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BERLO, David. O processo de comunicação: introdução à teoria e à prática. São Paulo: Martins fontes, 2003.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANADISCIPLINA: COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
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Cada situação de comunicação difere de algum modo uma da outra, mas ainda assim podemos tentar isolar certos elementos em comum apresentados por todas. São esses ingredientes e suas inter-relações que consideramos, quando procuramos construir um modelo genérico de comunicação.
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A definição dicionarizada de processo remete a “qualquer fenômeno que apresente contínua mudança no tempo”, ou “qualquer operação ou tratamento contínuo”.
Quinhentos anos antes de Cristo, Heráclito destacou a importância do conceito de processo, ao declarar que um homem não pode entrar duas vezes no mesmo rio; o homem será diferente e assim também o rio.
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Se aceitarmos o conceito de processo, veremos os acontecimentos e as relações como dinâmicos, em evolução, sempre em mudança, contínuos.
Quando chamamos algo de “processo” queremos dizer, também, que não há um começo, um fim, uma seqüência fixa de eventos. Não é uma coisa estática, parada. É movel.
Assim, em tal perspectiva, os ingredientes do processo agem uns sobre os outros; cada um influencia todos os demais.
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A Teoria da Comunicação reflete esse ponto de vista de processo. O teórico da comunicação rejeita a possibilidade de que a natureza consista em acontecimentos ou ingredientes separáveis de todos os demais acontecimentos. Alega que não se pode falar em o começo ou o fim da comunicação, nem dizer que determinada idéia veio de uma fonte específica, que a comunicação ocorre apenas numa direção, etc.
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Quando procuramos falar ou escrever sobre um processo – como o de comunicação, por exemplo – enfrentamos pelo menos dois problemas de ordem teórico-metodológica.
TEMOS QUE PARALISAR A DINÂMICA DO PROCESSO
TEMOS QUE EMPREGAR A LINGUAGEM (QUE EM SI, JÁ É UM PROCESSO)
(exemplo: processo de educação)
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Com o conceito de processo fixado em mente, podemos aproveitar melhor a análise dos ingredientes da comunicação, dos elementos que parecem necessários (senão apenas suficientes) para que haja comunicação.
Precisamos ver elementos como quem está comunicando, por que está comunicando e com quem está comunicando.
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Além disso, precisamos ver os comportamentos da comunicação: as mensagens produzidas, o que as pessoas querem comunicar. Precisamos observar o estilo, a forma como as pessoas tratam as suas mensagens Por fim, precisamos examinar os meios de comunicação, os canais que as pessoas usam para que suas mensagens cheguem aos interlocutores.
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Em resumo: precisamos alistar os elementos do processo de comunicação que devemos levar em conta quando:
A) iniciamos a comunicaçãoB) respondemos a comunicaçãoC) Servimos como observadores ou
analistas da comunicação
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Modelo de Aristóteles 1) a pessoa que fala; 2) o discurso; 2) a
pessoa que ouve
Modelo de Shannon-Weaver1) a fonte; 2) o transmissor; 3) o sinal; 4)
o receptor; 5) o destinatário
Outros modelos (MacLean, Fearing, Johnson etc.)
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1) A fonte2) O codificador3) A mensagem4) O canal O CÓDIGO5) O decodificador (a língua)6) O receptor
(exemplo: Joe convida Mary para sair: Mary, quer ir comigo ao piquenique, domingo?)
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Berlo, mesmo considerando a comunicação como processo dinâmico, não considera em seu modelo o CONTEXTO. Esse elemento foi introduzido no quadro das teoria da comunicação desenvolvida pelos formalistas russos (Jakobson, entre outros)
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Os ingredientes aqui discutidos são essenciais à comunicação. Quer tratemos a comunicação em termos de uma pessoa, duas pessoas ou de uma rede institucional, as funções rotuladas como fonte, codificador, decodificador e receptor têm de ser desempenhadas. As mensagens estão sempre presentes e devem existir em algum canal.
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Enfim, é preciso lembrar que a maneira pela qual todos esses ingredientes se reúnem, em que ordem, e com que espécie de inter-relação, depende da situação, da natureza do processo específico em estudo e da dinâmica criada. Em última instância, depende do CONTEXTO.