benedita em movimento
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TOQUE DE SAÍDA
DirectorAlfredo Lopes
Chefe de RedacçãoSoledade Santos
Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 [email protected]
externatobenedita.net
Trianual - Junho de 2010
Ano 5 - Número 14 - 1,00 €
MEDEIA A NOVA PEÇA DOS GAMBUZINOSPágina 3
UNIDOS APRENDEMOS MAISPágina 5
O QUE PENSAM PAIS E ALUNOS ACERCA DA ESCOLAPágina 5
WALK IN ALCOBAÇAUM PROJECTO EMBRIONÁRIOPágina 6
ENTREVISTA AO PROFESSOR AUGUSTO COUTINHOPágina 13
O DESAFIO DE BEM ESCREVERA MINHA ESCOLA FAZ 45 ANOSPágina 15
O PEQUENO VULCÃO QUE PAROU A EUROPAPágina 19
VII NOITE ESTAPAFÚRDIAPágina 23
Realizou-se na manhã do dia 16 de Maio, do-
mingo, mais uma edição do projecto “Benedita em
Movimento”, organizado pelo Grupo de Educação
Física, coadjuvado pelos alunos do 11º I do Curso
Tecnológico de Desporto, com a colaboração dos
Bombeiros Voluntários da Benedita.
A actividade realizou-se na Avenida Padre Iná-
cio Antunes e zonas envolventes e contou com a
presença de várias empresas e instituições liga-
das ao Desporto e à Saúde.
Nesta manhã de convívio e boa disposição, fo-
ram muitas as famílias que aproveitaram para fa-
zer algum exercício, aderindo em pleno ao apelo
“Mexa-se pela sua Saúde”. A oferta de actividades
foi diversa e alargada, destinada a pessoas de
todas as idades, que tiveram a possibilidade de
experimentar Cycling, Bodybalance, Danças, Xa-
drez, Natação, Hidroginástica…
Esta iniciativa permite fomentar práticas sau-
dáveis de actividade física junto da população,
bem como promover o convívio entre os membros
da comunidade beneditense e ainda divulgar os
serviços das empresas e instituições da região.
Professora Estela Santana
BENEDITA EM MOVIMENTO
O Externato Cooperativo da Benedita promo-veu a 8ª Feira do Livro, entre os dias 21 e 25 de Abril, um evento que ao longo de cinco dias foi vi-sitado por centenas de pessoas, alunos, professo-res e comunidade educativa, envolvendo também muitos alunos de outras escolas da freguesia.
A 8ª edição foi associada à comemoração do Centenário da República, e os alunos do Agrupa-mento de Escolas da Benedita tiveram a oportuni-dade de dar a conhecer os seus trabalhos sobre esta efeméride. Contou igualmente com a presen-ça de duas instituições com as quais se solidari-zou – a Associação de Solidariedade Sorriso Ami-go e o C.E.E.R.I.A.
Nas várias bancas, representando mais de 65 editoras, eram visíveis diversos géneros literários, fazendo as delícias de miúdos e graúdos, sendo o balanço final muito positivo, com um crescimento de visitantes e, apesar da actual conjuntura eco-nómica, um aumento de vendas.
(continua)
MAIS DO QUE UMA FEIRA,
UMA FESTA DO LIVRO E DA LEITURA
ECB REALIZA 8ª FEIRA DO LIVRO
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
2 ESCOLA VIVA
EDITORIAL SUMÁRIOEscola viva
ECB realiza VIII Feira do Livro 1
Medeia - Nova peça dos Gambuzinos 3
Dramatização de Frei Luís de Sousa 4
Festteatro 4
Palestra de astromonia 4
Unidos aprendemos mais 5
O que pensam pais e alunos da escola 5
Colaborar para crescer 5
Walk in Alcobaça 6
Redescobrir Rotas de Cister 6
Escola e empregabilidade 6
O consumo de estupefacientes 7
Na Semana da Informática 7
Ao encontro dos Antigos Alunos 7
Viagem ao Futuroscope, França 8
Visita de estudo a Sintra 8
Visita à Assembleia da República 9
Dia do Francês no Externato 9
A Fonte Mariana 9
A VII Noite Estapafúrdia 23
Arte e Cultura
Bob Dylan 10
Entre livros 10
Sarau Cultural 10
Os Maias de Eça de Queirós 11
Re(ler) Aquilino 11
À luz da sombra - exposição em Serralves 24
Olhar Circundante
Homenagem ao Cónego Serrazina 12
Uma Europa grisalha 12
Os mexericos 12
Entrevista ao professor Augusto Coutinho 13
O Lugar da Memória 12
Recriar o Mundo
A minha escola faz 45 anos - 1º Prémio 14
Passagens da vida 14
Liberdade de viver 14
Agitação marítima 14
O desafio de bem escrever 15
A vida é um jogo 15
Ciência, Tecnologia e Ambiente
Uma aventura, um projecto 16
A rainha natureza 16
Laboratórios abertos 16
Olimpíadas de Biotecnologia 17
Campanha mini-monos 17
Entrevista a Sónia Catarina Morgado 18
ECB na IPY Science Conference 18
O pequeno vulcão que parou a Europa 19
Catástrofes naturais 19
CPAS@2010 - Concurso de programação 20
TIC e empregabilidade 20
O primeiro astronauta 21
Mente Sã em Corpo São
Benedita em movimento 1
Desporto Escolar 16
Vitamina da beleza 22
Tarte de Physalis 23
I Duatlo BTT nocturno 24
Passatempos 22
Director do Jornal:Alfredo Lopes
Redacção: Deolinda CastelhanoLuísa CoutoSoledade Santos (Chefe de redacção)Teresa Agostinho
Marketing e vendas:Maria José Jorge
Composição gráfica:Nuno RosaPaulo Valentim Samuel Branco
Equipa de Reportagem:Acácio CastelhanoAna DuarteAna Luísa QuitérioClara PeraltaEstela SantanaFátima FelicianoGraça SilvaJosé CavadasMaria de Lurdes GoulãoRicardo MiguelSérgio TeixeiraValter Boita
Impressão: Relgráfica, Lda
Tiragem: 500 exemplares
Preço avulso: 1,00 €
O TOQUE DE SAÍDA ERROU
Na edição anterior, o nome da entrevis-
tada e vencedora do Concurso Nacional
Escrita em Dia foi escrito incorrectamente.
Onde se lê Juliana Martins deveria ler-se
Juliana Costa. Pelo lapso apresentamos as
nossas desculpas.
CONDOLÊNCIAS
Às professoras Deolinda Castelhano e
Dalila Barreiro os seus colegas do Toque
de Saída apresentam sentidas condolên-
cias pelo falecimento dos seus familiares.
Este ano lectivo foi tempo de visitarmos a
nossa própria história, no ECB, desde a funda-
ção da cooperativa, passando pelos anos que
assistiram ao grande impulso do Externato, até
às transformações mais recentes e ao convívio
dos antigos alunos que regressaram à escola
para partilhar memórias e nos darem notícia
dos caminhos que trilham no grande mundo lá
fora.
Esta revisitação levou a que alguns de nós
se indagassem acerca da origem da escola, tal
como a conhecemos hoje. E o que achei pare-
ceu-me tão curioso que decidi partilhá-lo con-
vosco.
É no século XVI, após o Concílio de Tren-
to, que a escola moderna nasce, em França. O
seu desígnio – possibilitar a todos os cristãos
o conhecimento, sem desvios, da verdadeira e
única doutrina pela qual poderiam ser salvos.
Assim se ergueu uma escola da catequização
e da alfabetização, na qual se memorizavam os
textos sagrados e se aprendia a ler. Mas a es-
crita não foi contemplada, dado não constituir
necessidade funcional. Além disso, a separa-
ção entre saber ler e saber escrever permitia
distinguir os grupos sociais.
A partir do século XVII, contudo, as escolas
compreenderam que tinham de fornecer outras
competências de que artesãos e mercadores
necessitavam na vida quotidiana, o que incluía
a leitura, sim, e a catequese, mas também a
escrita e o cálculo. Contudo, os instrumentos
requeridos – papel, pena e tinta – eram dema-
siado caros e delicados de manipular.
Sem material de escrita, e com turmas que
ultrapassavam a centena e meia de alunos nas
escolas gratuitas dos centros urbanos, como
implementar aulas práticas? Os frades france-
ses inventaram então um instrumento de que
ainda hoje nos servimos: o quadro preto, no
qual os alunos podiam traçar letras e núme-
ros, exercitando-se, apagando e recomeçando.
Nesta superfície “apagável”, as escolas pude-
ram ensinar duas lições inestimáveis aos seus
alunos: por um lado, a economizar; por outro,
a aprender através do exercício. A invenção
do quadro preto foi uma revolução pedagógica
maior.
Uma outra invenção, desta feita em Inglater-
ra, veio reconfigurar o método didáctico: iniciou-
se a produção de papel em folhas contínuas, a
preços acessíveis. O papel, cosido em cader-
nos, tornou-se, a partir de meados do século
XIX, o instrumento privilegiado do treino esco-
lar. Permitindo o registo de uma sequência de
exercícios ordenados, o caderno testemunha os
esforços realizados pelo aluno para aprender a
saber fazer. Por outro lado, propicia uma acção
didáctica fundamental: a correcção escrita do
exercício.
Expor o momento e o processo da aprendi-
zagem, muito mais do que seu produto: é isso o
exercício. E o exercício é aquilo que, segundo
Jean Hébrard, educador e historiador francês,
constitui o fundamento da escola de hoje. Onde
quadros interactivos e computadores vão subs-
tituindo quadros pretos e cadernos, mas não os
gestos pedagógicos basilares.
Professora Soledade Santos
QUADRO DE MÉRITO
Nesta edição do Toque de Saída, o gran-
de número de matérias que publicamos
impossibilita-nos a divulgação do quadro
de mérito do 2º período. Assim, remetemos
para a página do ECB (www.externatobe-
nedita.net).
Quanto ao quadro de mérito final do ano,
será publicado na próxima edição do jornal.
ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA
ESCOLA VIVA 3
A organização da Feira contou mais uma vez com o empenho de professores, alunos e funcionários, o que permitiu organizar inúme-ras actividades: concertos, lançamento de li-vros, palestras, debates e um salutar convívio no Café Literário.
Nesta edição, merece também destaque a Tertúlia com antigos alunos do ECB que per-mitiu, a exemplo de outras acções já realiza-das, perceber o percurso dos ex-alunos e ma-tar saudades da Escola, reavivando memórias e histórias que fazem despertar uma lágrima mais furtiva ou uma rasgada gargalhada, no ano em que se assinalam 45 anos de vida do Externato.
O lançamento e a apresentação de livros do I.N.S.E - Editores tiveram também lugar de
destaque: Alcobaça - Um século de Imagens, de Jorge Pereira de Sampaio e Luís Pereira; D. Nuno, o Santo Cavaleiro, de Vanda Mar-ques; Escutem-me, de Henriqueta Castanhi-nha, e Fragmentário, de António Catarino.
O público da Feira assistiu também a ses-sões de apresentação de A vingança do Lobo, de Vítor Frazão, e História de Amor entre um Cão e um Gato, de Maria de Lurdes Silva, para além de sessões de autógrafos com os professores Inês Silva e Fernando Maurício e o escritor António Sousa.
A animação foi uma constante, envolvendo toda a comunidade: Grupo Regional de Folclo-re da Benedita, Grupo de Danças do H.C.T., Grupo Coral da Universidade Sénior da Be-nedita, alunos da Escola de Música e Grupo de Ballet da ADESO, banda “ Ângulo Inverso”
e os professores Sérgio Fernandes e Ricardo Martins, animaram as tardes e noites da Feira.
As palestras do Prof. Dr. João Paulo Oli-veira e Costa e do alcobacense Prof. Dr. Luís Rosa, recentemente condecorado pelo Sr. Presidente da República, constituíram mais dois importantes momentos, também de for-mação, para além de divulgação das obras destes dois escritores. Registe-se que o Prof. Dr. Luís Rosa tem importantes obras sobre Alcobaça, referindo-se a título de exemplo O Claustro do Silêncio, O Dia de Aljubarrota, O Amor Infinito de Pedro e Inês, O Terramoto de Lisboa e Invenção do Mundo.
A mostra de actividades relacionadas com Área de Projecto, serviu também para alar-gar à Feira a apresentação de trabalhos dos alunos como aconteceu com “Alcobacinha, o Nosso Concelho”, pelos alunos do 12º E, sob orientação da professora Teresa Teodósio. Além disso, no âmbito das comemorações do 25 de Abril, assistiu-se à recriação “Revivendo o 25 de Abril”, por alunos do 9º ano sob orien-tação da professora Alexandra Flores.
O balanço final não podia ser melhor: mais visitantes, mais livros, mais participantes nas várias tarefas. De edição para edição, pode-mos afirmar que a Feira do Livro se afirma não só como a Feira do Externato, mas como a Feira e Festa do Livro da Benedita.
Mais uma vez, a organização e a execução do evento estiveram a cargo da Biblioteca do ECB.
Professor Ricardo Miguel
ECB REALIZA VIII FEIRA DO LIVRO
Baseada na recriação poética de So-
phia de Mello Breyner Andresen, é uma
tragédia de Eurípedes, dramaturgo do sé-
culo quinto a.C. Nesta obra, as dualida-
des e as paixões humanas são levadas ao
extremo, prevalecendo sobre a sabedoria
e a serenidade, numa tensão crescente
que nos envolve, culminando no terrível
desfecho do acto mais tresloucado e de-
mente da mulher – a morte dos filhos às
suas próprias mãos.
A essência do trágico está bem pre-
sente na intensidade da intriga, no curto
espaço e tempo do seu desenvolvimento,
nas súplicas do Coro (os espectadores,
a humanidade) que não encontram eco,
pois, uma vez posto em marcha o “mau
fado”, a acção avançará inexoravelmente
para o seu desfecho trágico, apesar de to-
das as hesitações.
A escolha desta obra é particularmen-
te feliz, quer pela importância pedagógica
dos textos clássicos, quer pela pertinên-
cia e intemporalidade da mensagem exis-
tencial que, como diria Nietzsche, sempre
retorna na sua essência.
O teatro trágico é hoje, como sempre
foi, de uma importância psicológica fun-
damental. Através dele, os antigos gregos
encontravam remédio, catarse, para as
suas maleitas ou neuroses civilizacio-
nais. A sua importância era tal, que havia
um subsídio do Estado para que ninguém
deixasse de assistir às peças. A repre-
sentação era um evento profundamente
vivenciado, mais do que um espectáculo,
era uma espécie de psicanálise colectiva
de que todos beneficiavam.
Esta tragédia em particular é sobre a
condição da mulher, de todas as mulhe-
res condenadas pela sociedade, dita civi-
lizada, ao sofrimento extremo. As mulhe-
res a quem tudo foi pedido e a quem foi
arrancada toda a esperança. Levadas à
loucura por aqueles que deviam amá-las.
As mulheres rejeitadas, abandonadas e
banidas da sociedade. Medeia é mulher,
repudiada e estrangeira – não poderia ser
pior a sua condição. A mensagem exis-
tencial e política da peça surpreende-nos
pela sua urgência e actualidade neste
nosso mundo multicultural.
Para os Gambuzinos, pela pertinência
e sobretudo pela sua arte, o nosso aplau-
so.
Professora Graça Silva
MEDEIA – A NOVA PEÇA DOS GAMBUZINOS
(Cont.)
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
4 ESCOLA VIVA
Personagens: A trágica Medeia, o ve-
lho hortelão libidinoso, o camelo que sabe
contar, o namorado violento, os jornalis-
tas obcecados com a gripe A, o pequeno
apanha-bolas.
Textos: Eurípedes/Sophia de Mello
Breyner, Gil Vicente, José Eduardo Agua-
lusa, Rui Cardoso Martins; construção co-
lectiva nos grupos.
Encenação: corajosos professores que
ensinam os seus alunos a amar o Teatro.
Actores: muitos, jovens, empenhados,
lindos, talentosos; alguns já maravilhosos
actores.
Público: Entusiástico, generoso, um
pouco agitado.
Escolas: Externato Cooperativo da Be-
nedita, Escola Secundária da Quinta das
Flores, Escola Secundária de Valbom; Es-
cola Gil Vicente; CEERIA.
Local: Centro Cultural Gonçalves Sapi-
nho.
Data: 10 a 16 de Maio de 2010.
Ocasião: VII Festteatro do ECB, inte-
grado na Semana Cultural.
Avaliação: Valeu a Pena? Vale sempre
a pena. O nosso Bojador é passado quan-
do a sala enche e os alunos (porque é para
eles) saem a perguntar quando há mais…
Professora Conceição Raimundo
(pela organização do Festteatro)
Frei Luís de Sousa, drama ro-
mântico escrito por Garrett no sé-
culo XIX, foi encenado no auditó-
rio do Centro Cultural Gonçalves
Sapinho, no dia 10 de Março, por
alunos do 11º ano do Externato
Cooperativo da Benedita.
O pano abriu às 14:30h para
um público entusiasmado e ex-
pectante.
Viu-se Madalena de Vilhena,
representada pela aluna Bea-
triz Mateus, no centro do palco,
com Os Lusíadas no regaço, ci-
tando pausadamente um excerto
do episódio de Inês de Castro. A
sua actuação ficou marcada por
uma enorme expressividade, ao
representar uma mulher angus-
tiada e em sofrimento, que vive
um presente assombrado por um
passado mal esclarecido. Dialo-
ga frequentemente, no primeiro
acto, com a sua filha Maria, que
é uma criança vivaz, mas doen-
te, cuja representação esteve a
cargo da aluna Sofia Sebastião.
Foi também esta uma actuação
de sucesso. A juntar a esta dupla,
salientam-se ainda os papéis re-
presentados por Marco Mendes
(D. Manuel de Sousa Coutinho) e
David Agostinho (Telmo), embora
houvesse algumas falhas na re-
presentação de ambos, que se fi-
caram a dever a questões de me-
morização dos respectivos textos.
O apelo ao sentimento do es-
pectador foi uma constante do
princípio ao fim, acentuado por
pormenores cénicos como o re-
trato de D. Manuel, no primeiro
acto, os três retratos, no segundo
acto, e a mesa do altar da capela,
revestida por uma branca morta-
lha, no terceiro acto. Também a
presença do coro e dos cânticos
clássicos conferiu um ambiente
trágico ao final da peça, quando
o prior (personagem representa-
da por Davide Custódio) preside
à cerimónia religiosa em que Ma-
dalena e Manuel renunciam à vida
terrena e Maria morre, anuncian-
do a presença do Romeiro quando
grita “É aquela voz, é ele, é ele”.
Aliás, também a personagem dis-
farçada de Romeiro teve momen-
tos de destaque quando gritou
“Ninguém!” à pergunta “Quem és
tu?”, e quando apontou para o seu
próprio retrato.
Para nós, a encenação da peça
foi essencial para percebermos o
texto lido e analisado nas aulas
de Português, pelo que agradece-
mos aos nossos colegas do 11ºF
todo o esforço.
Os alunos do 11º G
DRAMATIZAÇÃO DE FREI LUÍS DE SOUSA
UM CONTRIBUTO PARA A COMPREENSÃO DA PEÇA
PALESTRA DE ASTRONOMIA
No âmbito da Semana Cultural a decorrer no
ECB, tive oportunidade de assistir a uma pales-
tra sobre astronomia, proferida pelo Dr. António
Bivar, no dia 12 de Maio.
Aquilo que parecia ser mais uma pales-
tra sobre astronomia,veio a revelar-se uma ex-
periência recompensadora. O Dr. Bivar não só
evidenciou como podemos ter um papel activo
nesta ciência, especialmente no descobrimento
de constelações, como nos mostrou, de forma
brilhante, que as estrelas não são só bonitas
ao olhar: algumas forneceram aos navegantes,
expedicionários e aventureiros pontos cardeais
para a orientação das suas rotas. Já na Antigui-
dade, os povos da Mesopotâmia, Egipto, Grécia
e Américas conheciam e estudavam o movimen-
to de diversos corpos celestes e relacionavam
esse movimento com calendários e períodos
ideais para o plantio e para a colheita.
Ainda mais impressionante foi o facto de o Dr.
Bivar ter adoptado uma linguagem acessível, de
modo a abranger todo um espectro de idades, e
até pessoas sem formação sobre este assunto
ficariam a compreender a que se deve a suces-
são das estações do ano, o porquê de o ano
ter 365 dias, ou a importância da matemática na
astronomia. A palestra foi também interessante,
a meu ver, devido ao facto de ter havido uma
grande interacção entre o orador e os ouvintes.
Professora Pilar Peres
PELO SÉTIMO ANO NO ECB
FESTTEATRO
8º D - ECB
ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA
ESCOLA VIVA 5
COLABORAR PARA CRESCER
Crescer na escola envolve uma multiplicidade de situ-
ações e vivências – implica a plenitude do ser adolescen-
te. Os alunos chegam ao ECB ainda crianças, com 12 ou
13 anos, e a maioria deixa-nos por volta dos 17, 18 anos;
atravessam toda a fase da pré-adolescência e adolescên-
cia. E é ao longo destes anos que os vemos mudar, evo-
luir, crescer… Crescem nos conhecimentos académicos
(é essa a principal missão da escola), mas não só! Cres-
cem também fisicamente e no desenvolvimento da per-
sonalidade, no evoluir das relações sociais e afectivas;
atravessam percursos nas amizades, nos namoros, na
sexualidade, nas relações com a família; desenvolve-se
a curiosidade pelo mundo da proibição e do risco; cres-
cem depois pelo mundo dos sonhos e perspectivas para o
futuro, ambicionando um futuro cheio de oportunidades e
gratificações; angustiam-se com as dúvidas das escolhas
vocacionais e com a frustração das dificuldades imagina-
das e de sonhos não concretizados… Nós só podemos
dar-lhes uma certeza: a que de estamos cá para os acom-
panhar e ajudar em todas estas vertentes.
Nesta fase tão importante da vida deles, desejamos
que cada interveniente – escola, aluno, pais – se respon-
sabilize por colaborar, partilhar, imaginar e sonhar. Para
CRESCER e deixar CRESCER nesta travessia simultane-
amente longa e veloz.
… a pensar em todas as actividades que têm sido rea-
lizadas com os alunos, pais e professores no nosso muito
querido Projecto CRESCER.
Margarida Ferreira, Psicóloga do ECB
O ingresso no ensino superior,
mais do que uma simples mudan-
ça de nível de ensino, significa
uma nova fase na vida dos jovens.
As relações que se estabelecem
com a universidade, com os do-
centes e com os colegas exigem
uma nova dinâmica, ao mesmo
tempo que surge um tipo de exi-
gência e de responsabilidade que
não eram solicitadas no ensino
secundário.
Na nossa opinião, a oportuni-
dade de contactar previamente
com a universidade (visitando as
instalações e contactando com
membros da mesma) permite aos
alunos do secundário esclare-
cer dúvidas e eliminar receios, e
confere-lhes mais tranquilidade e
confiança, factores determinan-
tes para uma melhor integração e
adaptação à nova etapa das suas
vidas.
Foi com este objectivo que o
Externato Cooperativo da Bene-
dita, no corrente ano lectivo, tra-
balhou em parceria com a Escola
Superior de Biotecnologia da Uni-
versidade Católica Portuguesa,
extensão Caldas da Rainha. A
parceria, para além de possibilitar
a colaboração entre as duas ins-
tituições nas áreas já referidas,
teve também como finalidade a
divulgação de aspectos relacio-
nados com as ciências e com as
tecnologias junto dos alunos do
secundário, motivando-os para
estas áreas do conhecimento e
dinamizando acções na escola,
nomeadamente no que se refere
a aspectos experimentais, para o
que foi concebida uma interface
com a Universidade, tanto para
alunos como para professores.
Assim, cerca de 16 alunos do
12º e 11º Anos, do curso de Ciên-
cias e Tecnologias, encontraram-
se, em iniciativas desenvolvidas
a partir da Área de Projecto, com
os professores universitários nos
seus laboratórios, contactando
com novas formas de aprendiza-
gem, articulando saberes de di-
versas áreas e abordando temá-
ticas actuais. Este envolvimento
também influenciou os professo-
res, quer mobilizando aspectos
pessoais – as suas vivências pro-
fissionais e personalidade – quer
externos, respeitantes à escola,
ao meio, ao sistema educativo e
às oportunidades de formação.
Sendo esta cultura de colabo-
ração crucial para a renovação
e inovação nas escolas, muitos
projectos já nasceram a partir de
uma reflexão conjunta sobre os
problemas concretos de uma co-
munidade escolar. É por isso ne-
cessário fomentar a cooperação
e o diálogo crítico, bem como a
partilha de diferentes perspecti-
vas sobre a prática docente. Na
nossa sociedade, a força da pro-
fissão define-se também pela sua
voz pública, pela capacidade de
comunicar e de responder peran-
te o público.
Concordando com o que é pro-
ferido pelo Sr. Reitor António Nó-
voa, terminamos com as suas pa-
lavras: “É preciso encontrar novos
caminhos para uma profissão que,
na transição dos tempos, volta a
adquirir uma grande centralidade.
Falta-nos talvez a coragem de co-
meçar.”
Professoras Eunice Penas (Escola
Superior de Biotecnologia - Universidade
Católica) e Paula Castelhano (ECB)
Em Maio, uma amostra de 159 pais
e encarregados de educação (três
por turma) foram inquiridos acerca do
seu grau de satisfação com a escola.
Recolheram-se 88% dos inquéritos
distribuídos, indiciando elevada parti-
cipação.
Em termos gerais, apurou-se uma
satisfação global de Bom ou Muito
Adequado, destacando-se a comu-
nicação assegurada pelo Director de
Turma, qualificada de Excelente por
mais de metade dos inquiridos. As
questões em que pais e encarregados
de educação exprimem menor satisfa-
ção – Médio ou Adequado – relacio-
nam-se com a sua participação em ac-
tividades promovidas pela escola.
Quanto às sugestões e observa-
ções, registam-se 9 menções a ques-
tões de segurança, 7 a condições de
higiene, 3 sugerindo formas de me-
lhorar a participação em actividades
promovidas pela escola, 2 acerca da
oferta educativa, 2 acerca do horário
da cantina e outra sobre transportes
escolares.
Foi recolhida a opinião dos alunos
acerca da Escola, também em Maio.
Responderam 81% dos alunos diurnos
matriculados. Quer o número de res-
postas, quer o número de sugestões
recolhidas (214), indiciam elevada
participação.
Os resultados obtidos assinalam
algumas áreas a melhorar, como o
funcionamento da Associação de Es-
tudantes, a representação dos alunos
junto da Direcção e a segurança de
bens. Os alunos destacam, pela posi-
tiva, a confiança na escola, cujo am-
biente e espaço físico apreciam, e o
zelo pela segurança dos seus próprios
bens.
No que respeita aos serviços de
apoio, registam algumas queixas em
relação ao horário de almoço da Bi-
blioteca e da Cantina, e destacam a
qualidade do serviço prestado no Bar
e na Sala de Alunos, exprimindo ligei-
ramente menos satisfação com o ser-
viço prestado na Cantina e no Centro
de Recursos.
O elevado número de sugestões e
observações recolhidas impossibilita
o seu tratamento neste número do To-
que de Saída.
Professora Ana Luísa Quitério
O QUE PENSAM PAIS E ALUNOS ACERCA DA ESCOLA
UNIDOS APRENDEMOS MAIS: DO SECUNDÁRIO À UNIVERSIDADE
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
6 ESCOLA VIVA
A disciplina de Área de Projecto é uma
área curricular não disciplinar, obrigató-
ria para os alunos do 12º ano. A disciplina
pretende ajudar os estudantes a adquirirem
métodos de organização de trabalho e a de-
senvolverem a sua autonomia. O fruto desta
disciplina é expresso na construção e reali-
zação de um projecto elaborado ao longo do
ano lectivo, promovendo assim a orientação
escolar e profissional dos alunos, bem como
o seu sentido de responsabilidade pessoal
e social.
É neste contexto que nós, um grupo da
disciplina de Área Projecto do curso de Lín-
guas e Humanidades do 12º ano do Externa-
to Cooperativo da Benedita, temos vindo a
desenvolver um projecto de índole histórico-
cultural que se relaciona com o tema geral
“Alcobaça: Percursos/Recursos – Terra de
Valores e Tradições”.
Desde logo o grupo estabeleceu uma re-
lação de parceria com a Câmara Municipal
de Alcobaça. Assim, começámos por reunir
com o Dr. Bruno Letra, que pertence ao Ga-
binete de Apoio ao Presidente da autarquia,
que nos sugeriu os contornos do projecto, ao
qual demos o nome de “Walk in Alcobaça”.
O nosso trabalho consiste na elaboração de
um roteiro turístico pedestre, a implementar
no centro histórico da cidade, roteiro com-
plementado por um audio-guia. A Câmara
disponibilizou dois técnicos, o Dr. Alberto
Guerreiro e a Dra. Joana Gama, os quais
nos deram uma importante ajuda na realiza-
ção do projecto.
O audio-guia inclui duas componentes:
um mapa/roteiro, que define o itinerário que
o turista deverá seguir, e onde estão assina-
lados locais de destaque no centro histórico;
e um mp3 que, ao longo do roteiro, dá in-
formações precisas sobre os locais assina-
lados no mapa.
Gostaríamos que este projecto – que tem
como objectivos inovar e dinamizar o turismo
na cidade, fortalecer a importância do centro
histórico, valorizar e dar visibilidade ao pa-
trimónio – fosse uma semente, um embrião
a ser melhorado posteriormente pela Câma-
ra Municipal de Alcobaça, a partir do Posto
de Turismo. Assim, assumimos a responsa-
bilidade de o fazer chegar ao conhecimento
da população. Para tal, a apresentação do
projecto teve lugar no dia 21 de Maio, no au-
ditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça.
Contamos também com o apoio dos meios
de comunicação regionais, para a sua divul-
gação, e esperamos a adesão dos alcoba-
censes e dos visitantes da cidade.
Gostaríamos, finalmente, de salientar a
importância que a professora da Área de
Projecto, Dra. Teresa Teodósio, teve na con-
secução do nosso trabalho, motivando-nos e
apoiando-nos na sua concretização.
Maria Guerra, Inês Amaral, Joana Dinis,
Tiago Martins, Daniela Santos, 12º E
WALK IN ALCOBAÇA
UM PROJECTO EMBRIONÁRIO(RE)DESCOBRIR AS ROTAS DE CISTER
Somos alunas do 12º Ano, do curso de
Línguas e Humanidades e, no âmbito da
disciplina de Área de Projecto, leccionada
pela professora Teresa Teodósio, formámos
um grupo de trabalho constituído por qua-
tro elementos. Após as primeiras aulas de
abordagem a esta nova disciplina, a turma
escolheu o tema a trabalhar ao longo do
ano – “Alcobaça: Recursos/Percursos”. O
nosso grupo, por sua vez, escolheu o sub-
tema “(Re)descobrir as Rotas de Cister”.
Pretendemos com este projecto dinamizar o
concelho de Alcobaça, nas suas vertentes
turística, cultural, gastronómica e literária.
No dia 20 de Abril, apresentámos o nos-
so trabalho no Campo do Externato e, nos
dias 22 e 23, estivemos na Feira do Livro,
para realizar o jogo “Alcobacinha – o Con-
celho”, destinado às crianças do 4º ano de
escolaridade. Esta actividade iniciou-se
com uma pequena dramatização, na qual
dois monges de Cister e duas crianças da-
vam a conhecer, de uma forma lúdica e di-
vertida, o nosso concelho. Seguiu-se um
jogo em grandes dimensões com perguntas
e actividades pedagógicas.
Foi uma experiência construtiva para
a nossa formação enquanto estudantes e ci-
dadãos, e enriquecedora para o nosso fu-
turo profissional na área das humanidades,
da educação e da acção social. Tivemos um
feedback positivo dos professores e alu-
nos participantes, e fomos convidados para
apresentar o nosso projecto a outras esco-
las da freguesia da Benedita, bem como em
Alcobaça, na Festa da Criança.
Lea da Fonseca, Liliane Feliciano, Mariana Pereira,
Teresa do Carmo, 12ºE
No passado dia 12 de Março, realizou-se um semi-nário com o tema “Escola e Empregabilidade”, actividade que veio culminar um projec-to que pretendeu estreitar as relações entre a Escola e a Comunidade.
A sessão iniciou-se com uma breve intervenção do Di-rector do Externato. Seguiu-se a Dr.ª Conceição Raimun-do, um dos elementos do projecto, que apresentou os resultados dos inquéritos à comunidade sobre a sua sa-tisfação acerca da escola e dos cursos nela ministrados. A Dr.ª Isabel Beato, do IPL, segunda oradora da noite,
veio mostrar a oferta dos cur-sos do Instituto Politécnico de Leiria e respectivos pólos. O interveniente que se seguiu, Tiago Félix, ex-aluno do ECB, foi muito aplaudido pelos co-legas. Fez uma apresentação acerca da sua caminhada na escola e da importância que o Externato teve no seu per-curso. Hoje, é um trabalha-dor-estudante que luta para concluir um curso superior, à medida que vai desenvolven-do a sua actividade profissio-nal. Por fim, o Dr. Acácio Ca-tarino, reputado especialista nos temas do emprego, pre-senteou-nos com uma breve reflexão acerca da formação
escolar e da sua importância na vida profissional e social de cada um.
O ECB aproveitou para distinguir a empresa que há mais tempo colabora com a escola, oferecendo estágios profissionais, e que é tam-bém aquela que maior núme-ro de estagiários empregou – a “IVO Cutelarias”.
A equipa dinamizadora deste projecto gostaria de agradecer a todos os colabo-radores e participantes, em especial aos alunos do 12ºI, que ajudaram na organização do seminário.
Professora Lina Rodrigues
ESCOLA E EMPREGABILIDADE
ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA
ESCOLA VIVA 7
Há muitos jovens dependentes de substân-
cias como o tabaco e as drogas, sendo um
problema que também se verifica na nossa es-
cola. Para termos uma noção mais real deste
problema, realizámos uma sondagem aos alu-
nos do ECB, no âmbito da disciplina de Marke-
ting, procurando conhecer os seus hábitos de
consumo de tabaco e de estupefacientes. O
inquérito foi realizado entre os dias 1 e 10 de
Outubro de 2009, a uma amostra de 36 alunos
de ambos os sexos.
Dos 36 alunos inquiridos, cerca de 69%
afirmam já ter experimentado fumar, e 55%
consideram mesmo ser fumadores. Dos alu-
nos que se consideram fumadores, 80% afir-
mam fumar todos os dias. Destes, 20% fre-
quentam o 3º ciclo. 30% dos alunos fumam há
mais de dois anos, e 55% há mais de um ano
e menos de dois.
Os inquiridos referem que começaram a
fumar porque “dá estilo” ou apenas por curio-
sidade. 40% fumam em média menos de 5 ci-
garros por dia, ou entre 5 e 10, enquanto 15%
afirmam fumar mais de 15 cigarros por dia, e
sempre em bares ou cafés. Apesar de 30%
afirmar que os familiares sabem do seu taba-
gismo, nenhum dos alunos fuma em casa.
Quando questionados acerca do consumo
de estupefacientes, 42% já experimentaram di-
ferentes tipos de droga. Destes, 14% frequen-
tam o 3º ciclo. 60% dos inquiridos afirmam
que experimentaram por curiosidade, e 13%
referem a influência dos amigos como factor
influenciador. 28% dos alunos afirmam não ter
gostado da experiência. Todos os inquiridos
têm conhecimento de que a droga causa de-
pendência e graves problemas de saúde.
Apesar de o estudo ter sido realizado junto
de uma pequena amostra, as conclusões não
podem deixar de ser preocupantes, especial-
mente se tivermos em conta que estão con-
templados tanto alunos do 3º ciclo como do
ensino secundário. Verifica-se que os alunos
adquirem hábitos prejudiciais à saúde desde
muito cedo, sendo levados pelos amigos ou
fazendo-o como uma afirmação pessoal.
Apesar dos resultados inquietantes, 75%
dos alunos têm intenção de deixar de fumar e
83% declaram concordar com a lei que proíbe
o consumo de tabaco em espaços públicos, o
que revela alguma sensibilização para os pro-
blemas que poderão advir desta dependência
para si e para os que o rodeiam.
Confrontada com os resultados obtidos, a
escola está sensibilizada para este problema
e vem implementando acções – nomeadamen-
te no âmbito do Projecto Crescer – no sentido
de baixar o consumo de tabaco e de estupefa-
cientes, alertando os jovens e seus familiares
para os perigos deste consumo e incentivando
hábitos de vida saudável.
Ana Cláudia, Filipe Henriques, João Miguel, Marisa
Amorim, 12ºI
O CONSUMO DE ESTUPEFACIENTES ENTRE OS JOVENS DO ECB
Orgulhosa da sua história de já 45 anos, a nossa escola procurou reunir
os seus antigos alunos, trazê-los de novo ao ECB para que pudessem reafir-
mar laços de pertença e, ao mesmo tempo, compartir experiências e mundi-
vidências com os jovens que hoje frequentam o externato.
Para isso, organizaram-se, de 27 a 29 de Abril, no pequeno auditório do
CCGS, os seminários “Percursos de Antigos Alunos”, dirigidos aos actuais
alunos do 9º ao 12º ano. Contámos com a presença de vinte e cinco antigos
alunos e de trezentos e sessenta participantes. Os alunos da nossa escola
assistiram com interesse aos seminários e, no final, sugeriram a sua con-
tinuação nos próximos anos. Esta opinião foi igualmente partilhada pelos
professores e pelos antigos alunos envolvidos.
Durante a Feira do Livro, no dia 24 de Abril, foi também realizado um en-
contro, a Tertúlia com Antigos Alunos, onde estiveram presentes sete antigos
alunos e trinta participantes da comunidade escolar e local, criando-se um
clima de convivência e troca de experiências.
A Equipa da Acção de Melhoria 2 da CAF
AO ENCONTRO DOS ANTIGOS ALUNOS
NA SEMANA DA INFORMÁTICA
O 11º ano do Curso Profissional de Informática de Ges-
tão empenhou-se na criação de jogos educativos em Visual
Basic, na disciplina de Linguagens de Programação, utili-
zando conteúdos de língua portuguesa, matemática, estu-
do do meio e inglês, para o 1º ciclo.
A actividade, para cerca de 550 alunos do 1º ciclo do
Agrupamento de Escolas da Benedita, decorreu em 11 e 12
de Maio, com sucesso, a julgar pelo entusiasmo com que
as crianças participaram e pelas apreciações e sugestões
muito positivas que nos deixaram. As sessões incluíram,
além dos jogos, a exibição de vídeos infantis, espaços de
desenho livre e, ainda, quinze minutos de músicas e core-
ografias infantis.
A turma está de parabéns pois tudo decorreu tranquila-
mente, foi muito bem conseguido – dizem os professores
– e ultrapassou as nossas expectativas.
Rita Henriques, 11º G
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
8 ESCOLA VIVA
De 23 a 27 de Março, decor-reu a viagem a França dos alunos do 9º ano. Por volta das 22 horas do 1º dia, com muita agitação e adrenalina, partiram 50 alunos e 5 professoras para uma aventura rumo a Poitiers. Cerca de 20 ho-ras na estrada, com as devidas paragens. Posso dizer que todas aquelas horas no autocarro foram maravilhosas, apesar de longas. Os risos, as brincadeiras e con-versas fizeram com que o grupo se tornasse unido e cooperante, criando-se novas amizades.
No dia 24 à tarde, eis a tão es-perada chegada – com muita eu-foria, saímos do autocarro a cor-rer para explorar o sítio onde nos encontrávamos. Estivemos alguns minutos à espera de informações vindas dos recepcionistas, e logo fomos distribuídos pelos quartos, sob supervisão das professoras acompanhantes: Ana Matias, Fáti-ma Feliciano, Isabel Neto, Salomé
Lopes e Teresa Aivado. A seguir foi escolhido o Chefe de Quarto, a quem cabia a função da contagem dos seus parceiros e a responsa-bilidade dos quartos. Por fim, diri-gimo-nos aos nossos aposentos e foi-nos comunicado que tínhamos de estar prontos às 20 horas, para irmos jantar ao restaurante “La Fiesta”, que pertencia ao parque. E assim foi.
Depois de termos jantado, es-tivemos em convívio com outros grupos de alunos que perrma-neciam no parque, em especial com um de espanhóis com quem aprendemos várias expressões espanholas, e eles as portugue-sas, o que foi animadíssimo, pois no meio de tudo isto cantámos e dançámos todos juntos. De segui-da regressámos ao hotel, onde jogámos às cartas, à Verdade ou Consequência, e vimos filmes.
No dia 25 de manhã, entrámos no parque do Futuroscope cerca
das 10 horas, e aí permanece-mos durante todo o dia. Após o jantar, dirigimo-nos para o anfi-teatro do parque, onde assisti-mos ao espectáculo nocturno “La note bleue”, um misto de luz, cor e som, hologramas dançantes so-bre um lago transformado em pal-co, onde não faltou um pequeno fogo-de-artifício que as máquinas fotográficas e telemóveis não pa-raram de registar. No dia 26, as professoras deram-nos liberdade para repetirmos as experiências de que mais tínhamos gostado. Posso jurar que nunca mais vou ter sensações como aquelas. Os Robots e os Simuladores são das coisas mais incríveis! E também os outros espectáculos, como o Artur em 4D, os filmes em 3D, os Planetas…
Nesses dias, almoçámos e jan-támos com outros grupos de es-panhóis e portugueses com quem confraternizámos e acabámos tro-
cando contactos. E, no dia 26 à noite, partimos rumo a Portugal. Como vínhamos cansadíssimos, passámos a maior parte do tempo a dormir. Finalmente, no dia 27, por volta das 15 horas, chegámos à Benedita, onde os nossos fami-liares nos esperavam, ansiosos para saberem tudo acerca dos dias que passámos em França.
O que fica desta viagem são todos os momentos especiais re-gistados nas fotografias e na nos-sa memória, os sentimentos, as descobertas, os amigos feitos.
Devemos agradecer às profes-soras, por nos terem “aturado” e por terem tido a generosidade de nos acompanhar nesta tão espe-rada viagem que ficará para sem-pre no nosso coração.
Adriana Marques e Miguel Silva, 9º A
VIAGEM AO FUTUROSCOPE, FRANÇA
No dia 15 de Março, as turmas
D, E e F do 11º ano, acompa-
nhadas pelas professoras Hele-
na Guerra, Teresa Aivado, Clara
Peralta, Vanda Marques e Teresa
Teodósio, realizaram uma visita
de estudo a Sintra com o objec-
tivo de conhecer monumentos do
período romântico e de admirar
o património artístico, histórico e
natural da Quinta da Regaleira e
do Palácio da Pena.
Na Quinta da Regaleira, os
alunos manifestaram a sua satis-
fação pela qualidade dos guias,
cujas explicações desencadea-
ram a interacção com os inter-
venientes. Depois do almoço,
subimos até ao Palácio da Pena
em autocarro, excepto os alunos
e professores mais resistentes,
que fizeram a subida a pé. Aqui,
todos sentiram que seria preciso
mais tempo para usufruir da bele-
za de todos os espaços do Palá-
cio da Pena.
Esta visita integrou-se no tra-
balho de projecto dos alunos do
11ºE, cujo tema é “Fontes de La-
zer e Prazer”.
Professora Helena Guerra
VISITA DE ESTUDO A SINTRA
ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA
ESCOLA VIVA 9
Na manhã do dia 10 de Feve-
reiro, as turmas do 10º e 11º ano
de Ciências Socioeconómicas
partiram da Benedita em direcção
ao Centro Cultural de Belém, com
o intuito de apreciar a exposição
no Museu Colecção Berardo –
Arte Moderna e Contemporânea,
denominada BESphoto10.
Aí, a nossa guia apresentou-
nos algumas das obras de arte,
e fê-lo de uma forma bastante di-
nâmica, levando-nos a participar
activamente na visita e a questio-
ná-la acerca das obras expostas,
o que nos cativou. Com a aproxi-
mação da hora de almoço, fomos
saciar o nosso apetite e, de segui-
da, dirigimo-nos à pastelaria mais
próxima, onde nos regalámos com
os famosos pastéis de Belém.
E chegou a hora de realizar-
mos a parte da visita de estudo
que mais nos entusiasmava e que
mais se relacionava com a nossa
área de estudos. Com as expec-
tativas ao rubro, dirigimo-nos ao
Palácio de S. Bento, onde assisti-
mos a um plenário na Assembleia
da República. A discussão cen-
trava-se no Orçamento de Esta-
do, o que nos agradou, pois para
além de ser a matéria leccionada
na altura, conseguimos identificar
vários conceitos que rapidamente
relacionámos com outros temas já
estudados.
Depois deste contacto com al-
gumas das figuras políticas mais
relevantes do país – e do esforço
feito para escutarmos sem qual-
quer tipo de manifestação – saí-
mos enfim da Assembleia e diri-
gimo-nos ao autocarro. A viagem
de regresso a casa foi bastante
animada.
Alunos do 10º E e 11º C
VISITA DE ESTUDO ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Na tarde do dia 24 de Março de
2010, a turma E do 11º Ano realizou,
na Fonte Mariana, um conjunto de acti-
vidades integradas no seu projecto de
turma, “Fontes de Lazer e de Prazer”.
Foi convidada para participar nesta tar-
de de diversão e aprendizagem a turma
da professora Magda Carvalho, da Es-
cola Básica de Frei Domingos.
A primeira actividade consistiu na
realização de um peddy paper envol-
vendo questões relacionadas com o
ambiente e com as fontes do nosso
concelho. De seguida, as crianças e
os jovens, em conjunto, plantaram uma
árvore. E as actividades continuaram
com jogos e com a projecção de um
vídeo sobre o ciclo da água e de um
trabalho sobre as fontes observadas na
Quinta da Regaleira, durante a visita
de estudo aí efectuada pelo 11º E. As
professoras declamaram poemas rela-
cionados com as fontes e a tarde termi-
nou com uma merenda de crepes feitos
pelos alunos da turma.
Os objectivos da tarde foram total-
mente cumpridos e as crianças, além
de aprender, puderam compreender a
importância das fontes como locais de
lazer e prazer.
Bianca, Mariana e Lucas, 11ºE
A FONTE MARIANA
O ano passado participámos
no Dia do Francês, gostámos da
experiência e decidimos participar
também este ano. Surgiram-nos
várias ideias e fomos falar com
a nossa professora de Francês.
E daí veio a ideia do “Can Can”,
sendo o nome do nosso grupo
“Moulin Rouge”, inspirado no fa-
moso cabaré parisiense onde es-
tas bailarinas actuavam.
Uma vez que éramos só rapa-
rigas, pensámos que era melhor
convidar alguns rapazes, para
que o grupo ficasse mais comple-
to. Preparámos uma coreografia e
ensaiámos várias vezes, até que
ficasse perfeita.
No dia do Francês, 3 de Mar-
ço, fizemos tudo como tínhamos
combinado. E tivemos de dançar
segunda vez, pois posicionámo-
nos nos três primeiros lugares.
Quando chegou a altura de anun-
ciar os vencedores, ficámos muito
felizes, pois obtivemos o 1ºlugar.
Ao mesmo tempo, a turma do 8º H
esteve a fazer deliciosos crepes,
que recebemos como prémio,
para além de um dicionário, um
certificado de participação e um
chupa.
Como conseguimos alcançar o
1º lugar no desfile do Dia do Fran-
cês, convidaram-nos para partici-
par no Sarau das Línguas.
Foi tudo muito divertido.
DIA DO FRANCÊS NO EXTERNATO
Carolina Tereso, Joana Silva, Cristiana Saturnino, Mariana Lopes, Mariana Pedro,
Luís Tinta, Joel Vicente e Nuno Ribeiro, 8º C; Miguel Machado e Guilherme Silva, 8º B
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
ARTE E CULTURA10
ENTRE LIVROS
“Don´t ask
me nothin´
about nothin´ /
I might just tell
you the truth”-
Outlaw Blues
Nascido a
24 de Maio de
1941, Robert
Allen Zimmer-
man adoptou
em 1960, com
19 anos de ida-
de, o nome ar-
tístico de Bob Dylan. Este foi um dos actos
de uma história de vida até aí já complexa e
fecunda, como afirmou numa entrevista em
1965: “O meu passado é tão complicado que
ninguém acredita”.
Ao longo da sua vida como músico e son-
gwriter, abordou vários géneros musicais: folk,
blues, country, rock, gospel, swing, jazz... As
letras das suas canções abordaram temas po-
líticos, sociais, filosóficos e literários, mas, a
partir de 1965, tornaram-se mais pessoais, in-
trospectivas e por vezes surreais. Outro facto
decisivo da sua vida artística foi o assumir um
som eléctrico que escandalizou os folksingers
da época. Em 1965, no Newport Folk Festival,
e na digressão inglesa de 1966, foi vaiado pe-
los puristas de um som mais acústico.
Rodeou-se sempre de excelentes músicos,
mas o grupo que melhor o complementou foi
um conjunto de músicos notáveis conhecidos
como The Band, que o acompanhou na segun-
da metade dos anos 60 e nos anos 70.
Nunca seguiu nenhuma moda, mas foi cria-
dor de várias, seguido e plagiado por muitos.
É talvez, juntamente com os Beatles, a figura
central da música dos anos 60, e as suas le-
tras foram cantadas por muitos outros, muitas
vezes levando-os à glória, como sucedeu com
os Byrds em 1965, e com a canção “Mister
Tambourine Man”.
A sua imagem e o seu timbre de voz tam-
bém se modificaram ao longo dos tempos. Nas
décadas de 70 e 80 do século passado, atra-
vessa fases de menor criatividade, mas nos
anos 90 ocorre como que um renascimento, e
tem até hoje produzido grandes discos.
Estes são alguns aspectos de uma perso-
nagem camaleónica e também ambígua, mas
com um profundo impacto na cultura e na mú-
sica popular.
Escolher uma canção chave na obra de
Bob Dylan é difícil, mas “Like a Rolling Sto-
ne”, de 1965, será talvez essa canção – a le-
tra de grande poder poético, a expressividade
da voz de Dylan, o orgão de Al Kooper, a gui-
tarra eléctrica de Michael Bloomfield, tornam-
na intemporal, aliás como toda a obra de Bob
Dylan.
Discos recomendados: “Highway 61 Re-
visited”(1965), “Blonde on Blonde”(1966),
“Blood on the Tracks”(1974), “Time Out of
Mind”(1997). Filmes: “Don´t Look Back”(1967)
– D.A. Pennebaker, e “I´m not There”(2007) –
Todd Haynes.
Professor Francisco Franco
Neste edição, convidamos os leitores a
descobrirem o que lê alguém da área das
ciências, neste caso um professor de Mate-
mática, uma funcionária da Biblioteca e uma
colega do curso de Artes Visuais.
Vejamos, então, o que nos disse o profes-
sor de Matemática do Externato Cooperativo
da Benedita, Francisco José Veiga Martins,
de 41 anos, sobre os seus hábitos de leitura:
O livro que mais gostou de ler: O Livro do
Desassossego, de Bernardo Soares.
O livro que mais lhe custou a ler: Jangada
de Pedra, de José Saramago.
O escritor que mais aprecia: Miguel Sousa
Tavares.
Os livros que anda a ler: Intuição, de Al-
legra Goodman, e a nossa necessidade de
consolo é impossível de satisfazer, de Stig
Dagermam.
Os livros que aconselha: Caim e Ensaio
sobre a Cegueira, de José Saramago.
A Catarina Silva tra-
balha na Biblioteca do
Externato há já alguns
anos e, muito amavel-
mente, respondeu às
nossas perguntas sobre
os livros que lê:
O livro que mais
gostou de ler: Inkheart,
Coração de Tinta, de
Cornelia Funke, e Casei com um Massai, de
Corinne Hofmann.
O livro que mais lhe custou a ler: Ensaio
sobre a Cegueira, de José Saramago. «Senti
uma dor enorme enquanto o estava a ler»,
disse.
O escritor que mais aprecia: Agatha Chris-
tie. «Gosto muito dos seus policiais.»
O livro que anda a ler: A Concubina Rus-
sa, de Kate Furnivall.
O livro que aconselha: A Cabana, de WM.
Paul Young. «É um livro que dá que pensar, é
muito bonito, aconselho vivamente».
Finalmente, vejamos o
que nos disse a Daniela
Siopa do 12º F sobre o que
gosta de ler e o que acon-
selha aos leitores:
Os livros que mais gos-
tou de ler: Memorial do
Convento, de José Sara-
mago, Mensagem, de Fer-
nando Pessoa e Novos
Contos da Montanha, de Miguel Torga.
O livro que lhe custou mais a ler: Os Maias,
de Eça de Queirós.
O escritor que mais aprecia: Fernando
Pessoa.
O livro que anda a ler: Jangada de Pedra,
de José Saramago.
O livro que aconselha: Mensagem, de Fer-
nando Pessoa.
Vanessa Martins, Flávia Silva,
Margarida Serralheiro, 10º F
BOB DYLAN
SARAU CULTURALPara encerrar a Semana das Línguas do ECB, os Grupos de Português, Francês e In-
glês/Alemão organizaram um Sarau Cultural que decorreu no auditório do CCGS, no dia 5
de Março, às 21h. Nesta actividade, participaram cerca de 200 alunos e ex-alunos que, de
forma irrepreensível e durante cerca de duas horas, declamaram poesia, dramatizaram tex-
tos diversos, apresentaram coreografias e dança de vários géneros, interpretaram canções,
enfim, encantaram com a sua autenticidade, empenho e vontade de engrandecer aquela que
é ou foi a sua escola.
Na plateia repleta, não couberam todos os pais e familiares destes alunos que, igualmente
generosos, não se pouparam a esforços para permitir que as suas ”pequenas estrelas” bri-
lhassem naquela noite chuvosa de sexta-feira.
Professora Fátima Feliciano
ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA
ARTE E CULTURA 11
SUGESTÃO DE LEITURA
(RE)LER AQUILINO
Os Maias é um romance do
século XIX que há várias déca-
das é lido pelos alunos do 11.º
ano. Será que continua a cativar
a atenção dos jovens estudantes?
Penso que sim.
A obra, publicada em 1888, é
uma das mais importantes de toda
a literatura narrativa portuguesa. A
história ocupa-se de uma família,
de seu nome Maia, e envolve três
gerações (Afonso, Pedro e Carlos
da Maia), centrando-se na última
geração, uma vez que dá mais
relevância aos amores incestuo-
sos de Carlos e Maria Eduarda.
A história familiar é também um
pretexto para o autor fazer uma
crítica à situação política e cultu-
ral decadente e à alta burguesia
lisboeta, oitocentista. Mas vamos
aos Maias, isto é, às personagens
que constituem a família.
Afonso da Maia é um senhor
baixo, maciço, de ombros qua-
drados e fortes. A cara larga, os
cabelos brancos, muito curtos, e
a barba comprida. Provavelmente
a personagem mais simpática do
romance. Não se lhe conhecem
defeitos. É um homem de carácter
culto e requintado nos seus gos-
tos. Enquanto jovem, adere aos
ideais do liberalismo e é obriga-
do a sair do país. Instala-se em
Inglaterra. Depois de seu pai fa-
lecer, regressa a Lisboa e casa
com Maria Eduarda Runa, com
quem tem um filho, Pedro. Após o
suicídio do filho, Afonso dedica a
sua vida ao neto, Carlos. Morre de
uma apoplexia, quando descobre
os amores incestuosos dos seus
netos.
Pedro da Maia, quando crian-
ça, tinha face oval, olhos belos.
Apresentava um temperamento
nervoso e grande instabilidade
emocional. O narrador dá gran-
de importância aos traços físicos
e psicológicos herdados por esta
personagem do ramo familiar dos
Runa. Pedro é vítima do meio lis-
boeta e de uma educação retró-
grada.
Carlos era um belo e magnífico
rapaz. Era alto, bem constituído,
de ombros largos, olhos negros,
pele branca, cabelos negros e on-
dulados. Tinha barba fina, casta-
nha escura, pequena e aguçada
no queixo. O bigode era arqueado
aos cantos da boca. Carlos era
culto, bem-educado, de gostos
requintados. Ao contrário de seu
pai, o seu carácter é resultado
de uma educação inglesa. É co-
rajoso, frontal e generoso. Toda-
via, apesar da educação, Carlos
fracassou, em parte por causa
do meio onde se instalou – uma
sociedade fútil e sem estímulos.
Eça quis personificar em Carlos a
Geração de 70, a que fez a Ques-
tão Coimbra e as Conferências
do Casino e que acabou no gru-
po dos Vencidos da Vida, de que
Carlos é um bom exemplo.
Maria Eduarda era uma bela
mulher: alta, loira, bem-feita, sen-
sual e delicada, é uma persona-
gem planeada em poucos traços;
o seu passado é quase desconhe-
cido, o que contribui para o encan-
to que a envolve. A sua caracteri-
zação é feita através do contraste
entre ela e as outras personagens
femininas e, ao mesmo tempo,
chega-nos através do ponto de
vista de Carlos, para quem tudo o
que viesse de Maria Eduarda era
perfeito.
Esta é uma obra que apresenta
toda uma história do século XIX.
Hoje, os alunos do 11.º ano lêem-
na com emoção (embora a consi-
derem difícil e muito extensa) e
verificam que é actual e que mui-
tas das críticas feitas se adaptam
aos seus dias. Podemos pergun-
tar: quantos Dâmasos andam por
aí? E Egas? E como está a nossa
“Instrução Pública”? Estará me-
lhor do que no século XIX?
Posso deixar o meu testemu-
nho: li integralmente e gostei. É
uma obra que aconselho a todos.
Liliana Querido do Couto, 11ºG
No ano em que se come-mora o centenário da Repúbli-ca é obrigatório falar de Aqui-lino Ribeiro, não só porque era um republicano convicto, mas também porque é um dos grandes nomes das nossas letras, que soube como pou-cos combinar a rusticidade com a erudição, revelando os esplendores e as misérias do Homem. É pena que os pro-
gramas escolares e os orga-nizadores de manuais se es-queçam, ostensivamente, de alguns dos melhores textos que se escreveram em língua portuguesa, (veja-se o caso paradigmático de Alexandre Herculano). Por isso, neste espaço de sugestão de livros e descoberta da leitura, quero convidar à (re)leitura de An-dam Faunos pelos Bosques, poderia ser A Casa Grande de Romarigães, Quando os Lobos Uivam, ou O Malhadi-nhas, todos eles merecedores da atenção dos que já têm há-bitos de leitura consolidados, mas principalmente dos mais jovens que agora começam a tomar o gosto pelos livros, no entanto, parece-me que es-tes romances terão ofuscado aquele que, na minha opinião, melhor revela a elasticidade da escrita de Aquilino e a sua imensa capacidade de captar
o modus vivendi das aldeias beirãs, as suas crenças e os seus mistérios.
No romance Andam Fau-nos pelos Bosques é retrata-da a vida e a fé de um grupo de padres das terras beirãs, sendo-nos contada através deles a história misteriosa da sedução das raparigas mais bonitas da região por uma criatura que elas não conse-guem identificar. Inicia-se en-tão a caça à terrível besta, do sacrifício voluntário de uma das donzelas mais bonitas da terra, à espera de Jirigodes, o namorado despeitado, que tenta surpreender o demónio nas suas andanças noctur-nas, todas as estratégias são postas em prática e, então, adensa-se o mistério. Descu-bra-o, (re)lendo as deliciosas descrições do romance de Aquilino Ribeiro.
Professora Luísa Rocha
OS MAIAS DE EÇA DE QUEIRÓS
A OBRA QUE PASSA PELAS MÃOS DOS JOVENS HÁ VÁRIAS DÉCADAS
TOP 101º - O Velho e o Mar – Ernest Hemingway
2º - Felizmente Há Luar – Luís de Sttau Mon-
teiro
3º - A Metamorfose – Franz Kafka
4º - À Beira do Lago dos Encantos – Maria
Alberta Menéres
5º - Dentes de Rato – Agustina Bessa-Luís
6º - Lua Nova – Stephenie Meyer
7º - Um Momento Inesquecível – Nicholas
Sparks
8º - O Velho Que Lia Romances de Amor –
Luís Sepúlveda
9º - O Triunfo dos Porcos – George Orwell
10º - Crónica dos Bons Malandros – Mário
Zambujal
Os livros mais requisitados na Biblioteca
do ECB nos meses de Fevereiro a Abril de
2010.
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
OLHAR CIRCUNDANTE12
Estou farta de mexericos, detesto-os. Quando vou para o trabalho, sou seguida pelo mexerico, quero livrar-me dele, mas ele solta gargalhas e regressa à torrente de palavras insignificantes. Quando vou às compras, fica à porta a fazer os seus juízos, e os de cada um em particular. Se me sento com um amigo ou amiga, sem ser convidado, de dois faz três. Quando estou em lugares mais solenes, de culto ou de ensino, encontro o pai e a mãe do mexeri-queiro vestidos pela falsidade e pela hipo-crisia. Ao regressar a casa, ao entardecer, também aí o encontro, como uma cobra que parece pendurar-se no meu tecto, ou rastejar pelos cantos da minha casa.
Em suma, o mexeriqueiro está em toda a parte, onde poderá um(a) amante do si-lêncio repousar?
Existirá algum sítio onde não haja tráfi-co de conversa barata? Depois, há grupos de mexeriqueiros que se agridem mutua-mente com toda a espécie de mexericos e se deliciam com os “sons” que provocam uns nos outros. Para mim, a classe pior de mexeriqueiros é o grupo que se finge ador-mecido, mas com o seu ressonar se acorda a si próprio de tempos a tempos, para dizer “Quão eruditos somos!”
Com o meu próprio mexerico, satirizei o mexeriqueiro e os seus amigos, mas tam-bém sou um deles.
Rosário (Zaira), funcionária administrativa
OS MEXERICOS E OS MEXERIQUEIROS Esta podia ser a identificação da Europa
daqui por não muitos anos, mais precisamen-te em 2050, como apontam as previsões. Não só será uma Europa mais envelhecida, como também uma Europa menos povoada. Para essa data, prevê-se também a ocorrência de um facto histórico à escala planetária: have-rá mais pessoas acima dos sessenta anos (cerca de 21%) do que com menos de quinze anos.
O envelhecimento do velho continente co-meça a partir dos anos setenta, quando os europeus passaram a ter menos bebés, inver-tendo a situação dos anos do pós-guerra, pe-ríodo no qual a população europeia cresceu como nunca (geração dos baby-boomers). O envelhecimento da população deve-se tam-bém ao espectacular aumento da esperança média de vida ao longo do século XX, graças aos progressos da medicina, da alimentação
e da higiene. Se no início do século a espe-rança de vida oscilava entre 30 a 45 anos, hoje a média planetária ronda os 67 anos.
Este envelhecimento da população eu-ropeia tem efeitos mais nefastos do que se pode, à partida, pensar. Significa que com menos jovens a descontar para a segurança social, haverá menos recursos, nos diversos países, para fazer face ao número cada vez maior de desempregados e reformados.
Esta situação só se alterará quando os portugueses, e os europeus em geral, se consciencializarem de que é necessário ter mais filhos, se bem que para isso seja fun-damental o apoio dos governos, através de creches gratuitas, maior apoio financeiro às famílias, gratuitidade dos serviços escolares e médicos.
Tiago 9º H
UMA EUROPA GRISALHA
Texto Vencedor do Concurso Literário da Semana das Línguas - Alemão
ICH WEIβ NICHT…
Ich lüge nicht, es gibt etwas in dir, das mir bezaubert.Ich habe Angst vor diesen Gefühlen, dieser Faszination.Ich bin zu viel täuschend für dich, aber ich habe Angst, dass du mir enttäuschst.Ich weiβ nicht, ob ich dich liebe aber ich hoffe es bald entdecken.Du wurdest ein Laster für mich aber ich weiβ nicht, ob ich es ernähren kann, weil ich mit dir wenige Male bin.Ich fühle Sehnsucht, ich will mit dir sein.Ich weiβ nicht, ob diese Gefühle Liebe sind aber ich hoffe, dass du mir es sagst. Die Art, die du mir es sagen wirst, nur du weiβt.
Mariana Lourenço Boita Agostinho, 11ºD
HOMENAGEM AO CÓNEGO JOSÉ MENDES SERRAZINA
Nesta edição do Toque de Saí-da, dedicamos a rubrica Lugar da Memória a um homem a quem a Benedita muito deve, e em especial o Externato Cooperativo da Bene-dita, e que nos deixou no passado dia 12 de Maio. Falamos do Cóne-go José Mendes Serrazina.
Nasceu no lugar de Moita do Ga-vião, freguesia de Benedita, onde frequentou a escola primária. Fez o curso preparatório nos seminários de Santarém e de Almada, e o cur-so maior nos Olivais, tendo sido or-denado sacerdote na Sé Patriarcal de Lisboa, a 29 de Junho de 1950.
O seu vasto curriculum dá-nos uma ideia deste beneditense, que fez da sua vida “uma entrega total a Deus e ao próximo”. Foi professor e prefeito do seminário de Santarém, assistente eclesiástico da Acção Católica Rural em plano nacional e diocesano de Lisboa. Entretanto, durante o ano lectivo de 1961/62, frequentou, em Roma, no Centro
Internacional do Movimento por um Mundo Melhor, o curso “Pró-Eccle-sia”. Fez parte da Comissão Prepa-ratória da Reestruturação Pastoral do Patriarcado, foi vice-reitor do seminário dos Olivais, sendo se-guidamente nomeado director do Secretariado Diocesano da Pasto-ral das Vocações do Patriarcado, cargo que exerceu até 1973. No mesmo ano, foi nomeado assisten-te eclesiástico da Caritas Diocesa-na de Lisboa e director do Secre-tariado Diocesano de Acção Social e, em1974, assistente nacional da Caritas Portuguesa. Em Maio de 1984, e por Despacho do Ministro do Trabalho e Segurança Social, foi nomeado membro da Comissão Interministerial da Família, como individualidade nomeada pelo re-ferido Ministro. Em 1982, fundou a Equipa do Curso de Preparação para o Matrimónio na Benedita, que orientou até 2000. Cónego da Sé de Lisboa, desde Julho de 1989, e
Secretário-Geral do Patriarcado de Lisboa, de 1990 a 1997. De 1997 a 2000, foi pároco na Freguesia dos Anjos, em Lisboa.
Embora longe da Benedita, pe-los vários cargos que ocupou, nun-ca esqueceu a sua terra, e foi um dos grandes impulsionadores e co-fundador do Instituto Nossa Senho-ra da Encarnação – Cooperativa de Ensino e Cultura, decorria o ano de 1965, sendo membro dos órgãos sociais ao longo de vários anos.
Neste momento, lembramos o Cónego Serrazina como um homem que dedicou grande parte da sua vida à Igreja, mas também aque-le que nunca esqueceu as causas sociais nem as suas raízes bene-ditenses. Por tudo o que fez resta-nos dizer: Muito obrigado, Cónego Serrazina.
Professora Maria José Jorge
ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA
OLHAR CIRCUNDANTE 13
Augusto Manuel da Costa Coutinho nasceu
em 1940, em Coimbra, tendo vivido aí até aos
7 anos. Parte para Moçambique com os pais,
regressando aos 17 anos,
altura em que conclui o Liceu
e ingressa na Universidade
de Coimbra para se licenciar
em Geografia. É casado com
M.ª Helena Coutinho, pai de
2 filhos e vive há cerca de 40
anos nas Caldas da Rainha,
tendo exercido docência
no ECB até ao ano lectivo
2008/2009.
Tendo nascido em
Coimbra, como chegou às
Caldas da Rainha?
O facto de ter de cumprir o
serviço militar obrigatório
trouxe-me, em 1964, para
as Caldas da Rainha.
Depois fui mobilizado para
a Guiné como oficial de
infantaria durante dois
anos e regressei em 1967
a Portugal. Estive em
Coimbra a acabar o curso de
Geografia, ao mesmo tempo
que trabalhava na Caixa
de Previdência. Em 1968,
volto definitivamente para
as Caldas, para leccionar
na Escola Comercial e
Industrial das Caldas da
Rainha (actual Escola
Rafael Bordalo Pinheiro).
Como surgiu a ligação ao
ECB?
Por um acaso. A determinada
altura, havia falta de
professores no ECB e o Dr. Sapinho convidou-
me para, como professor acumulante, suprir
essa falta, e assim foi. Depois mantive-me por
lá até 2009, tendo apenas interrompido num
período curto de tempo para realizar o estágio
pedagógico, em Leiria.
Como assistiu à consolidação de uma
escola com a dimensão actual que tem o
ECB?
Conheci a escola desde que as paredes não
estavam pintadas (gargalhadas). Recordo-me
de existirem aulas de cozinha num barracão.
Foi uma transformação radical que não
fica ao alcance de qualquer entidade. Esse
desenvolvimento deve-se muito ao perfil
dinâmico do Dr. Sapinho.
Sabemos que contribuiu para incrementar a
prática da modalidade de judo na Benedita.
Como é que tudo começou?
Os meus primeiros passos nesta modalidade
foram dados na Associação Académica de
Coimbra. Posteriormente, fui convidado
pelo Dr. Sapinho a implementá-la no ECB.
Lembro-me que o início não foi fácil, não
havia condições materiais, de tal modo que
começámos a praticar no coro do antigo Salão
Paroquial.
A primeira turma contava com largas dezenas
de praticantes. Os cursos eram abertos a toda
a comunidade. Fui instrutor durante anos;
mais tarde, alguns alunos tiraram o curso de
instrutor e deram prosseguimento à actividade,
tendo sido o primeiro o Manuel Faustino da
Silva (o actual chefe da secretaria do ECB).
Participámos em muitas provas e ganhámos
vários títulos. Quando se realizavam as
provas pelo país, criava-se um ambiente de
familiaridade entre todos. Esta modalidade
deu muita visibilidade ao ECB.
Aquando do aparecimento do Desporto
Escolar, introduziu-se a esgrima e eu assegurei
o lugar de treinador. Já dava esgrima na
Escola Rafael Bordalo Pinheiro, e depois o Dr.
Sapinho mostrou-se interessado em introduzi-
la também no ECB. A meu ver, a esgrima foi
um sucesso em termos de resultados, foram
muitos os títulos conquistados e houve muitas
campeãs nacionais.
Decerto, ao longo destes
anos, passou por algumas
situações divertidas aqui
na Escola. Quer partilhar
alguma connosco?
Claro, são muitos anos no
mesmo local e há sempre
situações engraçadas que
ficaram na memória. Lembro-
me de uma muito curiosa que
remonta há muitos anos atrás,
ainda naquele tempo em que
havia aulas de culinária no
ECB, integradas no Curso de
Formação Feminina. As alunas
faziam pratos deliciosos e eu
era quase sempre convidado
para dar um parecer e
acabava por comer imenso,
de tão deliciosos que eram.
Foram épocas diferentes
que me marcaram enquanto
profissional do ensino e
enquanto pessoa. Lembro-
me ainda das festas, teatros
e espectáculos musicais que
decorriam com regularidade;
houve alguns em que a minha
mulher era convidada para
cantar fado.
Na condição de professor
durante quatro décadas,
como tem reagido às
mudanças no sistema
educativo ao longo destes
anos?
Lá me fui adaptando às
mudanças, mas olho com
muito receio o futuro da educação, porque
julgo que o critério economicista é que tem
servido de base às reformas educativas.
Qualquer mudança é mais uma tentativa para
poupar. Por outro lado, instalou-se um clima
de facilitismo, totalmente coerente com o
critério economicista que referi.
Para finalizar, gostaria de deixar alguma
mensagem para os próximos 45 anos?
Apesar do panorama actual da educação,
desejo que o ECB continue a ser uma grande
escola, com a qualidade que sempre lhe
conheci. Isso é mesmo o mais importante, e
falo de qualidade em todos os campos. Todos,
sem excluir nenhum, pois esta instituição
sempre procurou a qualidade.
Entrevista feita pelos professores Clara Peralta,
Ricardo Miguel e Valter Boita
ENTREVISTA AO PROFESSOR AUGUSTO COUTINHO
“APESAR DO PANORAMA ACTUAL DA EDUCAÇÃO, DESEJO QUE O ECB CONTINUE A SER
UMA GRANDE ESCOLA, COM A QUALIDADE QUE SEMPRE LHE CONHECI.”
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
RECRIAR O MUNDO14
AGITAÇÃO MARÍTIMA
O mar vai…
O mar regressa…
A vida que cai
E um amor que nunca cessa
Ostento a tua alma
Ladeio o teu corpo brando
A Natureza fica calma
E os passarinhos cantando.
Que sonho tão bom
Que abraços inseparáveis
Ao embalo deste som
De beijos inacabáveis.
O tocar prolongou-se
O carinho nunca acabou
A voz adiantou-se
E tudo começou.
Duas almas estendidas
Dois corpos temidos
Duas vidas esquecidas
Num tocar tão sentido.
O vento aviva
Acalmando os sussurros
Que se traduzem numa ameaça
Para os perigos futuros.
As pétalas caem
Com a fúria do sofrimento
As lágrimas sobressaem
Na ausência de contentamento
Um raio iluminou o nosso rosto
A vida sorriu e proclamou:
Não vos deixais levar num desgosto
A vida é uma maravilha que vos alegrou.
As lágrimas partiram
O rio secou
Os rostos sorriram
E a vida parou.
Um beijo emergiu
Os lábios encarnaram
Um pássaro surgiu
Embalando o sonho em que ficaram.
As últimas palavras ressoaram
Os dois amores nunca se abandonaram
E agora que os últimos avisos sobrevoaram
Os dois corpos lá se separaram.
Uma despedida temível
Abraços e beijos memoráveis
Mais um dia inesquecível
E mais belos momentos relembráveis.
Joana do Mar, 12º C
LIBERDADE DE VIVER
Sinto uma tristeza
Sem fim
Dentro de mim
O meu coração
Bate como um relógio
Sinto um calafrio
Dentro do meu ser
Esta dor é tão forte
Que quase me derruba
A minha mente
Desapareceu no infinito
Não sei explicar
Este vazio dentro
Do meu corpo
Como continuar
Gostava de ser uma semente
Para ser transportada pelo vento
Gostava de soltar a minha mente
E deixá-la à deriva por um momento
Sem parte definida
Sem local de chegada
Sem destino
Queria voar, voar, voar…
Queria sentir, sentir…
Queria apanhar…
Essa Liberdade de Viver
Ser livre no tempo
Soltar todo o meu ser
Libertar-me das amarras da vida
Ser livre de voar pelo mundo
Ai, como eu queria ser assim
Sara Catarina dos Santos Geménio, 11º H
PASSAGENS DA VIDA
Há momentos de todas as coresHá sentimentos de todos os feitios!
Oh! Como tudo começa...Na ternura de ser pequenino:De já sentir o coraçãoA bater, a bater e a baterSem saber bem porque razão Amamos de tal forma!
Oh! E quando nascemos...Nem se contam os batimentos que vãoEm três pequenos corações,Que alegria, que felicidade!
Oh! Quantas são as mãos Do mundo que se entrelaçamA ajudar, a partilhar, a abraçar.
Mas não é sempre assim...
Porque existe o mau,Dominante da guerra,Capaz de separar todos De todas as formas:Derrubando a sensibilidadeFechando os olhos Traindo as coresDos bons momentos.
Mas felizmenteNão supera o Amor.Sim, aquele sentimentoMesmo, mesmo invencível!É impressionanteAquilo que somos capazes De fazer por ele...
Somos capazes De chegar ao infinito,De saborear o impossívelE até de o próprio ser abandonar —
Tudo, mas mesmo tudo,
Por uma grande razão.
(Aquela pela qual te escrevo).
Danny Siopa, ECB
Corria, fugaz e apressadamente, o ano de 1965. A história vincava-se a cada instante. A mini-saia envolvia o corpo feminino, liberto. A guerra era o sobrenome do Vietname. Os “Beatles” eram aclamados mundialmente. E…nasci. A 23 de Fevereiro. Harmoniosa e humil-de, numa pequena fábrica de cutelaria desac-tivada, aqui, no meu berço: Benedita (curiosa-mente tal como sou: Benedicta).
O meu nome? Instituto Nossa Senhora da Encarnação, Cooperativa de Ensino e Cultura. Longo! Vulgo: Externato Cooperativo da Be-nedita. Filiação: Aventura e Coragem. Aventu-ra, sim, mobilizadora das competências dos, então sonhadores, habitantes da Benedita. Coragem sim, em fintar a realidade, opressi-va e ditatorial, então em vigor em Portugal. Uniram-se, deixando um embrião que cres-ceu, que hoje sou. Embrião este com origem no pensamento dos meus fundadores.
Missão? Três: elevação dos níveis de
escolaridade, desenvolvimento local e valo-rização cultural. Pois, foi neste contexto que cresci. Como escola que sou, fui “mãe” de muitos com grandiosas capacidades, disponí-veis ao bem comum.
E hoje? Hoje volto a nascer! Faço qua-renta e cinco anos. Sim, o tempo passou por mim. A verdade é que envelheci, feliz e cum-pridora de sonhos e missões. Mas sinto-me nascer a cada instante para a fugaz novida-de, com a certeza eterna de que continuo a merecer e exigir o empenho, esforço e dedi-cação de todos quantos me sonharam e so-nham. Porque hoje sou mais do que obra que Homens sonharam. Hoje sou rainha coroada de êxito e prova viva de que quando o Homem conhece o segredo da intensa palavra “Que-ro”, cumpre-se a obra, cumpre-se o Homem, cumpre-se o sonho.
Filipa Isabel Serrazina, 12ºC
A MINHA ESCOLA FAZ 45 ANOS…
1º Prémio - Ensino Secundário
ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA
15RECRIAR O MUNDO
Escrever. Produzir. Elaborar um texto, eis o desafio!
O desafio fora lançado numa situação em particular – para o concurso literário subordi-nado ao tema: A minha escola faz 45 anos…
Os alunos reagiram das mais diversas for-mas: uns por interesse, outros com indiferen-ça e outros, ainda, por ver somente.
Interesse? Sim! Mas como fazer um texto (Ainda por cima para concurso!) sobre a Es-cola que muitos frequentam e sobre a qual só sabem como é?
Bem, talvez seja altura de perguntar quem são os interessados. Do sétimo ao décimo se-gundo ano, ainda são bastantes.
Quem precisa de ajuda? Os mais peque-nos, claro! Diriam os mais desatentos. Os mais pequenos necessitam, sem dúvida, de mais atenção e orientação. Não convém es-quecer que os outros… também.
De que precisam? Ajuda. É que as pergun-tas surgem em catadupa: Que tipo de texto fazer? Ficção, descrição, reflexão ou opinião? A história da Escola e da Benedita, onde pro-curar? Como tratar a informação?
Pois é, não é fácil! As ideias até podem
deambular pelas cabeças pensadoras, no en-tanto é difícil colocá-las no papel. Afinal, há que falar da ESCOLA para que se perceba a importância que tem e teve, ao longo de todos estes anos… E depois… talvez se ganhe o primeiro lugar… se fique conhecido… alguém fique orgulhoso…
Conclusão, escrever NUNCA é fácil! O tur-bilhão de ideias deverá ser controlado, resul-tando num TEXTO com qualidade. É preciso não esquecer que o acto de escrita deverá revelar construção de conhecimento. Deverá revelar um discurso coerente, coeso, organi-zado, conjugado com a elaboração estética e diversidade de vocabulário. Não esquecendo o sentido crítico e uma boa dose de sensibi-lidade.
Ora em que ficamos? Alguém se aventurou a tal desafio? Escreveram ou não?
Sim, senhor! Pesquisaram, escreveram, riscaram, rasuraram… Inspiraram e inspira-ram-se … e voilá! Apareceram alguns textos para o tão divulgado concurso: reflexões, descrições, memórias, narrações, …houve de tudo um pouco.
E os concorrentes foram muitos? Qua-
renta e seis. Chegam? São suficientes para os professores, membros do júri, lerem, ana-lisarem, se desanimarem ou deliciarem com o produto!
Mas deliciaram-se? Sem dúvida! Quais provadores de um bom vinho, de um bom doce com cereja no topo,… Revelando mais uma vez a capacidade de jovens escritores, uns mais verdes, outros mais maduros.
As palavras podem falhar quando quere-mos exprimir um pensamento ou uma rea-lidade! No caso em particular de que falo – os textos para o Concurso Literário - tal não aconteceu para os escolhidos a premiar (três primeiros lugares distribuídos por cada um dos ciclos, básico e secundário, havendo dois em ex aequo no terceiro lugar).
À moda de Carlos Drummond de Andrade, diria: É preciso salvar a escrita, é preciso crer nos alunos, é preciso apagar as dúvidas, é preciso ler bons autores, é preciso acreditar, é preciso anunciar para algo nascer!
Professora Lucília Borges
O DESAFIO DE BEM ESCREVER
Eu sou aluna do Externato Cooperativo da Benedita e vou contar uma história que inven-tei, mas que poderia ter acontecido. Bem, aqui vai...
A história começa há 45 anos, com um gru-po de crianças que fazia uma corrida de bici-cleta na estrada, quer dizer, naquele tempo, caminho de cabras. Naquela altura já existia a Igreja, talvez não tão bonita como hoje; exis-tiam, também, algumas casas que hoje já não existem. Aquele grupo de crianças iria ser a primeira turma desta prestigiada escola, mas isso é assunto para mais tarde. Aquelas crian-ças, que agora paravam à frente de um bar-racão ao lado da igreja, tinham um desejo, o desejo de aprender, mas não podiam, porque para aprender tinham de ir para uma escola e a escola era muito longe daquela terra.
- Tive uma ideia! - disse o João, de repente - podíamos ter aulas neste barracão.
- Pois! Seria óptimo, bestial, maravilhoso, se tivéssemos aulas aqui e se pudéssemos aprender, mas quem as daria? - perguntou a Maria.
- Calma, eu pensei em tudo! Na terra aqui ao lado, onde eu costumo ir entregar fruta, existe um senhor que é amigo do meu pai, e que um dia me disse que tinha sido professor, mas que agora não tem emprego. Podíamos pedir-lhe para nos ensinar - respondeu-lhe o João.
- Então fazemos assim, nós os dois vamos falar com esse senhor e vocês arrumam o bar-racão de modo a parecer uma sala de aula. Pode ser? - pediu Maria às outras crianças. - Sim! - e logo começaram a arrumar.
A Maria e o João lá foram. A viagem durou apenas alguns minutos de bicicleta. Falaram
com o referido senhor e explicaram-lhe a situ-ação, tintim por tintim.
- Eu gostaria muito de vos ensinar, mas têm de compreender a minha condição para tal - disse ele.
- Que condição!? - perguntou a Maria muito curiosa.
- A condição de obedecerem àquilo que vos pedir para fazerem, de estarem atentos às au-las e de arrumarem tudo no final - respondeu o senhor, já agora, de nome Luís Baptista.
- Sim, nós prometemos fazer isso tudo desde que possamos aprender – disseram as crianças já aos pulos de tanta euforia.
- Óptimo, vamos lá então conhecer a nossa escola.
Quando chegaram ao barracão, as outras crianças já tinham tudo arrumado e tinham conseguido improvisar mesas para todos e uma secretária.
- Olá, crianças! - disse o Sr. Baptista - fize-ram um óptimo trabalho e já podem ir descan-sar, que amanhã vai ser um longo dia.
E assim nasceu o Externato Cooperativo da Benedita, (na minha imaginação). A nos-sa escola, aquela em que hoje estudamos, passou de um barracão velho como sala de aula, umas caixas como mesas improvisadas e alunos desejosos de aprender, a um edifí-cio enorme, que, na minha opinião, tem muito boas condições. Para mim, a melhor de todas as Escolas, (só conheço esta, mas, mesmo assim, é especial), com salas e mesas reais; pátios enormes para a brincadeira e, claro, muitos e muitos anos de sabedoria.
Sofia Neto Fernandes, 8ºH
A MINHA ESCOLA FAZ 45 ANOS…
1º Prémio - 3º Ciclo
A VIDA É UM JOGO A vida é um jogo,não se pense que é prazer fácil,que há flores e pores-do-sol todos os dias,coisas bonitas a toda a hora.Se assim for já estou enjoado do bonito,cego, com os sentidos tapados.
O bom da vida será jogar,não se pense que é dinheiro fácil.Se fosse, toda a gente estaria bem.O bom será conseguir em lutas pequenasdestruir grandes açucenas,compor ou desmanchar poemas.
A vida é obra-prima,seja a destruição total,composta musicalmentenum gráfico de emoção, rasgante e clemente.
Não querendo eu jogar como um viciado,escrevo e analiso já agarrado,rimo cartas e químicos coloridos,já conheço tudo pelo ar mais triste.
Nunca tendo chegado ao fim,não saberei se ao quebrar a regraestou próximo, porque tanto nasci, tanto me escrevi.
Ruben do Carmo, 12º Ano
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE16
A RAINHA NATUREZAÉ incrível a força da Rainha Natureza. O Homem depende dela,
vive nela, sofre com os actos dela, muitas vezes consequência dos seus próprios actos. Foi no passado mês de Abril que a Rainha vol-tou a dominar, sempre imponente, talvez um pouco impulsiva, com a sua ferocidade peculiar. O trono foi montado num vulcão em erup-ção, o Eyjafjallajokull, na Islândia, essa ilha perdida num oceano ou-trora navegado por exploradores expeditos, em busca de tesouros distantes e povos com culturas distintas, a qual alberga um número significativo de vulcões. Uma nuvem de cinzas saída das entranhas do Eyjafjallajokul espalhou-se por várias regiões europeias, e por causa disso muitos voos foram cancelados. Desde o Reino Unido, passando por países como a França e a Espanha, nem o magnífico arquipélago dos Açores escapou à ira de Sua Majestade.
É claramente impossível o Homem, servo da Soberana Nature-za, travar a sua cólera. Todavia, com o avanço da ciência e da tecnologia, e o conhecimento de diversos métodos de previsão de catástrofes naturais, devem unir-se esforços no sentido de antever possíveis tragédias. Além disso, as populações devem participar em exercícios de simulação regulares e ser informadas acerca das formas de protecção em situações de risco. E tudo pode começar com a informação e preparação no espaço escolar.
Ana Paula Cruz, 8º F
Projecto, segundo definição da UNESCO (Glossary of Educa-tional Technology Terms), é uma actividade prática significante, de valor educativo, que visa um ou vários objectivos. Implica pesqui-sas, resolução de problemas e, muitas vezes, uma produção. Tal actividade é planificada e condu-zida pelos alunos e pelo profes-sor, em conjunto, num contexto real e verdadeiro.
Desta forma, as alunas Ana Isabel Antão, Laura Gonçalves e Mariana Rodrigues, do 12.º B, têm, nas aulas de Área de Pro-jecto, orientadas pela professora Paula Castelhano, como principal objectivo de investigação analisar a genotoxicidade de efluentes tra-tados de indústrias de cutelarias do concelho de Alcobaça. Nes-te projecto, têm como colabora-dores directos as empresas, as quais cedem os seus efluentes já tratados, pois possuem recursos humanos e materiais adequados para efectuar o tratamento físico e químico de efluentes, com cer-tificados de qualidade ambiental.
A Genotoxicidade é a capacida-de que alguns compostos, xenobi-óticos, têm de induzir alterações no material genético de organis-mos, sendo essas alterações res-ponsáveis pelo aparecimento de cancros e doenças hereditárias. O conhecimento do potencial ge-notóxico de um fármaco ou de
substâncias presentes no meio ambiente é uma informação es-sencial para os departamentos de ambiente, regionais ou na-cionais, no que se refere ao es-tabelecimento de riscos para o homem e para o ambiente.
Assim, um projecto implica, por parte dos intervenientes, mo-tivação e coerência no caminho a percorrer, pelo que deve estar de acordo com os valores e prin-cípios que regem a escola. Numa explicação sucinta das vantagens do Trabalho de Projecto, pode dizer-se que é bom para envol-ver os alunos e levá-los a pen-sar – o que é, obviamente, uma finalidade essencial da escola. O mais importante é que estas alu-nas aprendam e ganhem gosto por aprender, pois um projecto é criado para resolver um problema, para estudar um tema ou para re-alizar um sonho.
Alexandra Francisco, Bárbara Quitério
e Inês Severo, 10ºA
No passado dia doze de Maio,
os alunos do 10ºC, 10ºD, 12ºA,
12ºB e 12ºC dinamizaram os La-
boratórios Abertos de Biologia e
Geologia e de Física e Química,
integrados na Semana Cultural,
e com a supervisão dos profes-
sores Ana Fernandes, Isabel
Carreira, Inês Madaleno, Luísa
Fonseca, Paula Arraião e Sérgio
Teixeira.
Nesse dia, os alunos trans-
formaram-se em cientistas, rea-
lizando experiências que foram
mostradas a outros alunos do
ECB e a crianças do Agrupa-
mento de Escolas da Benedita,
do Centro Social Paroquial e do
CEERIA.
Os alunos divertiram-se, en-
sinando, e todos esperam que
para o ano estas actividades se
repitam.
Patrícia Ribeiro, 10ºD
No passado dia 1 de Maio, a aluna Maria João Ladeira, do 9ºH, classificou-se em 4ºlugar, no Encontro Regional de Ténis, no âm-bito do Desporto Escolar, e obteve um 3ºlugar, por equipas, numa actividade que se realizou em Setúbal e que foi acompanhada pelo professor José Vinagre.
Também no Desporto Escolar, e sob a orientação da Professora Rita Pedrosa, a equipa de Rugby do ECB disputou a fase Regional de Sub-18 nas Caldas da Rainha no dia 21 de Abril, onde obteve um 6ºlugar. No dia 26 de Maio, a equipa deslocou-se a Peniche, para aí realizar jogos de Rugby na Praia, vertente sempre muito apreciada pelos atletas.
DESPORTO ESCOLAR
UMA AVENTURA - UM PROJECTO
LABORATÓRIOS ABERTOS
ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 17
Talvez muita gente não saiba, mas os pequenos electrodomés-
ticos (torradeiras, cafeteiras eléctricas, tostadeiras, relógios des-
pertadores…) que conservamos em casa, já sem vida, ou danifi-
cados, são designados mini - monos. Apesar de não funcionarem,
nós continuamos a conservá-los em casa, só para não nos darmos
ao trabalho de os depositar no sítio correcto. Então o que é que
acontece? As pessoas, por preguiça, acabam por colocar esses ob-
jectos no chão, ao pé dos contentores do lixo. Onde é que está a
separação do lixo?
A propósito deste problema, a escola organizou várias campa-
nhas que têm por objectivo chamar a atenção para a existência de
diversos contentores para a reciclagem de lâmpadas, rolhas, emba-
lagens e também dos tais mini-monos. Essa campanha termina no
final deste ano lectivo.
Inês Couto, 7º G
CAMPANHA MINI - MONOS
Chamamos lixo aos resíduos
sólidos, provocados pela acção
do homem, que, por vezes, são
eliminados da forma mais incor-
recta, provocando poluição. Por
outro lado, há pessoas já inte-
gradas no espírito da reciclagem
que separam todos os resíduos
em casa e no trabalho.
É importante reciclar, pois
através da reciclagem evitamos
o processo de degradação dos
lixos, que pode demorar anos e
anos. Por exemplo, 1000 Kg de
alumínio demoram entre 100 a
500 anos a decompor-se; 1000
kg de vidro, demoram cerca de
4000 anos.
Para além da dificuldade de
decomposição, o lixo transmi-
te doenças através dos animais
que dele se alimentam, tais
como a febre tifóide, o dengue, a
malária, e muitas outras doenças
letais.
Convém lembrar que o lixo
que hoje geramos irá influenciar
a vida dos nossos filhos.
Hélder Cruz, 7º G
O LIXO
FINAL V OLIMPÍADAS DE BIOTECNOLOGIANo decorrer dos últimos anos,
têm sido promovidas nas escolas
actividades de índole científica e
social que, tendo um cariz extra-
curricular e voluntário, visam tes-
tar as aptidões dos jovens nas
mais diversas áreas, elegendo-
se, posteriormente, um vencedor.
Estas actividades têm impor-
tância, uma vez que promovem o
gosto, a motivação e o trabalho
nas áreas em que os alunos são
avaliados, despertando neles uma
sede de vitória saudável e promo-
vendo o crescimento de adultos
pró-activos. Estando o Externato
a par da relevância destas provas,
os alunos, através do incentivo
dos professores, têm sido motiva-
dos para participar, conseguindo
marcar presença em fases nacio-
nais destes concursos. Exemplo
disso foram as V Olimpíadas de
Biotecnologia, promovidas pela
Universidade Católica Portugue-
sa, através da Escola Superior
de Biotecnologia do Porto, onde,
após duas fases realizadas na es-
cola por um grupo de alunos das
turmas B e C do 12º ano, quatro
alunos do 12º B foram apurados
para disputar a final nacional que
se realizou no dia 23 de Abril, na
cidade Invicta.
A competição compreendeu
provas escritas e orais durante
a manhã, e actividades laborato-
riais e palestras durante a tarde:
um dia bastante enriquecedor
para estes quatro jovens, a Inês
Belo, a Liane Canas, a Mariana
Rodrigues e o Paulo Batista, que
contactaram com o ambiente uni-
versitário e ficaram a saber mais
sobre a investigação na área da
Biotecnologia. Relativamente às
classificações, embora nenhum
dos alunos tenha conseguido um
lugar no pódio, acabaram por ser
bastante positivas, não fosse esta
a derradeira fase nacional. Assim
sendo, foram preenchidos o 20º,
o 19º e o 9º lugar, pela Mariana
e pela Liane, pelo Paulo e pela
Inês, respectivamente.
Este concurso constituiu uma
oportunidade para testar os co-
nhecimentos na área da Biologia
e tornou possível a visita a uma
escola superior. Por tudo isto, é
de louvar a oportunidade conce-
dida e de encorajar todos os alu-
nos a participar nestas iniciativas,
extremamente gratificantes e en-
riquecedoras!
Os alunos do 12ºB
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE18
Em que consiste o trabalho
de um Engenheiro Ambiental?
Gestão dos recursos hídricos,
abastecimento e saneamento.
Tratamento e gestão dos resíduos
sólidos e dos efluentes gasosos.
Gestão de energias renováveis.
Acompanhamento de obras a ní-
vel de impactos ambientais. Ges-
tão dos resíduos produzidos em
empresas, etc.
Soubemos que fez as ilustra-
ções de um livro sobre o am-
biente, para crianças, intitulado
“Histórias Colectivas sobre a
Água”. Considera importante a
sensibilização desde cedo?
Acho importante a educação
cívica e social, da qual não se
pode dissociar a sensibilização
ambiental.
Tem trabalhado especifica-
mente na área de Educação Am-
biental. Acha que os jovens de
hoje em dia estão mais alerta-
dos para a consciência ecológi-
ca?
Têm acesso a muita informa-
ção, pelo menos. No entanto,
penso que ainda há um gran-
de caminho a percorrer. Quan-
do pequenos gestos como “não
deitar lixo para o chão” não são
respeitados, é sinal de que ain-
da há muito a fazer. Sabemos
que as campanhas pontuais não
cumprem o objectivo de mudança
comportamental. Por essa razão,
são necessários planos estratégi-
cos de intervenção prevendo um
investimento continuado no tempo
e integrando uma lógica de suces-
são de acções convergentes.
Que hábitos considera im-
portantes para a promoção de
uma melhor qualidade ambien-
tal?
Como sabemos, a garantia da
qualidade de vida deixou de ser
um privilégio para se tornar uma
exigência comum, no entanto, a
qualidade de vida não fica garan-
tida sem se cuidar do ambiente.
Assim, é necessário encontrar o
equilíbrio entre desenvolvimento
e ambiente, de modo a garantir
a protecção e conservação dos
recursos naturais, gerando o me-
nor impacto negativo possível. Há
também um conjunto de hábitos
que cada cidadão pode desenvol-
ver e que podem contribuir para
a preservação ambiental. Para se
chegar a este resultado, não bas-
ta minimizar, é preciso optimizar.
Este princípio tem levado ao
desenvolvimento de estratégias
para o uso eficiente dos recursos,
que vão desde a reutilização, ao
aproveitamento, sempre com o
objectivo de evitar desperdícios.
Neste âmbito, surgiu uma área
muito interessante, a educação
cívica e as campanhas de sensi-
bilização ambiental, com uma pre-
ocupação fundamental: assegurar
a maturação cívica da população
e a formação de “cidadãos am-
bientalmente cultos”, consolidan-
do a percepção de que direitos se
conquistam com deveres e que a
tão desejável qualidade de vida
corresponde a um objectivo al-
cançável quando vivemos em so-
ciedades esclarecidas, nas quais
se pratica a gestão partilhada de
responsabilidades. Seguindo esta
raiz cognitiva e aplicando as es-
tratégias necessárias à prossecu-
ção dos seus objectivos, pode-se
actuar neste sentido:
a) Mobilização das populações
para a importância da adopção
de comportamentos de cidadania
que visem: a redução da produ-
ção de lixo na origem; a reutiliza-
ção dos materiais, promovendo o
conceito que está associado ao
facto de os recursos não serem
inesgotáveis (quase todos os ma-
teriais que consideramos lixo têm
valor e podem ser reconvertidos);
a reciclagem como estratégia de
valorização e como forma de re-
duzir custos pessoais com o en-
caminhamento dos resíduos pro-
duzidos.
b) Promoção da gestão de pro-
cessos de propagação da mensa-
gem, nomeadamente quanto às
questões que estão relacionadas
com a “responsabilidade de cida-
dania” e o “respeito” pela coisa
pública.
Pela sua experiência enquan-
to engenheira, qual é o balanço
da qualidade ambiental nesta
região?
No que respeita aos recursos
hídricos, temos a segunda bacia
hidrográfica, a nível europeu, em
maior risco, porque não tem qua-
lidade, devido à poluição hídrica.
Gostaríamos que deixasse
um comentário acerca do papel
do Ministério do Ambiente so-
bre a política de Educação Am-
biental na Sociedade, especial-
mente nas escolas.
Penso que temos algum apoio
e que poderia haver mais. Mas
por enquanto ainda é uma área
em crescimento, este processo é
lento, mais vai crescendo.
Bernardo Vinagre, Inês Tinta e
Margarida Silva, 10º A (JRA - Jovens
Repórteres para o Ambiente)
ENTREVISTA A SÓNIA CATARINA MORGADO
ENGENHEIRA DO AMBIENTE NA EMPRESA “ÁGUAS DO OESTE”
O Externato Cooperativo da Benedita vai
estar representado na conferência científica
sobre o Ano Polar Internacional 2007-2009
(IPY) que se vai realizar em Oslo, na Norue-
ga, entre 8 e 12 de Junho. A professora Patrí-
cia Azinhaga participa no maior encontro de
ciência polar alguma vez realizado, onde são
esperados cientistas, professores e outros
profissionais de mais de 60 nações e onde o
biénio foi assinalado com 160 projectos em
áreas distintas da investigação física, biológi-
ca e social.
Promover a interacção directa entre os gru-
pos responsáveis por cada projecto é um dos
objectivos do encontro, durante o qual serão
publicados os resultados preliminares do IPY,
com particular ênfase para os novos conheci-
mentos sobre as ligações entre as alterações
climáticas nas regiões polares e o sistema
climático global. Durante os dois anos de ac-
tividades observaram-se novos fenómenos,
fizeram-se descobertas científicas fundamen-
tais, desenvolveram-se novos métodos e ins-
trumentos e, mais importante, ganhou-se uma
nova compreensão do papel das regiões pola-
res da Terra no sistema global. Sabe-se hoje
que as mudanças polares envolvem o oceano,
a criosfera e a biosfera, logo, o que acontece
nas regiões polares afecta o resto do mundo.
Integrada na IPY Science Conference,
Oslo acolhe ainda, nos dias 6 e 7 de Junho, a
conferência Polar TEACHERS, onde Patrícia
Azinhaga se junta a mais 113 professores de
20 países, sendo o ECB a única escola por-
tuguesa presente. A nossa escola foi um dos
estabelecimentos de ensino que participou ac-
tivamente no projecto educativo Latitude60!,
realizado no âmbito das comemorações do
Ano Polar Internacional. Aproveitando uma
oportunidade única de partilhar experiências e
ideias com docentes de outros pontos do mun-
do, Patrícia Azinhaga leva até Oslo o testemu-
nho das actividades que foram dinamizadas
na escola e o impacto nos alunos que nelas
estiveram envolvidos.
Grupo de Biologia/Geiologia
ECB NA IPY SCIENCE CONFERENCE
ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 19
As grandes catástrofes que ocorreram, quer
no espaço quer em terra, desde há muito que
preenchem o nosso imaginário: livros como os
de Júlio Verne, ou filmes como Núcleo e 1012
são um exemplo disso mesmo. As consequên-
cias da erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, no
Sul da Islândia, que temos acompanhado pe-
los meios de comunicação, parecem ter sido
retiradas de um destes filmes, ou
poderiam mesmo servir de argu-
mento para um novo filme.
Segundo as teorias mais aceites
pela comunidade científica, o vul-
canismo foi responsável, num pas-
sado geológico muito distante, pela
formação das condições atmosféri-
cas que permitiram a existência de
vida na Terra: a actividade vulcâni-
ca terá libertado uma grande quan-
tidade de gases que, depois de um
conjunto de reacções químicas bas-
tante complexas, teriam formado os
primeiros compostos orgânicos – matéria-pri-
ma essencial a todos os seres vivos. Contudo,
sempre que um vulcão entra em erupção, ou
mesmo sem entrar em erupção, emite grandes
quantidades de gases, nomeadamente dióxido
de carbono e dióxido de enxofre. Os efeitos da
introdução destes gases na atmosfera são se-
melhantes aos resultantes da introdução dos
mesmos gases pela mão humana. Portanto,
teremos consequências gravosas nesse as-
pecto, nomeadamente as que poderão advir
do aquecimento global.
Na Islândia, a erupção do vulcão Eyjafjalla-
joekull está relacionada com a fronteira de
placas tectónicas que a atravessa e, por este
facto, a taxa de actividade vulcânica é ali mui-
to elevada, com um grande número de vulcões
activos. Um dos menos conhecidos é este que
entrou recentemente em actividade, espalhan-
do pelos céus da Europa e Atlântico Norte
uma nuvem de cinzas que afectou a circulação
aérea, bem como a vida de um grande núme-
ro de pessoas. Ao mesmo tempo, fala-se na
possibilidade de outro vulcão, o Katla, que se
encontra a aproximadamente 25 km do primei-
ro, entrar também em actividade. Se olharmos
atentamente para a sua estrutura geológica,
verificamos que são dois vulcões muitos pró-
ximos e alongados na mesma direcção, logo,
é possível que o sistema de condutas que faz
o transporte de magma para a superfície seja
comum aos dois e, portanto, a desestabiliza-
ção de um deles pode levar à desestabilização
do outro.
O grande impacto desta erupção na circu-
lação aérea relaciona-se com o facto de ter
ocorrido sob um glaciar. A interacção entre a
água do glaciar e a lava provoca uma maior
quantidade de gases, resultantes da vaporiza-
ção da água e da fusão do gelo, o que origina,
por um lado, uma coluna de gases muito mais
volumosa do que aquela que se formaria em
circunstâncias normais e, por outro, uma maior
quantidade de cinzas vulcânicas muito leves
que são arrastadas por esses mesmos gases.
A coluna eruptiva atingiu cerca de 10.000 me-
tros de altitude, altura de voo de cruzeiro dos
aviões comerciais, condicionando seriamente
a circulação aérea, pois as cinzas podem da-
nificar os motores dos aviões. Felizmente, a
coluna tende a decrescer ao longo do tempo:
por um lado, as erupções geralmente acalmam
à medida que se vão desenrolan-
do; por outro, à medida que o gelo
vai derretendo, a interacção com a
água de fusão vai sendo cada vez
menor.
Uma das questões que se têm
levantado nos últimos anos é se o
impacto ambiental das actividades
humanas estará relacionado com o
aumento de erupções vulcânicas.
Segundo alguns especialistas, este
aumento poderá ocorrer em conse-
quência de alterações climáticas,
por fusão das massas de gelo que
estão por cima de alguns vulcões, nomeada-
mente na Islândia, onde praticamente todos
os vulcões se encontram sob glaciares, assim
como na Antárctida e em algumas outras zo-
nas do globo. Se houver um aquecimento que
leve à remoção dessas massas de gelo, fazen-
do diminuir as tensões a que as rochas sob os
glaciares estão sujeitas, tal facto poderá facili-
tar a ascensão do material magmático, aumen-
tando a frequência destes fenómenos.
Ainda existem poucos trabalhos sobre o
efeito das alterações climáticas nos vulcões,
contudo, devido a um aumento do impacto
destes fenómenos na vida das populações, é
uma área que certamente irá ter muitos avan-
ços no futuro.
Professor Sérgio Teixeira
EYJAFJALLAJOEKULL
O PEQUENO VULCÃO QUE PAROU A EUROPA
Hoje em dia, somos assolados, em nossas casas, por notícias de catástrofes naturais que ocorrem aqui, ali e além. A parte boa é que vivemos num cantinho do Mundo ainda resguardado da maioria des-tas intempéries, e as notícias chegam-nos apenas através dos meios de comunicação social. Infelizmente, há pessoas que vivem de perto os horrores de ver desaparecer os seus familiares, bem como aquilo que possuíam e que tinham construído com o suor de uma vida.
Exemplos destas catástrofes são os intensos sismos que se fize-ram sentiram no Haiti, ou mesmo no Chile, e a revolta da Natureza que fez com que, na Madeira, as águas e o deslizamento de terras causassem grande destruição. Estas catástrofes podem ser provoca-das pela dinâmica interna da Terra, mas a maioria está associada a condições atmosféricas: o calor e a chuva, entre outras.
Podemos comprovar que estas catástrofes (furacões, cheias ou inundações, avalanches, vagas de calor ou de frio) tendem a aumen-tar, e todos somos um bocadinho responsáveis por isso, pois, em grande medida, as alterações climáticas são causadas pela acção humana.
Tu podes marcar a diferença, fazes parte da geração do futu-ro: vamos trabalhar em conjunto para diminuir o impacto da acção humana e deixemos a Natureza fazer o resto.
Inês Couto, 7º G
CATÁSTROFES NATURAIS
Imagem do Terramoto no Chile
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE20
Um estudo da IDC – em-
presa global de estudos de
Tecnologias de Informação –
encomendado pela Microsoft,
sugere que em Portugal, nos
próximos 5 anos, 90% das
profissões venham a exigir
competências em TIC, inde-
pendentemente do sector.
Isto faz com que o ensino, a
formação e as competências
tecnológicas tenham uma es-
pecial importância para quem
procura emprego e quer man-
ter o seu posto de trabalho.
No mesmo prazo, os em-
pregadores europeus espe-
ram que, em média, 31% dos
funcionários tenham com-
petências na utilização de
dispositivos tecnológicos, e
28%, competências básicas
em TIC, situando-se abaixo
dos 10% aqueles que não te-
rão qualquer competência. A
maioria dos inquiridos consi-
dera que o sector da Educa-
ção deve preparar melhor o
seu público.
As tecnologias encontram-
se em grande desenvolvi-
mento, exigindo mão-de-obra
cada vez mais especializada,
prometendo maiores pers-
pectivas de carreira e me-
lhores salários. Afirmou José
Dias Coelho, presidente da
Associação para a Promoção
e Desenvolvimento da Socie-
dade da Informação (APDSI),
à revista Exame Informática:
“Este é um sector que não
parou de ter dinamismo e, por
isso, os engenheiros informá-
ticos ganham acima da média
das outras profissões exerci-
das por pessoal qualificado”.
O presidente da APDSI
afirmou também que “As em-
presas sabem que as tecno-
logias ajudam a produzir mais
e melhor. E há algumas que
já só conseguem existir com
tecnologias.” Então, há que
saber escolher, para garantir
um melhor futuro profissional,
cursos certificados e reconhe-
cidos pelas principais marcas
tecnológicas. Os cursos certi-
ficados são uma forma rápida
de obter conhecimentos e de
dar algumas garantias às em-
presas. É o caso dos cursos
CCNA e do CCNP da Cisco.
Uma outra vantagem deste
tipo de cursos é que normal-
mente permite a fácil adapta-
ção a outras marcas tecno-
lógicas. Assim, verificou-se
que 66% dos formandos que
optaram por este tipo de for-
mação viram melhoradas as
suas condições de emprega-
bilidade.
Professor Samuel Branco
AS TIC E A EMPREGABILIDADE
Foi no dia 29 de Abril que seis
alunos do Curso Profissional de
Informática de Gestão se deslo-
caram ao Colégio Internato dos
Carvalhos, em Vila Nova de Gaia,
a fim de participarem na VI edi-
ção do CPAS@2010 – Concurso
de Programação para alunos do
Ensino Secundário que visa fo-
mentar nestes alunos o gosto pela
programação. E foi com enorme
prazer que os acompanhei nesta
deslocação.
Após termos sido recebidos
pela organização, as equipas
encaminharam-se para os labo-
ratórios de informática onde ini-
ciaram contacto com o sistema
de submissão dos problemas. Em
seguida realizámos uma visita à
Expocic, uma mostra dos cursos
ministrados na Instituição e tam-
bém dos projectos desenvolvidos
pelos alunos.
O torneio iniciou-se por volta
das 11.30h. Incluindo um total de
10 problemas com um grau de di-
ficuldade considerável, pôs à pro-
va as capacidades, a destreza e a
perspicácia das equipas.
Enquanto os alunos prestavam
provas, os professores acompa-
nhavam com bastante entusiasmo
os resultados e as pontuações
que iam sendo alcançadas. No
final, apuraram-se os vencedo-
res, tendo-lhes sido atribuídos os
merecidos troféus. Das três equi-
pas do ECB, a que teve melhor
desempenho foi a “Quebra-cabe-
ças” – Nelson Pestana, do 12ºG,
e Flávio Penas, do 11ºG – equipa
que alcançou o 21º lugar da geral,
com dois problemas resolvidos
correctamente. As outras equi-
pas do ECB integravam também
alunos do 11º G: “Salada D’avó”
– David Lopes e Diogo Radaman-
to – e “RB” – Bruno Luís e Rita
Henriques.
A pedido de vários alunos e
dos professores acompanhantes,
a organização decidiu dar conti-
nuidade a este concurso, pelo que
os alunos poderão ainda tentar
encontrar soluções para os pro-
blemas que não foram resolvidos,
enviando-as através do sistema
de submissão online.
Professor Alexandre Lourenço
CPAS@2010 – CONCURSO DE PROGRAMAÇÃO
SOLUÇÕES
Enigma do Carrossel
1 Jorge, 2 Alice, 3 Diana, 4 Maria, 5 tom, 6
Bernardo, 7 Joana, 8 Frederico, 9 Tiago, 10
Cristina, 11 Elisa, 12 Carlos, 13 Guilherme,
14 Catarina, 15 Luísa e 16 Pedro.
Enigma das moedas de cor
1 moeda vermelha = €0,72
1 moeda azul = €0,68
1 moeda amarela = €2
1 moeda verde = €0,88
Enigma dos barcos
A distância entre as duas cidades é
9Km+7Km=16Km.
PROJECTO ECB DIVULGADO EM ESPANHA
As professoras Paula Castelhano e Pa-
trícia Azinhaga foram convidadas pelo de-
partamento de Física da Universidade de
Múrcia a publicar um artigo sobre ciência
recreativa na revista Eureka para la En-
señanza y la Divulgación de las Ciencias
(http://www.apac-eureka.org/revista/).
O artigo incidirá sobre a actividade
prática “O que está por baixo dos nossos
pés”, apresentada no Festival “Ciencia en
acción 10”, em Granada, nos dias 25 a 27
de Setembro de 2009.
Professora Paula Castelhano
ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 21
O singular voo de 108 minutos de Gagarin,
a bordo de uma nave esférica de aproximada-
mente 3 metros de diâmetro, chamada Vostok
(Este), em Abril de 1961, não só representou
uma vitória para a URSS na corrida ao espa-
ço, como gravou para sempre o nome de Ga-
garin nos livros de História.
Yuri Alekseievich Gagarin nasceu a 9 de
Março de 1934 na vila de Klushino, na região
de Smolensk. Não havia electricidade ou água
canalizada na quinta comunitária onde a sua
família lutava para ter uma vida modesta. Yuri
trabalhou temporariamente numa fundição de
Moscovo, antes de começar a estudar enge-
nharia na Escola Técnica Industrial de Sara-
tov. Também se inscreveu numa escola de pi-
lotos local e, mal fez o seu primeiro voo, num
Yakovlev-18, percebeu sem sombra de dúvida
o que desejava fazer da sua vida. Em 1955
entrou para a escola de pilotagem da força
aérea, em Orenberg. Pouco depois, num bai-
le que se realizou na base aérea, conheceu
a sua futura mulher, Valentina. Casaram em
Outubro de 1957.
Gagarin foi colocado numa base da For-
ça Aérea Soviética, localizada na obscura
região do Círculo Polar Árctico e, apesar do
ambiente inóspito, demonstrou profissionalis-
mo e empenho. Ele e Valentina celebraram o
nascimento da sua primeira filha, em Abril de
1959. Uns meses mais tarde, equipas de ofi-
ciais começaram a sondar as bases aéreas,
entrevistando pilotos para a possibilidade de
entrarem num projecto especial. Gagarin foi
mandado apresentar-se em
Moscovo para testes médicos
e entrevistas, como um dos
154 candidatos potenciais.
Este número foi depois redu-
zido para 20 candidatos: Yuri
Gagarin acabava de ser se-
leccionado para um destaca-
mento de cosmonautas.
No início do verão de 1960,
seis dos vinte candidatos ti-
nham sido seleccionados.
O seu treino intensificou-se.
Uma semana antes do voo
espacial, marcado para 12 de
Abril, a comissão soviética
confirmou que Gagarin era o
piloto escolhido, com Gher-
man Titov como segundo pilo-
to da missão.
Num discurso feito a 14 de
Março de 1961, o secretário-
geral do partido comunista,
Nikita Kruschev, informou
que a União Soviética estava
prestes a lançar para o espa-
ço a “primeira nave espacial
com um cosmonauta a bor-
do”. A previsão materializar-
se-ia quatro semanas depois,
quando o tenente Yuri Gaga-
rin (que foi promovido a major durante o voo)
se tornou no primeiro homem a viajar no es-
paço.
O lançamento realizou-se às nove horas e
sete minutos, hora de Moscovo, de 12 de Abril
de 1961, com um Gagarin emocionado a gritar
“Pyekhali!” (Cá vamos nós), momentos depois
de levantar voo da plataforma. O segundo es-
tágio do foguete desligou em sincronização
com o planeado e a nave Vostok entrou numa
órbita elíptica com um apogeu de 327 km, um
perigeu de 181 km e uma inclinação de 64,67
graus com o equador.
Nenhum anúncio público foi realizado até
se confirmar que a nave tinha entrado de facto
em órbita. 15 minutos depois do lançamento,
Gagarin transmitiu via rádio que estava a so-
brevoar a América do Sul. Bebeu água e comeu
uma gelatina especialmente preparada pela
Academia das Ciências Soviética, enquanto
as notícias do lançamento atravessavam o
mundo. Pelas 10 e um quarto da manhã, Ga-
garin observava África, anunciando: “Aguento
bem as condições de gravidade zero”.
A sequência de aterragem começaria pou-
co depois. Após setenta e nove minutos deste
voo histórico, os foguetes de travagem quei-
maram durante 40 segundos, desacelerando
o suficiente para reentrar na atmosfera ter-
restre. Por esta altura, o módulo de descida
devia ter-se separado do habitáculo, mas um
cabo que ligava os dois módulos não se par-
tiu. A nave reentrou com uma trajectória em
espiral, expondo áreas desprotegidas ao calor
da reentrada. Com a temperatura da cápsula
a subir perigosamente, Gagarin apenas podia
permanecer sentado, enquanto chamas de um
vermelho vivo envolviam a nave. “Eu estava
numa nuvem de fogo a rasgar caminho de vol-
ta para a Terra”, recordaria ele mais tarde.
Dez minutos depois, o cabo que ligava os
dois segmentos da nave finalmente desin-
tegrou-se, a perigosa rotação foi perdendo
energia e Gagarin recuperou os sentidos. A 7
km de altitude, acima da região de Saratova,
a porta da nave rebentou, de acordo com o
plano de voo, e momentos depois Gagarin foi
automaticamente ejectado, aterrando perto da
vila de Smelovka. A nave caiu suspensa do
seu próprio pára-quedas a três quilómetros de
distância.
Entretanto, a propaganda soviética anun-
ciava ao mundo que o cosmonauta tinha ater-
rado em segurança depois de uma viagem
épica de 108 minutos, incluindo 89 minutos
em órbita. A sua nave tinha atingido uma velo-
cidade superior a 27 mil km por hora, o triplo
da velocidade que algum ser humano já tinha
experimentado.
Em 1964, Gagarin queria desesperada-
mente voltar ao espaço, numa nova geração
de naves espaciais, mas as suas ambições
iriam encontrar resistência e, depois de um
acidente ocorrido com a missão Soyuz 1, que
custou a vida ao astronauta, foi decretado que
Gagarin era um tesouro nacional, um embai-
xador mundial da União Soviética, e que não
se podia arriscar a sua vida em mais missões
espaciais.
Desiludido, Gagarin viria a tornar-se direc-
tor do centro de treino de cosmonautas. Mas
continuava determinado a voltar aos voos es-
paciais. Uma década mais tarde, volta a rea-
lizar treinos em caças de combate para poder
candidatar-se novamente ao espaço. A 27 de
Março de 1968, Yuri Gagarin, de 34 anos, le-
vantou voo num caça MiG-15, juntamente com
o seu instrutor, Vladimir Seryiogin. As previ-
sões eram de mau tempo para esse dia, com
ventos fortes e chuva intensa. Como as con-
dições pioraram, Seryiogin decidiu diminuir o
tempo de voo. Pouco tempo depois, ouviu-se
uma explosão numa floresta perto da base.
Uma investigação recente indica que o
MiG-15 estava a recuperar de um voo picado
quando terá sido apanhado pela turbulência
resultante de um outro avião que passou per-
to. Esta foi dada como a causa mais provável
do acidente, mas o que quer que tenha acon-
tecido nesse dia, a vida de Yuri chegou a um
fim abrupto.
Neste ano de 2010, o corajoso piloto e pri-
meiro cosmonauta, conhecido como o “Co-
lombo do Espaço”, teria celebrado o seu 76º
aniversário.
Miguel Madruga, aluno do Mestrado Integrado em Enge-
nharia Aeroespacial do IST, ex-aluno ECB
O PRIMEIRO ASTRONAUTA
YURI GAGARIN
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
MENTE SÃ EM CORPO SÃO22
A cenoura pertence à mes-
ma família botânica que a cicu-
ta, de que a cenoura-brava se
distingue por ter uma mancha
de cor púrpura no centro das
umbelas florais. A cenoura-bra-
va tem uma raiz lenhosa que a
torna inadequada para a ali-
mentação, mas que, aplicada
em cataplasma, tem as mes-
mas propriedades medicinais
da cenoura cultivada.
No Papiro de Ebers, escrito
pelo ano 1500 a.C. no Egipto,
já se recomendava a cenoura
como cosmético, aplicada em
rodelas sobre o rosto. Hoje
sabemos que o seu efeito be-
néfico sobre a pele se deve à
provitamina A que contém. É
por isso que se afirma que a
vitamina A é a “vitamina da be-
leza”.
O Caroteno, ou provitamina
A, é o princípio activo mais va-
lioso da cenoura. No intestino
transforma-se vitamina A ou re-
tinol. A vitamina A desempenha
funções essenciais na fisiolo-
gia humana: no mecanismo da
visão; no bom estado da pele e
das mucosas; na produção de
sangue e de anticorpos.
Pelo seu abundante conteú-
do em provitamina A, a cenou-
ra é grande utilidade quando
se verifique uma carência des-
ta vitamina. Os sintomas ou si-
nais de falta de vitamina A são
os seguintes: alterações da vi-
são; alterações da pele; altera-
ções das mucosas transtornos
metabólicos e endócrinos.
Aplicações da Cenoura:
Diarreia e colite: especial-
mente nas crianças, devido à
acção da pectina. Administra-
se ralada ou fervida.
Parasitas intestinais: o óleo
essencial que a cenoura con-
tém é especialmente activo
contra os oxiúros. Toma-se
crua e ralada: de meio a um
quilo, durante 24 horas, como
único alimento. Também dá
bom resultado comer durante
uma semana duas cenouras
em jejum.
Suavizante da Pele: apli-
cada externamente em cata-
plasma usa-se para curar feri-
das infectadas, queimaduras,
eczemas, abcessos, acne; e
como cosmético, para embele-
zar a pele.
Necessidades diárias de
vitamina A: 400µg para as
crianças, 750 para adultos,
1200 para mulheres grávidas
ou a amamentar.
Curiosidade:
Os alimentos de origem ani-
mal, como o fígado dos mamí-
feros ou dos peixes, contêm
abundante retinol (vitamina A
animal). O retinol pode chegar
a ter efeitos tóxicos se for in-
gerido em doses elevadas, ao
contrário do caroteno (provita-
mina A vegetal), que não tem
nenhum risco de toxicidade,
pois o organismo só transfor-
ma em vitamina A (retinol) o
caroteno de que necessita. O
nosso organismo é incapaz de
produzir a vitamina A se não se
lhe fornecer o seu precursor, o
caroteno.
Professor Miguel Fonseca
VITAMINA DA BELEZA
Lançamento:
Torre
Ás de Ouros
Rei Ouros
5 Copas
2 Copas
Sol
Lua
2 Ouros
8 Paus
8 Copas
Confrontados com as nossas pró-
prias limitações – se formos demasia-
do rígidos, sem flexibilidade – seremos
forçados a transcendê-las, com a ajuda
divina.
Somos seres em construção, em de-
senvolvimento: se não cuidarmos das
articulações, do modo como cada parte
alimenta, move, colabora com as outras,
poderemos ficar paralisados ou incapa-
zes de movimentos simples como andar,
correr, cantar…
Inícios, novos projectos materiais:
renovação, novos ciclos. Decorrem do
encerrar do ciclo anterior e da abundân-
cia dos frutos do nosso labor colectivo.
A aprendizagem resulta também das
perdas, da percepção daquilo que per-
demos ou talvez do que já não somos:
da criança ao pré-adolescente, ao jo-
vem…
Partilha: profunda transformação e
crescimento pessoal – emocional e re-
lacional. O novo ano trará certamente
novas amizades, e novas provas.
Professora Ana Luísa Quitério
COMO SERÁ O PRÓXIMO
ANO LECTIVO?
TAROT
No âmbito de um trabalho da Área de Pro-
jecto, dois alunos do 12º ano – o Rúben Silva
e o João Francisco – criaram a receita desta
deliciosa tarte. Foi o culminar de um trabalho
que passou pela análise de algumas substân-
cias orgânicas e inorgânicas (vitaminas A e C;
antioxidantes, ferro e fósforo) do fruto physalis,
originário da região Amazónica e que, nos Aço-
res, onde também se cultiva, é conhecido por
capucha. Aqui vai a receita:
1 tablete de chocolate Toblerone (200 gr)
150 g de açúcar amarelo
100 g de margarina
1 pacote de natas de soja (200 ml)
5 ovos
3 colheres de sopa rasas de farinha Maizena
2 caixas de Physalis
1 embalagem de massa quebrada (250 g)
Comece por retirar as sépalas dos fru-
tos physalis, lave-os e corte-os às metades. De
seguida, coloque-os numa caçarola, juntamente
com o açúcar e leve a lume brando. Deixe co-
zinhar e vá mexendo durante 5 a 10 minutos.
Reserve este “doce”.
Agora, derreta a margarina com o chocola-
te, partido aos bocados, em banho-maria ou no
microondas, e depois mexa bem. De seguida,
bata muito bem os ovos com a farinha peneira-
da e misture os dois preparados anteriores, o do
chocolate e o do “doce”.
Estenda a massa numa tarteira e pique o fun-
do com um garfo. Deite o preparado e coloque
no forno a 200ºC, durante cerca de 30 minu-
tos. Depois de cozida, deixe arrefecer e polvilhe
com açúcar ou com canela.
Acompanhe esta maravilhosa tarte com um
chá e, se gostar, junte também uma bola de ge-
lado de baunilha ou menta. Bom apetite!
Professora Isabel Neto
TARTE DE PHYSALIS
ANO 5 - Nº 14 TOQUE DE SAÍDA
PASSATEMPOS E CURIOSIDADES 23
No passado dia 28 de Março, o Grupo de
Educação Física do ECB apresentou a “VII
Noite Estapafúrdia”, espectáculo que tem
como principais objectivos dar a conhecer aos
Pais, familiares, amigos e Professores, as ac-
tividades realizadas pelos alunos no âmbito
do Desporto Escolar, bem como reforçar os
laços existentes entre toda a comunidade.
Numa noite que prometia muita animação,
o público da Benedita respondeu com grande
prontidão e compareceu em força no Pavilhão
Polidesportivo do Externato. O espectáculo
teve este ano como tema “O Circo”, e a apre-
sentação esteve a cargo do aluno Paulo Batis-
ta, do 12ºC, que encarnou a personagem de
Páolo Stapafurdi Cardinalli.
De forma similar a edições anteriores, fo-
ram atribuídos simbolicamente os “Prémios
Estapafúrdios”; e os vencedores foram:
Prémio Super-Professor: Fran-
cisco Franco
Prémio Super-Funcionário:
Lucília Caetano
Prémio Carreira: Augusto Cou-
tinho
Prémio Aluno + Popular: Már-
cio Serrazina
Prémio Super-Atleta: Catarina
Marques e Miguel Silva
Prémio Estapafúrdio-Escolar:
Paulo Batista
Os alunos do 7ºano abriram
o palco, dançando ao som do
contagiante “I gotta a feeling”,
usando máscaras de animais,
simbolicamente representando
“As feras do 7ºano”.
Nesta VII Edição, o Grupo
de Educação Física convidou
alguns ex-alunos que participaram em anos
anteriores para se juntarem à festa. Fábio
Santos aceitou simpaticamente fazer parte da
coreografia, preparada pelo grupo de Dança;
também Ruben Santos deu o seu prazenteiro
contributo nos trampolins, para alegria da pla-
teia, que foi recebendo os artistas com muitos
aplausos. Luís Vicente brindou a plateia “cus-
pindo fogo”.
Ao longo da noite, foram apresentados os
grupos de Ténis, Râguebi, Triatlo, Badming-
ton, Clube dos Pré-Requisitos e ainda a Or-
questra, constituída por ex-alunos, alunos e
encarregados de educação, que tocaram al-
guns temas relacionados com as artes circen-
ses e outros conhecidos do público.
O esquema intitulado “Bolas Amestra-
das” constituiu o momento mais electrizante
da noite. Foi protagonizado pelos atletas do
Basquetebol, ao qual se juntaram alguns alu-
nos pertencentes a uma banda musical, numa
apresentação vanguardista e de efeitos visuais
bastante original. Um grupo de alunos do 12ºC
apresentou um criativo e futurista “Capuchi-
nho Estapafúrdio”, num trabalho inteiramente
concebido por eles, no âmbito da disciplina de
Educação Física. Inês Mateus coreografou os
“Leões sobre Rodas”, com suporte musical do
tema principal do filme da Disney “Rei Leão”,
que encantou as largas centenas de especta-
dores.
Para finalizar a noite, os professores de
Educação Física fizeram as suas traquinices
no trampolim e na cama elástica, ao apare-
cerem disfarçados de Palhaços Estapafúrdios,
para delícia dos mais pequenos e surpresa
dos mais crescidos!
Foi em clima de festa que todos os parti-
cipantes comemoraram no palco do Circo,
agradecendo a todos os que se deslocaram
ao Pavilhão.
Professora Estela Santana
VII NOITE ESTAPAFÚRDIA
ENIGMASEnigma do Carrossel
O carrossel da feira roda no
sentido dos ponteiros do relógio e
tem 16 lugares, todos ocupados.
Os lugares estão numerados tam-
bém no sentido dos ponteiros do
relógio. O lugar 1 é o oposto ao
9, o 2 o oposto ao 10, e assim su-
cessivamente.
A Cristina está no lugar direc-
tamente oposto à Alice, cujo lugar,
numerado com apenas um dígito,
não é o número 1 nem o 9.
O número do lugar da Maria é 3
números abaixo do lugar do Gui-
lherme. Enquanto rodam, o Pedro
está imediatamente atrás do Jor-
ge, cujo número é dois abaixo do
da Diana. O Bernardo está um lu-
gar à frente do Tomás e no lugar
directamente oposto à Catarina,
cujo número é maior. O Frederi-
co está um lugar atrás do Tiago,
cujo número, de um dígito (não o
número 1), é 3 números abaixo do
lugar do Carlos. O número da Luí-
sa é divisível por 3 e é um número
acima do da Catarina.
A inicial do nome da criança
sentada no número 1 precede,
no alfabeto, o da criança sentada
no lugar 16, enquanto os nomes
das crianças sentadas nos luga-
res 3, 10 e 14 não começam por
J. O Guilherme está sentado num
lugar com um número primo que
é maior do que o número do lu-
gar do Carlos, que não é primo.
O número um é considerado um
número primo. Descobre o núme-
ro do lugar correspondente a cada
criança.
Enigma das moedas de cor
O Banco do país das cores
mandou cunhar moedas que ape-
nas se distinguem pela cor. Com
as informações que se seguem,
vamos ver se descobres quanto
vale cada moeda de cor vermelha,
azul, verde e amarela:
4 moedas verdes + 1 amarela
+1 azul = €6,20
3 moedas azuis + 2 vermelhas
= €3,48
2 moedas verdes + 1 moeda
amarela = €3,76
3 moedas verdes + 1 moeda
amarela + 1 moeda azul + 1 moe-
da vermelha = €6,04
Enigma dos barcos
Dois barcos navegam ao lon-
go de um rio, entre duas cidades.
Andam com a mesma velocidade
constante: igualmente rápidos no
sentido da corrente, igualmente
lentos no sentido contrário. A de-
terminada hora partem ao mesmo
tempo das duas cidades. Cruzam-
se a primeira vez a 7 km de uma
das cidades. Param quatro minu-
tos nos seus destinos. Recome-
çam a viagem e cruzam-se pela
segunda vez a 9 km da mesma
cidade. Qual a distância entre as
duas cidades?
ANO 5 - Nº 14TOQUE DE SAÍDA
A ESCOLA É FIXE
Realizou-se, no dia 15 de Maio, o “1º Duatlo BTT Noctur-no – Benedita”, organizado pela Escola de Triatlo do ECB, com a colaboração e apoio da Federa-ção de Triatlo de Portugal.
Os participantes na Prova La-zer percorreram 2,2km de corri-da + 6km BTT + 1km de corrida, enquanto na Prova de Circuito Regional, as distâncias eram superiores: 4,4km de corrida + 18km BTT + 2,2km corrida. Em ambas as provas, o número de participantes foi elevado e foi com entusiasmo que a popula-ção da Benedita saiu à rua para apoiar os atletas, alguns deles alunos do Externato.
Esta actividade, inserida na “Semana Cultural do ECB”, constituiu uma ocasião para di-vulgar a modalidade, enrique-cendo desportiva e socialmente a vila da Benedita, e dando a co-nhecer a grande expansão que as modalidades, ditas alternati-
vas, começam a ter.A prova Lazer foi ganha por
Catarina Marques, aluna e atleta da Escola de Triatlo do ECB e na Prova do Circuito Regional, Ma-ria Serrazina conseguiu também o 1ºlugar.
O jovem atleta Miguel Silva também fez uma excelente pres-tação, fruto do bom trabalho que tem vindo a desenvolver.
O Evento foi abrilhantado com a presença de João Pedro Silva (ex-aluno do Externato), que regressou à sua terra-natal, curiosamente no dia do seu ani-versário, onde recebeu o carinho e apoio de toda a população.
O atleta venceu a Prova per-tencente ao Circuito Regional e prepara-se para lutar por um lugar nos Jogos Olímpicos de 2012.
Professora Estela Santana
PRIMEIRO DUATLO BTT NOCTURNO
Equipa de Duatlo do ECB
Partida da Prova de LazerPartida da Prova de Circuito Regional
Até 13 de Ju-nho, pode visitar no Museu de Arte Contemporânea de Serralves a expo-sição dedicada aos dois artistas que se conheceram em Pa-ris nos anos 70, ela madeirense e ele alfacinha. As obras destes companhei-ros fascinaram os
nossos alunos de Artes Visuais que visitaram o museu no dia 12 de Março.
Contactando com a riqueza representativa de Manuel Zimbro, somos encaminhados a ob-servar desenhos de coisas simples da nature-
za. Guaches de ”Torrões de Terra” ou esculturas de “Sementes Voadoras” deixam-nos presos a uma série de pormenores tan-tas vezes quase invisí-veis.
Na obra de Lurdes Castro, são as “assem-blages” que nos fazem parar. Deparamo-nos ain-da com as obras de figu-ra e de fundo através de projecções, com as impressões de sombras e com as sombras bordadas. Lençóis e lençóis de sombras bordadas.
Presente também a instalação “Peça”, obra de Lurdes Castro e Fernando Tropa para a
Bienal de São Paulo, em 1998. Uma peça de pano branco de 80 metros sobre uma mesa comprida convida-nos através da luz e das sombras a criar a nossa própria obra de arte.
Uma exposição a não perder.
Professora Maria de Lurdes Goulão
LOURDES CASTRO E MANUEL ZIMBRO
À LUZ DA SOMBRA