteção Individual, 1978.
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº. 15 – Atividades
e Operações Insalubres, 1978.
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº. 17 –
Ergonomia, 1978.
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº. 34 – Condições
e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval, 2011.
BRASIL, Mistério do Trabalho e Emprego – FUNDACENTRO. Norma de Higiene
Ocupacional 06 – Procedimento Técnico: Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor,
2002.
BRASIL, Mistério do Trabalho e Emprego – FUNDACENTRO. Norma de Higiene
Ocupacional 08 – Coleta de Material Partículado Sólido Suspenso no Ar de Ambientes de
Trabalho, 2009.
COSTA, A.C.B; CLEMENTE, M.R; COUTINHO, A.S; SILVA, L.B; Impacto do Conforto
térmico nos profissionais de saúde no CTI de um Hospital de João Pessoa. UFPA.
Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, 2004. João Pessoa-PB.
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ISO 7730. Moderate Thermal Environments – Determination of the PMV and PPD índices
and specification of the conditions for thermal comfort. International Organization for
Standardization, Genebra, 1994.
ITSEMAP. Guia básico de Segurança – Solda. Nº7. 2010. Disponível em:
<http://www.saudeetrabalho.com.br/download/solda-guia.pdf> Acesso em: 23 de outubro de
2014.
LIDA, I. Ergonomia-projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2000 (6ª
reimpressão).
MARTINS, A. Análise da exposição ao calor (tensão térmica) e conforto térmico em
ambientes de trabalho. Monografia Engenharia de Segurança do Trabalho. UNESC. Santa
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