biricotico#6 - especial dia das mulheres
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EXPEDIENTE
Leonardo Lanna: editor-chefe do Biricotico. Autor e roteiristada TV Globo. Finalista do concurso Garoto Barriga-de-po-chete vero 2012. Dino Cantelli: editor do Biricotico. Autor eroteirista da TV Globo. Assinante da revista Playboy e da Sa-grada Famlia esta, para dar uma equilibrada. Felipe Nogueira:diretor do Biricotico. Scio da agncia Open Mind. Foi a umacasa de swing com 4 camisinhas, voltou sem nenhuma e nocomeu ningum. Jaime Kiss: diretor de arte chefe do Biri-cotico. Scio do bureau criativo Nearly Normal, de Londres.Antes da fama, ganhava a vida fazendo massagens em coroasde Liverpool. Marcelo Rodrigues: designer do Biricotico.Diretor de arte da agncia Open Mind. Deixou a Apple paraviver um sonho: ser feliz ganhando pouco. Leonardo Neves:reprter do Biricotico. Presenciou o ataque s Torres Gmeas,o tsunami no Japo e estava na Grcia quando comeou a crise.Ou seja, d azar pra caralho. Guilherme Varella: produtor decontedo do Biricotico. Atendimento na agncia Open Mind.J viu a morte de perto por duas vezes. E ela tem a cara da ElzaSoares. Juarez Becoza: colaborador e especialista de bar doBiricotico. O adesivo da famlia feliz do carro dele est fazendotratamento contra depresso. Ique: cartunista do Biricotico.Autor e roteirista da TV Globo. Completou 50 anos de vida
e 10 indo ao proctologista. Z Dassilva: colunista do Birico-tico. Autor e roteirista da TV Globo. Est lutando na justiapara trocar de nome. Quer ser chamado de Joo Souza. AndrDebevc: colunista convidado. redator publicitrio freelancer.Seu sonho era ser rico, mas como no sabe como fazer isso, foifazer propaganda. Guilherme Figueira: colunista convidado.Redator publicitrio na F/Nazca. Ao contrrio do que foi am-plamente divulgado, foi ele o autor da frase Comeria ela e obeb. Adriano Matos:colunista convidado. Redator publicitriode sucesso na Moma. Em um gesto de amor e grandeza, adotouum lho. O moleque sursta, tem 18 anos e adora malhar.Guilherme Jardim: cronista da edio. Economista em anosabtico. Com a crise na bolsa perdeu tudo, virou alcolatra eagora escreve num jornal de bar.
Aproveitamos o ms das mulheres pra entrevistar a presidenta Dilma
Rousse. T bom, no exatamente a presidenta, mas tambm ela no
mulher de verdade mesmo. No fnal da entrevista, o Biricotico tropeou
na rampa do Planalto e deu PT.
Alm do ms das mulheres, maro tambm o ms da ressaca (j que
o ms que sucede o carnaval). Aproveitamos para compartilhar nossas
memrias do Carnaval, ou seja, quase nada. Nessa edio tambm da-
mos uma dica para voc perder a barriga e no passar vexame no vero.
Calma! No preciso parar de beber.
A grande estria dessa edio fca por conta do Dr. Corao de Galinha.
Nossa coluna sentimental que no pai de santo, mas promete trazer de
volta a pessoa amada. Confra essas e muito mais na edio de Maro do
Biricotico. Tudo que oi eito nesse jornal oi pensando em voc leitor
baseado na mxima que permeia a nossa linha editorial: pra quem t
bom.
A chefa.
EDITORIAL
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B: Voc acredita que o PMDB uma espciede marido, que voc ca com ele s pelodinheiro?
D: Isso um pergunta capciosa, no que serefere questo de perguntas que vm parafoder com a gente. Eu acho que se o PMDBfor embora do meu governo vai me deixar noburaco. um partido que tem que car co-ladinho comigo. Quando cola e rola a qumi-ca bom. O que no pode colocar no meu.B: Racha pode?
D: Racha pode.B: Presidenta, sabemos do seu apreo emser chamada assim. Voc ca doenta, vaino dentisto e no lugar de ressaca, tem res-saco?
D: Fico doenta e no tenho ressaco. J seique voc t fazendo esta pergunta por cau-sa do presidenta. Eu sei portugus, j fuiestudanta. O senhor que a quieto no seucanto.
B: Qual a sua relao com seus subordina-dos? O que voc faz pra ter uma vontadeatendida?
D: A minha relao muito boa desde queningum me foda. Por que foda. Voc con-a na pessoa, d cargo de conana, d ba-naninha amassada, iogurte, d Ministrio ea pessoa faz o qu? Bota no seu cu! O quevoc faz? Fica puta, triste, bebe diesel etoma remdio tarja preta. Ento, minha re-lao boa...
B: Quem voc mais admira na poltica?
D: A mulher do Michel Temer.B: Quem voc comeria na poltica?
D: Por uma questo de sustentabilidade, oSarney.B: Planos para o futuro Brasil?
D: Meus planos para o futuro do Brasil continuar morando aqui. O pas bom. Mui-ta gente fala que uma merda, que a presi-denta devia ir embora, que a presidenta lha da puta, mas vou continuar morandoaqui. O que eles falam entra por um ouvidoe sai pelo outro. Os meus planos so fazera Copa, uma das mais bonitas do Brasil; e,tambm, acima de tudo, no que se refere questo de desao, ... acabou o tempo, euespero a trplica.
B: Por que cai tanto ministro?
D: Porque mantive uma rebarba da era Lula.Deixei o povo comigo e o que ele faz?! Mefode, sacaneia, mas eu no dou mole. Praderrubar uma pessoa, inclusive para metera mo na sua cara 2 minuto! Eu no doumole. Me chama para uma entrevista no bare no me d uma caneca de cerveja? Vai cair!No dou mole! Pega aqui pra voc ver.B: verdade que a partir deste ms voc svai contratar ministro para trabalho tem-porrio?
D: Sim, contrato de experincia. Trs meses,
vale-transporte e alimentao. Um salriomnimo e meio perodo.
B: Sabemos de seu apreo por polticasvoltadas especicamente mulher. Deixeum recado para as mulheres do Brasil.
D: Eu penso na mulher, pois esse o governoda mulher. a hora e a vez dela no poder.Ns temos o Bolsa-Reforma-da-Perereca,porque muitas mulheres esto cando velhas,com a perereca arrombada, cada. Muitasolham a dita cuja no espelho e ela t ltriste... os grandes lbios esto pesados de-mais... Por isso criamos o Bolsa-Reforma-da-Perereca pra atender essas mulheresque necessitam deste apoio. Tem tambm oBolsa-Bolsa. Me pergunta como o Bolsa-Bolsa...
B: Como o Bolsa-Bolsa?
D: tima pergunta. Toda mulher que tiverrenda inferior a cem reais por ms, ganhadez do Bolsa-Bolsa. A oposio reclama:Dilma, com dez reais no d pra compraruma bolsa de grife. Eu respondo: no Saarad pra comprar!, mas a oposio continuamesmo no Saara no d para comprar umabolsa grande. Mais a desgraada que ganhamenos de cem reais por ms precisa de umabolsa grande pra qu? Acha que a desgraada famlia cabe ali dentro?B: Como a senhora v a poltica contra obullying no pas?
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D: Eu sofri muito bulim a minha vida inteira.Sempre fui uma criana prodgio, lder comu-nitria. Com 4 anos de idade eu era presi-denta da creche do bairro e j fazia refor-ma no parquinho. O povo me zoava porqueeu era precoce e tinha bigode. Eu tomavahormnio de garrafada. O povo me chamavade guerrilheira e meu apelido no ginsio era
Che-Gue j que o Vara eu tinha cortado.Sofri bulim quando era jogador de futebol spor ser zagueira. O bulim tem que acabar.Se voc vir uma pessoa gorda, voc no temque chamar ela de gorda, mesmo que ocupeduas cadeiras. Se voc v que gorda e usabambol no lugar da cinta pra segurar ascalas, voc no pode chamar de gorda. feio e errado isso. Se voc vir algum viado ocu dele. Deixa essa pessoa compartilhar o
cu dela com quem quiser. Cada um no seucu, gente.B: O que preciso para entrar no governoDilma?
D: Competncia, inteligncia, beleza, astciae pelcia. E acima de tudo: grelo. Esse ogoverno da mulher. Para voc ser presidentavoc tem que ter saco, muito saco. Todo dia paulada, pessoa querendo meter o pauem voc sem consentimento, mas eu meto omeu primeiro! No deixo ningum me pas-
sar pra trs. Querem me foder? Fodo pri-meiro! Querem meter o pau, meto primeiro!
B: O ministro Fernando Haddad aprovoulivros com erros de portugus. O que a sen-hora acha disso?
D: Eu acho que t errado. As pessoas tm
que falar o portugus correto. A gente so-mos um pas que fala e translude no que serefere gramtica.B: Ns vendemos para outros pases muitoa questo do samba e da bunda das mula-tas. Isso pode ter salvo a nossa economia?
D: Voc vendeu a sua bunda para salvar aeconomia?!
B: No, presidenta. Falamos isso no casode vender a imagem do pas.
D: Com certeza, uma bunda bem avaliadapode salvar a economia de um pas inteiro...Mas , quanto vale a sua bunda?B: No tem preo, presidenta.
D: Olha que tem. E custa menos que umaGrcia.
PERFILCRIADOR E CRIATURAGustavo Mendes ator, tem 23 anos e passou a maior parte da vida em Minas Gerais.Quando pequeno, era a personifcao do pentelho. Agora grande, a personifcao da
rabugice. A sua Dilma tem um pouco dele e muito do seu talento.
Biricotico: J falaram que sem caracteriza-o voc a cara da Dilma?
Gustavo Mendes: J. Eu costumo revidar es-sas armaes com chutes no saco.B: Como surgiu essa parada de ser hu-morista e fazer imitaes?
GM: Desde criana. Nunca quis ser outracoisa. Sempre quis televiso. Sempre tive osonho de ser apresentador de TV. Para en-trar na TV muito difcil e eu no tenho umperl de TV. No sou um rato de academia,no tenho barriga tanque. Como eu vou en-trar em Malhao?B: Dilma o seu primeiro personagem?
GM: No, fao humor desde os 8 anos deidade. Aos 14 eu j era comediante solo. Com15 fazia show em bar. Eu no tinha credibi-lidade para fazer pea de teatro porque euchegava e era prontamente desacreditado.Me falavam: como um garoto de 14 anospode fazer um pai? Ento as companhiasfechavam as portas para mim. Eu era pen-
telho. Toda criana prodgio pentelha e ir-ritante. Eu era a criana talentosa, daquelasque a me falava pra todo mundo Meu flho,faz a pra moa ver!.B: No comeo voc fazia sozinho os vdeosna internet?
GM: Eu no fazia nada na Internet. Eu faziaum personagem no Show do Tom na Record.
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Eu achava que cava escondido ali. Ningumme conhecia.B: Voc acha que a Record em invs de pro-jetar te escondia?
GM: No! A Record no tinha planos diabli-cos contra mim. Eu achava que no estavasendo aproveitado no programa. Era umelenco de apoio com grandes estrelas dohumor, como o Tiririca, e assim era difcil deaparecer. Decidi: vou fazer na internet. Tinhauns amigos com uma ideia de um programade humor na internet. A gente queria levaressa ideia pra l. Ento um dia eu chegandopara a gravao falei: vamos fazer como oSaturday Night Live, que abre com o pronun-ciamento do prefeito de New York. Vamosfazer com a Dilma. Eu fao a Dilma!B: Como que surgiu o Kibe Loco?
GM: Eu coloquei um dos vdeos no Youtubepara testar. Em dois dias tinha milharesde visualizaes. Ento o Kibe me ligou eprops a parceria de publicar no blog dele,que durou at pouco tempo atrs. E a Dilmapartiu para outros rumos.B: E pra onde a Dilma est indo?
GM: Estou empregando a Dilma em um novoprojeto. As pessoas vo subindo de degrauem degrau, mas eu subi de elevador. T indopra Globo. Pra Globo no, pro Casseta. Sa doanonimato e estou indo para o cone mximodo humor da nossa gerao. Chegaram paramim e disseram voc est vindo como ator,mas escreve o que voc quiser.
B: Qual o vdeo que voc mais bombou?
GM: Eu meo por repercusso. Tem doismomentos da Dilma. Tem o momento DilmaKibe Loco e o momento Gustavo Mendes nainternet. O que me deu a maior repercussofoi o do Guido Mantega. Foi o primeiro paraquem ela ligou (nos vdeos, a personagem
Dilma tem o hbito de ligar e passar o sabu-go em seus ministros). E o segundo foi a en-trevista com o Jacar Banguela.B: Voc j teve vontade de fazer outra mulherou s a Dilma mesmo?
GM: Eu sou bom para fazer mulher, talvezporque eu goste muito. No meu show fao aMaria Bethnia cantando funk, a Ana Caro-
lina cantando Michel Tel, a Alcione bbada.A Dilma o meu personagem mais fraquinho.Tenho o show Mais Que Dilmais. As pes-soas vo para ver a Dilma e eu entro deBethnia.B: Voc tem muito improviso. humor ou tcnica?
GM: O humor tcnica e principalmentetalento. As pessoas me perguntam como sefaz para ser engraado. No tenho que serengraado. O humor uma coisa natural.Quanto mais voc trabalha isso, mais vocpega o timing da piada. O humor t no olhar.O tipo de humor que eu apresento muitoespecico, mas no vai rolar se o roteiro notiver a minha cara. Eu posso fazer porquesou ator, mas quero apresentar um produtobom. Sempre tenho que dar uma revisadano roteiro nal para car com a minha cara.
B: Voc acha que o novo Casseta chega aoIbope que a emissora est querendo?
GM: Esse novo Casseta no vai satisfazer aGlobo s em quantidade de audincia. Vaisatisfazer em qualidade de humor. Umaqualidade que h muito a gente no v. Imaginauma bomba-relgio criativa como o Casseta& Planeta planejando durante um ano umnovo programa? Eu t doido pra ver o re-sultado na tela. Vai ser surpreendente.B: Como foi o convite para ir para o Cas-seta?
GM: Eu estava na Record e meu contratovencia em dezembro. Eu tinha um convitepara fazer a Escolinha do Gugu. Pedi con-
selhos para uma produtora e resolvi negar.Pintou uma oportunidade na Band para par-ticipar de um programa com o Milton Neves.Eu caria com uma parte de humor e oMilton com as notcias. S que a Band noaparecia com o contrato. Essa demora foi amelhor coisa que aconteceu. Fui convidadopara o Globo News Em Pauta, dias antes doClaudio Manoel aparecer no programa. Oapresentador comentou que era tradio doCasseta fazer presidentes e perguntou parao Claudio se eles j estavam preparando al-guma Dilma. Ele disse que tinha um carana internet que imitava a presidente quebeirava a perfeio e caria difcil imit-ladepois dele. Um amigo que escreve pra mimme ligou e falou que o Claudio Manoel tinhafalado de mim. Esse amigo me aconselhoua pegar o contato do Claudio e pelo menosagradecer o elogio. Quando liguei, ele disse:estou na Bahia sem telefone, vou car defrias 20 dias e a internet uma merda.Quando voltar, conversamos. Eu imagineique ia participar de algum especial, quadrono Fantstico... Nem nos meus sonhos imagi-nei participar do Casseta.B: Na primeira vez que voc interpretou aDilma como foi?
GM: Eu tinha a roupa da Dilma e o colarpara uma festa fantasia. Ento, a primeiragravao foi no improviso. Era eleio do se-gundo turno e eu gravei na casa dos meuspais. Foi na cmera do notebook.B: Antigamente era relativamente maisfcil fazer humor, pois voc tinha uma vidraapra atirar pedra, que era a ditadura. Comovoc hoje v a relao do humor com apoltica de hoje?
GM: Hoje ns temos uma certa liberdade nainternet, ainda. O humor poltico de ontemenfrentava a censura. O de hoje, a poltica eo meio privado esto muito relacionados. Acensura vem deste meio privado, de algumque compra tudo e todos. Ns no sabemosmais em quem podemos tacar a pedra.
*Entrevista realizada no Barzin.Rua Vincius de Moraes, 75, Ipanema.
Telefone: 2522-1809.
FIM
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Clientes MR podem saborear seu chopp muito mais tranquilos,
pois seus impressos foram entregues no prazo
Natasha Nelman atriz e no tem qualquertipo de defcincia. Ento o que ela estfazendo nessa seo? que Natasha aceitouo desao do Biricotico de interpretar umadeciente visual. Ela ter que se locomoverpelas ruas, pagar o transporte e atravessaro sinal de trnsito. Mole, no ? Vamos ver.A partida no bar Pavo Azul, esquina
da rua Hilrio de Gouveia com a Barata
Ribeiro. Sem enxergar nada e com 50 reaisno bolso, nossa atriz ter que chegar aIpanema. Para ter certeza que no enxer-gar nem seu nariz, colocamos uma vendapor baixo dos culos escuros. o primeirosinal de insegurana de Natasha: A ideiade no enxergar cria uma angs-tia muito grande.Iniciamos a nossa jornada pelascaladas da Barata Ribeiro.Como em Copacabana os sinaisde trnsito no possuem alarmessonoros, nossa atriz no sabe seest aberto ou fechado. Ela ca
esperando dois minutos e nada,at que pede auxlio. Depois dealgum tempo um senhor a ajuda.Ele para o trnsito e conduz Na-tasha pelo brao at o outrolado da rua. Foram exatos trsminutos para atravessar. E eu achando quea coisa mais demorada que j z na vida tin-ha sido um miojo.Ao chegar na Siqueira Campos, uma portade caminho est aberta, impedindo a pas-sagem. Se para uma pessoa que enxerga asituao embaraosa, imagina para umadubl de deciente visual.
No metr, as coisas cam um pouco mais
fceis. O piso ttil ajuda Natasha a locali -zar-se. Ela passa a us-lo para tentar chegarat a bilheteria. Eu nem sabia pra que existiaisso no cho, passo aqui todos os dias e nuncahavia percebido. No corrimo tambm nuncahavia notado que existe a inscrio inicio e
m, em Braille. Uma senhora seoferece para comprar o bilhete.Ela tambm confere o troco, almde acompanhar nossa atriz at aestao. Eu achei o mximo elame ajudar, me senti segura.O aviso sonoro alerta: esta-mos na estao de Ipanema. Emnosso destino nal, o degrau dacalada deixou de ser aio. EmIpanema, elas so como rampas.Resolvemos parar para o to sonhadosuco j que, segundo ela, cer-veja engorda. Com o brao esti-
cado, Natasha ca esperando ser atendida.O deciente visual quase um ser invisvel.E se virando para a equipe do Biricotico, noagenta: Me d um suco de manga. E, porfavor, tirem a minha venda.No aguenta bebe suco. Ser decientevisual no mole no.
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O Biricotico
do balacobaco
Instale o aplicativo O Jornaleiro e leia as edies
gratuitas do Biricotico no seu tablet. Disponvel
na Apple App Store e no Android Market.
APLIC
ATIVO
GRTI
S
P o w e r e d b y
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Gata, quanto que voc quernessa mscara?- Eu no t de mscara.
Ugh... Gustavo Meireles j tinhapassado dos 40 e estava no gamede novo. Tinha sangue Tipo C. C de
Canalha. Era um baile fantasia nopr-carnaval do Yellow Cascade, em
Botafogo, perto do Rio Sul. Ele atestava fantasiado de solteiro. Camisa
preta, cala jeans, tnis e perfume comfragrncia de vou te comer hoje.
A mulher tinha cara de divorciada problemti-
ca e cheirava a condicionador tutti-frutti.Gustavo rodou por trs horas naquele doceinferno. Ele e Tad, um amigo mais novo, in-centivador e professor de desvio de carter.Pilantra puro sangue. Gustavo estava deva-gar e foi fumar um cigarro l fora.- Me arruma um cigarro? perguntou a umacolega de salo.
- Te arrumo. Mas quero macon-ha.
Mulher Gato falou isso edanou forr com Branca deNeve, sua amiga, at parar,puxar Gustavo e tascar neleum beijo sujo. Ele chupouaquela boca at perder agraa, e de repente abraou asduas:- Vamos l pra casa tomar a saideira eouvir rock n roll que essa msica um lixo.
Saltaram do txi na Lagoa e Gustavo cumpri-mentou Xavier, o porteiro que testemunhavasua poligamia semanal. Dessa vez, Gustavopercebeu um sorriso de aprovao no cantoda boca sem dentes de Xavier. L em cima jdormia Tad, no quarto dois da casa deGustavo:- Acorda a meu irmot com duas mulzinhaa. J peguei uma e a outra pra voc.- gostosa?
- Nvel easy.Tad levantou e ignorou o fato de que eramcinco da matina e ele tinha que acordar soito para trabalhar. Menos de dez minutosdepois, a cena era a seguinte: Gustavo e Tad,cada um com um violo, tocando naquelavaranda pequena, enquanto o sol nascia eas duas malucas mamavam uma Devassa erebolavam, danando rock n roll como se
fosse forr. Pediram um bagulho, masGustavo no tinha aquela porra. Branca deNeve tinha um painel maneiro, mas o volumeda fantasia denunciava a provvel prefern-
cia por junk food e rodzio de pizza. MulherGato tinha cara de safada e de que gostavade orgia. Foi por isso que depois de unsNirvanas, Red Hots e Green Days, Gustavos pensava em conduzir Mulher Gato aoregao de sua alcova.No corredor, antes de entrar no quarto, per-cebeu o violo parar de tocar na varandae um silncio que denunciava: Tad haviaacabado de abocanhar Branca de Neve.Mulher Gato disse que queria que Gustavo
sentisse seu cheiro. Falava isso enquantolambia sua orelha. O elstico da cueca deGustavo j estava esticado ao limite e ela oapalpava com fora, roava aquele traseiroredondo e mostrava a cor da calcinha man-chada de umidade para Gustavo Mas disseque no daria nem por um decreto.
Gustavo se sentiu inferiorizado econtra-atacou. Pegou-a pelo ca-
belo e falou algumas coisas im-publicveis no p do ouvido da
moa:- P gato, nunca z isso,brother! Tu se amarra numaparada bizarra, caraca....
Gustavo falou ainda outrasbarbaridades. Mulher Gato
olhou o relgio do celular e gritouque tinha que partir Foram no
outro quarto chamar a personagem daDisney e deram de cara com a mooila tiran-
do um ronco com a mo em cima da bermudade Tad, que fazia um pequeno contorcionis-mo para que sua pbis fosse alcanada.- Acorda a. Vambora que so quase 8 horas.Gustavo deu um saco de batata frita quasevencida e um leitinho pra cada uma. Elassaram comendo como se fosse uma iguariafrancesa, e cantando errado uns versos emingls mal falado.
Gustavo, depois de se aliviar no banheiro(duas neosaldinas e uma bronha), virou umlitro de gua e foi dormir. No sem antes selembrar das coisas assustadoras que falouno ouvido da Mulher Gato. Uma delas en-volvia um OB usado e uma xcara de guaquente. Melhor dormir, pensou. E assim fez,babando no travesseiro. A vida estavacando muito difcil.
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Chvez: E nunca tentou fugir para os Estados Uni-
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Hugo Chvez, esse que a oposio imperi-alista gosta de dizer que est com cncer,mas que na verdade est com um inofensivo
bicho-de-p, estava no hospital. , o bicho-de-pdeu metstase e se espalhou por todo o corpo. Avida de Chvez estava prximado m, mas ele negava queaquilo fosse um tumor. Matavaimplacavelmente quem sereferisse sua doena comocncer. Mas os amigos (nin-gum) sabiam da verdade: o tu-mor havia dominado, se alastra-do e massacrado todo o corpodo presidente. Como o governoChvez zera com a Venezuela. No
era nada fcil para ele convivercom o tumor, mas pior era o tumor,que tinha que conviver com Chvez.
Em seu leito de morte, mas com uma certezade imortalidade digna de Niemeyer, Chvez gri-tou que queria porque queria ver Chaves. Sim, oChaves da srie de TV.
o maior mexicano que conheo. Latino-ameri-cano, nasceu pobre, conquistou o mundo com seutalento e carisma. Exemplo, como eu, Fidel, Lula
e... v l, Evo Morales.
O encontro foi no palcio do governo, que tambmera residncia ocial de Chvez, sede dos ministrios,da emissora de TV estatal e dos poderes execu-tivos, legislativo e judicirio.
Chvez: Companheiro! Que bom que voc aceitouo convite para visitar o presidente da maior naodo mundo.
Chaves: Aqui a China?
Chvez: No, aqui a Venezuela, voc est con-fundindo porque a Venezuela descobriu e colonizoua China. Seja bem-vindo!
Chaves: Obrigado.
Chvez: Sabe, Chaves... Me identico muito comvoc! Tambm nasci pobre...
Chaves: , mas eu continuo... eu moro num barril!
Chvez: s petrleo! O petrleo mexicano! O maisvalioso produto de exportao do Mxico.
Chaves: Obrigado. O senhor teria... um sanduchede presunto?
Chvez (gritando): Claro! Juan! Umsanduche de presunto!!!!!
Quebrando o recorde dos 100metros rasos, o garom trouxeo lanche. Um biscoito creamcracker quebrado ao meio, commeia fatia de presunto.
Chvez: Juan, reparta em
dois... vou dividir com o Sen-hor Chaves... Alis, em trs,Juan come conosco... Somos
um pas socialista, Chaves.
Chaves: Xi... o povo aqui deve ser to magro que naparede dos elevadores deve ter escrito cabem 20venezuelanos ou o Seu Barriga.
Chvez: No fale em Seu Barriga... no gosto desseimperialista... ele explora o companheiro Madruga...Me identico com o companheiro Madruga.
Chaves: O senhor tambm caloteiro?
Chvez (descontrolado):Como, seu intil?
Nesse momento, 5 seguranasapontaram suas pistolas para oChaves.
Chaves: Comigo ningum tempacincia.
Chvez: Respeite-me ou eu matovoc!
Chaves: No d pra matar s minha fome?
Chvez (mudando de assunto): H quanto tempo estsna TV, essa perfeita criao da engenharia venezuelana?
Chaves: So 41 anos de TV. T com fome h 41 anos.
Chvez: E nunca tentou fugir para os Estados Uni-dos. Admirvel. s um patriota! Amas o Mxico! Seupas vive um grande momento, no ?
Chaves: Agora que o Silvio Santos faliu, a situaono Mxico t mais feia que a bruxa do 71. O Silviosustentava meu pas, comprando novelas cretinas eprogramas idiotas.
Chvez: Sim, mas Silvio deveria comprar progra-
mas da TV venezuelana. Produzimos timas sries.
Chaves: timas? Ah, ento no passariam noSBT...
Chvez: No, todas passam na TV Chvez. Destaquepara Hugo Chvez, o Mito, Ateus Acreditam emChvez e Em Nome do Pai, do Filho, do Chvez,Amm.
Chaves: Nossa...
Chvez: Cada srie tem 25 temporadas.
Chaves: Meu Deus.
Chvez: Como acertou meu apelido?
Chaves: Foi sem querer, querendo.
Chvez: Sabe... sou f do seu programa... desde...ele nasceu em que ano?
Chaves: 1971.Chvez: Aqui chamamos 1971 de ano 17 D.C. ou...Depois de Chvez. O ano em que nasci o anozero.
Chaves: Puxa...
Chvez: Mas sou respeitado tambm fora da Venezuela.At meus inimigos americanos me amam. Scorceseacaba de lmar Hugo, minha biograa. Ganhou 5Oscars. E vai ganhar tambm uns 20 Chavitoz, o Os-
car venezuelano...
Chaves: Ser que o senhor vai estarvivo para ver?
Chvez: Claro. A medicina venezue-lana j achou a cura da minhadoena. O bicho-de-p j no mais uma ameaa para a hu-manidade.
Chaves: Mas o senhor no tinha
cncer?
Os seguranas estavam instru-dos a atirar impiedosamente
em quem pronunciasse essapalavra. Foi o m do pobre Chaves.
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