bacias hidrográficas - ceap · É encontrada no estado líquido, sólido e gasoso, constituindo um...
TRANSCRIPT
Objetivos
• Conceituar bacias hidrográficas;
• Entender o funcionamento das bacias;
• Conhecer as principais bacias brasileiras;
• Conhecer a legislação.
Introdução
A água encontra-se disponível sob várias
formas e é uma das substâncias mais
comuns existentes na natureza, cobrindo
cerca de 70% da superfície do planeta.
Introdução
É encontrada no estado líquido, sólido e
gasoso, constituindo um recurso natural
renovável por meio do ciclo hidrológico.
Introdução
Todos os organismos necessitam de água
para sobreviver, sendo sua disponibilidade
um dos fatores mais importantes a moldar
os ecossistemas.
Introdução
É fundamental que os recursos hídricos
apresentem condições físico-químicas
adequadas para sua utilização pelos
organismos.
Esses recursos devem conter substâncias
essenciais à vida e estar isentos de outras
substâncias nocivas.
Introdução
Assim, disponibilidade de água significa que
ela está presente não somente em
quantidade adequada em uma dada região,
mas também que sua qualidade deve ser
satisfatória para suprir as necessidades de
um determinado conjunto de seres vivos.
Introdução
Por exemplo, a água salgada dos oceanos não
pode ser diretamente utilizada para
abastecimento humano;
A água existente nas geleiras polares
apresenta o inconveniente de estar congelada
e distante dos centros consumidores;
A extração de águas muito profundas também
está sujeita a limitações econômicas.
A bacia hidrográfica
Há duas formas de caracterizar os recursos
hídricos: com relação a sua quantidade e
com relação a sua qualidade, estando essas
características intimamente relacionadas.
O estudo e gerenciamento dos recursos
hídricos se dá na forma de uma unidade
formada por um conjunto de rios: a bacia
hidrográfica.
A bacia hidrográfica
O que é uma bacia hidrográfica?
- É uma área extensa, que cobre milhares de km2, que apresenta uma rede de drenagem de um rio e seus afluentes.
- É uma área de captação natural de água, onde parte desta é perdida por evaporação e transpiração, sendo que essa mesma área é composta por um relevo que forma rios, que transportam o restante da água à saída, ou foz da bacia.
A bacia hidrográfica
A partir da Lei 9.433/97, definiu-se a bacia
hidrográfica como a unidade territorial para
a implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos e atuação do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos.
A bacia hidrográfica
Essa divisão teve como característica
fundamental preservar as características
físicas, econômicas e sociais de cada bacia
hidrográfica para que possam ser utilizadas
no gerenciamento dos recursos hídricos
entre os órgãos federais e estaduais
envolvidos.
A importância da bacia
Os rios formam um inestimável patrimônio
ambiental e econômico e desempenham
múltiplas funções:
• Abastecimento de água;
• Irrigação agrícola;
• Vias de transporte;
• Geração de eletricidade;
• Drenagem do excesso de água pluvial, etc.
Funcionamento de bacias
• Ciclo hidrológico
• Ciclos biogeoquímicos
• Interação com o relevo e os solos
Ciclos biogeoquímicos
Interação de quatro componentes:
• biosfera, hidrosfera, litosfera e atmosfera.
Troca de elementos entre os reinos da
natureza - mineral, vegetal e animal.
Ocupação das bacias
• Os conflitos do uso da água se manifestam das mais diversas formas.
• A maioria das cidades se forma à beira dos rios, para aproveitar a água para abastecimento, mas também a polui.
• A construção de usinas hidrelétricas desaloja populações ribeirinhas, interfere na pesca e pode interromper a navegação, mas gera energia.
• A retirada de água para irrigação provoca redução para consumo residencial.
3. Bacia do Atlântico
Norte/Nordeste
2. Bacia do
Tocantins
4. Bacia do S.
Francisco
5. Bacia do Atlântico
Leste
6. Bacia do Prata
7. Bacia do Rio
Uruguai
8. Bacia do Atlântico
Sul
1. Bacia Amazônica
Bacia do Tocantins
• Área: 967.059 km² (11% do território nacional)
• abrange os estados de Goiás (26,8%), Tocantins (34,2%), Pará (20,8%), Maranhão (3,8%), Mato Grosso (14,3%) e o Distrito Federal (0,1%).
• Vazão média (deflúvio): 13800 m³/s
Bacia do Tocantins
• Cerca de 7,9 milhões de pessoas vivem na região hidrográfica (4,7% da população nacional), sendo 72% em áreas urbanas.
• A densidade demográfica é de 8,1 hab./km², bem menor que a densidade demográfica do país (19,8 hab./km²).
• O nível de abastecimento de água apresenta realidades bastante variadas, com valores entre 27% no Acará (PA) e 61,7 % no Tocantins. A média regional de atendimento da população por rede de esgoto é de apenas 7,8% e, do percentual de esgoto coletado, apenas 2,4% é tratado.
Bacia do Tocantins
• Os rios Tocantins e Araguaia são bastante diferentes. O rio Tocantins é do tipo canalizado, com estreita planície de inundação. Nasce no escudo brasileiro e flui em direção Norte por cerca de 2.500km até desaguar no estuário do Amazonas (Baía de Marajó), nas proximidades de Belém.
• Os principais formadores do rio Tocantins são os rios Paranã e Maranhão. Este último nasce na Reserva Biológica de Águas Emendadas, no Distrito Federal, onde as bacias amazônica, do Paraná e do São Francisco se comunicam.
• Corredeiras e cachoeiras são os hábitats mais comuns ao longo de seu curso: dominam a paisagem do curso superior, encontram-se espalhadas no curso médio e formavam um importante hábitat reprodutivo no curso inferior, hoje submerso pela represa de Tucuruí.
• As lagoas marginais são raras no rio Tocantins, mas integram importantes planícies de inundação no seu curso superior, na confluência com o Araguaia e logo abaixo da represa de Tucuruí.
Bacia do Tocantins
• O regime hidrológico da bacia é bastante definido. No
rio Tocantins, a época de cheia estende-se de outubro
a abril, com pico em fevereiro, no curso superior, e
março, nos cursos médio e inferior.
• No Araguaia, as cheias são maiores e um mês
atrasadas em decorrência da inundação da planície do
Bananal. Ambos secam entre maio e setembro, com
picos de seca em setembro. Como os rios da bacia
correm sobre solos pobres em nutrientes, foram
classificados como rios de águas claras.
Bacia do Tocantins
• O Rio Araguaia apresenta uma peculiaridade, que é a
de, entre os meses de julho e agosto, o clima seco
propicia o retrocesso do rio em vários pontos;
• Formando, assim, ilhas de areia, muito utilizadas por
turistas, que são abordados pelos órgãos de meio
ambiente locais e instruídos pelos mesmos acerca de
normas de convivência básica e harmoniosa
naquele bioma.
Bacia Amazônica
Maior bacia hidrográfica do mundo: 4.688.000 km²
Vazão de 132.145 - 300.000 m3/s = 20% mundial
Importante papel no balanço de energia global,
reserva de água doce e regulação climática
Bacia Amazônica
• As flutuações no nível da água, são uma importante
função de força que dirige o funcionamento ecológico do
sistema.
• Durante o período de nível alto dos rios, todo o sistema
sofre inundação.
• Os rios e a várzea do Amazonas constituem um complexo
de canais, rios, lagos, ilhas, depressões,
permanentemente modificadas pela sedimentação e
transporte de sólidos em suspensão, influenciando
também a sucessão da vegetação terrestre pela constante
modificação, remoção e deposição de material nos solos.
Bacia Amazônica
• No Brasil o Rio Amazonas recebe primeiramente o nome
de Solimões, e, a partir da confluência com o rio Negro,
próximo à cidade de Manaus, capital do Amazonas passa
a ser chamado de rio Amazonas.
• Embora seja uma bacia de planície, com 23 mil km
navegáveis, a bacia Amazônica apresenta também grande
potencial hidrelétrico.
• Praticamente todas as comunidades e cidades
amazônicas surgiram à beira dos rios.
Bacia Amazônica
• A drenagem, em seu conjunto, é uma só, mas as águas dos rios afluentes são diferenciadas, e, às vezes, com diferenças gritantes.
• Existem rios brancos, com grande carga de sedimentos argilosos;
• há os negros, com quase nenhuma carga de sedimentos argilosos em solução, e também os brancos, em cima de areais transportados a partir da bacia sedimentar de Boa Vista, em Roraima, percorrendo grande trecho do chamado “lavrado” – que é o nome que se dá para esta área dos campestres de Roraima, com os arenosos campestres sobre areias.
Bacia Amazônica
• A partir do encontro das águas entre os rios Negro e Solimões, a sudeste de Manaus, pode-se ter uma ideia precisa da massa de argila carregada pelo Solimões-Amazonas.
• Trata-se, evidentemente, do curso d’água que transporta o maior volume de argilas dissolvidas em suas águas lodosas, conhecidas no mundo inteiro.
• Causa estupefação a dinâmica do atrito das águas do rio Negro, completamente destituído de sedimentos argilosos em dissolução.
• Muita coisa ainda precisa ser estudada no que tange à limpeza das águas escuras do rio Negro, sendo de se notar os componentes biogênicos e bioquímicos, que têm até hoje um papel importante na eliminação da poluição hídrica derivada da cidade de Manaus.
Bacia Amazônica
• Enquanto o rio Solimões-Amazonas desce da região pré-andina até o golfão Marajoara sem qualquer acidente em seu leito, muitos dos rios afluentes apresentam alinhamento de quedas entre o seu largo-baixo vale e o seu médio curso.
• Pedro Moura, geólogo que trabalhou por dois anos no baixo Amazonas, foi o primeiro pesquisador a identificar uma linha de quedas (fall line) entre o baixo e o médio vale dos rios Tocantins, Xingu e Tapajós.
• Hoje sabemos que existem quadros similares de cachoeiras e corredeiras nos afluentes da margem esquerda do Amazonas, assim como após extensos setores de alguns rios da Amazônia ocidental.
Bacia Amazônica
• Convém registrar que a cachoeira de Santo Antônio, entre
o baixo e o médio Jarí, é um ponto de uma fall line menos
visível em rios afluentes provindos do Planalto das
Guianas.
• E, além disso, que São Gabriel da Cachoeira, no médio-
alto vale do rio Negro, constituiu outro ponto de fall lines
dos rios afluentes da margem esquerda do Solimões-
Amazonas.
Leitura recomendada
• Capítulo 4, p. 57 do livro Geodiversidade
do Brasil
• Capítulo 8, p.73 do livro Introdução a
Engenharia Ambiental
• www.ana.gov.br