barroso - aoutravoz · maria josÉ dos santos, de 92 anos, viúva, natural e residente em...

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Director: Carvalho de Moura Ano XXX, Nº 457 Montalegre, 30.09.2014 Quinzenário E-mail:[email protected] 0,90 € (IVA incluído) Barroso Noticias de Os agricultores de Lisboa e os doutores de Montalegre Barroso da Fonte entre os doutores de Lisboa, em estereis discussões, e os transmontanos a ser notícia pelas boas razões, está por estes e clama em alta voz: «Mais uma vez me orgulho de ser Transmontano de Barroso» P2 Elegia do Outono Uma página sobre a época outonal, bem escrita por um amigo de S. Pedro que está a revelar qualidades. P4 Dilema vivenciado por pessoa idosa Júlia Fernandes apresenta a 2.ª parte da sua análise exaustiva sobre o drama do abandono do lar por parte de pessoas idosas. Experiência já vivenciada por muitos de nós com os nossos pais. P5 A MEMÓRIA DE UM POVO É sempre benvinda a nobre colaboração do Dr João Soares Tavares que, estudioso e amante das terras do Gerês e Barroso, fala da memória do povo barrosão. E, além doutras sugestões, uma das quais endereçada ao Director deste jornal que se agradece, dirige-se de forma especial ao povo de Cabril, referindo que nunca por nunca poderão ignorar D. DINIS, o rei lavrador, que concedeu foral a Lapela e se interessou pelas nossas gentes. P8 Será a Missa uma seca? E o Pe Victor Pereira faz a apologia da Santa Missa que os católicos devem frequentar todos os Domingos. Uma análise pedagógica que deve ser levada à prática por todos. P11 Tourém, a capital das terras da Piconha, é importante freguesia do concelho de Montalegre e uma das aldeias mais ricas de Portugal. A construção do casario dá- nos bem conta disso mesmo. Quase todas as suas casas são construidas em parede de perpianho, o que hoje já não se usa devido aos custos enormes que tal acarretaria. Pela sua localização vive intensamente com os vizinhos galegos e, como é de supor, tem a sua história ligada ao contrabando e às guerras travadas entre os dois povos ibéricos. Tourém também é terra de emigrantes, muitos deles em Lisboa, mas a vida comercial e agrícola não esmorece. Pelo contrário, há ali agricultores na vanguarda de processos de cultivo. Nas páginas 2 e 16, o leitor terá a oportunidade de ver o que não é novidade para ninguém mas como na nossa terra a agricultura começa a despertar para dimensões que a tornam mais rentável. Agricultura do Século XXI em Tourém Política Municipal vista de fora A Porta do Parque Nacional do concelho de Montalegre «Locus Horribilis» foi a designação escolhida pelo Dr Manuel Ramos para classificar uma obra e o seu local que, ao invés, poderia ser um recanto maravilhoso do concelho. Traduzindo para os menos letrados, «locus horribilis» significa “lugar horrível” o sítio onde deveria funcionar a Porta do Parque Nacional da Peneda Gerês de Montalegre. Construida em 2008 e que terá custado ao erário público à volta de 90.000 euros, a teimosia do presidente da Câmara de Montalegre de então, de má memória, em trazer a Porta do Parque Nacional para Montalegre levou a que aquele imóvel nunca fosse utilizado e esteja a cair aos bocados. É do interesse público que as pessoas tomem conhecimento deste disparate administrativo não só por lesar o erário público mas também por prejudicar o concelho que tem a maior parte territorial no PNPG. Ver mais na Página 7

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Page 1: Barroso - AOutraVoz · MARIA JOSÉ DOS SANTOS, de 92 anos, viúva, natural e residente em Montalegre, faleceu no passado dia 22 de Setembro. MANUEL FERNANDES PEREIRA, de 75 anos,

Director: Carvalho de Moura

Ano XXX, Nº 457Montalegre, 30.09.2014

Quinzenário

E-mail:[email protected]

0,90 € (IVA incluído) BarrosoNoticias de

Os agricultores de Lisboa e os doutores de Montalegre

Barroso da Fonte entre os doutores de Lisboa, em estereis discussões, e os transmontanos a ser notícia pelas boas razões, está por estes e clama em alta voz: «Mais uma vez me orgulho de ser Transmontano de Barroso»

P2

Elegia do Outono

Uma página sobre a época outonal, bem escrita por um amigo de S. Pedro que está a revelar qualidades.

P4

Dilema vivenciado por pessoa idosa

Júlia Fernandes apresenta a 2.ª parte da sua análise exaustiva sobre o drama do abandono do lar por parte de pessoas idosas. Experiência já vivenciada por muitos de nós com os nossos pais.

P5

A MEMÓRIA DE UM POVO

É sempre benvinda a nobre colaboração do Dr João Soares Tavares que, estudioso e amante das terras do Gerês e Barroso, fala da memória do povo barrosão. E, além doutras sugestões, uma das quais endereçada ao Director deste jornal que se agradece, dirige-se de forma especial ao povo de Cabril, referindo que nunca por nunca poderão ignorar D. DINIS, o rei lavrador, que concedeu foral a Lapela e se interessou pelas nossas gentes.

P8

Será a Missa uma seca?

E o Pe Victor Pereira faz a apologia da Santa Missa que os católicos devem frequentar todos os Domingos. Uma análise pedagógica que deve ser levada à prática por todos.

P11

Tourém, a capital das terras da Piconha, é importante freguesia do concelho de Montalegre e uma das aldeias mais ricas de Portugal. A construção do casario dá-nos bem conta disso mesmo. Quase todas as suas casas são construidas em parede de perpianho, o que hoje já não se usa devido aos custos enormes

que tal acarretaria. Pela sua localização vive

intensamente com os vizinhos galegos e, como é de supor, tem a sua história ligada ao contrabando e às guerras travadas entre os dois povos ibéricos.

Tourém também é terra de emigrantes, muitos deles em Lisboa, mas a vida comercial

e agrícola não esmorece. Pelo contrário, há ali agricultores na vanguarda de processos de cultivo.

Nas páginas 2 e 16, o leitor terá a oportunidade de ver o que não é novidade para ninguém mas como na nossa terra a agricultura começa a despertar para dimensões que a tornam mais rentável.

Agricultura do Século XXI em Tourém

Política Municipal vista de fora

A Porta do Parque Nacional do concelho de Montalegre«Locus Horribilis» foi a designação escolhida pelo Dr Manuel Ramos para classificar uma obra e o seu local que, ao invés, poderia ser um recanto maravilhoso do concelho. Traduzindo para os menos letrados, «locus horribilis» significa “lugar horrível” o sítio onde deveria funcionar a Porta do Parque Nacional da Peneda Gerês de Montalegre. Construida em 2008 e que terá custado ao erário público à volta de 90.000 euros, a teimosia do presidente da Câmara de Montalegre de então, de má memória, em trazer a Porta do Parque Nacional para Montalegre levou a que aquele imóvel nunca fosse utilizado e esteja a cair aos bocados. É do interesse público que as pessoas tomem conhecimento deste disparate administrativo não só por lesar o erário público mas também por prejudicar o concelho que tem a maior parte territorial no PNPG. Ver mais na Página 7

Page 2: Barroso - AOutraVoz · MARIA JOSÉ DOS SANTOS, de 92 anos, viúva, natural e residente em Montalegre, faleceu no passado dia 22 de Setembro. MANUEL FERNANDES PEREIRA, de 75 anos,

30 de Setembro de 20142 BarrosoNoticias de

BEATRIZ FERREIRO, de 90 anos, viúva de José Alberto Póvoa, natural de S. Pedro de Veiga de Lila, concelho de Valpaços e residente em Pisões, de Viade de de Baixo, concelho de Montalegre, faleceu no passado dia 15 de Abril, sendo enterrada no cemitério de S. Pedro de Veiga de Lila.FRANCISCO DE SOUSA, de 90 anos de idade, viúvo, natural de Donim, concelho de Guimarães e residente em Covelo do Gerês.MARIANA DOS SANTOS, de 92 anos, viúva, natural de Anelhe, concelho de Chaves e residente na Aldeia Nova, freguesia da Chã, faleceu no passado dia 19 de Abril. LÚCIA DE JESUS LOUREIRO VIDES, de 70 anos de idade, viúva, residente na freguesia de Salto, local onde faleceu e foi sepultada, nasceu a 18/02/1944 e faleceu a 07/05/2014.AUGUSTO PEREIRA, de 94 anos de idade, casado, residente no lugar de Pereira, freguesia de Salto, nasceu a 05/02/1920 e faleceu em 23/06/2014. Foi sepultado no Cemitério de Pereira.MANUEL PIRES, de 89 anos de idade, solteiro, residente na freguesia de Salto, nasceu a 27/05/1925 e faleceu em 06/07/2014. Foi sepultado no Cemitério de Salto.MARIA DE JESUS PEREIRA CARVALHO, de 87 anos de idade, viúva, residente na freguesia de Salto, nasceu a 27/10/1926 e faleceu em 01/08/2014. Foi sepultada no Cemitério de Salto.DOMINGOS LOPES, de 99 anos de idade, viúvo, residente na freguesia de Salto, nasceu a 03/05/1915 e faleceu em 27/08/2014. Foi sepultado no Cemitério de Salto.ALBINO FERREIRA, de 83 anos de idade, casado, residente na freguesia de Salto, nasceu a 29/03/1931 e faleceu em 08/09/2014. Foi sepultado no Cemitério de Salto.JOSÉ GOMES, de 93 anos de idade, natural da freguesia de Covelães, faleceu no Hospital de Chaves, no dia 8 de Setembro de 2014. Foi sepultado no cemitério de Travassos do Rio.BELMIRA DA CUNHA, de 87 anos, casada, natural de São Clemente, de Celorico de Basto e residente em Pisões, freguesia de Viade de Baixo, faleceu numa casa de Cuidados Paliativos, em Braga, no passado dia 18 de Sertembro.MARIA JOSÉ DOS SANTOS, de 92 anos, viúva, natural e residente em Montalegre, faleceu no passado dia 22 de Setembro.MANUEL FERNANDES PEREIRA, de 75 anos, casado, natural da Venda Nova e actualmente residente em França, faleceu no passado dia 14 de Setembro.MARIA BAPTISTA VERDE, de 87 anos, viúva, natural e residente em Vila da Ponte, faleceu em Chaves no dia 28 de Setembro.

PAZ ÀS SUAS ALMAS!

CORTEJO CELESTIALTOURÉMA agricultura avança para a modernidade

Um dia destes, de outono em que se faz a recolha dos produtos da terra, recebi um telefonema dum amigo, de Tourém, dizendo-me que queria que eu visse os processos de fazer silagem. Meti-me ao caminho e, chegado às terras da Piconha, lá estava Venâncio Gonçalves, apoiado num pau de marmeleiro, à minha espera. Não estava na sua mente “fazer contas” comigo por causa dos tempos em que, na Câmara Municipal a que eu na altura presidia, ele era um dos trabalhadores do município. Não. Faz parte da sua matriz. Como homem rural, usa o cajado como bengala para nele se apoiar e, se for o caso, usar a preceito, não seja ele um barrosão dos bons que gosta de viver a vida com os amigos. E pôs-me logo à vontade, dizendo que, de manhã, anda sempre por fora e que, para o contactar, só à hora de jantar. Vale, pensei eu, num excelente exemplo de vida.

Bom, lá fomos nós para Santo Estebo, as terras da Veiga, já território espanhol, em demanda dos trabalhadores que se ocupavam na apanha do milho da casa Venâncio para fazer a ensilagem. E realmente gostei. Ver um campo com milho de dois metros de altura, abundante e viçoso já por si dá um gozo enorme, mas, mais gostei quando deparei com a maquinaria que ali trabalhava. Tractores e outras grandes máquinas com reboque atrelado cortando e limpando a terra de milho.

Por momentos, pensei estar numa grande herdade do Alentejo, mas não. As imagens dão uma boa ideia de como, na nossa terra, já se faz agricultura em moldes modernos. As máquinas cortam, esmagam e encaminham o produto para tractores que de seguida o transportam para os sítios onde vai ser devidamente enterrado, abafado e assim conservado para alimentar os animais. Segundo os especialistas na matéria, passados meses, se bem isolada, a ensilagem mantém todas as propriedades orgânicas do milho e é melhor que o feno na alimentação dos bovinos.

Ou seja, esta prática cujas origens remonta aos egípcios (1.000 anos antes de Cristo) foi iniciada em França no século XVIII, chegou a Barroso nos anos finais do século XX e começa a desenvolver-se no século XXI.

Além de Tourém, em Pitões das Júnias (casa do Páscoa) e em Travassos do Rio (Casa do Duro) também se faz agricultura nestes moldes e constituem exemplo a seguir por todos aqueles que pretendem fazer agricultura rentável e progressiva.

Venâncio GonçalvesVenâncio em frente dos armazéns onde recolhe animais e forragens

É natural de Carvallho, de Salto e casou com Maria Claro Pires, de Tourém onde fixou residência em 1967. Durante 33 anos trabalhou na Câmara Municipal de Montalegre de

que está reformado. Teve nove filhos, 7 rapazes e duas raparigas. Só dois deles (Venâncio e Sérgio) acabaram por ficar em Tourém, um já faleceu, dois outros casaram para Pitões das Júnias, dois emigraram para a França e Espanha,

uma filha casou e fixou-se em Frades e a mais nova trabalha em Montalegre.

Com o resultado das suas poupanças e alguma habilidade para fazer negócios, Venãncio adquiriu várias terras a proprietários locais e tem hoje uma área de terrenos estimada em cerca de 30 hectares.

Hoje, os filhos residentes em Tourém ocupam-se das propriedades que trabalham com máquinas que não estão ao alcance de todos e, juntamente com os da casa dos Vila, estão entre os maiores produtores das terras de Barroso.

Cdmoura

TRAVASSOS DO RIOMembro do Governo de visita a Travassos

Dia 19, o Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, deslocou-se a Travassos do Rio para assinar um contrato de financiamento no âmbito do “Programa equipamentos” com vista à reabilitação da Igreja local.

«O Programa Equipamentos destina-se à comparticipação de obras de construção, reconstrução, ampliação, alteração ou conservação de equipamentos urbanos de utilização coletiva, incluindo equipamentos religiosos, a efetuar por instituições privadas de interesse público sem fins lucrativos,

constituídas há mais de dois anos, instituições particulares de solidariedade social, desde que o equipamento a financiar se inclua no âmbito das suas finalidades estatutárias principais ou secundárias, e freguesias e associações de freguesias de direito público (apenas ao Subprograma 2)».

SALTOPadre Pedro reclamado pela população de Alijó

A TV mostrou e certamente muita gente acompanhou a reportagem. A população de Alijó e Sanfins do Douro deslocou-se a Vila Real para protestar junto do Bispo, D. Amândio Tomaz, contra a saida do Padre Pedro para as freguesias de Salto, Pondras, Reigoso e Vila da Ponte. Os alijoenses teceram os maiores elogios ao Padre Pedro e insistiram junto do Bispo no sentido de que o pároco continue no seu actual posto. Para começo de vida deste jovem padre é sinal que abraçou o sacerdócio como modelo de vida e com a sua postura arrasta as pessoas das paróquias que lhe têm estado confiadas.

MONTALEGREExposição de brinquedos na biblioteca municipal (Até dia 26)

Decorre até ao próximo dia 26, nas instalações da biblioteca municipal de Montalegre, uma exposição de brinquedos, da autoria do colecionador Rui Queirós, intitulada “Educar para o património - Brinquedos: património sempre uma descoberta”. A exposição integra as Jornadas Europeias do Património. A abertura foi apadrinhada por Fátima Fernandes, vereadora da educação do município de Montalegre, que classificou o momento como «comovente» e fértil em «memórias».

VENDA NOVA e PONDRASVisita do Presidente da edilidade

A União das Freguesias de Venda Nova e Pondras é, indiscutivelmente, das mais belas do concelho de Montalegre. Inserido no projeto “Viagem pelas Freguesias”, o executivo municipal marcou presença neste território constituído pelos lugares de Codeçoso, Padrões, Venda Nova, Sanguinhedo, Ormeche, Paio Afonso, Pondras e São Fins.

Acompanhado pela vereadora da educação, Fátima Fernandes, o presidente da Câmara de Montalegre foi ao encontro das principais reivindicações de uma freguesia que apresenta vários atrativos, mais não seja pela envolvência da barragem. Orlando Alves, depois de escutar os pedidos, deixou garantias. A principal está no saneamento da aldeia de Ormeche. Antes, o líder do município começou por contextualizar a sua presença: «fiz o habitual apanhado numa incursão simpática pelos lugares desta freguesia. Vamos agora hierarquizar prioridades e definir intervenções que possam ser desenvolvidas no conjunto daquelas pequenas coisas onde podemos de imediato intervir». De seguida, o edil carimbou a principal promessa desta visita: «a grande prioridade para esta freguesia e que vai ser assumida por mim é o saneamento de Ormeche». Uma obra, esclarece, que «não se faz com meia dúzia de patacos». Porém, «não vai, de maneira nenhuma, inviabilizar que possamos acudir a pequenas coisas que também são importantes e às vezes as mais necessárias», anotou.

Festival de Folclore A chuva miudinha que se fez sentir não abrandou o

entusiasmo do presidente e da comitiva que o acompanhou. A dado momento, Orlando Alves fez questão de dizer que saía «muito satisfeito» de uma visita que deve servir «para que as pessoas da freguesia da Venda Nova e Pondras sintam que o executivo municipal está com o executivo de freguesia». A reboque deste raciocínio, declarou: «não tenho dúvida nenhuma que vamos fazer coisas bonitas e interessantes. Uma delas que quero anunciar é agarrar aquilo que se fez aqui durante muitos anos e que se deixou cair. Falo do Festival de Folclore da Venda Nova que iremos retomar». Um trabalho, rematou, «em conjunto com a junta de freguesia e o rancho da Venda Nova, criando, desta forma, um ponto de atratividade».

António Reis não escondeu a satisfação pelo momento: «o balanço desta visita é positivo. Tínhamos que fazer este contacto com o senhor Presidente da Câmara para estar mais próximo das populações e ao mesmo tempo mostrar aquilo que é mais necessário fazer». Nesse sentido, disse: «temos obras para fazer, algumas do anterior executivo. Que se façam algumas. A principal é o saneamento em Ormeche que faz muita falta. A população exige que se faça. Fico satisfeito que o senhor Presidente da Câmara nos tenha ouvido». A fechar, António Reis falou ainda da necessidade de ser colocado um sintético no ringue da praia fluvial da Venda Nova».

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30 de Setembro de 2014 3BarrosoNoticias de

Barroso da Fonte

Os agricultores de Lisboa e os doutores de Montalegre

Dr José Manuel

António José Seguro jantou em Montalegre com cerca de mil militantes e simpatizantes no dia 5 de Setembro, no âmbito da sua candidatura às primárias do PS. O Correio do Planalto de 15 deste mês ilustra com 3 expressivas fo-tos esse ambiente e no relato cita uma passagem do líder do PS, quando mandou o recado ao ca-marada António Costa: «a política não pode ser a arte do engano, tem de ser nobre...numa repúbli-ca, um voto de um agricultor (de Montalegre) vale tanto como o de um doutor de Lisboa». Bonita fra-se que dias depois, foi devolvida, a pulmões cheios, por Carlos César, da equipa de António Costa: «os doutores de Lisboa têm no voto, o mesmo valor dos agricultores de Montalegre». Na noite do último debate na televisão pública An-

tónio Costa não tinha esquecido o repto, a ponto de, no calor do debate, lhe vir à ideia, essa ima-gem dos lavradores de Montale-gre. Sinal de que Montalegre tem peso para a angariação de votos, o que deve exigir-se na serenidade das decisões políticas. Já durante este ano, aquando da vinda do ministro Maduro, à festa de Sal-to, onde se ensaiou um iniciativa que alguns barrosões interpretam como o lançamento da primeira pedra para a mudança de sede do concelho, este ministro de Passos Coelho, durante uma conferência de imprensa, perante todos os ca-nais generalistas, rádios e jornais, teve ocasião de falar do exemplo que colhera, dias antes, em Salto, com a abertura de um centro de apoio aos cidadãos, atenuando distâncias aos residentes do Baixo Barroso.

Como Barrosão orgulhoso das minhas raízes, vibro com alusões de gente que pode e que manda. Embora sabendo que, entre o pro-meter e o fazer vai uma distância abismal, fica nos ouvintes a ideia de que os prometedores cumprem a palavra. O que, sobretudo entre políticos, raramente acontece.

No editorial do jornal Poetas e Trovadores que saiu à rua nestas últimas semanas, titulei a ideia que

tenho acerca de algumas pessoas: Perdeu-se o valor das palavras. E justificava: quando eu nasci, os meninos não tinham prendas, nem sequer na noite de Natal. Mal andavam, logo eram pastores de vacas e da vezeira. Não era o Esta-do que fazia as leis. Era o povo, na sua infinita paciência e submissão, a marcar o ritmo das gerações que se sucediam. A palavra valia mais do que todos os papéis... Em me-nos de um século a vida mudou, quase sempre para pior.

No dia em que escrevo esta crónica (24/9) soube-se que uma educadora de infância com 30 anos de serviço, foi punida com a perda do emprego por ter dado uma «chapada» numa criança. Mesmo que não tenhamos assis-tido a esse gesto, diz-me a minha experiência que há chapadas e chapadas. Uma chapada de adul-to pode ser um acto criminoso entre adultos. Pode ser o ponto de partida para uma zaragata que ter-mine em pancadaria e agressões de consequências imprevisíveis. Mas numa educadora que em 30 anos de exercício foi irrepreen-sível, mais parece uma forma de perseguição ou de vingança. De-claro que eu próprio levei mui-tas chapadas, muitas reguadas e outros castigos, bastante severos.

Nunca fiz queixa porque meus pais também me davam esse tipo de «mosquetes» e, por intuição que fui adquirindo, nunca dei ou-vidos ao meus filhos. No princípio de cada ano sempre dizia aos edu-cadores/ professores, na pré-pri-mária e primária que nunca daria ouvidos aos meus filhos, a não ser que houvesse casos graves. Penso que se perderam os valores es-senciais a uma boa educação por causa das liberdades excessivas. Hoje os educadores, salvo raras excepções, têm receio de ensinar por causa desse clima de medo que se instalou nas escolas e lares de infância.

Mais uma vez estamos pe-rante o valor da palavra. Ela é o fio condutor. Tem sempre a primazia, a começar do berço. Se em casa se permitir tudo e não houver limi-tes mesmo para os filhos e netos aos quais muito se quer, são os educadores e é a sociedade em geral que vai pagar as «favas». O povo lá diz que é de de pequenino que se torce o pepino.

Mais uma vez me orgulho de ser Transmontano de Barroso. Por-que muitos, como eu, fomos cria-dos sem «mimos», sem a «cartilha maternal», sem prendas de natal, sem muita coisa que os da cidade tinham, alguns em excesso. Mas

foi destas Terras que saíram cida-dãos bem formados, sensatos, cor-rectos. Colho o exemplo na polé-mica que se gerou com a troca de dois padres jovens na Diocese de Vila Real. Lourenço Afonso nar-rou-o na edição anterior deste Jor-nal: o padre António Jorge Ferreira estava colocado, desde 2006, no concelho de Montalegre, nas pa-róquias de Salto e Vila Ponte. Aí era muito estimado e desejado pelas populações. Mas como tem os pais a viver, sozinhos, numa fre-guesia do concelho de Alijó, pre-tenderia trocar com o Padre Pedro Rei Alves que ali era pároco, desde há 7 anos. Pelos vistos foram co-legas de seminário, são amigos e um e outro são muito estimados pelas populações. O que se lou-va e admira é que as respectivas freguesias tenham feito apelos na imprensa e manifestações ao Bis-po D. Amândio Tomás, para que não consume a troca porque são muito queridos onde estão. O No-tícias de Barroso de 15, o JN de 19, o notícias de Vila Real, de 23, to-dos de Setembro, destacaram estas movimentações. Grandes lições de vida social, de solidariedade e de respeito pelo mérito. Nou-tras paróquias andam à batatada. Aqui... é assim.

José Enes Gonçalves e João Alves Rodrigues Canêdo, autores do traballo “Dos Andes a Barro-so” que mencionamos no núme-ro anterior, no ámbito do estudio da patata de semente que nos tén ocupado últimamente, veñen, despóis de nos ter ilustrado sobre a importancia da patata a nivel mundial, e non só no aspecto culinário e alimenticio, como ta-mén noutros múltiples usos que se lle poden dar e que descoñe-cíamos, veñen agora, decíamos, ensinarnos sobre a orixe deste

vital tubérculo.Nas Américas, nos Andes en

concreto, onde naceu, primei-ro ao “dios dará”, por aquiles montes e vales, e despóis con-secuencia de unha producción controlada por a mau do home, domesticada, en palabras dos au-tores, o nome que lle daban era “papa”. Esta designación ainda é utilizada naquiles países lati-noamericanos, e tamén en varias rexións de España.

A papa, indican os estudio-sos, constituía un alimento básico nas cotas máis altas da cordilleira (hasta onde a vexetación alcan-za), mentras que nos vales o culti-vo principal era o millo.

É interesante observar as reacciós – as primeiras reacciós – dos colonizadores españois cuando se toparon con iste, aos seus ollos desentrenados, nove-doso e singular alimento, que tanto apreciaban os indios. José Enes Gonçalves e João Canêdo incluyen na súa narrativa varios

fragmentos de escritos da épo-ca (S. XVI), onde aquiles nosos abuelos, que viron por primei-ra vez unha patata, a describían con espanto e maravilla: “as raí-ces da dita herba están baixo a terra, do tamaño de un ovo máis ou menos, unhas redondas e ou-tras prolongadas,... raíces de bo sabor, deleite dos indios e golo-sina dos españois...” “...A un dos alimentos chaman papas, que é semellante a trufas,... despóis de cocidas vólvense tiernas, como castaña cocida...”

Vale a pena parármonos, hoxe mismo, a recrear a escena. Vamos deter o tempo, iste noso tempo atribulado e vertixinoso, e pasemos a observar aquil ante-pasado; non descartemos, tal vez il mismo, sentindo o seu tempo igualmente vertixinoso e atribula-do, dándolle voltas á cabeza, alí dediante daquil descubrimento.

Está con aquela “trufa como un ovo” na mau, rodándoa para a dreita e para a esquerda, de riba

para baixo, clavando, nos dela, os seus ollos, levándoa á nariz, limpándolle ben a terra cos dedos para eliminar interferencias no cheiro intrínseco.

- Sin duda cheira a comesti-ble! Bueno, que é comestible xa o sei, que os indios comérona e déronma a comer. E qué ben sabe así cocidiña! Claro que, con dúas areíñas de sal, estaría no punto. E regada con un fío de aceite? Su-perior! E, estou a pensar, qué ben acompañaría esto con unhes gre-liños, un anaco de lacón e unhes chouriciños!

Quieto! Vamos conxelar a es-cena, que me parece que daquí a nada estamos a rolar por a cor-dilleira dos Andes abaixo, e non sei a onde iremos parar. Se cua-dra, para o lado de Chile, a terras mapuche, que nos arrabañan o pescozo en menos do que can-ta un galo, que ainda o Pedro de Valdivia anda nas guerras de Italia e non tuvo tempo para vir civilizar istes andurriales. Quero

decir que nos estamos animan-do demasiado nas posibilidades culinarias das que esta raíz á que chaman papa semella estar dota-da. Tal vez a hora da tarde en que nos encontramos, cuando as tri-pas empezan a ruxir ca fame, non sexa a máis adecuada para escri-bir sobre istes temas... Ben seguro que aquil noso antecesor non es-taría a pensar concretamente en lacón, en grelos e chourizos.

Sin embargo, é indiscutible que un remuiño de ideas lle esta-ba devanando os sesos: será que a papa se adaptaría ao noso clima e ás nosas estaciós? Será que nós nos adaptaríamos a ela, como os indios? Podería un día alcanzar a importancia do trigo ou da cas-taña nas nosas terras da Penínsu-la, e máis alá?

Non sei se sería así, pero, se non foi, foi parecido. O caso é que a patata veu parar a Europa. Xa veremos qué tal lle sentou o cambio de aires...

TERRA FÉRTIL IV(en Galego raiano)

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30 de Setembro de 20144 BarrosoNoticias de

Elegia de OutonoA atmosfera apresenta-se leve

e diáfana, a linha do horizonte recorta-se com toda a nitidez em toda a sua extensão. O ar cada vez mais fino e fresco, instala-se progressivamente acentuando o frio nocturno. As primeiras geadas estão de volta, envolvendo teluri-camente de uma fina mortalha parda, os campos ainda úberes dos derradeiros frutos sazonais.

Os primeiros indícios de exaltação das cores fortes do Ou-tono começam a surgir, aqui e ali, derradeiro alento do ano no seu inexorável percurso cíclico. A maioria das aves migradoras já recolheu a “âncora do sedenta-rismo” elevando-se na amplidão da abóbada do oceano etéreo, na demanda dos seus anseios inces-santes de errância, ditados pela busca irresistível de «horizontes de eternidade», bem à imagem do destino humano.

Pressentimos a “natureza” expectante no seu movimento intrínseco e perpétuo próximo do

trecho final do seu curso anual. Advínhamos como que uma he-

sitação, uma perturbação até aí irreconhecível, como alguém que momentaneamente perde a noção da sua linha de conduta e, chegado a uma encruzilhada, a uma fronteira desconhecida, mis-

teriosamente algo lhe diz que o seu papel está preste a expirar e a

viagem está a chegar ao seu epí-logo. Pouco a pouco, a natureza vai-se despojando dos seus opu-lentos “ornamentos” tão galhar-damente ostentados. A clorose da folhagem torna-se cada vez mais

marcante; prelúdio da abertura oficial da época do grande ballet fúnebre.

Como o teu “destino” está ir-manado com o do homem na ma-nifestação panteísta da imanência da divindade nos seres e nas coi-sas (natureza) na sua mesma es-sência…!

Também, nós, ao longo do nosso percurso existencial, al-ternamos planos luminosos e radiosos com outros obscuros e sombrios num dualismo imposto pela contingência da condição de existir.

Por vezes caminhamos pelo cume de colinas alcantiladas, ro-deados de luz e reconfortados pe-los cálidos raios solares, com uma sensação de leveza como se pos-suíssemos asas e de um só impul-so alcançássemos as estrelas mais distantes. Como de outras vezes, sem sabermos muito bem como, resvalamos ravina abaixo até ao mais profundo, escuro e inóspito barranco, rodeados de trevas, se-

melhante à imagem do Arcanjo caído em desgraça!

Progressivamente vislumbra--se um ténue clarão lá, no alto. Intuímos que a luz brilha algures e resplandece em todo o seu ful-gor! À nossa frente apresenta-se uma via espinhosa de provações e atribulações, que por mais penosa que seja sentimos que temos de percorrer de volta a esse mesmo jorro de “luz” redentora e purifi-cadora…

Para rematar que me seja per-mitido citar a última estrofe da ad-mirável «Ode ao Vento Oeste” de Shelley, que encerra uma tremen-da mensagem de esperança!

«Sê através dos meus lábios, para a terra adormecida,

o apelo poderoso duma profecia! – Ó vento,

se chega o Inverno, poderá estar longe a Primavera?»

José Fernando Dias Moura

Ocasionalmente, a Casa do Ca-pitão acolhe exposições tempo-rárias, que alargam o espectro do discurso expositivo e oferecem uma visita mais estimulante aos requentadores do Museu. Privi-legiam-se artistas, entidades ou colecionadores da região. Esta articulação com a comunidade é também uma forma de reconhe-cimento, promoção e divulgação do trabalho desenvolvido pelos artistas.Neste momento está patente uma exposição intitulada “Ruja, ruja, quem quiser que fuja!”, da auto-ria de Cristina Magalhães. Natural do Couto de Dornelas, Vila Gran-de, tem desenvolvido a sua activi-dade artística nas áreas da ilustra-ção, da gravura e dos têxteis.

O título surgiu a propósito do tema musical com o mesmo nome, do grupo Realejo, que a própria afirma ter sido a prin-cipal inspiração no surgimento deste trabalho. As sonoridades reportam ao jogo da ‘apanhada’, ou ‘caçadinha’, a partir do qual faz alusão a outras brincadeiras infantis tradicionais como o jogo das pedrinhas, a cama do gato, o balancé, entre outros. Através da música exploram-se várias ideias, que são materializadas pela com-binação da gravura e dos têxteis.Trata-se de um projecto de recria-ção, pela arte, que se reporta às brincadeiras infantis, às pessoas, aos objectos e aos lugares de me-mória. Nesse sentido, integra-se plenamente nas temáticas abor-

dadas na exposição permanente.A inauguração aconteceu no mês de Agosto, durante o qual tam-bém foram promovidas oficinas de gravura e têxtil. Tendo contado com a participação de pessoas de todas as idades, envolveu diversas actividades recreativas através das quais foi possível experienciar di-ferentes momentos e sensações, com recurso a várias técnicas e materiais.A exposição encontra-se instala-da no espaço do auditório até ao dia 31 de Outubro, o que cons-titui mais um bom motivo para visitar a Casa do Capitão.

Rita MarquesEcomuseu - Casa do Capitão |

Salto

Casa do Capitão acolhe exposição de artes plásticas EXTRATO

Certifico para efeito de publicação que, por escritura lavrada no dia 23 de setembro de 2014, na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo de Maria Carla de Morais Barros Fernandes, Adjunta de Conservador, em exercício de funções notariais, exarada a folhas 69 e seguintes, do livro 979-A, JOÃO MANUEL ANTUNES DIAS e mulher MARIA OLINDA ALVES DIAS, casados em comunhão geral, naturais desta vila, freguesia e concelho de Montalegre, onde residem na Travessa da Forja n.º 1, quando em Portugal e habitualmente residentes no Brasil, na Travessa Nigri, m.º 168, declararam:

Que são donos, com exclusão de outrém, do seguinte bem imóvel situado na União das Freguesias de Montalegre e Padroso, concelho de Montalegre:

- Prédio urbano situado na RUA JOÃO RODRIGUES CABRILHO N.º 62, composto de casa de habitação de rés-do-chão, primeiro andar e águas furtadas, com a superfície coberta de cento e cinquenta metros quadrados e logradouro com a área de cinquenta metros quadrados, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 868, que corresponde ao artigo 1008 da freguesia de Montalegre (Extinta).

Que o prédio encontra-se ainda por descrever nesta Conservatória do Registo Predial e está inscrito na respetiva matriz em nome do justificante marido.

Que não têm qualquer título de onde resulte pertencer-lhes o direito de propriedade do prédio, mas iniciaram a sua posse em mil novecentos e oitenta e sete, ano em que o adquiriram ainda como prédio rústico por doação meramente verbal de seus pais e sogros António Dias Henriques e Comba Maria Afonso da Costa, residentes que foram também nesta vila, já falecidos.

Que desde essa data, por si ou por intermédio de alguém, sempre têm usado e fruído o indicado prédio, procedendo à sua construção, conservação e restauração, habitando-o e nele guardando os seus haveres, pagando todas as contribuições por ele devidas e fazendo essa exploração com a consciência de serem os seus únicos donos, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriram o direito de propriedade sob o prédio por USUCAPIÃO, que expressamente invocam para efeitos de ingresso do mesmo no registo predial.Está conforme.Cartório Notarial de Montalegre 23 de setembro de 2014.O 1.º Ajudante, (Assinatura ilegível)

Conta:Emol: Art.º 20.4.5) ------------ 23,00 €São: vinte e três eurosRegistado sob o n.º 604

Notícias de Barroso, n.º 457, de 30 de setembro de 2014

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30 de Setembro de 2014 5BarrosoNoticias de

Dilema vivenciado por uma pessoa idosa: o abandono do seu lar(Continua do n.º anterior)

Acredito que muitas famílias se espelharam na pequena história que contei na edição anterior, pelo que a mesma pode servir de exemplo para uma intervenção de ajuda e apoio. Foram identificados dois problemas que condicionam a tomada de decisão de abandono do lar. O primeiro respeita ao conflito interno de uma pessoa idosa relativamente a duas situações inconciliáveis: continuar a viver com o filho na cidade adaptando-se à nova realidade que o cerca ou regressar à sua terra natal e viver no lar. Frequentemente, o conflito interno e a dualidade de sentimentos vividos pela pessoa idosa levam a que esta não se sinta à vontade para falar abertamente dos seus problemas. Tem receio de ser incompreendida ou de magoar involuntariamente os seus filhos e outros elementos da família. O segundo problema está relacionado com a dificuldade de aceitação da institucionalização do Sr. António por parte do filho e nora. Não podemos desvalorizar que na ideologia dominante ou conceção tradicional, a instituição familiar é ainda o garante da solidariedade necessária aos ascendentes em situação de velhice. Os filhos tornam-se os principais provedores de cuidados aos pais idosos.Face aos problemas identificados, é determinante partirmos do princípio de que cada pessoa idosa tem um ritmo de envelhecimento muito próprio e que pauta a sua vida de acordo com padrões, normas, expectativas, desejos, valores e princípios singulares. Desta forma, devemos adotar o papel de mediadores, não substituindo alguém no processo de decisão mas facilitando a perceção do problema e a descoberta de recursos para enfrentarem a situação. Qualquer decisão será aceitável desde que seja tomada com a colaboração e respeito de todos os envolvidos. Na realidade o dilema muitas vezes não está em revelar ou não a verdade e aquilo que se sente, mas sim, em encontrar a maneira mais adequada de a comunicar causando o menor dano possível. Os diversos tipos de comunicação utilizados pelas famílias são interiorizados durante anos e não se conseguem mudar repentinamente.

Nesta situação em particular, o Sr. António reconheceu que a resposta dada à sua iniciativa de ir para um lar foi negativa pelo que sentiu dificuldade em manter a sua decisão. Por outro lado, o sentimento de responsabilidade do casal condicionou a perceção da necessidade que o idoso tinha de receber uma resposta contingente à sua iniciativa. Esta divergência pode ser justificada pela fase de crise que esta família estava a viver relacionada com a doença do Sr. António. A capacidade que cada membro tem, individualmente e em conjunto para se organizar e lidar com a situação de crise é sem dúvida uma fonte de suporte e recurso da própria família. Porém, naquele momento muitos sentimentos, desejos e medos se misturavam reduzindo a capacidade daquela família tomar decisões. Perante este facto, tornou-se indispensável uma atitude de reflexão clarificando as vantagens e desvantagens das diferentes perspetivas que passo a descrever.

Se o Sr. António permanecer na cidade:

Admitindo que é no seio da família que nascemos, damos os primeiros passos no processo de socialização, na interação com os outros, na vivência das emoções e afetos, é natural que seja também nela, que se procure o apoio para ultrapassar os momentos de crise que surgem ao longo da nossa vida. A família pode ser entendida como um marcante espaço de realização, desenvolvimento e consolidação do ser humano. Desta forma, o Sr. António ao permanecer no seio familiar serão satisfeitas as suas necessidades físicas (como alimentação, habitação, cuidados globais), psíquicas (como a auto-estima, o afecto, o equilíbrio) e as sociais (como a identificação, relação, comunicação e pertença a um grupo). O dever que o filho e a nora sentem em cuidar o Sr. António, não resulta da pressão social de não institucionalizar mas sim do forte laço emocional que os une. No entanto o pai receia ser uma sobrecarga na vida do filho. A desvantagem desta decisão está especialmente na desmotivação do Sr. António para o modo de vida que o ambiente urbano impõe ficando mais sensível ao que o rodeia acabando por se isolar. Relativamente ao casal, atendendo a que ambos trabalham e têm duas filhas menores a nova responsabilidade de cuidar o idoso precisa ser bem gerida. De contrário poderão ocorrer algumas

modificações ao nível das relações familiares, no trabalho, na situação económica, no seu tempo de lazer, entre outras. Não podemos descuidar que a evolução da doença do Sr. António alterou a sua capacidade funcional, ficando dependente na satisfação de algumas necessidades. Este facto tem impacto na dinâmica familiar interferindo com todos os seus membros. Sendo assim, a maneira como esta família perceciona o envelhecimento e a dependência determina a forma como irá proceder com o seu idoso. Os aspetos culturais relacionados com a compreensão, cooperação mútua e valorização do idoso influenciam o tipo de estratégia adotada pela família para se adaptar à nova situação. Neste processo é fundamental sensibilizar a família para a continuidade do desempenho do papel de cuidador. Pois este exige uma estrutura familiar sólida, espírito de entreajuda, reorganização de tarefas, negociação de novas regras familiares. Quando a distribuição de papéis familiares é mantida de forma a estimular a independência e autonomia do idoso, as dificuldades do dia-a-dia podem ser minimizadas, contribuindo para melhor qualidade de vida de toda a família.Por outro lado, a sobrecarga e stress do casal cuidador também pode ser reduzida se estes utilizarem algumas respostas que a comunidade pode oferecer. Destaco as redes de apoio formal que têm vindo a diversificar o seu leque de serviços. Os centros de dia, são um bom exemplo, atendendo a que para além de prestarem assistência diurna a idosos dinamizam atividades lúdicas e recreativas. Tal facto, poderia revelar-se uma oportunidade para o Sr. António sair de casa e interagir com outras pessoas. Deste modo, a sua rede social não ficava limitada ao núcleo familiar.

O regresso do Sr. António à sua terra natal e institucionalização no lar

Considerando que o bem-estar psicológico do idoso está associado à satisfação com o seu ambiente. Neste caso em particular, a institucionalização não conduz ao desenraizamento do idoso, ao afastamento das suas relações sociais e sentimento de familiaridade na comunidade com a qual se identifica. Pelo contrário, aproxima-o do espaço ao qual estão associados um conjunto de sentimentos que vinculam emocionalmente o idoso àquela aldeia mantendo vivo o seu passado

e dando à sua vida um sentido de continuidade. A felicidade de um idoso pode estar em manter aquilo que sempre teve.Determinadas características das instituições são fundamentais para que o idoso desenvolva um sentimento de pertença a um grupo, desenvolva novas relações sociais e amizades diminuindo a sensação de isolamento. Relativamente ao lar da sua terra, o Sr. António considerou alguns aspetos determinantes para a sua opção, que passo a expor. A construção era nova e constava que tinha excelentes condições. O quarto era individual, podendo levar objetos pessoais aos quais associava memórias e sentimentos permitindo assim manter a sua privacidade e individualidade. Tinha a possibilidade de sair ao exterior para preservar a sua rede de suporte social e emocional constituída por vizinhos, familiares e amigos. Conhecia muitas das pessoas que trabalham no lar, assim como muitos dos utentes, o que iria facilitar a sua integração. No entanto, independentemente da qualidade do lar, a nova condição de institucionalizado corresponde a uma alteração no modo de vida, o que pode ser considerado uma desvantagem. Exige um esforço e uma grande capacidade de adaptação ao ambiente institucional, tendo de lidar com todo um conjunto de novas emoções e realidades. Terá de aceitar e cumprir as normas e regulamentos, relativamente a horários das refeições, horários de visitas, de saídas ao exterior, entre outros. Apesar da legislação específica a que estas instituições estão sujeitas, é importante não esquecer que existe uma diferença substancial entre o cumprimento da lei e a existência de boas condições. Neste sentido, é necessário assegurar se na prática estão a ser cumpridos todos os preceitos legais e condições da instituição.É desejável preparar o idoso para a institucionalização, pois não está em causa apenas o preenchimento de uma vaga, mas sim uma realidade humana e social que tem de ser acautelada e cuidada. Com o apoio e envolvimento de todos não existe perda da coesão familiar. Daí que apesar da distância que os vai separar, o comprometimento da família em manter a união seja a chave para facilitar a adaptação do idoso ao novo meio. O contacto frequente do idoso com a família preserva o seu auto-conhecimento, valores e critérios. Conhecer a estrutura orgânica e funcional da instituição é fundamental para esclarecimento de dúvidas, incertezas e facilitar

a integração e acompanhamento do Sr. António. De acordo com as normas da instituição, com certeza será possível surpreender muitas vezes o idoso e alternar períodos de estadia no lar com períodos no domicílio junto dos familiares. Uma vez que o lar funciona em regime aberto, permitirá a sua saída aos fins de semana para conviver com o seu filho. Ninguém precisará de abdicar dos seus objetivos pessoais. Quando uma família se respeita e procura o bem-estar de todos encontra muitas formas de manifestar o seu afeto e alternativas que os aproximem ainda mais.O facto de serem os próprios idosos a manifestarem interesse e vontade em frequentar um lar, parece refletir que cada vez mais estas unidades de apoio são encaradas como um complemento à família, enquanto célula privilegiada para integração dos seus idosos e não como meros “depósitos”. Atualmente lares e famílias são duas instituições com objetivos convergentes e complementares, no que se refere ao bem-estar das pessoas idosas.Não existem soluções ótimas ou universais. No entanto, era fundamental que o Sr. António tivesse uma participação ativa no processo de decisão. Como tal, deveria receber adequadamente toda a informação que precisava, para que, de acordo com as suas convicções e valores pudesse exercer plenamente a sua vontade pessoal. Uma solução aparentemente menos favorável pode ter vantagens para o seu bem-estar e qualidade de vida. Nesta perspetiva, ao preservarmos a autonomia do idoso, estamos a respeitar a sua capacidade para decidir e construir o próprio seu caminho de vida estabelecendo as suas próprias regras. É fundamental que a família reconheça este direito do seu ente querido idoso através da valorização e estimulação das suas potencialidades.Finalizo enfatizando que poderá não existir uma solução para todos os problemas que surgem na vida de uma pessoa idosa, mas tem de haver sempre uma atitude humana específica que promova o respeito e a sua dignidade como ser único que é. Muitas vezes o apoio e a compreensão que alguém anseia receber está nos gestos mais simples que possamos imaginar. Espero, que estas palavras não sejam simplesmente lidas, mas consigam despertar a atenção de quem as lê para a particularidade que o envelhecimento assume, quer na sua compreensão, quer nos fatores que o influenciam. Na verdade, o envelhecimento diz respeito a todos nós e interessa-nos cada vez mais a cada dia que passa nas nossas vidas.

Júlia Fernandes

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30 de Setembro de 20146 BarrosoNoticias de

MAPC

UM PARÁGRAFOUm Parágrafo # 37 – Encontros

Há um tempo definido para cada encontro com o qual nos deparamos, ao longo do nosso tortuoso percurso. Definido por quê? Definido por que razões? Definido por quem? Estas são algumas das questões que nos assolam o espírito em todos os momentos que resolvemos dedicar a cogitar sobre o assunto ou quando qualquer encontro nos tolhe o pensamento e o suave correr dos dias. Apesar de tudo, de pouco ou nada nos vale gastar esse precioso tempo com pendências endógenas que estão e estarão muito para além da nossa compreensão… Mais nos vale assumir que, ou existe um destino marcado, sublinhado etereamente por uma ordem natural das coisas, ou então deixar-nos convencer e fazer fé de que se vão sucedendo, de forma inequivocamente sucessiva e permanente, as inevitáveis coincidências, perenes de uma absoluta inevitabilidade, que obsta a que quaisquer tentativas para alterar o estado de coisas se assumam como invariavelmente infrutíferas, perante algo que é estabelecido por uma génese estrutural que lhe confere um grau de inevitabilidade absoluta. Resistimos, porém, com a resiliência que nos caracteriza, a deixar-nos levar em tamanha torrente de determinismos consequentes. Reafirmamos a nossa condição de seres finitos mas imbuídos de uma teimosia absurda que nos transporta para purgatórios emocionais, onde as questões são mais do que muitas e o sofrimento de desenvolve exponencialmente. Mais vale deixar correr… Encontraste? Talvez possamos supor que era suposto teres encontrado…

João Nuno Gusmão

Prevenção da demênciaO controlo da diabetes e da pressão arterial elevada, bem como medidas para encorajar

a cessação tabágica e a diminuição do risco cardiovascular podem reduzir o risco de de-mência, mesmo em idade avançada, defende o relatório mundial sobre a Alzheimer 2014.

O relatório, realizado por uma equipa de investigadores do King”s College London, no Reino Unido, constatou que a diabetes pode aumentar o risco de demência em 50%. A obesidade e a falta de actividade física são factores de risco importantes para a diabetes e hipertensão, devendo como tal ser controlados.

O documento refere que a cessação tabágica está fortemente associada a uma redução do risco de demência. Estudos realizados sobre a incidência da demência nos indivíduos com mais de 65 anos demonstraram que os ex-fumadores apresentavam um risco similar aos que nunca tinham fumado, enquanto aqueles que continuavam a fumar apresentavam um risco bastante elevado.

Os investigadores constataram que os indivíduos com melhores oportunidades de edu-cação também apresentavam um menor risco de demência em idade avançada. Alguns estudos sugerem que a educação não tem impacto nas alterações cerebrais que conduzem à demência, mas reduzem o seu impacto no funcionamento intelectual.

O relatório sugere que, quem entra na terceira idade com o cérebro mais desenvolvido e saudável, tem uma maior probabilidade de viver mais anos, feliz, mais independente, e com um risco reduzido de desenvolver demência. A promoção da saúde do cérebro é importante ao longo de toda a vida, mas é essencial na meia-idade uma vez que as alterações cerebrais podem ter início décadas antes de aparecerem os sintomas.

O estudo publicado no mês em que se celebra o dia mundial do Alzheimer, a 21 de setembro, alerta para a necessidade dos programas de doenças não transmissíveis incluírem mais idosos, um vez que nunca é tarde para mudar. O futuro da epidemia da demência depende crucialmente do sucesso ou insucesso dos esforços para melhorar a saúde pública global.

Adoptar um estilo de vida saudável é um passo importante na prevenção de várias doenças a longo prazo, incluindo cancro, doença cardíaca, acidente vascular cerebral e diabetes.

Rui Relvas, médico

O Padre e a pecadora No confessionário- Padre, perdoa-me porque

pequei (voz feminina)- Diga-me, filha, quais são

os teus pecados?- Padre, o demonio da

tentação se apoderou de mim, pobre pecadora.

- Como é isso, filha?- É que quando falo com

um homem, tenho sensações no corpo que não saberei descrever...

- Filha, apesar de padre, eu também sou um homem...

- Sim, padre, por isso vim confessar-me consigo.

- Bem, filha, como são essas sensações?

- Não sei bem como explicá-las, mas, neste momento, meu corpo se recusa a ficar de joelhos e necessito ficar mais à vontade.

- Sério?- Sim, desejo relaxar, o

melhor seria deitar-me...- Filha, deitada como?- De costas para o piso, até

que passe a tensão...- E que mais?- É como um sofrimento

que não encontro palavras.- Continue minha filha.- Talvez um pouco de calor

me alivie...- Calor?- Calor, padre, calor

humano, que leve alívio ao meu padecer...

- E com que frequência é essa tentação?

- Permanente, padre. Por exemplo, neste momento imagino que suas mãos massajando a minha pele me dariam muito alívio...

- Filha?!- Sim padre, me perdoa,

mas sinto necessidade de que alguém forte me estreite em seus braços e me dê o alívio de que necessito...

- Por exemplo, eu?- Sim padre, você é a

categoria de homem que imagino poder me aliviar.

- Perdoa-me, minha filha, mas preciso saber tua idade...

- Setenta e quatro, padre.Filha, vai em paz que o teu

problema é reumatismo...

O Elevador ...

Um garoto, Amish, de 15 anos e o seu pai estão num shopping center. Estão maravilhados por tudo o que vêem, mas principalmente por duas paredes brilhantes, prateadas que se abrem e fecham de vez em quando.

O filho pergunta: “o que é isso, pai?”

O pai, que nunca tinha visto um elevador, responde:

- “filho, nunca vi isso na minha vida, não sei o que é”.

Enquanto pai e filho continuam olhando maravilhados, uma velha senhora gorda chega na sua cadeira de rodas eléctrica e carrega no botão do elevador. As paredes abrem-se e a senhora entra naquilo que os dois Amish crêem ser um quartinho. As paredes fecham-se e os dois ficam vendo os números a mudarem no visor acima do botão.

Eles continuam olhando até que os números começam a mudar em sentido contrário. Finalmente, as portas se abrem novamente, saindo de lá de dentro uma linda mulher de 24 anos.

O pai do rapaz que não consegue tirar o olhos da mulher, diz baixinho ao filho:

- Olha, vai buscar a tua mãe!...

A Desculpa que livrou de multa

Um tipo do norte comprou um Mercedes e estava a dar uma volta numa estrada nacional à noite.

A capota estava recolhida, a brisa soprava levemente pelo seu cabelo e ele decidiu puxar um bocado pelo carro.

Assim que a agulha chegou aos 130 km, ele de repente reparou nas luzes azuis por trás dele.

“De maneira alguma conseguem acompanhar um Mercedes”, pensou ele para

consigo mesmo, e acelerou ainda mais. A agulha bateu os 150, 170, 180 e, finalmente, os 200 km/h, sempre com as luzes atrás dele.

Entretanto teve um momento de lucidez e pensou:

“Mas que raio é que eu estou a fazer?!’ e logo de seguida encostou.

O polícia chegou ao pé dele, pediu-lhe a carta de condução e, sem dizer uma palavra, examinou o carro e disse:

- Eu tive um turno bastante longo e esta é a minha última paragem. Não estou com vontade de tratar de mais papeladas, por isso, se me der uma desculpa pela forma como conduziu que eu ainda não tenha ouvido, deixo-o ir embora!

- Olhe, meu caro senhor, na semana passada a minha mulher fugiu de casa com um polícia, disse o homem, e eu estava com medo que ele ma quisesse devolver!

Diz o polícia: Tenha uma boa noite!

ATÃO BÁ! ATÃO BÁ!...

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30 de Setembro de 2014 7BarrosoNoticias de

Foi num destes dias de fim de verão. Na companhia de um amigo, indo ele a conduzir e eu no lugar do pendura, percorríamos a estrado do Rio, em direção ao Gerês, de bem com a vida e a paisagem verdejante. Porém, depois de passarmos a bela vista da barragem de Paradela, logo depois do paredão, a serenidade bucólica terminou abruptamente ali, às portas do Parque, e ainda hoje não me recompus do choque.

- Pára - disse eu ao meu amigo - que te quero mostrar um monumento famoso.

- Pré-histórico ou medival? - inquiriu ele inocentemente.

- Contemporâneo - respondi -, um hino ao esbanjamento dos políticos socialistas. Vem ver como o dinheiro, que é tão escasso, se estoura!

Saímos do carro e à nossa frente surgiu, abandonada e parcialmente em ruínas, a casa concebida pela direção do Parque Nacional Peneda-Gerês para Porta de Paradela. Depois das portas de Lamas de Mouro (Melgaço), Mezio (Arcos de Valdevez), Lindoso (Ponte da Barca) e Campo do Gerês (Terras de Bouro) que funcionam muito bem e trouxeram grande satisfação às gentes daquelas aldeias, esta devia ser a quinta porta do Parque, na sua parte oriental, se não tivesse sido enjeitada pela Câmara de Montalegre. Na verdade, embora a direção do Parque e toda a gente sensata achassem que era ali o lugar ideal para a porta oriental do PNPG, a Câmara de Montalegre preferiu que fosse a 20 km de distância, no Ecomuseu de Montalegre, em sítio que nada tem que ver com o Parque. Por isso, rejeitou aquela obra feita de raiz que lhe tinha sido oferecida de mão

beijada e, com tal repúdio, também o dinheiro ali investido foi desperdiçado.

Aproximamo-nos mais, sem poder imaginar que fosse real. Era uma habitação feita de raiz, com logradouro espaçoso, quer para estacionar, quer para descansar, e bem enquadrada na bela paisagem. Obra de dois pisos, era suficientemente espaçosa para acolher os visitantes que demandavam o Parque e que ali, às suas portas, desejassem receber todo o tipo de informação. Uma placa informava que é obra do

Município de Montalegre e que foi inaugurada no final de 2008. Imaginámos que deverá ter custado cerca de 90 mil euros.

- Só de loucos - inquiriu o meu amigo.

- Vê com que facilidade a Câmara estoura 90 mil euros - insisti eu. Se juntares o que se esbanja ao investimento sem retorno, encontrarás justificação para o atraso da região relativamente aos concelhos vizinhos.

- E se multiplicares pelos 308 municípios - indagou ele -, encontrarás justificação para o atraso do país e para a recente crise económica! Nas Câmaras,

onde é habitual campear a mediocridade, estoura-se muito dinheiro.

Abandonada há já seis anos, acusava graves sinais de degradação. O telhado estava intacto e resistira bem à passagem do tempo, tal como a antena da TV e os alarmes que nunca funcionaram, mas do revestimento exterior, feito de madeira, desprendiam-se largas tábuas que deixavam a ver-se o poliuretano (ver imagens). Por outras palavras, parecia um cadáver a cair aos bocados. A caixilharia era de qualidade e

os vidros foscos permitiam que os de dentro vissem os de fora mas sem serem vistos. Todavia isso de nada vale porque aquela casa nunca foi habitada nem nunca será. O seu destino, infelizmente, é ser demolida. Se o for, ao menos que seja à custa do culpado pelo seu abandono e não à custa dos contribuintes. Para já é uma casa abandonada e em ruínas da CMM, que deve ser o proprietário do concelho com mais casas abandonadas.

- Mais três ou quatro invernos e colapsa - disse eu para o meu amigo.

- Acho que não dura tanto. - Ai se a Câmara a

quisesse para “show” de terror, aumentando o potencial das Sextas-13…

- Não vejo melhor solução, mas como trasladar este cadáver para Montalegre?!

Sentei-me num banco concebido para nele se sentarem os transeuntes que demandavam o Parque, mas onde certamente nenhum se sentou, e ponho-me a pensar: dou razão ao antigo diretor de Parque e não entendo porque é que esta Câmara, querendo uma porta para o Parque, quer que fique, não às portas do Parque, mas a 20 Km

de distância, em Montalegre! Não entendo o asco que esta Câmara tem às aldeias e aos aldeões! Acusam o governo por concentrar todos os serviços em Lisboa e no Porto e depois eles, no seu município, fazem igual ao concentrarem tudo em Montalegre! Sim, porque lutaram energicamente para que o Congresso de Medicina fosse feito em Montalegre; não subsidiaram o Festival Celta porque era feito em Vilar e não em Montalegre; disseram que no concelho só devia haver duas escolas: em Montalegre e no Baixo Barroso e esbulharam os de Paradela da sua Porta, entre

outras barbaridades. Mas porque é que Paradela,

que tanto sofreu com a construção da barragem, não merecia aquela casa e a criação aí de um ou dois postos de trabalho? E porque é que, depois de aquela freguesia ter sido enjeitada pela Câmara socialista, como se fosse um filho danado, as pessoas continuaram a votar neles? Aqui, amigo leitor, não compreendo, não compreendo esta e muitas outras atitudes do nosso ignorante povo. Só sei que, se fosse nalguns países, o assunto não passava sem processo e degredo da vida política.

- Estes sucateiros da política…

Nesse momento interrompi o meu interlocutor, que sobranceiro a um muro observava o paredão da barragem e as modernas obras da EDP.

- Vê tu - inquiri eu -, de um lado as lucrativas obras da EDP, em que o chefe perdulário vai imediatamente para a rua; do outro lado o poder político, em que quem esbanja ainda é, a título de prémio, promovido e condecorado.

Pairava uma imensa tristeza sobre aquele lugar. O sol decaía para poente e as negras sombras dos pinheiros já cobriam o logradouro coberto de ervas e onde nenhum visitante se havia sentado. Ao longe, num lameiro íngreme, ouvia-se o tilintar triste de campaínhas e a voz cansada de um ansião a repreender o gado. Uma leve rajada de vento soprou por entre as tábuas retorcidas do revestimento e soltou um sibilo funesto.

- Está na hora de sair deste “locus horribilis” - asseverei.

- Embora. Vamos para paragens menos sombrias.

Manuel Ramos

Política municipal vista de fora

“LOCUS HORRIBILIS”

Finalmente, tiveram lugar as eleições primárias no PS, mas com um resultado de que mui-tos começaram a duvidar a par-tir de certo momento: uma vi-tória colossal de António Costa sobre António José Seguro. Um resultado que confirma a inter-pretação correta do académico António Costa Pinto, há poucos dias, num debate que teve lu-gar na SIC Notícias, e segundo o qual lhe parecia existir uma forte correlação entre a distri-buição do voto neste domingo e os resultados que foram sendo revelados em sucessivas son-dagens nacionais. E devo dizer que, nunca tendo escrito isto, também sempre o referi nas convivências correntes.

Claro que António José Se-guro, tal como o PS, tiveram aqui um outro êxito, dada a vas-ta votação que teve lugar nes-ta eleição. Um domínio onde sempre mostrei alguma dúvida, mas em que não tinha razão. De facto, duvidei sempre da corrida ao voto que agora acabou por

se verificar. Uma realidade que cria agora ao PS um novo desa-fio, e que é o de fortalecer esta participação dos cidadãos, mes-mo que simples simpatizantes do PS. Fica criado um espaço de manobra que, sendo amplo, permitirá revigorar o valor da prática democrática ao nível dos cidadãos. Um mero proble-ma de imaginação e de autenti-cidade política.

Indubitavelmente, estas eleições têm, no mínimo, dois importantes significados, embo-ra com algum condicionalismo: o que se prende com as eleições legislativas de 2015 e o ligado à necessidade de voltar a dar aos portugueses uma energia que lhes faça recuperar a felicida-de perdida desde há três anos a esta parte.

Ninguém pode duvidar de que esta eleição constituiu um primeiro sinal sobre o que virá a ter lugar nas eleições de 2015. Uma realidade muito fá-cil de perceber, dado o estado de completo descrédito políti-

co em que se encontra a atual Maioria-Governo-Presidente de direita. Se os portugueses estive-rem atentos ao que têm vindo a sofrer desde há três anos, e se o PS, agora sob a liderança de An-tónio Costa, souber usar bem o poder de que agora dispõe, tal-vez ainda possa pensar-se numa maioria absoluta, embora com uma probabilidade pequena.

Mas é essencial que o PS se determine, com toda a cla-reza, a devolver a esperança e a alegria aos portugueses, tão descrentes de tudo, desde que a fatídica Maioria-Governo-Presi-dente de direita chegou ao po-der. Uma realidade a que se liga o imperativo de repor o Estado Social, por cuja destruição o País se tem vindo a esvair. Tudo está agora nas mãos da lideran-ça do PS.

Mas este resultado colossal veio mostrar que, de facto, exis-tia algum sentido de ausência de liderança no seio do PS e da comunidade nacional. Sempre que se criticava a atual Maioria-

-Governo-Presidente, em geral com violência e mesmo ódio, a verdade é que logo surgia o complemento ao redor da falta de fé no tipo de intervenção po-lítica de António José Seguro. E foi esta razão que determinou o surgimento de António Costa e o resultado desta eleição.

Por fim, uma pequena nota: se o PS de António Cos-ta souber manobrar o poder no PS de um modo eficaz, as pri-márias poderão mesmo vir a aperfeiçoar-se, talvez também

utilizadas por outros partidos, assim potenciando o interesse dos portugueses pela democra-cia. O que este tipo de consulta aos militantes do PS e aos seus simpatizantes não pode é ficar--se pela escolha do candidato a Primeiro-Ministro ou a Secre-tário-Geral. Tem de servir para reforçar as posições políticas do PS em domínios absolutamente centrais para os portugueses.

Hélio Bernardo Lopes

Uma Vitória Coloossal

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BarrosoNoticias de

8 30 de Setembro de 2014

A MEMÓRIA DE UM POVO

João Soares Tavares Durante meses este escriba

permaneceu silencioso, afastado da colaboração no NB, mas, tem seguido a leitura do jornal, nomeadamente as crónicas queirosianas do Dr. Barroso da Fonte que, numa escrita de um recorte literário inconfundível, acerta sem temor nos alvos pretendidos, mormente quando analisa a compadrice oportunista de alguns políticos da nossa praça. Aliás, sobre esta matéria, a Comunicação Social diária tem revelado a corruptela perpetrada por “respeitáveis” (des)governantes, representantes do Partido A, B, C… , que se autoproclamam exemplos de perfeição. E, enquanto se vão banqueteando com o dinheiro público, este desgraçado país agoniza.

Vivemos um tempo em que os valores históricos, morais, sociais, tradicionais, para só citar alguns, são sistematicamente preteridos. O sucesso imediato e sem deveres é incentivado pelos Media que não olham a meios para atingir os fins. Fomenta-se a “cultura” populista de regalar o olho, com a qual vão embarrilando o amargurado Zé Povinho.

Este escriba continuará a manter a linha que preconizou quando alguns anos atrás iniciou a colaboração (embora intermitente) neste jornal. Hoje, decidiu escrever mais uma crónica subordinada ao tema: “A MEMÓRIA DE UM POVO”.

Conforme já aqui afirmou, a rubrica “O Toque das Trindades” da responsabilidade do director do NB expõe com proficiência o pulsar de uma região em tempos passados (ultimamente também ausente nestas páginas). Devemos preservar a “memória de um Povo”. Por tal, as histórias narradas naquela secção deverão ser reunidas em livro para conhecimento futuro, antes que pereçam nas folhas amarelecidas do jornal. As entidades responsáveis pela Cultura devem estar atentas.

Por mais acrobacias ou malabarismos que os agentes políticos, económicos, culturais, educativos … fizerem, se as novas gerações não assimilarem a cultura genuína da sua região, tais valores culturais vão morrendo paulatinamente até ao aniquilamento.

Em acepção metafórica

a Torre do Tombo é um armazém cultural que protege a documentação mais diversa. Guarda a “memória de um Povo”. Assim é. Estão preservados diplomas de diferentes origens desde os alvores da nacionalidade até aos nossos dias. O arquivo localiza-se em Lisboa, na Cidade Universitária, para os lados do Campo Grande numa casa de arquitectura moderna que em nada se assemelha a uma torre. Então, porquê esta designação?

A fundação do arquivo ocorreu cerca de 1378 numa torre do castelo de S. Jorge e aí se manteve até ao terremoto de 1755. Em consequência desse cataclismo a torre ameaçou ruir. Então, deslocaram a totalidade do espólio para o Palácio de S.

Bento onde permaneceu durante vários anos. Ulteriormente viajou para o edifício actual mas o nome original colou-se. A designação oficial é: Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo.

A Torre do Tombo teve guarda-mores notáveis. O primeiro foi João Anes. Em 1387. Alguns revelaram-se cronistas de renome, nomeadamente Fernão Lopes, Gomes Eanes de Zurara, Rui de Pina, Damião de Gois. Devem ser recordados com letras de ouro.

O arquivo preserva obras admiráveis da História portuguesa, verdadeiras pérolas que somente poucos têm o privilégio de conhecer. No passado mês de Junho esteve em exposição na Torre do Tombo, e quase passou despercebido, o mais antigo documento em língua portuguesa. Completou 800 anos. É o testamento de D. Afonso II. Este rei mandou fazer 13 documentos que distribuiu por igual número de filhos. Apenas dois exemplares chegaram à actualidade. (Fig. 1)

O arquivo protege documentos ainda desconhecidos que vão sendo divulgados depois de trabalho árduo dos investigadores. Noutros casos são descobertos por um feliz acaso. Aconteceu comigo. Já passaram alguns anos, quando pesquisava um assunto referente à Chancelaria

de D. Dinis descobri o foral de Lapela (freguesia de Cabril do concelho de Montalegre), outorgado por aquele monarca em Vila Viçosa, a 13 de Dezembro de 1327 (Era de César), que corresponde ao ano de 1289 da Era Cristã. Encontra-se na Chancelaria de D. Dinis, Livro I, fl. 267 e rº. Digo, descobri, porque até então tinha passado despercebido aos investigadores da mesma área. (1)

É motivo de júbilo para qualquer investigador. Escrevi, então, neste mesmo Jornal: “O foral de Lapela outorgado por D. Dinis vai certamente surpreender os barrosões interessados pela História da sua terra, e encher a alma dos habitantes de Lapela que já tinham forte motivo de

regozijo: serem conterrâneos de João Rodrigues Cabrilho o notável descobridor da Costa da Califórnia. Poderão agora afirmar com justificada razão: Lapela teve foral de D. Dinis em 13 de Dezembro de 1289. O documento tem ainda a particularidade de ser o único foral outorgado em terras de Cabril durante os diferentes reinados.”

Hoje, dirijo-me à Junta de Freguesia de Cabril, aos habitantes de Cabril e, aos de Lapela em particular, para se encherem de brio, no próximo 13 de Dezembro quando o foral completar 725 anos, realizem uma cerimónia comemorativa, mesmo singela, do nascimento oficial dessa terra, porque um povo sem memória é um povo sem alma.

D. Dinis manifestou interesse por esse local recôndito nas faldas da Serra do Gerês concedendo-lhe um foral. Seria de lamentar se os homens no presente ignorarem esse acto histórico.

Uma rua de Lapela evoca Cabrilho, prestigiado navegador do século XVI. (Fig. 2) Não se esqueçam, também, de distinguir uma rua da aldeia com o nome do monarca que promulgou o diploma, portanto, do principal obreiro do povoamento da terra: D. Dinis. Não fora esse rei, provavelmente Lapela hoje não existia. (Segundo a Lei

vigente, compete às Juntas de Freguesia emitir parecer sobre a denominação das ruas das povoações.)

Continuando a referir-me à “memória de um Povo” e, porque vem a propósito, quero aqui assinalar as comemorações dos 472 anos do descobrimento da Costa da Califórnia pelo barrosão Cabrilho, que, segundo notícias provenientes dos Estados Unidos da América estão a decorrer na cidade de San Diego. O ponto alto é o 28 de Setembro, feriado instituído pelo Governo da Califórnia, para enlevar o dia em que Cabrilho ancorou na baía de San Diego no ano de 1542. Iniciava o descobrimento da Costa da Califórnia. Entre outras manifestações de

regozijo pelo feito do português navegador, de salientar o lançamento na referida baía de uma réplica em tamanho natural do “S. Salvador”, barco pilotado por Cabrilho durante o descobrimento praticado. É de louvar o comportamento do Estado da Califórnia ao enaltecer um barrosão que a sua Pátria capricha por esquecer.

Para amenizar e finalizar esta crónica no âmbito da “memória de um Povo”, vou transcrever um documento escrito com a maior seriedade já ultrapassou há muito um século, porém, lido hoje, parece uma piada que, aliás, o transforma num documento peculiar e muito interessante.

O senhor leitor aprecie o preciosismo de uma factura preservada na Torre do Tombo apresentada por um mestre-de-obras em 1853, pela reparação efectuada na capela do Bom Jesus de Braga, que por certo escreveu com integridade 160 anos atrás. (mantém-se a grafia original)

FACTURA- Por corrigir os 10

mandamentos, embelezar o Sumo Sacerdote e mudar-lhe as fitas….170 reis

- 1 galo novo para S. Pedro e pintar-lhe a crista…..95 reis

- Dourar e pôr penas novas na asa esquerda do Anjo da Guarda….90 reis

- Lavar o criado do Sumo Sacerdote e pintar-lhe as suissas…. 160 reis

- Tirar as nódoas ao filho de Tobias…. 95 reis

- Uns brincos novos para a filha de Abraão…245 reis

- Avivar as chamas do inferno, pôr um rabo ao Diabo e fazer vários concertos aos condenados….245 reis

- Fazer um menino ao colo de Nossa Senhora…210 reis

- Renovar o Céu, arranjar as estrelas e lavar a lua…130 reis

- Compôr o fato e a cabeleira de Herodes…55 reis

- Retocar o Purgatório e pôr-lhe almas novas….355 reis

- Meter uma pedra na funda de David, engrossar a cabeleira ao Saul e alargar as pernas ao

Tobias…95 reis- Adornar a arca de Noé,

compor a barriga do filho pródigo e limpar a orelha esquerda de S. Tinoco….135 reis

- Pregar uma estrela que caiu ao pé do coro…25 reis

- Umas botas novas para S. Miguel e limpar-lhe a espada…255 reis

- Limpar as unhas e pôr os cornos ao Diabo… 185 reis

Total……………………… 2545 reis

NOTA:No livro “Monumentos

Históricos de Barroso” de Fernando Braga Barreiros de 1919, o autor refere alguns documentos foraleiros de Barroso, embora tenha o inconveniente de misturar não diferenciando forais, cartas de povoamento, aforamentos individuais e outros, que obviamente têm finalidades distintas, e poderá confundir o leitor menos esclarecido, mas, pela sua intenção merece uma referência como “memória de um Povo”. Todavia, não incluiu nesse trabalho o foral de Lapela, como não o incluíram outros investigadores, por lhes ter passado despercebido nas pesquisas realizadas.

(João Soares Tavares escreve de acordo com a

anterior ortografia)

João Soares Tavares

Testamento de D. Afonso II (Instituto dos Arquivos Nacio-nais/Torre do Tombo)

Rua de Lapela evocativa do notável navegador barrosão. (Fotografia de J. S. T.)

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30 de Setembro de 201410 BarrosoNoticias de

NNNNN OOOOOTÍCT ÍCT ÍCT ÍCT ÍCIAS DIAS DIAS DIAS DIAS DE BARE BARE BARE BARE BARR O S OR O S OR O S OR O S OR O S OSeja um amigo da sua terra,

Assine este jornal.

“Bom filho, bom marido,excelente pai, bom amigo e colega”

Vítima de doençaprolongada desde o dia 5 deJunho de 2002 faleceu nopassado dia 25 de Fevereiro oTito. Tina 59 anos de idade.Funcionário das Finanças deMontalegre, por isso conhecidoem todo o concelho, o Tito eranatural de Sabuzedo. Casoucom Mariana Francisca AnjoAfonso Freitas, da Vila daPonte, de quem teve duas filhas,a Alexandra e a Ana Margaridaque ajudou a criar e educoucom muita dedicação, não sepoupando a sacrifícios para quenada lhes faltasse. Conseguiudar a cada uma delas umestatuto social para enfrentarema vida com mais facilidade, umaenfermeira e a outra analista.

Devido às fragilidades comque vivia em consequência da

doença que o obrigou a deixaro emprego com 54 anos deidade, passou a viver na sua casade Vila da Ponte sob oscuidados da extremosa esposa,Mariana, funcionária da ZonaAgrária de Barroso que, por sua

vez, se viu obrigada a pedir areforma antecipada para sededicar a tempo inteiro, de alma

e coração, ao seu marido Tito.Asua esposa Mariana e as

filhas Alexandra e Ana Maria erestante família vêm por estemeio agradecera todos quantosse dignaram assistir ao funerale missa de sétimo dia ou que deoutra forma lhe manifestaramo seu pesar e solidariedad.Agradecem de modo especialaos seus dois médicos defamília, Drs António Sousa eCarlos Reis, pessoas muitohumanas, dedicadas e sempredisponíveis, bem como aossenhores enfermeiros e pessoalauxiliar do Centro de Saúde quecom carinho o trataram duranteos últimos 5 dias da sua vida.

O Tito foi bom filho, bommarido, excelente pai, bomamigo e colega.

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CERTIFICADOCertifico que no dia vinte e quatro de setembro de dois mil e catorze, perante mim, Notaria, Leonor

da Conceição Moura, com cartório sito na rua 25 de Abril, 12-A, Refojos, Cabeceiras de Basto, foi outor-gada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO notarial, iniciada a folhas106 do Livro 78 A, intervindo como justificantes:

Albino Fernandes Barroso NIF 139.857.931 e Maria Odete Gonçalves Pereira Barroso NIF 166.152.200 casados sob o regime de comunhão de adquiridos, naturais ambos da freguesia de Salto, con-celho de Montalegre, onde residem na rua Central.

Mais certifico que foi decalarado:Que são donos e legítimos possuidores, e com exclusão de outrem, dos seguintes prédios sitos no lugar

de Salto, na freguesia de Salto, concelho de Montalegre:Rústico – Cultura arvense de sequeiro denominada de “Relva”, com a área de mil trezentos e noventa

metros quadrados, a confrontar de norte com Joaquim Barroso, de sul com caminho público, de nascente com estrada e de poente com Maria Joaquina Dias, omisso na conservatória e inscrito na matriz em nome do justificante sob o artigo 10, desconhecendo-se qualquer proveniência na anterior matriz, e com o valor patrimonial e atribuido de € 46,89.

Rústico – Cultura arvense de sequeiro e lameiro denominado de “Lama Redonda”, com a área de dois mil e seiscentos metros quadrados, a confrontar de norte, sul e nascente com Manuel António Barroso e de poente com estrada, omisso na conservatória, e inscrito na matriz em nome do justificante sob o artigo 7, desconhecendo-se qualquer proveniência na antiga matriz, e com o valor patrimonial e atribuido de € 264,16.

Rústico – Lameiro denominado de “Terra do Naval”, com a área de mil metros quadrados, a confrontar de norte com caminho público, de sul com José Maria Barroso, de nascente com ribeiro e de poente com Maria do Pranto Borralheiro, omisso na conservatória e inscrito na matriz em nome do justificante sob o arti-go 52, o qual corresponde ao artigo 3726 da antiga matriz, e com o valor patrimonial e atribuido de € 169,49.

Que os justificantes adquiriram os prédios a:Domingos Martins Pacheco, solteiro, maior, residente que foi no dito lugar e freguesia de Salto, o pri-

meiro prédio atrás identificado, por compra verbal em dezoito de agosto de mil novecentos e setenta e seis;Alípio Vieira Barroso e Maria Cândida Fernandes, casados e residentes que foram também em Salto, o

segundo prédio atrás identificado, e por doação verbal ao casal no ano de mil novecentos e oitenta e cinco;José Maria Martins Pacheco, casado com Maria Barroso, residente que foi em Semelhe, Braga, e por

compra verbal em vinte e dois de agosto de mil novecentos e setenta e cinco;Todos os antepossuidores estão já falecidos.Entraram nestas datas na posse dos referidos prédios, mas não dispõem de qualquer título formal para

os registar na conservatória, em seu nome.No entanto, os justificantes passaram, desde essas datas, a usufruí-los, limpando-os, cortando e ap-

nahando lenha, realizando obras de beneficiação, pagando os respetivos impostos e gozando todas as utilida-des por eles proporcionadas, com ânimo de quem exercita direito próprio, de boa fé, por ignorar lesar direito alheio, pacificamente porque sem violência, contínua e publicamente, com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém – e isto por lapso de tempo superior a vinte anos.

Que, dadas as enunciadas caracteríticas de tal posse, os justificantes adquiriram aqueles prédios, por usucapião – título esse que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais.

Cabeceiras de Basto, vinte e três de setembro de dois mil e catorze.

A Notária,Leonor da Conceição MouraEmitido recibo

Notícias de Barroso, n.º 457, de 30 de setembro de 2014

AGRADECIMENTO

MARIA JOSÉ DOS SANTOS(Montalegre, 28.07.1922-22.09.2014)

A família de Maria José dos Santos vem por este único meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram assistir às cerimónias fúnebres do funeral e à Santa Missa de 7.º dia na última homenagem ao seu ente querido.

Querem ainda agradecer aos que, não podendo estar presentes, se lhes dirigiram a manifestar duma ou doutra forma toda a sua solidariedade, carinho e amizade. A todos MUITO OBRIGADO! A Família

AGRADECIMENTO

BELMIRA DA CUNHA(Pisões, 10.03.1927-18.09.2014)

Seu marido e filhos vêm por este único meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram assistir às cerimónias fúnebres do funeral e à Santa Missa de 7.º dia na última homenagem ao seu ente querido. Por razões de saúde, o seu marido, Agostinho Ribeiro,

foi retido no Hospital e impedido de assistir ao funeral, o que criou ainda mais desconforto na família e aumentou a dor sentida por todos e, por isso, querem ainda agradecer aos que, não podendo estar presentes, se lhes dirigiram a manifestar duma ou doutra forma toda a sua solidariedade, carinho e amizade. A todos MUITO OBRIGADO! A Família

EXTRATO

Certifico para efeito de publicação que, por escritura lavrada em 26 de setembro de 2014, na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo da Dra Maria Carla de Morais Barros Fernandes, exarada a folhas 82 e seguintes do livro 979-A, Bento da Fonte Moreira, casado, natural da freguesia de Sezelhe, deste concelho, onde reside na Rua do Castanheiro, n.º 7, União das Freguesias de Sezelhe e Covelães, que intervém na qualidade de procurador de ALBERTINA FONTE MOREIRA BRANCO e marido ANTÓNIO RUA BRANCO, casados em comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Sezelhe referida, onde residem na Rua dos Carvalhos, n.º 8, declarou:

Que os seus representantes são donos, com exclusão de outrém, dos seguintes bens imóveis, situados na União das Freguesias de Sezelhe e Covelães, concelho de Montalegre:

- Um: Prédio rústico situado em TARELAS, composto de cultura arvense de sequeiro, com a área de quinhentos e cinco metros quadrados, a confrontar do norte com Francisco Alves Branco, sul com a estrada nacional trezentos e oito, nascente com Manuel Francisco Moura e poente com Manuel Joaquim Alves Cascais, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Montalegre, inscrito na atual matriz sob o artigo 1226, (que corresponde ao artigo 235 da freguesia de Sezelhe (Extinta).

Que, apesar de pesquisas efectuadas, não foi possível obter o artigo da matriz anteriormente a mil novecentos e noventa e sete. - Dois: Prédio rústico situado em TERRA DE SEZELHE, composto de cultura arvense de sequeiro, com a área de setecentos e

quarenta metros quadrados, a confrontar do norte com António Dias Fernandes, sul com Maria Benta Fernandes, nascente com João Elias Rua e do poente com Bento António Alves Cascais, não descrito na mesma Conservatória, inscrito na atual matriz sob o artigo 2538, (que corresponde ao artigo 900 da freguesia de Sezelhe (Extinta).

Estava inscrito na matriz antes de mil novecentos e noventa e sete sob o artigo 333. - Três: Prédio rústico situado em TERRA DO CEPO, composto de cultura arvense de sequeiro, com a área de seiscentos e quarenta metros quadrados, a confrontar do norte e poente com o caminho, sul com Bento António Alves Cascais e do nascente com Ana Pires Branco, não descrito na mesma Conservatória, inscrito na atual matriz sob o artigo 2594 (que corresponde ao artigo 928 da freguesia de Sezelhe (Extinta).

Que, apesar de pesquisas efectuadas, não foi possível obter o artigo da matriz anteriormente a mil novecentos e noventa e sete.- Quatro: Prédio rústico situado em ROMÃO, composto de mata mista, com a área de quatro mil novecentos e dez metros quadrados,

a confrontar do norte com Bento António Alves Cascais, sul com Manuel António Gonçalves Caselas, nascente com o caminho público e do poente com Manuel Joaquim Dias, não descrito na mesma Conservatória, inscrito na atual matriz sob o artigo 2855 (que corresponde ao artigo 1059 da freguesia de Sezelhe (Extinta).

Estava inscrito na matriz antes de mil novecentos e noventa e sete sob o artigo 1274.- Cinco: Prédio rústico situado em VALE DA UFA, composto de cultura arvense de sequeiro e mata mista, com a área de três mil cento

e setenta metros quadrados, a confrontar do norte com Domingos Gonçalves Branco, sul com António Dias Francisco, nascente com Maria de Fátima Cascais Anjo e do poente com Ana Pires Branco, não descrito na mesma Conservatória, inscrito na atual matriz sob o artigo 2988 (que corresponde ao artigo 1125 da freguesia de Sezelhe (Extinta).

Estava inscrito na matriz anteriormente a mil novecentos e noventa e sete sob o artigo 1856.Que os prédios estão inscritos na matriz em nome de quem os justificantes os adquiriram.Que não têm qualquer título de onde resulte pertencer-lhes o direito de propriedade dos prédios, mas iniciaram a sua posse em mil

novecentos e noventa, já no estado de casados, ano em que os adquiriram por doação meramente verbal de seus pais e sogros Silvério Lopes Moreira e Arminda Alves da Fonte, ambos já falecidos, residentes que foram na indicada freguesia de Sezelhe.

Que desde essa data, sempre têm usado e fruído os indicados prédios, cultivando-os e colhendo ao seus frutos, cortando o mato, pagando todas as contribuições por eles devidas e fazendo essa exploração com a consciência de serem os seus únicos donos, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriram o direito de propriedade sob os prédios por USUCAPIÃO, que expressamente invocam para efeitos de ingresso dos mesmos no registo predial.Está conforme.Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, 26 de setembro de 2014.O 1.º Ajudante, (Assinatura ilegível)

Conta:Emol: Art.º 20.4.5) ------------ 23,00 €São: vinte e três eurosRegistado sob o n.º 626

Notícias de Barroso, n.º 457, de 30 de setembro de 2014

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30 de Setembro de 2014 11BarrosoNoticias de

De vez em quando, alguns cristãos que raramente vão à missa (ainda não percebi como é que se pode ser cristão sem frequência dos sacramentos, sobretudo da eucaristia dominical), lá vão deixando escapar: «eu até ia à missa, mas aquilo também é sempre a mesma coisa, a missa é uma seca». Até os pais que têm os filhos na catequese, quando questionados sobre o escândalo que é andar na catequese e não ir à missa - eu digo mesmo escândalo, porque catequese que não chega à

missa do Domingo e à comunidade é uma aberração, é uma catequese incoerente e sem sentido, é uma catequese de pernas para o ar - lá vão dizendo também: «O meu filho diz que a missa é uma seca». Não é o filho que diz. De certeza que já o ouviu muitas vezes aos pais e no seu grupo de amigos e até da boca de muitas pessoas que se dizem cem por cento católicas.

Confesso que tudo isto me mete impressão e até certo ponto deixa-me atónito. É um sacrilégio dizermos uma coisa destas! Como é possível que a celebração do maior acontecimento da vida de Jesus Cristo, logo também dos cristãos, que trouxe libertação, paz e reconciliação à vida de todos e do mundo, seja visto como uma seca? Como é possível que a atualização do maior gesto de amor que jamais alguém teve pelos outros e pela humanidade seja encarado quase como insignificante e merecedor

de desprezo? Como é possível que cristãos que receberam o batismo e aprofundaram a sua fé na catequese (será que sim?) não tenham gosto em estar com Jesus Cristo na Eucaristia e não tenham gosto de se encontrar uns com os outros, à volta daquele que é a fonte da vida? Como é possível?

Na verdade, este pobre e triste desabafo de muitos cristãos põe a nu, mais uma vez, a falta de formação, a falta de maturidade e a falta de espiritualidade de muitos cristãos, que nunca, possivelmente, na sua vida entenderam uma missa, que muito provavelmente foram «obrigados a ir à missa», mas nunca entraram na beleza do seu mistério. Temos assim muitos cristãos. A missa acaba por sofrer com alguns defeitos deste tempo: ausência de vida interior e de espiritualidade, falta de oração e de contemplação na vida das pessoas, dificuldade em fazer e viver o silêncio, pouca reflexão,

falta de atenção e de concentração, indisciplina mental, tédio pelo excesso de oferta, afastamento da linguagem simbólica. Para além disto, temos depois as características deste tempo, que não deixam entrar na vivência da eucaristia: individualismo, que tolda e atrofia a capacidade de se viver para um ideal e de pensar e viver para os outros, para a comunidade; o hedonismo, que confunde alegria e festa e até celebração só com euforia, prazer, sensação e diversão; a valorização excessiva do movimento, que vai convencendo tudo e todos que só aquilo que põe as pessoas aos pulos e aos gritos é que tem graça, sendo até «original» e «inovador», sendo o seu contrário uma «seca» ou cinzentismo. Enfim, a textura da suave superficialidade que vai reinando um pouco na vida de todos.

Saberão muitos cristãos o que

vão fazer à missa? A eucaristia é o sacramento central da vida dos cristãos e da vida da Igreja. Como diz o Vaticano II, ela é o cume e a fonte da vida da Igreja: é dela que parte e nasce a vida do cristão e da Igreja e é para chegar a ela que tudo se faz e desenvolve. Foi instituída por Jesus Cristo (não somos nós os donos e os protagonistas da eucaristia) para celebrarmos o principal acontecimento da sua vida, o seu sacrifício na cruz e a sua ressurreição, e para Ele mesmo se encontrar e alimentar, fortalecer e constituir a sua Igreja. Em ordem a isto, está organizada em duas partes, em duas mesas, de que somos os felizes convidados: liturgia da palavra, em que nos é servido o pão da Palavra de Deus, para ser escutada, ruminada e vivida por todos, e a liturgia eucarística, parte em que se atualiza o sacrífico e a entrega de jesus a Deus Pai na cruz, ao qual nos unimos com a nossa vida, o nosso ofertório, e em que damos graças a Deus e apresentamos a Deus as necessidades da Igreja e do mundo, atingindo esta parte o seu ponto culminante na comunhão, momento em que a Igreja é unida a Cristo e constituída como seu corpo e se torna povo de Deus. Repare-se no que celebramos em cada eucaristia!

Muitos cristãos argumentarão que até têm consciência dos grandes momentos e dos grandes acontecimentos da Eucaristia, mas que fica sempre a sensação que é sempre a mesma coisa. Não é, meus amigos. Em cada eucaristia é-nos servida uma palavra sempre diferente, sempre nova e interpeladora, e cada eucaristia é sempre um novo encontro e uma nova ação de Cristo em nós. Se calhar, muito provavelmente, o problema está em nós, que não vivemos uma vida centrada em jesus Cristo e no seu Evangelho e vamos para a missa sem motivação, sem vontade em estar com Cristo e de receber dele para viver melhor e sem vontade para crescer e viver mais para Deus, para os outros e para Igreja. É verdade que ela se celebra sempre da mesma forma, mas não é sempre a mesma coisa. Nem tudo que se faz sempre da mesma maneira é uma seca. Se assim fosse, então temos de chegar à triste e desoladora constatação de que toda a nossa vida é uma seca:

dormimos todos os dias na mesma cama, comemos todos os dias na mesma mesa, habitamos sempre na mesma casa, vamos todos os dias ao mesmo café, estudamos sempre na mesma escola, juntamo-nos sempre nas mesmas ruas e nos mesmos lugares, celebramos os anos sempre da mesma maneira, fazemos tanta coisa sempre da mesma maneira. E, no entanto, a nossa vida não é uma seca. Importa, sobretudo, é o sentido, a motivação e a finalidade que pomos naquilo que fazemos.

O arcebispo de Nova Iorque contava há dias: «Um homem contou-me, uma vez, sobre o seu jantar de domingo em família, a melhor parte da semana enquanto cresceu. A comida era ótima, porque a sua mãe cozinhava tão bem, e todos eram muito felizes, porque o pai estava sempre presente! Mesmo depois de casar e de ter os seus próprios filhos, todos iam a casa dos pais para aquele jantar de domingo. Quando os filhos ficaram um pouco mais velhos, perguntaram se “tinham de ir,” porque às vezes achavam o jantar um bocado “chato”. Sim, respondia, têm que ir, porque não vamos pela comida, mas por causa do amor, porque a mãe e o pai estão lá! Sentia uma angústia enquanto se lembrava que, conforme a mãe e o pai foram envelhecendo, a comida já não era assim tão boa e nem a companhia era tão agradável, mas ele nunca faltou, porque aquele acontecimento de domingo tinha uma enorme profundidade de sentido mesmo quando a mãe queimava a lasanha e o pai dormitava. E agora, concluiu, daria tudo para estar lá novamente, porque a mãe morreu e o pai está num lar. Por isso, ele e a sua mulher são agora os anfitriões e esperam ansiosamente que, um dia, os seus filhos tragam também os seus cônjuges e os seus próprios filhos para a sua mesa ao domingo. É que o valor daquele jantar de domingo não depende de quão boa é a comida; de quão caro é o vinho; de quão interessante é a conversa. Tudo isso ajuda, com certeza, mas é o acontecimento em si que tem o real valor».

Este homem diz-nos a todos como sabia sempre bem aquele encontro e aquele jantar sagrado, à volta do pai e da mãe. Que saudades sentia daquele jantar!

Era sempre no mesmo dia e da mesma maneira, mas era sempre novo. Daria tudo para estar lá novamente, todos os Domingos, com o pai e a mãe. Como eram tão bons aqueles momentos familiares! Experimentavam e aprofundavam a alegria de serem família e de se terem uns aos outros. É até aqui que muitos cristãos ainda não chegaram.

Na celebração da eucaristia, celebramos a admirável obra de Jesus Cristo e o grande amor de Deus pela humanidade. Como celebração sagrada, ela tem de ser expressão do sagrado, do transcendente e da santidade de Deus. Não podemos ceder à tentação de a querermos domesticar como muito bem nos apetece, com invenções e improvisos tontos e com teatralidade para divertir, intoxicando-a com o ruído do mundo e com a nossa mediocridade. Ela não é nossa, é de Cristo e para ser sempre expressão da beleza e da grandeza do seu amor e da sua vida. No livro «Diálogos Sobre a Fé», o Cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, afirma: «A liturgia não é um show, um espetáculo que necessite de diretores geniais e de atores de talento. A liturgia não vive de surpresas simpáticas, de invenções cativantes, mas de repetições solenes. Não deve exprimir a atualidade e o seu efémero, mas o mistério do sagrado. Muitos pensaram e disseram que a liturgia deve ser feita por toda a comunidade para ser realmente sua. É um modo de ver que levou a avaliar o seu sucesso em termos de eficácia espetacular, de entretenimento. Desse modo, porém, terminou por dispersar o proprium litúrgico, que não deriva daquilo que nós fazemos, mas do facto de que acontece. Algo que nós todos juntos não podemos, de modo algum, fazer. Na liturgia age uma força, um poder que nem mesmo a Igreja inteira pode atribuir-se: o que nela se manifesta é o absolutamente Outro que, através da comunidade (que não é, portanto, dona, mas serva, mero instrumento), chega até nós.» Não é a eucaristia que é uma seca. Nós é que talvez andemos secos e acabamos por espalhar a nossa secura em tudo o que tocamos e vivemos.

Será a missa uma seca?

Pe Vítor Pereira

BOTICASFesta em Honra de Nossa

Senhora da Livração

Numa romaria que se repete todos os anos no terceiro fim-de-semana de Agosto, milhares de pessoas deslocaram-se a Boticas para assistirem à tradicional procissão das festas do concelho, em Honra de Nossa Senhora da Livração, considerada já uma das mais belas do género realizadas na região e até no norte de Portugal. Sendo, de ano

para ano, motivo de renovado interesse e símbolo de fé e devoção, a Majestosa Procissão é, sem dúvida alguma, o ponto mais alto destas festividades, este ano realizada no dia 16 de agosto (sábado).

No total, 29 andores, compostos exclusivamente das mais finas flores naturais, entre os quais os andores com os santos padroeiros de todas as freguesias do concelho, desfilaram na extensa procissão, que contou ainda com a presença da Banda

Musical de Famalicão, da Banda Musical de Arcos de Valdevez, da Banda Filarmónica do Couto de Dornelas, da Banda Musical de Parafita e da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Vila do Conde, para além da cavalaria da GNR, Bombeiros, Escuteiros de Boticas, ficando uma vez mais demonstrado que as Festividades em Honra de Nª Senhora da Livração são uma das romarias mais procuradas na região e um grande motivo de orgulho para o concelho de Boticas.

Saberão muitos cristãos o que vão fazer à missa? A eucaristia é o sacramento central da vida dos cristãos e da vida da Igreja. Como diz o Vaticano II, ela é o cume e a fonte da vida da Igreja: é dela que parte e nasce a vida do cristão e da Igreja e é para chegar a ela que tudo se faz e desenvolve

Page 12: Barroso - AOutraVoz · MARIA JOSÉ DOS SANTOS, de 92 anos, viúva, natural e residente em Montalegre, faleceu no passado dia 22 de Setembro. MANUEL FERNANDES PEREIRA, de 75 anos,

30 de Setembro de 201412 BarrosoNoticias de

De acordo com as projeções do Instituto Nacional de Estatística, estima-se que em 2020[1] mais de dois milhões da população portuguesa tenha mais de 65 anos. Portugal é cada vez mais um país envelhecido e, com o avançar da idade vão surgindo inúmeras doenças e a osteoartrose é uma delas, sendo uma das doenças reumáticas mais comuns e também uma das mais frequentes causas de dor crónica.

Para assinalar o Dia do Idoso, Voltaren Emulgelex relembra

10 atitudes para atenuar a dor crónica e reforçar a qualidade de vida do idoso[2].

1 · Praticar exercício: o exercício deve ser adaptado às necessidades de cada pessoa. Praticar exercício com regularidade permite uma maior resistência e fortalecimento muscular que podem melhorar a capacidade funcional;

2 · Aplicação de calor ou frio: é benéfico no caso dos espasmos musculares ou na dor neuropática periférica;

3 · Massagens: a massagem

deverá ser realizada por profissionais;

4 · Educação do doente e do cuidador: os programas de informação adaptados às necessidades do idoso devem incluir informação sobre a etiologia da dor, utilização de instrumentos de avaliação e registo da dor, medicação e estratégias não farmacológicas;

5 · Estratégias cognitivas: têm como objetivo alterar as atitudes e crenças do idoso e atenuar a experiência da dor e sofrimento;

6 · Distração: a utilização de

técnicas como a música, leitura, ou outra, tem demonstrado benefício no controlo da dor crónica no idoso;

7 · Alimentação: deve ser equilibrada, rica em vegetais;

8 · Obesidade: no caso da osteoartrose, emagrecer é uma das principais terapêuticas;

9 · Pesos: evitar a sobrecarga articular e os traumatismos repetitivos;

10 · Álcool e tabaco: evite ao máximo ingerir bebidas alcoólicas e fumar, pois o excesso de álcool e nicotina exerce uma

influência negativa sobre o osso.

[1] Dados INE- Projecção da população residente em Portugal (nº)

[2] Orientações técnicas sobre o controlo da dor crónica na pessoa idosa (www.aped-dor.com)

Instituto Português de

Reumatologia (www.ipr.pt)Para mais informações:

Guess What PRTânia Melo | tmelo@

guesswhat.com.pt

No âmbito do Dia do Idoso que se assinala no dia 1 de outubro

10 atitudes para aumentar a qualidade de vida dos idosos com dor crónica

EXTRATOCertifico para efeito de publicação que, por escritura lavrada

em 26 de setembro de 2014, na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo da Dra Maria Carla de Morais Barros Fernandes, exarada a folhas 85 e seguintes do livro 979-A, Bento da Fonte Moreira, casado, natural da freguesia de Sezelhe, deste concelho, onde reside na Rua do Castanheiro, n.º 7, União das Freguesias de Sezelhe e Covelães, que intervém na qualidade de procurador de GUILHERMINA DA FONTE MOREIRA BARREIRO e marido AMÉRICO FERNANDES DO BARREIRO, casados em comunhão de adquiridos, naturais ela da freguesia de Sezelhe referida, onde residem na Rua do Castanheiro, n.º 16 e ele natural da freguesia de Cambeses do Rio, do mesmo concelho, declarou:

Que os seus representantes são donos, com exclusão de outrém, do seguinte bem imóvel, situado na União das Freguesias de Sezelhe e Covelães, concelho de Montalegre:

- Prédio urbano situado na RUA DO CASTANHEIRO Nº 16, composto de casa de habitação de rés-do-chão e primeiro andar, com a superfície coberta de quarenta e dois metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Montalegre, inscrito na atual matriz sob o artigo 134, (que corresponde ao artigo 63 da freguesia de Sezelhe (Extinta).

Que desconhecem se o prédio esteve inscrito na matriz rústica.Que o prédio está inscrito na matriz em nome da justificante

mulher.Que não têm qualquer título de onde resulte pertencer-lhes o

direito de propriedade do prédio, mas iniciaram a sua posse em mil novecentos e noventa, ano em que o adquiriram, já no estado de casados, por doação meramente verbal de seus pais e sogros Silvério Lopes Moreira e Arminda Alves da Fonte, ambos já falecidos, residentes que foram na indicada freguesia de Sezelhe.

Que, desde essa data, sempre têm usado e fruído o indicado prédio, procedendo a todas as obras de conservação e restauração, habitando-o e nele guardando os seus haveres, pagando todas as contribuições por ele devidas e fazendo essa exploração com a consciência de serem os seus únicos donos, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriram o direito de propriedade sob o prédio por USUCAPIÃO, que expressamente invocam para efeitos de ingresso do mesmo no registo predial.Está conforme.Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, 26 de setembro de 2014.O 1.º Ajudante, (Assinatura ilegível)

Conta:Emol: Art.º 20.4.5) ------------ 23,00 €São: vinte e três eurosRegistado sob o n.º 627

Notícias de Barroso, n.º 457, de 30 de setembro de 2014

EXTRATOCertifico para efeito de publicação que, por escritura lavrada

em 26 de setembro de 2014, na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo da Dra Maria Carla de Morais Barros Fernandes, exarada a folhas 80 e seguintes do livro 979-A, Bento da Fonte Moreira, casado, natural da freguesia de Sezelhe, deste concelho, onde reside na Rua do Castanheiro, n.º 7, União das Freguesias de Sezelhe e Covelães, que intervém na qualidade de procurador de SILVÉRIO DA FONTE MOREIRA e mulher MARIA BENTA GONÇALVES CASELAS MOREIRA, casados em comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Sezelhe referida, onde residem na Rua da Corredoura, n.º 7, declarou:

Que os seus representantes são donos, com exclusão de outrém, do seguinte bem imóvel, situado na União das Freguesias de Sezelhe e Covelães, concelho de Montalegre:

- Prédio rústico situado na VESSADA, composto de mata mista, com a área de quatro mil novecentos e noventa metros quadrados, a confrontar do norte com Francisco Alves Branco, sul e poente com Manuel António Alves Branco e do nascente com Avelino Alves Cascais, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Montalegre, inscrito na atual matriz sob o artigo 2764, (que corresponde ao artigo 1013 da freguesia de Sezelhe (Extinta).

Que, apesar das pesquisas efectuadas, não foi possível obter o artigo da matriz anteriormente a mil novecentos e noventa e sete.

Que o prédio está inscrito na matriz em nome de quem os justificantes o adquiriram.

Que não têm qualquer título de onde resulte pertencer-lhes o direito de propriedade do prédio, mas iniciaram a sua posse em mil novecentos e noventa, ano em que o adquiriram, já no estado de casados, por doação meramente verbal de seus pais e sogros Silvério Lopes Moreira e Arminda Alves da Fonte, ambos já falecidos, residentes que foram na indicada freguesia de Sezelhe.

Que, desde essa data, sempre têm usado e fruído o indicado prédio, cortando o mato, pagando todas as contribuições por ele devidas e fazendo essa exploração com a consciência de serem os seus únicos donos, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriram o direito de propriedade sob o prédio por USUCAPIÃO, que expressamente invocam para efeitos de ingresso do mesmo no registo predial.Está conforme.Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, 26 de setembro de 2014.O 1.º Ajudante, (Assinatura ilegível)

Conta:Emol: Art.º 20.4.5) ------------ 23,00 €São: vinte e três eurosRegistado sob o n.º 625

Notícias de Barroso, n.º 457, de 30 de setembro de 2014

EXTRATOCertifico para efeito de publicação que, por escritura lavrada em 30 de setembro de 2014, na

Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo da Dra Maria Carla de Morais Barros Fernandes, exarada a folhas 87 e seguintes do livro 979-A, ACÁCIO FERNANDES GARCIA, divorciado, natural desta vila, onde reside na Rua de São Rosendo, n.º 5, DECLAROU:

Que é dono, com exclusão de outrém, dos seguintes bens imóveis, situados na União das Freguesias de Montalegre e Padroso, concelho de Montalegre:

- Um: Prédio rústico situado em VEIGA DA VILA, composto de pastagem, com a área de mil metros quadrados, a confrontar do norte com Artur Batista Carneiro, sul com Armando Duarte, nascente com o baldio e poente com João Antunes, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1601, que corresponde ao artigo1638, da freguesia de Montalegre (Extinta).

- Dois: Prédio rústico situado na PEDREIRA, composto de lameiro e pastagem, com a área de quatro mil setecentos e oitenta metros quadrados, a confrontar do norte com José Custódio Duarte, sul com António Gonçalves Surreira, nascente com Helena Macedo e poente com José Gomes da Silva, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1410, que corresponde ao arigo 1442, da freguesia de Montalegre (Extinta).

- Três: Prédio rústico situado em REIGOSO, composto de lameiro, com a área de quinhentos e vinte metros quadrados, a confrontar do norte com Delfim Alves, sul com João Dias Moutinho Henrique, nascente com o ribeiro e poente com o caminho público, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 110, que corresponde ao artigo 111, da freguesia de Montalegre (Extinta).

- Quatro: Prédio rústico situado na VESSADA, composto de lameiro, com a área de mil e cem metros quadrados, a confrontar do norte com baldio, sul com João Lopes Mourão, nascente com Manuel Antunes Pereira e do poente com Maria da Costa Calado, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 495, que corresponde ao artigo 512, da freguesia de Montalegre (Extinta).

- Cinco: Prédio rústico situado nos OLHAIS, composto de cultura arvense de sequeiro, com a setecentos e vinte metros quadrados, a confrontar do norte com João Lopes Mourão, sul com João Fidalgo dos Santos, nascente com João Gomes da Silva e do poente com caminho público, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 651, que corresponde ao artigo 676, da freguesia de Montalegre (Extinta).

Que, apesar de pesquisas efectuadas, não foi possível obter os artigos da matriz antes de mil novecentos e noventa e sete, encontram-se ainda por descrever na Conservatória do Registo Predial de Montalegre e estão inscritos na respetiva matriz em nome do justificante.

Que não tem qualquer título de onde resulte pertencer-lhe o direito de propriedade dos prédios, mas iniciou a sua posse em mil novecentos e oitenta e cinco, ano em que os adquiriu já no estado de divorciado, por doação meramente verbal de seus pais Henrique Garcia e Júlia Fernandes, residentes que foram na vila de Montalegre.

Que, desde essa data, sempre tem usado e fruído os indicados prédios, cortando o feno e pastando o gado, cultivando-os e colhendo os seus frutos, pagando todas as contribuições por eles devidas e fazendo essa exploração com a consciência de ser o seu único dono, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriu o direito de propriedade sob os prédios por USUCAPIÃO, que expressamente invoca para efeitos de ingresso dos mesmos no registo predial.Está conforme.Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, 26 de setembro de 2014.O 1.º Ajudante, (Assinatura ilegível)

Conta:Emol: Art.º 20.4.5) ------------ 23,00 €São: vinte e três eurosRegistado sob o n.º 634

Notícias de Barroso, n.º 457, de 30 de setembro de 2014

VENDE-SETerreno em Paio Afonso, freguesia de Pondras,

situado perto da aldeia e a poucos metros da EN 103.

Contactos: 004102078010377 e 004107717012329

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30 de Setembro de 2014 13BarrosoNoticias de

Lita Moniz

Domingos Dias

Dia cinco de outubro o Brasil vai às urnas para eleger o presidente e vice-presidente da República, deputados federais, senadores, governadores e vice - governadores estaduais, deputados estaduais, governador e vice-governador do Distrito Federal e deputados do Distrito Federal.

A corrida eleitoral já dá como certo um segundo turno: poucos são os candidatos que

apresentam mais de cinquenta por cento nas pesquisas eleitorais.

Dia 26 de outubro, será então a data definitiva para o povo brasileiro escolher quem Irá de fato comandar os destinos

da nação. Dilma Roussef (Pt), partido trabalhista, Marina Silva (PSB), partido Socialista Brasileiro, Aécio Neves (PSDB), do partido Social Democrático Brasileiro. Qual dos três o povo prefere?

Na verdade nenhum. O povo está cansado de promessas de boca de urna, nem sequer acredita em nada do que ali se possa dizer. Cansado de tanta violência, de tanta corrupção, do descaso com a saúde pública, com a falta de perspectivas para uma melhoria na educação. Cansado de tudo, de tudo mesmo, vai às urnas mais para dizer não a tudo isto. Quem ganhar não está ganhando por merecimento. Se Dilma for derrotada é um recado do povo brasileiro, um “basta” em tantos desmandos, corrupção: falta seriedade, honestidade para com este povo sofrido.

Houve avanços, sim, mas fica bem claro que são medidas eleitoreiras, nada sólido, concreto, nada à altura de um país tão rico quanto o Brasil. Tudo que se fez foi pouco, muito pouco, quase nada diante

do potencial deste país imenso.Se ganhar, o recado também

foi dado, será em segundo turno por muito poucos votos a mais. O que significa que a maioria, ou quase a maioria, está descontente com os rumos da política brasileira.

Tomara que o vencedor desta corrida eleitoral se debruce sobre esta mensagem. Que o partido vencedor, afinal bem sabemos que são os partidos por trás do candidato que vão nortear os avanços ou os retrocessos que advirão desta escolha. Não há grandes esperanças em dias melhores para o Brasil.

Que vença não a máquina política a serviço deste ou daquele candidado, não os milhões gastos em campanhas milionárias. É hora do povo dizer que é capaz de escolher, que tem consciência política, que está aprendendo a ser um cidadão consciente, responsável pelo destino da nação.

Perceber que o seu voto representa a vontade do povo, uma arma poderosa que pode fazer toda a diferença.

Brasil às Vésperas de Eleições

A estação de rádio WFNW foi adquirida por Cândido Carrelo em 1990. Nessa altura, não entrava em funcionamento porque estava sem emissor e com o sistema de antennas destruído. Cândido, com a sua visão emprendedora, realizou mais um dos seus sonhos, fez as reparações necessárias e a estação começou a transmitir, em português, em Junho de 1990, com o nome de “Programa Rádio Press”.

Durante nove anos, o Progrma Rádio Press teve um nível de audiência elevadissimo. Posteriormente,

a estação foi alugada e passou por várias fases com diferentes programações em diversas linguas, até final de 2012.

Em Janeiro de 2013, Cândido Carrelo resolveu reassumir a WFNW, e começou de novo a transmitir um programa em português, 24 horas por dia. Atualmente é a única estação de rádio commercial do Estado de

Connecticut, que transmite em lingua portuguesa. As pessoas que apreciam ouvir boa música lusa e brasileira, podem sintonizar WFNW 1380 ou acessar o website www.wfnw1380am.com

Cãndido Carrelo é natural de Vilar de Perdizes, Montalegre.

Parabéns para ele e para toda s sua equipa.

Dos Estados Unidos

“Radio Press” de Naugatuck, CT Festa de NoivadoOs simpáticos jovens Manuel Domingos Pinto e Carina Rodri-

gues reforçaram a sua promessa de casamento, na noite de sábado, dia 6 de Setembro, rodeados de muitos amigos e familiaresnuma linda cerimónia que decorreu no Centro Culltural Vasco da Gama, de Briggeport. Nessa referida cerimónia que teve um lauto servi-

ço de buffet e música de baile, a jovem Carina recebeu das mãos do seu noivo o respectivo anel de compro-misso.

O Manuel é natural de Sarraquinhos, concelho de Montalegre, filho de José Manuel Pinto e de Laurinda

Pinto, e a Carina que nasceu em Sta Cruz – Trindade, cidade de Chaves, é filha de Luís Rodrigues e de Glória Sevivas e o seu enlace matrimonial está agendado para o mês de Agosto de 2015 em Portugal.

Auguramos-lhes um futuro feliz, sempre juntinhos.

José Rodrigues, Bridgeport, USA

Do CANADÁ

Leamington não perde a empresa de tomate HEINZA famosa empresa de confeção de molho de tomate, HEINZ

CANADA, voltou a abrir as portas, desta vez, com nova gerência. Como já se esperava, o número de operários foi bastante reduzido bem como os salários que passam a ser mais baixos. De todo o modo, os agricultores de Leamington e arredores voltam de novo a sorrir com esta feliz notícia que vem ao encontro de melhorar as suas vidas e a economia desta vila.

Clube Português de Leamington

No Sábado, dia 11 de Outubro de 2014, celebramos o trigésimo aniversário do nosso Clube de Leamington. Vamos festejar de forma grandiosa com jantar grátis para todos os associados e convi-dados. Vai ser com muito orgulho que veremos os nossos associados reunidos nesta celebração. Como Presidente deste modesto Clube, convido todos os asso-ciados a participar na Festa dos 30 anos de existência do Clube Português de Leamington.

Convite

Venham todos de maos dadasA todos agradecemos

Todos juntos somos poucosSeparados somos menos.

Obrigado e um abraço de amizade,

Antonio Domingues Pires

Page 14: Barroso - AOutraVoz · MARIA JOSÉ DOS SANTOS, de 92 anos, viúva, natural e residente em Montalegre, faleceu no passado dia 22 de Setembro. MANUEL FERNANDES PEREIRA, de 75 anos,

30 de Setembro de 201414 BarrosoNoticias de

SOS - Número nacional 112Protecção à Floresta 117Protecção Civil 118Câmara Municipal de Boticas 276 410200Câmara Municipal de Montalegre 276 510200Junta de Freguesia de Boticas Junta de Freguesia de Montalegre 276 512831Junta de Freguesia de Salto 253 750082Bombeiros Voluntários de Boticas 276 415291Bombeiros Voluntários de Montalegre 276 512301Bombeiros Voluntários de Salto 253 659444GNR de Boticas 276 510540 GNR de Montalegre 276 510300GNR de Venda Nova 253 659490 Centro de Saúde de Boticas 276 410140 Centro de Saúde de Montalegre 276 510160Extensão de Saúde de Cabril 253 652152Extensão de Saúde de Covelães 276 536164Extensão de saúde de Ferral 253 659419Extensão de Saúde de Salto 253 659283Extensão de Saúde de Solveira 276 536183Extensão de Saúde de Tourém 276 579163Extensão de Saúde de Venda Nova 253 659243Extensão de saúde de Viade de Baixo 276 556130Extensão de saúde de Vilar de Perdizes 276 536169

Hospital Distrital de Chaves 276 300900Agrupamento de Escolas G. M. de Boticas 276 415245Agrupamento de Escolas de Montalegre 276 510240Agrupamento de Escolas do Baixo Barroso 253 659000Escola Profissional de Chaves 276 340420Centro de Formação Profissional de Chaves 276 340290Tribunal Judicial de Boticas 276 510520Tribunal Judicial de Montalegre 276 090000Instituto de Emprego de Chaves 276 340330Região de Turismo do Alto Tâmega e Barroso 276 340660ADRAT (Chaves) 276 340 920ACISAT (Chaves) 276 332579Direcção Regional de Agricultura (Chaves) 276 334359EDP - Electricidade de Portugal 276 333225Cruz Vermelha Portuguesa Boticas 276 410200Cruz Vermelha Portuguesa Montalegre 276 518050APAV - Apoio à Vítima 707 200077SOS - Criança 800 202651SOS - Grávidas 800 201139SOS - Deixe de Fumar 808 208888SOS - Voz Amiga 800 202669Linha SIDA 800 266666Intoxicações 808 250143NOTÍCIAS DE BARROSO 91 4521740NOTÍCIAS DE BARROSO 276 512285

Informações úteis

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30 de Setembro de 2014 15BarrosoNoticias de

BarrosoNoticias de

Sede: Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tel: +351 276 512 285 e 91 452 1740 email: [email protected] http://omontalegrense.blogspot.comPropriedade: José António Carvalho de Moura, Contribuinte nº 131 503 324, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tels: +351 276 512 285 e 91 452 1740 FAX: +351 276 512 281 Email: [email protected]

Editor: Nuno Moura, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre, email: [email protected]: Maria de Lourdes Afonso Fernandes Moura

Paginação e composição: [email protected], Rua Miguel Torga, 492 5470-211 MontalegreRegisto no ICS: 108495

Impressão: Empresa Diário do Minho, Lda Rua de Santa Margarida, 4 A, 4710-306 Braga email: [email protected] http://www.diariodominho.pt

Colaboradores: António Chaves, António Pereira Alves, Barroso da Fonte, Carlos Branco, Custódio Montes, Dias Vieira, Domingos Cabeças (Inglaterra), Domingos Dias (USA), Duarte Gonçalves, Fernando Moura, Fernando Rosa (USA), Francisco Laranjeira, João Soares Tavares, José dos Reis Moura, José Manuel Vaz, José João Moura, Hélder Alvar, Lita Moniz (Brasil), João Adegas, José Duarte (França), José Rodrigues (USA), Lobo

Sentado, Manuel Machado, Maria José Afonso, Norberto Moura, Nuno Carvalho, Ricardo Moura, Sérgio Mota e Victor Pereira

Assinaturas: Nacionais: 20,00 € Estrangeiros: 35,00 €

Tiragem: 2.000 exemplares por edição

(Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores não vinculando necessariamente a orientação do jornal ou da sua direcção)

1

Nome do Centro de Emprego Nome da Profissão Nº Oferta

Empregado de Mesa 588465405 Contrato a termo por 6 meses (a tempo completo) Sta. Maria Maior / Chaves

Pessoal de Companhia e Ajudante de Quartos 588465345 Contrato a termo por 3 meses (a tempo completo) Sta. Maria Maior / Chaves

Empregado de Mesa 588466212 Contrato a termo por 6 meses (a tempo completo) Madalena, Samaiões / Chaves

Empregado de Mesa 588466306 Contrato a termo por 6 meses (a tempo completo) Sta. Maria Maior / Chaves

Trabalhadores da Construção Civil 588465103 Contrato a termo por 6 meses (a tempo completo) Redondelo / Chaves

Outro Pessoal de Apoio Administrativo 588465904 Contrato a termo por 6 meses (a tempo completo) Madalena, Samaiões / Chaves

Mecânico de Automóveis 588465814 Contrato a termo por 6 meses (a tempo completo) Outeiro Seco / Chaves

Motorista de Veículos Pesados 588465311 Contrato a termo por 6 meses (a tempo completo) Sta. Maria Maior / Chaves

As ofertas de emprego divulgadas fazem parte da Base de Dados do Instituto do Emprego e Formação, IP. Para obter mais informações ou candidatar-se dirija-se ao Centro de Emprego indicado ou pesquise no portal http://www.netemprego.gov.pt/ utilizando a referência (Ref.) associada a cada oferta de emprego.

Alerta-se para a possibilidade de ocorrência de

situações em que a oferta de emprego publicada já foi

preenchida devido ao tempo que medeia a sua

disponibilização e a sua publicação.

Indicação do Regime de Trabalho ( a tempo parcial ou completo) e Informações Complementares

Nome da Freguesia/Concelho a que respeita o Posto Trabalho a ser preenchido

Centro de Emprego e Formação Profissional de Alto Trás-os-

Montes Serviço de Emprego de

Chaves Rua Bispo Idácio nº 50/54 5400 303 Chaves Telefone: 276340330 E-mail: [email protected]

2

Pintor de Automóvel 588466225 Contrato a termo por 6 meses (a tempo completo) Sta. Cruz, Trindade / Chaves

Vigilante / Segurança 588462190 Contrato sem termo Granja / Boticas

Trabalhador Não Qualificado da Construção Civil 588442778 Contrato a termo por 6 meses (a tempo completo) Sanfins / Boticas

Centro de Emprego e Formação Profissional de Alto Trás-os-

Montes Serviço de Emprego de

Chaves Rua Bispo Idácio nº 50/54 5400 303 Chaves Telefone: 276340330 E-mail: [email protected]

DESPORTOFUTEBOL

Montalegre com duas equipas no Distrital de Honra

À semelhança do que aconteceu no ano passado, Barroso terá duas equipas na disputa do Campeonato de Honra da Associação Distrital de Vila Real. O Montalegre e o Vilar de Perdizes. O CDC de Montalegre que foi vice-campeão na época passada e vencedor da Taça da AF Vila Real, apreseta-se, esta época, com a mesma estrutura tendo até adquiridos alguns reforços que poderão dar mais consistência ao futebol praticado.

A direcção e a equipa técnica não sofreu alteração e a equipa de futebol apresenta-se com cinco caras novas: Gabi (ex-Pedras Salgadas), Rafa (ex- Vidago), Zacharias (ex-Vidago), Bruno Carvalho (ex-Vilar de Perdizes) e Márcio (sem clube).

Posiciona-se assim o Montalegre como um sério candidato ao primeiro lugar. Outros candidatos com o mesmo objectivo serão o Mondinense e a Régua.

O GD de Vilar de Perdizes que, na época passada, teve um comportamento excelente, apresenta para esta nova época novidades na equipa técnica que passa a ser comandada por Pedro Adão, um jovem que vai em Vilar iniciar uma nova carreira, a de treinador, e que, fazemos votos seja repleta de sucessos.

O plantel reforçou-se com Miguel (ex-Pedras Salgadas), Márcio Cruz e Octávio (ex-Vidago) e Fábio (ex-Montalegre).

Novidade a ter em apreço é a desistência da competição do Alijoense e do Vidago, equipas com um historial significativo no contexto dos clubes do distrito de Vila Real.

Equipas participantesRibeira de Pena, GD

Cerva, GD Valpaços, Atei, CDC Montalegre, Fontelas, Régua, GD Vilar de Perdizes, Abambres, Mesão Frio, Vila Pouca de Aguiar, Sabroso de Aguiar, Noura e Mondinense.

Taça de Portugal

Os dois primeiros jogos oficiais do Montalegre não correram nada bem. Para a Ssupertaça da Associação de Futebol do Distrido de Vila Real perdeu com a equipa da capital do distrito e, na sua deslocação a terras do Alentejo, em jogo referente à Taça de Portugal perdeu com o Moura por 2 – 0 ficando assim afastado da competição.

MOTOR

Nacional de Rallycross e Kartcross

A jornada do Nacional de Rallycross e Kartcross, realizada o fim de semana de 27 e 28 de setembro, no circuito internacional de Montalegre, deu a conhecer mais quatro campeões nacionais: Pedro Rosário (Kartcross); Joaquim Santos (Super Cars); Ricardo Soares (Super 1600) e Hugo

Lopes (Super Nacional).

ClassificaçõesSuper Cars - Joaquim Santos (Vencedor)Super 2000 - João Sousa (Vencedor)Super 1600 - Ricardo Soares (Vencedor)Super Nacional - Hugo Lopes (Vencedor)Kartcross - Luís Almeida (Vencedor)Super Iniciação 1400 (Troféu Ernesto Gonçalves) - Leandro Macedo (Vencedor)

CHEGAS DE BOIS

Homenagem a Fernando Moura

Com um orçamento próximo dos 14 mil euros, caiu o pano a mais um campeonato de chegas de bois de raça barrosã na habitual cerimónia de entrega de prémios, realizada numa unidade hoteleira da vila de Montalegre. O convívio ficou marcado pelo anúncio da homenagem ao saudoso Fernando Moura, marcada para o próximo 9 de junho, feriado municipal.

onsiderado um dos melhores de sempre, o campeonato de chegas de bois de raça barrosã deste ano teve o epílogo final no tradicional convívio que serviu para entregar os prémios aos proprietários dos bois participantes. Um encontro muito participado que encheu de satisfação o presidente da Câmara Municipal de Montalegre, entidade patrocinadora do evento. Orlando Alves começou por referir: «fechamos a edição

2014, já a pensar na edição seguinte. Esta cerimónia de entrega dos prémios faz-se à volta deste convívio, sendo uma forma simpática de envolver toda esta gente em volta deste desígnio, desta tradição que é muito nossa».

Seguro do valor desta tradição comunitária, o edil afirmou: «as chegas de bois são como as sardinhas. Estas só sabem se forem comidas à beira mar, o mesmo acontece com as chegas de bois. Podem ser feitas em muito lado, mas nada se compara com as chegas feitas no Barroso, com a envolvência de todo o território, com a participação da nossa gente, principalmente com o carinho dos nossos emigrantes». com um impacto significativo na vida social e económica de todo o Barroso.

Agradado com a decisão da Associação “O Boi do Povo” em render homenagem ao malogrado Fernando Moura, o autarca aplaude: «faz todo o sentido que o façam e mais sentido faz com uma placa no recinto onde as chegas acontecem, que perpetue o nome do grande amigo e grande divulgador das chegas de bois». Um arbítrio que Orlando Alves já quis cumprir: «enquanto presidente da Câmara quis acordar uma cerimónia semelhante com a família. Não foi possível chegarmos a um entendimento. No entanto, quero dizer que o município é devedor de uma homenagem ao saudoso Fernando Moura que tanto fez pelas chegas de bois e que “inventou” uma forma de as divulgar, saindo de fora de todos os padrões, através dos relatos

das chegas de bois o que revelou um grande amor à tradição e uma grande criatividade». A rematar, o presidente da Câmara deixou esta frase: «fico satisfeito que a associação faça esta homenagem e eu não irei desistir de a fazer com a concordância da família, o que espero que aconteça no próximo ano».

Nuno Duarte, presidente da Associação O Boi do Povo

Visivelmente empolgado

pelo ambiente que o rodeava, o jovem presidente da Associação “O Boi do Povo” começou por defender que estivemos perante «uma boa cerimónia relativa a um dos melhores torneios», opinião partilhada «por toda a gente». Um evento, narra Nuno Duarte, onde «as pessoas ficaram contentes...direção, público e proprietários dos bois». Contas feitas, «o dinheiro vai chegar». A «“migalhinha”» que sobra comprova a boa gestão de um torneio que custou 13.750 euros». Nuno Duarte justifica: «aumentamos 250 euros ao boi campeão. O vencedor ganhou 2.500 euros, o segundo 2.250, o terceiro e quarto ganharam 2.000 cada um e por aí fora».

A terminar, o líder da associação barrosã anunciou: «iremos fazer uma homenagem ao senhor Fernando Moura. É uma homenagem merecida a 1.000%. Onde quer que esteja, que saiba que nos lembramos sempre dele e um abraço da direção e dos donos dos animais».

Fonte: cm-montalegre

Page 16: Barroso - AOutraVoz · MARIA JOSÉ DOS SANTOS, de 92 anos, viúva, natural e residente em Montalegre, faleceu no passado dia 22 de Setembro. MANUEL FERNANDES PEREIRA, de 75 anos,

MEL DO LAROUCO O mel do Larouco é produzido nas encostas da serra com o mesmo

nome e resulta das florações da urze, sargaço, sangorinho, carvalho e outras espécies ve-getais da região de Barroso Apicultor nº 110796J. A. Carvalho de MouraRua Miguel Torga, nº 4925470-211MONTALEGRETels: +351 91 452 1740 e 276 412 285Fax: +351 276 512 281Mail: [email protected]

Agricultura em Tourém avança para a modernidade

Reportagem fotográfica de C. de Moura