biblia de estudo ntlh

3003

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Spiritual


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  • LANAMENTO EXCLUSIVO

    PREGADOR JOVEM

  • Bblia de Estudo

    NTLH Bblia de Estudo

    Nova Traduo na Linguagem de Hoje 2005 Sociedade Bblica do Brasil

    SOCIEDADE BBLICA DO BRASIL Av. Ceci, 706 Tambor

    Barueri, SP CEP 06460-120 Cx. Postal 330 CEP 06453-970

    Visite o nosso site na Internet:

    http://www.sbb.org.br

  • ndice

    Alianas de Deus Nomes e ttulos de Deus no Antigo Testamento As dez pragas contra o Egito Ofertas e sacrifcios no Antigo Testamento Festas e dias sagrados judaicos Cronologia do xodo: do Egito at Cana As doze tribos de Israel Mulheres famosas no Antigo Testamento Oraes no Antigo Testamento Os Herodes do Novo Testamento Contrastes entre o Diabo e Jesus Cristo Nomes e ttulos messinicos de Jesus A ltima semana da vida de Jesus Batismo As sete palavras de Jesus na cruz Mulheres no ministrio de Jesus Mulheres nos ensinamentos de Jesus Milagres de Jesus no Evangelho de Joo Amor Os Eu Sou de Jesus no Evangelho de Joo Nomes e ttulos do Diabo Oraes no Novo Testamento A f, a esperana e o amor Aparies de Jesus ressuscitado Mulheres famosas na Igreja Primitiva Calendrio hebraico/judaico Deuses pagos e dolos na Bblia Partidos religiosos e polticos no Novo Testamento Os livros deuterocannicos ou apcrifos Ensinamentos de Jesus Palavras que Consolam e Animam Quadros histricos A vida do apstolo Paulo Esprito de Deus/do Senhor/Santo

  • Apresentao

    Felizes so aqueles que tm prazer na lei do SENHOR e nessa lei meditam dia e noite! Essas palavras, tiradas do Salmo 1, falam de uma felicidade toda especial: o prazer de

    meditar dia e noite na lei do SENHOR. Essa lei toda a revelao de Deus em sua Palavra. Meditar nessa Palavra de forma contnua e com prazer um projeto de

    felicidade. E a Bblia de Estudo NTLH uma valiosa ferramenta e uma grande ajuda

    para que esse projeto de felicidade seja real tambm em sua vida, estimado leitor.

    O salmista que falou dessa felicidade no tinha sua disposio todos os recursos que

    ns conhecemos hoje. Talvez precisasse memorizar o texto dessa lei, para poder meditar

    nela. Hoje, podemos encontrar obstculos em ns mesmos e podemos ser distrados por

    aquilo que nos rodeia, mas no podemos dizer que o problema a falta de acesso ao

    texto da revelao de Deus. Nunca a Bblia foi to traduzida e distribuda como em

    nosso tempo. Alm da grande quantidade de Bblias, temos mais opes em termos de

    traduo. Desde a publicao da Bblia na Linguagem de Hoje (o NT, em 1973; a Bblia

    completa, em 1988; e a Nova Traduo na Linguagem de Hoje, em 2000), o texto

    bblico chegou muito mais perto do leitor e ouvinte brasileiro. Nunca a Bblia foi to

    fcil. A linguagem da NTLH simples, clara, natural e sem ambigidades.

    Este fato pode ter levado muitos a pensar que se havia chegado ao limite para a

    publicao de Bblias de Estudo. Em outras palavras, a NTLH, para muitos, no

    precisaria de qualquer explicao ou comentrio adicional, pois o texto fala por si. No

    entanto, eis que surge a Bblia de Estudo NTLH, para mostrar que isso no bem assim.

    Na verdade, existem palavras e idias que no podem ser explicadas no texto da

    traduo. Existem informaes de natureza histrica e cultural que no podem ser

    introduzidas na traduo. Se a isso forem somados detalhes relacionados com o texto

    original, o registro de tradues alternativas, explicaes do contedo da Bblia e listas

    de passagens bblicas que tratam do mesmo assunto material que interessa, e muito, a todo leitor interessado em meditar na Bblia Sagrada , chegaremos a milhares de notas. E com isso est mais do que justificada a publicao da Bblia de Estudo NTLH.

    De fato, ela tem mais de 14 mil notas explicativas colocadas como notas de rodap.

    Essas notas foram escritas, em sua grande maioria, por membros da Comisso de

    Traduo da NTLH, o que tambm um dado singular.

    Outra novidade da Bblia de Estudo NTLH so as notas de seo. A exemplo de outras

    edies da Bblia, tambm a NTLH apresenta o texto bblico dividido em sees, cada

    qual com seu ttulo. A primeira seo bblica Gnesis 1.12.4, e tem como ttulo A criao do Universo e da raa humana. A diviso de sees e os ttulos dessas sees so editoriais, isto , foram acrescentados pelos editores da Bblia, no fazendo parte do

    texto em si. Para marcar a diferena entre ttulo e texto, os ttulos aparecem na cor azul.

    A Bblia de Estudo NTLH foi um pouco alm da tradicional colocao de ttulos e

    acrescentou notas de seo, que aparecem entre o ttulo da seo ou de um conjunto de

    sees e o texto bblico. Tambm essas notas se destacam do texto bblico pelo uso da

    cor azul. Ao todo, so quase 2.200 notas de seo. Sua presena ao longo de todos os

    livros bblicos d um toque todo especial a esta Bblia de Estudo.

    NTLH Nova Traduo na Linguagem de Hoje

    NT Novo Testamento

  • Alm das notas de seo e das notas de rodap, a Bblia de Estudo NTLH traz uma

    introduo a cada um dos 66 livros bblicos. As informaes que aparecem nessas

    introdues foram em grande parte tiradas do prprio livro, atravs de sucessivas

    leituras do texto. Convm esclarecer que, nesta Bblia de Estudo, no se entra na

    discusso de questes mais tcnicas ou acadmicas sobre autoria, uso de fontes, e outras

    discusses que interessam mais a especialistas em Bblia.

    Alm das notas e das introdues, existe uma srie de outras ajudas, como mapas e

    quadros temticos, inseridos no texto, alm de uma Concordncia e um Dicionrio, que

    aparecem no fim do volume.

    O objetivo maior da Bblia de Estudo NTLH ajudar o leitor a melhor entender o texto

    bblico. No entanto, por mais preciosas que sejam as notas, os quadros e os demais

    auxlios, nada substitui a leitura do texto bblico. Por isso, recomenda-se com insistncia

    que o leitor examine as notas, isto , aquilo que aparece na cor azul, luz daquilo que

    est na cor preta, que o prprio texto bblico. Afinal, o que se quer que o leitor possa

    dizer, com o salmista:

    Como eu amo a tua lei! Penso nela o dia todo. (Sl 119.97) Barueri - SP, julho de 2005

  • Prefcio

    Em 1973, a Sociedade Bblica do Brasil (SBB) lanou a 1 edio do Novo Testamento

    da Traduo na Linguagem de Hoje (TLH). Quinze anos depois, em 1988, a SBB

    lanou a Bblia completa desta traduo, com o nome de Bblia na Linguagem de Hoje

    (BLH). At este momento, a SBB s havia trabalhado em revises de uma traduo j

    existente, a traduo de Joo Ferreira de Almeida. A BLH, portanto, foi a primeira

    traduo completa da Bblia feita por iniciativa da SBB. E isso ocorreu em resposta a

    uma recomendao das igrejas, aps ampla consulta junto a elas.

    A consulta junto s igrejas havia demonstrado um reconhecimento generalizado de que

    se fazia necessria uma traduo bblica apropriada ao desafio evangelstico que a

    realidade espiritual brasileira impunha. Tendo como objetivo principal a evangelizao

    do povo brasileiro, esta traduo deveria ser adequada ao nvel educacional mdio da

    populao. Por isso, aps anos de dedicado trabalho de especialistas nas lnguas

    originais e na Lngua Portuguesa, produziu-se uma traduo com linguagem de fcil

    compreenso, a Traduo na Linguagem de Hoje.

    A exemplo do que acontece com todas as tradues novas, a TLH foi bem aceita por

    muitos, rejeitada por alguns, e vista com desconfiana por outros. Mas, apesar disso,

    mais e mais, ano aps ano, a TLH vem se afirmando como a traduo bblica para a

    evangelizao. Primeiro, porque um bom nmero de igrejas adotou o texto da TLH em

    suas campanhas evangelsticas. Segundo, nos ltimos dez anos a SBB produziu mais de

    500 milhes de selees bblicas, que foram distribudas em parceria com as igrejas; s

    nos ltimos 5 anos, uma mdia de 170 milhes por ano. Visto que o texto bblico da

    maioria dessas selees tirado da TLH, pode-se dizer que foi este texto que

    grandemente impulsionou o crescimento das igrejas no Brasil.

    Sendo uma entidade que serve todas as igrejas, a SBB, imediatamente aps o

    lanamento da Bblia na Linguagem de Hoje, passou a receber, classificar e analisar

    inmeras sugestes, enviadas de todas as partes, no sentido de aprimorar a traduo para

    o uso mais eficiente e amplo das igrejas. Por outro lado, a prpria Comisso de

    Traduo sentiu que a TLH poderia ser melhorada ainda mais. E, por fim, tambm as

    mudanas pelas quais a Lngua Portuguesa havia passado desde o lanamento da TLH

    recomendavam uma reviso dessa traduo. Por tudo isso, a SBB submeteu a TLH a

    uma profunda reviso atravs de sua Comisso de Traduo e, agora, depois de 12 anos

    desde o lanamento da Bblia completa, lana a Nova Traduo na Linguagem de Hoje

    (NTLH).

    Os princpios seguidos nesta reviso foram os mesmos que nortearam o trabalho da

    primeira edio desta traduo. Diferente da traduo de Almeida, que foi norteada

    pelos princpios de traduo de equivalncia formal, a NTLH orientou-se pelos princpios de traduo de equivalncia funcional. Ao reproduzir o sentido dos textos originais, Almeida tambm procura reproduzir a forma dos textos originais, que muitas

    vezes diferente do portugus simples e natural e, assim, requer um domnio da Lngua

    Portuguesa que est acima da mdia da populao brasileira. A NTLH, por sua vez, ao

    reproduzir tambm e efetivamente o sentido dos textos originais hebraico, aramaico e

    grego, expressa esse sentido de maneira simples e natural, assim como a maioria da

    BLH Bblia na Linguagem de Hoje

    TLH Traduo na Linguagem de Hoje

  • populao brasileira fala. Portanto, a Nova Traduo na Linguagem de Hoje continua

    sendo especialmente adequada ao trabalho de evangelizao e tambm muito

    apropriada para a leitura devocional em famlia, inclusive para as crianas.

    Mesmo seguindo os princpios que orientaram a primeira edio da TLH, a reviso foi

    to profunda que justificvel designar o texto resultante como NOVA Traduo na

    Linguagem de Hoje (NTLH). Como destaques dessa reviso, aparecem os seguintes: (1)

    O Novo Testamento foi totalmente revisado, tanto do ponto de vista de uma leitura

    profunda do texto original grego, como do ponto de vista da Lngua Portuguesa. (2)

    Reviso semelhante, mas a partir do texto hebraico, recebeu o livro dos Salmos, com

    especial ateno poesia. (3) Simplificou-se ainda mais uma srie de construes

    gramaticais, aplicando-as ao texto de toda a Bblia. (4) Aceitou-se mudar a designao

    do nome de Deus no Antigo Testamento de Deus Eterno ou Eterno para Senhor Deus, Deus, o Senhor, ou simplesmente Senhor. Assim, a NTLH, agora, aproxima-se, neste particular, do texto da traduo de Almeida, Revista e Atualizada, e

    do texto da maioria das demais tradues bblicas em Lngua Portuguesa. Esta reviso

    sozinha afetou perto de 7 mil passagens do Antigo Testamento. (5) Uma srie de textos

    que apareciam no rodap da BLH, agora, na NTLH, voltaram ao texto da Bblia. Isso

    refere-se, por exemplo, aos ttulos originais dos Salmos, s vezes, difceis de

    compreender, os quais aparecem traduzidos no incio do respectivo Salmo em tipo

    itlico (inclinado). Tambm, no Novo Testamento, algumas passagens que no se

    encontram em alguns dos melhores e mais antigos manuscritos gregos mesmo assim

    aparecem, agora, traduzidas entre colchetes ([ ]; ver, por exemplo, Mateus 6.13b). (6)

    Finalmente, acolheu-se uma srie de sugestes encaminhadas Comisso de Traduo

    por parte de fiis das mais diversas igrejas.

    Est a, portanto, para o uso das igrejas, para o uso individual, familiar e geral, a Nova

    Traduo na Linguagem de Hoje. Sendo a expresso da Palavra de Deus na linguagem

    simples do povo, a Comisso de Traduo da SBB pede a Deus e deseja que muitos a

    recebam com alegria e tenham em sua vida a experincia do salmista: A tua palavra lmpada para guiar os meus passos, luz que ilumina o meu caminho (Salmo 119.105). E Deus conceda tambm que muitos a utilizem em suas atividades de

    adorao, evangelizao, educao e pregao, como a espada que o Esprito Santo lhes d (Efsios 6.17). Junho de 2000

    Ms do 52 Aniversrio da SBB

  • Introduo Geral

    1. O QUE A BBLIA

    1.1. O nome Bblia, em portugus, vem da palavra grega biblia, que quer dizer livros. A Bblia uma coleo de livros sagrados, agrupados em duas partes, chamadas de testamentos. A palavra testamento, nesse contexto, quer dizer aliana, pacto, concerto. Os livros do Antigo Testamento contam como o mundo comeou e narram a histria do povo de Israel antes da vinda de Jesus Cristo. No Novo

    Testamento, conta-se a histria de Jesus Cristo, dos apstolos e da Igreja Primitiva. O

    Novo Testamento inclui tambm algumas cartas escritas naquele tempo e um livro de

    vises chamado Apocalipse.

    1.2. Atravs de muitos sculos, os livros da Bblia foram escritos por vrios autores.

    Nesses livros, se encontram os mais variados gneros literrios. H histrias, biografias,

    leis, poesias, hinos, canes, provrbios, cartas, sermes, profecias e vises.

    1.3. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico, exceto algumas poucas passagens

    que foram escritas em aramaico; o Novo Testamento foi escrito em grego comum ou

    popular, chamado de coin.

    1.4. Para os cristos, a Bblia um livro sagrado e tem um valor religioso muito

    especial. A Bblia a revelao escrita de Deus, tendo sido produzida por inspirao do

    Esprito Santo. Ela nos diz como Deus se relaciona com as pessoas. Ela mostra o

    caminho que nos leva a conhecer o verdadeiro Deus, justo e bondoso, que, por meio da

    encarnao, vida, morte e ressurreio de Jesus Cristo, nos d salvao e vida eterna. A

    Bblia a cartilha da nossa f. Ela nos fala sobre os nossos erros e pecados, que nos

    afastam de Deus, e diz que passos temos de dar para voltar a ele. Ela ensina o que

    significa ser cristo, mostrando como a pessoa que realmente quer seguir a Cristo deve

    ser e viver. E tambm nas suas pginas encontramos palavras de orientao, nimo e

    esperana para a vida diria de cada um e para a vida das comunidades de pessoas que

    seguem a Cristo.

    2. OS TEXTOS HEBRAICO E GREGO

    2.1. Esta traduo da Bblia em portugus se baseia nos melhores textos do Antigo

    Testamento (hebraico) e do Novo Testamento (grego).

    2.1.1. O texto do qual foi feita a traduo do Antigo Testamento a Biblia Hebraica

    Stuttgartensia (1966-1977), das Sociedades Bblicas Unidas, publicada pela Sociedade

    Bblica Alem, que tem sua sede em Stuttgart.

    2.1.2. O texto do qual foi feita a traduo do Novo Testamento a quarta edio revista

    do Novo Testamento Grego, das Sociedades Bblicas Unidas, publicado em 1993. O

    texto dessa quarta edio o mesmo da 26 edio de Nestle-Aland.

    2.1.3. Do NT existem mais ou menos cinco mil manuscritos gregos, dos quais duzentos

    contm o NT todo. Esses manuscritos nem sempre concordam entre si. Por isso,

    seguindo o texto grego adotado, na Nova Traduo na Linguagem de Hoje (NTLH), as

    palavras ou grupos de palavras colocadas entre colchetes indicam o fato de que

    possivelmente outra palavra ou frase teria sido a original e no a que foi escolhida para

    aparecer no texto grego. Ver, por exemplo, Mc 7.16, em que todo o versculo (Se vocs... ouam.) est entre colchetes porque no se encontra em alguns dos melhores e mais antigos manuscritos.

  • 3. A PRESENTE TRADUO

    3.1. O texto desta Bblia de Estudo o mesmo que o da NTLH.

    3.2. Na traduo da NTLH, o sentido do texto original hebraico e grego dado em

    palavras e formas do portugus falado no Brasil hoje. Foi feito todo o esforo para que a

    linguagem fosse simples, clara, natural e sem ambigidades. Nessa Bblia, foram

    seguidos os princpios da traduo dinmica, tambm chamada de funcional ou

    comunicacional. No se tentou traduzir cada palavra em hebraico ou em grego sempre

    pela mesma palavra em portugus. O que se fez foi usar em portugus a palavra ou

    expresso que mais natural e fielmente representa o sentido da palavra em hebraico ou

    em grego no contexto em que est sendo usada. Os tradutores tambm no procuraram

    seguir a ordem das palavras no original, nem se esforaram para usar palavras que

    pertenam mesma categoria gramatical do original. A NTLH diferente de quase

    todas as outras tradues da Bblia em portugus, pois essas seguem o princpio da

    equivalncia formal e consistncia literal, princpio pelo qual se procura reproduzir, na

    traduo, a forma e a ordem das palavras e a estrutura gramatical do original.

    3.3. A NTLH procura ser fiel ao sentido dos textos originais. Essa fidelidade inclui a

    conservao dos aspetos histricos e culturais do texto original, evitando-se a

    modernizao do texto. Porm algumas coisas, como as horas do dia e as medidas de

    peso, capacidade, distncia e rea, so dadas nos seus equivalentes modernos. Isso

    porque a informao contida nesses termos tem para o leitor maior valor do que as suas

    formas bblicas. Em x 25.10, por exemplo, l-se que as medidas da arca da aliana

    eram dois cvados e meio de comprimento, por um e meio de largura, por um e meio de

    altura. Na NTLH, essas medidas so dadas em metros e centmetros: um metro e dez de comprimento por sessenta e seis centmetros de largura e sessenta e seis de altura. O texto grego de At 1.12 diz que a distncia entre o monte das Oliveiras e a cidade de

    Jerusalm a jornada de um sbado, que a NTLH traduz por mais ou menos um quilmetro.

    4. TRANSFORMAES GRAMATICAIS

    4.1. Ao traduzir, s vezes necessrio mudar posies e funes gramaticais, levando

    em considerao a significao das palavras e a maneira de falar tanto nas culturas

    originais, hebraica e grega, com na cultura do leitor, que, no caso, a do Brasil de hoje.

    4.2. Os tradutores no ficam contando as palavras que esto traduzindo. Ao traduzir,

    resulta, vez por outra, uma reduo, pela qual na traduo em portugus no aparecem

    alguns elementos que esto no texto hebraico ou grego. Por exemplo, em Sl 51.4 fiz o que a teus olhos parece mau fica assim na NTLH: fiz o que detestas. O mesmo acontece no v. 15 desse Salmo. Em Lc 4.10, as palavras a teu respeito no cabem em portugus, e a traduo ficou assim: Deus mandar que os seus anjos cuidem de voc. 4.3. Ao procurar expressar o sentido do texto original numa linguagem natural e

    popular, os tradutores, s vezes, empregam mais palavras do que as que esto nesse

    texto. Recorrendo suplementao ou explicitao, eles no esto acrescentando nada

    ao sentido do texto original; o que procuram fazer em portugus usar as palavras que

    forem necessrias boa compreenso do texto que esto traduzindo. Por exemplo,

    pecadores, em Sl 1.1, um tipo especial de pecadores, e, por isso, essa palavra

    v. versculo

  • traduzida assim: os que no querem saber de Deus. Em Mt 5.48, no se trata de perfeio em geral, e, por isso, a NTLH traduz assim: sejam perfeitos em amor, o que est de acordo com o contexto (vs. 43-47). Ver tambm Sl 34.4, em que busquei traduzido por pedi a ajuda de. E, em Pv 15.10, esclarece-se que a vereda o caminho do bem. 4.4. O tradutor deve estar atento para cuidar da atualizao do sentido das palavras. A

    palavra bem-aventurado no usada hoje, e, por isso, a NTLH, em Sl 1.1 e em Mt 5.2-10, por exemplo, a substituiu por feliz. A palavra justo , na NTLH, traduzida por correto, honesto, bom (ver Sl 34.15, nota). 4.5. Para ser entendido, um texto, s vezes, precisa ser submetido ao processo de

    atualizao cultural; outras vezes, necessrio dar informao cultural ou no prprio

    texto ou em nota marginal. Isso porque alguns usos, costumes ou formas de fazer ou de

    dizer as coisas variam com o correr do tempo. E diferem tambm de cultura para

    cultura. O tradutor procura manter o sentido da mensagem bblica dentro de formas

    culturais dos nossos dias e comuns ao nosso povo. Em Sl 2.2, por exemplo, o texto

    hebraico diz que reis se revoltam contra o SENHOR e o seu ungido. Que quer dizer isso? Explica-se. A cerimnia de ungir com leo uma pessoa indicava o fato de ter sido

    ela escolhida e separada para exercer, nesse caso, o ofcio real. Da, a traduo da

    NTLH: contra Deus, o SENHOR, e o rei que ele escolheu. 4.6. Numa traduo da Bblia necessrio estar-se atento para a atualizao do

    vocabulrio. Impio, por exemplo, no se usa hoje. A NTLH usa mau: ver Sl 1.4,6; Rm 5.6. Frisado de cabelos (1Pe 3.3) penteados exagerados. Em Sl 104.26, folgar quer dizer brincar. Derribar (Lc 1.52) derrubar. 4.7. Atualizam-se, tambm, as formas de tratamento. O pronome vs arcaico, e, em lugar dele, a NTLH usa vocs: ver Sl 2.7-9,12; 37.27; Mt 16.15. Entre pessoas do mesmo nvel, o tu do texto grego d lugar a voc: ver Mt 16.17-19. O tratamento de respeito o senhor: Mt 16.22. 4.8. A inverso de linhas ou de palavras ocorre na NTLH quando ela resulta em maior

    clareza. Para isso, por exemplo, as linhas de Sl 42.6-7 foram colocadas em ordem

    lgica, de modo a deixar claro o pensamento do salmista. Em Lc 1.54-55, a primeira

    linha do texto grego do v. 55 (Ele cumpriu as promessas que fez aos nossos antepassados) passa a ser a primeira linha do v. 54, e isso resulta, para o leitor, em melhor compreenso do texto.

    4.9. Para facilitar a compreenso, preciso, s vezes, recorrer transposio lxica, isto

    , empregar, na traduo, palavras que no pertencem mesma categoria gramatical da

    que est no original. Em Sl 5.9, por exemplo, o texto hebraico diz: No h na boca deles sinceridade. Na NTLH, os dois substantivos passam a ser verbos: No se pode confiar no que eles dizem. Em Sl 23.3, a frase substantiva do texto hebraico por amor do seu nome torna-se, na NTLH, uma frase verbal: como ele mesmo prometeu. Em Rm 8.6, o pendor da carne traduz-se por esta frase verbal: ter a mente controlada pela natureza humana.

    vs. versculos

    Sl 34.15, 34.15 pessoas honestas Isso traduz o texto hebraico, que traz: os justos (tsaddiqim

    em hebraico), que, nesta Bblia, se traduz por povo de Deus (Sl 118.15), as pessoas corretas (Sl

    32.11), direitas (Sl 7.9), honestas (Sl 34.17), boas (Sl 34.19), que obedecem a Deus (Sl 14.5).

    Essas pessoas procuram, de todos os modos, viver de acordo com aquilo que Deus, em sua lei,

    estabelece como modelo de conduta (ver Introduo Bblia 4.4).

  • 4.10. As metforas, a bem da clareza, devem passar pelo processo de desmetaforizao.

    Metfora comparao baseada na semelhana: A lngua um fogo escreveu Tiago (3.6). Se determinada metfora bblica no for suficientemente clara para ser entendida

    pelo leitor moderno, ela pode ser desmetaforizada, isto , o seu sentido expresso em linguagem direta. Em Sl 1.6, por exemplo, aparece duas vezes no texto hebraico a

    palavra caminho, que, na primeira ocorrncia, a NTLH traduz por vida e, na segunda, por fim: O SENHOR abenoa e dirige a vida daqueles que lhe obedecem, porm o fim dos maus so a desgraa e a morte. Em 1Pe 3.10, o texto grego fala sobre lbios: evite que os seus lbios falem dolosamente, o que na NTLH ficou assim: no conte mentiras. Outras vezes, a NTLH se vale da transmetaforizao, substituindo a metfora original por outra correspondente, de uso comum em nossa

    cultura. Em Sl 35.10, l-se o texto hebraico assim: Todos os meus ossos diro, o que mais naturalmente em portugus se diz: Com todo o corao eu lhe direi. Em Lc 1.79, a NTLH diz guiar os nossos passos, que, no texto grego, dirigir os nossos ps. 4.11. Algumas vezes, em caso de metonmia, a soluo a desmetonimizao.

    Metonmia uma figura de linguagem que emprega um nome por outro, em razo de

    haver uma relao objetiva entre o sentido de ambos. Essa relao pode ser de natureza

    variada, como, por exemplo, a causa pelo efeito ou o efeito pela causa, o continente pelo

    contedo, o abstrato pelo concreto, o autor pela obra e outras. Exemplo: quebrar o brao do perverso, em Sl 10.15, quer dizer acabar com o poder dos maus. Outro exemplo. O cetro o basto que algum carrega como smbolo de autoridade. Em Hb 1.8, o texto grego traduzido assim: Cetro de eqidade o cetro do seu reino. Na NTLH, l-se: Tu governars o teu povo com justia. 4.12. Finalmente, no caso da NTLH, os tradutores se esforaram por produzir um texto

    claro e simples. No Sl 32.4, por exemplo, sequido de estio , na NTLH, seca no calor do vero. Veja-se, tambm, Sl 78.51. Em 1Co 4.1, o texto grego fala sobre ministros de Cristo e despenseiros de Deus, palavras que a NTLH traduz assim: servidores de Cristo, que foram encarregados de administrar a realizao dos planos secretos de Deus.

    5. INFORMAES A RESPEITO DE NOMES

    5.1. Seguindo o costume que comeou com a Septuaginta, primeira traduo do Antigo

    Testamento, a grande maioria das Bblias emprega o ttulo SENHOR (com maisculas) para traduzir Jav (YHVH), que o nome mais usado para Deus no Antigo Testamento.

    A NTLH segue esse costume. No AT da NTLH, Senhor (com minsculas) traduo da palavra que em hebraico quer dizer senhor ou dono. No NT, Senhor traduz a palavra grega que quer dizer senhor ou dono e que usada tanto para o Pai como para o Filho.

    5.2. A NTLH traduz Deus dos Exrcitos por Deus Todo-Poderoso e Jav dos Exrcitos por o SENHOR Todo-Poderoso. Isso porque os nomes Deus dos Exrcitos e Jav dos Exrcitos dizem pouco para o leitor de hoje. Assim a traduo Todo-Poderoso transmite com fidelidade o sentido do hebraico, isto , o Todo-Poderoso o Deus que tem poder sobre as foras (exrcitos) do cu e da terra, especialmente sobre os exrcitos de Israel, o seu povo.

    5.3. O ttulo Shadday traduzido por o Todo-Poderoso ou por o Deus Todo-Poderoso (Sl 68.14).

    AT Antigo Testamento

  • 5.4. Nos casos em que uma pessoa ou um lugar recebem dois ou mais nomes, esta

    traduo usa em todas as passagens o nome mais conhecido. Por exemplo, o rei

    Joaquim (Jeremias 52.31) sempre chamado por esse nome, embora tambm fosse

    conhecido como Jeconias (Jeremias 24.1) e Conias (Jeremias 37.1). Outro caso o de

    Priscila, a esposa de quila. No texto grego de At 18.2,18,26, ela chamada de Priscila, ao passo que nas cartas de Paulo (Rm 16.3; 1Co 16.19; 2Tm 4.19) seu nome Prisca. Na NTLH, em todas essas seis passagens, emprega-se um s nome, o mais conhecido, isto , Priscila.

    6. COMO ORIENTAR-SE NA BBLIA

    O texto de uma Bblia impressa contm uma srie de recursos com orientaes e

    informaes adicionais. Sabendo usar esses recursos, o leitor pode se orientar mais

    rapidamente e tem mo inmeros auxlios para compreender melhor o texto bblico.

    6.1. Todos os livros da Bblia esto divididos em captulos e versculos (alguns livros

    muito curtos se dividem apenas em versculos). Essa numerao no pertence ao texto

    bblico original, mas foi includa apenas ao longo da Idade Mdia. As indicaes de

    captulos e versculos nos permitem encontrar rapidamente qualquer trecho da Bblia.

    Uma referncia bblica est estruturada da seguinte maneira:

    2Samuel 7.18-29

    2 Samuel 7. 18-29

    Nmero

    do livro

    (no caso

    de haver

    mais de

    um livro

    com o

    mesmo

    nome)

    Nome do livro ou

    abreviatura

    Nmero do captulo Indicao dos versculos

    As referncias so separadas uma das outras por ponto e vrgula. Na indicao de um

    trecho do mesmo captulo, os versculos so separados por hfens; no caso de trechos

    que abrangem mais que um captulo, usa-se um trao mais longo. Normalmente o nome

    do livro substitudo por sua abreviatura. Por exemplo:

    Gn 5.2; 7.6-13

    (Livro de Gnesis, captulo 5, versculo 2 e captulo 7, versculos 6 a 13);

    Mt 5.436.4 (Evangelho de Mateus, do captulo 5, versculo 43 at o captulo 6, versculo 4).

    6.2. Para uma orientao mais rpida, o cabealho na parte superior da pgina contm

    informaes como o ttulo do livro, os captulos que se encontram naquela pgina e o

    nmero da pgina.

    6.3. Os ttulos de seo dividem o texto bblico em sees ou percopes conforme o seu

    contedo. Nos manuscritos bblicos originais (os textos em hebraico e grego), no havia

    esses ttulos, que foram acrescentados apenas mais tarde para facilitar a orientao,

    oferecendo um resumo daquela seo.

    6.4. Em alguns livros, como os Evangelhos e os livros histricos do Antigo Testamento,

    pode haver o registro de um mesmo acontecimento. Quando isso acontece, as

    referncias a essas passagens paralelas aparecem logo abaixo dos ttulos das sees.

  • 7. CONTEDO DESTA BBLIA DE ESTUDO

    7.1. No incio de cada livro da Bblia, h uma introduo, a qual, geralmente, trata da

    natureza do livro, d um resumo do seu contedo, diz qual a sua mensagem e, conforme

    o caso, fala sobre quando, onde, por quem e para quem foi escrito. Acompanhando a

    introduo, h sempre um esquema do contedo do livro.

    7.2. Quando o texto bblico foi escrito em prosa, os versculos so agrupados em

    pargrafos, e os captulos so divididos por assuntos, com um ou mais ttulos. Ver, por

    exemplo, o cap. 23 de Levtico e o cap. 5 de Mateus. Na poesia, as linhas so soltas, e a

    mudana de assunto indicada por um espao duplo entre as linhas. Ver, por exemplo,

    Sl 71; Is 11; Lc 1.46-55.

    7.3. Nesta Bblia de Estudo, as notas, que aparecem agrupadas ao p das pginas, so de

    vrias naturezas.

    7.3.1. Na sua quase totalidade, as notas so explicativas, esclarecendo palavras e idias.

    Ver nas notas, por exemplo, o que quer dizer conhecer a Deus (Sl 9.10), alicerces da terra (Sl 18.15) e corao circuncidado (Rm 2.29). 7.3.2. H algumas poucas notas textuais, as quais dizem respeito a problemas que h

    com certas palavras ou grupo de palavras que ocorrem nos textos hebraico e grego. Ver,

    por exemplo, as notas em Sl 11.6; 20.9; Mt 6.13; Ef 1.1.

    7.3.3. Algumas vezes, os estudiosos da Bblia e os seus tradutores no concordam

    quanto ao sentido desta ou daquela passagem bblica. Isso registrado como traduo

    alternativa. Ver, por exemplo, as notas de Sl 7.4 e Rm 1.17.

    7.3.4. As notas podem trazer referncias cruzadas, indicando ao leitor passagens

    bblicas que abordem um tema semelhante.

    7.3.5. Algumas notas servem de introduo a uma seo do texto bblico. Nesse caso, as

    notas so colocadas entre o ttulo da seo e o texto bblico.

    7.3.6. Muitas vezes, uma nota remete o leitor a outra nota, oferecendo maiores

    informaes sobre o assunto em questo. Uma letra n indicar isso. Ver, por exemplo, a nota em Gn 1.31. Da mesma maneira, uma nota pode remeter o leitor a uma

    informao contida na introduo do livro. Ver, por exemplo, a nota em Rm 1.17.

    7.4. O Dicionrio que aparece no final da Bblia explica vrias palavras encontradas no

    texto bblico e tambm nas introdues e nas notas explicativas. Nesse Dicionrio, esto

    registradas palavras mais ou menos difceis ou que tm um significado prprio no

    contexto bblico. Ver, por exemplo, nesse Dicionrio, o que querem dizer as palavras

    ambigidade, estrofe, exegese (pronuncia-se ezegese). 7.5. Esta Bblia traz, ao final, uma Concordncia com inmeras palavras e as passagens

    em que estas aparecem.

    7.6. Alm disso, h, ao longo de toda a Bblia, mais algumas ajudas para facilitar a

    compreenso do leitor

    7.6.1. Os mapas retratam a geografia bblica ou o local de um acontecimento

    importante. Esto colocados prximos de passagens bblicas relevantes.

    7.6.2. Os quadros temticos renem informaes sobre um tema especfico. Assim

    como os mapas, esses quadros aparecem prximos de passagens bblicas relevantes ao

    tema.

    7.6.3. Um quadro histrico oferece ao leitor um panorama dos principais

    acontecimentos relatados na Bblia.

    cap. captulo

  • 8. COMO USAR ESTA BBLIA DE ESTUDO

    Esta uma Bblia de Estudo, isto , oferece ao leitor, alm da traduo do texto bblico,

    uma srie de ajudas que facilitam a compreenso do texto e permitem maior

    aprofundamento no contedo da mensagem bblica.

    8.1. Em primeiro lugar, familiarize-se com as ajudas que esta Bblia oferece. Leia com

    ateno a Introduo ao Antigo Testamento e a Introduo ao Novo Testamento.

    Depois, v ao final da Bblia e passe os olhos sobre os diversos recursos presentes. E

    leia uma ou outra explicao nas notas de p-de-pgina.

    8.2. Antes de estudar determinada passagem, leia a introduo ao livro em que ela

    aparece.

    8.3. Leia com ateno a passagem que voc pretende estudar e, em seguida, procure

    algum esclarecimento nas notas de p-de-pgina. E no deixe de consultar as referncias

    bblicas, pois a melhor explicao de uma passagem da Bblia est na prpria Bblia, na

    comparao dos seus textos.

    8.4. Antes de comear a estudar uma passagem, ore e medite, pedindo que a luz divina

    ilumine voc nesse estudo.

    8.5. Procure chegar s suas prprias concluses. Quem vai descobrir a riqueza de cada

    texto voc mesmo, e a voc cabe aplicar os ensinamentos bblicos em sua prpria vida

    e na vida de sua igreja.

    9. PARA VOC MEDITAR

    9.1. Convidamos voc, que l e estuda a Bblia, a pensar sempre e com gratido no

    imenso trabalho que est por trs do livro que voc tem nas mos. Pense nos milhares

    de copistas que, no passado distante, copiaram mo, com carinho e ateno, cada

    palavra do texto original. Pense no cuidado minucioso dos especialistas que, nos tempos

    modernos, tm procurado chegar a um texto bblico que esteja o mais perto possvel dos

    manuscritos originais. Pense nas pesquisas cansativas das pessoas que tm produzido

    gramticas, dicionrios, concordncias e outros auxlios indispensveis ao tradutor.

    Pense nos exegetas, pessoas que se esforam para descobrir o sentido do texto bblico.

    Pense nos tradutores, homens e mulheres que sempre esto procura da melhor maneira

    de expressar a verdade bblica na linguagem do povo. No se esquea das pessoas que

    preparam as ajudas e os comentrios para as Bblias de Estudo. Lembre-se do trabalho

    paciente daqueles que cuidam da composio, reviso, impresso e distribuio da

    Bblia. E agradea a Deus o fato de haver pessoas que, por meio de ofertas, permitem a

    venda da Bblia por preos acessveis.

    9.2. As pessoas que fizeram esta traduo, melhor do que ningum, conhecem as

    dificuldades da tarefa que lhes foi entregue. Mas elas a realizaram com prazer, pedindo

    sempre a direo e o auxlio do Esprito Santo de Deus. Todos os esforos feitos por no

    poucas pessoas, at se chegar a uma Bblia de Estudo como a que voc tem nas mos,

    resultam da certeza de que a Bblia contm uma mensagem indispensvel, que deve ser

    colocada ao alcance de todas as pessoas. Essa mensagem fala sobre o amor de Deus por

    todos ns, amor que foi mostrado, no seu mais alto grau, na pessoa do nosso Senhor

    Jesus Cristo. Finalmente, pelo poder do Esprito Santo, essa mensagem de amor se

    espalhar pelo mundo inteiro.

    Por meio de Jesus Cristo, o nosso Senhor, louvemos o nico Deus, o nosso Salvador, a quem pertencem a glria, a grandeza, o poder e a autoridade, desde todos os tempos,

    agora e para sempre! Amm. Judas 2

  • Introduo ao

    Antigo Testamento

    1. O QUE O ANTIGO TESTAMENTO

    1.1. Antigo Testamento o nome que os cristos do ao conjunto das Escrituras

    Sagradas do povo de Israel. Esses livros, originalmente escritos em hebraico, fazem

    parte tambm da Bblia Sagrada dos cristos.

    1.2. O Antigo Testamento fala sobre a antiga aliana que Deus, por meio dos patriarcas e

    de Moiss, fez com o seu povo. J o Novo Testamento trata da nova aliana que Deus,

    por meio de Jesus Cristo, fez com o seu povo (ver 8.4).

    2. DIVISES DO ANTIGO TESTAMENTO

    2.1. Os israelitas agrupam os livros do Antigo Testamento em trs divises: a Lei, os

    Profetas e os Escritos. Em Lc 24.44, a terceira diviso chamada de Salmos em vez de Escritos, porque o Livro de Salmos era o primeiro dessa diviso. 2.1.1. A Lei agrupa os primeiros cinco livros do AT.

    2.1.2. Os Profetas tm duas subdivises: os Profetas Anteriores, de Josu a 2Reis, e os

    Posteriores, de Isaas a Malaquias. Os profetas de Osias a Malaquias recebem dos

    israelitas o nome de O Livro dos Doze (ver 2.2.4). 2.1.3. Fazem parte da terceira diviso os seguintes livros: Salmos, J, Provrbios, Rute,

    Cntico dos Cnticos, Eclesiastes, Lamentaes, Ester, Daniel, Esdras, Neemias e

    Crnicas.

    2.1.4. As trs divises acima referidas correspondem ordem histrica em que os seus

    livros foram aceitos como autorizados a fazerem parte do cnon dos israelitas. Cnon a coleo de livros aceitos como escrituras sagradas.

    2.2. As Igrejas crists seguem, em geral, um arranjo diferente do dos israelitas, mas os

    livros so os mesmos, em nmero de trinta e nove. Essa ordem se encontra nas antigas

    verses gregas e latinas usadas pela Igreja primitiva.

    2.2.1. Os primeiros cinco livros do AT so chamados de Pentateuco ou Os Livros da Lei. A palavra Pentateuco quer dizer cinco volumes. Eles falam sobre a criao do mundo e da humanidade e contam a histria dos hebreus, comeando com a chamada de

    Abrao e continuando at a morte de Moiss, que aconteceu quando o povo de Israel

    estava para entrar em Cana, a Terra Prometida.

    2.2.2. Os doze livros seguintes, de Josu at Ester, so livros histricos, que narram os

    principais acontecimentos da histria de Israel desde a sua entrada na Terra Prometida

    at o tempo em que as muralhas de Jerusalm foram reconstrudas, depois da volta dos

    israelitas do cativeiro. Isso aconteceu uns quatrocentos e quarenta e cinco anos antes de

    Cristo.

    2.2.3. J, Salmos, Provrbios, Eclesiastes e Cntico dos Cnticos so chamados de

    Livros Poticos. Entre esses tambm se colocam as Lamentaes de Jeremias.

    2.2.4. Os ltimos dezessete livros do AT contm mensagens de Deus anunciadas ao

    povo de Israel pelos profetas. Esses mensageiros de Deus condenavam os pecados do

    povo, exigiam o arrependimento e prometiam as bnos divinas para as pessoas que

    confiassem em Deus e vivessem de acordo com a vontade dele. Esses livros esto

  • divididos em dois grupos: os Profetas Maiores, de Isaas a Daniel, e os Profetas Menores, de Osias a Malaquias (ver 2.1.2). 2.3. Algumas verses antigas, tais como a Septuaginta, em grego, e a Vulgata, em latim,

    incluem no AT alguns livros que no se encontram na Bblia Hebraica de Israel. Esses

    livros foram escritos no perodo intertestamentrio (ver 8). A Igreja Romana os aceita e

    os chama de Deuterocannicos, isto , pertencentes a um segundo cnon (ver 2.1.4). So eles: Tobias, Judite, Ester Grego, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesistico

    (no confundir com Eclesiastes), Baruque, Carta de Jeremias e os acrscimos a Daniel,

    que so a Orao de Azarias e as histrias de Suzana, de Bel e do Drago.

    3. COMO SE FORMOU O ANTIGO TESTAMENTO

    3.1. Os trinta e nove livros que compem o AT foram escritos durante um perodo de

    mais de mil anos.

    3.2. As histrias, os hinos, as mensagens dos profetas e as palavras de sabedoria foram

    agrupadas em colees, que, com o tempo, foram juntadas e aceitas como escritura

    sagrada.

    3.3. Alguns livros de histria que so mencionados no AT se perderam. So eles: o

    Livro do Justo (Js 10.13), a Histria de Salomo (1Rs 11.41), a Histria dos Reis de

    Israel (1Rs 14.19) e a Histria dos Reis de Jud (1Rs 14.29).

    3.4. Os Livros de Salmos e de Provrbios so obra de vrios autores.

    4. QUESTES DE AUTORIA

    4.1. Para o povo de Israel conhecer o autor de determinado livro das Escrituras no era

    to importante como reconhecer que se tratava de livro que tinha sido escrito por

    inspirao divina e que continha mensagem ou mensagens de valor permanente a

    respeito de Deus e de seus relacionamentos com o povo de Israel em particular e com os

    povos do mundo em geral.

    4.2. So variadas e divididas as opinies dos estudiosos das Escrituras quanto autoria

    de cada livro em particular. Esta Bblia de Estudo no discute essas questes.

    5. PROSA E POESIA NO ANTIGO TESTAMENTO

    5.1. Boa parte do AT est escrita em prosa.

    5.1.1. Esto escritos em prosa os relatos da vida de pessoas, como se pode ver em

    Gnesis e Rute.

    5.1.2. Em outros livros, narra-se em prosa a histria do povo de Israel, como, por

    exemplo, em xodo 1-19, partes de Nmeros, Josu, Juzes, Samuel, Reis, Crnicas,

    Esdras, Neemias, Ester.

    5.1.3. Esto em prosa os registros das leis dadas por Deus a Israel, bem como os

    assuntos relacionados ao culto.

    5.1.4. O Livro de Deuteronmio consta principalmente de discursos pronunciados por

    Moiss.

    5.1.5. H livros de profetas escritos em prosa, como, por exemplo, Jeremias (boa parte),

    Ezequiel, Daniel e os profetas menores, menos Naum e Habacuque.

    5.1.6. Nos Livros de Provrbios e Eclesiastes, aparece uma forma especial de prosa

    apropriada literatura de sabedoria.

    5.2. H vrios livros e partes de livros do AT que foram escritos em forma de poesia.

  • 5.2.1. A poesia hebraica se expressa de uma forma especial chamada de paralelismo. As

    caractersticas desse tipo de poesia so tratadas em Salmos, Introduo 5.

    5.2.2. A poesia do Livro de Salmos se chama de litrgica, porque os Salmos foram

    escritos para serem usados no culto.

    5.2.3. O Livro de J tambm potico.

    5.2.4. E h livros profticos que empregam linguagem potica, como Isaas, partes de

    Jeremias, Lamentaes, Naum e Habacuque.

    6. GEOGRAFIA DA TERRA DE ISRAEL

    6.1. Incluindo-se os territrios dos dois lados do rio Jordo, o Israel antigo ocupava uma

    rea de mais ou menos 16.000km quadrados. No chegava, por exemplo, rea do

    Estado de Sergipe, que tem 22.000km quadrados de rea. O atual Estado de Israel ocupa

    uma rea de 20.700km quadrados. De norte a sul, isto , de D at Berseba, a distncia

    era de 240km. De leste a oeste, isto , de Gaza at o mar Morto, a distncia de 86km.

    Mas impressionante o fato de que um pas to pequeno tenha exercido uma influncia

    religiosa to poderosa que se estende pelo mundo inteiro at hoje.

    6.2. Os vizinhos mais prximos de Israel eram, no litoral, os filisteus e os fencios; ao

    norte, estavam os heteus e os arameus (srios); a leste do Jordo, habitavam os amonitas

    e os moabitas; e, ao sul, os edomitas. Os vizinhos mais distantes eram o Egito e a

    Assria. Em seguida, o territrio da Assria passou a ser dominado pelos babilnios;

    depois, pelos persas; e, depois, pelos gregos (ver 7.6, 7.7 e 8.1).

    6.3. Durante o perodo da conquista e dos juzes (ver 7.3), o pas foi divido pelas tribos

    de Israel (ver mapa As Doze Tribos).

    6.4. No perodo do Reino unido, a capital era Jerusalm (ver mapa O Reino de Davi e

    Salomo).

    6.5. Durante o perodo do Reino dividido (ver 7.5), a capital de Jud, o Reino do Sul,

    era Jerusalm. A capital de Israel, o Reino do Norte, era Samaria (ver mapa Os Reinos

    de Israel e de Jud).

    6.6. Nos tempos do NT, o pas ocupava 25.000km quadrados e estava dividido em

    quatro territrios: a Judia, a Samaria, a Peria e a Galilia.

    6.7. Na terra de Israel, observam-se quatro zonas paralelas, na direo norte-sul. A

    primeira zona a plancie costeira. A segunda, no centro, a regio montanhosa. A

    terceira o vale do Jordo, rio que desemboca no mar Morto. E a quarta o planalto

    onde hoje est a Jordnia.

    6.8. Os israelitas dividiam o ano em duas estaes. No vero, fazia calor e se colhiam as

    frutas; no inverno, terminavam as colheitas, chovia e fazia frio.

    7. PERODOS DA HISTRIA DE ISRAEL NO ANTIGO TESTAMENTO

    A histria do povo de Deus no AT divide-se em oito perodos. Examine o Quadro

    Histrico que est no final desta Bblia.

    7.1. O primeiro perodo vai de mais ou menos 1.900 a 1.700 a.C., e nele viveram os

    patriarcas Abrao, Isaque e Jac.

    km quilmetro(s)

    a.C. antes de Cristo

  • 7.2. Escravido no Egito e xodo (sada), mais ou menos de 1.250 a 1.030 a.C. O lder

    nesse perodo Moiss.

    7.3. Conquista e posse de Cana, mais ou menos de 1.250 a 1.030 a.C. O povo de Israel

    comandado por Josu e pelos juzes. O ltimo juiz foi Samuel.

    7.4. O Reino unido, mais ou menos de 1.030 a 932 a.C. O povo governado por trs

    reis: Saul, Davi e Salomo.

    7.5. O Reino dividido, de 931 a.C. a 587 ou 586 a.C. (ver 6.5).

    7.5.1. O Reino de Israel, ao norte, durou duzentos anos. Samaria, sua capital, caiu em

    722 a.C., conquistada pelos assrios.

    7.5.2. O Reino de Jud, ao sul, durou trezentos e quarenta e cinco anos, tendo chegado

    ao fim com a conquista de Jerusalm pelos babilnios em 587 ou 586 a.C.

    7.6. O perodo do cativeiro, tambm chamado de exlio (pronuncia-se ezlio), comeou em 722, com a conquista de Samaria (ver 7.5.1). Os moradores do Reino do

    Norte (Israel) foram levados como prisioneiros para a Assria. Cento e trinta e seis anos

    depois, em 587 ou 586 a.C., Jerusalm foi conquistada, e os moradores do Reino do Sul

    (Jud) foram levados para a Babilnia (ver 7.5.2).

    7.7. A volta do povo de Deus Terra Prometida comeou em 538 a.C., por ordem de

    Ciro, rei da Prsia, que havia dominado a Babilnia. Vrios grupos de judeus voltaram

    para a terra de Israel, ficaram morando nela e reconstruram o Templo (520 a.C.) e as

    muralhas de Jerusalm (445-443 a.C.).

    7.8. O ltimo perodo o intertestamentrio, isto , o que fica entre o fim do AT e o

    comeo do NT. Ele vai de Malaquias, o ltimo profeta, que profetizou entre 500 e 450

    a.C., at o nascimento de Cristo.

    7.8.1. Esse perodo chamado de helenstico por causa do domnio do poder e da

    cultura grega. O rei grego Alexandre, o Grande, comeou a governar Israel em 333 a.C.

    7.8.2. De 323 a 198, o governo foi exercido pelos ptolomeus, descendentes de um

    general de Alexandre.

    7.8.3. De 198 a 166, o domnio foi dos selucidas, descendentes de um general de

    Alexandre que havia governado a Sria.

    7.8.4. De 166 a 63, Israel viveu cento e trs anos de independncia, sendo o pas

    governado pelos asmoneus, que eram descendentes de Judas Macabeu, o lder da

    libertao de Israel.

    7.8.5. Em 63 a.C., Jerusalm caiu em poder dos romanos e passou a fazer parte do

    Imprio Romano. O governo em Israel era exercido por reis nomeados pelo Imperador

    de Roma. Um desses reis foi Herodes, o Grande, que governou de 37 a 4 a.C.

    8. VALORES RELIGIOSOS DO ANTIGO TESTAMENTO

    8.1. O AT registra a experincia que os seus autores e o povo de Israel tiveram com

    Jav, o verdadeiro Deus. As naes vizinhas tinham vrios deuses e deusas, que eram

    adorados na forma de imagens (dolos). A crena de Israel era diferente. Jav era o

    nico Deus de Israel, e dele no se faziam imagens. Jav era o Deus nico, Criador e

    Senhor do Universo. Ele era um Deus vivo e salvador, sempre vivendo com o seu povo.

    8.2. Esse Deus impunha aos seus adoradores leis e normas morais que tinham em vista

    um procedimento correto nos relacionamentos da vida. E havia leis sociais que

    protegiam interesses das outras pessoas, inclusive as marginalizadas, e do povo como

    um todo.

    8.3. Esse Deus perdoava as pessoas que quebravam as suas leis. Mas o perdo era

    somente concedido na condio de as pessoas se arrependerem, confessarem o seu erro

  • e se disporem a corrigir-se. As pessoas que permaneciam no pecado eram julgadas por

    Deus e castigadas.

    8.4. Jav fez com o povo de Israel uma aliana, pela qual ele prometeu ser o Deus de

    Israel; e o povo, por sua vez, prometeu ser fiel a Jav, disposto a seguir e obedecer s

    suas leis. Essa doutrina fundamental da crena do povo de Israel complementada por

    estas palavras que Jesus pronunciou por ocasio da instituio da Ceia: Este clice a nova aliana feita por Deus com o seu povo, aliana que garantida pelo meu sangue,

    derramado em favor de vocs (ver 1.2 e Lc 22.20) 8.5. Por meio de smbolos (ver a Carta aos Hebreus) e de profecias, o AT preparou o

    povo de Deus para a vinda do Messias, aquele que Deus iria enviar a fim de trazer

    salvao completa para as pessoas.

    8.6. Para se entender bem o NT, necessrio recorrer ao AT, porque este forma a base

    para os ensinamentos encontrados no NT. Mas nem todos os ensinamentos encontrados

    no AT tm validade para os cristos. O cristo l o AT com a luz que vem da maneira

    de Jesus interpret-lo e complet-lo. Jesus disse: No pensem que eu vim acabar com a Lei de Moiss ou com os ensinamentos dos profetas. No vim para acabar com eles,

    mas para dar o seu sentido completo (Mt 5.17). E, logo adiante, Jesus afirmou algo que totalmente novo: Vocs sabem o que foi dito: Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e amem os que perseguem vocs (vs. 43-44). Essas palavras de Jesus sobre inimigos vo muito alm do ensinamento do AT sobre o assunto.

    8.7. Os ensinamentos do AT sobre a lei, o culto, a conduta das pessoas, a sua vida, a sua

    morte e a sua vida aps a morte so entendidos e vividos pelos cristos luz da

    revelao completa e final que se encontra no Novo Testamento.

  • Introduo ao

    Pentateuco

    Pentateuco o nome que se d aos cinco primeiros livros do Antigo Testamento. O

    nome quer dizer cinco rolos, os cinco rolos de pergaminho ou papiro em que os livros estavam escritos. Na Bblia hebraica, esses livros so chamados de Torah, palavra

    geralmente traduzida lei, mas que quer dizer tambm ensinamento, instruo. Os nomes dos livros vm da antiga verso grega, a Septuaginta. Gnesis quer dizer

    comeo; xodo, sada; Levtico, relativo aos levitas; Nmeros, contagem; e Deuteronmio, segunda lei. Na Bblia hebraica, os livros so chamados pelas primeiras palavras do texto: Gnesis No comeo; xodo, So estes os nomes; Levtico, E (o SENHOR Deus) chamou; Nmeros, No deserto; e Deuteronmio, Estas (so) as palavras.

    1. CONTEDO

    O Pentateuco uma coleo variada e complexa de histrias e personagens notveis e

    inclui muitas genealogias e colees extensas de mandamentos e leis. A histria comea

    com a criao do Universo e da humanidade e vai at a morte de Moiss, mais ou menos

    em 1.210 a.C. O material pode ser dividido da seguinte maneira:

    1. Da criao do mundo at a torre de Babel Gn 1.111.9 2. A histria dos patriarcas Gn 11.1050.26 3. A sada do Egito x 1.115.21 4. Do Egito at o monte Sinai x 15.2218.27 5. A revelao do SENHOR Deus no monte Sinai x 19.1Nm 10.10 6. Do monte Sinai at Moabe Nm 10.1121.35 7. O povo de Israel em Moabe Nm 2236 8. A Lei de Deus para o povo de Israel Dt 133 9. A morte de Moiss Dt 34

    2. AUTOR E DATA

    Em tempos passados, tanto na tradio judaica como na tradio crist, esses cinco

    livros eram chamados de Os Livros de Moiss, o que no de se admirar. Pois, comeando com o seu nascimento (x 2.1-2) e indo at a sua morte (Dt 34.5), Moiss

    a figura dominante desses livros. Moiss, o servo de Deus, foi o maior profeta de Israel,

    o homem com quem o SENHOR Deus falava face a face. Foi ele que, por meio dos seus

    milagres e maravilhas, libertou o povo de Israel do cativeiro no Egito e os levou at a

    Terra Prometida. Foi ele por meio de quem o SENHOR deu ao povo de Israel todas as

    suas leis e mandamentos.

    Mas isso no quer dizer que Moiss escreveu tudo que est nesses cinco livros, desde

    Gn 1.1 at Dt 34.12. Os estudiosos, tanto judeus como cristos, levam em conta fatores

    literrios e histricos, que sugerem vrios escritores e redatores desses livros. A

    existncia de dois ou mais relatos diferentes de uma mesma histria sugere o uso de

    mais de uma fonte, escrita ou oral. Um exemplo disso a histria da criao do

    Universo e da raa humana. O primeiro relato (Gn 1.1-2.4a) usa o nome genrico

    elohim, Deus, para falar sobre o Criador: No comeo Deus criou os cus e a terra

  • (1.1). O segundo (Gn 2.4b-25) usa o nome sagrado do Deus de Israel, YHWH elohim, o SENHOR Deus: Quando o SENHOR Deus fez os cus e a terra... (2.4b). Outro exemplo o relato do dilvio. Em Gn 6.19-20, Deus diz a No que leve para dentro da arca um

    casal de todas as espcies de aves, de animais e de seres que se arrastam pelo cho. Mas,

    em Gn 7.2-3, o SENHOR Deus diz a Moiss que leve sete casais de cada espcie de

    animal puro e de ave e um casal de cada espcie de animal impuro. Alm disso, h duas

    verses, ligeiramente diferentes, dos dez mandamentos (x 20.1-17; Dt 5.1-21), como

    tambm vrios relatos da instituio das grandes Festas judaicas (x 23.14-19; 34.18-

    26; Lv 23.1-44; Dt 16.1-17).

    Esses detalhes, aliados a outros fenmenos literrios e histricos, levam muitos

    estudiosos, tanto judeus como cristos, a concluir que o Pentateuco, como o temos

    agora, resultou de um processo que durou vrios sculos. possvel que a redao final

    do Pentateuco s tenha ocorrido no quinto sculo antes de Cristo.

    3. A IMPORTNCIA DO PENTATEUCO

    Esta coleo de cinco livros conta como que comeou a vida do povo de Deus. Mas

    no somente por serem a histria do povo de Israel que esses livros devem ser lidos e

    estudados. Eles so tambm, tanto para os judeus como para os cristos, fonte viva de

    inspirao e f, da qual o povo de Deus precisa beber.

    Para comemorar a Festa da Colheita (Dt 26.1-11), o pai israelita recitava uma histria

    abreviada do povo de Israel (vs. 5-10), comeando com Jac e a sua famlia e

    terminando com o povo de Israel, prspero e feliz, vivendo na Terra Prometida. Ele

    comeava usando a terceira pessoa, falando sobre a histria de Jac e dos seus

    descendentes no Egito (v. 5). Mas, ao falar sobre o sofrimento do povo de Israel no

    Egito ele passava para a primeira pessoa: Os egpcios nos maltrataram... Ento oramos... Ele nos atendeu...e nos tirou do Egito (vs. 6-9). A histria do povo de Israel, h sculos atrs, era a sua histria de resgate e salvao. O israelita estava fazendo uma

    confisso de f. Para o leitor cristo a histria do povo de Israel o comeo da Obra

    redentora de Deus, que culminou com a vinda do seu Servo, Jesus Cristo, que nos livra

    do poder da morte e nos d vida, a vida eterna.

    Portanto, lemos esses livros no somente para conhecer a histria do povo de Israel;

    acima de tudo, tambm para fazer crescer a nossa f naquele que o nosso Redentor.

    4. A MENSAGEM DO PENTATEUCO

    A mensagem principal a respeito do SENHOR Deus e o seu povo. Ele faz uma aliana

    com o povo de Israel, prometendo a sua proteo e as suas bnos, enquanto eles

    prometem ser fiis a ele e lhe obedecerem em tudo. A palavra bblica aliana, tanto no hebraico como no grego, foi traduzida por testamentum para o latim, da qual vem a

    palavra testamento em portugus. O Antigo Testamento fala sobre a aliana que Deus fez com o seu povo, Israel; o Novo Testamento fala sobre a nova aliana que Deus faz

    com o seu povo, selada pela morte de Jesus na cruz (Lc 22.20; Hb 8.6-13; 9.15-22).

    Primeiro, Deus faz uma aliana com Abro (Gn 15.17-21; 17.1-27); depois, com Isaque

    (Gn 17.19-21; 26.1-5), e, mais tarde, com Jac (Gn 28.10-22; x 2.24; 6.2-4).

    No monte Sinai, por meio de Moiss, o SENHOR Deus faz uma aliana com o povo de

    Israel (x 24.1-8). Uns quarenta anos depois, quando o povo est pronto para entrar na

    Terra Prometida, Deus renova a sua aliana com eles (Dt 29.10-15). Mesmo se o povo

    for infiel, o SENHOR continuar sendo fiel. E, sculos mais tarde, o profeta Jeremias fala

  • sobre a nova aliana que Deus far com o seu povo (Jr 31.31-34), profecia que se

    cumpriu na aliana feita por Jesus Cristo (Mc 14.22-26; 1Co 11.23-25).

    Na aliana de Deus com Abro, ele promete que os seus descendentes tero a sua

    prpria terra, onde vivero como o povo do SENHOR (Gn 12.7; 13.14-17; 17.8). Deus

    repete essa promessa a Isaque (Gn 26.2-4) e a Jac (Gn 28.13-15; 35.12). ali que o

    santo Deus habitar com o seu povo. Portanto, a terra ser santa, como era santa a

    Tenda Sagrada onde ele habitou com o seu povo durante quarenta anos (x 40.9-10).

    Dentro dessa aliana, o povo de Deus santo. E o santo Deus (Lv 20.26; 22.31-33) quer

    que o seu povo seja santo, isto , que eles adorem e sirvam somente a ele e que

    obedeam a todas as suas leis (Lv 11.44-45; 19.2; 20.7-8; 21.8). Por meio do seu povo,

    o santo Deus abenoar todos os povos do mundo (Gn 12.1-3).

    Esta a promessa e a esperana que o Pentateuco nos oferece.

  • GNESIS

    Princpio 1.111.32 1. A criao do Universo e da raa humana 1.12.25 2. O comeo do pecado e do sofrimento 3.1-24

    3. De Ado a No 4.15.32 4. No e o dilvio 6.110.32 5. A torre de Babel 11.1-9

    6. De Sem at Abro 11.10-32

    Os patriarcas hebreus 12.150.26 1. Abrao 12.125.18 2. Isaque 25.1926.35 3. Jac 27.136.43 4. Jos e os seus irmos 37.150.26

    INTRODUO A palavra Gnesis quer dizer comeo. O livro tem este nome na antiga verso grega chamada de Septuaginta. No AT hebraico o livro conhecido como No comeo, que a primeira palavra do livro. De fato, este livro conta o comeo de uma srie de coisas:

    o mundo, os seres humanos e tambm o pecado e o sofrimento.

    Gnesis , acima de tudo, um livro em que Deus age. Ele cria o mundo e todos os seres

    viventes, cuida das pessoas, protege e guia o seu povo.

    1. CONTEDO

    O livro se divide em duas partes. A primeira parte (caps. 111) conta como Deus criou tudo o que existe, incluindo o ser humano (Sl 33.6,9; 148.5-6; Hb 11.3). Aqui, aparecem

    as histrias de Ado e Eva, de Caim e Abel, de No e o dilvio e da torre de Babel. A

    primeira parte do livro termina com a lista dos descendentes de Sem, filho de No

    (11.10-26), e a lista dos descendentes de Tera, pai de Abro (11.27-32).

    A segunda parte (caps. 1250) conta a histria dos patriarcas hebreus: Abro, Isaque, Jac e os seus doze filhos, que foram o comeo das doze tribos de Israel. O livro

    termina com a histria de Jos, um dos filhos de Jac, que leva o seu pai, os seus irmos

    e as famlias deles para morarem no Egito. O livro termina com a morte de Jos no

    Egito.

    2. AUTOR E DATA

    Ver Introduo ao Pentateuco.

    3. MENSAGEM

    3.1. Deus Criador e Senhor do Universo. O Deus do povo de Israel criou tudo o que

    existe e ele quem manda neste mundo. Deus tem um plano para a humanidade e ele

    escolhe o povo de Israel como o seu instrumento para cumprir a sua vontade. Deus pode

    usar at erros e pecados humanos para realizar o seu plano (40.4-8; 50.20).

    3.2. Deus e a humanidade. Deus criou os seres humanos, criando-os parecidos com

    Deus (1.27). Isso quer dizer que o ser humano pode ter um relacionamento pessoal com

    Deus, como o que existe entre filhos e pais. Aos seres humanos Deus deu poder sobre

    AT Antigo Testamento

    caps. captulos

  • todas as outras criaturas (1.28; Sl 8.5-8). O ser humano foi criado livre, mas, ao

    desobedecer a Deus, sofre as conseqncias do seu pecado (cap. 3; 11.1-9).

    3.3. A aliana. Deus ama e quer cuidar no somente do povo de Israel, mas tambm de

    toda a raa humana. Depois que o dilvio matou quase todas as pessoas, Deus fez uma

    aliana, um acordo com No e com toda a humanidade, prometendo que nunca mais ele

    mandaria um dilvio para destruir a terra (9.8-17).

    Na aliana que ele faz com o seu povo escolhido, Deus promete abeno-los e gui-los,

    esperando que seu povo seja obediente a ele. Primeiro, ele faz a aliana com Abro

    (15.18-21; 17.1-8), depois com Isaque (17.21; 26.2-5) e depois com Jac (28.13-15).

    Uma promessa muito importante da aliana que Deus faz que ele dar ao seu povo

    uma terra que sempre ser deles. Ele promete isso a Abrao (12.7; 13.14-17; 15.18-21;

    17.8), a Isaque (26.2-9) e a Jac (28.13-15; 35.12). O livro termina lembrando aos

    hebreus que eles voltaro para a Terra Prometida (50.24).

    cap. captulo

  • A criao do Universo e da raa humana

    1 1 No comeo Deus criou os cus e a terra. 2 A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo. A escurido cobria o mar, e o Esprito

    de Deus se movia por cima da gua. 3 Ento Deus disse:

    Que haja luz! E a luz comeou a existir.

    4 Deus viu que a luz era boa e a separou da escurido.

    5 Deus ps na luz o nome de dia e na escurido ps o nome de noite. A noite

    passou, e veio a manh. Esse foi o primeiro dia. 6 Ento Deus disse:

    Que haja no meio da gua uma diviso para separ-la em duas partes! 7 E assim aconteceu. Deus fez uma diviso que separou a gua em duas partes: uma

    parte ficou do lado de baixo da diviso, e a outra parte ficou do lado de cima. 8

    Nessa

    A criao do Universo e da raa humana 1.12.4a Num perodo de seis dias, Deus cria o Universo e a raa humana (1.12.1). Nos primeiros

    quatro dias, ele cria o Universo (vs. 3-19); no quinto dia, Deus cria as aves e os seres marinhos

    (vs. 20-23); e, no sexto dia, ele cria os animais terrestres e a raa humana (vs. 24-31). Com

    exceo do segundo dia (vs. 6-8), o relato de cada dia da criao termina com a afirmao de

    que Deus viu que o que havia feito era bom (vs. 4,10,12,18,21,25,31). No stimo dia, Deus

    descansou e abenoou aquele dia como um dia sagrado (2.2-3).

    1 1.1 No comeo Deus criou os cus e a terra O texto original hebraico tambm pode ser

    traduzido assim: No comeo, quando Deus criou os cus e a terra...; ou Quando Deus

    comeou a criar os cus e a terra... criou No hebraico, o verbo que aqui traduzido por

    criar sempre tem Deus como sujeito. Em outras palavras, criar algo que somente Deus faz

    (v. 27; 5.1; Dt 4.32; Is 45.2; 65.17; 66.22). os cus e a terra Era assim que os hebreus falavam

    sobre o Universo, isto , sobre todas as coisas (Gn 2.1,4; Ap 4.11).

    2 1.2 um vazio... um mar profundo... escurido Is 34.11; Jr 4.23.

    3 1.3 Deus disse Deus d uma ordem, e o que ele ordena acontece (Sl 33.6,9; 148.5-6; Jo

    1.3,10; Hb 11.3). Que haja luz! 2Co 4.6. A luz, que torna a vida possvel, comea a existir antes

    da criao dos astros no quarto dia (vs. 14-19).

    4 1.4 era boa Esta afirmao, que aparece tambm nos vs. 10,12,18,21,25,31, enfatiza que

    tudo o que Deus criou perfeito (1Tm 4.4). a separou da escurido A escurido no somente

    a falta de luz; ela j existia antes da criao da luz (v. 2) e continua a existir.

    5 1.5 noite... manh... o primeiro dia Gn 1.8,13,19,23,31. No calendrio dos hebreus, o dia

    comeava ao pr-do-sol e terminava no pr-do-sol seguinte.

    6 1.6 no meio da gua uma diviso Deus dividiu o mar profundo (v. 2; 2Pe 3.5) que cobria a

    terra em duas partes. Ele fez isso por meio de uma diviso, que hoje chamamos de

    firmamento ou cu.

    7 1.7 fez Aqui, o verbo hebraico diferente do verbo traduzido por criar (ver v. 1, n.). outra

    parte ficou do lado de cima Gn 7.11-12; Sl 104.3; 148.4.

  • diviso Deus ps o nome de cu. A noite passou, e veio a manh. Esse foi o segundo dia.

    9 A Deus disse:

    Que a gua que est debaixo do cu se ajunte num s lugar a fim de que aparea a terra seca!

    E assim aconteceu. 10

    Deus ps na parte seca o nome de terra e nas guas que se haviam ajuntado ele ps o nome de mares. E Deus viu que o que havia feito era bom. 11

    Em seguida ele disse:

    Que a terra produza todo tipo de vegetais, isto , plantas que dem sementes e rvores que dem frutas!

    E assim aconteceu. 12

    A terra produziu todo tipo de vegetais: plantas que do

    sementes e rvores que do frutas. E Deus viu que o que havia feito era bom. 13

    A noite

    passou, e veio a manh. Esse foi o terceiro dia. 14

    Ento Deus disse:

    Que haja luzes no cu para separarem o dia da noite e para marcarem os dias, os anos e as estaes!

    15 Essas luzes brilharo no cu para iluminar a terra.

    E assim aconteceu. 16

    Deus fez as duas grandes luzes: a maior para governar o dia e a

    menor para governar a noite. E fez tambm as estrelas. 17

    Deus ps essas luzes no cu

    para iluminarem a terra, 18

    para governarem o dia e a noite e para separarem a luz da

    escurido. E Deus viu que o que havia feito era bom. 19

    A noite passou, e veio a manh.

    Esse foi o quarto dia. 20

    Depois Deus disse:

    Que as guas fiquem cheias de todo tipo de seres vivos, e que na terra haja aves que voem no ar!

    21 Assim Deus criou os grandes monstros do mar, e todas as espcies de seres vivos

    que em grande quantidade se movem nas guas, e criou tambm todas as espcies de

    aves. E Deus viu que o que havia feito era bom. 22

    Ele abenoou os seres vivos do mar e

    disse:

    Aumentem muito em nmero e encham as guas dos mares! E que as aves se multipliquem na terra!

    23 A noite passou, e veio a manh. Esse foi o quinto dia.

    10 1.10 era bom Ver v. 4, n.

    14 1.14 estaes O texto original hebraico tambm pode ser traduzido por festas religiosas.

    As datas das festas religiosas dos hebreus eram marcadas pelas fases da lua (Sl 81.3; 104.19).

    17 1.17 para iluminarem a terra Deus criou o sol, a lua e as estrelas no somente para

    marcarem os dias, os anos e as estaes (v. 14), mas tambm para iluminarem a terra. Ele no

    os criou para serem adorados (Dt 4.19-20).

    21 1.21 os grandes monstros do mar No se trata de peixes propriamente ditos, mas de

    enormes animais marinhos, que eram considerados inimigos de Deus (Sl 74.13-14; Is 27.1). No

    entanto, tambm estes so criaturas de Deus (Sl 104.26).

    22 1.22 abenoou os seres vivos Depois, Deus vai abenoar os seres humanos (v. 28).

  • 24 Ento Deus disse:

    Que a terra produza todo tipo de animais: domsticos, selvagens e os que se arrastam pelo cho, cada um de acordo com a sua espcie!

    E assim aconteceu. 25

    Deus fez os animais, cada um de acordo com a sua espcie: os

    animais domsticos, os selvagens e os que se arrastam pelo cho. E Deus viu que o que

    havia feito era bom. 26

    A ele disse:

    Agora vamos fazer os seres humanos, que sero como ns, que se parecero conosco. Eles tero poder sobre os peixes, sobre as aves, sobre os animais domsticos e

    selvagens e sobre os animais que se arrastam pelo cho. 27

    Assim Deus criou os seres humanos; ele os criou parecidos com Deus. Ele os

    criou homem e mulher 28

    e os abenoou, dizendo:

    Tenham muitos e muitos filhos; espalhem-se por toda a terra e a dominem. E tenham poder sobre os peixes do mar, sobre as aves que voam no ar e sobre os animais

    que se arrastam pelo cho. 29

    Para vocs se alimentarem, eu lhes dou todas as plantas

    que produzem sementes e todas as rvores que do frutas. 30

    Mas, para todos os animais

    selvagens, para as aves e para os animais que se arrastam pelo cho, dou capim e

    verduras como alimento.

    E assim aconteceu. 31

    E Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom. A noite

    passou, e veio a manh. Esse foi o sexto dia.

    2 1 Assim terminou a criao do cu, e da terra, e de tudo o que h neles. 2 No stimo dia Deus acabou de fazer todas as coisas e descansou de todo o trabalho que havia feito.

    3 Ento abenoou o stimo dia e o separou como um dia sagrado, pois nesse dia ele

    24 1.24 Que a terra produza A mesma ordem que Deus tinha dado quando criou os vegetais (v.

    11). animais... que se arrastam pelo cho No somente os rpteis, mas tambm insetos, ratos

    e outros bichos pequenos.

    26 1.26 vamos fazer A forma plural do verbo fazer pode ser um exemplo do que se chama

    plural majesttico (Gn 11.7; Is 6.8), isto , o uso de ns em lugar de eu, quando um rei

    ou outra autoridade est falando. Tambm pode ser uma referncia a Deus e seus anjos (1Rs

    22.19-22; J 1.6; 38.7). os seres humanos O texto hebraico traz a palavra adam, nome

    genrico para a raa humana toda, como se v no v. 27 (ver Gn 3.17, n.; 5.2, n.). sero como

    ns,... se parecero conosco O ser humano a nica criatura que se parece com Deus, o que

    quer dizer que ele pode manter um relacionamento pessoal com Deus, como aquele que

    existe entre filhos e pais (ver 1Co 11.7, n.). tero poder Ao ser humano dado o poder sobre

    todas as outras criaturas (Sl 8.5-8). animais domsticos e selvagens Segundo uma verso

    antiga; o texto hebraico traz: animais domsticos e sobre toda a terra.

    27 1.27 Ele os criou homem e mulher Gn 5.1-2; Mt 19.4; Mc 10.6.

    29 1.29 Para vocs se alimentarem,... sementes... frutas A permisso de comer carne s foi

    dada depois do dilvio (Gn 9.2-3).

    31 1.31 tudo... era muito bom Ver v. 4, n.

    2 2.2 Deus... descansou No hebraico, o verbo significa cessar, parar de fazer. Da vem a

    palavra hebraica shabat (sbado), que quer dizer descanso (x 20.8-11; 31.17; Hb 4.9-10).

  • acabou de fazer todas as coisas e descansou. 4

    E foi assim que o cu e a terra foram

    criados.

    O jardim do den Quando o SENHOR Deus fez o cu e a terra,

    5 no haviam brotado nem capim nem

    plantas, pois o SENHOR ainda no tinha mandado chuvas, e no havia ningum para

    cultivar a terra. 6

    Mas da terra saa uma corrente de gua que regava o cho. 7

    Ento, do

    p da terra, o SENHOR formou o ser humano. O SENHOR soprou no nariz dele uma

    respirao de vida, e assim ele se tornou um ser vivo. 8 Depois o SENHOR Deus plantou um jardim na regio do den, no Leste, e ali ps o

    ser humano que ele havia formado. 9

    O SENHOR fez com que ali crescessem rvores

    lindas de todos os tipos, que davam frutas boas de se comer. No meio do jardim ficava a

    rvore que d vida e tambm a rvore que d o conhecimento do bem e do mal.

    4 2.4b o SENHOR Deus Pela primeira vez na Bblia aparece este nome de Deus. Deus um

    nome genrico, que pode tambm ser usado para outros deuses. SENHOR um ttulo que,

    nesta e em outras tradues, aparece em lugar do nome sagrado do Deus de Israel, que, em

    hebraico, composto de quatro consoantes (YHWH) e que, provavelmente, fosse lido como

    Jav (ver 3.14, n.). Algumas tradues traduzem por (Deus) Jeov, mas a maioria prefere a

    expresso o SENHOR Deus. fez Ver Gn 1.7, n.

    O jardim do den 2.4b-25 Neste relato da criao, Deus forma o primeiro homem (v. 7), planta um jardim e pe o

    homem ali para cuidar dele (vs. 8-17); s mais tarde que ele forma a primeira mulher (vs. 21-

    25).

    6 2.6 uma corrente de gua O texto original hebraico tambm pode ser traduzido por um

    vapor.

    7 2.7 do p da terra... formou o ser humano J 10.9; 34.15; 1Co 15.45-49. Em hebraico, a

    palavra terra (adamah) parecida com ser humano (adam). A vida do ser humano

    depende de Deus e no de si mesma ou de outras foras da natureza (Sl 104.29). formou O

    verbo hebraico aqui e nos vs. 19,22 diferente do verbo criar (ver Gn 1.1, n.) e do verbo

    fazer (ver Gn 1.7, n.). o verbo usado para descrever o que um oleiro faz com o barro (Is

    29.16; Jr 18.4). se tornou um ser vivo 1Co 15.45.

    8 2.8 um jardim na regio do den Esse jardim tambm chamado de jardim de Deus (Ez

    28.13; 31.8-9; Ap 2.7). Na Septuaginta, a palavra jardim traduzida por paraso, que, no

    NT, outra palavra para cu (Lc 23.43; 2Co 12.3). den Palavra hebraica que quer dizer

    delcia, prazer. Leste Isto , a leste da terra de Cana.

    9 2.9 a rvore que d vida Essa rvore volta na nova Jerusalm (Ap 2.7; 22.2,14,19). o

    conhecimento do bem e do mal A capacidade de fazer diferena entre o que bom e o que

    mau. Tambm se pode tomar a frase no sentido de o conhecimento de tudo, que algo que

    Deus tem (Gn 3.22).

  • 10 No den nascia um rio que regava o jardim e que, saindo dali, se dividia,

    formando quatro rios. 11

    O primeiro o Pisom, que rodeia a regio de Havil, onde h

    ouro. 12

    O ouro dessa regio puro, e ali tambm h um perfume raro e pedras

    preciosas. 13

    O segundo rio se chama Giom; ele d volta por toda a regio de Cuche. 14

    O

    terceiro rio o Tigre, que passa a leste da Assria. E o quarto rio o Eufrates. 15

    Ento o SENHOR Deus ps o homem no jardim do den, para cuidar dele e nele

    fazer plantaes. 16

    E o SENHOR deu ao homem a seguinte ordem:

    Voc pode comer as frutas de qualquer rvore do jardim, 17 menos da rvore que d o conhecimento do bem e do mal. No coma a fruta dessa rvore; pois, no dia em que

    voc a comer, certamente morrer. 18

    Depois o SENHOR disse:

    No bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele algum que o ajude como se fosse a sua outra metade.

    19 Depois que o SENHOR Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as

    aves, ele os levou ao homem para que pusesse nome neles. E eles ficaram com o nome

    que o homem lhes deu. 20

    Ele ps nomes nas aves e em todos os animais domsticos e

    selvagens. Mas para Ado no se achava uma ajudadora que fosse como a sua outra

    metade. 21

    Ento o SENHOR Deus fez com que o homem casse num sono profundo.

    Enquanto ele dormia, Deus tirou uma das suas costelas e fechou a carne naquele lugar.

    22 Dessa costela o SENHOR formou uma mulher e a levou ao homem.

    23 Ento o homem

    disse:

    Agora sim! Esta carne da minha carne

    e osso dos meus ossos.

    Ela ser chamada de mulher 11 2.11 Pisom No se sabe que rio este. Havil Possivelmente, um pas localizado na

    pennsula arbica (Gn 25.18; 1Sm 15.7).

    13 2.13 Giom No se sabe que rio este. Cuche Geralmente, quer dizer o pas da Etipia; mas

    possvel que, aqui, seja uma regio localizada na Mesopotmia.

    16 2.16 o SENHOR deu ao homem a seguinte ordem Essa ordem serviria para lembrar ao

    homem que ele criatura de Deus. as frutas de qualquer rvore Inclusive as frutas da rvore

    que d vida (v. 9).

    17 2.17 certamente morrer Rm 6.23.

    18 2.18 fazer para ele algum que o ajude como se fosse a sua outra metade Ajuda o homem

    tambm poderia receber dos animais. No entanto, uma ajudadora que fosse como a sua

    outra metade (v. 20) Deus ainda precisava fazer.

    19 2.19 formou da terra Como tinha formado o ser humano (v. 7).

    20 2.20 Ele ps nomes Mostrando assim que ele tem poder sobre os animais (Gn 1.28).

    22 2.22 formou Ver v. 7, n.

    23 2.23 mulher... homem Em hebraico, mulher ishah; homem ish.

  • porque Deus a tirou do homem.

    24 por isso que o homem deixa o seu pai e a sua me para se unir com a sua

    mulher, e os dois se tornam uma s pessoa. 25

    Tanto o homem como a sua mulher estavam nus, mas no sentiam vergonha.

    A desobedincia do primeiro casal

    3 1 A cobra era o animal mais esperto que o SENHOR Deus havia feito. Ela perguntou mulher:

    verdade que Deus mandou que vocs no comessem as frutas de nenhuma rvore do jardim?

    2 A mulher respondeu:

    Podemos comer as frutas de qualquer rvore, 3 menos a fruta da rvore que fica no meio do jardim. Deus nos disse que no devemos comer dessa fruta, nem tocar nela.

    Se fizermos isso, morreremos. 4 Mas a cobra afirmou:

    Vocs no morrero coisa nenhuma! 5 Deus disse isso porque sabe que, quando vocs comerem a fruta dessa rvore, os seus olhos se abriro, e vocs sero como Deus,

    conhecendo o bem e o mal. 6 A mulher viu que a rvore era bonita e que as suas frutas eram boas de se comer. E

    ela pensou como seria bom ter entendimento. A apanhou uma fruta e comeu; e deu ao

    24 2.24 os dois se tornam uma s pessoa No sentido de que um completa o outro. No NT, este

    texto citado para mostrar que Deus quer que o casal fique junto at que a morte os separe

    (Mt 19.5; Mc 10.7-8; 1Co 6.16; Ef 5.31).

    25 2.25 estavam nus, mas no sentiam vergonha No jardim do den, a nudez era algo bem

    natural. Depois da desobedincia de Ado e Eva, isso mudou (Gn 3.7; 2Sm 10.4-5; Ez 16.7-8).

    A desobedincia do primeiro casal 3.1-24 Esta passagem mostra como o pecado entrou no mundo (Rm 5.12). Tambm ensina que o ser

    humano responsvel pelas suas aes e sofre as conseqncias quando desobedece ao

    mandamento de Deus (Gl 6.7-8). Ele no pode culpar os outros, nem mesmo o diabo.

    1 3.1 A cobra Ap 12.9; 20.2. esperto Indicando um esprito malicioso, que leva a cobra a mentir

    (Jo 8.44). o SENHOR Ver Gn 2.4b, n. havia feito Ver Gn 1.7, n.

    3 3.3 rvore... no meio do jardim Gn 2.9. Deus nos disse Gn 2.17. nem tocar nela Isso Deus

    no tinha dito.

    4 3.4 Vocs no morrero coisa nenhuma! A ttica da cobra levantar suspeitas e dvidas a

    respeito do que Deus tinha dito (Gn 2.16-17).

    5 3.5 os seus olhos se abriro Isto , o homem e a mulher ficariam sabendo coisas que no

    sabiam antes. como Deus, conhecendo o bem e o mal V. 22; ver Gn 2.9, n. como Deus O texto

    hebraico tambm pode ser traduzido assim: como os deuses.

    6 3.6 A mulher... comeu;... e ele tambm comeu A tentao era ser como Deus (v. 5), mas o

    pecado foi mesmo a desobedincia a Deus (Gn 2.16-17; Rm 5.12,14).

  • seu marido, e ele tambm comeu. 7

    Nesse momento os olhos dos dois se abriram, e eles

    perceberam que estavam nus. Ento costuraram umas folhas de figueira para usar como

    tangas. 8 Naquele dia, quando soprava o vento suave da tarde, o homem e a sua mulher

    ouviram a voz do SENHOR Deus, que estava passeando pelo jardim. Ento se

    esconderam dele, no meio das rvores. 9

    Mas o SENHOR Deus chamou o homem e

    perguntou:

    Onde que voc est? 10

    O homem respondeu:

    Eu ouvi a tua voz, quando estavas passeando pelo jardim, e fiquei com medo porque estava nu. Por isso me escondi.

    11 A Deus perguntou:

    E quem foi que lhe disse que voc estava nu? Por acaso voc comeu a fruta da rvore que eu o proibi de comer?

    12 O homem disse:

    A mulher que me deste para ser a minha companheira me deu a fruta, e eu comi. 13

    Ento o SENHOR Deus perguntou mulher:

    Por que voc fez isso? A mulher respondeu:

    A cobra me enganou, e eu comi.

    O castigo 14

    Ento o SENHOR Deus disse cobra:

    Por causa do que voc fez voc ser castigada. Entre todos os animais s voc receber esta maldio: de hoje em diante voc vai andar se arrastando pelo cho e vai

    comer o p da terra. 15

    Eu farei com que voc e a mulher sejam inimigas uma da outra, e

    assim tambm sero inimigas a sua descendncia e a descendncia dela. Esta esmagar

    a sua cabea, e voc picar o calcanhar da descendncia dela.

    7 3.7 os olhos dos dois se abriram Em parte aconteceu o que a cobra tinha dito que

    aconteceria (v. 5). S que a afirmao de que eles no morreriam (v. 4) era pura mentira (v.

    19). perceberam que estavam nus Ver Gn 2.25, n. O pecado fez com que eles notassem que

    estavam nus. No entanto, o pecado nada tinha a ver com sexualidade (ver v. 6, n.).

    10 3.10 ouvi a tua voz... e fiquei com medo porque estava nu Alm do sentimento de vergonha

    (ver Gn 2.25, n.), existe, agora, um sentimento de culpa, que leva os seres humanos a se

    esconderem um do outro (v. 7) e de Deus (v. 9).

    12 3.12 A mulher que me deste Ado est passando a culpa adiante. Segundo ele, o culpado,

    no final das contas, Deus, que foi quem lhe deu a mulher.

    13 3.13 A cobra me enganou Tambm a mulher est passando a culpa adiante (2Co 11.3; 1Tm

    2.14).

    14 3.14 vai andar se arrastando pelo cho Somente a cobra anda assim. comer o p da terra

    Sinal de castigo e humilhao (Mq 7.17).

    15 3.15 Esta esmagar a sua cabea Os cristos entendem que esta afirmao tinha em vista o

    Messias, que viria para derrotar o Diabo (Rm 16.20; Hb 2.14; Ap 12.17).

  • 16 Para a mulher Deus disse:

    Vou aumentar o seu sofrimento na gravidez, e com muita dor voc dar luz filhos. Apesar disso, voc ter desejo de estar com o seu marido, e ele a dominar.

    17 E para Ado Deus disse o seguinte:

    Voc fez o que a sua mulher disse e comeu a fruta da rvore que eu o proibi de comer. Por causa do que voc fez, a terra ser maldita. Voc ter de trabalhar duramente

    a vida inteira a fim de que a terra produza alimento suficiente para voc. 18

    Ela lhe dar

    mato e espinhos, e voc ter de comer ervas do campo. 19

    Ter de trabalhar no pesado e

    suar para fazer com que a terra produza algum alimento; isso at que voc volte para a

    terra, pois dela voc foi formado. Voc foi feito de terra e vai virar terra outra vez. 20

    O homem ps na sua mulher o nome de Eva por ser ela a me de todos os seres

    humanos. 21

    E o SENHOR Deus fez roupas de peles de animais para Ado e a sua mulher

    se vestirem.

    Ado e Eva so expulsos do jardim 22

    Ento o SENHOR Deus disse o seguinte:

    Agora o homem se tornou como um de ns, pois conhece o bem e o mal. Ele no deve comer a fruta da rvore da vida e viver para sempre.

    23 Por isso o SENHOR Deus expulsou o homem do jardim do den e fez com que ele

    cultivasse a terra da qual havia sido formado. 24

    Deus expulsou o homem e no lado leste

    do jardim ps os querubins e uma espada de fogo que dava voltas em todas as direes.

    Deus fez isso para que ningum chegasse perto da rvore da vida.

    16 3.16 Vou aumentar o seu sofrimento na gravidez A desobedincia da mulher trouxe, por

    assim dizer, conseqncias apenas para as mulheres. A desobedincia do homem trouxe

    maldio a toda a terra (vs. 17-19). o seu marido... a dominar Ef 5.22-24; Cl 3.18; 1Tm 2.12;

    1Pe 3.1; tambm 1Co 11.11-12; Gl 3.28.

    17 3.17 Ado A palavra hebraica adam pode significar seres humanos (Gn 1.26), homem

    (Gn 2.7), e tambm humanidade (Gn 5.2). tambm o nome do primeiro homem. eu o

    proibi Deus tinha dado a ordem ao homem antes da criao da mulher (Gn 2.16-17). a terra

    ser maldita Hb 6.8. A desobedincia de Ado resultou em castigo para toda a terra (ver v. 16,

    n.). trabalhar duramente O trabalho no castigo (Gn 2.15). No entanto, tambm foi afetado

    pela desobedincia do primeiro casal.

    19 3.19 foi feito de terra Ver Gn 2.7, n.

    20 3.20 Eva A palavra hebraica para Eva (chawa) soa parecida com a palavra que quer dizer vida

    (chay).

    21 3.21 roupas de peles de animais Para substituir as tangas feitas de folhas de figueira (v. 7).

    22 3.22 se tornou como um de ns Ver Gn 1.26, n. conhece o bem e o mal Ver Gn 2.9, n. rvore

    da vida Ver Gn 2.9, n.

    24 3.24 para que ningum chegasse perto da rvore da vida Por meio do ltimo Ado, Jesus

    Cristo (1Co 15.45; Rm 5.12-21), Deus deixa que outro se chegue perto da rvore da vida.

  • Caim e Abel

    4 1 Ado teve relaes com Eva, a sua mulher, e ela ficou grvida. Eva deu luz um filho e disse:

    Com a ajuda de Deus, o SENHOR, tive um filho homem. E ela ps nele o nome de Caim.

    2 Depois teve outro filho, chamado Abel, irmo de

    Caim. Abel era pastor de ovelhas, e Caim era agricultor. 3 O tempo passou. Um dia Caim pegou alguns produtos da terra e os ofereceu a

    Deus, o SENHOR. 4

    Abel, por sua vez, pegou o primeiro carneirinho nascido no seu

    rebanho, matou-o e ofereceu as melhores partes ao SENHOR. O SENHOR ficou contente

    com Abel e com a sua oferta, 5

    mas rejeitou Caim e a sua oferta. Caim ficou furioso e

    fechou a cara. 6 Ento o SENHOR disse:

    Por que voc est com raiva? Por que anda carrancudo? 7 Se tivesse feito o que certo, voc estaria sorrindo; mas voc agiu mal, e por isso o pecado est na porta, sua

    espera. Ele quer domin-lo, mas voc precisa venc-lo. 8 A Caim disse a Abel, o seu irmo:

    Vamos at o campo. Quando os dois estavam no campo, Caim atacou Abel, o seu irmo, e o matou. 9 Mais tarde o SENHOR perguntou a Caim:

    Onde est Abel, o seu irmo? No sei respondeu Caim. Por acaso eu sou o guarda do meu irmo? 10

    Ento Deus disse:

    Por que voc fez isso? Da terra, o sangue do seu irmo est gritando, pedindo vingana.

    11 Por isso voc ser amaldioado e no poder mais cultivar a terra. Pois,

    quando voc matou o seu irmo, a terra abriu a boca para beber o sangue dele.

    Caim e Abel 4.1-16 Depois do primeiro pecado (3.6), logo aparecem outros: a inveja, o dio e o assassinato. A

    morte comea a dominar a humanidade (Rm 5.12).

    1 4.1 o SENHOR Ver Gn 2.4b, n. tive um filho... Caim Em hebraico, a palavra Caim (qayin) soa

    parecida com a palavra que quer dizer tive (qana).

    2 4.2 Abel Em hebraico, a palavra Abel (habel) parecida com a palavra para sopro (hebel, Sl

    144.4).

    4 4.4 O SENHOR ficou contente com Abel Hb 11.4 diz que a oferta de Abel foi aceita por Deus

    porque Abel teve f.

    7 4.7 o pecado est na porta Como se fosse um demnio pronto para atac-lo (1Pe 5.8; Rm

    6.12).

    8 4.8 Vamos at o campo Segundo algumas verses antigas; o texto hebraico no traz estas

    palavras. e o matou Mt 23.35; Lc 11.51; 1Jo 3.12.

    9 4.9 Onde...? Este onde lembra a pergunta de Deus em Gn 3.9 e mostra que existe uma

    relao entre o pecado de Caim e o pecado de Ado.

    10 4.10 o sangue do seu irmo est gritando Hb 12.24.

  • 12 Quando voc preparar a terra para plantar, ela no produzir nada. Voc vai andar

    pelo mundo sempre fugindo. 13

    Caim disse a Deus, o SENHOR:

    Eu no vou poder agentar esse castigo to pesado. 14 Hoje tu ests me expulsando desta terra. Terei de andar pelo mundo sempre fugindo e me escondendo da

    tua presena. E qualquer pessoa que me encontrar vai querer me matar. 15

    Mas o SENHOR respondeu:

    Isso no vai acontecer. Pois, se algum matar voc, sero mortas sete pessoas da famlia dele, como vingana.

    Em seguida o SENHOR ps um sinal em Caim para que, se algum o encontrasse, no

    o matasse. 16

    Ento Caim saiu da presena do SENHOR e foi morar na regio de Node,

    que fica a leste do den.

    Os descendentes de Caim 17

    Caim e a sua mulher tiveram um filho e lhe deram o nome de Enoque. Mais tarde

    Caim construiu uma cidade e a chamou de Enoque, o nome do seu filho. 18

    Enoque foi

    pai de Irade, que foi pai de Meujael, que foi pai de Metusael, que foi pai de