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Associação Portuguesa para o Estudo do Quaternario
-APEQ-
, O QUATERNARIO EM PORTUGAL
BALANÇO E PERSPECTIVAS
Edições Colibri
Li sboa - 1993
o Qualemário e", Portugal. Balanço t Persp«/iwlI, lisboo, Colibri, /99J.p.J/-6/
A PLATAFORMA CONTINENTAL PORTUGUESA
J. M Alveirinho DIAS \ A. Ramos PEREIRA 2
É objectivo dos autores apresentar um recenseamento bibliográfico sumário de cerca de 24% do território nacional, a plataforma continental, reconhecida como uma das mais bem conhccidas do Mundo, e que, desde o final do sêculo passado. atraiu a atcnçào de investigadores nacionais e estrangeiros. Consequentemente, a bibliografia existente é já bastante extensa. Porque a realização de uma slntcsc exaustiva dos esludosjá efectuados sobre a plataforma continental portuguesa sai fora do âmbi to pretendido para este trabalho. salientar-se-ão apenas os que, pelo seu carácter global, de síntese ou inovador, nos pareceram merecer um destaque particular. Recenseamentos bibiográficos çirçunstanciados estão contemplados em Dias (1987) e Pereira (1992 a).
Atendendo a que a plataforma continental ê parte integrante de um conjunto submerso maior, a margem continental, alguns dos trabalhos a que se fará alusão ao longo do texto extr3va7..am a área específica da plataforma continental, entendida como a unidade submersa adjacente à linha de costa que é exteriormente limitada por uma ruptura de declive de ordem mai or. o rebordo da plataforma, a qual. na Zona Económica Exclusiva portuguesa. se Ioc.'diza, geralmente, pelos 160 m. Com efeilo, a vertente continental, adjacente à plataforma, mantém com ela relaçõcs privilegiad.1s, não apenas de contiguidade, mas também de interdependência. Por essa razão, referem-se também estudos sobre a vertente continental (também designada talude continental), que ilustram aquelas relaçõcs. A planície abissal , mais di stante e profunda, apenas tangencialmente ê aqui incluída através de trabalhos de cariz mai s vasto sobre a margem continental portuguesa. Embora de grande importâneia científica e, mesmo, económica, são também excluídos, neste texto, os trabalhos que incidem especificamente sobre as montanhas submarinas marginais (nomeadamellte as montanhas do NW Ibérico e o Banco de Gorringe). De igual modo, ni'lo se contemplaram os trabalhos sobre as ilhas atlânticas (arquipélagos da Madeira e dos Açores), cuja inclusão tornaria o texto excessivamente longo, além de que, pela especificidade a eles inerente, mereceriam tratamento especial e autónomo.
Apesar do tema central ser o da evolução quaternária da platafonna continental, os autores consideram dever salientar os tmbalhos que, tratando a evolução anterior, 5.'10 imprescindiveis para esse estudo.
O conhecimento geológico e gcomorfológico da platafonna continental portuguesa tem-se processado, fundamentalmente, segundo dois vectores complementares: o
~lnSlllUl0 Hidrogréfico. Minlslério da ~.Inha. C .. nl.o de Esh>dos Geográfooos. Uni~lSidad" de LÍ$boa.
estudo scdimentol6gico, geoquímico e palcontol6gico dos sedimentos não consolidados. associado à diferenciação morfológica da platafonna; e o estudo das formaçOcs geol6gicas subjacentes a esses sedimentos, bem como dos acidentes tCÇtónicos que as afectam.
O estudo d..1S interaeçôcs entre os dois vectores aludidos, isto é, entre a tect6nica (activa ou passiva), por um lado, e a difercnciaçiIo morfológica e o tipo e padrão de distribuição dos sedimentos, por outro, só muito recentemente se iniciou de forma minimamente sistemática,
A investigação sobre a evolução geol6gica e geomorfol6gica da margem continental portuguesa, em geral, e da plataforma continemal, cm particular, não se tem desenrolado de maneira unifomle. Nela podem considerar-se, fundamentalmente, quatro etapas, marcadas pelo ritmo e tipo de investigação desenvolvidos. A etapa percursora inicia-se na primeira década deste século; os anos SO c 60 marcam uma nova etapa, possibilitada pelo desenvolvimento tecnológico desencadeado pela Segunda Guerra Mundial; a terceira etapa estende-se dos anos 70 a 1987, que, como \'eremos adiame, constitui um marco nos estudos da plataforma contincntal; a presente etapa reflecte as tendências actuais e deixa antever o desenvolvimento que estes estudos poder:lo ter neste final de século.
1. 0 5 estudos pioneiros
A primeira referência aos sedimentos da margem continental portuguesa encontram-se em Murray e Renard (1891). Estes autorcs descreveram as amostras colhidas na viagem do "H.M.S.Challenger~, de Inglaterra para Gibraltar, dando nolicia da presença de areias e lodos verdes ao largo da costa de Ponugal. Contudo, e apenas no começo deste século que se iniciam. de forma sistemática. os estudos sobre a plataforma continent.11 portuguesa.
Esta primeira etapa do conhecimento da plataforma continental revestiu·se de âmbito predominantemente nacional e consistiu num primeiro reconhecimento da região. Os trabalhos rcaliz.'ldos incidiram, sobretudo, na composição dos sedimentos do fundo e nas caracteristicas morfol6gicas mais relevantes. Como resultado do primeiro tipo de trabalhos, publicou o Ministério da Marinha. entre 1913 e 1940, as Cartas Litológicas Submarinas, visando fundamentalmente o inventário dos fundos para as pescas. A amostragem dos sed imentos foi classificada de fo rma expedita e a descriç.:"I:o dos métodos utilizados foi efectuada por Sousa (1913), não tendo sido publicados, à excepção de Gomes (1915/16) e de Nobrc (1929), quaisquer outros elementos baseados cm estudos mais ponnenorizado5 das amostras colhidas. Todavia, em consequência dos trabalhos aludidos, a platafonna portuguesa foi uma das primeiras do mundo a ter a cartografia completa dos sedimentos superficiais que aí ocorrem.
Nesta primeira fase, e tendo principalmente como base os dados adquiridos no decurso dos trabalhos ames referidos, foram ainda reconhecidas as principais direrenças no perfil da plataforma continental c identificados os acidentes morfológicos maiores, como os canhOcs da Nazaré, de Lisboa e de Setúb<11. tendo-se-Ihes atribuído génese relacionada com a tectónica (Ramalho, 1921 c 1932; Machado. 1933 e 1934; Freire de Andrade, 1933, 1934, 1937 e 19"2). Estes eSlUdos podem também ser considerados precursores a nívcl mundial.
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2. O ensaio de novlIS técniCIIS
A Segunda Guerra Mundial indu:du um desenvolvimento tecnológico acelerado. nomeadamente no que respeita ao domínio marinho. Com efeito, constituindo o mar, nesse periodo, um campo de batalha privilegiado, o desenvolvimento verificado nas técnicas de detecç.10 e de reconhecimento foi espectacular. Terminada a guerra, as novas tecnologias então desenvolvidas, bem como os conhecimentos adquiridos, foram progressivamente postos à disposição da sociedade civil. A análise dos dados existentes pennitiu que fossem retomadas as idcias de Wegcncr, e os resultados obtidos com as novas técnicas (magnetometria marinha, gravimelria marinha, reflexão e refracção sísmicas, sonar de pesquisa lateral, etc.) propiciaram uma nceitação cada vez maior da teoria da deriva continental, a qual, por sua vez, induziu a realização de novos trabalhos.
Verifica-se, assim, a nível internacional, no período posterior à Segunda Guerra, grande dinamização da investigação no campo das gcociências marinhas. Esta intensa dinâmica de investigação, verificada a nível mundial, teve como consequência o desenvolvimento de uma 2a etapa do conhecimento da margem portuguesa, a qual se caracterizou pela realizaçao de estudos, mais ou menos ocasionais, efectuados no deeurso dos numerosos cruzeiros científicos (principalmente franceses, americanos, ingleses e alemães) que cruzaram águas portuguesas. Tais estudos eonduziram à publicação, nas décadas de 50 e 60, de vários artigos, enquadradOS em projectos que, normalmente, transcendem a margem portuguesa.
Ao contrário da primeira etapa antes referida. em que os trabalhos foram desenvolvidos quase exclusivamente por investigadores portugueses, esta caracteriza-se pela aplicação de novas técnicas (dispendiosas e dilicil mente acessíveis aos nacionais), tendo os estudos sido efectivados por dentistas estrangei ros. com participação pontual de investigadores portugueses.
Entre os trabalhos publieados referem-se os de Peres el aI (1957), que na sequência de mergulhos com o batiscafo francês FNRS III, no canhão submarino de Setúbal, observaram a ocorrência de correntes ascendentes neste ca nhão e de rochas expostas nas suas vertentes, denunciamdo erosão ou. pelo menos. ausência de deposição. Allan (1965), após reconhecimento magnético ao largo da costa portuguesa, noticiou a detecção de anomalia magnética ao largo da desembocadura do Tejo: Duplaix el aI (1965) efectuaram o estudo comparativo de amostras do Tejo e de testemunhos de sondagens erectuadas com amostrador tubular ("corer") na planície abissal ibérica, concluindo que os sedimentos desta tiveram proveniência, pelo menos em grande parte, daquele rio: Berthois e Brcnot (1%4) descreveram aspectos da baLi meuia e morfologia entre o cabo Finisterra e o cabo de S.Vieente, trabalho este que foi aprofundado no ano seguinte (Berthois et aI. 1965), com recurso a perfi s de sondagem, permitindo uma interpretação da morfologia e da geologia da plataforma e vertente continentais oeste ibéricos.
Os pems de reflexão sísmica começaram a ser divulgados em estudos regionais sobre a plataforma e vertente conti nentais (Curmy el ai .1966 e Stride el aI. 1969, sobre a plataforma ao largo de Lisbo.'l: Roberts c Stride, 1968 e Giesel e Seibold 1968, sobre a vertente sul portuguesa). Neste último trabalho, os autores efectuam uma descrição morfológica de toda a área.
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3. As primeiras sínteses
Os anos 70 e 80 constituíram um período fecundo no estudo da margem oeste ibérica. A colaboração de investigadores nncionais e estrangeiros permitiu melhorar o levantamento batimétrico da margem continental e estudar, com algum poffi\enor, as estruturas e a cobertura sedimentar não consolidada.
Pode considerar-se que o início desta nova etapa foi marcado pelo artigo de síntese de Monteiro (1971), que efectuou a revisão bibliográfica dos trabalhos publicados até à altura, Na realidade, cm Portugal. a redinamização dos estudos no domínio das geociências marinhas fico u a dever-se à convergência de uma série de factores de índole nacional c/ou internacional . Por um lado, verifica-se a imposição plena da teoria da deriva continental (a qual apenas foi genericameme accile no final da década de 60 -inicio da década de 70), o reconhecimento geral das potencialid<ldes económicas do leito do mar (petróleo, depósitos de inertes. depósitos de minerais metálicos de tipo "placer~, nódulos poliminerálicos. salmouras metalíferas. etc.), e a realização da 38
COlúerência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (que teve lugar em 1973, mas cujas negociações se prolongaram por 9 anos). Por outro lado. verificou-se a outorga de licenç<'ls para a rea l i;r~'1ção dc reflexão sísmica na platafom13 portuguesa por companhias petrolíferas (1969). a concessão de áreas para pesquisa de petróleo em Portugal (1973), 'a realiz,ação de furos do projecto internacional "Dccp Sea Drilling Project" (DSDP), no Banco de Gorringc (site 120. em 1970), c no Banco de Vigo (site 398. em 1976), a realização dos cruzeiros cicntíficos franceses LUSIT ANtE na plataforma portuguesa (iniciados em 197 1 c que se prolongaram até 1975) e a transferência para a Armada do navio oceanográfico "NRP Almeida Carvalho" (1972 ). Por fim, verificou· -se em 1974, em Portugal, o início dos projectos "Cartografia dos Sedimentos Superficiais da Plataforma Continental (SEPLAT)", no InslÍtuto Hidrográfico, e "Avaliação dos Recursos Minerais da Margem Continental Portuguesa", na Direcção Geral de Geologia e Minas, os quais constituiram, de certa forma, a "institucionalização" do interesse dos trabalhos no domínio das geoci~ncias marinhas. A convergência dos facto· res aludidos induziu. tal como fo i referido. a redinami zação do estudo do leito do mar em Portugal.
Esta etapa é caracterizada por uma tendência dicotómica no tipo de trabalhos realizados, correspondente às duas linhas de investigaç,lio delineadas antcrionnente: a da génese e evolução da margem continental portuguesa e a do estudo dos seus sedimen· tos. chave da evolução quaternária.
Nesta etapa ensaiam-se trabalhos de colaboração com instituições estrangeiras, especialmente francesas e em particular com as Universidades de Rennes. Paris. Bordéus e com o CNEXO (Centre Nationale pour l'Exploitation des Océans). No entanto, a inexistência de instituição científica eom capacidade de resposta adequada, a carência de meios humanos c da tecnologia sofi sticada nccessMia para gra nde parte dos trabalhos no mar e, ainda, a dificuldade de se eonsliluirem interlocutores paritários com as instituições estrangeiras com actividade na margem portuguesa, condicionaram fortemente essa colaboração.
Assim, os trabalhos que envolveram meios técnicos mais sofisticados e dispendiosos. e cujos resul tados eram susceptíveis de maior impacte ao nível da comunidade científica internacional, foram realizados predominantemente por estrangeiros, embora com participação frequente de portugueses. É o cnso dos trabalhos que envol-
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veram refracção e reflexão sísmica ligeira e pesada, magnetometria, obtenção de testemunhos de sedimentos profundos, batimetria e sonar de pesquisa lateral com equipamento altamente sofisticado (como o Seabeam e o Gloria), obselVação do fundo a partir de submersiveis, realização de furos do DSDP, etc. Os ensaios com meios técnicos menos sofisticados e menos dispendiosos, cuja realização é, frequentemente, mais laboriosa e morosa e cujos resultados obtêm, em geral , menor impactc internacional a curto prazo, foram desenvolvidos predominantemente por portugueses.
É em consequência da investigação desenvolvida essencialmcnte pela equipa do Prof. BoilIot, embora com alguma participação portuguesa, e em conjugação com os dados obtidos pela prospecção de petróleo. que se verificam grandes avanços na cartografia geológica da plataforma portuguesa, e no conhecimento da sua estrutura e geomorfologia, assuntos estes que apresentam interesse inqueslionavcl para o estudo do Quaternário em Portugal. Os trabalhos aludidos conduziram à reali:tllção das teses de 3e cycle de MuselJec (1974), de Mougenol (1976) e de Baldy (1977) e. mais tarde, de algumas outras (por exemplo: Auxietre e Dunand, 1978; Grimaud, 1981; Coppier, 1982; Malod, 1982), bem como à publicação de numerosos artigos. O grande volume de informação então obtida conduziu à elaboração de vários trabalhos de síntese, como os de Mougenot e Vanncy (1978, 1980), de Boillot et aI (1975, 1979), de Vanncy et aI (1979), de Vanncy e Mougenot (1978, 198 1), bem como à publicação da Carta Geológica da Plataforma Continental POrlll/:,'1lesa (1978). De entre estes, é justo realçar, pelo grande interesse que têm para os estudos do Quaternário, a síntese efectuada por Boillot et ai (1979), destinada a selVir de noticia explicativa da Carta Gcológica (a qual infelizmente nunca chegou a ser publicada), a própria Carta Geológica na escala de I: 1 000 000, e a interpretação geomorfológica da plataforma efectuada por Vanney c Mougenot (198 1), até porque, neste caso, o trabalho de base conduziu à elaboração de cartas batimétricas na escala de I; 150 000 (cuja redução se encontra na obra referida). onde se integrou toda a informação batimétrica existente na altura. Estas cartas constituem, ainda hoje. para várias áreas da plntaforma portuguesa, os documentos disponí· veis mais fidedignos.
No que se refere aos trabalhos que visaram a cobertura sedimentar da plataforma e à sua morfologia superficial, preponderam nitidamente. como se referiu, os que foram elaborados por investigadores portugueses. Os artigos iniciais sobre este assunto, publicados nesta etapa do conhecimento da plataforma continental portuguesa, foram incluídos no 10 Congresso Hispano-Luso-Americano de Gc<ilogia Económica, realizado em 1971. Trata-se dos artigos de Moita (1971) sobre os sedimentos da platafonna ao largo de Sines. de Monteiro e Moita (1971) sobre a morfologia e cobertura sedimentar ao largo da Península de Setúbal. e de Lima (J971) sobre as argilas desta mesma área. A estes se seguiram muitos outros, alguns dos quais deixam antever novas linhas de investigação, sobre as condições palcoclimatológicas, quer através do tipo de sedimentos que a1luiam à margem continental, provcnientes da área emersa, e os palcolitorais, quer às condições de circulação hidrológica marinha ao largo de Portugal, consequência da palcocirculação atmosférica, e suas consequências no micromodclado. Nestes destacam-se nomeadamente os de Mougenot e Vanney (1982), de Monteiro et ai (1 983), Gonthier el aI (1984), Abrantes e Sanceta (1985), Dias (1985), Faugeres et aI (1985 e 1986), Stow et ai (1985), de Vanney (1986), Quevauviller (1986), Quevauvillcr e Moita (1986), Vanney (1986) e Caralp (1987).
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De ressaltar é, ainda, a folha 7/8 da "Carta dos Sedimentos Superficiais da Platafonna", na escala de 1:50 000, publicada pelo Instituto Hidrográfico em 1986, correspondente à área entre a foz do Guadiana e o Cabo de S.Vicente, da responsabilidade de Moita, que fomece indicações sobre a naturC"".l3 dos sedimentos superficiais da margem continental algarvia e coloca alguns problemas sobre a sua evolução geomorfológica quaternaria (ver também Pereira, 1992 al.
O final desta etapa do conhecimento da platafonna portuguesa está nitidamente marcado pela divulgação de 5 teses, três das quais de doutoramento em que, para além dos resultados inerentes à investigação desenvolvida para o efeito, são efectuadas sínteses dos conhecimentos existentes na altura. São as tcses de Sibuel (1987) sobre a geod.inâmica do Atlântico NE, de Mougenot (1987, s6 publicada em 1989) sobre a geologia e geomorfologia da margem continental portuguesa, de Dias (1987) sobre os sedimentos e evolução da plataforma, com especial incidência na plataforma setentrional, onde é contemplada a evolução quaternária, cm especial a posterior ao máximo regressivo, de Regnauld (1987) sobre a geomorfologia da vertente continental e de Quevauviller (1987), sobre a plataforma continental ao largo do litoral da Galé ao estuário do Sado.
Também em 1987, é lançado em Portugal o "Progmma Mobilizador de Ciência e Tecnologia", o qualtcve forte incidência no domínio das ciências marinhas. Se as teses antes aludidas podem ser consideradas como o encerramento de um ciclo, isto é, da 3a
etapa do conhecimento da margem continental portuguesa, o programa referido deve ser encarado como o início de um novo ciclo. no qual vão ser exploradas. com maior profundidade, muitas linhas de investigação abertas por essas teses.
4. O limiar do século XXI
A etapa actual iniciou-se, como se referiu cm 1987. com o lançamcnto do "Programa Mobilizador de Ciência e Tccnologia". Entrc os projcctos de investigação, então aprovados pela JNICT, ressaltam dois: "Dinâmica Sedimentar (1.1 Plataforma Contincntal a Nortc de Peniche (DISEPLA)" e "Sismotectónica dn Margem Continental Oeste-Ibérica (SMCOI)". A execução destes dois projectos. concebidos de forma a interpenetrarem-se, traduziu-se num significativo avanço do conhecimento da plataforma portub'llcSa, viabilizou a criação de um gnlpo de investigação jovem e dinâmico, ao mesmo tempo que suscitou uma cooperação internacional que é de assinalar.
Simultaneamente, a exccuÇ<:10 de outros projectos de investigação, e a implantação, pela JNICT, de um vasto esqncma de bolsas de investigação, de mestrado e de doutoramento, pennitimm uma dinàmica de investigação, nomeadamente no que se refere à plataforn13 continental, que não tem paralelo na história do país. Em consequência desta dinâmica, eomeç<lram a surgir cursos de mestrado relacionados com as gcociências marinhas. elll diversas univcrsidadcs. os quais. por sua vez., constituem também um factor de dinamização.
Nesta CUlpa. a tónica dominante dos trabalhos produzidos tem-se centrado no estudo dos diferentcs aspectos da dinâmica sedimentar da plataforma continental, especialmente desde O último máximo regressivo até li actualidade. Entendendo-se essa dinâmica como a resultante da actuação conjugada dos processos de rornecimelUo de
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partículas sedimentares para o depositário da plataforma, por um lado, e dos processos de distribuição, por outro, têm-se desenvolvido esforços para estudar os mecanismos forçadores actuais, conhecimento este que é usado como "chave" para a compreensão do passado. Da mesma fo rma, o conhecimento da configuração dos paleo-processos constitui auxiliar precioso no conhecimento do presente.
Assim, iniciou-se o dcscnvolvimento de várias linhas de investigação interrelacionadas, nomeadamente no que se refere às relaçõcs de interdependência entre a plataforma continental e as áreas emersas adjacentes, cm geral (e a platafonna litoral em particular), à innuência detenninante da tectónica (activa e passiva) na diferenciação morfológica e no tipo e padrão de distribuição dos sedimentos, e ás consequências, ao nível sedimentológico, das variações seculares, periódicas e esporádicas do nível relativo do mar.
Entre os trabalhos produ7jdos desde 1987 referem-se os que se relacionam com: - a composição e textura dos sedimentos actuais e relíquia da plataforma continen
tal, em simultâneo com o das aluviões das bacias hidrográficas drenantes, O que permite estabelecer as relações actuais e deduzir as condiçôcs passadas (Magalhães et aI, 1990; Cascalho et 01, 1990; Pereira, 1992 b);
- as paleotanatocenoses e biocenoses dos sedimentos da plataforma continental. o estudo das quais contribui de fonna significativa para o conhecimento das condições paleoambientais quaternárias (Nascimento e Si lva, 1989; Fatela e Silva, 1990);
- o estudo geomorfológico e hidrodinâmico das arribas, contemplando quer a parte emersa quer a submersa, bem como as plataformas de abrasão de sopé (Regnauld el 01, 1993; Pereira el 01, 1993), para além do estudo geomorfológico de algumas formas particulares da margem portuguesa (Vanney c Mougenot, 1990; Regnauld e Rejouan, 1990; Regnauld e Thomas, 1990);
- a tectónica activa da margem portuguesa, com idcntificação de falhas activas e não activas, o que contribui cm muito para o estabelecimento e aperfeiçoamento do modelo de tensões e sua evolução durante o Quaternário (Rodrigues ar 01, 1992; Ribeiro et 01, 1992; Dias et ai, 1993);
- a reconstituiç..10 das posições da linha de costa no decurso do último deglaciário e do Holocénico (Rodrigues e Dias, 1989), bem como o reconhecimento de algumas formas li torais actualmente submersas (Rodrigues et ai, 1991), o que progressivamente vai contribuindo para um melhor conhecimento da evolução paleogcográfica da plataforma portuguesa;
- a dinâmica dos sedimentos na plataforma continent.11, o que implica estabelecer os traços gerais dos mecanismos forçadores, ai nda insuficientemente caracteri7.ados, ensaiando-se agora os primeiros passos (Magalhães et ai, 1991; Dias er ai, 1992).
- as taxas de acumulação na plataforma, nomeadamente recorrendo ao método do chumbo 210 (Carvalho e Ramos, 1990). as quais são de grande importância para uma mais correcta interpretação do significado dos diferentes depósitos sedimentares e, consequentemente, para uma melhor avaliaç.1:o da evoluçiIo sedimentológica quaternária da platafonna continental;
- a evolução da dinâmica hidrológica c sedimentar da vertente continental, nomeadamente a detecção da variação da intensidade de correntes submarinas e a presença ou ausência de determinadas massas de água (Vergnaud-Grazinni el al, 1989; Fatela, estudos em curso), o que se relaciona com as oscilações climáticas quaternárias;
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- as variações secularcs do nível relativo do mar e suas relações com episódios climáticos recentes, nomeadamente com a pcquena Idade do Gelo (Dias el 01, 1992);
- a modelização de diferentes aspectos da dinâmica sedimentar da plataforma continental com vista à construção de um modelo global (Taborda e Dias, 1992), aplicável tanto às condições actuais como às condiçôcs prevalecentes em vários episódios quaternários.
Como se pode deduzir do exposto, a infonnação disponível começa a ser muito abundante, estando a ser constantemente enriquecida. Na realidade e como se reCeriu, criou-se uma dinâmica de investigação sem paralelo na história do conhecimento da platafonna continental portub'lleSa, caracterizada por uma intensa coopcraç."ío interinstilUcional (frequentemente despida de fonnalismos desnecessários e anquilosantes da investigação) e pela dedicação empenhada de invesligadores que preparam teses de mestrado c/ou doutoramento. Embora não existam números absolutamente fidedignos, pode afirmar-se, sem grande margem para erro, que o número de investigadores (séniores e não seniores) dedicados às geociências marinhas quadriplicou no decurso do quinquénio 19R8-92. Todavia, tendo cm atenção a enorme extensão da Zona Económica Exclusiva Portuguesa, verifica-se que o número de investigadores é ainda diminuto, principalmente se se tiver em atenção as responsabilidades de Portugal nesta área.
No entanto, verifica-se forte assimetria no conhecimento da plataConna continental, sendo a plataforma setelllrionaI a mais estudada até ao momento e a do Esporão da Estremadura a mais mal conhecida.
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