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AVALIAÇÃO TTÁCTICA NNO VVOLEIBOL -- OO PPOOSSIICCIIOONNAAMMEENNTTOO DDEEFFEENNSSIIVVOO EE ZZOONNAASS VVUULLNNEERRÁÁVVEEIISS EEMM FFUUNNÇÇÃÃOO DDAA ZZOONNAA DDOO AATTAAQQUUEE AADDVVEERRSSÁÁRRIIOO
NNOO 55ºº JJOOGGOO DDAA FFAASSEE FFIINNAALL DDOO PPLLAAYY--OOFFFF DDIIVVIISSÃÃOO AA11
técnico
RESUMOPara atingir o objectivo do jogo deVoleibol, os jogadores devem exe-cutar acções individuais, que numaestrutura específica, formam o pen-samento táctico. Assim, é impor-tante verificar as acções de jogo,neste caso o pensamento tácticodefensivo para encontrar a melhorforma para o contrariar.
O presente estudo, pretende anali-sar a organização táctica defensiva,assim como o local de embate dabola no solo, em função da zona deataque, tentando encontrar umpadrão de zonas vulneráveis.
Foram analisadas as acções ofen-sivas que originaram ponto directo,das equipas presentes no 5º jogoda final do Play-Off (Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Es-pinho), do campeonato de séniormasculino de Voleibol. Foi analisadoo posicionamento defensivo da equi-pa, assim como o local de embateda bola, dividindo-se o campo em 9zonas defensivas.
Concluiu-se que as zonas defensivasdo Benfica mais vulneráveis são asáreas mais próximas da linha dos 3 metros. Por sua vez, o Espinhoapresenta vulnerabilidade no cen-tro e na esquerda, atrás da linhados 3 metros.
A pertinência desta análise tácticaquantitativa, permite determinar co-mo deverá ser planeada a estruturatáctica ofensiva das equipas adver-sárias, com o intuito de procurarexplorar estas zonas vulneráveis.
ABSTRACTTo hit the Volleyball game’s objective,the players must perform individualactions that in a specific structureform the tactic thought. Thus, it isimportant to verify the game’sactions, in this case the defensivetactic thought to find the best formto oppose it.
The present study, intends to analy-ze the defensive tactic organization,as well as the place of touch of theball in the ground, in function of theattack zone, trying to find a vulne-rable zones standard.
The offensive actions that hadoriginated direct point, of the teamspresents in 5º game of the end ofthe Play-Off, of the championship ofmasculine senior of Volleyball (SportLisboa e Benfica and Sporting Clubde Espinho), had been analyzed. Thedefensive positioning of the teamwas analyzed, as well as the place of touch of the ball, dividing the fieldin 9 possible defensive zones.
We concluded that the Benfica’sdefensive zones most vulnerable are the areas next to the line of the3 meters. In turn, the Espinhopresents vulnerability in the centreand the left, behind the line of the 3 meters.
The relevancy of this quantitativetactic analysis, allows to determineas the offensive tactic structure willhave to be plan by the adversariesteams, with intention to explore the-se vulnerable zones.
AUTORESFrancisco Gonçalves1
Paulo Mourão2
1 Licenciado e Doutorando em EducaçãoFísica e Desporto pela Universidade de Trás--os-Montes e Alto Douro
2 Licenciado em Educação Física pelo ISMAI e Mestre em Ciências do Desporto pelaUniversidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
AVALIAÇÃO TTÁCTICA NNO VVOLEIBOL - OO PPOOSSIICCIIOONNAAMMEENNTTOO DDEEFFEENNSSIIVVOO EE ZZOONNAASS
VVUULLNNEERRÁÁVVEEIISS EEMM FFUUNNÇÇÃÃOO DDAA ZZOONNAA DDOO
AATTAAQQUUEE AADDVVEERRSSÁÁRRIIOO NNOO 55ºº JJOOGGOO DDAA
FFAASSEE FFIINNAALL DDOO PPLLAAYY--OOFFFF DDIIVVIISSÃÃOO AA11
4(4): 551-58
PPAALLAAVVRRAASS--CCHHAAVVEEvoleibol; organização tácticadefensiva; zonas vulneráveis.
KKEEYYWWOORRDDSSvolleyball; defensive tacticorganization; vulnerable zones.
data de submissãoAAbbrriill 22000077
data de aceitaçãoJJuunnhhoo 22000077
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1. INTRODUÇÃO
Para atingir o objectivo do jogo deVoleibol, os jogadores executamacções individuais, que numa es-trutura específica formam o pensa-mento táctico. Este pensamentotáctico deve estar sempre presenteao longo do jogo e caracteriza-sepela comunicação e cooperação1.No nosso estudo, como mais àfrente veremos, o objectivo é o deverificar a relação com o adver-sário, sendo então importante acontra-comunicação e a oposição.Assim, é importante verificar asacções de jogo que a equipa que seencontra no processo defensivoleva a cabo, para contrariar o ata-que adversário, através de acçõesde jogo individuais e colectivas.Estas acções encontram-se deter-minadas por modelos e princípiosespecíficos, que poderão variarconsoante os elementos da equi-pa, adversário e características de jogo1.O ataque é definido como a tentati-va de ultrapassar a defesa, colocan-do a bola do lado contrário, dentrodo terreno de jogo e fora do alcan-ce da equipa adversária, cumprindotodas as regras do jogo3.Por sua vez, a defesa é definida co-mo a tentativa de evitar a concreti-zação de ponto por parte da equi-pa adversária, tentando recuperara bola, para concretizar. Em suma,a defesa é a reacção ao ataque3.Desta forma, cada equipa deveorganizar-se ofensiva e defensiva-mente. A esta organização estádesignado o conceito de táctica.A situação táctica ofensiva deveprocurar encontrar zonas vulnerá-veis na organização defensiva adver-sária, que lhes permita colocar abola fora do alcance do adversário.Na situação táctica defensiva, aequipa luta para não permitir aoadversário a conquista do ponto, econsequente recuperação da possede bola para o ataque2.
O estudo efectuado pretende ana-lisar a organização táctica defen-siva, em função da zona de ataque,tentando encontrar um padrão dezonas vulneráveis. Assim, contabi-lizaremos em termos esquemáticossomente o momento em que o pon-to for obtido, através do contactoda bola no solo, directamente pro-veniente do ataque, não havendopossibilidade de defesa.Existem condicionantes regulamen-tares inerentes a todo este pro-cesso, tais como a marcação depontos, a obrigatoriedade de rota-ção de jogadores e as zonas de jogo.Assim sendo, cada técnico terá deestruturar a sua equipa com basenestas limitações, de forma a obtersucesso.Com base na bibliografia analisadae nas aparentes necessidades deestudos baseados na análise tácti-ca defensiva no Voleibol, decidimosanalisar os sistemas tácticos de-fensivos das duas equipas finalis-tas do campeonato de Voleibol daépoca 2004/2005, no momentoda concretização de pontos dorespectivo adversário.As equipas analisadas correspon-diam ao escalão sénior masculino,a disputar o 5º jogo da final doPlay-Off, do Campeonato SéniorMasculino em Voleibol A1; SportingClub de Espinho Vs. Sport Lisboa eBenfica, na época 2004/2005.
2. METODOLOGIA
22..11.. AAmmoossttrraaA amostra é constituída por 2 equi-pas do escalão sénior masculino, a disputar a final do Play-Off doCampeonato Sénior Masculino emVoleibol na época 2004/2005,entre o Sporting Club de Espinho e o Sport Lisboa e Benfica.
22..22.. EEqquuiippaammeennttooPara a realização deste trabalhofoi utilizada um televisor SONYBlackTriniton, um Vídeo GravadorSONY BlackTriniton de 4 cabeças euma cassete de vídeo JVC de 240minutos.
22..33.. PPrroocceeddiimmeennttoosseexxppeerriimmeennttaaiiss
Foram definidas 6 zonas de ataque(figura 1), para análise do local deataque, e 9 zonas de defesa, para a análise do local de queda da bolae da colocação dos jogadores de-fensores (figura 2).
investigação técnico original opinião revisão estudo de caso ensaio
FFIIGGUURRAA1 Divisão do campo em 6 zonaspossíveis de ataque.
Optou-se por dividir o campo defen-sivo, em 9 zonas, pelo simples factode ser aparentemente mais válido.
FFIIGGUURRAA2 Divisão do campo em 9 zonaspossíveis de queda da bola e de
colocação dos jogadores defensores.
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Só foram contabilizadas as acçõesofensivas que tiveram como con-sequência o ponto directo (boladirectamente para o solo), sempossibilidade de defesa.
No momento de finalização, foianalisado o posicionamento decada um dos 6 jogadores da equipadefensiva, nas 9 possíveis zonas de defesa, com o intuito de analisara sua organização táctica defen-siva e detectar zonas vulneráveis.
Para a análise quantitativa dasacções previamente definidas, pro-cedemos à análise do produto (po-sicionamento defensivo da equipa,aquando do remate adversário).Consequentemente, houve ainda aanálise do local de embate da bolano solo, igualmente uma análisequantitativa.
Em termos de definição do contex-to de recolha de dados, tentámosseleccionar os indicadores maisadequados às nossas necessidades.Assim, não nos preocupámos emanalisar muitos aspectos do jogo,mas sim uma variável objectiva(como já foi referenciado, local deembate da bola no solo).
Em termos de validade aparente, a forma utilizada, permitiu mediraquilo a que se propôs, além domais, em termos de fiabilidade, autilização do vídeo permite reduzirao máximo a fonte de erro, haven-do consistência na análise. Sendo ogrupo constituído por dois elemen-tos, cada um analisou, independen-temente as acções de jogo e sóposteriormente se compararam os resultados. No caso das obser-vações serem díspares, houve umaterceira análise conjunta paradissipação completa de dúvidas ehaver um aumento da objectividade.
RReevviissttaa ddee DDeessppoorrttoo ee SSaaúúddee
da Fundação Técnica e Científica do Desporto
FFIIGGUURRAA3Posicionamento Defensivo do Espinho nos remates de zona 2 do Benfica.
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Da zona 3, o Benfica realizou 6 re-mates, concretizando-os em ponto.Nesses momentos a disposiçãotáctica do Espinho foi a seguinte(ver figura 4).
Da zona 4, o Benfica realizou 7remates, todos eles concretizadoscom a bola a embater no solo.Nesses momentos a disposiçãotáctica do Espinho foi a seguinte(ver figura 5).
Como foi referenciado anterior-mente, nesta segunda parte daapresentação esquemática dos re-sultados, ir-se-ão analisar os resul-tados referentes à avaliação tác-tica da equipa do Benfica. Das 6zonas previamente estabelecidascomo possíveis zonas de remate, oBenfica, à imagem do Espinho,utilizou somente 3, a zona 2, zona3 e zona 4. Nos 7 momentos doremate concretizados pelo Espinhoda zona 2, a disposição táctica doBenfica foi a seguinte (ver figura 6).
Da zona 3, o Espinho realizou 9remates, concretizando-os em pon-to. Nesses momentos a disposiçãotáctica do Benfica foi a seguinte(ver figura 7).
Da zona 4, o Espinho realizou 5remates, todos eles concretizadoscom a bola a embater no solo.Nesses momentos a disposiçãotáctica do Benfica foi a seguinte(ver figura 8).
investigação técnico original opinião revisão estudo de caso ensaio
FFIIGGUURRAA4Posicionamento Defensivo do Espinho nos remates de zona 3 do Benfica.
3. RESULTADOS
Os resultados serão divididos emduas partes e dizem respeito atodo o jogo (4 sets). Na primeira,apresentar-se-ão os resultadosreferentes à avaliação táctica daequipa do Espinho. Naturalmenteque neste momento a equipa ad-versária detém a posse de bola e
prepara o ataque. Das 6 zonaspreviamente estabelecidas comopossíveis zonas de remate, o Ben-fica utilizou somente 3, a zona 2,zona 3 e zona 4. Nos 7 momentosdo remate concretizados pelo Benfi-ca da zona 2, a disposição táctica doEspinho foi a seguinte (ver figura 3).
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4. DISCUSSÃO
Através da análise dos remates doBenfica da zona 2, podemos ve-rificar algumas lacunas em algunslocais da defesa do Espinho. Assim,podemos verificar as zonas onde oponto foi marcado, logo zonas ondea defesa não foi eficaz. A zonadefensiva mais permeável ao ata-que adversário foi a zona G, haven-do três bolas a concretizar pontonesta zona. Podemos ainda veri-ficar que o ataque para a diagonalcurta também surtiu efeito (zonasC, F e E).
No que à zona 3 diz respeito, apermeabilidade defensiva do Espi-nho fez-se notar mais no quadrantedefensivo esquerdo, contempladopelas zonas D, E, G e H.
Os remates da equipa do Benficaprovenientes da zona 4, resultaramnuma vulnerabilidade defensiva por parte da equipa do Espinho,maioritariamente na zona H, comtrês bolas; e na zona D com duasbolas. (ver figura 9).
Em suma, e indo ao encontro doobjectivo do presente trabalho,podemos constatar que as zonasdefensivas do Espinho mais vulne-ráveis são as zonas D, E, G e H.
Através da análise dos remates do Espinho da zona 2, podemosverificar também algumas lacunas
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da Fundação Técnica e Científica do Desporto
FFIIGGUURRAA5Posicionamento Defensivo do Espinho nos remates de zona 4 do Benfica.
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defensivas do Benfica. A zona de-fensiva mais permeável ao ataqueadversário foi a zona F, havendotrês bolas a concretizar ponto nes-ta zona. Podemos ainda verificarque o ataque para a zona A, B e Dtambém surtiu efeito, com umabola em cada zona.
No que diz respeito à zona 3, a per-meabilidade defensiva do Benficafez-se notar mais na área compos-ta pelas zonas D, E e F. Para alémdeste facto, existe maior permea-bilidade no lado direito. De salien-tar ainda, que este foi o parâmetroanalisado em que houve mais ocor-rências (9 remates). Assim, pode-mos supor que o ataque do Espi-nho da zona 3 é bastante eficaz, oueventualmente a defesa do Benficaapresenta lacunas perante umaataque deste tipo.
Os remates da equipa do Espinhoprovenientes da zona 4, resultaramnuma vulnerabilidade defensiva porparte da equipa do Benfica, ten-dencialmente, no lado esquerdo, ouseja perante remates cruzados.(ver figura 10).
Em suma, e indo ao encontro doobjectivo do presente trabalho,podemos constatar que as zonasdefensivas do Benfica mais vulne-ráveis são as zonas D e F. De sa-lientar ainda que os ataques para aproximidade da linha dos 3 metrosforam bastante eficazes, ou seja,existe vulnerabilidade nesta zona.
A pertinência desta análise tácticaquantitativa, permite determinarcomo deverá ser planeada a estru-tura táctica ofensiva das equipasadversárias, com o intuito de pro-curar explorar estas zonas vulne-ráveis.
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FFIIGGUURRAA6Posicionamento Defensivo do Benfica nos remates de zona 2 do Espinho.
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da Fundação Técnica e Científica do Desporto
FFIIGGUURRAA7Posicionamento Defensivo do Benfica nos remates de zona 3 do Espinho.
![Page 8: AVALIAÇÃO TTÁCTICA NNO VVOLEIBOL -- O PPOSICIONAMENTO … · Benfica, à imagem do Espinho, utilizou somente 3, a zona 2, zona 3 e zona 4. Nos 7 momentos do remate concretizados](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022050519/5fa2bb3988c7af4f7d535898/html5/thumbnails/8.jpg)
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5. CORRESPONDÊNCIA
Francisco Gonçalves
Travessa Comendador Seabra da Silva, n.º 226
3720-297 Oliveira de Azeméis
E-mail: [email protected]@hotmail.com
Tlms: 917 668 858966 833 562
Tlf.: 256 285 335
6. REFERÊNCIAS
1. Moutinho CA (1998). O ensinodo Voleibol. A estrutura funcionaldo Voleibol. In Graça A., Oliveira. J.O Ensino dos Jogos Desportivos.3ª Edição. pp. 137-152.
2. Mesquita I (1998). O ensino doVoleibol. Proposta Metodológica.In Graça A., Oliveira. J. O Ensinodos Jogos Desportivos. 3ª Edição.Pp. 153-199.
3. Shondell, D., Reinaud, C. (2002)The Volleyball Coaching Bible.Human Kinetics Publishers Inc.:Champaign, IL, USA.
investigação técnico original opinião revisão estudo de caso ensaio
FFIIGGUURRAA8 Posicionamento Defensivo do Benfica nos remates de zona 4 do Espinho.
FFIIGGUURRAA9 Vulnerabilidade defensiva do Espinho em função da zona de ataque.
FFIIGGUURRAA10 Vulnerabilidade defensiva do Benfica em função da zona de ataque.