balanced scorecard - repositório comum: … de gestão. o balanced scorecard (bsc) é um...
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BALANCED SCORECARD
Contributos para a implementao na
Administrao Local
Laurinda Fernanda Gomes dos Santos
Dissertao para a obteno do grau de Mestre em Gesto Autrquica
Julho de 2014
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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAO E CINCIAS
Escola de Educao e Gesto
Dissertao para a obteno do grau de Mestre em Gesto Autrquica
BALANCED SCORECARD
CONTRIBUTOS PARA A IMPLEMENTAO NA ADMINISTRAO LOCAL
Autor: Laurinda Fernanda Gomes dos Santos
Orientador: Doutor Antnio Rodrigues
Julho de 2014
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BALANCED SCORECARD:
CONTRIBUTOS PARA A IMPLEMENTAO NA
ADMINISTRAO LOCAL
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Resumo
A Administrao Pblica (AP) e, neste caso particular, a Administrao Local (AL)
debatem-se com dois grandes desafios - a necessidade de desenvolvimento de uma gesto
estratgica e, consequentemente, redefinir a interface entre a AP e a sociedade.
A AL, tradicionalmente guiada por um vasto conjunto de normas legais, pressionada pela
diminuio de recursos financeiros enfrenta a necessidade urgente de adotar novos
instrumentos de gesto. O Balanced Scorecard (BSC) um instrumento de gesto muito
divulgado atualmente nas empresas que praticam estilos de gesto modernos e orientados
estratgia. A literatura aponta que as organizaes pblicas ou privadas planeiam a sua
utilizao, mas, os resultados nem sempre so os esperados porque as organizaes tem
caractersticas diferentes e frequentemente confundem o BSC com um mero conjunto de
indicadores ajustados informao disponvel.
Das diversas consultas bibliogrficas efetuadas, verificou-se no serem abundantes as
investigaes sobre o tema com aplicao no contexto da AL em Portugal.
objetivo deste trabalho contribuir para a reduo da lacuna existente nesta rea de
investigao, apresentando linhas de orientao para a implementao do BSC na AL, onde
so evidenciadas as suas potencialidades e a articulao do BSC com os Sistemas de Gesto,
nomeadamente com o Sistema de Gesto da Qualidade e o Sistema de Avaliao de
Desempenho.
Este trabalho permitiu concluir que o BSC uma ferramenta de gesto que simplifica o
planeamento da estratgia e disciplina e sistematiza o pensamento estratgico, facilitando o
alinhamento organizacional e aumentando a eficcia na tomada de deciso. A sua
implementao no simples, deve ser faseada no tempo e adaptado a cada organizao
atendendo s suas especificidades e dinmicas.
O exemplo apresentado para a Cmara Municipal do Porto permite evidenciar o seu efeito
na melhoria da gesto das autarquias com benefcios diretos para os muncipes e
naturalmente para o pas.
O BSC constitui, portanto, a ferramenta adequada para a operacionalizao da gesto
estratgica de qualquer organizao.
Palavras-chave: Administrao local, Balanced Scorecard, Gesto estratgica,
Monitorizao da performance.
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Abstact
The Public Administration and particularly the Portuguese Local Government are discussing
two major challenges the need to develop a strategic management and consequently, redefine
the interface between Public Administration and the surrounding society.
The Local Government traditionally guided by a comprehensive set of legal standards and
pressed by the decrease of financial resources, is currently facing the urgent need to adopt new
management tools. The Balanced Scorecard (BSC) is a management tool deeply used in the
enterprises who perform modern management styles and attached to their strategy. The
literature suggests that public and private organizations plan their use, but the results are not
always the ones expected because the organizations have different characteristics and often
confuse the BSC with a mere set of indicators adjusted to the available information.
From the various bibliographic queries made, the investigations on this subject with application
in the context of Local Government in Portugal are not abundant.
It is an aim of this work to exert an effort for the reduction of the present lack in studies in this
area of research, presenting a contribution and guidelines for the implementation of BSC in the
Portuguese Local Government, highlighting its potential and the articulation between BSC and
Management Systems, especially Quality Management System and Performance Evaluation
System.
This study revealed that BSC is a management tool that simplifies the planning of strategy and
discipline and systematizes strategic thinking, facilitating organizational alignment and
increasing the efficiency in decision making. Its implementation is not simple, it must be timely
phased and adapted to each organization given its specificities and dynamics.
The example presented for Porto City Hall allows to demonstrate its effect on improving the
management of local authorities with direct benefits for the citizens and undoubtedly for the
country.
The BSC is therefore a suitable tool for operationalizing the strategic management of any
organization.
Keywords: Local Government, Balanced Scorecard, Strategic Management, Performance
Evaluation, Performance Measurement
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Agradecimentos
O meu mais sincero e profundo agradecimento aos meus orientadores, Professor Doutor
Pedro Caldeira, Doutor Jorge Caldeira e Doutor Antnio Rodrigues por terem aceitado
orientar este trabalho. Agradeo pela disponibilidade, apoio e acompanhamento
permanentes, pelos conhecimentos e experincias partilhadas e pelo sentido crtico na
orientao deste projeto de dissertao. Considero um grande privilgio t-los tido
como meus orientadores.
Agradeo tambm a todos os docentes e colegas do Mestrado em Gesto Autrquica,
por todos os conhecimentos partilhados, comentrios, contributos, motivao e
incentivo, em especial ao coordenador do mestrado Mestre Paulo Louro e aos colegas
Alzira, lio e Vicente.
Com muito carinho agradeo a todos que participaram desta fase da minha vida; estou
especialmente grata ao meu marido Carlos Duarte e aos meus filhos Pedro e Mariana
pela pacincia e apoio nos momentos mais difceis.
Agradeo ainda a todos os meus amigos e familiares por compreenderem a minha
ausncia e as minhas tenses e a todos os que, de alguma forma, contriburam para a
concretizao deste trabalho.
A todos o meu muito obrigada.
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Lista de Abreviaturas e Siglas
AL Administrao Local
AP Administrao Pblica
BSC - Balanced Scorecard
CAF - Common Assessment Framework
CMP Cmara Municipal do Porto
DGAEP Direo-Geral da Administrao e do Emprego Pblico
DMRH Direo Municipal de Recursos Humanos
EFQM - European Foundation for Quality Management
GRH Gesto de Recursos Humanos
KPIs - Key Performance Indicators
NGP Nova Gesto Pblica
NPM New Public Management
OCDE Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico
QUAR Quadro de Avaliao e Responsabilizao
RH Recursos Humanos
SGQ Sistema de Gesto da Qualidade
SIADAP Sistema Integrado de Avaliao e Gesto do Desempenho na Administrao
Pblica
SMAS Servios Municipalizados de gua e Saneamento
SWOT - Strenghts Weaknesses Opportunities Threats
TQM - Total Quality Management
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INDICE
Resumo ................................................................................................................................................. i
Abstact ................................................................................................................................................. ii
Agradecimentos ..................................................................................................................................iii
Lista de abreviaturas e siglas .............................................................................................................. iv
Introduo ............................................................................................................................................ 1
Metodologia ......................................................................................................................................... 3
Objetivos da dissertao ...................................................................................................................... 3
CAPTULO 1 ..................................................................................................................................... 4
O ciclo de gesto na administrao local ............................................................................................. 4
O ambiente da administrao local ...................................................................................................... 5
O estado da arte na administrao local ............................................................................................... 5
Tendncias para o sculo XXI ............................................................................................................. 8
Os desafios da administrao local ...................................................................................................... 9
O modelo de gesto na administrao local ..................................................................................... 100
A administrao pblica no sculo XXI: evoluo terico-prtica .................................................... 10
A Escola Administrativa .................................................................................................................... 16
A Escola Managerial ........................................................................................................................ 160
O New Public Management ............................................................................................................. 161
Atribuies dos municpios ............................................................................................................... 16
Os documentos estratgicos e operacionais na administrao local .................................................. 17
Quadro de avaliao e responsabilizao .......................................................................................... 17
Carta de misso .................................................................................................................................. 19
Plano de atividades ............................................................................................................................ 21
Relatrio de atividades ...................................................................................................................... 22
Balano social .................................................................................................................................... 23
CAPTULO 2 ................................................................................................................................... 24
Balanced scorecard: o modelo ........................................................................................................... 24
Origens do modelo ............................................................................................................................. 25
Privado versus pblico ....................................................................................................................... 29
As quatro dimenses chave do BSC (Perspetivas) ............................................................................. 33
A perspetiva Cliente ....................................................................................................................... 36
A perspetiva Aprendizagem e crescimento .................................................................................... 37
A perspetiva Processos internos ..................................................................................................... 39
A perspetiva Financeira (oramento) ............................................................................................. 40
Objetivos estratgicos ........................................................................................................................ 41
Meta versus indicadores .................................................................................................................... 41
Iniciativas estratgicas ....................................................................................................................... 43
Relaes de causa e efeito ................................................................................................................. 43
Definio da estratgia ...................................................................................................................... 44
Balanced Scorecard uma nova viso .............................................................................................. 48
A construo do mapa estratgico ..................................................................................................... 51
Misso, viso, valores ........................................................................................................................ 51
Objetivos estratgicos ........................................................................................................................ 51
Indicadores e metas............................................................................................................................ 54
Iniciativas........................................................................................................................................... 56
Mapa estratgico ................................................................................................................................ 56
O BSC e os sistemas de gesto na administrao local ...................................................................... 59
Balanced Scorecard: como articular com o sistema de gesto da qualidade? ................................... 59
Balanced Scorecard: como articular com o sistema de avaliao de desempenho? .......................... 61
Balanced Scorecard: articulao com sistemas de gesto da performance ....................................... 63
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Vantagens da implementao do Balanced Scorecard ...................................................................... 64
Limitaes implementao do BSC ................................................................................................ 68
Balanced Scorecard - de que depende o seu sucesso? ....................................................................... 71
CAPTULO 3 ................................................................................................................................... 74
Balanced Scorecard: contributos para a implementao ................................................................... 74
Balanced Scorecard - como implementar? ........................................................................................ 75
Fases da implementao do Balanced Scorecard ............................................................................... 77
Fase 0: Deciso sobre a implementao do BSC ............................................................................... 78
Fase 1: Definir o mbito do BSC ....................................................................................................... 78
Fase 2: Definir a equipa ..................................................................................................................... 79
Fase 3: Definir a misso, viso e valores ........................................................................................... 81
Fase 4: Identificar as perspetivas ....................................................................................................... 82
Fase 5: Formular a estratgia ............................................................................................................. 83
Fase 6: Definir os objetivos estratgicos ........................................................................................... 87
Fase 7: Definir indicadores ................................................................................................................ 90
Fase 8: Definir metas estratgicas...................................................................................................... 93
Fase 9: Definir as iniciativas (aes) ................................................................................................. 95
Fase 10: Elaborar o mapa estratgico e o mapa consolidado ............................................................. 97
Fase 11: Identificar o modelo de acompanhamento do projeto ......................................................... 98
Fase 12: Comunicar os resultados ..................................................................................................... 99
Fase 13: Avaliar e melhorar ............................................................................................................. 100
Roadmap das fases ........................................................................................................................... 101
Consideraes sobre a implementao do BSC ............................................................................... 102
Monitorizao e avaliao do processo ........................................................................................... 105
CAPTULO 4 ................................................................................................................................. 107
Balanced scorecard e a sua implementao na Direo Municipal de Recursos Humanos da Cmara
Municipal do Porto .......................................................................................................................... 107
O exemplo da Cmara Municipal do Porto ...................................................................................... 108
Breve caracterizao do municpio do Porto.................................................................................... 108
Breve caracterizao da Cmara Municipal do Porto ...................................................................... 108
A estratgia de gesto da Cmara Municipal do Porto .................................................................... 111
Definio da estratgia .................................................................................................................... 112
Definio da misso ......................................................................................................................... 115
Definio da viso ........................................................................................................................... 116
Definio dos valores ...................................................................................................................... 116
Definio dos objetivos estratgicos ................................................................................................ 116
Definio dos indicadores ................................................................................................................ 118
Definio das metas ......................................................................................................................... 121
Definio das iniciativas - plano de ao ......................................................................................... 121
Mapa estratgico .............................................................................................................................. 123
Mapa consolidado ............................................................................................................................ 126
Avaliao e monitorizao do processo ........................................................................................... 132
Balano da implementao do BSC na DMRH ............................................................................... 133
Concluses ...................................................................................................................................... 134
Limitaes do trabalho .................................................................................................................. 136
Desafios para o futuro ................................................................................................................... 137
Bibliografia ...................................................................................................................................... 140
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INDICE DE FIGURAS
Figura 1: Modelo evolutivo da gesto estratgica ...................................................................................... 8
Figura 2: Ciclo de gesto dos servios da administrao pblica ............................................................. 15
Figura 3: Quadro de avaliao e responsabilizao ................................................................................... 17
Figura 4: Evoluo do conceito de BSC .................................................................................................... 26
Figura 5: Componentes do Balanced Scorecard ........................................................................................ 27
Figura 6: Diferenas entre o BSC tradicional e o adaptado ao setor pblico ............................................ 31
Figura 7: Exemplo de estruturas do BSC para o setor pblico .................................................................. 32
Figura 8: As quatro dimenses chave do BSC .......................................................................................... 34
Figura 9: Metodologia do Balanced Scorecard adaptado ao setor pblico ............................................... 35
Figura 10: Exemplo de barreiras execuo da estratgia ........................................................................ 46
Figura 11: Esquema para construo de uma anlise SWOT ..................................................................... 48
Figura 12: Inovao do BSC indicadores financeiros e operacionais ..................................................... 49
Figura 13: O BSC e a gesto estratgica .................................................................................................... 60
Figura 14: As sinergias atravs de um completo alinhamento organizacional: SGQ e BSC ..................... 62
Figura 15: Avaliao do desempenho nos diferentes nveis organizacionais ............................................ 70
Figura 16: Contributo do BSC para os resultados estratgicos ................................................................. 76
Figura 17: As perspetivas do BSC na administrao pblica ................................................................... 82
Figura 18: Mapeamento e traduo da estratgia ..................................................................................... 87
Figura 19: Sntese dos atributos dos indicadores ..................................................................................... 90
Figura 20: Roadmap das fases de implementao do BSC ..................................................................... 101
Figura 21: Fatores crticos de sucesso .................................................................................................... 103
Figura 22: Pirmide estratgica .............................................................................................................. 104
Figura 23: Painel de controlo do tipo velocmetro............................................................................... 105
Figura 24: Modelo de Balanced Scorecard ............................................................................................. 109
Figura 25: Anlise SWOT - DMRH (2012) ............................................................................................ 111
Figura 26: Anlise dos stakeholders internos - DMRH (2012) ............................................................... 112
Figura 27: Anlise dos stakeholders externos - DMRH (2012) .............................................................. 113
Figura 28: Matriz do nvel de interesse e poder dos stakeholders - DMRH (2012) ................................ 116
Figura 29: Composio sistmica da estratgia - DMRH (2012) ............................................................ 118
Figura 30: Matriz de objetivos estratgicos e operacionais .................................................................... 119
Figura 31: Mapa de indicadores e respetivas metas - DMRH ano 2012 ................................................ 120
Figura 32: Mapa de iniciativas e sua monitorizao - DMRH ano 2012 ............................................... 122
Figura 33: Mapa estratgico exemplo1: DMRH (2012) ....................................................................... 124
Figura 34: Mapa estratgico exemplo 2: DMRH (2013) ...................................................................... 125
Figura 35: Mapa consolidado DMRH (2013) ...................................................................................... 127
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INDICE DE TABELAS
Tabela 1: Questes sobre as perspetivas do Balanced Scorecard ............................................................. 42
Tabela 2: Caracterizao dos intervenientes ............................................................................................ 79
Tabela 3: Exemplo de um plano do processo de desenvolvimento de um BSC ....................................... 80
Tabela 4: Matriz de stakeholders .............................................................................................................. 84
Tabela 5: Grelha de anlise dos stakeholders ............................................................................................ 85
Tabela 6: Modelo de matriz SWOT ........................................................................................................... 86
Tabela 7: Modelo de tabela de formulao da estratgia .......................................................................... 87
Tabela 8: Exemplos de objetivos e indicadores - perspetiva do cliente ..................................................... 91
Tabela 9: Exemplos de objetivos e indicadores - perspetiva processos internos ...................................... 91
Tabela 10: Exemplos de objetivos e indicadores - perspetiva aprendizagem e crescimento .................... 91
Tabela 11: Exemplos de objetivos e indicadores - perspetiva financeira ................................................. 92
Tabela 12: Modelo de mapa de indicadores .............................................................................................. 93
Tabela 13: Modelo de ficha de caracterizao de indicadores .................................................................. 93
Tabela 14: Exemplos de iniciativas/aes ................................................................................................. 95
Tabela 15: Exemplo de calendarizao de uma iniciativa semana ......................................................... 95
Tabela 16: Exemplo de mapa de caracterizao das iniciativas ................................................................ 96
Tabela 17: Modelo de ficha de caracterizao de iniciativas .................................................................... 96
Tabela18: Impacto das iniciativas nos objetivos estratgicos ................................................................... 97
Tabela 19: Plano de ao para a iniciativa X ........................................................................................... 100
Tabela 20: Representao semforo de limites de tolerncia ............................................................... 105
Tabela 21: Anlise dos stakeholders internos - DMRH (2012) ............................................................... 113
Tabela 22: Anlise dos stakeholders externos - DMRH (2012) .............................................................. 113
Tabela 23: Matriz do nvel de interesse e poder dos stakeholders - DMRH (2012) ................................ 114
Tabela 24: Exemplos de avaliao da performance ................................................................................ 132
Tabela 25: Aspetos positivos e negativos da implementao do BSC na DMRH ................................... 133
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INTRODUO
As reformas iniciadas durante as ltimas dcadas na Administrao Pblica,
essencialmente nos pases da OCDE, vieram impor uma nova gesto s organizaes
pblicas. Tambm o contexto de globalizao que caracteriza a sociedade atual,
associado ao ambiente extremamente competitivo e em contnua mudana, impe a
qualquer organizao, pblica ou privada, uma direo estratgica para dar resposta s
necessidades do mercado e da sociedade. Neste sentido, todas as organizaes tm sido
fortemente pressionadas para se tornarem mais competitivas, responsveis e
transparentes, para prestarem um servio pblico com maior qualidade e, ainda, para
melhorarem os ndices de eficincia, eficcia e qualidade. Estas diretrizes so ainda
mais prementes num momento de fortes restries oramentais devido ao agravamento
do dfice pblico e difcil conjuntura econmica que Portugal est a atravessar.
Consequentemente, a introduo da gesto estratgica dos recursos pblicos e da
avaliao de desempenho, atravs de uma maior eficincia na realizao das despesas e
na cobrana das receitas, constituem a base atual das decises pblicas. neste contexto
que surge o Balanced Scorecard (BSC).
O BSC um sistema de gesto estratgica desenvolvido na dcada de 1990 por Robert
Kaplan1
e David Norton2
cuja aplicao no setor pblico, nomeadamente na
Administrao Local, comea a ser cada vez mais significativa como consequncia das
reformas introduzidas pela New Public Management3 (NPM).
O BSC foi apresentado inicialmente como um simples modelo de avaliao do
desempenho organizacional, mas rapidamente evoluiu para uma metodologia de gesto
estratgica, permitindo a medio do desempenho dos ativos intangveis4 e procurando
complementar as medidas de desempenho das organizaes com novos indicadores no
financeiros.
1 Professor da Universidade de Harvard 2 Consultor de empresas 3 A Nova Gesto Pblica baseia-se na introduo de mecanismos de mercado e na adoo de ferramentas de gesto privada, na
promoo de competio entre fornecedores de bens e servios pblicos, na expectativa da melhoria do servio para o cidado, no
aumento da eficincia e na flexibilizao da Gesto. (Rodrigues & Arajo, 2005). 4 De acordo com Silva (2013), a definio de ativo intangvel pode ser diversa, consoante os autores. As estratgias de criao de
valor deixaram de assentar na gesto de ativos tangveis para passarem a assentar nas estratgias baseadas no conhecimento,
contribuindo decisivamente para o peso crescente dos ativos intangveis nas empresas.
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A palavra balanced reflete o equilbrio entre objetivos5 de curto e de longo prazo,
indicadores financeiros e no-financeiros, indicadores de mdio/longo prazo com
indicadores de curto prazo, indicadores de resultado com indicadores de ao e
perspetivas externas (Financeira e Cliente) e perspetivas internas (Processos internos e
Aprendizagem e crescimento).
A aplicao do BSC, de modo transversal, a uma organizao da Administrao Local
assumir-se-, indiscutivelmente, como um processo inovador com impacto ao nvel da
comunicao, envolvimento, empowerment6
e responsabilidade de todos os que
estiverem envolvidos direta ou indiretamente no processo.
Foi com o objetivo de evidenciar as potencialidades do BSC num contexto evolutivo de
gesto estratgica, nomeadamente na melhoria da performance da Administrao
Pblica, mais especificamente estabelecer linhas de orientao para a implementao do
BSC na Administrao Local, articulando-o com o Sistema de Gesto da Qualidade e
com o Sistema de Avaliao de Desempenho, que surgiu a ideia deste trabalho.
Face aos objetivos propostos, esta dissertao encontra-se estruturada em quatro
captulos. No primeiro faz-se uma breve caracterizao da Administrao Pblica e da
Administrao Local portuguesas. O captulo 2 apresenta a estrutura do modelo BSC,
apresentando-se no captulo 3 um guio para a implementao do BSC na
Administrao Local. No ltimo captulo, apresenta-se um exemplo de aplicao
Direo Municipal de Recursos Humanos da Cmara Municipal do Porto. A dissertao
termina com as concluses obtidas, as limitaes do trabalho e os desafios para o futuro.
Assim, este trabalho, para alm de evidenciar as potencialidades do BSC, pretende
apontar caminhos para a implementao no terreno da respetiva metodologia na AL,
articulando-o com outros sistemas de gesto, como o SGQ e o SIADAP.
5 Segundo a DGAEP (2013), a palavra objetivo definida pela como a formulao de uma situao desejada, especificando os
resultados ou efeitos pretendidos, de acordo com a misso da organizao. Estes objetivos podem ser estratgicos (globais de mdio e longo prazo, que nos indicam organizao a direo pretendida, definindo os resultados e os efeitos finais a prosseguir)
operacionais (que consiste na formulao mais concreta de um objetivo estratgico podendo, no imediato, ser convertido num
conjunto de atividades e aes). 6 Segundo a DGAEP (2013), empowerment o processo pelo qual se atribui mais autoridade ou poder acrescido a um indivduo ou
grupo de pessoas no processo de tomada de deciso. Pode aplicar-se a cidados ou colaboradores atravs do envolvimento de uma
pessoa/grupo concedendo-lhes um grau de autonomia nas suas aes/decises.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada de natureza descritiva com carter exploratrio e foi aplicada
na Cmara Municipal do Porto.
Quanto aos meios de investigao, a pesquisa foi essencialmente bibliogrfica,
desenvolvida com base em fontes documentais diversas, estudos acadmicos, livros,
revistas e artigos cientficos. Este trabalho baseou-se, portanto, em reviso da literatura
e publicaes da internet no mbito do tema e em investigao qualitativa, com recolha
de dados primrios e secundrios e respetiva anlise; os dados primrios foram
recolhidos em conversas informais, quer na Direo de Recursos Humanos (DMRH),
abrangendo dirigentes e um grupo de 12 colaboradores7, quer nas autarquias referidas
na pgina 69.
Privilegiou-se a metodologia baseada no contacto direto com as organizaes da
Administrao Local, atravs do dilogo com os seus responsveis, ou seja, baseado na
observao direta, consulta de documentos e entrevistas exploratrias, informais, a
responsveis de entidades pblicas e privadas com experincia na implementao do
Balanced Scorecard.
OBJETIVOS DA DISSERTAO
Os principais objetivos so:
Evidenciar as potencialidades do Balanced Scorecard num contexto evolutivo
da gesto estratgica, nomeadamente na melhoria da performance da
Administrao Local;
Estabelecer linhas de orientao para a implementao do BSC na
Administrao Local;
Articular o BSC com os Sistemas de Gesto, nomeadamente com o Sistema de
Gesto da Qualidade e o Sistema de Avaliao de Desempenho.
7 Por exigncia dos entrevistados mantido anonimato em relao ao nome e funes exercidas.
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CAPTULO 1
O CICLO DE GESTO NA ADMINISTRAO LOCAL
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O AMBIENTE DA ADMINISTRAO LOCAL
O estado da arte na Administrao Local
Aps a Segunda Guerra Mundial e durante algumas dcadas, a Administrao Local
(AL), enquanto agente social estruturante, apoiou-se em diversos modelos mistos de
gesto para proteger os cidados e gerar estabilidade e crescimento econmico. A
alterao e modernizao dos seus procedimentos, fortemente ancorados em aspetos de
carter normativo, legislativo e burocrtico, evoluram para um novo modelo de gesto
por objetivos.
A avaliao da performance das organizaes pblicas uma questo complexa, que h
dcadas preocupa os governos de diversos pases - Portugal no foge regra.
A New Public Management (NPM) ou Nova Gesto Pblica (NGP) teve um forte
impacto no desempenho organizacional e na implementao de novos sistemas de
informao e de controlo de gesto. Segundo Rocha (2000a), com a NPM assistimos
decadncia dos modelos burocrticos de gesto e ascenso de modelos com provas
dadas nas organizaes privadas. So exemplos a implementao de adequados sistemas
de informao e de controlo de gesto, o conceito do value for Money, a monitorizao
do desempenho baseada em resultados (outputs e outcomes) e a racionalizao dos
recursos pblicos. Desta forma, as organizaes pblicas tm conseguido aumentar
ligeiramente os seus ndices de eficincia, eficcia e qualidade, melhorando o processo
de tomada de deciso.
Diagnsticos realizados ao longo dos anos sempre sustentaram a existncia de um gap
entre a qualidade e a eficincia dos servios prestados pela administrao pblica e as
expectativas dos seus clientes. A Resoluo do Conselho de Ministros n 95/2003 de 10
de julho, que aprovou as linhas de orientao da reforma da Administrao Pblica
(AP), descreve as origens desse gap:
Tradicionalmente assente numa estrutura burocrtica e de pendor centralista, a
Administrao Pblica Portuguesa no tem conseguido fazer face, de uma forma adequada
e eficaz, s necessidades dos cidados e das empresas.
Acrescenta ainda:
A falta de coerncia do modelo de organizao global, a morosidade e complexidade dos
processos de deciso e o consequente clima de desconfiana em matria de transparncia e
de legalidade administrativas, bem como a desmotivao dos funcionrios e a
desvalorizao do prprio conceito de misso de servio pblico, so factores que urge
corrigir.
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Este documento refere tambm a necessidade de planear, de forma adequada, o
enquadramento geral da reforma da AP:
Apesar da evidncia do diagnstico e dos muitos estudos elaborados faltou, at agora, o
enquadramento geral de uma reforma articulada e coerente, capaz de responder tanto
satisfao das necessidades colectivas pblicas como criao de condies motivadoras
de quantos trabalham na Administrao.
Como resposta a esta lacuna, a AP portuguesa iniciou um projeto de reforma baseado na
Resoluo do Conselho de Ministros n 53/2004 de 21 de abril. Trata-se de um
documento que descreve a operacionalizao da reforma da AP, nomeadamente, no
referente a reas de atuao e metodologias de aplicao. No seu prembulo pode ler-se:
No quadro da organizao da Administrao Pblica, a perspetiva estratgica do
Governo reflectida nos diplomas legais aprovados assenta na introduo de novas prticas
de gesto elegendo a gesto por objectivos como a grande matriz da mudana, associando
sistematicamente os organismos pblicos a objetivos e resultados.
A Administrao Local (AL), como parte integrante da AP est tambm envolvida neste
projeto de grande complexidade, que est a ser desenvolvido segundo o modelo
aprovado por esta Resoluo. Estas organizaes defrontam-se com uma necessidade
premente de criar mecanismos e modelos eficazes para medir, avaliar e gerir a sua
performance.
H vrios anos que ouvimos falar da aplicao AP da gesto por objetivos, da
avaliao da performance, dos sistemas de avaliao de desempenho, da orientao para
os resultados e dos princpios da eficincia, eficcia e economia. As metas a atingir so,
muitas vezes, conflituantes: aumentar a eficincia e, ao mesmo tempo, a produtividade e
a qualidade dos servios prestados.
Neste contexto, surgem no final do sculo XX novos modelos de gesto estratgica,
entre os quais, o BSC.
Segundo Kaplan e Norton (1996), o BSC surge como um paradigma de gesto
estratgica que permite relacionar toda a estratgia organizacional e conjugar as
medidas financeiras (at ento, consideradas as mais importantes) e as medidas no-
financeiras que, em conjunto, conduziriam a uma melhoria do desempenho
organizacional.
Esta transformao para uma nova realidade foi impulsionada pelo aumento da
competitividade e pelo facto das organizaes sentirem necessidade de desenvolverem
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novos instrumentos e ferramentas de gesto que possam inovar e agilizar a AP, medindo
objetivamente o seu desempenho.
Assim, o BSC surge como um sistema de gesto estratgica que interliga a estratgia
organizacional com os objetivos definidos e, consequentemente, melhorando a
performance e o sucesso organizacional.
De acordo com Niven (2003) existem vrios estudos sobre a aplicao do BSC ao setor
pblico (Ho e Chan, 2000 e 2002; Kaplan, 2001; Johnsen, 2001; Carmona e Grnlund,
2003; Wilson et al., 2003; Zelman et al., 2003; Chan, 2004; Wisniewski e Olafsson,
2004; Gomes et al., 2008). Todos estes estudos abordam a utilidade da implementao
desta ferramenta e as principais diferenas entre o setor pblico e privado. Tal como as
organizaes privadas, a AP reconhece o contributo desta ferramenta para a criao de
uma significativa cultura de monitorizao e avaliao do desempenho. Apesar disso e
da importncia e foco nos resultados ser um dos fundamentos bsicos da nova forma de
atuao da AP, assistimos ainda a pouqussimas experincias no setor pblico, sendo
ainda muito escassas as organizaes que medem e monitorizam de maneira sistemtica
os seus resultados.
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Tendncias para o sculo XXI
Segundo Rodrigues (2009), os principais aspetos que distinguem o modelo evolutivo da
gesto estratgica do sculo XX para o sculo XXI so os seguintes:
Figura 1: Modelo evolutivo da gesto estratgica (Fonte: Rodrigues, 2009)
No sculo XXI as organizaes preocupam-se em estabelecer parcerias que resultem em
vantagens competitivas. O lder tende a ser inspirador, focado e motivado no
desenvolvimento das pessoas, ao contrrio do lder autocrtico, que mais focalizado
nas tarefas, tomando decises individuais sem auscultar a opinio dos liderados.
Estes diversos aspetos podem ser agrupados em trs grandes grupos (Rocha, 2000):
1 Modernizao Interna, o que significa aposta em resultados e introduo de novas
tcnicas de gesto, como sejam a contabilidade de custos, BSC, gesto da
qualidade e reengenharia, e nos processos de trabalho com equipas interfuncionais
e com uma fora de trabalho heterognea e diversificada.
2 Democratizao do seu papel, o que supe crescente autonomia e envolvimento
dos clientes/cidados (exemplo: rede de parcerias com valor acrescentado).
3 Orientao para o mercado, implicando competio num mercado que global.
As tendncias globais do sculo XXI baseiam-se, portanto, no deslocamento das
relaes de poder, no aumento do valor da informao, numa maior nfase nos
processos e objetivos e na confirmao da posio estratgica da organizao
relativamente ao ambiente externo.
Modelo do Sculo XX
Diviso de trabalho e cadeia escalar de
hierarquia
Desenvolver a maneira atual de fazer negcios
Domsticos e regionais
Custo
Ferramenta para desenvolver a mente
Cargos funcionais e separados
Homognia e padronizada
Autocrtica
Aspetos
Organizao
Misso
Mercados
Vantagem competitiva
Tecnologia
Processo de Trabalho
Fora de Trabalho
Liderana
Prottipo do Sculo XXI
Rede de parcerias com valor acrescentado
Criar mudanas com valor acrescentado
Globais
Tempo
Ferramenta para desenvolver colaborao
Equipas interfuncionais de trabalho
Heterognea e diversificada
Inspiradora
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No contexto da AP, o processo de reforma e modernizao preconizado baseia-se no
desenvolvimento de um novo modelo de servio pblico, fundamentado na
aproximao do Estado aos cidados, famlias e empresas e na simplificao,
facilitao, racionalizao, credibilizao e qualificao da interao entre eles.
A transio da modernizao interna para a gesto estratgica implica a necessidade de
redefinir a interface entre a AP e a sociedade envolvente.
Os desafios da Administrao Local
A promoo da qualidade dos servios e a orientao para a Excelncia so desafios
inadiveis que se colocam s organizaes. A AP e, em particular, a AL no exceo.
Qualquer servio da AL dever ter por misso promover a gesto racional dos recursos
pblicos, o aumento da eficincia e equidade na sua obteno e a melhoria dos sistemas
e dos processos de gesto. Essa misso deve ser respeitada, cumprida e trazer os
benefcios esperados populao (muncipes).
Relatando Gomes et al. (2008), o servio pblico sempre foi mal visto pela populao
seu principal cliente. Alguns dos motivos so o no cumprimento da sua misso, a falta
de informao populao dos resultados/benefcios, o mau atendimento dos clientes
pelos colaboradores das organizaes pblicas e a falta de conhecimento e,
principalmente, de comprometimento por parte destes mesmos colaboradores com a
misso do servio pblico.
Por outro lado, as mudanas que se verificam em ritmo acelerado implicam uma atitude
de desenvolvimento constante por parte dos servios da AL no sentido de melhor
satisfazerem as novas exigncias dos muncipes/cidados e de promover o crescimento
socioeconmico. Para isso necessrio, entre outros fatores, equilibrar (balance) a
gesto financeira com o capital intangvel da organizao.
neste contexto que tem surgido uma crescente consciencializao para a necessidade
de um eficaz planeamento estratgico, como forma de enfrentar os problemas
resultantes destas dinmicas competitivas.
A constante procura de nveis de excelncia pelas organizaes requer uma avaliao
sistemtica do seu desempenho, pelo que imperativa a utilizao de sistemas
dinmicos de informao e de gesto, que atendam estas novas exigncias e que
auxiliem eficiente e eficazmente o processo de deciso.
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O MODELO DE GESTO NA ADMINISTRAO LOCAL
A Administrao Pblica no sculo XXI: Evoluo terico-prtica
A necessidade de reformar a Administrao Pblica Portuguesa, tornando-a menos
burocrtica e mais prxima dos cidados, referida no art. 267 da Constituio, tendo
sido estas preocupaes vertidas na agenda poltica dos sucessivos Governos dos
ltimos anos. A resistncia mudana, a elevada instabilidade poltica que se tem
verificado, a burocracia, a falta de transparncia e de responsabilidade e a concentrao
nos inputs em vez dos outputs, determinaram a descontinuidade das medidas adotadas,
levando ao insucesso das sucessivas reformas.
A Escola Administrativa
Tendo em vista a resoluo dos grandes problemas econmicos, sobretudo gerados pela
Segunda Guerra Mundial, o Estado Providncia (Welfare State), tentou gerar
estabilidade e crescimento econmico, apoiando-se em modelos mistos de economia.
Tentou tambm proteger os cidados da ameaa da excluso social e das demais
contingncias econmicas e sociais. O Welfare State sob a influncia das doutrinas
econmicas Keynesianas que apoiavam o papel do estado na vida econmica e social
contribuiu fortemente para o aumento da despesa pblica.
Apesar disso, o desemprego e a excluso social no s se mantiveram como se
agudizaram.
Nos anos 70 a economia mundial foi sacudida com a crise petrolfera e o Estado
Providncia comeou a entrar em insustentabilidade oramental e gestionria.
Decorrente da falncia eminente do Estado Providncia, criaram-se novos modelos de
administrao que estiveram na gnese da Reforma Administrativa. Podemos pois
afirmar que a Reforma Administrativa foi uma consequncia da falncia do Welfare
State.
Em Portugal a reforma decorreu (decorre) a um ritmo distinto de alguns pases devido
nossa cultura organizacional mas tambm ao atraso na passagem para o Estado Social
que s aconteceu aps a revoluo do 25 de abril de 1974.
A Escola Managerial
Rocha (2000a) citando Lane (1995), refere que este definiu a Reforma Administrativa
como a substituio de um Estado Administrativo por um Estado Managerial que
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respondia s tradicionais ineficincias das organizaes burocrticas. Segundo o autor, o
managerialismo afirma-se essencialmente como opo gestionria inpcia e s
ineficincias tradicionalmente conotadas com as organizaes burocrticas.
Gradualmente vai-se substituindo a gesto pblica tradicional por processos e tcnicas
caractersticas da gesto privada.
Peters e Waterman (1982) defendiam a ideia de que se poderia adotar um novo modelo
de gesto nas organizaes, independentemente de estas serem pblicas ou privadas.
Este novo modelo de gesto apostava na descentralizao, flexibilizao e autonomia.
Os sistemas de gesto privada prevaleciam relativamente aos da gesto pblica. A
influncia da Escola Managerial na Administrao Pblica materializou-se num
conjunto de princpios fundamentais, entre os quais se destacam:
A descentralizao com a consequente reduo dos nveis hierrquicos,
permitindo aumentar a participao, a criatividade e a inovao organizacional;
A delegao de competncias, permitindo libertar a gesto de topo para as
questes estratgicas da organizao em detrimento das preocupaes com a
gesto corrente;
A desregulao, contribuindo para que os gestores pudessem ter uma
interveno direta na gesto dos recursos humanos, financeiros e materiais.
Em suma, a Escola Managerial contribuiu para que as organizaes do setor pblico se
aproximem do setor privado, em termos de princpios de gesto.
O New Public Management
Conforme referido, a recesso econmica provocada pela crise do petrleo dos anos 70
originou dfices considerveis nos oramentos pblicos e foi determinante para a
reforma da AP. Com o NPM ou NGP, o setor pblico passou a ser mais controlado em
termos de resultados e reduo de custos, mais responsvel e promotor de uma cultura
baseada na qualidade do desempenho. Uma das premissas da NGP a substituio dos
velhos processos administrativos, burocrticos, pelos novos mtodos de gesto
empresarial, mais flexvel, mais eficiente e eficaz.
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De acordo com o prembulo da Resoluo do Conselho de Ministros n 40/2011 de 12
de julho:
so quatro os vetores estratgicos que importa ter presente no mbito das medidas
tendentes obteno de um novo paradigma de responsabilidade e de valorizao da
eficincia na afetao de recursos destinados ao desenvolvimento social, econmico,
cultural e ambiental: a descentralizao e a reforma administrativa; o aprofundamento
do municipalismo; o reforo do associativismo municipal e a promoo da coeso e
competitividade territorial atravs do poder local.
Tambm o Programa do XIX Governo Constitucional definia como objetivo estratgico
para a AP:
Um Estado gil e inovador, adaptado aos desafios da sociedade de informao, que
preste servios de qualidade e individualizados aos cidados, segundo novos paradigmas
de organizao e funcionamento em rede, suportados pelas tecnologias de informao e
comunicao.
Hood (1995) refere que as caractersticas bsicas da NGP so a reduo das diferenas
entre o setor pblico e privado, com um maior foco na responsabilidade baseada nos
resultados (outputs) em vez da preocupao com a responsabilidade sobre os processos
(inputs).
A partir dos anos 90, no sentido de aproximar cada vez mais a gesto pblica gesto
das organizaes privadas, introduziram-se novos instrumentos de gesto, como o Total
Quality Management (TQM), adaptado por Frederickson (1994) para Total Quality
Politics (TQP).
Em 1993 foi aprovada a Carta de Qualidade em Servios Pblicos, que tinha por base
dois conceitos fundamentais (Rocha, 2009):
O cidado-cliente passou a ser o centro das atenes dos servios pblicos; estes
existem para satisfazer as suas necessidades e os procedimentos e regulamentos
internos devem ter isso em considerao;
Os cidados-clientes so os barmetros da qualidade dos servios prestados,
pelo que as suas opinies ou sugestes so muito importantes para a adoo de
medidas corretivas ao funcionamento dos servios.
Os diversos organismos da AP, autonomamente, implementaram sistemas de gesto da
qualidade, elaboraram cartas de misso, definiram estratgias e objetivos concretos com
vista melhoria do servio prestado aos cidados, efetivando os processos de
modernizao da AP.
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Em 2007, atravs da publicao do Decreto-Lei 300/2007 de 23 de agosto, o Governo
definiu as orientaes de gesto conducentes s boas prticas de governo e
organizao interna das empresas pblicas. No art. 4 da referida Lei pode ler-se o
seguinte:
A actividade do Setor Empresarial do Estado (SEE) deve orientar-se no sentido da
obteno de nveis adequados de satisfao das necessidades da colectividade, bem como
desenvolver-se segundo parmetros exigentes de qualidade, economia, eficincia e
eficcia, contribuindo igualmente para o equilbrio financeiro do conjunto do sector
pblico.
Ainda em 2007 publicada a Lei n. 66-B/2007 de 28 de dezembro, que estabelece o
Sistema Integrado de Gesto e Avaliao do Desempenho na Administrao Pblica
(SIADAP), que visa contribuir para:
a melhoria do desempenho e qualidade de servio da Administrao Pblica, para a
coerncia e harmonia da ao dos servios, dirigentes e demais colaboradores e para a
promoo da sua motivao e desenvolvimento de competncias.
O propsito desta Lei contribuir para uma melhoria na gesto dos servios do Estado,
atravs da otimizao dos recursos existentes, gerando e acrescentando valor aos
servios prestados aos cidados, bem como desenvolver e aprofundar a avaliao quer
dos servios quer dos seus dirigentes e colaboradores. A avaliao dos servios baseia-
se no Quadro de Avaliao e Responsabilizao (QUAR), que , segundo a DGAEP8:
um quadro referencial sobre a razo de ser e de existncia dos servios (misso), dos seus
propsitos de ao (objetivos estratgicos), da aferio da sua concretizao e da
explicitao sumria dos desvios apurados no fim do ciclo de gesto.
Deste modo, o QUAR evidencia a comparao entre os meios e os resultados e permite
divulgar interna e externamente os nveis de desempenho.
Baseado em diversos indicadores, Pinto (2009) afirma que Portugal tem vindo a perder
competitividade em termos de performance dos servios pblicos. As medidas
introduzidas por outros pases na dcada de 80 e 90 comeam a produzir efeitos,
situando-se, hoje as suas preocupaes num patamar superior, permitindo concentrar-se
na eficcia dos resultados (outcomes), na satisfao dos clientes e na inovao contnua.
A figura 2 evidencia a ligao entre a liderana gestionria e a liderana poltica no
ciclo de gesto da AP. Os resultados da avaliao de desempenho, os compromissos
assumidos na carta de misso e os objetivos estratgicos definidos pela organizao,
devero ser os principais inputs para a definio dos objetivos operacionais. A
8 Este assunto retomado na pgina 17.
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monitorizao e reviso destes objetivos dever basear-se no oramento bem como no
plano e relatrio de atividades.
Figura 2: Ciclo de gesto dos servios da Administrao Pblica (Fonte: Adaptado de Carapeto9)
Alm de um enquadramento legislativo adequado, para concretizar estas mudanas,
necessrio ter colaboradores efetivamente preparados. Este processo vai demorar ainda
alguns anos at que sejam evidentes as melhorias na performance. No entanto muitas
medidas tm sido promovidas no sentido dessa modernizao. So exemplos o
programa Simplex (simplificao administrativa e legislativa), o PRACE (Programa de
Reestruturao da Administrao Central do Estado), o RAFE (Reforma da
Administrao Financeira do Estado) e o POCP (Plano Oficial de Contabilidade
Pblica).
Segundo Pinto (2006) h trs aspetos importantes que podem ajudar a caracterizar a
mudana com enfoque na gesto da performance:
Relao tangveis/intangveis;
Valor do capital humano;
Valor da informao. 9 Acedido em 2013-02-10, atravs de http://www.slideshare.net/carloscarapeto/siadap-estratgia-e-gesto-estratgica-nas-estruturas-
pblicas
Ciclo de gesto dos Servios da Administrao Pblica
Objetivos das polticas
pblicas Liderana poltica
Objetivos estratgicos
plurianuais
Compromissos assumidos na
carta de misso
Resultados da avaliao de
desempenho
Liderana gestionria
Fixao de objetivos para o
ano seguinte
Aprovao do oramento Aprovao, manuteno ou
alterao do mapa de pessoal
Elaborao do plano de
atividades
Monitorizao e reviso de
objetivos
Elaborao do relatrio de
atividades Elaborao do balano social e
relatrio de autoavaliao
http://www.slideshare.net/carloscarapeto/siadap-estratgia-e-gesto-estratgica-nas-estruturas-pblicashttp://www.slideshare.net/carloscarapeto/siadap-estratgia-e-gesto-estratgica-nas-estruturas-pblicas
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Os sistemas tradicionais de medio da performance organizacional apoiaram-se,
durante muitos anos, nos valores tangveis: capitais investidos, patrimnio,
equipamentos, disponibilidades financeiras, etc. Atualmente, valorizam-se cada vez
mais os valores intangveis, como: a capacidade da gesto, o trabalho em equipa, a
relao com os clientes, a qualidade do servio, o valor do capital humano
(competncias, motivao, soft skils dos colaboradores) e tambm o valor das
tecnologias e dos processos associados.
De acordo com Niven (2008), existem 3 tipos de medidas de performance:
Medidas de input;
Medidas de output;
Medidas de outcome.
As medidas de input esto relacionadas com os aspetos financeiros e geralmente
incluem os oramentos; as medidas de output so o resultado de programas ou aes
(ex: n de relatrios produzidos). Pinto (2009) relata que os resultados medem os
benefcios proporcionados aos stakeholders10
, ou seja, demonstram os resultados; a
identificao dos resultados deve apoiar-se em propostas de valor conseguidas atravs
das respostas s seguintes perguntas: quem so os nossos clientes?, que tipo de
servios querem? e o que mais valorizam?.
Pinto (2009) de opinio que Portugal se deva centrar na satisfao do cliente, no
controlo dos inputs e outputs da sua performance, ou seja, nos recursos oramentais, na
eficincia, na qualidade, na produtividade e valorize a liderana, motivao e
desenvolvimento dos recursos humanos. O mesmo autor refere que a criao de Valor
Pblico11
ser o paradigma de uma administrao pblica moderna, preparada para
inovar e satisfazer continuamente uma sociedade em mudana.
Para o sucesso da mudana essencial que todas as pessoas da organizao percebam
qual o seu papel e qual o seu contributo para o que importante (prioridades
estratgicas) e que, em qualquer momento, possam determinar a sua performance
efetiva, aferindo o seu desempenho atravs da anlise dos desvios face s metas
definidas.
10 Na literatura anglo-saxnica, o termo stakeholders representa o conjunto de interessados na informao de uma organizao (ex: trabalhadores, fornecedores, credores, Administrao Pblica, muncipes e o pblico em geral). 11 De acordo com Barreiros (2013), o conceito de criao de valor pblico est intimamente associado noo de eficincia, ou seja
aos resultados obtidos face aos custos incorridos quando se proporciona benefcios comunidade.
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O objetivo ltimo destas reformas dever ser agilizar procedimentos que promovam o
aumento da economia, da eficcia e da eficincia dos servios pblicos, contribuindo
para o crescimento econmico e para o bem-estar social.
Atribuies dos municpios
Segundo a Constituio da Repblica Portuguesa (artigos 235, 238 e 241):
os municpios ou autarquias locais, so pessoas coletivas territoriais dotadas de rgos
representativos que visam a prossecuo de interesses prprios das populaes respetivas,
dispondo de patrimnio, finanas prprias e poder regulamentar
De acordo com o art. 2 da Lei n 75/2013 de 12 de setembro, constituem atribuies
das autarquias locais:
a promoo e salvaguarda dos interesses prprios das respetivas populaes
Os municpios prosseguem as suas atribuies atravs do exerccio das seguintes
competncias legalmente previstas (art. 3):
a) De consulta;
b) De planeamento;
c) De investimento;
d) De gesto;
e) De licenciamento e controlo prvio;
f) De fiscalizao.
O art. 23 do mesmo diploma concede uma vasta rea de interveno:
a) Equipamento rural e urbano; b) Energia; c) Transportes e comunicaes; d)
Educao; e) Patrimnio, cultura e cincia; f) Tempos livres e desporto; g) Sade; h)
Aco social; i) Habitao; j) Proteco civil; l) Ambiente a saneamento bsico; m) Defesa
do consumidor; n) Promoo do desenvolvimento; o) Ordenamento do territrio e
urbanismo; p) Polcia municipal; q) Cooperao externa.
As leis estabelecem uma misso para os municpios claramente voltada para o cidado.
Em pleno sculo XXI necessrio ter uma viso integrada da performance
organizacional, o que significa ter estratgias consistentes, saber execut-las de forma
eficiente, ter capacidade de as comunicar com clareza e saber monitorar e avaliar a
execuo dessas estratgias. Neste sentido a reforma da AP poder ser encarada como
um projeto integrado, complexo e diversificado onde necessria uma gesto
participativa que atenda aos comportamentos e expectativas de todos os stakeholders. E
esta nova AP, como organizao aprendente e evolutiva, atenta e conciliadora dos
diversos interesses dos seus stakeholders, pode ser o fio condutor para a criao e
desenvolvimento de uma nova mentalidade impulsionadora das reformas
administrativas do prximo sculo.
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OS DOCUMENTOS ESTRATGICOS E OPERACIONAIS NA
ADMINISTRAO LOCAL
Quadro de Avaliao e Responsabilizao
Um dos documentos centrais do Planeamento estratgico da AP e, em particular da AL,
o QUAR12
. um instrumento de gesto que permite evidenciar a misso, os objetivos,
os indicadores, os meios disponveis, os recursos utilizados, o grau de realizao dos
resultados e a avaliao final da performance do servio.
Plano de atividades
Objetivos
Figura 3: Quadro de Avaliao e Responsabilizao (Fonte: Adaptado de Carapeto13
)
O QUAR resulta do SIADAP 1 que o subsistema dedicado gesto da performance
dos Servios, o qual no mbito da avaliao dos servios e dos dirigentes, impe a
12
O QUAR um instrumento de apoio gesto, concebido para analisar e avaliar o desempenho dos servios. um quadro referencial sobre a razo de ser e de existncia dos servios (misso), dos seus propsitos de ao (objetivos estratgicos), da
aferio da sua concretizao e da explicitao sumria dos desvios apurados no fim do ciclo de gesto. (fonte: http://www.ccas.min-financas.pt/faq/o-que-e-o-quar, acedido em 2013-02-10) 13 Adaptado de http://www.slideshare.net/carloscarapeto/siadap-estratgia-e-gesto-estratgica-nas-estruturas-pblicas, acedido em
2013-02-10)
Objetivos estratgicos plurianuais
Plano estratgico
Grau de realizao dos
objetivos
Avaliao final do
desempenho do servio
Quadro de Avaliao e Responsabilizao (QUAR)
Misso Viso
Atribuies
Impacto
Resultados
Indicadores de
desempenho
Necessidades e
expectativas dos
clientes
Avaliao da
satisfao dos
clientes
Meios disponveis
http://www.ccas.min-financas.pt/faq/o-que-e-o-quarhttp://www.slideshare.net/carloscarapeto/siadap-estratgia-e-gesto-estratgica-nas-estruturas-pblicas
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construo de um QUAR sujeito a avaliao e atualizao permanentes. Esta dinmica
de revises deve sustentar-se nas oportunidades de desenvolvimento do servio, tendo
em conta a anlise da envolvente externa, a identificao das potencialidades internas e
o grau de satisfao dos clientes (internos e externos).
De acordo com o n 6 do art. 10 da Lei 66-B/2007, de 28 de dezembro
os servios devem recorrer a metodologias e instrumentos de avaliao j consagrados,
no plano nacional ou internacional, que permitam operacionalizar o QUAR.
Um excelente instrumento que poder suportar e integrar os seus diversos componentes
o BSC.
De acordo com o art. 11 da referida lei, os parmetros de avaliao da performance
centram-se nos objetivos de eficcia, eficincia e qualidade - princpios fundamentais do
SIADAP. Os objetivos de eficcia esto relacionados com a prestao de servios; um
servio eficaz se atinge os seus objetivos, isto , se obtm ou ultrapassa os resultados
esperados; os objetivos de eficincia traduzem a relao entre os bens
produzidos/servios prestados e os recursos utilizados para os produzir e tem por
finalidade otimizar a utilizao do oramento. Os objetivos de qualidade so os mais
difceis de quantificar porque o conceito de qualidade, sendo j subjetivo (satisfao
das necessidades explcitas ou implcitas) est aqui a ser aplicado a servios que tm
caractersticas de heterogeneidade e intangibilidade muito significativas. Uma das
formas de medir a qualidade em funo das percees dos utilizadores.
Elaborar um QUAR no difcil; o que exigente o modelo de gesto que este
instrumento pressupe - uma gesto orientada para resultados. Assim, indicam-se os
principais passos a ter em conta na sua construo:
1 Passo: A partir dos objetivos do BSC, selecionar os objetivos estratgicos que melhor
representam o desempenho crtico da organizao.
2 Passo: Agregar os objetivos pelas dimenses: eficcia, eficincia e qualidade. A
eficcia est relacionada com o cumprimento dos objetivos e geralmente medida por
unidades fsicas ou monetrias como, por exemplo n de ocorrncias, custos, etc. A
eficincia diz respeito otimizao da utilizao dos recursos pblicos, ou seja relao
entre os servios prestados e os recursos utilizados para os produzir como, por exemplo
n projetos aprovados/n horas trabalho. Uma das formas de medir a qualidade atravs
das percees dos muncipes/cidados, pela aplicao de questionrios de satisfao.
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A partir deste conjunto de objetivos devidamente estruturados, cobrindo as vrias
vertentes da atividade da organizao, so criados vrios mapas de estratgia em
cascata: desde os nveis corporativos, donde se extrai o QUAR, at ao nvel operacional.
A procura da excelncia e de melhores nveis de desempenho requer uma avaliao
sistemtica do desempenho das organizaes suportados por sistemas de gesto
dinmicos que atendam s novas exigncias, de que exemplo o BSC, e pela utilizao
de sistemas de informao que auxiliem eficiente e eficazmente o processo decisrio.
Carta de Misso
A Carta de Misso uma declarao do propsito de uma organizao e como tal
dever ser assinada pelo representante da Administrao e pelos dirigentes superiores.
Este documento deve orientar a tomada de decises da organizao, explicitando o
contexto da definio da estratgia, a misso da organizao e os objetivos gerais. Os
objetivos devem ser quantificveis, fixados anualmente e definidos de forma a
possibilitar o seu desdobramento pelas vrias unidades orgnicas e subsequentemente
pelos diversos nveis hierrquicos at ao nvel dos colaboradores. A DGAEP recomenda
que os objetivos sejam agrupados em trs categorias: Eficcia, Eficincia e Qualidade.
No caso dos dirigentes superiores estabelece-se os objetivos a atingir no decurso da
respetiva comisso de servio e os indicadores de desempenho aplicveis avaliao
dos resultados. Esta avaliao realizada com base no grau de cumprimento dos
compromissos (resultados de eficcia, eficincia e qualidade na gesto do servio) e na
demonstrao de competncias de gesto, de liderana, de viso estratgica e de
representao externa.
Declaraes de misso eficazes esclarecem os propsitos da organizao, informando
sobre os objetivos e formas de proporcionar valor s partes interessadas.
Trata-se, portanto, de um instrumento inovador na AP, indispensvel avaliao de
desempenho dos dirigentes e ao desenvolvimento de uma cultura de gesto por
objetivos.
A adoo do BSC como instrumento ncora de uma nova perspetiva de gesto por
objetivos, assumida na Carta de Misso tem sido apontada, para alm de reformador,
promotor de inmeros benefcios, quer ao nvel da gesto quer da confiana na tutela.
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SIADAP - Sistema de gesto de desempenho na administrao pblica
O SIADAP uma metodologia criada pela Lei n 10 de 22 de maro de 2004. A
Resoluo do Conselho de Ministros n 53 de 21 de abril de 2004 enquadrou a
introduo do SIADAP no mbito da reforma da Administrao Pblica e discutia o
modelo de Gesto por Objetivos. A regulamentao da aplicao do SIADAP foi feita
pelo Decreto Regulamentar n 19-A de 14 de maio de 2004, sendo nesta mesma data
publicada a Portaria n 509-A/2004 de 14 de maio que aprovou os modelos de
impressos de fichas de avaliao. Mais recentemente, o Decreto Regulamentar n
18/2009 de 4 de setembro veio proceder adaptao do SIADAP aos servios da
administrao autrquica, nomeadamente dos servios municipalizados.
O novo SIADAP, publicado pela Lei n 66-B de 28 de dezembro de 2007, inclui
diversas alteraes em relao aos seus modelos anteriores14
. A alterao mais recente,
publicada atravs da Lei 66-B de 31 de dezembro de 2012, veio introduzir modificaes
nos ciclos de avaliao, passando os servios a serem avaliados anualmente, os
dirigentes de trs ou cinco anos, de acordo com a durao da comisso de servio, e os
trabalhadores de dois em dois anos.
Este sistema considerado como um instrumento estratgico para a criao de uma
dinmica de mudana, de motivao profissional e de melhoria da Administrao
Pblica.
O SIADAP constitui um excelente instrumento para a criao de um modelo global de
gesto da performance pblica. O sistema assenta numa conceo de gesto baseada em
objetivos. A avaliao dos servios, dos dirigentes e trabalhadores tem em conta os
resultados obtidos medidos a partir de objetivos e indicadores previamente definidos.
O desempenho avaliado em funo de resultados esperados, mas no controla os
meios ou atividades que os permitem atingir.
O SIADAP , portanto, ao mesmo tempo, um sistema de gesto e avaliao que permite
alinhar, de uma forma coerente e integrada, o desempenho dos servios e dos respetivos
colaboradores.
Quando bem aplicado e integrado com o BSC pode constituir um instrumento
estratgico para a criao de dinmicas de mudana, de motivao profissional e de
14 Este assunto retomado na pgina 61.
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melhoria da gesto pblica, permitindo fazer um melhor planeamento e monitorizao
do desempenho dos servios, contribuindo para:
A melhoria do desempenho e da qualidade dos servios da AP;
A harmonizao entre as diversas unidades orgnicas, servios, dirigentes e
trabalhadores;
A sistematizao da definio de objetivos, indicadores de medida, metas e
competncias, bem como da monitorizao de resultados;
A promoo da motivao profissional e do desenvolvimento de competncias.
O SIADAP integrado no BSC constitui uma nova cultura de avaliao e
responsabilizao atravs da publicitao dos objetivos e dos resultados dos servios,
ligando-os ao ciclo de gesto.
Plano de Atividades
O plano de atividades um documento que apresenta as orientaes gerais para o
desenvolvimento das atividades da organizao, para um horizonte temporal de 1 ano.
Foi estabelecido pelo Decreto-Lei n 183/96 de 27 de setembro. Deve ser elaborado em
conformidade com o esquema definido na a) do Anexo do citado diploma.
Est estruturado pelos objetivos estratgicos que serviro de base construo dos
objetivos operacionais definidos no QUAR, conforme estabelecido na Lei n 66-B/2007
de 28 de dezembro. De acordo com a alnea c) do art. 8 deste diploma, o plano de
atividades deve incluir os objetivos, atividades, indicadores de desempenho do servio
de cada unidade orgnica. Tambm o n 1 do art. 5 do Decreto-Lei n. 155/92 de 28 de
julho, institui que este documento deve evidenciar a discriminao dos objetivos a
atingir e dos recursos a utilizar, bem como os programas a realizar.
O plano de atividades em articulao com o oramento permite perspetivar o ciclo anual
de gesto da organizao com base no estabelecimento de diretrizes, objetivos e metas,
atendendo racionalizao da despesa pblica e consolidao oramental. Como
documento orientador fundamental deve refletir as estratgias, as atividades e todas as
iniciativas bem como a afetao de todos os recursos necessrios para a sua
implementao e concretizao, de forma a constituir-se como um quadro de referncia
para a prossecuo da sua misso e avaliao do respetivo desempenho.
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Neste sentido, o plano de atividades deve atender viso e misso da organizao e s
principais metas a atingir para cada um dos projetos das diversas unidades orgnicas,
no descurando a gesto por objetivos e a avaliao dos resultados. Deste modo, o plano
de atividades deve estar de acordo com o SIADAP e refletir a necessria articulao
com o QUAR.
O plano de atividades um instrumento previsional de gesto e, ao mesmo tempo, um
documento estruturante de reflexo estratgica que obriga os seus participantes a
pensarem a comunidade a partir de suas funes internas.
Relatrio de Atividades
Trata-se de um documento que tem por objetivo compilar e sistematizar as principais
informaes sobre as atividades desenvolvidas, previstas (e no previstas) no Plano de
Atividades, com indicao do seu grau de realizao, dos recursos utilizados e dos
resultados alcanados.
um documento obrigatrio de acordo com o estabelecido no Decreto-lei n 183/96 de
27 de setembro. Deve ser elaborado em conformidade com o esquema definido na B) do
Anexo do referido diploma.
O n 2 do art. 5 do Decreto-Lei n. 155/92 de 28 de julho, estabelece que:
as organizaes devem elaborar um relatrio anual sobre a gesto efectuada, com uma
rigorosa discriminao dos objectivos atingidos e dos recursos utilizados, bem como do
grau de realizao dos programas.
Tambm de acordo com o disposto na alnea e), n. 1, artigo 8., da Lei n. 66-B/2007 de
28 de dezembro:
o relatrio de actividades, deve incluir a demonstrao qualitativa e quantitativa dos
resultados alcanados, integrando o balano social.
semelhana do Plano de Atividades, um documento de apoio gesto que avalia as
atividades desenvolvidas, expressando os resultados alcanados de forma qualitativa e
quantitativa, ou seja, pretende mostrar sociedade como foram aplicados os recursos,
dando a conhecer o grau de realizao dos objetivos estratgicos e operacionais
planeados, elucidando o trabalho desenvolvido nas diversas reas de interveno e
justificando os respetivos desvios.
O relatrio de atividades constitui-se, portanto, como um instrumento de avaliao,
anlise e reflexo sobre a interveno desenvolvida durante o ano em anlise.
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Balano Social
O Balano Social um instrumento privilegiado de planeamento e de gesto dos
recursos humanos das organizaes. O Decreto-Lei n 190/96 de 9 de outubro,
consagrou, como medida de modernizao da Administrao Pblica, a obrigatoriedade
de elaborao deste importante instrumento de planeamento estratgico para a
generalidade dos servios pblicos.
Trata-se de um documento com estrutura prpria, onde consta um conjunto de
indicadores nos diferentes mbitos organizacionais, apoiando a tomada de deciso,
nomeadamente no mbito da gesto dos Recursos Humanos.
O Balano Social foi institucionalizado para os organismos autnomos da
Administrao Pblica, atravs do Decreto-Lei n. 155/92 de 28 de julho mas s foi
regulamentado pelo Decreto-Lei n 190/96 de 9 de outubro que estabelece os requisitos
para a sua elaborao e o tornou obrigatrio para todos os servios e organismos com 50
ou mais colaboradores.
Desde 1985 que nas organizaes privadas a sua elaborao foi tornada obrigatria em
todas as empresas com, pelo menos, 100 colaboradores, atravs da Lei 141/85 de 14 de
novembro, alterada pelo Decreto-Lei 9/92 de 22 de janeiro.
De acordo com o Decreto-Lei n 190/96 de 9 de outubro, o Balano Social
elaborado anualmente com referncia a 31 de dezembro do ano anterior. At 31 de
maro dever ser remetido ao membro do Governo competente para conhecimento e
apreciao (n. 3 do art. 1.). At 15 de abril dever ser divulgado por todos os
colaboradores atravs da sua afixao, de forma visvel, nos locais de trabalho (n. 3 do
art. 4.).
O balano social , pois, um instrumento de planeamento e gesto utilizado pelas
organizaes para tornarem pblicas as suas intenes e compromissos e um meio de
informao privilegiado sobre a sua situao social. considerado uma boa prtica de
gesto visando a transparncia das suas aes e contribuindo para uma maior eficincia,
qualificao e transparncia, que se traduziro numa melhoria da qualidade dos servios
prestados.
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CAPTULO 2
BALANCED SCORECARD: O MODELO
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Origens do modelo
Nas suas publicaes, Kaplan e Norton (1996) e (1996a), advogam que os gestores das
grandes empresas americanas sentiam que a avaliao do desempenho organizacional
centrada em indicadores financeiros estava a tornar-se obsoleta. Alm disso, como esto
predominantemente orientados para o curto prazo, falta-lhes a ligao estratgia, no
evidenciando a capacidade das organizaes para criar valor.
Neste sentido, e sendo este um aspeto decisivo para a sobrevivncia das empresas, em
1990 foi criado um grupo de trabalho, designado Measuring performance in the
organization of the future, constitudo por gestores de topo das mais importantes
organizaes americanas. Este grupo contava com a presena de Robert Kaplan
(professor da Universidade de Harvard) e David Norton (consultor de empresas). A
metodologia de BSC surge em 1992, nos EUA, atravs do artigo The Balanced
Scorecard Measures that drive performance, publicado na Harvard Business
Review, da autoria de Robert Kaplan e David Norton. Este artigo traduzia as concluses
do grupo de trabalho e teve grande impacto nos meios profissionais. Daqui resultou a
proposta de um painel de gesto multidimensional e equilibrado que designaram de
Balanced Scorecard. multidimensional porque construdo em torno de 4 perspetivas
distintas e equilibrado porque estabelece uma ligao equilibrada entre:
Objetivos de curto e longo prazo
Indicadores financeiros e no financeiros
Indicadores de resultados e de ao
Indicadores histricos e prospetivos
Indicadores de desempenho interno e externo
Em 1993 publicado um outro artigo designado Putting the Balanced Scorecard to
work que chama a ateno para a importncia de identificar os processos crticos e de
fazer a ligao dos indicadores estratgia.
Em 1996, fruto da experincia de aplicao da metodologia como sistema de suporte a
alguns projetos organizacionais, publicado na mesma revista, o artigo Using the
Balanced Scorecard as a strategic management system. Na sequncia deste artigo,
publicado em 1996 o primeiro livro de Robert Kaplan e David Norton: The Balanced
Scorecard - translating strategy into action que era uma espcie de relatrio de
progresso.
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Em 2001, demonstrando a importncia do foco na estratgia e sugerindo uma
abordagem integrada de gesto, os mesmos autores publicam um segundo livro
intitulado The Strategy-Focused Organization.
Em 2004 surge um novo livro Strategy maps converting intangible assets into
tangible outcomes que chama a ateno para a utilidade dos mapas estratgicos.
Em 2006 seguiu-se o livro Alignment - using the Balanced Scorecard to create
corporate synergies que demonstra a utilizao do BSC no alinhamento organizacional
e na comunicao da estratgia.
Finalmente, em 2008 editado o livro The execution Premium linking stategies to
operations for competitive advantage que mostra como possvel executar a estratgia
integrando outras ferramentas de gesto.
O conceito de BSC evoluiu de um sistema de simples quantificao do desempenho para
um sistema de gesto estratgica.
Figura 4: Evoluo do conceito de BSC (Fonte: Adaptado de Filho, 2011)
Atualmente considerado um excelente modelo integrado de gesto estratgica,
permitindo descrever a atividade das organizaes luz da estratgia. Possibilita a
articulao com outros sistemas de gesto, facilitando a medio do desempenho dos
ativos intangveis e procurando complementar as medidas de desempenho das
organizaes com novos indicadores no financeiros.
Tendo em vista as mudanas do mercado - clientes mais esclarecidos e seletivos, que
exigem desempenhos excelentes - as organizaes do setor pblico e as entidades sem
fins lucrativos precisaram alterar a sua cultura interna de modo a acompanharem o
2004 1990 1992 1993 1996 2000 2004
Capital
Fsico
Intelectual
Sistema de
quantificao do
desempenho
Instrumento para a
implementao da
estratgia
Sistema de gesto
estratgica
Modelo integrado de
gesto estratgica
Restrito
Amplo
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mercado. Para isso nada melhor que adotar esta ferramenta multidimensional e
equilibrada, simples de construir e simples de compreender e utilizar. O Balanced
Scorecard uma ferramenta de gesto baseada numa abordagem estratgica de longo
prazo, cuja implementao numa organizao permite a viso partilhada dos objetivos e
da estratgia organizacional. Este sistema de gesto prope que se analise a organizao
sob quatro perspetivas ou dimenses: - Aprendizagem e crescimento, Processos internos,
Clientes e Financeira.
Trata-se de um modelo integrado de quantificao do desempenho organizacional cujo
objetivo a obteno de ganhos de performance que conduzam criao de valor. Uma das
suas mais-valias est no complemento do uso de indicadores financeiros, habitualmente
usados nos mtodos de gesto tradicionais, com aspetos operacionais, no-financeiros.
O BSC gerado a partir da misso, valores, viso e estratgia da organizao e constitudo
por vrias componentes relacionadas entre si.
Figura 5: Componentes do Balanced Scorecard (Fonte: Adaptado de Barreiros, 2013)
A metodologia do BSC visa, portanto, traduzir a misso e a estratgia da organizao
numa combinao equilibrada de indicadores do desempenho, permitindo executar a
estratgia de forma mais eficiente.
Nvel estratgico Nvel ttico
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Tradicionalmente, a tomada de decises na AP assenta em informao relacionada com
os objetivos de curto prazo, o que no reflete a complexidade de uma organizao,
faltando, segundo Kaplan e Norton (1996), uma abordagem equilibrada e focada no
desempenho financeiro e no financeiro, integrando tambm a estratgia, os processos e
os indivduos.
Para que a estratgia produza melhores resultados, estes mesmos autores e ainda Santos
(2006, p.54), advogam a necessidade de:
Alinhar a organizao com a estratgia;
Traduzir a estratgia numa linguagem operacional;
Fazer da estratgia o trabalho dirio de todos;
Fazer da estratgia um processo contnuo;
Mobilizar para a mudana atravs de uma liderana executiva.
Como instrumento usado para a implementao da estratgia, o BSC tem como
principais funes:
Comunicar a estratgia a toda a organizao;
Alinhar as aes com os objetivos estratgicos;
Medir o desempenho organizacional.
Kaplan e Norton (2001) justificam a adoo deste modelo para avaliao de
desempenho e de gesto estratgica por permitir a definio de objetivos interligados
entre si e articulados com a estratgia organizacional, estabelecendo um conjunto de
relaes de causa e efeito com a estratgia e, ainda, a interligao dos ativos intangveis
com os ativos tangveis demonstrando a criao de valor estratgico. Costa (2009) de
opinio de que, atualmente a criao de valor conseguida atravs de gesto integrada
de ativos tangve