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Biossegurança em um Centro de Saúde da Família
Biossegurança em um Centro de Saúde da Família: Conhecimento e prática dos
auxiliares e/ou técnicos de enfermagem.
Biosecurity in a Center of Family Health: Knowledge and practice of nursing team.
Marilia de Lima Holanda1; Neiva Francenely Cunha Vieira
2; Renata de Sousa Alves
3
1 Mestranda do Mestrado Profissional em Saúde da Família – RENASF- FIOCRUZ – Nucleadora Universidade Federal do Ceará.
2 Coordenadora do Mestrado Profissional em Saúde da Família – RENASF- FIOCRUZ – Nucleadora Universidade Federal do Ceará.
3 Vice-coordenadora do Mestrado Profissional em Saúde da Família – RENASF- FIOCRUZ – Nucleadora Universidade Federal do Ceará.
Orientadora.
Artigo elaborado a partir da proposta de dissertação de mestrado “Biossegurança em um
Centro de Saúde da Família: Conhecimento e prática dos auxiliares e/ou técnicos de
enfermagem” apresentada à banca de qualificação do Mestrado Profissional em Saúde da
Família, nucleadora Universidade Federaldo Ceará,como requisito parcial para obtenção do
Título de Mestre em Saúde da Família. 2013.
RESUMO
Artigo desenvolvido a partir de uma proposta de dissertação de mestrado que teve como
objetivo analisar o conhecimento e o uso das medidas de biossegurança pelos auxiliares e ou
técnicos de enfermagem de um Centro de Saúde Família da Secretaria Executiva Regional III
(SER III) do município de Fortaleza. Estudo de campo de natureza quantitativa, de caráter
descritivo e exploratório. A amostra foi constituída por todos os auxiliares e/ou técnicos de
enfermagem que exercem suas atividades em um CSF e que aceitaram participar do estudo
piloto para validação do questionário a ser utilizado na pesquisa “Biossegurança em um
Centro de Saúde da Família: Conhecimento e prática dos auxiliares e/ou técnicos de
enfermagem”. Os dados foram coletados por meio de questionário. A presente pesquisa foi
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará sob o Nº de
protocolo 153/12. Apesar dos profissionais estudados terem conhecimento das medidas de
Biossegurança em um Centro de Saúde da Família
biossegurança e referenciarem boas práticas, a incidência de acidentes de trabalho envolvendo
material perfurocortante foi bastante significativa (80%).
Palavras-chave: Exposição a Agentes Biológicos; Saúde Pública; Atenção Primária à Saúde;
Saúde do Trabalhador; Equipe de Enfermagem.
1. INTRODUÇÃO
Diante da grande incidência de acidentes de trabalho com perfurocortante ou por
contato de secreções com mucosas, que são os agravos à saúde do trabalhador da área da
saúde mais documentados apesar da subnotificação, as doenças ocupacionais e os acidentes
de trabalho constituem-se em importantes questões de saúde pública que ainda precisam ser
mais bem discutidas1, 2
.
A equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) é uma
das categorias da área da saúde que mais está exposta a riscos biológicos. Isso se deve ao fato
de estarem em maior número nos serviços e ao tipo de procedimentos que realizam, estando
expostos a materiais biológicos potencialmente contaminantes como sangue e secreções de
curativos e instrumentos perfurocortantes que utilizam nas práticas diárias como agulhas,
lancetas e lâminas de bisturi.
Diversas são as pesquisas sobre biossegurança realizadas no âmbito hospitalar,
entretanto não podemos esquecer que o ambiente das unidades básicas de saúde também
oferece riscos aos profissionais que ali atuam. Segundo Cardoso e Figueiredo3 estudos que
abordem esta temática em unidades daEstratégia Saúde da Família (ESF) são escassos.
Um amplo campo de atuação da enfermagem foi aberto com a implantação daESF no
Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde4, hoje no Brasil contamos com cerca de
32.000equipes de saúde da família, em cada uma destas equipes contamos com um (a)
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auxiliar/técnico de enfermagem, sem contar com os profissionais que atuam nos Centros de
Saúde da Família (CSF), mas não estão incluídos em equipes. Entende-se então que mais de
32.000 profissionais podem estar expostos a riscos.
Acreditamos que os profissionais de saúde conheçam os riscos aos quais estão
expostos durante suas rotinas de trabalho, mas diante da grande incidência de acidentes
ocupacionais já mencionada, supõe-se que este conhecimento ainda não seja suficiente para
gerar ações seguras de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, o que indica a
necessidade de ações que venham a modificar esta situação. Daí a importância da educação
permanente nos serviços de saúde, através da qual o aprender e o ensinar se incorporam ao
cotidiano dos trabalhos, com possibilidade de transformar as práticas profissionais.
1.1 Justificando o objeto de estudo
A escolha desta temática para o presente estudo deveu-se ao interesse e preocupação
com os riscos ocupacionais a que estão sujeitos os auxiliares e/ou técnicos de enfermagem,
pois várias são as circunstâncias que podem propiciar o desenvolvimento de infecções
contraídas em seus ambientes de trabalho. Contudo, os riscos de contaminação ocupacional
podem ser minimizados através da utilização adequada das medidas universais de
biossegurança.
Entendemos que esta pesquisa poderá contribuir no sentido oferecer um espaço para
que os auxiliares e/ou técnicos de enfermagem reflitam sobre a biossegurança individual, bem
como para conhecer os saberes destes trabalhadores sobre o tema, para que se possam propor
medidas que diminuam os indicadores de adoecimento decorrentes de agravos relacionados.
Além disso, pretende-se contribuir para o desenvolvimento de uma estratégia educativa
integral orientada para a transformação do serviço de saúde e comprometida com o
desenvolvimento permanente de seus recursos humanos e para a elaboração de procedimentos
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operacionais padrões para os procedimentos básicos de biossegurança para Centros de Saúde.
da Família.
2. OBJETIVO
Analisar o conhecimento e o uso das medidas de biossegurança pelos auxiliares
e/ou técnicos de enfermagem.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Norma Regulamentadora Nº 32 (NR32) - Segurança e Saúde no Trabalho nos
Estabelecimentos de Saúde.
Em resposta às várias solicitações de entidades representativas de diversas categorias
de trabalhadores da área da saúde, que se mostravam preocupadas com o crescente número de
acidentes de trabalho, de adoecimento e de absenteísmo entre seus profissionais, o Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE) inseriu na legislação brasileira, no ano de 2005, a Norma
Regulamentadora Nº32 (NR32) – Segurança e Saúde no Trabalho nos Estabelecimentos de
Saúde5.
Esta Norma Regulamentadora (NR) tem como finalidade estabelecer diretrizes básicas
para implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos
serviços de saúde6. Dentre suas diretrizes podemos citar: a capacitação dos trabalhadores, a
imunização, a adequação do ambiente de trabalho, o fornecimento de equipamentos de
proteção individual (EPIs), a notificação dos acidentes e o tratamento do trabalhador, após a
exposição a material biológico.
A importância desta norma regulamentadora está no fato de que antes dela, no Brasil,
não havia legislação federal abordando as questões de segurança e saúde no setor da saúde5,7
.
As normatizações até então existentesencontravam-se esparsas, emdiversas outras normas e
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resoluções, e não foram construídas, especificamente, para tratar de questões de segurança e
saúde no trabalhono setor da saúde.
A NR32 preconiza que as instituições de saúde devem implantar ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde dos trabalhadores atuantes em todas as atividades destinadas
à prestação de assistência à saúde6.
Acreditamos que a NR32 é um instrumento de grande valia para a promoção e
proteção da saúde do trabalhador da área da saúde. O cumprimento de suas diretrizes por
todos os estabelecimentos de saúde, independente de sua complexidade, acarretará melhorias
na promoção da saúde dos trabalhadores e a redução do número de acidentes de trabalho, de
adoecimento e de absenteísmo entre os seus profissionais. Além disso, a NR32 também tem a
função de orientar os profissionais da saúde quanto às preconizações da norma para a adoção
de boas práticas nas suas rotinas de trabalho, despertando um olhar crítico dos trabalhadores
sobre as questões da saúde do trabalhador, entendendo que, como sujeitos ativos de sua
própria vida e saúde, eles precisam intervir e lutar pela promoção de sua própria qualidade de
vida no trabalho.
A seguir expusemos os conceitos de acidente, serviços de saúde e risco biológico
retirados da NR326.
Acidente:é um evento súbito e inesperado que interfere nas condições
normais de operação e que pode resultar em danos ao trabalhador, à
propriedade ou ao meio ambiente.(p.32)
Serviços de Saúde:Para fins de aplicação desta NR entende-se por
serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de
assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção,
recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer
nível de complexidade.(p.1)
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Risco Biológico:Para fins de aplicação desta NR, considera-se Risco
Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes
biológicos.(p.1)
3.2 Higienização das Mãos em Serviços de Saúde
“As mãos são consideradas ferramentas principais dos profissionais que atuam nos
serviços de saúde, pois são as executoras das atividades realizadas. Assim, a
segurança do paciente nesses serviços depende da higienização cuidadosa e
frequente das mãos destes profissionais.”8(p.9)
O tema higienização das mãos tem sido tratado como assunto prioritário por
programas que enfocam a segurança dos pacientes, profissionais de saúde e demais usuários
dos serviços de saúde. Como exemplo de um desses movimentos, podemos citar a “Aliança
Mundial para a Segurança do Paciente”, iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS)
com a participação de vários países desde 2004.
Ignaz Philip Semmelweis (1818-1865), um médico húngaro, reportou a redução no
número de mortes maternas por infecção puerperal após a implantação da prática de
higienização das mãos em um hospital em Viena, no ano de 18468. Desde então, a lavagem
das mãos por profissionais da saúde tem sido recomendada como medida primária no controle
da disseminação de agentesinfecciosos.
A legislação brasileira, por meio da portaria do Ministério da Saúde número 2.616, de
12 de maio de 1998, e da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) número 50, de 21 de fevereiro 2002, estabelece,
respectivamente, as ações mínimas a serem desenvolvidas com vistas à redução da incidência
das infecções relacionadas à assistência à saúde e as normas e projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde.Esses instrumentos normativos reforçam o papel da
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higienização das mãos como ação mais importante na prevenção e controle das infecções em
serviços de saúde.
Apesar de a higienização das mãos ser considerada como a medida mais importante e
reconhecida para a prevenção e controle das infecções nos serviços de saúde há muitos anos,
ainda encontramos muitas dificuldades em colocá-la em prática. Alguns estudos
científicos9,10
,vêm evidenciando que a adesão dos profissionais à prática da higienização das
mãos ainda é baixa e a técnica utilizada é incorreta/incompleta.Diante do exposto, julgamos
ser necessária uma especial atenção de gestores públicos, administradores dos serviçosde
saúde, chefes de equipes e educadores para o incentivo e a sensibilização do profissional de
saúde,no sentido de contribuir com o aumento da adesão às boas práticas de higienização das
mãos.
A seguir, expusemos tópicos sobre higienização das mãos, que julgamos ser pertinente
ao trabalho. As informações contidas nestes tópicos foram retiradas do manual da ANVISA
“Higienização das Mãos em Serviços de Saúde”11
.
3.2.1 Higienização das Mãos
É uma medida individual simples e pouco dispendiosa para prevenir a propagação das
infecções relacionadas à assistência à saúde. Em uma publicação dos Centros de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC, Centers for Disease Control and Prevention), o termo “lavagem
das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangênciadeste
procedimento12
. O termo engloba:
Higienização simples - Higienizar as mãos com água e sabonete comum(não
associado a antisséptico).
Higienização antisséptica - Higienizar as mãos com água e sabonete associado
à agente antisséptico.
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Fricção antisséptica - Aplicar preparação de base alcoólica para fricção em
todas as superfícies das mãos para reduzir o número de microrganismos
presentes.
Antissepsia cirúrgica - Procedimento realizado pela equipe cirúrgica, para
eliminar a microbiota transitória e reduzir a microbiota residente das mãos.
3.2.2 Por que e para que higienizar as mãos
As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a
assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos
microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio decontato
direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies
contaminados. A pele das mãos alberga, principalmente, duas populações de microrganismos:
ospertencentes à microbiota residente e à microbiota transitória.
A microbiota residente é constituída por microrganismos de baixa virulência, pouco
associados às infecções veiculadas pelas mãos. É mais difícil de ser removida pela
higienização das mãos com água e sabão, uma vez que coloniza as camadas mais internas da
pele. A microbiota transitória coloniza a camada mais superficial da pele, o que permite sua
remoção mecânica pela higienização das mãos com água e sabão, sendo eliminada com mais
facilidade quando se utiliza uma solução antisséptica.
A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades:
Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e da
microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao
contato.
Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas.
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Todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém contato
direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e
material estéril ou contaminado devem higienizar as mãos.
As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas
utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico.
3.3 Equipamentos de Proteção Individual
Existem duas formas de prevenção dos acidentes, as medidas pré e pós-exposição13
.
Neste capítulo iremos falar dos equipamentos de proteção individual (EPI) que fazem parte
das medidas de precaução-padrão (MPP), pré-exposição.
As medidas de precaução-padrão (MPP) são um conjunto de medidas que devem ser
adotadas em todos os procedimentos realizados por profissionais de saúde com a finalidade de
reduzir os riscos aos quais estes profissionais estão expostos durante o trabalho, dentre elas
podemos citar: a higienização das mãos, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI),
o uso de equipamentos de proteção coletiva (EPC), o manejo adequado dos resíduos dos
serviços de saúde e a imunização dos trabalhadores.
No Brasil, a legislação básica sobre EPI é a Norma Regulamentadora nº 6
(Equipamento de proteção individual), aprovada pela Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho
de 1978 06/07/78. De acordo com esta norma, Equipamento de Proteção Individual é todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelotrabalhador, destinado à proteção de
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Ainda de acordo com esta
norma, toda empresa tem por obrigação fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento e aos funcionários
cabe a responsabilidade de utilizá-los e conserva-los14
.
Biossegurança em um Centro de Saúde da Família
Os riscos aos quais os profissionais da equipe de enfermagem mais estão expostos
durante o exercício de suas atividades são os riscos biológicos. Abaixo expusemos os EPI que
devem ser utilizados por estes profissionais com o intuito de reduzir estes riscos com sua
indicação de uso (Quadro 01):
Quadro 01: EPI utilizados pela equipe de enfermagem e suas indicações de uso.
Máscara
Deve ser utilizada sempre que houver risco de contaminação da face por sangue,
gotículas, fluidos corpóreos, secreções e excretas Deve ser escolhida de modo a
permitir proteção adequada.Portanto, use apenas máscara de tripla proteção. E
quando do atendimento de pacientes com infecção ativa, particularmente
tuberculose, use máscaras especiais.
Luva
Deve ser usada para prevenir contato da pele das mãos eantebraços com sangue,
secreções ou mucosas, durante a prestação de cuidados; e para manipular
instrumentos e superfícies.
Avental
ou
Jaleco
Deve ser utilizado sempre que houver risco de contaminação das roupas por
sangue, fluidos corpóreos, secreções e excretas (exceto lágrimas), no manuseio de
pacientes, bem como, no manuseio de materiais e equipamentos que possam levar
a esta contaminação.
Óculos
Deve ser utilizado sempre que houver risco de contaminação dos olhos e/ou face
por sangue, fluidos corpóreos, secreções e excretas Têm por finalidade proteger a
mucosa ocular de contaminantes e acidente ocupacional.
Gorro
Deve ser utilizado pela equipe de saúde para a proteção dos cabelos da
contaminação por aerossóis, impedindo que o profissional leve para outros locais
os microrganismos que colonizaram seus cabelos.
Fonte: Adaptada do Manual de condutas: controle de infecção e práticas odontológicas, 200015
.
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3.4 Conduta a ser adotada pós-exposição ocupacional com material biológico
A notificação de acidentes com material perfurocortante é de suma importância, pois a
exposição ocupacional a material biológico é considerada uma emergência médica, uma vez
que temos pouco tempo para avaliar e proceder algumas condutas como medicamentos e
profilaxias em geral.Todos os acidentes com material perfurocortante devem ser notificados e
cabe ao médico especialista avaliar a necessidade de realização de exames laboratoriais e o
tratamento preventivo com antirretrovirais. A notificação é um recurso que assegura ao
trabalhador acidentado o direito de receber avaliação médica especializada, tratamento
adequado e benefícios trabalhistas16
.
Apesar da obrigatoriedade legal, a notificação dosacidentes de trabalho está sujeita a
subnotificação. Dentre os motivos referidos por profissionais acidentados que não notificaram
o seu acidente encontramos: a falta de conhecimento sobre o risco de contaminação, a falta de
informações sobre a necessidade ou forma de registro e o medo de demissão ou repreensão
pela chefia16
.
Já foi relatada transmissão decerca de 60 agentes diferentes associados a este tipo de
acidente, masos vírus da AIDS, hepatite B e C têmassumido grande interesse após exposição
ocupacional. Dentre os três tipos de infecção, a única que tem prevenção imunológica é o da
hepatite B. No Brasil, a vacinação contra a hepatite B é recomendada e oferecida
gratuitamente a todos os profissionais da saúde17
.
Recomendam-se como primeira conduta, após a exposição a material biológico, os
cuidados imediatos com a área atingida. Essas medidas incluem a lavagem exaustiva do local
exposto com água e sabão nos casos de exposições percutâneas ou cutâneas. Nas exposições
de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou com solução salina fisiológica17
.Não
há nenhum estudo que justifique a realização de expressão do local exposto como forma de
facilitar o sangramento espontâneo, hoje tal medida é desaconselhada pelo fato da expressão
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poder abrir novos vasos e aumentar a área de exposição ao material biológico fonte de
contaminação.
O profissional acidentado deve também procurar atendimento especializado
imediatamente. Caso o paciente-fonte do acidente seja conhecido, o profissional ouseu
superior devem conversar com oele para que o mesmo autorize a realização de exames
sorológicos(HIV, hepatite B e C), pois se estes resultados forem negativos, o médico
ouserviço que acompanhará este profissional estará autorizado a dar alta doseguimento
ambulatorial17
.
A conduta ambulatorial é direcionada para o risco detransmissão de HIV e vírus das
hepatites B e C. Esta conduta médica vai depender do tipo de acidente (percutâneoou
exposição de mucosa), da gravidadedo mesmo (profundo ou não, no caso deacidente
percutâneo) e da fonte (se positiva para um dos vírus, dois ou os três deles).
O acompanhamento sorológico ambulatorial dependerá: se o paciente-fonte for
conhecido ou não e se foremconhecidos os exames sorológicos deste paciente. Se este
paciente-fonte fordesconhecido, o profissional será seguido por seis meses, colhendo-se os
examesno dia da primeira consulta, após 6 semanas,após 12 semanas eapós 24 semanas. Seos
exames sorológicos do profissional acidentado forem negativos, ele receberá alta sem
soroconversão17
.
Se os resultados para HIV e hepatites B e C do paciente-fonte forem negativos, o
profissional acidentado receberá alta assim que o profissional doambulatório verificar os
resultados. Nocaso de paciente-fonte com resultadosdesconhecidos ou no caso de positividade
para um dos vírus, o seguimento também será por seis meses. O seguimento seráfeito por 12
meses apenas no caso depaciente fonte positivo para HIV e parahepatite C ao mesmo tempo17
.
Não énecessário afastamento do trabalho doprofissional exposto a material biológico
após um acidente perfurocortante. Porém, em algumas situações esse afastamento se faz
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necessário, como nos casos de uso de antirretrovirais e ocorrência de efeitos colaterais
associados aos medicamentos e por distúrbios de ordem psicológica.
Em um estudo realizado em 200813
,encontrou-se como resultado da pesquisa que a
maioria dos sujeitos reconhece como primeira conduta após o acidente com material biológico
a lavagem da região afetada com água e sabão, porém poucos relataram a realização de
exames sorológicos, a procura de atendimento médico, especializado ou não, e a notificação
do acidente.
4. MÉTODO
4.1 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo de natureza quantitativa,de caráter descritivo e exploratório.
Descritivo, pois, segundo Bervian e Cervo18
, procura conhecer as diversas situações e
relações que ocorrem na vida social e demais aspectos do conhecimento humano, tanto do
indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades maiores. Exploratório, pois
não elabora hipóteses a serem testadas, tendo como intuito apenas a formulação de objetivos e
a aquisição de maiores informações acerca de determinado assunto, na presente pesquisa,
sobre o conhecimento e prática das auxiliares de enfermagem em relaçãoà biossegurança.
4.2 Contexto do estudo
A população alvo deste estudo foi os auxiliares e/ou técnicos de enfermagem que
trabalham no Centro de Saúde da Família Santa Liduína, localizado na cidade de Fortaleza-
Ceará-Brasil, no bairro Rodolfo Teófilo.
Neste CSF os auxiliares e/ou técnicos de enfermagem diariamente estão envolvidos no
atendimento de pessoas com diversas patologias e condições de saúde: hipertensos;
diabéticos; portadores de hanseníase, tuberculose, vírus da imunodeficiência humana
adquirida (HIV); infecções respiratórias e infecções dermatológicas; gestantes; idosos;
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adultos; crianças, etc. O atendimento se dá nos turnos manhã e tarde, de segunda a sexta-feira,
com grande demanda de pessoas.
São diversos os procedimentos de enfermagem realizados, entre eles: vacinas;
curativos; retirada de pontos; administração de medicações injetáveis, orais e em aerossóis;
punções venosas; coleta de material (sangue, urina, fezes e escarros) para exames.
Procedimentos estes que expõem constantemente a saúde dos profissionais a vários riscos,
principalmente os biológicos. Daí a importância de conhecer, aplicar e obedecer às normas e
rotinas de biossegurança.
A área de abrangência deste estudo foi selecionada a partir da sua disponibilidade em
servir como campo de pesquisa, além da acessibilidade da pesquisadora ao campo.
4.3 Sujeitos do estudo
Esta pesquisa foi realizada com auxiliares e/ou técnicos de enfermagem que, para
participarem do presente estudo, tiveram que obedecer aos critérios que seguem descritos
abaixo:
Concordância em participar do estudo e
Exercer suas atividades no CSF Santa Liduína;
4.4 Instrumentos e procedimentos para a coleta de dados
A coleta de dados se deu através de um questionário sobre conhecimentos e práticas
relacionados à biossegurança no local de trabalho, que foi respondido porcada participante. O
questionário conteveperguntas abertas e fechadas que serviram para a caracterização dos
participantes do estudo e para a análise do conhecimento prévio dos mesmos.
Não foi empregada nenhumatécnica que prejudicasse os sujeitos da pesquisa ou que
apresentasse riscos para os mesmos.
Biossegurança em um Centro de Saúde da Família
A escolha da técnica de coleta de dados é uma etapa fundamental da pesquisa
científica. A técnica escolhida deve ser capaz de oferecer informações úteis e de qualidades.
A qualidade se refere ao grau de fidedignidade e de validade, ou seja, a exatidão das
informações fornecidas e a possibilidade de elas atingirem o objetivo proposto19
.
O questionário é uma técnica de coleta de dados que pode ser administrada durante a
interação pessoal ou ser auto aplicada. Geralmente, é formado por um conjunto de questões,
abertas ou fechadas, dicotômicas ou de múltipla escolha ou, ainda, da combinação de todas
elas. Os questionários são úteis para analisar opinião, interesse, conhecimento e aspectos da
personalidade do informante. O número de questões será determinado pelos objetivos do
trabalho, mas a literatura recomenda que não seja muito extenso, não ultrapassando a trinta
questões20
.
4.5 Organização e análise dos dados
Os dados estão apresentados de forma descritiva e em tabelas e foram analisados a luz
da literatura referente ao assunto.
4.6 Questões éticas da pesquisa
Durante a realização da pesquisa obedecemos ao que consta na Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde / Ministério da Saúde21
que dispõe sobre pesquisa com seres
humanos.
Os participantes foram informados quanto aos objetivos da pesquisa e foi solicitado
um consentimento por escrito de forma que nos autorizasse a utilizar os dados coletados para
uso de pesquisa e divulgação, através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Através desse documento e seguindo as normas da resolução acima citada os participantes
souberam que suas informações pessoais seriam mantidas em sigilo, sendo utilizadas somente
para fins científicos e que, mesmo depois de assinado o termo de consentimento, poderiam
Biossegurança em um Centro de Saúde da Família
desistir da pesquisa a qualquer momento que acharem necessário, sem que tal decisão lhes
cause qualquer malefício.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A apresentação e a discussão dos dados procuraramatender os objetivos do estudo. Os
dados foram analisados a luz da literatura e estãoagrupados em duas categorias, sendo elas:
Caracterização dos participantes do estudo e Conhecimento e prática dos participantes acerca
de medidas de biossegurança.
5.1 Caracterização dos participantes do estudo
Tratou-se de uma amostra exclusivamente feminina e a idade das participantes variou
entre a faixa etária de 49 a 60 anos. Dentre as participantes, 60% eram técnicas em
enfermagem e 40% auxiliares de enfermagem. O tempo de profissão variou de 04 a 30 anos.
Os dados sobre a caracterização das participantes do estudo foram agrupados e estão expostos
na tabela a seguir (Tabela 1):
Tabela 1 – Caracterização dos auxiliares e/ou técnicos de enfermagem segundo sexo, idade e
tempo na função.
Variáveis (%)
Sexo
Masculino
Feminino
00
100
Faixa etária
49 anos
50 anos
51 anos
60 anos
20
40
20
20
Categoria profissional
Auxiliar de enfermagem
Técnico de enfermagem
40
60
Biossegurança em um Centro de Saúde da Família
Tempo na função
04 anos
18 anos
21 anos
30 anos
20
20
20
40
O predomínio do sexo feminino já era esperado, visto que os participantes fazem parte
da equipe de enfermagem que é uma profissão predominante feminina, devido ao seu
contexto histórico. Embora nos tempos atuais a profissão venha apresentando um crescente
número de profissionais do sexo masculino22
, tal fato não foi verificado no presente estudo.
5.2 Conhecimento e prática dos participantes acerca de medidas de biossegurança
Quando questionadas em quais momentos de sua rotina de trabalho realizavam a
higienização das mãos, todas as participantes referiram higienizar as mãos antes de realizarem
procedimentos, apenas uma participante referiu higienizar antes e após o procedimento. Tal
dado demonstra que a higienização das mãos ainda está aquém do preconizado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS)23
que determina os cinco momentos em que as mãos
devem ser higienizadas (antes de contato com paciente; antes de procedimento asséptico;
depois de contato com paciente; depois de contato com fluidos corporais e depois de contato
com o ambiente do paciente).
Apesar de a higienização das mãos ser considerada como a medida mais importante e
reconhecida para a prevenção e controle das infecções nos serviços de saúde há muitos anos,
ainda encontramos muitas dificuldades em colocá-la em prática de forma correta/completa.
Quando solicitadas a citar os momentos em que utilizavam cada um dos EPI todas
mostraram conhecimento sobre quando, como e onde eles devem ser utilizados. As
participantes referiram utilizar de forma correta todos os EPI durante sua rotina de trabalho e
não foi citada nenhuma dificuldade para a utilização dos EPI.
Biossegurança em um Centro de Saúde da Família
Todas as participantes demonstraram conhecer a forma correta de descarte de material
perfurocortante e negaram práticas errada como o reencape de agulhas utilizadas.
Sugerimos a realização de estudos complementares para verificar como o
procedimento de higienização das mãos está sendo realizado, se a técnica correta está sendo
seguida, se de fato os EPI estão sendo utilizados de forma correta e se as precauções padrões
estão sendo seguidas.
A grande maioria dos pesquisados referiu ter participado de algum treinamento
sobre biossegurança em seu local de trabalho (apenas uma participante relatou não ter
participado de nenhum treinamento). A educação continuada é um dispositivo frequentemente
utilizado pelas instituições de saúde no desempenho do seu papel educativo na prevenção de
agravos ocupacionais e está de acordo com a recomendação da NR 326.
Acidentes de trabalho envolvendo contato de secreção de pacientes com as mucosas
do profissional não foram referenciados, porém acidentes de trabalho envolvendo material
perfurocortante foram muito prevalentes na amostra estudada, apenas uma participante referiu
nunca ter se acidentado. Todos os acidentes referenciados acometeram as mãos ou dedos dos
profissionais. Todos os profissionais envolvidos em acidentes relataram terem realizado a
profilaxia pós-exposição.
A negativa acerca de acidentes envolvendo contatos de secreções com a mucosa do
profissional pode ser devido a não importância que é dada a este tipo de acidente pelo
desconhecimento dos danos que um acidente deste pode causar ao profissional.
Apesar dos profissionais estudados referenciarem a utilização dos EPI corretamente; o
descarte dos perfurocortantes em local adequado; a participação em treinamentos sobre
biossegurança e a consciência do risco ao qual estão expostos durante suas atividadeslaborais,
a incidência de acidentes de trabalho envolvendo material perfurocortante foi bastante
Biossegurança em um Centro de Saúde da Família
significativa (80%). Os dados mostram que, neste serviço, o conhecimento dos profissionais
não evitou a ocorrência de acidente. Daí a importância de avaliar se a adesão às precauções
universais realmente está acontecendo ou se estamos diante de uma situação onde o discurso
está longe da prática.
Essa alta prevalência de profissionais que sofreram acidentes com material
perfurocortantes também vêm ao encontro dos resultados da pesquisa de Sarquis e Felli24
na
qual encontraram alta frequência de acidentede trabalho entre os trabalhadores de
enfermagem, apontando a não-aderência ao uso de equipamento de proteção individual e
constatando a grande exposição aos riscos biológicos e às graves doenças como, por exemplo,
a AIDS e a hepatite B.
Todas as participantes referiram estar com o esquema de vacinação contra o vírus da
hepatite B completo, 60% delas realizaram exame sorológico para confirmar se estavam
imunes após completarem o esquema.
Outro aspecto importante quanto à proteção dos trabalhadores é a adesão à vacinação
contra o vírus da hepatite B. Na presente pesquisa, assim como na pesquisa realizada com
trabalhadores da coleta de Resíduos de Serviços de Saúde de Goiânia25
, todas as participantes
referiram ter o esquema de vacinação completo. A vacinação é a principal medida de
prevenção contra o vírus da hepatite B26
, devendo ser obrigatória e gratuita para os
profissionais de saúde. Além do esquema vacinal, é necessária a realização do teste
sorológico para confirmação da resposta vacinal(para verificar a eficácia do esquema de
vacinação). Neste estudo apenas 60% das trabalhadoras referiram terem realizado o teste
sorológico, entretanto a incidência dos acidentes (80%) reforça a necessidade da realização
deste. Em estudo realizado com acadêmicos de Odontologia e Enfermagem da Universidade
de Pernambuco22
, também foi verificado que a observação de soroconversão ainda não foi o
desejável, pois apenas uma pequena parcela dos alunos afirmou ter sido submetida ao teste.
Biossegurança em um Centro de Saúde da Família
Considerando ser este um grupo de risco para a exposição a material biológico, entendemos,
assim como Barros et al25
, que o conhecimento da imunidade para hepatite B é uma medida
protetora importante que deve ser adotada.
Assim como no estudo de Gallas e Fontana2, verificamos que os profissionais têm
consciência dos perigos aos quais estão submetidos por consequência de suas atividades
laborais, todas as participantes da presente pesquisa se percebem em risco de adquirir alguma
patologia em seu ambiente de trabalho. Esse “perceber-se em risco” pode ser o grande
motivador para que utilizem os equipamentos de proteção individual corretamente em sua
rotina de trabalho. Diferente do que foi achado na pesquisa acima citada2, não verificamos a
negligência do profissional quanto ao não uso de EPI. Todas as participantes referiram usar os
EPI na rotina de trabalho e não foi relatada nenhuma dificuldade para o uso dos mesmos, o
que sugere que os EPI estão disponíveis para o uso conforme estabelece a NR 326.
A seguir apresentamos uma tabela (Tabela 2) com as medidasa serem adotadas ao
sofrer um acidente de trabalho envolvendo material perfurocortante ou contato de secreção de
pacientes com mucosas do profissional citadas pelas participantes do estudo:
Tabela 2 – Medidas pós-exposição acidental com material biológico citadas pelas
participantes do estudo.
Medida (%)
Lavagem da área afetada
Procura por consulta especializada ou não
Realização de exames laboratoriais
Conhecer a situação sorológica do paciente-fonte
Notificação do caso
60
100
60
20
20
Um dado importante foi a observação que a maioria dos participantes reconhece as
condutas apropriadas após o acidente biológico, pois relatou a lavagem da região afetada com
água e sabão como primeira conduta; a procura de atendimento médico especializado ou não e
Biossegurança em um Centro de Saúde da Família
a realização de exames sorológicos para detecção de doenças infectocontagiosas. Porém,
poucos relataram a notificação do acidente biológico.Um dado que nos chama a atenção é o
desconhecimento por parte dos profissionais do estudo da necessidade de se notificar o
acidente de trabalho que envolve material biológico. Apenas 20% dos profissionais
pesquisados indicaram a notificação do caso como medida a ser adotada após a ocorrência do
acidente.Esta situação impede que haja o conhecimento real da prevalência de acidentes de
trabalho entre os profissionais de saúde. Outros estudos também salientaram esta
subnotificação2,27,28,29
. A NR 326determina que os trabalhadores devem comunicar
imediatamente todo acidente ou incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao
responsável pelolocal de trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde
dotrabalho e à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
A falta da notificação do acidente dificulta o conhecimento por parte das autoridades
competentes da real prevalência dos acidentes de trabalho com material biológico. O
conhecimento destes números auxiliará na busca dos fatores causais e na criação de políticas
de prevenção e promoção da saúde do trabalhador2.
Biossegurança em um Centro de Saúde da Família
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